57
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Mestrado Profissional em Matemática - PROFMAT Somas Telescópicas Hugo Leonardo Coutinho Dantas Dissertação de Mestrado RECIFE/PE Agosto 2013

2011_00705_HUGO_LEONARDO_COUTINHO_DANTAS.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCODEPARTAMENTO DE MATEMTICA

    Mestrado Profissional em Matemtica - PROFMAT

    Somas Telescpicas

    Hugo Leonardo Coutinho Dantas

    Dissertao de Mestrado

    RECIFE/PEAgosto 2013

  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCODEPARTAMENTO DE MATEMTICA

    Hugo Leonardo Coutinho Dantas

    Somas Telescpicas

    Trabalho apresentado ao Programa de Mestrado Profissi-onal em Matemtica - PROFMAT do DEPARTAMENTODE MATEMTICA da UNIVERSIDADE FEDERAL RU-RAL DE PERNAMBUCO como requisito parcial para ob-teno do grau de Mestre em Matemtica.

    Orientador: Rodrigo Jos Gondim Neves

    RECIFE/PEAgosto 2013

  • iii

    Comisso Julgadora

    Prof. Dr. Rodrigo Jos Gondim Neves - DM UFRPEPresidente (orientador)

    Prof. Dr. Thiago Dias Oliveira Silva - DM UFRPEMembro

    Prof. Dr. Airton Temstocles Gonalves de Castro - DMat UFPEMembro

    Prof. Dra. Anete Soares Cavalcanti - DM UFRPEMembro

  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCODEPARTAMENTO DE MATEMTICA

    Hugo Leonardo Coutinho Dantas

    Somas Telescpicas

    Trabalho apresentado ao Programa de Mestrado Profissi-onal em Matemtica - PROFMAT do DEPARTAMENTODE MATEMTICA da UNIVERSIDADE FEDERAL RU-RAL DE PERNAMBUCO como requisito parcial para ob-teno do grau de Mestre em Matemtica.

    Orientador: Rodrigo Jos Gondim Neves

    RECIFE/PEAgosto 2013

  • Aos meus pais, meu amor, familiares, amigos e professores.A mim.

  • Agradecimentos

    Agradeo aos meus pais, Fernando e Izete. Por uma vida de investimentos na minha educao,pelo apoio e respeito as minhas escolhas.

    Obrigado Karla por estar sempre me pressionando e incentivando, mais que todos, para que eulougrasse xito neste curso.

    Obrigado a todos os amigos feitos nesses dois anos, principalmente os que formavam o grupode estudos do IPSEP, sem vocs eu no teria conseguido chegar aqui. Em particular, obrigadoa Bruno Eloi e Pedro Pessoa, sempre juntos nesta jornada.

    Agradeo aos professores da UFRPE, onde fiz graduao e ps, entre eles, Rodrigo Gondim,meu orientador e referncia.

    Obrigado titia Dbora pela correo do abstract.

    Agradeo a Deus, a Nossa Senhora e ao meu anjo da guarda pela realizao deste sonho.

    vi

  • Brincar condio fundamental para ser srio.ARQUIMEDES

  • Resumo

    Grande parte dos problemas que envolvem somatrios so resolvidos com uso da propriedadetelescpica que consiste em observar que os termos da sequncia a ser somada podem ser es-critos como diferenas entre termos consecutivos de uma outra sequncia. Este trabalho trazaplicaes desta propriedade em somas dos tipos: aritmticas, trigonomtricas, binomiais, compotncias fatoriais negativas e polinomiais.

    comum, por exemplo, realizar o clculo de somas polinomais de modo recursivo. Nestetrabalho mostrado uma alternativa, atravs de nmeros binomiais e da soma de uma colunado tringulo de Tartaglia-Pascal (com uso da propriedade telescpica), que torna o processomais eficaz.

    Palavras-chave: somas telescpicas, somas polinomiais, nmeros binomiais, potncias fato-riais negativas

    viii

  • Abstract

    A big part of the problems involving summation are solved with the use of telescopic property,which consists of observing that the terms of the sequence to be calculated could be be writtenas differences between consecutive terms of another sequence. This work brings applicationsof this property in figures of the following types: arithmetic, trigonometric, binomial, with ne-gative factorial power and polynomial.

    It is common to perform the calculation of polynomial sums on a recursively way. In this work,it is shown an alternative, through binomial-coefficients and the sum of a column of Tartaglia-Pascals triangle (using the telescopic property), which makes the process more effective.

    Keywords: telescopic sums, polynomial sums, binomial-coefficients, negative factorial powers

    ix

  • Sumrio

    1 Somas telescpicas 31.1 Somatrios 31.2 Soma telescpica 51.3 Utilizando "truques", exemplos em somas trigonomtricas 91.4 Somas com potncias fatoriais 11

    2 Somas binomiais e aplicaes 152.1 Os nmeros binomiais 152.2 Somas polinomiais 20

    3 Somas infinitas 283.1 Convergncia das somas infinitas telescpicas 35

    4 Proposta Pedaggica 37

    5 Problemas Propostos 395.16 Gabarito 43

    x

  • Lista de Figuras

    3.1 soma dos retngulos verticais. 333.2 soma dos retngulos horizontais. 333.3 Nmeros triangulares. 35

    xi

  • Introduo

    O clculo de somas acompanha os estudos desde a educao bsica. Partindo da idia inicialda operao aditiva e vai sendo aprofundada: adio de vrias parcelas, as propriedades comu-tativa e associativa,

    i) A adio comutativa: a+b = b+a;

    ii) A adio associativa: a+(b+ c) = (a+b)+ c.

    at chegar nos somatrios.

    Conta a "histria", que Carl Friedrich Gauss1 entrou para a escola aos 7 anos e que, em certaaula, um de seus professores pediu aos alunos que somassem os nmeros inteiros de 1 a 100,e, rapidamente, o pequeno Gauss colocou sua soluo sobre a mesa, com o resultado do pro-blema. A sua resposta, 5050. Especula-se que Gauss teria agrupado os pares dos nmerosequidistantes aos extremos, ou seja

    1+2+3+ ...+98+99+100 = (1+100)+(2+99)+(3+98)+ ...+(50+51)

    Tem-se ento 50 parcelas de 101, logo 50 101 = 5050.

    Em jornadas olmpicas comum encontrar problemas que envolvem somatrios. Este trabalhotem como objetivo mostrar meios que possam facilitar o contato dos alunos com os diversostipos de somas: aritmticas, com nmeros binomiais, trigonomtricas, polinomiais, com potn-cias fatoriais negativos e somas infinitas. Utilizando, principalmente, a propriedade telescpica.

    At somas infinitas, que requer do aluno um estudo mais profundo do assunto, visto na edu-cao fundamental j nos primeiros anos, vide, por exemplo, as dzimas peridicas,

    ora 1,333...= 1+0,3+0,03+0,003+ ...= 1+310

    +3

    100+

    31000

    + ....

    No ensino mdio, tem-se as progresses geomtricas infinitas. Sendo necessrio a anlise daconvergncia na soma dos termos destes tipos de progresses.

    1Johann Carl Friedrich Gauss (1777-1855) foi um matemtico, astrnomo e fsico alemo que contribuiu muitoem diversas reas da cincia, dentre elas a teoria dos nmeros e anlise matemtica.

    1

  • INTRODUO 2

    A propriedade telescpica das somas,

    n

    k=1

    (ak+1ak) = an+1a1

    tratada no primeiro captulo, com aplicaes diversificadas, inclusive de somas trigonomtri-cas e somas com potncias fatoriais negativas.

    No segundo captulo, tem-se ateno os nmeros binomiais. Algumas propriedades do trin-gulo de Tartaglia-Pascal2 e outras identidades famosas, como a de Euller, so explanadas como auxlio das propriedades de somatrios.

    O captulo tem continuidade com as somas polinomiais. Existem vrios mtodos para somarpolinmios, porm alguns bem trabalhosos. Atravs de produtos notveis do tipo (n1)k; comauxlio dos nmeros de Bernoulli3 (Bk); com uso dos nmeros Eulerianos4 (nmeros definidospor uma recorrncia); entre outros. Neste captulo mostrado uma maneira prtica para calcu-lar somas polinomiais com uso dos nmeros binomiais, de maneira direta, tornando-se assim,mais acessvel a sala de aula do ensino mdio.

    O captulo trs direcionado as somas infinitas e conceitos de convergncias, inclusive, no usoda propriedade telescpica.

    Por fim, tem-se no quarto captulo a proposta pedaggica para desenvolvimento dos assuntosabordados em sala de aula e a uma lista de problemas propostos.

    O trabalho conta com vrias aplicaes tentando diversificar o uso e a compreenso do leitornas temticas de cada captulo. intuito do autor que este trabalho sirva como um apoio eestmulo no estudo dos somatrios e no uso da propriedade telescpica.

    2Niccol Fontana Tartaglia (1499-1557), matemtico e engenheiro italiano. E Blaise Pascal (1623-1662), ma-temtico, fsico e filsofo francs. A dupla d nome ao tringulo aritmtico formado pelos nmeros binomiais. Aautoria do tringulo no da dupla, mas escreveram obras com vasta contribuio das caractersticas do tringulo,como a General Tratado di numeri et misure de Tartaglia.

    3Jakob Bernoulli (1654-1705) matemtico suo.4Leonhard Euler (1707-1783) matemtico e fsico suo. Os nmeros de Bernoulli e os nmeros Eulerianos

    tem lugar destaque no clculo de diferenas.

  • CAPTULO 1

    Somas telescpicas

    1.1 Somatrios

    Seja A um conjunto com duas operaes (+, ) satisfazendo as leis bsicas da aritmtica, porexemplo em um dos conjuntos Z, Q, R e C.

    Definio 1.1.1. Se (an) uma sequncia em A, define-se o somatrio dos seus n primeirostermos como sendo

    n

    k=1

    ak = a1+a2+a3+ ...+an

    Sejam (ak) e (bk) duas sequncias em A. Ento

    i)n

    k=1

    (akbk) =n

    k=1

    akn

    k=1

    bk;

    ii) Seja c A,n

    k=1

    c ak = c n

    k=1

    ak;

    iii) Seja c A,n

    k=1

    c = nc;

    iv)n

    k=1

    ak =m

    k=1

    ak +n

    k=m+1

    ak com 1 < m < n;

    v)n

    k=1

    ak =m+n

    k=1+m

    akm;

    vi)m

    k=1

    p

    i=n

    akbi =m

    k=1

    akp

    i=n

    bi.

    vii) Produto de Cauchy:n

    i=0

    aixim

    i=0

    bixi =m+n

    i=0

    (i

    j=0

    a jbi j

    )xi com ai = 0 se i > n e bi = 0 se

    i > m.

    3

  • 1.1 SOMATRIOS 4

    Prova:i)

    n

    k=1

    (ak +bk) = (a1+b1)+(a2+b2)+ ...+(an+bn) =

    = a1+b1+a2+b2+ ...+an+bn = (a1+a2+ ...++an)+(b1+b2+ ...+bn) =

    =n

    k=1

    ak +n

    i=1

    bk. Anlogo paran

    k=1

    (akbk) =n

    k=1

    akn

    k=1

    bk.

    ii)n

    k=1

    c ak = c a1+ c a2+ ...+ c an = c (a1+a2+ ...+an) = c n

    k=1

    ak.

    iii) um caso particular do item ii) quando ak = 1.

    iv)n

    k=1

    ak = a1+a2+ ...+am+am+1+am+2+ ...+an, pois 1 < m < n, entom

    k=1

    ak+n

    k=m+1

    ak.

    v)n

    k=1

    ak = a1+a2+ ...+an = a1+mm+a2+mm+ ...+an+mm =m+n

    k=1+m

    akm.

    vi)m

    k=1

    p

    i=n

    akbi =p

    i=n

    a1bi+p

    i=n

    a2bi+ ...+p

    i=n

    ambi =

    Aplicando a propriedade nmero ii) fica-se com:

    a1p

    i=n

    bi+a2p

    i=n

    bi+ ...+amp

    i=n

    bi = (a1+a2+ ...a+m)

    (p

    i=n

    bi

    )=

    (m

    k=1

    ak

    )(p

    i=n

    bi

    ).

    vii)n

    i=0

    aixim

    i=0

    bixi =m+n

    i=0

    (i

    j=0

    a jbi j

    )xi

    n

    i=0

    aixim

    i=0

    bixi = (a0+a1x1+a2x2+ ...+anxn)(b0+b1x1+b2x2+ ...+bmxm) =

    = a0(b0+b1x1+b2x2+ ...+bmxm)+a1x1(b0+b1x1+b2x2+ ...+bmxm)+a2x2(b0+b1x1+b2x2+ ...+bmxm)+ ...+anxn(b0+b1x1+b2x2+ ...+bmxm) =

  • 1.2 SOMA TELESCPICA 5

    = a0b0+a0b1x1+a0b2x2+...+a0bmxm+a1b0x1+a1b1x2+a1b2x3+...+a1bmxm+1+a2b0x2+a2b1x3+b2x4+ ...+bmxm+2+ ...+anb0xn+anb1xn+1+anb2xn+2+ ...+anbmxn+m =

    = a0b0+(a0b1+a1b0)x1+(a0b2+a1b1+a2b0)x2+(a0b3+a1b2+ ...+a3b0)x3+ ...+(a0bm+a1bm1 + ...+ amb0)xm + (a0bm+1 + a1bm + ...+ am+1b0)xm+1 + ...+ (a0bn + a1bn1 + ...+anb0)xn+(a0bn+1+a1bn+ ...+an+1b0)xn+1+ ...+(a0bn+m+a1bn+m1+ ...+an+mb0)xn+m =

    =n+m

    i=0

    [a0b0+(a0b1+a1b0)+(a0b2+a1b1+a2b0)+(a0b3+a1b2+ ...+a3b0)+ ...+(a0bm+

    a1bm1 + ...+ amb0)+ (a0bm+1 + a1bm + ...+ am+1b0)+ ...+(a0bn + a1bn1 + ...+ anb0)+(a0bn+1+a1bn+ ...+an+1b0)+ ...+(a0bn+m+a1bn+m1+ ...+an+mb0)]xi =

    Logo, =n+m

    i=0

    (i

    j=0

    a jbi j

    )xi com ai = 0 se i > n e bi = 0 se i > m.

    Exemplo 1.1.2. Calculen

    i=1

    n

    j=1

    (i+ j).

    Soluo:n

    i=1

    n

    j=1

    (i+ j) =n

    i=1

    [(i+1)+(i+2)+(i+3)+ ...(i+n)] =

    =n

    i=1

    [ni+(1+2+3+ ...+n)] =n

    i=1

    ni+n

    i=1

    n(n+1)2

    =

    = nn

    i=1

    i+n(n+1)

    2

    n

    i=1

    1 =n2(n+1)

    2+

    n2(n+1)2

    = n2(n+1).

    1.2 Soma telescpica

    "A ideia por trs do nome a seguinte: assim como olhando num telescpio encurtamos aimensa distncia de um corpo celeste a nossos olhos, a propriedade telescpica encurta o cami-nho entre a soma inicial de muitas parcelas e o clculo do resultado da mesma."(CAMINHA)

    Teorema 1.2.1. Dada uma sequncia (Xn), com n N tem-se que Xk = Xk+1Xk. Aplicandosomatrios a todos os termos desta equao fica-se com:

  • 1.2 SOMA TELESCPICA 6

    n

    k=1

    Xk = Xn+1X1.

    A soman

    k=1

    Xk chamada soma telescpica.

    Prova: Tem-se

    X1 = X2X1X2 = X3X2X3 = X4X3

    ...

    Xn1 = XnXn1Xn = Xn+1Xn

    Somando todas as equaes membro a membro

    X1+X2+ ...+Xn = X2X1+X3X2+ ...+XnXn1+Xn+1Xn

    Efetuando os devidos cancelamentos resulta que

    X1+X2+ ...+Xn = Xn+1X1n

    k=1

    Xk = Xn+1X1

    Exemplo 1.2.2. (IEZZI, 1997) Chama-se progresso aritmtica (PA) de 1 ordem uma sequen-cia dada pela seguinte frmula de recorrncia: A1 = a e An = An1+ r, n N, n 2 com a,r R.

    Vamos ento, calcular o termo geral das progresses aritmticas de 1 ordem de razo r eA1 = a.

    Soluo: Para calcular deve-se observar o comportamento termo a termo da progresso

    A2 = A1+ r

    A3 = A2+ r

    ...

    An1 = An2+ r

    An = An1+ r

  • 1.2 SOMA TELESCPICA 7

    Observa-se que ao adiconar membro a membro todas as equaes alguns termos sero cance-lados e obtem-se a equao do termo geral

    An = A1+(n1)r

    Pode-se chegar a esta equao mais rapidamente fazendo uso da equao da soma telescpica(1) com Xi = Ai e Xn = r:

    AnA1 =n1k=1

    r

    AnA1 = rn1k=1

    1

    AnA1 = (n1)rAn = A1+(n1)r

    Exemplo 1.2.3. Diz-se que uma sequncia (An) uma progresso aritmtica de 2 ordem se asdiferenas entre os termos consecutivos formam uma P.A. de 1 ordem com razo r e primeirotermo B1 = b, ou seja:

    An+1An = Bn, onde Bn = B1+(n1)r.Vamos calcular o termo geral das progresses aritmticas de 2 ordem.

    Soluo:Pela equao da soma telescpica, com Xk = Bk:

    AnA1 =n1k=1

    Bk

    Mas,n1k=1

    Bk a soma de uma P.A. de 1 ordem, enton1k=1

    Bk =(B1+Bn1)(n1)

    2.

    Logo, o termo geral de uma P.A. de 2 ordem :

    AnA1 = (B1+Bn1)(n1)2An = A1+

    B12(n1)+ B1+(n2)r

    2(n1)

  • 1.2 SOMA TELESCPICA 8

    An = A1+B1(n1)+ r2(n1)(n2)

    Exemplo 1.2.4. Calcularn

    k=1

    1AkAk+1

    onde os Aks so elementos no nulos de uma progresso

    aritmtica de 1 ordem com razo r.

    Soluo: Quando r = 0 tem-se uma P.A. de termos constante (Ak = A1 para todo k =

    1,2, ...,n) ento sua soma serian

    k=1

    1A21

    = n1

    A21

    Vamos calcular para r 6= 0, tem-se1

    A1 1

    A2=

    A2A1A1A2

    =1

    A1A2r

    1A2 1

    A3=

    1A2A3

    r

    1A3 1

    A4=

    1A3A4

    r

    ...1

    An1 1

    An=

    1An1An

    r

    1An 1

    An+1=

    1AnAn+1

    r

    Telescopicando resulta que

    1A1 1

    An+1= r

    n

    k=1

    1AkAk+1

    n

    k=1

    1AkAk+1

    =1r

    (1

    A1 1

    An+1

    )=

    1r

    (An+1A1

    A1An+1

    )n

    k=1

    1AkAk+1

    =1r

    (A1+nrA1

    A1An+1

    )=

    nA1An+1

    Em particular, quando r = 1 e A1 = 1 tem-se:

    11 2 +

    12 3 +

    13 4 + ...+

    1n (n+1) = 1

    1n+1

    =n

    n+1

  • 1.3 UTILIZANDO "TRUQUES", EXEMPLOS EM SOMAS TRIGONOMTRICAS 9

    Veja agora o exemplo a seguir. Inicialmente obersava-se o comportamento de Xk.

    Exemplo 1.2.5.n

    k=1

    k2k = 1 21+2 22+3 23+ ...+n 2n.

    Observe que

    k2k = (k+1)2k+1 k2k = (2k+2 k)2k = k2k +2k+1 (**)

    Ora, note que

    n

    k=1

    k2k = (n+1)2n+12 (Propriedade telescpica)

    E que

    n

    k=1

    2k+1 a soma dos n termos de uma progresso geomtrica1 de razo 2 com a1 = 4.

    Enton

    k=1

    2k+1 = 42n121 = 2

    n+24

    Logo, voltando para a equao (**) e aplicando somatrio a todos os termos:

    n

    k=1

    k2k =n

    k=1

    k2k +n

    k=1

    2k+1

    n

    k=1

    k2k =n

    k=1

    k2kn

    k=1

    2k+1 = (n+1)2n+12 (2n+24) =

    = (n+1)2n+12n+2+2 = (n+1)2n+12 2n+1+2 =

    = (n+12)2n+1+2 = (n1)2n+1+2.

    1.3 Utilizando "truques", exemplos em somas trigonomtricas

    Algumas vezes so necessrios "truques"para chegar as somas telescpicas. Como, por exem-plo, utilizar expresses trigonomtricas:

    1(IEZZI, 1977) Chama-se progresso geomtrica (PG) uma sequncia dada pela seguinte frmula de recorrn-cia: a1 = a e an = an1 q, n N, n 2 e q R. A demonstrao da soma da PG finita e infinita encontram-sena pgina 28.

  • 1.3 UTILIZANDO "TRUQUES", EXEMPLOS EM SOMAS TRIGONOMTRICAS 10

    Exemplo 1.3.1. Prove que:

    sen(x)cos(x)

    +sen(2x)cos2(x)

    +sen(3x)cos3(x)

    + ...+sen(nx)cosn(x)

    = cotg(x) cos((n+1)x)sen(x) cosn(x) , x 6=

    kpi2

    , k Z

    Soluo:

    sen(x)cos(x)

    +sen(2x)cos2(x)

    +sen(3x)cos3(x)

    + ...+sen(nx)cosn(x)

    =n

    k=1

    sen(kx)cosk(x)

    A prncipio no temos com utilizar a propriedade telescpica, mas realizando alguns "tru-ques"conseguimos chegar a tal.

    Primeiro multiplicando porsen(x)sen(x)

    :

    n

    k=1

    sen(kx)cosk(x)

    =sen(x)sen(x)

    n

    k=1

    sen(kx)cosk(x)

    =n

    k=1

    sen(x)sen(kx)sen(x)cosk(x)

    Agora, adicionando e retirando a parcela cos(kx)cos(x) ao numerador, desenvolvendo as ex-presses trigonomtricas e simplificando as fraes:

    n

    k=1

    sen(kx)cosk(x)

    =n

    k=1

    cos(kx)cos(x)+ sen(kx)sen(x) cos(kx)cos(x)sen(x)cosk(x)

    =

    =n

    k=1

    [cos(kx)cos(x)sen(x)cosk(x)

    cos(kx)cos(x) sen(kx)sen(x)sen(x)cosk(x)

    ]=

    =n

    k=1

    [cos(kx)

    sen(x)cosk1(x) cos(kx+ x)

    sen(x)cosk(x)

    ]=

    n

    k=1

    [cos(kx)

    sen(x)cosk1(x) cos((k+1)x)

    sen(x)cosk(x)

    ]

    Tem-se ento uma soma telescpica. Logo

    n

    k=1

    sen(kx)cosk(x)

    =cos(x)sen(x)

    cos((n+1)x)sen(x)cosn(x)

    = cotg(x) cos((n+1)x)sen(x)cosn(x)

    .

    Exemplo 1.3.2. Calculetg(1)cos(2)

    +tg(2)cos(4)

    +tg(4)cos(8)

    + ...+tg(2n)

    cos(2n+1).

    Soluo:

  • 1.4 SOMAS COM POTNCIAS FATORIAIS 11

    tg(1)cos(2)

    +tg(2)cos(4)

    +tg(4)cos(8)

    + ...+tg(2n)

    cos(2n+1)=

    n

    k=0

    tg(2k)cos(2k+1)

    n

    k=0

    tg(2k)cos(2k+1)

    =n

    k=0

    sen(2k)cos(2k)cos(2k+1)

    =

    Escrevendo 2k como 2k+12k no numerador, tem-se

    =n

    k=0

    sen(2k+12k)cos(2k)cos(2k+1)

    =n

    k=0

    sen(2k+1)cos(2k) sen(2k)cos(2k+1)cos(2k)cos(2k+1)

    =

    =n

    k=0

    [sen(2k+1)cos(2k+1)

    sen(2k)

    cos(2k)

    ]=

    n

    k=0

    [tg(2k+1) tg(2k)

    ]

    Ora, uma soma telescpica, ento

    n

    k=0

    tg(2k)cos(2k+1)

    = tg(2n+1) tg(1).

    1.4 Somas com potncias fatoriais

    Tambm nas somas de potncias fatoriais encontra-se uso da propriedade telescpica. ShchepinE. possui um arquivo2 sobre somas telescpicas onde denota as potncias fatoriais da seguintemaneira:

    kp = k(k 1)(k 2)(k 3)...(k p+ 1) e kp = 1k(k+1)(k+2)...(k+ p1) com k R e

    p N e nenhum fator nulo.

    O primeiro tipo, kp, origina um polinmio de grau igual a p. No prximo captulo, somaspolinomais tero uma ateno mais detalhada. J o segundo tipo das potncias fatoriais, kp,ganha as atenes agora.

    Proposio 1.4.1. Seja kp = (k+1)p kp ento kp = pkp1.Prova:kp = (k+1)p kp =

    (k+1)p tem p fatores e kp tambm. Ento

    2Telescopic Sums (5 p.)- http://libgen.info/view.php?id=139620 ou http://mechmath.org/books/40969

  • 1.4 SOMAS COM POTNCIAS FATORIAIS 12

    kp = (k+1)k(k1)(k2)...(k p+2) k(k1)(k2)...(k p+1) =

    = k(k1)(k2)...(k p+2)[(k+1) (k p+1)] = p k(k1)(k2)...(k p+2)

    Mas k(k1)(k2)...(k p+2) tem p1 fatores, logo

    kp = pkp1.

    Analogamente tem-se que kp =pkp1.

    Proposio 1.4.2.n

    k=1

    1k(k+1)(k+2)...(k+ p1) =

    1p+1((n+1)

    p+11p+1).

    Prova:

    1k(k+1)(k+2)...(k+ p1) =kp

    Pela proposio 1.4.1: kp =1

    p+1kp+1

    Ento,kp = 1p+1kp+1 =

    1p+1k

    p+1 =1

    p+1((k+1)p+1 kp+1)

    Pela propriedade telescpica, somando de k = 1 at n

    =1

    p+1n

    k=1

    ((k+1)p+1 kp+1) = 1p+1((n+1)p+11p+1).

    Exemplo 1.4.3. (SVSU 2011 Math Olympics - Adaptada)n

    k=1

    1k(k+1)(k+2)

    =?

    Soluo: Escrevendo esta soma como

    n

    k=1

    1k(k+1)(k+2)

    =n

    k=1

    k3 =12

    n

    k=1

    k2

    Ento,

    n

    k=1

    k3 =12((n+1)

    212) =12

    (1

    (n+1)(n+2) 1

    1 2)=

    14 1

    2(n+1)(n+2).

  • 1.4 SOMAS COM POTNCIAS FATORIAIS 13

    Exemplo 1.4.4. Calcularn

    k=1

    1k(k+1)(k+3)

    .

    Soluo:n

    k=1

    1k(k+1)(k+3)

    =n

    k=1

    k+2k(k+1)(k+2)(k+3)

    =

    =n

    k=1

    [k

    k(k+1)(k+2)(k+3)+

    2k(k+1)(k+2)(k+3)

    ]=

    =n

    k=1

    1(k+1)(k+2)(k+3)

    +2n

    k=1

    1k(k+1)(k+2)(k+3)

    =

    =n

    k=1

    (k+1)3+2n

    k=1

    k4 =12

    n

    k=1

    (k+1)2 23

    n

    k=1

    k3 =

    =12((n+2)222) 2

    3((n+1)313) =

    =12

    (1

    (n+2)(n+3) 1

    2 3) 2

    3

    (1

    (n+1)(n+2)(n+3) 1

    1 2 3)=

    = 12(n+2)(n+3)

    +112 2

    3(n+1)(n+2)(n+3)+

    19=

    =7

    36 3n+7

    6(n+1)(n+2)(n+3).

    Definio 1.4.5. Seja a Q. Escreve-sen

    i=1

    f (a+ i) = f (a+1)+ f (a+2)+ ...+ f (a+n).

    Exemplo 1.4.6. Calcular a soman

    k=1

    1(5k2)(5k+3) .

    Soluo: Primeiramente divide-se o numerador e o denominador por 25:

    n

    k=1

    1(5k2)(5k+3) =

    n

    k=1

    125

    (k 25)(k+

    35)

    125

    n

    k=1

    1

    (k 25)(k 2

    5+1)

    =125

    n

    k=1

    (k 2

    5

    )2= 1

    25

    n

    k=1

    (

    k 25

    )1=

  • 1.4 SOMAS COM POTNCIAS FATORIAIS 14

    = 125

    [(n 2

    5+1)1(

    35

    )1]= 1

    25

    [(5n+3

    5

    )1(

    35

    )1]=

    = 125

    (5

    5n+3 5

    3

    )=

    125 5

    3 1

    25 5

    5n+3=

    115 1

    5(5n+3).

  • CAPTULO 2

    Somas binomiais e aplicaes

    2.1 Os nmeros binomiais

    Definio 2.1.1. Os nmeros binomiais, denotados por(

    np

    )com p = 0,1,2, ...,n (n, p N),

    so os coeficientes dos monmios do desenvolvimento do binmio de Newton1 (1+ x)n =(n0

    )+

    (n1

    )x+(

    n2

    )x2+ ...+

    (nn

    )xn

    (np

    )=

    n!p!(n p)! =

    np

    p!se n p ou

    (np

    )= 0 quando n < p.

    i)(

    nn

    )= 1.

    ii)(

    np

    )e(

    nn p

    )so nmeros binomiais complementares (ou simtricos) e

    (np

    )=

    (n

    n p)

    .

    iii)(

    np

    )=

    np

    (n1p1

    ).

    iv) Relao de Fermat2(

    np+1

    )=

    n pp+1

    (np

    ).

    v) Relao de Stifel3(

    np

    )+

    (n

    p+1

    )=

    (n+1p+1

    ).

    Prova:

    i)(

    nn

    )=

    n!n!(nn)! =

    n!n!0!

    =n!n!= 1.

    1Sir Isaac Newton PRS MP (1642-1727), fsico e matemtico ingls dos mais influentes na histria.2Pierre de Fermat (1601-1665) advogado francs do Parlamento de Toulouse e amante da matemtica. A ele

    atribuido grandes desenvolvimentos no clculo infinitesimal.3Michael Stifel (1487-1567), monge e matemtico alemo.

    15

  • 2.1 OS NMEROS BINOMIAIS 16

    ii)(

    np

    )=

    n!p!(n p)! =

    n!(n p)!p! =

    n!(n p)!(n (n p)! =

    (n

    n p)

    .

    iii)(

    np

    )=

    n!p!(n p)! =

    n(n1)!p(p1)!(n p)! =

    np (n1)!(p1)![(n1) (p1))]! =

    np

    (n1p1

    ).

    iv)(

    np+1

    )=

    n!(p+1)!(n p1)! =

    n pn p

    n!(p+1)p!(n p1)! =

    =n pp+1

    n!p!(n p)(n p1)! =

    n pp+1

    n!p!(n p)! =

    n pp+1

    (np

    ).

    v)(

    np

    )+

    (n

    p+1

    )=

    (np

    )+

    n pp+1

    (np

    )=

    (np

    )(1+

    n pp+1

    )=

    =

    (np

    )(

    p+1+n pp+1

    ) =

    (np

    ) n+1

    p+1=

    (n+1p+1

    ).

    Teorema 2.1.2. (Teorema binomial de Tartaglia-Pascal) (a+ b)n =(

    n0

    )an +

    (n1

    )an1b+(

    n2

    )an2b2+ ...+

    (n

    n1)

    abn1+(

    nn

    )bn =

    n

    k=0

    (nk

    )ankbk.

    Prova:Se a = 0, (0+b)n =

    (n0

    )0n+

    (n1

    )0n1b+

    (n2

    )0n2b2+ ...+

    (n

    n1)

    0bn1+(

    nn

    )bn = bn.

    Se a 6= 0, desenvolve-se o binmio de Newton (1+ x)n, tomando x = ba

    fica-se com:(1+

    ba

    )n=

    n

    k=1

    (nk

    )(ba

    )k=

    (n0

    )+

    (n1

    )ba+

    (n2

    )b2

    a2+ ...+

    (nn

    )bn

    an

    Multiplicando ambos os membros da igualdade por an:(1+

    ba

    )nan =

    [(n0

    )+

    (n1

    )ba+

    (n2

    )b2

    a2+ ...+

    (nn

    )bn

    an

    ]an

    (1 a+ b

    aa)n

    =

    (n0

    )an+

    (n1

    )baan+

    (n2

    )b2

    a2an+ ...+

    (nn

    )bn

    anan

    (a+b)n =(

    n0

    )an+

    (n1

    )an1b+

    (n2

    )an2b2+ ...+

    (nn

    )bn =

    n

    k=1

    (nk

    )ankbk.

  • 2.1 OS NMEROS BINOMIAIS 17

    Definio 2.1.3. (IEZZI, 1977) O tringulo de Tartaglia-Pascal uma tabela onde pode-se

    dispor ordenadamente os coeficientes binomiais(

    np

    ).

    Linha 0:(

    00

    )

    Linha 1:(

    10

    )(11

    )

    Linha 2:(

    20

    )(21

    )(22

    )

    Linha 3:(

    30

    )(31

    )(32

    )(33

    )...

    Linha k:(

    k0

    )(k1

    )(k2

    )(k3

    )...(

    kk

    )...

    Exemplo 2.1.4. Mostre que a soma dos termos de uma linha do tringulo de Tartaglia-Pascal

    dada porn

    k=0

    (nk

    )= 2n.

    Soluo:Basta tomar x = 1 no desenvolvimento do binmio de Newton:

    (1+1)n =(

    n0

    )+

    (n1

    )1+(

    n2

    )12+ ...+

    (nn

    )1n

    2n =(

    n0

    )+

    (n1

    )+

    (n2

    )+ ...+

    (nn

    ).

    Exemplo 2.1.5. Calcule a soma dos termos de ordem par de uma linha do tringulo de Tartaglia-

    Pascal, isto ,(

    n0

    )+

    (n2

    )+

    (n4

    )+ ...+

    (n

    n1)

    , para n mpar.

    Calcule tambm a soma dos termos de ordem mpar,(

    n1

    )+

    (n3

    )+

    (n5

    )+ ...+

    (nn

    ).

  • 2.1 OS NMEROS BINOMIAIS 18

    Soluo:

    J conhecido, pelo exemplo anterior, que(

    n0

    )+

    (n1

    )+

    (n2

    )+ ...+

    (nn

    )=

    n

    k=0

    (nk

    )= 2n

    Ento,

    (1+1)n =n

    k=0

    (nk

    )= 2n (*)

    (11)n =n

    k=0

    (1)k(

    nk

    )= 0 (**)

    Somando membro a membro as equaes (*) e (**), fica-se com:

    n

    k=0

    (nk

    )+

    n

    k=0

    (1)k(

    nk

    )= 2n+0

    n

    k=0

    [1+(1)k](

    nk

    )= 2n

    Quando k par, tem-sen

    k=0

    2(

    nk

    )= 2n, ento,

    n

    k=0

    (nk

    )= 2n1 para k par.

    Por outro lado, subtraindo membro a membro as equaes (*) e (**), tem-se:

    n

    k=0

    (nk

    )

    n

    k=0

    (1)k(

    nk

    )= 2n0

    n

    k=0

    [1 (1)k](

    nk

    )= 2n

    Quando k mpar, tem-sen

    k=0

    2(

    nk

    )= 2n, ento,

    n

    k=0

    (nk

    )= 2n1 para k mpar.

    Exemplo 2.1.6. Demonstrar, para todos n, m, k N, a identidade de Vandermonde4-Euler:

    k

    i=0

    (mi

    )(n

    k i)=

    (m+n

    k

    ).

    4Alexandre-Thophile Vandermonde (1735-1796) foi um msico, matemtico e qumico francs que tem tra-balhos ao lado de Bzout e Lavoisier.

  • 2.1 OS NMEROS BINOMIAIS 19

    Soluo: Pelo binmio de Newton tem-se

    (1+ x)m =m

    i=0

    (mi

    )xi e (1+ x)n =

    n

    j=0

    (nj

    )x j

    Considere ento

    m+n

    k=0

    (m+n

    k

    )xk = (1+ x)m+n = (1+ x)m(1+ x)n =

    m

    i=0

    (mi

    )xi

    n

    j=0

    (nj

    )x j

    Realizando uma mudana de variavis, j = k i:

    m+n

    k=0

    (m+n

    k

    )xk =

    m

    i=0

    (mi

    )xi

    n

    k=i

    (n

    k i)

    xki =m+n

    k=0

    [k

    i=0

    (mi

    )(n

    k i)]

    xk

    Logo, cancelando os somatrios externos,

    k

    i=0

    (mi

    )(n

    k i)=

    (m+n

    k

    )

    Em particular, quando n = m = k est deduzida a identidade de Lagrange5:

    n

    i=0

    (ni

    )(n

    n i)=

    n

    i=0

    (ni

    )(ni

    )=

    n

    i=0

    (ni

    )2=

    (2nn

    )

    Exemplo 2.1.7. Relao de Stifel generalizada (Soma de uma coluna).

    n

    k=p

    (kp

    )=

    (n+1p+1

    )com n > p

    Soluo: Pela relao de Stifel(np

    )=

    (n+1p+1

    )(

    np+1

    )=

    (n

    p+1

    )Ento, aplicando somatrios,

    5Joseph-Louis Lagrange (Giuseppe Luigi Lagrancia) (1736-1813) foi um matemtico e astrnomo italiano.

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 20

    n

    k=p

    (np

    )=

    n

    k=p

    (

    np+1

    )=

    (n+1p+1

    )(

    pp+1

    )

    Como pela definio 2.1.1(

    pp+1

    )= 0, temos:

    n

    k=p

    (np

    )=

    (n+1p+1

    )

    Exemplo 2.1.8. Mostre quen

    k=p

    1k

    (kp

    )=

    1p

    (pp

    )+

    1p+1

    (p+1

    p

    )+ ...+

    1n

    (np

    ).

    Soluo:n

    k=p

    1k(

    kp

    )=

    n

    k=p

    1k k

    p

    (k1p1

    )n

    k=p

    1k(

    kp

    )=

    n

    k=p

    1p

    (k1p1

    )n

    k=p

    1k(

    kp

    )=

    1p

    n

    k=p

    (k1p1

    )n

    k=p

    1k(

    kp

    )=

    1p

    (np

    ).

    2.2 Somas polinomiais

    O uso dos nmeros binomiais uma ferramenta no clculo das somas polinomiais. comumcalcular somas de quadrados ou cubos partindo do desenvolvimento dos binmios de Newton.

    Para calcular 12+22+32+ ...+n2 =n

    k=1

    k2, observa-se os desenvolvimentos a seguir

    (11)3 = 133 12 1+3 1 1213(21)3 = 233 22 1+3 2 1213(31)3 = 333 32 1+3 3 1213

    ...

    (n1)3 = n33 n2 1+3 n 1213

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 21

    Ento, mais uma vez, somando todas as equaes membro a membro e efetuando os devidoscancelamentos fica-se com

    0 = n33 (12+22+32+ ...+n2)+3 (1+2+3+ ...+n)n

    3n

    k=1

    k2 = n3+3 (1+2+3+ ...+n)n

    Ou seja, aparece uma dependncia. Para que seja calculada a soma dos n primeiros quadradosprecisa-se, inicialmente, saber calcular a soma dos n primeiros naturais.

    Para isso desenvolve-se os produtos notveis

    (11)2 = 122 1 1+12(21)2 = 222 2 1+12(31)2 = 322 3 1+12

    ...

    (n1)2 = n22 n 1+12

    Somando todas as equaes membro a membro e efetuando os devidos cancelamentos resultaque

    0 = n22 (1+2+3+ ...+n)+n

    2n

    k=1

    k = n2+n

    n

    k=1

    k =n2+n

    2

    Voltando a soma dos quadrados

    3n

    k=1

    k2 = n3+3 n2+n2n

    n

    k=1

    k2 =2n3+3n2+3n2n

    6=

    n(2n2+3n+1)3!

    n

    k=1

    k2 =n(n+1)(2n+1)

    3!

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 22

    Pode-se escrev-la como uma soma de nmeros binomiais

    n

    k=1

    k2 =(n+1)n

    2!+2

    (n+1)n(n1)3!

    n

    k=1

    k2 =(

    n+12

    )+2(

    n+13

    )Ora, para calcular a soma dos n primeiros cubos ser necessrio, previamente, saber a soma dosn primeiros quadrados! Que por sua vez necessrio conhecer a soma dos n primeiros naturais!Imaginem ento para calcular a soma de um polinmio de grau 8? Tem-se que conhecer cadauma das somas dos polinmios de graus menores que 8. Tem-se, ento, um impeclio.

    No se desesperem! Para nossa sorte, existe uma boa soluo!

    Lema 2.2.1. possvel escrever um monmio de grau d na varivel n como um produto de dfatores do 1 grau em n mais um polinmio residual que tem grau menor ou igual a d1

    nd = nd +P(n)

    Prova:P(n) = ndn(n1)(n2)...(nd+1) =

    = ndnd +ad1nd1+ad1nd1+ ...+a1n+a0 = ad1nd1+ad1nd1+ ...+a1n+a0.

    Teorema 2.2.2. Todo polinmio f de grau menor ou igual a d, na varivel n, pode ser escrito,de uma nica forma, como combinao linear dos seguintes polinmios

    P0(n) =(

    n0

    )= 1;

    P1(n) =(

    n1

    )= n;

    P2(n) =(

    n2

    )=

    n(n1)2

    ;

    ...

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 23

    Pd(n) =(

    nd

    )=

    n(n1)(n2)...(nd+1)d!

    =1d!

    nd

    Ou seja, f (n) = a0P0(n)+a1P1(n)+a2P2(n)+ ...+adPd(n).

    Prova:A demonstrao est dividida em duas partes.

    Existncia:

    A demonstrao seguir por induo em d

    Para d = 1 tem-se

    f (n) = a0+a1n = 0 1+1 n = 0(

    n0

    )+1

    (n1

    )com a0 = 0 e a1 = 1

    Hiptese indutiva: todo polinmio de grau menor ou igual a d pode ser escrito como combina-

    o linear dos binomiais(

    n0

    ),(

    n1

    ),(

    n2

    ), ...,

    (nd

    ).

    Seja agora f (n) um polinmio de grau d+1

    f (n) = a0+a1n+a2n2+ ...+adnd +ad+1nd+1

    Pelo lema 2.2.1 escreve-se

    f (n) = a0+a1n+a2n2+ ...+adnd +ad+1n(n1)(n2)...(nd)+P(n)

    P(n) tem grau menor ou igual a d e ainda, a0 + a1n+ a2n2 + ...+ adnd = P(n). Ora, P(n)+P(n) tem grau menor ou igual a d, denote essa soma de Q(n). Ento escreve-se

    f (n) = Q(n)+ad+1n(n1)(n2)...(nd) (d+1)!(d+1)!

    = Q(n)+d+1(

    nd+1

    )

    Pela hiptese indutiva Q(n) = 0(

    n0

    )+1

    (n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d

    (nd

    ), ento

    f (n) = 0(

    n0

    )+1

    (n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d

    (nd

    )+d+1

    (n

    d+1

    ), com d+1 =

    ad+1(d+1)!

    .

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 24

    Unicidade:

    Considere agora que existem is e is tais que

    0(

    n0

    )+1

    (n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d

    (nd

    )= 0

    (n0

    )+1

    (n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d

    (nd

    )

    Tem-se que 0 = 0 (monmios de grau 0 ou 0 = 0 = 0).

    Hiptese de induo: Se 1(

    n1

    )+ 2

    (n2

    )+ ...+ d

    (nd

    )tem grau menor ou igual a d e

    1(

    n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d

    (nd

    )tem grau menor ou igual a d ento i = i.

    Considere agora

    f (n) =1(

    n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d+1

    (n

    d+1

    )e f (n) = 1

    (n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d+1

    (n

    d+1

    )polinmios de grau d+1.

    Ento 1(

    n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d+1

    (n

    d+1

    )= 1

    (n1

    )+2

    (n2

    )+ ...+d+1

    (n

    d+1

    )

    Aplicando a propriedade iii) dos nmeros binomais,

    1n1

    (n1

    0

    )+2

    n2

    (n1

    1

    )+...+d+1

    nd+1

    (n1

    d

    )= 1

    n1

    (n1

    0

    )+...+d+1

    nd+1

    (n1

    d

    )

    11

    (n1

    0

    )+22

    (n1

    1

    )+...+

    d+1d+1

    (n1

    d

    )=11

    (n1

    0

    )+22

    (n1

    1

    )+...+

    d+1d+1

    (n1

    d

    )

    Realizando uma troca de variveis n1 = m. Fica-se com11

    (m0

    )+22

    (m1

    )+ ...+

    d+1d+1

    (md

    )=

    11

    (m0

    )+22

    (m1

    )+ ...+

    d+1d+1

    (md

    )= g(m)

    Mas, pela hiptese indutiva g(m) tem grau menor ou igual a d. Logo,

    ii=

    ii i = i.

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 25

    Exemplo 2.2.3. Calcular a soma dos n primeiros quadrados utilizando o teorema 2.2.2

    Soluo:Pode-se escrever o polinmio k2 como

    k2 = 0(

    k0

    )+1

    (k1

    )+2

    (k2

    )Resulta que

    k2 = 0+1k+2k(k1)

    2= 0+1k+

    22

    k2 22

    k = 0+(212)

    2k+

    22

    k2

    Segue que

    0 = 0, 1 = 1 e 2 = 2.

    Ento

    k2 = 1(

    k1

    )+2(

    k2

    )Aplicando somatrios a cada termo

    n

    k=1

    k2 =n

    k=1

    (k1

    )+2

    n

    k=1

    (k2

    )Por fim, utilizando o teorema das colunas

    n

    k=1

    n2 =(

    n+12

    )+2(

    n+13

    )No ento necessrio calcular a soma dos n primeiros naturais para descobrir a soma dosn primeiros quadrados. Mas fato que para calcular um polinmio de grau 8, por exemplo,gasta-se um bom tempo at encontrar os 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8.O que fazer ento? No se preocupem descrito a seguir uma grande jogada para otimizar estaetapa.

    A princpio lembre que por definio(

    np

    )= 0 quando n < p.

    Utilizando ainda a soma dos n primeiros quadrados

    k2 = 0(

    k0

    )+1

    (k1

    )+2

    (k2

    )

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 26

    Para calcular 0 impe-se k = 0

    02 = 0(

    00

    )+1

    (01

    )+2

    (02

    ) 0 = 0

    Para calcular 1 impe-se k = 1 e j tem-se que 0 = 0

    12 = 0(

    10

    )+1

    (11

    )+2

    (12

    ) 1 = 1

    Para calcular 2 impe-se k = 2 e j tem-se que 0 = 0 e 1 = 1

    22 = 0(

    20

    )+1

    (21

    )+2

    (22

    ) 4 = 2+2 2 = 2

    E "de graa"ganha-se os coeficientes is que so necessrios.

    Exemplo 2.2.4. Calcular a soma dos n primeiros cubos.

    Soluo:

    Pelo teorema 2.2.2 tem-se k3 = 0(

    k0

    )+1

    (k1

    )+2

    (k2

    )+3

    (k3

    )k = 0 0 = 0.

    k = 1 1 = 1.

    k = 2 2 = 82 = 6.

    k = 3 3 = 27318 = 6.

    Ento k3 = 1(

    k1

    )+6(

    k2

    )+6(

    k3

    )

    Aplicando somatrios em todas as parcelas fica-se com:

    n

    k=1

    k3 =n

    k=1

    (k1

    )+6

    n

    k=1

    (k2

    )+6

    n

    k=1

    (k3

    )=

    =

    (n+1

    2

    )+6(

    n+13

    )+6(

    n+14

    )=(n+1)(n)

    2+6

    (n+1)n(n1)3!

    +6(n+1)n(n1)(n2)

    4!=

    =(n+1)n

    2[

    1+6(n1)

    3+6

    (n1)(n2)4 3

    ]=(n+1)(n)

    2[

    1+4(n1)

    2+(n1)(n2)

    2

    ]=

  • 2.2 SOMAS POLINOMIAIS 27

    =(n+1)n

    2[

    22+(4n4)

    2+(n23n+2)

    2

    ]=(n+1)(n)

    2 (n

    2+n)2

    =

    [(n+1)(n)

    2

    ]2.

    Exemplo 2.2.5. Mostre que 13+33+53+ ...+(2n1)3 =n

    k=1

    (2k1)3.

    Soluo:n

    k=1

    (2k1)3 =n

    k=1

    (8k312k2+6k1)

    n

    k=1

    (2k1)3 = 8n

    k=1

    k312n

    k=1

    k2+6n

    k=1

    kn

    k=1

    1 =

    = 8[(

    n+12

    )+6(

    n+13

    )+6(

    n+14

    )]12

    [(n+1

    2

    )+2(

    n+13

    )]+6(

    n+12

    )n =

    = 8(

    n+12

    )+48

    (n+1

    3

    )+48

    (n+1

    4

    )12

    (n+1

    2

    )24

    (n+1

    3

    )+6(

    n+12

    )n =

    = 2(

    n+12

    )+24

    (n+1

    3

    )+48

    (n+1

    4

    )n =

    = 2(n+1)n

    2+24

    (n+1)n(n1)3!

    +48(n+1)n(n1)(n2)

    4!n =

    = (n+1)n+4(n+1)n(n1)+2(n+1)n(n1)(n2)n =

    = n2+n+4n34n+2n44n32n2+4nn = 2n4n2 = n2(2n21).

  • CAPTULO 3

    Somas infinitas

    "Aquiles nunca pode alcanar a tartaruga; porque na altura em que atinge o ponto donde a tar-taruga partiu, ela ter-se- deslocado para outro ponto; na altura em que alcana esse segundoponto, ela ter-se- deslocado de novo; e assim sucessivamente, ad infinitum."(KIRK E RAVEN,1979)

    A sitao acima refere-se a um dos paradoxos de Zeno de Elia1, Aquiles e a tartaruga: Aqui-les e uma tartaruga disputam uma corrida. Ao iniciar a prova, Aquiles d um espao X devantagem ao animal, que se move com metade da velocidade do heri. Deste modo, quando

    Aquiles percorrer o espao X , a tartaruga ter percorridoX2

    . Quando o heri tiver percorrido o

    novo espaoX2

    , a sua rival ter percorrido maisX4

    e, desta maneira, segundo Zeno, por maisrpido que Aquiles tente correr, nunca vencer a corrida.

    Aquiles teria ento que percorrer as distncias X ,X2

    ,X4

    ,X8

    ,X16

    , ... para tentar alcanar atartaruga. Pode-se escrever o espao total percorrido por Aquiles:

    X +X2+

    X4+

    X8++

    X16

    + ...+X2n+ ...= X

    k=0

    12n

    Tem-se ento uma "soma infinita".

    No Conceitos fundamentais da matemtica, Caraa (1951), simula um dilogo entre leitor eautor indagando as caractersticas de somas com uma quantidade infinita de parcelas (adap-tado):

    "Podemos chamar soma entidade 1+12+

    122

    + ...+12n

    + ...? No verdade que a adio uma operao que envolve um nmero finito de parcelas? Que acontecer ento se esta enti-dade, apesar de revestir a aparncia duma soma, no possuir as suas propriedades? No serperigoso continuar a chamar-lhe soma? quilo a que chamaste soma duma infinidade de par-celas, vamos dar, desde j, outro nome; vamos passar a chamar-lhe uma srie."

    1Zeno de Elia (490 a.C. - 430 a.C.) foi um filosfo italiano pr-Socrates e membro da Eleatic School.

    28

  • CAPTULO 3 SOMAS INFINITAS 29

    Ento mostra nas pginas seguintes, conceitos de convergncia e divergncia, resultados essen-ciais das propriedades associativas e comutativas, sries de termos positivos e, um tipo espe-cfico de sries que gozam das mesmas propriedades da soma, ou seja, vale a comutatividade,a associatividade. Essas sries so chamadas sries convergentes absolutas ou absolutamenteconvergentes e vislumbrado algumas destas neste trabalho.

    Seja a srie a1+a2+ ...+an+ .... Denota-se suas somas parciais:

    S1 = a1

    S2 = a1+a2

    S3 = a1+a2+a3

    ...

    Sn = a1+a2+a3+ ...+an

    Toma-se a sequncia S1, S2, S3, ..., Sn, ... como sequncia que define a srie.

    Definio 3.0.6. Se existe S tal que S = limnSn, ento a srie a1+a2+a3+ ...+an+ ... dita

    convergente. E,

    a1+a2+a3+ ...+an+ ...=

    k=1

    ak = S.

    Definio 3.0.7. Uma srie

    k=1

    ak chamada absolutamente convergente ou de convergncia

    absoluta se a srie de valores absolutos

    k=1|ak| for convergente.

    Alguns critrios para testar a convergncia de uma srie:

    i) Critrio do termo geral: Se a srie a1+a2+a3+ ...+an+ ... converge, ento limn |an|= 0.Prova:Pelas somas parciais tem-se que Sn = Sn1+an.

    Chamando limnSn = S e aplicando limite a todos os termos,

    Tem-se limnSn = limnSn1+ limnan

    Logo, limnan = limnSn limnSn1 = SS = 0.

  • CAPTULO 3 SOMAS INFINITAS 30

    Corolrio 3.0.8. Se limnan 6= 0 ento a srie divergente.

    Exemplo 3.0.9. Analise a convergncia ou divergncia da soma dos termos de uma progressogeomtrica infinita.

    Soluo:Seja (a1, a2, a3, a4, ..., an, an+1, ...) termos de uma progresso geomtrica infinita de razo q eais 6= 0.

    O termo geral de uma progresso geomtrica dado por, an = an1 q = a1qn1.

    Seja a1+a2+ ...+an+an+1+ ...=

    k=1

    a1qk.

    Considere a soma parcial Sn = a1+a2+ ...+an. Multiplicando Sn por q fica-se com a soma

    qSn = qa1+qa2+ ...+qan = a2+a3+ ...+an+1.

    Subtraindo estas duas somas,

    SnqSn = (a1+a2+ ...+an) (a2+a3+ ...+an+1) = a1+(a2a2)+ ...+(anan)an+1

    (1q)Sn = a1an+1) = a1a1qn = a1(1qn) Sn = a1 1qn

    1q , para q 6= 1.

    Se |q|< 1, quando n , ento qn 0, logo Sn a1 101q =a1

    1q .

    E se |q| 1, limnq

    n 6= 0, logo pelo corolrio 3.0.8, a srie diverge.

    ii) (Guidorizzi, 1991) Critrio da comparao: Sejam as sries de termos positivos a1 + a2 +a3+ ...+an+ ... e b1+b2+b3+ ...+bn+ ... com an bn:

    * Se

    k=1

    ak = , ento

    k=1

    bk = , ou seja, divergem;

    * Se

    k=1

    bk converge, ento

    k=1

    ak tambm converge.

  • CAPTULO 3 SOMAS INFINITAS 31

    Exemplo 3.0.10. Mostre que a srie harmnica

    k=1

    1n

    divergente. E que a srie dos quadrados

    dos nmeros harmnicos

    k=1

    1n2

    convergente.

    Soluo:

    Inicialmente,(

    1n

    )=

    (1,

    12

    ,13

    , ...,1n

    , ...)

    Considere a sequncia (bn) =(

    12

    ,14

    ,14

    ,18

    ,18

    ,18

    ,18

    , ...)

    note que cada termo satisfaz bn 1

    1,se n = 1

    Ento

    k=1

    cn = 1+

    k=2

    (1

    n1 1n

    )= 1+1 lim

    n1n= 2, srie convergente!

    Mas cn =1

    n2n >1n2

    , logo, pelo critrio da comparao,n

    k=1

    1n2

    tambm converge.

    De maneira geral, as p-sries

    (

    k=1

    1kp

    )converge, se e somente se, p > 1:

    * p > 1, ento1np

    1n

    e a srie diverge.

    iii) Critrio da razo: Seja a srie a1+a2+a3+ ...+an+ ... se existe limn

    an+1an = L, ento,

  • CAPTULO 3 SOMAS INFINITAS 32

    quando:

    L < 1 convergncia absoluta,L > 1 no convergncia,L = 1 no diz nada.Prova: Inicialmente suponha que lim

    n

    an+1an= L < 1.

    Uma sequncia (an) tem o limite L, se para todo > 0, existe um nmero N > 0, tal que|anL|< para todo inteiro n > N e escreve-se lim

    nan = L.

    Escolha M tal que L < M < 1. Existe N > 0 tal quean+1an

    < M para todo n > N. Ento,pode-se escrever as seguintes desigualdades

    |aN+1|< |aN |M

    |aN+2|< |aN+1|M < |aN |M2

    |aN+3|< |aN+2|M < |aN+1|M2 < |aN |M3...

    Note que os termos do lado direito de cada desigualdade esto em progresso geomtrica.

    A soma da progresso geomtrica

    k=1|aN |Mk = |aN |M+ |aN |M2+ |aN |M3+ ...+ |aN |Mn+ ...

    converge j que M < 1. Ento, pelo critrio da comparao,

    k=1|aN+k|= |aN+1|+ |aN+2|+ |aN+3|+ ...+ |aN+n|+ ... tambm converge.

    Logo,

    k=1|an| tambm convergente, j que retirar um nmero finito de termos (n = N 1)

    no afeta a convergncia.

    De modo anlogo verifica-se que quando limn

    an+1an= L > 1 a srie diverge.

    E quando L = 1 nada pode-se dizer, vide o exemplo anterior das p-sries que em 1n

    diverge e

    em 1n2

    converge, e em ambos os casos, pelo critrio da comparao,

    limn

    1

    n+11n

    = limn

    1n2+2n+1

    1n2

    = 1

  • CAPTULO 3 SOMAS INFINITAS 33

    Na obra Vrias Faces da Matemtica, vila (2007), relata a srie de Suiseth2(

    k=1

    k2k

    ):

    "Suiseth achou o valor 2 para a soma por meio de um longo e complicado argumento verbal.Mais tarde Oresme3 deu uma explicao geomtrica bastante interessante para a soma da srie.Observe que essa soma igual rea da figura formada com uma infinidade de retngulosverticais, como ilustra a Figura 3.1. O raciocnio de Suiseth, combinado com a interpretaogeomtrica de Oresme, se traduz simplesmente no seguinte: a soma das reas desses retngulosverticais igual soma das reas dos retngulos horizontais da Figura 3.2. [...] A soma dasreas dos retngulos da Figura 3.2 agora dado pela soma da srie geomtrica

    Figura 3.1 soma dos retngulos verticais.

    Figura 3.2 soma dos retngulos horizontais.

    2Richard Swineshead (ou Suiseth) foi um matemtico ingls que fazia parte do grupo Oxford Calculators ofMerton College entre 1344 e 1355. Este grupo voltou a ter destaque nos estudos das sries infinitas 1700 anosdepois de Arquimedes e a quadratura da parabla.

    3Nicole Oresme (1320-1382) filosfo francs e bispo de Lisieux. Mantinha contato com o grupo de pesquisa-dores de Oxford e contribuiu na investigao de vrias das sries surgidas e estudadas na poca.

  • CAPTULO 3 SOMAS INFINITAS 34

    S = 1+12+

    14+

    18+ ...=

    n=0

    12n

    Isso permite obter a soma da srie original, pois sabe-se somar os termos de uma srie geom-

    trica pela frmula S =1

    1 r (neste caso r =12

    ) que d pra essa ltima srie o valor 2."

    Exemplo 3.0.11. Somando a srie de Suiseth12+

    24+

    38+ ...+

    n2n+ ...

    Soluo:Inicialmente nota-se que uma srie de convergncia absoluta:

    Pelo critrio da razo,

    limn

    n+12n+1

    n2n

    = limnn+12n+1 2nn

    = limnn+12n

    = 12 < 1.Ento,

    S = limn

    n

    k=1

    k2k

    S = limn

    n

    k=1

    k+112k

    S = limn

    n

    k=1

    (12k+

    k12k

    )Estes limites existem, e como o limite da soma a soma dos limites, fica-se com

    S = limn

    n

    k=1

    12k+ lim

    n

    n

    k=1

    k12k

    S = limn

    n

    k=1

    12k+

    12

    limn

    n

    k=1

    k12k1

    = 1+12

    S

    S = 1+S2 S S

    2= 1 S = 2.

  • 3.1 CONVERGNCIA DAS SOMAS INFINITAS TELESCPICAS 35

    3.1 Convergncia das somas infinitas telescpicas

    No Matemtica e Natureza, Janos (2010), mostra um exemplo do uso das somas telescpicasatravs dos nmeros triangulares:

    "Nmeros triangulares (Figura 3.3) so aqueles que correspondem s linhas de objetos coloca-

    dos como em um jogo de boliche, isto , na formak(k+1)

    2. A srie triangular a soma dos

    inversos destes nmeros

    Figura 3.3 Nmeros triangulares.

    S = 1+13+

    16+

    18+

    110

    +1

    15+ ..."

    Adiante, Janos, explica como Leibniz4 fez o clculo desta soma:

    "Leibniz, primeiro, dividiu todos os termos por 2

    S2=

    12+

    16+

    120

    +1

    30+ ...

    Depois, genialmente, ele notou o seguinte padro,

    4Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646-1716) foi um categrico matemtico, fsico e filsofo alemo.

  • 3.1 CONVERGNCIA DAS SOMAS INFINITAS TELESCPICAS 36

    1 termo =12= 1 1

    2

    2 termo =16=

    12 1

    3

    3 termo =1

    12=

    13 1

    4

    4 termo =1

    20=

    14 1

    5...

    Portanto

    S2=

    (1 1

    2

    )+

    (12 1

    3

    )+

    (13 1

    4

    )+

    (14 1

    5

    )+ ...

    S2= 1 1

    2+

    12 1

    3+

    13 1

    4+

    14 ...= 1

    S = 2.

    Nota-se ento que Leibniz, utiliza a propriedade telescpica dos somatrios para realizar o cl-culo. percebido que a srie dos nmeros triangulares de convergncia absoluta. Mas, comose deve proceder na anlise da convergncia de uma srie telescpica?

    Bem, considerando a soma telescpica, enton

    k=1

    (akak+1) = a1an+1

    Na srie telescpica tem-se,

    k=1

    (akak+1) = limnn

    k=1

    (akak+1) = limna1 limnan+1 = a1 limnan.

    Logo, na srie triangular,

    2k(k+1)

    =Ak+

    Bk+1

    =A(k+1)+Bk

    k(k+1)=(A+B)k+A

    k(k+1) A = 2 e B =2.

    Ento,2

    k(k+1)=

    2k 2

    k+1. Logo, an =

    2n

    e resulta que

    k=1

    2k(k+1)

    =

    k=1

    (2k 2

    k+1

    )=

    21 lim

    n2n= 20 = 2.

  • CAPTULO 4

    Proposta Pedaggica

    O objetivo deste trabalho mostrar meios que possam facilitar o contato dos alunos com diver-sos tipos de somas, tais como telescpicas, com nmeros binomiais, polinomiais, com potn-cias fatoriais negativas e somas infinitas. Em particular, as somas polinomiais, que calculadahoje em dia, quando vista no contedo do ensino mdio, de modo recursivo, atravs dos bin-mios de Newton (x1)n.

    Este trabalho traz uma alternativa para que o aluno possa, com alguns conhecimentos prvios,calcular de maneira mais rpida e direta somas polinomais.

    recomendvel que a aplicao desta prtica seja realizada em turmas do 2 ano do ensinomdio j familiarizadas com os contedos: progresses aritmtica e geomtrica, sequnciasnumricas, binmio de Newton e o tringulo de Tartaglia-Pascal (relao de Stifel).

    O uso de recurso visual, como slides ou projetor, estimulante, principalmente que pode-semostrar o compartamento de algumas sequncia com softwares especficos. Porm, os bons evelhos pincel e quadro; lpis e papel satisfazem um bom rendimento didtico.

    Previsto o uso de uma semana, com 5 aulas, para detalhamento e realizao de exerccios pro-postos e avaliativos.

    Antes de iniciar a sequncia didtica, fundamental que o professor sonde os conhecimentosprvios necessrios do aluno, para que, tendo certeza do domnio destes, o aproveitamento sejao melhor possvel. Caso seja notada dificuldades prvias necessrio uma reciclagem dos con-ceitos de progresses, sequncias e binmios, e neste caso, s a partir da contabilizar o tempoprevisto.

    O processo inicia com a definio de somatrios () e suas propriedades, dando nfase a pro-priedade telescpica e aplicaes. Tempo previsto de duas aulas.

    Em seguida, utiliza-se a propriedade telescpica na soma dos elementos de uma coluna do tri-ngulo de Tartaglia-Pascal e aps, inicia-se o processo para calcular somas polinomais.

    Neste momento, vale mostrar o mtodo recursivo, afim de fazer com que o aluno analise ecompare as duas alternativas. A soma de polinmios do primeiro grau pode ser interpretadocomo a soma dos termos de uma progresso aritmtica e no merece, neste momento, dema-

    37

  • CAPTULO 4 PROPOSTA PEDAGGICA 38

    siada ateno. Comea-se ento pela soma de polinmios do segundo grau. Como exemplointrodutrio, a soma dos quadrados de 1 a n, com n N.

    Atravs do teorema 2.2.2 o professor mostra que todo polinmio f de grau menor ou igual ad, em n pode ser escrito, de forma nica, como a soma de binomiais em n. E desta maneira,aplicando a soma dos elementos de uma coluna do tringulo de Tartaglia-Pascal chegar a uma

    frmula fechada paran

    k=1

    kd . Com a aplicao de problemas propostos, previstos duas aulas.

    Na ltima aula prevista, faz-se necessria a realizao de uma avaliao afim de diagnosticardo aluno: conhecimento e domnio do conceito e das propriedades dos somatrios; reconhecerquando pode utilizar a propriedade telescpica na resoluo dos somatrios e saber aplic-la;uso do teorema 2.2.2 no clculo de somas poliomiais.

  • CAPTULO 5

    Problemas Propostos

    Problema 5.1. (ITA) Suponha que a equao algbrica:

    x11+10

    n=1

    anxn+a0 = 0

    tenha coeficientes reais a0,a1, ...,a10 tais que as suas onze razes sejam todas simples e da forma + in, em que ,n R, e os n, n = 1,2, ...,11, formam uma progresso aritmtica de razoreal 6= 0. Considere as trs afirmaes abaixo e responda se cada uma delas , respectiva-mente, verdadeira ou falsa, justificando sua resposta:

    I. Se = 0, ento a0 = 0.

    II. Se a10 = 0, ento = 0.

    III. Se = 0, ento a1 = 0.

    Problema 5.2. (Peru/2004) O valor da soma 5 (

    n0

    )+

    52

    2(

    n1

    )+

    53

    3(

    n2

    )+ ...+

    5n+1

    n+1(

    nn

    ) igual a:

    a)5n+11

    n+1

    b)6n+1+1

    n+1

    c)6n11

    n+1

    d)6n+11

    n+2

    e)5n+11

    n+2

    Problema 5.3. (EUA/2001) Sabendo que

    31!+2!+3!

    +4

    2!+3!+4!+

    53!+4!+5!

    + ...+2001

    1999!+2000!+2001!+

    12001!

    39

  • CAPTULO 5 PROBLEMAS PROPOSTOS 40

    vale k. Ento o valor de 2008k igual a:

    a) 2008

    b) 1004

    c) 502

    d) 2009

    e) 251

    Problema 5.4. (URSS) Calcule o valor das somas:

    a)(

    n0

    )cos(x)+

    (n1

    )cos(2x)+

    (n2

    )cos(3x)+ ...+

    (nn

    )cos((n+1)x)

    b)(

    n0

    )sen(x)+

    (n1

    )sen(2x)+

    (n2

    )sen(3x)+ ...+

    (nn

    )sen((n+1)x)

    Problema 5.5. (URSS) Mostre que

    cos(

    2pi2n+1

    )+ cos

    (4pi

    2n+1

    )+ cos

    (6pi

    2n+1

    )+ ...+ cos

    (2npi

    2n+1

    )=1

    2.

    Problema 5.6. (ITA/73) A soluo da equao (com n natural): logun

    k=1

    [k

    2(k+1)!

    ]x = 1,

    com u =1

    (n+2)!, :

    a)2

    (n+1)!1b)

    2n(n+1)!1

    c)2

    (n+2)! (n+2)d)

    (n+1)!12n

    e) NDA

    Problema 5.7. (Escola Naval) O valor da soma: S =12!+

    23!+

    34!+ ...+

    k1k!

    igual a:

  • CAPTULO 5 PROBLEMAS PROPOSTOS 41

    a) 1 -1k!

    b) 1 +1k!

    c) k! - 1

    d) k! + 1

    e) 1

    Problema 5.8. (Peru/2005) Seja:

    a1 = 2

    a2 = 2+12

    a3 =52+

    16

    a4 =83+

    124

    ...

    O valor de a100100

    n=2

    1n!

    :

    a) 5

    b) 7

    c) 2

    d) 8

    e) 10

    Problema 5.9. (ITA) Sejam a1,a2,a3, ...,an nmeros reais. A expresso (a1 + a2 + a3 + ...+an)2 igual a:

    a)n

    i=1

    a2i +4n

    j=1

    a j

    b)n

    i=1

    a2i +n

    i=1

    (n

    j=1

    aia j

    )

  • CAPTULO 5 PROBLEMAS PROPOSTOS 42

    c)n

    i=1

    a2i +(

    n2

    ) nj=1

    a j

    d)n

    i=1

    (n

    j=1

    aia j

    )e) NDA

    Problema 5.10. (SVSU 2012 Math Olympics) Encontre o valor da soma100

    k=1

    1k(k+1)

    .

    a)99

    100

    b)1

    10100

    c)100101

    d)194100

    e) NDA

    Problema 5.11. (Olmpiadas Colombianas de Matemtica/1998) Qual o valor da expresso1

    log2100!+

    1log3100!

    +1

    log4100!+ ...+

    1log100100!

    ?

    a) 0,01

    b) 0,1

    c) 1

    d) 2

    e) 10

    Problema 5.12. (OBM) Calcular a soma999

    k=0

    1(3k+1)(3k+4)

    .

    Problema 5.13. (Olmpiada Iberoamericana de Matemtica - Venezuela/1992) Para cada in-teiro positivo n, an o ltimo dgito do nmero 1 + 2 + 3 + ... + n. Calcular a1+a2+a3+ ...+a1992.

  • 5.16 GABARITO 43

    Problema 5.14. (Singapura/1998) Calcule:

    12

    1+1

    2+

    13

    2+2

    3+

    14

    3+3

    4+ ...+

    1100

    99+99

    100

    Problema 5.15. (EUA/1992) Mostre que:

    1cos0 cos1 +

    1cos1 cos2 +

    1cos2 cos3 + ...+

    1cos88 cos89 =

    1sen21

    .

    5.16 Gabarito

    5.1 V V F

    5.2 c

    5.3 b

    5.4 a) 2n cosn2

    cosn+2

    2 b) 2n cosn

    2

    senn+2

    2

    5.6 c

    5.7 a

    5.8 c

    5.9 d

    5.10 c

    5.11 c

    5.1210003001

    5.13 6984

    5.14 1

    100100

  • Referncias

    [1] Antar Neto, Aref. Combinatria, Matrizes e Determinantes: 2 Grau - Noes de Matem-tica. Vol. 4, Fortaleza, VestSeller, 2009.

    [2] vila, Geraldo. Vrias Faces da Matemtica. Tpicos para licenciatura e leitura geral. 2Ed, Ed. Diucher, 2007.

    [3] Caminha, Antnio. Tpicos de Matemtica Elementar - Vol. 1. Nmeros Reais, SBM,2011.

    [4] Caraa, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemtica. Cincia Aberta. Lisboa,1951.

    [5] Carvalho, Paulo Cezar; Wagner, Eduardo; Morgado, Augusto Cesar. A matemtica no en-sino mdio. Vol. 2, SBM, 2011.

    [6] Engel, Arthur. Problem-solving strategies. Springer, 1998.

    [7] Faddeev, D.; Sominsky, I. Problems in Higher Algebra, Moscou: Ed. MIR, 1968.

    [8] Hefez, Abramo. Matemtica Discreta. PROFMAT, SBM, 2012.

    [9] Janos, Michel. Matemtica e Natureza. 1 Ed. Livraria da Fsica, 2010.

    [10] Larson, Loren C. Problem-solving through problems. New York: Springer, 1983.

    [11] Lehoczky, Sandor, and Richard Rusczyk. The Art of Problem Solving. Greater TestingConcepts, 1993.

    [12] Lidski, V. B.; Ovsianikov, L. V.; Tulaikov, A. N.; Shabunin M. I. Problemas de Matemati-cas Elementales, Moscou: Ed. MIR, 1972.

    [13] Miranda, Marclio. Problemas selecionados de matemtica. Vol. 1, VestSeller, 2010.

    [14] Shklarsky, D.O., Chentzov, N.N., Yaglom, I.M. The USSR Olympiad Problem Book, NewYork, Dover Publications, Inc., 1994.

    44

  • REFERNCIAS 45

    [15] Guidorizzi, Hamilton Luiz. Matemtica Universitria. N 13, 1991.http://matematicauniversitaria.ime.usp.br/Conteudo/n13/n13_Artigo06.pdf em 18/07/2013.

    [16] Massago, Sadao. Sequncias e sries.http://www.dm.ufscar.br/ sadao/download/?file=student/sequencias-e-series.pdf em 18/07/2013.

    [17] Matemtica Discreta. Unidade 4 - Somatrios e Binmio de Newton. PROFMAT, 2011.http://www.dme.ufcg.edu.br/PROFmat/Arquivos/MaterialSemana2011-04-11-17/MA12%20U4.pdfem 18/07/2013.

    [18] Matos, Ana. Sries Numricas. 2000.http://ltodi.est.ips.pt/amatII/documentos/SERIESN/sn18100.pdf em 18/07/2013.

    [19] Possi Jr, Rogrio. Somas trigonomtricas: de Prostafrese frmula de Euler. Eureka!33. SBM.http://www.obm.org.br/export/sites/default/revista_eureka/docs/Eureka33.doc em 18/07/2013.

    [20] Renji. Dados de Deus - Apostilas de somatrios.http://dadosdedeus.blogspot.com.br/2011/06/apostilas-completas-de-somatorios.html?m=1 em18/07/2013.

    [21] Shchepin E. Telescopic Sums. http://libgen.info/view.php?id=139620 em 18/07/2013.

    [22] Schneider, Eduardo. Notas em teoria elementar de nmeros.http://minerva.ufpel.edu.br/ eduardo.schneider/ufpel/aritmetica/aritmetica_parte1.pdf em 18/07/2013.

  • Este volume foi tipografado em LATEX na classe UFPEThesis (www.cin.ufpe.br/~paguso/ufpethesis).