2006 - Artigo publicado IRRIGA - Balanço Hídrico Quillota V.11, N.4, P. 469-476, OUT-DEZ, 2006.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • Irriga, Botucatu, v. 11, n.4 3, p. 469-476, outubro-dezembro, 2006 469 ISSN 1808-3765

    Recebido em 03/09/2005 e aprovado para publicao em 11/07/2006

    BALANO HDRICO CLIMATOLGICO COMPARATIVO PARA A CIDADE DE QUILLOTA (CHILE) COM ESTIMATIVAS DE EVAPOTRANSPIRAO OBTIDAS

    PELOS MTODOS DE PENMAN-MONTEITH E PELO TANQUE CLASSE A

    Francisco F. N. Marcussi1; Eduardo Salgado Varas2; Edson Wendland1 1Departamento de Engenharia Hidrulica e de Saneamento, Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, SP, [email protected] 2Pontifcia Universidad Catlica de Valparaso, Casila 4 D, Quillota, Chile

    1 RESUMO Tendo em vista a falta de chuvas na quinta regio do Chile, onde se localiza a cidade de Quillota (latitude 32o53S, longitude 71o15O e 350 metros de altura), o fornecimento artificial de gua por sistemas de irrigao torna-se de grande importncia. Na produo agrcola irrigada, o balano hdrico utilizado na determinao de perodos de excesso ou escassez de gua e, principalmente, na quantificao das deficincias hdricas para uma cultura em uma determinada localidade. O objetivo deste estudo foi apresentar um balano hdrico mensal com uma anlise crtica do mesmo para a cidade de Quillota, na quinta regio do Chile, para o ano de 2003, pelo mtodo de Penman-Monteith e pelo tanque classe A, com dados dirios obtidos por uma estao meteorolgica. Os resultados mostram que houve diferena nas estimativas obtidas pelo mtodo de Penman-Monteith e do tanque classe A tanto para a evapotranspirao e evaporao como para o balano hdrico. Nos meses de maio e de junho observou-se excesso dgua ocasionada pela baixa perda dgua por evapotranspirao, sendo esta condicionada pela baixas taxas de radiao solar e baixas temperaturas. UNITERMOS: evapotranspirao, irrigao, evaporao. MARCUSSI, F.F.N.; SALGADO, E.V.; WENDLAND, E. CLIMATOLOGIC WATER

    BALANCE FOR QUILLOTA CITY (V REGION IN CHILE) WITH EVAPOTRANSPIRATION ESTIMATES OBTAINED FROM PENMAN-MONTEITH

    AND CLASS A PAN EVAPORATION METHODS

    2 ABSTRACT

    In view of the rain deficiencies in the fifth region of Chile, the area of Quillota (32o53 S latitude, 71o15W longitude and 115 meters of altitude), the artificial water supply through irrigation systems has great importance. In irrigated agriculture, water balance is used to obtain crop water deficiencies in one determined location. The objective of this study was to present a monthly water balance with a critical analysis for the area of Quillota, in the fifth region of Chile, for the year 2003. Penman-Monteith and class A pan evaporation methods were used with daily data from an automatic meteorological station. Differences in evapotranspiration were found between both methods and also when they were compared to the water balance. In May and June, water excess resulting from less evapotranspiration due to low solar radiation rates and low temperatures was observed.

  • 470 Balano hdrico climatolgico comparativo para a cidade de Quillota (Chile) com...

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    KEYWORDS: evapotranspiration, irrigation, evaporation.

    3 INTRODUO

    A cidade de Quillota, no Chile, grande produtora de frutas de clima temperado, sofre com a falta de chuvas peridicas e bem distribuda durante o ano sendo, portanto o fornecimento artificial de gua, por sistemas de irrigao, revestido de grande importncia. Segundo Novoa e Villaseca (1989), o clima de Quillota, no vale do Aconcagua, mediterrneo, no qual apresenta chuvas concentradas no perodo frio, com o perodo seco na estao quente e um regime trmico marinho. A temperatura mdia anual de 15,3oC, com mxima mdia no ms mais quente (janeiro) de 27oC e uma mnima mdia no ms mais frio (julho) de 5,5oC. O regime hdrico se caracteriza por uma precipitao anual mdia de 473 mm, sendo junho o ms mais chuvoso, com uma mdia de 125 mm. A evaporao mdia anual chega a 1.361 mm, com uma mxima mensal em dezembro de 219,3 mm, e uma mnima de 36,1 mm em junho. A estao de seca de oito meses (setembro a abril). Num projeto de irrigao a evapotranspirao da cultura (ETc) a varivel mais importante, pois indica a quantidade de gua a ser reposta a cultura de modo a garantir um retorno satisfatrio ao produtor. Medeiros (2002) cita que, sendo a ETc funo da evapotranspirao de referncia (ETo), a determinao desta passa a ser importante nos projetos, no planejamento e no manejo da irrigao. A Comisso Internacional de Irrigao e Drenagem (ICID) e a Organizao das Naes Unidas para a Agricultura e Alimentao (FAO), consideram o mtodo de Penman-Monteith como padro para estimativas de evapotranspirao de referncia, a partir de dados meteorolgicos, sendo utilizado tambm para avaliar outros mtodos (Smith, 1991). O balano hdrico uma metodologia muito utilizada para se avaliar o armazenamento de gua no solo e quantificar dficits e excessos hdricos ao longo do tempo. O balano hdrico um sistema contbil de monitoramento da gua do solo e resulta da aplicao do princpio de conservao da massa em um volume de solo vegetado (Pereira et al,. 1997). A variao do armazenamento representa o balano entre as entradas e sadas de gua do volume de controle, em um intervalo de tempo. Os resultados de balano hdrico podem ser utilizados no zoneamento agroclimtico, na determinao da demanda hdrica potencial das culturas irrigadas, no planejamento da pesquisa e para identificar o regime hdrico de uma regio (Aguilar et al., 1986). Objetivou-se fazer um balano hdrico mensal simples (precipitao menos a evapotranspirao - no se considerou o escoamento superficial e nem a gua gravitacional alm da profundidade alcanada das razes) e uma anlise crtica do mesmo para a rea de Quillota, na quinta regio do Chile, para o ano de 2003, com o mtodo de Penman-Monteith e pelo tanque classe A, atravs de dados dirios obtidos por uma estao meteorolgica. Optou-se por mostrar os dados em perodos mensais devido a pouca variabilidade dos dados climatolgicos obtidos, que so tpicos da regio em estudo, de clima mediterrneo (vero seco e inverno chuvoso).

    4 MATERIAL E MTODOS Este estudo baseou-se em dados de uma estao meteorolgica localizada na Faculdade de Agronomia da P. Universidad Catlica de Valparaso, localizada na rea de

  • Marcussi et al 471

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    Quillota no Chile, na quinta regio (latitude 32o53S, longitude 71o15O e 350 metros de altura). Tanto a precipitao como os demais elementos meteorolgicos utilizados na estimativa da evapotranspirao por Penman-Monteith (temperatura, umidade relativa do ar, radiao solar e velocidade do vento) foram coletados de dez em dez minutos, com o uso de Data Logger, correspondem ao ano Juliano de 2003, sendo posteriormente processados para se obter um balano hdrico mensal. O tanque classe A, instalado ao lado da estao meteorolgica, e os dados de evaporao coletados uma vez ao dia, obtendo-se assim os dados de evaporao mensal a fim de se fazer uma anlise comparativa com a evapotranspirao calculada por Penman-Monteith, segundo o objetivo proposto no trabalho. A evapotranspirao de referncia pelo mtodo do tanque classe A foi calculada (1) pela seguinte equao:

    .Epan Kp ETo = (1) Em que: ETo - evapotranspirao de referncia, mm d-1; Kp - coeficiente do tanque classe A; Epan - evaporao tanque classe A; O coeficiente do tanque classe A (Kp) foi calculado para a estao climatolgica em questo para o ano de 2003 pela seguinte equao Allen et al. (1998):

    ln(RHmean) [ln(FET)] 0,000631 - ln(RHmean) 0,1434 ln(FET) 0,0422 u 0,0286 - 0,108 Kp 22 ++=(2) Em que: Kp coeficiente do tanque classe A; u2 - velocidade mdia do vento coletada a 2 m de altura, m s-1; FET grama ao redor do tanque (raio), m; RHmean umidade relativa mdia, %. A evapotranspirao de referncia foi estimada pelo mtodo FAO Penman-Monteith (3), conforme metodologia apresentada em Allen et al. (1998):

    )u34,01(

    )ee(U273T

    900)GR(408,0 ET

    2

    as2n

    0 ++++=

    (3)

    Em que: ETo - evapotranspirao de referncia, mm d-1; Rn - saldo de radiao, MJ m-2 d-1; G fluxo de aquecimento do solo pela densidade (adotou-se zero), MJ m-2 d-1; T - temperatura mdia do ar a 2 m, C; U2 - velocidade mdia do vento coletada a 2 m de altura, m s-1; es - presso de saturao do vapor dgua, kPa; ea - presso atual do vapor dgua, kPa; - tangente da curva de presso de saturao do vapor dgua no ponto correspondente temperatura do ar, kPa C-1; - constante psicromtrica, 0,0639 kPa C-1.

  • 472 Balano hdrico climatolgico comparativo para a cidade de Quillota (Chile) com...

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    5 RESULTADOS E DISCUSSO Na Tabela 1 observa-se que os dados de umidade relativa mdia do ar mantiveram-se sempre acima dos 70,7%, mesmo nos meses sem chuva, devendo-se esse fator aos ventos midos vindos do oceano pacifico pela proximidade da cidade de Quillota do litoral (aproximadamente 30 km). Constatou-se que durante o ano de 2003 no houve uma grande variao entre a umidade mnima observada (70,7%) e a umidade mxima (88,5%) e que, como esperado para a regio, os meses de inverno, onde se concentra o perodo chuvoso, foram os meses de maior umidade relativa observada. Nos dados de radiao solar da Tabela 1, se observou uma grande variao de sua intensidade durante o ano, tendo sido observado o mnimo de 0,3 W/m2 em julho e o mximo de tanto 311,6 W/m2 em dezembro. Tendo essa grande influencia nos dados de evapotranspirao de referncia calculados pelo mtodo de Penman-Monteith e pelo mtodo do tanque classe A. Observa-se que os dados de radiao tendem a diminurem com os meses de inverno para o hemisfrio sul e aumentarem com os meses quentes. Com os dados de velocidade de vento da Tabela 1, observou-se uma mdia anual de 1,0 m/s, sendo sua velocidade mxima registrada em dezembro com 2,6 m/s e a mnima em junho com 0,3 m/s. Observa-se uma tendncia de menor velocidade do vento nos meses mais frios do ano, exceto para o ms de julho (1,8 m/s), sendo o inverso verdadeiro. Os dados de precipitao da Tabela 1, com os de temperatura da Figura 1, mostram uma das caractersticas naturais que favorecem a regio ser uma grande produtora de frutas temperadas, ou seja, chuva apenas nos meses frios, o que desfavorece o aparecimento de pragas e doenas. Observou-se uma precipitao total, no ano de 2003, de 168,8 mm, muito aqum das necessidades de gua para uma produo agrcola regular, e uma temperatura mdia anual de 14,6oC, caracterizando um clima muito favorvel ao cultivo de fruteiras de clima temperado com o fornecimento de gua via irrigao. Verifica-se que o ano de 2003 foi um ano atpico. Novoa e Villaseca (1989) citam que a mdia anual de precipitao est em torno de 473 mm.

    y = 1,1884x - 8,833 R2 = 0,9928

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    0 20 40 60 80 100 120 140 160

    Penman-Monteith - mm

    Tanq

    ue C

    lass

    e A

    - mm

    Figura 1. Correlao entre os dados de evapotranspirao de referncia de Penman-Monteith

    e tanque classe A.

  • Marcussi et al 473

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    Os dados de evapotranspirao da Tabela 1, e as equaes de regresso polinomial, de ordem quatro, para Penman-Monteith (y = -0,0601x4 + 1,5233x3 - 8,9855x2 - 7,8335x + 142 e R2 = 0,9989) e do tanque classe A (y = -0,0704x4 + 1,8078x3 - 8,6108x2 - 37,138x + 259,07 e R2 = 0,9976), mostram a mesma tendncia de evoluo durante o ano de 2003, ou seja, h uma correlao direta entre os dados de evaporao coletados no tanque classe A e os dados calculados de evapotranspirao por Penman-Monteith (Figura 1). Conceio (2002) em um estudo realizado com tanque classe A no noroeste do Estado de So Paulo (19o53S e 50o19W), Brasil, verificou uma correlao alta entre dados de evaporao coletados por tanque classe A e a evapotranspirao calculada por Penman-Monteith. Tabela 1. Dados mensais, para o ano de 2003, umidade relativa mdia, radiao solar,

    velocidade do vento, precipitao e evapotranspirao de referncia por Penman-Monteith e tanque classe A.

    Temp.Mdia

    U.R. Mdia Radiao Vento Precip.

    Penman- Monteith

    Tanque Classe A

    Ms

    oC (%) (W/m2) (m/s) (mm) ETo

    (mm/ms)ETo

    (mm/ms) Janeiro 19,5 70,7 270,5 1,1 0,0 126,8 148,5 Fevereiro 17,2 71,4 252,4 1,1 0,0 102,1 110,9 Maro 16,5 82,0 160,3 0,9 0,2 71,9 77,9 Abril 14,0 78,3 126,4 0,6 0,0 50,0 55,8 Maio 11,2 82,7 89,0 0,4 73,8 31,2 30,1 Junho 12,7 88,5 69,7 0,3 57,6 23,2 17,3 Julho 10,1 86,0 0,3 1,8 25,8 26,2 19,8 Agosto 10,7 83,5 105,6 0,4 8,8 37,2 32,7 Setembro 13,0 80,0 145,2 0,6 2,6 57,2 60,8 Outubro 15,6 74,6 196,3 0,8 0,0 87,5 95,1 Novembro 16,9 79,5 276,6 1,9 0,0 118,4 122,3 Dezembro 17,4 79,7 311,6 2,6 0,0 138,5 156,9 Anual 14,6 79,7 167,0 1,0 168,8 870,3 928,1

    Contudo, os mesmos dados da Tabela 1 mostram sempre uma evapotranspirao maior para o tanque classe A em relao evapotranspirao pelo mtodo de Penman-Monteith, sendo a menor diferena, entre os dois observados em junho, com 0,2 mm/ms, e a maior em dezembro, com 99,5 mm/ms, ou seja, nos meses mais quentes do ano, quando se observa precipitao zero e maior radiao solar as diferenas dos valores de evaporao do tanque classe A e evapotranspirao por Penman-Monteith se acentuam, sendo nos meses mais frios do ano, quando se observa uma pequena precipitao, o inverso verdadeiro. Cunha (2003) em estudo realizado no Estado de So Paulo (22o15S e 47o40W), no Brasil, obteve uma grande correlao entre dados de evapotranspirao calculados por lismetro, Penman e por Thornthwaite durante os meses do ano de 2003, contudo os resultados obtidos com lismetro (651 mm/ano) ficaram muito aqum dos obtidos com Penman (1667,6 mm/ano) e por Thornthwaite (1169,5 mm/ano). Em relao aos dados de temperatura (Tabela 1), verifica-se uma grande amplitude trmica, entre temperatura mnima e mxima, durante todos os meses do ano, tendo uma temperatura mdia anual variando de 10,1 a 19,5C (tpico de clima temperado). A temperatura mdia no ms de janeiro (mais quente do ano) possui uma mnima mdia de 11,7C e uma mxima mdia de 28,3C, apresentando uma amplitude trmica mdia de

  • 474 Balano hdrico climatolgico comparativo para a cidade de Quillota (Chile) com...

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    16,6C. J par o ms de julho (ms mais frio) a temperatura possui uma mnima mdia de 4,0C e uma mxima mdia de 18,1C, apresentando uma amplitude trmica mdia de 12,1C. Est grande variao na temperatura excelente para a fruticultura irrigada de clima temperado.

    Na Figura 2 verifica-se a evapotranspirao pelo mtodo de Penman-Monteith e do tanque classe A. O coeficiente do tanque classe A, para a regio de Quillota, obteve uma mdia anual de 0,71. Nota-se que apenas em maio e junho o ganho de gua por precipitao superou a perda de gua por evapotranspirao calculada pelos dois mtodos e no ms de julho superou a perda de gua pelo mtodo do tanque classe A e ficou praticamente estvel com relao ao mtodo de Penman-Monteith. Nota-se que nos meses de maio a agosto, quando h um pouco de precipitao, a perda de gua para a atmosfera, pela evapotranspirao, calculada pelo mtodo de Penman-Monteith supera a calculada pelo tanque classe A, sendo que nos demais meses do ano o inverso verdadeiro, ou seja, as baixas temperaturas nestes meses do ano atreladas precipitao afetam os resultados dos mtodos analisados.

    Nota-se que a praticidade do tanque classe A um fator importante para a sua utilizao na determinao da evapotranspirao de referncia em campo

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    Jane

    iro

    Feve

    reir

    o

    Mar

    o

    Abr

    il

    Mai

    o

    Junh

    o

    Julh

    o

    Ago

    sto

    Sete

    mbr

    o

    Out

    ubro

    Nove

    mbr

    o

    Deze

    mbr

    o

    mm

    /ms

    Penman-Monteith Tanque Classe A Precipitao

    Figura 2. Precipitao e evapotranspirao de referncia pelos mtodos de Penman-Monteith e tanque classe A para o ano de 2003.

    Na Figura 3 observa-se o balano hdrico simples (precipitao menos a evapotranspirao) pelo mtodo de Penman-Monteith e do tanque classe A. Nota-se que apenas em maio e junho no foram observados dficit hdrico e que, o ms de dezembro foi quando o dficit hdrico foi maior para os dois mtodos, chegando a atingir para o tanque classe A e para o mtodo de Penman-Monteith respectivamente, 238 mm/ms e 139 mm/ms de dficit hdrico. Nos meses de maio e junho de 2003 observaram-se precipitaes maiores que a evapotranspirao do tanque classe A e a evapotranspirao calculada por Penman-

  • Marcussi et al 475

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    Monteith. O ms de julho apresentou valores muito prximos de zero para o balano hdrico, indicando assim um equilbrio entre a evapotranspirao, evaporao e a precipitao.

    -160

    -130

    -100

    -70

    -40

    -10

    20

    50Ja

    neiro

    Feve

    reir

    o

    Mar

    o

    Abri

    l

    Mai

    o

    Junh

    o

    Julh

    o

    Agos

    to

    Sete

    mbr

    o

    Out

    ubro

    Nove

    mbr

    o

    Deze

    mbr

    o

    mm

    /ms

    Balano Hdrico Penman-Monteith Balano Hidrico Tanque Classe A

    Figura 3. Balano hdrico (precipitao menos evapotranspirao) pelo mtodo de Penman-Monteith e o tanque classe A para o ano de 2003.

    6 CONCLUSES Conclui-se que os valores de evapotranspirao de referncia do mtodo de Penman-Monteith e do tanque classe A apresentam diferenas entre si, mesmo possuindo uma mesma tendncia de evoluo durante os meses de um ano Juliano e uma alta correlao entre os dados.. Para culturas com Kc igual a um, no haveria necessidade de irrigao suplementar nos meses de maio, junho e julho para a cidade de Quillota na quinta regio no Chile.

    7 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos revisores annimos que muito contriburam para a melhoria deste trabalho, ao Daad (Servio Alemo de Intercmbio Acadmico), pelo fomento do intercambio de ps-graduao entre professores e alunos e ao CNPq (processo 141159/2006-5).

    8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS AGUILAR, D.J. et al. Determinao da evapotranspirao potencial e balano hdrico climtico da regio da Grande Dourados, MS. Dourados: EMBRAPA, UEPAE, 1986. 150p.

  • 476 Balano hdrico climatolgico comparativo para a cidade de Quillota (Chile) com...

    Irriga, v. 11, n. 4, outubro-dezembro, 2006

    ALLEN, R.G. et al. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 1998. 297p. (FAO. Irrigation and Drainage Paper, 56). CONCEIO, M.A.F. Reference evapotranspiration base on class A pan evaporation. Scientia Agrcola, Piracicaba, v.59, n.3, p.417-420, jul./set. 2002. CUNHA, A.T. Estimativa experimental da taxa de recarga na zona de afloramento do aqfero Guarani, para a regio de So Carlos-SP. 2003. 117p. Dissertao (Mestrado em Hidrulica e Saneamento) - Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, 2003. MEDEIROS, A.T. Estimativa de evapotranspirao de referncia a partir da equao de Penman-Monteith, de medidas lisimtricas e de equaes empricas, em Paraipaba, CE. 2002. 103p. Tese (Doutorado em Irrigao e Drenagem) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo, 2002. NOVOA, R.; VILLASECA, S. Mapa agroclimtico de Chile. Instituto de Investigaciones Agropecurias. Santiago de Chile. 1989. 221p. PEREIRA, A.R.; VILA NOVA, N.A.; SEDIYAMA, G.C. Evapo(transpi)rao. Piracicaba: FEALQ, 1997. 183p. SMITH, M. Report on the expert consultation on procedures for revision of FAO guidelines for prediction of crop water requirements. Rome: FAO, 1991. 54p.