24
06-10-2014 1 Economia Internacional 2. Teorias do Comércio Internacional 1 Elsa Cristina Vaz 2014/2015 2 Teorias do Comércio Internacional O que determina a especialização de um país, e justifica a existência de Comércio Internacional? Como são determinados os preços no Comércio Internacional (Termos de Troca)? Quais as consequências do Comércio Internacional para o bem-estar dos agentes e para o desenvolvimento económico dos países? 06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

comercio internacional

Citation preview

Page 1: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

1

Economia Internacional

2. Teorias do Comércio Internacional

1

Elsa Cristina Vaz

2014/2015

2

Teorias do Comércio Internacional

� O que determina a especialização de um país, e justifica a existência de Comércio Internacional?

� Como são determinados os preços no Comércio Internacional (Termos de Troca)?

� Quais as consequências do Comércio Internacional para o bem-estar dos agentes e para o desenvolvimento económico dos países?

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 2: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

2

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

3

Teorias do Comércio Internacional

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

� Pensamento mercantilista (Séc. XV-XVIII) defendia que:

� A riqueza de um país era tanto maior quanto maiores as suas reservas de ouro e de outros metais preciosos

� A dotação mundial de recursos era estática e a economia estava longe do seu Pleno Emprego (a Oferta de Moeda não tinha consequências inflacionistas)

� Aplicavam a teoria do valor e valorizavam os produtos transacionados em função da quantidade de trabalho incorporado

O comércio é um JOGO DE SOMA NULA ………….

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

4

(Porquê?)

Page 3: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

3

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

� Papel do Governo no período mercantilista:

� Forte controlo do uso dos Metais e da Moeda

� Regulação da atividade económica doméstica

� Manutenção de baixos salários e estímulo do crescimento populacional

� Regulação do Comércio (incentivos às X e restrições às M) – excedentes da BC

� Concessão de Monopólios Comerciais e desenvolvimento da Marinha mercante e militar

� Incentivos aos Impérios coloniais

5

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

Políticas propostas:

� Política aduaneira de restrição às importações

� Política industrial de seleção dos sectores em que o

país se especializaria

� Políticas de controlo salarial

� Políticas de estímulo ao crescimento populacional

6

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 4: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

4

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

� Limitações das conceções mercantilistas:

� Acumulação de excedentes comerciais estimula o

crescimento dos preços

� Comércio pode ser vantajoso para todas as partes

7

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

� Pensamento Fisiocrático (Séc. XVIII) defendia que:

� A riqueza de um país dependia da produção agrícola,

da pesca e da extração mineira

� A agricultura tem interesse em produtos industriais

baratos

� A indústria não produz valor e apenas o transforma

8

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 5: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

5

2.1. Os percursores: a visão dos Mercantilistas e dos Fisiocratas

� Os Fisiocratas defendiam também:

� A liberdade do comércio interno

� A liberdade de importação e exportações

� O desenvolvimento da indústria

� O fim dos monopólios

� A limitação do papel do Estado na economia

9

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

10

Teorias do Comércio Internacional

2.2. Teoria Clássica do Comércio: Vantagem Comparativa com diferente tecnologia

2.2.1. Das vantagens absolutas (Séc. XVIII) às vanta gens comparativas (Séc. XIX)

Page 6: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

6

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

11

Teorias do Comércio Internacional

Ninguém é suficientemente rico para que possa passar sem um vizinho.

Provérbio dinamarquês

Adam Smith e o conceito de Vantagem Absoluta

� Primeiro economista que aplicou ao comércio internacional uma lógica distinta da mercantilista

� Demonstra que:

� A especialização gera ganhos de produtividade

� O protecionismo limita os ganhos do comércio internacional

"sistema simples e óbvio da liberdade natural"12

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 7: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

7

Adam Smith e o conceito de Vantagem Absoluta

� Defende que:

� A riqueza de um país está na sua capacidade produtiva, não na quantidade acumulada de metais preciosos

� Liberdade individual e o bem-estar coletivo

� Especialização e Troca (Divisão do trabalho)

� O comércio é um JOGO DE SOMA POSITIVA

� Cada país deve produzir os bens em que tenha vantagem absoluta

� Importar os bens em que os seus parceiros tenham vantagem absoluta

13

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Adam Smith e o conceito de Vantagem Absoluta

� Políticas propostas:

�Políticas de laissez faire (liberalismo económico), ou seja, a não intervenção do Estado (a não ser na correção de falhas de mercado), e a aplicação destes princípios às relações internacionais (comércio livre)

As políticas deveriam promover o livre funcionamento do mercado sem quaisquer restrições de forma a que fosse a sua “Mão Invisível” a corrigir os desequilíbrios

14

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 8: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

8

O conceito de Vantagem Absoluta

� Vantagem absoluta - capacidade de um país/produtor produzir um bem com menores custos que outropaís/produtor

15

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

O conceito de Vantagem Absoluta

� Modelo (pressupostos):

� Dois países (Inglaterra e Portugal)

� Dois bens (vinho e tecido) homogéneos e perfeitamente móveis

� 1 fator de produção (trabalho)

� Trabalho perfeitamente imóvel entre países e perfeitamente móvel entre sectores

� Oferta de trabalho fixa em cada país

� Rendimentos constantes à escala

� Produtividade diferente nos dois países

� Mercados de concorrência perfeita

16

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 9: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

9

O conceito de Vantagem Absoluta

� Os Têxteis são mais baratos em Inglaterra (1<2) e o vinho é maisbarato em Portugal (3<4)

� Inglaterra tem Vantagem Absoluta em produzir têxteis e Portugaltem Vantagem Absoluta em produzir vinho, ou seja, são maiseficientes na sua produção

17

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Custos Médios de Produção

Têxteis Vinho

Inglaterra 1 hora/metro 4 horas/barril

Portugal 2 horas/metro 3 horas/barril

Custos de Oportunidade e Preços em Autarcia

� Em Inglaterra troca-se:

1 barril de vinho ⇒ 4 metros de tecido

1 metro de tecido ⇒ 1/4 barril de vinho

� Em Portugal troca-se:

1 barril de vinho ⇒ 1,5 metros de tecido

1 metro de tecido ⇒ 2/3 barril de vinho

18

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 10: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

10

Termos de Troca

� Com o Comércio Internacional os produtores de têxteis Inglesespodem comprar mais vinho português com a mesma quantidadede tecido e os produtores de vinho portugueses podem comprarmais tecido inglês com a mesma quantidade de vinho. Assim osTermos de Troca (TT) devem estar dentro dos intervalos:

1,5 metros tecido < TT vinho < 4 metros tecido

1/4 barril vinho < TT tecido < 2/3 barril vinho

19

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Resposta às 3 Questões Iniciais:

� O que determina a especialização de um país, e justifica aexistência de Comércio Internacional?

As diferentes produtividades / custos de produção i nternos

� Como são determinados os preços no Comércio Internacional(Termos de Troca)?

Pelas diferenças nos custos de oportunidade

� Quais as consequências do Comércio Internacional para obem-estar dos agentes e para o desenvolvimento económico?

A possibilidade de comprar mais barato ao país estr angeiro e obter ganhos em termos de bem-estar (mais riqueza) e de

desenvolvimento (maior eficiência)

20

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 11: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

11

Importância e Limites do Modelo

� Comércio Externo é fonte de Crescimento Económico e de Bem-Estar (Jogo de Soma Positiva)

� A Reafectação de Recursos entre sectores provoca alterações naFronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e de na fronteirade Possibilidades de Consumo (FPC)

� Especialização, Eficiência e Livre Comércio

� Limites : E se um país for mais produtivo em todos os bens?

De acordo com esta teoria não existe vantagem na realização de trocas comerciais

21

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

David Ricardo e o conceito de vantagem comparativa

� Demonstra que:

� as conclusões de Adam Smith eram totalmente verdadeiras com perfeita mobilidade interna de todos os fatores, uma vez que as empresas podem deslocar-se para a zonas onde possam possuir maiores vantagens absolutas (com maiores taxas de retorno do capital e maiores produtividades do trabalho) - Clarifica o papel da Mobilidade fatorial (entre sectores e entre países)

22

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 12: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

12

David Ricardo e o conceito de vantagem comparativa

� Não demonstrou o mesmo a nível internacional porque os fatores ainda hoje não são perfeitamente móveis como preconizava Adam Smith

� Explicou que mesmo que um país seja mais eficiente que outro em todas as produções tem interesse em trocar com os outros, tal como um país menos eficiente em tudo

23

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

David Ricardo e o conceito de vantagem comparativa

� Modelo (pressupostos):

� Dois países (Inglaterra e Portugal)

� Dois bens (vinho e tecido)

� 1 fator de produção (trabalho) em pleno emprego

� Trabalho perfeitamente imóvel entre países e perfeitamente móvel entre sectores

� Oferta de trabalho fixa em cada país

� Rendimentos constantes à escala

� Produtividade diferente nos dois países

� Mercados de concorrência perfeita

24

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 13: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

13

David Ricardo e o conceito de vantagem comparativa

� O comércio internacional está dependente da lei da vantagemcomparativa e permite que os preços internos passem acoincidir com o preço internacional

� A lei da vantagem comparativa diz-nos que um país deve-seespecializar na produção e exportação dos bens que podeproduzir a custos relativamente mais baixos, e importar aquelesque produz a custos relativamente mais elevados.

� O Conceito de Vantagem Comparativa permite generalizar aaplicação do Modelo Clássico

25

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

A determinação da vantagem comparativa

� Para determinar a vantagem comparativa:

26

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 14: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

14

A demonstração do conceito de vantagem comparativa

Portugal é absolutamente mais eficiente na produção de ambos os bens (porque os produz com um custo unitário mais baixo) mas…

Aplicando a teoria do valor trabalho:�1 unidade de vinho na Inglaterra = 1,2 de uma unidade de tecido�1 unidade de vinho em Portugal = 0,88 de uma unidade de tecido�1 unidade de Tecido na Inglaterra = 0,83 de uma unidade de vinho�1 unidade de Tecido em Portugal = 1,125 de uma unidade de vinho

… é relativamente mais eficiente na produção de vinho e

relativamente menos eficiente a produzir têxteis27

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Horas de trabalho por unidade produzida

Tecido Vinho

Inglaterra 10 horas/metro 12 horas/litro

Portugal 9 horas/metro 8 horas/litro

A demonstração do conceito de vantagem comparativa

28

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Custos de Oportunidade internos entre indústrias

Tecido Vinho

Inglaterra 0.83 metros por litro 1.2 litros por metro

Portugal 1.125 metros por litro 0.89 litros por metro

Portugal Ing

vinho vinhoPortugal Ing

tecido tecido

Portugal Ing

tecido tecido

Portugal Ing

vinho vinho

L L 8 12< 0.89< =1.2

9 10L L

logo Portugal tem vantagem comparativa na produção de vinho

L L 9 10> =1.125> 0.83

8 12L L

logo Inglaterra tem vantagem comparativa na produção de tecido

Page 15: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

15

Quais os Termos de Troca?

� Os preços internacionais estarão no intervalo dos preços emautarcia dos dois países:

0,89 (P) < Pvinho < 1,2 (I)

0,83 (I) < Ptêxteis < 1,125 (P)

� O Preço final vai depender da Procura interna de cada país

� Repartição dos Ganhos do Comércio vai depender dadimensão económica dos países

29

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Ganhos do CI (Exemplo: 1V=1T)

� Poupança do fator Produtivo- Portugal poupa 1H por cada metro de Têxtil importado

- Inglaterra poupa 2H por cada barril de Vinho importado

� Aumento do Consumo- Portugal por cada barril Vinho exportado ganha

(1-0.89) = 0,11 metros de Têxtil

- Inglaterra por cada metro de Têxtil exportado ganha

(1-0.83) = 0,17 barris de Vinho

� Quem ganha mais com a Abertura comercial? Depende do preçointernacional

30

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 16: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

16

A demonstração do conceito de vantagem comparativa

Conclusões:

� Desde que preço internacional vinho esteja entre 1,2 e 0,88 unidades de tecido, Portugal deve produzir só vinho e Inglaterra só tecido

� O Modelo Ricardiano mostra como as diferenças tecnológicas podem gerar comércio

� Cada País especializa-se no produto em que tem menores Custos de Oportunidade, ou seja, onde possui Vantagem Comparativa

31

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

A demonstração do conceito de vantagem comparativa

Conclusões:

� Com comércio internacional os preços nas duas economia são iguais e deixam de estar estritamente ligados à quantidade de trabalho incorporado

� Todos ganham com o comércio internacional mesmo havendo concentração das vantagens absolutas num país

� Aspeto chave : as diferenças nos custos de oportunidade justificam as vantagens comparativas dos países em produzir um dos produtos, levando à especialização e à troca

32

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 17: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

17

Que tipo de Especialização?

� Especialização Completa na Produção e no comércio

� Configuração da FPP (Custos de Oportunidade constantes)

� Principais Críticas ao Modelo- Qual a razão para a existência de diferentes tecnologias?- Que Tipo de Custos?- Que Fatores Produtivos?- Pressupostos e Realidade

33

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Comércio e Concorrência Externa

� O comércio livre é benéfico apenas se o país é suficientementeforte para aguentar a concorrência estrangeira? (argumentoPVD´s)

Resposta: O Modelo Ricardiano sugere que a existência devantagem comparativa é suficiente para gerar ganhos nocomércio e a vantagem absoluta não é necessária

� Estar fechada pode originar custos significativos para aEconomia

34

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 18: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

18

Comércio e Concorrência Externa

O comércio internacional gera ganhos desde que…

� O preço internacional se estabeleça entre os preços relativos deautarcia

� Os ganhos para determinado país são tanto maiores quanto…

� Maior a distância entre o preço do mercado internacional e opreço de autarcia

O comércio proporciona aumentos dos níveis de consumo que setraduzem em ganhos de bem-estar

35

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

36

Teorias do Comércio Internacional

2.2. Teoria Clássica do Comércio: Vantagem Comparativa com diferente tecnologia

2.2.2. Análise empírica e extensões dos Modelos

- Introdução do valor monetário

- Consideração de múltiplos produtos

- Consideração dos custos de transporte

- Consideração de múltiplos países

- Consideração de múltiplos fatores

- Consideração de concorrência imperfeita

Page 19: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

19

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

2.2.2. Análise empírica e extensões dos Modelos

a) - Introdução do valor monetárioMostra que a evolução dos salários, e a taxa de câmbio, podem condicionar a evolução dos níveis de competitividade e a capacidade exportadora do país (salários baixos vs.desenvolvimento vs. competitividade e salários (reais) baixos vs.produtividade baixa)

Utilizando o exemplo anterior:

37

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Salário Vinho Têxteis

Hora Factor/uni Preço Factor/uni Preço

Portugal 2,99€ 8 hrs/bar 23,92€ 9 hrs/m 26,91€

Inglaterra £1,5 12 hrs/bar £18 10 hrs/m £15

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

Na mesma unidade monetária (£1=1,60410€ ):

Com nova taxa de salário na Inglaterra:

38

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Salário Vinho Têxteis

Hora Factor/uni Preço Factor/uni Preço

Portugal 2,99€ 8 hrs/bar 23,92€ 9 hrs/m 26,91€

Inglaterra £1,5*1,60410

=2,41€

12 hrs/bar £18*1,60410

=28,87€

10 hrs/m £15*1,60410

=24,06€

Salário Vinho Têxteis

Hora Factor/uni Preço Factor/uni Preço

Portugal 2,99€ 8 hrs/bar 23,92€ 9 hrs/m 26,91€

Inglaterra £2*1,60410

=3,21€

12 hrs/bar £24*1,60410

=38,50€

10 hrs/m £20*1,60410

=32,08€

Page 20: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

20

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

Limites à variação dos salários mantendo a capacidade exportador:

No exemplo anterior, com a taxa de salário inglesa e a taxa de câmbio constantes:

39

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

* * * * * *

* *

*

< ∧ >

< ∧ >

< <

< <Ing Ing

Port Port

Ing Port IngT V

T V

L LW *E* W W *E*

L L

Port Ing Port Ing

Port Port

Ing Ing

Port Port

Ing Ing

Port Ing Port IngV V T T

Ing IngV T

Port Port

V T

IngV T

Port

V T

L W L W E L W L W E

L LW E W E

W WL L

L LW E

WL L

2, 68€ 3, 62€

£1, 49 £1, 68

< << <

Port

Port

W

W

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

Salários e Concorrência

� A competição estrangeira é injusta quando é baseada emsalários baixos? (argumento PD´s)

� Aceitar a vantagem comparativa implica que o país apenas temque produzir de acordo com a sua VC, pois se os salários sãomenores é porque a Produtividade também é (o salário realdecorre da Produtividade)

40

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Page 21: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

21

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

Troca Desigual e Exploração

� No Comércio Internacional trocam-se produtos que incorporamquantidades de trabalho diferentes?

� Disparidades nos salários refletem diferenças de produtividade.Os ganhos do comércio continuam a existir porque o país comsalário mais baixo continua a ter VC em produzir um dos bens,embora possa não ter Vantagem Absoluta

� A convergência salarial entre países ocorrerá com aconvergência dos seus níveis de Produtividade

41

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

2.2.2. Análise empírica e extensões dos Modelos (con t.)

b) - Consideração de múltiplos produtos (+ genérico)

Mantém-se as conclusões do modelo a 2 sectores e sempre que os salários se alterarem podemos alterar a especialização produtiva ou anular o fluxos de comércio, enquanto no modelo a 2 sectores ou se mantém tudo inalterado ou deixa de existir comércio internacional

Exemplo:

42

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Taxa unid. de fact. Produtivo/unid. de produto

Salarial Vinho Têxteis Calçado Mat. Elect.

Portugal 2,99€ 8 9 2 10

Inglaterra £1,5 12 10 5 6

Page 22: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

22

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

Do cálculo da eficiência relativa resulta:

e sabendo a relação entre os salários das duas economias:

Podemos determinar o padrão de especialização…

43

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Eficiência Relativa: Vinho Têxteis Calçado Mat. Elect.

Portugal 0,66 0,9 0,4 1,66

Inglaterra 1,5 1,11 2,5 0,6

2/1( ) 1,5 1,60410 2,410,81

( ) 2,99 2,99

W I E

WP

∗ ∗= = =

2/1

( ) 2,99 2,991,24

( ) 1,5 1,60410 2,41

W P

W I E

= = = ∗ ∗

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

2.2.2. Análise empírica e extensões dos Modelos (con t.)

c) - Consideração dos custos de transporte

Mostra que estes custos podem inviabilizar o comércio internacional e justificam a correlação existente entre a sua diminuição e o crescimento dos fluxos de comércio

Se considerarmos que estes custos são pagos pelo importador e os medirmos em função do valor trabalho que têm associado, a nova condição de exportação de vinho para Portugal será

44

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

. .( ) * * *

. .( ) *

+ <

+ <

Port Ing

Port

Ing

Port IngV V

IngV

Port

V

L c t v W L W E

L c t v W E

WL

Page 23: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

23

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

2.2.2. Análise empírica e extensões dos Modelos (con t.)

d) - Consideração de múltiplos países

A análise será semelhante assim como as suas conclusões. A igualização dos preços de venda internos e a possibilidade de diferentes tecnologias em cada economia tornará mais assimétrica a distribuição dos ganhos de comércio

Com o exemplo anterior alargado:

?

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

Vinho

Têxteis

Termos troca

Vinho (aut.)

Termos troca

Têxtil (aut.)

Portugal 8 9 8/9=0,88 9/8=1,125

Itália 10 10 10/10=1 10/10=1

Inglaterra 12 10 12/10=1,2 10/12=0,83

45

Extensões à Teoria Clássica do Comércio

2.2.2. Análise empírica e extensões dos Modelos (con t.)

Outras extensões ao modelo corresponderam à criação de novas escolas do pensamento

e) - Consideração de múltiplos factoresf) - consideração de concorrência imperfeita

06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

46

Page 24: 2-Teorias do Comercio Internacional (2.1+2.2)

06-10-2014

24

Crítica à Abordagem Ricardiana

Os pressupostos são irrealistas?

� Um único fator – trabalho

� Diferenças tecnológicas são exógenas (o desenvolvimento nãotem efeitos)

� O trabalho é perfeitamente móvel entre indústrias mas imóvelentre países

� Rendimentos constantes à escala (custos de oportunidadeconstantes)

� Não há impedimentos à troca externa

� Os produtos são homogéneos

Teoria Neoclássica06-10-2014 Economia Internacional - Elsa Cristina Vaz

47