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Oficina de Filosofia 80 Questões do ENEM com conteúdo de FILOSOFIA 2008-2013 Prof. Gustavo Bertoche oficinadefilosofia.com 2014

2008-2013 - favelavivamuquico.files.wordpress.com · O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ... TEXTO II É o caráter radical do

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    80 Questes do ENEM com contedo de FILOSOFIA

    2008-2013

    Prof. Gustavo Bertoche oficinadefilosofia.com

    2014

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    QUESTO 1 ENEM 2013

    Na imagem, da dcada de 1930, h uma crtica conquista de um direito pelas mulheres, relacionado com a A rediviso do trabalho domstico. B liberdade de orientao sexual. C garantia da equiparao salarial. D aprovao do direito ao divrcio. E obteno da participao eleitoral.

    QUESTO 2 ENEM 2013

    A imagem foi publicada no jornal Correio da Manh, no dia de Finados de 1965. Sua relao com os direitos polticos existentes no perodo revela a A extino dos partidos nanicos. B retomada dos partidos estaduais. C adoo do bipartidarismo regulado. D superao do fisiologismo tradicional. E valorizao da representao parlamentar.

    QUESTO 3 ENEM 2013

    Para que no haja abuso, preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses trs poderes: o de fazer leis, o de executar as resolues pblicas e o de julgar os crimes ou as divergncias dos indivduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, atuando de forma independente para a efetivao da liberdade, sendo que esta no existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do esprito das leis. So Paulo:

    Abril Cultural, 1979

    A diviso e a independncia entre os poderes so condies necessrias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo poltico em que haja A exerccio de tutela sobre as atividades jurdicas e polticas. B consagrao do poder poltico pela autoridade religiosa. C concentrao do poder nas mos de elites tcnico-cientficas. D estabelecimento de limites aos atores pblicos e s instituies do governo. E reunio das funes de legislar, julgar e executar nas mos de um governante eleito.

    QUESTO 4 ENEM 2013 Nasce aqui uma questo: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque difcil junt-las, muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que so ingratos, volveis, simuladores, covardes e vidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem so inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo est longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O prncipe. Rio de Janeiro: Bertrand,

    1991

    A partir da anlise histrica do comportamento humano em suas relaes sociais e polticas, Maquiavel define o homem como um ser A munido de virtude, com disposio nata a praticar o bem a si e aos outros. B possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcanar xito na poltica. C guiado por interesses, de modo que suas aes so imprevisveis e inconstantes. D naturalmente racional, vivendo em um estado pr-social e portando seus direitos naturais. E socivel por natureza, mantendo relaes pacficas com seus pares.

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    QUESTO 5 ENEM 2013 Quando ningum duvida da existncia de um outro mundo, a morte uma passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Mdia tem a convico de no desaparecer completamente, esperando a ressurreio. Pois nada se detm e tudo continua na eternidade. A perda contempornea do sentimento religioso fez da morte uma provao aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido.

    DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. So Paulo: Unesp, 1998

    Ao comparar as maneiras com que as sociedades tm lidado com a morte, o autor considera que houve um processo de A mercantilizao das crenas religiosas. B transformao das representaes sociais. C disseminao do atesmo nos pases de maioria crist. D diminuio da distncia entre saber cientfico e eclesistico. E amadurecimento da conscincia ligada civilizao moderna.

    QUESTO 6 ENEM 2013 O edifcio circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferncia. Voc pode cham-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; voc pode cham-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a sade preservada; a indstria revigorada; a instruo difundida; os encargos pblicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o n grdio da Lei sobre os Pobres no contado, mas desfeito tudo por uma simples ideia de arquitetura!

    BENTHAM, J. O panptico. Belo Horizonte: Autntica, 2006

    Essa a proposta de um sistema conhecido como panptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporneas, exercido preferencialmente por mecanismos A religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo v. B ideolgicos, que estabelecem limites pela alienao, impedindo a viso da dominao sofrida. C repressivos, que perpetuam as relaes de dominao entre os homens por meio da tortura fsica. D sutis, que adestram os corpos no espao-tempo por meio do olhar como instrumento de controle. E consensuais, que pactuam acordos com base na compreenso dos benefcios gerais de se ter as prprias aes controladas.

    QUESTO 7 ENEM 2013

    A charge revela uma crtica aos meios de comunicao, em especial internet, porque A questiona a integrao das pessoas nas redes virtuais de relacionamento. B considera as relaes sociais como menos importantes que as virtuais. C enaltece a pretenso do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. D descreve com preciso as sociedades humanas no mundo globalizado. E concebe a rede de computadores como o espao mais eficaz para a construo de relaes sociais.

    QUESTO 8 ENEM 2013 Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma gerao para outra. A ausncia de uma legislao escrita permitia aos patrcios manipular a justia conforme seus interesses. Em 451 a.C., porm, os plebeus conseguiram eleger uma comisso de dez pessoas os decnviros para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grcia, para estudar a legislao de Slon.

    COULANGES, F. A cidade antiga. So Paulo: Martins Fontes, 2000

    A superao da tradio jurdica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada A adoo do sufrgio universal masculino. B extenso da cidadania aos homens livres. C afirmao de instituies democrticas. D implantao de direitos sociais. E tripartio dos poderes polticos.

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    QUESTO 9 ENEM 2013 A felicidade , portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazvel coisa do mundo, e esses atributos no devem estar separados; como na inscrio existente em Delfos, das coisas, a mais nobre a mais justa, e a melhor a sade; porm a mais doce ter o que amamos. Todos estes atributos esto presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor ns identificamos como a felicidade.

    ARISTTELES. A poltica. So Paulo: Cia. Das Letras, 2010

    Ao reconhecermos na felicidade a reunio dos mais excelentes atributos, Aristteles a identifica como A busca por bens materiais e ttulos de nobreza. B plenitude espiritual e ascese pessoa. C finalidade das aes e condutas humanas. D conhecimento de verdades imutveis e perfeitas. E expresso do sucesso individual e reconhecimento poltico.

    QUESTO 10 ENEM 2013 Na produo social que os homens realizam, eles entram em determinadas relaes indispensveis e independentes de sua vontade; tais relaes de produo correspondem a um estgio definido de desenvolvimento das suas foras materiais de produo. A totalidade dessas relaes constitui a estrutura econmica da sociedade fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas poltica e jurdica, e ao qual correspondem determinadas formas de conscincia social.

    MARX, K. Prefcio Crtica da economia poltica. So Paulo: Edies Sociais, 1977

    Para o autor, a relao entre economia e poltica estabelecia no sistema capitalista faz com que A o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. B o trabalho se constitua como o fundamento real da produo material. C a consolidao das foras produtivas seja compatvel com o progresso humano. D a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econmico. E a burguesia revolucione o processo social de formao da conscincia de classe.

    QUESTO 11 ENEM 2013 Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdo e tendo feito correes, viremos agora a pgina no para esquec-lo, mas para no deixa-lo aprisionar-nos para sempre. Avancemos em direo a um futuro glorioso de uma nova sociedade sul-africana, em que as pessoas valham no em razo de irrelevncias biolgicas ou de outros estranhos atributos, mas porque so pessoas de valor infinito criadas imagem de Deus. TUTU, D., no encerramento da Comisso da Verdade

    na frica do Sul

    No texto, relaciona-se a consolidao da democracia na frica do Sul separao de um legado A populista, que favorecia a cooptao de dissidentes polticos. B totalitarista, que bloqueava o dilogo com os movimentos sociais. C segregacionista, que impedia a universalizao da cidadania. D estagnacionista, que disseminava a pauperizao social. E fundamentalista, que engendrava conflitos religiosos.

    QUESTO 12 ENEM 2013 TEXTO I H j algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opinies como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princpios to mal assegurados no podia ser seno mui duvidoso e incerto. Era necessrio tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opinies a que at ento dera crdito, e comear tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalvel. (DESCARTES, R. Meditaes concernentes Primeira Filosofia. So Paulo: Abril Cultura, 1973) TEXTO II o carter radical do que se procura que exige a radicalizao do prprio processo de busca. Se todo o espao for ocupado pela dvida, qualquer certeza que aparecer a partir da ter sido de alguma forma gerada pela prpria dvida, e no ser seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dvida.

    SILVA, F. L. Descartes: a metafsica da modernidade. So Paulo: Moderna, 2001

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    A exposio e a anlise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstruo radical do conhecimento, deve-se A retomar o mtodo da tradio para edificar a cincia com legitimidade. B questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepes. C investigar os contedos da conscincia dos homens menos esclarecidos. D buscar uma via para eliminar da memria saberes antigos e ultrapassados. E encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.

    QUESTO 13 ENEM 2013 De ponta a ponta, tudo praia-palma, muito ch e muito formosa. Pelo serto nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, no podamos ver seno terra com arvoredos, que parecia muito longa. Nela, at agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares [...]. Porm o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que ser salvar esta gente.

    Carta de Pero Vaz de Caminha

    A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo: A Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos. B Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa. C Transmitir o conhecimento dos indgenas sobre o potencial econmico existente. D Realar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia. E Criticar o modo de vida dos povos autctones para evidenciar a ausncia de trabalho.

    QUESTO 14 ENEM 2013 Rua Preciados, seis da tarde. Ao longe, a massa humana que abarrota a Praa Puerta del Sol, em Madri, se levanta. Um grupo de garotas, ao ver a cena, corre em direo multido. Milhares de pessoas fazem ressoar o slogan: Que no, que no, que no nos representem. Um garoto fala pelo megafone: Demandamos submeter a referendo o resgate bancrio. RODRGUEZ, O. Puerta del Sol, o grande alto-falante.

    Brasil de Fato. So Paulo, 26 maio-1 jun. 2011

    Em 2011, o Acampamento dos Indignados Espanhis expressou todo o descontentamento

    poltico da juventude europeia. Que proposta sintetiza o conjunto de reivindicaes polticas destes jovens? A Voto universal. B Democracia direta. C Pluralidade partidria. D Autonomia legislativa. E Imunidade parlamentar.

    QUESTO 15 ENEM 2013 At hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porm, todas as tentativas para descobrir mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se no se resolvero melhor as tarefas da metafsica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

    (KANT, I. Crtica da razo pura. Lisboa: Calouste-

    Gulbenkian, 1994)

    O trecho em questo uma referncia ao que ficou conhecido como revoluo copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posies filosficas que A assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. B defendem que o conhecimento impossvel, restando-nos somente o ceticismo. C revelam a relao de interdependncia entre os dados da experincia e a reflexo filosfica. D apostam, no que diz respeito s tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relao aos objetos. E refutam-se mutuamente quanto natureza do nosso conhecimento e so ambas recusadas por Kant.

    QUESTO 16 ENEM 2013 A escravido no h de ser suprimida no Brasil por uma guerra civil, muito menos por insurreies ou atentados locais. No deve s-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revoluo, como aconteceu na Frana, sendo essa revoluo obra exclusiva da populao livre. no Parlamento e no em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praas das cidades, que se h de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro:

    Nova Fronteira, 2000

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    No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto poltico sobre como deveria ocorrer o fim da escravido no Brasil, no qual A copiava o modelo haitiano de emancipao negra. B incentivava a conquista de alforrias por meio de aes judiciais. C optava pela via legalista de libertao. D priorizava a negociao em torno das indenizaes aos senhores. E antecipava a libertao paternalista dos cativos.

    QUESTO 17 ENEM 2013 Tenho 44 anos e presenciei uma transformao impressionante na condio de homens e mulheres gays nos Estados Unidos. Quando nasci, relaes homossexuais eram ilegais em todos os Estados Unidos, menos Illinois. Gays e lsbicas no podiam trabalhar no governo federal. No havia nenhum poltico abertamente gay. Alguns homossexuais no assumidos ocupavam posies de poder, mas a tendncia era eles tornarem as coisas ainda piores para seus semelhantes.

    ROSS, A. Na mquina do tempo. poca, ed. 766, 28 jan. 2013

    A dimenso poltica da transformao sugerida no texto teve como condio necessria a A ampliao da noo de cidadania. B reformulao de concepes religiosas. C manuteno de ideologias conservadoras. D implantao de cotas nas listas partidrias. E alterao da composio tnica da populao.

    QUESTO 18 ENEM 2013 A recuperao da herana cultural africana deve levar em conta o que prprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. No se trata, portanto, do resgate ingnuo do passado nem do seu cultivo nostlgico, mas de procurar perceber o prprio rosto cultural brasileiro. O que se quer captar seu movimento para melhor compreend-lo historicamente. MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravido

    em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Pblico

    Mineiro, 1988

    Com base no texto, a anlise de manifestaes culturais de origem africana, como a capoeira ou o candombl, deve considerar que elas A permanecem como reproduo dos valores e costumes africanos. B perderam a relao com o seu passado histrico.

    C derivam da interao entre valores africanos e a experincia histrica brasileira. D contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. E demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relao aos europeus.

    QUESTO 19 ENEM 2013

    TEXTO I Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e dana; ela l romances, alm de desperdiar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um nmero igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francs ou de dana.

    Comentrio do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotesi

    Revista de Estudos Literrios. Juiz de Fora, v. 2. n. 2,

    1998

    TEXTO II

    As janelas e portas gradeadas com trelias no eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grandes gaiolas, ondes os pais e maridos zelavam, sonegadas sociedade, as filhas e as esposas. MACEDO, J. M. Memrias da Rua do Ouvidor [1878]

    A representao social do feminino comum aos dois textos o(a) A submisso de gnero, apoiada pela concepo patriarcal de famlia. B acesso aos produtos de beleza, decorrncia da abertura dos portos. C ampliao do espao de entretenimento, voltado s distintas classes sociais. D proteo da honra, mediada pela disputa masculina em relao s damas da corte. E valorizao do casamento cristo, respaldado pelos interesses vinculados herana.

    QUESTO 20 ENEM 2013 Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnolgico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no incio da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, no surgiu de um prazer de poder, de um mero imperialismo humano, mas da aspirao de libertar o homem e de enriquecer sua vida, fsica e culturalmente.

    (CUPANI, A. A tecnologia como problema filosfico: trs enfoques. Scientiae Studia, So Paulo, v.2. n. 4,

    2004)

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    Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a cincia como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempries da natureza. Nesse contexto, a investigao cientfica consiste em A expor a essncia da verdade e resolver definitivamente as disputas tericas ainda existentes. B oferecer a ltima palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. C ser a expresso da razo e servir de modelo para outras reas do saber que almejam o progresso. D explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos ticos e religiosos. E explicar a dinmica presente entre os fenmenos naturais e impor limites aos debates acadmicos.

    QUESTO 21 ENEM 2012 Esclarecimento a sada do homem de sua menoridade, da qual ele prprio culpado. A menoridade a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direo de outro indivduo. O homem o prprio culpado dessa menoridade se a causa dela no se encontra na falta de entendimento, mas na falta de deciso e coragem de servir-se de si mesmo sem a direo de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu prprio entendimento, tal o lema do esclarecimento. A preguia e a covardia so as causas pelas quais uma to grande parte dos homens, depois que a natureza de h muito os libertou de uma condio estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.

    KANT, I. Resposta pergunta: o que esclarecimento? Petrpolis: Vozes, 1985 (adaptado).

    Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreenso do contexto filosfico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa A a reivindicao de autonomia da capacidade racional como expresso da maioridade. B o exerccio da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. C a imposio de verdades matemticas, com carter objetivo, de forma heternoma. D a compreenso de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. E a emancipao da subjetividade humana de ideologias produzidas pela prpria razo.

    QUESTO 22 ENEM 2012

    Texto I

    O que vemos no pas uma espcie de espraiamento e a manifestao da agressividade atravs da violncia. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que est presente em todos os redutos seja nas reas abandonadas pelo poder pblico, seja na poltica ou no futebol. O brasileiro no mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exerccio e do reconhecimento da cidadania e a ausncia do Estado em vrios territrios do pas se impem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violncia fincam suas razes.

    Entrevista com Joel Birman. A Corrupo um crime sem rosto. Isto. Edio 2099, 3 fev. 2010.

    Texto II Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulses e emoes do indivduo, sem um controle muito especfico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo possvel sem que as pessoas anteponham limitaes umas s outras, e todas as limitaes so convertidas, na pessoa a quem so impostas, em medo de um ou outro tipo.

    ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

    Considerando-se a dinmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do Texto I acerca da violncia e agressividade na sociedade brasileira expressa a A incompatibilidade entre os modos democrticos de convvio social e a presena de aparatos de controle policial. B manuteno de prticas repressivas herdadas dos perodos ditatoriais sob a forma de leis e atos administrativos. C inabilidade das foras militares em conter a violncia decorrente das ondas migratrias nas grandes cidades brasileiras. D dificuldade histrica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social compatveis com valores democrticos. E incapacidade das instituies poltico-legislativas em formular mecanismos de controle social especficos realidade social brasileira.

    QUESTO 23 ENEM 2012 Ns nos recusamos a acreditar que o banco da justia falvel. Ns nos recusamos a acreditar que h capitais insuficientes de oportunidade nesta nao. Assim ns viemos trocar este cheque, um cheque que nos dar o direito de

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    reclamar as riquezas de liberdade e a segurana da justia.

    KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963. Disponvel em: www.palmares.gov.br. Acesso em: 30

    nov. 2011 (adaptado).

    O cenrio vivenciado pela populao negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu mobilizao social. Nessa poca, surgiram reivindicaes que tinham como expoente Martin Luther King e objetivavam A a conquista de direitos civis para a populao negra. B o apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espao urbano. C a supremacia das instituies religiosas em meio comunidade negra sulista. D a incorporao dos negros no mercado de trabalho. E a aceitao da cultura negra como representante do modo de vida americano.

    QUESTO 24 ENEM 2012 verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade poltica no consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que independncia e o que liberdade. A liberdade o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidado pudesse fazer tudo o que elas probem, no teria mais liberdade, porque os outros tambm teriam tal poder.

    MONTESQUIEU. Do Esprito das Leis. So Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).

    A caracterstica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito A ao status de cidadania que o indivduo adquire ao tomar as decises por si mesmo. B ao condicionamento da liberdade dos cidados conformidade s leis. C possibilidade de o cidado participar no poder e, nesse caso, livre da submisso s leis. D ao livre-arbtrio do cidado em relao quilo que proibido, desde que ciente das consequncias. E ao direito do cidado exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.

    QUESTO 25 ENEM 2012 Para Plato, o que havia de verdadeiro em Parmnides era que o objeto de conhecimento um objeto de razo e no de sensao, e era preciso estabelecer uma relao entre objeto sensvel ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas

    irresistivelmente, a Doutrina das ideias formava-se em sua mente.

    ZINGANO, M. Plato e Aristteles: o fascnio da filosofia. So Paulo: Odysseus, 2012.

    O texto faz referncia relao entre razo e sensao, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Plato (427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto, como Plato se situa diante dessa relao? A Estabelecendo um abismo intransponvel entre as duas. B Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. C Atendo-se posio de Parmnides de que razo e sensao so inseparveis. D Afirmando que a razo capaz de gerar conhecimento, mas a sensao no. E Rejeitando a posio de Parmnides de que a sensao superior razo.

    QUESTO 26 ENEM 2012

    TEXTO I Anaxmenes de Mileto disse que o ar o elemento originrio de tudo o que existe, existiu e existir, e que outras coisas provm de sua descedncia. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos so ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em gua. A gua, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao mximo possvel, transforma-se em pedras.

    BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).

    TEXTO II Baslio Magno, filsofo medieval, escreveu: Deus, como criador de todas as coisas, est no princpio do mundo e dos tempos. Quo parcas de contedo se nos apresentam, em face desta concepo, as especulaes contraditrias dos filsofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jnios, ou dos tomos, como julga Demcrito. Na verdade, do impresso de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.

    GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. So Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).

    Filsofos dos diversos tempos histricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicao racional. As teses de Anaxmenes, filsofo grego antigo, e de Baslio, filsofo medieval, tm em comum na sua fundamentao teorias que

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    A eram baseadas nas cincias da natureza. B refutavam as teorias de filsofos da religio. C tinham origem nos mitos das civilizaes antigas. D postulavam um princpio originrio para o mundo. E defendiam que Deus o princpio de todas as coisas.

    QUESTO 27 ENEM 2012

    TEXTO I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e de prudncia nunca se fiar inteiramente em quem j nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditaes Metafsicas. So Paulo:

    Abril Cultural, 1979.

    TEXTO II

    Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impresso deriva esta suposta ideia? E se for impossvel atribuir-lhe qualquer impresso sensorial, isso servir para confirmar nossa suspeita.

    HUME, D. Uma investigao sobre o entendimento.

    So Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

    Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparao dos excertos permite assumir que Descartes e Hume A defendem os sentidos como critrio originrio para considerar um conhecimento legtimo. B entendem que desnecessrio suspeitar do significado de uma ideia na reflexo filosfica e crtica. C so legtimos representantes do criticismo quanto gnese do conhecimento. D concordam que conhecimento humano impossvel em relao s ideias e aos sentidos. E atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obteno do conhecimento.

    QUESTO 28 ENEM 2012 No ignoro a opinio antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinio muito aceita em nossos dias, devido s grandes transformaes ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam conjectura humana. No obstante, para no ignorar inteiramente o nosso livre arbtrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbtrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

    MAQUIAVEL, N. O Principe. Braslia: EdUnB, 1979 (adaptado).

    Em O Prncipe, Maquiavel refletiu sobre o exerccio do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra A o vnculo entre o seu pensamento poltico e o humanismo renascentista ao valorizar a interferncia divina nos acontecimentos definidores do seu tempo. B rejeitar a interveno do acaso nos processos polticos. C afirmar a confiana na razo autnoma como fundamento da ao humana. D romper com a tradio que valorizava o passado como fonte de aprendizagem. E redefinir a ao poltica com base na unidade entre f e razo.

    QUESTO 29 ENEM 2012 Na regulao de matrias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currculos da educao pblica, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas tambm em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posio da famlia e dos consrcios semelhantes ao matrimnio, a aceitao de normas de segurana ou a delimitao das esferas pblica e privada em tudo isso reflete-se amide apenas o autoentendimento tico-poltico de uma cultura majoritria, dominante por motivos histricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.

    HABERMAS, J. A incluso do outro: estudos de

    teoria poltica. So Paulo: Loyola, 2002.

    A reivindicao dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporneas, na medida em que se alcana A a secesso, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condio da sua concentrao espacial, num tipo de independncia acional. B a reunificao da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades tnicas, confisses religiosas e formas de vida, em torno da coeso de uma cultura poltica nacional. C a coexistncia das diferenas, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate pblico, cientes de que estaro vinculados coero do melhor argumento.

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    D a autonomia dos indivduos que, ao chegarem vida adulta, tenham condies de se libertar das tradies de suas origens em nome da harmonia da poltica nacional. E o desaparecimento de quaisquer limitaes, tais como linguagem poltica ou distintas convenes de comportamento, para compor a arena poltica a ser compartilhada.

    QUESTO 30 ENEM 2012

    Texto do Cartaz: Amor e no guerra

    Foto de Jovens em protesto contra a Guerra do

    Vietn. Disponvel em: http://goldenyears66to69.blogspot.com. Acesso em:

    10 out. 2011.

    Nos anos que se seguiram Segunda Guerra, movimentos como o Maio de 1968 ou a campanha contra a Guerra do Vietn culminaram no estabelecimento de diferentes formas de participao poltica. Seus slogans, tais como Quando penso em revoluo quero fazer amor, se tornaram smbolos da agitao cultural nos anos 1960, cuja inovao relacionava-se A contestao da crise econmica europeia, que fora provocada pela manuteno das guerras coloniais. B organizao partidria da juventude comunista, visando o estabelecimento da ditadura do proletariado. C unificao das noes de libertao social e libertao individual, fornecendo um significado poltico ao uso do corpo. D defesa do amor cristo e monogmico, com fins reproduo, que era tomado como soluo para os conflitos sociais. E ao reconhecimento da cultura das geraes passadas, que conviveram com a emergncia do rock e outras mudanas nos costumes.

    QUESTO 31 ENEM 2012 Que ilegal a faculdade que se atribui autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. Que ilegal toda cobrana de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em poca e modo diferentes dos designados por ele prprio. Que indispensvel convocar com frequncia os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar leis.

    Declarao de Direitos. Disponvel em: http://disciplinas.stoa.usp.br.

    Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).

    No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na poca Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime poltico que predominavam na Europa continental esto indicados, respectivamente, em: A Reduo da influncia do papa Teocracia. B Limitao do poder do soberano Absolutismo. C Ampliao da dominao da nobreza Repblica. D Expanso da fora do presidente Parlamentarismo. E Restrio da competncia do congresso Presidencialismo.

    QUESTO 32 ENEM 2012 Nossa cultura lipofbica muito contribui para a distoro da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem distorcidos. Engordamos quando somos gulosos. pecado da gula que controla a relao do homem com a balana. Todo obeso declarou, um dia, guerra balana. Para emagrecer preciso fazer as pazes com a dita cuja, visando adequar-se s necessidades para as quais ela aponta.

    FREIRE, D. S. Obesidade no pode ser pr-

    requisito. Disponvel em: http//gnt.globo.com. Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).

    O texto apresenta um discurso de disciplinarizao dos corpos, que tem como consequncia A a ampliao dos tratamentos mdicos alternativos, reduzindo os gastos com remdios. B a democratizao do padro de beleza, tornando-o acessvel pelo esforo individual. C o controle do consumo, impulsionando uma crise econmica na indstria de alimentos. D a culpabilizao individual, associando obesidade fraqueza de carter. E o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.

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    QUESTO 33 ENEM 2011 No mundo rabe, pases governados ha dcadas por regimes polticos centralizadores contabilizam metade da populao com menos de 30 anos; desses, 56% tem acesso a internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnao da economia, esses jovens incubam vrus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, pe fogo no prprio corpo em protesto por trabalho, justia e liberdade. Uma serie de manifestaes eclode na Tunsia e, como uma epidemia, o vrus libertrio comea a se espalhar pelos pases vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais como o Facebook e o Twitter ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da frica a ilhas do Golfo Persico.

    SEQUEIRA, C. D.; VILLAMEA, L. A epidemia da Liberdade.

    Isto Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).

    Considerando os movimentos polticos mencionados no texto, o acesso a internet permitiu aos jovens rabes A reforar a atuao dos regimes polticos existentes. B tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. C manter o distanciamento necessrio a sua segurana. D disseminar vrus capazes de destruir programas dos computadores. E difundir ideias revolucionarias que mobilizaram a populao.

    QUESTO 34 ENEM 2011 O brasileiro tem noo clara dos comportamentos ticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupo, revela pesquisa. Se o pais fosse resultado dos padres morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinvia do que com Bruzundanga (corrompida nao fictcia de Lima Barreto). FRAGA, P. Ningum e inocente. Folha de S. Paulo. 4

    out. 2009 (adaptado).

    O distanciamento entre reconhecer e cumprir efetivamente o que e moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais so A decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utpicas. B parmetros idealizados, cujo cumprimento e destitudo de obrigao. C amplas e vo alm da capacidade de o individuo conseguir cumpri-las integralmente.

    D criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei a qual deve se submeter. E cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurdicas.

    QUESTO 35 ENEM 2011 Na dcada de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ao dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de praticas democrticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O dialogo, o confronto e o conflito tm sido os motores no processo de construo democrtica.

    SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporneo:

    participao e possibilidades das praticas democrticas. Disponvel em: http://www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).

    Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construo democrtica, porque A determinam o papel do Estado nas transformaes socioeconmicas. B aumentam o clima de tenso social na sociedade civil. C pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade. D privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais. E propiciam a adoo de valores ticos pelos rgos do Estado.

    QUESTO 36 ENEM 2011 Embora o Brasil seja signatrio de convenes e tratados internacionais contra a tortura e tenha incorporado em seu ordenamento jurdico uma lei tipificando o crime, ele continua a ocorrer em larga escala. Mesmo que a lei que tipifica a tortura esteja vigente desde 1997, ate o ano 2000 no se conhece nenhum caso de condenao de torturadores julgado em ultima instancia, embora tenham sido registrados nesse perodo centenas de casos, alm de numerosos outros presumveis, mas no registrados.

    Disponvel em: http://www.dhnet.org.br. Acesso em: 16 jun. 2010 (adaptado).

    O texto destaca a questo da tortura no pais, apontando que A a justia brasileira, por meio de tratados e leis, tem conseguido inibir e, inclusive, extinguir a pratica da tortura.

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    B a existncia da lei no basta como garantia de justia para as vitimas e testemunhas dos casos de tortura. C as denncias annimas dificultam a ao da justia, impedindo que torturadores sejam reconhecidos e identificados pelo crime cometido. D a falta de registro da tortura por parte das autoridades policiais, em razo do desconhecimento da tortura como crime, legitima a impunidade. E a justia tem esbarrado na precria existncia de jurisprudncia a respeito da tortura, o que a impede de atuar nesses casos.

    QUESTO 37 ENEM 2011 TEXTO I A ao democrtica consiste em todos tomarem parte do processo decisrio sobre aquilo que ter consequncia na vida de toda coletividade.

    GALLO, S. et al. tica e Cidadania. Caminhos da Filosofia.

    Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).

    TEXTO II E necessrio que haja liberdade de expresso, Fiscalizao sobre rgos governamentais e acesso por parte da populao as informaes trazidas a publico pela imprensa.

    Disponvel em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.

    Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicao, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por A orientarem os cidados na compra dos bens necessrios a sua sobrevivncia e bem-estar. B fornecerem informaes que fomentam o debate politico na esfera publica. C apresentarem aos cidados a verso oficial dos fatos. D propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientizao politica. E promoverem a unidade cultural, por meio das transmisses esportivas.

    QUESTO 38 ENEM 2011 Os trs tipos de poder representam trs diversos tipos de motivaes: no poder tradicional, o motivo da obedincia e a crena na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obedincia deriva da crena na racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismtico, deriva da crena nos dotes extraordinrios do chefe.

    BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria

    geral da politica. So Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado).

    O texto apresenta trs tipos de poder que podem ser identificados em momentos histricos distintos. Identifique o perodo em que a obedincia esteve associada predominantemente ao poder carismtico: A Republica Federalista Norte-Americana. B Republica Fascista Italiana no sculo XX. C Monarquia Teocrtica do Egito Antigo. D Monarquia Absoluta Francesa no sculo XVII. E Monarquia Constitucional Brasileira no sculo XIX.

    QUESTO 39 ENEM 2011 A Lei 10.639, de nove de janeiro de 2003, inclui no currculo dos estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre Historia e Cultura Afro-Brasileira e determina que o contedo programtico inclua o estudo da Historia da frica e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional, resgatando a contribuio do povo negro nas reas social, econmica e politica pertinentes a Historia do Brasil, alm de instituir, no calendrio escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do Dia da Conscincia Negra.

    Disponvel em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

    A referida lei representa um avano no s para a educao nacional, mas tambm para a sociedade brasileira, porque. A legitima o ensino das cincias humanas nas escolas. B divulga conhecimentos para a populao afro-brasileira. C refora a concepo etnocntrica sobre a Africa e sua cultura. D garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso a educao. E impulsiona o reconhecimento da pluralidade etnicoracial do pas.

    QUESTO 40 ENEM 2010 2 aplicao A bandeira da Europa no apenas o smbolo da Unio Europeia, mas tambm da unidade e da identidade da Europa em sentido mais lato. O crculo de estrelas douradas representa a solidariedade e a harmonia entre os povos da Europa.

    Disponvel em: http://europa.eu/index_pt.htm. Acesso em: 29

    abr. 2010 (adaptado).

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    A que se pode atribuir a contradio intrnseca entre o que prope a bandeira da Europa e o cotidiano vivenciado pelas naes integrantes da Unio Europeia? A Ao contexto da dcada de 1930, no qual a bandeira foi forjada e em que se pretendia a fraternidade entre os povos traumatizados pela Primeira Guerra Mundial. B Ao fato de que o ideal de equilbrio implcito na Bandeira nem sempre se coaduna com os conflitos e rivalidades regionais tradicionais. C Ao fato de que Alemanha e Itlia ainda so vistas com desconfiana por Inglaterra e Frana mesmo aps dcadas do final da Segunda Guerra Mundial. D Ao fato de que a bandeira foi concebida por portugueses e espanhis, que possuem uma convivncia mais harmnica do que as demais naes europeias. E Ao fato de que a bandeira representa as aspiraes religiosas dos pases de vocao catlica, contrapondo-se ao cotidiano das naes protestantes.

    QUESTO 41 ENEM 2010 2 aplicao O movimento operrio ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miservel no princpio do sculo XIX. A resposta foi a conscincia de classe e a ambio de classe. Os pobres ento se organizavam em uma classe especfica, a classe operria, diferente da classe dos patres (ou capitalistas). A Revoluo Francesa lhes deu confiana; a Revoluo Industrial trouxe a necessidade da mobilizao permanente.

    Hobsbawm, E. J. A era das revolues. So Paulo: Paz e

    Terra, 1977.

    No texto, analisa-se o impacto das Revolues Francesa e Industrial para a organizao da classe operria. Enquanto a confiana dada pela Revoluo Francesa era originria do significado da vitria revolucionria sobre as classes dominantes, a necessidade da mobilizao permanente, trazida pela Revoluo Industrial, decorria da compreenso de que A a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforo de qualificao para o enfrentamento do desemprego. B a completa transformao da economia capitalista seria fundamental para a emancipao dos operrios. C a introduo das mquinas no processo produtivo diminua as possibilidades de ganho material para os operrios. D o progresso tecnolgico geraria a distribuio de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. E a melhoria das condies de vida dos operrios seria conquistada com as

    manifestaes coletivas em favor dos direitos trabalhistas.

    QUESTO 42 ENEM 2010 2 aplicao

    DEBRET, J. B.; SOUZA, L. M. (Org.). Histria da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na

    Amrica Portuguesa, v. 1. So Paulo: Companhia das Letras, 1997.

    A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no incio do sculo XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura A vendiam a produo da lavoura cafeeira para os moradores das cidades. B trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua. C realizavam trabalhos temporrios em troca de pagamento para os seus senhores. D eram autnomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais. E aguardavam a sua prpria venda aps desembarcarem no porto.

    QUESTO 43 ENEM 2010 2 aplicao A Conveno da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficincias, realizada, em 2006, em Nova York, teve como objetivo melhorar a vida da populao de 650 milhes de pessoas com deficincia em todo o mundo. Dessa conveno foi elaborado e acordado, entre os pases das Naes Unidas, um tratado internacional para garantir mais direitos a esse pblico. Entidades ligadas aos direitos das pessoas com Deficincia acreditam que, para o Brasil, a ratificao do tratado pode significar avanos na implementao de leis no pas.

    Disponvel em: http//www.bbc.co.uk. Acesso em: 18

    mai. 2010 (adaptado).

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    No Brasil, as polticas pblicas de incluso social apontam para o discurso, tanto da parte do governo quanto da iniciativa privada, sobre a efetivao da cidadania. Nesse sentido, a temtica da incluso social de pessoas com deficincia A vem sendo combatida por diversos grupos sociais, em virtude dos elevados custos para a adaptao e manuteno de prdios e equipamentos pblicos. B est assumindo o status de poltica pblica bem como representa um diferencial positivo de marketing institucional. C reflete prtica que viabiliza polticas compensatrias voltadas somente para as pessoas desse grupo que esto socialmente organizadas. D associa-se a uma estratgia de mercado que objetiva Atrair consumidores com algum tipo de deficincia, embora esteja descolada das metas da globalizao. E representa preocupao isolada, visto que o Estado ainda as discrimina e no lhes possibilita meios de integrao sociedade sob a tica econmica.

    QUESTO 44 ENEM 2010 2 aplicao Chegana Sou Patax, Sou Xavante e Carriri, Ianommi, sou Tupi Guarani, sou Caraj. Sou Pancaruru, Carij, Tupinaj, Sou Potiguar, sou Caet, Ful-ni-, Tupinamb. Eu atraquei num porto muito seguro, Cu azul, paz e ar puro... Botei as pernas pro ar. Logo sonhei que estava no paraso, Onde nem era preciso dormir para sonhar. Mas de repente me acordei com a surpresa: Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar. Da grande-nau, Um branco de barba escura, Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. E assustado dei um pulo da rede, Pressenti a fome, a sede, Eu pensei: vo me acabar. Levantei-me de Borduna j na mo. A, senti no corao, O Brasil vai comear.

    NBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.

    A letra da cano apresenta um tema recorrente na histria da colonizao brasileira, as relaes

    de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crtica ideia presente no chamado mito A da democracia racial, originado das relaes cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no perodo anterior ao incio da colonizao brasileira. B da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negcios coloniais aucareiros. C do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonizao. D da natural miscigenao, resultante da forma como a metrpole incentivou a unio entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colnia. E do encontro, que identifica a colonizao portuguesa como pacfica em funo das relaes de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.

    QUESTO 45 ENEM 2010 2 aplicao sublime pergaminho Libertao geral A princesa chorou ao receber A rosa de ouro papal Uma chuva de flores cobriu o salo E o negro jornalista De joelhos beijou a sua mo Uma voz na varanda do pao ecoou: Meu Deus, meu Deus Est extinta a escravido MELODIA, Z; RUSSO, N; MADRUGADA, C. Sublime

    pergaminho. Disponvel em http://

    www. letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

    O samba-enredo de 1968 reflete e refora uma concepo acerca do fim da escravido ainda viva em nossa memria, mas que no encontra respaldo nos estudos histricos mais recentes. Nessa concepo ultrapassada, a abolio apresentada como A conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a reduo da jornada de trabalho. B concesso do governo, que ofereceu benefcios aos negros, sem considerao pelas lutas de escravos e abolicionistas. C ruptura na estrutura socioeconmica do pas, sendo responsvel pela otimizao da incluso social dos libertos. D fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes histricos envolvidos na questo: fazendeiros, governo e escravos. E forma de incluso social, uma vez que a abolio possibilitaria a concretizao de direitos civis e sociais para os negros.

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    QUESTO 46 ENEM 2010 2 aplicao Na antiga Grcia, o teatro tratou de questes como destino, castigo e justia. Muitos gregos sabiam de cor inmeros versos das peas dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos sculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peas nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peas, os grandes personagens falavam em verso e os demais em prosa. No Brasil colonial, os ndios aprenderam com os jesutas a representar peas de carter religioso. Esses fatos so exemplos de que, em diferentes tempos e situaes, o teatro uma forma A de manipulao do povo pelo poder, que controla o teatro. B de diverso e de expresso dos valores e problemas da sociedade. C de entretenimento popular, que se esgota na sua funo de distrair. D de manipulao do povo pelos intelectuais que compem as peas. E de entretenimento, que foi superada e hoje substituda pela televiso.

    QUESTO 47 ENEM 2010 2 aplicao A tica exige um governo que amplie a igualdade entre os cidados. Essa a base da ptria. Sem ela, muitos indivduos no se sentem em casa, experimentam-se como estrangeiros em seu prprio lugar de nascimento.

    SILVA, R. R. tica, defesa nacional, cooperao dos povos. OLIVEIRA, E. R (Org.)

    Segurana & defesa nacional: da competio

    cooperao regional. So Paulo: Fundao Memorial da Amrica Latina, 2007

    (adaptado).

    Os pressupostos ticos so essenciais para a estruturao poltica e integrao de indivduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a tica corresponde a A valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade. B preceitos normativos impostos pela coao das leis jurdicas. C normas determinadas pelo governo, diferentes das leis estrangeiras. D transferncia dos valores praticados em casa para a esfera social. E proibio da interferncia de estrangeiros em nossa ptria.

    QUESTO 48 ENEM 2010 2 aplicao Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mos traziam arcos com suas setas. No fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso tm tanta inocncia como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beios de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus so corredios.

    CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela histria do Brasil: documentos.

    So Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

    O texto parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formao da identidade brasileira. Tratando da relao que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indgenas, esse trecho da carta revela a A preocupao em garantir a integridade do colonizador diante da resistncia dos ndios ocupao da terra. B postura etnocntrica do europeu diante das caractersticas fsicas e prticas culturais do indgena. C orientao da poltica da Coroa Portuguesa quanto utilizao dos nativos como mo de obra para colonizar a nova terra. D oposio de interesses entre portugueses e ndios, que dificultava o trabalho catequtico e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra. E abundncia da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporao aos interesses mercantis portugueses, por meio da explorao econmica dos ndios.

    QUESTO 49 ENEM 2010 2 aplicao No sculo XX, o transporte rodovirio e a aviao civil aceleraram o intercmbio de pessoas e mercadorias, fazendo com que as distncias e a percepo subjetiva das mesmas se reduzissem constantemente. possvel apontar uma tendncia de universalizao em vrios campos por exemplo, na globalizao da economia, no armamentismo nuclear, na manipulao gentica, entre outros.

    HABERMAS, J. A constelao ps-nacional: ensaios polticos. So Paulo:

    Littera Mundi, 2001 (adaptado).

    Os impactos e efeitos dessa universalizao, conforme Descritos no texto, podem ser analisados do ponto de vista moral, o que leva defesa da criao de normas universais que estejam de acordo com

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    A os valores culturais praticados pelos diferentes povos em suas tradies e costumes locais. B os pactos assinados pelos grandes lderes polticos, os quais dispem de condies para tomar decises. C os sentimentos de respeito e f no cumprimento de valores religiosos relativos justia divina. D os sistemas polticos e seus processos consensuais e democrticos de formao de normas gerais. E os imperativos tcnico-cientficos, que determinam com exatido o grau de justia das normas.

    QUESTO 50 ENEM 2010 2 aplicao Ato Institucional n 5 de 13 de dezembro de

    1968 Art. 10 Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes polticos, contra a segurana nacional, a ordem econmica e social e a economia popular. Art. 11 Excluem-se de qualquer apreciao judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos. Disponvel em: http://www.senado.gov.br. Acesso em:

    29 jul. 2010.

    O Ato Institucional n 5 considerado por muitos autores um golpe dentro do golpe. Nos artigos do AI-5 selecionados, o governo militar procurou limitar a atuao do Poder Judicirio, porque isso significava A a substituio da Constituio de 1967. B o incio do processo de distenso poltica. C a garantia legal para o autoritarismo dos juzes. D a ampliao dos poderes nas mos do Executivo. E a revogao dos instrumentos jurdicos implantados durante o golpe de 1964.

    QUESTO 51 ENEM 2010 2 aplicao Alexandria comeou a ser construda em 332 a. C. por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um polo de estudos sobre matemtica, filosofia e cincia gregas. Meio sculo mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um museu que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior ncleo intelectual

    da poca, especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de ento, sofreu sucessivos ataques de romanos, cristos e rabes, o que resultou na destruio ou perda de quase todo o seu acervo. RIBEIRO, F. Aventuras na histria. So Paulo: Abril.

    ed. 81, abr. 2010 (adaptado).

    A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel fundamental para a produo do conhecimento e memria das civilizaes antigas, porque A eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos. B funcionou como um centro de pesquisa acadmica e deu origem s universidades modernas. C preservou o legado da cultura grega em diferentes reas do conhecimento e permitiu sua transmisso a outros povos. D transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade. E reuniu os principais registros arqueolgicos at ento existentes e fez avanar a museologia antiga.

    QUESTO 52 ENEM 2010 2 aplicao Quando dipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a me. Para evit-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porm, penalizado com a sorte de dipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. dipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu ento da casa de seus pais para evitar a tragdia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grcia, encontrou-se com Laio e seu squito, que, insolentemente, ordenou que sasse da estrada. dipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem at chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a me que desconhecia.

    Disponvel em: http://www.culturabrasil.org. Acesso

    em: 28 ago. 2010 (adaptado).

    No mito dipo Rei, so dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos so caractersticas do mito grego e abordam a relao entre liberdade humana e providncia divina. A expresso filosfica que toma como pressuposta a tese do determinismo : A Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo. Jean Paul Sartre B Ter f assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser. Santo Agostinho

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    C Quem no tem medo da vida tambm no tem medo da morte. Arthur Schopenhauer D No me pergunte quem sou eu e no me diga para permanecer o mesmo. Michel Foucault E O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhana. Friedrich Nietzsche

    QUESTO 53 ENEM 2010 1 aplicao O artigo 402 do Cdigo penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praas pblicas exerccios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominao de capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma leso corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Priso de dois a seis meses.

    A Negregada instituio: os capoeiras no Rio de

    Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).

    O artigo do primeiro Cdigo Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava A a manuteno de parte da legislao do Imprio com vistas ao controle da criminalidade urbana. B a defesa do retorno do cativeiro e escravido pelos primeiros governos do perodo republicano. C o carter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilbrio entre progresso e civilizao. D a criminalizao de prticas culturais e a persistncia de valores que vinculavam certos grupos ao passado de escravido. E o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada.

    QUESTO 54 ENEM 2010 1 aplicao A poltica foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.

    VALRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania ativa. So Paulo:

    tica, 1996.

    Nessa definio o autor entende que a histria da poltica est dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo, caracterizado por uma democracia incompleta.

    Considerando o texto, qual o elemento comum a esses dois momentos da histria poltica? A A distribuio equilibrada do poder. B O impedimento da participao popular. C O controle das decises por uma minoria. D A valorizao das opinies mais competentes. E A sistematizao dos processos decisrios.

    QUESTO 55 ENEM 2010 1 aplicao O prncipe, portanto, no deve se incomodar com a reputao de cruel, se seu propsito manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poder ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distrbios que levem ao assassnio e ao roubo.

    MAQUIAVEL, N. O Prncipe. So Paulo: Martin Claret, 2009.

    No sculo XVI, Maquiavel escreveu O Prncipe, reflexo sobre a Monarquia e a funo do governante. A manuteno da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na A inrcia do julgamento de crimes polmicos. B bondade em relao ao comportamento dos mercenrios. C compaixo quanto condenao dos servos D neutralidade diante da condenao dos servos. E convenincia entre o poder tirnico e a moral do prncipe

    QUESTO 56 ENEM 2010 1 aplicao A lei no nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitrias, dos massacres, das conquistas que tm sua data e seus heris de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que est amanhecendo. FOUCAULT, Michel. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa

    da sociedade. So Paulo: Martins Fontes, 1999.

    O filsofo Michel Foucault (sc. XX) inova ao pensar a poltica e a lei em relao ao poder e organizao social. Com base na reflexo de Foucault, a finalidade das leis na organizao das sociedades modernas

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    A combater aes violentas na guerra entre as naes. B coagir e servir para refrear a agressividade humana. C criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivduos de uma mesma nao. D estabelecer princpios ticos que regulamentam as aes blicas entre pases inimigos. E organizar as relaes de poder na sociedade e entre os Estados.

    QUESTO 57 ENEM 2010 1 aplicao Opinio Podem me prender Podem me bater Podem at deixar-me sem comer Que eu no mudo de opinio. Aqui do morro eu no saio no Aqui do morro eu no saio no. Se no tem gua Eu furo um poo Se no tem carne Eu compro um osso e ponho na sopa E deixa andar, deixa andar Falem de mim Quem quiser falar Aqui eu no pago aluguel Se eu morrer amanh seu doutor, Estou pertinho do cu

    (Z Ketti. Opinio. Disponvel em: http:/www.mpbnet.com.br.

    Acesso em: 28 abr. 2010)

    Essa msica fez parte de um importante espetculo teatral que estreou no ano de 1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Msica Popular Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela letra de msica citada, foi o de A entretenimento para os grupos intelectuais. B valorizao do progresso econmico do pas. C crtica passividade dos setores populares. D denncia da situao social e poltica do pas. E mobilizao dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

    QUESTO 58 ENEM 2010 1 aplicao A tica precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque produto da relao social se organize sentindo-se responsvel por todos e que crie condies para o exerccio de um pensar e agir autnomos. A relao entre tica e poltica tambm uma questo de educao e luta pela soberania dos povos. necessria uma tica renovada, que se

    construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar tambm uma nova prtica poltica.

    CORDI et al. Para filosofar. So Paulo: Scipione, 2007

    (adaptado).

    O Sculo XX teve de repensar a tica para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideolgicos e contradies da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a tica pode ser A compreendida como instrumento de garantia da cidadania, porque atravs dela os cidados passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos. B mecanismo de criao de direitos humanos, porque da natureza do homem ser tico e virtuoso. C meio para resolver os conflitos sociais no cenrio da globalizao, pois a partir do entendimento do que efetivamente a tica, a poltica internacional se realiza. D parmetro para assegurar o exerccio poltico primando pelos interesses e ao privada dos cidados. E aceitao de valores universais implcitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculao outras sociedades.

    QUESTO 59 ENEM 2010 1 aplicao Pecado nefando era expresso correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que no pode ser dito. A Assembleia de clrigos reunida em Salvador, em 1707, considerou a sodomia to pssimo e horrendo crime, to contrrio lei da natureza, que era indigno de ser nomeado e, por isso mesmo, nefando. O nmero de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histrico em 2009. De acordo com o Relatrio Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT Lsbicas, Gays, Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivao homofbica no Pas. A homofobia a rejeio e menosprezo orientao sexual do outro e, muitas vezes, expressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenaes pblicas, perseguies e assassinatos de homossexuais no pas esto associadas A baixa representatividade poltica de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais. B falncia da democracia no pas, que torna impeditiva a divulgao de estatsticas relacionadas violncia contra homossexuais.

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    C Constituio de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais, alm de impedi-los de exercer seus direitos polticos. D a um passado histrico marcado pela demonizao do corpo e por formas recorrentes de tabus e intolerncia. E a uma poltica eugnica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de correntes filosfico-cientfica

    QUESTO 60 ENEM 2010 1 aplicao Judicirio contribuiu com ditadura no Chile,

    diz Juiz Guzmn Tapia As cortes de apelao rejeitaram mais de 10 mil habeas corpus nos casos das pessoas desaparecidas. Nos tribunais militares, todas as causas foram concludas com suspenses temporrias ou definitivas, e os desaparecimentos polticos tiveram apenas trmite formal na Justia. Assim, o Poder Judicirio contribuiu para que os agentes estatais ficassem impunes.

    (Disponvel em: http://www.cartamaior.com.br.Acesso em: 20 jul. 2010)

    Segundo o texto, durante a ditadura chilena na dcada de 1970, a relao entre os poderes Executivo e Judicirio caracterizava-se pela A preservao da autonomia institucional entre os poderes. B valorizao da atuao independente de alguns juzes. C manuteno da interferncia jurdica nos atos executivos. D transferncia das funes dos juzes para o chefe de Estado. E subordinao do poder judicirio aos interesses polticos dominantes

    QUESTO 61 ENEM 2010 1 aplicao Na tica contempornea, o sujeito no mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito emprico puramente natural. Ele simultaneamente os dois, na medida em que um sujeito histrico-social. Assim, a tica adquire um dimensionamento poltico, uma vez que a ao do sujeito no pode mais ser vista e avaliada fora da relao social coletiva. Desse modo, a tica se entrelaa, necessariamente, com a poltica, entendida esta como a rea de avaliao dos valores que atravessam as relaes sociais e que interliga os indivduos entre si.

    (SEVERINO. A. J. Filosofia)

    O texto, ao evocar a dimenso histrica do processo deformao da tica na sociedade contempornea, ressalta A os contedos ticos decorrentes das ideologias poltico-partidrias. B o valor da ao humana derivada de preceitos metafsicos. C a sistematizao de valores desassociados da cultura. D o sentido coletivo e poltico das aes humanas individuais. E o julgamento da ao tica pelos polticos eleitos democraticamente

    QUESTO 62 ENEM 2010 1 aplicao

    QUINO. Toda Mafalda. So Paulo: Martins Fontes, 1991.

    Democracia: regime poltico no qual a soberania exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidados.

    JAPIASS, H.; MARCONDES, D. Dicionrio Bsico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

    Uma suposta vacina contra o despotismo, em um contexto democrtico, tem por objetivo A impedir a contratao de familiares para o servio pblico. B reduzir a ao das instituies constitucionais. C combater a distribuio equilibrada de poder. D evitar a escolha de governantes autoritrios. E restringir a atuao do Parlamento.

    QUESTO 63 ENEM 2009 Reaplicado A Idade Mdia um extenso perodo da Histria do Ocidente cuja memria construda e reconstruda segundo as circunstncias das pocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse perodo vem sendo alvo de diversas interpretaes que dizem mais sobre o contexto histrico em que so produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do que est exposto no texto acima

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    A a associao que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Imprio Romano Germnico. B o retorno dos valores cristos medievais, presentes nos documentos do Conclio Vaticano II. C a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristos. D o fortalecimento poltico de Napoleo Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. E a tradio heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produes cinematogrficas de Hollywood.

    QUESTO 64 ENEM 2009 Reaplicado Os regimes totalitrios da primeira metade do sculo XX apoiaram-se fortemente na mobilizao da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nao. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que s havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o lder. Tais movimentos sociais juvenis contriburam para a implantao e a sustentao do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itlia, Espanha e Portugal. A atuao desses movimentos juvenis caracterizava-se A pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime. B pelas propostas de conscientizao da populao acerca dos seus direitos como cidados. C pela promoo de um modo de vida saudvel, que mostrava os jovens como exemplos a seguir. D pelo dilogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranas conservadoras. E pelos mtodos polticos populistas e pela organizao de comcios multitudinrios.

    QUESTO 65 ENEM 2009 Reaplicado Os Yanomami constituem uma sociedade indgena do norte da Amaznia e formam um amplo conjunto lingustico e cultural. Para os Yanomami, urihi, a terrafloresta, no um mero cenrio inerte, objeto de explorao econmica, e sim uma entidade viva, animada por uma dinmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital, wixia, que muito longo. Se no a desmatarmos, ela no morrer. Ela no se decompe, isto , no se desfaz. graas ao seu sopro mido que as plantas crescem. A floresta no est morta pois, se fosse assim, as florestas no teriam folhas. Tampouco se veria gua. Segundo os Yanomami, se os brancos os

    fizerem desaparecer para desmat-la e morar no seu lugar, ficaro pobres e acabaro tendo fome e sede.

    ALBERT, B. Yanomami, o esprito da floresta. Almanaque Brasil

    Socioambiental. So Paulo: ISA, 2007 (adaptado).

    De acordo com o texto, os Yanomami acreditam que A a floresta no possui organismos decompositores. B o potencial econmico da floresta deve ser explorado. C o homem branco convive harmonicamente com urihi. D as folhas e a gua so menos importantes para a floresta que seu sopro vital. E Wixia a capacidade que tem a floresta de se sustentar por meio de processos vitais.

    QUESTO 66 ENEM 2009 Reaplicado Na democracia estado-unidense, os cidados so includos na sociedade pelo exerccio pleno dos direitos polticos e tambm pela ideia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito no seja violado. Como consequncia, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidados de pleno direito. Na tradio poltica dos EUA, uma forma de incluir socialmente os cidados A submeter o indivduo proteo do governo. B hierarquizar os indivduos segundo suas posses. C estimular a formao de propriedades comunais. D vincular democracia e possibilidades econmicas individuais. E defender a obrigao de que todos os indivduos tenham propriedades.

    QUESTO 67 ENEM 2009 Reaplicado Na dcada de 30 do sculo XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: A opinio pblica norte-americana particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a ateno frente busca do bem-estar e prejudica a harmonia domstica, que to essencial ao sucesso dos negcios. Nesse sentido, pode-se dizer que ser casto uma questo de honra.

    TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: Encyclopdia Britannica, Inc., Great Books 44, 1990

    Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norteamericanos do seu tempo

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    A buscavam o xito, descurando as virtudes cvicas. B tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rpido. C valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento tico. D relacionavam a conduta moral dos indivduos com o progresso econmico. E acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia domstica.

    QUESTO 68 ENEM 2009 Reaplicado Segundo Aristteles, na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidados no devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negcios esses tipos de vida so desprezveis e incompatveis com as qualidades morais , tampouco devem ser agricultores os aspirantes cidadania, pois o lazer indispensvel ao desenvolvimento das qualidades morais e prtica das atividades polticas. VAN ACKER, T. Grcia. A vida cotidiana na cidade-Estado.

    So Paulo: Atual, 1994.

    O trecho, retirado da obra Poltica, de Aristteles, permite compreender que a cidadania A possui uma dimenso histrica que deve ser criticada, pois condenvel que os polticos de qualquer poca fiquem entregues ociosidade, enquanto o resto dos cidados tem de trabalhar. B era entendida como uma dignidade prpria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepo poltica profundamente hierarquizada da sociedade. C estava vinculada, na Grcia Antiga, a uma percepo poltica democrtica, que levava todos os habitantes da plis a participarem da vida cvica. D tinha profundas conexes com a justia, razo pela qual o tempo livre dos cidados deveria ser dedicado s atividades vinculadas aos tribunais. E vivida pelos atenienses era, de fato, restrita queles que se dedicavam poltica e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

    QUESTO 69 ENEM 2009 Reaplicado A definio de eleitor foi tema de artigos nas Constituies brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil de 1891: Art. 70. So eleitores os cidados maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.

    A Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que: Art. 180. So eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei. Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gnero dos eleitores, depreende-se que A a Constituio de 1934 avanou ao reduzir a idade mnima para votar. B a Constituio de 1891, ao se referir a cidados, referia-se tambm s mulheres. C os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidado fosse eleitor. D o texto da carta de 1891 j permitia o voto feminino. E a Constituio de 1891 considerava eleitores apenas indivduos do sexo masculino.

    QUESTO 70 ENEM 2009 Reaplicado No perodo 750-338 a. C., a Grcia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas caractersticas culturais, como a lngua grega. No centro da Grcia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No perodo 1200-1600 d. C., na parte da Amaznia brasileira onde hoje est o Parque Nacional do Xingu, h vestgios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham at dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praas. Em torno delas havia roas, pomares e tanques para a criao de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da populao que l vivia.

    Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).

    Apesar das diferenas histricas e geogrficas existentes entre as duas civilizaes elas so semelhantes pois A as runas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populaes. B as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas. C as duas civilizaes tinham cidades autnomas e independentes entre si. D os povos do Xingu falavam uma mesma lngua, tal como nas cidades-Estado da Grcia. E as cidades do Xingu dedicavam-se arte e filosofia tal como na Grcia.

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    QUESTO 71 ENEM 2009 cancelado Quatro olhos, quatro mos e duas cabeas formam a dupla de "Osgemeos". Eles cresceram pintando muros do bairro Cambuci, em So Paulo, e agora tm suas obras expostas na conceituada Deitch Gallery em Nova Iorque, prova de que o grafite feito no Brasil apreciado por outras culturas. Muitos lugares abandonados e sem manuteno pelas prefeituras das cidades tornam-se mais agradveis e humanos com os grafites pintados nos muros. Atualmente, instituies pblicas educativas recorrem ao grafite como forma de expresso artstica, o que propicia a incluso social de adolescentes carentes, demonstrando que o grafite considerado uma categoria de arte aceita e reconhecida pelo campo da cultura e pela sociedade local e internacional.

    Disponvel em: http://www.flickr.com. Acesso em: 10 set. 2008 (adaptado).

    No processo social de reconhecimento de valores culturais, considera-se que A grafite o mesmo que pichao e suja a cidade, sendo diferente da obra dos artistas. B a populao das grandes metrpoles depara-se afim muitos problemas sociais, como os grafites e as pichaes. C atualmente, a arte no pode ser usada para incluso social, ao contrrio do grafite. D os grafiteiros podem conseguir projeo internacional, demonstrando que a arte do do grafite no tem fronteiras culturais. E lugares abandonados e sem manuteno tornam-se ainda mais desagradveis com a aplicao do grafite.

    QUESTO 72 ENEM 2009 cancelado "Boicote ao militarismo", props o deputado federal Mrcio Moreira Alves, do Movimento Democrtico Brasileiro (MDB), em 2 de Setembro de 1968, conclamando o povo a reagir contra a ditadura. O clima vinha tenso desde o ano anterior com forte represso ao movimento estudantil e primeira greve operria do regime militar. O discurso do deputado foi a 'gota d`gua'. A resposta veio no dia 13 de dezembro com a promulgao do Ato institucional n 5 (AI 5).

    DITADURA descarada. In: Revista de Histria da

    Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro ano 4, n. 39, dez. 2008 (adaptado).

    Considerando o contexto histrico e poltico descrito acima o AI 5 significou A a restaurao da democracia no Brasil na dcada de 60. B o fortalecimento do regime parlamentarista brasileiro durante o ano de 1968.

    C o enfraquecimento do poder central ao convocar eleies no ano de 1970. D o desrespeito Constituio vigente e aos direitos civis do pais a partir de 1968. E a responsabilizao jurdica dos deputados por seus pronunciamentos a partir de 1968.

    QUESTO 73 ENEM 2009 Cancelado O ndio do Xingu, que ainda acredita em Tup, assiste pela televiso a uma partida de futebol que acontece em Barcelona ou a um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. No obstante, no h que se iludir: o ndio no vive na mesma realidade em que um morador do Harlem ou de Hong Kong, uma vez que so distintas as relaes dessas diferentes pessoas com a realidade do mundo moderno; isso porque o homem um ser cultural, que se apoia nos valores da sua comunidade, que, de fato, so os seus.

    GULLAR, F. Folha de S. Paulo. So Paulo: 19 out.

    2008 (adaptado).

    Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contexto histrico, verifica-se que A pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tecnologias de vanguarda, desfrutam da mesma realidade cultural. B o ndio assiste ao futebol e ao show, mas no capaz de entend-los, porque no pertencem sua cultura. C pessoas com culturas, valores e relaes diversas tm, hoje em dia, acesso s mesmas informaes. D os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido riqueza de sua Histria, tm uma viso mais aprimorada da realidade. E a crena em Tup revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem e de Hong Kong, mais ricos, vivem de acordo com o presente.

    QUESTO 74 ENEM 2009 Cancelado A poltica implica o envolvimento da comunidade cvica na definio do interesse pblico. Vale dizer, portanto, que o cenrio original da poltica, no lugar de uma relao vertical e intransponvel entre soberanos e sditos na qual a fora e a capacidade de impor o medo exercem papel fundamental, sustenta-se em um experimento horizontal. Igualdade poltica, acesso pleno ao uso da palavra e ausncia de medo constituem as suas clusulas ptreas.

    LESSA, R. Sobre a inveno da poltica. Cincia Hoje. Rio de Janeiro v.42 n. 251. ago. 2008

    (adaptado).

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    A organizao da sociedade no espao um processo histrico-geogrfico, articulado ao desenvolvimento das tcnicas, utilizao dos recursos naturais e produo de objetos industrializamos. Poltica , portanto, uma organizao dinmica e complexa, possvel apenas pela existncia de determinados conjuntos de leis e regras, que regulam a vida em sociedade. Nesse contexto, a participao coletiva A necessria para que prevalea a autonomia social. B imprescindvel para uma sociedade livre de conflitos. C decisiva para tornar a cidade atraente para os investimentos. D indispensvel para a construo de uma imagem de cidade ideal. E indissocivel dos avanos tcnicos que proporcionam aumento na oferta de empregos.

    QUESTO 75 ENEM 2009 Cancelado O fenmeno da escravido, ou seja, da imposio do trabalho compulsrio a um indivduo ou a uma coletividade, por parte de outro indivduo ou coletividade, algo muito antigo e, nesses termos, acompanhou a histria da Antiguidade at o sc. XIX. Todavia, percebe-se que tanto o status quanto o tratamento dos escravos variou muito da Antiguidade greco-romana at o sculo XIX em questes ligadas diviso do trabalho. As variaes mencionadas dizem respeito A ao carter tnico da escravido antiga, pois certas etnias eram escravizadas em virtude de preconceitos sociais. B especializao do trabalho escravo na Antiguidade, pois certos ofcios de prestgio eram frequentemente realizados por escravos. C ao uso dos escravos para a atividade agroexportadora, tanto na Antiguidade quanto no mundo moderno, pois o carter tnico determinou a diversidade de tratamento. D absoluta desqualificao dos escravos para trabalhos mais sofisticados e violncia em seu tratamento, independentemente das questes tnicas. E ao aspecto tnico presente em todas as formas de escravido, pois o escravo era, na Antiguidade greco-romana, como no mundo moderno, considerado uma raa inferior.

    QUESTO 76 ENEM 2009 Cancelado Para uns, a Idade Mdia foi uma poca de trevas, pestes, fome, guerras sanguinrias, supersties, crueldade. Para outros, uma

    poca de bons cavaleiros, damas corteses, fadas, guerras honradas, torneios, grandes ideais. Ou seja, uma Idade Mdia m e uma Idade Mdia boa. Tal disparidade de apreciaes com relao a esse perodo da Histria se deve A ao Renascimento, que comeou a valorizar a comprovao documental do passado, formando acervos documentais que mostram tanto a realidade boa quanto a m. B tradio iluminista, que usou a Idade Mdia como contraponto a seus valores racionalistas, e ao Romantismo, que pretendia ressaltar as boas origens das naes. C indstria de videojogos e cinema, que encontrou uma fonte de inspirao nessa mistura de fantasia e realidade, construindo uma viso falseada do real. D ao Positivismo, que realou os aspectos positivos da Idade Mdia, e ao marxismo, que denunciou o lado negativo do modo de produo feudal. E religio, que com sua viso dualista e maniquesta do mundo alimentou tais interpretaes sobre a Idade Mdia.

    QUESTO 77 ENEM 2009 Cancelado Um aspecto importante derivado da natureza histrica da cidadania que esta se desenvolveu dentro do fenmeno, tambm histrico, a que se denomina Estado-nao. Nessa perspectiva, a construo da cidadania na modernidade tem a ver com a relao das pessoas com o Estado e com a nao.

    CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. In: Civilizao Brasileira. Rio de Janeiro:

    2004 (adaptado).

    Considerando-se a reflexo acima, um exemplo relacionado a essa perspectiva de construo da cidadania encontrado A em D. Pedro I, que concedeu amplos direitos sociais aos trabalhadores, posteriormente ampliados por Getlio Vargas com a criao da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). B na independncia, que abriu caminho para a democracia e a liberdade, ampliando o direito poltico de votar aos cidados brasileiros, inclusive s mulheres. C no fato de os direitos civis terem sido prejudicados pela Constituio de 1988, que desprezou os grandes avanos que, nessa rea, havia estabelecido a Constituio anterior. D no Cdigo de Defesa do Consumidor, ao pretender reforar uma tendncia que se anunciava na rea dos direitos civis desde a primeira constituio republicana. E na Constituio de 1988, que, pela primeira vez na histria do pas, definiu o racismo como crime inafianvel e imprescritvel, alargando o alcance dos direitos civis.

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    QUESTO 78 ENEM 2008 Um jornal de circulao nacional publicou a seguinte notcia: Choveu torrencialmente na madrugada de ontem em Roraima, horas depois de os pajs caiaps Mantii e Kucrit, levados de Mato Grosso pela Funai, terem participado do ritual da dana da chuva, em Boa Vista. A chuva durou trs horas em todo o estado e as previses indicam que continuar pelo menos at amanh. Com isso, ser possvel acabar de vez com o incndio que ontem completou 63 dias e devastou parte das florestas do estado.

    Jornal do Brasil, abr./1998 (com adaptaes).

    Considerando a situao descrita, avalie as afirmativas seguintes. I No ritual indgena, a dana da chuva, mais que constituir uma manifestao artstica, tem a funo de intervir no ciclo da gua. II A existncia da dana da chuva em algumas culturas est relacionada importncia do ciclo da gua para a vida. III Uma das informaes do texto pode ser expressa em linguagem cientfica da seguinte forma: a dana da chuva seria efetiva se provocasse a precipitao das gotculas de gua das nuvens. correto o que se afirma em A I, apenas. B III, apenas. C I e II, apenas. D II e III, apenas. E I, II e III.

    QUESTO 79 ENEM 2008 William James Herschel, coletor do governo ingls, iniciou na ndia seus estudos sobre as impresses digitais ao tomar as impresses digitais dos nativos nos contratos que firmavam com o governo. Essas impresses serviam de assinatura. Aplicou-as, ento, aos registros de falecimentos e usou esse processo nas prises inglesas, na ndia, para reconhecimento dos fugitivos. Henry Faulds, outro ingls, mdico de hospital em Tquio, contribuiu para o estudo da datiloscopia. Examinando impresses digitais em peas de cermica pr-histrica japonesa, previu a possibilidade de se descobrir um criminoso pela identificao das linhas papilares e preconizou uma tcnica para a tomada de impresses digitais, utilizando-se de uma placa de estanho e de tinta de imprensa.

    Internet: (com adaptaes).

    Que tipo de relao orientava os esforos que levaram descoberta das impresses digitais pelos ingleses e, posteriormente, sua utilizao n