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20 - AviSite · 2012-06-11 · 20 24 07 46 Coordenador Editorial José Carlos Godoy [email protected] MTB - 9782 Comercial Paulo Godoy [email protected] Redação Érica

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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo [email protected]

Redação Érica BarrosAlexandre [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Bravos Comunicaçã[email protected]

Circulação e Assinatura (19) 3241 9292 [email protected]

EXPEDIENTE EDITORIAL

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

ISSN 1983-0017Produção Animal - Avicultura

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Boas novas para o setor de postura. Momento de refl exão para toda a avicultura

A Ovos Brasil, entidade criada com o exclu-sivo objetivo de valorizar e alavancar o consu-mo de ovos no País, já sabe o que pensa o consumidor (além de médicos e nutricionistas - grandes, senão principais, formadores de opinião) a respeito do produto, como mostra matéria entre as páginas 20 e 23. Agora é par-tir para a ação.

Ainda sobre o consumo do ovo, a seção Postura em Foco ressalta que, além da desmis-tifi cação da relação do alimento com o coles-terol, novas pesquisas continuam a demons-trar que o ovo é importante aliado no controle do peso corporal. Ainda assim há quem insista em mitifi car a questão. Por exemplo, distor-cendo recomendações da Associação Ameri-cana de Cardiologia, que só limita o consumo do ovo (três ou quatro unidades por semana) para pacientes cardíacos. Ou seja: não há nada contra consumir sete ovos por semana, trinta por mês, 365 por ano.

Outra matéria desta edição dá partida a uma abordagem mais ampla de questão que

tem levantado grandes discussões no “Fórum AviSite” (www.avisite.com.br/forum): o uso de areia como alternati-va aos materiais convencionais da cama de frangos. E por falar em frangos, a edição tam-bém registra a chegada ao Brasil – há tempos prevista, mas inúmeras vezes postergada – de uma das líderes mundiais da produção de fran-gos, a Tyson Foods.

O que não poderia faltar, porém, é a pro-posta (página 36) por um instante de refl exão de todo o setor avícola em relação não só ao momento econômico mundial, mas também à própria conjuntura avícola que – caso específi -co da avicultura de corte – tem praticamente os mesmos contornos registrados no segundo semestre de 2005, numa fase “pré-crise” que, com certeza, ninguém ainda esqueceu. E isto, especialmente, deve ser motivo de cautela

José Carlos GodoyCoordenador Editorial

[email protected]

Ponto Final

Ciência Avícola

Aprimorando a qualidade na produção

de frangos

Cama de areia é alternativa para

avicultura

Ovos Brasil: O que pensa o consumidor

brasileiro sobre o ovo

Tyson Foods e a avicultura brasileira

Estudo avalia efeito da fumigação com formaldeído para desinfecção no incubatório.....28

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ............................ 04 Noticias Curtas 07

Postura em Foco ..............16 Associações ...... 34

Ciência Avícola ............... 28 AviGuia ............ 32

ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 36

Alojamento de matrizes de corte ..........................................37

Produção de pintos de corte ................................................ 38

Produção de carne de frango ............................................... 39

Exportação de carne de frango............................................ 40

Disponibilidade interna de carne de frango ........................41

Alojamento de matrizes de postura .................................... 42

Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43

Desempenho do frango vivo no mês de setembro ............ 44

Desempenho do ovo no mês de setembro .......................... 45

Sumário

Cama dCalternaa

a

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

Novembro

3 e 4 de novembroI Simpósio Sul-Mato-Grossense de Avicultura e SuinoculturaLocal: Teatro Municipal de Dourados, MSRealização: PET/ZOO – Universidade Federal da Gran-de Dourados (UFGD)Contato: 67-3411-3838Informações: www.ufgd.edu.br

11 a 14 de novembroEuroTierLocal: Hanover, AlemanhaRealização: Sociedade Alemã de AgriculturaE-mail: [email protected]ções: www.eurotier.de

18 a 21 de novembro de 2008 III Congresso CLANA Local: Hotel Hilton, Cancún, MéxicoRealização: Associação Mexicana de Especialistas em Nutrição Animal (AMENA) e CBNAContato: 19 - 3232-7518Informações: www.amena.org.mxE-mail: [email protected]

19 a 21 de novembro AVISULAT - I Congresso Sul Brasileiro de Avicul-tura, Suinocultura e LaticíniosLocal: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização: Associação Gaúcha de Avicultura (AS-GAV), Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produ-tos Derivados do Estado (SINDI-LAT) e Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (SIPS) Contato: 51-3228-8844Informações: www.avisulat.com.br

Outubro

17 de outubro de 2008 a 30 de junho de 2010 Curso de MBA em AviculturaLocal: Cascavel, PRRealização: Instituto DidatusContato: 41- 3018- 8246Informações: www.didatus.com.brE-mail: [email protected]

18 de outubroIV Encontro da Avicultura e Suinocultura CapixabaLocal: Marechal Floriano, ESRealização: Associação de Avicultura do Espírito Santo (AVES)Contato: 27-3288-1182Informações: www.associacoes.org.brE-mail: [email protected]

19 a 23 de outubroSial 2008 - Salão Internacional da AlimentaçãoLocal: ParisInformações: www.sial.frE-mail: [email protected]

20 a 22 de outubro II Conferência sobre Bem-Estar AnimalLocal: Cairo, EgitoRealização: OIEE-mail: [email protected]

22 a 24 de outubro Simpósio CBNA de Manejo e Nutrição de Aves e Suínos Local: Auditório do IAC, Campinas, SPRealização: Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA)Contato: 19 - 3232-7518Informações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

Março

11 a 13 de marçoSIGERA - I Simpósio Internacional sobre Gerencia-mento de Resíduos de AnimaisLocal: Hotel Jurerê Beach Village, FlorianópolisRealização: Embrapa Suínos e AvesE-mail: [email protected]ções: www.cnpsa.embrapa.br/sigera/

Maio

26 a 28 de maio 21º Congresso Brasileiro de Avicultura e Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia AvícolasLocal: Pavilhão de Exposições do Centro de Eventos FIERGS, Porto AlegreRealização: UBA, ABEF e FACTAE-mail: avicultura@fi ergs.org.br / [email protected] Informações: www.uba.org.br/congresso21.html /www.facta.org.br

2009

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Eventos

6 Produção Animal | Avicultura

A programação do AVISULAT conta com painéis e palestras de especialistas do Brasil e convidados do exterior dividi-dos em quatro auditórios, um principal e três setoriais,

além de três salas com apresentações e reuniões.

O evento acontece entre os dias 19 e 21 de novembro no Cen-tro de Exposições Fundaparque, em Bento Gonçalves, RS, e reúne os setores avícolas, suinícolas e de laticínios.

Os artigos científi cos premiados nas três áreas (avicultura, sui-nocultura e laticínios) receberão um prêmio de R$1.000,00 por categoria. O trabalho ganhador do setor avícola será divulgado na edição de dezembro da Produção Animal-Avicultura, assim como a cobertura do evento.

Além das apresentações que envolvem assuntos técnicos e científi cos, o evento receberá uma feira de equipamentos, tecno-logias e serviços. Em parceria com os patrocinadores do AVISULAT e com o intuito de fomentar negócios e aquisição de equipamen-tos, os bancos Sicredi, Banco do Brasil e Banrisul oferecerão linha de crédito e fi nanciamento aos participantes.

O AVISULAT é também um encontro para debater as estraté-gias para 2009, resultando na apresentação de um perfi l atualiza-do destes segmentos. De forma direta ou indireta, 1,9 milhão de pessoas dependem dessas atividades, o que representa, por exem-plo, mais do que a população de Porto Alegre.

Segurança e medicina do trabalho Este é um dos temas em debate no Congresso na Sala Avisulat

01, no dia 20 de novembro. Entre os assuntos a serem abordados estão cases de ergonomia e boas práticas, fator acidentário previ-denciário e programas para eliminar e neutralizar a insalubridade.

O consultor Carlos Pozzobon será o responsável pela palestra motivacional de encerramento do AVISULAT. A idéia é fazer com que produtores, técnicos de várias áreas das agroindústrias, em-presários, médicos veterinários e o público em geral saiam do evento ainda mais estimulados a buscar por melhores resultados.

Mais informações: www.avisulat.com.br

Dentro de pouco mais de um mês acontece o I AVISULAT

Trabalhos premiados no evento serão publi-cados na revista Produção Animal-Avicultura

Centro de Exposições Fundaparque

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Produção Animal | Avicultura 7

Após várias tentativas, Tyson Foods instala sua subsidiária brasileira A Tyson Foods anunciou no dia 18 de

setembro a tão aguardada chegada à avicultura brasileira. De uma só vez a gi-gante norte-americana dos alimentos concretizou a aquisição de duas empresas e 70% de uma terceira.

A Tyson se torna a única empresa avícola do mundo presente nos três maio-res produtores e consumidores mundiais de carne de frango, já que EUA, China (onde a empresa já tem três joint-ventures)

e Brasil juntos respondem por mais da metade da produção e do consumo do produto.

Em entrevista coletiva convocada pela empresa, Richard Greubel, presidente da área internacional da Tyson, deixou claro que o maior interesse é transformar o Brasil em grande base exportadora. Afi nal, com a aquisição das três empresas brasileiras, a Tyson passa a acessar os mercados da União Européia, que permanecem fecha-dos para os exportadores de frango norte americanos. Aí entra a Macedo Agroindus-trial, uma das empresas que agora inte-gram o portfólio da Tyson, e tem grande tradição no velho continente. Jóster Mace-do, presidente do grupo e expoente da segunda geração da indústria de frangos Macedo, passa a responder pela presidên-cia da subsidiária brasileira.

As outras duas empresas adquiridas são unidades novas e modernas, já planeja-das para ampliações: a Avita, de Itaiópolis, SC e a Frangobras, de Campo Mourão, PR. A primeira entrou em funcionamento há pouco mais de seis meses e a segunda iniciou suas operações de abate na segun-da quinzena de setembro. No caso da Frangobras, a Tyson assume uma joint-ven-ture na qual detém 70% do capital e em

um futuro não muito distante a empresa deve assumir a totalidade da Frangobras.

Os quatro executivos envolvidos na negociação Edésio Brandalise, presidente da Avita, Jóster Macedo, presidente da Macedo, Edmar Arruda, presidente da Frangobras e Richard Greubel, não falam em valores exatos, mas Greubel calcula que entre o investimento inicial das empresas, o capital a ser investido nos próximos 18 meses e a aquisição das três empresas estejam envolvidos cerca de 200 milhões de dólares.

A Tyson também ressalta a meta de estar entre as primeiras empresas do setor no abate de frangos. Nesse sentido, a Macedo (que hoje abate pouco mais de 60 mil cabeças/dia) deve, de imediato, receber novos investimentos e chegar, mediante a operação em turnos, a 176 mil cabeças/dia. A Avita abate hoje 38 mil aves/dia, mas tem potencial para abater 320 mil cabeças/dia, mesmo volume a que pode chegar a Fran-gobras, ora com capacidade para 160 mil cabeças/dia. Serão, só aí, mais de 800 mil cabeças diárias, volume que, pelo ranking UBA de 2007, colocaria a Tyson entre as cinco maiores empresas do setor.

Durante a coletiva, quando questiona-do sobre a crise mundial nos preços das

commodities, Greubel aproveitou para fazer uma crítica à política dos Estados Unidos de produzir biocombustível a partir do milho. Para ele, outras fontes alternati-vas deveriam ser utilizadas na produção de etanol. De acordo com o executivo, a Tyson Foods teve um gasto adicional de US$550 milhões apenas entre os anos de 2007 e 2008 com a alta no preço das matérias-primas.

O executivo afi rma que o crescimento da empresa deve estar focado em quatro países: Brasil, México, China e Índia. Todos com pelo menos um ponto em comum: o crescimento da demanda local por carne.

A marca Tyson Foods não deve estar presente no Brasil no curto prazo. O objeti-vo é trabalhar as três marcas adquiridas, tanto no exterior quanto no mercado interno.

Mas, enfi m, ao lado de companhias como uma Shandong Tyson Xinchang Foods (China) ou de uma Godrej Tyson Foods (Índia), o mercado avícola internacio-nal agora conta com uma empresa que, tão logo encerradas as negociações em andamento, deve se chamar Tyson Foods do Brasil. Mesmo ainda sem nome defi niti-vo, a subsidiária brasileira já possui um site: http://www.tyson.com.br/.

Coletiva da empresa realizada em São Paulo

Gigante americana se torna única empresa avíco-la do mundo presente nos três maiores produtores e consumidores de frango

Notícias

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8 Produção Animal | Avicultura

Notícias

A matriz e as empresas adquiridas: um negócio de 200 milhões de dólares

AvitaO Frigorífi co Avita está localizado

em Itaiópolis, na divisa com o Paraná, em uma região que se destaca pela produção de milho e soja e pelo potencial hídrico de ótima qualidade e abundância.

A construção, que teve início em 2006, ocupa uma área de quase 10 mil metros quadrados e exigiu o investi-mento de R$32 milhões, dos quais 51% partiram dos nove fundadores da Avita e 49% do Banco Regional de Desenvol-vimento do Extremo Sul (BRDE). Entre os sócios estão ex-diretores da Perdigão e diretores da Multicarne, de São Paulo.

O escoamento dos produtos para o mercado externo pode ocorrer através dos portos de Paranaguá, PR, Itajaí e Itapoá, ambos de Santa Catarina.

FrangobrasA empresa, localizada em Campo

Mourão, região também grande produ-tora de grãos, contou com investimento de R$65 milhões, em parte fi nanciados pelo BNDES.

Seu projeto foi iniciado em 2004 por cinco sócios. A Globoaves, de Cascavel, possuía 25% e o restante estava dividido entre investidores e políticos de Maringá. O presidente da empresa, Edmar Arruda, é ex-vereador e chegou a ser candidato à prefeitura de Maringá em 2004. O complexo tem 30 mil metros quadrados de área construída. O terreno de 50 alqueires e a terraplanagem foram doa-dos pela prefeitura da cidade. Quando estiver operando em sua capacidade máxima gerará cerca de 1.700 empregos diretos e 8 mil indiretos.

Macedo A Macedo foi fundada em 1973

em São José, SC e tem cerca de 1200 colaboradores. A empresa conta com uma forte marca regional e exporta 55% da produção para mais de 20 países como África do Sul, Hong Kong, Reino Unido, Espanha, Japão, Iêmen e Bélgica.

Possui infra-estrutura composta por duas unidades de nutrição animal, uma granja de matrizes, um incubatório, um frigorífi co e quatro centrais de distribui-ção. Em 2007, a empresa declarou ter faturado R$120 milhões.

A Macedo possui um parque indus-trial cercado por 13 hectares de Mata Atlântica nativa. Na indústria, há uma unidade exclusiva para tratar os resíduos industriais do processamento do frango.

Tyson FoodsA companhia está presente em 80 países e conta com aproximadamente 104 mil colaboradores atuando em mais de 300 unidades

norte-americanas e escritórios ao redor do mundo. No ano fi scal de 2007, a companhia faturou US$ 26,9 bilhões. A carne de frango ocupa a segunda posição de vendas da companhia (representa 31% dos negócios). O segmento de frangos da Tyson envolve 6.772 produtores integrados, 87 granjas próprias, 51 unidades de processamento e 39,3 milhões de cabeças abatidas semanalmente.

A t i d i id

Jóster Macedo: A Macedo tem orgulho de fazer parte

da Tyson Foods no Brasil

ó i d 200 ilhõ d dól

Richard Greubel: Brasil é um mercado prioritário

para a Tyson

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Produção Animal | Avicultura 9

Avaliação das UFs pelo MAPA

Intensifi cando neste momen-to o trabalho de auditoria da

estrutura de defesa sanitária avícola das unidades federati-vas que aderiram ao Plano Nacional de Prevenção da Infl uenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Minis-

tério da Agricultura revela que uma das “não-conformida-des” observadas na auditoria de 2007 está diretamente relacionada ao setor privado: é o pequeno ou nenhum relacio-namento dos médicos veteri-nários habilitados para atuar nas empresas com as Unidades

Veterinárias Locais (UVLs).Não foi dito, mas tudo leva

a crer que esse isolamento acaba gerando pelo menos três outras “não conformida-des” nos serviços ofi ciais, como o baixo envolvimento das UVLs com a avicultura e, quase por decorrência, baixa notifi cação de suspeitas de

enfermidades avícolas. Mas o efeito conseqüente maior parece ser a ausên-cia de vigilância ativa da produção comercial por parte dos veterinários ofi ciais que integram as UVLs.

Nem todas as “não-conformidades” do gêne-ro apresentam essa corre-

lação direta. De toda forma, o setor privado precisa estar alerta quanto à necessidade de estreitar relações com as UVLs, pois, em se tratando da regio-nalização sanitária da avicultu-ra, todos precisam estar cons-cientes e voltados para o mesmo objetivo.

SDA afi rma que classifi cação também depende do setor privado

Setor privado deve me-lhorar relacionamento entre médicos veterinári-os que atuam nas em-presas com as Unidades Veterinárias Locais

enMa

Setor privado deve me

conro

“Não conformidades” relatadas pela SDA/MAPA

• Ausência de vigilância ativa na produção comercial por parte dos veterinários das UVLs;

• Pouca relação dos veterinários privados habilitados com as ULVs;

• Baixa notifi cação de suspeitas de enfermidades, aliada à baixa verifi cação por parte das ULVs;

• Ausência de análise dos dados epidemiológicos;

• Pouco recurso estadual para a sanidade avícola e/ou escassos recursos para as atividades relacionadas ao PNSA nas ULVs;

• Grupo de emergência sanitária (GEASE) não treinado em doenças das aves;

• Veterinários do órgão executor sem treinamento para o atendimento de casos suspeitos de IA ou Newcastle;

• Profi ssionais responsáveis pela emissão de GTAS ou atuantes nas barreiras interestaduais sem treinamento sobre o trânsito de aves;

• Ausência de planejamento das barreiras sanitárias móveis;

• Ausência de registros de visita às granjas;

• Ausência de registros de controle de origem e destino das aves de estabelecimentos de comércio de aves vivas;

• Ausência de programa de educação sanitária.

Sistema de cotas é questionadoExportação

Regionalização

UE pede suspensão de novo modelo de administração de cotas pelo Brasil

A União Européia pediu ao governo brasileiro a suspensão da entrada em

vigor do novo modelo de distribuição de cotas de exportação de frango para o mercado europeu, marcada para o dia 1º de outubro. Já a ABEF conclamou o gover-no brasileiro a não atender a demanda da União Européia e manter para 1º de outu-bro a entrada em vigor do novo modelo de distribuição de cotas para exportação de

frango para a União Européia.Os europeus pedem a suspensão pelo

período em que houver consultas com o Brasil sobre o novo modelo, que na prática deverá garantir aos exportadores brasileiros uma renda maior.

Christian Lohbauer, Diretor-Executivo da ABEF, diz que a grande maioria dos expor-tadores brasileiros apóia a portaria da Câ-mara de Comércio Exterior (Camex) que

visa acabar com a possibilidade de os im-portadores europeus usarem as licenças de importação para baixar o preço e embolsar mais ao custo de empresas brasileiras.

Lohbauer afi rma que o modelo brasilei-ro é transparente e justo. “A administração da cota continua com os europeus, o mo-delo da portaria é sobre a distribuição dos certifi cados de origem especial para expor-tação”, completa.

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Embarques de frango para a Rússia podem crescer

Exportação

Com incidente político na Geórgia, russos ameaçam reduzir importação dos EUA

A ABEF em parceria com a Associa-ção Brasileira dos Produtores e

Exportadores de Suínos (ABIPECS) encaminhou correspondência ao go-verno do Brasil solicitando que seja avaliado o momento político para uma renegociação dos acordos de vendas de carnes de aves e suína para a Rússia.

A ABEF estuda junto com o gover-no brasileiro uma parceria para con-quistar o mercado russo, após o País ter declarado abertamente estar re-vendo seu comércio com a União Européia e os Estados Unidos, em virtude do incidente político na fron-teira da Geórgia.

Analisando os principais importado-res de frango do Brasil e EUA no pri-meiro semestre de 2008, constata-se que apenas um País está nas duas lis-tas: a Rússia, que lidera as embarques dos EUA e está em sétimo lugar entre os maiores compradores do produto brasileiro. Em função disso, responde por cerca de 30% das exportações

norte-americanas e por pouco menos de 5% das exportações brasileiras.

A ABEF avalia que a maior participa-ção no mercado russo não é um traba-

lho de curto prazo. No entanto, existe a possibilidade, nos próximos meses, de sobrar um volume de cotas de exporta-ção para o Brasil.

CARNE DE FRANGOPrincipais importadores do Brasil e dos EUA no 1º semestre de 2008

MIL TONELADAS

BRASIL EUAPAÍS

IMPORTADORVOLU-

MEPARTICIPA-

ÇÃOPAÍS

IMPORTADORVOLU-

MEPARTICIPA-

ÇÃO

Hong Kong 206,9 11,23% Rússia 436,2 29,20%

Japão 191,8 10,41% China 183,2 12,27%

Arábia Saudita 174,1 9,45% México 134,0 8,97%

Venezuela 144,3 7,83% Cuba 77,8 5,21%

Holanda 132,0 7,17% Ucrânia 57,3 3,83%

Emir. Árabes 116,2 6,31% Canadá 55,4 3,71%

Rússia 86,6 4,70% Vietnã 40,5 2,71%

Subtotal (7) 1.051,9 57,10% Subtotal (7) 983,4 65,90%

Demais (133) 790,4 42,91% Demais (135) 509,5 34,10%

Total 1.842,3 100,00% Total 1.493,9 100,00%Fonte: USDA e ABEF

UFPR

Universidade realiza seleção ainda neste ano

J á está disponível o edital de seleção para o novo Programa de Pós-Gradua-

ção, em nível de mestrado e doutorado, em Ciências Veterinárias, da Universida-de Federal do Paraná (UFPR). O período de inscrições deve terminar em outubro, e a seleção deve acontecer em novembro.

A professora Rosângela Dittrich, Coordenadora do Programa de Pós-Gra-duação, informa que serão ofertadas 50 vagas para mestrado e seis para doutora-do com previsão de início para março de 2009. No total, onze professores irão atuar no curso de doutorado e 29 para mestrado.

LINHAS DE PESQUISA•Mestrado e Doutorado

•Clínica, cirurgia e patologia veterinária

•Nutrição e alimentação animal

•Sistemas de produção animal e meio ambiente

•Sanidade animal e medicina veterinária preventiva (apenas para mestrado)

•Reprodução e melhoramento genético animal (apenas para mestrado)

Pós-Graduação em Ciências Veterinárias

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Produção Animal | Avicultura 11

EUA chegam aos 3 milhões/t

Novas normas para abate animal

Evolução

União Européia

Brasil continua na liderança das exportações

Medidas exigem que países exportadores adotem padrões idênticos

E m julho passado as exportações de carne de frango dos EUA acumuladas

em um período de 12 meses (agosto de 2007 a julho de 2008) alcançaram pela primeira vez a marca dos três milhões de toneladas, aumentando 22% em relação aos 12 meses encerrados em julho de 2007.

O Brasil passou por essa marca com pouco mais de um ano de antecedên-cia, em junho do ano passado. Em julho último encontrava-se 21% à frente dos EUA, com embarques que em 12 meses somaram 3,640 milhões de toneladas.

A Comissão Européia (CE), braço executi-vo da União Européia, acaba de colocar

em discussão, sob a forma de consulta públi-ca, proposta de novo regulamento visando à melhoria das condições dos animais no instante do abate, especifi camente. O princi-pal objetivo da nova norma, conforme a própria CE, é assegurar aos animais um “abate humanitário”.

Para simplifi car a legislação vigente e adequar-se às modernas normas de higiene alimentar, a proposta abrange questões relacionadas ao bem-estar animal e sugere a monitoria contínua dos índices de efi ciência dos sistemas de atordoamento dos abate-douros – justamente os que asseguram ao animal um sacrifício supostamente indolor.

Aberta às discussões públicas, a proposta da CE começa a ser analisada por cada um dos 27 países membros, devendo ser discuti-da conjuntamente pelos Ministros da Agri-cultura do bloco no fi nal deste ano. Se apro-

vada, levará pelo menos três anos para ser implantada, mesmo porque até hoje a União Européia não conseguiu uniformizar os processos de abate animal no bloco.

O longo tempo necessário à implantação das novas normas, entretanto, não deve impedir que os fornecedores da União Euro-péia – caso, em especial, do Brasil – come-cem a avaliar desde já o que está sendo proposto. Porque, como escreve declarada-mente a CE, “as normas em discussão exi-gem que os abatedouros de países exporta-dores de carnes para a UE adotem padrões idênticos aos aplicados internamente”. O nivelamento de todos os abatedouros, inter-nos e externos, vai possibilitar uma “compe-tição mais salutar”, entende o órgão europeu.

Acessar a nova proposta da Comissão Européia para o abate de animais: http://ec.europa.eu/food/animal/welfare/slaughter/index_en.htm

U iã E éi

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12 Produção Animal | Avicultura

Notícias

12 Produção Animal | Avicultura

Notícias

UE volta a consumir frango chinês

Infl uenza Aviária no Togo

Mercado

Após surtos de IA, empresas chinesas passaram a investir no pós-processamento

País africano volta a registrar casos da doença

Após uma ausência de seis anos, a carne de frango

cozida de origem chinesa volta a ser consumida entre os

países membros da União

Européia. A UE reabriu seu mercado para nove empresas avícolas da provín-cia de Shandong (China) depois de quatro anos de avaliação.

Shandong é a principal região avícola chinesa, tendo sido responsável em 2006 por 10% de toda a carne de frango produzida pela China. Com os primeiro embargos, as empresas locais passaram a investir com ênfase no pós-processamen-to (frango cozido) e hoje têm uma capaci-dade de atendimento bem maior que há quatro ou cinco anos atrás.

A expectativa dos produtores de aves da China é que seja possível expor-tar para o mercado europeu ao redor

de 100 mil toneladas de carne de frango cozi-

da, negócio que deve movimentar anual-mente perto de um bilhão de dólares.

O mercado europeu permanecia fechado à avicultura chinesa e a seus produtos desde o início de 2004, quan-do começaram a surgir na China os primeiros casos ofi ciais de Infl uenza Aviária ocasionada pela cepa H5N1.

A ajuda internacional oferecida ao governo do Togo entre o segundo

semestre de 2007 e o primeiro semes-tre de 2008 para impedir a ocorrência de novos casos da Infl uenza Aviária no País parece não ter sido sufi cientes para deter a manifestação do vírus. Na primeira quinzena de setembro, autorida-des sanitárias do Togo identifi caram a ocorrência do vírus da doença em aves criadas numa localida-de próxima à capital do País, Lomé.

Os técnicos togoleses aguardam o resultado final dos exames labora-toriais, mas, pelas características observadas, já se concluiu que o

H5N1 voltou a fazer estragos no País africano.

O Togo, pequeno País africano da costa do Atlântico situado entre o Benin, Burki-na Faso e Gana (to-

dos já afetados pela Influenza Aviá-ria) registrou seu primeiro caso da doença em junho de 2007.

Após mais de

uma década sem nenhum registro do gêne-ro, o Peru volta a detectar a presença do vírus da Doença de Newcastle em seu territó-rio. Notificação a respeito foi divulgada pela Organiza-ção Mundial de Saúde Animal (OIE) e relata a um só tempo a ocor-rência de dois surtos: um na Província de Arequipa (La Libertad, Cerro Colo-rado, Rural Pachacutec, Cerro Colo-rado, Arequipa), sul do País; outro na Província de Cusco (Vallecito Cusco), localizada ao norte de Arequipa.

Nos dois casos, o plantel afetado está identificado como “criações de fundo de quintal e/ou domésticas”. Mas o número de aves suscetíveis e mortas pela doença (5.300 cabeças em um plantel de 7.006 aves) sugere tratar-se de criações comerciais.

Auxílios não foram sufi cientes para impedir novo registro da IA

H5estfAAu íxílilios nãão fforam

enna

nnnnneneneneeeeenn ---aaaaa aaaa sesesesesesssssssss nçnçnçççça a a

oooooooooooeeeeeeeeennnnençaçaç d d deee seuuu t t territó-oo aa a r resesespepp ito ppeeeeeeeep laaalalalalaa O OOOO rgrggaaniza-eee SSSSSSSS Saúaúaúaúaúa de Animal

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o respa a cana. Cresas no pe hojento beos atrdos pue sejo eu00 marne da, nmovmebilh

pós uma ausência de seis anos a carne de frango

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cozida de origem chinesa volta a ser consumida entre os

países membros da União

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Shandong é a chinesa, tendo sidopor 10% de todaproduzida pela Chinembargos, as emprinvestir com ênfaseto (frango cozido) edade de atendimenquatro ou cinco ano

A expectativa daves da China é qutar para o mercad

de 1ca

Sanidade

Doença de Newcastle no Peru

América Latina

País notifi cou presença da enfermidade em sua avicultura no início de setembro

América Latina

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Produção Animal | Avicultura 13

Nova Zelândia confi rma presença do H5N1

Autoridades detectam vírus da IA

País se encontra próximo da Indonésia

Patos contaminados foram localizados no sul do país

A chamada Australásia (região da Oceania que inclui, principal-

mente, Austrália e Nova Zelândia) entrou em regime de alerta absoluto em relação à Influenza Aviária: pela primeira vez o vírus H5N1 foi detec-tado na Nova Zelândia, durante a realização de exame de rotina.

Note-se que a Nova Zelândia se encontra extremamente próxima da Indonésia, onde até hoje ocorreu o maior número de vítimas humanas fatais do H5N1. Porém, uma aparen-te barreira natural parecia proteger o país. Essa “barreira” acaba de ser rompida.

De acordo com a agência de noti-cias EFE, autoridades sanitárias do

Vietnã confi rmaram a presença do vírus H5N1 em 50 patos mortos em uma fazenda do sul do país. Todos os

animais do local foram sacrifi cados para evitar que a doença se propague.

O subdiretor do Departamento Veterinário do Vietnã, Hoang van Nam, destacou que a fazenda, situada na

província de Ca Mau, criava 500 patos, e ressaltou que os animais infectados tinham apenas 45 dias.

A doença já havia sido detectada no início de setembro em outra fazen-da da província de Ben Tre, também na região sul e próxima a Ho Chi Minh (antiga Saigon), o principal centro fi nanceiro do País.

A IA apareceu pela primeira vez no Vietnã em 2003. Desde que reapare-ceu na China, em novembro de 2003, a Infl uenza Aviária se propagou por partes de Ásia, África e Europa e se tornou endêmica em alguns lugares, como a Indonésia.

Risco

Vietnã

Patos contaminados não haviam sido vacinados

PPattos co tntamiin dados nãão

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14 Produção Animal | Avicultura

Empresas

14 Produção Animal | Avicultura

Sadia em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso

Perdigão em Bom Conselho, Pernambuco

CVM aprova investimentos da empresa

Projeto deve receber aporte de R$ 280 milhões

O conselho de administração da Comissão de Valores Mobiliários

(CVM) aprovou os investimentos de R$ 308 milhões direcionados a segunda etapa do projeto da Sadia em Lucas do Rio Verde (MT). O jornal Valor Online informou que o aporte permitirá que a unidade abata 145 milhões de cabeças de frango por ano e 2,5 milhões de cabeças de suínos anuais. As operações da segunda fase do projeto da empresa começam no segundo semestre de 2010.

C om uma área de 100 hectares, o Complexo da Perdigão em Bom

Conselho(PE) deve receber investimentos de R$ 280 milhões. O projeto inclui a construção de duas fábricas: uma da Batavo, para o processamento de laticí-

nios, e outra da Perdigão, para a indus-trialização de embutidos de carnes, além de um centro de distribuição. A expecta-tiva é de gerar gradativamente 950 empregos diretos e terceirizados e outros 2.850 indiretos.

Expansão

Investimento

á d 100 h t i t d P di ã i d

Silos de armazenagem da empresa em Lucas do Rio Verde, MT

Complexo Industrial da empresa em Bom Conselho (PE)

Foto

: Div

ulga

ção

Empresa prevê melhor margem no semestre

De acordo com a Reuters, a Perdigão prevê uma melhora nas margens de lucro de suas exportações no segundo semes-tre, graças à consolidação do repasse dos custos das matérias-primas para os pre-ços das carnes exportadas e as cotações do milho e da soja, que perderam força em relação às máximas atingidas neste ano.

No primeiro semestre, a Perdigão, que realizou oito aquisições nos últimos dois anos, passou por uma compressão de margens e divulgou um prejuízo líqui-do de R$881,8 milhões, contra lucro de R$70,8 milhões obtido no mesmo perío-do de 2007. Tratava-se do pior resultado da história da companhia.

O dólar mais forte frente ao real, após os baixos níveis do primeiro semes-tre e uma mínima no ano de 1,557 reais em agosto, também deve contribuir para os ganhos futuros na moeda nacional com as exportações.

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Produção Animal | Avicultura 15

Cosulati investirá em aves

Agrofrango inicia estudos Objetivo da empresa é alcançar novos mercado na Europa

Empresa gaúcha pretende abater 100 mil aves por dia

C om 10 anos no mercado avícola, a Agrofrango, com sede em Ipumirim

(SC), aguarda a conclusão de um estu-do sobre os investimentos necessários para expandir os embarques e conquis-tar novos mercados na Europa. A em-presa, com capacidade para abater 125 mil frangos/dia, já exporta para Rússia e Emirados Árabes.

Adquirida, no começo deste ano pela OSI do Brasil (então detentora, também, da gaúcha Penasul), a Agro-frango pertence, desde junho passado, ao Grupo Marfrig

A Cooperativa Sul-Rio-Grandense de Laticínios (Cosulati) busca recursos

para desenvolver projetos de avicultura. A intenção é ampliar o abate de aves em Morro Redondo das atuais 25 mil para 60 mil aves por dia e chegar a 100 mil aves/dia. A produção de rações na fábrica de Canguçu também será incrementada.

O Centro Integrado de Avicultura da Cosulati envolve granjas de matrizes para recria e postura, incubatório com capaci-dade de produção de mais de 8 milhões de pintos por ano, fábrica de sub-produtos e um abatedouro de aves.

Exportação Cooperativa

Unifrango Agroindustrial tem nova estratégia

União de avícolas paranaenses reduz custos e amplia efi ciência

S egundo informações da Gazeta Mercantil, para garantir uma boa

participação no mercado internacional e fazer frente à concorrência, a Uni-frango Agroindustrial, união de 19 empresas do setor avícola, está com uma nova estratégia: comprar insumos em grandes volumes para economizar entre 5% e 6%.

O grupo é responsável por 25% da produção de frango de corte do Para-ná e deverá faturar R$ 360 milhões, com crescimento de 111% em relação a 2007.

Um fator que ajuda a reduzir os custos das matérias-primas, de acordo com a Unifrango, é a importação de aminoácidos utilizados nas rações, que representa uma economia de 18%.

Em janeiro de 2009, a Unifrango deve inaugurar um terminal rodoviário e um armazém de congelados em Apucarana, PR, para exportar frango congelados em contêineres por Paranaguá.

De olho na bolsa Outra estratégia do grupo é se

preparar para a abertura de capital e lançamento de ações na bolsa de valo-res, que deve acontecer dentro de dois anos.

O primeiro passo já foi dado em 2007, quando a Unifrango se tornou uma sociedade anônima. Desde então, a S.A. atravessa um período de transi-ção administrativa. Até 2007, as em-presas associadas participavam de forma igual. Com a sociedade anôni-ma, algumas terão fatia maior no controle acionário.

Insumos

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16 Produção Animal | Avicultura

Postura em Foco

16 Produção Animal | Avicultura

“Comer dois ovos por dia ajuda a perder peso e a reduzir os

níveis de colesterol”, preceitua uma nova receita. A melhor parte é que ela tem comprovação científi ca, pois vem de um grupo de pesquisa-dores da Universidade de Surrey (Inglaterra), liderados pelo Dr. Bruce Griffi n, da Escola de Ciências Bio-

médicas e Moleculares.Cerca de 50 voluntários – sau-

dáveis, porém com excesso de peso – participaram da pesquisa desen-volvida em Surrey por um período de 12 semanas (84 dias). Todos foram submetidos a uma dieta de baixa caloria, exatamente como prescreve a Fundação Britânica do Coração (BHF, na sigla em inglês). A única diferença entre os dois gru-pos residiu no fato de parte dos voluntários receberem dois ovos por dia (168 ovos em menos de três meses, mais que o consumo médio anual dos brasileiros), o que – diga-

se de passagem – contrariou as recomendações da BHF, que manda consumir, no máximo, de três a quatro ovos por semana.

A expectativa, frente a essa dieta super-carregada de ovos, era a de que, no mínimo, houvesse algum aumento dos níveis de coles-terol dos voluntários assim alimen-tados. Mas, fi ndo o experimento, surpresa!, os dois grupos de volun-tários apresentaram perda de peso e redução do colesterol.

Naturalmente, os resultados obtidos apenas reforçam a consta-tação, já feita por outros pesquisa-dores, de que não são os alimentos naturalmente ricos em colesterol – caso, principalmente, dos ovos – os responsáveis pelo aumento do colesterol no sangue e, sim, as gorduras satura-das, normalmente pre-sentes em alimentos processados.

Falando sobre os resultados de sua pes-quisa, o Dr. Griffi n tam-bém concorda que ela apenas salienta não existir qualquer correlação entre os ovos e as doenças coronarianas. E, ao contrário de qualquer malefício, os ovos garantem que mesmo uma dieta de baixas calorias seja, do ponto de vista nutricional, extrema-mente saudável.

A nova receita também recomenda que, para per-der peso mais adequada-mente, se consumam dois ovos logo pela manhã. É o melhor meio de “atraves-sar o dia” com disposi-ção e sem sentir os efei-tos típicos de uma restrição alimentar.

A íntegra da pesquisa deve ser publicada no European Journal of Nutrition.

Mais informações: www.springer.com/steinkopff/journal/394 / http://www.surrey.ac.uk/SBMS/

Pesquisa revela que dieta carregada com ovos não aumenta nível de colesterol e ainda contribui para emagrecimento

Pessoas que ingerem

ovo logo cedo se

sentem mais satisfeitas

e consomem menos

calorias ao longo do dia

Receita para reduzir peso e

Dr. Bruce Griffi n

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Produção Animal | Avicultura 17Produção Animal | Avicultura 17

colesterol: dois ovos por dia

Revista SaúdeMatéria divulgada na seção

“Emagreça com Saúde!” no site da Revista Saúde (http://saude.abril.com.

br/), publicação da Editora Abril, revela que ingerir ovo

pela manhã faz toda a diferença no emagrecimen-to. A afi rmação é de uma pesquisa desenvolvida pelo

Departamento de Obesidade da Uni-

versidade da Louisia-na, EUA.

“A gema do ovo contém gorduras do bem, a monoinsatura-

“A gema do ovo contém gorduras do bem, o que

ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue”

d l | l

Sugestões de café da manhã

Opção 1

1 xícara de chá branco + 2 fatias de pão integral com grãos + 1 fatia de peito de peru + 1 ovo cozido

Opção 2

1 copo (200 ml) de leite de soja light + 3 torradas integrais com tofú + 1 omelete (2 claras e 1 gema) + 1 fatia fi na de melão

Opção 3

1 copo (200 ml) de suco de melancia + 1 fatia de pão integral com mussarela de búfala + 1 ovo mexido com tomate

Fonte: Revista Saúde

da e ômega 3, o que ajuda a contro-lar o nível de açúcar no sangue, evi-tando picos de insulina, que disparam o apetite e favorecem o depósito de gorduras”, afi rma o estudo.

A reportagem ouviu tam-bém a nutricionista funcio-

nal Lucyanna Kalluf, do Instituto Alpha de Saúde Integral, de São Paulo. Ela afi rma: “Por ser fonte de proteína de alto valor biológico, rico em aminoácidos essenciais, a diges-tão fi ca mais lenta, o que ajuda no aumento da saciedade”.

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18 Produção Animal | Avicultura

Postura em Foco

“Release” divulgado pela Secreta-ria de Saúde de São Paulo aponta que 64% dos surtos de diarréia aguda por contaminação com bactérias do grupo salmonella no Estado foram ocasiona-dos pela ingestão de ovos crus ou mal cozidos ou de ovoprodutos. No caso dos ovos especifi camente – diz a Se-cretaria – o problema envolve produto oriundo “de granjas comerciais legais, e não de estabelecimentos clandesti-nos ou criações domésticas”.

O setor produtivo deve questionar essa afi rmação já que boa parte da produção brasileira de ovos que chega ao consumidor não passa por nenhum tipo de inspeção. Ou seja: sob determi-nadas circunstâncias é impossível detec-tar a efetiva procedência do produto.

O simples fato de o ovo ser o alimento mais tradicionalmente relacio-nado com problemas de salmonelose pode estar levando os órgãos incumbi-dos da vigilância sanitária a falsas conclusões. Ou, como observa um

médico veterinário responsável técnico de uma granja do setor, “basta men-cionar, no ‘check-list’ de um surto, que entre os pratos servidos havia algum à base de ovos, para se concluir que a causa do surto foi ovo”.

Vale relembrar que três meses atrás milhares de pessoas em pelo menos 36 estados norte-americanos foram simultaneamente afetadas por um surto de salmonella que também ocasionou duas mortes. A ocorrência - descobriu-se após exaustivos levanta-mentos – foi ocasionada por tomates. Naturalmente, a bactéria não estava no alimento, mas passou a ser dissemi-nada por ele a partir do manuseio.

É o que pode estar ocorrendo com o ovo. Por isso, melhor do que acusar é ensinar a manusear – desde a produção até o consumo fi nal, pois a contamina-ção pode estar numa dessas fases, não exatamente no alimento em si.

A propósito - e considerando que, segundo a Secretaria de Saúde do

Estado de São Paulo, um terço das contaminações detectadas ocorreram após o consumo de alimentos em restaurantes, lanchonetes, padarias ou outros estabelecimentos comerciais que servem comida - seria oportuna uma ampla (mas ampla, mesmo) divulgação da “Cartilha da ANVISA sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação”.

A cartilha da ANVISA está disponível em: http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_fi nal.pdf

Há cerca de 30 anos no mercado avícola de postura, a Granja Avícola Filippsen, com sede em Morro Reuter, RS, lança mais uma canal de comuni-cação para os seus clientes: um blog com notícias, infor-mações e promoções da empresa.

Para conferir o conteú-do do blog acesse: ovosfi li-ppsen.wordpress.com

Casos de salmonelose recolocam o ovo na berlinda

Em parceria com a Associação Paulista de Avicultura (APA) e o Instituto Biológico de São Paulo, a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), da Universidade Estadual Paulista (UNESP), promoveu em Jaboticabal, SP, o V Curso de Atualização em Avicultura para Postura Comercial.

O evento tratou de assuntos ligados à qualidade de nutrição do ovo, controle de pragas avícolas, bem-estar das aves e utilização consciente de medicamentos. Além de palestras, o curso contou tam-bém com aulas práticas sobre anatomia das aves e coleta ofi cial e remessa de material para laboratório.

Curso de atualização em Postura Comercial da FCAV/UNESP

Após lançar site, Granja Filippsen cria blog

Estado de São Paulo, um terço das

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Produção Animal | Avicultura 19

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20 Produção Animal | Avicultura

Postura

20202020 ProProProP dduçduçdução ãão AniAnimalmal |||| Avicultura

Organização tem agora um retrato completo do que pensam os consumidores e a classe médica sobre o ovo

S eguindo com seu projeto de valorização do ovo, a Ovos Brasil (constituída pelo setor

de postura na forma de OSCIP - Or-ganização da Sociedade Civil de Interesse Público) contratou os serviços da empresa de pesquisa MKT-STAT com o objetivo, fun-damental para a consecução de sua meta, de conhecer o que pensam consumidores, médicos e nutricionistas em relação ao ovo.

A primeira parte da pesquisa qualitativa foi desenvolvida entre abril e maio deste ano em três capi-tais brasileiras – Porto Alegre, São Paulo e Recife. Agora, seus resulta-dos, bem como as sugestões sobre como abordar e superar os fatores negativos e promover os positivos têm sido apresentados pela consul-tora da MKT-STAT, a médica veteri-nária Cláudia de San Juan.

A principal conclusão já era co-nhecida da avicultura: Há excesso de informações controversas no que se refere ao ovo.

As fases seguintes do projeto da Ovos Brasil serão desenvolvidas si-multaneamente e dizem respeito ao planejamen-to das ações de valoriza-

Ovos Brasil conclui parte

Pesquisa revela que consumidores têm muitas infor-mações controver-

sas sobre o ovo

eguindo com seu projvalorização do ovo, aBrasil (constituída pelostura na forma de OSCI

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A primeira parte da pequalitativa foi desenvolvidaabril e maio deste ano em trêtais brasileiras – Porto AlegrPaulo e Recife. Agora, seus rdos, bem como as sugestõescomo abordar e superar os fnegativos e promover os potêm sido apresentados pela ctora da MKT-STAT, a médica tora da

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Pesquisa revela que consumidorestêm muitas infor-mações controver-

sas sobre o ovo

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q

ção do ovo e à mensuração das ações desenvolvidas.

Nas discussões em grupo realiza-das nas três regiões com os consumi-dores e com a classe médica o tema abordado foi a alimentação em geral. O tema “consumo do ovo” surgiu es-pontaneamente e só então foi explo-rado. Nessas reuniões, os aspectos que chamaram atenção estão descri-tos a seguir.

√ Existe muita desinformação em relação às qualidades e restrições de consumo do ovo;

√ O paradigma do colesterol está presente também na classe médica que limita o seu consumo de 3 a 4 vezes por semana;

√ A enorme variedade das for-mas de preparo do ovo foi lembrada por consumidores e médicos

√ Existe “preconceito social” em relação ao consumo do ovo. Consu-midores e nutricionistas pensam que é um alimento típico dos domicílios de baixa renda;

√ Entre os consumidores existem dúvidas e divergências em relação à conservação do produto

√ Existem lacunas no conheci-mento das propriedades e qualida-des do ovo entre consumidores, médicos e nutricionistas;

√ O consumidor acredita que o “ovo caipira” é mais gostoso, mais natural e “sem hormônios”.

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Produção Animal | Avicultura 21

Apesquisa qualitativa revelou que os consumidores têm inse-

gurança em relação ao consumo do ovo e se perguntam se, afi nal, o ovo é bom ou ruim.

O mito criado pela mídia de que os ovos comerciais têm “hormô-nios” também foi lembrado na pes-quisa. “O consumidor não se sente totalmente tranqüilo para consumir ovos”, relata a MKT-STAT.

A dona de casa considera o ovo na alimentação da família, mas ape-sar de estar sempre presente, o ali-mento não é considerado como a primeira opção nas refeições, pois possui o status de alimento sem “glamour”. Além disso, a dona de casa tem muita informação sem fundamentação sobre o produto.

A classe de profi ssionais médicos e nutricionistas tem um melhor co-nhecimento em relação às proprie-dades gerais do ovo, porém ainda incompleta.

Os nutricionistas compreendem que o ovo tem uma composição protéica de qualidade, mas limitam o seu consumo para estimular a di-versidade na alimentação.

A limitação em 3 ou 4 vezes por semana se baseia também nas reco-mendações da Associação America-na de Cardiologia, para pacientes com problemas cardíacos.

Os médicos (cardiologistas, en-docrinologistas, pediatras e outros) demonstraram ter relativo conheci-mento sobre o ovo, mas também re-servas ao seu consumo, já que acre-ditam que o alimento é muito calórico e deve ser consumido com moderação devido ao “excesso de colesterol”.

As sugestões da agência MKT-STAT para reverter os fatores negati-vos e promover os positivos relati-vos ao ovo estão descritas na página seguinte.

importante de seu projeto

ANÁLISE MKT-STAT SOBRE O CONSUMO DO OVO

Consumidor Nutricionista Médico

Fortalezas·Preço acessível·Prático no preparo·Coringa (comple-mento e substituto)· Nutritivo·Fundamental na cozinha·Natural

·Conhecem sua com-posição ·Pode substituir a carne·Praticidade e variabili-dade no preparo·Atinge todas as faixas etárias e atletas·Fácil aquisição·Alto valor biológico

·Conhecem a composição·Barato·Praticidade no preparo·Não relacionado a pro-blemas cardíacos·Prescrito para idosos, esportistas e desnutridos· Pode substituir a carne·Alto valor biológico

Oportunidades·Melhorar informa-ções sobre o ovo·Trabalhar a elastici-dade do preço·Aumentar a freqüência de consumo·Instituir o ovo como mistura

·Identifi car situações diferenciadas para con-sumo (gestantes, idosos, crianças e dietas)·Divulgar receitas de pratos mais sofi sticados·Elaborar dietas com o produto·Sugerir aumento de consumo para pessoas saudáveis

·Identifi car situações diferenciadas para con-sumo (gestantes, idosos, crianças e dietas) ·Melhorar informação ·Melhorar comunicação ·Sugerir aumento de consumo para pessoas saudáveis

Fraquezas·”Aumenta o nível de colesterol”·”Tem excesso de hormônios”· Risco da Salmonela·Provoca alergias· Não tem glamour/status·Ovo caipira é me-lhor·Cheiro forte

·Não é sofi sticado·Enjoa comer todo dia ·Cheiro forte·Pode provocar alergias·Ferro é pouco absorvi-do (15%)·Peixe ou frango têm melhor gordura·Limitado a 3 vezes por semana

·Vinculado ao colesterol ·Pode provocar alergias·Risco da Salmonela·Indigesto·É calórico, restrito para obesos·Cheiro forte·Preconceito social

Armadilhas·Redução nos preços das carnes · “Novo” ataque prejudicial da mídia

·Publicações sugerem consumo com modera-ção (3x semana)·Aumento da oferta interna de carnes·Publicações continuam com informações erradas

·Publicações continuam cominformações erradas ·Conhecimento desigual·Consumo com mode-ração

CoC N

O que pensa o consumidor brasileiro sobre o ovo

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22 Produção Animal | Avicultura222222 ProProProProduçduçduçução ãoo ãoão AniAnin malmalm | Avicultura

Surpresa! “Recomendação” de consumo da American Heart também não passa de um mito

A literatura em geral cita que, após haver abolido o alimento por vários anos, a Associação Americana de Cardiologia cedeu às demonstrações científi cas e agora “permite” o consu-mo de três a quatro ovos por semana. Mas omite que essa recomendação é aplicável apenas a pacientes com problemas cardíacos. Isso acabou criando um novo mito: o de que - qualquer que seja o estado de saúde do consumidor - não se deve passar dos quatro ovos semanais. Sobre o assunto, veja-se o que diz a American Heart ao responder a indagações comuns em matéria sob o título “Idéias falsas sobre o colesterol”:

Pergunta: Li recentemente que, afi nal de contas, os ovos não são tão ruins para o colesterol como se tem propalado. Por isso acho que posso voltar a consumir todo dia, no café da manhã, meus dois ovos habituais... Ou não?

Resposta da American Heart: Um ovo contém cerca de 213 miligra-mas de colesterol dietético. O limite diário recomendado para pessoas com níveis normais de LDL (mau colesterol) é inferior a 300 miligra-mas. O consumo diário de um ovo se

encaixa nas diretrizes do almejado “coração saudável” se o consumo de outras fontes de colesterol – carnes, aves, produtos lácteos – for limitado. Exemplifi cando, se você, no café da manhã, comer um ovo e tomar duas xícaras de café com leite, consumir no almoço quatro onças de carne magra de peito de peru sem pele e o equiva-lente a uma colher de sopa de maio-nese e, no jantar, ingerir seis onças de uma bisteca grelhada, terá consumi-do naquele dia 510 mg de colesterol dietético - quase o dobro do limite recomendado. Se você quiser consu-mir um ovo todas as manhãs, substi-tua alguns alimentos de origem ani-mal por vegetais. E não se esqueça que muitos outros alimentos, espe-cialmente os panifi cados, são prepa-rados com ovos - e isso precisa ser considerado ao calcular seus limites diários. As pessoas com LDL elevado ou que estejam tomando medica-mento para baixar o colesterol san-guíneo devem ingerir menos de 200 mg de colesterol por dia.

Em suma, não existe da parte da entidade americana, em relação às pessoas saudáveis, qualquer restrição de consumo: pode-se consumir um

ovo por dia, sete por semana, 30 por mês, 365 por ano. Desde, naturalmen-te, que haja um balanceamento em relação ao consumo dos demais pro-dutos de origem animal – procedimen-to, aliás, aplicável a todo e qualquer tipo de alimento, não apenas aos ovos. E só no tocante aos pacientes com LDL elevado ou sob tratamento anti-colesterol é que se recomenda alguma restrição de consumo – máxi-mo de 200 mg de colesterol, o que signifi ca menos de um ovo por dia.

Registre-se, de toda forma, que até a American Heart exagera na “receita” (condenada) de 510 mg de colesterol mencionada acima. Pois as quatro e seis onças especifi cadas cor-respondem, aproximadamente, a 113,4 gramas de carne de peru e a 170 gramas de bisteca, o equivalente a um consumo anual de mais de 100 kg per capita só das duas carnes, sem contar os 365 ovos “permitidos”. Quer dizer: assim, não há mesmo coração que agüente.

Para mais informações, acesse o site da Associação Americana de Car-diologia – www.americanheart.org. A maior parte do site está disponível também em espanhol.•

SUGESTÕES PARA VALORIZAÇÃO DO OVO√ Criação e divulgação de um site oficial sobre o ovo (como o existente nos EUA). Nele os consumidores poderão ter acesso a informações;

√ Intensificar e monitorar as informações divulgadas na mídia;

√ Como não se conhece o montante disponível para investimento em ações, recomenda-se iniciar a ação nos locais de compra;

√ Antes de deflagrar uma ação nacional, testar as ações de valorização em praças representativas do terri-tório nacional, e após a análise dos resultados, expandir em nível nacional;

√ Ampliar o relacionamento com a Associação Brasileira de Supermercados para ter a contribuição dos supermercados na “valorização do ovo”;

√ Marcar presença nos principais eventos de nutricionistas e médicos e, se possível, palestrar sobre as qualidades do ovo;

√ Obtenção de endereço físico ou eletrônico de médicos e nutricionistas para envio regular de material;

√ Descobrir formas de correção das bibliografias desatualizadas;

√ Promover palestras nas principais faculdades;

√ Ampliar o relacionamento com conselhos regionais da classe médica.

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Produção Animal | Avicultura 23ll | Avicultura 232333Produção Animalmalm

O que pensam... os nutricionistas

•É fonte de proteína, de aminoácidos essenciais e tem composição equilibrada de nutrientes, além de ser gostoso. Porém deve-se tomar cuidado com a Salmonella

no consumo cru.•É de alto valor biológico, contém proteína que é muito importante para o organis-

mo, mas ele não é funcional. Não tem uma função específi ca.•Possui nutrientes que a carne não tem. Quando desenvolvo um cardápio, penso no máximo de diversidade. Se eu tiver que dar ovo 3 vezes por semana e carne 7 vezes, eu dou.

•Está sendo substituído por produtos de inferior qualidade nutricional, como salsicha e nuggets. É uma questão de status.•A população pensa que o ovo só tem colesterol.

•É um alimento excelente para ser consumido por qualquer faixa etá-ria e regularmente, pela população sadia.

•O ovo é substituto da carne ou entra como uma preparação, em um sufl ê, por exemplo. Já

o ovo quente é coisa de criança.

O que pensam... os consumidores

•Não vou fazer ovo para o fi m-de-semana! A carne tem mais presença.•Quando não tem carne, entra como a mistura.•A gente esquece este alimento porque já é muito usado.

•É um alimento nutritivo, básico, saboroso, mas não é especial.•Ainda é um dos mais em conta. A gente compra aquela bandeja e o preço é aces-

sível, não dá para comprar um quilo de carne com o mesmo valor.•O ovo foi negativamente rotulado, não adianta.•Alguns médicos falam que é saudável e outros dizem que não.Inclusive os médicos recomendam que o consumo seja moderado.

•Eu acho que tem muita informação contraditória em relação ao ovo, a gente não sabe bem, come ovo porque pensa que é forte

e nutritivo.•O problema do ovo é por

conta dos hormônios, não é ?

O que pensam... os médicos

•Existia o conceito de que o ovo entupia diretamente as coronárias.•Eu sou adepta da clara e prescrevo à vontade. A gema eu restrinjo a 3 ou

4 vezes por semana.•Nas classes mais altas, a carne é cotidiano e ovo, esporádico.

•Acredito que a colocação do ovo como vilão foi boa. Apesar de ser um mito, diminuir o consumo é bem melhor do que comer sem critério.•Se for ovo caipira, que não tem hormônio é melhor. Agora se pre-

coniza até 4 ovos, só que como teve toda essa controvérsia, tem pessoas que ainda não aceitam.

•É barato e tem várias maneiras de preparo. •O ovo é super saudável, mas de-

pendendo do preparo é altamente calórico.

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24 Produção Animal | Avicultura

Alternativa à cama convencional em maravalha, os resultados em cama de areia ainda não são totalmente conhecidos por grande parte dos profi ssionais da avicultura

Cama de areia é alternativa.

AREIA X MARAVALHA

• 90 m³ de areia são suficientes para

forrar um aviário de 1.500 m²

• 90 m³ de areia R$2.880,00

• Disponível em abundância

• Reutilizada por até 12 lotes

• São necessário 100 m³ de maravalha

para forrar o mesmo espaço

• 100 m³ de maravalha R$ 3.500,00

• Escassa e depende de processo

industrial

• Reutilizada por até 12 lotes

José

Di F

ábio

Granja da Guatemala onde se usa Granja da Guatemala onde se usa areia para forração da camaareia para forração da cama

A utilização da areia, um pro-duto fartamente disponível para a formação da cama de

frangos é a novidade mais recente na avicultura.

Desesperado com o custo da maravalha, material mais comu-mente utilizado na preparação da cama, o setor avícola buscou e en-controu uma alternativa natural e que (pelo menos até agora) tem um custo relativamente baixo.

O AviSite abriu um espaço em sua página na internet para discutir o assunto e despertou a curiosidade da avicultura. Os participantes se mostraram abertos à novidade e in-teressados em novas técnicas de manejo.

Apesar de ainda não existirem trabalhos científi cos avaliando es-pecifi camente a areia como cama no Brasil, o grão está sendo utiliza-do com sucesso por produtores no Nordeste e no oeste do Paraná. Por

enquanto as informações que exis-tem partem dos próprios produtores.

Marcos Haas Mallmann é um deles. Integrado de uma grande em-presa em São Miguel do Iguaçu, Pa-raná, ele ingressou na atividade em 2000 e utilizava a maravalha como forração em todo o aviário.

Como a matéria prima já regis-trava alta nos preços, Mallmann

questionou o departamento técnico da integradora sobre a possibilidade de fazer uso da areia no lugar da ma-ravalha. A idéia foi aceita em condi-ção experimental em uma das uni-dades e devido aos bons resultados alcançados a cama de areia foi apro-vada pela empresa.

Mallmann conta que uma forra-ção de 4 a 6 cm de espessura serve

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Produção Animal | Avicultura 25

de cama para até 12 lotes de fran-gos, o que signifi ca substituir a cama a cada dois anos.

Para ele, como alternativa, a cama de areia é, atualmente, a op-ção mais ecológica e correta, pois não agride o meio ambiente e en-contra-se com facilidade e abun-dância. “No oeste do Paraná, o cus-to do m³ da areia está em torno de R$32,00 e, o da maravalha, R$35,00. A areia está disponível em abundân-cia e com facilidade o ano inteiro, já a maravalha é importada da Argen-tina e a cada dia que passa está mais cara”, afi rma Mallmann, observan-do que “em cinco anos, com quatro barracões utilizando cama de areia, não foi constatada nenhuma ocor-rência de doença grave, como New-castle, Gumboro, Salmonelose e outras”.

Aqueles que resistem ao novo alternativo argumentam que a pre-sença de areia na moela das aves in-viabiliza o seu uso. Os produtores que utilizam o material afi rmam que o problema pode ser reduzido respeitando-se o jejum máximo de

oito horas. Desta forma as aves

não ciscam e também não ingerem areia ou outros vetores presentes na cama.

Mallmann comenta: “Algumas empresas não estão devidamente es-truturadas, por exemplo, quanto ao horário de abate. A maioria possui somente uma linha e quando ocor-re alguma quebra em um dos seto-res, faz-se necessária a interrupção

total do frigorífi co e daí as aves per-manecem em jejum prolongado nos barracões e desta forma, passam a ciscar e ingerir areia. O uso da cama de areia ainda é tímido, pois falta o incentivo das integradoras.”

Jose Augusto de Oliveira, leitor do AviSite, afi rma que na Avipal Nordeste a areia já é utilizada desde 2004 em alguns aviários integrados à empresa. Na opinião dele, a gran-de vantagem da cama de areia é o

baixo índice de calo de pé e a não necessidade de re-

volver a cama, que já é solta, mas o baixo custo é o maior atrativo, prin-cipalmente porque a areia está dis-ponível na propriedade de alguns produtores.

José Di Fábio, sócio da Di Fábio Laboratórios, presta consultoria para uma empresa da Guatemala, onde se usa areia como cama. O grão é do Oceano Pacífi co, mais grosso e escu-ro. Di Fábio indica a forração com um rolo de papel durante os três primei-ros dias no círculo do aviário. Na Guatemala, a cama é reutilizada por pelo menos cinco criadas, mas a parte mais suja e molhada da cama é repos-ta a cada novo alojamento. De acordo com ele, não foram encontrados va-lores expressivos de bactérias e fungos nos exames bacteriológicos realizados periodicamente. Vale lembrar que todo alternativo deve ser avaliado e alguns fatores devem ser levados em consideração, como a disponibilida-de do material na região em ques-tão. O sul de Santa Catarina e o oes-te do Paraná, por exemplo, possuem areia em abundância.

O outro ladoUma empresa também do oeste

paranaense desenvolveu um traba-lho para avaliar a areia utilizada como forração e concluiu que o ma-terial é efi ciente na produção e apre-senta baixo índice de calo de pata. No entanto, a alta concentração de

areia presente nas caixas e na es-teira de transporte até a pen-dura, e também na moela, diminuía a vida útil destes equipamentos. Por isso, o material não foi recomen-dado para os integrados da empresa. O fato é narrado por Adriano dos Santos no AviSite. Mesmo com estes

percalços, ele acredita que a areia é uma boa al-ternativa para cama de

aviário, principalmente pelo menor custo.

Mas será que vale a pena?

pque utilizam o material afi rmamque o problema pode ser reduzidorespeitando-se o jejum máximo de

oito horas. Desta forma as aaaaaaaavevevevevevvevvevevvevevevevevevevevevevvevevvevevvevvvevevvevevvvvvvvv s

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No estudo “Avaliação de ma-teriais alternativos em substitui-ção à maravalha como cama de aviário” publicado no volume 37 da Revista Brasileira de Zootec-nia, de fevereiro de 2008, condu-zido por pesquisadores da Em-brapa Suínos e Aves, os autores verifi caram a ocorrência de calo de peito nos frangos criados em piso com cama de areia.

Reconhecendo a necessidade de mais estudos sobre o assunto, a Embrapa Suínos e Aves está conduzindo um novo experimen-to de campo sobre a utilização da areia como cama. Os primeiros resultados devem ser conhecidos em fevereiro de 2009.•

José

Di F

ábio

Cama de areia:

Ficha técnicaDistribuída nos barracões a uma espessura de 5 a 8 cm;

Em caso de grão úmido, deixar em repouso por três dias com tempe-ratura em torno de 25º e um pouco de ventilação. Após este período,

a areia estará seca e solta, pronta para receber o alojamento;

Colocada diretamente sobre o chão batido;

Remoção é feita após 12 alojamentos de aves com ciclo de 42 a 45 dias. A camada de areia fi ca inalterada até o fi nal dos 12 alojamentos,

ou seja, não se repõe o produto;

Resíduo é distribuído sobre pastagem na proporção de 10 a 15 tonela-das por alqueire ou nas lavouras, tanto para o cultivo da soja, milho ou

trigo, na mesma proporção;

Quando de um novo alojamento, fazer uma forração em toda a área da pinteira com papel kraft, por um período de quatro dias.

Fonte: Marcos Haas Mallmann

Como utilizar a cama de areiaA mudança para a areia é simples, basta retirar o pro-

duto anterior e substituir por areia, em uma espessura de 4 a 6 cm, que resulta entre 60 e 90 m³ de areia, para instala-ções com 1500 m², sendo que, quando se utiliza a marava-lha, o ideal é que se preencha em torno de 85 a 100m³.

A areia utilizada na região oeste do Paraná é extraída do rio que leva o mesmo nome do Estado e é a mesma utilizada na construção civil, nem fi na e nem grossa.

A destinação dos resíduos após 12 lotes é a distribui-ção nas lavouras de soja, milho, trigo, ou o que for predo-minante na região.

Temperatura e umidadeDe acordo com a experiência do produtor Marcos

Mallmann, estando seca, a cama de areia torna-se tér-mica, ou seja, mesmo no inverno, ela não provoca nas aves a sensação de frio, desde que o ambiente tenha uma boa vedação e um sistema efi ciente de aquecimento.

Com relação à condensação da umidade produzida no interior das instalações no período de inverno, ele afi rma que a areia retém menos umidade que o subs-trato de madeira, portanto, menos umidade é conden-sada na forração.

Embrapa Suínos e Aves está conduzindo estudo que deve ser concluído em fevereiro de 2009

26 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 27

DEBATE NO FÓRUM DO AVISITEDEBATE NO FÓRUM DO AVISITE

A utilização da cama de areia é uma ótima idéia, pois a areia é mais barata e de fácil revolvimento.

Wellington Diego

Tenho dúvidas quanto à desinfecção da areia antes de colocá-la no gal-pão, pois se encontra na natureza e pode ser facilmente contaminada por animais e outros infectantes.

Jaime de Fraga

Com relação à cama em areia para frangos de corte, penso que é pos-sível, contudo, existe o risco de calos de peito. Outro problema é a poeira e o destino desse material depois de utilizado como cama de frangos. Admitidas estas questões, parece que o restante é tranqüilo. Aliás, todo material alternativo tem suas vantagens e desvantagens. É uma questão de aceitá-las ou absorvê-las.

Valdir Silveira de Avila

Este tipo de cama não é uma boa alternativa porque os frangos ingerem areia e no momento do abate, após a limpeza dos intes-tinos ainda permanecem resíduos de areia.Além disso, a água do Chiller e a carcaça do frango podem ser contaminadas.

Fernando Tamazato

Visitei granjas em Trinidad e Barbados (no Caribe) que utilizam a cama de areia. Os bons resultados apareciam apenas quando as aves se acostumavam com a areia.

Gerardo Grezzi

Alguns cuidados devem existir, pois a areia é de difícil aquecimen-to e seu uso no inverno torna-se complicado. Outro problema se refere à umidade, pois a areia chega úmida e precisamos de um tempo hábil para a secagem, evitando desta forma, problemas sanitários devido à umidade excessiva.

Fábio Cordeiro

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28 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

IntroduçãoA expansão do setor avícola vem acompanhada da

assimilação contínua de modernas tecnologias e a incu-bação é uma das tecnologias que permite um melhor aproveitamento comercial. No entanto, a presença de microrganismos potencialmente patogênicos é um en-trave nesta fase da produção. Estes microorganismos são encontrados em alguns ovos incubáveis e podem ser fa-cilmente distribuídos no interior das máquinas de incu-bação e na eclosão pelos movimentos do ar, podendo contaminar outros ovos.

Dentre os desinfetantes utilizados com o objetivo de reduzir a pressão de contaminantes dentro das máqui-nas de incubação e eclosão, o formaldeído tem sido esta-belecido como o mais utilizado graças à sua fácil admi-nistração e efi ciência contra um largo espectro de microrganismos.

O presente estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito da fumigação de ovos com formaldeído (37%), usado no nascedouro, sobre as alterações histoló-gicas micro e ultra-estruturais do trato respiratório de pin-tos de corte recém-eclodidos, bem como o desempenho pro-dutivo do frango de corte em galpão experimental.

Efeito da fumigação de ovos com forma Exposição de pintos ao formaldeído na máquina de eclosão não infl uencia o desempenho produtivo, no entanto, o gás deve ter seu uso minimizado devido às alterações ultra e microestruturais na traquéia e pulmões

Autora: Adriana Garcia de Freitas Orientador: Prof. Dr. Paulo Lourenço da Silva

A utilização do formaldeído como desinfetante em praticamente todas as etapas nas cadeias produti-

vas de frango de corte e ovos comerciais é conhecida. No entanto, seus efeitos precisam ser mais bem eluci-dados. É o que afi rma Adriana Garcia de Freitas, mes-tranda em ciências veterinárias da Universidade Federal de Uberlândia e autora do trabalho “Efeito da fumi-gação de nascedouros com formaldeído sobre o trato respiratório e desempenho de frangos de corte”.

De acordo com ela, o estudo evidenciou que a uti-lização do gás formaldeído durante todo o processo de eclosão causa alterações ultra e microestruturais na traquéia e pulmões de pintos de corte. E apesar de não haver diferenças nos índices zootécnicos entre frangos expostos e não expostos ao gás formaldeído, a avicul-tura industrial deve desenvolver métodos de desinfec-ção menos danosos para as vias respiratórias superiores de pintos recém-eclodidos. O formaldeído em solução e em pó, por exemplo, são produtos menos danosos para a traquéia dos frangos.

A pesquisadora lembra que a reavaliação feita pela IARC (International Agency for Research on Cancer) em setembro de 2004 classifi cou a substância formaldeído comprovadamente como carcinogênica para humanos e o artigo 5º da Resolução RDC Nº 184, de 22 de ou-tubro de 2001, proíbe o uso de substâncias carcino-gênicas e mutagênicas nas formulações de qualquer produto saneante. Recentemente, a Resolução RDC Nº 37, de 3 de Junho de 2008, proibiu o uso de pas-

tilhas contendo paraformaldeído ou formaldeído nos processos de desinfecção e esterilização.

“Sendo assim, o conhecimento das ações de todas as formas de apresentação do formaldeído é fundamental no processo de escolha dos produtos saneantes exis-tentes no mercado”, afi rma.

Devido à sua fácil

administração,

formaldeído tem

sido estabelecido

como o desinfetante

mais utilizadotilhas contendo par

nos processos d“Sendo assim

de todas asformaldeídde escolhatentes no

A íntegra do trabalho com a bibliografi a consultada, gráfi cos

e tabelas está disponível em: www.avisite.com.br/cet.

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Produção Animal | Avicultura 29

O ovo e sua contaminação O ovo é um meio propício para o desenvolvi-

mento de microrganismos e possui barreiras intrínse-cas de defesa contra estes microorganismos e a sua multiplicação, como a cutícula que é formada por uma camada delgada de glicoproteína que reveste e a casca, obstruindo os poros. A penetração de bactérias é limita-da pela casca, que se constitui em barreira física junta-mente com suas membranas, que servem como fi ltros e retêm os microrganismos. O albúmen possui mecanis-mos químicos e físicos que impedem a multiplicação e o deslocamento bacteriano.

Os mecanismos preventivos de contaminação difi cultam, mas não impedem a penetração de microrga-nismos potencialmente patogênicos. O ambiente onde o ovo é produzido e o seu manejo após a postura têm gran-de infl uência sobre a sua qualidade. Portanto, a granja deve possuir condi-ções de biosseguridade para evitar pos-síveis contaminações. O isolamento, a ventilação, a distribuição dos equipa-mentos e a condição da cama são fato-res importantes na produção de um ovo de boa qualidade.

Além disto, inúmeras variáveis po-dem afetar a penetração bacteriana no ovo, dentre elas o tamanho do ovo, o número de poros da casca, a pre-sença da umidade e os danos à cutícula.

Formaldeído

O formaldeído é um grupamento químico perten-cente à família dos aldeídos, também conhecido como aldeído fórmico, formalina, oximetileno e formol. O formaldeído é um gás normalmente utilizado em solu-ção aquosa a cerca de 37% em massa, contendo meta-nol (1 a 3%) como preservativo contra a polimerização.

O formol comercial encontra-se disponível no mer-cado de diferentes formas de apresentação. Segundo Marques (1994), no caso específi co da desinfecção de-ve-se utilizar a 37% em peso o formol inibido (que con-tém de 6% a 9% de metanol), e a 37% em peso o formol estabilizado (que contém até 1% de metanol).

A solução de formaldeído (formalina) é considerada perigosa e seu vapor é tóxico.

É um produto utilizado largamente na avicultura, para a desinfecção de ovos, sendo basicamente duas as formas de utilização: à seco (fumigação) e úmida (pul-verização e imersão).

Efeitos da desinfecção com formaldeídoSegundo Furuta et al. (1986), a fumigação com

40mL/m³ de formalina e 20g/m³ de permanganato de

potássio em nascedouros com 20-30% dos ovos já eclo-didos com ou sem ventilação pode causar degeneração e descamação do epitélio traqueal. Porém, estes autores afi rmaram que ao utilizarem 20mL/m³ de formalina nos nascedouros não observaram nenhuma lesão nas aves fumigadas.

Vários estudos têm demonstrado que o gás formal-deído causa irritação no trato de diversos animais. Se-gundo Walker e Sander (2004), o formaldeído é um car-cinógeno conhecido, e também causa danos ao sistema mucociliar do trato respiratório em embriões de pinti-

nhos, se estes estão expostos a altas concentrações durante as últimas doze horas de desenvolvimento em-brionário e também durante o perío-do de incubação.

Materiais e métodoO experimento foi realizado no Incubatório Europa

da Granja Planalto, localizado no município de Uber-lândia-MG, no período de junho a julho de 2005.

Foram utilizados 57.600 ovos, com pesos entre 52 e 60 gramas, provenientes de matrizes da linhagem “Avian 48”, com idade entre 30 e 44 semanas, livres de Myco-plasma gallisepticum, M. synoviae, Salmonella Enteriti-dis, S. Pullorum, S. Galinarum e S. Typhimurium.

Os tratamentos foram defi nidos de acordo com o tempo de exposição e concentração de formaldeído utilizado no nascedouro e estão dispostos abaixo.

T1: Troca da formalina a cada seis horas, no total de seis trocas;

T2: Troca da formalina a cada nove horas, no to-tal de quatro trocas;

T3: Troca da formalina a cada doze horas, no total de três trocas;

T4: Grupo controle, não foi utilizado formalina.

O gás de formaldeído foi avaliado nas últimas 36 horas de incubação, o que ocorreu nos nascedouros da marca Petersime Modelo KK168, de dimensão de 15,07 m³ e capacidade máxima para 16.800 ovos. O gás do

ldeído para desinfecção no incubatório

Formaldeído é utilizado

em incubatórios para

reduzir a contaminação

ambiental das máquinas

de incubação e eclosão

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30 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

formaldeído foi obtido por fumigação contínua, pela exposição de recipientes do tipo pratos de vinte centí-metros de diâmetro, contendo formalina e colocados no interior dos nascedouros. Foram utilizados dois reci-pientes por vez, cada um contendo 90 mL de formali-na, obtendo-se uma concentração de 4,48 mg de for-maldeído/m³ em cada troca da solução.

Para cada tratamento foi determinado um nasce-douro diferente, com a sua capacidade máxima. Todos os nascedouros estavam na mesma sala de eclosão.

A cada doze horas foram realizadas medições da temperatura e da umidade dentro das máquinas de eclosão e os dados foram registrados em planilhas. To-das as máquinas foram reguladas com o mesmo grau de abertura da ventilação.

Trinta minutos após cada introdução de formalina dentro de cada nascedouro, realizou-se a medição da concentração do gás de formaldeído. Para isto, utili-zou-se um medidor de gases da marca Gastec GV 100S, sendo que todas as medições foram realizadas com o aparelho situado a aproximadamente 1,20 m de altura em relação ao piso da máquina, na entrada do nasce-douro, conforme esquematizado na Figura 1. A posição dos recipientes e os locais de retirada das amostras tam-bém estão esquematizadas nesta fi gura.

Amostras de traquéia e pulmões dos pintos foram co-letadas após a exposição ao formaldeído e examinadas ao microscópio de luz e ao microscópio eletrônico de trans-

missão, para avaliação de alterações estruturais. Foram observadas as seguintes lesões: acúmulo de muco; áreas de deciliações; aglutinações ciliares; áreas de descamações e infi ltrações de heterófi los.

Para avaliações do desempenho produtivo foram uti-lizados 600 pintos de cada tratamento (concentrações de formaldeído), os quais foram alojados em galpão experimental.

O delineamento estatístico utilizado, de todas as aná-lises, foi inteiramente casualizado. Para análises estatísti-cas dos resultados obtidos das avaliações ultra-estruturais, utilizou-se o teste não-paramétrico de Wilcoxon.

Para análises estatísticas dos resultados obtidos das avaliações microestruturais, utilizou-se o teste não-para-métrico de Kruskal-Wallis. Foi utilizado o teste estatístico T-Student ( = 0,05) para verifi car diferenças entre as mé-dias dos dados de desempenho das aves quando houve distribuição normal dos dados; quando a distribuição não foi normal, utilizou-se teste não-paramétrico de Wilcoxon para verifi car diferença entre grupos. Para todas as variá-veis foi considerado um nível de signifi cância de = 0,05.

Avaliações micro e ultra-estruturaisO material coletado no incubatório foi preparado

para as avaliações ultra-estruturais ao microscópio eletrô-nico de transmissão e para as avaliações microestruturais utilizando microscopia de luz, no Laboratório de Histolo-gia e no Centro de Microscopia Eletrônica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Uberlân-dia (ICBIM-UFU).

ConclusãoA utilização do gás formaldeído durante todo o pro-

cesso de eclosão causa alterações ultra e microestruturais na traquéia e pulmões de pintos de corte, sendo as mais freqüentes as áreas de deciliação, ruptura da membrana ciliar, aglutinação ciliar, áreas de descamação no epitélio e infi ltrações de heterófi los. No entanto não foram en-contradas diferenças estatísticas entre os tratamentos.

Além disso, a exposição de pintos ao formaldeído na máquina de eclosão não infl uenciou o desempenho pro-dutivo destas aves. De toda forma, o gás formaldeído na incubação deve ter seu uso minimizado devido às altera-ções ultra e microestruturais na traquéia e pulmões de pintos recém-eclodidos. A avicultura industrial deve de-senvolver métodos de desinfecção menos danosos para as vias respiratórias superiores de pintos recém-eclodidos. •

Gás formaldeído na incubação deve

ter seu uso minimizado devido às

alterações ultra e microestruturais

na traquéia e pulmões

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Produção Animal | Avicultura 31

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 2003, a Infl uenza Aviária já contaminou mais de 380 pessoas, com cerca de 240 mortes, até setem-

bro de 2008. Cientistas dos cincos continentes têm de-senvolvido e testado inúmeras vacinas na tentativa de combater a doença em animais e humanos.

Vacina universal Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra,

estão testando uma vacina que pode proteger todas as variações do vírus da gripe, incluindo a Infl uenza Aviária.

Segundo os pesquisadores, a vacina ataca proteínas que fi cam na parte interna do vírus da gripe e que rara-mente se modifi cam. A vacina é composta por uma amos-tra enfraquecida do vírus da varíola e leva as proteínas para o interior do corpo do paciente.

A expectativa é que o novo tipo de imunização possa acabar com a produção de novas vacinas contra variações do vírus. Os cientistas acreditam que serão necessários en-tre cinco e dez anos de testes para que o experimento seja concluído.

Vacina vietnamita A agência ofi cial de notícias do Vietnã informou que

um experimento realizado para testar uma vacina huma-na contra a cepa H5N1 do vírus da IA obteve sucesso. A vacina, produzida a partir de células renais dos macacos, foi aplicada em 30 estudantes do Instituto Militar de Me-dicina (MMI) do País.

De acordo com MMI, esta é primeira experiência em grande escala que não apresentou efeitos colaterais nos voluntários imunizados. Foram coletadas amostras de sangue durante o teste e fi cou comprovada, ao fi nal, a imunização efetiva contra a cepa H5N1.

A vacina vem sendo aperfeiçoada há cerca de quatro anos por empresas públicas que integram o Instituto Na-cional de Higiene e Epidemiologia do Vietnã.

Descoberta em 1986 no Reino Unido e posterior-mente caracterizada como uma doença da proteí-na prion dos bovinos, a Encefalopatia Espongifor-

me Bovina (BSE, na sigla em inglês; mais conhecida como “doença da vaca louca”) nunca teve as causas esclareci-das. Mas como se concluiu que sua origem estaria na ali-mentação animal, uma das maneiras de conter a maior disseminação da EEB foi suspender o uso, na produção animal, de rações contendo subprodutos de ruminantes. Por extensão, proibiu-se até mesmo a alimentação de bo-vinos com cama de frango (medida vigente no Brasil), pelo eventual risco desta conter subprodutos de ruminan-tes contaminados.

É provável, porém, que nenhuma das medidas até agora adotadas seja sufi ciente para deter a “doença da vaca louca”. Porque pesquisas realizadas nos EUA revelam que o mal pode estar associado a mutações genéticas da proteína prion dos bovinos. Por sinal, as alterações detectados no prion bo-

vino são similares àquelas observadas no similar humano da EEB, a Doença de Creutzfeldt-

Jakob (CJD, na sigla em inglês).O achado foi publicado na PLOS Pa-

thogens. Mais informações: http://www.plospathogens.org/home.action

“Energia verde” de cama de frango é “ovo de Colombo”

Especialistas testam vacinas contra a IA

Pesquisadores associam EEB a alterações da proteína príon

De acordo com informações do site World Poultry, a Holanda colocou em funcionamento uma usina que vai gerar energia elétrica a partir da cama de

frango, conhecida por energia da biomassa ou “energia verde”. A Ministra da Agricultura do País, Gerda Verbug, considerou o fato como o verdadeiro “ovo de Colombo”.

A nova usina produzirá 36,5 megawatts, energia sufi -ciente para iluminar uma cidade de 90 mil habitantes. No processo, 629 granjas serão responsáveis pelo fornecimen-to de 440 mil toneladas de cama de frango, volume que corresponde a um terço de todo o esterco avícola produzi-do no país. Segundo a Ministra, a usina traz a solução para dois problemas: o atendimento da demanda crescente pela (cara) energia elétrica; mas, principalmente, a questão de deposição de dejetos animais.

A opção pela cama de frango vem do fato de o produto conter menos umidade e, assim, é mais facilmente proces-sável. O governo holandês investiu no projeto cerca de 150 milhões de euros.

Ovo de Colombo é uma metáfora para referir-se a soluções “aparentemente” muito naturais e óbvias, mas que alguém teve que pensá-las algum dia, e implementá-las, para depois serem tão naturais.

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32 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A primeira fase do Concurso “Eu que Vacino” da Merial

Saúde Animal – evento que orien-ta e estimula as equipes de imuni-zação para a forma correta de vacinar aves de um dia - contou com a participação de 38 incuba-

tórios e 390 vacina-dores. Desse total, sete incubatórios e 90 vacinadores foram premiados pelo bom desempe-nho no concurso.

A equipe da Frango Sertanejo (Ipiguá, SP) liderou a classifi cação dos incu-

batórios de pintos de corte, seguido por Makarú (Ananideua, PA), José Flávio Neto (Mococa, SP), Globoaves (Cuiabá, MT), Granja Amazônia (Santa Izabel do Pará, PA) e, fi namente, pela a equipe da Nutriza (Pires do Rio, GO). Todos os incubatórios registraram índice de efi ciência superior a 99,5%. Já na classifi cação dos incubatórios de matrizes e postura, venceu a equipe da Hy-Line (Nova Granada, SP).

Neste ano, duas novidades foram

inseridas no evento: as equipes de vacinação escolheram os prêmios que gostariam de ganhar na 1ª e na 2ª fase caso fossem classifi cadas e tiveram a oportunidade de decidir pelo Slogan da Campanha “Eu que Vacino” de 2009. A frase escolhida pela comissão foi a de Cíntia Bondecan, do incubató-rio da Hy-line. O Slogan para 2009 será: “Você vacina, Merial protege”.

A segunda fase do Concurso, que teve início em agosto vai até novembro, terá a participação dos mesmos 38 incubatórios inscritos na primeira fase.

AAlltech participa do AVI-SULAT 2008 com dois

estandes e uma palestra ministrada por Ari Fischer, Diretor Geral da Alltech do Brasil.

O tema será “A Geração Mais Verde”, que vai mostrar como as grandes empresas precisam estar comprometidas com um mundo

melhor, e como devem deixar para trás pensamentos sobre a falta de lucratividade ao investir em educa-ção e na preservação do meio am-biente. O evento será realizado de 19 a 21 de novembro, em Bento Gonçalves, RS.

Um treinamento sobre vacinas e vacinações, promovido pelo

Laboratório Biovet, em Ibiporã, PR, no fi nal de agosto, contou com a presença de 21 colaboradores da Diplomata. Entre os participantes estão profi ssionais que atuam nos setores de vacina, coleta de pintai-nhos e em outras áreas do incuba-tório, como higienização, sala de ovos, manutenção, transferência e também departamento adminis-trativo da unidade.

Joyce Santos Armagni, Auxiliar Administrativa do incubatório da Diplomata, comenta: “Foi de grande valia para a empresa, par-ticularmente para mim, que faço parte do setor administrativo e não participo de todos os treina-mentos destinados à produção”.

Alltech no AVISULAT 2008

Biovet: mais um treinamentoPalestra foi realizada para colaboradores da Diplomata

Concurso premia incubatórios por desempenho na imunização de aves

Geração mais verde é tema de apresentação da empresa

Índices de efi ciência dos incubatórios participantes estiveram acima de 99,5% Conhecimento

Vacinação

Comprometimento

Demonstração de aplicação correta de vacina em spray

Merial promove Merial promove “Eu que Vacino”“Eu que Vacino”

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Produção Animal | Avicultura 33

A Granja Planalto promoveu no fi nal de agosto o 3º Simpósio

Técnico Avian48, direcionado, princi-palmente, para o corpo técnico das empresas avícolas do Brasil. Realizada nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, a ronda técnica foi iniciada no dia 25 de agosto na cidade Chapecó, SC, onde se reuniram mais de noventa participantes. Outros setenta convida-dos estiveram presentes em Gravatá, PE, no dia 27 e em Campinas no dia 29 de agosto.

A programação do Simpósio foi comum nas três ocasiões: Biossegu-rança na Produção Avícola: Um Novo Enfoque em Princípios e Defi nições, Índices Zootécnicos X Custos, Atuali-zação Manejo Fêmeas e Machos, Diferenças entre Comedouros de Corrente e Pratos em Matrizes, Atua-lização de Comedouros para Machos Matrizes e PH de Água e Desinfecção.

Ao fi nal do ciclo de palestras, os participantes desfrutaram de um des-contraído coquetel e sorteio de brindes.

A Unidade de Aves e Suínos da Bayer está lançando uma pasta

exclusiva para seus clientes sobre o programa de biossegurança da em-presa. O material contém informações de uso e técnicas sobre os produtos da Bayer.

O programa de biossegurança da empresa tem o objetivo de prestar serviços de MIP (Manejo Integrado de Pragas). Primeiro, é feito o diagnósti-co do problema e, em seguida, a Bayer fornece relatórios com as reco-

mendações de correções e soluções. Segundo Josiédi Pires, Gerente de

Marketing da Bayer Aves e Suínos, o material também serve como docu-mentação em auditorias para aprova-ção de exportação e comercialização de carnes. Além de informações de segurança e indicações específi cas, a pasta possui os registros do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Para mais informações: 0800-7015546

A Nutron, empresa da área de nutri-ção animal, e a Biorigin, que atua

com leveduras e derivados, fi rmaram um parceria para distribuição do prebió-tico ActiveMOS no País.

Segundo Ronnie Dari, Gerente de Produtos da Nutron, este acordo entre as empresas já era esperado. “A Nutron já vinha se preparando para entrar no mercado de prebióticos há mais de dois anos. Quando identifi camos na Biorigin um grande diferencial na criação de aditivos a base de leveduras, iniciamos um projeto para aumentar ainda mais o volume de informações científi cas que explicam e comprovam a efi ciência do MOS”, explica Dari, ressaltando que com a parceria comercial o consumidor vai ter produtos para melhorar ainda mais o desempenho dos animais.

3º Simpósio Técnico da Avian48

Bayer lança pasta de apoio Biorigin fecha acordo com Nutron

Campinas

Chapecó

Gravatá

Evento

Serviço Parceria

Ronda técnica da Planalto passou por três cidades

Empresa divulga material sobre sua linha de biossegurançaEmpresas vão distribuir prebiótico ActiveMOS no Brasil

co do problema e, em seguida, a Bayer fornece relatórios com as reco-

Para mais informações: 08007015546

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34 Produção Animal | Avicultura

Associações

F iscais do Ministério da Agricul-tura, nomeados como audito-

res do Plano Nacional de Preven-ção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, estiveram em São Paulo, no início de setembro, para reavaliar a estrutura e as medidas implantadas no decorrer de 2008 pelo Estado. Os auditores percor-reram os escritórios regionais de Orlândia, Franca, Araraquara, Piracicaba, São José do Rio Preto, Tupã e passaram por Campinas, na sede da Coordenação de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura do Esta-

do responsável pela sanidade ani-mal e vegetal em São Paulo.

Segundo o Gerente do Progra-ma Estadual de Sanidade Avícola, Fernando Buchala, o Estado de São Paulo está sendo avaliado e ao final receberá uma nota do MAPA. A classificação é descrita no Plano, ao qual o Estado de SP aderiu em dezembro de 2006, se comprome-tendo a tomar várias medidas para prevenir a ocorrência de doenças no plantel e o imediato atendi-mento no caso de notificações, conforme a Instrução Normativa nº17, de 7 de abril de 2006.

APA espera novo conceitoEm relação à auditoria realiza-

da no ano passado, quando a avicultura paulista recebeu o con-ceito “C” (de nível intermediário, quando o Estado necessita da coordenação do Ministério na condução de alguns procedimen-tos sanitários), o Diretor Executivo da Associação Paulista de Avicultu-ra (APA), José Roberto Bottura, diz que as “não conformidades” ob-servadas foram trabalhadas este ano pela entidade. “A APA plei-teou junto ao governo a contrata-ção de médicos veterinários, a implantação de mais barreiras interestaduais, além da solicitação de mais vans para fazer a fiscalização no Estado”.

Em abril deste ano, a CDA ampliou o quadro de funcionários com admissão de 356 profissionais entre engenheiros agrônomos, médicos veterinários e técni-cos para ajudar na fiscaliza-ção, inspeção e em campa-nhas de vacinação.

De acordo com Bottura, “a associação tem implanta-do os requisitos que o plano tem determinado. Neste ano, esperamos uma classi-ficação melhor, pois em 2007 ficamos muito próxi-mo de alcançar o conceito B”. Segundo o Secretário de Defesa Agropecuária, as auditorias de 2008 estarão concluídas até outubro.

Sede do 24º Congresso Mundial de Avicultura, que acontece em

2012, a cidade de Salvador passou pelo primeiro “teste” para o evento após realizar o Simpósio Regional de Avicultura e Suinocultura. Organiza-do pela associação que representa os avicultores no Estado da Bahia (ABA), o simpósio contou com o apoio da entidade máxima do setor avícola (UBA) e da Associação Brasi-leira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Cerca de 300 representantes das cadeias produtivas dos dois setores participaram do encontro, que teve enfoque nas palestras e mesas-re-dondas com temas voltados para a sanidade, produção limpa e merca-do. Além do simpósio, ocorreu um evento paralelo voltado para empre-sários e produtores, o I Encontro de Agroindústrias Avícolas e Suinícolas da Bahia.

Associações

Bahia

Auditores do MAPA estiveram em SP para

reavaliar a estrutura de defesa sanitária avícola

Em seu primeiro simpósio, ABA aborda produção limpa, sanidade e mercado

São Paulo

Evento contou com a participação de 300 pessoas

Cerimônia de abertura do simpósio

MAPA avalia sanidade avícola paulista

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Produção Animal | Avicultura 35

Durante a primeira edição da Feira de Avicultores e Suinocul-

tores (Superfas) em Pará de Minas (MG), a avicultura mineira cumpriu mais uma exigência do Plano Nacio-nal de Sanidade Avícola. No evento, o Secretário de Agricultura, Gilman Viana, e o Presidente da Associação que representa a avicultura em Minas (Avimig), Tarcísio Franco do Amaral, assinaram o documento que ofi ciali-za a criação do Fundo Privado de Emergência Sanitária no Estado.

De acordo com Viana, o Fundo de Emergência é um instrumento de qualidade de gestão sanitária, que vai contar com recursos exclusiva-mente do setor privado. O valor da contribuição para o fundo ainda não está defi nido e os recursos serão arrecadados simultaneamente com a

emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), administrado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

GeoDsa: profi ssionais já estão preparados para usar o sistema

Após um treinamento promovido pelo IMA para habilitar médicos veterinários a utilizar o Georeferen-ciamento de Defesa Sanitária Animal

(GeoDSA), a avicultura do Estado passa a adotar defi nitivamente o sistema. Na sede do IMA, 120 médi-cos veterinários e 10 servidores do instituto participaram do curso.

Todos os participantes receberam uma cópia do programa de instala-ção do GeoDsa. A partir de agora, o uso do sistema é obrigatório e sua operação passa a ser ofi cial.

Ao participar de debates e apre-sentações durante a Expointer

2008, que ocorreu em Esteio (RS), o Presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF), Francisco Turra, suge-riu que o Banco Regional de Desen-volvimento do Extremo Sul (BRDE) crie um programa de crédito voltado para

No Superfas, avicultores e governo do Estado ofi cializam fundo para emergência sanitária

ABEF discute reivindicações do setor avícola na Expointer

Minas Gerais

Brasil

Feira reuniu produtores avícolas e suínicolas de Minas Gerais

Fern

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glio

Os Presidentes da APEX-Brasil, Alessandro Teixeira, e da ABEF, Francisco Turra

a modernização do setor agrícola. “Este é o grande momento. As

exportações brasileiras de carne de frango baterão um novo recorde este ano, com receita superior a US$ 6,5 bilhões. Existem inúmeras oportuni-dades no setor, tanto em relação ao fi nanciamento de equipamentos e de câmaras frigorífi cas como na constru-

ção de novos aviários”, afi rmou Turra.

Promoção no exteriorO Presidente da Agência Brasilei-

ra de Promoção de Exportação e Investimentos (APEX-Brasil), Alessan-dro Teixeira, e o Presidente da ABEF, assinaram, também na Expointer, um novo convênio entre as duas entidades para a promoção da carne de frango brasileira no exterior.

O novo acordo, relativo ao biê-nio 2008/2010, é de R$ 4,712 mi-

lhões e será partilhado igualmente entre as duas entidades. O montante representa o aumento de 76% sobre os recursos investidos no período 2006/2008, que foram de R$ 2,680 milhões.

Produção de milho Ainda durante o evento, o Presi-

dente Turra defendeu medidas que benefi ciem o produtor de milho como forma de garantir o pleno abasteci-mento do mercado interno e desta-cou que o setor avícola consome cerca de 40% da produção brasileira de milho. “O produtor de milho preci-sa de estímulo e renda. O setor avíco-la está em expansão tanto no merca-do interno quanto nas exportações, e não pode aventar um quadro de problemas na oferta deste que é um de seus principais insumos”, disse Turra.

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Produção e mercado em resumoConjuntura atual da avicultura se assemelha à do segundo semestre de 2005. E isso preocupa.

Ainda não totalmente refeita dos desafi os que enfrentou na pri-meira metade do ano, mas no-

vamente estimulada pelo desempenho sem dúvida excepcional das exporta-ções e pelo bom comportamento inter-no da economia, a avicultura brasileira agora corre o risco de, mais uma vez, enfrentar novo impasse – também de caráter externo, como foi a grande crise de 2006, ocasionada pelo temor da In-fl uenza Aviária na Europa, Ásia e Orien-te Médio.

Mas como agora o problema é es-sencialmente econômico e o maior afe-tado é a principal economia do mundo – os EUA – os desdobramentos desse impasse podem ter repercussões muito mais graves que todas as crises anterio-res. A começar pelo crédito, essencial para a manutenção de todas as ativida-des e que, no nosso caso, não se limita apenas à produção avícola, se estende (apenas um exemplo, entre muitos que poderiam ser tomados dentro do setor) à futura produção de grãos, essenciais à produção de ovos e de carnes. E, todos sabemos, depois das quebras fi nancei-ras registradas nos EUA, até por aqui o crédito começa a fi car mais escasso. Ou, pelo menos, muito mais seletivo, o que, de qualquer forma, afeta o ritmo de evolução da economia.

Economia em desaceleração signifi -ca, também, menor consumo – inclusi-ve de alimentos, ainda que estes sejam essenciais. E a avicultura brasileira além de ser, hoje, a maior fornecedora de carne de frango para o mundo, tam-bém tem no mercado externo 35% de seus consumidores, um índice de de-pendência que nenhum país do mundo jamais registrou. Como fi cará o setor e, especialmente, o mercado interno se o ritmo de compra desses consumidores diminuir ou sofrer solução de continuidade?

Nada de ruim ocorreu por ora e, espera-se, nada acontecerá. Mas não

36 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

há como esconder que o cenário atual da avicultura brasileira lembra muito aquele observado há exatos três anos, no segundo semestre de 2005. Então, como agora, as exportações caminha-vam num ritmo célere (mais de 16% entre janeiro e agosto), acompanhado pela produção (10% de expansão no mesmo período). Foi quando ocorreu, primeiro, uma greve interna dos fi scais federais agropecuários que derrubou as exportações (novembro/05) e, quase si-multaneamente, a crise externa da In-fl uenza Aviária. Nem é preciso mencio-nar o que veio depois, pois isso ainda deve estar claro na memória do setor.

Mesmo correndo o risco de ser ta-xado de Cassandra, é preciso deixar cla-ro que a ameaça atual talvez seja ainda pior que a de três anos atrás. Pois en-quanto em 2005 o setor encerrou o ano com um aumento de 10% na sua capa-cidade de produção (matrizes alojadas), neste ano essa capacidade já aumentou 19%, índice que não deve sofrer grande variação até o fi nal do pe r í odo .

Ou seja: será que o Brasil e o mundo estarão em condições de absorver qua-se um quinto a mais do que se produz atualmente?

Repetindo (e batendo na madeira três vezes): nada de ruim ocorreu até agora e, espera-se, nada acontecerá. Mas uma adequada dose de prevenção não deve fazer mal a ninguém, até pelo contrário. Por sinal, falar em redução do ritmo produtivo no atual momento será considerado heresia, pois não só a épo-ca (aproximação das Festas) solicita maior produção, como também a con-juntura manda faturar mais (produzin-do mais, claro). Mas é aí que se encon-tra o grande risco do setor: produzir mais e fi car com o “mico” na mão. Exa-tamente como se observou no primeiro semestre de 2006.

O cenário solicita, mais do que em qualquer outra ocasião, profunda refl e-xão. E cautela acompanhada de caldo de galinha talvez seja o prato mais ade-quado para o momento.

o .

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Produção Animal | Avicultura 37

MATRIZES DE CORTEAlojamento mensal em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

SET 3,105 3,347 7,77%

OUT 3,444 3,945 14,56%

NOV 3,490 3,858 10,55%

DEZ 3,585 3,766 5,05%

JAN 3,137 4,265 35,97%

FEV 2,962 3,852 30,06%

MAR 3,674 3,944 7,34%

ABR 3,444 3,953 14,78%

MAI 3,863 4,012 3,84%

JUN 3,358 4,037 20,22%

JUL 3,601 4,409 22,46%

AGO 3,527 4,348 23,28%

EM 8 MESES 27,566 32,820 19,06%

EM 12 MESES 41,190 47,736 15,89%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Conforme a UBA, o alojamento in-terno de matrizes de corte em

agosto de 2008 totalizou 4.348.136 cabeças, volume que representou au-mento de 23,28% sobre o alojado em agosto de 2007. Em relação ao mês anterior - julho de 2008, por ora recorde no setor - houve uma redu-ção de cerca de 1,4%.

Completados os dois primeiros quadrimestres do ano, o alojamento brasileiro de matrizes de corte apre-senta evolução superior a 19% e soma 32,820 milhões de cabeças, quase o mesmo volume alojado qua-tro anos atrás (33,293 milhões de matrizes em 2004).

A média mensal registrada nos oito primeiros meses de 2008, de 4,1 milhões de cabeças, projeta para a totalidade do ano alojamento da or-dem de 49,230 milhões de matrizes de corte, quase 16% a mais que o alcançado em 2007. A tendência, porém, é de superação desse volu-me, pois é quase impossível ocorrer um retorno aos níveis do primeiro semestre.

Mantida, no quadrimestre fi nal do ano, a média registrada nos dois últimos meses, o volume de matrizes de corte alojadas em 2008 pode che-gar aos 50,3 milhões de cabeças, 18,5% a mais que o alojado no ano passado.

Por ora, em 12 meses (setembro de 2007 a agosto de 2008), o aloja-mento de matrizes de corte soma 47,736 milhões de cabeças e apre-senta expansão de quase 16% sobre o mesmo período anterior.

Alojamento de matrizes de corteEm oito meses, volume aumentou 19%

Volume alojado em 2008 pode chegar a 50,3

milhões de cabeças de matrizes de corte

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38 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteSegmento segue registrando recordes

PINTOS DE CORTEProdução brasileira em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

SET 388,3 424,4 9,30%

OUT 412,6 463,4 12,30%

NOV 394,1 431,5 9,50%

DEZ 405,4 451,8 11,44%

JAN 420,5 460,7 9,56%

FEV 390,8 427,9 9,48%

MAR 423,4 441,1 4,19%

ABR 414,3 429,0 3,56%

MAI 433,5 455,5 5,06%

JUN 418,8 437,0 4,34%

JUL 434,6 476,1 9,55%

AGO 444,8 484,3 8,88%

EM 8 MESES 3.380,7 3.611,7 6,83%

EM 12 MESES 4.981,1 5.382,7 8,06%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Como manteve o comportamento habitual (volume de agosto nor-

malmente superior ao de julho, mês também de 31 dias), a produção brasi-leira de pintos de corte registrou novo recorde em agosto último alcançando, conforme a APINCO, 484,3 milhões de cabeças. Cerca de 1,7% superior à do mês anterior, essa produção fi cou 8,88% acima da alcançada em agosto de 2007.

Completados dois terços do ano, a produção acumulada em 2008 está próxima de 3,612 bilhões de pintos de corte, apresentando incremento de 6,83% sobre o mesmo período do ano passado.

A média alcançada nesses oito me-ses – 451,4 milhões de cabeças men-sais – projeta para a totalidade de 2008 produção em torno de 5,417 bilhões de pintos de corte, volume 5% supe-rior ao registrado em 2007.

Será natural, entretanto, superar-se esse volume, visto que a maior pro-dução do exercício concentra-se, tradi-cionalmente, no terceiro quadrimestre. Isso considerado e supondo-se a ma-nutenção, entre setembro e dezembro, de volume médio similar ao registrado em agosto, o ano pode ser encerrado com um volume em torno dos 5,550 bilhões de pintos de corte, perto de 8% a mais que o produzido no ano que passou.

Por enquanto, o volume acumula-do em 12 meses (setembro de 2007 a agosto de 2008) se encontra pouco além dos 5,380 bilhões de pintos de corte, volume 8% maior que o do mes-mo período anterior. Ou seja: essa mé-dia deve ser mantida.

Mantido desempenho atual, produção aumenta 8% e chega aos 5,5 bi em

2008

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Produção Animal | Avicultura 39

Produção de carne de frangoEm agosto, o segundo maior volume do ano

CARNE DE FRANGOProdução brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

SET 777,3 866,9 11,53%

OUT 797,5 891,4 11,78%

NOV 790,7 887,9 12,29%

DEZ 851,4 945,5 11,05%

JAN 828,9 914,0 10,26%

FEV 749,8 866,3 15,53%

MAR 843,7 926,5 9,81%

ABR 835,3 880,0 5,35%

MAI 859,7 872,1 1,45%

JUN 851,6 861,8 1,20%

JUL 872,6 897,0 2,80%

AGO 871,8 923,8 5,96%

EM 8 MESES 6.713,4 7.141,5 6,38%

EM 12 MESES 9.930,3 10.733,2 8,09%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

O recorde do ano ainda não foi batido, mas esteve bem próximo. Em agosto

passado, de acordo com a APINCO, foram produzidas no Brasil 923.774 toneladas de carne de frango, apenas 2.704 toneladas a menos que o registrado em março, por ora o maior volume de 2008. O volume alcan-çado em agosto signifi cou aumentos de 5,96% e de 2,98% sobre, respectivamente, a produção de agosto do ano passado e de julho deste ano.

Em decorrência do último resultado, a produção acumulada nos dois primeiros quadrimestres de 2008 soma 7,141 mi-lhões de toneladas, sendo 6,38% superior à registrada no mesmo período de 2007. Como esse volume corresponde a uma mé-dia mensal de 892,6 mil toneladas, projeta para o ano volume pouco superior a 10,710 milhões de toneladas, quase 4% a mais que o produzido no ano passado.

Mas esse volume será facilmente supe-rado porque, principalmente, os recordes de produção do ano, como sempre aconte-ce, devem fi car para o presente quadrimes-tre. E o mais provável - considerado o com-portamento atual do setor e, naturalmente, a capacidade de produção instalada - é che-gar-se aos 11 milhões de toneladas de car-ne de frango, volume que solicita produção média, no corrente quadrimestre, de 965 mil toneladas mensais, aproximadamente.

Senão neste setembro, em outubro vin-douro deve ser superado o recorde mantido desde dezembro do ano passado, de 945.515 toneladas. E em dezembro o setor deve alcançar (ou superar) a marca até aqui inédita do milhão de toneladas produzida em um único mês. O que não depende de um grande aumento na atual produção de pintos de corte, pois está relacionado ape-nas a um maior tempo de criação do frango - neste caso as aves especiais de Natal ou os “frangões” de todo fi nal de ano.

Nos últimos 12 meses, a produção bra-sileira de carne de frango aumentou 8% e totalizou 10,733 milhões de toneladas, ou seja, já ultrapassou o volume anual projeta-do a partir da produção acumulada entre janeiro e agosto deste ano.

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40 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoEmbarques do ano e dos doze últimos meses são 17% maiores

CARNE DE FRANGOExportação brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

SET 210,6 242,1 15,00%

OUT 256,9 313,4 20,57%

NOV 284,1 298,9 5,32%

DEZ 238,1 299,9 25,95%

JAN 209,2 274,9 31,40%

FEV 232,4 292,6 25,89%

MAR 303,6 313,2 3,18%

ABR 264,0 270,0 2,27%

MAI 275,2 361,4 31,33%

JUN 259,3 330,1 27,30%

JUL 284,0 339,4 19,49%

AGO 304,7 322,7 5,91%

EM 8 MESES 2.132,4 2.504,3 17,44%

EM 12 MESES 3.122,1 3.658,6 17,18%

Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Dados levantados junto ao sistema Alice da SECEX/MDIC e confi rmados

pela ABEF indicam que em agosto passa-do as exportações brasileiras de carne de frango somaram 322.698 toneladas, vo-lume cerca de 6% superior ao registrado um ano atrás, em agosto de 2007.

Em relação ao mês anterior, julho de 2008, houve um recuo próximo de 5%. Aceito, porém, que agosto teve dois dias de embarques a menos (21 dias úteis, contra 23 de julho), o resultado do mês acaba sendo positivo. Registre-se, de toda forma, que o volume de agosto foi nega-tivamente infl uenciado por uma queda na exportação de carne de frango salga-da, cujos embarques somaram 12,2 mil toneladas, volume signifi cativamente aquém da média de 19,8 mil toneladas mensais alcançada no decorrer dos 12 meses encerrados em julho de 2008.

Agora, completados dois terços do ano, as exportações brasileiras de carne de frango alcançam a marca dos 2,5 mi-lhões de toneladas e são 17,44% maiores que as registradas no mesmo período de 2007. A média até aqui observada, de 313 mil toneladas mensais, projeta para a totalidade do ano volume da ordem de 3,756 milhões de toneladas, 14% a mais que o exportado no ano passado.

Nada impede, porém, que esse volu-me seja ultrapassado. Assim, por exem-plo, mantida a mesma média alcançada no segundo quadrimestre do ano – pou-co mais de 338 mil toneladas mensais – o total anual pode ir além dos 3,850 mi-lhões de toneladas.

Nos últimos 12 meses o Brasil embar-cou quase 3,660 milhões de toneladas de carne de frango, volume 17% superior ao alcançado nos 12 meses imediata-mente anteriores.

Exportações alcançam a marca dos 2,5 milhões de

toneladas

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Produção Animal | Avicultura 41

Disponibilidade interna de carne de frangoMarca das 600 mil toneladas é novamente superada

CARNE DE FRANGOProdução brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

SET 567,7 624,7 10,04%

OUT 541,6 578,1 6,73%

NOV 506,9 589,0 16,20%

DEZ 613,6 645,6 5,21%

JAN 619,7 639,1 3,13%

FEV 517,5 573,8 10,88%

MAR 540,1 613,2 13,53%

ABR 571,3 610,0 6,77%

MAI 584,5 510,7 -12,62%

JUN 592,2 531,6 -10,23%

JUL 588,6 557,6 -5,27%

AGO 567,0 601,1 6,00%

EM 8 MESES 4.580,9 4.637,2 1,23%

EM 12 MESES 6.810,7 7.074,6 3,87%

Fontes dos dados básicos: APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Depois de permanecer nos últimos três meses aquém das 600 mil to-

neladas, a oferta interna de carne de frango voltou a superar esse volume, mas sem ter ainda alcançado o volume recorde deste ano (639.139 toneladas em janeiro) e, menos ainda, o recorde até aqui absoluto do setor - 645.586 to-neladas, que vem desde dezembro de 2007.

Em agosto último, considerados os dados de produção da APINCO (923.774 mil toneladas) e os dados de exportação da ABEF (322.698 toneladas), permane-ceram no mercado interno 601.076 to-neladas de carne de frango, volume 6% superior às 567.047 toneladas de agosto do ano passado. Em relação ao mês anterior, julho de 2008 (também com 31 dias), o índice de aumento foi um pouco superior, de 7,79%, a maior variação mensal positiva registrada nes-te ano.

Esse incremento fez com que se al-terassem os índices relativos ao volume acumulado no ano. Assim, enquanto até julho o total produzido era apenas meio por cento maior que o do mesmo período do ano passado, agora, consi-derados os oito primeiros meses do ano, a variação é de 1,23%, confi gu-rando uma expansão similar ou muito próxima do crescimento vegetativo da população – o que mantém o consumo per capita médio do ano nos mesmos níveis registrados entre janeiro e agosto de 2007.

A oferta até agora observada, cor-respondente a um volume médio men-sal da ordem de 580 mil toneladas, pro-jeta para a totalidade do ano disponibilidade interna total de 6,956 milhões de toneladas, quase um por cento a menos que os 7,018 milhões de toneladas do ano passado.

Nos 12 meses encerrados em agos-to passado a oferta interna de carne de frango somou 7,074 milhões de tonela-das, apresentando evolução de 3,87% sobre idêntico período anterior.

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42 Produção Animal | Avicultura

Alojamento de matrizes de posturaSegmento registra forte recuo em agosto

MATRIZES DE POSTURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Set 31,827 67,212 111,18% 34,56% 43,68%

Out 78,400 24,339 -68,96% 66,45% 55,63%

Nov 80,900 40,126 -50,40% 73,42% 91,92%

Dez 62,143 50,503 -18,73% 73,13% 80,03%

Jan 59,975 92,858 54,83% 83,33% 56,45%

Fev 34,687 98,130 182,90% 59,64% 85,95%

Mar 100,664 47,021 -53,29% 64,12% 62,29%

Abr 23,304 42,813 83,72% 56,66% 69,68%

Mai 83,167 83,202 0,04% 74,63% 81,46%

Jun 95,915 104,611 9,07% 63,49% 68,73%

Jul 53,253 58,108 9,12% 64,66% 69,68%

Ago 63,392 45,253 -28,61% 85,02% 31,33%

EM 8 MESES 514,357 571,996 11,21% 69,93% 68,25%

EM 12 MESES 767,627 754,176 -1,75% 68,74% 70,21%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

O s dados da UBA relativos ao alojamento de reprodutores

de postura revelam que em agosto passado o volume de matrizes alo-jadas sofreu forte recuo em relação ao mesmo mês do ano anterior. No período, foram alojadas no País 45.253 matrizes de postura, quase 30% a menos que o alojado no mesmo mês do ano passado. Desta-ca-se, além disso, que apenas 31% das reprodutoras de postura aloja-das foram de linhagens produtoras de ovos brancos, aparentemente o menor índice já registrado pelo setor.

Em função desse retrocesso, a alta expansão que vinha sendo re-gistrada até julho, sofreu ligeira de-saceleração. Assim, enquanto no período janeiro-julho o incremento no ano foi de 16,80%, entre janei-ro e agosto caiu para 11,21%.

O volume alojado nos dois pri-meiros quadrimestres de 2008 pro-jeta para a totalidade do ano um alojamento da ordem de 858 mil matrizes de postura, 23% a mais que o alojado no decorrer de 2007. Aparentemente, porém, é pouco provável que se chegue a esse re-sultado. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o volume acumulado foi cerca de 100 mil cabeças menor: fi-cou em 754.176 matrizes de postu-ra e apresentou decréscimo de 1,75% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores.

Estatísticas e Preços

Retrocesso em agosto provocou desaceleração da expansão registrada

até julho no alojamento de matrizes de postura

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Produção Animal | Avicultura 43

Alojamento de pintainhas de posturaEquilíbrio observado no alojamento surpreende

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Set 5,034 5,074 0,80% 73,43% 72,28%

Out 6,086 5,166 -15,13% 75,33% 73,26%

Nov 4,882 5,105 4,57% 72,55% 73,80%

Dez 4,792 5,017 4,71% 75,16% 75,79%

Jan 4,821 4,897 1,57% 76,98% 75,11%

Fev 4,749 5,048 6,29% 77,81% 73,17%

Mar 5,028 5,122 1,88% 73,73% 72,51%

Abr 4,980 5,127 2,94% 73,53% 71,79%

Mai 4,960 4,788 -3,47% 74,17% 73,83%

Jun 5,142 4,955 -3,63% 74,39% 72,25%

Jul 5,078 5,237 3,14% 74,30% 72,35%

Ago 5,091 4,895 -3,85% 74,48% 73,25%

EM 8 MESES 39,849 40,068 0,55% 74,89% 73,01%

EM 12 MESES 60,642 60,430 -0,35% 74,65% 73,27%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em agosto passado, conforme a UBA, foram alojadas no País

4,895 milhões de pintainhas de pos-tura, volume que corresponde a re-cuos de 3,85% sobre o mesmo mês do ano passado e de 6,5% sobre o mês anterior, julho de 2008.

A despeito do retrocesso, man-tém-se a estabilidade observada no setor desde o ano passado. Assim, por exemplo, o volume alojado em agosto está apenas 2 mil cabeças abaixo do alojado em janeiro (dife-rença de somente 0,04%). E em rela-ção à média mensal registrada nos oito primeiros meses do ano – 5,008 milhões de cabeças – as variações máximas não chegam a alcançar 5% acima ou abaixo da média.

Outra demonstração da estabili-dade do alojamento das pintainhas de postura é encontrada na variação entre o acumulado neste ano e o to-tal alojado nos oito primeiros meses do ano passado – um acréscimo de apenas 0,55%. Ou, ainda, no volu-me alojado nos últimos 12 meses, apenas 0,35% inferior ao alcançado entre setembro de 2006 e agosto de 2007.

Em resumo: mantido o mesmo comportamento no quadrimestre fi -nal do ano, o alojamento de pintai-nhas no decorrer de 2008 irá repetir, com variação mínima, os números do ano passado: algo em torno dos 60 milhões de cabeças, volume ainda aquém dos quase 64 milhões regis-trados em 2006.

Estabilidade observada de setembro do ano

passado para cá é inédita no segmento

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

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44 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIAR$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

SETEMBRO/2007 1,68 9,80% -8,69%

OUTUBRO/2007 1,60 -9,09% -4,76%

NOVEMBRO/2007 1,55 21,09% -3,12%

DEZEMBRO/2007 1,65 41,02% 6,45%

JANEIRO/2008 1,52 14,28% -7,88%

FEVEREIRO/2008 1,38 -22,90% -9,21%

MARÇO/2008 1,24 -20,00% -10,14%

ABRIL/2008 1,33 -2,20% 7,26%

MAIO/2008 1,61 34,17% 21,05%

JUNHO/2008 1,78 27,14% 10,55%

JULHO/2008 1,89 12,50% 6,18%

AGOSTO/2008 1,94 5,43% 2,64%

SETEMBRO/2008 1,85 10,12% -4,64%

Desempenho do frango vivo em setembro de 2008Produto enfrenta perda e registra menor valor do semestre

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2004 1,49 2,75%

2001 0,97 6,47% 2005 1,35 -8,72%

2002 1,13 16,49% 2006 1,16 -14,70%

2003 1,45 28,31% 2007 1,55 33,62%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

JAN/SET R$1,62/KG 4,98%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

A expectativa de que no decorrer de setembro o mercado manteria

as mesmas condições observadas no fi nal de agosto – R$1,95/kg no interior paulista, o melhor valor nominal alcan-çado pelo setor em todos os tempos – se desvaneceu antes mesmo da virada da primeira quinzena: já a partir do dia 10, começaram a ser observadas situa-ções idênticas às de setembro de 2007. Porém, este último setembro terminou pior do que há um ano porque, em vez da perda de 20 centavos no mês (de R$1,80/kg para R$1,60/kg em setembro/07), agora a perda foi de 25 centavos (de R$1,95 para R$1,70/kg), com um recuo próximo de 13% no es-paço de três semanas.

Em função desse comportamento, o frango vivo enfrentou uma perda, no mês, de quase 5% de seu preço ante-rior, fechando setembro com a média de R$1,85/kg, o menor valor do cor-rente semestre. Em comparação ao mesmo mês do ano passado é registra-da uma evolução, positiva, de 10,12%.

Note-se que, em relação ao preço de abertura do ano (R$1,65/kg), a atu-al cotação é apenas 3% superior. Mas igualmente ínfi ma é a variação regis-trada no preço médio do produto nos primeiros nove meses de 2008: R$1,62/kg, o que signifi ca apenas 4,98% de acréscimo sobre o mesmo período de 2007. Entre janeiro e setembro, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas acumula variação de 8,47% em rela-ção a idêntico período de 2007.

Cotação do frango em

setembro é apenas 3%

superior ao preço de abertura

do ano (R$1,65/kg)

Estatísticas e Preços

FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/KG, granja, interior paulista) ///KGKGKG, grgr granjanjanjaaa, intintinterierieriororor paupaupaulislislista)ta)ta)PREPREÇOOOOÇO MMÉÉÉDMÉDIOIO EFEEFETIVTIVO EO EM 2M 2008008: (: (R$/R$/

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Produção Animal | Avicultura 45

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIAR$/CXA

VARIAÇÃO %ANUAL MENSAL

SETEMBRO/2007 38,42 42,03% -11,35%

OUTUBRO/2007 37,29 28,36% -2,94%

NOVEMBRO/2007 36,64 26,12% -1,74%

DEZEMBRO/2007 45,30 27,43% 23,64%

JANEIRO/2008 38,69 27,69% -14,59%

FEVEREIRO/2008 50,71 29,20% 31,07%

MARÇO/2008 50,30 22,14% -0,81%

ABRIL/2008 39,63 4,76% -21,21%

MAIO/2008 44,60 19,86% 12,54%

JUNHO/2008 45,82 5,19% 2,73%

JULHO/2008 47,50 12,74% 3,67%

AGOSTO/2008 45,98 6,09% -3,20%

SETEMBRO/2008 43,25 12,57% -5,93%

Desempenho do ovo em setembro de 2008Mês é encerrado com o pior resultado dos últimos cinco meses

A chegada da Primavera, com seus dias mais longos e luminosidade

crescente, signifi ca também produção de ovos naturalmente maior. E, é claro, resultados negativos para o setor pro-dutivo. Tem sido assim ano após ano. Na última década, por exemplo, os preços alcançados pelo ovo em setem-bro só não foram menores que os de agosto em uma ocasião – em 2006, mas porque todos os preços anteriores haviam sido excepcionalmente baixos.

Em 2008 a situação se repetiu e o setor encerrou o mês enfrentando uma das mais fracas situações de mercado do ano, com preços que apenas supe-ram aqueles registrados no início do exercício, quando uma caixa do produ-to foi comercializada no atacado pau-lista por pouco mais de R$35,00.

A média de setembro, porém, fi -cou acima desse valor: situou-se em R$43,25/caixa, o que, mesmo assim, correspondeu ao pior resultado dos úl-timos cinco meses. E acima, apenas, das médias registradas em janeiro e em abril passados (R$38,69/caixa e R$39,63/caixa, respectivamente).

Correspondendo a uma variação positiva de 12,57% sobre setembro de 2007 e a um recuo de 5,93% sobre o mês anterior, agosto de 2008, o preço médio alcançado pelo ovo em setem-bro fez com que também a média dos primeiros nove meses do ano sofresse ligeiro recuo em relação ao valor alcan-çado um mês atrás. Assim, o valor mé-dio entre janeiro e setembro fi cou em R$45,16/caixa, aumentando pouco mais de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2004 34,47 -13,11%

2001 24,07 4,11% 2005 33,48 -2,87%

2002 27,88 15,83% 2006 27,48 -17,92%

2003 39,67 42,29% 2007 39,37 43,27%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

JAN/SET R$ 45,16/CX +15,05%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/caixa, no atacado paulista)

Dias mais longos da

primavera causam produção

maior e resultados negativos

para o setor

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46 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

46 Produção Animal | Avicultura

A qualidade e sanidade na produção de carne de frango no Brasil é am-plamente reconhecida, inclusive em

nível internacional. Terceiro maior produ-tor mundial, o país é líder na exportação do produto desde 2004. Nunca registrou um foco sequer da gripe aviária, que tanto afli-giu países da Ásia, Europa e América do Nor-te nos últimos anos. Porém, é preciso es-tar sempre em busca de aprimorar a exce-lência alcançada.

Neste sentido a Associação Brasileira dos Produtores e Ex-portadores de Fran-gos (ABEF), a União Brasileira de Avicul-tura (UBA) e a Secre-taria de Desenvolvi-mento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento se uniram em parceria para lan-çar o curso “Boas práticas na produção de frangos”, destinado aos produtores integra-dos e às suas famílias das principais regiões da avicultura brasileira.

A estrutura do curso prevê a abordagem de temas como o bem-estar animal no manejo pré-abate e no transporte das aves, manejo ambiental e biosseguridade em granjas, que serão analisados sempre por dois renomados especialistas. O primeiro curso foi realizado dia 26 de agosto, em Montenegro, RS, para um expressivo público de 100 pessoas, que assistiram com enorme interesse às exposi-ções de Helen Claudia Ferreira, gerente de Produção de Aves do Frigorífico Rivelli, de Barbacena (MG), e do consultor Egidio Hen-rique Reali, diretor da Quality Consultoria e Assistência Técnica, de Lajeado (RS).

Os produtores integrados, além de assis-tirem ao curso, recebem uma detalhada car-tilha que aborda pontos como unidade de

produção, dicas para aquisição de alojamen-to de pintos, densidade de alojamento, ven-tilação e controle da temperatura do aviá-rio, manejo da cama e saúde, segurança e bem-estar do trabalhador, entre outros te-mas importantes do dia-a-dia da produção avícola, inclusive gestão ambiental.

A posição de destaque que o Brasil ocupa na avicultura mundial exige es-forços permanentes para a ma-nutenção e aprimoramento da qualidade e sanidade de nossa produção. E temos certeza de que essa parceria entre ABEF, UBA e MAPA é uma importante contribuição para a garantia da excelência em nossa produção avícola – um patrimônio do Brasil e, por que não dizer, de consumidores de todo o mundo.

Aprimorando a qualidade na produção de frangos

Francisco Turra

é Presidente Executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos e ex-ministro da Agricultura

Curso sobre boas práticas na produção de frangos lançado pela ABEF, UBA e

MAPA contribui para manter a excelência

alcançada pela avicultura brasileira

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Francisco Turra

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