45
2017

2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

2017

Page 2: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

Diretor-geral

Décio Fabricio Oddone da Costa

Diretores

Aurélio Cesar Nogueira Amaral

Dirceu Cardoso Amorelli

Felipe Kury

José Cesário Cecchi

Superintendente de Segurança Operacional e Meio Ambiente

Marcelo Mafra Borges de Macedo

Superintendente-adjunto de Segurança Operacional e Meio Ambiente

Carlos Agenor Onofre Cabral

Elaboração

Alex Garcia de Almeida

Daniela Goñi Coelho

Page 3: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

3

PREFÁCIO

Este relatório tem a finalidade de apresentar aos diversos segmentos da indústria de

petróleo e gás natural os dados relacionados à segurança operacional no upstream no ano

de 2017, regulada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

por meio da Superintendência de Segurança Operacional e Meio Ambiente (SSM). Tais

informações foram consolidadas visando propiciar um diagnóstico do desempenho relativo

a segurança operacional para o segmento de Exploração e Produção de petróleo e gás natural

no Brasil.

É importante contextualizar a segurança operacional e o meio ambiente com a

retomada das atividades de E&P, tendo como foco os campos e blocos do pré-sal. O esforço

realizado para oferta dessas áreas tornará, em breve, o Brasil numa fronteira definitiva de E&P

na geopolítica do petróleo. Dessa forma, é mais que necessário que todos os players

envolvidos trabalhem em estreita cooperação, de tal forma que haja um crescimento

sustentável da indústria. Vale destacar que a atuação da ANP nas questões de segurança

operacional pauta-se na prevenção e na melhoria contínua das operações. A Agência está

consciente de que cabe a cada agente econômico a responsabilidade pela manutenção da

segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio

ambiente.

Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de maneira

concentrada em 4 (quatro) grandes frentes estratégicas, a saber: (i) incremento da presença

da fiscalização em campo; (ii) desenvolvimento de regulamentos com foco em sistemas de

gestão, orientados a desempenho e baseados em riscos; (iii) priorização de ações preventivas

através da intensificação do diálogo com a indústria e suas representações e (iv)

favorecimento das condições para otimização dos processos de licenciamento ambiental.

Tais esforços vêm garantindo, ao longo do tempo, o alcance de importantes

resultados, com destaques para: (i) expressiva redução do perfil de severidade das não

conformidades identificadas durante as ações de fiscalização da ANP; (ii) redução de

aplicação de medidas cautelares; (iii) o forte engajamento dos grupos de trabalho entre ANP

e o mercado, possibilitando a elaboração das primeiras boas práticas de segurança

operacional da indústria brasileira e (iv) a aproximação estratégica com o IBAMA, com o apoio

da Secretaria Especial do Programa de Parceria do Investimento (SPPI) da Presidência da

República.

Ainda há, sem dúvida, muito trabalho pela frente, mas o viés positivo de alinhamento

dos atores dessa indústria se constitui num grande ativo na trilha do desenvolvimento da

cultura de segurança operacional e ambiental no E&P brasileiro. No que tange a regulação

de Segurança Operacional e Meio ambiente, a ANP está investindo em sistemas de

inteligência para orientar o foco e os recursos para ações de maior complexidade e maior

risco. Ou seja, o compromisso desta Superintendência é pautado pela integração com o

mercado, com a implementação um arcabouço regulatório de vanguarda e com a realização

ações de fiscalização estruturadas e bem planejadas, resultando em operações cada vez mais

seguras, garantindo assim a proteção à vida humana e a coexistência sustentável da indústria

com o meio ambiente, impactando positivamente no desenvolvimento do Brasil.

Page 4: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

4

CONTEÚDO

1. NÍVEL DE ATIVIDADE DA INDÚSTRIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS

NATURAL ............................................................................................................................................................ 5

2. AUDITORIAS DE SEGURANÇA OPERACIONAL – FISCALIZAÇÃO COM FOCO PREVENTIVO .......... 9

2.1. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) em plataformas

marítimas de produção de petróleo e gás natural .................................................................................................. 9

2.1.1. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) em sondas marítimas

12

2.2. AUDITORIAS DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE INTEGRIDADE ESTRUTURAL DE CAMPOS TERRESTRES DE PRODUÇÃO

DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL (SGI) .................................................................................................................................. 15

3. ANÁLISE DOS INCIDENTES OPERACIONAIS – RESULTADOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRATICADOS PELOS AGENTES REGULADOS ............................................................................................... 18

3.1. PLATAFORMAS MARÍTIMAS DE PRODUÇÃO ............................................................................................................. 27

3.2. SONDAS MARÍTIMAS DE PERFURAÇÃO E INTERVENÇÃO ........................................................................................... 32

3.3. ATIVIDADES TERRESTRES ....................................................................................................................................... 36

4. INVESTIGAÇÕES DE INCIDENTES REALIZADAS PELA ANP ............................................................... 38

4.1. ACIDENTE DE EXPLOSÃO NA SONDA MARÍTIMA NORBE VIII .................................................................................... 39

5. MULTAS APLICADAS ............................................................................................................................... 40

6. INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES DE INSTALAÇÕES .......................................................................... 42

7. CONCLUSÕES............................................................................................................................................ 43

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 44

Page 5: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

5

1. NÍVEL DE ATIVIDADE DA INDÚSTRIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE

PETRÓLEO E GÁS NATURAL1

Os dados apresentados no Gráfico 1, Gráfico 2 e Gráfico 3 mostram a evolução do nível

de atividades da indústria de exploração e produção de petróleo e gás natural desde 2009,

divididos em: (i) atividades em sondas marítimas2, (ii) atividades de produção marítimas e (iii)

atividades de produção em campos terrestres3. Os valores foram normalizados utilizando-se

como referência o ano de 2009.

Gráfico 1 - Evolução do nível de atividades em sondas marítimas desde 2009

Conforme o Gráfico 1, durante o período analisado houve uma redução de mais de 60%

no número de poços perfurados por ano em relação ao ano de 2009. Em 2017, o número de

sondas que operaram no Brasil foi igual ao valor obtido em 2009, entretanto, estas unidades

perfuraram apenas 34% da quantidade de poços perfurados no ano de referência,

consumindo mais que o dobro em horas de trabalho.

1 As atividades consideradas neste relatório incluem as sondas e plataformas marítimas, além dos campos terrestres. 2 As atividades em sondas marítimas englobam as atividades de perfuração, completação, testes e intervenções em poços. 3 A atividade em campos terrestres refere-se aos campos que estão sob o regime de segurança operacional estabelecido na Resolução ANP nº 02/2010, ou seja, campos com produção superior a 15 m3/dia de óleo ou 2.000 m3/dia de gás natural.

4.28

5.79

6.68 6.67

5.93

4.86

3.11

2.39

1 1.241.66

2.37 2.241.92 1.71

1.08 1.001.14 1.32 1.26 1.05 0.84 0.59 0.43 0.34

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Val

or

do

par

âme

tro

no

an

o /

Val

or

do

p

arâm

etr

o e

m 2

00

9

Evolução do nível de atividades de sondas marítimas

Horas de trabalho em sondas marítimas

Quantidade de sondas marítimas

Quantidade de poços perfurados em mar

Page 6: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

6

Gráfico 2 - Evolução do nível de atividades em plataformas marítimas desde 2009

Em contraponto às atividades em sondas marítimas, as atividades em plataformas de

produção marítimas têm aumentado ao longo do período analisado, com um incremento

mais pronunciado a partir de 2013, quando considerados os valores de horas de trabalho e

de produção de petróleo e gás natural. Por outro lado, no período avaliado, a quantidade de

poços produtores em mar tem oscilado a cada ano em torno de um mesmo patamar, o que,

associado ao aumento na produção, representa uma maior produtividade dos poços.

0.80

0.97 1.011.01

1.13

1.191.12

1.22

11.07

1.10 1.09 1.08

1.22

1.351.41

1.50

1.030.96 0.99

0.96

1.050.98

0.940.99

0.7

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

1.6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Val

or

do

par

âme

tro

no

an

o /

Val

or

do

p

arâm

etr

o e

m 2

00

9Evolução do nível de atividades de produção marítimas

Horas de trabalho em plataformas de produção

Produção de petróleo e gás natural em mar em barris de óleo equivalente

Quantidade de poços produtores em mar

Page 7: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

7

Gráfico 3 - Evolução do nível de atividades em campos terrestres desde 2009

Em relação aos campos terrestres, houve uma pequena queda na quantidade poços

produtores e na produção em barris de óleo equivalente no ano de 2017 quando comparados

aos valores anuais desde 2009. A quantidade de poços perfurados em terra atingiu o menor

valor no período analisado. Em contraste a este cenário, houve um aumento do número de

horas de trabalho em 2017, atingindo o maior valor já observado e revertendo a tendência

de queda observada desde 2014, quando este parâmetro começou a ser acompanhado4.

Um resumo comparativo entre os resultados das atividades terrestres e marítimas no ano

de 2017 é apresentado no Gráfico 4.

4 Os valores de homem-hora trabalhados em campos terrestres começaram a ser reportados à ANP em 2014, motivo pelo qual a comparação é feita deste ano em diante e tendo como referência para normalização o valor relativo a 2014. Os dados de homens-hora apresentados referem-se apenas aos valores relativos aos campos cuja concessionária é a Petrobras.

1.00 1.02 1.01

1.07 1.11 1.07

1.05

0.920.86

0.65

0.88

0.63 0.66

0.84

0.27

0.26

11.05 1.07 1.06

1.061.06 1.04

1.00

0.931.00

0.760.61

1.03

0.1

0.3

0.5

0.7

0.9

1.1

1.3

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Val

or

do

par

âme

tro

no

an

o /

Val

or

do

par

âme

tro

em

2

00

9Evolução do nível de atividades em campos terrestres

Produção de petróleo e gás natural em terra em barris de óleo equivalente

Quantidade de poços perfurados em terra

Quantidade de poços produtores em terra

Horas de trabalho em campos terrestres

Page 8: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

8

Gráfico 4 - Comparação entre atividades em instalações marítimas e terrestres

Em resumo, as atividades marítimas representam cerca de 10% do total de poços

produtores brasileiros, entretanto, correspondem a aproximadamente 95% da produção

nacional de petróleo e 80% da produção de gás natural, consumindo cerca de 70% do total

de horas de trabalho. Por outro lado, a quantidade de poços perfurados em terra representa

quase o triplo da quantidade de poços perfurados em mar.

62

793

32.269

943

43.90

175

7196

7.848

48

18.36

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Poços perfurados

Poços produtores

Produção de gás natural (milhões m3)

Produção de petróleo (milhões barris)

Milhões de Hh de trabalho

Comparação entre atividades marítimas e terrestres

Atividades Marítimas Atividade Terrestres

Page 9: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

9

2. AUDITORIAS DE SEGURANÇA OPERACIONAL – FISCALIZAÇÃO COM FOCO

PREVENTIVO

A ANP/SSM realiza a fiscalização regular da segurança operacional através de auditorias

de sistemas de gestão das atividades reguladas. Atualmente a SSM regula a segurança

operacional das atividades de exploração e produção brasileiras por meio da aplicação dos

seguintes regulamentos:

i) Resolução ANP n° 43/2007 (SGSO), que institui o regime de segurança operacional

e o regulamento técnico do sistema de gerenciamento da segurança operacional

das instalações marítimas de perfuração e produção de petróleo e gás natural;

ii) Resolução ANP n° 2/2010 (SGI), que amplia a aplicação do SGSO em atividades

terrestres para empresas que possuem atividades marítimas e estabelece o

regulamento técnico do sistema de gerenciamento da integridade estrutural das

instalações terrestres de produção de petróleo e gás natural, modelo simplificado

e proporcional às atividades destas empresas;

iii) Resolução ANP n° 06/2011 (RTDT), que estabelece o regulamento técnico de dutos

terrestres para a movimentação de petróleo, derivados e gás natural;

iv) Resolução ANP n° 41/2015 (SGSS), que estabelece o regulamento técnico do

sistema de gerenciamento da segurança operacional de sistemas submarinos; e

v) Resolução ANP n° 46/2016 (SGIP), que estabelece o regulamento técnico do

sistema de gerenciamento da segurança operacional de sistemas submarinos.

2.1. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO)

em plataformas marítimas de produção de petróleo e gás natural

No ano de 2017, foram realizadas 51 ações de fiscalização, mantendo o patamar atingido

no ano anterior. Considerando as auditorias aqui apresentadas, foi identificado um total de

753 não conformidades no ano, com uma média de 14,8 não conformidades por auditoria.

Page 10: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

10

Gráfico 5 - Quantidade de auditorias realizadas por ano e média de não conformidades por auditoria em

unidades marítimas de produção

Como pode ser observado no Gráfico 6 e no Gráfico 7, o perfil por prática de gestão de

não conformidades emitidas durante o ano de 2017 permanece muito similar ao verificado

na série histórica. Destaca-se a redução das não conformidades nas práticas 9 e 17,

relacionadas, respectivamente, a Investigação de incidentes e Práticas de trabalho seguro e

procedimentos de controle em atividades especiais.

Gráfico 6 - Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2017 em plataformas

de produção marítimas

3

39

33

14

13

18

24

51 51

6.3 7.7 8.2

3.5

18.1

15.818.6

14.4 14.8

0

10

20

30

40

50

60

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Auditorias em plataformas marítimas

Auditorias em plataformas marítimas Média de não conformidades por auditoria

0%

5%

10%

15%

20%

PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17

Não conformidades por práticas de gestão em plataformas marítimas (2017)

Leve Moderada Grave Crítica

Page 11: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

11

Gráfico 7 - Distribuição histórica das não conformidades apontadas em auditorias de plataformas de produção

desde o ano de 2009

A análise da série histórica das não conformidades mostra que as práticas de Identificação

e Análise de Riscos, Integridade Mecânica e Gerenciamento de Mudanças (respectivamente

PGs 12, 13 e 16) seguem como as mais frequentes dentre as que são objeto de não

conformidades.

Quando comparamos os valores da série histórica com os valores de 2017, observamos

que permanece elevado o número de não conformidades observadas nas práticas de gestão

nº 12 (Identificação e Análise de Riscos) e 16 (Gestão de Mudança). Apesar de ainda

apresentarem uma participação significativa dentre o total, foi observada uma redução na

proporção de não conformidades nas práticas 13 (Integridade Mecânica) e 14 (Planejamento

de grandes emergências) em relação ao total.

As não conformidades críticas identificadas nas auditorias durante o ano de 2017 foram

atribuídas às práticas de Elementos Críticos, Identificação e Análise de Riscos e Práticas de

Trabalho Seguro (respectivamente, 11, 12 e 17). Observa-se que a prática 12 (Identificação e

Análise de Riscos) possui maior frequência de não conformidades emitidas, correspondendo

à metade do total de não conformidades críticas emitidas no ano.

O Gráfico 8 abaixo exibe a evolução da distribuição de não conformidades por auditoria

para cada classificação de gravidade (crítica, grave, moderada e leve). Observa-se desde 2014

tendência de aumento da proporção de não conformidades leves e redução da proporção

de não conformidades graves. Em 2014, a proporção entre as quantidades de não

conformidades graves e leves foi de aproximadamente 8:1. Esta proporção foi se reduzindo

0%

5%

10%

15%

20%

PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17

Não conformidades por práticas de gestão em plataformas marítimas (histórico)

Leve Moderada Grave Crítica

Page 12: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

12

gradativamente ao longo do tempo, até atingir em 2017 uma proporção de 0,8 não

conformidade grave para cada não conformidade leve emitida.

Gráfico 8 - Distribuição de não conformidades por auditoria apontadas em auditorias de plataformas de

produção

2.1.1. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional

(SGSO) em sondas marítimas

No ano de 2017, foram realizadas 15 ações de fiscalização em sondas marítimas de

perfuração, conforme o Gráfico 9, acompanhando a tendência de redução das atividades de

sondas marítimas. Apesar desta redução, a quantidade de auditorias foi superior à média

histórica, tendo sido fiscalizadas 55% das unidades marítimas que operaram5 neste ano de

2017.

5 Para este cálculo foram desconsideradas as unidades híbridas, pois nestes casos as sondas se encontram instaladas em

unidades de produção.

0.20.5

0.20.9

0.5 0.20.7 1.6

3.31.1

8.8

10.0

8.3

4.8

3.83.3

3.9 3.7

1.7

4.54.3

6.65.5 5.8

2.3 2.2

1.00.7

4.2

1.3

2.83.6

4.9

0

2

4

6

8

10

12

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Evolução das não conformidades por auditoriaem plataformas marítimas

críticas graves moderadas leves

Page 13: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

13

Gráfico 9 - Quantidade de auditorias realizadas por ano e média de não conformidades por auditoria em

sondas marítimas de perfuração

Por ocasião dessas auditorias, foi identificado um total de 117 não conformidades, com

média de emissão de 7,8 não conformidades por auditoria. Destas, 27 foram classificadas

como leves (23%), 56 como moderadas (8%), 33 como graves (28%) e 1 como crítica (1%).

Como pode ser observado no Gráfico 10 e no Gráfico 11, o perfil de não conformidades

por prática de gestão no ano de 2017 apresenta algumas alterações se comparado à série

histórica. Destaca-se uma redução percentual significativa de não conformidades nas práticas

6, 7 e 17 relacionadas, respectivamente, a Monitoramento e melhoria contínua do

desempenho; Auditorias, e Práticas de Trabalho Seguro e Procedimentos de Controle em

Atividades Especiais.

1

18

21

18

13

29

24 23

15

4.0

14.8

9.4

4.86.8

9.1

12.0

9.17.8

0

5

10

15

20

25

30

35

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Auditorias em sondas marítimas

Auditorias em sondas marítimas Média de não conformidades por auditoria

Page 14: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

14

Gráfico 10 - Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2017 em sondas

marítimas de perfuração

Gráfico 11 - Distribuição histórica das não conformidades apontadas em auditorias de sondas marítimas de

perfuração desde o ano de 2009

Historicamente, a prática 13 (Integridade Mecânica) possui a maior incidência de não

conformidades observadas nas fiscalizações em sondas marítimas de perfuração. Entre as não

conformidades emitidas em 2017, foram observados com maior frequência desvios nas

práticas 12, 13 e 14, respectivamente, relacionadas a Identificação e Análise de Riscos,

Integridade Mecânica e, Planejamento e Gerenciamento de Grandes Emergências.

No entanto, quando verificadas as não conformidades emitidas em 2017 classificadas

como graves, conclui-se que a prática 16 (Gestão de Mudança) representou a maior

0%

5%

10%

15%

20%

PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17

Não conformidades por práticas de gestão em sondas marítimas (2017)

leve moderada grave crítica

0%

5%

10%

15%

20%

PG 1 PG 2 PG 3 PG 4 PG 5 PG 6 PG 7 PG 8 PG 9 PG 10 PG 11 PG 12 PG 13 PG 14 PG 15 PG 16 PG 17

Não conformidades por práticas de gestão em sondas marítimas (histórico)

leve moderada grave crítica

Page 15: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

15

quantidade de não conformidades graves, seguida pelas supramencionadas práticas de

gestão 12 e 14 e pela prática 15 (Procedimentos Operacionais). A prática 10 (Projeto,

construção, instalação e desativação) apresentou a única não conformidade crítica.

Verifica-se no Gráfico 12 uma redução do perfil de gravidade das não conformidades

desde 2015, ressaltada pela significativa redução da quantidade média de não conformidades

graves e moderadas e da manutenção do número médio de não conformidades leves.

Gráfico 12 - Distribuição de não conformidades apontadas em auditorias de sondas marítimas de produção

por gravidade

2.2. Auditorias do Sistema de Gerenciamento de Integridade Estrutural de

Campos Terrestres de Produção de Petróleo e Gás Natural (SGI)

Em 2017 foram realizadas 16 auditorias em campos terrestres. Como resultado, foi

identificado um total de 157 não conformidades. O Gráfico 13 exibe a quantidade de

auditorias em campos terrestres realizadas por ano, bem como a média de não

conformidades emitidas nestas auditorias, desde o ano de 2012.

0.00.6 0.4

0.0 0.0 0.10.3 0.0 0.1

2.0

3.9 3.4

1.1

3.6

3.4

3.62.7

2.2

1.0

7.2

3.1

1.61.8

4.3

5.4

4.43.7

3.2

2.42.2

1.3

2.7

1.9

1.8

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Evolução das não conformidades por auditoriaem sondas marítimas

críticas graves moderadas leves

Page 16: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

16

Gráfico 13 - Quantidade de auditorias realizadas em campos terrestres por ano e média de não

conformidades por auditoria

Conforme pode ser observado no Gráfico 13, a quantidade de auditorias em campos

terrestres tem aumentado desde 2012, atingindo seu maior valor no ano de 2017. Esta

tendência de aumento na quantidade de auditorias realizadas por ano evidencia a

preocupação da ANP em ampliar a taxa de cobertura das instalações terrestres de produção.

O Gráfico 14 e o Gráfico 15 apresentam, respectivamente, a distribuição das não

conformidades apontadas nas auditorias em campos terrestres realizadas em 2017 e o

histórico de não conformidades por item do RTSGI6, do SGSO7 e outros regulamentos e atos

normativos8, considerando a classificação de gravidade.

6 Os itens do RTSGI são: 6 – Estrutura Organizacional, Qualificação e Treinamento, 7 – Informação e Documentação, 8 – Identificação e Análise de Riscos, 9 – Plano de Emergência, 10 – Documentação de Segurança Operacional, 11 – Garantia da Integridade Estrutural das Instalações, 12 – Projeto da Instalação, 13 – Construção e Montagem da Instalação, 14 – Elementos Críticos de Segurança Operacional, 15 – Inspeção de Equipamentos e Tubulações, 16 – Manutenção de Equipamentos e Tubulações, 17 – Operação e Processo e 18 – Desativação da Instalação. 7 As práticas de gestão do SGSO são: 3 – Qualificação, Treinamento e Desempenho do Pessoal, 6 – Monitoramento e Melhoria Contínua do Desempenho e 7 – Auditorias. 8 O item “outros” refere-se a outros itens que suscitaram não conformidades, como o Contrato de Concessão ou o Anexo 3 do SGI.

5

2

68

13

1616.8

30.0

4.7

18.0 18.8

9.8

0

5

10

15

20

25

30

35

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Auditorias em campos terrestres

Auditorias em campos terrestres Média de não conformidades por auditoria

Page 17: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

17

Gráfico 14 - Distribuição das não conformidades apontadas nas auditorias realizadas em 2017 em campos

terrestres

Como indica o Gráfico 14, em 2017 foram apontadas mais não conformidades nos

requisitos 9 (Plano de Emergência), 16 (Manutenção de Equipamentos e Tubulações), 13

(Construção e Montagem da Instalação), 8 (Identificação e Análise de Risco) e 17 (Operação

e Processo). Juntas, as não conformidades relativas a estes requisitos correspondem a cerca

de 65% das não conformidades apontadas em 2017.

Gráfico 15 - Distribuição histórica das não conformidades apontadas em auditorias de campos terrestres

desde o ano de 2012

O Gráfico 15 apresenta a distribuição de não conformidades por requisito, prática de

gestão do SGSO ou item do RTSGI, considerando sua classificação de gravidade, em

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Não conformidades por requisito em campos terrestres (2017)

leve moderada grave crítica

0%

5%

10%

15%

20%

Não conformidades por requisito em campos terrestres (histórico)

leve moderada grave crítica

Page 18: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

18

auditorias realizadas desde 2012. Neste sentido, as práticas que apresentam historicamente

o maior número de desvios são as de número 9 (Plano de Emergência), 8 (Identificação e

Análise de Riscos), 16 (Manutenção de Equipamentos e Tubulações), 17 (Operação e

Processo) e 13 (Construção e Montagem da Instalação). Esta última apresenta o maior

número de não conformidades críticas dentre os requisitos estabelecidos para os campos

terrestres. Em adição, o Gráfico 16 indica a diminuição em relação aos anos anteriores da

quantidade de não conformidades aplicadas por auditoria realizada em 2017.

Gráfico 16 - Distribuição de não conformidades apontadas em auditorias de campos terrestres por gravidade

3. ANÁLISE DOS INCIDENTES OPERACIONAIS – RESULTADOS DE GERENCIAMENTO

DE RISCOS PRATICADOS PELOS AGENTES REGULADOS

As informações sobre os incidentes comunicados nos termos da Resolução ANP n°

44/2009 são analisadas pela equipe da SSM de forma a identificar tendências e

oportunidades de melhoria, tanto por parte da indústria quanto no escopo regulatório da

ANP.

0.0 0.00.3

0.9 1.4 0.3

4.8

14.5

3.3

11.5

7.2

3.8

8.8

10.5

1.0

4.6 6.7

3.43.2

0.01.0

3.5

2.4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Evolução das não conformidades por auditoriaem campos terrestres

críticas graves moderadas leves

Page 19: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

19

O Gráfico 17 abaixo apresenta a evolução da quantidade de comunicados de incidentes9

recebidos pela ANP relativos a instalações de exploração e produção, de 2012 até 2017,

classificados como (i) acidentes (ii) ou quase acidentes10.

Gráfico 17 - Evolução da quantidade de comunicados de incidentes desde 2012

Como é possível observar no Gráfico 17, em 2012 foram comunicados mais eventos

relativos a acidentes do que relativos a quase acidentes, numa proporção de 0,68 quase

acidente para cada acidente comunicado. A proporção entre quase acidentes e acidentes

comunicados aumentou ano após ano, tendo atingido em 2017 uma proporção de mais de

dois quase acidentes para cada acidente comunicado11.

9 Os eventos que eram considerados comunicáveis pela revisão anterior do Manual de Comunicação de Incidentes, mas que foram retirados na revisão atual do manual, não são exibidos em nenhuma destas duas categorias, sendo os responsáveis pela diferença entre a quantidade total de comunicados e a soma dos comunicados relativos a quase acidentes e acidentes. 10 Acidentes: eventos nos quais houve dano ao meio ambiente ou à saúde humana, prejuízos materiais ao patrimônio próprio ou de terceiros, ocorrência de fatalidades ou ferimentos graves para o pessoal próprio, para terceiros ou para as populações ou interrupção não programada das operações por mais de 24 horas.

Quase acidentes: eventos que não se classificam como acidentes, nos quais houve risco de dano ao meio ambiente ou à saúde humana. Cabe ressaltar que um Comunicado de Incidente pode relatar mais de um tipo de incidente comunicável, como por exemplo um comunicado de incidente relativo a um evento no qual houve vazamento de hidrocarboneto contido na instalação, resultando em incêndio que provocou ferimentos graves a um funcionário. No caso do exemplo trata-se de um acidente, pois houve dano a saúde humana e prejuízos materiais, embora do ponto de vista ambiental houve apenas risco de dano ao meio ambiente, não materializado pois o fluido vazado ficou contido na instalação. 11 Os quase acidentes de maneira geral se tratam de eventos precursores de acidentes, ou seja, eventos que possuem

potencial para escalonamento para se tornarem eventos de dano (acidentes) em caso de falha em uma ou mais barreiras de segurança. Dessa maneira, espera-se que em um mesmo período ocorram mais quase acidentes do que acidentes.

Page 20: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

20

A ANP entende que este fato não deve ser interpretado como indicativo do aumento na

ocorrência de quase acidentes, mas sim como aumento da comunicação dos mesmos nas

diferentes atividades desempenhadas no desenvolvimento do Regime de Segurança.

A diferença entre a quantidade de comunicados e a soma dos eventos classificados como

quase acidentes e acidentes se deve a comunicados relativos a tipologias de incidentes que

foram excluídas na revisão 3 do Manual de Comunicação de Incidentes, e por este motivo

não são mais acompanhadas como quase acidentes ou acidentes conforme a classificação

atual.

Nesta seção são exibidos os principais dados referentes aos incidentes ocorridos em

instalações de exploração e produção, na forma de taxas que correspondem à quantidade de

ocorrências do incidente dividida por uma grandeza representativa do nível de atividades da

indústria que pode ser relacionada àquele tipo de incidente.

Escolheu-se exibir os incidentes na forma de taxas, em vez de exibir suas quantidades

absolutas, pois essa forma de análise considera a variação no nível de atividade da indústria,

possibilitando depreender se o aumento ou diminuição da incidência de determinado tipo

de incidente foi proporcional ao aumento ou diminuição do nível de atividades. Esta forma

de exibição também permite realizar comparações com benchmarks internacionais, relativos

a países com níveis de atividades significativamente diferentes do cenário brasileiro.

Os benchmarks de taxas de incidentes utilizados neste relatório foram obtidos a partir dos

dados divulgados pelo IRF (International Regulators Forum)12 em seu Projeto de

Acompanhamento de Desempenho, e são referentes aos dados do Reino Unido, Estados

Unidos, Austrália e Noruega, para os anos de 2012 a 2017.

A Tabela 1 abaixo apresenta os tipos de incidentes que foram analisados, bem como a

grandeza representativa do nível de atividades que é utilizada para a normalização dos dados.

12 O IRF, do qual o Brasil é participante, consiste em um fórum internacional de órgãos reguladores das atividades de petróleo offshore.

Page 21: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

21

Tabela 1 – Tipos de incidentes e grandezas relativas ao nível de atividades utilizadas para normalizar os dados

Tipo de incidente Dados normalizados por

Fatalidades Milhão de horas trabalhadas

Ferimentos graves

Perda de contenção significante de gás

inflamável Produção de gás em milhão de

barris de óleo equivalentes Perda de contenção maior de gás inflamável

Abalroamento significante

Quantidade de instalações Abalroamento maior

Incêndio significante

Incêndio maior

Perda significante de controle de poço Quantidade de atividades

relacionadas a poços Perda maior de controle de poço

Nos gráficos a seguir, serão apresentadas as taxas relativas a cada tipo de acidente

analisado, para o período de 2012 a 2017, comparadas aos valores de benchmark. Os valores

de referência obtidos a partir dos dados divulgados pelo IRF foram apresentados na forma

de uma faixa, englobando os valores mínimos e máximos das taxas dos países de referência,

entre os anos de 2012 a 2017.

Gráfico 18 - Taxas de fatalidades em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2017

0.00

0.02

0.01

0.12

0.02

0.07

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0.12

0.14

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

6 h

ora

s tr

abal

had

as

Fatalidades em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Fatalidades - taxa

Page 22: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

22

O Gráfico 18 apresenta a variação nas taxas de fatalidades13 em instalações de exploração

e produção, de 2012 a 2017. No período analisado, as taxas se encontram dentro da faixa de

referência, tendo apresentado um aumento súbito em 2015. Neste ano, a taxa de fatalidades

se aproximou do nível superior de controle devido a um único evento (FPSO Cidade de São

Mateus) que ocasionou todas as nove fatalidades ocorridas no ano.

Gráfico 19 - Taxas de ferimentos graves em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2017

O Gráfico 19 mostra a variação nas taxas de ferimentos graves13 em instalações de

exploração e produção. Tais taxas apresentaram aumento de 2012 a 2015. Em 2016, a taxa

diminuiu sensivelmente em relação ao ano anterior e em 2017 voltou a subir.

13 Fatalidades comunicáveis à ANP são os óbitos decorrentes de incidentes ocorridos na operação da instalação ou da

queda de helicópteros de transporte de pessoal desde que ocorram em até um ano da data do incidente. São excluídos

destes eventos os óbitos ocorridos por causas naturais e em acidentes de trânsito terrestre. As fatalidades não devem ser

contabilizadas como ferimentos graves.

Ferimentos graves comunicáveis à ANP são os ferimentos decorrentes da operação da instalação ou da queda de

helicópteros de transporte de pessoal e são caracterizados como qualquer ocorrência, decorrente de fato ou ato intencional

ou acidental, envolvendo: (a) fratura (excluindo de dedos); (b) amputação; (c) perda de consciência devido à asfixia ou à

exposição a substâncias nocivas ou perigosas; (d) lesão de órgãos internos; (e) deslocamento de articulações; (f) perda de

visão; (g) hipotermia ou outras doenças relacionadas à exposição a temperaturas extremas; ou (h) necessidade de

internação por mais de 24 (vinte e quatro) horas.

As fatalidades e os ferimentos graves não incluem as ocorrências ocasionadas por doenças profissionais, mortes naturais,

desaparecimentos ou suicídios ocorridos nas instalações offshore.

0.16

0.52

0.64

0.74

0.37

0.53

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0.80

0.90

1.00

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

6h

ora

s tr

abal

had

as

Ferimentos graves em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Ferimentos graves - taxa

Page 23: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

23

Gráfico 20 - Taxas de perdas de contenção significante de gás inflamável em instalações de exploração e

produção offshore de 2012 a 2017

O Gráfico 20 ilustra as taxas de perda de contenção significante de gás inflamável14 nas

instalações analisadas. Em todos os anos do período analisado exceto em 2013 a taxa

apresentou valor acima do benchmark utilizado, tendo apresentado crescimento desde este

ano até 2016.

As taxas de perdas de contenção maiores de gás inflamável são mostradas no Gráfico 21

abaixo. As taxas apresentaram aumento de 2012 a 2015. Em 2016, houve sensível redução da

taxa de perdas de contenção maiores de gás inflamável, apesar de não ter sido suficiente

para reduzir o valor a um patamar localizado dentro da faixa de benchmark, com posterior

aumento em 2017.

14 Perda de contenção significante de gás inflamável é qualquer liberação de gás inflamável que atenda ao menos uma

das seguintes condições:

a) Taxa de liberação entre 0,1 kg.s-1 e 1 kg.s-1, com duração entre 2 e 5 minutos;

b) Taxa de liberação maior ou igual a 0,1 kg.s-1, com liberação de uma massa total entre 1 e 300 kg durante todo o evento.

Perda de contenção maior de gás inflamável é qualquer liberação de gás inflamável que atinja ao menos uma das seguintes

condições:

a)Taxa de liberação maior que 1 kg.s-1 com duração superior a 5 minutos; e/ou

b)Taxa de liberação maior ou igual a 0,1 kg.s-1, com a liberação de uma massa total maior do que 300 kg durante todo o

evento.

20.82

9.93

20.92

27.16

41.10

16.63

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

0 m

ilhõ

es

BO

E d

e g

ás

pro

du

zid

os

Perdas de contenção significantes de gás inflamável em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Perda de contenção significante de gás inflamável - taxa

Page 24: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

24

Gráfico 21 - Taxas de perdas de contenção maior de gás inflamável em instalações de exploração e produção

offshore de 2012 a 2017

Como pode ser concluído, ao se comparar os gráficos correspondentes, as taxas de perdas

de contenção significante são superiores às taxas de perda de contenção maior em todos os

anos do período analisado, conforme esperado (uma vez que o evento de perda de

contenção maior é um evento de maior gravidade, espera-se que ocorra em menor

frequência). Esta tendência de ocorrência em menor frequência de eventos com maior

gravidade pode ser observada também nos valores de referência: a quantidade de eventos

de perda de contenção significante é em média correspondente ao quádruplo da quantidade

de eventos de perda de contenção maior.

Os eventos de abalroamento também estão alinhados a esta tendência. Enquanto há

eventos de abalroamento significante15 comunicados à ANP, não há registros de

abalroamentos maiores em instalações de exploração e produção atuando no Brasil. O

Gráfico 22 apresenta a variação nas taxas de abalroamentos significantes em instalações de

exploração e produção.

15 Abalroamento Significante é qualquer abalroamento entre instalações offshore, de instalações com embarcações e/ou

aeronaves que cause: (a) ferimento que cause um ou mais dias de afastamento e que não seja categorizado como ferimento

grave; (b) dano a uma Instalação que é julgado com potencial de causar fatalidade(s) ou ferimento(s) grave(s); (c) dano a

uma instalação que tenha ocasionado mobilização da tripulação para ponto de reunião ou abandono da unidade ou (d)

dano severo que compromete significantemente a integridade estrutural de uma Instalação (de uma perspectiva de meio

ambiente ou segurança), caso esta continue operando sem reparo imediato.

Abalroamento Maior é qualquer abalroamento entre instalações, de instalações com embarcações e/ou aeronaves que

cause: (a) fatalidade(s) ou ferimento grave(s); (b) perda da instalação ou (c) dano para uma instalação offshore que cause

uma parada não-programada de no mínimo 72 (setenta e duas) horas.

0.000.76

4.05

7.67

2.70

4.40

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

0 m

ilhõ

es

BO

E d

e g

ás

pro

du

zid

os

Perdas de contenção maiores de gás inflamável em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Perda de contenção maior de gás inflamável - taxa

Page 25: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

25

Gráfico 22 - Taxas de abalroamentos significantes em instalações de exploração e produção offshore de 2012

a 2017

Conforme pode ser observado no gráfico acima, no período analisado os abalroamentos

significantes se mantiveram dentro dos valores de benchmark. Destaca-se que não houve

ocorrências reportadas deste tipo de incidente nos anos de 2012, 2013, 2016 e 2017.

A seguir, serão avaliados os eventos de incêndio. Além dos eventos de incêndio

significante e incêndio maior, os quais são monitorados pelo IRF, também serão apresentadas

as taxas relativas aos eventos de princípio de incêndio16, tipo de incidente não monitorado

pelo IRF.

O Gráfico 23 apresenta a variação nas taxas de princípios de incêndio em instalações de

exploração e produção. Como pode ser observado, as taxas apresentaram seu menor valor

em 2013, aumentando de forma praticamente linear até 2016, tendo apresentado tendência

de estabilização no último ano.

16 Princípio de Incêndio é qualquer incêndio que tenha sido debelado ou interrompido de forma que não tenha causado

danos que o qualifiquem como Incêndio Maior ou Significante.

Incêndio Significante é qualquer incêndio que cause: (a) ferimento que cause um ou mais dias de afastamento e que não

seja categorizado como ferimento grave; (b) dano a uma Instalação que é julgado com potencial de causar fatalidade(s)

ou ferimento(s) grave(s); (c) dano a uma instalação que tenha ocasionado mobilização da tripulação para ponto de reunião

ou abandono da unidade ou (d) dano severo que compromete significantemente a integridade estrutural de uma instalação

(de uma perspectiva de meio ambiente ou segurança), caso esta continue operando sem reparo imediato.

Incêndio Maior é qualquer incêndio que cause: (a) fatalidade(s) ou ferimento grave(s); (b) perda da instalação ou (c) dano

para uma Instalação que cause uma parada não-programada de no mínimo 72 (setenta e duas) horas.

0.00 0.00

0.45

1.94

0.00 0.00

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

0 in

stal

açõ

es

Abalroamentos significantes em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Abalroamento significante - taxa

Page 26: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

26

Gráfico 23 - Taxas de princípios de incêndio em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a

2017

As taxas de incêndios significantes, apresentadas no Gráfico 24, oscilaram entre o valor

máximo no ano de 2014 e valor nulo nos anos de 2012 e 2015. As taxas resultantes se

encontram dentro da faixa de referência em todo o período analisado.

Gráfico 24 - Taxas de incêndios maiores em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2017

31.53

20.96

29.60

39.32

53.59 54.44

0

10

20

30

40

50

60

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

0 in

stal

açõ

es

Princípios de incêndio em instalações offshore

0.00

1.31

2.24

0.000.55 0.56

0

2

4

6

8

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

0 in

stal

açõ

es

Incêndios significantes em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Incêndio significante - taxa

Page 27: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

27

O Gráfico 25 abaixo mostra as taxas de incêndios maiores. O único ano com ocorrência

de incêndios maiores foi o ano de 2013. É importante ressaltar que, neste ano, houve uma

única ocorrência de evento de incêndio maior (incêndio na plataforma P-20). Logo, o valor

do limite superior da faixa de controle (0,31 incêndios a cada 100 instalações), é ultrapassado

com apenas uma ocorrência de incêndio maior, considerando um universo de menos de 320

instalações. Uma vez que a quantidade de instalações de exploração e produção no ano de

2013 foi de 234 instalações, ultrapassou-se o limite superior da faixa de controle neste ano

com apenas uma ocorrência de incêndio maior.

Gráfico 25 - Taxas de incêndios maiores em instalações de exploração e produção offshore de 2012 a 2017

3.1. Plataformas marítimas de produção

A seguir são apresentados os tipos de incidentes mais recorrentes em plataformas de

produção. De forma semelhante à utilizada para apresentação dos incidentes envolvendo

instalações offshore em geral, os dados serão exibidos na forma de taxas que correspondem

à quantidade de ocorrências por milhão de horas trabalhadas, que pode ser considerada uma

medida direta da exposição humana ao risco e da complexidade das atividades realizadas

pela indústria.

O Gráfico 26 a seguir mostra a variação entre as taxas de quase acidentes e acidentes por

milhão de horas trabalhadas.

0.00

0.44

0.00 0.00 0.00 0.00

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

0 in

stal

açõ

es

Incêndios maiores em instalações offshore

Benchmark - dados do IRF Incêndio maior - taxa

Page 28: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

28

Gráfico 26 - Taxas de quase acidentes e acidentes por milhão de horas trabalhadas em plataformas de

produção, de 2012 a 2017

Como pode ser observado no gráfico acima, as taxas relativas aos acidentes

permanecerem em níveis estáveis no período analisado, enquanto as taxas relativas aos quase

acidentes aumentaram em maior proporção de 2012 a 2014 e permaneceram aumentando

desde então.

O aumento acentuado nas taxas relativas aos quase acidentes não deve ser interpretado

como um aumento na ocorrência de quase acidentes, e sim da notificação dos mesmos,

conforme mencionado anteriormente.

Para as plataformas marítimas, os tipos de quase acidentes com maior ocorrência no

período analisado são: (i) paradas emergenciais de plantas de processo (Emergency

Shutdowns – ESD); (ii) quase acidentes de alto potencial; (iii) quedas de objetos; (iv) perdas de

contenção primária; (v) falha na demanda total ou parcial de sistema crítico de segurança

operacional; e (v) constatação de mancha de origem indeterminada.

4.65

3.555.01 5.25

6.93 6.56

1.21

6.25

12.52 13.4414.82

21.32

0

5

10

15

20

25

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

6h

ora

s tr

abal

had

as

Quase acidentes e acidentes em plataformas de produção

Acidentes Quase Acidentes

Page 29: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

29

Gráfico 27 - Taxas de paradas emergenciais por milhão de horas trabalhadas em plataformas de produção, de

2012 a 2017

Gráfico 28 - Taxas de quase acidentes de alto potencial por milhão de horas trabalhadas em plataformas de

produção, de 2012 a 2017

Gráfico 29 - Taxas de quedas de objetos por milhão de horas trabalhadas em plataformas de produção, de

2012 a 2017

0.47

5.20

13.01 13.48

16.0417.84

0

5

10

15

20

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

6h

ora

s tr

abal

had

as

Paradas emergenciais em plataformas de produção

0.69 0.74

1.541.38 1.46

1.09

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

6h

ora

s tr

abal

had

as

Quase acidentes de alto potencial em plataformas de produção

0.19

0.470.64

0.820.89

1.14

0.0

0.5

1.0

1.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ên

cias

/10

6h

ora

s tr

abal

had

as

Quedas de objetos em plataformas de produção

Page 30: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

30

Gráfico 30 – Taxas de perdas de contenção primária por milhão de horas trabalhadas em plataformas de

produção, de 2012 a 2017

Gráfico 31 – Taxas de falha na demanda total ou parcial de sistema crítico de segurança por milhão de horas

trabalhadas em plataformas de produção, de 2012 a 2017

Analisando-se os gráficos apresentados, pode-se concluir que as taxas de quase acidentes

em plataformas de produção, de maneira geral, atualmente apresentam tendência de

estabilização, após apresentarem aumentos no início do período de comunicação. No

entanto, conforme mencionado anteriormente, esse crescimento inicial pode ser creditado

ao aumento na notificação deste tipo de evento incidental, mostrando um aumento da

aderência dos agentes do setor à regulamentação sobre comunicação de incidentes. As

perdas de contenção primárias e quedas de objeto, por sua vez, apresentam tendência de

crescimento ano a ano em todo o período.

Para as plataformas marítimas, os tipos de acidentes com maior ocorrência no período

analisado são: (i) descargas; (ii) princípios de incêndio; (iii) perdas de contenção de gás

inflamável; e (iv) paradas não programadas.

0.11 0.110.44 0.56 0.64

2.10

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Perdas de contenção primária em plataformas de produção

0.06

0.22 0.22 0.21

0.30

0.18

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Falha na demanda total ou parcial de sistema crítico de segurança operacional em plataformas de produção

Page 31: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

31

Gráfico 32 – Taxas de descargas por milhão de horas trabalhadas em plataformas de produção, de 2012 a

2017

Gráfico 33 - Taxas de princípios de incêndio por milhão de horas trabalhadas em plataformas de produção, de

2012 a 2017

Gráfico 34 - Taxas de perdas de contenção de gás inflamável por milhão de horas trabalhadas em plataformas

de produção, de 2012 a 2017

1.07 1.13

2.03

1.47

1.881.62

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Descargas em plataformas de produção

1.32

0.63

1.251.49

2.001.85

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Princípios de incêndio em plataformas de produção

0.63

0.36

0.93

1.38

2.03

1.03

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Perda de contenção de gás inflamável em plataformas de produção

Page 32: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

32

Gráfico 35 - Taxas de paradas não programadas por milhão de horas trabalhadas em plataformas de

produção, de 2012 a 2017

Em relação às taxas de acidentes em plataformas de produção, destacam-se as relativas a

princípios de incêndio e perdas de contenção de gás inflamável, que apresentaram aumentos

consecutivos de 2013 a 2016, apresentando redução no último ano.

3.2. Sondas marítimas de perfuração e intervenção

Neste item serão abordados os tipos de incidentes mais recorrentes em sondas de

perfuração marítimas, também normalizados por milhão de horas trabalhadas.

O Gráfico 36 mostra a variação entre as taxas de quase acidentes e acidentes por milhão

de horas trabalhadas.

Gráfico 36 - Taxas de quase acidentes e acidentes por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração

marítimas, de 2012 a 2017

1.40

1.13

0.340.44

0.620.52

0.0

0.5

1.0

1.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Paradas não programadas em plataformas de produção

4.93 4.58

8.93

12.87

16.32

20.15

3.60 3.60 4.43 5.19

7.87

10.69

0

5

10

15

20

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Quase acidentes e acidentes em sondas de perfuração marítimas

Quase Acidentes Acidentes

Page 33: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

33

Gráfico 36 - Taxas de quase acidentes e acidentes por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração

marítimas, de 2012 a 2017

Como pode ser depreendido pela análise do gráfico acima, as taxas relativas a acidentes

e quase acidentes apresentaram comportamento semelhante, tendo aumentado

consecutivamente desde 2013. As taxas relativas a quase acidentes apresentaram aumentos

mais pronunciados, o que deve ser interpretado não como aumento de ocorrência e sim

como aumento nas notificações. Em 2017, foram notificados praticamente 2 eventos de quase

acidentes para cada evento de acidente.

Para as sondas de perfuração marítimas, os tipos de quase acidentes com maior

ocorrência no período analisado são: (i) perdas de contenção primária; (ii) quase acidentes

de alto potencial; (iii) quedas de objetos; (iv) perda de contenção primária e (iv) falhas no

Blowout Preventer (BOP).

Gráfico 37 - Taxas de quase acidentes de alto potencial por milhão de horas trabalhadas em sondas de

perfuração marítimas, de 2012 a 2017

4.93 4.58

8.93

12.87

16.32

20.15

3.60 3.60 4.43 5.19

7.87

10.69

0

5

10

15

20

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Quase acidentes e acidentes em sondas de perfuração marítimas

Quase Acidentes Acidentes

3.45

2.303.21

5.53

7.45

8.96

0

2

4

6

8

10

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Quase acidentes de alto potencial em sondas de perfuração marítimas

Page 34: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

34

Gráfico 38 - Taxas de quase acidentes de alto potencial por milhão de horas trabalhadas em sondas de

perfuração marítimas, de 2012 a 2017

Gráfico 39 - Taxas de perdas de contenção primária por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração

marítimas, de 2012 a 2017

Gráfico 40 - Taxas de falhas no BOP por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração marítimas, de

2012 a 2017

2.362.06

2.41

3.163.46

2.97

0

1

2

3

4

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Quedas de objetos em sondas de perfuração marítimas

0.13 0.130.45 0.58

0.28

3.09

0

1

1

2

2

3

3

4

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Perdas de contenção primária em sondas de perfuração marítimas

0.02 0.42

3.93

5.13

6.40

7.73

0

2

4

6

8

10

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Falhas no BOP em sondas de perfuração marítimas

Page 35: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

35

Ao se analisar os gráficos apresentados, é possível verificar que houve tendência de

aumento relativo às taxas de quase acidentes em sondas de perfuração marítimas no período

analisado, exceto para as taxas relativas às quedas de objetos.

Para as sondas de perfuração marítimas, os tipos de acidentes com maior ocorrência no

período analisado são: (i) descargas; (ii) princípios de incêndio e (iii) paradas não

programadas.

Gráfico 41 - Taxas de descargas por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração marítimas, de 2012

a 2017

Gráfico 42 - Taxas de princípios de incêndio por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração

marítimas, de 2012 a 2017

2.45

1.68 1.722.28

4.36

5.62

0

1

2

3

4

5

6

2012 2013 2014 2015 2016 2017Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Descargas em sondas de perfuração marítimas

0.490.55

0.37

0.52

0.76

1.05

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Princípios de incêndio em sondas de perfuração marítimas

Page 36: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

36

Gráfico 43 - Taxas de paradas não programadas por milhão de horas trabalhadas em sondas de perfuração

marítimas, de 2012 a 2017

Ao se analisar os gráficos relativos às taxas de acidentes ocorridos em sondas de

perfuração marítimas, percebe-se que as mesmas em geral apresentaram tendência de

aumento nos últimos anos, exceto pelas taxas relativas às paradas não programadas.

3.3. Atividades terrestres

Neste capítulo, serão expostos os dados relativos a comunicados de incidentes ocorridos

em atividades de exploração e produção terrestres, englobando as executadas em campos

de produção, dutos e sondas terrestres.

O quantitativo de comunicados de incidentes é a primeira informação que deve ser

observada; enquanto para atividades offshore foram realizadas mais de 1800 comunicações

de incidentes em 2017, para atividades terrestres no mesmo ano foram realizadas cerca de

200 comunicações, ou seja, o universo de comunicados terrestres é de aproximadamente

10% dos comunicados relativos a atividades marítimas.

O Gráfico 49 exibe os quantitativos de quase acidentes e acidentes comunicados para

instalações terrestres entre os anos de 2012 e 2017.

0.000.11

0.82

1.15

0.81

0.00

0.0

0.5

1.0

1.5

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as/1

06

ho

ras

trab

alh

adas

Paradas não programadas em sondas de perfuração marítimas

Page 37: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

37

Gráfico 44 - Quase acidentes e acidentes comunicados relativos a atividades de exploração e produção

terrestres entre 2012 e 2017

Como pode ser visualizado no gráfico acima, foram realizados mais comunicados relativos

a eventos de acidentes do que eventos de quase acidentes, em todos os anos do período

analisado, diferentemente do ocorrido nas unidades offshore.

Conforme mencionado anteriormente, os quase acidentes de maneira geral tratam-se de

eventos precursores de acidentes, ou seja, eventos que possuem potencial para

escalonamento e se tornarem eventos de dano (acidentes) em caso de falha em uma ou mais

barreiras de segurança e, portanto, é esperado que aqueles ocorram em maior quantidade.

Portanto, os dados disponíveis levam a conclusão sobre a necessidade de aprimoramento do

processo de comunicação de incidentes em instalações terrestres, de modo a ampliar a

confiabilidade da base de dados para que sejam realizadas análises mais detalhadas.

Adicionalmente, o IRF monitora apenas os dados relativos a instalações offshore, portanto

não se dispõe de dados de benchmark para as instalações terrestres.

Portanto, os dados relativos aos incidentes ocorridos em instalações terrestres são

apresentados na

2127

40 3950

5675

8978

94 97

138

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qtd

e d

e o

corr

ênci

as

Quase acidentes e acidentes em atividades terrestres

Quase Acidentes Acidentes

Page 38: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

38

Tabela 2 apenas na forma de quantidades absolutas, mostrando os tipos de incidentes

com mais ocorrências para as instalações terrestres:

Page 39: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

39

Tabela 2 – Tipos de incidentes com mais ocorrências para as instalações terrestres

Tipo de Incidente 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Quase Acidentes 21 27 40 39 50 56

Paradas emergenciais de plantas de processo

(Emergency Shutdowns – ESD) 9 1 6 2 17 12

Queda de objetos 7 2 8 10 5 6

Quase acidentes de alto potencial 7 21 13 15 17 7

Perdas de contenção primária 4 7 19 19 3 59

Acidentes 75 89 78 94 97 138

Descargas 37 55 36 29 44 73

Perda de contenção de gás 1 2 1 7 8 10

Incêndio maior 0 0 1 1 1 1

Incêndio significante 0 1 2 0 0 0

Princípio de incêndio 7 6 13 24 24 17

Explosões 0 2 0 1 0 0

Parada não programada superior a 24 (vinte e

quatro) horas decorrente de Incidente Operacional 24 15 0 0 2 0

Conforme pode ser observado nos dados da tabela acima, os cinco tipos de incidentes

mais comunicados para instalações terrestres são: (i) descargas; (ii) perdas de contenção

primárias; (iii) princípios de incêndio; (iv) quase acidentes de alto potencial e (v) paradas

emergenciais de plantas de processo (Emergency Shutdowns – ESDs).

4. INVESTIGAÇÕES DE INCIDENTES REALIZADAS PELA ANP

A Instrução Normativa nº 001/2009 instituiu o procedimento de investigação de

incidentes a ser conduzido pelos servidores da ANP em instalações e atividades reguladas

das indústrias do petróleo, gás natural, e biocombustíveis. Esta norma determina os tipos de

incidentes que devem ser investigados pela ANP, cabendo às suas unidades organizacionais

responsáveis estabelecerem os critérios desta investigação.

O procedimento de investigação de incidentes a ser conduzido pelos servidores da ANP

tem o intuito de: (i) esclarecer o(s) fator(es) causal(is) e a(s) causa(s) raiz do incidente; (ii)

avaliar as medidas mitigadoras adotadas pelo agente regulado e apresentar recomendações

quando necessário; (iii) apresentar ações complementares a serem tomadas, tanto pelo

agente regulado quanto pela ANP, para se evitar a recorrência do incidente e/ou aprimorar

a segurança operacional; (iv) verificar a aderência das operações à regulamentação aplicável

e (v) tornar públicas as informações relacionadas ao incidente e os resultados da investigação

realizada pela Agência quando esta julgar que tal informação possa contribuir para o

incremento da segurança operacional de outros agentes regulados, ressalvadas as

informações classificadas como reservadas de acordo com a legislação aplicável.

Page 40: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

40

Em 2017, foi aberto pela ANP um processo de investigação de incidentes em instalações

de exploração e produção relativo ao acidente de explosão com fatalidades na sonda Norbe

VIII.

4.1. Acidente de explosão na sonda marítima Norbe VIII

No dia 09/06/2017, a ANP recebeu Comunicação Inicial de Incidente na sonda Norbe VIII

que relatava a ocorrência de explosão mecânica na caldeira auxiliar de popa, causando

ferimentos graves em quatro funcionários. Posteriormente foram realizadas retificações na

comunicação inicial, tendo sido informado que três dos quatro funcionários acidentados

tinham vindo a óbito em decorrência dos ferimentos. Norbe VIII é um navio sonda de

perfuração marítima, de propriedade da empresa Ocyan (ex-Odebrecht Óleo e Gás - OOG)

que se encontrava operando para a Petrobras no campo de Marlim. O início de suas

operações se deu em 2011. Na data do acidente, a sonda estava realizando operação de

intervenção em poço.

Instantes antes do acidente, dois técnicos de inspeção de equipamentos de empresa

contratada pela Ocyan acompanhavam, na sala de máquinas, a partida da caldeira auxiliar nº

1 realizada pelo Segundo Oficial de Máquinas, para observação da pressão de atuação das

válvulas de segurança (PSVs). Esta operação tinha por objetivo determinar quais válvulas

precisariam ser retiradas para calibração, quando então ocorreu a explosão, com liberação

de vapor a alta temperatura que causou danos à caldeira auxiliar, painel de controle, bombas

de água e ferimentos graves nos três funcionários que estavam no interior da sala e em um

quarto funcionário que fazia trabalho de soldagem próximo à entrada da mesma.

A investigação realizada pela ANP teve por objetivo determinar as causas raiz do acidente

e recomendar ações para evitar acidentes similares.

O primeiro fator causal identificado pela investigação foi a falha do sistema de controle

de pressão, causada pelo fechamento indevido das válvulas agulha das tomadas de pressão,

o que se constitui uma falha operacional.

O segundo fator causal encontrado foi a não atuação das válvulas de alívio de pressão

(PSVs), que não cumpriram com sua finalidade de exercer o alívio de pressão para evitar a

explosão. A inspeção realizada após o acidente constatou que ambas as válvulas da caldeira

se encontravam com as molas de ajuste da pressão de abertura totalmente comprimidas, o

que impediu seu o correto funcionamento nas condições previstas. Assim, a operação da

caldeira com as PSVs travadas comprimidas e impossibilitadas de realizar sua função de alívio

de pressão também representa uma falha operacional.

Associadas a esses fatores causais, foram identificadas como causas do incidente: (i) falha

na Análise de Risco; (ii) falha em Gestão de Mudança; (iii) procedimento operacional

Page 41: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

41

incompleto; (iv) falta de Permissão de Trabalho para o serviço; (v) ausência de procedimento

de inspeção de equipamentos; (vi) falta de controle em serviços contratados; (vii) falha no

controle de registros de operação das caldeiras; (viii), treinamento insuficiente; (ix) baixa

percepção do risco e (x) falta de investigação para funcionamento anormal das PSVs.

O relatório completo da investigação do incidente pode ser acessado no site da ANP17.

5. MULTAS APLICADAS

Respeitando-se o contraditório, a ampla defesa e os demais requisitos da legislação

pertinente, são aplicadas multas pela ANP quando constatado que os agentes regulados não

cumpriram as normas relativas ao gerenciamento da segurança operacional e do meio

ambiente. Dentre as principais causas da aplicação de multas destacam-se: (i) não

atendimento aos prazos estabelecidos para o saneamento de não conformidades

identificadas em ações de fiscalização realizadas pela ANP; (ii) descumprimento de

notificações expedidas pela ANP; (iii) não comunicação à ANP sobre a ocorrência de

incidentes operacionais e (iv) não conformidades evidenciadas durante as investigações de

incidentes realizadas pela ANP.

Do rol das principais causas de aplicações de multas, observa-se que, apesar da atuação

preventiva na forma de apresentar prazos para a correção de desvios, os agentes regulados

por vezes ainda apresentam ações aquém das esperadas pela ANP. Tal situação demanda a

aplicação de medidas de caráter punitivo, sem prejuízo da correção do fato constatado.

A Tabela 3 apresenta a distribuição das infrações constantes nos autos de infração

emitidos pela SSM, objeto de condenação administrativa ano de 2017 por regulamento/tipo.

Tabela 3 – Infrações emitidas por tipo de descumprimento

Regulamento Infringido Número de

Infrações % do total

Resolução ANP n° 43/2007 (SGSO) 130 56,8%

Resolução ANP n°06/2012 (RTDT) 36 15,7%

Resolução ANP n°02/2010 (SGI) 27 11,8%

Resolução ANP n° 37/2015 20 8,7%

Resolução ANP n°44/2009 (Comunicação de Incidentes) 8 3,5%

Descumprimento de notificação 5 2,2%

Resolução n° 46/2016 (SGIP) 2 0,9%

Portaria ANP n° 25/2002 1 0,4%

Total 229

17 http://www.anp.gov.br/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/seguranca-operacional-e-meio-

ambiente/comunicacao-e-investigacao-de-incidentes/sonda-norbe-viii

Page 42: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

42

Ao avaliar as infrações aos regulamentos de gestão da segurança operacional offshore,

apresentaram maior recorrência, em 2017 as infrações relacionadas aos requisitos de

integridade mecânica, gestão da informação e da documentação, monitoramento e melhoria

contínua do desempenho e planejamento e gerenciamento de mudanças. Para atividades

terrestres, verificou-se que os requisito de identificação e análise de riscos e manutenção de

equipamentos e tubulações aparecem com maior recorrência.

O Gráfico 45 abaixo mostra os valores das multas aplicadas e total pago pelos agentes

regulados, de 2010 a 2017.

Gráfico 45 – Valores de multas aplicadas e recolhidas entre 2009 e 2017

Cabe observar que, do valor total de multas aplicadas em 2016, ano que apresentou o

maior valor no período, cerca de 78 milhões de reais referem-se a uma única multa

relacionada ao processo de autuação decorrente da investigação do incidente ocorrido no

FPSO Cidade de São Mateus. Tal multa foi lavrada e encaminhada ao operador em dezembro

de 2016.

Sobre o valor da multa fixado em primeira instância incide um desconto de 30% caso o

agente regulado efetue o pagamento da multa no prazo, abdicando do direto de recorrer da

decisão. Para melhor entendimento, o gráfico mostra também, somados aos valores pagos,

os valores dos descontos legais que incidiram sobre as multas recolhidas.

A diferença entre a soma dos valores pagos com os descontos aplicados e os valores das

multas aplicadas se deve, de forma geral, a processos que estão sob contestação judicial por

parte do autuado, sem pagamento realizado. O Gráfico 46 abaixo mostra a relação percentual

entre os valores das multas recebidas somadas ao desconto legal e os valores das multas

9.50

42.8555.69 60.08

112.20

93.23

125.23

21.449.50

42.8536.19

27.11

83.95 85.41

105.73

19.44

0

20

40

60

80

100

120

140

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Milh

õe

s d

e R

eais

Multas aplicadas e recebidas por ano

Total de multas aplicadas

Descontos legais aplicados em multas recebidas

Total pago pelos agentes regulados

Page 43: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

43

aplicadas em primeira instância. A comparação entre os valores permite depreender a

efetividade da aplicação de multas pela SSM no ano de referência.

Gráfico 46 – Percentual entre as multas recebidas somadas ao desconto legal sobre as multas aplicadas

6. INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES DE INSTALAÇÕES

Ao identificar desvios que possam gerar risco grave e iminente às pessoas ou ao meio

ambiente (classificados como não conformidades críticas), os agentes de fiscalização lavram,

de forma cautelar, um auto de interdição que pode interromper total ou parcialmente a

operação de uma instalação. Somente após a correção das não conformidades que ensejaram

a interdição da unidade é que os agentes regulados são autorizados a retornar com as

atividades da unidade, sem prejuízo do processo administrativo para a aplicação de multas.

No ano de 2017, foram realizadas 2 interdições decorrentes de ações de fiscalização da

SSM, destas, uma foi em campo terrestre e uma em sonda de perfuração, conforme

apresentado na Tabela 4.

Tabela 4 – Interdições realizadas no ano de 2017

Instalação interditada Tipo de Instalação

Operador

do

Contrato

Interdição

parcial ou

total

Data da

interdição

Data da

desinterdição

Estação Coletora Fazenda

Rio Branco, FAV-03 e FAV-14 Campo Terrestre

Nova

Petróleo Total 07/02/2017 05/10/2017

Norbe VIII Sonda Marítima Petrobras Parcial 14/6/2017 -

Entre os desvios que motivaram interdições das instalações realizadas em 2017, observa-

se a falta de autorização de operação e regularidade para sistema de combate a incêndio,

ausência de planos de inspeção que contemplasse os tanques e dutos da concessão e de

100%92%

64%

39%

59%

80%75%

91%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

%

Percentual das multas recebidas em relação às multas aplicadas

Page 44: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

44

evidência de que os tanques e dutos da concessão tivessem sido submetidos à inspeção

extraordinária, bem como medida cautelar para garantir o restabelecimento das condições

de segurança de unidade que sofreu danos decorrentes de acidentes operacional.

Cabe ressaltar que, apesar de terem sido realizadas apenas duas interdições em 2017,

neste ano foram lavradas 13 não conformidades críticas, o que evidencia que nestes casos o

Operador realizou ações de correção da não conformidade crítica durante a auditoria, sem

prejuízo da lavratura de auto de infração.

7. CONCLUSÕES

O Relatório de Segurança Operacional e Meio Ambiente de 2017 demonstra avanços em

relação ao histórico das atividades de E&P no Brasil, porém ainda há pontos que necessitam

atenção para que ações efetivas garantam a melhoria contínua dos resultados ora

apresentados. Neste sentido, resultados como os relacionados à tendência de aumento de

eventos de perda de contenção e princípio de incêndio demandam iniciativas adicionais por

parte de todos os agentes do setor, de forma a identificar causas e ações de melhoria.

A manutenção da presença da ANP em campo, o desenvolvimento de normas

regulatórias, com foco em performance e risco, e o fortalecimento da integração técnica da

SSM com os diversos segmentos do mercado apoiam o desenvolvimento da segurança das

atividades do upstream. O estabelecimento do diálogo com os agentes do setor aprimora o

entendimento dos requisitos e das demandas do regulador, influenciando a identificação e o

desenvolvimento de melhores práticas pela indústria. A redução da gravidade de não-

conformidades das atividades de fiscalização da SSM/ANP corrobora com tal entendimento,

demonstrando uma melhoria do cumprimento dos requisitos estabelecidos e o foco na

gestão de elementos e cenários críticos. Peca apenas a identificação do aumento de não-

conformidades associadas à identificação e gestão de riscos quando comparado o ano

analisado com o histórico de não-conformidades.

Ademais, a SSM/ANP tem tomado diversas iniciativas para o aprimoramento de sua

abordagem e o fomento à adoção de um gerenciamento de riscos eficaz. Neste sentido, o

processo de follow up de não conformidades tem sido aprimorado para garantir que ações

efetivas sejam endereçadas tanto para não-conformidades identificadas pela ANP como para

quaisquer desvios identificados pelos Agentes regulados, como por exemplo, causas de

incidentes, não-conformidades de auditorias internas e ações de melhoria identificadas em

simulados de emergência. As recomendações de incidentes investigados pela ANP também

foram contextualizadas, disponibilizadas no site da ANP de uma forma mais explicativa e tem

sido objeto das auditorias da SSM/ANP, permitindo o pleno esclarecimento na instalação e

Page 45: 2017 - ANP · segurança nas suas instalações, visando a garantia da vida humana e a proteção ao meio ambiente. Desde 2013 a ANP vem ampliando seus investimentos para atuar de

45

junto a força de trabalho. Os ajustes no Manual de Comunicação de Incidentes permitiram

o aprimoramento do esclarecimento dos incidentes comunicáveis, como classifica-los e quais

informações são necessárias para o pleno entendimento do evento. Em adição, foi

estabelecido um procedimento para o acompanhamento de incidentes de alto potencial que

não necessariamente demandam a abertura de uma investigação por parte da ANP.

Por fim, é importante lembrar da necessidade da manutenção e do aprimoramento do

empenho das lideranças de diversos operadores e empresas de serviço para a cooperação e

compartilhamento de informações e experiências de Segurança Operacional. Afinal, a

garantia da segurança e prevenção de acidentes é objetivo comum a todos, protegendo as

pessoas, o meio ambiente, os ativos e todos os benefícios que a indústria do petróleo trazem

para a sociedade brasileira.

8. REFERÊNCIAS

IRF Country Performance Measures, disponível em:

http://www.irfoffshoresafety.com/country/performance/

Resolução ANP nº 43, de 06/12/2007, publicada no Diário Oficial da União em 07/12/2007.

Resolução ANP n° 44, de 22/12/2009, publicada no Diário Oficial da União em 24/12/2009.

Resolução ANP nº 2, de 14/01/2010, publicada no Diário Oficial da União em 18/01/2010.

Resolução ANP nº 6, de 03/02/2011, publicada no Diário Oficial da União em 07/02/2011.

Resolução ANP nº 17, de 18/03/2015, publicada no Diário Oficial da União em 20/03/2015.

Resolução ANP nº 37, de 28/08/2015, publicada no Diário Oficial da União em 31/08/2015.

Resolução ANP nº 41, de 09/10/2015, publicada no Diário Oficial da União em 13/10/2015.

Resolução ANP nº 52, de 02/12/2015, publicada no Diário Oficial da União em 03/12/2015.