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Jornal do Edição 11 | Distribuição Gratuita | Tiragem: 150 | Agosto 2016 PEC 241: 20 anos de atraso para o SUS Prejuízo para a União: R$654,04 bilhões nos próximos vinte anos

20 anos de atraso para o SUS - cosemsmg.org.br · TRU/UFMG, EMBRAPA/ Sete La-goas e CEREST/Sete Lagoas e tem como referência o Programa Saúde do Trabalhador de Jequitibá. Para

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Jornal do

Edição 11 | Distribuição Gratuita | Tiragem: 150 | Agosto 2016

PEC 241: 20 anos de atraso para o SUS

Prejuízo para a União: R$654,04 bilhões nos próximos vinte anos

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AGENDA DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE

Expediente

Escritório Central- COSEMS/MG

PresidenteJosé Maurício Lima RezendeSMS Monte Santo de Minas

Vice-presidenteKátia BarbalhoSMS Governador Valadares

Coordenador Administrativo Contábil Douglas Moreira

Assessoria JurídicaAlberto CarrilhoCristiane TavaresMarcelo Azevedo

Assessoria TécnicaPaola Soares MottaMárcia Moreira MoraisMagali Brito AraújoEthiara Vieira

Assessora de ComunicaçãoCamila Freitas

InformáticaÁlvaro Santos

Logística e ComprasLudmila Fernandes de SouzaLidiane AraújoGustavo Siqueira

Financeiro e ConvêniosRosaine MachadoMônica Teixeira

RecepcionistaMarília do Socorro Santos Magalhães

Motorista e apoioGeodásio Oliveira Rocha

· Mensalmente ocorre a reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde. Acompanhe o calendário de reuniões.

· Até o final de Agosto deve ser enviado para a Câmara a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2017.

Proposta de Emenda Constitucional 241: O desmanche do SUS

Experiência Exitosa do COSEMS Regional Barbacena

Experiência Exitosa do COSEMS Regional Sete Lagoas

Experiência Exitosa do COSEMS Regional Ituiutaba

Experiência Exitosa do COSEMS Regional Ponte Nova

SUMÁRIO

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A situação já complicada da saú-de pública do país pode ficar ainda pior. O poder executivo apresentou ao Congresso Nacional a PEC (Pro-posta de Emenda Constitucional) 241 que tem por objetivo alterar a Constituição Federal para instituir um novo Regime Fiscal para os Po-deres da União e os órgãos federais com autonomia administrativa e fi-nanceira integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, com vigência por 20 anos.

O instrumento tem como objeti-vo limitar o aumento dos gastos pú-blicos na gestão Federal, com perdas consideráveis de recursos destinados às áreas sociais, especialmente aos gastos com ações e serviços públicos em saúde - ASPS, produzindo efei-tos desastrosos nas esferas de gestão municipal e estadual da saúde. A proposta estabelece que a partir de 2017 haja uma limitação anual das despesas da União em valores reais, ou seja, apenas poderá ser gasto o valor do ano anterior corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA). Isso quer dizer que a despesa da União no ano de 2036 seja a mesma, em termos re-ais, da executada em 2016.

O texto estabelece ainda puni-ções a quem descumprir o limite estabelecido e caso ocorra necessi-dade de novas despesas haverá uma redefinição das despesas de outras áreas para que a regra geral não seja violada. “Especificamente à saúde, a

PEC apresenta, de forma explícita, o desmanche do que, nos últimos 28 anos, foi duramente conquistado em termos de garantia de financiamento do Sistema Único de Saúde - SUS”, explica o Presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Ele rei-tera que tal medida poderá eximir o Poder Público de sua responsabili-dade e compromisso com a redução e combate às iniquidades.

As aplicações mínimas de recur-sos destinados a ASPS, atualmente regidos pela Emenda Constitucio-nal 86, estabelecem uma destinação crescente e escalonada de recursos calculada em percentuais de arreca-dação da Receita Corrente Líquida - RCL, que no exercício de 2016 é de 13,2%. Na verdade, a EC 86 substi-tui a regra que vigorava desde 2000 (EC 29) e trouxe uma devastadora diminuição de recursos para a pasta no ano de 2016, com perdas da or-dem de R$17 bilhões, se atualizados pelo IPCA. Como se não bastasse, a nova metodologia proposta pelo go-verno federal, sob a defesa de fixar um limite para os gastos públicos, irá agravar ainda mais o subfinan-ciamento da saúde e, mesmo que ocorra uma elevação da arrecadação tributária nos próximos anos, novos recursos financeiros não serão desti-nados necessariamente às áreas so-ciais.

Perdas irreparáveisDesde o ano 2000, há uma regra

Fique atento

Proposta de Emenda Constitucional 241: O desmanche do SUS

clara, estabelecida constitucional-mente, para que Estados e Municí-pios destinem percentuais de 12% e 15% de suas receitas para a saúde e atualmente, juntos, respondem por 58% do total de gasto público em saúde, aplicando percentuais bem acima do mínimo constitucional. O resultado do descomprometimento da União fica nítido na suplementa-ção dos recursos que recai a Municí-pios e Estados: no ano de 2015, estes entes aplicaram respectivamente R$ 25 bilhões e R$ 6,4 bilhões acima do mínimo constitucional.

“Congelar por 20 anos recursos financeiros federais destinados ao SUS que ano a ano cresce segun-do as necessidades da população é ignorar a regra constitucional que estabelece o direito à saúde”, ava-lia José Maurício de Lima Rezen-de, Presidente do COSEMS-MG. As medidas propostas uma vez implementadas, com retração de recursos financeiros no montante total de R$654,04 bilhões nos pró-ximos vinte anos irá agravar ainda mais a asfixia financeira que o SUS atravessa, uma vez que o aumento do desinvestimento, do desemprego e da própria queda da renda, força ainda mais as pessoas a buscarem o SUS.

O quadro abaixo apresenta es-timativas de perdas considerando a proposta da PEC 241 de alteração da metodologia de cálculo do mínimo obrigatório da União para ASPS.

Elaboração: Grupo Técnico Institucional de Discussão do Financiamento do SUSFonte: RCL de 2016 estimada com base na queda da receita líquida de 9,3% em relação ao total estimado na PLOA 2016 (R$ 759,4 bilhões), conforme Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias da SOF/MPOG - 3º Bimestre de 2016 (tabela 9, página 24).O Percentual utilizado para o calculo da RCL do valor mínimo para 2016 foi de 13,2%, conforme a EC 86.Receita Corrente Líquida (RCL) de 2017 a 2036 estimada com base no mesmo crescimento do PIB, mantendo a RCL como 11,02% do PIB entre 2017 e 2036.Estimativa do IPCA: 7,21% em 2016 e 5,29% em 2017, conforme Relatório Focus/BACEN de 22/07/2016 e 4,5% para o período 2018-2036 (utilizada também como proxy do deflator implícito do PIB)Estimativa de crescimento real anual do PIB de -3,27% em 2016 e 1,10% em 2017, conforme Relatório Focus/Bacen de 22/07/2016, e de 2,00% para o período 2018-2036 (média da taxa de crescimento real de PIB entre 2010 e 2015). PIB nominal de 2016: Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias - 3º Bimestre de 2016 PIB nominal a partir de 2017 estimado com base nas estimativas de crescimento real do PIB e do IPCA, utilizado como proxy do deflator implícito do PIB.

Experiência Exitosa do COSEMS Regional Barbacena

O município de Queluzito tem dedicado atenção especial à saúde bucal dos escolares com idades entre 4 e 14 anos por meio do programa Saúde Bucal na Escola. Idealizado em 2010, o programa teve início em fevereiro de 2011 em toda a rede de educação municipal. O trabalho tem como proposta realizar uma inter-venção efetiva com procedimentos preventivos coletivos e/ou individu-ais e curativos nesses alunos, visan-do promover o tratamento da doença cárie antes que as crianças tenham a experiência de dor.

Para a implementação das ações, a cidade conta com apoio e dedica-ção da prefeitura, das secretarias de Saúde e Educação, além dos pais e/ou responsáveis pelos alunos.

O programa é viabilizado por meio de um consultório odontoló-gico portátil utilizado para realizar procedimentos preventivos/cura-tivos no próprio ambiente escolar.

Para o sucesso da prevenção de cá-ries e doenças periodontais, a Saúde Bucal e a Atenção Primária atuam de forma integrada.

O Saúde Bucal na Escola tem como objetivos: elevar a qualidade de vida das crianças menores de 14 anos da comunidade escolar; reduzir a incidência de cárie dental e da do-ença periodontal; redução do CPOD e ceo; instruir e criar hábitos de hi-giene bucal; incentivar a realização do bochecho semanal com flúor; trabalhar durante o ano letivo a im-portância da saúde bucal para evitar futuras doenças; avaliar e encami-nhar as crianças para o atendimen-to preventivo/curativo realizado no ambiente escolar por meio do con-sultório odontológico portátil.

O programa prevê, inicialmente, um rápido levantamento de neces-sidades de todos os alunos da insti-tuição de ensino, por meio de exame realizado pelo cirurgião dentista, no

próprio ambiente escolar, mediante autorização prévia dos pais e/ou res-ponsáveis pelos alunos.

A priorização de atividades pre-ventivas coletivas e individuais tem se mostrado uma alternativa eficaz no município evitando a instalação e o avanço da doença cárie. Entre es-sas ações, estão incluídas: a escova-ção dental supervisionada, o forneci-mento de escovas e de creme dental fluoretado, a aplicação tópica de flúor gel trimestral, juntamente com aplicação e uso adequado de um se-lante resinoso defóssulas e fissuras.

Segundo recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), para realização de levantamentos epidemiológicos de Saúde Bucal, utiliza-se o índice CPOD (Índice de Ataque de Cárie). Esse instrumento de medida compara a experiência de cárie dentária em populações, sendo seu valor expresso como a média de dentes cariados, perdidos e obturados em um grupo de indi-víduos.

Os valores apurados em Queluzi-to evidenciam o declínio acentuado do indicador CPOD no município a partir da implantação do programa. Com a melhora geral da qualidade de saúde bucal da população, outras ações foram desenvolvidas para tra-zer benefícios ainda maiores para os munícipes. Entre elas, destacam-se: ações voltadas para prevenção e de-tecção do câncer de boca e o aten-dimento as gestantes que realizam pré-natal pelo SUS com acompa-nhamento odontológico durante a gravidez, onde são tratados os pro-blemas de saúde bucal eventualmen-te presentes.

Programa de Saúde Bucal de Queluzito reduz índice de CPOD no município

Texto e foto: Queluzito

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Texto e fotos: Jequtibá

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Experiência Exitosa do COSEMS Regional Sete Lagoas

Após traçar o perfil produtivo do município, cuja maioria é de traba-lhador rural, a prefeitura de Jequiti-bá implantou, em 2014, o programa Plantando Saúde.

A iniciativa é realizada em parce-ria com a EMATER/Jequitibá, GES-TRU/UFMG, EMBRAPA/ Sete La-goas e CEREST/Sete Lagoas e tem como referência o Programa Saúde do Trabalhador de Jequitibá.

Para o êxito do programa, os fun-cionários da Secretaria Municipal de Saúde do município foram orienta-dos por profissionais da Universida-de Federal do Estado de Minas Ge-rais (UFMG) sobre a metodologia a ser adotada.

O Plantando Saúde tem como objetivo, implementar, juntamente com os agricultores e trabalhadores rurais, tecnologias de produção que minimizem o uso de agrotóxicos, ca-pazes de garantir níveis de produção agropecuária similares aos alcança-dos com o atual modelo tecnológico dominante.

O programa visa também sensi-bilizar agricultores e profissionais da área de Ciências Agrárias para a apropriação de técnicas agroecoló-

gicas no processo de produção agro-pecuária que promovam a segurança alimentar e a sustentabilidade dos sistemas produtivos.

Além de promover a segurança alimentar e também assegurar a sus-tentabilidade dos agroecossistemas no médio e longo prazos e diminuir a exposição do trabalhador rural aos agrotóxicos, contribuindo para a me-lhoria da sua saúde do trabalhador, da qualidade ambiental e dos produ-tos ofertados ao consumidor.

As atividades contempladas pelo programa são desenvolvidas na área rural do município. A seleção dessas regiões é feita por técnicos da EMA-TER. Eles utilizam como critérios: a cultura predominante na localidade, o consumo de agrotóxicos, a pre-valência de agricultores familiares, período de exposição de agrotóxicos pelos trabalhadores e também pela sensibilização dos membros da co-munidade em participarem do pro-grama.

Com o desenvolvimento do Plan-tando Saúde, o município espera proporcionar ao agricultor e ao tra-balhador rural mais segurança quan-to ao uso de agrotóxicos. Com a uti-

“Plantando Saúde” em Jequitibá

lização de ferramentas da pesquisa e da extensão rural, é possível ainda, trocar experiências e demonstrar a possibilidade de trabalhar com mo-delos de agricultura de base ecoló-gica. Tudo isso, sem comprometer a produtividade e, ao mesmo tem-po, proporcionando mais saúde os agricultores e mais qualidade para os produtos ofertados aos consumi-dores.

O resultado alcançado tem sido a conscientização dos agricultores que aderiram às práticas agroecoló-gicas e deixaram de usar totalmen-te, o agrotóxico em suas plantações. Agricultores que apresentavam sin-tomas de intoxicação foram aten-didos no município e encaminha-dos ao CEREST/Sete Lagoas para acompanhamento específico.

Com isso, houve uma melhora significativa da qualidade de vida desses agricultores e ganho na qua-lidade do produto final. Com isso, os consumidores passaram a aderir ao consumo consciente de alimentos livres de agrotóxicos e a dar prefe-rência a esses produtos. Logo, os demais produtores têm sido estimu-lados à adoção dessas práticas.

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Experiência Exitosa do COSEMS Regional Ituiutaba

Com uma população estimada em 16.122 mil habitantes, o mu-nicípio de Capinópolis registrou em 2015, 670 casos de dengue. No início deste ano, as notificações já chegavam a 136. Diante dessa si-tuação, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com outros de-partamentos da prefeitura, desen-volveu e implantou o programa de Combate à Dengue: Saúde Pública de Qualidade.

O programa teve como ob-jetivo, executar medidas para o controle e o combate ao aedes ae-gypti, reduzindo o número de no-tificações e casos de dengue. En-tre as medidas adotadas, estavam incluídas a higienização de vias e bueiros e ações de orientação so-bre a doença em escolas da rede municipal.

Agentes de Controle de Ende-mias e Agentes Comunitários de Saúde visitaram o comércio local

e residências para ajudar na elimi-nação dos focos. Foram realizadas, ainda, capina e roçagem de terrenos baldios públicos e privados, coleta de lixos acumulados em quintais, retirada de veículos sucateados nas vias urbanas e aplicação do Códi-go de Posturas do município.

A ação, realizada entre os dias 24 de fevereiro e 15 de abril, foi viabilizada por meio de um regi-me de mutirão, começando pelos bairros mais críticos, isto é, aque-les que tiveram o maior número de notificações.

Foi feita, também, uma divulga-ção local, com propaganda volante informando e pedindo a participa-ção e colaboração da população em todos as regiões.

Ao todo, foram retirados 81 caminhões de lixo e entulhos que acumulavam água na cidade e po-deriam ser possíveis criadouros do mosquito. A ação resultou na dimi-

Capinópolis realiza programa de Combate à Dengue

nuição gradativa do número de no-tificações de dengue em relação a mesmo período dos anos anteriores e a conscientização da população.

De acordo com a coordenado-ra de Vigilância em Saúde, Maria Nazaré Costa, as parcerias desen-volvidas entre os departamentos da prefeitura e setores diversos foi um dos pontos positivos do programa. “A mudança de postura dos mes-mos em relação ao tema foi funda-mental, pois, somente dessa forma, as ações se tornaram possíveis de execução”, afirma.

Para a servidora da SMS-Capi-nópolis, Mirlei Pereira Nunes: “O resultado do projeto refletiu em toda a sociedade. Nossa intenção é dar continuidade, pois acreditamos que as pessoas podem e devem mudar suas posturas e cultura em prol de melhorias na saúde e quali-dade de vida”, afirma.

Texto: Capinópolis

Texto: Rio Casca

Experiência Exitosa do COSEMS Regional Ponte Nova

Em Rio Casca (MG), a dificul-dade de acesso e a baixa oferta de consultas oftalmológicas que man-têm a saúde ocular e possibilitam o diagnóstico precoce e o controle de diversas patologias, levaram o município a implantar a atividade itinerante denominada MEDSES-COFTALMOLOGIA.

A ação é desenvolvida pela pre-

feitura, em parceria com o SESC, e tem como objetivo auxiliar na identificação de patologias relacio-nadas à saúde da visão para a pre-venção de doenças oculares. Ela contribui, ainda, para a promoção da saúde ocular por meio da reali-zação de consultas especializadas, gratuitas, e para a formação local de multiplicadores em saúde.

Rio Casca atua na promoção da saúde ocular da população

O público-alvo do programa são os comerciários, seus depen-dentes, a população em geral, principalmente, os cidadãos em situação de vulnerabilidade social e/ou pertencentes a comunidades carentes. Entre os dias 4 de julho e 12 de agosto, cerca de 480 pes-soas já foram atendidas pelo pro-grama.