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© 2006 – Ministério da Saúde§ão da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer Cleide Carvalho, Cristiane Vianna, Érica Cavalcanti, Felipe Mendes,

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© 2006 – Ministério da Saúde

Instituto Nacional de CâncerLuiz Antonio Santini R. da Silva

Coordenação de Prevenção e VigilânciaGulnar Mendonça

Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de CâncerTânia Maria Cavalcante

ElaboraçãoAndréa CardosoMarcus Valério Frohe de Oliveira

RevisãoAline MesquitaCristina Perez

Colaboração da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de CâncerCleide Carvalho, Cristiane Vianna, Érica Cavalcanti, Felipe Mendes, Júlio Wong, Luisa Goldfarb,

Maria Raquel Fernandes, Mariana Pinho, Ricardo Meirelles, Sueli Couto, Thiago Devilart, Valéria Cunha, Vanessa Julitz e Vera Colombo.

Apoio TécnicoRita de Cássia MartinsTamires Lima de Morais

Projeto gráficog-dés

CopidesqueIzabel Maria de Freitas Sodré

Edição e distribuição:

Instituto Nacional de Câncer – INCA

Coordenação de Prevenção e Vigilância – Conprev

Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer

Rua dos Inválidos, 212 / 2º andar – Centro.

Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20231-020

Tel: (21) 3970-7414 Fax: (21) 3970-7500

e-mail: [email protected]

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SUMÁRIO

1. OqueéoDiaMundialSemTabaco? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2. Otemaescolhidopara2006–Tabaco:mortalemtodasassuasformasedisfarces . . . . . . . . 5

3. Oerrohistóricodoscigarroslight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4. Outrosexemplosdedisfarcesdosprodutos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

5. Oqueseconhecesobreosriscosdediferentesprodutosdetabaco . . . . . . . . . . . . . . . . 7

6. Asaúdepúblicaeastendênciasderegulaçãodosprodutosdetabaco . . . . . . . . . . . . . . 9

7. Contextohistóricodaregulaçãodosprodutosdetabaco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

8. HistóricodaregulaçãodosprodutosdetabaconoBrasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

9. PropostasparaascomemoraçõesdoDiaMundialsemTabaco . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

10. Avaliarparavalorizarsuasatividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

11. Referênciasbibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

12. Linksinteressantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

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1. OqueéoDiaMundialSemTabaco?

Em 1988, a Assembléia Mundial de Saúde aprovou a resolução WHA 42.19 determinando que a celebração do Dia Mundial sem Tabaco acontecesse, a cada ano, no dia 31 de maio. Desde então, anualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) articula em todo o mundo esta comemoração, definindo um tema a ser abordado por seus 192 países membros, com a finalidade de colocar em evidência as di-ferentes interfaces e problemáticas do consumo de tabaco engajando os vários atores sociais no controle do tabagismo.

Para esse fim são abordados diferentes as-pectos desta pandemia, como os riscos para a saúde dos fumantes, dos não-fumantes, a ces-sação do tabagismo, prejuízos para o meio am-

biente, para a economia e demais áreas. Assim, todos os Estados Membros da OMS desenvol-vem atividades no mesmo período, abordando o mesmo tema, fortalecendo a mensagem da OMS em todo o mundo. Cada Estado Membro adapta o tema escolhido à sua realidade sócio-econômica e cultural, mas nunca deixando o foco central do tema escolhido.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulga e comemora essa data desde 1987, sob a co-ordenação do Instituto Nacional de Câncer e a participação das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Secretarias de Atenção e Vigilância em Saúde e outros ór-gãos governamentais e não governamentais.

2. Otemaescolhidopara2006–Tabaco: mortalemtodasassuasformasedisfarces

O controle do tabagismo norteia-se por qua-tro estratégias básicas: prevenir o consumo, proteger os indivíduos dos malefícios causados pela exposição à fumaça dos produtos deriva-dos do tabaco, promover a cessação do uso desses produtos e regulamentá-los. O tema do Dia Mundial Sem Tabaco 2006 volta-se para esta última estratégia.

Apesar dos inúmeros estudos científicos que demonstram a relação entre o consumo dos diversos produtos derivados do tabaco com o desenvolvimento de doenças graves e fatais,

a indústria do tabaco, a cada dia, lança novos produtos no mercado com as mais diferentes formas e sabores, e com o apelo de serem na-turais, conterem um menor teor de substâncias tóxicas e de serem menos danosos à saúde. No entanto, eles estão longe de ser simples produ-tos agrícolas, uma vez que são engenhosamente manufaturados para servirem como dispositivos liberadores de nicotina, droga capaz de causar dependência química, e para mascarar os efei-tos irritantes de alguns dos tóxicos da fumaça dos produtos.

3. Oerrohistóricodoscigarroslight

A principal diferença no desenho de um ci-garro de baixo teor e o de um cigarro regular é a existência de um maior número de orifícios nos filtros dos primeiros. Esses orifícios permitem

que uma maior quantidade de ar entre no cigar-ro, não só para diluir os componentes tóxicos da fumaça que o fumante inala como para passar para o mesmo uma sensação de suavidade.

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Para classificar seus cigarros como de baixos teores, a indústria determina os níveis de alca-trão, nicotina e monóxido de carbono através de um método que utiliza máquinas de fumar. O protocolo utilizado por esse método fixa o vo-lume das tragadas, a sua duração, os intervalos entre elas e o comprimento da ponta de cigarro remanescente. No entanto, estudos científicos acumulados até o momento mostram que os teores assim determinados não correspondem aos teores que os fumantes realmente inalam.

Esses estudos mostram que quando um fu-mante de cigarros de teores regulares muda para uma marca dita de baixos teores, ele pas-sa a modificar a sua forma de fumar. Trata-se de um mecanismo de compensação através do qual ele passa a fumar mais cigarros, a tragar mais profundamente, a obstruir os poros dos filtros com os dedos ou com os lábios para ob-ter a quantidade de nicotina necessária para satisfazer a sua dependência.

O governo do Canadá realizou uma pes-quisa para avaliar a influência dos mecanismos compensatórios do fumante na absorção de al-catrão. Para esse fim, utilizou uma versão mo-dificada da metodologia da máquina de fumar, visando simular o comportamento humano em relação a esse hábito. Nessa metodologia mo-dificada, foram adotados alguns padrões com-pensatórios do fumante, como a obliteração dos orifícios dos filtros, o aumento do volume das tragadas, etc.

Todas as marcas de cigarros apresentaram teores de alcatrão superiores às apresentadas na pesquisa feita pelo método tradicional. Devido a essa constatação o governo do Canadá, atual-mente, divulga, nos maços de cigarros, a varia-ção dos teores (medidos em máquinas de fumar e pela versão modificada da metodologia men-cionada acima).

Documentos secretos de companhias de tabaco mostram que, há muito tempo, o setor fumageiro tem conhecimento da inadequação do método que utiliza máquinas de fumar para

classificar os teores de cigarros. Mesmo assim, continuaram a investir pesadamente no marke-ting de cigarros ditos de baixos teores, promo-vendo-os como uma alternativa saudável e se-gura.

Esses documentos mostram também que o principal objetivo é atingir os fumantes que, preocupados com os riscos para a saúde, passa-ram a buscar formas para deixar de fumar.

Esses documentos também revelam que além dos termos light, suave, mild, ultralight, a utiliza-ção de cores diferentes aplicadas numa mesma família de marcas foi uma das estratégias que a in-dústria construiu ao longo dos anos para dar uma conotação saudável aos produtos ditos light:

“... Quando o “Marlboro Light” foi intro-

duzido no mercado pela primeira vez em

1971... a propaganda era dramaticamente

diferente.... primeiro usando execução de

cores marca d’água, depois um grande pa-

cote de balas, um grande espaço branco e

um pequeno cawboy visual”(Philip Morris, Inc. Merit history transcript from slides presentation). August 17, 1990 [065] citado por Pollay & Dewhirst, 2001).

“Os maços vermelhos oferecem a cono-

tação de sabor forte, os maços verdes ofe-

recem a conotação de frescor ou mentol e

os maços brancos sugerem que um cigarro

é de baixo teor. Branco significa saudável

e seguro. E se você coloca um cigarro de

baixo teor num maço vermelho as pessoas

dizem que ele tem um sabor mais forte do

que o mesmo cigarro embalado num maço

branco”(Koten, J. Tobacco marketers’ success formula: Make cigarettes in smoker’s own image. The Wall Street Journal, p. 22, February 29, 1980. citado por Pollay & Dewhirst 2001).

Um dos grandes avanços do Brasil no âmbi-to do controle do tabagismo foi a publicação da Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n.º 46 que a partir de 31 de janeiro de 2002 passou a proibir as companhias de cigarros de utilizarem qualquer denominação

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que possa induzir o consumidor a uma interpre-tação equivocada quanto aos teores contidos nos cigarros brasileiros, tais como: ultra baixo(s) teor(es), baixo(s) teor(es), suave, light, soft, leve, teor(es) moderado(s), alto(s) teor(es), em embala-gens ou material publicitário dos cigarros.

O Brasil foi o primeiro país do mundo a ado-tar essa medida, o que lhe deu uma grande pro-jeção internacional essa área.

4. Outrosexemplosdedisfarcesdosprodutos

Outra estratégia muito utilizada pela indús-tria do tabaco, voltada principalmente ao públi-co feminino e jovem, é a adição de diferentes sabores ao tabaco.

Vários trechos de documentos internos da indústria, citados por Gregory Connolly da Harvard School of Public Health em sua apre-sentação durante a 2ª Reunião do WHO Study Group on Tobacco Product Regulation, confir-mam esta estratégia:

“Cigarros aromatizados têm sido usados

para promover o consumo entre jovens e

para disfarçar o sabor desagradável e a irri-

tação da fumaça do cigarro”(Ferris Wayne & Connolly, 2002; Cummings et al. 2002).

“Fumantes descrevem o produto (Cre-

me de menta) como sendo para os“muito

jovens, adolescentes, meninas iniciantes no

consumo” ….”(Lorillard, 1978, Bates #85093450-3480).

“Cigarros sabor Tutti Frutti” foram des-

critos como para: “pessoas mais jovens,

iniciantes, adolescentes… quando você se

sente como um fumante leve, quer ser lem-

brado do sabor de um chiclete.”(Lorillard, 1978, Bates #85093450-3480).

“Maçãs têm a conotação de frescor,

bem-estar e nós vemos muitas possibilida-

des deste sabor para nossos cigarros orienta-

dos para os jovens. É um fato bem conheci-

do que os adolescentes gostam de produtos

doces. Mel deve ser considerado…”(Brown & Williamson, 1972 - Bates #170042014).

“Várias crianças, quando começam, não

gostam do sabor do cigarro e começam a

tossir. Mas com um cigarro com sabor, di-

gamos cereja, eles podem se sentir melhor.

O sabor pode eliminar o gosto (ruim do ci-

garro) para eles e eles podem começar mais

cedo”.(Brown & Williamson, 1984, Bates #679235846).

�. Oqueseconhecesobreosriscosde diferentesprodutosdetabaco

�.1.Nenhumprodutodetabacoéseguroparaconsumo

CigarrosconvencionaisA fumaça inalada pelo fumante de cigarros

tem mais de 4.000 substâncias tóxicas. Além do câncer de pulmão, o consumo de cigarros está associado o desenvolvimento dos cânceres de laringe, pâncreas, rim, bexiga, entre outros.

Além dos cânceres, o consumo desses produtos também leva ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e respiratórias. A expectativa de vida de fumantes regulares é seis a oito vezes menor do que a de não-fumantes.

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CigarroslightoudebaixoteorPelos motivos citados anteriormente (O erro

histórico dos cigarros light, item 3), o consumo destes produtos não resulta em decréscimo sig-nificativo do risco de doenças relacionadas ao tabaco.

Uma das mais importantes revisões feitas pelo National Institute of Health dos Estados Unidos sobre riscos associados com o consu-mo de cigarros de baixos teores de alcatrão e nicotina apresentou, dentre outras, as seguintes conclusões:

“Estudos epidemiológicos e outras evi-

dências científicas, incluindo o padrão de

mortalidade por doenças causadas pelo

tabagismo, não indicam benefícios para a

saúde pública no que se refere às alterações

no desenho ou manufatura de cigarros nos

últimos 50 anos.”

“Não existem evidências convincentes

de que as alterações no desenho dos cigar-

ros, introduzidas entre 1950 e meados da

década de 80, tenham resultado em uma

importante redução no volume de adoeci-

mento devido ao consumo de cigarros.”

“A adoção disseminada dos cigarros de

baixos teores nos Estados Unidos não evi-

tou o continuado crescimento das taxas de

câncer de pulmão entre fumantes mais an-

tigos.”

CigarrosdeBali(Kreteks)São também chamados de cigarros de cravo

e contêm uma mistura de tabaco, cravo e outros aditivos. Ao serem analisados nas máquinas de fumar, apresentam emissão de nicotina, monóxi-do de carbono e alcatrão superiores à dos cigar-ros convencionais. O tipo de tabaco usado nesse cigarro contém, em média, 3 vezes mais alcatrão, nicotina e monóxido de carbono que o tabaco usado em cigarros comuns. Além de todos os ris-cos de um cigarro comum, o Eugenol (nome da substância que confere o aroma característico)

pode causar até mesmo paralisia respiratória em pessoas mais sensíveis.

CharutosefumoparacachimbosOs charutos e o fumo para cachimbos con-

têm os mesmos compostos tóxicos que o cigar-ro. Quem fuma um ou dois charutos por dia tem duas vezes mais riscos de contrair doenças na cavidade oral, nos lábios, língua e garganta e seis vezes mais de contrair câncer de esôfago e laringe. O risco de câncer de pulmão de quem fuma cinco charutos ao dia é comparável ao de um fumante de um maço de cigarros ao dia.

Um outro ponto importante sobre os ca-chimbos e charutos é a sua absorção. Muitos fumantes decidem trocar seus cigarros por ca-chimbos ou charutos por acreditarem que eles são menos nocivos, pois não é necessário tragar. Isto decorre simplesmente do fato de a fumaça dos cachimbos e charutos ter o pH alcalino: sua absorção se dá pela mucosa oral, alcançando, na corrente sangüínea, os mesmos níveis de concentração de nicotina que o originado do cigarro, assim como acontece com a absorção de todas as outras substâncias tóxicas.

BidisTambém conhecidos como beedis ou be-

edies, esses pequenos cigarros aromatizados com manga, cereja, chocolate e outros sa-bores agradáveis são enrolados à mão com folhas secas de Tendu ou Temburni e amarra-dos por uma linha em uma das pontas. Mas o resultado para a saúde não é nem um pouco agradável.

Seu consumo é mais perigoso que o de um cigarro normal. Não possuem filtro e produ-zem três vezes mais monóxido de carbono e mais de cinco vezes mais alcatrão que um cigarro comum. Como os outros produtos de tabaco, os bidis aumentam o risco de doen-ças cardiovasculares, de câncer de cavidade oral, faringe, laringe, pulmão, esôfago e fíga-do. Está associado também à morte perinatal quando fumado durante a gravidez.

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NarguilléTambém conhecido como cachimbo d´água,

shisha, goza, narghile, nargile ou arghile, hookah e “ huble buble”, consiste de um grande ca-chimbo composto de cabeça, corpo, recipiente de água e uma única manga por onde a fuma-ça costuma ser aspirada por várias pessoas que compartilham uma sessão de narguillé.

A fumaça do narguillé contém quantidade significativa de constituintes perigosos, entre eles a nicotina e metais pesados como o arsê-nico, cobalto, cromo e chumbo. Sob condições normais, a fumaça produzida pelo uso de um único narguillé contém aproximadamente a mesma quantidade de nicotina livre e partículas de alcatrão que 20 cigarros.

A intoxicação do usuário com monóxido de carbono é maior quando comparada com a de fumantes de cigarros. O seu uso está associa-do com um maior risco de câncer de pulmão, oral e de bexiga. Também está associado como doenças cardíacas, tuberculose, doenças respi-ratórias (bronquite, enfisema e obstrução das vias aéreas), e baixo peso de uma criança ao nascer.

A dimensão social de seu uso pode ajudar a transmitir doenças infecciosas. Essa prática pode ajudar a disseminar tuberculose, herpes, hepati-te, particularmente considerando que a tempera-

tura em que a fumaça do narguillé vem à boca é quase igual à da temperatura ambiente.

CigarrodepalhaOs cigarros de palha são muitas vezes vistos

como opções “naturais” de fumo. No entanto, eles também contêm inúmeras substâncias tóxi-cas, com o agravante de não contarem com os filtros dos cigarros manufaturados, que, de certa forma, alteram a exposição a estas substâncias.

Alguns estudos apontam para o fato de que fumantes de cigarro de palha apresentam níveis maiores de dependência à nicotina e risco au-mentado de desenvolver doenças relacionadas ao tabaco.

TabacoparamascarTabaco mascado consiste de tabaco in na-

tura ou uma mistura de tabaco usado para mascar. Traz significativos riscos para a saúde e não é um substituto seguro para cigarros. Mascar tabaco causa dependência à nicotina, como acontece com cigarros, tornando difícil deixar o seu uso. Na boca é causa de retração e inflamação das gengivas, cáries e queda dos dentes. Por conter muitos agentes canceríge-nos, aumenta o risco de câncer de boca e leu-coplasia – placa branca na boca –, considerada uma lesão pré-cancerosa. Também aumenta a freqüência cardíaca e a pressão arterial, levan-do a um aumento do risco de infarto.

6. Asaúdepúblicaeastendênciasderegulaçãodosprodutosdetabaco

O conhecimento sobre a real exposição às inúmeras substâncias tóxicas dos derivados do tabaco é de fundamental importância para a saúde pública e um direito dos consumidores. Este direito está reforçado no primeiro tratado internacional de saúde pública, a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, do qual o Brasil é signatário. Em seus artigos 9, 10 e 111, conclama os Estados Partes a adotarem medi-das voltadas à regulamentação do conteúdo

dos produtos do tabaco, e à divulgação dessas informações para o público e à regulamentação da embalagem e etiquetagem de produtos do tabaco com intuito de evitar o uso de mensa-gens subliminares.

Sendo assim, a comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco deste ano tem como obje-tivo chamar a atenção da população para o fato de os produtos derivados do tabaco em todas

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as suas diferentes formas – cigarros, charutos, cachimbos, cigarros de palha, de cravo, de Bali, mascado, etc – e disfarces suaves, – baixos te-ores, menta, chocolate, etc – serem igualmente danosos à saúde e o de seu consumo aumentar o risco de doenças neoplásicas, cardiovascula-res e respiratórias, entre outras.

Essas informações são cruciais para que a população e a sociedade civil organizada re-queiram e apóiem o governo na implementa-ção de medidas de regulação rigorosa destes produtos.

1 Artigo 9 - Regulamentação do conteúdo dos pro-dutos de tabaco

“A Conferência das Partes, mediante consulta aos or-ganismos internacionais competentes, proporá diretri-zes para a análise e a mensuração dos conteúdos e emissões dos produtos de tabaco, bem como para a regulamentação desses conteúdos e emissões. Cada Parte adotará e aplicará medidas legislativas, executi-vas e administrativas, ou outras medidas eficazes apro-vadas pelas autoridades nacionais competentes, para a efetiva realização daquelas análises, mensuração e regulamentação.”

Artigo 10 - Regulamentação da divulgação das infor-mações sobre os produtos de tabaco

“Cada Parte adotará e aplicará, em conformidade com sua legislação nacional, medidas legislativas, executivas, administrativas e/ou outras medidas efi-cazes para exigir que os fabricantes e importadores de produtos de tabaco revelem às autoridades go-vernamentais a informação relativa ao conteúdo e às emissões dos produtos de tabaco. Cada Parte ado-tará e implementará medidas efetivas para a divulga-ção ao público da informação sobre os componentes tóxicos dos produtos de tabaco e sobre as emissões que possam produzir.”

Artigo 11 - Embalagem e etiquetagem de produtos de tabaco

“1. Cada Parte, em um período de três anos a par-tir da entrada em vigor da Convenção para essa Parte, adotará e implementará, de acordo com sua

legislação nacional, medidas efetivas para garantir que:

(a) a embalagem e a etiquetagem dos produtos de tabaco não promovam produto de tabaco de qualquer forma que seja falsa, equivocada ou enganosa, ou que possa induzir ao erro, com res-peito a suas características, efeitos para a saúde, riscos ou emissões, incluindo termos ou expres-sões, elementos descritivos, marcas de fábrica ou de comércio, sinais figurativos ou de outra classe que tenham os efeitos, diretos ou indiretos, de criar a falsa impressão de que um determinado produto de tabaco é menos nocivo que outros. São exem-plos dessa promoção falsa, equívoca ou enganosa, ou que possa induzir a erro, expressões como “low tar” (baixo teor de alcatrão), “light”, “ultra light” ou “mild” (suave); e

(b) cada carteira unitária e pacote de produtos de ta-baco, e cada embalagem externa e etiquetagem de tais produtos também contenham advertências descrevendo os efeitos nocivos do consumo do tabaco, podendo incluir outras mensagens apro-priadas. Essas advertências e mensagens:

(i) serão aprovadas pela autoridade nacional compe-tente;

(ii) serão rotativas;

(iii) serão amplas, claras, visíveis e legíveis;

(iv) ocuparão 50% ou mais da principal superfície ex-posta e em nenhum caso menos que 30% daquela superfície;

(v) podem incluir imagens ou pictogramas.

2. Cada carteira unitária e pacote de produtos de ta-baco, e cada embalagem externa e etiquetagem de tais produtos deverá conter, além das advertên-cias especificadas no parágrafo 1(b) do presente Artigo, informações sobre os componentes e as emissões relevantes dos produtos de tabaco, tais como definidos pelas autoridades nacionais com-petentes.

3. Cada Parte exigirá que as advertências e a infor-mação especificada nos parágrafos 1(b) e 2 do presente artigo figurem – em cada carteira unitá-ria, pacote de produtos de tabaco, e em cada em-balagem externa e etiquetagem de tais produtos – em seu idioma, ou em seus principais idiomas.

4. Para os fins deste Artigo, a expressão “embalagem externa e etiquetagem”, em relação a produtos de tabaco, aplica-se a qualquer embalagem ou eti-quetagem utilizadas na venda no varejo de tais produtos.”

�. Contextohistóricodaregulaçãodosprodutosdetabaco

Os diversos estudos científicos que surgiram a partir da década de 50 mostrando a associa-ção entre o consumo dos produtos de tabaco e o desenvolvimento de várias doenças levaram aos governos a necessidade melhor conhecer e regular estes produtos.

Uma das primeiras iniciativas de regulação data da década de 60, quando a Federal Trade

Commission – FTC, organização norte-america-na, padronizou os métodos de análise das emis-sões de alcatrão e nicotina na fumaça do tabaco e tornou obrigatória a informação dos níveis destas substâncias na propaganda dos produ-tos de tabaco. Movimento semelhante ocorreu também na Europa por meio da International Standardisation Organization – ISO.

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Os métodos de testagem propostos por es-tas organizações são utilizados até hoje, mas apresentam limitações na perspectiva da Saúde Pública. Estudos científicos comprovaram de forma exaustiva que os resultados oferecidos pelos padrões de análise ISO/FTC não refletem a realidade da exposição humana aos produ-tos de tabaco, e induzem o consumidor a uma equivocada interpretação de segurança desses produtos.

Frente a estas questões, o próprio FTC pas-sou a questionar a validade dos resultados ge-rados pelo seu protocolo, indicando que estes poderiam subestimar de forma significativa os níveis de alcatrão, nicotina e monóxido de car-bono a que os fumantes estariam expostos. Anos mais tarde, o National Cancer Institute norte-americano demonstrou que o uso dos diferen-tes produtos lançados no mercado até aquele momento, com o apelo de redução de danos, não impactaram os fumantes quanto ao risco de desenvolvimento de doenças relacionadas ao tabaco. Com isso, em junho de 1998, o gover-no canadense torna obrigatória a testagem de todos os produtos do tabaco sob dois regimes: segundo o protocolo da ISO e sob um regime por ele denominado de “intenso”, que melhor se aproxima ao padrão humano de fumar.

Com todas estas evidências, a OMS passa então a liderar um movimento mundial para fortalecer os mecanismos de regulação dos pro-dutos do tabaco pelos países e, durante a Nona Conferência Internacional de Autoridades em Regulação de Drogas, realizada em abril de 1999 em Berlim, pontua que os cigarros são produtos altamente elaborados para consumo, colocando perante as autoridades internacio-nais da área de regulação de alimentos, drogas e medicamentos, a necessidade de se inserir os cigarros e demais produtos de tabaco sob o mesmo tipo de mecanismo regulatório utiliza-do para outras drogas.

Logo em seguida, a OMS organiza duas reuniões internacionais para tratar do assunto: a Conferência sobre Regulação dos Produtos

de Tabaco – Helsinque – outubro, 1999 e a Conferência Internacional para Ampliar o Conhecimento sobre a Regulação dos Produtos de Tabaco – Oslo – fevereiro, 2000.

Estas duas conferências trouxeram vários avanços no campo da regulação. Citam-se entre eles, a criação de um grupo assessor científico em regulação, o Scientific Advisory Committee on Tobacco Product Regulation – SACTob. Por meio de reuniões regulares, este grupo gerou uma série de recomendações (http://www.who.int/tobacco/sactob/recommendations/en) de fundamental importância para subsidiar os governos na difícil tarefa de construir um arca-bouço regulatório.

Em 2003, este grupo teve seu papel revisa-do, frente à nova realidade trazida pela aprova-ção da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco na 56ª reunião da Assembléia Mundial de Saúde, e foi transformado em um grupo de estudos, o WHO Study Group on Tobacco Product Regulation – TobReg. Entre as atribui-ções deste grupo, destacam-se:

trocar informações científicas sobre o design e manufatura de produtos de tabaco que pre-cisam ser regulados;

definir objetivos de saúde pública relativos à regulação dos produtos de tabaco, e como os conceitos “ cigarros mais seguros” e “redução de dano” se adequam a tais objetivos;

identificar áreas prioritárias necessárias para avançar na regulação dos produtos de tabaco;

considerar opções administrativas a serem uti-lizadas pelos países no campo da regulação dos produtos de tabaco;

recomendar um protocolo sobre regulação de produtos de tabaco a ser desenvolvido como parte da Convenção Quadro para Controle do Tabaco.

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Em 2005, após extensa pesquisa da capaci-dade instalada de laboratórios para análise de produtos de tabaco em diversas regiões, a OMS promoveu em Haia, Holanda, a primeira reunião da International Network on Tobacco Testing and Research for Regulation (INTTARR).

Esta reunião teve como objetivo criar uma rede mundial de laboratórios que possibilite o compartilhamento de informações e expertise nas áreas de testagem e pesquisa de produtos

do tabaco para prover as bases científicas para o aprimoramento dos mecanismos de regulação dos produtos do tabaco e das políticas públicas de controle do tabagismo.

Esta rede é hoje chamada de WHO Tobacco Laboratory Network (TobLabNet) e tem entre suas funções apoiar os países no desenvolvimento de expertise na área de testagem de produtos de tabaco.

�. HistóricodaregulaçãodosprodutosdetabaconoBrasil

Em 1995, ao enviar para o Canadá amostras das cinco marcas de cigarros mais vendidas e produzidas no Brasil para análise dos teores de substâncias, o Ministério da Saúde/INCA deu um importante passo no sentido de mobilizar ações legislativas para regular os derivados do taba-co. Em 1996, com a ampla divulgação na mídia dos resultados que mostraram que os níveis de várias das substâncias analisadas estavam muito acima dos teores máximos estipulados em ou-tros países, o Ministério da Saúde/INCA expôs publicamente a necessidade de regulamentação dos conteúdos dos cigarros.

Nessa ocasião, foi elaborado um documen-to onde foram feitas recomendações no sentido de que fossem criados mecanismos legislativos que obrigassem os fabricantes ou importadores de cigarros a informar ao Ministério da Saúde sobre os conteúdos dos seus produtos e a di-vulgarem essas informações nas embalagens dos produtos derivados do tabaco. Também foi recomendado que fossem criados pelo gover-no mecanismos para fiscalizar, inspecionar e normatizar as metodologias de análise, dentre outras. Essa importante ação foi a mola pro-pulsora para os subseqüentes avanços no âm-bito do controle e fiscalização dos derivados de tabaco no Brasil.

O primeiro deles foi a inserção da regula-mentação, controle e fiscalização dos cigarros,

cigarrilhas, charutos e qualquer outro produ-to derivado do tabaco dentre as atribuições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) criada através da Lei Federal n.º 9.782, de 26/01/99. Através dessa medida tem sido possível ao Ministério da Saúde regula-mentar os produtos de tabaco no que se refere aos seus conteúdos, emissões, embalagens e às atividades de promoção dos mesmos. Dentre os avanços que sucederam a esse importante marco no controle do tabagismo no Brasil, des-tacamos:

determinação de limites máximos para os teores de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono, que devem ser, respectivamente, 10mg, 1mg e 10mg para cigarros comerciali-zados no Brasil.

proibição do uso de descritores de produtos como light, ultralight, suave, baixos teores ou outros descritores que passem para o consu-midor uma falsa idéia de que existem produ-tos menos nocivos que outros.

obrigatoriedade da inserção em uma das la-terais das embalagens de produtos de tabaco da seguinte frase: “Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo dessas substâncias”.

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adoção de medida que determina que as companhias de tabaco registrem e apresen-tem relatórios anuais sobre os produtos que comercializam no Brasil, acompanhados de informações sobre vendas e características físico-químicas dos mesmos.

pagamento de uma taxa à ANVISA, no valor de R$100.000,00 por ano, para cada marca comercializada no Brasil. Esse recurso tem como objetivos financiar a manutenção de um banco de dados para armazenamento das informações que as companhias de ta-baco são obrigadas a fornecer, construir um laboratório que permita as análises necessá-rias à fiscalização do cumprimento das me-didas acima, assim como financiar pesquisas sobre os efeitos biológicos da dependência de nicotina.

Hoje o Brasil é um dos poucos países do mundo que já têm um processo regulador dos produtos de tabaco, sendo inclusive citado em muitos documentos do TobReg e SacTob como um dos países pioneiros na regulação de

produtos de tabaco ao lado de países como o Canadá e EUA.

Em junho de 2005, o Brasil sediou a 2ª reu-nião do TobReg e referendou seu interesse em sediar um laboratório de pesquisa e testagem de produtos do tabaco. De forma conjunta, o INCA, a ANVISA e o Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão dando os primeiros passos no estabelecimento de um projeto desse laboratório, que será a refe-rência do TobLabNet para a América Latina.

Outro passo mais recente e de grande impor-tância para o processo de regulação foi a solici-tação da ANVISA junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – para a criação da Comissão de Estudo Especial Temporária de Tabaco e Produtos de Tabaco. Esta comissão tem como finalidade a elaboração de normas sobre o assunto e representar o Brasil nas reuni-ões da ISO TC 126, dando voz ao Brasil nas dis-cussões das mudanças dos protocolos de teste dos produtos de tabaco.

�. PropostasparaascomemoraçõesdoDiaMundialsemTabaco

�.1. Sugestõesdeatividadesparaadivulgaçãodadata– –NívelEstadualeMunicipal

Procurar envolver, localmente, entidades go-vernamentais ligadas à regulação – Vigilâncias Sanitárias, Ministério Público – e não-governa-mentais (controle social). Divulgar, através da mídia, matérias colocando a regulação com uma das estratégias essenciais para o controle do tabagismo em nosso país.

Promover a divulgação da data comemora-tiva através de mensagens nos contracheques estaduais/municipais, nas contas de água, luz e telefone, nos extratos bancários, etc.

Trabalhar com instituições acadêmicas para realizar e disseminar as informações sobre o

malefício do uso do tabaco, principalmente as relacionadas ao tema deste ano.

Buscar apoio de pessoas(artistas, atletas, modelos, etc), entidades públicas (igrejas, etc), formadoras de opinião, para participação nos eventos comemorativos.

Buscar apoio de Associações de Moradores de Comunidades Carentes para discutir, através de palestras/eventos, os malefícios do tabaco sob suas diferentes formas.

Mobilizar estudantes de diversas áreas: co-municação, educação, turismo, saúde, etc para

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que possam se tornar multiplicadores do pro-grama de controle do tabagismo.

Incentivar ONGs locais a realizarem movi-mentos junto à população e autoridades para estimular e apoiar a implementação de medidas de regulação dos produtos do tabaco.

Promover uma atividade que reúna música, esportes e panfletagem.

Promover, com escolas de teatro e artes, ati-vidades para jovens e crianças, onde o tema da campanha de 2006 possa ser explorado através de uma peça teatral, brincadeiras e outras ativi-dades de arte.

�.2. Sugestõesdeatividadesparaescolas,unidadesdesaúde,organiza-çõeseassociaçõesdeclasseeambientesdetrabalho

Escola

Concurso de desenhos, após o tema ter sido trabalhado nas aulas ou numa palestra para toda a escola.

Exposição com os cartazes para cuja visita-ção sejam convidados pais e comunidade.

Incentivo aos alunos para a montagem de uma exposição sobre as diversas formas e dis-

farces utilizados pela indústria do tabaco para comercializar produtos danosos à saúde.

Realização de palestras com profissionais de saúde sobre os malefícios do tabaco sob qualquer forma.

Entrevista e pesquisa sobre as atribuições pró-prias de cada profissional de saúde para saber como ele pode contribuir no controle do tabaco.

UnidadesdeSaúdeeOrganizaçõeseAssociaçõesdeClasse:

As Organizações Nacionais/Locais de Profis-sionais de Saúde podem:produzir um documento (carta ou outro, à escolha) para distribuição interna, mostran-to a importância da regulação dos produtos derivados do tabaco e sugerindo que se faça uma cobrança aos órgãos governamentais de ações como:

a) criação de legislação sobre locais de traba-lho livres do tabaco;

b) criação de legislação sobre reembolso para específicos métodos de cessação de fumar;

c) aumento de preço e de taxação dos pro-dutos do tabaco.

utilizar jornal da organização ou qualquer outra via de comunicação formal ou regu-lar com os seus membros para solicitar-lhes que assinem o documento acima descrito, visando demonstrar apoio por parte da ins-tituição.

dedicar um artigo ou um editorial, para au-mentar a consciência sobre o Dia Mundial Sem Tabaco, enfatizando o tema que está sendo divulgado (Tabaco: letal em todas as suas formas e disfarces), e promover ativida-des que sejam preparadas para a ocasião.

ter um bom lugar de divulgação das informa-ções, no seu local de trabalho como forma de chamar a atenção para o controle do ta-baco, em espaço estratégico onde possa ser visto facilmente.

assegurar-se, como profissional de saúde, de que qualquer informação que você deva ter – como, por exemplo, sobre cessação de fu-mar – esteja disponível e à mão.

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promover o controle do tabagismo entre seus colegas de trabalho.

incluir o controle do tabaco na agenda de congressos e conferências.

criar uma declaração de interesses para con-firmação do não envolvimento com a indús-tria do tabaco.

engajar os membros em atividades para pro-mover o Dia Mundial Sem Tabaco no 31 de maio.

organizar palestras, seminários, debates ou oficinas de trabalho relacionados ao Dia Mundial Sem Tabaco deste ano.

disseminar informação sobre o assunto na página da internet.

AmbientesdeTrabalho

Desenvolver uma parceria com a CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes) e com a Divisão da Saúde do Trabalhador para realização de um evento comemorativo.

Incluir mensagens nos contracheques dos funcionários e promover a entrega de folhe-tos de sensibilização (que podem ser elabo-rados pela própria Instituição).

Realizar troca de maços de cigarro por brin-des (a critério da Instituição).

Realizar um concurso interno entre funcioná-rios, filhos de funcionários e familiares, para criação de frases e desenhos sobre o tema e a data. Tais materiais poderiam ser classifi-cados e premiados, assim como permanecer durante um período pré-determinado em ex-posição em local de grande circulação.

Realizar um evento com atividades come-morativas com palestras técnico-científicas, entrega de prêmios, stand para verificação de monóxido de carbono e panfletagem.

Realizar peça teatral com participação de funcionários e outras atividades, com a pre-sença de personalidades.

Realizar uma palestra com profissionais de saúde sobre os malefícios do cigarro sob suas diferentes formas.

10.Avaliarparavalorizarsuasatividades

A avaliação do trabalho realizado consiste em uma etapa fundamental neste processo. Um registro cuidadoso das principais atividades desenvolvidas em comemoração a esta data pontual é o primeiro passo a ser dado. Para tanto, encontra-se anexa uma planilha com in-formações a serem obtidas, além de instruções para o seu preenchimento. Tal planilha deve ser enviada à CONPREV/INCA (se for o caso, com cópia para a Coordenação Estadual), até 30 (trinta) dias após o encerramento das come-morações.

De posse dessas informações, o coordena-dor poderá fazer um balanço das atividades re-alizadas, verificar se as metas foram atingidas, comparar com o trabalho de anos anteriores, divulgar os resultados alcançados, dar maior visibilidade ao trabalho, e ainda captar mais re-cursos para realizações futuras, além de justifi-car o que foi investido. De modo semelhante, a CONPREV estará consolidando as diversas pla-nilhas recebidas para produzirmos a dimensão nacional do nosso trabalho, esperando que este seja continuamente aprimorado e valorizado.

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É importante lembrar que, para que os dados possam ser aproveitados, é preciso respeitar a padronização do instrumento e cuidar da quali-dade do que é informado. Do contrário, corre-se o risco de perder tempo com preenchimento de informações que não poderão ser utilizadas.

No caso de haver sugestões, críticas ou in-teresse em fornecer dados que não foram so-licitados, estes devem ser anexados à planilha original e enviados em conjunto.

11.Referênciasbibliográficas

WHO. World No Tobacco Day 2006. Disponível em:

http://www.who.int/tobacco/communications/events/wntd/2006/en/index.html

Acesso em: 04.04.2006

OPAS. Dia Mundial Sin Tabaco (DMST). Disponível em:

http://www.paho.org/spanish/ad/sde/ra/Tabdmst.htm

Acesso em:04.04.2006

CDC. Tobacco Information na Prevention Source (TIPS). Disponível em: <http://www.cdc.gov/tobacco/>

Acesso em: 04.05.2006

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa

de incidência de câncer no brasil, 2006

BURNS, D. M., MAJOR, J.M., SHANKS, T.G., THUN, M. J., SAMET, J.M. Smoking lower yield cigarettes

and disease risks. In: Smoking and tobacco control: risks associated with smoking cigarettes with low machine-

Measured yields of tar and nicotine. National Institutes of Health National Cancer Institute. Monograph 13.

pp 65 – 157.

Cavalcante, T. Relatório da 1ª Reunião do Grupo de Estudo sobre Regulação de produtos de tabaco da

Organização Mundial da Saúde (First WHO Study Group on Tobacco product regulation meeting - TobReg),

Montebello Canadá, 25 a 28 de outubro de 2004 & Oficina de Trabalho sobre Avaliações toxicológicas rela-

cionadas a produtos de tabaco, promovida pelo Ministério da Saúde Canadá (Workshop on Tobacco related

toxicological assays / Health Canada), Montebello, Canadá , 28 a 29 de outubro de 2004. Mimeo,2004.

WHO. Advancing knowledge on regulating tobacco products. Monograph. Genebra, 2001.

12.Linksinteressantes

http://www.anvisa.gov.br/tabaco/index.htm http://www.who.int/tobacco/global_interaction/tobreg/canadian_bp/en/index.html http://www.who.int/tobacco/global_interaction/tobreg/goa_2003_principles/en/index.html http://www.hc-sc.gc.ca/hl-vs/tobac-tabac/legislation/index_e.html http://www.cdc.gov/doc.do/id/0900f3ec802346d8 http://www.tabacozero.net/

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