122
2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa – Sebrae

2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

  • Upload
    lamcong

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa – Sebrae

Page 2: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

2

2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae

Todos os direitos reservados.

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação aos direitos autorais (Lei n° 9.610).

Informações e contatos

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae

Unidade de Gestão Estratégica – UGE

SGAS 605 – Conj. A – Asa Sul – Brasília/DF – CEP: 70200-645.

Telefone: (61) 3348-7180

Site: www.sebrae.com.br

Presidente do Conselho Deliberativo

Robson Braga de Andrade

Diretor Presidente

Luiz Barretto

Diretora Técnica

Heloísa Regina Guimarães de Menezes

Diretor de Administração e Finanças

José Cláudio dos Santos

Unidade de Gestão Estratégica

Gerente

Pio Cortizo

Gerente Adjunta

Elizis Maria de Faria

Equipe técnica

Mariana Riecken Pacheco de Morais (Coordenação)

Carlos Eduardo Pinto Santiago

Gustavo Pereira Angelim

Rafael de Farias Costa Moreira

Page 3: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

3

Sumário

1. Introdução ........................................................................................................... 6

2. Elaboração de cenários prospectivos ............................................................. 10

2.1. Análise Prospectiva ...................................................................................................... 10

2.2. Elaboração de cenários prospectivos – Método Grumbach .......................................... 10

3. Construção do cenário nacional...................................................................... 14

3.1. Identificação das variáveis críticas ................................................................................ 14

3.2. Elaboração dos eventos ................................................................................................ 15

3.3. Consulta Delphi ............................................................................................................ 16

3.4. Probabilidade dos eventos ............................................................................................ 18

3.5. Análise de impactos cruzados ....................................................................................... 19

4. Interpretação do cenário nacional .................................................................. 24

4.1. Cenário mais provável .................................................................................................. 24

4.1.1. Descrição do cenário mais provável – Visão Brasil .................................................... 24

4.2. Cenário projetivo ........................................................................................................... 27

4.3. Tendências consolidadas .............................................................................................. 28

4.3. Cenário ideal ................................................................................................................. 29

4.4. Interpretação de cenários ............................................................................................. 30

5. Construção do cenário alvo ............................................................................. 32

5.1. Definição de linhas de ação .......................................................................................... 33

5.2. Interação entre os atores ............................................................................................. 33

5.3. Atores estratégicos: interesse e influência .................................................................... 34

5.4. Cenário alvo nacional e linhas de ação ......................................................................... 37

6. Elaboração de medidas pré e proativas ......................................................... 39

7. Conclusão .......................................................................................................... 48

8. Anexo I – Cenário Nacional ............................................................................. 49

8.1. Ambientação dos eventos nacionais ............................................................................. 49

Evento BR01 - Crescimento do Produto Interno Bruto Nacional .......................................... 49

Evento BR02 - Manutenção da Taxa Selic ........................................................................... 50

Evento BR03 - Variação da taxa de inflação ........................................................................ 51

Evento BR04 – Crescimento da escolaridade da população brasileira ................................ 52

Evento BR05 – Aumento da carga tributária ........................................................................ 53

Evento BR06 - Crescimento do comércio eletrônico ............................................................ 54

Evento BR07 - Aumento do número de pequenos negócios ................................................ 55

Evento BR08 - Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” ............................................ 56

Evento BR09 - Continuidade do processo de formalização do MEI ..................................... 57

Evento BR10 - Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial .................. 58

Page 4: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

4

Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE .................................................... 59

Evento BR12 - Maior oferta em consultoria de gestão empresarial ...................................... 60

8.2. Íntegra das propostas de medidas de atuação – Reunião dos Dirigentes ..................... 61

9. Anexo II - Cenários Regionais ........................................................................ 79

9.1. Ambientação dos eventos regionais.............................................................................. 79

9.1.1.Eventos Região Norte ................................................................................................. 79

Evento N01 - Aumento do PIB do setor agrícola .................................................................. 79

Evento N02 - Redução do custo da logística de transporte .................................................. 80

Evento N03 - Aumento do fluxo turístico .............................................................................. 81

Evento N04 - Redução de restrições legais à exploração econômica de imóveis rurais ...... 82

9.1.2. Eventos Região Nordeste .......................................................................................... 83

Evento NE01 - Expansão do PIB regional ............................................................................ 83

Evento NE02 - Redução da população em situação de pobreza ......................................... 84

Evento NE03 - Redução do desemprego na Região Nordeste ............................................ 85

Evento NE04 - Aumento da participação de empresas de base tecnológica no PIB ............ 86

Evento NE05 - Conclusão da transposição do Rio São Francisco ....................................... 87

9.1.3. Eventos Região Centro-Oeste ................................................................................... 88

Evento CO01 - Aumento da produção de alimentos ............................................................ 88

Evento CO02 - Avanço na logística de transporte ................................................................ 89

Evento CO03 - Incremento do turismo ................................................................................. 90

Evento CO 04 - Ampliação na oferta de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) pelas Micro e Pequenas Empresas (MPE) ......................... 91

9.1.4. Eventos Região Sudeste ............................................................................................ 92

Evento SE01 - Aumento da participação do setor do petróleo no PIB regional .................... 92

Evento SE02 - Baixa disponibilidade hídrica na região ........................................................ 93

Evento SE03 - Redução do custo de movimentação de carga na região ............................. 94

Evento SE04 - Aumento do preço do óleo diesel na região ................................................. 95

Evento SE05 - Crescimento do Índice Médio de Competitividade Turística Nacional .......... 96

9.1.5. Eventos Região Sul ................................................................................................... 97

Evento S01 - Crescimento do PIB da América Latina .......................................................... 97

Evento S02 - Aumento da produção industrial ..................................................................... 98

Evento S03 – Aumento da geração de energias de fontes alternativas na região ................ 99

Evento S04 - Aumento de startups na região ..................................................................... 100

Evento S05 - Aumento do consumo de produtos premium no Brasil .................................. 101

9.2. Resultados dos Cenários mais Prováveis Regionais .................................................. 102

9.2.1. Região Norte ............................................................................................................ 102

9.2.1.1. Região Norte– Descrição do cenário mais provável .............................................. 104

9.2.2. Região Nordeste ...................................................................................................... 105

Page 5: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

5

9.2.2.1. Região Nordeste– Descrição do cenário mais provável ........................................ 107

9.2.3. Região Centro-Oeste ............................................................................................... 108

9.2.3.1. Região Centro-Oeste– Descrição do cenário mais provável ................................. 110

9.2.4. Região Sudeste ....................................................................................................... 111

9.2.4.1. Região Sudeste– Descrição do cenário mais provável .......................................... 113

9.2.5. Região Sul ............................................................................................................... 114

9.2.5.1. Região Sul– Descrição do cenário mais provável ................................................. 116

10. Anexo III - Participantes das etapas para elaboração dos cenários .......... 117

9.1. Oficina de identificação das variáveis críticas - Representantes do Sebrae NA e Sebrae UF .......................................................................................................................... 117

9.2. Oficina para análise do Mapa de Atores - Representantes do Sebrae NA .................. 119

9.3. Oficina para elaboração de medidas pré e proativas – Dirigentes Sebrae UF ............. 119

Page 6: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

6

1. Introdução

O Sebrae iniciou, em janeiro de 2015, um projeto para elaboração de Cenários Prospectivos com o

objetivo de identificar as tendências em relação ao ambiente externo e suas implicações para a

estratégia de atuação do Sistema Sebrae. Dessa maneira, buscou-se o aprimoramento do

monitoramento da estratégia traçada no âmbito do Direcionamento Estratégico 2022 e,

consequentemente, da elaboração do PPA 2016-2019.

Uma vez finalizados, os cenários prospectivos passam a ser utilizados como subsídios no processo de

construção dos cenários de longo prazo no planejamento do Sebrae, e serão revisados

periodicamente, como forma de apoiar as Reuniões de Análise da Estratégia (RAE) – reuniões de

monitoramento e revisão da estratégia.

O trabalho, denominado “Sebrae – Cenários Prospectivos 2015-2022”, foi desenvolvido pela Unidade

de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional com base no “Método Grumbach de Planejamento

Estratégico", da consultoria contratada Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informática Ltda.

O processo de geração de cenários prospectivos por meio do Método Grumbach se dá por meio de

cinco etapas (técnica de brainstorming, consulta a peritos pelo Método Delphi, Análise de Impactos

Cruzados, simulação Monte Carlo e Elaboração de medidas), que foram realizadas entre janeiro e abril

de 2015, e contaram com a participação de representantes tanto do Sebrae/NA quanto dos Sebrae/UF,

inclusive de dirigentes do Sistema.

Foram definidos seis sistemas de abrangência do estudo, um nacional (“Visão Brasil”) e cinco regionais,

conforme a Tabela 1. Para cada um desses sistemas, foi constituído o “Cenário mais Provável” a partir

das variáveis consideradas relevantes para a estratégia de atuação do Sebrae. Apenas a “Visão Brasil”

foi considerada nas análises posteriores à construção do “cenário mais provável” e teve os cenários

Ideal (ou Desejável), Projetivo e Alvo (ou Foco) também constituídos.

Page 7: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

7

TABELA 1. CENÁRIOS PROSPECTIVOS 2015-2022: ABRANGÊNCIA DE ANÁLISE

Sistema Abrangência Cenários

Nacional / “Visão Brasil”

Brasil Cenário Mais Provável

Cenário Ideal (ou Desejável) Cenário Projetivo (ou de Tendências) Cenário Alvo

Região Norte Acre Roraima Amapá Tocantins Amazonas Pará Rondônia

Cenário Mais Provável

Região Nordeste Alagoas Paraíba Bahia Pernambuco Ceará Piauí Maranhão Sergipe Rio Grande do Norte

Cenário Mais Provável

Região Centro-Oeste Brasília-DF Mato Grosso Goiás Mato Grosso do Sul

Cenário Mais Provável

Região Sudeste Espírito Santo Rio de Janeiro Minas Gerais São Paulo

Cenário Mais Provável

Região Sul Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

Cenário Mais Provável

As atividades utilizadas na confecção dos conjuntos de cenários prospectivos bem como os aspectos

relativos à metodologia empregada – Método Grumbach -, e os resultados deste trabalho serão

detalhados ao longo deste relatório. A tabela 1.2 apresenta um breve histórico dessas etapas:

TABELA 2. CENÁRIOS PROSPECTIVOS 2015-2022: HISTÓRICO DAS ATIVIDADES1

Data/Período Atividade Participantes

27 a 29/01/2015 - Apresentação do Método Grumbach de Gestão Estratégica para a equipe gestora do projeto

- “Técnica de brainstorming” - Elaboração de Eventos Nacionais

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (UGE)

1 A lista de participantes de cada uma das etapas que envolveram outras unidades além da UGE do Sebrae NA encontra-se detalhada no Anexo III deste documento. Essas etapas foram:

• Oficina de identificação das variáveis críticas - Representantes do Sebrae NA e Sebrae/UF

• Análise de Mapa de Atores - Representantes do Sebrae NA

• Elaboração de Medidas Pré e Proativas – Dirigentes Sebrae/UF

Page 8: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

8

05/02/2015 - Apresentação do Método Grumbach de Gestão Estratégica para os representantes das UGEs dos Sebrae/UF

- “Técnica de brainstorming” - Regional - Elaboração de Eventos Nacionais

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (UGE)

• Representantes dos Sebrae/UF

06/02/2015 - Apresentação do Método Grumbach de Gestão Estratégica

- “Técnica de brainstorming” - Nacional - Elaboração de Eventos Nacionais

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional

• Representantes dos Sebrae/UF

10/02/2015 - Validação de eventos pela Diretoria do Sebrae

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (Diretoria e UGE)

18 a 20/02/2015 - Validação de eventos pelos Dirigentes dos Sebrae/UF (via email)

• Consultores da Brainstorming

• Representantes dos Sebrae/UF (Dirigentes)

09 a 23/02/2015 - Confecção de banco de dados dos peritos e expedição de convites

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional

• Representantes dos Sebrae/UF

03 a 16/03/2015 - Pesquisa Delphi – primeira rodada • Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (UGE)

17 a 20/03/2015 - Pesquisa Delphi – segunda rodada • Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (UGE)

23/03/2015 - Análise de Impactos Cruzados • Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (UGE)

24/03/2015 - Geração do Cenário Mais Provável • Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (UGE)

25/03/2015 - Definição e análise de atores - Definição do Cenário Alvo

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional

31/03/2015 - Apresentação e entrega dos Cenários - Validação dos cenários pela Diretoria do Sebrae/NA

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (Diretoria e UGE)

Page 9: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

9

07/04/2015 - Apresentação e validação dos Cenários pelos Dirigentes dos Sebrae/UF - Elaboração de Medidas Pré e Proativas para o Cenário Nacional

• Consultores da Brainstorming

• Representantes do Sebrae Nacional (Diretoria e UGE)

• Representantes dos Sebrae/UF (Dirigentes)

Page 10: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

10

2. Elaboração de cenários prospectivos

2.1. Análise Prospectiva

A análise prospectiva, ou elaboração de cenários prospectivos, tem como propósito estudar as diversas

possibilidades de futuros plausíveis existentes, a fim de preparar as organizações, no caso o Sebrae,

para enfrentar qualquer uma dessas possibilidades da melhor forma possível ou, até mesmo, criar

condições para que se modifiquem suas probabilidades de ocorrência no sentido favorável à

organização.

Dois aspectos são fundamentais quando falamos em análise prospectiva: o primeiro é que análise

prospectiva não é previsão de futuro. O segundo é que a análise prospectiva somente é válida para um

horizonte temporal previamente estabelecido. Neste estudo ficou definido o período de análise de

2015 até 2022, de forma que fosse considerado o mesmo horizonte temporal do Mapa Estratégico do

Sebrae.

Quanto ao primeiro aspecto, é importante salientar que a análise prospectiva parte da hipótese que

não há certeza de que as forças que modelaram o passado irão continuar a modelar o futuro. Mais

ainda, a prospectiva considera que poderão surgir novas forças que desempenharão papel relevante

na definição do futuro, isto é, que podem ocorrer rupturas de tendências. Ou seja, ao contrário das

projeções e previsões, a prospectiva considera que os futuros são múltiplos e incertos.

A seguir, será detalhado o processo de geração de cenários prospectivos utilizando a metodologia

Grumbach.

2.2. Elaboração de cenários prospectivos – Método Grumbach

Cenários prospectivos não devem ser confundidos com previsão de futuro. Eles são ferramentas para

auxiliar no processo de tomada de decisão. Existem diversas metodologias de construção de cenários

prospectivos, que podem ser agrupadas em três escolas básicas:

(i) a Escola de Lógica Intuitiva, cujas bases foram os estudos de Pierre Wack, em 1967, para a Shell;

(ii) a Escola Probabilística, cujas bases são os trabalhos de Gordon & Helmer, na Rand Corporation,

na década de 1950, e que incorpora os modelos de Análise de Impacto de Tendências e Análise de

Impactos Cruzados; e

(iii) a Escola Francesa, que teve início com os trabalhos de Gaston Berger na década de 1950, sendo

largamente ampliada com os trabalhos de Michael Godet, a partir de 1970.

O processo de geração de cenários prospectivos utilizado neste estudo (Método Grumbach) está

baseado na escola probabilística. Segundo essa metodologia, os cenários prospectivos são

combinações de variáveis discretas que descrevem os diversos futuros possíveis (cone de futuros

possíveis).

Page 11: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

11

Nessa metodologia, a geração de cenários prospectivos se dá por meio da utilização das seguintes

técnicas: brainstorming, consulta a peritos pelo Método Delphi, Análise de Impactos Cruzados e

simulação Monte Carlo, que serão detalhadas a seguir.

FIGURA 1. MÉTODO GRUMBACH DE GERAÇÃO DE CENÁRIOS: ETAPAS E RESULTADOS

Da técnica de brainstorming, são definidas as variáveis do ambiente com grande impacto sobre os

objetivos da organização, também chamadas de “questões estratégicas”. Além dessa técnica, são

utilizadas como matéria-prima para a definição das questões estratégicas a identificação do sistema

no qual a organização está inserida e o próprio diagnóstico estratégico, pois são eles que determinam

a natureza do problema estratégico da instituição.

Com as variáveis do ambiente definidas, é preciso transformá-las em variáveis discretas, por meio da

definição de valores específicos de tomada de decisão estratégica da organização. No caso desse

estudo, foi definido um único valor de tomada de decisão estratégica da instituição para cada variável

utilizada. Para isso, foram utilizadas variáveis binárias, mais precisamente, variáveis de Bernoulli.

As variáveis de Bernoulli são variáveis binárias que podem assumir duas posições, sendo que a

probabilidade (p) de assumir uma posição é complemento da probabilidade a assumir a outra posição

(1 – p).

A partir das variáveis binárias, foram estipulados os “eventos”, que incorporam às questões

estratégicas o horizonte temporal para a análise probabilística de ocorrência da variável.

A probabilidade de ocorrência dos eventos (isto é, das variáveis estratégicas), por sua vez, é obtida por

meio de pesquisa Delphi, na qual especialistas expressam sua percepção sobre os prováveis

comportamentos futuros das variáveis.

A aplicação da técnica Delphi, desenvolvida por Theodore Gordon e Olaf & Helmer, consiste em

consultas sucessivas a um grupo de especialistas (peritos) sobre a probabilidade de ocorrência de

eventos futuros. Em cada consulta, os especialistas avaliam as probabilidades de ocorrência dos

eventos e a pertinência dos mesmos para o objeto do estudo, sendo que a pertinência independe da

probabilidade de ocorrência do evento. Como quase sempre os participantes da pesquisa são bem

Page 12: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

12

heterogêneos entre si, cada perito é instado também a avaliar seu conhecimento sobre cada um dos

eventos em questão.

O resultado da pesquisa Delphi é a probabilidade de ocorrência dos eventos de forma isolada. No

entanto, em diversos cenários, e principalmente em cenários estratégicos, as variáveis e, por

conseguinte, os eventos, não são independentes. Em geral, existe uma forte relação de dependência

entre eles. A forma de incluir essa dependência no algoritmo de simulação de cenários é chamada de

Análise de Impactos Cruzados.

A técnica de Impactos Cruzados é uma revisão das probabilidades estimadas a priori, por meio da

análise do impacto que a suposta ocorrência de um evento causa nas probabilidades de ocorrência

dos demais.

No Método Grumbach, avalia-se o impacto da ocorrência de um evento sobre os demais pelo conceito

de “chance”, de forma que a ocorrência de um evento pode ou não alterar a “chance” de ocorrência

dos demais.

Os impactos são calculados pela seguinte fórmula:

FIGURA 2 FÓRMULA PARA CÁLCULO DE CHANCE

Onde P(A) é a probabilidade de ocorrência do evento “A” (probabilidade a priori), P(B) é a

probabilidade de ocorrência do evento “B” e P(A/B) é a probabilidade de ocorrência do evento “A”,

dado que o evento “B” ocorreu (probabilidade a posteriori do evento “A”).

A consistência (limites) do impacto é calculada por análise bayesiana, segundo a seguinte fórmula:

FIGURA 3 FORMULA PARA CÁLCULO DE CONSISTÊNCIA

Finalmente, para se chegar ao mapa de cenários prospectivos, utiliza-se a simulação Monte Carlo, que

define um conjunto de 2� cenários mutuamente exclusivos. O processo de simulação gera uma

partição do espaço amostral, o que garante que todos os cenários possíveis façam parte do mapa

gerado.

Para a construção do “Cenário Brasil”, foram gerados 2¹² cenários, ou seja, 4.096 cenários, dos quais

foram objetos de estudo:

• Cenário mais Provável: probabilidade de ocorrência dos eventos formulados até 2022,

resultado da avaliação dos peritos.

Page 13: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

13

• Cenário Ideal: é o cenário desejado pela organização, no caso deste projeto, aquele que traz

os melhores resultados para o Sebrae.

• Cenário de Tendência ou Projetivo: projeção simples do passado para o futuro, ou seja, é uma

extrapolação da série temporal dos eventos, ou da percepção dos eventos, quando não houver

série temporal disponível.

• Cenário Alvo: é aquele que a organização (Sebrae) pretende construir, dados os cenários ideal

e mais provável. Ou seja, é a evolução hipotética (porém exequível) do cenário atual a partir

de medidas tomadas pela organização que visam à construção do futuro melhor, ao final do

horizonte temporal definido para o trabalho. As medidas de atuação para atingir este Cenário

Alvo são de cunho proativo, uma vez que visam à construção do futuro.

Dado que a construção de cenários prospectivos busca a identificação de diversos futuros possíveis

com o propósito de subsidiar a tomada de decisão, a etapa seguinte à elaboração dos cenários é a

interpretação desses cenários.

Nesta fase, são colhidos subsídios para a construção da estratégia de longo prazo, por meio da

elaboração de medidas de atuação. São elas:

• Medidas de atuação pré-ativas: Preparam a instituição para o enfrentamento ou

aproveitamento de acontecimentos fora de sua competência;

• Medidas de atuação proativas: Alteram, em favor da organização, as probabilidades de

ocorrência de acontecimentos.

Os resultados de cada uma das etapas descritas acima, a interpretação dos cenários, bem como as

medidas elaboradas ao fim da primeira fase do projeto de Elaboração do Cenário Sebrae 2015-2022,

serão explicitadas nos próximos capítulos.

Page 14: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

14

3. Construção do cenário nacional

3.1. Identificação das variáveis críticas

Para a identificação do conjunto de variáveis críticas componentes da “Visão Brasil”, primeiramente,

foram analisados diversos materiais que serviram de insumo para as discussões posteriores. São

exemplos: o Mapa Estratégico do Sebrae; o Direcionamento Estratégico 2022 e todos os documentos

que serviram de base para sua elaboração (inclusive cenários construídos à época); e pesquisas

internas sobre o perfil do cliente Sebrae e sobre o universo dos pequenos negócios.

Foram então identificadas as variáveis críticas do ambiente, e, com os resultados dessa primeira

análise, nos dias 05 e 06/02/2015, foi aplicada a técnica de brainstorming com a participação de

representantes das Unidades de Gestão Estratégica dos Sebrae/UF e de representantes de diversas

unidades do Sebrae Nacional, de forma a aprimorar a análise do ambiente externo.

As seguintes variáveis foram consideradas críticas para o Sebrae Nacional no horizonte temporal 2015-

2022:

TABELA 3. VARIÁVEIS CRÍTICAS NACIONAIS

Setor Variável Crítica

Economia BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional

Economia BR02 Manutenção da taxa SELIC

Economia BR03 Variação da taxa de inflação

Social BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira

Economia BR05 Aumento da carga tributária

Economia BR06 Crescimento do comércio eletrônico

Atividade fim BR07 Aumento do número de pequenos negócios

Política BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional

Política BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI

Sustentabilidade BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial

Atividade fim BR11 Avanço na internacionalização das MPE

Atividade fim BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial

TABELA 4. VARIÁVEIS CRÍTICAS - SETORES E QUANTIDADE

Setor Variáveis Total: 12

Economia BR01 BR02 BR03 BR05 BR06 5

Social BR04 1

Atividade fim BR07 BR11 BR12 3

Política BR08 BR09 2

Sustentabilidade BR10 1

Page 15: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

15

3.2. Elaboração dos eventos

Decorrentes das variáveis críticas levantadas (item 3.1) foram formuladas as seguintes questões estratégicas e estabelecidos os respectivos pontos de tomada de decisão (“pontos de corte”), componentes dos eventos estratégicos constantes do Anexo 8.1 – Ambientação dos Eventos Nacionais2. TABELA 5. EVENTOS NACIONAIS

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o crescimento real do PIB seja igual ou superior a 1,2% ao ano por pelo menos três anos consecutivos?

BR02 Manutenção da taxa SELIC

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a taxa de juros básica (SELIC) permaneça acima de 12% ao ano por pelo menos três anos consecutivos?

BR03 Variação da taxa de inflação

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a taxa de inflação supere 7% ao ano por pelo menos três anos consecutivos?

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a escolaridade dos brasileiros com 25 anos de idade ou mais supere a média de 10 anos?

BR05 Aumento da carga tributária

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a carga tributária no Brasil ultrapasse o patamar de 38% do PIB?

BR06 Crescimento do comércio eletrônico

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, mais de 60% dos pequenos ne´gocios tenham realizado alguma venda por meio do comércio eletrônico?

BR07 Aumento do número de pequenos negócios

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o número microempreendedores individuais e micro e pequenas ultrapasse 17 milhões?

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o Simples Nacional torne-se mais atrativo para pequenos negócios a ponto de englobar mais de 80% do total de ME e EPP?

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o Programa Microempreendedor Individual atinja um grau de cobertura igual ou superior a 40% do total de trabalhadores por conta própria?

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a sustentabilidade seja plenamente incorporada à rotina operacional e produtiva dos pequenos negócios no Brasil?

BR11 Avanço na internacionalização das MPE

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o valor exportado pelas MPE cresça pelo menos 20%, atingindo um patamar superior a US$ 2,52 bilhões?

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, novas modalidades de serviços de treinamento e consultoria empresarial ganhem escala a ponto de se tornarem mais acessíveis aos pequenos negócios?

2 O foco deste relatório é a análise do Cenário Nacional, que envolveu a elaboração das medidas de atuação a partir do Cenário Mais Provável na “Visão Brasil”. A ambientação dos eventos estaduais e o resultado dos Cená-rios Mais Prováveis estaduais podem ser visualizados no item 9 – Anexo II Cenários Regionais deste documento.

Page 16: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

16

Esses eventos foram validados tanto em âmbito nacional, por meio de reunião com a Diretoria do

Sebrae Nacional no dia 06/02/2015, quanto em âmbito regional, por meio eletrônico, entre os dias 18

e 20/02/2015.

3.3. Consulta Delphi

A pesquisa Delphi tem o objetivo de medir probabilidade de ocorrência dos eventos (variáveis

estratégicas), segundo a percepção de especialistas.

Neste estudo, a Consulta Delphi foi direcionada a 11 categorias de respondentes, reunidas em quatro

grupos, conforme a tabela abaixo:

TABELA 1. RESPONDENTES - GRUPOS E CATEGORIAS

Grupo Categoria

Peritos Conselheiros

Dirigentes

Legislativo

Peritos indicados pelo SEBRAE

Peritos indicados pela Brainstorming

Clientes MEI – Microempreendedores Individuais

ME - Microempresas

EPP – Empresas de Pequeno Porte

PR – Produtores Rurais

Colaboradores Colaboradores do Sebrae

Sociedade Sociedade

Todas as categorias foram convidadas formalmente por e-mail, com exceção da categoria “sociedade”,

que se cadastrou por meio de acesso a uma página no portal do Sebrae criada especificamente para

este fim.

Além de responder sobre sua percepção acerca da probabilidade de ocorrência dos eventos, os

respondentes avaliaram a pertinência deles para o objeto do estudo - no caso, o futuro do Sebrae -, e

também seu conhecimento sobre cada um dos eventos em questão (autoavaliação). Nas tabelas

abaixo, são apresentados esses valores e respectivas descrições.

TABELA 7. PROBABILIDADE DOS EVENTOS

A ocorrência do evento é Probabilidade (%)

Certa 100

Quase certa 81 a 99

Muito provável 61 a 80

Incerta 41 a 60

Pouco provável 21 a 40

Improvável 1 a 20

Impossível 0

Page 17: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

17

TABELA 8. PERTINÊNCIA PARA A ESTRATÉGIA DO SEBRAE

Grau de importância do evento para o estudo Pertinência

Altíssimo 9

Muito alto 8

Alto 6 a 7

Médio 5

Baixo 3 a 4

Muito Baixo 2

Baixíssimo 1

TABELA 9. AUTOAVALIAÇÃO Auto avaliação Peso

Considera-se profundo conhecedor do assunto 9

Interessa-se pelo assunto e seu conhecimento decorre de atividades que exerce

atualmente

8

Interessa-se pelo assunto e seu conhecimento decorre de atividade que exerceu e se

mantém atualizado

7 ou 6

Interessa-se pelo assunto e seu conhecimento decorre de leituras por livre iniciativa 5

Interessa-se pelo assunto e seu conhecimento decorre de atividade que exerceu e não está

atualizado

4 ou 3

Interessa-se pelo assunto e seu conhecimento decorre de leituras, por livre iniciativa, e

não está atualizado

2

Tem conhecimento apenas superficial 1

Para compor os cenários do Sebrae 2015-2022 foram consideradas apenas as respostas do grupo

“Peritos”, mas as respostas de todos os grupos de respondentes foram analisadas como forma de

enriquecer o trabalho.

Foram realizadas duas rodadas de Consulta Delphi. A primeira ficou disponível entre os dias 03 e

16/03/2015. A segunda rodada, respondida apenas pelos peritos, ficou disponível entre os dias 17 e

20/03/2015. A tabela 10 traz o quantitativo de respostas da pesquisa.

Page 18: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

18

TABELA 10. PESQUISA DELPHI – QUANTITATIVO DE RESPOSTAS

Grupo Categoria Registro Respondentes

N NE CO SE S Total %

Peritos

Conselheiros 368 2 7 3 2 2 16 4,35

Dirigentes 91 11 6 1 3 4 25 27,47

Legislativo 594 0 0 0 0 0 0 0,00

Peritos Sebrae 1.094 8 6 10 28 9 61 5,58

Peritos Brainstorming

937 1 4 3 5 2 15 1,60

Total Peritos 3.084 22 23 17 38 17 117 3,79

MEI 12.979 2 5 11 19 0 37 0,29

Clientes

EPP 1.895 3 5 4 9 2 23 1,21

ME 9.839 2 6 12 34 4 58 0,59

Produtor Rural 530 0 0 0 2 0 2 0,38

Total Clientes 25.243 7 16 27 64 6 120 0,48

Colaboradores Colaboradores 4.454 26 31 33 64 26 180 4,04

Sociedade Sociedade 196 5 13 25 48 10 101 51,53

TOTAL 32.977 60 83 102 214 59 518 1,57

3.4. Probabilidade dos eventos

Os 12 eventos da “Visão Brasil” integraram as Consultas Delphi das cinco regiões e suas respectivas

probabilidades foram obtidas pelas ponderações das médias das respostas do grupo “Peritos”,

composto pelas seguintes categorias: Conselheiros do Sebrae; Dirigentes do Sebrae; Especialistas

indicados pelo Sebrae; Especialistas indicados pela empresa Brainstorming; e membros do Legislativo.

Mediante a Pesquisa Delphi, registraram-se as seguintes probabilidades de ocorrência isolada dos

eventos estratégicos componentes da “Visão Brasil”:

TABELA 11. EVENTOS NACIONAIS - PROBABILIDADE ISOLADA

Evento % Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto 66% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 59% Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 55% Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional 70% Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 61% Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 53% Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% Ocorre

Page 19: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

19

3.5. Análise de impactos cruzados

A etapa de análise de impactos cruzados é uma revisão das probabilidades estimadas a priori (Tabela

11) em função do impacto que a suposta ocorrência de um evento causa nas probabilidades de

ocorrência dos demais.

O impacto está atrelado ao conceito de chance que, diferentemente do conceito de probabilidade, é

definido como a razão entre o número de ocorrências favoráveis dividido pelo número de ocorrências

desfavoráveis. Assim, o impacto indica o número de vezes pelo qual foi multiplicada, ou dividida a

chance de ocorrência do evento.

Um conceito importante para a elaboração das medidas proativas (aquelas que alteram, em favor da

organização, as probabilidades de ocorrência de acontecimentos) atrelado ao conceito de chances, é

a relação entre a motricidade e a dependência dos eventos:

• Motricidade pode ser definida como a capacidade que a ocorrência de um evento tem de

alterar a probabilidade de ocorrência dos demais.

• Dependência pode ser definida como a capacidade de um evento de ter sua probabilidade de

ocorrência alterada pela ocorrência dos demais.

A motricidade e a dependência são calculadas em função dos impactos causados pela ocorrência de

um evento sobre a probabilidade de ocorrência dos outros. Nesse sentido, a tabela abaixo apresenta

os dados sobre a motricidade e a dependência para os eventos estratégicos definidos no estudo,

obtidos por meio da análise de impactos cruzados.

TABELA 12. EVENTOS NACIONAIS - VALORES DE MOTRICIDADE E DEPENDÊNCIA

Evento Dependência Motricidade

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 0,805 0,584

BR02 Manutenção da taxa SELIC 0,663 0,775

BR03 Variação da taxa de inflação 0,424 1,076

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 0,127 0,956

BR05 Aumento da carga tributária 0,172 0,494

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 0,554 0,174

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 1,516 0,76

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional 0,306 0,653

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 0,45 1,058

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 0,664 0,185

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 0,547 0

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 0,809 0,313

A Figura 4 mostra o gráfico “Motricidade X Dependência”, com o valor da motricidade no eixo das

ordenadas e o valor da dependência no eixo das abscissas. O gráfico é dividido em quatro quadrantes,

representando os eventos explicativos, autônomos, de ligação e de resultado, conforme descrito

abaixo:

Page 20: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

20

FIGURA 4 GRÁFICO “MOTRICIDADE X DEPENDÊNCIA”

Explicativos Elevada motricidade e reduzida dependência, condicionando os demais.

Ligação Conectam os eventos explicativos e os de resultado.

Resultado Comportamento é explicado pelos eventos explicativos e de ligação.

Autônomos Pouca motricidade e pouca dependência.

O gráfico “Motricidade x Dependência” fornece uma visão parcial do comportamento dos eventos no cenário, já que cenários formados por grande concentração de eventos de ligação, com elevada incerteza, são instáveis; ao passo que os eventos explicativos e de resultado induzem estabilidade aos cenários (caso do Sebrae). Por isso, a motricidade é considerada na definição das linhas de ação para a construção do cenário alvo.

Após a realização dos “Impactos Cruzados”, etapa na qual os eventos foram confrontados entre si,

registraram-se as seguintes probabilidades de ocorrência condicional, de acordo com os diferentes

públicos da Pesquisa Delphi, dos eventos estratégicos componentes da “Visão Brasil”:

FIGURA 5. CENÁRIO BRASIL - PROBABILIDADE CONDICIONAL DOS EVENTOS, SEGUNDO PÚBLICO PESQUISADO.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

PIB

Selic

Infl

ação

Esco

lari

dad

e

Car

gaTr

ibu

tári

a

E-co

mm

erce

Pe

qu

en

os

Neg

óci

os

Sim

ple

s

MEI

Sust

enta

bili

da

de

Inte

rnac

ion

aliz

ação

Ges

tão

Emp

resa

rial

Especialistas Clientes Colaboradores Sociedade

PIB

Selic

Inflação

Escolaridade

Carga Tributária

E-commerce

Pequenos Negócios

Simples

MEI

SustentabilidadeInternacionalização

Gestão Empresarial

0

0,1

0,20,3

0,4

0,5

0,60,7

0,8

0,9

11,1

1,2

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6

Mot

ricid

ade

Dependência

Page 21: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

21

Evento Probabilidade

Delphi

Condicional

no Cenário

mais Provável

Ocorrência do

evento

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 66% 61% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 59% 64% Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 55% 54% Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% 57% Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% 59% Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% 74% Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% 71% Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional 70% 73% Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do mercado de

trabalho 61% 64% Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão

empresarial 53% 60% Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% 57% Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% 75% Ocorre

Como se pode perceber, a análise de impactos cruzados resultou na permanência da ocorrência de

todos os eventos.

Abaixo são listados os resultados da opinião dos especialistas consultados em relação à pertinência e

a certeza de ocorrência dos eventos.

FIGURA 6. CENÁRIO BRASIL – PERTINÊNCIA DOS EVENTOS, SEGUNDO PÚBLICO PESQUISADO.

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

PIB

Selic

Infl

ação

Esco

lari

dad

e

Car

ga T

rib

utá

ria

E-co

mm

erce

Pe

qu

en

os

Neg

óci

os

Sim

ple

s

MEI

Sust

enta

bili

dad

e

Inte

rnac

ion

aliz

ação

Ges

tão

Em

pre

sari

al

Especialistas Clientes Colaboradores Sociedade

Page 22: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

22

Análise da Pertinência

Evento Peritos Clientes Colaborador Sociedade

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto

nacional 8,00 7,54 7,98 7,96

BR02 Manutenção da taxa SELIC 7,82 7,09 7,44 7,71

BR03 Variação da taxa de inflação 7,72 7,45 7,79 8,20

BR04 Crescimento da escolaridade da população

brasileira 8,04 8,12 7,78 7,97

BR05 Aumento da carga tributária 7,89 7,53 7,96 8,04

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 7,40 7,44 7,34 7,36

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 7,73 7,40 7,99 7,75

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional 7,91 7,62 8,03 7,72

BR09 Continuidade do processo de formalização do

MEI 7,43 7,10 7,82 7,66

BR10 Maior importância da sustentabilidade para

gestão empresarial 7,68 7,79 7,70 7,84

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 7,45 6,92 7,22 7,17

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão

empresarial 7,59 7,83 7,98 7,74

FIGURA 7. CENÁRIO BRASIL – CERTEZA DOS EVENTOS

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

PIB

Selic

Infl

ação

Esco

lari

dad

e

Car

ga T

rib

utá

ria

E-co

mm

erce

Pe

qu

en

os

Neg

óci

os

Sim

ple

s

MEI

Sust

enta

bili

dad

e

Inte

rnac

ion

aliz

ação

Ges

tão

Em

pre

sari

al

Peritos Clientes Colaboradores Sociedade

Page 23: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

23

Análise da Certeza

Evento Peritos Clientes Colaborador Sociedade

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 16% 4% 11% 11%

BR02 Manutenção da taxa SELIC 9% 6% 12% 7%

BR03 Variação da taxa de inflação 5% 9% 10% 8%

BR04 Crescimento da escolaridade da população

brasileira 7% 4% 6% 8%

BR05 Aumento da carga tributária 9% 19% 18% 14%

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 19% 27% 18% 27%

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 15% 18% 20% 15%

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional 20% 18% 26% 21%

BR09 Continuidade do processo de formalização do

mercado de trabalho 11% 11% 23% 17%

BR10 Maior importância da sustentabilidade para

gestão empresarial 3% 4% 4% -2%

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 6% 4% 3% 1%

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão

empresarial 18% 23% 26% 22%

Page 24: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

24

4. Interpretação do cenário nacional

4.1. Cenário mais provável

O Cenário Mais Provável é um cenário de referência. Pode ser descrito como a evolução da cena que

compõe a conjuntura atual até a conformação de outra cena, hipotética, ao final do horizonte temporal

definido para o trabalho (2022), baseada na opinião de peritos sobre os acontecimentos futuros dadas

as condições atuais.

O Cenário Mais Provável, bem como todo o conjunto de cenários gerados, é uma combinação de

ocorrência e não ocorrências dos eventos. Não se trata de uma "previsão", mas, sim, do "futuro mais

provável" - aquele que, na visão dos peritos consultados, tem a maior probabilidade de ocorrer num

conjunto de diversos "futuros possíveis".

A “Visão Brasil” ou “Cenário Mais Provável Nacional” apresenta a ocorrência dos doze eventos, e foi

obtido por meio do processamento da consulta Delphi, com o emprego do módulo “Cenário”, do

software Brainstormingweb.

TABELA 13. CENÁRIO MAIS PROVÁVEL Evento Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional O

BR02 Manutenção da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) O

BR03 Variação da taxa de inflação O

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira O

BR05 Aumento da carga tributária O

BR06 Crescimento do comércio eletrônico O

BR07 Aumento do número de pequenos negócios O

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional O

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI O

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial O

BR11 Avanço na internacionalização das MPE O

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial O

Legenda:

O Ocorre

NO Não ocorre

4.1.1. Descrição do cenário mais provável – Visão Brasil

Estamos em 31 de dezembro de 2022....

O Brasil, após alguns anos de estagnação econômica, logrou debelar as recorrentes altas inflacionárias

por meio de pactos políticos celebrados para adoção de medidas de ajuste fiscal, com boas

repercussões junto à comunidade econômica internacional, o que o levou a crescimentos do Produto

Interno Bruto (PIB) aos níveis observados entre 2010 e 2013.

Page 25: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

25

Nesse período, 2015 a 2022, o PIB apresentou crescimento médio superior a 1,2% a.a., fruto do citado

pacto político que referendou mudanças na área econômica, implantadas ao longo de 2015-2016, com

o objetivo de fazer com que o país retomasse o crescimento nos anos seguintes.

Além das medidas econômicas, foram fundamentais para ajudar na recuperação da economia, o

volume de reservas internacionais e a produção de commodities (produtos agrícolas e minerais). Essas

commodities atingiram patamares competitivos em face da desvalorização cambial, tornando-se

contraponto à retração do consumo interno. Esta retração ocorreu devido à redução do consumo das

famílias, pois, nos anos iniciais do período considerado, houve uma diminuição de renda (aumento da

taxa de desemprego), devido às medidas de ajuste econômico para controle da inflação, entre elas a

manutenção da Taxa SELIC em níveis altos.

A SELIC, que esteve ao longo dos três anos iniciais deste estudo acima de 12% a.a., foi sendo

gradativamente reduzida para não comprometer a economia como todo, ou seja, não gerar inflação

pelo estímulo dado à economia e fuga descontrolada de capitais. Esta redução da taxa de juros foi

fundamental para o surgimento de novos negócios, em especial de micro e pequenas empresas, e de

novos postos de empregos, muitos deles suprimidos durante o período de juros muito altos. Contribuiu

de forma significativa para a redução gradativa da SELIC a diminuição dos gastos públicos, decorrente

de pressão da sociedade brasileira.

No entanto, foi a manutenção da SELIC em valores maiores que 12% a.a., pelo Comitê de Política

Monetária do Banco Central (COPOM), que possibilitou a redução gradativa da inflação a partir da

segunda metade do período de estudo (2019-2022), visando situá-la no centro da meta (4,5% a.a.).

Durante os quatro primeiros anos do período (2015-2018) as maiores pressões inflacionárias

derivaram de reajustes de preços de produtos e serviços básicos como energia elétrica, combustíveis

e água. A questão hídrica agravou-se principalmente durante o verão e nos três estados da Região

Sudeste que têm maior participação no PIB brasileiro - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais-, o que

afetou fortemente a produção industrial naquela região e, mais particularmente, a agricultura, e

elevou os preços dos produtos agrícolas, em alguns casos importados de países vizinhos.

Observou-se que o Brasil atingiu a expressiva média de 10 anos de escolaridade dos brasileiros com 25

anos de idade ou mais, situando-se próximo ao patamar de 12 anos, previsto para 2024, pelo Plano

Nacional de Educação (PNE). A média atingida colocou o Brasil em situação próxima aos melhores

indicadores da América Latina, fruto de esforço concentrado das três esferas de governo para: a)

redução da evasão escolar; e b) criação, reaparelhamento e incentivo à formação técnica, por meio do

Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), em consonância com seus

objetivos de ampliar as oportunidades educacionais e de formação profissional qualificada aos jovens,

trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda.

As ofertas de cursos de forma gratuita por instituições governamentais de educação, bem como as

instituições do Sistema S, possibilitaram a melhoria do nível dos postos de empregos, maior

qualificação da mão de obra e aumento da quantidade de micro e pequenas empresas prestadoras de

serviços, com reflexos positivos na renda média da população economicamente ativa e para o PIB.

O período de ajuste fiscal da economia (2015-2018) promoveu não apenas as reduções de gastos

públicos, mas, também, a elevação da carga tributária para valor maior que 40% do PIB, a fim de

suportar, entre outros aspectos, a manutenção da SELIC em patamares elevados (ampliação da dívida

Page 26: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

26

pública atrelada a juros) e conclusão de obras de infraestrutura iniciadas e cujas paralisações

implicariam em maiores despesas. Posteriormente, na segunda metade do período deste estudo

(2019-2022) ocorreu a celebração de pacto federativo, mediante pressão popular, para atenuar os

excessos incidentes sobre a produção e o consumo de bens e serviços, o que contribuiu para o

necessário reaquecimento da economia, mediante a criação de novas empresas com a geração de

postos de trabalho melhor remunerados.

A retomada do crescimento após 2018, a necessidade de redução de custos operacionais, o maior nível

de escolaridade da população brasileira e ampliação de acesso seguro à tecnologia digital, foram

aspectos importantes para adoção e mudança de comportamento dos consumidores em relação ao

comércio eletrônico (e-commerce). Vale ressaltar que os programas governamentais destinados ao

desenvolvimento e implantação os serviços públicos eletrônicos foram relevantes para mudança

daquele comportamento, em especial na área rural. O crescimento do e-commerce ampliou a

quantidade de empresas de micro e pequeno portes prestadoras de serviço nas áreas de tecnologia e

inovação – hardware e software – e daquelas do setor de logística básica, como entregas e

armazenamento.

O período de estagnação econômica e baixo crescimento até 2018 apresentou significativa redução

dos postos formais de emprego na indústria. Entretanto, fruto das demissões, boa parcela dos ex-

funcionários, motivados pela necessidade de maior renda familiar, empregou o valor auferido das

rescisões contratuais para abertura de pequenos negócios, consolidando a percepção popular de que

empreender é uma boa alternativa. Alterações de cunho normativo (a elevação do teto estabelecido

para adesão ao Simples Nacional, por exemplo) contribuíram para a elevação do ritmo de crescimento

dos pequenos negócios no país, com forma de amenizar os impactos econômicos e sociais negativos

decorrentes do período de ajuste fiscal, taxa de inflação elevada, câmbio desvalorizado e alta taxa de

juros.

Alterações legais referentes à abrangência do Simples Nacional desempenharam importante papel no

período de estagnação econômica, uma vez que possibilitaram o surgimento de novos pequenos

negócios, com forte repercussão social, em especial por atender a formação de renda e a geração de

oportunidades de trabalho para as categorias menos favorecidas no mercado de trabalho (p.ex. jovens

e mulheres). Após 2018, as políticas que resultaram no controle inflacionário, no aumento da

escolaridade média e na redução da burocracia, possibilitaram a expansão das atividades e do número

dos pequenos negócios, muitos voltados para o comércio exterior.

A desaceleração da economia brasileira e as medidas de ajustes fiscal e monetário previstas para o

período 2015-2016 impuseram grande desafio para as empresas brasileiras, tanto pelo lado da

demanda – menor contribuição do consumo das famílias e dos investimentos no crescimento do PIB –

, como pelo lado da oferta – ampliação dos custos de produção. A já citada percepção popular de que

empreender é uma boa alternativa se mostrou fundamental para suprir parcela dos postos de trabalho

suprimidos durante o período de baixo crescimento da economia, formalizando-se parte do

trabalhadores por conta própria.

A adoção de políticas de desenvolvimento sustentável tornou-se tema recorrente em todas as áreas

de atividade, no âmbito nacional, em face de agenda e instrumentos legais internacionais. Os

pequenos negócios não ficaram fora daquele contexto, tendo sido necessário superar alguns óbices, a

Page 27: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

27

exemplo de custos operacionais, para adoção de medidas ou o início de negócios com foco na

sustentabilidade. Medidas governamentais de incentivo, a exemplo de financiamentos privilegiados e

isenções tarifárias, além de parcerias com empresas de maior porte, foram balizadoras para que

muitas dessas empresas recebessem pertinentes certificações, o que as habilitou a ingressar em

mercados internacionais, com difusão de técnicas de baixo custo.

Em que pesem os aspectos inerentes à diminuição da atividade econômica, como a retração do

mercado interno, a internacionalização se apresentou como uma opção aos empreendedores em face

do câmbio mais competitivo e do processo de desburocratização do comércio exterior, iniciado em

2015 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cujo objetivo maior

era o de simplificar as operações de compra e venda de bens por empresas nacionais. Novas empresas

focadas nos setores de tecnologia e inovação e de consultoria ampliaram a pauta exportadora das

MPE, as quais, como todo, aproveitaram a disseminação do e-commerce para concretização de

negócios com menores custos, em mercados tradicionais do segmento, como os países componentes

do MERCOSUL e da ALADI.

As crises se apresentam como oportunidades para muitos setores, mormente aqueles voltados para a

inovação, a exemplo de consultorias, que aproveitaram a expertise disponível no mercado, em especial

por conta do fechamento de postos trabalho. Novos negócios foram formalizados tendo como

principal ativo a experiência – o conhecimento tácito –, e utilização intensiva do e-commerce,

decorrente de ampliação e melhor qualidade de serviços digitais, o que reduziu custos operacionais e

possibilitou o ingresso de novas empresas de menor porte nos mercados nacional e internacional. Um

segmento importante desses novos negócios abarca treinamentos customizados às demandas cada

vez mais qualificadas, por meio de ensino à distância, destinados ao aprimoramento de gestão

empresarial para os setores público e privado.

4.2. Cenário projetivo

O Cenário de Projetivo ou de Tendência é uma simples projeção do passado para o futuro, isto é, uma

extrapolação da série temporal dos eventos, ou da percepção dos eventos, quando não houver série

temporal disponível.

O quadro abaixo apresenta a ocorrência ou não de eventos estratégicos no Cenário Projetivo, obtidos

pelas retrospectivas de comportamentos das variáveis, durante período de tempo igual ao do

horizonte temporal do estudo prospectivo, conforme as ambientações dos eventos estratégicos,

constantes do Anexo A:

Page 28: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

28

TABELA 14. CENÁRIO PROJETIVO OU DE TENDÊNCIA Evento Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional O

BR02 Manutenção da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) NO

BR03 Variação da taxa de inflação NO

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira NO

BR05 Aumento da carga tributária O

BR06 Crescimento do comércio eletrônico NO

BR07 Aumento do número de pequenos negócios NO

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional O

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI O

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial O

BR11 Avanço na internacionalização das MPE NO

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial O

Legenda:

O Ocorre

NO Não ocorre

4.3. Tendências consolidadas

O confronto entre as ocorrências ou não dos eventos estratégicos dos Cenários Mais Provável (oriundo

da Pesquisa Delphi e Técnica de Impactos Cruzados) e Projetivo (retrospectiva de comportamento da

variável, por período de tempo igual ao do horizonte temporal do estudo prospectivo) permite

visualizar possíveis quebras de tendência.

Nesse sentido, coincidências entre as ocorrências de eventos nos dois cenários mencionados (Cenário

mais Provável e Cenário Projetivo) representam alta probabilidade de concretização (consolidação) de

tendências das variáveis em estudo.

Essa análise possibilita dimensionar o esforço a empreender na execução de estratégias, o qual será

menor quanto mais baixo for o indício de quebras de tendências. O quadro abaixo apresenta os dados

relativos às possíveis quebras de tendências para o Cenário Nacional.

Page 29: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

29

TABELA 15. TENDÊNCIAS CONSOLIDADAS DO CENÁRIO NACIONAL Evento CMP CP Tendência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional O O SIM

BR02 Manutenção da taxa SELIC O NO NÃO

BR03 Variação da taxa de inflação O NO NÃO

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira O NO NÃO

BR05 Aumento da carga tributária O O SIM

BR06 Crescimento do comércio eletrônico O NO NÃO

BR07 Aumento do número de pequenos negócios O NO NÃO

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional O O SIM

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI O O SIM

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial

O O SIM

BR11 Avanço na internacionalização das MPE O NO NÃO

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial O O SIM

CMP Cenário Mais Provável CP Cenário Projetivo

O Ocorre NO Não ocorre

SIM Tendência consolidada NÃO Quebra de tendência

4.3. Cenário ideal

O Cenário Ideal também é um cenário de referência. Este pode ser descrito como o cenário desejado,

aquele que traz os melhores resultados para o Sebrae.

O Cenário Ideal deve ser selecionado dentre os cenários gerados no processo de simulação, para que,

desta forma, seja possível garantir que o cenário ideal seja um cenário possível, evitando idealizar uma

utopia.

Neste projeto, o cenário ideal foi definido pelo grupo de técnicos do Sebrae Nacional que participaram

da reunião de construção do Mapa de Atores, realizada em 25/03/2015.

TABELA 16. CENÁRIO IDEAL Evento Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional O

BR02 Manutenção da taxa SELIC NO

BR03 Variação da taxa de inflação NO

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira O

BR05 Aumento da carga tributária NO

BR06 Crescimento do comércio eletrônico NO

BR07 Aumento do número de pequenos negócios O

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional O

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI O

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial O

BR11 Avanço na internacionalização das MPE O

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial O

Legenda:

O Ocorre

NO Não ocorre

Page 30: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

30

4.4. Interpretação de cenários

Os cenários visam fornecer subsídios para o processo de tomada de decisões. O confronto entre o

Cenário Ideal e o Cenário mais Provável indica se o que está sendo vislumbrado é uma oportunidade

ou uma ameaça. Confrontando esta oportunidade ou ameaça com o Cenário de Tendências é possível

verificar se estamos vislumbrando uma quebra de tendência ou não, o que lhe confere gradação forte

ou moderada.

TABELA 17: VISÃO BRASIL – CONFRONTO DE CENÁRIOS

Evento CMP CI CT Op/Am

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional O O O Op

BR02 Manutenção da taxa SELIC O NO NO Am

BR03 Variação da taxa de inflação O NO NO Am

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira O O NO Op

BR05 Aumento da carga tributária O NO O Am

BR06 Crescimento do comércio eletrônico O O NO Op

BR07 Aumento do número de pequenos negócios O O NO Op

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional O O O Op

BR09 Continuidade do processo de formalização do mercado de trabalho

O O O Op

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial

O O O Op

BR11 Avanço na internacionalização das MPE O O NO Op

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial O O O Op

CMP Cenário Mais Provável CT Cenário de Tendência

CI Cenário Ideal Op/Am Oportunidade ou Ameaça

O Ocorre NO Não ocorre

Do confronto entre os cenários (Tabela 17), são apresentadas as seguintes ameaças e oportunidades

para o Sistema Sebrae:

TABELA 18: VISÃO BRASIL - AMEAÇAS E OPORTUNIDADES Oportunidade Forte Evento

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional

BR09 Continuidade do processo de formalização do mercado de trabalho

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial

Moderada BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira

BR06 Crescimento do comércio eletrônico

BR07 Aumento do número de pequenos negócios

BR11 Avanço na internacionalização das MPE

Ameaça Forte BR02 Manutenção da taxa SELIC

BR03 Variação da taxa de inflação

Moderada BR05 Aumento da carga tributária

Page 31: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

31

A partir da interpretação dos cenários e visualização das ameaças e oportunidades do Cenário mais

Provável, são analisadas quais as consequências para o Sebrae decorrentes da ocorrência dos eventos.

O resultado dessa análise é a identificação de medidas que serão incorporadas ao plano estratégico,

chamadas de medidas pré-ativas, que visam preparar a organização para o enfrentamento das

ameaças e o aproveitamento das oportunidades que são vislumbradas no cenário mais provável.

Preparar a instituição para o futuro mais provável, por outro lado, não significa aceitá-lo. É possível

construir um futuro alternativo, chamado de Cenário Alvo, cuja construção será detalhada a seguir.

Page 32: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

32

5. Construção do cenário alvo

O futuro real não existe, pois ele está em construção. Todavia, a prospectiva pode indicar aquele futuro

mais provável de ocorrer. A percepção do futuro mais provável, por sua vez, abre espaço para a

construção de um futuro melhor.

Neste contexto, o Cenário Alvo pode ser definido como uma conjunção entre o cenário ideal e o

cenário mais provável, sendo aquele que a organização vai perseguir, dada a maior probabilidade de

ocorrência dos eventos. Ele é, pois, a evolução da cena que compõe a conjuntura atual até a

conformação de outra cena, hipotética, a qual vislumbra um futuro melhor para o Sebrae ao final do

horizonte temporal definido para análise (no caso, 2022).

Para se construir um futuro melhor, é preciso escolher um Cenário Alvo exequível, mas que, se não for

o Cenário Ideal, deve ser melhor do que o vislumbrado hoje como o Mais Provável. Assim, o Cenário

Alvo deverá estar situado entre o Mais Provável e o Ideal, contudo, quanto maior a distância entre o

Cenário Alvo e o Cenário Mais Provável, mais difícil será sua construção.

FIGURA 8. CENÁRIO ALVO – CONSTRUÇÃO E POSICIONAMENTO

Dada a complexidade dos eventos analisados, nenhum ator possui capacidade de atuação suficiente

para moldar o futuro. Assim, o Cenário Alvo deve ser um cenário negociado.

Por isso, a seleção do Cenário Alvo é baseada na análise da postura estratégica dos atores que

influenciam os eventos. Essa análise está fundamentada em conceitos da teoria dos jogos, com o

propósito de modelar as diferentes formas de agir, e o posicionamento dos atores face aos cenários

prospectivos.

Para analisar a postura de outros atores, antes é preciso definir quais eventos são prioritários para

uma atuação conjunta, no sentido de alterar as forças motrizes que modelarão o futuro. A seleção

desses eventos está pautada na capacidade de atuação e nos recursos que a instituição dispõe, bem

como na relação de custo versus benefício da empreitada.

Assim, a estratégia de construção do futuro passa pela definição de linhas de ação que podem conduzir

a um novo cenário mais provável.

Page 33: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

33

Nos próximos itens deste capítulo serão explicitados como foram definidas as linhas de ação e os

atores de influência no ambiente, que resultaram na escolha do Cenário Alvo a ser perseguido pelo

Sebrae.

5.1. Definição de linhas de ação

O procedimento básico para a seleção do Cenário Alvo consiste na definição de linhas de ação.

A linha de ação é uma estratégia, que pode ser definida como um conjunto de ações coordenadas e

priorizadas visando aumentar a probabilidade de ocorrência de alguns eventos e/ou reduzir a

probabilidade de ocorrência de outros.

Cada linha de ação é definida pela seleção de um ou mais eventos sobre os quais se deseja atuar, de

modo a garantir a sua ocorrência ou a sua não ocorrência. Além da seleção dos eventos, é possível

escolher uma sequência específica para a ocorrência deles (priorização de eventos).

A não ocorrência de algum evento pode e deve ser incluída nas linhas de ação, mas não é possível

definir uma sequência de não ocorrência de eventos, pois atuar para que um evento não ocorra exige

um esforço contínuo durante todo o horizonte temporal.

É importante assinalar que trata-se, aqui, da manutenção ou transformação do futuro, não do

presente, de forma que cada linha de ação conduz a um cenário mais provável. O cenário mais provável

de uma determinada linha de ação pode ser idêntico ao “Cenário mais Provável” obtido pelo

processamento da opinião dos peritos. Neste caso, trata-se de uma “estratégia de preservação”. Caso

a linha de ação conduza a um cenário diferente do “Cenário mais Provável” na opinião dos peritos,

trata-se de uma “estratégia de transformação”.

5.2. Interação entre os atores

A análise proativa está baseada no conceito de interações estratégicas, que ocorrem quando nenhum

dos atores tem controle total sobre os eventos e devem considerar as possíveis ações tomadas pelos

outros.

Partindo-se desse pressuposto, considera-se que a decisão tomada por um determinado ator interage

com as decisões adotadas pelos demais, mesmo que tomadas separadamente. Assim, no ambiente

interativo, a cada ação tomada por um dos atores, surge uma nova ação adotada pelos demais, de

forma que a melhor ação vista de forma isolada pode não ser eficaz quando considerada em conjunto

com as decisões tomadas pelos outros atores. O resultado final, portanto, será sempre um somatório

de ações e reações - interações estratégicas.

Como dito anteriormente, a estratégia de construção do futuro é um processo de tomada de decisão

sob incerteza. A decisão será a escolha pela preservação do cenário mais provável ou a seleção de

outro cenário alternativo, sempre em busca de um futuro melhor para a instituição.

Qualquer que seja a forma de avaliação é necessário que se tenha um ponto de referência, em relação

ao qual será possível determinar ganhos e perdas. O ponto de referência, no Método Grumbach, é o

Page 34: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

34

Cenário Mais Provável obtido pela simulação da opinião dos peritos (Consulta Delphi). Este é

considerado um ponto de Equilíbrio de Nash, baseado na Teoria dos Jogos, uma das principais

ferramentas de modelagem matemáticas utilizadas no estudo de interações estratégicas.

O chamado “Equilíbrio de Nash” para estratégias mistas pode ser postulado da seguinte forma: “uma

combinação de estratégias constitui um equilíbrio de Nash quando cada estratégia é a melhor resposta

possível às estratégias dos demais jogadores, e isso é verdade para todos os jogadores.”

No modelo proposto de análise, considera-se que o futuro é um equilíbrio de forças, assim como é o

presente e como foi o passado, sendo que este equilíbrio não é estático, e muda constantemente de

ponto a ponto para se adaptar às mudanças do ambiente social e econômico, da tecnologia e dos

sistemas políticos nacionais e internacionais, o que faz com que seja fundamental o monitoramento

constante das forças envolvidas.

A construção do futuro, olhando sob esse prisma, consiste em atuar no sentido de preservar ou alterar

o equilíbrio de forças, para que o futuro caminhe no sentido desejado, ou seja, no sentido do Cenário

Alvo.

Para isso, o propósito da atuação proativa da organização será no sentido de criar parcerias

estratégicas capazes de preservar o equilíbrio de forças, ou alterá-lo, induzindo quebras de tendências

e conduzindo ao processo de construção do futuro.

5.3. Atores estratégicos: interesse e influência

Com o propósito de definir quais parcerias deverão ser firmadas para executar as ações do Sebrae em

busca do Cenário Alvo, um grupo de técnicos do Sebrae Nacional se reuniu no dia 25/03/2015.

Foram identificados os seguintes atores estratégicos do ambiente externo:

Page 35: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

35

TABELA 19. ATORES ESTRATÉGICOS DO AMBIENTE

1. Ministério da Fazenda

2. Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ)

3. Congresso

4. Entidades Setoriais

5. Entidades de comércio eletrônico

6. Fornecedores de plataformas online

7. Secretaria das Micro e Pequenas Empresas (SMPE)

8. Entidades municipalistas

9. Entidades de representação de pequenos negócios

10. Sistema Sebrae

11. Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

12. Imprensa

13. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

14. Ministério da Previdência Social (MPS)

15. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

16. Centrais Sindicais

17. Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Secretarias Estaduais do Meio Ambiente

18. INMETRO/ABNT

19. Sistema Nacional de Inovação

20. Instituições Financeiras e de pagamentos

21. MDIC / Apex / ABDI /MRE

22. Fornecedores de Logística

23. Sistema "S"

24. Fornecedores de Sistema de Gestão

25. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG)

Os gráficos das figuras 9 e 10 apresentam os comportamentos desses atores, relativos ao “Interesse”

e à “Influência” – maneira global e com relação ao Cenário Mais Provável –, cujas respectivas matrizes

constam de anexos específicos.

Page 36: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

36

FIGURA 9. INTERESSE X INFLUÊNCIA - GLOBAL

FIGURA 10. INTERESSE X INFLUÊNCIA - CENÁRIO MAIS PROVÁVEL

1

2

3

4

56

7

8

9

10

11

12

13

14

1516

17

1819

2021

22

23

2425

0

5

10

15

20

25

0 5 10 15 20 25 30

Infl

nci

a

Interesse

1

2

3

4

56

7

8

9

10

11

12

13

14

1516

17

1819

2021

22

23

2425

0

5

10

15

20

25

0 5 10 15 20

Infl

nci

a

Interesse

Juízes

Parceiros

Estratégicos

Page 37: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

37

Os gráficos acima apresentam as seguintes informações acerca dos atores estratégicos:

• O Sistema Sebrae (10) aparece como o ator de maior interesse, seja global ou no Cenário mais

Provável.

• O ator com maior capacidade de influência é o Congresso Nacional.

• Apresentam-se como potenciais parceiros estratégicos, pelas suas capacidades de influência e

interesse os seguintes atores: (4) Entidades Setoriais; (7) Secretaria das Micro e Pequenas

Empresas (SMPE); (20) Instituições Financeiras e de Pagamentos; e (21) MDIC-Apex-ABDI-MRE;

e

• Os seguintes atores são considerados “juízes” pela sua capacidade de influência

(normatização): (3) Congresso Nacional; e (1) Ministério da Fazenda.

5.4. Cenário alvo nacional e linhas de ação

Conforme anteriormente explicado, o Cenário Alvo pode ser definido como uma conjunção entre o

Cenário Ideal e o Cenário mais Provável, sendo aquele que a organização vai perseguir dada a maior

probabilidade de ocorrência dos eventos e a análise das interações estratégicas entre os atores de

influência.

A partir da análise dos atores, foram definidas duas opções para a escolha do Cenário Alvo Nacional

(“Visão Brasil”): a primeira seria a adoção do próprio Cenário Mais Provável (a partir da opinião dos

especialistas, no qual todos os eventos ocorrem), e a segunda é aquela em que não ocorre o evento

BR05 - Aumento da Carga Tributária, que se apresenta como ameaça no confronto entre os Cenários

Mais Provável e o Ideal.

A segunda opção é de difícil exequibilidade, pois o Sistema Sebrae teria que se posicionar contra a

ocorrência do evento, mas dispõe de reduzida margem de atuação neste sentido. Portanto, a opção

pelo Cenário Mais Provável se apresentou como a mais adequada à construção do Cenário Alvo,

conforme o quadro abaixo:

TABELA 20. CENÁRIO ALVO

Evento

Cenário

mais

Provável

Cenário

Alvo

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto Ocorre Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC Ocorre Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação Ocorre Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira Ocorre Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária Ocorre Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico Ocorre Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios Ocorre Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional Ocorre Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI Ocorre Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial Ocorre Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE Ocorre Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial Ocorre Ocorre

Page 38: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

38

A identificação da linha de ação, base para a elaboração das ações proativas do Sebrae, teve como

focos os seguintes critérios:

• Análise da postura dos principais atores

• Motricidade dos eventos;

• Pertinência dos eventos, obtidos na Consulta Delphi; e,

• Governança do Sistema Sebrae sobre os eventos.

O quadro abaixo apresenta critérios e valores empregados para seleção dos eventos componentes da

linha de ação.

TABELA 21. LINHA DE AÇÃO - CRITÉRIOS E VALORES PARA SELEÇÃO DE EVENTOS COMPONENTES

Posição Pertinência Motricidade

Influência

do

Sebrae

Influência

total

dos atores

1 BR04 – 8,04 BR03 - 1,076 BR07-3 BR07-34

2 BR01 – 8,00 BR09 - 1,058 BR08-3 BR06-33

3 BR08 – 7,91 BR04 - 0,956 BR09-3 BR09-30

4 BR05 – 7,89 BR02 - 0,775 BR12-2 BR10-28

5 BR02 - 7,82 BR07 - 0,760 BR05-2 BR05-28

6 BR07 - 7,73 BR08 - 0,653 BR06-2 BR11-27

7 BR03 - 7,72 BR01 - 0,584 BR10-2 BR08-25

8 BR10 - 7,68 BR05 - 0,494 BR11-1 BR12-24

9 BR12 - 7,59 BR12 - 0,313 BR01-0 BR01-0

10 BR11- 7,45 BR10 - 0,185 BR02-0 BR02-0

11 BR09- 7,43 BR06 - 0,174 BR03-0 BR03-0

12 BR06 - 7,40 BR11 – 0,000 BR04-0 BR04-0

A partir da ponderação dos valores da tabela 19, chegou-se à seleção dos eventos e respectiva

sequência inicial de ações, constante na tabela 22.

TABELA 22. LINHA DE AÇÃO - EVENTOS ESCOLHIDOS E SEQUÊNCIA DE AÇÕES Evento Sequência

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 1

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 2

BR08 Ampliação de cobertura do Simples Nacional 3

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 4

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 5

Além dos eventos listados na tabela 22, ficou definido que o Sebrae também atuará no ambiente para

a ocorrência dos eventos BR 06 – Crescimento do Comércio Eletrônico, BR 10 – Maior importância da

sustentabilidade para a gestão empresarial e BR 11 – Avanço da internacionalização das MPE, por estes

fazerem parte de sua estratégia de atuação.

Page 39: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

39

6. Elaboração de medidas pré e proativas

Como já foi dito anteriormente, a análise prospectiva, ou elaboração de cenários prospectivos, tem

como propósito estudar as diversas possibilidades de futuros plausíveis existentes a fim de preparar

as organizações para o enfretamento de uma nova realidade.

Com os resultados obtidos a partir da elaboração dos Cenários Prospectivos do Sebrae para 2022, foi

possível definir uma linha de ação visando aumentar a probabilidade de ocorrência de alguns eventos

de interesse do Sebrae, conforme detalhado no item 5.4.

Além de atuar no ambiente, a percepção do futuro mais provável permitiu ao Sebrae visualizar a

necessidade de preparação da instituição para o enfrentamento ou aproveitamento de

acontecimentos fora de sua competência.

A atuação no ambiente se dá por meio das medidas proativas, que alteram, em favor da organização,

as probabilidades de ocorrência de acontecimentos. Já as medidas de preparação frente às

consequências do cenário para a organização são denominadas medidas pré-ativas.

Com o objetivo de apresentar o projeto de cenários, suas etapas e resultados, e elaborar as sugestões

de medidas de atuação para embasar os desdobramentos da estratégia, foi realizada no dia 07 de abril

uma oficina com os Dirigentes do Sistema Sebrae (NA e UF).

Na ocasião, os dirigentes identificaram outras questões que não estavam abarcadas diretamente nas

variáveis escolhidas para análise de cenários (BR01 a BR12), tais como:

i. Taxa de câmbio

� A Taxa de Câmbio representa o preço do Dólar medido em unidades de Real. É uma

variável macroeconômica muito importante para as relações comerciais de Brasil com

outros países e para a comparação da situação financeira fiscal dos países em uma

única moeda. Em decorrência da recuperação mais forte da economia norte-

americana e do desempenho modesto da economia brasileira, o Dólar vem mantendo

uma trajetória de alta frente ao Real, saindo de uma média de R$2,40/US$1,00 ao

longo do 2º semestre de 2014, para quase R$ 3,00 no final de abril. A expectativa do

mercado (segundo o Boletim Focus do Banco Central) é que a taxa se eleve um pouco

mais este ano, chegando a 3,20 R$ por US$ até o final de 2015 e mantendo esse

mesmo patamar em 2016.

� Essa variável havia sido abarcada na primeira versão de variáveis para análise de

Cenários Prospectivos, mas, como já é monitorada como um dos indicadores de

ambiente do Mapa Estratégico, e por depender de diversos outros fatores que

dificultam sua previsão, foi retirada para a possibilidade de inclusão de outras

variáveis, a exemplo da internacionalização dos pequenos negócios, que inclusive

depende parcialmente da anterior para sua evolução. Isso reforça a importância do

acompanhamento da variável “Taxa de Câmbio” para os resultados estratégicos do

Sebrae.

Page 40: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

40

ii. Infraestrutura

� Questões relacionadas ao tema infraestrutura foram frequentemente citados pelos

integrantes das regiões (em especial, a Sudeste) ao longo das oficinas realizadas em

fevereiro para a escolha das variáveis (06 e 07/02), que contaram com a participação

de representantes das Unidades de Gestão Estratégica dos Sebrae/UF.

� Apesar de ser um tema de forte influência para o cenário nacional, entendeu-se, ao

longo dessas oficinas, que as consequências dos problemas relacionados à

infraestrutura do País divergiam entre uma região e outra, de modo que o tema foi

considerado de maneira regional.

iii. Faixa de fronteira

� O Brasil conta com uma extensa área de fronteira (16,8 mil km) com seus países

vizinhos na América do Sul, por onde costumam entrar ilegalmente diversos tipos de

produtos, inclusive armas e drogas. A falta de segurança nessas regiões é apenas um

dos problemas, pois existem problemas estruturais, como cidades gêmeas e a

dificuldade de atuação do Estado em toda a área fronteiriça, que ampliam a

porosidade entre as nações, facilitando ações ilícitas e a informalidade.

� Essa questão também foi levantada ao longo das oficinas realizadas em fevereiro para

a escolha das variáveis (06 e 07/02), que contou com a participação de representantes

das Unidades de Gestão Estratégica dos Sebrae/UF.

� Os participantes da Região Sul foram os que mais colaboraram nesse sentido. São eles

que capitaneiam o Projeto Fronteiras Cooperativas, que visa a pactuação de agendas

positivas para desenvolvimento de regiões fronteiriças, com a promoção de redes de

cooperação em diálogo permanente capazes de fomentar a inovação sustentável e

empreendedora; o capital social de qualidade para o desenvolvimento; infraestrutura

e serviços compartilhados; a sustentabilidade nos diversos âmbitos; vantagens

competitivas intrarregiões; e a atratividade para investimentos; entre outros.

� É por isso que essa questão foi abarcada indiretamente pelo evento “S01 Crescimento

do PIB da América Latina”, que entendeu que as consequências de uma possível queda

do PIB da América Latina amplia a concorrência na região e tem impactos sobre a

comercialização entre esses países de maneira geral.

� O entendimento dos dirigentes é que essa questão é mais abrangente, devendo ser

consideradas suas consequências não somente para as regiões de fronteiras, como

para o Brasil como um todo.

iv. Distribuição da renda

� Foi colocado que apesar de o Cenário Nacional abarcar a variável PIB dentre os seus

eventos (BR01), o monitoramento do nível de atividade econômica não é suficiente

para entender as consequências de variações do ambiente econômico sobre a

população.

� Dessa forma, os dirigentes entendem que deva ser considerada também a variável

“distribuição da renda”, de forma a conter as consequências das variações na

atividade econômica sobre a distribuição da renda e consequentemente o mercado

de consumo brasileiro, essenciais para a manutenção e crescimento dos pequenos

negócios.

� Esse tema é considerado no monitoramento do ambiente, por meio da variável

“Milhões de habitantes por classe social A, B, C, D e E” e “Rendimento médio real das

Page 41: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

41

pessoas ocupadas”, sendo também importante para avaliar, especialmente, a

evolução do evento BR 07 – Aumento do número de pequenos negócios.

A partir dessas considerações, os dirigentes de todo Sistema Sebrae listaram as consequências dos

cenários para o Sebrae e formularam diversas medidas pré-ativas para o aproveitamento das

oportunidades e a mitigação das ameaças vislumbradas no cenário mais provável. Propuseram

também medidas proativas para o Sebrae atingir seu cenário alvo.

A figura 11 traz o resumo das consequências do Cenário mais Provável para o Sebrae, listadas pelos

participantes.

FIGURA 11. CONSEQUÊNCIAS DO CENÁRIO PROSPECTIVO PARA O SEBRAE

Frente a essas consequências e ao Cenário Alvo, os Dirigentes definiram 178 medidas3, sendo 118 pré-

ativas e 60 proativas.

3 A íntegra das medidas propostas estão no item 8.2 - Íntegra das propostas de medidas de atuação – Reunião dos Dirigentes, constante no Anexo I – Cenário Nacional, ao final deste documento.

Page 42: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

42

FIGURA 12. MEDIDAS DE ATUAÇÃO PROPOSTAS PELOS DIRIGENTES, DISTRIBUÍDAS POR EVENTO

Após a oficina, as medidas sugeridas foram analisadas de forma conjunta, e aglutinadas entre si de

acordo com sua similaridade. Dessa primeira análise, ficaram 85 medidas.

Visando o desdobramento das propostas para a estratégia do Sebrae, a segunda etapa da análise deu-

se por meio da conexão das medidas aos objetivos dispostos no Mapa Estratégico, levando-se em

conta a similaridade do tema com a descrição de cada objetivo (Figura 13).

FIGURA 13. DESDOBRAMENTO PARA A ESTRATÉGIA - MEDIDAS DE ATUAÇÃO POR OBJETIVO ESTRATÉGICO

Page 43: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

43

O resultado desta segunda análise segue abaixo:

» Promover o autoatendimento do MEI para operações básicas

» Estimular a cultura de cooperação entre os MEIs, como forma de fomentar os negócios entre o

segmento.

» Fortalecer o programa de encadeamento produtivo.

» Ampliar a participação das pequenas empresas em missões e feiras internacionais.

» Priorizar a qualidade nos atendimentos em relação à quantidade de atendimentos.

» Intensificar o trabalho de relações institucionais e o relacionamento com o Congresso Nacional, com

foco na melhoria do ambiente legal (relações de trabalho, crédito, tributos, Simples):

� Ampliar as faixas de enquadramento do Simples e a atratividade da Lei Geral

� Implantação efetiva de todos os dispositivos da Lei Geral nos municípios

� Propor legislação para implantação do Simples Portuário

� Adequação da legislação tributária vigente para assegurar a equidade nas vendas

interestaduais realizadas por meio do comércio eletrônico, respeitando o princípio de redução

das desigualdades regionais e sociais

� Propor reformas na legislação trabalhista no sentido de facilitar as contratações nos pequenos

negócios

� Tratamento diferenciado na legislação tributária e de política de crédito (entre outros) do

comércio eletrônico

� Promover a simplificação do sistema de cobrança como forma de reduzir a inadimplência do

MEI

» Articular com os governos a inserção do MEI nos programas de desenvolvimento do país, fomentando

empreendedorismo com foco na inclusão social

» Articular a criação de um sistema próprio de exportação para pequenos negócios em substituição ao

Radar

» Atuar para reduzir as barreiras para geração de negócios internacionais das micro e pequenas empresas

brasileiras, principalmente em países da América do Sul e África, em parceria com governos federal e

estaduais.

» Realizar campanha de promoção de consumo de bens e serviços de pequenos negócios, valorizando

seus produtos local e nacionalmente.

» Intensificar o programa de Educação Empreendedora em todos os níveis educacionais

» Desenvolver ranking nacional com melhores práticas de educação empreendedora em todos os níveis

educacionais

Page 44: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

44

» Desenvolver redes de aliados, como instituições, escolas, empresas e outros interessados no tema da

educação empreendedora.

» Firmar parcerias com as maiores instituições de educação empreendedora do mundo para aquisição de

know-how para atuação neste segmento.

» Capacitar profissionais da educação na temática do empreendedorismo por meio de visitas técnicas,

missões, e formação em instituições nacionais e internacionais de referência

» Ofertar mais produtos de inteligência competitiva, como: informações sobre mercado e gestão, análise

de mercados específicos, banco de dados com oportunidades para pequenos negócios

» Mapear os principais gargalos de infraestrutura que impactam os pequenos negócios como forma de

levantar subsídios para a mobilização junto ao poder público com o intuito de reduzi-los

» Apoiar e/ou incentivar pesquisas para criação de alternativas produtivas sustentáveis de baixo custo

» Estudar o mercado internacional de comércio eletrônico, principalmente na área de segurança, para

saber como os países atuam em relação ao tema

» Disponibilizar um ranking de empresas e sistemas mais seguros para o comércio eletrônico

» Promover estudos sobre os fatores condicionantes à difusão da Internet nos pequenos negócios com

vistas a incrementar operações comerciais por meio eletrônico

» Fornecer conhecimento e metodologia para formação de consórcios de pequenas empresas com

objetivo de exportação

» Elaborar estudos específicos relacionados à inteligência comercial para exportação

» Prospectar nichos de mercado e mercados alternativos internacionais para pequenos negócios

» Promover a aproximação do Sebrae com universidades e instituições de ensino e pesquisa no Brasil e

no exterior

» Aumentar a rede de parceiros para atendimento ao MEI

» Formar parcerias (Sistema S, bancos, sindicatos, cooperativas, entre outros) para ampliar a rede de

atendimento sobre práticas sustentáveis

» Firmar parcerias com instituições que atuam no tema internacionalização (APEX, Embaixadas,

Consulados etc.), de forma a estabelecer os papéis de cada um dos envolvidos, especialmente em

relação ao papel do Sebrae

» Aumentar o intercâmbio com instituições e empresas de referência no mundo nos mais diversos temas

(sustentabilidade, educação empreendedora, empreendedorismo, etc)

» Fomentar parcerias com grandes empresas que atuam no mercado externo como forma de promover

ações conjuntas de internacionalização de MPEs

» Melhorar as condições e criar novos instrumentos de acesso ao crédito por meio da articulação com

bancos populares, bancos de desenvolvimento, e cooperativas de crédito

» Firmar parcerias com bancos para viabilizar o financiamento para pequenas empresas para:

� Equipamentos e softwares durante sua estruturação logística para operacionalizar o comércio

eletrônico

� Implantação de práticas sustentáveis

Page 45: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

45

» Revisar o modelo de atuação para reestruturar o atendimento, os canais, e conteúdos (modelos e

formatos) dos produtos do Sebrae, adequando-os ao crescimento da demanda, e à busca do cliente

por serviços/produtos de maior qualidade, respeitando os seguintes princípios:

� Levar em consideração não só a segmentação dos clientes, mas especialmente o potencial do

empreendedor

� Oferecer soluções sofisticadas, utilizando canais de atendimento e linguagem adequados para

atender público mais escolarizado e responder às mudanças de público decorrentes da

ampliação do limite de faturamento do Simples

� Foco em melhoria da produtividade, qualidade e inovação das empresas

� Produtos mais práticos e atualizados

� Ampliar a virtualização dos serviços do Sebrae e incorporar novas tecnologias no atendimento

presencial

» Desenvolver trilhas de educação que permitam ao cliente a continuidade do aprendizado

» Elaborar programa educativo que vise criar executivos de pequenos negócios

» Desenvolver soluções voltadas à abertura de mercados, promoção da inovação e ampliação do uso de

ferramentas tecnológicas, como forma de ampliar a competitividade das empresas

» Desenvolver produtos e conhecimento específicos para empresas jovens (0 a 2 anos) - e para novos

negócios por necessidade, com ideias de negócios, passo a passo para abertura de novos

empreendimentos, etc

» Desenvolver produtos focados no aumento das vendas dos pequenos negócios, para enfrentarem um

momento de menor atividade econômica

» Buscar a inovação em produtos, serviços e canais de atendimento para fazer frente ao aumento da

oferta de novas modalidades de treinamento e consultoria empresarial

» Desenvolver produtos voltados para preparar a MPE para exportação, a partir de uma metodologia

Sebrae de internacionalização de micros e pequenas empresas (nas modalidades de exportação,

transferência de tecnologia e joint venture)

» Disponibilizar soluções integradas relacionadas à sustentabilidade (licenciamento ambiental,

certificações, entre outros), que sejam de fácil aplicabilidade

» Criar um prêmio nacional para as melhores práticas de sustentabilidade nas MPE.

» Disponibilizar soluções integradas relacionadas à sustentabilidade (licenciamento ambiental,

certificações, entre outros), que sejam de fácil aplicabilidade

» Incorporar/reforçar a temática da sustentabilidade em todos os projetos setoriais do Sebrae, como

tema transversal

» Potencializar (com maiores investimentos e capacitação de recursos humanos) as ações do Centro de

Sustentabilidade como desenvolvedor e multiplicador de produtos e soluções

» Incentivar práticas sustentáveis nos Sebrae/UF, seja por meio de um programa nacional ou pela

implantação de um núcleo de difusão em práticas sustentáveis em cada estado

» Reavaliar periodicamente o posicionamento da marca Sebrae, investindo em melhorias na gestão de

seu portfólio

» Ofertar mais produtos e ferramentas para orientação e educação financeira, especialmente para novos

empreendedores em relação ao acesso e utilização de crédito

» Apoiar as pequenas empresas em sua estruturação para atuarem no comércio eletrônico (softwares de

gestão, mão de obra, legislação, entre outros)

» Tornar o Sebrae benchmark na venda dos produtos e serviços por meio do comércio eletrônico

» Desenvolver soluções de certificação e segurança eletrônica

Page 46: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

46

» Ampliar a eficiência da gestão dos recursos do Sebrae

» Dimensionar os recursos do Sebrae, distribuindo o esforço de maneira eficiente junto ao público de

MEI, ME e EPP

» Exigir indicadores de sustentabilidade em todos os projetos que obtêm CSN

» Desenvolver projetos e firmas parcerias com o intuito de captar receita própria de outras formas além

da arrecadação

» Descentralizar a atuação do Sebrae e ampliar os recursos destinados aos Sebrae/UF

» Implementar escritórios em outros países como forma de capitalizar a imagem do Sebrae e sua

importância no ambiente externo

» Utilizar as fontes de receita para aumentar o quantitativo e promover a qualificação dos colaboradores

» Fortalecer a Universidade Corporativa como forma de aprimorar a capacitação de recursos humanos.

» Ampliar e aprimorar o Programa de Formação de Especialista em Gestão de Pequenos Negócios

» Capacitar equipes internas em atividades relacionadas a nichos específicos:

� Comércio eletrônico

� Internacionalização dos pequenos negócios, inclusive fomentando o domínio de idiomas

� Formar multiplicadores de metodologias de sustentabilidade, podendo utilizar para isso um

programa acadêmico via UCSebrae.

» Promover o domínio de idiomas dos colaboradores para atender melhor as demandas de

internacionalização

» Desenvolver políticas de atração de novos fornecedores

» Aprimorar a sistemática de credenciamento, capacitação e avaliação de credenciados do Sebrae, para

atender público mais escolarizado e prover soluções em nichos específicos (comércio eletrônico,

sustentabilidade, etc)

» Trabalhar na reestruturação da gestão de credenciados, para adequá-la ao novo papel que o Sebrae

deve assumir de articulador de prestadores de serviços de consultoria e capacitação.

» Estimular a criação de novas empresas de consultoria e a utilização de serviços de consultoria pelos

pequenos negócios

»

» Investir na melhoria da infraestrutura tecnológica

Page 47: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

47

» Melhorar a infraestrutura interna para ampliar a capacidade de atendimento, atender por meio de

novos canais e alcançar mais territórios para ampliar a capilaridade de distribuição dos produtos e

serviços

Page 48: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

48

7. Conclusão

A construção de cenários prospectivos tem como propósito estudar as diversas possibilidades de

futuros plausíveis existentes a fim de preparar as organizações para o enfretamento das consequências

dessas tendências do ambiente para sua atuação.

Os resultados do Projeto de Elaboração de Cenários Prospectivos indicam algumas ameaças para as

atividades do Sebrae nos próximos anos: algum período de baixo crescimento, inflação acelerada e

juros elevados. Além disso, a concorrência do Sebrae tende a ser mais elevada, e a carga tributária

deve manter a trajetória dos últimos anos.

Frente a esse cenário, as expectativas são de que a concorrência entre os pequenos negócios se torne

ainda mais elevada, tornando primordial a elevação da competitividade dessas empresas como forma

a protegê-las da mortalidade (especialmente as mais jovens) e fomentar o empreendedorismo, mesmo

em um período de maior escassez econômica (nível mais elevado do desemprego e menor renda

disponível para o consumo).

Por outro lado, outras oportunidades se mostram um desafio importante para o Sebrae: espera-se

uma população mais escolarizada em 2022, mais conectada a novas modalidades de comércio

(ampliação do comércio eletrônico) e maior dimensão do mercado das MPEs (internacionalização de

empresas).

Nesse sentido, as medidas propostas buscam reorientar a atuação do Sebrae para responder

adequadamente essa demanda:

• Mais atividades focadas no empreendedor jovem (inclusive o empreendedorismo por

necessidade)

• Soluções sofisticadas o suficiente para atender as classes de empreendedores mais

escolarizados

• Novas soluções em temas estratégicos - comércio eletrônico, internacionalização e

sustentabilidade, que passam a fazer parte da realidade dos pequenos negócios de forma mais

significativa

Para isso, é necessário que o Sebrae aprimore suas formas de atendimento, tanto em questões

logísticas quanto em termos de tecnologia, o que demanda investimento e desenvolvimento de novas

ferramentas. Nesse sentido, torna-se imperativo que o desenvolvimento e a capacitação de

fornecedores e colaboradores como forma de ampliar a qualidade dos serviços prestados pela

instituição.

Para construir este cenário, exige-se que haja maior articulação com parceiros nacionais e

internacionais visando a implementação das melhores técnicas do mercado e também o

aprimoramento do atendimento já realizado.

Page 49: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

8. Anexo I – Cenário Nacional

8.1. Ambientação dos eventos nacionais

Evento BR01 - Crescimento do Produto Interno Bruto Nacional

O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos principais indicadores da economia porque representa a soma,

em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (no

caso, o Brasil), durante um período determinado. Seu principal objetivo é o de mensurar a atividade

econômica.

De 2000 a 2010, a taxa de crescimento médio do PIB brasileiro foi de 3,5% ao ano, destacando-se que,

em 2009, foi negativa em 0,3%, como reflexo da crise mundial, e apresentou no ano seguinte alta

vigorosa de 7,5% Já no período mais recente, de 2011 a 2013, essa taxa caiu para 2% ao ano.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central (BC), de 20/02/2015, a expectativa do mercado financeiro,

é de crescimento nulo do PIB em 2014, sendo que o indicador só voltaria a apresentar valores positivos

após 2016. Há de se destacar, porém, que o governo realizou mudanças na área econômica

recentemente, com o objetivo de fazer com que o país volte a crescer de forma mais robusta nos

próximos anos. Com significativo volume de reservas internacionais, produção competitiva de

commodities (produtos agrícolas e minerais), as medidas podem ajudar na recuperação da economia

do país.

No entanto, ainda pesa sobre os resultados, o baixo nível de investimentos no país, que registrou

queda nos primeiros seis meses de 2014 (-6,8%), sobre igual período de 2013. O Consumo das famílias,

por sua vez, que vinha sustentando o crescimento da economia nos últimos anos, também vem

crescendo a um ritmo menor: alta de 1,7%, no 1º semestre de 2014 contra elevação de 2,7%, no 1º

semestre de 2013. E essa situação tende a se agravar com as altas das taxas de juros (Selic) e a

perspectiva de reajustes reais cada vez menores da renda da população.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o crescimento real do PIB

seja igual ou superior a 1,2% ao ano, por pelo menos três anos consecutivos?

Page 50: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

50

Evento BR02 - Manutenção da Taxa Selic

O Banco Central do Brasil define a Taxa SELIC como a taxa média ajustada dos financiamentos diários

apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais. É a taxa básica

de juros utilizada como referência pela política monetária e suas metas são estabelecida pelo Comitê

de Política Monetária (COPOM), e incide inversamente nas taxas de inflação e câmbio – SELIC em alta

contribui para reduzir a inflação, por desestimular o consumo interno, e incentivar investimentos

externos, o que valoriza o real, depreciando o câmbio.

Historicamente, a SELIC deixou valores superiores a 20% desde setembro de 2003, com reduções

posteriores que a levaram ao patamar de 7,25%, no período de fevereiro a abril de 2013, passando, a

partir daí, a aumentar gradativamente. Após ter sofrido nove aumentos consecutivos (de abril/2013 a

abril/2014), a SELIC apresenta valor de 12,25%, fixado pelo COPOM em 21/01/2015, com objetivo de

conter a inflação.

Ainda, a alta taxa de juros é apontada como um dos principais motivos para a entrada de dólares no

Brasil, pois atrai especuladores que pegam empréstimos a juros irrisórios no continente europeu (cerca

de 1%) para reaplicar no mercado de câmbio brasileiro, que os remunera com a taxa Selic, atualmente

em 11%, o que faz do Brasil o país com a maior taxa de juro real – taxa cobrada descontada a inflação

- entre os quarenta pesquisados pela Consultoria Moneyou, cuja metodologia abarca a expectativa de

inflação futura para os próximos 12 meses. Em julho de 2014, quando o COPOM manteve a SELIC em

11%, o Brasil já ocupava a primeira posição nesse ranking.

Entretanto, recentemente, com a assunção de uma nova equipe econômica, foram divulgadas medidas

governamentais no sentido de reduzir a pressão inflacionária, promover o crescimento e conter o

indesejável ingresso de capital especulativo. Tais medidas possuem reflexos diretos sobre o valor da

SELIC, contribuindo para sua redução, a qual deve ser gradual para não gerar inflação – pelo estimulo

dado à economia – e fuga descontrolada de capitais.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a taxa de juros básica

(SELIC) permaneça acima de 12% ao ano, por, pelo menos, três anos consecutivos?

Page 51: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

51

Evento BR03 - Variação da taxa de inflação

A inflação (aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços) é um dos principais

indicadores macroeconômicos monitorados pelo Governo, para efeito de elaboração de política

econômica.

Em junho de 1999, o CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu como índice oficial de inflação no

país o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, que passou, a partir

de então, a balizar as metas de inflação estabelecidas por aquele Conselho. Compõem o IPCA os grupos

“Alimentação e bebidas”, “Habitação”, “Artigos de residência”, “Vestuário”, “Transportes”, “Saúde e

cuidados pessoais”, “Despesas pessoais”, “Educação” e “Comunicação”.

Nos últimos dois anos, o IPCA tem se situado mais próximo do teto da meta (6,5% a.a.) do que do

centro da meta de inflação (4,5% a.a.). Em 2013, fechou o ano em 5,91%, pressionado pelos grupos

“Alimentos e bebidas” (+8,48% a.a.) e “Despesas pessoais” (+8,39% a.a.). Já, em 2014, atingiu 6,41%,

alavancado pelos grupos “Habitação” (+8,8% a.a.) e “Educação” (+8,45%). A meta atual de inflação, e

que valerá também para 2016, é de 4,5% ao ano (centro da meta), podendo variar 2 pontos percentuais

para cima (teto) ou para baixo.

Entretanto, com o intuito de conter a inflação e trazê-la para o centro da meta, o Comitê de Política

Monetária do Banco Central (COPOM) vem implementando aumentos sucessivos na taxa básica de

juros (Selic). Em que pese tal medida, analistas do mercado financeiro acreditam que o IPCA deve

fechar 2015 com aumento de 6,99%, ou seja, acima do teto da meta, situando-se nos próximos quatro

anos em patamares ainda elevados. Em 2015, pelo menos, a inflação deverá ser pressionada pelos

reajustes de preços de produtos básicos como energia elétrica, combustíveis e água, que vem se

tornando cada vez mais escassa, principalmente, nos três estados que têm maior participação no PIB

brasileiro - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais-, e que tem afetado fortemente a produção

industrial e, mais particularmente, a agricultura, podendo provocar aumentos generalizados dos

preços dos produtos agrícolas, nessas regiões.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a taxa de inflação supere

7% ao ano, por, pelo menos, três anos consecutivos?

Page 52: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

52

Evento BR04 – Crescimento da escolaridade da população brasileira

A importância dada à educação pelos países pode ser mensurada de diferentes modos. Alguns

especialistas defendem a avaliação dos gastos em educação como proporção do PIB, outros examinam

a taxa de adultos com ensino superior, enquanto instituições internacionais (ONU) observam o número

médio de anos de estudos da população adulta (25 anos ou mais). Associado a outros indicadores

vinculados à renda e à saúde, o último critério compõe o chamado IDH – Índice de Desenvolvimento

Humano.

Segundo dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em

março de 2013, o Brasil teria a menor média de anos de estudo de adultos (7,2 anos) dentre os países

da América do Sul. À época da divulgação dos dados pelo PNUD, o governo brasileiro discordou dos

resultados, alegando que estariam desatualizados e que, já ao final de 2011, o índice correto seria de

7,4 anos. O IPEA divulgou como 7,7 anos o índice atingido ao final de 2013. Independente do índice

escolhido, qualquer deles seria insuficiente para que um aluno completasse o ensino fundamental.

Apesar da atual média, o Brasil está avançando e foi o país que mais cresceu em média de anos de

escolaridade entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo dados do mesmo

estudo do PNUD. Em 1990, a média de anos na escola do brasileiro adulto (25 anos) era de 4,8 anos.

Em 14 anos, a escolaridade média do brasileiro cresceu 33%, atingindo o patamar de 6,4 anos de

estudo em 2004. No período mais recente (2004-2013), ocorreu uma expansão de 25% na escolaridade

média da população adulta brasileira, o que garantiu ao país a média de 7,7 anos de estudo.

Dentre as 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE), uma se refere especificamente a perspectiva

de aumento da escolaridade média. Adotando um recorte específico para a população jovem (18 a 29

anos) e que historicamente possui indicadores educacionais inferiores (pele negra, do campo, da

região Nordeste, e 25% mais pobres), o PNE estabeleceu como meta a escolaridade média de no

mínimo 12 anos até 2024.

Entretanto, apesar dos avanços nos últimos anos e da meta estabelecida pelo PNE, alguns óbices se

apresentam, a exemplo de: taxa de evasão escolar no ensino fundamental, que atinge cerca de 24%

dos alunos - terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior IDH (Fonte: PNUD,

2012); desigualdades de escolaridade entre a população urbana e rural; e qualidade do ensino.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a escolaridade dos

brasileiros com 25 anos de idade ou mais supere a média de 10 anos?

Page 53: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

53

Evento BR05 – Aumento da carga tributária

O conceito de carga tributária traduz a relação entre o somatório da arrecadação tributária dos

diversos níveis de governo (federal, estadual e municipal) e o produto interno bruto (PIB) de um país

no período de um ano. Ele espelha a parcela de recursos que o Estado retira dos indivíduos e empresas

para financiar as ações do governo, por intermédio da operacionalização de políticas públicas.

Normalmente, os tributos incidem sobre a renda, o consumo, a propriedade, a seguridade social e o

comércio exterior.

A carga tributária brasileira vem apresentando uma trajetória ascendente desde o início da série

histórica. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela cresceu de 13,8% a 33,7%

do PIB entre 1947 e o final de 2009. Entre 2010 e 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento

e Tributação (IBPT), a carga teria atingido 36,42% do PIB, assegurando ao Brasil a última posição entre

os BRICS (média 18,5% - excluindo o Brasil) e, conforme a Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (OCDE), a penúltima na América Latina.

Entre 1995 e 2008, cinco propostas de reforma tributária foram patrocinadas pelo Executivo, todas no

sentido de atenuar os excessos incidentes sobre a produção e o consumo de bens e serviços. Todas

foram abandonadas devido a impasses na tramitação, sendo substituídas por medidas pontuais que,

na prática, incrementaram a arrecadação. Sob pressão de governadores – insatisfeitos com as

alterações no ICMS - forças antagônicas bateram-se no Congresso, e o governo recuou. O período

2010-2013 foi marcado por desonerações tópicas que beneficiaram setores específicos, sempre no

intuito de dinamizar a economia, via alavancagem do consumo. A opção revelou-se inócua e já enseja

retomada do aumento da tributação no ano corrente.

É crescente a percepção e insatisfação da sociedade com os efeitos da alta carga tributária sobre seus

interesses – alta de preços restringindo o consumo, desestímulo à geração de novos empregos, etc. A

compreensão acerca de seu peso na baixa competitividade do País - penúltimo lugar em um ranking

de 15 países elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) - também se generaliza. O

quadro tende a reforçar a pressão social e de setores produtivos por uma revisão do sistema.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a carga tributária no Brasil

ultrapasse o patamar de 38% do PIB?

Page 54: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

54

Evento BR06 - Crescimento do comércio eletrônico

O comércio eletrônico (e-commerce) é um tipo de transação comercial feita por meio de

equipamentos eletrônicos, como, por exemplo, computadores, tablets e smartphones. Ele

compreende qualquer tipo de negócio que implica a transferência de informação através da internet.

Entre as principais formas de comércio eletrônico estão B2B (entre empresas), B2C

(consumidor/empresa), B2G (empresa/governo) e C2G (consumidor/governo).

Segundo o IBGE (PNAD, 2013), no Brasil, das 97 milhões de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais

existentes no país, 54% utilizaram a internet nos últimos 3 meses. Especificamente entre os 23 milhões

de Donos de Negócio no Brasil, 43% acessaram a internet no mesmo período. O acesso à internet, no

entanto não é suficiente para a realização de compra na rede, uma vez que é preciso a mudança de

hábitos e o desenvolvimento de confiança nesse meio para a realização de compras/vendas pela rede.

O site www.e-commerce.org.br estima que o valor total do comércio eletrônico no país está próximo

de R$28 bilhões (estimativa para 2013), sendo que este montante cresceu acima de 20% ao ano, nos

últimos 13 anos. De acordo com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), 31% da população

brasileira adquiriu produtos e serviços pela internet, nos últimos 12 meses (CGI, 2012). Esta proporção

tende a ser maior nas áreas urbanas, no sul e sudeste, entre homens, com nível superior completo,

entre 35 a 44 anos e que ganham mais de 10 Salários Mínimos/mês. Entre os produtos mais adquiridos

estão: eletrodomésticos, eletrônicos, roupas, calçados, materiais esportivos, equipamentos de

informática, viagens (avião e hotel), livros, revistas e jornais, ingresso para eventos, aplicativos para

celular e alimentos e bebidas.

Segundo pesquisa do Sebrae, em 2014, 27% das micro e pequenas empresas venderam produtos e

serviços nos últimos 12 meses por meio da internet (“As Tecnologias de Informação e Comunicação

TICs nas MPE brasileiras”, Sebrae, 2014).

Entretanto, existem alguns óbices a superar para a expansão do uso da internet na realização de

operações comerciais, como: o acesso aos equipamentos de informática/internet (os preços tendem

a cair, porém, estes bens estão longe de ser bens livres e sofrem com a desatualização tecnológica

acelerada comum ao setor de informática); a disponibilidade de programas e softwares condizentes

com o comércio eletrônico; o hábito do brasileiro de preferir ver pessoalmente os produtos/serviços

que deseja adquirir; a desconfiança quanto à eficiência dos meios eletrônicos de pagamento já

disponíveis; e o risco de crimes eletrônicos.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, mais de 60% das micro e

pequenas empresas tenham realizado alguma venda por meio do comércio eletrônico?

Page 55: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

55

Evento BR07 - Aumento do número de pequenos negócios

Definir a quantidade de pequenos negócios em um território não é, do ponto de vista conceitual, uma

tarefa simplória. Enquanto alguns especialistas defendem a quantidade de trabalhadores ocupados

como critério para estabelecer o porte do empreendimento, formuladores de políticas públicas e

outros estudiosos classificam as micro e pequenas empresas como os estabelecimentos formais que

faturam até um teto arbitrariamente delimitado por meio de uma política pública específica.

No Brasil o critério usualmente adotado pelas políticas públicas direcionadas ao segmento dos

pequenos negócios leva em consideração o faturamento das empresas. Em 1984, por exemplo,

pessoas jurídicas e firmas individuais que tivessem receita bruta anual igual ou inferior ao valor

nominal de 10.000 (dez mil) Obrigações do Tesouro Nacional – OTN eram consideradas

microempresas.

Atualmente, o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, popularmente

conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, considera micro ou pequena empresa o

estabelecimento/empreendedor devidamente registrado com receita bruta igual ou inferior a R$

3.600.000,00.

Com as alterações nas regras de enquadramento ao Simples Nacional, além da importante medida de

formalização de trabalhadores autônomos como Microempreendedores Individuais (MEI), a

quantidade de estabelecimentos (CNPJ) beneficiados com tratamento tributário diferenciado saltou

de 2,5 milhões (2007) para 9,5 milhões (2014).

A percepção por parte da população de que empreender é uma boa alternativa e alterações de cunho

normativo (a elevação do teto estabelecido para adesão ao Simples Nacional, por exemplo) podem

contribuir para a elevação do ritmo de crescimento dos pequenos negócios no país.

Por outro lado, o aumento do número de pequenos negócios no país pode ser afetado negativamente

caso a economia brasileira apresente desaquecimento nos próximos anos ou haja um arrefecimento

do número de formalização dos empreendimentos – atualmente o número de microempreendedores

individuais representa cerca de 20% do total de trabalhadores por conta própria.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o número de micro e

pequenas empresas ultrapasse 17 milhões?

Page 56: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

56

Evento BR08 - Ampliação de cobertura do “Simples Nacional”

É de conhecimento geral que os Pequenos Negócios desempenham importante papel na economia.

Entre as vantagens sociais de uma economia com forte participação de pequenos empreendimentos

estão, por exemplo, a desconcentração de renda e a geração de oportunidades de trabalho para as

categorias menos favorecidas no mercado de trabalho (p.ex. jovens e mulheres). Em muitos países, os

Pequenos Negócios são também responsáveis por importante parcela da produção e do emprego.

Segundo o Sebrae, no Brasil, existem cerca de 23 milhões de Donos de Negócio, o que representa 25%

da população adulta do país. Ainda segundo o Sebrae, os Pequenos Negócios representam 99% das

empresas, 62% das pessoas ocupadas (empregadores, conta própria, assalariados, etc.), 52% dos

empregos com carteira assinada e 40% da massa de salários da economia. Em dezembro/2014, havia

cerca de 9,5 milhões empreendimentos formalmente constituídos (como MEI, Micro Empresas- ME ou

Empresas de Pequeno Porte-EPP) optantes pelo Simples Nacional.

No âmbito das políticas de apoio aos Pequenos Negócios, as que mais se destacam são as que reduzem

o peso dos impostos e a burocracia. Nesse sentido, o Simples Nacional pode ser considerado como um

dos itens de política de apoio mais relevantes. De acordo com pesquisa do Sebrae (“O Impacto do

Simples nas MPE 2014”), os optantes pelo Simples citam como principais benefícios deste regime de

tributação “saber que está em dia com suas obrigações” (90%), “conhecer o quanto a empresa paga

de imposto” (82%), “reduzir o peso dos impostos” (77%) e “reduzir a burocracia” (76%), todos direta

ou indiretamente associados à questão da burocracia e o peso dos impostos. Para mais de 85% das

empresas não optantes, estes quatro fatores também são citados como os principais benefícios do

Simples Nacional e a maioria que está de fora gostaria de ingressar nesse regime.

Entretanto, atualmente cerca de dois terços das ME e EPP são optantes pelo “Simples”. A maioria do

terço restante apesar de ter interesse não fez tal opção por impossibilidade legal e uma minoria ainda

não a considera vantajosa.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o “Simples Nacional” torne–

se mais atrativo para pequenos negócios a ponto de englobar mais de 80% do total de ME e EPP?

Page 57: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

57

Evento BR09 - Continuidade do processo de formalização do MEI

O Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se

legaliza como pequeno empresário, aderindo, assim, ao regime do Simples Nacional. Para ser um

microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter

participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado

contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Segundo informações da Receita Federal, existiam 4,6 milhões Microempreendedores Individuais

(MEI) ao final de 2014, o que representa 21,2% do total de trabalhadores por conta própria (21,7

milhões) – aqueles que tem seu próprio empreendimento, sozinho ou com sócio, sem empregado,

podendo ter ajuda de trabalhador não remunerado, com ou sem registro no Cadastro Nacional de

Pessoa Jurídica (CNPJ). Há 4 anos atrás, os MEI eram apenas 771,7 mil, o que demonstra o virtuoso

processo de formalização do microempreendedor individual nos últimos anos.

Há grande potencial de crescimento do número de empreendedores individuais, já que a formalização

tende a ganhar um impulso ainda maior a partir de 2015, quando entraram em vigor as modificações

da Lei Geral, aprovadas em 2014, que ampliaram o acesso de pequenos negócios ao regime de

pagamento único de impostos (Simples Nacional).

Por outro lado, a desaceleração da economia brasileira e as medidas de ajustes fiscal e monetário

previstas para o período se impõem como um desafio para as empresas brasileiras, ao menos no curto

prazo, tanto pelo lado da demanda - menor contribuição do consumo das famílias e dos investimentos

no crescimento do PIB -, como pelo lado da oferta – ampliação dos custos de produção. Esse fator

pode frear o movimento de formalização nos próximos anos, especialmente por conta das dificuldades

financeiras existentes – a inadimplência do MEI variou, no período recente, entre 47% (dez/2013) e

51% (dez/2014).

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o Programa

Microempreendedor Individual atinja um grau de cobertura igual ou superior a 40 % do total de

trabalhadores por conta própria?

Page 58: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

58

Evento BR10 - Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial

“Desenvolvimento sustentável”, ou simplesmente “sustentabilidade”, foi um conceito introduzido em

1987 que envolve de forma holística as dimensões ambiental, social, tecnológica, política, cultural e

econômica, para o progresso da sociedade. Desde então, o assunto vem ganhando importância de

forma crescente e globalizada, especialmente como consequência da necessidade de transformação

empresarial para produzir produtos e serviços de forma inovadora e sustentável, como forma de

vencer os desafios da escassez dos recursos naturais, que limitam a capacidade produtiva.

Uma pesquisa realizada pela McKinsey&Company com líderes corporativos mostra que a

sustentabilidade está se tornando cada vez mais estratégica e integrada às companhias. Intitulada

“Valor Estratégico da Sustentabilidade”, a pesquisa é realizada desde 2010 e revela que, ano após ano,

cresce o número de executivos que se preocupam com o tema sustentabilidade. O que vem mudando

ao longo dos anos é o motivo apontado pelos empresários para isso: antes, o foco era a redução dos

custos e a melhoria da reputação das companhias, em 2014, o principal motivo indicado foi o

alinhamento do conceito de sustentabilidade às metas, missões e valores empresariais (43%, contra

26% e 36%, respectivamente).

No Brasil, as políticas públicas relacionadas à sustentabilidade ainda são muito incipientes, mas

gradualmente a sustentabilidade está atingindo todas as instituições, inclusive os pequenos negócios.

Pesquisa realizada pelo Sebrae em 2013, por exemplo, mostrou 6 em cada 10 empresários de pequeno

porte veem na sustentabilidade uma oportunidade de ganhos para sua empresa, e muitos indicaram

que já adotam práticas sustentáveis, tais como controle do consumo de energia (79,3%), água (73,5%),

papel (64,9%) e coleta seletiva de lixo (60%).

Entretanto, quando se trata de adequação dos pequenos negócios à legislação, os resultados são

menos positivos: destinação adequada de resíduos tóxicos (50,8%), atendimento à legislação

ambiental do segmento empresarial (45,7%), licenciamento ambiental (34,4%), e reciclagem de pilhas,

baterias e pneus (32%). Isso demonstra a dificuldade desses empresários em incorporar plenamente a

sustentabilidade em suas atividades produtivas.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a sustentabilidade seja

plenamente incorporada à rotina operacional e produtiva dos pequenos negócios no Brasil?

Page 59: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

59

Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE

O número de Micro e Pequenas Empresas (MPE) exportadoras brasileiras em 2012 foi 10.835, as quais

foram responsáveis por exportações de US$ 2,1 bilhões, que representa 0,9% do total exportado pelo

País no ano. A composição da pauta exportadora das MPE, fortemente concentrada em produtos

manufaturados, assim como a proximidade geográfica e/ou cultural com mercados específicos, são

fatores que condicionam a distribuição das exportações desse grupo de empresas segundo mercados

de destino. Não surpreende, portanto, que o Mercosul e os demais países da Aladi sejam o destino

preferencial das exportações das MPE, sendo que esses mercados responderam, em conjunto, por

quase 44% do valor total exportado por essas empresas em 2012.

O desempenho exportador das MPEs nos últimos anos, no entanto, vem perdendo fôlego. O número

de empresas exportadoras do segmento diminuiu 23% entre 2004 e 2012, e, embora o valor exportado

tenha ampliado 32% neste período, a participação das MPEs no total exportado no país vem perdendo

força (2% em 2004, contra 0,9% atualmente).

A despeito dessa realidade, alguns fatores podem facilitar a inserção das pequenas no comércio

internacional nos próximos anos, como a expectativa de um câmbio mais competitivo e o processo de

desburocratização do comércio exterior iniciado recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que objetiva simplificar as operações de compra e venda de

bens.

Por outro lado, a queda de participação dos manufaturados na pauta exportadora brasileira e a

reorientação geográfica das vendas externas do país, resultando em redução da importância dos

mercados vizinhos e aumento expressivo das exportações de commodities agrícolas e minerais para

China e outros mercados distantes, contribui para a queda da participação das MPE na exportação.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o valor exportado pelas

MPE cresça pelo menos 20%, atingindo um patamar superior a US$ 2,52 bilhões?

Page 60: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

60

Evento BR12 - Maior oferta em consultoria de gestão empresarial

Com a abertura das economias e o consequente acirramento da concorrência internacional, torna-se

imperativo às empresas investir em capital humano e adotar práticas mais eficientes que aperfeiçoem

a gestão do negócio. Tal cenário reforça a necessidade de empresas (públicas e/ou privadas) capazes

de ofertar serviços de treinamento e consultoria em gestão aos empresários, possibilitando-lhes,

assim, ganhos de competitividade.

No Brasil, a oferta de consultoria em gestão empresarial está bem consolidada, tanto do ponto de vista

das instituições de interesse público (Sistema S) quanto do setor privado (o número de empresas de

consultoria em gestão empresarial cresceu 69,4% entre 2005 - 35.371 - e 2012 – 59.925). Segundo a

pesquisa “Expectativas dos Pequenos Negócios para 2015”, elaborada pelo Sebrae junto a 1.225

empresas, o investimento em cursos e treinamentos é apontado por 31,6% dos empresários como

uma estratégia para estimular as vendas em 2015.

O surgimento de novas modalidades de treinamento e consultoria empresarial – principalmente as

que utilizam recursos de internet (ensino à distância) e customizadas às demandas cada vez mais

qualificadas – pode fazer com que o empresário recorra com mais frequência a este tipo de serviço e

melhore a gestão do seu negócio. O crescimento da escolaridade e da inclusão digital no país pode

corroborar com este processo.

Por outro lado, devido a problemas de escala de operacionalização, algumas soluções de consultoria

em gestão empresarial não se tornam acessíveis às empresas, principalmente as de pequeno porte.

Atualmente o mercado já dispõe de algumas tecnologias inovadoras e que certamente melhorariam a

gestão dos negócios, mas esbarram no elevado custo que inviabiliza a aquisição por parte do

empresário.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, novas modalidades de

serviços de treinamento e consultoria empresarial ganhem escala a ponto de se tornarem mais

acessíveis aos pequenos negócios?

Page 61: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

8.2. Íntegra das propostas de medidas de atuação – Reunião dos Dirigentes

Page 62: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

62

Nº Evento Tema Grupo Consequência Classificação Medida

1 BR01 PIB G5 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Desenvolver novos canais de atendimento.

2 BR01 PIB G5 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Melhorar infraestrutura de atendimento (chegar mais longe)

3 BR01 PIB G5 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Desenvolver mix de produtos e conhecimento específicos para empresas de 0 a 2 anos

4 BR01 PIB G5 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Repensar atuação junto a parceiros que lidam com abertura e atendimento aos pequenos negócios

5 BR01 PIB G5 Falta de investimento em infraestrutura Pré-ativa Desenvolver linha de atendimento sobre o impacto do custo de infraestrutura na gestão do negócio

6 BR01 PIB G5 Falta de investimento em infraestrutura Pré-ativa Fomentar o acesso dos pequenos negócios a mercados locais

7 BR01 PIB G5 Falta de investimento em infraestrutura Pré-ativa Mapeamento dos principais gargalos de infra-estrutura que impactam as MPE

8 BR01 PIB G5 Falta de investimento em infraestrutura Pré-ativa Mobilização institucional junto ao poder público para melhorar infraestrutura

9 BR01 PIB G5 Provável aumento da taxa de desemprego Pré-ativa Sebrae trabalhar na mobilização para reforma trabalhista voltada aos pequenos negócios

10 BR02 SELIC G6 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Ampliar programas de educação empreendedora

11 BR02 SELIC G6 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Atendimento cada vez mais personalizado, individual.

Page 63: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

63

12 BR02 SELIC G6 Aumento do empreendedorismo por necessidade

Pré-ativa Produtos mais práticos para potencial empreendedor (idéias de negócios, passo a passo e atualizadas)

13 BR02 SELIC G6 Queda faturamento dos pequenos negócios Pré-ativa Ampliar mercados por meio do comércio eletrônico.

14 BR02 SELIC G6 Queda faturamento dos pequenos negócios Pré-ativa Introduzir campanha de promoção de consumo da pequena empresa (valorizar produtos das MPE)

15 BR02 SELIC G6 Restrição e difícil acesso ao crédito para os pequenos negócios

Pré-ativa Criar mais instrumentos de acesso a crédito com redução de risco (ex: fundo de aval, SGC - sociedade garantidora de crédito)

16 BR02 SELIC G6 Restrição e difícil acesso ao crédito para os pequenos negócios

Pré-ativa Ofertar mais produtos e ferramentas para orientação e educação financeira.

17 BR02 SELIC G6 Redução da receita do sistema Sebrae Pré-ativa Ampliar a proporção dos recursos destinados aos Sebrae Estaduais.

18 BR02 SELIC G6 Redução da receita do sistema Sebrae Pré-ativa Eficiência na gestão dos recursos.

19 BR02 SELIC G6 Não se aplica Proativa Articular e apoiar bancos populares, bancos de desenvolvimento, cooperativas de crédito para ampliar melhores condições de acesso ao crédito.

20 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento da demanda pelos serviços do Sebrae

Pré-ativa Customização em massa (com alto grau de qualidade) das soluções do Sebrae

21 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento da demanda pelos serviços do Sebrae

Pré-ativa Investimento em tecnologia para o atendimento

22 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento da demanda pelos serviços do Sebrae

Pré-ativa Virtualização maciça dos serviços do Sebrae (sem a perda da qualidade)

23 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento da mortalidade das empresas Pré-ativa Disseminação de informações em mercado e gestão

Page 64: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

64

24 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento do empreendedorismo por necessidade e oportunidade

Pré-ativa Maior investimento em apoio ao planejamento na abertura de novos negócios

25 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento do empreendedorismo por necessidade e oportunidade

Pré-ativa Orientação aos novos empreendedores em relação ao acesso e utilização de crédito

26 BR03 INFLAÇÃO G7 Aumento moderado da taxa de desemprego Pré-ativa Ampliar o fomento ao empreendedorismo

27 BR03 INFLAÇÃO G7 Perda do poder de compra e consequente mudança do hábito de consumo

Pré-ativa Ampliar a oferta de produtos de inovação e tecnologia

28 BR03 INFLAÇÃO G7 Perda do poder de compra e consequente mudança do hábito de consumo

Pré-ativa Ofertar mais conhecimentos de mercados específicos

29 BR04 ESCOLARIDADE G10 Aumento da demanda pelas soluções do Sebrae

Pré-ativa Ampliar parcerias que agreguem valor aos processo de atendimento, qualificando os parceiros quando necessário

30 BR04 ESCOLARIDADE G10 Aumento da demanda pelas soluções do Sebrae

Pré-ativa Incorporar novas soluções tecnológicas no atendimento

31 BR04 ESCOLARIDADE G8 Aumento do grau de exigência do cliente por produtos/serviços mais qualificados

Pré-ativa Aumentar o intercâmbio do Sebrae com instituições e empresas de referência no mundo nas mais variadas áreas. -

32 BR04 ESCOLARIDADE G8 Aumento do grau de exigência do cliente por produtos/serviços mais qualificados

Pré-ativa Capacitar profissionais da educação por meio de visitas técnicas, missões, formação em instituições nacionais e internacionais de referência em educação empreendedora.

33 BR04 ESCOLARIDADE G8 Aumento do grau de exigência do cliente por produtos/serviços mais qualificados

Pré-ativa Desenvolver ranking nacional com melhores práticas educação empreendedora em todos os níveis de ensino

34 BR04 ESCOLARIDADE G8 Aumento do grau de exigência do cliente por produtos/serviços mais qualificados

Pré-ativa Desenvolver redes de aliados, como instituições, escolas, empresas e outros interessados no tema educação empreendedora.

Page 65: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

65

35 BR04 ESCOLARIDADE G8 Aumento da exigência por serviços de maior qualidade

Pré-ativa Parcerias com as maiores instituições de educação empreendedora do mundo para aquisição de knowhow para atuação neste segmento

36 BR04 ESCOLARIDADE G5 Aumento do grau de exigência do cliente por produtos/serviços mais qualificados

Pré-ativa Reinventar MIX de produtos, canais de atendimento e linguagem para atender público mais escolarizado

37 BR04 ESCOLARIDADE G10 Cliente irá procurar por produtos e serviços de consultoria mais qualificados

Pré-ativa Aprimorar a sistemática de credenciamento e capacitação de consultores

38 BR04 ESCOLARIDADE G10 Cliente irá procurar por produtos e serviços de consultoria mais qualificados

Pré-ativa Aprimorar o processo de monitoramento e avaliação de consultores

39 BR04 ESCOLARIDADE G10 Cliente irá procurar por produtos e serviços de consultoria mais qualificados

Pré-ativa Desenvolver produtos de educação de forma customizada

40 BR04 ESCOLARIDADE G10 Cliente irá procurar por produtos e serviços de consultoria mais qualificados

Pré-ativa Desenvolver trilhas de educação que permitam ao cliente a continuidade do aprendizado

41 BR04 ESCOLARIDADE G8 Maior demanda por serviços de educação empreendedora nas escolas

Pré-ativa Ampliar a atuação do Sebrae em programas de educação empreendedoras nas escolas e em todos níveis escolares.

42 BR04 ESCOLARIDADE G5 Mudança no comportamento do cliente na forma de demandar os serviços/produtos do Sebrae

Pré-ativa Reinventar MIX de produtos, canais de atendimento e linguagem para atender público mais escolarizado

43 BR04 ESCOLARIDADE G10 Necessidade de um corpo técnico mais qualificado -

Pré-ativa Ampliação dos programas de formação de especialistas em Pequenos Negócios, com visão sistêmica

44 BR04 ESCOLARIDADE G10 Necessidade de um corpo técnico mais qualificado -

Pré-ativa Aproximação com as Universidades e Instituições de Ensino e Pesquisa no Brasil e no Exterior

45 BR04 ESCOLARIDADE G10 Necessidade de um corpo técnico mais qualificado -

Pré-ativa Fortalecer a Universidade Corporativa

Page 66: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

66

46 BR04 ESCOLARIDADE G5 Redução da mortalidade de empresas de 0 a 2 anos de atividade

Pré-ativa Desenvolver soluções mais sofisticadas para o público de pequenas e atuais médias empresas (ampliação do limite de faturamento do Simples)

47 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Aumento da Mortalidade Pré-ativa Ampliação da implementaçao da Lei Geral

48 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Aumento da Mortalidade Pré-ativa Fortalecimento do programa de encadeamento produtivo

49 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Aumento da Mortalidade Pré-ativa Intensificar ações voltadas para mercado e crédito

50 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Aumento do Desemprego Pré-ativa Vamos criar produtos com foco em Inclusão pela via do Empreendedorismo

51 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Queda da receita do Sistema Sebrae Pré-ativa Desenvolver programa para aumento de captação de receita própria através de projetos e parcerias.

52 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Redução do Consumo Pré-ativa Programas alternativos para aumento de venda

53 BR05 CARGA TRIBUTÁRIA G9 Reduz a competitividade das empresas brasileiras em relação ao exterior

Pré-ativa Programas de melhoria de produtividade, qualidade e inovação

54 BR06 E-COMMERCE G1 Necessidade de estruturar logistica (software, mão de obra, legislação, entre outros) para atender as demandas

Pré-ativa Apoiar as Pequenas empresas para se estruturar para atender no comércio eletrônico

55 BR06 E-COMMERCE G1 Necessidade de estruturar logistica (software, mão de obra, legislação, entre outros) para atender as demandas

Pré-ativa Criar metodologia e conteúdo para atuar no comércio eletrônico

56 BR06 E-COMMERCE G1 Necessidade de estruturar logistica (software, mão de obra, legislação, entre outros) para atender as demandas

Pré-ativa Desenvolver soluções para os pequenos negócios atuar no comércio eletrônico

57 BR06 E-COMMERCE G1 Necessidade de estruturar logistica (software, mão de obra, legislação, entre outros) para atender as demandas

Pré-ativa Parceria com bancos para viabilizar financiamento de equipamentos e softwares

Page 67: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

67

58 BR06 E-COMMERCE G1 Necessidade de estruturar logistica (software, mão de obra, legislação, entre outros) para atender as demandas

Pré-ativa Qualificar as empresas para atuar no comércio eletrônico

59 BR06 E-COMMERCE G8 Maior exigência na oferta de soluções voltadas ao comércio eletrônico

Pré-ativa Ampliar e qualificar os credenciados provedores de soluções em mercado eletrônico

60 BR06 E-COMMERCE G8 Maior exigência na oferta de soluções voltadas ao comércio eletrônico

Pré-ativa Capacitação das equipes internas em atividades relacionadas a mercado

61 BR06 E-COMMERCE G8 Maior exigência na oferta de soluções voltadas ao comércio eletrônico

Pré-ativa Capacitação do profissional do Sebrae em comércio eletrônico

62 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Disponibilizar um ranking de empresas e sistemas mais seguros para comércio eletrônico.

63 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Elaborar uma legislação tributária de comércio eletrônico que assegure equidade entre as regiões mais desenvolvidas e em desenvolvimento

64 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Financiar o desenvolvimento de sistemas seguros de comércio eletrônico para servir a um conjunto de pequenos negócios com foco em segmento de negócios. (exemplo easytaxi)

65 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Fomentar a cultura e a indústria e a educação para estimular o uso e aplicação da comercialização eletrônica.

66 BR06 E-COMMERCE G1 Não se aplica Proativa Atuar junto aos bancos para criar linhas de financiamento diferenciadas para o Pequeno Negócio.

67 BR06 E-COMMERCE G1 Não se aplica Proativa Apoiar efetivamente as Startups para ampliar as soluções de comércio eletrônico para os pequenos negócios

68 BR06 E-COMMERCE G1 Não se aplica Proativa Atuar para mudar a legislação (tributária, de crédito, entre outros) do comércio eletrônico diferenciado para os pequenos negócios

Page 68: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

68

69 BR06 E-COMMERCE G1 Não se aplica Proativa Conhecer o mercado internacional de comércio eletrônico, principalmente na área de segurança para saber como os paises fazem.

70 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Oferecer soluções de certificação e segurança eletrônica

71 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Procurar apoio dos sindicatos para o fomento da criação de portais de comércio eletrônico

72 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Promover ações que promovam o comércio eletrônico em regiões com pouco uso, como norte, nordeste e centro-oeste.

73 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Promover estudos para evidenciar a necessidade de amplicação da rede de internet para aumentar o comércio eletrônico.

74 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Tornar o Sebrae benchmarking na venda dos produtos e serviços por meio do comércio eletrônico.

75 BR06 E-COMMERCE G8 Não se aplica Proativa Usar o comércio eletrônico como mecanismo para melhoria da exportação.

76 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da arrecadação para o Sistema Pré-ativa Aumento do quantitativo e da qualificação dos colaboradores e credenciados.

77 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da arrecadação para o Sistema Pré-ativa Investimento em alta tecnologia de atendimento remoto, inclusive.

78 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da arrecadação para o Sistema Pré-ativa Melhoria dos processos de atendimento e gerenciais.

79 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da concorrência entre os pequenos negócios

Pré-ativa Ampliar a atuação do MEG.

80 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da concorrência entre os pequenos negócios

Pré-ativa Desenvolvimento de produtos de consultoria de gestão.

Page 69: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

69

81 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da concorrência entre os pequenos negócios

Pré-ativa Formação de executivos de pequenos negócios.

82 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da demanda para o Sebrae com redução da informalidade.

Pré-ativa Ampliar e aperfeiçoar os modelos de abordagem da demanda difusa ( ALI e NaN)

83 BR07 PEQ. NEG G2 Aumento da demanda para o Sebrae com redução da informalidade.

Pré-ativa Ampliar os canais de atendimento e de distribuição dos produtos.

84 BR07 PEQ. NEG G4 Aumento substancial do público alvo especifico

Pré-ativa Promover o autoatendimento do MEI para operações básicas

85 BR07 PEQ. NEG G4 Aumento substancial do público alvo especifico

Pré-ativa Rever a estrutura de atendimento. Canais, conteúdos, modelos e formatos. (

86 BR07 PEQ. NEG G4 Aumento substancial do público alvo especifico

Pré-ativa Viabilização de políticas públicas e identificação de parceiros. Por exemplo, bancos Correio, lotéricas...

87 BR07 PEQ. NEG Aumenta o Emprego Pré-ativa

88 BR07 PEQ. NEG G6 Aumento da Demanda por Serviços e Produtos do Sebrae

Pré-ativa Descentralização da estrutura do Sebrae

89 BR07 PEQ. NEG G6 Aumento da Demanda por Serviços e Produtos do Sebrae

Pré-ativa Priorizar a qualidade em relação a quantidade de atendimentos

90 BR07 PEQ. NEG G9 Aumento da Demanda por Serviços e Produtos do Sebrae

Pré-ativa Ampliação da estrutura de atendimento

91 BR07 PEQ. NEG G9 Aumento da Demanda por Serviços e Produtos do Sebrae

Pré-ativa Implantar um bom sistema de atendimento EAD

92 BR07 PEQ. NEG G9 Aumento da Demanda por Serviços e Produtos do Sebrae

Pré-ativa Mais pessoas e métodos

Page 70: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

70

93 BR07 PEQ. NEG G9 Aumento da Demanda por Serviços e Produtos do Sebrae

Pré-ativa Melhorar a eficácia e forma de atendimento

94 BR07 PEQ. NEG G9 Não se aplica Proativa Articular com os municípios para a implementação efetiva de todos os dispositivos da Lei Geral

95 BR07 PEQ. NEG G9 Não se aplica Proativa Articular junto ao governo federal para melhorar a atratividade da lei geral.

96 BR07 PEQ. NEG G9 Não se aplica Proativa Criação de um banco de dados com oportunidades para pequenos negócios com suporte de inteligência competitiva

97 BR07 PEQ. NEG G2 Não se aplica Proativa Intensificar o programa de Educação Empreendedora em todos os níveis.

98 BR07 PEQ. NEG G2 Não se aplica Proativa Intensificar o trabalho de politicas publicas com foco na melhoria do ambiente legal.

99 BR08 SIMPLES G10 Aumento da complexidade do atendimento - G10 (Inserção de medicina, advocacia, consultoria e outros segmentos tradicionalmente mais sofisticados na clientela do Sebrae)

Pré-ativa Atuar fortemente a visão empreendedora nas grades curriculares do ensino médio e superior

100 BR08 SIMPLES G3 Aumento da base de atuação do Sebrae (quantitativa e qualitativamente)

Pré-ativa Ampliar e qualificar mais o quadro de consultores e instrutores (fornecedores de serviços)

101 BR08 SIMPLES G3 Aumento da base de atuação do Sebrae (quantitativa e qualitativamente)

Pré-ativa Revisão e atualização do portfólio de produtos e soluções Sebrae: núcleo de criação de soluções a partir de experiência do empresário (usuário da solução) nos Sebrae UF

102 BR08 SIMPLES G3 Aumento da base de atuação do Sebrae (quantitativa e qualitativamente)

Pré-ativa Revisar modelo de atuação com abertura para o uso intensivo de tecnologia

103 BR08 SIMPLES G3 Aumento da competitividade das empresas atendidas pela cobertura da lei geral

Pré-ativa Criação de soluções para abertura de mercados, soluções em inovação, ampliação do uso de ferramentas tecnológicas

Page 71: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

71

104 BR08 SIMPLES G3 Aumento do percentual de empresas longevas

Pré-ativa Desenvolvimento de soluções de gestão adequadas ao perfil de um cliente mais maduro

105 BR08 SIMPLES G10 Não se aplica Proativa Ampliar as faixas de enquadramento

106 BR08 SIMPLES G10 Não se aplica Proativa Continuar e fortalecer a atuação junto ao Congresso Nacional

107 BR08 SIMPLES G3 Não se aplica Proativa Ações de articulação com as partes interessadas

108 BR08 SIMPLES G3 Não se aplica Proativa Ações de políticas públicas com o objetivo de ampliação e harmonização da legislação nacional, estadual e municipal

109 BR08 SIMPLES G10 Não se aplica Proativa Promover a transição gradual entre faixas, com tributação correspondente

110 BR09 MEI G4 Aumento substancial do público alvo especifico

Pré-ativa Promover o autoatendimento do MEI para operações básicas

111 BR09 MEI G4 Aumento substancial do público alvo especifico

Pré-ativa Rever a estrutura de atendimento. Canais, conteúdos, modelos e formatos.

112 BR09 MEI G4 Aumento substancial do público alvo especifico

Pré-ativa Viabilização de políticas públicas e identificação de parceiros. Por exemplo, bancos Correio, lotéricas...

113 BR09 MEI G1 Aumento do universo de empresas atendidas pelo Sebrae

Pré-ativa Aumentar a rede de parceiros para atendimento ao MEI

114 BR09 MEI G1 Aumento do universo de empresas atendidas pelo Sebrae

Pré-ativa Criar soluções customizadas para realização de atendimentos à distância

115 BR09 MEI G1 Aumento do universo de empresas atendidas pelo Sebrae

Pré-ativa Desenvolver soluções para viabilizar o crescimento do MEI

Page 72: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

72

116 BR09 MEI G1 Aumento do universo de empresas atendidas pelo Sebrae

Pré-ativa Diversificar a utilização das soluções do Sebrae não fechada para o segmento de clientes (MEI, ME, EPP), mas sim no potencial do empreendedor.

117 BR09 MEI G1 Redução no nível de informalidade no Brasil Pré-ativa -

118 BR09 MEI G9 Aumentar a quantidade de MEIs inadimplentes

Pré-ativa Implementar ações que reduzam a inadimplência dos MEI

119 BR09 MEI G4 Mudança da percepção de valor do SEBRAE junto a sociedade. Risco de tornar-se uma instituição de assistência social

Pré-ativa Dimensionar os recursos alocados, distribuindo esforço junto ao público de MEI, ME e EPP.

120 BR09 MEI G1 Não se aplica Proativa Articular com os governos para a inserção do MEI nos programas de desenvolvimento do pais, estados e municípios.

121 BR09 MEI G1 Não se aplica Proativa Atuar para a simplificação do sistema de cobrança para redução da inadimplecia do MEI

122 BR09 MEI G1 Não se aplica Proativa Continuar com trabalho intenso de políticas públicas que criem um ambiente apropriado para o MEI (relações de trabalho, crédito, tributos, Simples)

123 BR09 MEI G1 Não se aplica Proativa Estimular a cultura da cooperação

124 BR09 MEI G9 Não se aplica Proativa Sensibilizar as prefeituras para facilitar o processo de abertura de MEIs

125 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G7 Aumento da capacidade de atendimento do universo dos pequenos negócios

Pré-ativa Inovar em produtos, serviços e canais de atendimento frente a grande oferta de novas modalidades de treinamento e consultoria empresarial

126 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G7 Aumento de empresas que podem prestar serviço ou atuar em parceria com o Sebrae

Pré-ativa Reavaliar periodicamente o posicionamento de marca do Sebrae (mapa estratégico)

Page 73: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

73

127 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G7 Aumento de empresas que podem prestar serviço ou atuar em parceria com o Sebrae

Pré-ativa Reestruturação da gestão de credenciados

128 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G4 Risco de perder relevância diante de novas e competitivas formas de consultoria.

Pré-ativa Investir no desenvolvimento de soluções diferenciadas, inovadoras e eficientes que agreguem valor com base no foco do cliente.

129 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G4 Risco de perder relevância diante de novas e competitivas formas de consultoria.

Pré-ativa Posicionamento do Sebrae com a melhor gestão de seu portfólio.

130 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G4 Não se aplica Proativa Desenvolvimento de novas metodologias levando em consideração a segmentação/subsegmentarão dos clientes.

131 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G7 Não se aplica Proativa Estimular os pequenos negócios a ampliar a procura de serviços de consultoria

132 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G7 Não se aplica Proativa Incentivar a criação de novas empresas de consultoria

133 BR10 GESTÃO EMPRESARIAL G4 Não se aplica Proativa Qualificar e certificar a rede de credenciados do SEBRAE, desenvolvendo também políticas de atração de novos fornecedores.

134 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G3 Necessidade de compreensão pelo Sebrae das exigências do mercado externo

Pré-ativa Criar matriz de atuação sistêmica para internacionalização de MPE

135 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G3 Necessidade de compreensão pelo Sebrae das exigências do mercado externo

Pré-ativa Estabelecer relações proativas com órgãos de apoio (ex. APEX)

136 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G3 Necessidade de preparação do Sebrae para atender novos tipos de demandas (que favoreçam a internacionalização dos pequenos negócios)

Pré-ativa Capacitação da equipe técnica do Sebrae para atuar neste cenário

137 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G3 Necessidade de preparação do Sebrae para atender novos tipos de demandas (que favoreçam a internacionalização dos pequenos negócios)

Pré-ativa Definição de expertise que pode ser tratada por terceiros e ou parceiros e que necessita ser tratada pelo próprio Sebrae

Page 74: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

74

138 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G6 Aumento da demanda por estudos de prospecção de mercado

Pré-ativa Conhecimento e metodologia para formação de consórcios de pequenas empresas com objetivo de exportação.

139 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G6 Aumento da demanda por estudos de prospecção de mercado

Pré-ativa Implementação de portfólio de produtos voltados para preparar a MPE para exportação.

140 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Internacionalizar o Sebrae com escritórios em outros países da América do Sul para capitalizar a imagem e sua importância como forma de reconhecimento do Sebrae podendo ser utilizado como uma moeda de troca com outros países.

141 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Criação de um centro especializado em negócios internacionais para o Sistema Sebrae (ex: centro de sustentabilidade do Mato Grosso, Centro de Artesanato do RJ)

142 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Desenvolver uma metodologia Sebrae de internacionalização de micros e pequenas empresas (nas modalidades de exportação, transferência de tecnologia e joint venture)

143 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Estimular a criação de centrais de negócio com foco no mercado internacional.

144 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Fazer parcerias com grandes empresas para levar a tecnologia do Sebrae nos mercados externos que atuam.

145 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G3 Não se aplica Proativa Atuar como articulador na definição dos papéis dos diversos organismos que atuam no tema internacionalização (APEX, Embaixadas, Consulados etc.)

146 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G3 Não se aplica Proativa Elaboração de estudos específicos relacionados à inteligência comercial para exportação

147 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G6 Não se aplica Proativa Prospectar nichos de mercados em âmbito internacional

Page 75: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

75

148 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G6/G3 Não se aplica Proativa Influenciar na legislação para criação de sistemas de consórcios para exportação.

149 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G6/G3 Não se aplica Proativa Redefinir os papeis de promoção comercial dos pequenos negócios no exterior entre APEX e SEBRAE.

150 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G6 Não se aplica Proativa Propor legislação para implantação do simples portuário.

151 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G9 Não se aplica Proativa Ações para adequação de produtos para exportação

152 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G9 Não se aplica Proativa Ampliar a participação das pequenas empresas em missões para feiras internacionais

153 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G9 Não se aplica Proativa Articulação junto ao governo para a criação de uma sistema próprio de exportação para pequenos negócios em substituição ao Radar.

154 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G9 Não se aplica Proativa Prospecção de mercados alternativos internacionais para pequenos negócios

155 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Promover o domínio de idiomas como espanhol e inglês de forma facilitar a entrada no comércio de fronteira para as micro e pequenas empresas e para o quadro técnico do Sebrae.

156 BR11 INTERNACIONALIZAÇÃO G8 Não se aplica Proativa Reduzir as barreiras para geração de negócios internacionais das micro e pequenas empresas brasileiras, principalmente em países da América do Sul e África, em parceria com governos federal e estadual.

157 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Aumento da cobrança pelos pequenos negócios de que o Sebrae adote práticas sustentáveis.

Pré-ativa Implantação de programa nacional para incentivar práticas sustentáveis nos Sebrae UFs

Page 76: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

76

158 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Aumento da cobrança pelos pequenos negócios de que o Sebrae adote práticas sustentáveis.

Pré-ativa Provisionar recursos para qualificar os colaboradores nesse tema e implementar políticas e ações de sustentabilidade

159 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Aumento da demanda por serviços de maior qualidade, voltados para a sustentabilidade.

Pré-ativa Ampliar o papel do Centro de Sustentabilidade como desenvolvedor e multiplicador de produtos e soluções.

160 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Aumento da demanda por serviços de maior qualidade, voltados para a sustentabilidade.

Pré-ativa Apoiar e/ou incentivar pesquisas para alternativas sustentáveis de baixo custo.

161 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Aumento da demanda por serviços de maior qualidade, voltados para a sustentabilidade.

Pré-ativa Estabelecer parcerias com agencias creditícias para viabilizar a implantação das práticas sustentáveis.

162 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Aumento da demanda por serviços de maior qualidade, voltados para a sustentabilidade.

Pré-ativa Formar multiplicadores das metodologias de sustentabilidade.

163 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Fortalecimento da imagem do Sebrae perante a sociedade e assuma a liderança do tema sustentabilidade junto aos pequenos negócios

Pré-ativa Acelerar apoio a projetos de eficiência energética no Brasil com produtos segmentados

164 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Fortalecimento da imagem do Sebrae perante a sociedade e assuma a liderança do tema sustentabilidade junto aos pequenos negócios

Pré-ativa Ampliar a rede de atendimentos sobre práticas sustentáveis através de parcerias (Sistema S, Bancos, Sindicatos, Cooperativas, entre outros)

165 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Fortalecimento da imagem do Sebrae perante a sociedade e assuma a liderança do tema sustentabilidade junto aos pequenos negócios

Pré-ativa Disponibilizar soluções integradas relacionadas à sustentabilidade e que sejam de fácil aplicabilidade

166 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Fortalecimento da imagem do Sebrae perante a sociedade e assuma a liderança do tema sustentabilidade junto aos pequenos negócios

Pré-ativa Intensificar soluções relacionadas a licenciamento ambiental, certificações, entre outros

Page 77: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

77

167 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Fortalecimento da imagem do Sebrae perante a sociedade e assuma a liderança do tema sustentabilidade junto aos pequenos negócios

Pré-ativa Pesquisar e potencializar soluções de práticas sustentáveis.

168 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Maior demanda por parte das empresas por soluções de atendimento com foco na sustentabilidade

Pré-ativa Ampliar quantidade de consultores especialistas na área de sustentabilidade

169 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Maior demanda por parte das empresas por soluções de atendimento com foco na sustentabilidade

Pré-ativa Aumentar MIX de produtos e soluções específicas para a sustentabilidade

170 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Maior demanda por parte das empresas por soluções de atendimento com foco na sustentabilidade

Pré-ativa Potencializar e reconhecer o trabalho do Centro Sebrae de Sustentabilidade como referência na temática - maiores investimentos (recursos humanos)

171 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Não se aplica Proativa Articular acordos com instituições internacionais e nacionais de referência na sustentabilidade, via CSS

172 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Não se aplica Proativa Criar um prêmio nacional para melhores práticas de sustentabilidade nas MPE

173 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Não se aplica Proativa Desenvolver programa acadêmico para corpo técnico do Sebrae na temática da sustentabilidade, via UCSebrae

174 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Não se aplica Proativa Desenvolvimento de uma campanha de conscientização das MPE para a sustentabilidade

175 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Não se aplica Proativa O Sebrae Nacional exigir indicadores de sustentabilidade em todos os projetos que obtem CSN.

176 BR12 SUSTENTABILIDADE G1 Não se aplica Proativa O Sistema Sebrae assumir o tema sustentabilidade como um programa nacional, com ações de eficiência energética, licenciamento ambiental entre outros.

Page 78: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

78

177 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Não se aplica Proativa Criar o Prêmio Nacional de MPE Sustentável com premiação em dinheiro para implantação das práticas.

178 BR12 SUSTENTABILIDADE G2 Não se aplica Proativa Incentivar a implantação de um núcleo de difusão em práticas sustentáveis em cada estado

179 BR12 SUSTENTABILIDADE G5 Não se aplica Proativa Incorporar/reforçar a temática da sustentabilidade em todos os projetos setoriais do Sebrae, como tema transversal

Page 79: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

9. Anexo II - Cenários Regionais

9.1. Ambientação dos eventos regionais

9.1.1.Eventos Região Norte

Evento N01 - Aumento do PIB do setor agrícola

O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços

finais produzidos numa determinada região durante um período determinado. É um dos indicadores

mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região.

Nos últimos anos, a Agricultura – aqui compreendida como produção agrícola, pecuária e extrativista

vegetal – foi o setor econômico que mais cresceu no Brasil.

Segundo dados do estudo Contas Regionais do Brasil 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), a Região Norte contribuiu com 5,3% na composição do PIB nacional e com 10,2 % na

composição do PIB agrícola daquele ano. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),

órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, atestam um

crescimento de 135% no valor da produção do Norte entre 1996 e 2009.

Alternativas recentemente priorizadas na região tendem a ampliar a produção agropecuária. As boas

condições climáticas, aliadas à crescente demanda por frutas regionais, credenciam a fruticultura

como atividade de elevado potencial de exploração. A partir do esforço de pesquisa do Instituto

Nacional de Pesquisa da Amazônia, dissemina-se o conceito de sistema agroflorestal, o qual combina

na mesma unidade de terreno, plantas perenes e lenhosas com culturas agrícolas e/ou animais, usando

alguma forma de mistura espacial ou sequencial. O projeto Pecuária Verde (Ministério da Agricultura),

por meio de assistência ao produtor, recuperação de pastagens degradadas e de passivo ambiental,

têm obtido avanços de produtividade leiteira. Em Autazes - AM, a produção por animal saltou de 3

para 10 litros de leite/dia.

Entretanto, não se pode considerar a agropecuária como uma vocação regional. A maioria dos solos

de terra firme da Amazônia é quimicamente muito pobre e tem uma baixa capacidade de retenção de

nutrientes, o que os torna pouco aptos para culturas anuais ou pasto. Fatores adicionais tendem a

limitar o crescimento da produção no Norte - precariedade da infraestrutura de transportes para

escoar a produção, pressões conservacionistas nacionais e internacionais que restringem o acesso a

mercados, baixo estoque de capital e de tecnologia, conflitos fundiários. Também há que se considerar

os efeitos, ainda não completamente dimensionados, do novo Código Florestal. Ele impõe a

manutenção de 80% da cobertura vegetal nativa em propriedades situadas em área de floresta, além

da sua recomposição, em caso de desmatamento. O quadro limita a expansão da área explorável e

gera insegurança jurídica.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o PIB do setor agrícola da

Região Norte aumente em 20%?

Page 80: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

80

Evento N02 - Redução do custo da logística de transporte

O avanço do agronegócio rumo ao Norte e o desenvolvimento das regiões mais afastadas do Sul do

País criaram um nó logístico no Brasil e encareceram os custos de transporte. Sem infraestrutura

adequada, os estados da chamada Amazônia Legal têm severas dificuldades para tirar ou trazer

produtos para a região. Além disso, o País sofre perda de competitividade pelos custos de escoamento

da produção.

Segundo estudo da Consultoria Macrologística (finais de 2010), por encomenda da Confederação

Nacional da Indústria (CNI), o custo de movimentação de cargas na Região Norte era da ordem de 17

bilhões de reais, 40% acima da média do custo nacional de então. Quanto ao impacto sobre a economia

nacional, o estudo apontou a possibilidade de redução de 65% dos custos com frete da produção

destinada à exportação para a Ásia e América do Norte, caso o escoamento do norte de MT se desse

pelos portos do Pará, em vez de Paranaguá/PR.

O estudo preconiza a implementação de nove eixos multimodais de integração a um custo de 14

bilhões de reais, com prioridade para hidrovias, o que resultaria em uma economia anual potencial de

3,8 bilhões de reais. Haveria uma redução de 11,3% no custo logístico da Amazônia Legal, utilizando-

se os volumes previstos para 2020, gerando aumento da competitividade da região e contribuindo

para a competitividade do Brasil. Desde sua finalização, o estudo foi apresentado aos governadores

dos estados envolvidos, os quais determinaram aos secretários de Transporte que dessem prioridade

à integração física e econômica de seus estados por meio dos eixos identificados. O trabalho foi

apresentado também ao Ministério dos Transportes e agências reguladoras.

Não obstante a boa repercussão, não houve até o presente uma mobilização política entre os entes

envolvidos, de sorte a assegurar a alocação de recursos e o estabelecimento das parcerias essenciais

para a execução das ações. Os investimentos recentes têm contribuído para mitigar as dificuldades de

transporte na região- reforma do aeroporto de Manaus, construção de alguns aeroportos de carga,

construção da ferrovia norte-sul, ampliação da BR 174, construção da ponte no Rio Madeira, entre

outros - sem, entretanto, obter a integração dos diversos modais. Há resistências também de caráter

ambiental.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, os investimentos em

logística na Região Norte reduzam em até 15% o custo da movimentação de cargas?

Page 81: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

81

Evento N03 - Aumento do fluxo turístico

Segundo critérios da Organização das Nações Unidas (ONU), considera-se turista a pessoa que

permaneça pelo menos 24 horas ou pernoite uma vez em destino diferente de seu local de residência.

Dessa forma, a expressão fluxo turístico refere-se ao número de turistas que visitem determinado

destino em dado período de tempo. É estimado com base em indicadores como o total de embarques

e desembarques em terminais de transporte (aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário), taxas de

ocupação nos diversos meios de hospedagem, fluxo de veículos em rodovias de acesso a destinos

turísticos, etc.

Segundo o Ministério do Turismo (MTur), a Região Norte detinha 5,1% do fluxo doméstico nacional

em 2011. Já pelo Anuário Estatístico do Turismo 2014 (ano-base 2013), publicado pelo mesmo Órgão,

a Região registrou redução no fluxo turístico tanto internacional (-10,3%) como nacional (-4%) entre

2012 e 2013.

O Plano Nacional de Turismo/MTur definiu 65 destinos como os mais representativos da oferta

turística nacional, polos indutores de fluxo. Deles, 11 encontram-se na Região Norte e estão mais

vinculados ao lazer (ecoturismo/cultura) e negócios (Belém e Manaus). O Anuário aponta como

motivador para turistas estrangeiros o lazer (47%) e, dentre as opções de lazer, 30% priorizam

cultura/ecoturismo. Cerca de 25% apontam negócios como motivação. Além disso, 44% dos domicílios

urbanos brasileiros tiveram pelo menos um morador realizando uma viagem nacional (Estudo FIPE

CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DO TURISMO DOMÉSTICO NO BRASIL – 2010/2011). Cresce

o apelo pela preservação ambiental no mundo. Há espaço para crescimento do fluxo. Investimentos

durante a Copa FIFA 2014 e a maior exposição internacional da Região, além da integração da

Amazônia com a Rota do Pacífico tendem a contribuir com esse aumento.

Sob outro prisma, a baixa competitividade dos destinos da Região tende, se não revertida, a limitar o

crescimento do fluxo. O 6º Relatório Brasil do Índice de Competitividade (2014) / MTur- FGV - SEBRAE,

indica gargalos expressivos para o setor: infraestrutura geral, acesso, serviços e equipamentos,

marketing e promoção do destino etc. No ranking geral dos 65 polos, considerando 13 dimensões de

avaliação, nenhum destino do Norte figura entre os dez primeiros. Em alguns parâmetros específicos,

algumas vantagens surgem – Manaus na 7ª posição em capacidade empresarial e Belém na 5ª posição

em aspectos culturais. Como exemplo, o Anuário registra oferta de cerca de 43 mil leitos na rede

hoteleira do Norte, contra 100 mil no Centro-Oeste. Dentre os vinte destinos mais desejados pelo

turista doméstico, figura apenas Manaus (10º posição) na Região.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o fluxo turístico na Região

Norte tenha um aumento de pelo menos 50%?

Page 82: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

82

Evento N04 - Redução de restrições legais à exploração econômica de imóveis rurais

O Código Florestal Brasileiro, aprovado pela Lei nº12. 651, de 25 de maio de 2012, define os limites de

preservação da cobertura vegetal nativa a título de reserva legal (RL), sem prejuízo da aplicação das

normas sobre as Áreas de Preservação Permanente (APP) - encostas com declive superior a 45º,

nascentes, faixas marginais de cursos e de espelhos d’água, etc. A Lei admite o cômputo das APP no

cálculo da RL.

Na Amazônia Legal, o percentual mínimo de RL em relação à área total da propriedade rural é de 80%

dos imóveis situado em área de florestas, 35% dos situados em área de cerrado e 20% dos situados em

área de campos gerais. Isso restringe o uso do solo para exploração agrícola, apesar de autorizar sua

exploração limitada, mediante técnicas de manejo sustentáveis. Além disso, obriga os proprietários a

recompor, regenerar ou compensar a eventual falta da RL nas dimensões da Lei, salvo se o

desmatamento tiver ocorrido ao abrigo de legislação anterior.

Críticos da legislação apontam que o bioma amazônico foi tratado de forma linear, desconsiderando-

se suas múltiplas especificidades e seu processo histórico de ocupação. Alega-se que a legalização da

agricultura familiar nas várzeas, uma atividade tradicional da Região, será dificultada pela

normatização das APP. Adicionalmente, critica-se a definição dos limites das áreas de proteção a partir

do leito médio do rio, numa região onde o nível dos rios entre a seca e a cheia varia mais de dez metros.

Com essa métrica, ficariam ameaçadas a flora e a fauna das terras inundáveis. Os críticos também

apontam a insegurança jurídica decorrente dos processos futuros de avaliação da legalidade de cada

desmatamento de RL.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, após um crescimento de 28% entre agosto de 2012 e julho

de 2013, com relação a igual período anterior (os primeiros dados após a aprovação do Código

Florestal), a taxa de desmatamento caiu 18% durante o período seguinte (até julho de 2014). Há quem

atribua esse recrudescimento do desflorestamento a uma suposta leniência da nova legislação.

Representantes do Greenpeace alertam que A mudança do uso da terra ainda é o principal fator que

coloca o Brasil entre os dez países que mais emitem gases do efeito estufa (GEE). Ao final de 2015, a

ONU tentará fechar um acordo mundial que obrigue todos a reduzir até 2050 as emissões globais de

GEE entre 40% e 70%, com relação aos níveis registrados em 2010.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as reservas legais das

propriedades rurais em área de floresta na Região Norte sejam reduzidas para um patamar igual ou

inferior a 60%?

Page 83: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

83

9.1.2. Eventos Região Nordeste

Evento NE01 - Expansão do PIB regional

O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços

finais produzidos numa determinada região durante um período determinado. É um dos indicadores

mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região.

Segundo dados do estudo Contas Regionais do Brasil 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), a Região Nordeste contribuiu com 13,6% na composição do PIB nacional, contando

com 28% da população. Entre os anos de 2003 e 2012, o Brasil cresceu a uma taxa média de 3,8%,

enquanto o NE apresentou uma média de 4,8%. Pesquisas da Nielsen Company apontaram

crescimento do PIB nominal do Nordeste de 58%, entre maio de 2003 e maio de 2014, frente a um

desempenho do inferior País (47%).

Alguns indicadores apontam para a sustentabilidade do processo. Hoje, segundo a Nielsen, a região

consome 60% a mais do que em 2001, enquanto que, na média do país, consome-se 34% a mais do

que há 13 anos. Isso é devido a uma imensa demanda reprimida, associada à melhoria de renda

conferida pelas políticas de assistência social. A prioridade atribuída à Região (50% dos recursos do

Bolsa-Família em 2013) não deve cair no atual governo. Outros fatores a citar são: atração de indústrias

mediante redução de custos, aumento de matrículas no ensino superior, alguma melhoria em

infraestrutura, crescente valorização do turismo, potencialidades não exploradas de interiorização do

dinamismo econômico (a exemplo do ocorrido em outras regiões), entre outras.

Sob outra ótica, o ex-governador Eduardo Campos opinava que o ritmo de crescimento do Nordeste

era maior porque a região ficara estagnada por muito tempo — partira de um ponto mais baixo na

escala do desenvolvimento. Adicionalmente, antigos gargalos persistem. Entre 2000 e 2010, o NE

obteve os mais baixos índices de desenvolvimento humano municipal do país – continua elevado o

analfabetismo, a evasão escolar e a precariedade do saneamento. Enquanto em São Paulo 90,8% dos

domicílios possuem acesso à rede de esgoto e 99,6% à de água encanada, no Piauí, esses índices caem

para 4% e 82%, respectivamente. Os avanços econômicos não têm sido suficientes frear a emigração

e reter a população adulta jovem na Região.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, do PIB do Nordeste

continue crescendo à taxa acima da média do PIB nacional?

Page 84: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

84

Evento NE02 - Redução da população em situação de pobreza

Considera-se mobilidade social vertical como a passagem de um indivíduo ou de um grupo de um

estrato social para outro mais elevado, em função do incremento em seus rendimentos correntes.

Entende-se que, superada a pobreza, o indivíduo ingresse no mercado consumidor, além da

subsistência.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgão vinculado à Secretaria de Assuntos

Estratégicos da Presidência da República, considera como linha de pobreza uma estimativa do valor de

uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias necessárias para suprir adequadamente uma

pessoa. O cálculo é baseado em recomendações da FAO e da OMS (órgãos da ONU que tratam de

alimentação e saúde, respectivamente).

Cálculos realizados pelo IPEA, a partir das respostas a Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE), revelaram queda na concentração de

renda no Nordeste. Segundo eles, entre os anos de 2008 e 2013 o número de pobres caiu de cerca de

22 para cerca de 15,4 milhões de nordestinos, algo como 30%.

Entre as causas do desempenho positivo, alinham-se a ampliação e o fortalecimento da rede de

proteção social, os programas de transferência de renda, a valorização real do salário mínimo, o

aumento da escolaridade média da população e da qualificação da mão de obra, o aumento da massa

salarial em decorrência da redução de oferta de mão de obra na economia (lenta expansão da

população em idade ativa) e o baixo desemprego no período. Tais fatores, aparentemente,

permanecerão ativos no curto prazo.

Por outro lado, a economia brasileira atravessa um momento delicado que, segundo alguns, já

ameaçam os ganhos sociais dos últimos anos. A inflação, alta e persistente, corrói o poder de compra

do salário e penaliza mais os estratos mais baixos. O PIB vem crescendo a taxas extremamente baixas.

As contas públicas estão desorganizadas e cortes orçamentários serão mandatórios para

compatibilizar receitas e despesas. O sistema educacional não apresenta melhoras consistentes de

qualidade.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, haja uma redução em mais

de 20% da população com rendimento abaixo da linha de pobreza no Nordeste?

Page 85: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

85

Evento NE03 - Redução do desemprego na Região Nordeste

A taxa de desemprego ou de desocupação no Brasil é determinada mensalmente pela Pesquisa Mensal

do Emprego (PME), coordenada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números

daquela pesquisa são determinados a partir de estudos feitos a cada mês com a PEA (População

Economicamente Ativa) das seis maiores regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro,

Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. A PEA compreende o potencial de mão-de-obra com

que pode contar o setor produtivo, isto é, as populações ocupada e desocupada, as quais abrangem,

segundo a metodologia aplicada na Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, as pessoas de 10 anos ou

mais de idade, economicamente ativas, incluindo-se os empregados, os que trabalham por conta

própria, os empregadores e os não remunerados.

Observa-se com base nos dados do IBGE que no período de 2002 a 2013 ocorreu redução da Taxa de

Desemprego Nacional, posicionando-se abaixo de 6% a partir de 2010 (6,7%) – 5,98% (2011); 5,5%

(2012); 5,39% (2013); e 4,84% (2014) – o que é considerado “pleno emprego”, ou seja, a população

economicamente ativa realiza o volume máximo de atividade que é capaz de produzir, ou seja, todo o

indivíduo que se apresenta no mercado de trabalho a procura de ocupação a encontra. Esta situação

é fruto do período de crescimento observado naquele período, apesar da crise econômica de 2008.

A Região Nordeste, representada na PME do IBGE pelas capitais Salvador-BA e Recife-PE, apresentou

taxas superiores àquelas nacionais, com valores de 10,95%(2010), 8,09%(2011), 6,61%(2012),

7,25%(2013) e 7,78%(2014), portanto fora da situação de “pleno emprego”, o que, entre outros

aspectos, segundo analistas econômicos, explica-se por: existência de apoio mais forte da família, o

que permite que as pessoas fiquem mais tempo em busca de ocupação; presença de maior número de

micro e pequenas empresas na economia local; menor uso de padrões formais para atrair

trabalhadores; menor participação das mulheres (apenas 39% da força de trabalho local); e amplitude

de programas assistenciais de transferência de renda.

Entretanto, a Região Nordeste foi a responsável por cerca de dois terços dos empregos criados no

Brasil, em 2014, dos quais um terço com carteira assinada, o que demonstra melhoria na qualidade

dos postos de trabalho, apesar do baixo desempenho da economia nacional, aumentos da inflação e

taxa de juros e crescimento dos custos de insumos básicos, como água, energia elétrica e combustíveis.

Outros aspectos que podem contribuir para a redução da taxa de desemprego no nordeste são os

investimentos federais em infraestrutura e programas de aumento de escolaridade.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, ocorra redução do

desemprego na Região Nordeste para patamar igual ou inferior a 6%, situando-se na faixa de “pleno

emprego”.

Page 86: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

86

Evento NE04 - Aumento da participação de empresas de base tecnológica no PIB

Segundo a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa de base tecnológica (EBT) é aquela de

qualquer porte que, atuando em qualquer setor, tenha na inovação tecnológica os fundamentos de

sua estratégia competitiva. É comprometida com projeto, desenvolvimento e produção de novos

produtos e/ou processos, caracterizando-se pela aplicação sistemática de conhecimento técnico-

científico. Tem alta proporção de gastos com P&D, de pessoal técnico-científico e de engenharia e

serve a mercados pequenos e específicos. Durante sua fase de implantação, é conhecida pelo termo

startup. Dada a própria natureza das atividades a que se dedica, centrada na introdução de tecnologias

geralmente não testadas no mercado, o risco do investimento é particularmente elevado.

Segundo dados da Associação Brasileira de Startups - organização sem fins lucrativos que visa a

fomentar o desenvolvimento do ecossistema de empreendedorismo tecnológico nacional, elevando a

qualidade e competitividade das startups brasileiras - o Nordeste conta com cerca de 261 empresas

nessa categoria, o que corresponde a 8,5% do total cadastrado no Brasil. Somente São Paulo reúne

cerca de 25% dos registros. Ainda que tais registros possam ser incompletos, dão uma ideia da situação

do NE em relação ao Brasil. Ainda não há dados precisos sobre a contribuição das EBT para o PIB

regional.

Contribuem para o avanço das startups e EBT os Arranjos Produtivos Locais (APL) - conglomerados de

agentes fisicamente próximos e com alto grau de interação em busca de benefícios mútuos. O Ministro

da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) reconhece no NE, entre outros APL de base tecnológica: no

Ceará - software (Região Metropolitana de Fortaleza), no Maranhão - Aeroespacial (Alcântara), na•

Paraíba - tecnologia de informação e comunicação (Campina Grande), e em• Pernambuco: tecnologia

da informação (Região Metropolitana do Recife). O último é representado pelo Porto Digital - APL que

agrega investimentos públicos, iniciativa privada e universidades, compondo um sistema local de

inovação que tem, atualmente, 200 instituições entre empresas de TIC, economia criativa, serviços

especializados e órgãos de fomento. Cite-se, ainda, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento

Tecnológico em Informática e Eletroeletrônica de Ilhéus - CEPEDI, por meio do qual a Bahia ganhou

destaque na fabricação de equipamentos de informática.

Por outro lado, há severas limitações ao êxito e sobrevivência das empresas de base tecnológica no

NE. Entre elas, destacam-se a fraca conectividade entre os agentes dos sistema de inovação

(instituições financeiras, autoridades locais, empresas, institutos e universidades), instabilidade

macroeconômica, baixa capacidade de investimentos de risco, baixa densidade de indivíduos com

espírito empreendedor para associar-se a pesquisadores e engenheiros em empreendimentos

inovadores; inexistência de aglomerados de grandes empresas de alta tecnologia; baixa utilização do

poder de compra do Estado; limitações de quantidade, qualidade e perfil do sistema de ensino superior

e, sobretudo de engenharia; precária capacidade de gestão.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as empresas de base

tecnológica atinjam mais de 10% do PIB nordestino?

Page 87: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

87

Evento NE05 - Conclusão da transposição do Rio São Francisco

Segundo o Ministério da Integração, o Semiárido brasileiro abrange cerca de 1/8 do território nacional,

incluindo cerca de 1/5 dos municípios de nove estados do Brasil, majoritariamente nordestinos. Nele

vivem 22 milhões de pessoas (11,8% da população brasileira), conforme com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE). É marcado pelo déficit hídrico. Ainda que seja o semiárido mais chuvoso

do planeta (200 mm a 800 mm anuais), é submetido a regime pluviométrico irregular no tempo e no

espaço além de alto índice de evaporação (3 mil mm/ano).

Entre as diversas soluções para aumentar a oferta hídrica na Região - açudagem, reservatórios

familiares (cisternas) e comunitários (poços e chafarizes), destaca-se o projeto de integração do Rio

São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional, ou de transposição. Iniciada em

2007, vencidas diversas ações judiciais que denunciavam impactos ambientais intoleráveis, a obra

tinha a conclusão planejada para 2012 a um custo de R$4,6 bilhões. Compreende 477 km de canais,

organizados em dois Eixos de transferência de água - Norte e Leste. Além de 4 túneis, 14 aquedutos, 9

Estações de Bombeamento e 27 reservatórios. A área beneficiada cobrirá 390 municípios.

Segundo o Ministério da Integração Nacional, responsável pelo projeto, os trechos em obra

empregam, atualmente, cerca de 11.000 trabalhadores. Ao longo de todo o empreendimento, 3.800

máquinas estão em operação. Atualmente, as obras físicas do Projeto São Francisco apresentam 69,2%

de execução. Todas as etapas estão 100% contratadas, com previsão de entrega no primeiro semestre

de 2016.

Do planejado, apenas os dois canais feitos pelo Exército foram concluídos no prazo. Em finais de 2013,

balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), informou que o eixo leste avançara apenas

1% naquele ano, com 52% de execução. Já o eixo norte avançara de 34% para 43% de execução entre

fevereiro e outubro de 2013. Atualmente, após diversos percalços (imprecisão em projetos, repetidas

licitações, suspensão de obras, etc.), teve a conclusão remarcada para dezembro de 2015 e a um custo

de R$8,2 bilhões. Parte dos canais já concluídos apresentam rachaduras causadas pelo forte calor e

falta de uso, o que demandará restaurações e provocará novos custos.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a transposição do Rio São

Francisco esteja concluída?

Page 88: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

88

9.1.3. Eventos Região Centro-Oeste

Evento CO01 - Aumento da produção de alimentos

O agronegócio é a principal atividade econômica da região Centro-Oeste. Engloba as agroindústrias e

a produção agropecuária. A última tem se destacado no fornecimento de matéria-prima para a

indústria de alimentos e de outros setores do Brasil e do exterior, principalmente carne, soja, algodão,

milho, cana-de-açúcar e arroz.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgão vinculado à Secretaria de

Assuntos Estratégicos da Presidência da República, a participação da Região na composição do PIB

agropecuário total do Brasil saltou de 7%, em 1970, para 19,5%, em 2009. Segundo o IBGE, a Região

respondeu por 43% da produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2014 e por 21,5%

do PIB agropecuário brasileiro em 2012. Esse crescimento foi possível tanto pelo aumento de

produtividade decorrente do esforço de inovação tecnológica no sistema produtivo, quanto pela

incorporação de novas áreas de produção àquelas já exploradas. Complementarmente, vários

mecanismos de subsídio governamental incentivaram a ocupação da região, particularmente durante

as décadas de 70 e 80 do século XX.

Algumas vantagens regionais permanecem contribuindo com a expansão da atividade. O relevo plano

favoreceu e favorece a mecanização. Um intenso e bem sucedido trabalho de pesquisa como, por

exemplo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foram e são eficientes em

desenvolver variedades vegetais adaptadas às condições de clima seco e solo pouco fértil. Mais

recentemente, a instalação de novos polos agroindustriais na Região tem estimulado o aumento da

produção na direção do fortalecimento da cadeia produtiva com maior valor agregado.

Contrário senso, alguns obstáculos ao crescimento continuado desafiam a Região. Entre elas,

destacam-se a precariedade da infraestrutura logística (transporte, armazenamento, etc.), baixo

investimento local em inovação e difusão tecnológica, dificuldades de acesso ao crédito rural e à

assistência técnica, entre outras. No campo ambiental, segundo pesquisa da Universidade Católica de

Goiás, a monocultura e a ocupação intensiva do solo estão provocando desertificação da região

sudoeste de Goiás, a mais fértil do estado, a uma taxa de 10% ao ano. Quanto ao aquecimento global,

dados do IPEA sinalizam perdas de produção entre 25% (médio prazo-2040 a 2069) e 70% (longo prazo

– 2070 a 2099). A degradação dos biomas cerrado e pantanal tem limitado a expansão da fronteira

agrícola.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a região Centro-Oeste

participe com mais de 30% na produção de alimentos no Brasil?

Page 89: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

89

Evento CO02 - Avanço na logística de transporte

O transporte de cargas emprega cinco tipos de modais, com custos e características operacionais

próprias e mais adequados para certos tipos de operações e produtos. O custo do frete depende do

modal empregado, podendo-se considerar a seguinte listagem em sequência crescente de preço –

dutoviário, hidroviário, ferroviário, rodoviário e aeroviário. O Centro-Oeste é responsável por quase a

metade dos grãos produzidos no Brasil. Neste contexto, embora 56% da produção agropecuária

nacional situe-se no chamado Arco Norte, acima do paralelo 16o, apenas 14% são escoados pelos

portos do Norte e Nordeste.

Segundo estudo divulgado, em finais de 2013, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela

Confederação da Agricultura e Pecuário do Brasil (CNA), o setor produtivo a gastava R$ 31,6 bilhões

por ano com o transporte de cargas (8,7% PIB da Região). O alto custo seria decorrente da precariedade

da infraestrutura, da prevalência do transporte rodoviário e da falta de conexão entre os modais e os

sistemas de outras regiões. O mesmo estudo propunha que a região invista R$ 36,4 bilhões até 2020

na execução de 106 projetos para a construção de uma malha de 10 eixos logísticos integrados. Cada

um composto por dois ou mais modais de transporte (com prioridade para ferrovia e aquavias)

complementares que garantam o escoamento eficiente da produção com uma economia anual de R$

7,2 bilhões, considerando-se o volume de cargas projetado para 2020.

Segundo a Ministra da Agricultura Kátia Abreu, “...só com investimentos maciços em infraestrutura,

aproveitando os “Mississipis” brasileiros, será possível inverter esta lógica que sobrecarrega os portos

do Sul e do Sudeste, baixando os custos do transporte e preservando o meio ambiente.”.

Por outro lado, ao início de 2014, apenas 19 das 106 obras prioritárias estavam em andamento (16,4%

dos investimentos necessários na região). Outras 70 estavam em fase de projeto ou apenas nos planos

do poder público. Os diversos níveis de governo não dispõem do volume de recursos necessário para

o investimento e, adicionalmente, o marco regulatório em vigor não têm atraído a iniciativa privada

com a intensidade desejável. Há questionamentos de ordem ambiental.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, ocorra uma melhoria

significativa na logística de transporte na região Centro-Oeste, a ponto de reduzir em mais de 20% o

custo da movimentação de cargas?

Page 90: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

90

Evento CO03 - Incremento do turismo

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), considera-se turista a pessoa que permaneça pelo

menos 24 horas ou pernoite uma vez em destino diferente de seu local de residência. Dessa forma, a

expressão fluxo turístico refere-se ao número de turistas que visitem determinado destino em dado

período de tempo. É estimado com base em indicadores como o total de embarques e desembarques

em terminais de transporte (aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário), taxas de ocupação nos diversos

meios de hospedagem, fluxo de veículos em rodovias de acesso a destinos turísticos, etc.

Segundo o Ministério do Turismo (MTur), o Centro-Oeste (CO) detinha 9,9% do fluxo doméstico

nacional em 2011. Já pelo Anuário Estatístico do Turismo 2014 (ano-base 2013), publicado pelo mesmo

Órgão, a Região registrou acréscimo no fluxo turístico nacional (+8,13%) e internacional (+3%) entre

2012 e 2013.

O Plano Nacional de Turismo /MTur definiu 65 destinos como os mais representativos da oferta

turística nacional, polos indutores de fluxo. Deles, 10 encontram-se na Região Centro-Oeste e estão

mais vinculados ao lazer (ecoturismo/cultura), como Bonito e o Pantanal; e negócios/cultura/eventos,

como Brasília. O Anuário aponta como motivador para turistas estrangeiros o lazer (47%) e, dentre as

opções de lazer, 30% priorizam cultura/ecoturismo. Cerca de 25% apontam negócios como motivação.

Além disso, 44% dos domicílios urbanos brasileiros tiveram pelo menos um morador realizando uma

viagem nacional (Estudo FIPE CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DO TURISMO DOMÉSTICO NO

BRASIL – 2010/2011). Há espaço, portanto para crescimento do fluxo. Investimentos durante a Copa

FIFA 2014 e a maior exposição internacional da Região tendem a contribuir com esse aumento.

Sob outro prisma, a baixa competitividade dos destinos da Região tende, se não revertida, a limitar o

crescimento do fluxo. O 6º Relatório Brasil do Índice de Competitividade (dados de 2014) elaborado

pelo MTur, em parceria com a FGV e SEBRAE, indica gargalos expressivos para o setor – infraestrutura

geral, acesso, serviços e equipamentos, marketing e promoção do destino, aspectos sociais e

ambientais, etc. No ranking geral considerando 13 dimensões de avaliação, apenas Brasília figura entre

os dez primeiros (8º). Como exemplo, o Anuário registra oferta de cerca de 100 mil leitos na rede

hoteleira do CO, contra 181 mil no NE. Dentre os vinte destinos mais desejados pelo turista doméstico,

figuram apenas Bonito (14ª posição) e Brasília (16º posição).

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, aumente em mais de 50%

o fluxo turístico na região Centro-Oeste?

Page 91: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

91

Evento CO 04 - Ampliação na oferta de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) pelas Micro e Pequenas Empresas (MPE)

O FCO é um fundo de crédito criado pela Constituição Federal de 1988 para promover o

desenvolvimento Região Centro-Oeste, mediante concessão de financiamentos de longo prazo,

carência e baixas taxas de juros. Opera em dois grandes setores – empresarial e rural. Cada setor

abrange programas distintos, direcionados às empresas de diferentes portes. Nesse contexto, as micro

e pequenas empresas (MPE) têm acesso aos mais baixos juros do Fundo.

O Ministério da Integração Nacional (MI), órgão responsável pelo FCO, prevê para 2015 uma

disponibilidade de cerca de 5,290 bilhões de reais, 51 % dos quais para empresa de menor porte

(individuais, mini, micro, pequenas e pequeno-médias). Pela Superintendência do Desenvolvimento

do Centro-Oeste (SUDECO), o conceito pequeno-médio inclui empresas com faturamento anual até R$

16 milhões. Essa categoria não é prevista no Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de

Pequeno Porte (Lei Complementar No. 123-14/12/06). Considerando uma destinação mínima

obrigatória de 30% às MPE do montante direcionado às empresas de menor porte, o percentual

mínimo das MPE sobre o total cai para 15,3%.

A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE), a partir de

2011, passou a proporcionar às MPE melhores condições de influir nas políticas públicas para o setor.

O Relatório de Gestão do FCO do Exercício de 2013/SUDECO registrou uma taxa de 68,1% de aplicação

dos recursos totais daquele ano nas empresas de menor porte e de 53,6 %, também dos recursos

totais, nas MPE. Iniciativas da SUDECO (FCO itinerante) percorre os municípios da Região para divulgar

as possibilidades de financiamento.

Em 2011, 36,3% dos recursos foram direcionados às empresas de menor porte, conceito que, à época

estava alinhado com a LC 123. Esse índice era inferior ao mínimo de 51% (resolução SUDECO),

obrigatório desde o final de 2003 e descumprido de 2005 até então. Críticos alegavam que os bancos

retinham recursos para evitar riscos, uma vez que seus ganhos derivavam do patrimônio líquido do

Fundo, além da adoção de critérios políticos nas concessões, o que beneficiaria as grandes empresas.

Nova Resolução da SUDECO, ao final de 2011, passou a incluir a categoria pequeno-média empresa.

Com isso, os percentuais de 2005 a 2011 passaram a superar os 51%. Há dúvidas, fruto da fragilidade

econômica atual, se os repasses do Tesouro (origem da maior parte dos recursos) serão mantidos no

volume previsto. Tende a haver maior disputa na divisão. A divulgação do FCO às MPE ainda não cobre

todo o território.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, ocorra uma ampliação na

oferta de crédito do FCO pelas MPE superior a 30%?

Page 92: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

92

9.1.4. Eventos Região Sudeste

Evento SE01 - Aumento da participação do setor do petróleo no PIB regional

As atividades integrantes da cadeia produtiva de petróleo e gás podem ser agrupadas em dois grandes blocos: upstream - atividades correlatas à exploração e produção do óleo propriamente dito - e downstream ou abastecimento. A segundo bloco é caracterizado pelas atividades de transporte, refino, distribuição e comercialização. Está segmentada em quatro grandes grupos: exploração, refino, indústria petroquímica e indústria de transformação. Trata-se de uma das cadeias mais complexas, extensas e de maior valor agregado em qualquer economia.

Conforme Boletim (novembro de 2014) da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). a Região Sudeste responde por 92,4 % da produção brasileira de petróleo e 64% da de gás. Fruto da localização dos campos em seu território, o SE recebe cerca de 82,68 % dos royalties e participações especiais pagas pelo setor no Brasil, além de beneficiar-se mais diretamente dos empregos e impostos gerados.

Segundo a ANP, a produção nacional cresceu 13,3% entre novembro de 2013 e novembro de 2014. Segundo fonte da Petrobras, entre 2000 e 2014, a participação do segmento de petróleo e gás no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou de 3% para 13% e, o objetivo da Companhia é dobrar a produção até 2020. Atualmente, o peso do setor na economia do SE ronda os 20%.

Por outro lado, a Petrobras vive a maior crise de sua história. Responsável por 91,5% da produção brasileira, é a companhia de capital aberto mais endividada do mundo e alvo de milionários processos judiciais no Brasil e no exterior. O mercado põe em dúvida sua capacidade de cumprir o plano de investimentos. Ademais, a Lei 12.734/2012 promoveu forte transferência de recursos (royalties) dos estados e municípios produtores para os não produtores, inclusive para os poços já em exploração. Aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidente, teve seus efeitos suspensos e será avaliada pelos ministros do Supremo em data a definir. Somente o estado do rio de Janeiro calcula as perdas com a mudança no pagamento dos royalties do petróleo em 75 bilhões até 2020.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o setor de Petróleo e Gás contribua com mais de 30% para o PIB da região sudeste?

Page 93: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

93

Evento SE02 - Baixa disponibilidade hídrica na região

A metodologia empregada pela Agência Nacional de águas (ANA) preconiza que a disponibilidade de recursos hídricos de uma região resulta da conjugação de três variáveis - disponibilidade superficial (rios, lagos, açudes, etc.), disponibilidade subterrânea (aquíferos) e o volume de precipitações. Já o conceito de balanço hídrico decorre da conjugação dessa disponibilidade, da qualidade das águas, das demandas e usos múltiplos para os recursos. O balanço orienta as ações de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Nesse contexto, a situação do Brasil é privilegiada e, ao mesmo tempo, preocupante. Embora detentor de 8% da água doce superficial e 13,5% de todo o potencial hídrico do mundo, sua oferta é irregular no território. A Região Sudeste conta com cerca de 6 % desse total e apresenta a maior demanda do País (alta concentração populacional e maior atividade econômica). Ademais, a região registra o maior índice de contaminação dos mananciais e passou a conviver com grande redução no volume de precipitações nos últimos três anos.

A situação parece tender a piorar. Os esforços de despoluição de mananciais são tímidos. O ano de 2014 foi o mais quente da História e 2015 já é marcado pela maior seca na região nos últimos sessenta anos. Estudos do Ministério do Meio Ambiente, a partir de dados da ONU sobre aquecimento global, sinalizam aumento médio de temperatura (2º a 6º) e de queda de pluviosidade no SE ao longo do século. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento / Ministério das Cidades calculam desperdício de 33,7% da água tratada no SE, contra um índice de 15%, considerado tolerável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A perda se deve, principalmente, por perdas na distribuição.

Entretanto, segundo a Climatempo – maior empresa latino-americana de serviços de meteorologia - no verão 2016/2017, ao fim do atual ciclo de resfriamento do oceano Pacífico, a chuva vai tender mais à normalidade. Adicionalmente, esforços para o aumento da oferta e da qualidade da água, assim como para a racionalização do seu consumo, estão tendo início no SE. Dentre elas, a interligação de bacias, o investimento em águas de reuso, estudos para promover a dessalinização de água do mar, sobretaxas ao consumo, etc. É crescente a participação e a cobrança da população por soluções do Poder Público.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a região Sudeste seja afetada por uma grave crise hídrica que perdure por mais de 3 anos?

Page 94: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

94

Evento SE03 - Redução do custo de movimentação de carga na região

O transporte de cargas emprega cinco modais, com custos e características operacionais próprios e mais adequados para certos tipos de situações. O custo do frete depende do modal, podendo-se considerar a seguinte listagem em sequência crescente– dutoviário, aquaviário, ferroviário, rodoviário e aeroviário. A Região Sudeste possui cerca de 40% da população brasileira e responde por 55,2% do PIB nacional. Abriga em seu território alguns dos principais corredores e terminais exportadores do país.

Dados do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da UFRJ apontaram crescimento no custo de logística de transporte em relação ao PIB brasileiro entre 2004 (7%) e 2011(9%). Conforme pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), esse custo onerou 4,7% da receita líquida das empresas em 2014. Segundo o Banco Mundial, tais custos superavam os de Chile e México e decorreriam de gargalos na infraestrutura, da prevalência do transporte rodoviário e da falta de conexão entre os modais. Além disso, os altos índices de roubo de cargas passaram a encarecer substancialmente as apólices de seguro.

Algumas iniciativas tendem a mitigar as dificuldades do setor. O governo federal lançou o Plano Nacional de Logística de Transporte (PNLT) com horizonte 2023, baseado em banco de dados georreferenciados e modelo macroeconômico de análise, simulação e projeção do sistema de transportes no Brasil. O PNLT incluiu o SE em dois vetores logísticos (centro-sudeste e leste) - divisão territorial baseada no encadeamento de necessidades das grandes cadeias produtivas. As obras previstas foram incluídas no PAC e preveem investimentos de 1% do PIB até seu final. O governo lançou também o Programa de Investimentos em Logística, objetivando aumentar a escala de investimentos privados na infraestrutura dos transportes.

É recorrente a dificuldade de cumprimento de prazo e a imprecisão na estimativa de custos de obras públicas no Brasil. Como exemplos, a construção da ferrovia Norte-Sul já dura 27 anos e a transposição do Rio São Francisco está atrasada em três anos. Iniciadas em 2005, as obras no Aeroporto de Vitória (ES) foram suspensas pelo TCU em 2008. A atual previsão de término é 2018. Os diversos níveis de governo não dispõem do volume de recursos necessário para investimento e, adicionalmente, o marco regulatório em vigor não têm atraído a iniciativa privada com a intensidade desejável. Considerando a perda do dinamismo econômico do País nos últimos quatro anos, o aumento da taxa SELIC, a inflação em patamares elevados, bem como os difíceis anos de ajuste fiscal que se anunciam, é lícito prognosticar queda no nível de investimentos públicos.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a realização de investimentos para modais de transporte reduzam em mais de 20% o custo da movimentação de cargas na região Sudeste?

Page 95: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

95

Evento SE04 - Aumento do preço do óleo diesel na região

Combustível derivado do petróleo, o óleo diesel (OD), entre outros usos, abastece a frota que faz transporte rodoviário de cargas no Brasil – cerca de 60% da matriz. Nas distribuidoras, recebe uma mistura de 7 % de biodiesel - combustível derivado de oleaginosas diversas. A composição média do preço do diesel, segundo a Petrobras, inclui 59% de custos de produção, 19% de impostos federais e estaduais, 5% do biodiesel e 17% de distribuição e revenda.

Entre agosto e setembro de 2014, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços médios mensais de revenda de OD registraram R$ 2,463 / litro no Sudeste - o mais baixo do País. Além da proximidade das refinarias, a alíquota média de ICMS é mais baixa. A partir de fevereiro de 2015, reajustes de impostos (PIS/Cofins) agregaram R$ 0,15 (6,09% da média do SE) ao preço do litro ao consumidor.

Algumas variáveis indicam mais aumentos. A Petrobras, responsável por 91,5% da produção de petróleo, é a companhia mais endividada do mundo, conforme o Bank ofAmerica. Tem dificuldades de caixa e de captar recursos no exterior. Seu programa de investimentos sofreu cortes expressivos. O parque de refino é insuficiente, a implantação de novas unidades foi cancelada (Maranhão e Ceará) ou apresenta grandes atrasos (Abreu e Lima/PE e COMPERJ). O ajuste fiscal iniciado pela atual gestão federal anunciou a retomada da cobrança da CIDE (imposto federal sobre combustíveis) para maio de 2015. Segundo o boletim Focus do Banco Central, a inflação romperá os 7% no final do ano corrente A queda da cotação internacional provocará menor arrecadação de royalties sobre a produção, prejudicando os estados do SE (destino de 82,68 % dessas receitas. Com isso, podem ser elevadas as alíquotas de ICMS para compensar perdas.

Sob outra ótica, alguns outros fatores podem contribuir com a estabilidade dos preços de OD no SE. O preço internacional do petróleo caiu cerca de 60% desde meados de 2014, inaugurando um ciclo de baixa que deve durar até o fim da década, conforme prognostica a Empresa de Pesquisa Energética /Ministério de Minas e Energia. Está prevista para 2016 a inauguração da unidade de refino do COMPERJ. A recusa governamental em adotar mecanismo que reajuste automaticamente os combustíveis, alinhando os preços internos aos internacionais, manteve a possibilidade do governo administrar preços segundo critérios políticos. A inflação, segundo o Ministério da Fazenda, caminhará para 4,5% ao final de 2016.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o preço do óleo diesel na região Sudeste cresça a um patamar superior a 5% ao ano?

Page 96: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

96

Evento SE05 - Crescimento do Índice Médio de Competitividade Turística Nacional

O Brasil é hoje a sexta economia mundial do turismo, atividade responsável por 3,7% do PIB nacional, cujo Setor é formado, majoritariamente, por empresas de pequeno porte que precisam estar alinhadas com as tendências do mercado. Para tanto, desde 2008, emprega-se, para gestão de projetos e investimentos, o Índice de Competitividade Turística Nacional, que abrange 65 localidades pesquisadas, possui escala de 0-100 pontos e contempla 13 dimensões ligadas à atividade turística, a saber: Infraestrutura Geral, Acesso, Serviços e Equipamentos Turísticos, Atrativos Turísticos, Economia Local, Capacidade Empresarial, Aspectos Ambientais, Marketing, Políticas Públicas, Cooperação Regional, Monitoramento, Aspectos Sociais e Aspectos Culturais.

A série histórica apresenta os seguintes valores de Índice Médio de Competitividade Turística Nacional, para o período de 2008 a 2014, numa variação total de 14,20%: 52,1 (2008); 54 (2009); 56 (2010); 57,5 (2011); 58,8 (2013); e 59,5 (2014). O Plano Nacional de Turismo 2013-2016 tem como meta elevar para 70 pontos o Índice de Competitividade Turística Nacional, até 2016, o que representa crescimento de 17,64%, em relação à última pesquisa. Ainda, em 2014, a Região Sudeste apresentou três de suas quatro capitais entre as dez de maior pontuação no índice geral, com média de 79,83.

A vocação turística da Região Sudeste sobre as demais decorre de fatos como, por exemplo: concentrar vários dos pontos turísticos mais visitados do país; apresentar a mais alta taxa de urbanização e a melhor infraestrutura de transportes do País, na qual inclui-se aeroportos, portos, rodovias e ferrovias; maiores índices de escolaridade, industrialização e renda per capta; e a realização de eventos esportivos internacionais – Olimpíadas-2016, entre outros.

Entretanto, os atuais problemas de fornecimento de água e de energia elétrica no sudeste, aliados ao baixo desempenho da economia nacional e obras de infraestrutura em outras regiões, podem contribuir para melhorar as atividades ligadas ao Setor de Turismo fora da Região Sudeste, favorecendo o crescimento do Índice Médio de Competividade Turística Nacional, em outras regiões.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o Índice Médio de Competitividade Turística Nacional seja igual ou superior a 70.

Page 97: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

97

9.1.5. Eventos Região Sul

Evento S01 - Crescimento do PIB da América Latina

O produto interno bruto (PIB) representa a soma (valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa região durante certo período. É um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia para quantificar a atividade econômica. Originalmente, a expressão América Latina possuía um cunho linguístico. Ao fim da Segunda Guerra, consolidou-se como sinônimo dos países menos desenvolvidos do continente americano (Central, Sul e Caribe), traduzindo similaridades econômicas e sociais entre os países.

Segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), em 2010, o Brasil superou a média latino-americana e caribenha de crescimento - 7,5% contra 5,9%. Segundo a mesma fonte, entre 2011 e 2013, América Latina e Caribe (AL & C) registraram uma taxa de 3,21%. No mesmo período, segundo o IPEA, o Brasil cresceu a 2,02% médios anuais. Ainda que não tenham sido concluídos os cálculos, é percepção corrente que o crescimento brasileiro em 2014 tenha rondado 0,2%, enquanto a CEPAL prognostica um número entre 1% e 1,5% para a macrorregião.

Fatores externos contribuíram para o freio na AL & C: desaceleração chinesa com baixa nos preços das commodities, aumento do custo do financiamento externo e menores perspectivas de ingresso de capitais. A CEPAL antevê uma ligeira recuperação econômica (2,0-2,5 %.) para a região em 2015. Enquanto isso, analistas brasileiros ouvidos pelo Banco Central estimam o crescimento brasileiro próximo de zero em 2015, com a inflação superando a barreira dos 7%. Conforme a Fundação Dom Cabral, o Índice de Competitividade Mundial 2014 aponta que o Brasil caiu três posições em relação a 2013, ocupando o 54º lugar no ranking geral composto por 60 países. Na AL & C, o Brasil está à frente apenas de Argentina, e Venezuela.

Além de ter sido afetado pelos mesmos fatores listados, o Brasil adotou opções estratégicas heterodoxas de gestão econômica, baseando seu crescimento no estímulo ao consumo interno, no aumento de gastos públicos e nas desonerações fiscais a determinados setores produtivos, supostamente indutores do crescimento. Não obstante, segundo a ONU, fechou 2014 como o quinto maior destino de investimentos estrangeiros diretos no mundo, superando todos os países europeus e da AL & C. Ao início do novo mandato presidencial, percebe-se o claro abandono do modelo anterior, mediante a adoção de esforços consistentes de ajuste fiscal, controle inflacionário e busca de produtividade. Seu PIB permanece representando quase 50% do PIB sul-americano.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o crescimento do PIB dos países da América Latina seja superior ao crescimento do PIB brasileiro?

Page 98: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

98

Evento S02 - Aumento da produção industrial

A atividade industrial consiste no processo de produção que visa a transformar matérias-primas em mercadoria. O IBGE a classifica em extrativa mineral, de transformação e de construção civil. A indústria de transformação inclui a de bens de capital - transforma matéria-prima bruta em insumo processado para outras indústrias, de bens intermediários (produz máquinas e equipamentos para outras indústrias) e de bens de consumo (produção direcionada ao consumidor final). Ela tem importância crucial em qualquer país, por demandar considerável investimento financeiro, produzir bens de maior valor agregado e oferecer empregos melhor remunerados.

A atividade industrial na Região Sul respondeu por uma média de 26,38 % do seu Produto Interno Bruto (PIB), entre os anos de 1999 e 2011, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Percebe-se tendência de queda dessa participação. Em 2012, a indústria de transformação contribuiu com 19,2%. Adicionalmente, verifica-se tendência semelhante no nível Brasil, onde a fatia da indústria no PIB caiu de 26% em 2012 para 24,9% em 2013, segundo a mesma fonte. A diferença dessa desindustrialização em relação à que ocorreu nos países desenvolvidos (renda per capita na faixa dos US$ 19 mil) desde o final dos anos 70 é que a indústria brasileira (renda per capita US$ 7,5 mil) um ciclo de retração econômica antes de atingir razoável nível de maturidade.

Aparentemente, o processo afeta mais alguns segmentos da indústria que outros. Acontece em menor intensidade no setor de construção civil, dado que o mercado sofre menos pressões de importados e não possui tanta liquidez como o de bens de consumo. O recente início de novo ciclo de alta do dólar deve contribuir com a competitividade da indústria de transformação e mitigar suas dificuldades.

Porém, segundo o ex-ministro Maílson da Nóbrega, nossa desindustrialização acelera por deficiências internas e uma perda grave de competitividade com origens mais remotas. Aos entraves domésticos - obstáculos tributários, regulatórios e trabalhistas, infraestrutura deficiente, baixa qualificação e produtividade da mão de obra, desenvolvimento tecnológico deficiente – somou-se um brutal aumento da competição internacional devido aos ganhos de produtividade dos atores externos. No caso da Região Sul, deve-se agregar o complicador da migração de indústrias do Centro-Sul para o N, NE e Centro-Oeste, a fim de baixar custos de produção e/ou ganhar acesso a novos mercados.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a produção industrial na região Sul se mantenha em patamares superiores a 25% do PIB regional?

Page 99: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

99

Evento S03 – Aumento da geração de energias de fontes alternativas na região

Internacionalmente, entende-se por fontes alternativas todas aquelas que empregam insumos renováveis para a geração de energia. Dentre elas, citam-se a biomassa (biogás, biocombustíveis, etc.), a solar, a eólica, a hidráulica (hidrelétrica, pequenas centrais elétricas – PCH e centrais geradoras hidrelétricas - CGH), a geotérmica e dos oceanos (marés e ondas). No Brasil, a atual crise hídrica impõe a diversificação da matriz elétrica, atualmente muito dependente das usinas hidrelétricas (UHE). Para esse estudo e alinhados com a visão do Ministério de Minas e Energia (MME), consideraremos PCH como fonte alternativa.

Segundo dado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as fontes alternativas respondem por 7,86 % da matriz elétrica da Região Sul. Nela, 77,41% são de responsabilidade de hidrelétricas; 14,74% de fontes fósseis e 7,86% de um mix de fontes eólicas, solares e PCH/CGH.

O Plano Decenal (2010-2020) da Empresa de Pesquisa Energética do MME prevê para a matriz brasileira um decréscimo da dependência de UHE (75% para 67%), aumento do mix de fontes PCH/eólica/biomassa de 8% para 16% e, especificamente sobre geração eólica, incremento de 1 % para 7%. Segundo a mesma fonte, a Região Sul apresenta potencial instalável de 22,76 GW (terceiro lugar entre as regiões brasileiras). O Plano prevê, ainda, queda na participação de carvão vegetal e petróleo e gás, ao passo que visualiza incremento da fatia da biomassa. Biomassa, energia solar e eólica já participam dos leilões de energia promovidos pelo governo. Aumenta a pressão mundial para a redução de emissões de gases causadores do aquecimento global. O potencial da biomassa na Região Sul para suprir termelétricas é da ordem de 10000 MW, conforme a União de Produtores de Bioenergia.

Alguns fatores, porém, podem dificultar avanço das fontes alternativas. A redução drástica dos padrões pluviométricos no centro-sul do País permite antever a manutenção ou o crescimento do uso das termelétricas movidas principalmente a carvão e gás (o uso da biomassa ainda é pouco expressivo). O potencial do carvão mineral na região Sul não será desprezado (24 milhões Ton.). A crescente produção de petróleo, e o ciclo de baixa internacional de seu preço recentemente iniciado, tende a desestimular o investimento em fontes alternativas. Ainda que menos expressivo no Sul, vale acrescer que o setor sucroalcooleiro, enfrenta uma das maiores crises da sua história. Desde 2007, 58 usinas fecharam as portas na região Centro-Sul do País.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as energias alternativas ocupem mais de 20% na geração de energia da região Sul?

Page 100: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

100

Evento S04 - Aumento de startups na região

Segundo a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), uma empresa de base tecnológica (EBT) tem na inovação tecnológica os fundamentos de sua estratégia competitiva. É comprometida com projeto, desenvolvimento e produção de novos produtos e/ou processos, caracterizando-se pela aplicação sistemática de conhecimento técnico-científico. Tem alta proporção de gastos com P&D, de pessoal técnico-científico e de engenharia e serve a mercados pequenos e específicos. Durante sua fase de implantação, é conhecida pelo termo startup. Dada a natureza das suas atividades, o risco do investimento é elevado. Portanto, seu sucesso depende de condições ambientais favoráveis (ecossistema) – conhecimento (cursos, capacitações e eventos focados no tema), a disponibilidade de mentores experientes, investidores em modelos de negócio de alto risco (aceleradoras, incubadoras, etc.) e a integração dos diversos atores (universidades, os coworkings e os próprios empreendedores).

Segundo a Associação Brasileira de Startups - organização sem fins lucrativos que visa a fomentar o desenvolvimento do ecossistema de empreendedorismo tecnológico nacional - o Sul conta com cerca de 383 empresas nessa categoria, o que corresponde a 13% do total cadastrado no Brasil e garante o 2º posto nacional.

O Sul contava, em finais de 2013, com 10 aceleradoras - empresas que oferecem capital financeiro e intelectual em troca de participação nos futuros (hipotéticos) lucros. Dentre elas, a maior do Brasil em número de investidores – a WOW. Santa Catarina é visto pelos executivos da WOW como um celeiro de novas ideias e, mesmo sendo o menor Estado da Região Sul, gera maior volume de startup e as desenvolve de forma mais rápida que os vizinhos.

Entretanto, a Startup Genome - organização norte-americana de referência no assunto - aponta no Brasil apenas São Paulo como integrante da lista mundial dos 20 maiores ecossistemas de startup (13ª posição). O SEBRAE/PR estima uma taxa de 1,29 empresas para cada 1000 habitantes dos ecossistemas desse ranking. Os proprietários da WOW entendem que Rio Grande do Sul e Paraná são muito imaturos no tema, Ambos carecem de maior investimento em tecnologia e de visão de negócio. Apesar de formar profissionais competentes, não há um ambiente adequado que capacite novas empresas para que entrem no mercado preparadas e com um produto que tenha potencial para ganhar escala. Curitiba apresentou em 2014 uma taxa de 0,07 startup/1000 hab.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as Startups atinjam a quantidade de 0,6 por 1.000 habitantes nas metrópoles da região Sul?

Page 101: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

101

Evento S05 - Aumento do consumo de produtos premium no Brasil

O significado do termo Premium vem de recompensar. Traduzindo para os negócios: dar ao cliente algo a mais que ele não teria na versão normal. As empresas estão investindo no conceito, reagindo preços, propaganda, mercado-alvo, características técnicas, benefícios comerciais, promessa de satisfação diferenciada ao consumidor, embalagens e websites empacotados de uma maneira sofisticada. Tudo para posicionar a linha de 15% a 25% acima do produto mais caro de seus portfólios. O crescimento do engajamento ambiental no Brasil tem contribuído para a associação entre o que é “ecológico”, “orgânico”, “funcional” e “certificado” à ideia de Premium. Como exemplo, as bebidas orgânicas, posicionadas como produtos Premium, são geralmente de 100 a 300% mais caras que as convencionais.

Segundo o Instituto de Promoção do Desenvolvimento – ONG voltada para o desenvolvimento sustentável – integrante do grupo de trabalho da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o mercado brasileiro de produtos orgânicos cresceu em torno de 35% em 2014 – contra os 22% de 2013 – e chegou a R$ 2 bilhões.

A tendência é crescer mais. O Brasil está entre os maiores produtores mundiais de orgânicos, conforme o relatório The World OrganicAgriculture de 2010, e a concorrência dos importados é dificultada pela escalada cambial. O número de estabelecimentos orgânicos do Brasil era, pelo Censo Agropecuário 2006, 90.497 (mais de 80% deles na agricultura familiar). Instrumentos legais estimulam a produção. A aquisição de alimentos para populações em estado de insegurança alimentar só pode ser realizada de produtores familiares, assim como pelo menos 30% dos recursos da merenda escolar. A entrada de grandes varejistas com produtos orgânicos de marca própria irá atrair a atenção dos consumidores e poderá estimular o interesse de todas as classes sociais. Dados de 2010 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e IBOPE apontaram que a maioria dos consumidores brasileiros está disposta a pagar mais caro por um produto que não polua o meio ambiente, incluindo produtos naturais não alimentícios, cosméticos e têxteis.

Constituem-se em gargalos para o crescimento a capacidade dos produtores em atender à demanda, os altos preços, a deterioração atual da economia brasileira e a consequente corrosão da renda, principalmente da chamada “nova classe média”.

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, aumente o consumo de alimentos Premium (orgânico/funcionais/certificados) em mais de 50%?

Page 102: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

102

9.2. Resultados dos Cenários mais Prováveis Regionais

A realização de estudo prospectivo para cada sistema regional considerou sua direta dependência do

sistema nacional, bem como especificidades de unidades federativas integrantes da região.

A identificação do conjunto de variáveis críticas componentes dos cenários prospectivos dos sistemas

regionais do Sebrae está diretamente vinculada aquele da “Visão Brasil”, acrescido de outro de caráter

regional. As obtenções de tais conjuntos de variáveis ocorreram mediante reuniões realizadas entre

consultores da Brainstorming e integrantes da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae-Nacional

(UGE), no período de 27/01 a 06/02/2015, e resultado da aplicação de “Técnica de Brainstorming”, nos

dias 05/02/2015(regionais) e 06/02/2015 (“Visão Brasil”), com a participação de representantes de

unidades federativas do SEBRAE.

9.2.1. Região Norte

As seguintes variáveis foram consideradas críticas para o Sistema “Sebrae-Região Norte”, no horizonte

temporal 2015-2022:

REGIÃO NORTE - VARIÁVEIS CRÍTICAS

Setor Variável Crítica

Economia N01 Aumento do PIB do setor agrícola

Infraestrutura N02 Redução do custo da logística de transporte

Economia N03 Aumento do fluxo turístico

Legislação N04 Redução de restrições legais à exploração econômica de imóveis rurais

REGIÃO NORTE – VARIÁVEIS CRÍTICAS - SETORES E QUANTIDADE DE VARIÁVEIS

Setor Evento Total

Atividade fim 0

Economia N01 N03 2

Infraestrutura N02 1

Política - Legislação N04 1

Social 0

Sustentabilidade 0

Decorrentes das variáveis críticas citadas anteriormente, formularam-se as seguintes questões

estratégicas e estabelecidos os respectivos pontos de tomada de decisão (“pontos de corte”),

insumos necessários ao presente estudo prospectivo:

REGIÃO NORTE - QUESTÕES ESTRATÉGICAS

N01 Aumento do PIB do setor agrícola

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o PIB do setor agrícola da Região Norte aumente em 20%?

N02 Redução do custo da logística de transporte

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, os investimentos em logística na Região Norte reduzam em até 15% o custo da movimentação de cargas?

N03 Aumento do fluxo turístico

Page 103: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

103

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o fluxo turístico na Região Norte tenha um aumento de pelo menos 50%?

N04 Redução de restrições legais à exploração econômica de imóveis rurais

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as reservas legais das propriedades rurais em área de floresta na Região Norte sejam reduzidas para um patamar igual ou inferior a 60%?

Os 12 eventos da “Visão Brasil” integraram as Consultas Delphi das cinco regiões e suas respectivas

probabilidades foram obtidas pelas ponderações das médias das respostas do Grupo “Peritos”,

composto pelas seguintes categorias: “Sebrae-Conselheiros”; “Sebrae-Dirigentes”; “Sebrae-Peritos”;

“Brainstorming-Peritos”; e “Legislativo”.

Mediante a Pesquisa Delphi, registraram-se as seguintes probabilidade de ocorrência isolada dos

eventos estratégicos, componentes da “Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Norte:

REGIÃO NORTE - PROBABILIDADE E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Evento % Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 66% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) 59% Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 55% Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 70% Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 61% Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 53% Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% Ocorre

N01 Aumento do PIB do setor agrícola 62% Ocorre

N02 Redução do custo da logística de transporte 49% Não Ocorre

N03 Aumento do fluxo turístico 36% Não Ocorre

N04 Redução de restrições legais à exploração econômica de imóveis rurais 29% Não Ocorre

Após a realização dos “Impactos Cruzados”, onde os eventos foram confrontados entre si, registraram-

se as seguintes probabilidade de ocorrências condicional dos eventos estratégicos componentes da

“Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Norte:

REGIÃO NORTE - CENÁRIO MAIS PROVÁVEL – PROBABILIDADE CONDICIONAL, PERTINÊNCIA E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Região Norte – Cenário Mais Provável

Evento Probabilidade

Condicional

Pertinência Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 61% 8 Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 64% 7,82 Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 54% 7,72 Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57%

8,04 Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% 7,89 Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 74% 7,4 Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 71% 7,73 Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 73% 7,91 Ocorre

Page 104: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

104

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 64%

7,43 Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 60%

7,68 Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 57% 7,45 Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 75%

7,59 Ocorre

N01 Aumento do PIB do setor agrícola 62% 7,27 Ocorre

N02 Redução do custo da logística de transporte 49% 7,92 Não Ocorre

N03 Aumento do fluxo turístico 36% 6,58 Não Ocorre

N04 Redução de restrições legais à exploração

econômica de imóveis rurais

29% 6,67

Não Ocorre

O Cenário Mais Provável (CMP) é um cenário de referência. Pode ser descrito como a evolução da cena

que compõe a conjuntura atual até a conformação de uma outra cena, hipotética, ao final do horizonte

temporal, a qual, segundo os Peritos é, de acordo com as condições atuais, a que tem a maior

probabilidade de ocorrência até 2022.

Não se trata de uma "previsão", mas, sim, do "futuro mais provável", num conjunto de vários "futuros

possíveis".

9.2.1.1. Região Norte– Descrição do cenário mais provável

Estamos em 31 de dezembro de 2022...

A crise econômica motivou forte migração para o campo e a formalização de novos produtores rurais.

No período do estudo (2015-2022), manteve-se a agricultura (produção agrícola, pecuária e

extrativista vegetal) como o setor econômico nacional que mais cresceu. Na Região Norte, os

destaques foram o projeto Pecuária Verde (Ministério da Agricultura) que por meio de assistência ao

produtor e recuperação de pastagens degradadas e de passivo ambiental, têm obtido avanços de

produtividade leiteira, e os esforços do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, que pela

disseminação prática do conceito de sistema agroflorestal - combinação na mesma unidade de terreno

de plantas perenes e lenhosas com culturas agrícolas e/ou animais – possibilitaram maior

produtividade nas áreas rurais e na ampliação do leque de bens exportados que repercutiram no

crescimento da participação do setor no PIB e na geração de empregos no campo, com observância ao

Código Florestal. A contribuição do Setor Agrícola da Região Norte ao PIB agrícola nacional ultrapassou

12,24%.

A crescente produção agrícola gerou pressões para melhoria na infraestrutura intermodal, visando o

escoamento da produção a custo menor, o que a tornaria mais competitiva, seja para o mercado

interno ou exterior. Tal melhoria de infraestrutura também contemplaria o escoamento de produtos

oriundos da Região Centro-Oeste (Mato Grosso), com reflexos positivos para o PIB nacional.

Entretanto, em face de contenção de gastos por parte do Governo Federal, necessária ao ajuste fiscal

levado a termo nos primeiros nos primeiros anos deste estudo prospectivo, não foram implementados

os projetos apontados em 2010 como imprescindíveis com vistas a desfazer o “nó logístico” da região.

Os investimentos realizados contribuíram apenas para mitigar as dificuldades de transporte na região,

sem, contudo, obter a integração dos diversos modais. Ressalta-se, ainda, a resistência de caráter

ambiental sobre aqueles projetos.

Page 105: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

105

O fluxo turístico permaneceu em patamar semelhante àquele de 2014, cerca de 5% do fluxo nacional,

apesar de haver potencial para crescimento, limitado por falta de investimentos em infraestrutura,

posteriores a Copa FIFA 2014, em que pese maior exposição internacional da Região, em face de temas

afetos à preservação e estudos sobre a biodiversidade local.

As pressões internacionais e novos focos de desmatamento na região motivaram maiores ações dos

governos federal e estaduais para preservação da área de floresta, bem como de fiscalização sobre as

áreas denominadas Reserva Legal (RL), instituídas pelo Código Florestal Brasileiro, vigente desde 2012.

Entretanto, as alterações àquele Código contemplaram apenas aspectos passíveis de interpretações

errôneas, problemas jurídicos e outros de ordem técnica. Entre os aspectos técnicos o de maior

importância foi o relativo à definição dos limites das RL – hoje a partir do leito médio do rio – visando

abarcar a flora e a fauna das terras inundáveis, porém sem alterações sobre as áreas de plantio e

pecuária, cuja ampliação é desejada pelo setor agrícola regional em face dos aumentos de

produtividade.

9.2.2. Região Nordeste

As seguintes variáveis foram consideradas críticas para o Sistema “Sebrae-Região Nordeste”, no

horizonte temporal 2015-2022:

REGIÃO NORDESTE - VARIÁVEIS CRÍTICAS Setor Variável Crítica

Economia NE01 Expansão do PIB regional

Social NE02 Redução da população em situação de pobreza

Social NE03 Redução do desemprego na região nordeste

Economia NE04 Aumento da participação de empresas de base tecnológica no PIB

Infraestrutura NE05 Conclusão da transposição do Rio São Francisco

REGIÃO NORDESTE – VARIÁVEIS CRÍTICAS - SETORES E QUANTIDADE DE VARIÁVEIS

Setor Evento Total

Economia NE01 NE04 2

Social NE02 NE03 2

Atividade fim 0

Política 0

Sustentabilidade 0

Infraestrutura NE05 1

Decorrentes das variáveis críticas citadas anteriormente, formularam-se as seguintes questões

estratégicas e estabelecidos os respectivos pontos de tomada de decisão (“pontos de corte”),

componentes dos eventos estratégicos, insumos necessários ao presente estudo prospectivo:

REGIÃO NORTE - QUESTÕES ESTRATÉGICAS

NE01 Expansão do PIB regional

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, do PIB do Nordeste continue crescendo à taxa acima da média do PIB nacional?

NE02 Redução da população em situação de pobreza

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, haja uma redução em mais de 20% da população com rendimento abaixo da linha de pobreza no Nordeste?

Page 106: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

106

NE03 Redução do desemprego na região nordeste

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, ocorra redução do desemprego na Região Nordeste para patamar igual ou inferior a 6%, situando-se na faixa de “pleno emprego”.

NE04 Aumento da participação de empresas de base tecnológica no PIB

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as empresas de base tecnológica atinjam mais de 10% do PIB nordestino?

NE05 Conclusão da transposição do Rio São Francisco

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a transposição do Rio São Francisco esteja concluída?

Mediante a Pesquisa Delphi, registraram-se as seguintes probabilidades de ocorrência isolada dos

eventos estratégicos componentes da “Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Nordeste:

REGIÃO NORTE - PROBABILIDADE E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Evento % Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 66% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 59% Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 55% Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 70% Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 61% Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 53% Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% Ocorre

NE01 Expansão do PIB regional 79% Ocorre

NE02 Redução da população em situação de pobreza 64% Ocorre

NE03 Redução do desemprego na região nordeste 55% Ocorre

NE04 Aumento da participação de empresas de base tecnológica no PIB 54% Ocorre

NE05 Conclusão da transposição do Rio São Francisco 64% Ocorre

Após a realização dos “Impactos Cruzados”, onde os eventos foram confrontados entre si, registraram-

se as seguintes probabilidades de ocorrências condicional dos eventos estratégicos componentes da

“Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Nordeste:

REGIÃO NORDESTE - CENÁRIO MAIS PROVÁVEL – PROBABILIDADE CONDICIONAL, PERTINÊNCIA E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Região Nordeste – Cenário Mais Provável

Evento Probabilidade

Condicional

Pertinência Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 61% 8 Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 64% 7,82 Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 54% 7,72 Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57%

8,04 Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% 7,89 Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 74% 7,4 Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 71% 7,73 Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 73% 7,91 Ocorre

Page 107: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

107

BR09 Continuidade do processo de formalização do

MEI 64% 7,43 Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 60%

7,68 Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 57% 7,45 Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 75%

7,59 Ocorre

NE01 Expansão do PIB regional 79% 8,35 Ocorre

NE02 Redução da população em situação de pobreza 64% 7,99 Ocorre

NE03 Redução do desemprego na região nordeste 55% 8,26 Ocorre

NE04 Aumento da participação de empresas de base tecnológica no PIB

54% 7,78

Ocorre

NE05 Conclusão da transposição do Rio São Francisco 64% 6,97 Ocorre

9.2.2.1. Região Nordeste– Descrição do cenário mais provável

Estamos em 31 de dezembro de 2022....

O PIB da Região Nordeste apresentou crescimento superior à média nacional, no período de 2015-

2022, como ocorria em anos anteriores a este estudo. O crescimento se manteve sustentável, segundo

peritos, entre outros aspectos, em face de: a) existência de imensa demanda reprimida; b) melhoria

de renda conferida pelas políticas de assistência social, a exemplo de recursos do Bolsa-Família; c)

atração de indústrias mediante redução de custos; d) investimentos em educação, especialmente no

ensino superior e técnico; e) melhoria em infraestrutura; f) crescente valorização do turismo; e g)

fomento à interiorização do dinamismo econômico. Os avanços econômicos do período se mostraram

suficientes para reter a população adulta jovem na Região.

A manutenção pelo Governo Federal de políticas de assistência social para melhoria de renda figurou

como aspecto relevante para redução do contingente em situação de pobreza a patamar inferior a 12

milhões de pessoas, apesar da baixa atividade econômica do início do período. Também contribuíram

para essa redução outras políticas voltadas para a educação, ampliação e fortalecimento da rede de

proteção social, aumento da escolaridade média da população e da qualificação da mão de obra e a

valorização real do salário mínimo. Aquela redução levou ao mercado regional cerca de 3,5 milhões de

novos consumidores, supridos, em boa parte, por micro e pequenos empresários.

A Região Nordeste observou redução do desemprego para patamar igual ou inferior a 6%, situando-se

na faixa de “pleno emprego”, ou seja, todo o indivíduo que se apresenta no mercado de trabalho à

procura de ocupação a encontra, em consonância com os índices nacionais. Foi significativo para

atingir-se aquela faixa a criação de novos postos de trabalho, por meio de atração de novas indústrias,

melhoria em infraestrutura e fomento às atividades voltadas ao turismo, vocação maior da região. Os

investimentos em educação e programas destinados à incorporação da mulher ao mercado de

trabalho, também contribuíram para a ocupação de postos de trabalho, novos ou então existentes.

Alguns dos novos negócios instalados na Região Nordeste, mediante programas de concessão de

incentivos fiscais, são Empresa de Base Tecnológica (EBT), as quais têm na inovação tecnológica os

fundamentos de sua estratégia competitiva. Aqueles programas apresentaram adequada atratividade

para esse segmento de mercado – inovação – uma vez que possuem elevado risco de implantação. A

reboque das EBT houve a necessidade de fomento à formação e qualificação de mão de obra e a

Page 108: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

108

implantação de Arranjos Produtivos Locais (APL) - conglomerados de agentes fisicamente próximos e

com alto grau de interação em busca de benefícios mútuos, como a redução de custos operacionais

por meio de logística comum.

As obras de transposição do Rio São Francisco mediante investimentos federais do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC), geraram ao longo de suas execuções cerca de 5 mil postos de

empregos, sobretudo nas cidades onde estavam os canteiros de obras. Em que pese a extinção de

parte significativa daqueles postos ao término das obras, outros foram criados para sua manutenção,

além daqueles específicos da agricultura irrigada e da indústria implantadas, que contribuíram para

elevação da renda e de benefícios sociais à população de 390 municípios, em consequência de maior

oferta hídrica.

9.2.3. Região Centro-Oeste

As seguintes variáveis foram consideradas críticas para o Sistema “Sebrae-Região Centro-Oeste”, no

horizonte temporal 2015-2022:

REGIÃO CENTRO-OESTE - VARIÁVEIS CRÍTICAS

Setor Variáveis Críticas

Economia CO01 Aumento da produção de alimentos

Infraestrutura CO02 Avanço na logística de transporte

Economia CO03 Incremento do turismo

Atividade fim CO04 Ampliação na oferta de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do

Centro-Oeste (FCO) pelas Micro e Pequenas Empresas (MPE)

REGIÃO CENTRO-OESTE – VARIÁVEIS CRÍTICAS - SETORES E QUANTIDADE DE VARIÁVEIS

Setor Evento Total

Atividade fim CO4 1

Economia CO1 CO3 2

Infraestrutura CO2 1

Política 0

Social 0

Sustentabilidade 0

Decorrentes das variáveis críticas citadas anteriormente, formularam-se as seguintes questões

estratégicas e estabelecidos os respectivos pontos de tomada de decisão (“pontos de corte”),

componentes dos eventos estratégicos, insumos necessários ao presente estudo prospectivo:

REGIÃO CENTRO-OESTE - QUESTÕES ESTRATÉGICAS

CO01 Aumento da produção de alimentos

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a região Centro-Oeste participe com mais de 30% na produção de alimentos no Brasil?

CO02 Avanço na logística de transporte

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, ocorra uma melhoria significativa na logística de transporte na região Centro-Oeste, a ponto de reduzir em mais de 20% o custo da movimentação de cargas?

CO03 Incremento do turismo

Page 109: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

109

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, aumente em mais de 50% o fluxo turístico na região Centro-Oeste?

CO04 Ampliação na oferta de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) pelas Micro e Pequenas Empresas (MPE)

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, ocorra uma ampliação na oferta de crédito do FCO pelas MPE superior a 30%?

Mediante a Pesquisa Delphi, registraram-se as seguintes probabilidade de ocorrência isolada dos

eventos estratégicos componentes da “Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Centro-Oeste:

REGIÃO CENTRO-OESTE - PROBABILIDADE E OCORRÊNCIA DE EVENTOS

Evento % Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 66% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 59% Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 55% Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 70% Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 61% Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 53% Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% Ocorre

CO01 Aumento da produção de alimentos 76% Ocorre

CO02 Avanço na logística de transporte 54% Ocorre

CO03 Incremento do turismo 57% Ocorre

CO04 Ampliação na oferta de crédito do FCO pelas MPE 62% Ocorre

Após a realização dos “Impactos Cruzados”, onde os eventos foram confrontados entre si, registraram-

se as seguintes probabilidade de ocorrências condicional dos eventos estratégicos componentes da

“Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Centro-Oeste:

REGIÃO CENTRO-OESTE - CENÁRIO MAIS PROVÁVEL – PROBABILIDADE CONDICIONAL, PERTINÊNCIA E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Região Centro-Oeste – Cenário Mais Provável

Evento Probabilidade

Condicional

Pertinência Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 61% 8 Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 64% 7,82 Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 54% 7,72 Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57%

8,04 Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% 7,89 Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 74% 7,4 Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 71% 7,73 Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 73% 7,91 Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 64%

7,43 Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 60%

7,68 Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 57% 7,45 Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 75%

7,59 Ocorre

Page 110: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

110

CO01 Aumento da produção de alimentos 76% 7,46 Ocorre

CO02 Avanço na logística de transporte 54% 8,67 Ocorre

CO03 Incremento do turismo 57% 7,79 Ocorre

CO04 Ampliação na oferta de crédito do FCO pelas

MPE 62% 8,10 Ocorre

9.2.3.1. Região Centro-Oeste– Descrição do cenário mais provável

Estamos em 31 de dezembro de 2022....

O agronegócio - agroindústrias e produção agropecuária - permaneceu como a principal atividade

econômica da Região Centro-Oeste, com destaque para o fornecimento de matéria-prima para a

indústria de alimentos e de outros setores, no Brasil e exterior, principalmente carne, soja, algodão,

milho, cana-de-açúcar e arroz. Observou-se crescimento sustentável de participação do agronegócio

do centro-oeste no PIB nacional, decorrente de: a) aumento de produtividade, mediante esforços e o

apoio de centros de pesquisa, vinculados a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e

emprego de inovação tecnológica no sistema produtivo rural; b) incentivos estaduais para instalação

de novos polos agroindustriais na Região, o que fortaleceu a cadeia produtiva, com maior valor

agregado; c) investimentos na infraestrutura regional, favorecidos pelo relevo plano da região – menor

custo -; e d) ampliação de linhas de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste

(FCO) para as Micro e Pequenas Empresas (MPE), com aval dos governos estaduais.

O aumento da produtividade do agronegócio do Centro-Oeste foi marcante para que ocorressem

investimentos na infraestrutura modal da região. O período de baixa atividade econômica nacional,

nos anos iniciais deste estudo prospectivo, levou à priorização de projetos no chamado “Arco Norte” -

acima do paralelo 16° -, visando o escoamento da produção por portos do Norte e Nordeste, e alguns

que possibilitaram reduções de custos de frete destinados aos polos industriais do sudeste.

A Região Centro-Oeste apresentou aumento do fluxo turístico entre 2015-2022, pelas melhorias na

infraestrutura modal da região, incremento do agronegócio e sua proximidade do sudeste, tornando-

se opção para o turismo de negócio/eventos, em especial Brasília-DF, e turismo de lazer por conter 10

dos 65 destinos definidos como os mais representativos da oferta turística nacional, no Plano Nacional

de Turismo/MTur.

A ampliação de linhas de crédito de Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO)

para as Micro e Pequenas Empresas (MPE), com aval dos governos estaduais, possibilitou maiores

investimentos no agronegócio da Região, em face de sua atratividade em relação a outras opções do

mercado financeiro, estas remuneradas com base na SELIC. Acrescente-se ainda, o trabalho realizado

pela Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) de divulgação das vantagens

do FCO (FCO-itinerante) junto aos municípios, que se apresentou como de vital importância para

captação de novos clientes, em especial pequenos empreendedores e aqueles potenciais, com reflexos

positivos para a geração de postos de trabalho na Região, além de garantir volume de negócios que

justifique a manutenção dos percentuais de destinação de recursos do FCO.

Page 111: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

111

9.2.4. Região Sudeste

As seguintes variáveis foram consideradas críticas para o Sistema “Sebrae-Região Sudeste”, no

horizonte temporal 2015-2022:

REGIÃO SUDESTE - VARIÁVEIS CRÍTICAS Setor Variável Crítica

Economia SE01 Aumento da participação do setor do petróleo no PIB regional

Infraestrutura SE02 Baixa disponibilidade hídrica na região

Infraestrutura SE03 Redução do custo de movimentação de carga na região

Economia SE04 Aumento do preço do óleo diesel na região

Atividade fim SE05 Crescimento do índice médio de competitividade turística nacional

REGIÃO SUDESTE – VARIÁVEIS CRÍTICAS - SETORES E QUANTIDADE DE VARIÁVEIS

etor Evento Total

Atividade fim S05 1

Economia SE01 SE04 2

Infraestrutura SE02 S03 2

Política 0

Social 0

Sustentabilidade 0

Decorrentes das variáveis críticas citadas anteriormente, formularam-se as seguintes questões

estratégicas e estabelecidos os respectivos pontos de tomada de decisão (“pontos de corte”), insumos

necessários ao presente estudo prospectivo:

REGIÃO SUDESTE - QUESTÕES ESTRATÉGICAS

SE01 Aumento da participação do setor do petróleo no PIB regional

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o setor de Petróleo e Gás contribua com mais de 30% para o PIB da região sudeste?

SE02 Baixa disponibilidade hídrica na região

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a região Sudeste seja afetada por uma grave crise hídrica que perdure por mais de 3 anos?

SE03 Redução do custo de movimentação de carga na região

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a realização de investimentos para modais de transporte reduzam em mais de 20% o custo da movimentação de cargas na região Sudeste?

SE04 Aumento do preço do óleo diesel na região

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o preço do óleo diesel na região Sudeste cresça a um patamar superior a 5% ao ano?

SE05 Crescimento do índice médio de competitividade turística nacional

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o Índice Médio de Competitividade Turística Nacional seja igual ou superior a 70.

Mediante a Pesquisa Delphi, registraram-se as seguintes probabilidade de ocorrência isolada dos

eventos estratégicos componentes da “Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Sudeste:

Page 112: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

112

REGIÃO SUDESTE - PROBABILIDADE E OCORRÊNCIA DE EVENTOS

Evento % Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 66% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 59% Ocorre BR03 Variação da taxa de inflação 55% Ocorre BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% Ocorre BR05 Aumento da carga tributária 59% Ocorre BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% Ocorre BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% Ocorre BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 70% Ocorre BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 61% Ocorre BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 53% Ocorre BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% Ocorre BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% Ocorre SE01 Aumento da participação do setor do petróleo no PIB regional 53% Ocorre

SE02 Baixa disponibilidade hídrica na região 66% Ocorre

SE03 Redução do custo de movimentação de carga na região 45% Não Ocorre

SE04 Aumento do preço do óleo diesel na região 58% Ocorre

SE05 Crescimento do índice médio de competitividade turística nacional 52% Ocorre

Após a realização dos “Impactos Cruzados”, onde os eventos foram confrontados entre si, registraram-

se as seguintes probabilidade de ocorrências condicional dos eventos estratégicos componentes da

“Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Sudeste:

REGIÃO SUDESTE - CENÁRIO MAIS PROVÁVEL – PROBABILIDADE CONDICIONAL, PERTINÊNCIA E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Região Sudeste – Cenário Mais Provável

Evento Probabilidade

Condicional

Pertinência Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 61% 8 Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 64% 7,82 Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 54% 7,72 Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57%

8,04 Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% 7,89 Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 74% 7,4 Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 71% 7,73 Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 73% 7,91 Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 64%

7,43 Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 60%

7,68 Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 57% 7,45 Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 75%

7,59 Ocorre

SE01 Aumento da participação do setor do petróleo

no PIB regional 53% 6,84 Ocorre

SE02 Baixa disponibilidade hídrica na região 66% 8,04 Ocorre

SE03 Redução do custo de movimentação de carga

na região 45% 7,69 Não Ocorre

SE04 Aumento do preço do óleo diesel na região 58% 7,24 Ocorre

SE05 Crescimento do índice médio de

competitividade turística nacional 52% 7,12 Ocorre

Page 113: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

113

9.2.4.1. Região Sudeste– Descrição do cenário mais provável

Estamos em 31 de dezembro de 2022....

Nos anos imediatamente anteriores a este estudo prospectivo, a Região Sudeste respondia por 92,4 %

da produção brasileira de petróleo e 64% da de gás, cabendo-lhe então cerca de 82,68 % dos royalties

e participações especiais pagas pelo setor no Brasil, além de beneficiar-se mais diretamente dos

empregos e impostos gerados. O peso do setor petrolífero na economia do SE passou dos então cerca

de 20% (2013-2014) para os atuais mais de 30%, fruto, entre outros aspectos, de retomada de plano

de investimentos pela PETROBRAS, cujo principal objetivo era o de dobrar a produção nacional até

2020. Tais investimentos ocorreram após aquela empresa recuperar-se da crise de gestão 2014-2015.

A disponibilidade hídrica da Região Sudeste foi insuficiente para suprir completamente a demanda, a

maior do País, somatório do contingente populacional e parques industriais, com impactos negativos

sobre a qualidade de vida e a economia regional. Essa indisponibilidade teve como origens fatores

climáticos - aumento médio de temperatura e queda de pluviosidade -, impactos ambientais –

insuficiente despoluição de mananciais contaminados -, e perdas na distribuição, cuja média de

desperdício da água tratada no SE é superior a 30%, conforme Dados do Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento / Ministério das Cidades, o dobro do índice considerado tolerável pela

Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Região Sudeste abriga em seu território alguns dos principais corredores e terminais exportadores

do país, bem como mais de 40% da população brasileira e responde por 55,2% do PIB nacional, o que

representa necessidade de frequentes investimentos para manutenção de infraestrutura adequada,

visando a redução de custos e cumprimento de prazos. Entretanto, o período de reduzida atividade

econômica, nos primeiros anos deste estudo prospectivo, produziu cortes de investimentos, com

impactos sobre as metas do Plano Nacional de Logística de Transporte (PNLT), com horizonte 2023,

que objetivava angariar volume de recursos necessários a infraestrutura dos transportes, incluindo-se

maior escala de investimentos privados, o que não aconteceu com a intensidade desejada. Foram

adotadas apenas iniciativas para mitigar alguns dos principais problemas e gargalos do setor na região,

a exemplo de investimentos em segurança, porém sem significativa redução de custos dos fretes.

Na Região Sudeste, o preço do óleo diesel (OD), combustível que abastece a frota que faz transporte

rodoviário de cargas no Brasil (cerca de 60% da matriz), continuou a apresentar o menor valor

praticado no País. Apesar de expectativa por redução de valores, em face de queda do preço

internacional do barril de petróleo, ocorreram aumentos que majoraram o custo do transporte de

carga nacional. Tais aumentos tiveram origem em fatores como: a) captação de recursos para

retomada de investimentos pela PETROBRAS; b) a retomada da cobrança da CIDE (imposto federal

sobre combustíveis), a partir de 2015, uma das medidas componentes do ajuste fiscal do governo

federal; e c) elevação das alíquotas de ICMS para compensar perdas de royalties sobre a produção de

petróleo, decorrentes de queda da cotação internacional e vigência da Lei 2.734/2012, que alterou a

transferência de recursos (royalties) dos estados e municípios produtores para os não produtores,

inclusive para os poços já em exploração.

O aumento do Índice Médio de Competitividade Turística Nacional previsto no Plano Nacional de

Turismo (2013-2016) foi importante para fomentar polos turísticos alternativos, com infraestrutura

Page 114: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

114

hoteleira adequada, desafogando a Região Sudeste, até então a mais visitada do País, que, entretanto,

apresenta problemas relativos ao fornecimento de energia elétrica e abastecimento hídrico. A vocação

turística da Região Sudeste sobre as demais decorre de fatos como, por exemplo: concentrar vários

dos pontos turísticos mais visitados do país; apresentar a mais alta taxa de urbanização e a melhor

infraestrutura de transportes do País, na qual inclui-se aeroportos, portos, rodovias e ferrovias;

maiores índices de escolaridade, industrialização e renda per capta; e a realização de eventos

esportivos internacionais – Olimpíadas-2016, entre outros.

9.2.5. Região Sul

As seguintes variáveis foram consideradas críticas para o Sistema “Sebrae-Região Sul”, no horizonte

temporal 2015-2022:

REGIÃO SUL - VARIÁVEIS CRÍTICAS

Setor Variáveis Críticas

Economia S01 Crescimento do PIB da América Latina

Economia S02 Aumento da produção industrial

Sustentabilidade S03 Aumento da geração de energias de fontes alternativas na região

Atividade fim S04 Aumento de startups na região

Economia S05 Aumento do consumo de produtos premium no brasil

REGIÃO SUL – VARIÁVEIS CRÍTICAS - SETORES E QUANTIDADE DE VARIÁVEIS

Setor Evento Total

Atividade fim S04 1

Economia S01 S02 S05 3

Política 0

Social 0

Sustentabilidade S03 1

Decorrentes das variáveis críticas citadas anteriormente, formularam-se as seguintes questões

estratégicas e estabelecidos os respectivos pontos de tomada de decisão (“pontos de corte”),

componentes dos eventos estratégicos constantes do Anexo A – Eventos BR01 a BR12 e Eventos S01 a

S05, insumos necessários ao presente estudo prospectivo:

REGIÃO SUL - QUESTÕES ESTRATÉGICAS

S01 Crescimento do PIB da América Latina

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, o crescimento do PIB dos países da América Latina seja superior ao crescimento do PIB brasileiro?

S02 Aumento da produção industrial

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, a produção industrial na região Sul se mantenha em patamares superiores a 25% do PIB regional?

S03 Aumento da geração de energias de fontes alternativas na região

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as energias alternativas ocupem mais de 20% na geração de energia da região Sul?

S04 Aumento de startups na região

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, as Startups atinjam a quantidade de 0,6 por 1.000 habitantes nas metrópoles da região Sul?

S05 Aumento do consumo de produtos premium no brasil

Page 115: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

115

Em sua opinião, qual a probabilidade de que, até 31 de dezembro de 2022, aumente o consumo de alimentos premium (orgânico/funcionais/certificados) em mais de 50%?

Mediante a Pesquisa Delphi, registraram-se as seguintes probabilidade de ocorrência isolada dos

eventos estratégicos componentes da “Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Sul:

REGIÃO SUL - PROBABILIDADE E OCORRÊNCIA DE EVENTOS Evento % Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 66% Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 59% Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 55% Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57% Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 69% Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 65% Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 70% Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 61% Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 53% Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 56% Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 68% Ocorre

S01 Crescimento do PIB da América Latina 47% Não Ocorre

S02 Aumento da produção industrial 57% Ocorre

S03 Aumento da geração de energias de fontes alternativas na região 67% Ocorre

S04 Aumento de startups na região 64% Ocorre

S05 Aumento do consumo de produtos premium no Brasil 58% Ocorre

Após a realização dos “Impactos Cruzados”, onde os eventos foram confrontados entre si, registraram-

se as seguintes probabilidade de ocorrências condicional dos eventos estratégicos componentes da

“Visão Brasil” e aqueles específicos para a Região Sul:

REGIÃO SUL - CENÁRIO MAIS PROVÁVEL – PROBABILIDADE CONDICIONAL, PERTINÊNCIA E OCORRÊNCIA DE EVENTOS

Região Sul – Cenário Mais Provável

Evento Probabilidade

Condicional

Pertinência Ocorrência

BR01 Crescimento do Produto Interno Bruto nacional 61% 8 Ocorre

BR02 Manutenção da taxa SELIC 64% 7,82 Ocorre

BR03 Variação da taxa de inflação 54% 7,72 Ocorre

BR04 Crescimento da escolaridade da população brasileira 57%

8,04 Ocorre

BR05 Aumento da carga tributária 59% 7,89 Ocorre

BR06 Crescimento do comércio eletrônico 74% 7,4 Ocorre

BR07 Aumento do número de pequenos negócios 71% 7,73 Ocorre

BR08 Ampliação de cobertura do “Simples Nacional” 73% 7,91 Ocorre

BR09 Continuidade do processo de formalização do MEI 64%

7,43 Ocorre

BR10 Maior importância da sustentabilidade para gestão empresarial 60%

7,68 Ocorre

BR11 Avanço na internacionalização das MPE 57% 7,45 Ocorre

BR12 Maior oferta em consultoria de gestão empresarial 75%

7,59 Ocorre

S01 Crescimento do PIB da América Latina 47% 6,91 Não Ocorre

S02 Aumento da produção industrial 57% 7,13 Ocorre

Page 116: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

116

S03 Aumento da geração de energias de fontes

alternativas na região 67% 7,78 Ocorre

S04 Aumento de startups na região 64% 7,65 Ocorre

S05 Aumento do consumo de produtos premium no

Brasil 58% 6,71 Ocorre

9.2.5.1. Região Sul– Descrição do cenário mais provável

Estamos em 31 de dezembro de 2022....

Ao longo do período 2015-2022 o Brasil apresentou crescimento médio do PIB superior à média

registrada na América Latina (AL), impactada por fatores externos como a desaceleração chinesa, com

baixa nos preços das commodities, aumento do custo do financiamento externo e menores

perspectivas de ingresso de capitais. O Brasil, mesmo afetado pelos fatores mencionados, adotou

opções estratégicas heterodoxas de gestão econômica, baseando seu crescimento no estímulo ao

consumo interno, no aumento de gastos públicos e nas desonerações fiscais a setores produtivos,

indutores do crescimento. Ainda, contribuiu para acelerar o crescimento nacional a captação de

volume de investimentos estrangeiros, superando os países europeus e da AL e Caribe.

A participação do setor industrial no PIB da Região Sul manteve média superior a 25%, invertendo a

tendência de redução registrada nos anos anteriores (2011-2012), semelhante ao que ocorria no País.

A retomada do crescimento econômico no período 2019-2022 e políticas governamentais de fomento

às atividades industriais nesta Região foram fundamentais para a retenção de empresas e instalação

de outras. Registra-se que a desvalorização cambial ocorrida entre 2014-2015 contribuiu para

aumentar a competitividade, bem como o ingresso de investimentos externos possibilitou expansão e

modernização do setor.

A expansão de fontes alternativas para geração de energia ocorreu fruto de pressões internacionais,

para redução de emissão de gases causadores do aquecimento global, e internas, para minorar a

dependência das usinas hidrelétricas, cujos funcionamentos podem ser afetados por alterações

climáticas, a exemplo de aumento médio da temperatura ambiente. Os investimentos estiveram em

consonância com o Plano Decenal (2010-2020) da Empresa de Pesquisa Energética do MME, que previa

incremento da fatia da biomassa em substituição ao uso de carvão vegetal, petróleo e gás.

A Região Sul apresentou também significativo surgimento de “startups”, apesar de permanecer em

segundo lugar, atrás da Região Sudeste. Além dos aspectos afetos à recuperação econômica, as

implantações de startups foram alavancadas na região pela maior quantidade de novas empresas

aceleradoras, as quais oferecem capital financeiro e intelectual em troca de participação nos futuros

lucros.

Constatou-se aumento no consumo de produtos premium na Região Sul em face de estímulos focados

em aspectos ambientais (não poluentes) e psicológicos (satisfação em possuir/consumir algo de

melhor qualidade que a “versão normal”), mesmo a preços maiores. Ainda, instrumentos legais

estimularam a produção, com o ingresso no mercado de grandes varejistas regionais com produtos

orgânicos de marca própria.

Page 117: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

117

10. Anexo III - Participantes das etapas para elaboração

dos cenários

Neste anexo listamos os participantes de cada uma das etapas que envolveram outras unidades além

da UGE do Sebrae NA.

Essas etapas foram:

i. Oficina de identificação das variáveis críticas - Representantes do Sebrae NA e Sebrae/UF

ii. Análise de Mapa de Atores - Representantes do Sebrae NA

iii. Elaboração de Medidas Pré e Proativas – Dirigentes Sebrae/UF

9.1. Oficina de identificação das variáveis críticas - Representantes do Sebrae NA e Sebrae UF

Participantes: Representantes do Sebrae NA e Sebrae/UF

Data: 05 e 06/02/2015

Nº Nome Unidade UF/NA

1 ADALBERIA WILSON SEBRAE/PB PB

2 ADEMIR WHITMAM GOMES REGO SEBRAE/TO TO

3 ALEXANDRE GUERRA UAIN NA

4 ANA CLAUDIA ARRUDA SEBRAE/PE PE

5 ANA CLÉVIA UACS NA

6 ANDRÉ GUSTAVO DE ARAUJO BARBOSA SEBRAE/BA BA

7 ANDRÉ L. VIEIRA CAMPOS SEBRAE/RS RS

8 ANDRÉIA C. GRÄTSCH DO NASCIMENTO SEBRAE/RS RS

9 ANDREZZA TORRES UACS NA

10 ANTÔNIO PAIXÃO GARCÊS SEBRAE/MA MA

11 AUGUSTO TOGNI UDT NA

12 BRUNA MACHADO TEIXEIRA UMC NA

13 BRUNO FLEURY SEBRAE/GO GO

15 CAMILLA COSTA SEBRAE/GO GO

16 CARLA PATRÍCIA VIANA NOBRE SEBRAE/PI PI

17 CECÍLIA FONSECA E MIRANDA UDT NA

18 CRISLENE ARAUJO SEBRAE/CE CE

19 DANIEL TEIXEIRA GUIMARÃES SEBRAE/RJ RJ

20 DANIELA NEGRI SEBRAE/ES ES

21 DEMIAN LUBE RODRIGUES CONDE UAGRO NA

22 DENILSON R A ROCHA SEBRAE/MG MG

24 EDER JOSÉ SEBRAE/GO GO

25 EDILSON SANTOS NASCIMENTO SEBRAE/SE SE

28 ELTON PANTOJA SEBRAE/AC AC

30 ENIO QUEIJADA DE SOUZA UAGRO NA

33 FABIO LUCAS PIMENTEL DE OLIVEIRA SEBRAE/PE PE

34 FERNANDA MACIEL MAMAR ARAGÃO CARNEIRO UAIN NA

Page 118: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

118

35 FERNANDO BANDEIRA UMC NA

36 FRANCISCO CESARINO SEBRAE/RJ RJ

38 GETULIO VAZ UCE NA

39 GLENA CARDOSO LIMA SEBRAE/MA MA

41 HELBERT DANILO FREITAS DE SÁ UAGRO NA

42 HELOIZA IZUMI HIRANO SEBRAE/SP SP

44 INÊS SCHWINGEL UPP NA

45 IVANI COSTA SEBRAE/PB PB

46 JACKSON ANDRÉ DA SILVA SEBRAE/SC SC

48 JOÃO GABRIEL SEBRAE/PR PR

50 JUSSARA DE FARIA MALHEIROS UASJUR NA

52 KELLY JACKELINE DA SILVA LIMA SEBRAE/MS MS

53 LARISSA COSTA UASJUR NA

54 LÚCIA DE FÁTIMA LOIOLA DE OLIVEIRA SEBRAE/PI PI

55 LUCIANA CARVALHO DE AGUIAR SEBRAE/TO TO

56 MAGALY TÂNIA DIAS DE ALBUQUERQUE GABINETE DITEC NA

59 MARCILIO MOREIRA DA CUNHA JUNIOR SEBRAE/MS MS

61 MARCOS VENICIUS GONDIM SEBRAE/CE CE

62 MARIA AUXILIADORA ALVES SILVA SEBRAE/SE SE

63 MARIA CÂNDIDA ALMEIDA BITTENCOURT UMC NA

64 MARIAM ADACHI OLIVEIRA SEBRAE/MT MT

65 MAURA MIRAGLIA UPP NA

66 MAURICIO TEDESCHI UACC NA

68 MURIELLY NÓBREGA SEBRAE/AC AC

70 NEWMAN MARIA DA COSTA UAGRO NA

71 NILO VASCONCELOS DE OLIVEIRA SEBRAE/RO RO

72 PATRÍCIA NORBIM SEBRAE/ES ES

74 PEDRO GOMES FISCINA SEBRAE/SE SE

75 RAQUEL CARDOSO BENTES UCSEBRAE NA

76 RENATA FONSECA SEBRAE/AL AL

78 SILMAR PEREIRA RODRIGUES GABINETE DITEC NA

79 SUÉLIA PEREIRA DA SILVA UAF NA

81 VINÍCIUS TEIXEIRA DE CARVALHO SEBRAE/MG MG

82 WESLEY CARDOSO BATISTA SEBRAE/TO TO

83 JOSÉ WEVERTON PIMENTA LEITE UAMSF NA

84 FRANCISCO BRITO SEBRAE/PE PE

85 FRANCISCO YAMANKA SEBRAE/SC AC

86 FLAVIANO AUGUSTO NUNES D. UAF/NA NA

87 ARIANE C. DALL RIZZDO DE LIMA SEBRAE/MT MT

88 ERALDO RICARDO DO SANTOS UAMSF NA

89 DIVAL SCHMIDT FILHO UAMSF NA

90 ELIZAMAR FARIAS ARAUJO SEBRAE/AP AP

91 WANDERLEIA DOS S. OLIVEIRA SEBRAE/AM AM

92 MARCIO MARINHO BRANCO SEBRAE/AP AP

93 ORIDETE A. C. RAMALHO SEBRAE/RR RR

94 ROGERIO JANSEN SEBRAE/RR RR

Page 119: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

119

95 VICENTE SCHETTINI SEBRAE/AM AM

96 AUGUSTO TOGNI UDT NA

97 CAROLINA COSTA XAVIER SEBRAE/MG MG

98 ALINE P. DANTAS SILVA SEBRAE/RN RN

99 DEBORA C. DE BRITO SEBRAE/AL AL

9.2. Oficina para análise do Mapa de Atores - Representantes do Sebrae NA

Participantes: Representantes do Sebrae NA

Data: 25/03/2015

Nº Nome Unidade

1 THIAGO MOREIRA DA SILVA UPP

2 GABRIEL RIZZA UPP

4 ALEXANDRE DE OLIVEIRA AMBROSINI UAIT

5 MARIA DE LOURDES HUNGRIA UMC

6 JOÃO SILVÉRIO JÚNIOR UAMSF

7 HYRLA MARIANNA O. S. SILVA UACC

8 ALBERTO VALLIM UACC

9 MIRIAM MACHADO ZITZ DITEC

10 SILMAR PEREIRA RODRIGUES DITEC

11 ANDRÉ LUIS DA SILVA DANTAS DAF

12 DENISE CHAVES PRESI

9.3. Oficina para elaboração de medidas pré e proativas – Dirigentes Sebrae UF

Participantes: Dirigentes Sebrae UF

Data: 07/04/2015

Nº Nome Cargo UF

1 JOSÉ ROBERVAL CABRAL DA SILVA GOMES DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/AL

2 MARCOS ANTÔNIO DA ROCHA VIEIRA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/AL

3 RONALDO DE MORAES E SILVA DIRETOR TÉCNICO Sebrae/AL

4 AÉCIO FLÁVIO FERREIRA DA SILVA DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/AM

5 LAMISSE SAID DA SILVA CAVALCANTE DIRETORA TÉCNICA Sebrae/AM

6 ANDRESSA HEINRICH B DE OLIVEIRA NORONHA DIRETORA SUPERINTENDENTE Sebrae/AM

7 ISANA RIBEIRO DE ALENCAR DIRETORA TÉCNICA Sebrae/AP

8 JOÃO CARLOS CALAGE ALVARENGA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/AP

9 WALDEIR GARCIA RIBEIRO DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/AP

10 ADHVAN NOVAIS FURTADO DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/BA

11 LAURO ALBERTO CHAVES RAMOS DIRETOR TÉCNICO Sebrae/BA

12 FRANKLIN SANTANA SANTOS DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/BA

13 AIRTON GONÇALVES JÚNIOR DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/CE

15 ALCI PORTO GURGEL JÚNIOR DIRETOR TÉCNICO Sebrae/CE

16 JOAQUIM CARTAXO FILHO DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/CE

Page 120: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

120

17 ANTÔNIO VALDIR OLIVEIRA FILHO DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/DF

18 CASSIANA ABRITTA GARCIA BRANDÃO DIRETORA DE GESTÃO E PRO-DUÇÃO

Sebrae/DF

19 JÚLIO MIRAGAYA DIRETOR DE ATENDIMENTO Sebrae/DF

20 BENILDO DENADAI DIRETOR TÉCNICO Sebrae/ES

21 LUCIANA JAIME ALBERNAZ DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/GO

22 WANDERSON PORTUGAL LEMOS DIRETOR TÉCNICO Sebrae/GO

24 JOSÉ DE RIBAMAR MORAIS DIRETOR TÉCNICO Sebrae/MA

25 RACHEL MIRANDA JORDÃO DA SILVA DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/MA

28 JOÃO BATISTA MARTINS DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/MA

30 AFONSO MARIA ROCHA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/MG

33 CLÁUDIO GEORGE MENDONÇA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/MS

34 MARISTELA DE OLIVEIRA FRANÇA DIRETORA TÉCNICA Sebrae/MS

35 ENEIDA MARIA DE OLIVEIRA DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/MT

36 JOSÉ GUILHERME BARBOSA RIBEIRO DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/MT

38 LEIDE GARCIA NOVAES KATAYAMA DIRETORA TÉCNICA Sebrae/MT

39 ANDRE FERNANDES DE PONTES DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/PA

41 HUGO YUTAKA SUENAGA DIRETOR TÉCNICO Sebrae/PA

42 FABRIZIO AUGUSTO GUAGLIANONE DE SOUZA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/PA

44 LUIZ ALBERTO GONÇALVES DE AMORIM DIRETOR TÉCNICO Sebrae/PR

45 JOAO MONTEIRO DE FRANCA NETO DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/PR

46 ADRIANA TAVARES CÔRTE REAL KRUPPA DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/PE

48 JOSÉ OSWALDO DE BARROS LIMA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/PE

50 DELANO ROCHA DIRETOR TÉCNICO Sebrae/PI

52 ULYSSES MORAES DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/PI

53 VITOR ROBERTO TIOQUETA DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/PR

54 JULIO CÉZAR AGOSTINI DIRETOR DE OPERAÇÕES Sebrae/PR

55 JOSÉ GAVA NETO DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/PR

56 ARMANDO AUGUSTO CLEMENTE DIRETOR DE PROD. E ATEND. Sebrae/RJ

59 JOSÉ FERREIRA DE MELO NETO DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/RN

61 JOSÉ EDUARDO RIBEIRO VIANA DIRETOR DE OPERAÇÕES Sebrae/RN

62 MARIA CRISTINA DE ANDRADE SOUZA DIRETORA TÉCNICA Sebrae/RR

63 ALMIR MORAIS SÁ DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/RR

64 DERLY CUNHA FIALHO DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/RS

65 CARLOS ALBERTO SCHUTZ DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/RS

66 AYRTON PINTO RAMOS DIRETOR TÉCNICO Sebrae/RS

68 ANACLETO ÂNGELO ORTIGARA DIRETOR TÉCNICO Sebrae/SC

70 CARLOS GUILHERME ZIGELLI DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/SC

71 MARCELO FARIAS BARRETO DIRETOR TÉCNICO Sebrae/SE

72 EMANOEL SILVEIRA SOBRAL DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/SE

74 EDUARDO PRADO DE OLIVEIRA JUNIOR DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/SE

75 JARBAS LUÍS MEURER DIRETOR DE ADM. E FINANÇAS Sebrae/TO

Page 121: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

121

76 OMAR ANTONIO HENNEMANN DIRETOR SUPERINTENDENTE Sebrae/TO

78 MÁRIO LÚCIO ÁVILA INTERVENTOR (PRESI) Sebrae/RO

79 SAMUEL SILVA DE ALMEIDA INTERVENTOR (DITEC) Sebrae/RO

81 CARLOS BERTI INTERVENTOR (DAF) Sebrae/RO

Page 122: 2015. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa … · 4 Evento BR11 – Avanço na internacionalização das MPE ..... 59 Evento BR12 - Maior oferta em consultoria

122