58
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: INSTITUTO NAC.DE METROLOG.NORMAL.E QUALID.IND Exercício: 2012 Processo: 52600000321201371 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201306232 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201306232, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro. 1. Introdução Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 25/04/2013 a 15/05/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. 2. Resultados dos trabalhos

2012 INMETRO AAC RG201306232 Internet - mdic.gov.br · (1) O valor inclui o total de R$ 60.874,39 repassados via descentralização de crédito para a Coordenação de Aperfeiçoamento

  • Upload
    ngodung

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

1

Unidade Auditada: INSTITUTO NAC.DE METROLOG.NORMAL.E QUALID.IND Exercício: 2012 Processo: 52600000321201371 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201306232 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

_______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201306232, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro.

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 25/04/2013 a 15/05/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

2

Verificamos na Prestação de Contas da Unidade a existência das peças e respectivos conteúdos exigidos pela IN-TCU nº 63/2010 e pelas DN–TCU nº 124/2012, da Portaria-TCU nº 150/2012 e da DN TCU nº 119/2012.

Em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN-TCU nº 124/2012, e em face dos exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

Da análise do Processo nº 52600.000321/2013-71, referente às contas de 2012, verificamos que a unidade elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União, e que os formatos e conteúdos estão conforme o estabelecido nas Decisões Normativas TCU nº 119/2012 e 124/2012 e na Portaria TCU nº 150/2012. A metodologia da equipe de auditoria consistiu na conferência dos itens que compõem o relatório de gestão e das peças complementares. Cabe destacar, todavia, que o gestor informou que o relatório do Contrato de Gestão 2012-2014 ainda estava em fase de elaboração pelo fato de a formalização desse contrato ter ocorrido apenas em 18/12/2012, ressaltando que o entregaria assim que fosse concluído. Deve-se ressaltar, ainda, que o processo de contas contém inadequações na apresentação de informações referentes a imóveis locados, despesas com manutenção de imóveis, atuação da CGU e resultados quantitativos e qualitativos. ##/Fato##

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, neste item considerou-se a seguinte questão de auditoria: os resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial quanto à eficácia e eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras, planejados ou pactuados para o exercício, foram cumpridos? Note-se, primeiramente, que a atuação do Inmetro insere-se no Programa 2055 (Desenvolvimento Produtivo) do Plano Plurianual (PPA) 2012-2015. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012 associou à unidade cinco ações no âmbito desse programa, sendo três de caráter nacional e duas de caráter nacional e estadual, conforme apresentado nos quadros a seguir, onde também é informada a execução físico-financeira das ações orçamentárias, contextualizada pelos atos e fatos que prejudicaram o desempenho daquelas situadas fora do intervalo 90-110% de execução:

Execução física das ações sob responsabilidade do Inmetro Órgão 30203 - Inmetro

2055 – Desenvolvimento Produtivo

Código/Ação Meta física Atos e fatos que

prejudicaram o desempenho

Providências adotadas Previsão(1) Execução(1) Exec./

Prev.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

3

(%)

20JG - Inovação em Metrologia e Qualidade

6.400 5.257 82,1

O gestor informou que se trata de um indicador novo para o qual não havia histórico, de modo que a meta foi superestimada, e que alguns cursos planejados na modalidade EAD levaram mais tempo do que o previsto na fase de desenho instrucional.

Segundo o gestor, medidas administrativas foram adotadas e investimentos em tecnologia educacional estão sendo feitos a fim de aumentar o número de alunos capacitados.

2023 - Avaliação da Conformidade

12 16 133,0

Segundo o gestor, com o lançamento do Plano Brasil Maior, foi dada ênfase na ampliação do número de programas com certificação compulsória. Por isso, o Inmetro ampliou o número de programas de avaliação da conformidade.

-

2033 - Desenv. e Disseminação da Metrologia Legal Científica e Industrial

210 204 97,1 - -

2033 - Amapá (emenda parlamentar individual de nº 2670008)

18 0 0,0

De acordo com o gestor, as cotas orçamentárias e financeiras não foram liberadas.

-

2034 - Fiscalização em Metrologia e Qualidade

25.988.540 26.525.071 102,0 - -

2034 - Rio de Janeiro (emenda parlamentar individual de nº 3115009)

54.113 0 0,0

De acordo com o gestor, estão sendo adquiridos equipamentos metrológicos por meio de emenda parlamentar (nº 3115009). Como não foi liberado o recurso financeiro, o processo de aquisição encontra-se em restos a pagar.

-

4172 - Serviços de Comunicação da RNP na AsRNP

6 6 100,0 - -

Fonte: Volume IV da Lei 12.595/2012, Siafi Gerencial e Relatório de Gestão 2012 do Inmetro. (1) Unidades: 20JG - HH (empresários capacitados); 2023 - programas de avaliação implantados; 2033 - trabalhos publicados; 2034 - produtos verificados; 4172 - pontos de rede mantidos.

Execução financeira das ações sob responsabilidade do Inmetro

Órgão 30203 - Inmetro 2055 – Desenvolvimento Produtivo

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

4

Código/Ação

Meta financeira (R$ 1,00) Atos e fatos que prejudicaram o

desempenho

Providências adotadas Previsão Execução

Exec./ Prev. (%)

20JG - Inovação em Metrologia e Qualidade

13.000.000,00 11.709.502,39(1) 90,1 - -

2023 - Avaliação da Conformidade

18.000.000,00 14.294.552,00 79,4 (2)

2033 - Desenv. e Disseminação da Metrologia Legal Científica e Industrial

24.250.000,00 20.026.911,38(3) 82,6 (4)

2033 - Amapá (emenda individual de nº 2670008)

2.030.000,00 0,00 0,0

De acordo com o gestor, as cotas orçamentárias e financeiras não foram liberadas.

-

2034 - Fiscalização em Metrologia e Qualidade

558.265.875,00(5) 561.715.166,89(6) 100,6 - -

2034 - Rio de Janeiro (emenda individual de nº 3115009)

1.000.000,00 0,00 0,0

De acordo com o gestor, (i) estão sendo adquiridos equipamentos metrológicos por meio de emenda parlamentar (nº 3115009); (ii) como não foi liberado o recurso financeiro, o processo de aquisição encontra-se em restos a pagar.

-

4172 - Serviços de Comunicação da RNP na AsRNP

1.200.000,00 1.200.000,00(7) 100,0 -

Fonte: Volume IV da Lei 12.595/2012, Siafi Gerencial e Relatório de Gestão 2012 do Inmetro. (1) O valor inclui o total de R$ 60.874,39 repassados via descentralização de crédito para a Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior – CAPES. (2) Como a meta física referente à ação 2023 foi superada, não se verificou o motivo da execução financeira de 79,4%. (3) O valor inclui o total de R$ 6.912.170,72 repassados via descentralização de crédito para o Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) no âmbito do Programa de Capacitação Científica e Tecnológica para a Metrologia Científica e Industrial do Inmetro – PROMETRO.

(4) Como a execução física da ação 2033 alcançou 97,1% da meta, não se verificou o motivo da execução financeira de 82,6%. (5) A dotação original constante da lei orçamentária de 2012 foi de R$ 480.265.875,00. (6) O valor inclui R$ 62.111.849,70 repassados via descentralização de crédito para UGs do Inmetro (183025, 183035 e 183039). (7) Valor repassado via descentralização de crédito para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no âmbito do

termo de cooperação (sem número) celebrado em 2012 entre esse ministério e o Inmetro, com interveniência da RNP.

Todas as ações orçamentárias apresentaram resultados físicos e financeiros adequados. Quanto à motivação apresentada para os resultados situados fora do intervalo estipulado, entendemos que os argumentos do Inmetro esclareceram os fatos verificados. Em relação, especificamente, às providências adotadas a fim de se aumentar a execução física da ação 20JG, entendemos que elas são apropriadas e se alinham aos objetivos da ação.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

5

Cabe destacar dois pontos a respeito das ações do Inmetro: (i) a ação 2034 (Fiscalização em Metrologia e Qualidade) é aquela por meio da qual os órgãos delegados da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – superintendências incluídas – recebem a maior parte dos repasses financeiros feitos pelo Inmetro, o que explica seu alto volume de recursos, e; (ii) os resultados apresentados para a ação 4172 (Serviços de Comunicação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa na Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) não refletem execução física ocorrida no exercício de 2012 (o tema será aprofundado em item específico dos achados de auditoria deste relatório). No tocante à inexecução de recursos orçamentários decorrentes de emendas parlamentares, verifica-se que não houve ação administrativa que o Inmetro pudesse ter adotado, tendo em vista a ausência de disponibilidade financeira para sua aplicação, conforme exposto pelo instituto. Ademais, na prática, emendas que destinem recursos a órgãos delegados da RBMLQ-I não são fundamentais para o seu desempenho, pois o fluxo de repasse de recursos financeiros do Inmetro para os institutos de metrologia regionais já cumpre esse papel. ##/Fato##

2.3 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, neste item considerou-se a seguinte questão de auditoria: os indicadores da unidade atendem aos critérios de: (i) Validade (capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a situação que a UJ pretende medir e de refletir os resultados das intervenções efetuadas na gestão); (ii) Comparabilidade (capacidade de proporcionar medição da situação pretendida ao longo do tempo, por intermédio de séries históricas); (iii) Confiabilidade (confiabilidade das fontes dos dados utilizados para o cálculo do indicador, avaliando, principalmente, se a metodologia escolhida para a coleta, processamento e divulgação é transparente e reaplicável por outros agentes, internos ou externos à unidade); (iv) Acessibilidade e compreensão (facilidade de obtenção dos dados, elaboração do indicador e de compreensão dos resultados pelo público em geral); e (v) Economicidade (razoabilidade dos custos de obtenção do indicador em relação aos benefícios para a melhoria da gestão da unidade)? Com objetivo de responder à questão de auditoria foram analisados dois indicadores da área de gestão de transferência e dois indicadores referentes a serviços prestados pela unidade, apresentados no quadro seguinte:

Amostra de indicadores elaborados pelo Inmetro

Nome do indicador Área da gestão

Relacionado ao macro-processo finalístico

Descrição do indicador Fórmula de cálculo

Índice de cobertura de municípios na atividade de fiscalização da qualidade

Gestão de trans-ferências

Sim

Mede a abrangência territorial das ações de fiscalização de produtos certificados e regulamentados (fiscalização da qualidade) realizadas pela RBMLQ-I

Nº de (municípios tipo I fiscalizados a cada ano + municípios tipo II fiscalizados a cada dois anos + municípios tipo III fiscalizados a cada três anos)

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

6

/ Nº total de municípios

Índice de conformidade na execução dos serviços delegados

Gestão de trans-ferências

Sim

Indica a aproximação da conformidade média da RBMLQ-I em relação à conformidade de 100%, abrangendo os aspectos técnicos da qualidade e da metrologia legal, bem como aspectos financeiros, contábeis e administrativos

100 - [1,2 x (quantidade de não conformidades) + 0,2 x (quantidade de oportunidades de melhoria)] % (1)

Tempo médio efetivo dos processos de apreciação técnica de modelo

Resultados quantita-tivos e qualitativos

Sim Duração do processo de apreciação técnica de modelo

Soma do tempo efetivo dos processos / Nº de processos no ano

Nota média da satisfação das empresas usuárias do serviço de calibração e ensaio ofertado pelo Inmetro

Resultados quantita-tivos e qualitativos

Sim

Medido por meio de pesquisa junto às empresas usuárias do serviço de calibração e ensaio ofertado pelo Inmetro

Nota média ponderada da satisfação das empresas usuárias do serviço de calibração e ensaio

Fonte: Contrato de Gestão. (1) A aferição foi feita de forma diversa daquela estabelecida no contrato de gestão (“Nº de conformidades nas auditorias do

Inmetro nos órgãos da RBMLQ-I / Nº de verificações nas auditorias do Inmetro nos órgãos da RBMLQ-I”), segundo o qual a alteração se fez necessária “porque não foi possível estabelecer um universo finito de verificações a serem feitas nas auditorias

realizadas pelo Inmetro nos órgãos delegados da RBMLQ-I”.

O indicador “Índice de cobertura de municípios na atividade de fiscalização da qualidade” foi colocado em prática a partir da publicação do contrato de gestão 2012-2014, portanto não possui série histórica. A classificação dos municípios em tipos I, II ou III segue critérios como distância da capital e população, e são descritos no contrato de gestão do Inmetro. Também o indicador “Índice de conformidade na execução dos serviços delegados” foi incluído no contrato de gestão vigente e não possui histórico, sendo de notar que sua comparabilidade resta prejudicada por depender do número de verificações realizadas em cada ano. Além disso, não é clara a diferença entre uma não conformidade e uma oportunidade de melhoria, o que atinge a característica “Confiabilidade”, vez que a falta de transparência dessas classificações impede sua reprodutibilidade; tampouco se verificam a plena validade e a compreensão dos resultados apresentados pelo indicador, tendo em vista que a diversidade de tipos e gravidades das falhas encontrada nos órgãos delegados da RBMLQ-I não é bem representada por um índice que condensa apenas duas classificações genéricas. A memória de cálculo do indicador “Tempo médio efetivo dos processos de apreciação técnica de modelo” encaminhada pelo Inmetro apresenta forma e resultado diferentes daqueles registrados no relatório de gestão do Inmetro, pois considera, em seu denominador, o número de modelos examinados, e não o número de processos, como descrito nesse documento. Verificou-se também que o indicador não mede o tempo decorrido entre a solicitação inicial do cliente e sua aceitação. Quanto ao indicador “Nota média da satisfação das empresas usuárias do serviço de calibração e ensaio ofertado pelo Inmetro”, foi verificado que sua fórmula permite a comparação das aferições de diferentes exercícios. Vale registrar que, de acordo com a memória de cálculo encaminhada pelo Inmetro, o indicador revelou a nota média de 84,3%, diferentemente dos 50% informados no relatório de gestão.

Quadro-resumo da análise dos indicadores da amostra selecionada

Nome do indicador

Validade Comparabilidade Confiabilidade Acessibilidade e compreensão

Economicidade

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

7

Índice de cobertura de municípios na atividade de fiscalização da qualidade

Sim Sim Sim Sim Sim

Índice de conformidade na execução dos serviços delegados

Não Não Não Não Sim

Tempo médio efetivo dos processos de apreciação técnica de modelo

Não Sim Sim Sim Sim

Nota média da satisfação das empresas usuárias do serviço de calibração e ensaio ofertado pelo Inmetro

Sim Sim Sim Sim Sim

Tendo em vista que três dos quatro indicadores constantes da amostra se revelaram adequados, haja vista a metodologia do “Índice de conformidade na execução dos serviços delegados” poder ser aprimorada, consideramos que os indicadores atendem parcialmente aos critérios avaliados neste item. ##/Fato##

2.4 Avaliação dos Indicadores dos Programas Temáticos

O controle interno se abstém de emitir opinião sobre o item 4 do anexo IV da DN nº 124/2012 na gestão de 2012, uma vez que a avaliação restou prejudicada pelos motivos a seguir: a) na Lei nº 12.593/2012, os indicadores são exigidos apenas para os programas temáticos; b) durante a gestão de 2012, não foi publicado o decreto de gestão do PPA 2012-2015; c) ainda não há definição quanto ao gerente do programa e coordenador da ação (que eram agentes no modelo de gestão do PPA 2008-2011 e determinavam se a UJ era responsável pelo programa ou ação). ##/Fato##

2.5 Avaliação da Gestão de Pessoas

A fim de atender ao estabelecido pelo Tribunal de Contas neste item, consideramos as seguintes questões de auditoria: (i) A gestão de pessoas possui processos de trabalho que buscam a adequabilidade da força de trabalho da unidade frente às suas atribuições? (ii) O setor responsável observou a legislação aplicável à remuneração, cessão e requisição de pessoal? (iii) Os registros pertinentes no sistema contábil e nos sistemas corporativos obrigatórios (SIAPE) estão sendo lançados de forma tempestiva e possuem qualidade suficiente ao nível de sensibilidade inerente ao assunto? (iv) O setor responsável observou a legislação aplicável à admissão de pessoal, concessão de

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

8

aposentadorias, reformas e pensões? (v) Os registros pertinentes no sistema contábil e nos sistemas corporativos obrigatórios (SISAC) estão sendo lançados de forma tempestiva e possuem qualidade suficiente ao nível de sensibilidade inerente ao assunto? A força de trabalho do Inmetro é composta nos termos apresentados na tabela a seguir, baseada nas informações extraídas do Quadro A.6.1 do Relatório de Gestão de 2012 e nas apresentadas pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (COGEP) do Inmetro, uma vez que o quadro mencionado não registrou a lotação autorizada.

Força de trabalho do Inmetro em 31/12/2012

Tipologias dos cargos Lotação(1) Ingressos

no exercício

Egressos no

exercício Autorizada Efetiva

1. Servidores em cargos efetivos (1.1 + 1.2) 1.475 1.102 110 52 1.1. Membros de poder e agentes políticos 0 0 0 0 1.2. Servidores de carreira (1.2.1+1.2.2+1.2.3+1.2.4) 1.475 1.102 110 52 1.2.1. Servidores de carreira vinculada ao órgão 1.466 1.093 110 50 1.2.2. Servidores de carreira em exercício descentralizado 1 1 0 1 1.2.3. Servidores de carreira em exercício provisório 1 1 0 0 1.2.4. Servidores requisitados de outros órgãos e esferas 7 7 0 1 2. Servidores com contrato temporário 0 0 0 0 3. Servidores sem vínculo com a administração pública 18 18 2 1 4. Total de servidores (1+2+3) 1.493 1.120 112 53

Fonte: Relatório de Gestão de 2012 e informações apresentadas pela COGEP. (1) Não estão incluídos 75 servidores do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Paraná (IPEM-PR) que atuam na Superintendência do Inmetro no Rio Grande do Sul (Surrs); a lotação referente à tipologia 1.2.4, no entanto, inclui dois servidores requisitados do IPEM-PR que detêm função no Inmetro.

Cabe ressaltar que normativos emitidos pelas Diretorias de Administração e Finanças (DIRAF) e de Planejamento e Desenvolvimento (DPLAD) preveem processos de trabalho que buscam a adequabilidade da força de trabalho frente às suas atribuições e que a unidade possui 102 cedidos, afastados, removidos e de licença frente a um total de 1120 servidores, de forma que sua força de trabalho não se encontra tão reduzida. O Inmetro teve 30 ocorrências apontadas pelos sistemas da Controladoria-Geral da União, conforme quadro a seguir, dentre as quais o gestor comprovou o atendimento a 20 nos trabalhos de monitoramento da gestão de 2012 e a 10 durante o andamento dos atuais trabalhos.

Ocorrências da gestão de pessoas apontadas pelos sistemas da CGU Descrição da ocorrência com servidores QSR ATG APG NAG ARG Desconto de faltas ao serviço na folha, sem o respectivo registro no cadastro 2 2 0 0 0 Parcela de devolução ao Erário interrompida ou prazo e/ou valor alterados 6 6 0 0 0 Ingresso no cargo efetivo após 25/11/1995 recebendo quintos 2 2 0 0 0 Ocorrência no SIAPE de aposentadoria com provento proporcional recebendo proventos integrais

6 6 0 0 0

Devolução adiantamento de férias nos últimos cinco anos em valor inferior ao recebido 12 12 0 0 0 Recebimento de vencimento básico com valor informado em concomitância com o valor calculado pelo sistema

1 1 0 0 0

Instituidores de pensão sem pensionista ou com pensionista excluído 1 1 0 0 0 Total 30 30 0 0 0 Legenda: QSR - Quantidade de servidores relacionados; ATG - Quantidade de ocorrências atendidas totalmente; APG - Quantidade de ocorrências atendidas parcialmente; NAG - Quantidade de ocorrências não atendidas; ARG - Quantidade de ocorrências aguardando resposta.

Com relação ao Sistema de Apreciação e Registro de Atos de Admissão e Concessões (SISAC/TCU), cabe registrar que apenas nove aposentadorias e 10 pensões foram

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

9

cadastradas pela UJ em prazo superior a 60 dias, interferindo nos quantitativos registrados no quadro a seguir.

Registro de atos no SISAC Quantidade de atos de admissão, concessão de aposentadoria, reforma e pensão emitidos em 2012 170 Quantidade de atos cujo prazo do art.7º da IN 55 foi atendido 151 Fonte: Relatório de Gestão 2012 e sistemas da CGU.

Com o objetivo de verificar a consistência dos controles internos administrativos relacionados à gestão de pessoas, analisamos os documentos e as respostas apresentadas pela COGEP, cujas análises estão registradas a seguir. Os papéis desempenhados pelos responsáveis e pelos colaboradores dos processos voltados para a gestão de pessoas estão descritos nos artigos 42 a 51 do regimento interno do Inmetro, os quais formalizam atividades, responsabilidades e procedimentos dessa coordenação e de seus departamentos. A COGEP encaminhou, ainda, o seu organograma e 54 normas expedidas pelas Diretorias de Administração e Finanças (DIRAF) e de Planejamento e Desenvolvimento (DPLAD) e pelo Serviço de Saúde Ocupacional (SESAO), as quais regulam temas referentes à gestão de pessoas, tais como declarações funcionais, carteiras funcionais, licenças, auxílio-transporte, requisições de pessoal, pensão civil, exonerações, vacâncias, nomeações, prestações de contas e outras. As metas institucionais são fixadas em contrato de gestão firmado com o MDIC e desdobradas em Planos de Trabalho Individuais (PTIs). O cumprimento dos objetivos e metas pactuados nesses planos é acompanhado periodicamente pelas chefias diretas e avaliado anualmente para fins de cálculo e pagamento de gratificação de desempenho. Nos procedimentos de acompanhamento periódico são identificados riscos e oportunidades, sendo realizadas repactuações dos objetivos e metas pré-estabelecidos sempre que necessário. Por conta do acompanhamento periódico das metas institucionais e dos PTIs, os desvios do cumprimento de metas são identificados e tratados em reuniões de análise crítica. Adicionalmente, a Diretoria de Planejamento e Articulação Institucional (DPLAI) informou que o instrumento utilizado para identificação de riscos e pontos críticos e de medidas de prevenção é a FERRAMENTA A3, utilizada pelo Sistema de Gerenciamento de Resultados para monitorar os principais projetos e planos de ação do Inmetro no Plano Brasil Maior e acompanhar os objetivos e indicadores do contrato de gestão. A COGEP enviou a esta equipe documento que elenca os principais objetivos, projetos e programas desenvolvidos, informando que estes estão dentro dos critérios da relevância e da criticidade e conformes com as diretrizes institucionais contidas no planejamento estratégico, no contrato de gestão e nas demais orientações da Administração Pública Federal. Da análise dos Planos de Trabalho Individuais (PTI) de três servidores, verificamos que esse documento contém os dados do servidor e descreve os objetivos, as metas e a vinculação de ambas com os processos/projetos do planejamento estratégico e os comentários do chefe imediato e do dirigente dos departamentos.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

10

Os procedimentos operacionais e as demais ações realizadas, como elaboração de projetos e implantação de programas, têm etapas, critérios e prazos acompanhados de acordo com a legislação, a normatização interna e os sistemas informatizados, sendo utilizadas planilhas de controle em alguns casos específicos. Na identificação de inconformidades em atividades/procedimentos, são elaborados planos de ação que registram o que precisa ser corrigido, as iniciativas para sanar a inconformidade identificada, o responsável pela execução e a data de implementação. Com o objetivo de corroborar a informação de que os planos de ação são monitorados por meio de reuniões gerenciais periódicas, com utilização da ferramenta A3, o gestor enviou os relativos a Aquisição e Organização de Eventos de Capacitação, Levantamento das Necessidades de Capacitação e Metodologia de Trabalho para o Processo Orçamentário. Além de elencar os responsáveis e o tempo necessário para sua implementação, o plano de ação descreve os seus indicadores, os problemas que prejudicam a sua consecução e a análise das causas desses problemas, além das contramedidas para minimizá-las e dos objetivos traçados. Os indicadores utilizados no acompanhamento dos processos envolvidos e na identificação de fragilidades são exibidos no quadro a seguir.

Indicadores referentes à gestão de pessoas

Nome Tipo Responsável pela coleta

do indicador Memória de cálculo/ Conceituação

Meta 2012 (%)

Result. 2012 (%)

Nota individual média dos servidores no SIADI(1)

Eficácia Cogep Não há 4,00 4,16

Índice de servidores capacitados

Eficácia Cogep Nº de servidores capacitados/Total de servidores) x 100

100,00 75,76

Rotatividade (turnover das vagas providas em 2012)

Eficácia Cogep Nº de novos servidores do concurso de 2012 que saíram do Inmetro/Nº de vagas providas no concurso) x 100

0,00 1,00

Taxa de frequência de acidentes com afastamento

Eficácia Sesao Nº de acidentes (pessoal próprio e contratado) com afastamento do trabalho, por miH(2)/horas de exposição ao risco no período

1,43 (unidade/

miH2) 3,57

Taxa de gravidade Eficácia Sesao Nº de dias perdidos e debitados devido a acidentes (pessoal próprio e contratado) por miH2/horas de exposição ao risco

8,00 (unidade/

miH2) 10,00

Fonte: Resposta apresentada pela Cogep. (1) SIADI: Sistema de Avaliação de Desempenho Individual. (2) miH: milhão de horas.

O gestor enviou, ainda, a esta equipe indicadores de eficácia relativos a acompanhamento de estágio probatório, progressão funcional, remoções, retribuições por titulação e gratificação por qualificação, entrevista de desligamento, programa de estágio e capacitação, além de outros relacionados a saúde e segurança no trabalho. As determinações do TCU e as recomendações da CGU, conforme está registrado em item próprio deste relatório, não foram implementadas em sua totalidade no exercício de 2012, em que pese a informação de que estas são transmitidas e acompanhadas pelo presidente do Inmetro, nas reuniões de diretoria e coordenação, e têm seu cumprimento estritamente observado pelas unidades organizacionais. ##/Fato##

2.6 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

11

A fim de atender ao estabelecido pelo Tribunal de Contas nesse item, e avaliar os Controles Internos Administrativos relacionados à gestão das transferências de recursos da UJ, foram analisados os convênios firmados pelo Inmetro no âmbito da Rede Brasileira de Metrologia Legal - Inmetro (RBMLQ-I) e aqueles celebrados pela UJ em 2012 com a Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM), no Rio de Janeiro, e com a Associação Rede Metrológica do Rio Grande do Sul (ARMRS), nesse Estado, com o objetivo de verificar as seguintes questões:

a) a atuação do Inmetro para garantir o alcance dos objetivos definidos nos convênios;

b) a atuação do Inmetro para fiscalizar a execução do objeto do convênio, inclusive quanto à utilização de verificações físicas e presenciais;

c) a atuação do Inmetro para analisar a prestação de contas dos convenentes; d) a qualidade e a suficiência dos controles internos administrativos instituídos pela

UJ relacionados à gestão das transferências, incluindo a avaliação da suficiência das estruturas de pessoal e tecnológica para a gestão das transferências;

e) com relação ao convênio celebrado com a SBM, a regularidade de sua celebração e da aplicação dos seus recursos; e

f) no tocante ao convênio celebrado com a ARMRS, sua formalização legal, sua oportunidade e a fiscalização exercida pelo Inmetro/RS.

A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise das Transferências Concedidas pela UJ durante a gestão 2012 por meio do Acompanhamento Permanente da Gestão (APG), conforme Relatórios nº 201204606 (CGU/R-RJ) e 201204609 (CGU/R-RS), cuja síntese está registrada no presente trabalho de auditoria anual de contas. Já a análise relativa à RBMLQ-I está retratada neste campo do relatório, mas foi mais bem detalhada em item específico dos achados de auditoria do presente relatório de auditoria anual de contas. Nesse contexto, o resultado dos exames evidenciou a seguinte situação exposta a seguir: a)Objetivo do convênio: Descrição Total Quantidade total de transferências vigentes em 2012 38 Volume total de recursos de transferências em 2012 (R$) 445.072.699,01 Quantidade analisada 26 Volume de recursos avaliados (R$) 349.036.215,09 Quantidade em que foi detectada alguma irregularidade (R$) 9.886.000,00 Fonte: Portal de Convênios, Relatório de Gestão de 2012 do Inmetro e processos referentes aos convênios celebrados com a SBM e a ARMRS.

Nos convênios da RBMLQ-I, foi verificado que a implementação do Sistema de Gestão Integrada (SGI) em toda a Rede fortaleceu a atuação do Inmetro para garantir o alcance dos objetivos definidos nos convênios. Entretanto, foi identificada a necessidade de melhorias quanto aos seguintes aspectos: realização de estudo detalhado acerca do potencial de arrecadação de cada estado, edição de portaria com os critérios para aprovação dos valores propostos nos planos de aplicação e inserção de cláusula contendo a previsão de destinação do saldo remanescente ao fim da vigência do convênio.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

12

No convênio com a SBM, identificamos aprovação de termo de referência sem orçamento detalhado dos serviços, falta de especificação detalhada das horas técnicas envolvidas no plano de trabalho e ausência das listas de presença em instrumento que tinha por objeto a cooperação técnico-científica para ampliar a difusão da cultura da metrologia e avaliação da conformidade das empresas. No tocante à ARMRS, a equipe da regional do Rio Grande do Sul apontou ausência de planilhas de custos, celebração de convênio por valor unitário superior ao que havia sido proposto pela ofertante e pagamento de rescisões trabalhistas às expensas do convênio relativas a empregados admitidos anteriormente a sua celebração. b) Fiscalização física e presencial: Quantidade de transferências vigentes no exercício 42 Quantidade de transferências em que havia a previsão de fiscalização 26 Quantidade de transferências que foram fiscalizadas de forma física e presencial 26 Fonte: Relatório Anual da Auditoria Interna (Raint) de 2012.

Para os convênios da RBMLQ-I, a fiscalização in loco é realizada pela Auditoria Interna do Inmetro. Além das 26 ações de fiscalização previstas no Relatório da Auditoria Interna (Raint), que abrangeram todos os convênios da Rede, foram realizadas três auditorias extraordinárias. c) Prestação de Contas Quantidade de transferências vigentes em 2012(1) 42 Quantidade de transferências com a situação “aguardando prestação de contas” (A) 0 Quantidade de transferências com a situação “prestação de contas em análise” (B) 2 Quantidade de transferências com a situação “aprovadas” (C) 40 Quantidade de transferências com a situação “desaprovadas” (D) 0 Quantidade de transferências com a situação “omissão de prestar contas” (E) 0 Quantidade de TCEs instauradas(2) 3 Fonte: Relatório de Gestão de 2012 do Inmetro. (1) A+B+C+D+E. (2) Daquelas em que houve desaprovação ou omissão.

A partir de 2012, todas as prestações de contas dos órgãos da RBMLQ-I passaram a ser enviadas e analisadas por meio do Sistema de Gestão Integrada (SGI). Por intermédio do sistema é possível analisar se a execução da despesa está sendo realizada conforme determinado no plano de aplicação, o que é uma das condições de repasse para a liberação das parcelas subsequentes.

Os dois convênios que ainda estão em análise são aqueles celebrados com o IMEQ/MA e o IPEM/RN no âmbito da RBMLQ-I. As inconformidades nas contas apresentadas estão sendo saneadas com orientação do Serviço de Contabilidade do Inmetro. No Inmetro, durante o exercício de 2012, não houve ocorrência de inadimplência nos convênios firmados com entidades privadas sem fins lucrativos e Órgãos Públicos em face de todos os acordos estarem dentro do prazo regulamentar, conforme informação do gestor no Relatório de Gestão. Portanto, com relação aos convênios celebrados com a SBM e com a ARMRS, não foram identificadas inadequações nas prestações de contas.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

13

d) Avaliação das Prestações de Contas Quantidade de prestações de contas vigentes 42 Quantidade de prestação de contas avaliadas 5 Quantidade de prestação de contas em que foi detectada irregularidade 0 Fonte: Relatório de Gestão de 2012 do Inmetro e processos referentes aos convênios da SBM e da ARMRS.

Por ocasião do monitoramento da gestão de 2012, consubstanciada no Relatório nº 201204606, foram realizadas verificações nas prestações de contas de quatro convênios celebrados com a SBM, em que se observou que a entidade apresentou maior atuação sobre as prestações de contas apresentadas pela SBM. Com a implantação do Sistema de Gestão Integrada – SGI no final do exercício de 2011 e a sua implementação integral durante o exercício de 2012 o Inmetro reduziu as ocorrências de inadimplências nos convênios firmados com a RBMLQ-I. Realizamos testes específicos no convênio firmado com o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro (IPEM/RJ), no qual não houve identificação de problemas. e) Controles internos administrativos da gestão de transferências (estrutura de pessoal e tecnológica) Com relação aos convênios da Rede, verificamos que a ampliação da utilização do SGI e a atuação da Coordenação-Geral da Rede (Cored) demonstram os avanços no controle das transferências. Entretanto, deve ser dado destaque para a necessidade de (i) ampliação da transparência dos repasses realizados pelo Inmetro e das despesas executadas pelos órgãos delegados, e de (ii) melhorias no sistema, especialmente quanto à integração com o Siafi, com o Siconv e com os trabalhos de análise da regularidade da aplicação dos recursos realizados pela auditoria interna e pelas áreas técnicas, com a possibilidade de acesso aos registros dessas análises por meio do próprio SGI. Consideramos que a ampliação da abrangência do sistema será uma consequência do seu amadurecimento, o que será acompanhado por esta regional. Nos demais convênios, cumpre informar que cabe às diretorias responsáveis pelos convênios verificar a observância dos prazos e promover as cobranças das prestações de contas em atraso. Contudo, esses exames sobre os convênios celebrados com a SBM e a ARMRS não foram previstos, pois tal trabalho consistiu em avaliar a regularidade da formalização dos instrumentos e da aplicação dos seus recursos. ##/Fato##

2.7 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, neste item foram consideradas as seguintes questões de auditoria: (i) os processos licitatórios realizados na gestão 2012 foram regulares? (ii) os processos licitatórios e as contratações e aquisições feitas por inexigibilidade e dispensa de licitação foram regulares? (iii) os critérios de sustentabilidade ambiental foram utilizados na aquisição de bens e na contratação de serviços e obras? (iv) os controles internos administrativos relacionados à atividade de compras e contratações estão instituídos de forma a mitigar os riscos? Nesse contexto, foram utilizados os critérios de materialidade, relevância e criticidade como metodologia para escolha da amostra, resultando em uma amostragem não

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

14

probabilística, a qual não possibilita a extrapolação das conclusões obtidas a partir dos processos analisados para o universo das contratações realizadas pelo instituto no exercício em análise. No que tange à verificação da utilização de critérios de sustentabilidade ambiental, foram selecionados processos das áreas de tecnologia da informação (TI) e obras. a) Licitações (pregões, concorrências, tomadas de preços e convites) A amostra de licitações envolveu a análise de quatro pregões. O primeiro deles, Pregão nº 09/2012, promovido pela sede, tratou da aquisição de oito sistemas de inspeção e verificação de medidores de energia eletromecânicos e eletrônicos, no valor total de R$ 4.600.000,00 (quatro milhões e seiscentos mil reais). A unidade informou que, por razões de ordem técnica, adquiriu todos os equipamentos componentes dos sistemas de único fornecedor e, a despeito da possibilidade de se obter o valor de cada equipamento, com vistas a possibilitar comparação entre os valores orçados pelos licitantes com os valores praticados no mercado, o orçamento por item não foi exigido, mas tão somente o valor do sistema como um todo, em detrimento ao disposto no artigo 40, parágrafo 2º, inciso II da Lei nº 8.666/1993. A falha na justificativa do custo envolvido na contratação já foi registrada em nota de auditoria por esta controladoria quando da auditoria de contas de 2010 no Inmetro (NA nº 201109372/04). Trata-se de falha de baixo impacto, e o acompanhamento da respectiva recomendação continua a ser realizado pela CGU. Analisou-se também o Pregão nº 23/2012 conduzido pela sede, referente à locação de veículos com motoristas para o Inmetro no Estado do Rio de Janeiro. A unidade não cumpriu a recomendação exarada por esta controladoria, quando da auditoria de contas de 2010 (item 1.2.4.1), no sentido de que se realizasse estudo com o objetivo de apurar a real necessidade de serviço de transporte, pois o Inmetro procedeu à nova licitação para contratação desse serviço sem que o devido estudo que lhe orientasse a delimitação do objeto fosse realizado. Dessa forma, não se pode garantir que os 31 veículos contratados pelo Inmetro em 2012 sejam a quantidade necessária, nem que a franquia contratada de 3.000 km por mês seja a mais adequada do ponto de vista econômico. O mesmo problema foi encontrado nos serviços de transporte da Superintendência do Inmetro no Estado de Goiás (Surgo). Em 2012, ao cabo do Pregão nº 02/2012, a unidade, que segundo o termo de referência do certame possui frota de 55 veículos, contratou 30 motoristas sem que o devido estudo para a definição precisa desse objeto fosse realizado. Cabe o registro de que a Surgo mantém serviços terceirizados de abastecimento e manutenção de sua frota por meio do Contrato nº 01/2013. Este contrato sucedeu o de nº 15/2012, celebrado após a Dispensa nº 52/2012, que foi analisada por esta equipe, conforme item b) a seguir. O exame dos Pregões nº 23/2012 (sede) e 02/2012 (Surgo) também permitiu constatar falhas nas justificavas apresentadas pelos respectivos pregoeiros para desclassificações por inexequibilidade. As referidas falhas denotam a necessidade de aprimoramento dos procedimentos licitatórios da UJ, conforme abordagem em nota de auditoria. Por fim, procedeu-se ao exame do Pregão nº 87/2012, conduzido pela Superintendência do Inmetro no Rio Grande do Sul (Surrs), cujo objetivo foi contratar serviços técnicos especializados na área de TI a fim de suportar o Sistema de Gestão Integrada (SGI), responsável pela gestão da RBMLQ-I. Constatou-se que o edital apresentou cláusula restritiva, cuja excepcionalidade não restou comprovada nos autos, ao requerer, como

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

15

condição de habilitação técnica, comprovação de experiência 25% maior que a necessidade apontada para a contratação.

Resumo das licitações

Quantidade total de

licitações

Volume total de recursos de

licitações (R$)

Quantidade avaliada

Volume de recursos avaliados

(R$)

Quantidade em que foi

detectada alguma

irregularidade

Volume dos recursos em que

foi detectada alguma

irregularidade (R$)

177 36.348.763,05 4 11.255.998,00 4 11.255.998,00 Fonte: Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (DW-Siasg).

b) Dispensa de licitação Foi analisada a Dispensa nº 52/2012, e, conforme detalhado em item específico deste relatório, foi verificado que o serviço de manutenção e abastecimento da frota de veículos da Surgo foi contratado sem comprovação da realização de ampla pesquisa estimativa de preços. Desse modo, foi verificada a necessidade de aprimoramento do processo de definição do preço de referência para as contratações na superintendência. Além disso, foi verificado que a dispensa emergencial foi causada por falhas na fiscalização e nos controles dos pagamentos do Contrato nº 08/2009, sendo necessária a apuração de responsabilidade. Da análise da execução do Contrato nº 15/2012, resultante dessa dispensa, foi constatado que a Surgo mantém, em sua frota, veículos antieconômicos, em desacordo com o que dispõe o art. 24 da Instrução Normativa SLTI nº 3, de 15/05/2008. Foram identificadas, ainda, inconsistências nos registros do sistema de manutenção fornecido pela empresa contratada, não havendo garantia de que os registros constantes do sistema reflitam os serviços que de fato foram realizados, conforme detalhado em item específico deste relatório.

Resumo das dispensas

Quantidade total de

dispensas

Volume total de recursos de

dispensas (R$)

Quantidade avaliada

Volume de recursos

avaliados (R$)

Quantidade em que foi detectada

alguma irregularidade

Volume dos recursos em que

foi detectada alguma

irregularidade (R$)

650 22.598.754,66 1 405.769,15 1 405.769,15 Fonte: Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (DW-Siasg).

c) Inexigibilidade de licitação Quanto à regularidade dos processos de inexigibilidade foram examinados quatro processos, sendo que em dois deles, selecionados mediante critérios de relevância e materialidade, observou-se que todos os procedimentos adotados estavam compatíveis com a legislação aplicável e orientações emanadas pelos órgãos de controle. Entretanto, em outros dois processos, com valores financeiros de menor monta, selecionados pelo critério de criticidade, constatou-se a existência de falhas quanto à comprovação de exclusividade do fornecedor, à ausência de pareceres técnico e jurídico, além da ausência de detalhamento do objeto e de justificativa para o custo da contratação. A CGU já havia identificado falhas em processos de inexigibilidade na

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

16

auditoria de contas de 2010. As respectivas recomendações encontram-se em processo de monitoramento.

Resumo das inexigibilidades

Quantidade total de

inexigibili-dades

Volume total de recursos de

inexigibilidades (R$)

Quantidade avaliada

Volume de recursos avaliados

(R$)

Quantidade em que foi

detectada alguma

irregularidade

Volume dos recursos em

que foi detectada alguma

irregularidade (R$)

325ª 118.718.279,87 4 584.567,99 2 21.945,30 Fonte: Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (DW-Siasg). (a) Do total de processos de inexigibilidade registrados no DW-Siasg, há 223 referentes a credenciamentos de empresas para a prestação de serviços técnicos de ensaios metrológicos, os quais não fizeram parte do escopo dos trabalhos de auditoria de contas.

d) Compras sustentáveis No que tange à verificação da utilização de critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e na contratação de serviços e obras, a metodologia consistiu em selecionar, de acordo com os critérios de materialidade e relevância, alguns procedimentos licitatórios, destacando-se as aquisições e contratações relacionadas a tecnologia da informação e obras, a fim de propiciar uma análise e relatoria mais setorizada e precisa das possíveis constatações e/ou boas práticas levantadas.

Resumo das compras sustentáveis

Área

Quantidade de processos

de compra na gestão 2012

Quantidade de processos de

compra selecionados

para avaliação

Quantidade de processos (dos

avaliados) dispensados de

aplicar a legislação de

compras sustentáveis

Quantidade de processos (dos avaliados) em

conformidade com a legislação de

compras sustentáveis

Quantidade de processos (dos avaliados) em

desconformidade com a legislação de

compras sustentáveis

TI 9 1 0 0 1 Obras 6 2 0 2 0 Fonte: Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (DW-Siasg) e Relatório de Gestão de 2012 do Inmetro.

Do exame dos processos selecionados, observou-se que no exercício de 2012 os editais de licitações na área de obras contiveram cláusulas com requisitos relativos à sustentabilidade ambiental. Entretanto, o mesmo não ocorreu para as aquisições de bens de tecnologia de informação, conforme se depreende do exame do Pregão Eletrônico nº 62/2012, equivalente a 69% do total dos gastos efetuados nessa área. Em relação ao assunto, a unidade informou a adoção de critérios de sustentabilidade ambiental para as licitações a serem realizadas durante o exercício de 2013, configurada na exigência de requisitos tais como requisição de certificações e padrões, de modo a atender o estabelecido na respectiva normatização do Ministério do Planejamento. e) Controles internos administrativos da gestão de compras A avaliação quanto à estrutura de controles internos da unidade jurisdicionada com vistas a garantir a regularidade das contratações foi realizada e encontra-se consignada em item específico do presente relatório. Face ao exposto, a análise da amostra permite concluir pela inadequação parcial dos procedimentos adotados pelo Inmetro nos certames analisados, com relação à

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

17

regularidade dos procedimentos de contratação, evidenciando a necessidade de aprimoramento dos controles internos aos ditames legais, com vistas a conseguir maior aderência às disposições contidas na Lei nº 8.666/93 e na jurisprudência do Tribunal de Contas da União. ##/Fato##

2.8 Avaliação da Gestão do Uso do CPGF

Com o objetivo de atender ao estabelecido pelo TCU no tocante ao uso do cartão corporativo, consideramos as seguintes questões de auditoria: (i) Os cartões de pagamento foram instituídos e estão sendo utilizados em consonância com as disposições dos Decretos nº 5.355/2005 e nº 6.370/2008? (ii) A estrutura de controles internos administrativos garante o regular uso dos cartões de pagamento? (iii) existem normativos internos que definem os responsáveis por seu acompanhamento (concessão, fiscalização e prestação de contas)? Para a realização desse exame, analisamos as aquisições utilizadas por três portadores, de um total de 22, levantados no Portal da Transparência, as quais atingiram o montante de R$ 69.607,48, frente ao total de R$ 136.292,98, conforme tabela a seguir:

Transações realizadas com o cartão corporativo

Descrição/Modalidade Fatura Saque Total Quantidade de transações do exercício 351 15 366 Volume total de recursos (R$) 126.760,20 5.920,00 132.680,20 Quantidade avaliada 170 4 174 Volume de recursos avaliados (R$) 66.637,48 2.970,00 69.607,48 Quantidade com alguma irregularidade 0 0 0 Volume de recursos com alguma irregularidade (R$) 0,00 0,00 0,00 Fonte: Portal da Transparência.

Das análises realizadas nos processos de prestação de contas dos portadores do cartão corporativo, observamos o que segue:

a) este é utilizado exclusivamente pelo portador nele identificado e somente na aquisição de materiais e na contratação de serviços enquadrados como suprimento de fundos, conforme comando dos Decretos nº 5.355/2005 e 6.370/2008;

b) sua utilização se destina apenas a despesas de pequeno vulto, conforme o previsto no art. 45 do Decreto nº 93.872/1986;

c) os processos de prestação de contas contêm extrato emitido pela instituição financeira, além dos recibos e das notas fiscais que comprovam os gastos efetuados;

d) não existem disparidades entre as informações prestadas no Relatório de Gestão de 2012 e as extraídas do Portal da Transparência; e

e) o Manual da CGU e as normas NIG-DIRAF-004 e FOR-DIRAF-089, 090 e 143, emitidas pela Diretoria de Administração e Finanças (DIRAF), são utilizadas na orientação do uso do cartão corporativo.

Durante os trabalhos de campo, o Diretor de Administração e Finanças substituto enviou organograma no qual estão definidos cinco responsáveis pelos CPGFs utilizados nos gastos de quinze unidades organizacionais, e informou que, como sistemática que assegura a tempestividade de atividades/procedimentos sensíveis ou com prazos, são enviados avisos formais de cobrança no descumprimento de prazos e na devolução provocada por compras indevidas ou saques não utilizados. ##/Fato##

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

18

2.9 Avaliação da Gestão de Passivos sem Previsão Orçamentária

Não foi encontrado nenhum valor registrado nas contas contábeis pertinentes, ratificando esta situação, a unidade informou que, apesar das restrições orçamentárias estabelecidas pelo governo federal, implantou procedimentos internos no sentido de equacionar os gastos, não assumindo compromissos sem a devida cobertura contratual e saldo de empenho. Da análise efetuada pela equipe, foi possível corroborar as informações da UJ. ##/Fato##

2.10 Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item consideraram-se as seguintes questões de auditoria por tema: Tema 1 - PDTI [(i) O PDTI abrange o conjunto mínimo de itens definido no modelo de referência do Guia de Elaboração de PDTI do SISP? (ii) O PDTI está sendo efetivo para direcionar as ações de TI? (iii) O PDTI está alinhado com os objetivos do negócio do órgão definidos no Plano Estratégico Institucional (PEI)?]; Tema 2 – Recursos Humanos [ O órgão mantém independência em relação aos empregados das empresas contratadas?]; Tema 3 - Política de Segurança da Informação [O órgão definiu e documentou a Política de Segurança da Informação e Comunicação - POSIC, com apoio da alta gestão da UJ, em conformidade com as recomendações do GSI e normas aplicáveis?]; Tema 4 - Desenvolvimento de Software [O órgão definiu, documentou e implantou um processo de desenvolvimento software, utilizando padrões de gestão para o monitoramento dos projetos de desenvolvimento e adotando métricas para mensuração de esforço e custo relacionadas a entrega de produtos?]; Tema 5 - Contratações de TI [(i) As contratações de Soluções de TI, realizadas no período de exame, foram baseadas nas necessidades reais do órgão/entidade, estão alinhadas com o PDTI ou documento similar e estão em conformidade com a IN04 2010 da SLTI? (ii) Os processos licitatórios para contratação de Soluções de TI foram baseados em critérios objetivos, sem comprometimento do caráter competitivo do certame, e realizados preferencialmente na modalidade pregão, conforme dita a IN04 2010 da SLTI? (iii) Os controles internos adotados para gestão do contrato foram suficientes e adequados para garantir, com segurança razoável, a mensuração e o monitoramento dos serviços efetivamente prestados, segundo a IN04 2010 da SLTI? O Inmetro ainda não formalizou o seu planejamento de TI, dispondo apenas de uma versão preliminar do documento. O fato já havia sido constatado por esta controladoria por ocasião da auditoria anual de contas de 2010. Tampouco o planejamento estratégico do Inmetro destaca a gestão de TI, o que representa uma fragilidade, tendo em vista a posição estratégica que a tecnologia da informação ocupa nas organizações atuais. Ressalte-se que o planejamento institucional do Inmetro foi consultado em seu site, já que não foi apresentado formalmente. Cabe notar que a Superintendência do Inmetro do Rio Grande do Sul (Surrs) possui o seu próprio plano diretor de TI (PDTI). Verifica-se, na prática, que o planejamento de TI no Inmetro é descentralizado e que não há uma coordenação central de TI. O assunto é abordado em item específico deste relatório, de onde consta a recomendação de elaborar um PDTI único que abarque todos os processos de TI do Inmetro, bem como a realização de estudo que justifique a manutenção da descentralização da gestão do SGI na Surrs.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

19

A política de segurança da informação e comunicações (PoSIC) também não foi implementada pela Ctinf, fato igualmente apontado na auditoria de contas de 2010. Na Surrs, o tema é tratado pela norma NIT-Surrs-029; embora seu teor não configure uma PoSIC, o documento estabelece boas práticas de segurança. Com o objetivo de obter uma padronização a respeito do tema na UJ, em item próprio do presente documento, esta equipe também recomenda a unificação da PoSIC no Inmetro. A metodologia utilizada para desenvolvimento de sistemas na Surrs aplica o modelo cascata, sendo a mensuração de esforço aferida em horas, e a remuneração dos serviços, atrelada a níveis mínimos de serviços exigidos (NMSE). Já a Superintendência do Inmetro em Goiás (Surgo) é responsável pelo PSIE – Portal de Serviços do Inmetro nos Estados (http://servicos.inmetro.rs.gov.br/), e adota para o desenvolvimento do portal a metodologia XP (extreme programming). Segundo informações da Ctinf, ela adota modelos baseados em SCRUM para o desenvolvimento de novos sistemas, e em BMPS para a manutenção de sistemas. Segundo a Ctinf, o instituto também não possui processo de trabalho formalizado específico para a contratação de bens e serviços de TI, conforme apontado na referida auditoria de 2010, muito embora informe que suas contratações de TI sigam as diretrizes da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento e as orientações contidas no guia de boas práticas em contratação de soluções de tecnologia da informação do TCU. Nesse aspecto, a amostra selecionada consistiu do pregão realizado pela Surrs para a contratação de manutenção e desenvolvimento do Sistema de Gestão Integrada (SGI), a principal ferramenta da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ-I). A contratação está alinhada com o PDTI da superintendência e verificou-se no processo que a unidade aferiu os NMSE quando dos pagamentos de dezembro/2012 e janeiro/2013 à contratada, evidenciando um razoável mecanismo de acompanhamento e controle dos contratos. Todavia, foi verificada no edital a inclusão de critérios de habilitação técnica que comprometeram o caráter competitivo do certame. O fato foi tratado em item próprio deste relatório. Em virtude da morosidade na apresentação de informações por parte da UJ, restou prejudicada a análise sobre a estratégia de independência do Inmetro com relação às empresas contratadas para manutenção. Contudo, conforme manifestação do gestor, há previsão contratual de que a contratada deve ceder à contratante a documentação completa, bem como a propriedade intelectual em caráter definitivo dos sistemas desenvolvidos e resultados produzidos em face da respectiva licitação. ##/Fato##

2.11 Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, neste item foram consideradas as seguintes questões de auditoria: (i) Existe estrutura de pessoal e tecnológica capaz de gerenciar bens imóveis da União, próprios ou locados de terceiros, que estejam sob responsabilidade da UJ? (ii) Todos os imóveis geridos pela unidade estão registrados no SPIUnet (bens de uso especial)? (iii) Todos os imóveis geridos pela unidade estão com data de última avaliação superior a 2008? (iv) Existem demonstrativos que evidenciem as memórias de cálculos e os principais critérios adotados para reavaliações e valorizações/desvalorizações dos imóveis sob responsabilidade da unidade? (v) Os

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

20

gastos realizados com a manutenção dos imóveis da União são proporcionalmente mais representativos que os gastos com a manutenção de imóveis locados de terceiros ? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na avaliação por amostragem não aleatória, depois de realizado o levantamento de todos os bens especiais existentes.

Quantidade de bens especiais

Localização Quantidade total de imóveis de uso especial sob a responsabilidade da UJ 2011 2012

Brasil 57 59 Exterior 0 0 Fonte: Sistema SPIUnet.

Do exame dos registros no sistema SPIUnet, observou-se que todos o imóveis próprios da União geridos pela unidade estão registrados. Contudo, a unidade não realiza registro os imóveis locados de terceiros. Questionada quanto à ausência desse registro, foi informado que faltam os elementos necessários à alimentação do sistema, situação que, segundo informou o gestor, deverá ser sanada, com o levantamento das informações e posterior registro no sistema. Da mesma forma, não se verificou existência de saldo de contas de imóveis não registrados no SPIUnet. Foi ainda observada a existência de discrepâncias entre os dados apresentados no Relatório de Gestão e os constantes do sistema SPIUnet. Os quantitativos de imóveis registrados nos quadros A.7.1 e A.7.2 apresentados no Relatório de Gestão, para os exercícios de 2011 e 2012, não conferem com os dados constantes do SPIUnet, conforme evidencia o quadro abaixo:

Divergência entre SPIUNET e RG

Ano Dados do Relatório de Gestão Dados do SPIUnet

2011 58 57

2012 57 59 Fonte: Sistema SPIUnet e Relatório de Gestão 2012

Também foram detectadas divergências nas informações relativas ao regime de utilização, data da avaliação e ao valor do imóvel registrado no SPIUnet.

Regime de utilização

RIP Relatório de Gestão SPIUnet

139003825002 21 - Uso em Serviço Público 04 - Cessão – Outros

3597000295001 11 – Em regularização - Entrega 13 -Entrega – Administração Federal Direta

921005055008 11 - Em regularização – Entrega 13 - Entrega – Administração Federal Direta

4733000635009 21 - Uso em Serviço Público 05 - Cessão p/ Pref., Estados e outras Entid.

s/Fins Lucrativos

5833011055000 21 -Uso em Serviço Público 03 -Cessão Administração Federal Indireta

8801004135000 11 - Em regularização – Entrega 13 - Entrega – Administração Federal Direta

8161000545009 11 - Em regularização – Entrega 13 - Entrega – Administração Federal Direta

6155000075007 11 - Em regularização – Entrega 13 - Entrega – Administração Federal Direta

Diferenças quanto à data de avaliação

RIP Relatório de Gestão SPIUnet

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

21

601000695005 30/12/2012 29/11/2012

3597000295001 30/12/2012 29/11/2012 1389003875004 30/12/2012 29/11/2012 9221000275004 30/11/2012 29/11/2012

921005055008 30/12/2012 30/11/2012 415000215000 30/12/2012 30/11/2012 427007525009 30/12/2012 30/11/2012

2051002375007 30/12/2012 30/10/2012 1153000775005 30/12/2012 30/11/2012 1219001605002 30/12/2012 30/11/2012

7435000075007 31/12/2012 30/12/2012

Diferenças quanto ao valor do imóvel

RIP Relatório de Gestão (R$) SPIUnet (R$) 601000695005 2.486.946,85 2.595.942,27

5413000155009 97.727,01 93.632,76 9051003005007 475.805,03 415.805,03

5833011055000 381.431.365,15 371.696.970,48 8801005855007 876.825,05 835.000,00 8841003075003 177.405,59 177.450,59

As divergências supramencionadas não tiveram as justificativas e esclarecimentos apresentados tempestivamente pelo Inmetro. Outrossim, não foi possível fazer uma avaliação quanto às despesas de manutenção e reformas realizadas no âmbito da unidade, quer seja em imóveis próprios, quer seja nos imóveis locados, posto que a unidade não forneceu as informações solicitadas em 24/04/2013 e 02/05/2013, reiteradas em 08/05/2013. Cabe ressaltar que o quadro A.7.3 - Discriminação dos Bens Imóveis de Propriedade da União sob responsabilidade da UJ, não apresentou valores na coluna referente às despesas com manutenção. Observou-se que a UJ atualiza os valores dos imóveis mediante adoção do índice IPCA e que todos imóveis possuem atualização posterior a 2008. Por fim, verificamos que no organograma da Diretoria de Administração e Finanças estão inseridos a Divisão de Operações e o Serviço de Patrimônio (SEPAT), que, juntos, são responsáveis pelos bens patrimoniais do Inmetro. O Sepat segue as orientações contidas NIE-DIRAF-019, que versa sobre o cadastro dos bens imóveis no Sistema SPIUnet. Contudo, podemos entender que a estrutura de controles internos administrativos apresenta a necessidade de aprimoramentos, haja vista as divergências identificadas, bem como a própria impossibilidade de a unidade fornecer os dados relativos às despesas com reformas e manutenção de imóveis próprios e locados, fato que nos levou a tratar o assunto no âmbito de uma nota de auditoria. ##/Fato##

2.12 Avaliação da Gestão Sobre as Renúncias Tributárias

Com relação a renúncias tributárias, o gestor informou que esse item não se aplica ao Inmetro. ##/Fato##

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

22

2.13 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do

TCU

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do cumprimento dos acórdãos para a UJ considerando a seguinte questão de auditoria: caso haja uma determinação específica do TCU à CGU para ser verificada na AAC junto à UJ, ela foi atendida?

A metodologia consistiu no levantamento de todos os acórdãos em que haja determinação para a UJ e na qual seja citada a CGU, com posterior verificação de seu atendimento. O quadro abaixo apresenta os resultados da análise:

Situação dos acórdãos do TCU em 2012

Qtde de acórdãos com determinações à UJ em 2012

Qtde de acórdãos de 2012 com determinações à UJ em que foi citada a CGU

Qtde de acórdãos de 2012 em que houve menção para a atuação da CGU atendidos integralmente

Qtde de acórdãos de 2012 em que houve menção para a atuação da CGU atendidos parcialmente

Qtde de acórdãos de 2012 em que houve menção para a atuação da CGU não atendidos

5 0 Não se aplica Não se aplica Não se aplica

Fonte: Consultas ao sítio eletrônico do TCU na internet.

Diante do exposto, observa-se que durante o exercício 2012 não houve determinação do TCU para que a CGU verificasse o atendimento de acórdãos ao Inmetro.

##/Fato##

2.14 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do cumprimento das recomendações emitidas por ele considerando a seguinte questão de auditoria: a UJ mantém uma rotina de acompanhamento e atendimento das recomendações emanadas pela CGU especialmente quanto: à instauração de TCE, à apuração de responsabilidade e ao fortalecimento do controle interno administrativo? A metodologia consistiu no levantamento de todas as recomendações existentes e emitidas durante a gestão 2012, com posterior verificação do atendimento de parte das mesmas durante o trabalho de acompanhamento da gestão 2012 da UJ, consignado no Relatório de Auditoria nº 201304537, bem como nos presentes trabalhos de auditoria anual de contas. O quadro abaixo mostra os resultados da análise.

Recomendações da CGU Qtde de

recomendações pendentes (saldo

inicial): (01/01/2012)

A

Qtde de recomendações

emitidas em 2012 B

Qtde de recomendações

atendidas integralmente

C

Qtde de recomendações

atendidas parcialmente ou não

atendidas

Qtde de recomendações

pendentes (saldo final): (31/12/2012) D = A+B-C

37 03 05 03 35

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

23

Fonte: CGU.

Do total de 35 recomendações “pendentes”, de acordo com a coluna “D” acima, 28 correspondem aos casos em que o gestor adotou providências que estão sendo analisadas pela CGU, necessitando de verificação de sua adequação por meio de ações de controle específicas a serem realizadas, para que seja formada a opinião por parte do controle interno. Por outro lado, avaliamos a implementação de 12 recomendações ao longo do exercício sob exame e constatamos a implementação de cinco e a não implementação de sete recomendações por parte dos gestores, conforme Nota Técnica nº 2.730/2012 e Relatório de Auditoria de Acompanhamento nº 201304537, ambos enviados à UJ. Cabe destacar que a avaliação ambiental das áreas que o Inmetro ocupa no Rio de Janeiro, recomendada durante a auditoria de contas de 2010, ainda não foi concluída. Portanto a promoção das medidas necessárias à redução ou eliminação dos riscos ocupacionais, igualmente recomendada na referida auditoria, também não foi efetivada. Dado o grande lapso de tempo decorrido entre a data dessas recomendações e a data da conclusão deste relatório, entendemos que o Inmetro deve priorizar a conclusão do laudo em questão. Outra recomendação relevante registrada pela CGU quando da auditoria anual de contas de 2010 e ainda não cumprida pelo Inmetro, versa sobre a devida justificativa para o estabelecimento das quantidades dos objetos de suas contratações. Conforme informado no item “Avaliação da regularidade dos processos licitatórios da UJ” deste relatório, novamente o Inmetro não realizou estudo que embasasse o número de veículos e a franquia a serem contratados no âmbito do Pregão nº 23/2012, promovido pela sede. A ausência do devido estudo também foi identificada no Pregão nº 02/2012 da Surgo. Por fim, no que se refere à rotina de acompanhamento e atendimento das recomendações emanadas pela CGU, verificamos que a Auditoria Interna realiza a triagem e o encaminhamento aos setores competentes, ficando então a cargo de cada gestor providenciar as respostas e adotar as providências necessárias ao cumprimento das recomendações, cujo andamento é monitorado pela referida auditoria interna. Diante do exposto, observa-se que o esforço em 2012 para atender as recomendações emanadas pela CGU não foi suficiente.

##/Fato##

2.15 Avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão

Na avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão, incluída pelo órgão de controle interno, verificamos que a unidade é prestadora de serviços ao cidadão e que essa carta foi elaborada nos moldes do Decreto nº 6.932/2009, conforme análise efetuada pela equipe de auditoria.

##/Fato##

2.16 Avaliação do CGU/PAD

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

24

Com o objetivo de avaliar o Relatório de Correição, cuja avaliação foi incluída pelo órgão de controle interno, verificamos que a unidade designou o coordenador e administrador para o Sistema CGU-PAD, embora essa informação não conste do relatório de gestão. Cabe destacar, ainda, que, a partir de consulta ao CGU-PAD e resposta do gestor à nossa solicitação, levantamos um total de seis PADs e quinze sindicâncias, dos quais apenas quatro PADs e uma sindicância foram registradas. Essa situação, que não atende ao previsto no art. 2º da Portaria MDIC 121, de 20/06/2011, a qual trata da política adotada para o uso desse sistema, levou esta equipe a solicitar a correção dessa impropriedade por meio de nota de auditoria. ##/Fato##

2.17 Avaliação do Parecer da Auditoria Interna

Em avaliação incluída pelo órgão de controle interno nesses trabalhos de auditoria, verificamos que o Inmetro possui em sua estrutura organizacional uma unidade de auditoria interna e que o parecer dessa unidade contém todos os elementos previstos na DN TCU n.º 124/2012.

Verificamos também que o regimento interno da UJ define a auditoria interna como um órgão seccional em sua estrutura organizacional, com duas subdivisões, o Serviço de Auditoria Interna e o Serviço de Auditoria Externa.

##/Fato##

2.18 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas, neste item considerou-se a seguinte questão de auditoria: os controles internos administrativos instituídos garantem o atingimento dos objetivos estratégicos? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na avaliação de todas as áreas de gestão auditadas (já avaliadas em itens específicos) e dos principais macroprocessos finalísticos. A partir da avaliação comparada entre os controles internos por área de gestão e os macroprocessos finalísticos emitiu-se uma opinião sobre os componentes: ambiente de controle, avaliação de risco, procedimentos de controle, informação e comunicação, e monitoramento. Quanto ao ambiente de controle, o regimento interno do Inmetro não é claro a respeito dos responsáveis pelo acompanhamento e pela prestação de contas dos convênios e termos de cooperação celebrados pela UJ, fato que pode ser tratado como uma oportunidade de melhoria. Contudo, o gestor afirma realizar o controle por meio do portal de convênios e do acompanhamento da execução feito pelas diretorias responsáveis pela gestão dos acordos, sendo a prestação de contas encaminhada para o Serviço de Contabilidade para análise do aspecto financeiro. Além disso, a existência de um planejamento regional de TI, materializado pelo PDTI da Surrs, ante a inexistência de um planejamento global que envolva todos os processos

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

25

do TI do Inmetro representa fragilidade no ambiente de controle do instituto, fato reforçado (i) pela ausência de uma política de segurança da informação e comunicações (PoSIC) e (ii) pela falta de um processo específico para contratação de bens e serviços de TI. A citada ausência de PDTI e PoSIC afeta também o componente de avaliação de risco, posto que esses documentos contêm elementos que mitigam riscos envolvidos nas contratações e na gestão de TI. Ainda em relação ao ambiente de controle, foram constatadas falhas em contratações realizadas pelo Inmetro, tendo em vista a ausência de estudos que demonstrassem a verdadeira necessidade dos objetos contratados, e falhas na gestão dos convênios com entidades particulares e de convênios no âmbito da RBMLQ-I, cujos normativos apresentaram fragilidades. No que tange ao item procedimento de controle, conforme amostra avaliada durante monitoramento da UJ, observamos uma maior atuação do Inmetro sobre as prestações de contas apresentadas por convenente. No tocante ao componente informação e comunicação, também foram identificadas oportunidades de melhoria, tendo em vista a ausência de indicadores na gestão de aquisições. Também não foram encaminhadas evidências da existência de indicadores afetos à gestão de transferências. Por fim, foram identificadas falhas no componente monitoramento, tendo em vista a existência de recomendações da CGU e do TCU não atendidas. Desse modo, vê-se que os apontamentos deste item se referem a macroprocessos finalísticos, como o Garantia Metrológica, ou a processos que relevam para a atividade-fim da unidade, como o de Apoio, motivo pelo qual somos de opinião que não se pode afirmar que há suficiência de controles internos para o atingimento dos objetivos estratégicos. ##/Fato##

2. 19 Ocorrências com dano ou prejuízo Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário. 3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

26

Rio de Janeiro/RJ, 05 de Julho de 2013.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201306232 1 GESTÃO OPERACIONAL

1.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

27

1.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.1.1.1 INFORMAÇÃO Informações complementares sobre a ação orçamentária 4172. Fato A fim de compreender a relação do Inmetro com a ação 4172, cabe apresentar algumas informações sobre a RNP e seu orçamento. A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) é uma infraestrutura de rede Internet voltada para a comunidade brasileira de ensino e pesquisa operada pela Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (AsRNP), uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de direito privado, que tem como missão promover o uso inovador de redes avançadas no Brasil. Em 2002, a AsRNP foi qualificada como organização social. Nesse mesmo ano, celebrou com o então Ministério da Ciência e Tecnologia (atual Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI), seu órgão supervisor, contrato de gestão válido para o período 2002-2006 (prorrogado por quatro anos). O contrato de gestão vigente foi assinado em 22/12/2010 e é válido para o período 2011-2016. Ele aponta o MCTI como o órgão destinador de recursos orçamentários à RNP no valor de R$ 244.552.000,00 (duzentos e quarenta e quatro milhões e quinhentos e cinquenta e dois mil reais), o que se dá por intermédio da ação 4655 (Operação e Desenvolvimento da Internet na Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa - RNP - OS). Paralelamente a essa fonte orçamentária, o contrato de gestão prevê a captação de recursos provenientes de outras fontes a título de fomento e no âmbito de ações específicas pelo MCTI, e estima que o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde, o Ministério da Cultura, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -- gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) -- e o próprio MCTI, seriam os órgãos provedores desses recursos, cujo montante previsto foi de R$ 1.053.279.000,00 (um bilhão, cinquenta e três milhões e duzentos e setenta e nove mil reais). O envolvimento do Inmetro com a ação 4172 se inicia em 2012 e, conforme análise realizada durante o curso desta auditoria, pode ser dividido em três momentos, que passaremos a descrever a seguir. Primeiramente, houve a inclusão da ação no orçamento do Inmetro pela Lei Orçamentária Anual de 2012, quando foi prevista a dotação orçamentária de R$ 1.200.000,00. Nesse sentido, vale registrar excerto extraído do relatório de gestão de 2012 da RNP, onde se afirma que o piloto do programa “Soluções Digitais para Metrologia” “possibilitou a evolução da cooperação do Inmetro com a RNP,

propiciando a inclusão da ação 4172 do Programa Interministerial RNP no Plano

Plurianual do Inmetro até 2016. O Programa de Metrologia foi constituído em 2012 e

seu plano de trabalho está em elaboração em conjunto com o Inmetro”. Em seguida, é celebrado um termo de cooperação (Processo nº 18148/2012) entre Inmetro e MCTI, com interveniência da RNP, que sucede o Convênio nº 06/2008,

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

28

celebrado quatros anos antes entre Inmetro e RNP. O objetivo do termo de cooperação de 2012 é estabelecer a cooperação técnica, científica e administrativa, visando à conjugação de esforços para o Inmetro, permitindo a ampliação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação nos aspectos relacionados às diversas áreas da metrologia; desenvolver ações para apoiar o Inmetro nas ações de capacitação, formação e treinamento de pessoal, bem como na difusão da cultura metrológica; apoiar o Inmetro em ações de treinamento de seu pessoal técnico; apoiar o desenvolvimento de ações e projetos de pesquisa em áreas de interesse do Inmetro baseadas no uso inovador de redes avançadas, tendo os seguintes objetivos específicos:

� dotar o Inmetro de conexão ao backbone da RNP, que permita o fruir de informações, dados e conteúdos;

� apoiar processos continuados de qualificação das pessoas, voltados para o melhor uso de tecnologias, buscando garantir melhores condições de operação e uso de redes avançadas, bem como de desenvolvimento de projetos de pesquisa, certificação e avaliação de conformidade em tecnologias de informação e comunicação; e

� desenvolver ações para melhoria da eficiência e eficácia da infraestrutura de informação e comunicação do Inmetro e da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – Inmetro (RBMLQ-I).

Por fim, com a assinatura, em 04/09/2012, do 3º termo aditivo ao contrato de gestão celebrado entre o MCTI e a RNP, formaliza-se o Inmetro como uma das fontes das quais o MCTI pode captar recursos para a Rede por meio da ação 4172, após ter o instituto repassado integralmente, nos dias 27 e 28 de agosto, a dotação orçamentária (R$ 1.200.000,00) da ação 4172 para a Secretaria de Política de Informática (Sepin) do referido ministério. Em relação à execução física de 2012 da ação 4172, o Inmetro informou a realização de seis salas de telecentro, muito embora não tenha sido evidenciado que essas salas foram concluídas em 2012. Conforme informado pela Ctinf:

“As seis salas de telepresença mencionadas no Relatório de Gestão de 2012 estavam previstas no plano de trabalho original, porém, durante o exercício aconteceu um replanejamento, e a previsão foi retirada da Ação 4172 e consequentemente do Relatório de Gestão de 2012.”

De fato, importa dizer que, sendo a ação 4172 a equivalente orçamentária do termo de cooperação Inmetro/MCTI de 2012, vale o cronograma de desembolso deste documento, onde a associação entre as metas físicas e as metas financeiras é a seguinte:

Meta Quantidade Valor de repasse do

Inmetro em 2012 (R$) Conexão – DF 5 62.500,00 Conexão – RJ 21 460.000,00 Sustentabilidade de serviços 57 290.000,00 Telecentros e treinamentos 5 270.000,00 Despesas operacionais 1 117.500,00 Total 1.200.000,00

O Inmetro não evidenciou o cumprimento das metas estabelecidas no termo de cooperação Inmetro/MCTI de 2012.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

29

##/Fato##

1.1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS

1.1.2.1 CONSTATAÇÃO Ausência de estudo que justifique a manutenção da gestão do sistema de administração da RBMLQ-I (SGI) fora da sede administrativa do Inmetro, o que é agravado pela não sujeição da Surrs à orientação normativa e à supervisão técnica da Ctinf e pela inexistência de PDTI e PoSIC aplicáveis a todo o Inmetro. Fato Embora o regimento interno do Inmetro vigente em 2012 tenha atribuído à Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação (Ctinf) as atividades de “gerenciar a política de informática”; “supervisionar a infraestrutura de informática, o desenvolvimento de sistemas e o suporte e atendimento aos usuários do Inmetro” e “regulamentar a aquisição e o uso de bens e serviços de informática do Inmetro”, verificou-se que a Ctinf não exerce orientação normativa e supervisão técnica sobre a Superintendência do Rio Grande do Sul (Surrs). Verificou-se também que a Surrs possui em sua estrutura sua própria Diretoria de Informática (Diinf), unidade responsável pela principal ferramenta do instituto utilizada na gestão da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – Inmetro, o Sistema de Gestão Integrada (SGI). Ou seja, parte significativa da gestão de TI do Inmetro é mantida fora de sua sede administrativa e operacional. Além disso, em que pese a CGU ter recomendado ao Inmetro a elaboração de um PDTI e de uma PoSIC quando da auditoria de contas de 2010, a existência desses documentos foi identificada apenas na Surrs. ##/Fato##

Causa Entendimento da unidade jurisdicionada, sem estudo que a embase, de que a manutenção de um setor de TI independente da coordenação-geral de TI é benéfica para a instituição. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada De acordo com mensagem eletrônica encaminhada pela Ctinf em 29/05/2013, o novo regimento interno do Inmetro (Portaria Inmetro nº 165, de 02/04/13) centraliza as atividades de TI na Ctinf, porém a integração deverá ocorrer efetivamente somente no próximo PDTI (2015-2017). Como justificativa para a manutenção de parte significativa da gestão de TI do Inmetro na Surrs, a própria superintendência se manifestou nos seguintes termos, por meio do Memorando nº 024/Inmetro/Surrs, de 08/04/2013:

“A atual direção do Inmetro, ao assumir a gestão da Autarquia em dezembro de 2004 se deparou com uma situação precária na área de Tecnologia da Informação,

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

30

não só no próprio Inmetro sede como em toda a Rede Brasileira de Metrologia Legal e da Qualidade do Inmetro-RBMLQ-I. O Inmetro não detinha o controle de sua área de TI, praticamente era refém de uma empresa terceirizada que ganhara uma licitação por preço global quando a própria CGU estava recomendando a revogação do contrato e a realização de nova licitação por itens. De imediato reduzimos os serviços objeto de tal contrato e iniciamos a elaboração de novo edital para a contratação de serviços de TI, mesmo que contássemos com um quadro de pessoal qualificado na área de TI reduzidíssimo. As dificuldades foram enormes, editais foram impugnados, houve a alteração da legislação que disciplinava a contratação de TI e o suporte de pessoal qualificado era muito carente e mesmo diante da precariedade encontrada conseguimos contratar novas empresas com valores significativamente reduzidos. Analisando os resultados operacionais de todo o país a presidência constatou que os índices de eficiência do Inmetro RS eram radicalmente superiores aos demais estados da federação, comparando-se o PIB de cada Estado. Ao conhecer a sistemática de trabalho do RS e o sistema de TI utilizado naquele estado da federação – Sistema de Gestão Integrada – SGI, que fora desenvolvido durante anos pelos servidores do Ipem-PR que laboram junto à SURRS, especificamente para as atividades delegadas aos Ipems, com módulos jurídico, técnico e administrativo, não restou dúvida que se deveria adotar tal sistema em todo o território nacional. Quando uma equipe de fiscais do Inmetro saía para campo com computador portátil, impressora térmica, coletor de dados, nos demais estados do país as equipes ainda laboravam com blocos de papel e emitiam os documentos manualmente. No RS uma equipe chegava a efetivar 30 (trinta) verificações de instrumentos de medição por dia, quando nos outros Ipems não atingiam a 15 (quinze) unidades dia. Hoje todos os órgãos delegados estão com o SGI funcionando plenamente, o que também veio a propiciar o integral controle dos créditos do Inmetro, o que era inexistente. Tal sistema controla a emissão de GRUs em toda a RBMLQ-I, quando assumimos a gestão da Autarquia o Inmetro tinha 140.000 (cento e quarenta mil) inscrições em DA ao longo de trinta anos de sua história e arrecadava 4 (quatro) milhões ano na DA. Hoje, com o controle dos créditos, estamos com mais de 1 (Um) milhão de créditos inscritos em Dívida Ativa e arrecadamos no exercício de 2012, aproximadamente, 40 (quarenta) milhões em DA. Do mesmo modo, o SGI permitiu a recuperação dos créditos da autarquia em relação às multas aplicadas, atentando-se para o próprio relatório de contas do governo dos anos de 2008 a 2011 emitido pelo TCU, percebe-se que os níveis de eficiência do Inmetro são extremamente relevantes, chegando a atingir 89,5% de

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

31

adimplência, quando os demais entes de direito público federais não chegam a atingir 5% de recuperação dos seus créditos. A gestão adotada pela atual administração do Inmetro, adotando como política institucional a implantação do SGI em todos os órgãos delegados, utilizando-se do quadro funcional que labora junto à SURRS, diga-se, que desenvolveu o sistema, trouxe, entre outras medidas, uma radical alteração no controle e recuperação dos créditos da Autarquia, além de elevar a eficiência na geração dos recursos financeiros da entidade. A receita do Inmetro no exercício de 2004 era de, aproximadamente, 150 (cento e cinquenta) milhões de reais, quando no exercício de 2012 atingiu a cifra de, aproximadamente, 680 (seiscentos e oitenta) milhões de reais. Mas não é só! Tratando-se de sistema de TI implantado em todos os estados da federação, utilizando-se da expertise da equipe de TI da SURRS, buscou-se não só a eficiência e uniformidade de procedimentos e dos processos em toda a RBMLQ-I, evitando-se o desenvolvimento de sistemas próprios nos estados com custos elevadíssimos e em linguagens distintas do sistema do próprio Inmetro que, além da comprovada eficiência do desempenho da SURRS, como já afirmado, também não ensejava despesas ao desenvolvimento de novas metodologias. Tendo em vista a relevância da matéria e dos problemas enfrentados na área de TI do Inmetro sede, seguindo-se a prerrogativa de descentralizar as atividades e, em especial, de suporte à RBMLQ-I, como política institucional e, na forma do Regimento Inmetro da Autarquia, passou a utilizar, estrategicamente, a estrutura da SURRS e, principalmente, a base de conhecimento em TI enraizada naquela Unidade e os equipamentos e instalações para a melhoria da eficiência dos serviços prestados pelo Inmetro em todo o território nacional. Esta relevância da tecnologia da informação para o Inmetro, para toda a RBMLQ-I e para a sociedade necessita de uma robustez e redundância de controles, replicando-se na estrutura da SURRS muitas das necessidades da autarquia, como medida preventiva de segurança ao funcionamento do sistema.

Também é importante ressaltar que a existência de sistemas diversos na sede do Inmetro no RJ e na SURRS permite aferir a eficiência de cada estrutura e gera, inclusive, uma competição saudável que estimula a experimentação de novos processos, tecnologias e sistemas, sem que se fique dependente de apenas um sistema de TI. Trata-se de um princípio básico de gestão de risco, onde a complementariedade de sistemas diversos propicia uma maior segurança ao desenvolvimento de nossas atribuições legais. Deste modo, os custos com diárias e passagens para os deslocamentos a Porto Alegre se tornaram insignificantes em comparação com os custos que teríamos para contratar empresas especializadas em TI em todo o país para instrumentalizar os Órgãos delegados. (...).”

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

32

Especificamente em relação planejamento de TI, foram apresentados à CGU o PDTI 2013/2014 da Surrs e a versão preliminar do PDTI 2012/2013 da Ctinf, documento a ser validado e que deverá ser alinhado às recentes diretrizes estratégicas institucionais, sobretudo à nova estrutura regimental do Inmetro, dada pelo Decreto nº 7.938, de 19/02/13, e ao seu novo regimento interno. A coordenação estima sua conclusão para outubro de 2013. A PoSIC também não foi elaborada, conforme informado pela Ctinf, que estima sua conclusão para dezembro de 2013. Todavia, a Surrs encaminhou a norma NIT-SURRS-029, que estabelece as regras para os usuários na utilização dos equipamentos e serviços da informática, e se aplica apenas à superintendência gaúcha. A CGU questionou se o PDTI e a PoSIC a serem elaborados pela Ctinf abarcarão também a gestão de TI realizada pela Surrs e pela Surgo, unificando, assim, o planejamento de TI no Inmetro, ou se abarcarão somente a parte da gestão de TI a cargo da CTINF. A resposta foi a seguinte:

“A gestão de TI da CTINF, conforme Regimento Interno atual, abarca a TI corporativa no âmbito do Inmetro e não da Rede Brasileira de Metrologia e Qualidade.” “As atividades de desenvolvimento de sistemas nas superintendências quando a cargo da Coordenação Geral da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, que está no âmbito do Inmetro, deverão constar do PDTI e PoSIC do Inmetro, quando forem atividades da RBMLQ-I não estarão previstas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Tem-se, na prática, que o planejamento de TI do Inmetro não é centralizado na sede e que não existe uma coordenação central de TI no instituto. Não foram verificadas evidências de que tal modelo de gestão seja adequado para o Inmetro, posto que ele gera riscos de aumento nos custos fixos, como, por exemplo, os custos diretos e indiretos dos processos de contratação e de fiscalização de contratos, custos de infraestrutura física e lógica e custos de aquisição e manutenção de imóveis. Além da possível perda de economia de escala, o planejamento descentralizado associado à coordenação paralela põe em questão a integridade de dados quando integrações se fazem necessárias, podendo gerar perda de uniformidade, dificuldade na adoção de padrões, falhas de comunicação, difusão na arquitetura de TI, o surgimento de ilhas de informação e consequentes perdas de eficiência administrativa, uma vez que a Coordenação-Geral da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (Cored) e as diretorias finalísticas do Inmetro localizam-se no Rio de Janeiro, e a Surrs, vetor principal de gestão da Rede, em outro estado da federação. Nesse sentido, diferentemente do que afirmou, de maneira equivocada, a superintendência sobre o assunto, há, sim, que se considerar os custos de diárias e passagens em que o Inmetro e a Surrs incorrem tanto em relação a seus servidores quanto aos contratos de terceirização de desenvolvimento. É certo que a estrutura regimental do Inmetro estabelece que a Surrs é um órgão descentralizado, todavia, em atenção aos princípios da eficiência e da motivação, essa descentralização deve ser devidamente qualificada e sujeita a diretrizes técnicas e

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

33

normativas pelas quais a superintendência pautar sua atuação, sobretudo no que concerne à gestão do SGI. Em relação à manifestação da Surrs sobre a manutenção da gestão de parte significativa da gestão de TI do Inmetro no Rio Grande do Sul, esta controladoria não questiona, nesta ocasião, a existência de sistemas diversos na sede do Inmetro e na Surrs, nem tampouco se propõe a dependência de apenas um sistema de TI. Além disso, é clara a importância da gestão de riscos proposta pela redundância em TI, entendida esta como um procedimento que confere à organização disponibilidade de acesso por meio de ações de contingência, segurança e duplicidade, e não como um conjunto de sistemas complementares, conforme exposto pela superintendência. As atividades da Surrs podem ser desmembradas em duas vertentes principais que não se confundem: por um lado, ela está à frente de um dos mais importantes projetos estratégicos do Inmetro – o sistema SGI e o relacionamento com a RBMLQ-I –; por outro lado, ela atua como órgão delegado do Inmetro nessa rede. Portanto, independentemente de sua atuação como órgão delegado e de seus níveis de arrecadação e produtividade, releva garantir que a opção do Inmetro de se manterem projetos estratégicos descentralizados é a mais econômica. Repise-se que os eventuais altos níveis de arrecadação da Surrs não justificam, por si só, a adoção do modelo descentralizado em curso no Inmetro. O que se propõe é uma análise dos custos da descentralização das atividades estratégicas, sobretudo de TI, e não dos benefícios provenientes da atuação da superintendência como órgão delegado. A Controladoria é de opinião que a centralização do planejamento e da coordenação de TI de todo o Inmetro em sua sede deve ser avaliada pela presidência do Inmetro, pois é no Rio de Janeiro onde se localizam a Coordenação-Geral da RBMLQ-I (Cored) e as diretorias finalísticas do Inmetro, ou seja, unidades envolvidas tanto direta quanto indiretamente na gestão da RBMLQ-I e de seus desdobramentos no SGI. E, se a Surrs é considerada uma unidade de excelência, caberia multiplicar os procedimentos pelas demais unidades do Inmetro e não deslocar atribuições para a superintendência, gerando “competição” em lugar de padronização. Além disso, a delegação de atribuições promovida pelo Inmetro gerou a formação de uma estrutura que envolve 23 servidores do Ipem-PR com cargos comissionados, o que constitui outra fonte de gastos que carece de justificação quanto à economicidade. Informou a Surrs, por meio do Ofício nº 070/Inmetro/Surrs, de 08/05/2013, que os vencimentos dos servidores do Ipem-PR em exercício na superintendência são integralmente custeados pelo instituto de pesos e medidas paranaense, todavia, vale lembrar que os recursos referentes a esses vencimentos são providos pelo próprio Inmetro, via convênio de delegação de atividades metrológicas no âmbito da RBMLQ-I. Reforça a importância da citada centralização a intenção do Inmetro de ampliar o escopo de utilização do SGI. Estima-se que o sistema abarcará processos da área de patrimônio e o processo de aquisições do instituto, que, em sua grande maioria, envolvem as unidades do Inmetro de Xerém e Rio de Janeiro. O novo regimento interno do Inmetro, conforme análise desta equipe de auditoria e informação da Ctinf, prevê a centralização das atividades de TI na sede do instituto, entretanto tal medida administrativa não se verifica na prática, e estima-se que ela se efetive apenas em 2015. Entendemos que a Ctinf, juntamente com a presidência do

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

34

Inmetro, deve promover os expedientes necessários a fim de que a devida integração da gestão de TI na Surrs e na sede do Inmetro se dê ainda em 2013, e que essa vinculação se reflita no PDTI a ser concluído pela Ctinf em 2013. No que concerne especificamente ao planejamento, a manifestação da Ctinf (Ofício nº 015/13/Dplan/Ctinf) a respeito da unificação do PDTI não responde objetivamente à questão formulada pela CGU. A resposta parece estabelecer limites conceituais entre a TI no âmbito do Inmetro e a TI no âmbito da RBMLQ-I, interpretação que não pode prosperar, tendo em vista que toda a sistemática de acompanhamento dos atos e fatos da Rede se insere em sistema da lavra do próprio Inmetro; em outras palavras, a gestão de TI do Inmetro se confunde, em diversas instâncias, com a gestão de TI da RBMLQ-I. Não há, portanto, elementos que alterem o entendimento da controladoria a respeito da necessidade de se elaborar um PDTI único para o Inmetro. Nesse sentido, cabe trazer excerto do Cobit 4.1: “O planejamento estratégico de TI é necessário para gerenciar todos os recursos de TI em alinhamento com as prioridades e estratégias de negócio” (grifo nosso). Da mesma forma, entendemos que deve haver uma PoSIC para todo o Inmetro, considerando a necessidade de integração da comunicação e no tratamento das informações no âmbito do instituto. Além disso, o teor da norma NIT-SURRS-029 não configura uma PoSIC, o documento apenas estabelece boas práticas de segurança. Nesse sentido, Cobit 4.1: “A gestão eficaz de segurança protege todos os ativos de TI e minimiza o impacto sobre os negócios de vulnerabilidades e incidentes de segurança” (grifo nosso). Ressalte-se que a recomendação de se elaborarem um PDTI e ema PoSIC já foram emitidas por esta CGU em 2011, por ocasião da auditoria anual de contas do Inmetro referente ao exercício de 2010. Tendo em vista o não atendimento dessas recomendações, bem como o caráter mais abrangente desta análise, elas serão substituídas pelas recomendações propostas neste item. Em resposta ao envio do relatório preliminar, o Inmetro encaminhou a esta controladoria o Ofício nº 094/Gabin, de 28/06/2013, por meio do qual informa que as recomendações registradas neste item serão tratadas no plano de providências a ser apresentado ainda em 2013. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Realizar estudo que considere os diversos cenários possíveis a fim de avaliar a economicidade da manutenção da descentralização da gestão de TI no Inmetro. Recomendação 2: Elaborar PDTI que considere o planejamento de todos os processos de TI de responsabilidade do Inmetro e de seus órgãos descentralizados. Recomendação 3: Elaborar PoSIC que considere todas as plataformas de informação e de comunicação do Inmetro e de seus órgãos descentralizados. 1.1.2.2 CONSTATAÇÃO Critérios de qualificação técnica desproporcionais em relação ao objeto a ser contratado no edital do Pregão nº 87/2012 promovido pela Superintendência do Inmetro no Rio Grande do Sul.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

35

Fato O Pregão nº 87/2012 promovido pela Surrs teve a finalidade de contratar 40.000 horas de serviços técnicos de tecnologia da informação para desenvolvimento e manutenção, treinamento, consultoria e suporte e suporte de sistemas de informação em ambiente Oracle. A estimativa inclui um total de horas não especificado referente a dois administradores de banco de dados. Em inobservância ao art. 30, II, da Lei nº 8.666/93, e à jurisprudência do TCU, o certame estabeleceu dois critérios de qualificação técnica para a futura contratada que se revelam desproporcionais em relação ao objeto pretendido, por equivalerem a mais de 50% da quantidade necessária: comprovação de experiência de 50.000 horas de prestação do serviço estipulado em edital e de 4.000 horas de prestação de serviços de administração de banco de dados. ##/Fato##

Causa Interpretação equivocada por parte da equipe de planejamento da contratação a respeito dos dispositivos legais e da jurisprudência que regem a estipulação de quantidades mínimas para a definição de critérios de habilitação técnica. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada A justificativa para a estipulação dos critérios de habilitação técnica do pregão sob exame foi apresentada por meio da Nota Técnica nº Surrs/001/2013, de 15/05/2013. O documento destaca, entre outros pontos, a longevidade do sistema, desenvolvido há mais de 13 anos, sua abrangência, por estar implantado em todo o país, e sua complexidade, pois possui mais 1.200 forms e mais de 6.300 usuários ativos. Excerto da nota: “Pensando nesta complexidade, na continuidade do serviço prestado e o impacto – positivo ou negativo – ao sucesso da licitação e contratação, é que motivou enorme preocupação dos servidores em realizar um termo de referência, inédito para a Surrs, com tamanha complexidade técnica, forma de controle gerencial, transferência de conhecimento, documentação de sistemas, etc.” Continuando, a unidade informou que o termo de referência inicial previa 120.000 horas de experiência por parte da futura contratada, o que, após questionamentos, foi alterado para 50.000 horas. À guisa de demonstrar o suporte jurídico para o estabelecimento dos valores mínimos de qualificação técnica, a unidade apresentou decisão de 2002 do Superior Tribunal de Justiça aplicável a uma obra pública. Nela o relator conclui não se reconhecer ilegalidade na exigência de experiência anterior superior, mais intensa ou mais completa do que o objeto licitado. De acordo com a Surrs, reforça os critérios de qualificação técnica adotados no edital o Acórdão TCU nº 1.284/2003-P, cujo item 9.1.2.1.2 determina:

“9.1.2.1.2. em relação à fixação dos quantitativos mínimos já executados, não estabeleça percentuais mínimos acima de 50% dos quantitativos dos itens de maior relevância da obra ou serviço, salvo em casos excepcionais, cujas justificativas para tal extrapolação deverão estar tecnicamente explicitadas, ou no

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

36

processo licitatório, previamente ao lançamento do respectivo edital, ou no próprio edital e seus anexos, em observância ao inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal; inciso I do § 1º do art. 3º e inciso II do art. 30 da Lei 8.666/93.

O documento conclui entendendo que as exigências não implicaram descumprimento da competição do certame, pois nove empresas dele participaram. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Primeiramente cabe esclarecer que a redução do total de 120.000 horas para 50.000 horas de comprovação de experiência da empresa se deu em virtude de impugnação ao edital. Em relação à jurisprudência apresentada, cabe registrar o equívoco na interpretação da unidade acerca do Acórdão nº 1.284/2003, do plenário do TCU. O item 9.1.2.1.2 indica, para o caso de que ele trata, o limite máximo de metade das quantidades dos itens de maior relevância da obra ou serviço, e não o limite máximo de 1,5 dessas quantidades. Esse entendimento pode ser visto no Acórdão nº 397/13-Plenário, de cujo teor reproduzimos o seguinte excerto:

33.4. Ora, o objeto licitado - unidades habitacionais para população de baixa renda (casas populares) - não apresenta peculiaridade alguma que justifique a exigência de comprovação da execução de obra em quantitativo equivalente a cerca de 98% (noventa e oito por cento) do objeto licitado. [...] 33.12. Nesse diapasão, esta Corte não tem aceitado que se estabeleçam exigências excessivas, que possam restringir indevidamente a competitividade dos certames (...). 33.13. Diversos julgados do Tribunal corroboram esse posicionamento, dentre os quais se podem mencionar os Acórdãos nºs 1.284/2003; 2.088/2004; 2.656/2007; 608/2008; 2.215/2008 e 2.147/2009, todos proferidos pelo Plenário desta Egrégia Corte de Contas. [grifo nosso]

Esta controladoria entende que o conflito de interpretações verificado entre o julgado do STF e a jurisprudência do Tribunal sobre comprovação de experiência se resolve a favor desta, tendo em vista o tema ser pacífico no TCU. Nesse sentido, a Súmula nº 263:

Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado.

Ainda que nove empresas tenham participado no certame, número que pode ser considerado adequado em termos de competitividade, não se afasta a consideração de que a excessiva exigência de qualificação técnica no edital em análise gerou o risco de limitação à competitividade da concorrência, sobretudo em se tratando da contratação de um serviço continuado que pretendeu dar prosseguimento ao mesmo serviço então prestado nas dependências da Surrs – pela mesma empresa que participou e se sagrou vencedora da licitação sob exame.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

37

Em resposta ao envio do relatório preliminar, o Inmetro encaminhou a esta controladoria o Ofício nº 094/Gabin, de 28/06/2013, por meio do qual informa que a recomendação será tratada junto à Surrs. Cabe, todavia, frisar que a recomendação destina-se a todo o Inmetro. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Nas contratações de serviços continuados de manutenção e/ou desenvolvimento de TI, abster-se de exigir como critério de habilitação técnica, salvo em casos devidamente justificados, comprovantes de experiência em quantidades que ultrapassem 50% da quantidade do objeto a ser contratado. 2 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

2.1 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

2.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

2.1.1.1 CONSTATAÇÃO Contratação direta do serviço de manutenção e abastecimento da frota da Surgo decorrente de falhas na fiscalização e nos controles de pagamentos do contrato anterior, e ausência de comprovação da realização de ampla pesquisa para estimativa de preços. Fato Foi selecionada para análise a Dispensa emergencial nº 52/2012, que resultou no Contrato nº 15/2012, no valor total de R$ 405.769,15. O objeto desse contrato foi a prestação, por empresa especializada, de serviços de gerenciamento de abastecimento e manutenção da frota de veículos da Superintendência do Inmetro no Estado de Goiás/Surgo.

A dispensa de licitação foi baseada no inciso IV, do art. 24, da Lei 8.666/93, que trata da contratação emergencial.

O escopo da análise abrangeu: a verificação da regularidade da caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justificou a dispensa; a verificação da regularidade da escolha do fornecedor e da justificativa do preço; e verificação da regularidade da prestação dos serviços de manutenção. Este último aspecto será detalhado em item específico do presente relatório.

a) Verificação da regularidade da caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justificou a dispensa:

Conforme tratado no Relatório de Auditoria (RA) nº 201304537, referente ao acompanhamento da gestão de 2012, a Dispensa emergencial nº 52/2012 decorreu de fragilidades no planejamento e na fiscalização do contrato anterior (Contrato nº 08/2009).

Conforme consta da Comunicação Interna nº 128/2012, de 15/08/2012, o Contrato nº 09/2008 poderia ter sido prorrogado por mais dois anos, entretanto, em função de fatos

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

38

ocorridos durante a sua vigência, a dotação prevista para 2012 não era mais suficiente, já no mês de agosto, para manter o contrato até o seu vencimento, que se daria em 25/11/2012, mesmo tendo sido acrescido de 25% sobre o seu valor global. Nos dois primeiros anos da vigência do contrato (2010 e 2011), apesar de ter havido descontroles pontuais na execução em alguns meses, não houve comprometimento do orçamento do contrato. O valor mensal previsto no contrato era de R$ 45.482,74. Durante o primeiro ano, o valor médio mensal da execução foi de R$ 41.681.96 e durante o segundo ano de R$ 45.437,69.

Entretanto, a execução mensal de dezembro de 2011 e de janeiro a maio de 2012 foi 2,5 vezes o valor previsto em contrato, fato que somente foi percebido em junho de 2012, quando foi firmado o aditivo de 25% no valor contratado, a fim de não interromper os serviços. Entretanto, no mês de agosto de 2012, o contrato foi rescindido pela contratante por não haver mais saldo orçamentário para garantir a manutenção do contrato.

A assessoria do superintendente da Surgo informou que o contrato foi prejudicado por ter havido um desembolso descontrolado. Analisados os fatos apresentados, a assessoria apontou a ineficácia da fiscalização por parte do fiscal do contrato e a falta de controle da administração como causas para a necessidade da contratação emergencial.

A realização de contratação emergencial pelo Inmetro em decorrência de fragilidades no planejamento já foi identificada em trabalhos anteriores desta CGU, conforme tratado no item 1.2.3.1 do RA nº 224441, no qual foi emitida recomendação para aprimoramento do planejamento das aquisições do Inmetro, com vistas a mitigar a causa da falha apontada. Esta recomendação está sendo acompanhada por meio do Plano de Providências Permanente.

b) Verificação da regularidade da escolha do fornecedor e da pesquisa de preços:

Para selecionar o fornecedor a ser contratado por intermédio da Dispensa nº 52/2012, o Inmetro realizou pesquisa de preços por meio da cotação com três empresas. Os valores apresentados pelas empresas constam do quadro a seguir.

Pesquisa de preços para a Dispensa emergencial nº 52/2012. Fornecedor CNPJ Cotação (R$)

Brasilcard Administradora de Cartões Ltda. 03.817.702/0001-50 408.425,90 Ticket Serviços S.A. 47.866.934/0001-74 416.356,50 Empresa Brasileira de Tecnologia e Administração de Convênios Hom Ltda.

03.506.307/0001-57 405.769,15

Fonte: Mapa de Apuração constante do Processo 5.832/2012.

A empresa selecionada para prestação do serviço foi a Empresa Brasileira de Tecnologia e Administração de Convênios Hom Ltda., por ter sido a que apresentou o menor preço na cotação. Entretanto, conforme jurisprudência do Tribunal de Contas da União (Acórdãos: 2183-40/2008 – TCU/Plenário, 1382/2009 – TCU/Plenário, 0299/2011 – TCU/Plenário), a pesquisa de preços apenas com cotações junto a fornecedores do ramo não garante a amplitude da pesquisa, devendo ser realizadas consultas a outras fontes de pesquisa, como contratações semelhantes em outros órgãos da Administração Pública, valores constantes dos sistemas de compras do governo,

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

39

como o Siasg e o ComprasNet, com o objetivo de garantir que a contratação se realize pelo valor de mercado. Todas as pesquisas ou a justificativa de sua não realização devem constar do processo. Desse modo, tendo em vista que a pesquisa de preços constante do processo se constituiu de apenas três cotações com fornecedores do ramo, consideramos que ela não foi abrangente.

Em que pese o preço definido no Contrato nº 15/2012 ter sido baseado na cotação realizada para a dispensa de licitação, verificamos um aumento de 80% nos valores mensais contratados para este serviço entre nov./2009 e fev./2013, conforme quadro a seguir.

Comparação entre os preços pagos nos contratos de manutenção e abastecimento da frota de veículos da Surgo.

Licitação/ Dispensa Contrato/ Aditivo Data do

contrato/ aditivo Valor

mensal (R$) Diferença(1)

Pregão nº 15/2009 Contrato nº 08/2009 26/11/2009 45.482,75 - Não se aplica 3º Termo aditivo(2) 16/07/2012 56.853,42 25% Dispensa nº 52/2012 Contrato nº 15/2012 17/08/2012 67.628,19 48,7% Pregão nº 17/2012 Contrato nº 01/2013 04/02/2013 81.961,25 80,2%

(1) Em relação ao Contrato nº 08/2009. (2) Do Contrato nº 08/2009. Fonte: Processo 5.832/2012 e consulta ao ComprasNet.

Cabe destacar que em todos os contratos listados no quadro acima a empresa contratada foi a Empresa Brasileira de Tecnologia e Administração de Convênios Hom Ltda. ##/Fato##

Causa Deficiências nos Normativos Internos acerca da pesquisa de preços que embasa os valores de referência das licitações e contratações diretas. Falhas na fiscalização e nos controles dos pagamentos do Contrato nº 08/2009. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada No que se refere à causa da contratação emergencial, a Assessoria da Surgo apresentou, por meio do documento Auditoria 201304637/007/CGU, de 19/03/2012, a seguinte manifestação:

Insta inicialmente frisar que o fato que deu origem ao contrato emergencial, foi desencadeado no contrato 5516, cujo objeto contemplava a contratação de uma empresa para o gerenciamento de abastecimento e manutenção da frota de veículos pertencentes à Surgo, no qual, o abastecimento de combustível contemplava os veículos próprios e alugados, enquanto a manutenção era estendida apenas aos veículos próprios. (...) Foi detectado que nos dois anos iniciais da vigência do contrato, apesar de ter havido alguns descontroles pontuais, conforme descrito acima, sendo justificado pela necessidade de realização dos serviços naqueles meses, não houve comprometimento na vigência regular do contrato, pois logo detectado o pagamento mensal acima do previsto, o mesmo foi controlado durante sua vigência, com a redução das despesas subsequentes. (...) Tal contrato dimensionado para ter a possibilidade de vigência de até cinco anos, viu-se prejudicado por ter havido durante a vigência de seu segundo termo aditivo, um desembolso descontrolado, sendo que, mesmo que detectado, tardiamente, comprometeu a longevidade do contrato, vindo o mesmo a sucumbir em menos de três anos. Analisados os fatos apresentados, percebeu-se a falta de uma fiscalização eficaz e eficiente por parte do fiscal do contrato e uma falta de controle da administração, a qual manuseou toda a documentação apresentada e não percebeu o agravo da situação.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

40

Tais consequências poderiam ter se tornado mais agravantes, caso o problema não tivesse sido detectado. Em decorrência de o problema ter sido detectado tardiamente, não houve como salvar o contrato, evitando-se apenas o pagamento por indenização, tendo como desfecho a rescisão arbitrária do contrato. Haja vista a necessidade de manutenção do objeto contratado, a fim de manter as atividades técnicas e administrativas desenvolvidas nesta autarquia, haja vista não haver tempo hábil para que fosse realizado um processo licitatório melhor elaborado, de pronto, a administração optou pela realização de uma contratação emergencial, o qual se sagrou vencedora a Empresa Embratec, a mesma anteriormente contratada.

Acerca da pesquisa de preços constante da Dispensa nº 52 ter sido realizada apenas com base em três cotações, bem como do questionamento acerca da existência de normativos internos que contemplam orientação sobre a necessidade de ampliar a pesquisa de preços, o Superintendente da Surgo, manifestou-se, por meio do Ofício n.º 132/ SURGO/ASSUR, de 30/04/2013, conforme segue:

1. Em referência ao Processo nº 52/2012, cujo objeto é a prestação de serviços de administração para abastecimento e manutenção de veículos, informo que quando da realização do certame, além das três empresas consultadas, foi empreendida uma consulta no ComprasNet a fim de identificar a existência de algum órgão o qual fizesse uso do mesmo serviço. 2. Das três consultas empreendidas, em duas delas os serviços eram prestados pela empresa Embratec e em uma pela Trivale, que praticava um valor da taxa de administração maior do que foi contratado pela Surgo junto a Embratec. 3. De fato, em razão das consultas não terem demonstrado vantajosidade para a administração, não foram apensadas ao processo, sendo apresentadas apenas aquelas cujos orçamentos foram solicitados às empresas. 4. De forma a tornar mais claro a ampla consulta de preços, a fim de garantir à administração subsídios para a melhor contratação, será apensada ao processo a documentação em anexo.

No que se refere ao aumento de 80% do valor pago pelo serviço, a Assessoria do Superintendente da Surgo, por meio do documento Auditoria 20134537/007/CGU, de 19/03/2012, informou o que segue:

Nestes últimos anos a demanda de atividades técnicas referentes ao escopo de trabalho da Surgo sofreu um incremento considerável, o qual impactou diretamente no aumento das despesas referentes ao consumo de combustível, quanto a manutenção. No caso de combustível, ainda houve neste período sucessivos aumentos no valor unitário do litro do combustível, aumento este, que impactou diretamente nos valores praticados no contrato. Em decorrência da necessidade de se estender os roteiros de fiscalização e verificação metrológicas nos limites do Estado de Goiás e DF, foi necessário investir no reparo corretivo e preventivo de alguns veículos que se encontravam em operação, mas não estavam aptos a percorrerem grandes distâncias, pois apresentavam baixa confiabilidade e com limitações que comprometiam a segurança dos seus ocupantes. Tudo isto associado à obsolescência da frota contribuiu para que houvesse um aumento nas despesas referentes aos gastos com manutenção e combustível.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A inexistência de documentação acerca da ampla pesquisa de preços no processo, bem como a variação do valor da contratação são fatores que demonstram a necessidade de aprimoramento do processo de definição do preço de referência para as contratações.

Em que pese ter se consolidado o entendimento de que a Administração Pública deve estimar o preço da licitação com base em pelo menos três orçamentos elaborados por

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

41

fornecedores que atuam no ramo da contratação, muitas vezes os valores obtidos por esta cotação não expressam o preço de mercado. Os fornecedores, além de não terem obrigação de fornecer a informação, não se vinculam ao preço orçado. Nota-se que cada vez menos fornecedores respondem as solicitações da Administração e em alguns casos até apresentam preços que não correspondem à realidade de mercado.

É necessário que a administração analise a adequação dos valores apresentados nas pesquisas, bem como amplie e diversifique as fontes das informações coletadas com o objetivo de definir o valor estimado da contratação.

Os gestores devem buscar considerar, além dos três orçamentos de fornecedores, os preços dos contratos anteriores do próprio órgão, de contratos de outros órgãos, de atas de registro de preços, de preços consignados nos sistemas de pagamentos, valores divulgados em publicações técnicas especializadas e quaisquer outras fontes capazes de retratar o valor de mercado da contratação, podendo, inclusive, utilizar preços de contratações realizadas por corporações privadas em condições idênticas ou semelhantes àquelas da Administração Pública.

Cabe destacar que, apesar de solicitados, não foram apresentados normativos de orientação aos gestores da área de licitação para que a pesquisa de preços seja realizada de forma ampla.

No que se refere à justificativa para o aumento de 80% do valor dos serviços prestados, da análise dos itens constantes das Planilhas de Trabalhos Realizados de 2010, 2011 e 2012, verificamos que a quantidade de fiscalizações realizadas não aumentou de forma regular nos exercícios de 2011 e 2012. Em alguns casos as quantidades de fiscalizações ou verificações caíram significativamente e, em outros casos, apesar de terem aumentado em 2011, diminuíram em 2012, conforme exemplos transcritos no quadro a seguir.

Total de serviços realizados por item por ano.

Tipo de serviço Grupo de serviços 2010 2011 2012

Verificação

IPNA III e IIIII (comercial) 59.990 61.325 61.026

Instrumentos de medição de comprimento 17.430 34.386 29.560

Instrumentos de medição de volume de água 139.015 273.777 212.297

Postos de ensaios autorizados 5.952 13.777 1.271

Pré-medidos Nº de pré-exames (no ponto de venda) 145.921 115.396 93.357

Nº de coletas pré-exame 3.467 2.626 2.312

Qualidade Nº de visitas 7.374 6.672 7.554

Nº ações em operações especiais 1.023 812 733 Fonte: Planilhas de Trabalhos Realizados de 2010, 2011 e 2012 da Surgo.

O valor total da receita gerada pelos trabalhos da Surgo também não variou de forma significativa no período, sendo R$ 29.843.305,61 em 2010, aumentando para R$ 32.779.265,29 em 2011 e reduzindo para R$ 31.597.698,15 em 2012.

Desse modo, o quantitativo de fiscalizações realizadas não justifica o aumento de 80% dos valores pagos para abastecimento e manutenção da frota da Surgo.

Além disso, a variação do preço médio ao consumidor da gasolina, do etanol e do diesel, entre nov./2009 e fev./2013, no Estado de Goiás e no Distrito Federal, foi de 10,15%, 18,6% e 15,46%, respectivamente, conforme quadro a seguir.

Variação do preço do combustível entre nov.2009 e fev.2013.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

42

Combustível Estado Fev./2013 (R$) Nov./2009 (R$) Variação (%) Média (%)

Gasolina DF 2,99 2,73 9,41

10,15 GO 2,90 2,62 10,90

Etanol DF 2,27 1,98 14,57

18,60 GO 2,01 1,64 22,62

Diesel DF 2,32 2,02 14,94

15,46 GO 2,24 1,93 15,99

Fonte: Sistema de Levantamentos de Preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Cumpre ressaltar que apenas durante a reunião de busca conjunta de soluções, ocorrida em 14/06/2013, o Inmetro informou ter instaurado uma sindicância para tratar das falhas que deram causa à contratação emergencial sob exame. De acordo com o Ofício nº 003/SURGO/ASSUR, de 07/01/2013, a Procuradoria Federal recomendou a instauração de processo administrativo disciplinar. A proposta foi acatada pela presidência do Inmetro, no entanto, até o encerramento dos trabalhos desta auditoria, não houve a nomeação dos integrantes da comissão do referido PAD, razão pela qual esta controladoria mantém a recomendação de apuração de responsabilidade consignada neste relatório. Em resposta ao envio do relatório preliminar, o Inmetro encaminhou a esta controladoria o Ofício nº 094/Gabin, de 28/06/2013, por meio do qual informou que determinações internas foram realizadas a fim de tratar das recomendações registradas neste item. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Inserir, nos seus normativos internos sobre aquisições e contratações, a necessidade de ampliar, ao máximo, a pesquisa estimativa de preços, indo além da cotação com empresas do ramo, de modo a contemplar, quando possível, aquisições de outros órgãos e entidades da administração pública federal, por meio de consultas aos sistemas próprios do governo federal. Recomendação 2: Informar as áreas responsáveis pelas contratações sobre a necessidade de ampliação da pesquisa de preços, e orientá-los acerca da necessidade de instruir adequadamente os processos de contratações e aquisições com as pesquisas de preços ampliadas, ou a justificativa da impossibilidade de sua realização. Recomendação 3: Apurar responsabilidade pela falta de fiscalização e de controle dos pagamentos efetuados na execução do Contrato nº 08/2009, que deram causa à contratação emergencial realizada por meio da Dispensa nº 52/2012. 2.1.1.2 CONSTATAÇÃO Fragilidades na gestão da frota de veículos da SURGO, com a ocorrência de gastos com manutenção em valores elevados em relação ao valor de mercado dos veículos, ausência de segregação de funções e inconsistência nos registros dos serviços de manutenção de veículos. Fato Da análise da execução do Contrato nº 15/2012, especificamente da prestação de serviços de manutenção da frota de veículos verificamos que os valores gastos com a

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

43

manutenção dos veículos da frota no período de seis meses, conforme exemplos listados no quadro a seguir, foram desproporcionais ao valor do veículo, ultrapassando, em alguns casos, o próprio valor de mercado do veículo.

Comparação entre o valor gasto em seis meses com manutenção de veículos da frota da Surgo e o valor de mercado do veículo.

Placa Modelo/Ano Valor gasto em manutenção em

seis meses(1) (R$) Valor médio de mercado

do veículo(2) (R$) KDL7034 KOMBI/1998 13.647,00 12.000,00 KDL 6954 KOMBI/1998 7.699,00 12.000,00 KDL 7104 GOL/1998 7.640,00 10.000,00 KDL7374 GOL/1998 18.686,00 10.000,00 JFQ6205 KANGOO/2004 11.401,00 17.000,00 JFQ6195 KANGOO/2004 12.238,00 17.000,00 NFS5482 GOL/2005 12.220,00 15.000,00 (1) Valor gasto entre agosto/2012 e janeiro/2013. (2) Média dos valores encontrados por meio de consulta à Tabela Fipe e aos sites de vendas de veículos no Estado de Goiás. Fonte: Relatórios de mecânica constantes do Processo 5382/2012.

Foram identificadas, ainda, inconsistências nos registros dos serviços de manutenção realizados, das quais destacamos as seguintes:

Inconsistências identificadas nos registos dos serviços de manutenção de veículos do Contrato nº 15/2012.

Placa/ Modelo Situação identificada

KDL7374/ GOL - 1998

As OSs 1252487 e 1252390 se referem ao mesmo período e em ambas houve pagamento para troca do banco dianteiro LD. Troca de óleo, filtros realizada novamente na OS1353942, em novembro/2012, dois meses após terem sido substituídos, em setembro/2012, conforme OS 1252487.

EEF7063/ 26 260E - 2008

Existe sobreposição de datas das OSs OS1328519 e OS1325568 e assim o veículo estaria em 2 oficinas diferentes entre 03/11 e 05/11.

JFQ7825/ GOL - 2005

Foi feita troca de óleo e filtros duas vezes em menos de um mês, conforme OSs 1355873 e 1350675.

JFQ6205/ KANGOO 2004

Os seguintes serviços, realizados na OS 1383088, haviam sido realizados três meses antes, conforme consta da OS 1286136: substituição da bateria, do disco de freio, filtro, óleo e substituição do amortecedor dianteiro LD.

NFS5492/ KANGOO 2004

Foi feita substituição de filtro e óleo em dezembro, conforme OS1286137, e no mês anterior, conforme consta da OS1286140. Além disso, o veículo permaneceu nove semanas na oficina entre setembro e dezembro.

KDO 5006/ BANDEIRANTE - 1996

O veículo permaneceu seis semanas na oficina apenas para realização de serviço no ar-condicionado, no valor de R$ 300,00, conforme OS1206624.

JFQ6195/ KANGOO 2004

Foi realizado, em 24h, um serviço, no valor total de R$ 11.574,00, no qual foram substituídas, entre outras peças: bobina de ignição, velas, bomba combustível, bateria, motor partida, alternador, disco de freio ventilado, banco, embreagem, amortecedor dianteiro e traseiro. A duração do serviço, além de desproporcional ao serviço realizado, também foi desproporcional ao valor cobrado de mão de obra (R$ 2.880,00). Cabe destacar que, na ordem de serviço consta a informação de que o início do serviço foi às 11h45 do dia 21/08/2012 e a conclusão foi às 12h30 do mesmo dia, o que implica que o serviço teria sido efetivamente realizado em 45 minutos.

Fonte: Relatórios de Ordens de Serviço extraídos do sistema utilizado pela Embratec para a execução do Contrato nº 15/2012.

Por fim, foi verificado que o mesmo servidor é responsável por demandar os serviços de manutenção de veículos, encaminhar o veículo à oficina credenciada, autorizar o serviço via sistema da empresa Embratec e atestar a qualidade dos serviços após o teste. ##/Fato##

Causa

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

44

O Superintendente da SURGO, a quem, pelo Regimento Interno, cabe supervisionar e orientar a execução das atividades afetas à Superintendência Regional, não estabeleceu mecanismos de controle que garantam, por parte da Seção de Transportes, uma gestão eficiente da frota de veículos da Regional, a fidedignidade dos registros dos serviços prestados e tampouco a segregação de funções no acompanhamento da execução do Contrato nº 15/2012.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada No que se refere à prestação de serviços em valor desproporcional ao valor de mercado dos veículos, a Assessoria do Superintendente da Surgo, por meio do documento Auditoria 20134537/007/CGU, de 19/03/2012, informou o que segue:

(...) devido ao incremento nas atividades técnicas da Surgo e por não mais haver possibilidade de aditivação no contrato de aluguel de veículos, em razão do mesmo já ter sido aditivado nos 25%, foi necessário, a fim de atender as novas demandas, promover o reparo dos demais veículos oficiais presentes no órgão. A análise foi feita em relação à perspectiva de receita que aquele veículo apresentava se estivesse operacional, não se aprofundado nos gastos de manutenção em relação ao seu valor residual. Financeiramente, mesmo tendo se gastado um valor considerável nos veículos, a receita obtida a partir da utilização dos mesmos, do ponto de vista técnico, justificou a execução de tais gastos, pois, além do órgão ter conseguido cumprir sua meta frente ao planejamento estratégico do órgão, que almeja uma sustentabilidade financeira, conseguiu cumprir o seu verdadeiro papel junto à sociedade, que é o de promover as fiscalizações e verificações referentes à metrologia legal.

Em complemento, o Superintendente da Surgo encaminhou do e-mail, em 20/03/2013, apresentando a seguinte manifestação:

A demanda de atividades técnicas referentes ao escopo de trabalho da Surgo vem aumentando significativamente, e para atendimento destas necessidades, haja vista serem demandas externas, o uso do veículo se tornou algo indispensável para o atingimento dos objetivos institucionais, que diretamente contribui para o incremento das despesas referentes aos gastos com combustível e manutenção. A frota de veículos oficiais da Surgo é composta basicamente por veículos que excedem 8 anos de uso, que por questões técnico-administrativas ainda não foram substituídos. Há em trâmite um processo licitatório para a locação de novos veículos, onde, para atendimento á nova demanda, foi incrementada a quantidade de veículos a serem locados, além da pretensão de voltarmos a solicitar a aquisição de veículos próprios, oficiais, possibilitando que o veículos oficiais do órgão, que já não mais atendam aos ditames da In-03, sejam alienados. Mesmo sendo alguns dos veículos antieconômicos, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro e obsoletismo, sendo sua manutenção onerosa, devido não mais haver possibilidade de aditivação no contrato de aluguel de veículos, em razão do mesmo já ter sido aditivado nos 25%, foi necessário, a fim de atender as novas demandas, promover o reparo destes veículos oficiais. Vale registrar que somos uma superintendência "executora", ou seja, realizamos atividades de fiscalização, ou seja, os veículos são instrumentos fundamentais para a realização de nossas atividades. E ainda, que há em curso o estabelecimentos de metas a serem alcançadas, conforme estabelecido no Plano de Trabalho pactuado, sendo os recursos necessários ao cumprimento dessas, para o atendimento às despesas descritas no Plano de Aplicação pactuado. A análise de viabilidade de reparo teve como base a perspectiva de receita que aquele veículo apresentava se estivesse operacional, não se aprofundado efetivamente nos gastos de manutenção em relação ao seu valor residual. Financeiramente, mesmo tendo se gastado um valor considerável nos veículos, a receita obtida a partir da utilização dos mesmos, do ponto de vista técnico, justificou a execução de tais gastos, pois, além da Surgo ter conseguido cumprir sua meta frente ao planejamento estratégico do Inmetro, que almeja uma sustentabilidade financeira, conseguiu cumprir o seu verdadeiro papel

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

45

junto à sociedade, que é o de promover as fiscalizações e verificações referentes á metrologia legal.

No que se refere às inconsistências nos registros dos serviços de manutenção realizados, o Superintendente da Surgo, por meio do Ofício n.º 143/ SURGO/ASSUR, de 07/05/2013, informou o que segue:

Veículo Gol de placa KDL-7374 1 – A Ordem de Serviço de nº 1252487 se refere ao pagamento para troca do banco dianteiro do lado direito, e a Ordem de Serviço de nº 1252390 se refere ao pagamento para troca do banco dianteiro do lado esquerdo, houve um equívoco na hora de indicação dos bancos, mas foi realizado o serviço tanto no banco direito quanto no esquerdo, e, como não havia diferença de preços entre eles foram colocados como 02 (dois) Dianteiros LD. Quanto às trocas de óleo e filtro no período de 02 (dois) meses, foi necessário porque o veículo rodou muito e devido o motor estar gasto, o óleo abaixou demais, então houve a necessidade de efetuar uma troca de óleo, sendo necessário também a troca do filtro. Veículo Caminhão Placa EEF-7063 2 - Em relação às diferenças de datas referentes aos serviços executados, ocorre que, quando foi recebida a ordem de serviço de troca de óleo hidráulico do guindaste munck e aprovada a execução do serviço na oficina onde estava o caminhão, houve um atraso por parte do administrador da oficina para finalizar a ordem de serviço no sistema, fazendo-a três dias após o veículo ter saído da oficina. Devido a isto, as datas se confrontaram, pois após a troca do óleo, o caminhão apresentou vazamento no guindaste devido a problemas mecânicos, sendo necessário enviar o veículo a outra oficina para que os reparos fossem realizados. Veículo Gol de placa JFQ-7825 3 – Em referência a troca de óleo ter ocorrido duas vezes no mês, ocorre que, foi realizada a troca de óleo regular do veículo devido a kilometragem, para que o mesmo estivesse disponível para viagem. No decorrer da viagem, a tampa do reservatório de óleo se perdeu, fazendo com que o óleo fosse jogado para fora, além de ter possibilitado a entrada de resíduos de sujeira dentro do cárter, desta forma foi necessário realizar uma nova troca do óleo e o filtro, afim de resguardar o motor do veículo. Veículo JFQ-6205 kangoo 4 – Como este veículo acompanha o caminhão para a realização de verificação de balanças de grande porte em fazendas, se faz necessário a sua utilização em estradas de terra, muitas vezes em péssimo estado de conservação. Devido à freqüência a qual este veículo é submetido a péssimas condições de rodagem, houve um desgaste prematuro do amortecedor e disco de freio, sendo necessário também realizar a troca de óleo e filtro em intervalos menores, em razão de rodar grande parte do tempo em estradas com bastante poeira. Em relação à bateria, devido às constantes vibrações decorrentes das condições da estrada, houve um afrouxamento não detectado do parafuso que sustenta o suporte de fixação, fazendo com que a bateria ficasse solta, recebendo arrancos e impactos. Estes impactos freqüentes ocasionaram o aparecimento de uma rachadura em uma das câmaras, fazendo com que a solução viesse a vazar, contribuindo com que a bateria viesse a apresentar problemas prematuramente, sendo necessária a sua troca. Veículo kangoo de placa NFS-5492 5 – A necessidade de troca do óleo por duas vezes no intervalo de 02 meses se deu devido a um pequeno incidente ocorrido na estrada, que ocasionou um afrouxamento do parafuso de sangria do cárter, que fez com que houvesse o vazamento de grande parte do óleo do motor, havendo assim a necessidade de realizar a colocação de novo óleo, sendo considerado no sistema como mais uma troca. O veículo em pauta não permaneceu nove semanas na oficina. Não houve a finalização da ordem de serviço pela a oficina credenciada da empresa Embratec, quando da aprovação dos serviços pela área de transportes do Inmetro/Surgo, vindo a mesma ser finalizada no dezembro, o que deu a impressão que o veículo permaneceu parado na oficina todo este tempo. Veículo Bandeirante placa KDO – 5006 6 – O veículo em pauta não permaneceu seis semanas na oficina. Não houve a finalização da ordem de serviço pela a oficina credenciada da empresa Embratec, quando da aprovação dos serviços pela área de transportes do Inmetro/Surgo, o que deu a impressão que o veículo permaneceu parado na oficina todo este tempo. Veículo kangoo JFQ-6195 7 - Em referência ao veículo em pauta, quando o mesmo apresentou problemas, foi realizada uma análise prévia do serviço a ser realizado, que identificou outros problemas além daqueles que se

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

46

imaginava ser. Devido um colaborador do Inmetro estar presente no momento da análise, a autorização do conserto foi feita extra sistema, onde o veículo permaneceu seis dias na oficina para reparo. Depois de finalizada a manutenção foi que o administrador da oficina lançou os dados no sistema para aprovação. Este procedimento levou 45 minutos, dando a impressão que o reparo foi realizado neste tempo, o que não ocorreu.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A Instrução Normativa nº 03, de 15/05/2008, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MP) dispõe sobre a classificação, utilização, especificação, identificação, aquisição, e alienação de veículos oficiais, e seu artigo 24 determina que os órgãos deverão apurar os custos operacionais dos veículos, visando identificar os antieconômicos, comprovadamente alienáveis. O órgão deve, ainda, manter Mapa de Controle do Desempenho e Manutenção do Veículo Oficial de cada veículo, atualizado mensalmente.

A análise acerca da manutenção da frota de veículos deve ser realizada de maneira isolada, e, para cada veículo, o gestor deve decidir acerca da necessidade de aquisição de um veículo novo e alienação ou descarte do antigo, considerando a opção mais vantajosa para a administração pública tanto sob o aspecto econômico quanto sob o aspecto da segurança dos servidores que atuam no órgão.

Cabe destacar que, durante o período analisado, foram prestados serviços de manutenção a 32 veículos, sendo que, em média, foram prestados serviços em nove veículos por mês, o que significa que 28% dos veículos necessitam de manutenção todos os meses.

As inconsistências apresentadas nos registros demonstram a fragilidade do sistema utilizado para a realização dos serviços de manutenção. As justificativas apresentadas evidenciam que o procedimento da Surgo apresenta riscos para a administração, pois não há garantia de que os registros reflitam os serviços que de fato foram realizados. Estes riscos aumentam em função da inexistência de segregação de funções neste procedimento, pois o mesmo servidor é responsável por demandar os serviços de manutenção de veículos, encaminhar o veículo à oficina credenciada, autorizar o serviço via sistema da empresa Embratec e atestar a qualidade dos serviços após o teste.

Além disso, em que pese o Superintendente da SURGO ter apontado, como uma das causas para o alto valor pago com manutenção, o aumento da demanda de atividades técnicas, verificamos, da análise dos itens constantes das Planilhas de Trabalhos Realizados de 2010, 2011 e 2012, que a quantidade de fiscalizações realizadas não aumentou de forma regular nos exercícios de 2011 e 2012. Em alguns casos as quantidades de fiscalizações ou verificações caíram significativamente e, em outros casos, apesar de terem aumentado em 2011, diminuíram em 2012, conforme já tratado em item específico deste relatório. Em resposta ao envio do relatório preliminar, o Inmetro encaminhou a esta controladoria o Ofício nº 094/Gabin, de 28/06/2013, por meio do qual informou que determinações internas foram realizadas a fim de tratar das recomendações registradas neste item. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

47

Recomendação 1: Apurar os custos operacionais dos veículos da SURGO, visando identificar os antieconômicos, comprovadamente alienáveis, conforme previsto pelo art. 24 da Instrução Normativa SLTI nº 03, de 15/05/2008, de modo a avaliar a adequação dos valores pagos com a manutenção da frota de veículos, especialmente no âmbito do Contrato nº 01/2013. Recomendação 2: O Superintendente da SURGO, considerando suas atribuições regimentais, deve orientar o fiscal do contrato do serviço de manutenção da frota de veículos a verificar a fidedignidade dos registros do sistema utilizado pela empresa contratada para detalhamento do serviço a ser prestado. Recomendação 3: Estabelecer mecanismos que garantam que o servidor demandante do serviço de manutenção de veículos da SURGO não seja o mesmo que autoriza sua realização, tampouco seja aquele que ateste a realização dos referidos serviços pela empresa contratada, de tal maneira que nenhum servidor detenha poderes e atribuições em desacordo com o princípio da segregação de funções. Recomendação 4: Considerando a ausência de segregação de função, a Auditoria Interna do Inmetro deve realizar trabalho para comprovar que as despesas realizadas com manutenção por meio do Contrato nº 15/2012 foram devidas. 2.2 CONVÊNIOS DE OBRAS, SERVIÇOS E DE SUPRIMENTO

2.2.1 AVALIAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS

2.2.1.1 CONSTATAÇÃO Convênios firmados no âmbito da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade Inmetro (RBMLQ-I) pendentes de aprimoramento quanto a estudos sobre potencial de arrecadação e de definição de critérios para transferência de recursos para os órgãos delegados. Fato Com vistas a avaliar a gestão das transferências feitas mediante convênios ou instrumentos congêneres, foram selecionadas para análise as realizadas no âmbito da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – Inmetro (RBMLQ-I). Os recursos repassados em 2012 para os 24 convênios da Rede totalizaram R$339.150.215,09.

O escopo da análise dos convênios celebrados no âmbito da RBMLQ-I abrangeu a verificação dos seguintes itens:

a) atuação do Inmetro para garantir o alcance dos objetivos definidos nos convênios;

b) atuação do Inmetro para analisar a prestação de contas dos convenentes;

c) atuação do Inmetro para fiscalizar a execução do objeto do convênio, inclusive quanto à utilização de verificações físicas e presenciais;

d) suficiência das estruturas de pessoal e tecnológica para a gestão das transferências; e

e) realização de testes específicos no convênio firmado com o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro (IPEM/RJ).

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

48

a) Atuação do Inmetro para garantir o alcance dos objetivos definidos nos convênios

Os convênios de cooperação técnica firmados na Rede têm por objeto a delegação da execução de atividades de competência do Inmetro na área de metrologia legal e da qualidade, com pactuação de resultados a alcançar e da contrapartida de recursos a serem repassados ao convenente.

A RBMLQ-I é o braço executivo da instituição em todo o território brasileiro, incumbindo-se das verificações e inspeções relativas aos instrumentos de medição, da fiscalização da conformidade dos produtos e do controle da exatidão das indicações quantitativas dos produtos pré-medidos, de acordo com a legislação em vigor.

Conforme informado pela Coordenação da Rede Brasileira de Metrologia e Qualidade (Cored), cerca de 90 a 95% da arrecadação do Inmetro vêm do trabalho executado no âmbito da Rede.

A Rede é composta por 26 órgãos delegados, sendo 23 órgãos da estrutura dos governos estaduais, um órgão municipal, e duas superintendências do Inmetro. Para a gestão dos convênios da RBMLQ-I, o Inmetro utiliza o Sistema de Gestão Integrada (SGI). O sistema foi desenvolvido pela área de Tecnologia da Informação da Superintendência do Rio Grande do Sul (SURRS) em 1993 e foi ampliado para toda a Rede em 2008. O sistema abrange, entre outras ferramentas, os seguintes módulos:

1) Plano de Trabalho (PT);

2) Plano de Aplicação (PA); e

3) Prestação de contas (PC).

O Plano de Trabalho contém planejamento físico das atividades delegadas, estratificado por grupo/atividade compreendendo: verificação de instrumentos, exames de produtos pré-medidos, avaliação da conformidade, fiscalização e processos homologados.

Já o Plano de Aplicação detalha o planejamento financeiro da execução de despesas identificadas por Grupos (Pessoal, Custeio e Investimento), desdobradas por elementos de despesas/rubricas específicas, contemplando, ainda, a receita e as transferências de recursos pactuadas entre as partes. Por fim, a Prestação de Contas contém o registro, controle e análise das diferentes operações de caráter orçamentário, financeiro e patrimonial.

O PT e o PA são discutidos e aprovados nas reuniões regionais que são realizadas duas vezes por ano para cada região. Foram apresentadas as atas de todas as reuniões realizadas no exercício de 2012.

A Cored informou que a pactuação das metas estabelecidas no PT considera os seguintes aspectos: a infraestrutura disponível, a força de trabalho, os indicadores de desempenho do órgão e de seus congêneres da RBMLQ-I bem como o histórico de desempenho do órgão delegado. Além dessas variáveis, a Cored desenvolveu um sistema de busca a novos estabelecimentos sujeitos ao controle metrológico e à fiscalização no Brasil – Sistema de Consulta a Estabelecimentos (SCE), visando à ampliação da cobertura dos serviços delegados em todos os Estados da Federação.

O sistema, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho, utiliza o Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) e possibilita a identificação de novos instrumentos de medição regulamentados em uso no país, o que vem aumentando a abrangência do controle metrológico.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

49

Entretanto, em que pese ter sido definido no Relatório de Gestão como um dos Objetivos Estratégicos do Inmetro, o Objetivo 3: “Ter sustentação financeira adequada”, verificamos que o Inmetro não possui um estudo do potencial de arrecadação de cada Estado, o que dificulta o atingimento deste objetivo.

A obrigatoriedade do uso de Guia de Recolhimento da União (GRU) para arrecadação dos serviços prestados pelo Inmetro foi iniciada em 2001. De acordo com a Cored, a numeração de GRU é controlada pelos sistemas de informações responsáveis por sua emissão para garantir a unicidade de cada documento e também para permitir a rastreabilidade do documento.

Como regra geral, é exigido que o pagamento seja efetuado antes da realização do serviço. Nesse caso, o cliente efetua a emissão da GRU por meio da página do Inmetro na internet. Caso o pagamento da GRU não seja efetuado, o serviço não é prestado. A Cored informou ainda que os sistemas não permitem a emissão de documentos de execução de serviço sem a devida quitação da GRU, mesmo quando o serviço é executado por agentes credenciados, pois esses são obrigados a utilizar os sistemas de informações do Inmetro.

Entretanto, existem casos em que é necessário ir aos estabelecimentos, visto que o universo de instrumentos não é conhecido e, consequentemente, não é possível prever que serviços serão prestados em cada local visitado (por exemplo: verificação de bombas medidoras de combustíveis e balanças comerciais).

Nestes casos, a GRU é emitida após a realização do serviço, com o valor total dos serviços prestados. A emissão da GRU é feita por sistema instalado nos coletores de dados utilizados pelos técnicos do Inmetro e dos Órgãos Delegados. Além de controlar a numeração da GRU, esse sistema (instalado nos coletores de dados) controla todos os documentos utilizados pelos técnicos, garantindo que todo serviço prestado esteja atrelado a uma GRU.

Todas as informações de cada GRU emitida ficam armazenadas no SGI. Da mesma forma, todas as informações de cada GRU paga ficam armazenadas no Banco do Brasil, sendo posteriormente transmitidas para o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) do Governo Federal. Essas informações são recebidas diariamente pelo Inmetro, que atualiza o banco de dados do SGI.

Nenhum agente do Inmetro ou dos Órgãos Delegados está autorizado a receber pagamento de serviço prestado ou de multa. Se um cliente efetuar o pagamento por outro meio, que não o sistema financeiro (banco ou agente lotérico), o valor do serviço prestado ficará pendente no sistema do Inmetro e o cliente receberá cobrança. Se não comprovar que o pagamento foi realizado, permanecerá como inadimplente e o processo será encaminhado para a Procuradoria Geral Federal (PGF).

Cabe destacar que a Cored estabeleceu como meta a implementação, em 2013, da conciliação das informações lançadas no SGI com as informações inseridas automaticamente pela STN no (SIAFI) para aumentar a confiabilidade das informações contidas em seus bancos de dados.

Em média, 75% da arrecadação da Rede retorna para os Estados. O Inmetro não fixa um valor único para repasse aos Estados e os limites são calculados em função das diferenças regionais e econômicas de cada Estado. Conforme destacado pela Coordenação Geral da Rede, um Estado da região Norte, por exemplo, tem mais dificuldades para deslocamento de equipes e mais gastos em função da baixa densidade de instrumentos do que os Estados das regiões Sul e Sudeste, ou seja, gastam mais para fazer menos.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

50

Portanto, há que se destinar mais recursos para estes Estados. Além disso, os Estados de menor porte econômico atuam com ênfase na atividade de fiscalização, que reverte em retorno financeiro para os Estados de maior porte econômico, visto que a cobrança de eventuais multas, muitas vezes, tem que ser feita nas sedes das empresas, que, em sua maioria, situam-se em outros Estados com uma economia mais desenvolvida.

Entretanto, verificamos que o Inmetro não possui critérios estabelecidos em um manual para definir os valores a serem transferidos.

Por fim, foi analisada a destinação do saldo remanescente ao fim da vigência do convênio. Foi verificado que não há previsão, nos convênios firmados, para destinação deste saldo. Além disso, foi verificado que, o saldo remanescente dos convênios cuja vigência findou em 2009, era de R$ 7.599.953,73 e apenas R$ 86.038,34 foram devolvidos, correspondentes aos saldos remanescentes do Amapá e de Roraima. Para os demais Estados, o Inmetro informou que o saldo final do convênio anterior foi mantido como saldo inicial do convênio seguinte.

b) Atuação do Inmetro para analisar a prestação de contas dos convenentes.

A partir de 2012, todas as prestações de contas dos Órgãos da RBMLQ-I estão sendo enviadas e analisadas por meio do SGI. Por meio do sistema é possível analisar se a execução da despesa está sendo realizada conforme determinado no plano de aplicação, o que é uma das condições de repasse para a liberação das parcelas subsequentes.

Foi apresentado pela Cored um dos módulos do SGI, que contém a execução mensal do PA. Este módulo conta com uma ferramenta denominada Relatório de Divergência, que verifica mensalmente os desvios entre o previsto e o executado no PA. Considerando uma tolerância que varia para cada tipo de despesa, as divergências são apontadas e é solicitado esclarecimento ao gestor.

Foi apresentado também o módulo de Prestação de Contas do SGI. Verificou-se que o enfoque maior da prestação de contas por meio do SGI é a análise contábil e a verificação do preenchimento adequado do sistema pelo convenente.

Verificamos, nos relatórios analíticos extraídos do sistema, que, para cada despesa realizada, são detalhados os seus principais aspectos, quais sejam: a data, o valor, o beneficiário, a fatura correspondente, o processo da contratação, quando é o caso. A análise da regularidade dos gastos fica a cargo das fiscalizações realizadas pela Auditoria Interna do Inmetro.

c) Atuação do Inmetro para fiscalizar a execução do objeto do convênio, inclusive quanto à utilização de verificações físicas e presenciais.

A fiscalização in loco é realizada pela Auditoria Interna do Inmetro, de acordo com o seu Plano Operacional de Atividades de Auditoria Interna Financeira Contábil e Administrativa – POAAI.

O inciso V do artigo 30 do Regimento Interno do Inmetro dispõe que compete à Auditoria Interna realizar auditorias financeiras, contábeis e administrativas com o propósito de avaliar e mensurar a exatidão e regularidade das contas da autarquia, bem como da RBMLQ-I, avaliando a eficiência e a eficácia na aplicação dos recursos.

No Plano Anual da Auditoria Interna (Paint) de 2012 foram previstas 26 ações de auditoria nos órgãos da RBMLQ-I, para as quais foram destinadas 18.480 homens/hora. Conforme descrito no Relatório Anual da Auditoria Interna (Raint) de 2012, todas as

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

51

ações previstas foram realizadas e, além delas, foram executadas três auditorias extraordinárias, que totalizaram 272 homens/hora.

As auditorias abrangeram a análise das metas propostas no plano de trabalho, os exames dos demonstrativos contábeis e financeiros, a análise das informações referentes ao processo da arrecadação, a análise das prestações de contas ao Inmetro e a verificação dos procedimentos administrativos e operacionais.

Essa verificação abrangeu as áreas de recursos humanos, transporte, patrimônio, atos legais de nomeação e delegação de competência e a verificação da regularidade da execução de despesas, abrangendo dispensas de licitação, contratações emergenciais, despesas pagas por indenização, pregões presenciais/eletrônicos, tomadas de preço, suprimentos de fundo, concessões de diárias e convites.

d) Suficiência das estruturas de pessoal e tecnológica para a gestão das transferências.

A ampliação da utilização do SGI e a atuação da Cored demonstram os avanços na gestão das transferências da Rede. Entretanto, deve ser dado destaque para a necessidade melhorias no sistema, especialmente quanto à integração com o Siafi e Siconv, integração com os trabalhos de análise da regularidade da aplicação dos recursos pelos órgãos, realizado pela auditoria interna, com a possibilidade de acesso aos registros dessas análises por meio do próprio SGI. Entendemos que a ampliação da abrangência do sistema será uma consequência do seu amadurecimento, o que será acompanhado por esta regional.

e) Testes específicos realizados nos relatórios do convênio firmado com o IPEM/RJ.

Foi selecionado, para análise da conformidade dos valores constantes do Plano de Trabalho e do Plano de Aplicação, o convênio firmado com o IPEM/RJ, sendo identificadas as seguintes divergências:

i) Diferença de R$ 1.620.140,40 entre a receita gerada no exercício de 2012, no Ipem/RJ, de acordo com o realizado no Plano de Trabalho (R$ 50.944.189,68), e a receita executada de acordo com o Plano de Aplicação (R$ 49.324.049,28). Pelos conceitos apresentados no SGI, os valores deveriam ser iguais. O Inmetro informou que que a divergência de valores deve-se a inadimplência de serviços e a inadimplência jurídica do Órgão Delegado; e

ii) O valor total pactuado de receitas para 2012 do Ipem/RJ constante do Plano de Aplicação é diferente do valor bruto de receitas previstas para o período no planejamento Plano de Trabalho, excluindo a inadimplência. O Inmetro informou que o índice de inadimplência é um indicador flutuante, tendo sido aplicado o índice da época.

Os esclarecimentos apresentados pelo Inmetro para as divergências identificadas demonstram a necessidade de que os relatórios extraídos do SGI explicitem todos os aspectos que embasam os seus valores. Entretanto, considerando que a evolução dos relatórios extraídos e dos dados apresentados será uma consequência do amadurecimento do sistema e será acompanhada por esta regional, entendemos que não cabe uma recomendação de aprimoramento específica neste momento. ##/Fato##

Causa Fragilidades nos normativos internos da RBMLQ-I, que não contemplam um planejamento detalhado para calcular o potencial de arrecadação, tampouco os critérios para definição do percentual da arrecadação que é repassado a cada convenente.

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

52

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Quanto ao estudo acerca do potencial de arrecadação de cada estado, a Coordenação Geral da Rede Brasileira de Metrologia informou o que segue:

Estamos elaborando um plano de diretrizes e cenários para ser apresentado em reunião prévia ao planejamento dos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017. Neste plano constam estas projeções, com base nas quais serão elaborados os planos de trabalho para os próximos 4 anos.

Quanto aos critérios de definição dos percentuais de transferência da arrecadação para os órgãos delegados, a Coordenação Geral da Rede Brasileira de Metrologia informou que:

Todos os valores repassados aos Estados são devidamente pactuados com cada Órgão Delegado, durante as reuniões regionais, quando elaboramos os Planos de Aplicação dos recursos. Estes recursos são gerados a partir dos trabalhos realizados, também previamente pactuados nos Planos de Trabalho. Durante estes encontros de trabalho são apresentadas as necessidades de cada Órgão Delegado para o bom desempenho das suas atividades. Necessidades estas que são avaliadas em conjunto, pela Diraf, Diplan e Cored e devidamente aprovadas pelas mesmas.

Quanto à destinação do saldo remanescente ao fim da vigência dos convênios, o Diretor de Administração e Finanças do Inmetro substituto informou, por meio do Ofício Diraf n.º 054/2013, de 15/05/2013, que:

“[...] Considerando a continuidade das atividades de todos os órgãos metrológicos conveniados, até a presente data a medida adotada é a de reutilizar o valor final no novo convênio, visando a, principalmente, não haver solução de continuidade na execução das atividades afetas a este Inmetro; [...] Não existe normativo próprio e/ou específico, salvo o próprio convênio, que estabelece a receita compartilhada entre o Inmetro e a RBMLQ-I; [...] Considerando que todos os convênios têm a sua vigência até o final deste exercício, ou até o início do próximo, o novo instrumento já conterá cláusula específica sobre a destinação dos recursos ao seu final; [...] Os casos citados [ao final do exercício de 2009, dois órgãos devolveram os saldos remanescentes ao fim da vigência do convênio e os demais não] podem ser denominados como equívoco de entendimento daqueles [órgãos que devolveram], não considerando a receita compartilhada, mas sim o estrito cumprimento dos normativos vigentes, leia-se a IN/STN nº 01 e a Portaria Interministerial CGU nº 507, que não são aplicáveis à relação Inmetro x RBMLQ-I [...].

Quanto às divergências identificadas nos relatórios do IPEM/RJ, a Coordenação Geral da Rede Brasileira de Metrologia informou que:

No que se refere ao item “i”:

“[...] Conforme verificado, a receita gerada pelo IPEM-RJ no exercício de 2012 foi de R$ 50.944.189,68 (cinquenta milhões novecentos e quarenta e quatro mil cento e oitenta e nove reais e sessenta e oito centavos). Cabe esclarecer que essa receita é composta por Receita de Serviços (verificações + inspeção + registro) + Receita Jurídico (homologação de multas). Essa receita é migrada para o Plano de Aplicação aplicando-se os percentuais de inadimplência (serviço e jurídico) de cada Órgão Delegado. Importante registrar que a Receita Pactuada no Plano de Aplicação, além das receitas migradas do Plano de Trabalho, é acrescida de Receita de Dívida Ativa, ou seja, recuperação de ativos realizada pelas Procuradorias Federais de cada Estado. Memória de Cálculo:

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br

53

Receita Gerada - Plano de Trabalho: R$ 50.944.189,68 => Serviços (verificações + inspeção + registro) + Receita Jurídico (homologação de multas) Receita Executada - Plano de Aplicação: R$ 49.324.049,28 => Serviços (verificações + inspeção + registro) + Receita Jurídico (homologação de multas) + Dívida Ativa Receita de Dívida Ativa - Plano de Aplicação: R$ 9.670.339,96 => Dívida Ativa Receita Executada sem Dívida Ativa - Plano de Aplicação: R$ 39.653.709,32 => Serviços (verificações + inspeção + registro) + Receita Jurídico (homologação de multas) Portanto, a diferença da Receita Gerada no Plano de Trabalho (R$ 50.944.189,68) para a Receita Executada no Plano de Aplicação (R$ 39.653.709,32) é de R$ 11.290.480,36 (onze milhões, duzentos e noventa mil, quatrocentos e oitenta reais e trinta e seis centavos) e deve-se a inadimplência de serviços e a inadimplência jurídica do Órgão Delegado [...]”.

No que se refere ao item “ii”:

“[...] Não deve ser aplicado o atual índice de inadimplência para o cálculo do Plano de Aplicação em questão, uma vez que, trata-se de um indicador flutuante, tendo sido aplicado o índice da época [...]”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Considerando que no Relatório de Gestão foi definido como um dos Objetivos Estratégicos do Inmetro o Objetivo 3: “Ter sustentação financeira adequada”, e, considerando ainda que a maior fonte de receita do Instituto são os recursos provenientes da Rede, é importante que o Inmetro priorize a elaboração do estudo detalhado do potencial de arrecadação de cada Estado.

Quanto às diferenças nos percentuais de arrecadação, em que pese entendermos que as pactuações devem efetivamente ser realizadas com cada Estado, durante as reuniões regionais, é importante que o Inmetro defina, nos manuais da Rede, os critérios em que se embasarão essas pactuações.

A não definição dos critérios pode aumentar os riscos de tratamento heterogêneo de Estados semelhantes ou tratamento semelhante de Estados diferentes. Além disso, auxilia na transferência do conhecimento para as futuras equipes que tratarão do assunto.

No que se refere à devolução do saldo remanescente, a Diretoria de Administração informou que, nos próximos convênios, haverá a previsão de que o saldo final se mantenha para utilização do convenente, considerando a continuidade das atividades objeto destes convênios. Essa providência será acompanhada em trabalhos de auditoria futuros, entretanto é importante que o Inmetro avalie a necessidade de definir nos normativos que regulam a Rede as informações acerca desta destinação para que, além de ser dado um tratamento uniforme a todos os convenentes, os riscos de fragilidades no controle dos saldos sejam reduzidos. Em resposta ao envio do relatório preliminar, o Inmetro encaminhou a esta controladoria o Ofício nº 094/Gabin, de 28/06/2013, por meio do qual apresentou informações a respeito das recomendações registradas neste item. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Estabelecer um plano de estudo do potencial de arrecadação de cada Estado, definindo, dentre outros aspectos que entender necessários, as etapas do estudo, os responsáveis por cada etapa e um cronograma para a finalização do estudo. Recomendação 2: Definir, por meio de portaria, os critérios para aprovação dos valores propostos nos planos de aplicação dos convênios celebrados no âmbito da RBMLQ-I.