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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: FUNDACAO OSWALDO CRUZ Exercício: 2013 Processo: 25380.000144/2014-73 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201406145 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201406145, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ. 1. Introdução Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 26/05/2014 a 04/06/2014, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. 2. Resultados dos trabalhos De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 28/11/2013, entre a Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro e a Secretária de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro, foram efetuadas as seguintes análises:

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Unidade Auditada: FUNDACAO OSWALDO CRUZ Exercício: 2013 Processo: 25380.000144/2014-73 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201406145 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

_______________________________________________

Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201406145, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ.

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 26/05/2014 a 04/06/2014, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 28/11/2013, entre a Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro e a Secretária de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro, foram efetuadas as seguintes análises:

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2.1 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

A fim de atender ao estabelecido pelo TCU nesse item, considerou-se a seguinte questão de auditoria: (i) Os resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial quanto à eficácia e eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras planejados ou pactuados para o exercício, foram cumpridos? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise da ação 2015/20YE, considerando-se sua relevância e materialidade respectivamente. Trata-se de uma atividade finalística da Fiocruz, ou seja, a produção de imunobiológicos e insumos para prevenção e controle de doenças.

No Relatório de Gestão 2013, temos as seguintes informações sobre esta ação:

Quadro 1 - Ação 2015/20YE Imunobiológicos e Insumos para Prevenção e Controle de Doenças

FIOCRUZ

Programa 2015 – Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação 20YE - Imunobiológicos e Insumos para Prevenção e Controle de Doenças

Meta Previsão Execução Execução/

Previsão (%)

Atos e Fatos que prejudicaram o desempenho

Providências Adotadas

Física

(milhar)

198.043 222.635 112,4 - -

Financeira (R$)

875.500.000,00 875.438.917,00 99,9 - -

Fonte: Relatório de Gestão 2013.

Do quadro acima, pode-se extrair que o custo do milhar previsto foi de R$ 4.420,76 ante a realização de R$ 3.932,17, logrando uma economia orçamentária de R$ 488,59 por milhar produzido, ou seja, redução de 0,1%. Assim, pode-se afirmar que houve eficácia no cumprimento das metas estabelecidas.

##/Fato##

2.2 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

Conforme ajuste de escopo realizado nos termos do §6º da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013, esse tema não foi objeto de exame. ##/Fato##

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2.3 Avaliação da Conformidade das Peças

Após verificação de todos os itens que compõem o Relatório de Gestão e as peças complementares e a partir dos exames referentes ao processo de contas da FIOCRUZ, concluiu-se que a UJ elaborou todas as peças do processo de contas do exercício de 2013, conforme as normas do TCU para o exercício de referência. O Relatório de Gestão também contemplou o formato e o conteúdo obrigatórios nos termos da DN TCU n.º 132/2013 e da Portaria TCU n.º 175/2013.

##/Fato##

2.4 Avaliação da Gestão de Pessoas

Conforme ajuste de escopo realizado nos termos do §6º da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013, esse tema não foi objeto de exame. ##/Fato##

2.5 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias

Nesse item foi considerada a seguinte questão de auditoria: (i) os controles administrativos relacionados à gestão das transferências da unidade auditada estão instituídos de forma a identificar o alcance dos objetivos definidos nos respectivos instrumentos e os gargalos na análise da prestação de contas dos convenentes? A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise das informações prestadas no Relatório de Gestão 2013, mediante consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI e ao Sistema de Gestão de Convênios, Contratos de Repasse e Termos de Parceria – SICONV. A Fiocruz finalizou 2013 com 36 instrumentos de transferências vigentes, apresentando um montante repassado de R$ 14.683.716,71. Dessas transferências, seis foram celebradas no respectivo exercício. Quadro2 – Transferências avaliadas

Transferências Quantidade Valor transferido no

exercício (R$) Celebradas no exercício 2013 6 491.577,00 Avaliadas na auditoria 3 166.990,00 Em que foi detectada alguma desconformidade 0 0,00

Fonte: SICONV e SIAFI. Em relação à análise das prestações de contas, tanto dos instrumentos de transferências finalizados em 2012, que apresentaram a prestação de contas final no exercício de 2013, quanto dos instrumentos de transferências finalizados em 2013, temos o quadro a seguir. Quadro3 – Situação das transferências quanto à prestação de contas

Situação dos instrumentos de transferências em 31/12/2013 Quantidade (A+B+C+D+E) no dever de apresentar a prestação de contas final 12 (A) com a situação “aguardando prestação de contas final” - no prazo 1 (B) com a situação “prestação de contas final em análise” 4

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4

Situação dos instrumentos de transferências em 31/12/2013 Quantidade (C) com a situação “aprovada” 6 (D) com a situação “desaprovada” 0 (E) com contas na situação “omissão do dever de prestar contas” 1 TCE instauradas dentre aquelas desaprovadas (D) ou com omissão do dever de prestar contas (E)

0

Fonte: SICONV e SIAFI. No final do exercício, das quatro prestações de contas na situação “prestação de contas final em análise”, só uma, efetivamente, apresentava descumprimento do prazo regulamentar para análise pela concedente. Entretanto, destaque-se que houve uma sensível melhora nas rotinas administrativas da Fiocruz relacionadas à prestação de contas dos convênios. O tempo decorrido entre a apresentação e a aprovação foi cumprido em 90,0% dos casos, enquanto que, no exercício anterior, esse índice havia sido de 37,5%. ##/Fato##

2.6 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

A fim de atender ao estabelecido pelo TCU nesse item foram consideradas as seguintes questões de auditoria: (i) os processos licitatórios realizados na gestão 2013 foram regulares? (ii) as contratações e aquisições realizadas por meio de inexigibilidade e de dispensa de licitação foram regulares? (iii) os controles internos administrativos relacionados à atividade de compras e contratações estão instituídos de forma a mitigar os riscos?

Quadro 4 – Licitações avaliadas Descrição Quantidade de processos Valor envolvido*

Processos licitatórios 1.769 918.813.532,79 Processos avaliados 2 9.197.900,00 Processos em que foi detectada alguma desconformidade*

- -

* O valor mencionado na última linha corresponde ao total das aquisições e não indica necessariamente a existência de prejuízos.

Fonte: Tabela de Licitações 2013 e processos analisados

Os processos licitatórios analisados constante da amostra representam 1% (um por cento) do valor total homologado pela UJ, e estão em conformidade com a legislação aplicável.

Quadro 5– Dispensas de licitação avaliadas Descrição Quantidade de processos Valor envolvido*

Processos de dispensa 2.217 847.079.129,94 Processos avaliados 5 198.320.595,71

Processos em que foi detectada alguma desconformidade*

1 4.064.803,71

* O valor mencionado na última linha corresponde ao total das aquisições e não indica necessariamente a existência de prejuízos.

Fonte: Tabela de Licitações 2013 e processos analisados

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Quanto às dispensas de licitação, a fundação de apoio da UJ recebeu o montante de empenhos liquidados no valor total de R$ 278.730.520,70, representando 7,59% do total liquidado de R$ 3.673.843.607,38 pela Fiocruz. Foi realizada amostragem do valor liquidado para esta fundação de apoio, alcançando R$ 67.280.433,71, ou seja, 24,13% do montante liquidado em favor da fundação de apoio e 1,81% do montante total liquidado. Constatou-se que foi inobservado o art. 4º-A da Lei 8958/94 e o item 4.4 do Manual de Gestão de Contratos da Fiocruz com as Fundações de Apoio (Portaria 005/2013-VPGDI), não havia informações sobre os contratos, pagamentos efetuados e seus beneficiários (inclusive bolsistas) pela fundação de apoio no sítio da UJ (www.fiocruz.br) nem no sítio da fundação (www.fiotec.fiocruz.br). Este fato foi tratado por meio da Nota de Auditoria n.º 20146145-01, de 03/06/2014.

Quadro 6– Inexigibilidade de licitação avaliadas Descrição Quantidade de processos Valor envolvido*

Processos de inexigibilidade 531 425.811.657,18 Processos avaliados 1 98.117.962,14 Processos em que foi detectada alguma desconformidade*

- -

* O valor mencionado na última linha corresponde ao total das aquisições e não indica necessariamente a existência de prejuízos.

Fonte: Tabela de Licitações 2013 e processos analisados

Verificou-se que o processo analisado, no que concerne ao fundamento para a contratação por inexigibilidade, está em acordo com a legislação. O valor dessa aquisição representa 23,04% do valor total homologado por inexigibilidade. ##/Fato##

2.7 Avaliação da Gestão de Passivos sem Previsão Orçamentária

Conforme ajuste de escopo realizado nos termos do §6º da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013, esse tema não foi objeto de exame. ##/Fato##

2.8 Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário

Conforme ajuste de escopo realizado nos termos do §6º da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013, esse tema não foi objeto de exame. ##/Fato##

2.9 Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação

Conforme ajuste de escopo realizado nos termos do §6º da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013, esse tema não foi objeto de exame. ##/Fato##

2.10 Avaliação da Gestão Sobre as Renúncias Tributárias

Conforme ajuste de escopo realizado nos termos do §6º da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013, esse tema não foi objeto de exame. ##/Fato##

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2.11 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do cumprimento dos acórdãos para a UJ considerando a seguinte questão de auditoria: caso haja uma determinação específica do TCU à CGU para ser verificada na Auditoria Anual de Contas junto à UJ, a mesma foi atendida? A metodologia consistiu no levantamento de todos os acórdãos em que haja determinação para a UJ e seja citada a CGU com posterior verificação do atendimento do mesmo. Em 2013, o Tribunal de Contas da União expediu determinação à Entidade, conforme abaixo.

Quadro 7 – Quantitativo de determinações do TCU

Qtde de Acórdão com determinações à UJ em 2013

Qtde de Acórdão de 2013 com determinações à UJ em que foi citada a CGU

Qtde de Acórdão de 2013 em que houve menção para atuação da CGU atendidos integralmente

Qtde de Acórdão de 2013 em que houve menção para atuação da CGU atendidos parcialmente

Qtde de Acórdão de 2013 em que houve menção para atuação da CGU não atendidos

3 * 1 1 0 0 Fonte: Site do TCU

*(Acórdão n.º 1929/2013 - Plenário, n.º 5895/2013 - 1ª Câmara e n.º 7245/2013 - 1ª Câmara)

Quanto ao Acórdão n.º 5895/2013 TCU-1ª Câmara (“1.7. Determinar: 1.7.1. à Fiocruz que inclua em seu próximo relatório de gestão tópico específico sobre o andamento, com quadro descritivo das etapas concluídas e não concluídas, do Convênio 137/2011, com vigência até setembro de 2014, envolvendo recursos da ordem de R$ 2,39 milhões, assinado em 9/1/2012 com a Coppe/UFRJ “), a CGU verificou que a UJ atendeu a recomendação, constando informações sobre o referido convênio nas páginas 202 a 204 de seu Relatório de Gestão.

##/Fato##

2.12 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Questão de auditoria: a UJ atendeu as recomendações emitidas pela CGU? Realizou-se o levantamento das recomendações expedidas pela CGU-Regional/RJ à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), contidas nos Relatórios de Auditoria n.ºs 201305702 (exercício 2012), 201204191 (exercício 2011), 201108822 (exercício 2010) e 244035 (exercício 2009), para verificar a atualização das providenciadas pelo gestor e da análise do Controle Interno sobre o atendimento dessas recomendações. Foi revisado o registro de 40 recomendações, das quais quatro foram consideradas atendidas. A avaliação do cumprimento das recomendações, durante o exercício de 2013, está demonstrada no quadro a seguir:

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Quadro 8 - Atendimento às recomendações da CGU – exercício 2013

Situação das recomendações Quantidade (A) Pendentes em 01/01/2013 53 (B) Emitidas em 2013 8 (C) Atendidas integralmente 25 (D = A+B-C) Pendentes em 31/12/2013 36

Fonte: Monitor Web. Informa-se que das 36 recomendações pendentes de implementação apenas sete não foram atendidas. As demais recomendações compreendem aquelas que tiveram o prazo de atendimento prorrogado e aquelas que, embora o gestor tenha adotado medidas para o cumprimento, necessitam de exame e inspeção in loco pela CGU-Regional/RJ para emitir o posicionamento. ##/Fato##

2.13 Avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão

Quanto à existência da Carta de Serviços ao Cidadão, a Entidade cumpriu os requisitos do artigo 11 do Decreto n.º 6.239/2009. Cabe registrar que a Carta ao Cidadão foi reestruturada em 2013 e passará a integrar a Carta de Serviços Fiocruz. Conforme Relatório de Gestão , “na Carta de Serviços Fiocruz, ferramenta de gestão desenvolvida e disseminada pelo GesPública e que expressa os principais compromissos da instituição no atendimento a seus diversos públicos e procura facilitar o acesso aos serviços e produtos da Fiocruz, foi disponibilizado em dezembro de 2013 um grande portfólio de serviços (internos e externos), considerando os diversos segmentos de usuários existentes, mantendo a perspectiva sistêmica”. ##/Fato##

2.14 Avaliação do CGU/PAD

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do Relatório de Correição considerando as seguintes questões de auditoria: i) consta no relatório de gestão informação da designação de um coordenador responsável pelo registro no Sistema CGU-PAD de informações sobre procedimentos disciplinares instaurados na unidade? ii) existe estrutura de pessoal e tecnológica capaz de gerenciar os procedimentos disciplinares instaurados e a devida utilização do sistema CGU-PAD na UJ? iii) a UJ está registrando as informações referentes aos procedimentos disciplinares instaurados no sistema CGU-PAD? A metodologia consistiu na consulta ao sistema CGU-PAD para levantamento dos registros realizados pela Unidade e na análise das informações prestadas no Relatório de Gestão. A partir dos exames aplicados, verificamos que a Fiocruz incluiu o Relatório de Correição a partir do CGU-PAD. Há designação de um coordenador responsável pelos registros no sistema. Observou-se ainda que os procedimentos disciplinares instaurados foram registrados no sistema CGU-PAD e que a estrutura de pessoal e tecnológica é suficiente para gerenciar os procedimentos disciplinares instaurados no sistema CGU-PAD ##/Fato##

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2.15 Avaliação do Parecer da Auditoria Interna

A Fiocruz apresentou o parecer da unidade de auditoria interna conforme preconizado nas alíneas “a” a “g” do item 1 do anexo III da Decisão Normativa TCU n.º 132/2013. Registra-se que Entidade possui Auditoria Interna – Audin nos termos do parágrafo quarto do artigo 15 do Decreto n.º 3.591/2000. A Audin subordina-se diretamente ao presidente da Fiocruz, que é o dirigente máximo da Entidade, e tem a sua competência formalizada no regimento interno do órgão. Além disso, a Presidência da Fundação garantiu na Portaria n.º 009/2008 o livre acesso da Auditoria Interna a documentos, valores, processos, sistemas informatizados e demais instrumentos indispensáveis para o exercício das suas atividades, assim como estabeleceu que seus trabalhos devem ser executados com autonomia, independência e imparcialidade. A força de trabalho da Audin está constituída de nove servidores e cinco colaboradores (terceirizados). ##/Fato##

2. 16 Ocorrências com dano ou prejuízo Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário. 3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável e tratados na reunião de 28/11/2013 entre a Secretaria de Controle Externo do Estado do Rio de Janeiro e a Controladoria-Regional da União do Estado do Rio de Janeiro, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Rio de Janeiro/RJ, 07 de julho de 2014.

Nome: Cargo: Assinatura:

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Nome: Cargo: Assinatura:

Nome: Cargo: Assinatura:

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

_______________________________________________

Achados da Auditoria - nº 201406145 1 GESTÃO OPERACIONAL

1.1 Programação dos Objetivos e Metas

1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Ação 2015/20YE Fato

O Programa 2015 – Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) engloba a Ação 20YE – Imunobiológicos e Insumos para Prevenção e Controle de Doenças. Conforme extraído do Cadastro de Ações do Exercício de 2013 (site www.planejamento.gov.br), a ação trata da “normalização, produção e aquisição, armazenagem, acondicionamento, distribuição e transporte de inseticidas, biolarvicidas, kit diagnóstico e outros insumos para utilização na prevenção e controle de doenças e suporte em situação de emergências epidemiológicas, produção, aquisição, armazenamento, acondicionamento, distribuição e transporte de vacinas e soros para

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estados e municípios visando à vacinação da população bem como apoio à central nacional de armazenagem e distribuição de insumos.” Esta ação possui despesas com empenhos no somatório de R$ 874.857.287,08 (oitocentos e setenta e quatro milhões oitocentos e cinquenta e sete mil duzentos e oitenta e sete reais e oito centavos) no período sob exame. ##/Fato##

2 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

2.1 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

2.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

2.1.1.1 INFORMAÇÃO

O processo de aquisição n.º 25386000454/2013-57 está em conformidade com a legislação aplicável quanto ao fundamento da inexigibilidade. Fato

O processo de inexigibilidade representa 23,04% do valor total homologado no exercício de 2013, conforme exposto a seguir: Quadro 9 – Informações sobre amostragem Nº do Processo Objeto Valor (R$) Observações 25386000454/2013-57 Aquisição de vacina contra rotavirus,

unidose, PWER, GSK 98.117.962,14 No valor está

incluído o 1º Termo Aditivo

Fonte: Tabela de Licitações e processos analisados Trata-se de análise sobre o processo n.º 25386.000454/2013-57 referente à aquisição de 5.000.112 doses de vacina contra rotavírus para a demanda do Programa Nacional de Imunizações (PNI/SVS/MS) pelo período de oito meses.

A aquisição, promovida pela Unidade Gestora de Bio-Manguinhos, foi processada por meio da Inexigibilidade n.º 71/2013, com base no artigo 25º, caput da lei 8666/93, tendo por fundamento a parceira firmada com a empresa GlaxoSmithKline Biologicals S.A. para a transferência de tecnologia e produção do imunizante através do Contrato de Transferência de Tecnologia n.º 25386.001204-2007-96 de, 17/12/2007.

De acordo com o item 7.1 do contrato de transferência de Tecnologia, a aquisição de seringas pré-embaladas e rotavírus GSK BIO a granel por parte da Fiocruz deve ser feita com exclusividade junto à GlaxoSmithKline.

Verificamos que, com vistas à execução da fase 1 do contrato de transferência de tecnologia, em 04/04/2013 foi emitida a Requisição de Compra n.º 20130557 para a aquisição junto à empresa GlaxoSmithKline Biologicals S.A. de 5.000.112 doses de vacina contra rotavírus pelo valor de R$ 80.500.177,66 (oitenta milhões, quinhentos mil, cento e dezessete reais e sessenta e seis centavos), considerando um custo unitário de USD 7,85 por dose.

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Em 25/10/2013, foi promovido um aditivo à contratação em questão para a aquisição de 999.999 doses, pelo valor de R$ 17.617.784,48 (dezessete milhões, seiscentos e dezessete mil, setecentos e oitenta e quatro reais e quarenta e oito centavos), mantendo o custo unitário da aquisição inicial.

Assim o valor total contratado no processo n.º 25386.000454/2013-57 somou a quantia de R$ 98.117.962,14 (noventa e oito milhões, cento e dezessete mil, novecentos e sessenta e dois reais e quatorze centavos).

Em resposta à Solicitação de Auditoria n.º 201406145/03, de 30/05/2013, questionamos a respeito do aditivo à contratação e do valor contratado, a Unidade informou o seguinte, por meio de Memorando da Diretoria da Unidade de Bio-Manguinhos, de 04/06/2013:

“1. Em atenção à Solicitação de Auditoria em epígrafe, informamos o que se segue, relativamente aos quesitos formulados acerca do processo nº 25386.000454/2013-57, os quais estão relacionados ao Contrato de Transferência de Tecnologia autuado no processo nº 25386.001204/2007:

2. Quesito 1 – Vigência do Contrato de Transferência de Tecnologia

Consoante as disposições da cláusula 30.1 do Contrato em referência, a transferência de tecnologia permanecerá em vigor por um período de cinco anos, a partir da primeira venda do Produto 3. A esse respeito, cumpre esclarecer que a transferência de tecnologia é definida como: “a completa divulgação da INFORMAÇÃO e a ASSISTÊNCIA TÉCNICA, ambas as quais deverão ser implementadas em FASES conforme e sujeitas aos termos e condições deste ACORDO”, assim como o Produto 3 é considerado e estabelecido como: “a vacina em tubo, em sua embalagem final, para imunização contra infecções e doenças causadas por determinadas cepas de Rotavírus, contendo ROTAVÍRUS A GRANEL DA FIOCRUZ formulados e envasados em tubos de dose única pela FIOCRUZ nas suas INSTALAÇÕES para fornecimento ao MS dentro do TERRITÓRIO durante a FASE 4. ”. Para maior clareza, transcrevemos abaixo, integralmente, as aludidas disposições:

“30.1 O PRAZO deste ACORDO será o seguinte: este ACORDO entrará em vigor e se tornará efetivo a partir da DATA EFETIVA, e sujeito às demais disposições deste Artigo 30, (i) as disposições da TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA (parte II) permanecerão efetivas por um período de cinco (5) anos a partir da data da primeira venda do PRODUTO 3 e será automaticamente renovado até a conclusão das atividades de TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA conforme definidas no Artigo 7, item 7.2, contanto que aprovado pelo INPI; (ii) as disposições do CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (parte III) permanecerão em vigor sujeitas às demais disposições aqui contidas por um período de cinco (5) anos após a fabricação pela FIOCRUZ do primeiro um (1) milhão de tubos do Produto GSK para comercialização e será automaticamente renovado por períodos sucessivos de três (3) anos dali em diante, a menos ou até que rescindido por qualquer

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uma das Partes através de notificação por escrito à outra parte com antecedência não inferior a três (3) meses; e (iii) as outras disposições irão permanecer em vigor até a conclusão das atividades de TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA conforme definidas no Artigo 7, item 7.2, ou do CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS aqui contidos, o que for posterior.”

Em conformidade com o Cronograma de Transferência de Tecnologia atualizado (Anexo 1), a transferência de tecnologia encontra-se em sua Fase 1, pelas razões que serão expostas na resposta ao quesito seguinte. Desta forma, pode se inferir que o contrato em tela se encontra em pleno vigor, uma vez que o Produto 3 só será produzido ao final da Fase 3, conforme Tabela de Transferência de Tecnologia constante da cláusula 6.2 do contrato, abaixo descrita:

FASES e compras

Transferência de Tecnologia pela GSKBIO para a FIOCRUZ

Fornecimento de MATERIAL DE PROPRIEDADE pela GSKBIO à FIOCRUZ

Operações locais pela FIOCRUZ

Marcos técnicos, regulatórios e comerciais a serem alcançadas pela FIOCRUZ para passagem à FASE subsequente

FASE 1

ANO 1 e ANO 2

8 milhões de DOSES/ano;

Cumulativo a 16 milhões de DOSES

- Transferência de tecnologia de CQ do PRODUTO 1

- Transferência de tecnologia para operações de formulação e envasamento do PRODUTO 2

- Transferência de informação para solicitação de registro do PRODUTO 1

- Transferência de tecnologia de teste de CQ para aceitação do ROTAVÍRUS GSKBIO A GRANEL (durante ANO 2)

- SERINGAS PRÉ-EMBALADAS

- Construção das instalações para operações secundárias relativas ao PRODUTO 1

- Embalagem final do PRODUTO 1

- Liberação pelo CQ do PRODUTO 1

-Solicitação de registro do PRODUTO 1

- Conclusão e validação das instalações para as operações secundárias referentes aos PRODUTOS

-Produção local cumulativa (embalagem final) do PRODUTO 1 (16 milhões de DOSES)

-Registro do PRODUTO 1

FASE 2

ANO 3: 10 milhões de DOSES

- ROTAVÍRUS GSKBIO A GRANEL

- Formulação e envasamento de ROTARIX GSKBIO A GRANEL em

-Produção local (formulação, envase, rotulação, embalagem) de 26 milhões de

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PRODUTO 2

-Rotulação e embalagem de PRODUTO2

- Solicitação de pré-qualificação junto à OMS (instalações para as operações secundárias)

-Solicitação de registro do PRODUTO 2

DOSES cumulativas (16 milhões de DOSES PRODUTO 1 + 10 milhões de DOSES PRODUTO 2)

-Conclusão e validação das instalações para produção primária para PRODUTO 3 e PRODUTO FINAL.

-Registro do PRODUTO 2

FASE 3

ANO 4 e ANO 5

24 milhões de DOSES cumulativas

FASE 3

(ANO 4: 12 milhões de DOSES – ANO 5: 12 milhões de DOSES)

-Transferência de tecnologia para produção de ROTAVÍRUS GSKBIO BIO a GRANEL sujeita à decisão do MS confirmando a FIOCRUZ como único fornecedor e fabricante da vacina para rotavírus para o PEI brasileiro..

-Transferência de tecnologia de teste de CQ de ROTAVÍRUS GSKBIO BIO A GRANEL

- Transferência do processo para produção do INÓCULO ROTAVÍRUS

-GSKBIO ROTAVÍRUS BULK

- SEMENTE DE TRABALHO ROTAVÍRUS para desenvolvimento clínico do PRODUTO 3

- BANCO DE CÉLULAS DE TRABALHO VERO para desenvolvimento clínico do PRODUTO 3

- Formulação e envasamento de ROTARIX GSKBIO BIO a GRANEL em PRODUTO 2

-Rotulação e embalagem do PRODUTO 2

-- Desenvolvimento clínico do PRODUTO 3

- Pré-qualificação da OMS (instalações para operações de produtos a granel)

- Envasamento do PRODUTO 3

-Produção local (formulação, envasamento, rotulação, embalagem) de cumulativamente 50 milhões de DOSES (16 milhões do PRODUTO 1 + 34 milhões do PRODUTO 2)

- Pré-qualificação da OMS (instalações para operações secundárias) obtida pela FIOCRUZ ao final do ANO 4

- Registro do PRODUTO 3

FASE 4

-Transferência do processo para produção da semente de trabalho e produção do BANCO DE CÉLULAS DE TRABALHO VERO

- SEMENTE-MÃE ROTAVÍRUS

- BANCO DE CÉLULAS-MÃE VERO

- Produção total do PRODUTO FINAL

- Desenvolvimento clínico do PRODUTO FINAL

- Registro do PRODUTO FINAL

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CONCLUSÃO DA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Aliado a isto, em julho de 2013, Bio-Manguinhos deu entrada em um pedido de prorrogação do Certificado de Averbação do contrato no Instituto Nacional de Propriedade Industrial/INPI, tendo o referido Instituto prorrogado o prazo do Certificado por cinco anos, a contar de 01/08/2013 ou cinco anos a contar do inicio da fabricação do produto no Brasil, o que ocorrer primeiro, conforme se depreende da cópia do Certificado INPI 080533/02, também anexa (Anexo 2).

3. Quesito 2 – Fase de Execução do Contrato de Transferência de Tecnologia

O prazo para a implementação da transferência de tecnologia está estimado em 05 (cinco) anos, conforme previsão contratual e a sua execução, atualmente, encontra-se na FASE 1, como já exposto acima. Devido à natureza da tecnologia, foi acordado que o cronograma de transferência seria implementado em FASES consecutivas (Artigo 6º) devendo cada FASE tomar o tempo necessário para atingir a sua conclusão, sujeita à obtenção dos MARCOS DE CONCLUSÃO (Anexo IV do contrato) para a passagem à FASE seguinte.

De acordo com o Anexo IV do Contrato, os marcos técnicos de conclusão da Fase 1 são: a conclusão e validação das instalações para as operações secundárias referentes aos PRODUTOS; a produção local cumulativa (embalagem final) do PRODUTO 1 (16 milhões de DOSES); e o registro do PRODUTO 1 na Agência de Vigilância Sanitária/Anvisa. A etapa de produção local cumulativa do Produto 1 e a etapa de registro já estão concluídas. A etapa de conclusão e validação das instalações para as operações secundárias ainda está em andamento pelas razões expostas a seguir:

a. Como é sabido, toda a transferência de tecnologia, para que seja plenamente

implementada, pressupõe a utilização de uma planta de produção para tal fim. No caso da vacina de rotavírus são necessárias plantas de produção para: fabricação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA); e Processamento final da vacina (formulação, envase, rotulagem e embalagem).

b. A planta de produção para o processamento final da vacina de rotavírus é uma instalação inteiramente nova que está em construção e relaciona-se às duas primeiras fases do contrato de transferência de tecnologia que contemplam os registros dos Produtos 1 e 2. A planta de produção de IFA relaciona-se às fases 3 e 4 e seria, inicialmente, o Centro de Produção de Antígenos Virais localizado no Centro Tecnológico de Vacinas de Bio-Manguinhos.

c. Atrasos na execução da obra de construção da planta de processamento final, assim como novas exigências regulatórias, resultaram na necessidade de adequações estruturais do Centro de Produção de Antígenos Virais, o que postergou a plena implementação da tecnologia nos prazos acordados em contrato. Ressalta-se que o Centro de Produção de Antígenos Virais é utilizado para a incorporação de outras vacinas cuja transferência de tecnologia também está em andamento, o que torna extremamente complexa a necessidade de interdição da área para reformas sem inevitável impacto em outros projetos e no atendimento às demandas do Ministério da Saúde.

Tais fatos têm dificultado a implementação da transferência de tecnologia e o atingimento dos marcos de conclusão de suas fases, pois estes dependem da finalização das obras civis para serem alcançados. Porém, a Fiocruz vem dispendendo esforços para minimizar os impactos no cronograma da transferência de tecnologia, que se consubstanciam na revisão dos aspectos jurídicos e técnicos do contrato de construção da planta de processamento final da vacina rotavírus junto à empresa contratada; na negociação junto ao parceiro tecnológico, para garantir a fusão das etapas 3 e 4 e o fluxo de transferência das informações tecnológicas referentes às etapas 2 e 3/4, em paralelo com a construção das áreas físicas; e na produção do ingrediente

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farmacêutico ativo (IFA) para a vacina de rotavirus no prédio de cultivo de células para vacinas virais a ser construído no Campus de Bio-Manguinhos em Santa Cruz.

Em conclusão, informamos que já foi atingido 100% (cem por cento) dos marcos técnicos e regulatórios referentes ao Produto 1, já foi iniciada a transferência de informações referentes ao Produto 2 e está em andamento a elaboração dos requisitos para a produção do IFA de rotavirus no prédio de cultivo de células em Santa Cruz.

4. Quesito 3 – Aquisição da Dose por valor inferior ao constante no Contrato de Transferência de Tecnologia

A fim de que se possa compreender o preço pago por dose, no valor de USD7,85, nos termos do processo nº 25386.000454/2013-57, é imperioso trazer à baila que o valor da dose pactuado inicialmente no Contrato de Transferência de Tecnologia era de USD 7,50 para o ano 1 e USD 7,90 para os anos subsequentes. Com efeito, a aquisição da dose da vacina de rotavírus teve por base o valor unitário de USD 7,50 + inflação belga no ano x a inflação belga nos anos subsequente menos 0,12, o que resultou no valor unitário de USD 7,85.

Cabe destacar que os valores e a base de cálculo acima expostas se pautaram nas condições previstas no Contrato de Transferência de Tecnologia em comento, conforme a seguir evidenciado:

Forma/Apresentação Preço ($/dose CIP Aeroporto Rio de Janeiro)

SERINGAS PRÉ-EMBALADAS

ANO 1: $(7,50 + SERINGAS PRÉ-EMBALADAS gratuitas) de forma que o preço líquido por dose atinja $(7- 0.12) ANO 2: $(7.90 + SERINGAS PRÉ-EMBALADAS gratuitas) de forma que o preço líquido por DOSE atinja $(7.50+ taxa de inflação belga no ANO 1 – 0.12)

“7.3.1 As partes deverão averiguar a taxa de inflação belga durante os doze (12) meses anteriores conforme determinado pelo “Indice Santé” do Ministério de Assuntos Econômicos da Bélgica. A cada tal aniversário, os PREÇOS DE CONTRATO serão ajustados de modo a refletir tal inflação. ”

5. Quesito 4 – Conformidade do preço previsto no Contrato de Transferência de Tecnologia com o praticado no Mercado

Cabe elucidar que o preço unitário por dose inicialmente pactuado no sobredito Contrato correspondeu a USD 7,50, tendo como parâmetro o preço de compra realizada pela Organização Pan Americana de Saúde/OPAS. Nesse sentido, oportuno esclarecer que o preço das aquisições efetivas pela OPAS é utilizado pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde como referência nas compras internacionais Em anexo, encaminhamos a cópia da Ordem de Fornecimento, por meio da qual a OPAS efetivou a compra da vacina rotavírus da empresa GlaxoSmithkline em 2007 e através da qual se pode contatar a total compatibilidade de preços (Anexo 3).”

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Pelo exposto, observa-se que há uma demora na execução do cronograma físico-financeiro estabelecido no contrato de transferência de tecnologia, haja vista que o mesmo estabelecia um prazo de cinco anos para a conclusão do objeto, que fora dividido em quatro fases. Por outro lado, o Contrato de Transferência prevê que o acordo permanecerá vigente por um período de cinco anos após a primeira venda do Produto 3. Desta forma, considerando que a execução ainda se encontra na fase 1, o termo de transferência permanece sob vigência.

Quanto ao valor unitário estabelecido no termo de transferência de tecnologia, a Unidade apresentou como parâmetro uma Ordem de Fornecimento datada de 28/10/2007 referente à compra realizada pela Organização Pan Americana de Saúde/OPAS de 300.000 doses da vacina ao custo unitário de USD 7,50.

Dos autos do processo analisado consta, também, uma pesquisa realizada junto ao site do programa de vacinas para crianças, no qual há um registro de aquisição de 10 doses da vacina rotavírus, em 31/03/2013, ao custo unitário de USD 9,21. ##/Fato##

2.1.1.2 INFORMAÇÃO

Contratos com a Fiotec. Fato

A fim de aprimorar as relações entre a Fiotec – fundação privada e a Fiocruz – fundação pública dentro dos requisitos legais, desde 2007 esta Controladoria vem expedindo recomendações, a saber : Quadro 10 – Recomendações acerca da relação entre a Fiocruz e sua fundação de apoio. Relatório Constatação Recomendação 208164 1.1.5.1 002

Apurar responsabilidades quanto ao enquadramento legal em dispositivo constante do artigo 24 da lei 8666/93, sem preenchimento dos requisitos formais estabelecidos para a prática deste ato. 003 Abster-se de firmar contrato com Fundação de Apoio, apoiado no inciso XIII, do art. 24, da Lei 8.666/93 sem que fiquem claramente caracterizadas: a) a necessidade da contratação direta pela Fundação de serviços que poderiam ser realizados pela Fiocruz por meio de sua própria estrutura e recursos humanos; b) a capacidade técnica da contratada para realização do serviço por conta própria; e c)a compatibilidade do objeto com o previsto neste dispositivo da Lei. 004 Abster-se de firmar contrato com Fundação de Apoio, apoiado no inciso XIII, do art. 24, da Lei 8.666/93 para aquisição de bens ou prestação de serviços ligados à área de informática.

244035 2.1.6.2 001 Somente realizar dispensas de licitação fundamentadas no art. 24 XIII da Lei n.º 8.666/93 quando o objeto for comprovadamente ligado à pesquisa, ao ensino ou ao desenvolvimento institucional e, nos casos em que não existam outras empresas que prestem o mesmo serviço.

201203694 5.1.4.2 001 Somente firmar contratos com a fundação de apoio, amparado no inciso XIII do artigo 24 da Lei 8.666/1993, quando fiquem claramente

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Relatório Constatação Recomendação caracterizadas: A) a necessidade da contratação direta de serviços que não deveriam ser realizados pela Fiocruz por meio de sua própria estrutura e recursos humanos; B) a capacidade técnica da contratada para realização do serviço por conta própria; e C) a clara comprovação de que o objeto da contratação resultará em efetivo desenvolvimento institucional.

201305702 4.1.1.1 001 Fazer constar dos processos de pagamento dos serviços contratados junto à fundações de apoio todos os documentos pertinentes (relatórios finais de atividades, relação de pessoal alocado no contrato, notas fiscais dos fornecimentos, etc.) para a devida comprovação da execução contratual pela fundação de apoio, conforme princípio da transparência pública e de acordo com o inciso III do parágrafo 2º do artigo 63 da Lei n.º 4320/64. 002 Exigir a anotação no corpo de toda nota fiscal do nº do contrato correspondente, a fim de possibilitar a imediata identificação dos serviços ou fornecimentos de bens a que se referem os documentos hábeis para a caracterização da etapa de liquidação da despesa.

Fonte: Relatórios Anuais de Auditoria de Contas 2007, 2009, 2011 e 2012. Em 2013, a Fiotec recebeu o montante de empenhos liquidados no valor total de R$ 278.730.520,70, representando 7,59% do total liquidado de R$ 3.673.843.607,38 pela Fiocruz. A amostragem realizada sobre o valor liquidado no exercício para esta fundação de apoio alcançou R$ 67.280.433,71, ou seja, 24,13% do montante liquidado em favor da Fiotec e 1,81% do montante total liquidado. Foram analisados os processos abaixo à luz da Portaria n.º 05/2013- VPGDI de 27/03/2013 e do Decreto n.º 7423/2010 de 31/12/2010. Quadro 11 – Amostra de contratos assinados com a Fiotec em 2013

Processo Dispensa de Licitação Contrato Valor (R$) * 25027.000050/2013-42 06/2013 05/2013 4.064.803,71 25380.002632/2013-34 314/2013 73/2013 25.000.000,00 25027.000052/2013-31 12/2013 07/2013 6.903.000,00 25380.001271/2013-17 203/2013 50/2013 19.000.000,00 25380.001789/2013-42 249/2013 60/2013 143.352.792,00 Total 198.320.595,71 Fonte: Processos analisados *Referente ao valor total contratado (o valor contratado será liquidado em um ou mais exercícios). Os contratos foram originados por dispensas de licitação fundamentadas no inciso XIII do artigo 24 da Lei n.º 8666/93. Constatou-se que os pagamentos se realizaram após a apresentação dos relatórios parciais e o corpo das notas fiscais continham elementos que identificavam o correspondente contrato. ##/Fato##

2.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Ausência de correlação entre o objeto contratado e a fundamentação da dispensa de licitação (pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional da Fiocruz - área da saúde), a despeito de reiteradas recomendações sobre o tema emitidas pela CGU.

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Também há desvio de finalidade, uma vez que haverá desenvolvimento institucional no âmbito do Ministério da Cultura. Fato

O processo n.º 25027.000050/2013-42 tratava de aquisição serviços de “apoio logístico e administrativo da Fiotec à execução o Projeto Programa de Centros das Artes e dos Esportes Unificados (CEU da Artes) – Rede de Cidadania e Qualidade de Vida”, realizados mediante dispensa de licitação n.º 6/2013 embasada no inciso XIII do artigo 24 da Lei n.º 8.666/93 que originou o contrato n.º 05/2013 assinado, 27/12/2013, no valor de R$ 4.064.803,71, com vigência até 27/12/2014. Os recursos para contratação são oriundos do Ministério da Cultura - MinC, sendo executados sob a ação 2027/14U2- “Implantação, instalação e Modernização de Espaços e Equipamentos Culturais” de responsabilidade do MinC, tendo sido transferido para a Fiocruz por meio do Termo de Cooperação n.º 160/2013, onde consta como proponente o Diretor da Fiocruz Brasília. Conforme projeto básico, tem-se como objetivo geral (fls. 30) o “apoio à realização de ações estratégicas de tecnologia de gestão na Diretoria de Programas Especiais de Infraestrutura Cultural (DINC) para execução do programa Centro de Artes e Esportes Unificados e CEUs das Artes”. Este objetivo (fls. 32) se subdivide em: “- Subprojeto 1: Implantação e fortalecimento de modelos de gestão estratégica no DINC e em seus programas e projetos. Ação: Serão executadas ações de pesquisa, mapeamento, suporte técnico, avaliação, elaboração de laudos e pareceres, articulação institucional e capacitação de gestores. - Subprojeto 2: Consolidar a formação cultural nos Estados e Municípios contemplados pelos Programas Centros Unificados das Artes e dos Esportes e dos CEUs as Artes. Ação: Serão executadas ações de coordenação, gestão de equipamentos, ativação de redes, fortalecimento de governança e desenvolvimento de estudos e pesquisas. - Subprojeto 3: Suporte à Gestão do Projeto e ao Desenvolvimento Institucional. Ação: Serão executadas ações de execução de serviços, planejamento, avaliação e gestão de pessoas, eventos e deslocamento.” Ainda, tem-se como justificativa da contratação o seguinte: “O presente projeto foi concebido como uma iniciativa para assessorar a Diretoria de Programas Especiais de Infraestrutura Cultural (DINC) do Ministério da Cultura (MINC) na efetiva realização os seus objetivos precípuos de atuação.” Em resposta à Solicitação de Auditoria 201406145-05, de 02/06/2014, foi enviado folder do projeto, cujo teor refere-se ao acompanhamento de obras. O folder expressou o conceito do projeto com o seguinte texto: “A Praça do Esportes e da Cultura – PEC é um equipamento público estruturado para integrar atividades e serviços culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital.

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Idealizada em conjunto pelos Ministério da Cultura, Esportes, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Justiça e Trabalho e Emprego, a Praça integra num mesmo espaço físico programas e ações setoriais destes Ministérios, visando a promoção da cidadania e a redução da pobreza nos territórios onde será implantada. É atribuição do MinC coordenar, monitorar e avaliar a execução e os resultados dos Programas e Ações sob sua responsabilidade, bem como disciplinar o processo de aprovação e execução das propostas para implementação das PEC, em conformidade com a legislação vigente.” Também foi apresentada a Nota Técnica datada, de 20/04/2014, na tentativa de adequar os trabalhos a serem realizados pela Fiotec. A referida Nota tem como diretriz: “Contribuir para o desenvolvimento de um modelo de gestão que possa atender a projetos do MinC, tendo como base o projeto desenvolvido para o Plano de Expansão da Radioterapia do SUS. Este projeto visa ser um modelo que possa também ser usado como referência para outros projetos de outros ministérios. O modelo deve contemplar todas as fases do processo, ou seja, desde o processo de contratação do projeto ou solução, até a entrega dos serviços à população, inclusive com acompanhamento de obras, fornecimento de dados de gestão do uso e ofertas de novos serviços, como criação de redes de usuários e redes de pesquisadores.” As características principais da solução são “1 - Cadastro de Obras, Projetos e Usuários, 2 – Acompanhamento de Obras e/ou Projetos e 3 – Serviços de Valor Agregado”. Por meio do memorando 067/2014 DIREB, de 09/06/2014, a Diretora Substituta da Fiocruz Brasília apresentou as seguintes informações em função da referida solicitação de auditoria: “[...] De acordo com o artigo 1º do Decreto n. 4.725. de 09 de Junho de 2013 (Estatuto da Fiocruz), a Fiocruz é uma fundação pública vinculada ao Ministério da Saúde, que tem por finalidade o desenvolvimento de atividades no campo da saúde, da educação e do desenvolvimento científico e tecnológico, devendo para tanto executar, dentre outras atividades, as a seguir descritas: a) participar de formulação e da execução da Política Nacional de Saúde, da Política Nacional de Ciência e Tecnologia e da Política Nacional de Educação, as duas últimas na área da saúde; b) formar e capacitar recursos humanos para a saúde e ciência e tecnologia; (...) c) desenvolver atividades de referência para a vigilância e controle da qualidade em saúde; d) desenvolver atividades de prestação de serviços e cooperação técnica no campo da saúde, ciência e tecnologia; Observa-se assim que a Fiocruz, tem como finalidade primordial o desenvolvimento de atividades nos campos da saúde e do desenvolvimento científico e tecnológico, não apenas por meio do desenvolvimento de vacinas. por não se tratar da saúde da simples ausência de uma patologia, mas do conceito de saúde como previsto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e ratificado pela Comissão Nacional dos Determinantes

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Sociais (CNDSS), qual seja: "Um estado de completa bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade". A atribuição da Fiocruz no campo da saúde, portanto, não se encontra restrita a elaboração de pesquisa ou realização de atividades meramente visando a ausência de doença ou enfermidade, mas no entendimento da saúde a partir da análise do que se denomina Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Assim, para que se possa falar na atuação no campo da saúde, necessária uma ingerência sobre os DSS, que influenciam fortemente o estado de bem estar físico, mental e social da sociedade e do cidadão. Encontram-se, desse modo. dentro das atribuições de atividades da Fiocruz por meio da formulação de políticas públicas ou atividades diretas na sociedade, a adoção de projetos que perpassem por todas as camadas dos OSS, como modelo de Dahlgrell e Whitehead, na qual se encontram as normas culturais. Isso porque para o desenvolvimento humano sustentável, a cultura apresenta-se como um determinante e condicionante do processo saúde-doença em nossa sociedade, na medida em que não ha como se falar na promoção de políticas públicas de saúde, sem que ações conjuntas que envolvam fatores comportamentais e de estilo de vida sejam realizadas, (tal como, criação de espaços públicos para a prática de esportes ou a construção de redes sociais de promoção e atenção à saúde). A relação entre cultura e saúde encontra legitimidade no bojo da discussão das políticas públicas com base no entendimento da saúde como processo ao mesmo tempo resultante e causador da qualidade de vida e dos seus múltiplos determinantes, como a educação e a cultura, por exemplo. A partir dessa concepção de saúde, a qual e abarcada pela Constituição da República Federativa do Brasil, em seus artigos 6º e 196, a Fiocruz Brasília vem desenvolvendo, desde 2005, atividades no campo da saúde e da cultura em parceria com o Ministério da Cultura. Estando a atuação da Fiocruz nos projetos junto ao MINC prevista no plano quadrienal da Fiocruz e no MAPA ESTRATÉGICO, no Eixo ciência, tecnologia e sociedade. Onde se estabelece como diretriz que: "a geração mais intensiva de conhecimento no campo de Saúde Coletiva e o seu diálogo no campo das políticas públicas ganham cada vez mais terreno. Acompanham a complexidade crescente no âmbito da organização e gestão de sistemas e serviços de atenção, nas suas relações com a sociedade, na interação com outras políticas públicas, no desafio de compreender os antigos e novos fatores a contribuir para a dinâmica do processo saúde-doença e suas consequências para o modo de prover serviços”. Ressalta-se que a Fiocruz Brasília ratificou ainda sua capacidade de atuação em atividades de ensino, pesquisa, comunicação e popularização da ciência, bem como potencializou sua capacidade de articulação no sentido de formar parcerias e apoiar a execução de projetos próprios e de outras unidades da Fundação. Nesse sentido, considerando as vertentes da transversalidade e sinergia entre a todas as áreas que atualmente compõem a Fiocruz Brasília, esta foi sistematizada em 3 eixos de atuação, a saber: Integração, Inteligência e Formação. As atribuições inerentes a cada eixo tem sido paulatinamente construídas e, atualmente, entre outras, atuamos fortemente com: a) no apoio a gestão da rede de cooperação e b) na articulação com órgãos dos estados e parceiros externos para facilitar a implementação de políticas públicas. Desse modo, considerando as atuações da Fiocruz e a sua finalidade, em 2005. quando em cerimônia com a presença do então Ministro da Cultura Gilberto Gil, as instituições assinaram acordo de cooperação para a criação conjunta do Observatório de Museus e Centros Culturais e da Rede de Patrimônio Cultural da Saúde. Em 2007, a Fiocruz e o MinC abriram o edital Loucos pela Diversidade. que atraiu 369 projetos na interface

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saúde mental e cultura. para pessoas em sofrimento psíquico, resultando na premiação de 55 iniciativas. Posteriormente, em 2010, somando a experiências anteriores de parecerias formais entre a Fiocruz e o Ministério da Cultura, a Fiocruz celebrou com o MinC o Acordo de Cooperação Técnica n.º 10212010, publicado no D.O.U de 03 de Novembro de 2010, tendo por objeto a implementação do Rede Saúde e Cultura: "Fortalecimento das redes do Programa Cultura Viva com foco na diversidade cultural e sua articulação com a promoção da saúde ", para o fortalecimento da aproximação entre as iniciativas da políticas públicas em saúde e em cultura, de forma a aumentar a qualidade de vida dos cidadãos brasileiros e contribuir com o desenvolvimento humano sustentável. O Projeto Rede Saúde e Cultura teve por propósito criar espaços diversos de mediação que promovessem a colaboração e o intercâmbio entre as áreas da Saúde e a Cultura, constituindo-se como uma rede sócio-técnica para apoiar a gestão intersetorial, colaborativa e participativa das políticas de cultura e saúde. Buscou articular atores governamentais, da academia e da sociedade civil, por meio de parcerias entre as redes de promoção e atenção a saúde e aquelas de produção, criação, fruição e difusão cultural. A implementação da Rede Saúde e Cultura, portanto, fora vislumbrada enquanto tecnologia social, orientada pelos princípios da horizontalidade, participação e cooperação. É de se ressaltar que dado o conceito ampliado de saúde, posto pela própria OMS, os principais fatores que levaram à articulação técnica entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Ministério da Cultura foram: a) O fato de que a cultura possui um campo simbólico eficaz para a promoção da saúde, prevenção de doenças, erradicação da violência, combate às drogas e que são escassas as interlocuções entre agentes de cultura e agentes de saúde; b) A importância de instrumentalizar profissionais de saúde, bem como,de qualificar os ambientes de atendimento à saúde, pela aplicação do "saber" cultural, em suas diversas manifestações e linguagens, como uma nova possibilidade de entendimento do que e como se dá o cuidado em saúde; c) A necessidade de elaboração de instrumentos e metodologias que melhorem ou possibilitem a articulação da rede pública de serviços de saúde, com a rede pública de equipamentos culturais. tais como Pontos e Pontões de Cultura, museus, bibliotecas, brinquedotecas e cineclubes; d) A necessidade de ler a diversidade cultural reconhecida, respeitada e valorizada como aspecto identitário de um grupo, aspecto que o traduz e poderá trazer benefícios a ele; Do referido, fora celebrado o Termo de Cooperação n° 134 de 2011 para a execução das atividades relativas ao Projeto Rede Saúde e Cultura, por meio da descentralização de recursos do MinC para a Fiocruz, sob a coordenação da Dra. Luciana Sepulveda Koptcke, coordenadora do Programa de Educação, Cultura e Saúde da Fiocruz Brasília, por parte da Fiocruz, Termo de Cooperação já concluído, em que foram executadas ações para a implementação de um espaço de mediação com estímulo a encontros sistêmicos, regulares, diversificados entre as redes de atenção e promoção à saúde e da produção, promoção e difusão cultural. Em outras palavras, pelo projeto firmado em 2011, a Fiocruz em parceria com o MinC elaborou ações para documentação, registro, sistematização e avaliação das experiências que foram implementadas, onde foram mapeadas as ações

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culturais/comunitárias, bem como os parceiros institucionais e das organizações da sociedade civil que realizam atividades com tal recorte, colaborando para formação das redes sociais e troca de experiências e atuação direta sobre os entendimentos culturais da sociedade, para a promoção da saúde. Trabalho desenvolvido com base no entendimento de que o valor de uma pessoa ou comunidade e aplicado segundo suas realidades locais de ambiente, sentido de prazer, economia, escala de intervenção no meio e expressão ampla (principalmente, artística). Desse modo, a cultura influencia diretamente nas políticas públicas de saúde que devem ser adotadas, na medida em que não se podem pensar em políticas publicas efetivas sem que o contexto socioeconômico da pessoa ou da comunidade para a qual esta será desenvolvida, bem como seus valores culturais (nas minúcias acima descritas) seja analisados, sob pena de serem adotadas medidas absolutamente ineficazes. Dada a experiência exitosa do Acordo de 102/2010 e do TC 134/2011, em 2013, a Fiocruz celebrou com o MinC novo Acordo de Cooperação Técnica (Acordo 072/2013, D.O.U de 09.09.2013) tendo por objeto a vinculação entre as partes para a realização de programas, projetos e atividades de ações integradas na cultura e na saúde. Do referido acordo, e vislumbrando uma atuação conjugada e ampliada entre a Fiocruz e as Secretarias do MINC, foram firmados os Termos de Cooperação a seguir descritos: a) TC 01/2013 - firmado com a Secretaria de Diversidade Cultural/SCDC tendo por objeto o Fortalecimento das redes do Programa Cultura Viva com foco na diversidade cultural e sua articulação com a promoção da saúde, viabilizando a cooperação técnica com destaque para os campos relacionados a gênero, infância, juventude, idosos, comunidade LGBT, pessoas com deficiência, pessoas em sofrimento psíquico, povos indígenas. povos e comunidades tradicionais, nas práticas de promoção de saúde, direitos humanos e qualidade de vida; b) TC 11/2013 - firmado com a Secretaria de Políticas Culturais tendo por objeto a realização do projeto "Estratégias intersetoriais de comunicação e educação para o fortalecimento da diversidade cultural como elemento fundamental de promção a saúde; c) TC 160/2013 - firmado com a Diretoria de Programas Especiais de Infraestrutura Cultural (DINC), visando instituir a cooperação técnica entre os partícipes, com vistas a apoiar a ampliação e a sustentabilidade de ações integradas da Cultura, Saúde e inclusão produtiva que promovam a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento do cidadão brasileiro como sujeito de direitos, com base em ações de documentação, registro, sistematização, monitoramento e avaliação das experiências implementadas na formação continuada de agentes multiplicadores, na produção de materiais e na disseminação dos efeitos do Programa CEU das Artes, da Diretoria de Programas Especiais de Infraestrutura Cultural – DINC, do Ministério da Cultura e sua articulação com o Sistema Único de Saude. Todo o contexto de atuação acima narrado, demonstra a relação entre a cultura e a saúde e justifica a celebração dos Acordos e Termos de Cooperação entre a Fiocruz e o MinC, na medida em que o objeto de todos os referidos instrumentos esta englobado na missão institucional da Fundação Oswaldo Cruz, o que embasa legalmente a contratação da Fiotec - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde, via dispensa de licitação nos moldes do artigo 24 XIII da Lei 8.666/93.

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Adentrando no Projeto Centro de Artes e Esportes Unificados – CEUS em si, o qual é objeto da Auditoria por esta CGU, no âmbito do processo n.º 25027,000050/2013-42. observa-se a plena adequação entre o objeto do contrato de prestação de serviço e a missão institucional da Fiocruz e da Fiotec, de promoção da saúde e de suas políticas públicas. Isso porque os CEUS, conforme concebido pelo Ministério da Cultura, tem por objeto a integração no mesmo espaço de programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços sócio assistenciais, políticas de prevenção à violência e de inclusão digital, para a promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social das cidades brasileiras. 0 CEU das Artes se concretiza em uma praça pública multiuso que possibilita a integração de programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção àl saúde e violência, e inclusão digital. Assim, a Fiocruz subsidia, através de suas expertises, o desenvolvimento de atividades que fortaleçam as ações que tenham como finalidade a criação de condições institucionais e técnicas para organizar e desenvolver processos de implantação, gestão, avaliação e comunicação dos programas desenvolvidos pela DINC/MinC nos municípios brasileiros para a melhoria da qualidade de vida da população. Em suma, atuando fortemente no apoio a governança de redes sócio-técnicas de políticas sociais, produzindo aumento do capital social e significativos desdobramentos para a melhoria da qualidade vida da população e a inclusão social. Ainda, por meio do projeto permite-se a utilização do espaço dos CEUs para o desenvolvimento de estratégias e tecnologias sociais, que visam fortalecer a diversidade cultural nas práticas de promoção da saúde e humanizar e qualificar o cuidado em busca do bem estar físico, psíquico, social e ambiental. Como por exemplo, o desenvolvimento de ações com os jovens das comunidades onde os CEUs foram instalados para a adoção de políticas públicas de com base e prevenção ao uso de entorpecentes, propagação de conhecimentos sobre uso de preservativos e alimentação saudável. Igualmente os CEUS são espaços em que por meio das atividades desportivas e artísticas que nele são realizadas permite-se a adoção de uma política pública de saúde verdadeiramente atuante sobre um dos determinantes sociais da saúde, relativo aos fatores comportamentais e de estilo de vida da comunidade. Isso porque o referido espaço, em virtude da experiência da Fiocruz no campo da saúde, é instrumento para realização de ações de reflexão e ensino sobre a forma de olhar a vida, troca de saberes e experiências, propagação de conhecimento sobre hábitos alimentares, e cursos, por exemplo, de empoderamento contra a violência doméstica e familiar. Ressalta-se ainda que a atuação da Fiocruz em parceria com o MinC no Projeto dos CEUs vai além da própria vinculação entre saúde e cultura, tratando-se da troca de experiências entre as instituições, mediante o desenvolvimento de um aparelho de gestão estratégica das políticas públicas pela Fiocruz, sob a coordenação do Dr. Wagner Martins. Para tal, o grupo de pesquisa aplicada denominado Núcleo de Redes Nredes, coordenado por Wagner Martins, vem atuando no desenvolvimento e aplicação de metodologias para o mapeamento, análise e intervenção em Redes Sociotécnicas de Políticas Públicas num esforço com foco na inteligência estratégica e cooperativa. A expertise da Fiocruz em gestão de políticas sociais e no desenvolvimento de tecnologias e métodos para a gestão estratégica e integrada do equipamentos públicos de cultura e sua articulação com diferentes setores, tanto de governo, quanto da sociedade, tem contribuído para melhorar a eficiência dos programas de saúde e pode contribuir igualmente para o programa dos CEUs.

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Assim. pautando-se no objeto geral do projeto (fls. 30) o "apoio a realização de ações estratégicas de tecnológica de gestão da Diretoria de Programas Especiais de Infraestrutura Cultural (DINC) para execução do programa Centro de Arte e Esportes Unificados e CEU da Artes", e na experiência da Fiocruz na área de gestão estratégica, a Fiocruz vem desenhando o conteúdo de um modelo de gestão que permitirá que o MinC tenha o controle da gestão das obras realizadas nos CEUs até a sua entrega efetiva (apresentação anexa). E ainda, uma ferramenta que permitirá ao MinC e à comunidade o acompanhamento das atividades que ocorrem dentro dos referidos espaços. Os documentos que vem sendo desenvolvidos pela Fiocruz dado know-how desta instituição no mapeamento e proposição do conteúdo de ferramentas de gestão no âmbito da saúde permitirão que a partir a adaptação da ferramenta, conforme pretendido pelo Plano de Trabalho do Acordo objeto da Auditoria, tenha-se uma orientação para a automação do modelo de gestão proposto, poderá ser amplamente utilizada no Projeto CEU, como acima narrado. Este modelo uma vez desenvolvido poderá, em outra fase, ser objeto de nova contratação de um serviço especializado, nos moldes das orientações da SLTI/MPOG. Este projeto visa ser um modelo que possa também ser usado como referência para outros projetos de outros ministérios, modelo que deve contemplar todas as fases do processo, ou seja, desde o processo de contratação do projeto ou solução, até a entrega dos serviços a popu1ação, inclusive com acompanhamento de obras, fornecimento de dados de gestão do uso e ofertas de novos serviços, como criação de redes de usuários e redes de pesquisadores (nota técnica anexa). A concepção de gestão em que a interação comunicativa entre os atores da rede, propiciada pela internet, se dará com base nas informações disponibilizadas, o que tornará o projeto muito mais transparente e participativo. Assim, por todo o exposto, reiteramos a vinculação entre o objeto da contratação com as finalidades da Fiocruz e da Fiotec, o que embasou o contrato celebrado com base no inciso XIII do artigo 24 da Lei 8.666/1993.” Em que pesem as considerações da Diretora Substituta da DIREB, a participação da Fiocruz neste projeto resume-se a participação de servidores e ao repasse total dos recursos financeiros à sua fundação de apoio, que, a princípio, detém a expertise de gestão de projetos, bem como o sistema de gestão a ser customizado para os demais ministérios. Não se encontrou estreita vinculação do objeto contratado (atividades de apoio administrativo e logístico) e os requisitos da lei para tal dispensa. Assim, de todo exposto, não há nexo entre o objeto da contratação com aqueles elencados no inciso XIII do artigo 24 da Lei 8.666/1993. O valor agregado pela fundação de apoio se realiza em função de sua expertise no gerenciamento de projetos, não havendo gerência da Fiocruz em qualquer outro momento, que não por meio de sua fundação de apoio. Salienta-se que 29,8% dos 37 bolsistas alocados até maio/2014 são ex-comissionados do MinC e 13,5% do total de bolsistas vinculados à área da cultura, não havendo nenhum bolsista vinculado à área da saúde. Ademais, a CGU já emitiu reiteradas recomendações para que a Fiocruz se abstivesse de realizar contratações com sua fundação de apoio sem que houvesse correlação entre o objeto da contratação e os requisitos da lei. Também, há os Acórdãos n.º 679/2009, 541/2010, 3251/2012 TCU-Plenário corroborando essas recomendações. Portanto, houve desvio de finalidade, visto que o desenvolvimento institucional se dará no âmbito do MinC. ##/Fato##

Causa

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O Diretor da DIREB, dentro de suas atribuições, ratificou a dispensa de licitação n.º 06/2013 e assinou o contrato n.º 05/2013 originário da referida dispensa de licitação que não atendeu aos requisitos do inciso XIII do artigo 24 da Lei n.º 8.666/93, apesar da ciência das recomendações anteriores emitidas pela CGU. A Gestora de Licitações, dentro de suas atribuições, autorizou a dispensa de licitação n.º 06/2013 que não atendeu aos requisitos do inciso XIII do artigo 24 da Lei n.º 8.666/93, apesar da ciência das recomendações anteriores emitidas pela CGU. Falha no controle interno administrativo da Fiocruz, onde não houve a aferição dos requisitos necessários para se efetuar a dispensa de licitação com fulcro no inciso XIII do artigo 24 da Lei n.º 8.666/93. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

O Presidente da Fiocruz manifestou-se por meio do ofício n.º 219/2014-PR de 24/06/2014, encaminhando o memorando n.º 080/2014-DIREB de 25/06/2014 com as seguintes informações adicionais prestadas: “[...] Data máxima vênia, o entendimento exarado nas recomendações da CGU merece reforma pelas razões abaixo expostas, as quais demonstram a pertinência entre o objeto da contratação da FIOTEC e o ramo de atividade desta. O Estatuto da FIOTEC - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde estabelece em seu artigo 9° que: "Art. 9º - A FIOTEC tem como objetivo, de natureza social, apoiar funções de ensino, de pesquisa, de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, produção de insumos e serviços, informação e gestão, realizadas pelas Unidades Técnicas que compõe a FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, doravante denominada simplesmente FIOCRUZ, nos termos de sua missão institucional." Considerando a finalidade da FIOTEC descrita em seu Estatuto, a Fiocruz Brasília contratou sua fundação de apoio para a realização das atividades de apoio no fortalecimento das ações para a criação de condições institucionais e técnicas de organização e desenvolvimento dos processos de implementação, gestão e avaliação e comunicação do Projeto CEU das Artes. Isso porque sendo missão da Fiotec o exercício de funções de ensino, de pesquisa, de desenvolvimento institucional, informação e gestão, realizadas pelas Unidades Técnicas que compõe a FIOCRUZ, e sendo a missão da Fiocruz Brasília, além da representação da Fiocruz Nacional, a de atuação no campo da saúde, observa-se estreita relação entre o objeto contratado para o desenvolvimento do Projeto CEU das Artes, e a atuação da Fiocruz e da Fiotec. Na medida em que, como explicitado anteriormente, para Organização Mundial da Saúde (OMS) e ratificado pela Comissão Nacional dos Determinantes Sociais (CNDSS), a saúde deve ser tida como: "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade", onde a cultura atua para a Promoção da qualidade de vida. Ora, no ramo de atuação da FIOTEC encontra-se na ação de apoio as funções de gestão desenvolvidas pela Fiocruz, que é um dos objetos do Termo de Cooperação 160/2013,

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desenvolvido com a DINC/MINC, consistente no desenvolvimento de um modelo de gestão previsto na Nota Técnica de 20/04/2014. Também preenche o requisito o projeto em questão, na medida em que desenvolve ações no campo do ensino, da pesquisa e da extensão não afetas apenas ao desenvolvimento institucional do Ministério da Cultura, como entendeu o relatório, mas também no campo da saúde. Atuando a Fiocruz não por meio "da participação de servidores e ao repasse total dos recursos financeiros a sua fundação de apoio", e sim na articulação das ações para o desenvolvimento de Políticas Públicas em Saúde. Dentre as atuações que são/serão executadas pela Fiocruz no Projeto, o qual possui apenas seis meses de vigência, que podem ser destacadas estão: a) ações de pesquisa no programa Centro de Artes e Esportes Unificados - CEU das Artes, avaliando impacto da cultura na qualidade de vida; b) mapeamento dos atores sociais para a organização de redes sociotécnicas de gestão do aparelho para a realização de Políticas Públicas e Saúde; c) avaliação dos resultados da implementação dos aparelhos de gestão; d) capacitação (ensino) dos atores sociais (técnicos e sociedade participante da gestão) para o desenvolvimento de ações vinculadas a saúde e nos meios para sua obtenção; e) organização de redes de governança digital com participação social. Ademais, demonstrando novamente a pertinência entre a natureza da instituição (FIOTEC) e o objeto contratado, e a correta adoção da dispensa de licitação nos moldes do art. 24, XIII, da Lei 8.666/93, há que se destacar que por meio das atividades desenvolvidas pelo Projeto do TC 160/20l3, permite-se o apoio ao desenvolvimento institucional da Fiocruz, uma vez que vem sendo instalados grupos técnicos que ampliam e qualificam os recursos humanos e cognitivos do processo de organização institucional desta Unidade, como autorizado pelo art. 1º da Lei n.º 8.958. Ressalta-se, como narrado nos esclarecimentos anteriormente prestados pela Fiocruz Brasilia. que a atuação do Projeto objeto da auditoria vem sendo realizado em conjunto com os demais projetos realizados em parceria com o Ministério da Cultura no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica 072/2013, o que vem contribuído (sic) sobremaneira para o desenvolvimento institucional, especificamente, para a nossa unidade em Brasília, mas também, para a Fiocruz como um todo, instituição onde o encontro entre os universos da saúde e da cultura em favor da inclusão social e da qualidade de vida vem sendo desenvolvido já por alguns anos. Veja-se que a partir das diversas atividades de interface da Fiocruz, esta tem efetivamente atuado intervindo na cultura pela promoção da saúde e vice-versa, que consequentemente interfere na qualidade de vida do cidadão e, por conseguinte, na saúde. Ressalta-se que Fiocruz dada sua inserção no Comitê Gestor da Política Nacional de Promoção da Saúde - CGPNPS da Política Nacional de Promoção da Saúde que tem como objetivo geral promover a qualidade de vida e reduzir fragilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes - fatores sociais, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e serviços essenciais. (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_promocao_saude.pdf), que entre as diversas atribuições, deve atuar para:

Valorizar e ampliar a cooperação do setor Saúde com outras áreas de governos, setores e atores sociais para a gestão de políticas públicas e a criação e/ou o fortalecimento de iniciativas que signifiquem redução das situações de desigualdade. (BRASÍLIA. 2006)

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Além disso, a partir do Plano Nacional de Saúde vem sendo estimuladas políticas públicas de saúde que perpassem pelos hábitos e estilos de vida da sociedade, os quais estão associados à condição de saúde da pessoa. E ainda, o estímulo à pratica da atividade física, da alimentação saudável, da prevenção e do controle do tabagismo, da construção da cultura de paz, entre as quais campanhas e projetos sistemáticos de comunicação e educação: estratégias que contribuam para a inclusão de lideranças sociais - por exemplo, sacerdotes e sacerdotisas, parteiras e benzedeiras como agentes promotores de saúde e parceiros do SUS. Assim, no âmbito nacional seguem algumas das atividades de longa data, desenvolvidas a demonstrar a pertinência da contratação da Fiotec objeto da análise com o desenvolvimento institucional da Fiocruz. São elas: a) Criada em 1986 a Casa de Oswaldo Cruz - COC e a Unidade da Fiocruz Nacional tem por missão produzir e disseminar conhecimento histórico da saúde e das ciências biomédicas, preservando e valorizando o patrimônio cultural da saúde, de forma a contribuir para o desenvolvimento científico, cultural e social. 0 conhecimento acumulado em diversas práticas profissionais fez emergir investigações nos campos da arquivologia, documentação e informação; divulgação científica; e arquitetura e urbanismo, com suas interfaces nas ciências e na saúde. b) Museu da Vida Fiocruz, criado em 1999, localizado no Rio de Janeiro, permitindo a integração entre ciência, cultura e atividades ao ar livre. No local, existe o teatro Ciência em Cena, que exibe peças em que física e biologia são relacionadas com temáticas variadas, como cultura e emoções humanas, de maneira leve e lúdica. Fazendo a articulação entre ciência e cultura; c) Programa 'Observatório de Museus e Centros Culturais - OMCC, instituído em 2005, acompanha relação dos museus com a sociedade. 0 referido programa visou traçar o perfil dos visitantes de cada museu, identificando a diferentes modalidades de visita, e acompanhando a relação dos museus com a sociedade e sua evolução. 0 projeto está sendo desenvolvido pelo Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan) e pelo Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, em parceria com a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), 0 Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST/MCT) e a Superintendência de Museus de Minas Gerais. d) O projeto Loucos pela Diversidade, que visa estimular a produção artístico-cultural de pessoas em sofrimento psíquico e realizado pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), desde 2007, em cooperação com o Minc foi lançamento, em maio de 2009, do prêmio Loucos pela Diversidade; e) Curso de Aperfeiçoamento Alimentação e Cultura que é desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da FIOCRUZ, desde 2007, tendo por objeto a capacitação dos profissionais de saúde sobre os significados dos sistemas e valores que envolvem os aspectos socioculturais da saúde, em particular da alimentação e a nutrição, a fim de contribuir para o exercício de uma prática humanista na promoção da alimentação e nutrição na atenção à saúde; f) Pós-graduação em Ciência, Cultura e Arte na Saúde, objetivando fortalecer as políticas de humanização e promoção da Saúde do SUS, fornecendo uma visão mais abrangente da sua área de atuação e estimulando o dialogo com outros campos do saber. 0 qual vem sendo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz IOC/FIOCRUZ, desde 2010; g) Exposição O corpo humano na cultura e arte africanas em cooperação com países do continente africano realizada na FIOCRUZ em Setembro de 2012;

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h) Semana Ciência, Saúde e Cultura, que fora realizada de 03 a 05/12/2012 no Rio de Janeiro para a discussão sobre a qualidade de vida, sendo composta pelo: I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura. 0 VIII Simpósio de Ciência, Arte e Diversidade em Saúde e 0 I Conexão Internacional Saúde e Cultura, Nesta foram desenvolvidas atividades de mapeamento e articulação das políticas de saúde e cultura, a partir do reconhecimento da diversidade cultural nas práticas de saúde e valorização das terapias integrativas e complementares no atendimento à saúde, em parceria com a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC). 0 objetivo do evento fora o fortalecimento das relações entre o Estado, a sociedade civil organizada, a academia e demais setores que atuam na promoção e no cuidado à saúde, a partir da construção democrática da cidadania. Dentre os exemplos de intervenções a partir da cooperação com o Minc e a Fiocruz Brasília, podem ser citadas as atividades já realizadas pela "Rede Saúde e Cultura: promovendo inclusão e qualidade de vida", programa que tem atuação desde 2010, tais como: a) Publicação “Retratos da Interface Saúde e Cultura no Brasil (Experiências selecionadas nos prêmios Cultura e Saúde 2008 e 2010)"; b) Vídeos premiados na 1ª Mostra do Minuto - Saúde e Cultura nas Praças; c) Realização de Curso de Capacitação em Saúde e Cultura para Ações de Mapeamento Audiovisual, realizado entre os dias 29 de outubro e 25 de novembro de 2013 na Fiocruz Brasília: d) Apoio a realização da Mostra audiovisual Olhos Negros; e) Realização do Circuito de Ocupação Cultural para a Saúde, desenvolvido em parceria entre a Fiocruz Brasília, Casa Civil do DF, Secretaria de Saúde do DF (SES/DF) e Secretaria de Cultura do DF (Secult/DF). O projeto tem por objetivo levar atividades artísticas, culturais e educativa para os centros de saúde do DF, hospitais regionais, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atendimentos Psicossociais (Caps) e para a Fiocruz Brasília, sendo um laboratório para desenvolver metodologia e nacionalizar a experiência; f) Participação no encontro Elemento em Movimento, realizado nos dias 21 e 22 de setembro de 2013. A Rede Saúde e Cultura premiou 5 jovens do DF com uma bolsa e um curso de formação composto de 3 módulos (conceito de saúde e cultura / noções de pesquisa de campo / técnicas básicas em audiovisual, este último módulo em parceria com o Projeto Vidas Paralelas - PVP); g) Realização do 1 Encontro Distrital da Rede Saúde e Cultura, e de atividades culturais realizados no periodo entre 30 de novembro e 02 de dezembro de 2013, com o objetivo de consolidar a Rede Saúde e Cultura em âmbito distrital, favorecendo a visibilidade das ações na interface saúde e cultura e a colaboração entre parceiros atuantes nos setores governamentais, na universidade e na sociedade civil, evidenciando a importância da diversidade cultural do território do DF para a qualidade de vida. h) Apoio a realização da IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/ Saúde da Família. Nesta ocasião a Rede Saúde e Cultura participou da 1) Elaboração e produção da programação cultural que permeou a Mostra; 2) Realização de uma mostra audiovisual com o resultado do projeto 1ª Mostra do Minuto Cultura e Saúde nas Praças: e 3) Realização de um encontro da Rede Saúde e Cultura que contou com a participação de representantes da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, da Fiocruz-Brasília, bolsistas do projeto Rede Saúde e Cultura e grupos da sociedade civil premiados nos editais Prêmio Cultura e Saúde 2008 e 2010 para apresentação do "'Retratos da Interface" e escuta de sugestões para um novo edital.

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i) Participação da Rede Saúde e Cultura nas Teias estaduais / regionais e nacionais, por meio dos dinamizadores mais próximos ao local de realização das Teias. j) Registro fotográfico do Circuito Cultural para a Saúde; k) Registro fotográfico e audiovisual do I Encontro Distrital da Rede Saúde e Cultura; I) Pesquisa de editais lançados pelo Ministério da Cultura e relacionados à temática Saúde e Cultura. Soma-se a este estudo as sugestões colhidas durante o encontro promovido pela Rede Saúde e Cultura durante a IV Mostra De Experiências da Saúde da Família, que ocorreu no dia 14 de mar,o de 2014, e contou com a participação de premiados nos editais anteriores, oriundos de diversas regiões do Brasil; e m) Publicação-Relatório sobre o Encontro Distrital da Rede Saúde e Cultura. Não obstante o presente pedido de reconsideração, a Fiocruz Brasília informa que atenderá a recomendação exarada pela CGU, qual seja: adoção de medidas efetivas para a implementação de procedimentos de controle interno com o objetivo de impedir a realização de dispensa de licitação sem observância dos requisitos contidos no inciso XIII do art. 24 da Lei 8.666/93. Para tal estamos elaborando documento esclarecendo a aplicação do referido artigo para ampla divulgação aos nossos servidores e colaboradores. Paralelamente, no que concerne ao processo n.º 25027.000050/201342 realizaremos as adequações ao Projeto Básico e ao contrato de prestação de serviços com a FIOTEC. bem como no Plano de Trabalho do TC 160/2013 de forma a formalizar e esclarecer as ações e metas que vem sendo desenvolvidas pela Fiocruz e a relação do objeto da parceria com o Ministério da Cultura com a missão institucional da Fiocruz. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O inciso XIII do artigo 24 da Lei 8.666/1993 não permite que a Fiocruz realize dispensa de licitações para toda e qualquer atividade, ainda que estas sejam estabelecidas no estatuto da fundação de apoio, fundação privada. Na análise do caso concreto, o objeto da contratação não guarda correlação com os requisitos elencados no inciso XIII do artigo 24 da Lei 8.666/1993. Há na esfera privada fornecedores para os serviços, e, ausentes quaisquer requisitos para a dispensa, deverá ser realizada a licitação. Assim, em que pesem as recomendações expedidas pela CGU sobre o assunto, os gestores dispensaram a licitação, dando prosseguimento ao processo com a ratificação de dispensa e assinatura de contrato. Quanto ao conceito de saúde dado pela OMS, ratificado pela CNDSS, não é argumento suficiente para ligação temática da área da cultura com a área da saúde, pois a totalidade das ações envolve o ser humano e, por consequência, sua saúde e sua qualidade de vida. Atualmente há o interrelacionamento/transversalidade de funções dentro de uma visão holística, porém, há que se ter razoabilidade ao delimitar o campo de atuação das instituições, pois, de outra forma, não haverá a necessidade de haver diversas instituições e seus campos de atuação. As ações desenvolvidas no âmbito do projeto na apresentação da manifestação são executadas pela Fiotec, sendo a articulação política realizada pela Fiocruz Brasília. Novamente se frisa que “a participação da Fiocruz neste projeto resume-se a participação de servidores e ao repasse total dos recursos financeiros à sua fundação de apoio”, onde se verificou que 56% dos 37 bolsistas computados até o mês de maio/2014 mantiveram vínculo com o Poder Público (período de 2009 a 2012) por meio de cargos

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em comissão, sendo 27% dos 37 bolsistas ex-comissionados pelo MinC, bem como ex-integrantes do executivo distrital. Os projetos apresentados na manifestação do gestor não foram objeto da análise, pois para tal necessitariam da análise processual individual a fim de aferição entre suas finalidades e os requisitos legais, o que poderá ser realizado em momento posterior. A despeito das referências à sinergia entre as ações desenvolvidas pelo MinC e pela Fiocruz, ocorreu desvio de finalidade, pois não resta comprovado, neste projeto, o desenvolvimento institucional da Fiocruz, sendo tal reproduzido no campo de atuação da área do DINC, ou seja, MinC. Ademais, “grupos técnicos que ampliam e qualificam os recursos humanos e cognitivos do processo de organização institucional”, cuja composição majoritária é de terceiros (Fiotec) não adstritos à área da saúde, não traduz desenvolvimento institucional da Fiocruz. Não prospera a tese de que o projeto mantém vínculo com a área da saúde, pois, a justificativa do Termo de Cooperação n.º 160/2013 indica maior associação do objeto com a área dos esportes (obras). Também o folder do projeto faz esta correlação, indicando o espaço físico e seus equipamentos. Por fim, o gestor relata que acatará a recomendação da CGU e que adotará providências para adequar o projeto à missão institucional da Fiocruz, ratificando a constatação desta CGU, embora solicite sua revisão. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Adotar medidas efetivas para a implementação de procedimentos de controle de interno, com o objetivo de impedir a realização de dispensa de licitação, com base no inciso XIII do artigo 24 da Lei 8.666/93, sem que os requisitos de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional da instituição apoiada estejam cumpridos.

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201406145 Processo: 25380.000144/2014-73 Unidade auditada: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Ministério supervisor: Ministério da Saúde Município (UF): Rio de Janeiro - RJ Exercício: 2013 1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01 e 31/12/2013 pelos responsáveis pelas áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas inserido neste processo, em atendimento à legislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.

3. A seguinte constatação, detalhada no Relatório de Auditoria nº 201406145, subsidiou a certificação dos agentes do Rol de Responsáveis:

- Ausência de correlação entre o objeto contratado e a fundamentação da dispensa de licitação (pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional da Fiocruz - área da saúde), a despeito de reiteradas recomendações sobre o tema emitidas pela CGU. Também há desvio de finalidade, uma vez que haverá desenvolvimento institucional no âmbito do Ministério da Cultura. (item 2.1.1.3). 4. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entre os atos de gestão de cada agente e a constatação mencionada, proponho que o encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis, disponível nas folhas 02 a 28 do processo, seja conforme indicado a seguir:

CPF do agente público

Cargo ou função

Avaliação do órgão de Controle Interno

Fundamentação da avaliação do Controle Interno

***.733.102-** Diretor da DIREB

Regular com

ressalvas Item 2.1.1.3 do Relatório de Auditoria nº 201406145

Demais integrantes do Rol de Responsáveis

Regularidade

Considerando o escopo do Relatório de auditoria, não foram identificadas irregularidades com participação determinante destes agentes.

Rio de Janeiro/RJ, 07 de Julho de 2014. _____________________________________________________________

Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201406145 Processo: 25380.000144/2014-73

Unidade Auditada: Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ Ministério Supervisor: Ministério da Saúde

Município/UF: Rio de janeiro - RJ Exercício: 2013

Autoridade Supervisora Arthur Chioro – Ministro de Estado da Saúde

Em conclusão aos encaminhamentos sob a responsabilidade da CGU quanto ao

processo de contas do exercício da Unidade acima referida, expresso opinião acerca dos atos

de gestão referente ao exercício de 2013, a partir dos principais registros e recomendações

formulados pela equipe de auditoria.

No que diz respeito aos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em

especial quanto à eficácia e eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras

planejados/pactuados para 2013, da Ação 20YE - Produção de Imunobiológicos e Insumos

para Prevenção e Controle de Doenças, vinculada ao Programa 2015 – Aperfeiçoamento do

Sistema Único de Saúde (SUS), pode-se extrair que o custo do milhar previsto foi de R$

4.420,76 ante a realização de R$ 3.932,17, logrando uma economia orçamentária de R$

488,59 por milhar produzido, ou seja, redução de 0,1%. Assim, pode-se afirmar que houve

eficácia no cumprimento das metas estabelecidas.

A principal constatação, oriunda dos trabalhos de Auditoria de Contas do

exercício de 2013 da Unidade, refere-se à fragilidade na área de suprimentos de bens e

serviços, quanto à ausência de correlação entre o objeto contratado e a fundamentação da

dispensa de licitação (pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional da FIOCRUZ - área

da saúde), a despeito de reiteradas recomendações sobre o tema emitidas pela CGU.

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Entre as causas estruturantes da referida impropriedade, pode-se relacionar

autorização de dispensa de licitação em desconformidade com a Lei 8.666/93. Nesse sentido,

foi expedida recomendação para a FIOCRUZ adotar medidas efetivas para a implementação

de procedimentos de controle de interno, com o objetivo de impedir a realização de dispensa

de licitação sem o cumprimento, pela instituição apoiada, dos requisitos de pesquisa, ensino

ou desenvolvimento institucional.

Em relação às recomendações existentes e emitidas durante a gestão 2013,

salienta-se que 60,37% delas foram atendidas no exercício, enquanto que o restante continua

sob análise do Controle Interno ou tiveram o prazo para atendimento prorrogado.

Quanto aos controles internos, embora verificadas insuficiências/fragilidades

em algumas áreas de atuação, não houve comprometimento à regular gestão da Unidade.

Como pontos positivos da gestão, destaca-se as melhorias nas rotinas

administrativas relacionadas à prestação de contas de convênios. O tempo decorrido entre a

apresentação e a aprovação foi cumprido em 90,0% dos casos, enquanto que, no exercício

anterior, esse índice havia sido de 37,5%.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei

n.º 8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art.

13 da IN/TCU/N.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão

expressa no Certificado de Auditoria. Desse modo, o processo deve ser encaminhado ao

Ministro de Estado supervisor, com vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de que

trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e posterior remessa ao Tribunal de Contas da União.

Brasília/DF, de julho de 2014.