2018 RNRS Palestra Ferti Sistema Solo Margarete Nicolodi ... · A fertilidade é o nutrimento que as plantas pegam da terra , é uma capacidade continuamente renovável, determinada

Dra. Margarete Nicolodi

A fertilidade do solo

Eng. Agr. Dra. Margarete Nicolodi

CiênciaRealidade


A noção mineralista e

a fertilidade percebida pelas plantas

cultivadas no solo no século XXI

Conceito

AvaliaçãoPráticas recomendadas


... para aprimorar a nossa noção

da fertilidade percebida pelas plantas ...

�Passado�Evolução da noção de fertilidade do solo

�Presente: a noção mineralista da fertilidade�Benefícios da adoção�Ruídos na aplicação

� Insuficiência para expressar a fertilidade percebida pelas plantas cultivadas em solos manejados no sistema plantio direto

�Futuro�Desafios à caracterização da fertilidade percebida pelas plantas

... como podemos melhorar a nossa noção da fertilidade?


Tchê, se tu não acredita, observe a planta!

Planta

Física

Biologia

Mineral

LíquidaOrgânica

GasosaSólida

SoloQuímica

No estudo da relação entre o solo e a plantae da fertilidade nos séculos XIX, XX e XXI

O que é fertilidade

do solo?

O termo fertilidade significa capacidade de produzir abundantemente.


Evolução da noção da fertilidade� Columella, 42 d.C.

�A fertilidade é o nutrimento que as plantas pegam da terra, é uma capacidade

continuamente renovável, determinada de modo integrado por todas as condições da

terra, garantida pelo cultivo com técnicas apropriadas e adubação abundante.

�Avaliada pelo sabor, suco, consistência e fermento da terra e a vegetação espontânea.

�As práticas recomendadas para “regenerar” a fertilidade são aplicar esterco, cinzas e

marga, cultivar espécies em benefício da terra e arar, mas não deixar em pousio.

� Humista, 1761� Fertilidade ... ou ... nutrição de plantas? O húmus do solo é o alimento das plantas.

� Mineralista, 1840 � Fertilidade é a capacidade do solo de fornecer às plantas nutrientes, em quantidades

e proporções adequadas, e de manter a ausência de elementos tóxicos para elas.

�Avaliada pela análise química de nutrientes e elementos em amostras de solo.

� As práticas recomendadas são aplicar corretivos e adubos.


Evolução da fertilidade nos solos do Planalto do RSEm 1967: 2000 lavouras; em 1984: 100 lavouras; em 2004: 40 lavouras/município

Faixas

0

20

40

60

80

100

<40 41-80 81-120 >120

Potássio disponível (mg dm-3)

0

20

40

60

80

100

≤ 3,0 3,1-6,0 6,1-12,0 >12,0

Fósforo disponível (mg dm-3)

0

20

40

60

80

100

≤ 2,5 2,6-3,5 3,6-5,0 > 5,0

Matéria orgânica (%)

0

20

40

60

80

100

≤ 5,0 5,1-5,5 5,6-6,0 > 6,0

pH em água

Fre

qü

ên

cia

(%)

1967 Santa Rosa1984 Ibirubá2004 Ibirubá2004 Santa Rosa

Aplicação da noção mineralista

Nicolodi et al. (2006)


A noção mineralista também contribuiu para ...

Evolução do rendimento, área cultivada e produção de grãos no Brasil

CONAB (2018)

Área cultivada: 37.313 ............................................................................... 58.806 mil ha

Produção: 46.943 ..............................................................................233.816 mil ton

Dra. Margarete NicolodiDra. Margarete Nicolodi

Na Região do Planalto do RS

0

20

40

60

80

100

1979 1994 2000Ano

Áre

a (%

)

PC PR SPD

Sistemas de preparo e cultivo do solo diferentes

Intensidade e frequência do revolvimento do soloAlta, em toda área e frequente ... vs ... baixa, localizada e rara

Diversidade de espécies e intensidade de cultivoMenores ... vs ... maiores

Manejo da palha ou dos resíduosQueimada e/ou incorporada ... vs ... mantida, sem queimar, na superfície

No tempo ... ou ... com o tempo de cultivo do solo

/... são alteradas as condições

químicas, as físicas e as biológicas

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

78/79 83/84 88/89 93/94 98/99 03/04

Ano agrícola

Áre

a (m

ilhõe

s de

ha)

) SPD no Brasil

... as condições as físicas e as biológicas são muito semelhantes,

mas as químicas são alteradas

Preparo Convencional Sistema Plantio Direto

FEBRAPDP (2007)

Mielniczuk et al. (2000)

... mais de 15 anos


Alterações nas condições do solo: PC ...vs... SPD

0100

200300

400500

K (m

g dm

-3)

c)

0,0

1,0

2,03,0

4,0

5,0

MO

(%)

0-10 cm 0-20 cma)

0102030405060

P (m

g dm

-3)

b)

25

3545

5565

75

PC: A

/M

SPD

: A/M

PC: A

+V/M

+C

SPD

: A+V

/M+C

PC:

S/C

v/S/

V/S

g/A

b

SPD

:

S/C

v/S/

V/S

g/A

b

PC: T

/S

SPD

: T/S

PC: A

/M

SPD

: A/M

Eldorado do Sul Passo Fundo Santo Ângelo

Local, sistemas de preparo e espécies cultivadas

V (%

)

d)

Efeitos de mais de 20 anos nas condições químicas

Nicolodi (2007)Dra. Margarete Nicolodi


Alterações nas condições do solo: PC ...vs... SPDEfeitos de mais de 20 anos nas condições físicas

a) Santo Ângelo: Conceição (2006) b) Eldorado do Sul: Nicolodi (2007)


Alterações nas condições do solo: PC ...vs... SPDEfeitos de 16 e 17 anos nas condições biológicas

a) Londrina: Balota et al. (1998) b) Eldorado do Sul: Conceição (2006)


Alterações nas condições do solo: PC ...vs... SPD

�Área experimental do IAPAR, em Pato Branco-PRMédia diferentes plantas de cobertura. Latossolo Vermelho aluminoférrico.

Efeitos de 30 anos no teor de carbono orgânico

Calegari (2006)


Fertilidade do solo avaliada vs rendimento�Experiências na região do Cerrado brasileiro

� Djalma M. de Sousa - Embrapa Cerrado

� Menor resposta à aplicação de P� Maior taxa de desfrute do P aplicado ao solo� Maior contribuição do P orgânico no total absorvido: 30%� Maior absorção de P devido à colonização e a maior população de fungos micorrízicos arbusculares

Sousa et al. (1997)


Fertilidade do solo avaliada vs rendimento

�Experiências na região do Cerrado brasileiro

� Leandro Zancanaro - Fundação MT

� Apresentou “o papel do manejo na fertilidade do solo”na Fertbio (2016) com resultados obtidos pela equipe do PMA em experimentos implantados em 2008.

� Estação Experimental da Fazenda Cachoeira (Itiquira-MT)

Zancanaro et al. (2016)

... alguns resultados →

Rotação de Culturas – Soja: RCS


O experimento RCS na Fundação MTOs tratamentos

Adubação da soja e do milho

PD

PD

PD

SPD

SPD

SPD

PD

PC


O experimento RCS na Fundação MT




Soja/pousio (7º ano) Soja/braquiária (7º ano)

TProf.(cm)

pH P K Ca Mg Al MO Biomassa

microbianaB-glicosidase Sulfatase

CaCl2 mg dm-3

(cmolc dm-3

) (%)

10-10 5,8 18 131 3,8 2,2 0 3,2

131 62 2810-20 4,8 14 94 2,4 1,0 0 3,0

30-10 5,9 11 151 4,4 3,1 0 4,3

410 233 22310-20 4,9 11 106 2,5 1,2 0 3,1

Diferença entre os tratamentos 3 x 4 x 8 x

29 sacas 59 sacas

Atributos químicos e biológicos



... em 08 de fevereiro de 2016

O experimento RCS na Fundação MT: 8º ano

T1T3 T2 T4T5T6T7T8

T1: S/Pousio T6: S/C - S/M+B - BT2: S/Milheto T3: S/B T4: S/Milheto -S/C - M+B

T5: S/C - M+B T7: S/M T8: S/Pousioc/ revolvimentoFotos: Ono, F. (2015)

Aspecto visual das plantas em dezembro de 2015

T1 T7

T6

Fotos: Kappes (2016)

46entre 61 e 70 sc/ha 53


Tratamentos: Sp: soja/pousio, sem revolvimento do solo; Sm: soja/milheto na safrinha; Sb: soja/braquiária na safrinha; Sc: soja/crotalária na safrinha; M+B: milho verão +braquiária; SMi+b: soja/milho safrinha + braquiária; SMi: soja/milho safrinha; B*: braquiária restabelecida do consórcio com milho safrinha e cultivada por 18 meses; **revolvimento anual do solo na entressafra.

Média de 7 safras (até 2015/16)

Fonte: Fundação MT (n.p.)

55

62 6360 60 61 61 63 62

53

0

20

40

60

80

100

Sp S m S b S m S c M B S c M B S c S Mi b B* S Mi Sp

Sm Sb Sm Sc M+B Sc M+B Sc SMi+b B Smi

T1 T2 T3 T4- Sm/Sc/M+B T5- Sc/M+B T6- Sc/SMi+b/B T7 T8**

Pro

du

tiv

ida

de

de

so

ja (

sc/h

a)

Soja


54 x 7 = 378 sc

62 x 7 = 434 sc≠ 56 sc


TratamentoProf. (cm)

pH P K Ca Mg Al H CTC MO V m Zn Cu Fe Mn S B

H2O CaCl2 - mg dm-3

- ----------- cmolc dm-3

----------- -------- % --------- ---------------- mg dm-3

-----------------

T1: S/pousio0-10 6,6 5,8 18 131 3,8 2,2 0 3,0 9,3 3,2 68 0 8,1 1,4 60 33 12 1,1

10-20 5,8 4,8 14 94 2,4 1,0 0 5,3 9,1 3,0 40 4,6 - - - - - -

T2: S/milheto0-10 6,8 6,0 13 146 4,3 2,8 0 2,5 10 3,7 75 0 6,7 0,8 67 32 13 0,7

10-20 6,0 5,1 10 111 2,7 1,3 0 5,1 9,5 3,1 45 2,0 - - - - - -

T3: S/B0-10 6,7 5,9 11 151 4,4 3,1 0 2,5 10 4,3 76 0 10,3 0,9 51 34 13 0,8

10-20 5,8 4,9 11 106 2,5 1,2 0 5,8 9,8 3,1 40 1,7 - - - - - -

T4: S/milheto –S/C - M+B

0-10 6,6 5,8 12 120 4,0 2,7 0 2,9 9,8 3,7 71 0 7,0 1,3 57 27 11 0,8

10-20 5,8 4,8 12 83 2,3 1,1 0,1 5,8 9,6 3,1 39 3,1 - - - - - -

T5: S/C - M+B0-10 6,5 5,7 10 100 4,1 2,6 0 3,0 10 3,8 70 0 7,3 1,2 55 27 12 0,7

10-20 5,8 4,9 11 70 2,5 1,2 0,1 5,6 9,6 3,2 42 1,8 - - - - - -

T6: S/C-S/milheto+b/B*

0-10 6,5 5,6 10 108 3,9 2,6 0 3,2 10 3,9 68 0 8,3 1,0 55 31 12 0,7

10-20 5,7 4,8 10 70 2,3 1,0 0,1 5,8 9,4 3,2 38 4,4 - - - - - -

T7: S/milheto0-10 6,4 5,5 13 98 3,8 2,3 0 3,8 10 3,8 63 0 14,7 1,4 64 32 12 0,9

10-20 5,7 4,8 13 65 2,6 1,0 0 6,0 9,8 3,2 39 3,2 - - - - - -

T8: S/pousio**0-10 6,1 5,3 15 139 3,1 1,4 0 3,8 8,6 2,9 56 0 5,7 1,3 64 26 10 0,8

10-20 6,1 5,2 15 113 3,0 1,4 0 4,3 9,0 3,0 52 0 - - - - - -


Fonte: Fundação MT (n.p.)

Dra. Margarete NicolodiMatéria orgânica (%)

0 1 2 3 40

20

40

60

80

100

pH0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

0

20

40

60

80

100

Saturação por bases (%)

0 20 40 60 80 1000

20

40

60

80

100

Fósforo (mg dm-3)

0 10 20 30 400

20

40

60

80

100

Ren

dim

ento

rel

ativ

o d

e g

rão

s d

e so

ja(%

)

Foram avaliados 120 pontos em seis lavouras no SPD

0-20 cm0-10 cm

Fertilidade alta → rendimento alto

Fertilidade alta → rendimento baixo

Fertilidade baixa → rendimento alto

6,5

Fertilidade do solo avaliada vs rendimento

Nicolodi (2003)

fertilidade percebida pelas plantas



Segundo a noção mineralista da fertilidade, desenvolvida, a partir de 1804, na época do preparo convencional,

existe uma relação direta entre a disponibilidade de nutrientes

no solo e o desenvolvimento ou a produtividade da planta.

Outro(s) fator(es) de solo estão interferindo

na fertilidade e, ou, na sua avaliação ...

Fertilidade baixa produtividade alta


Ruído: erro intrínseco da metodologia de avaliação.

O efeito dos outros fatores de solo que interferem na avaliação da fertilidade chamaremos de ...

Ruído

Amostragem Análise química

Tabelas de interpretação

Calibração

Recomendações de corretivos e de adubos


Ruído na amostragem

� Diminuição do revolvimento

� Palha sobre o solo

� Gradientes de concentração

� Representar o sítio de coleta

� Equipamento

� Número de subamostras menor que o mínimo

� Camada amostrada


� Mesmos extratores que os utilizados no PC

� Aumenta no SPD devido a moagem das amostras

� �

5 ≠ 5 ≠ 5

Valor nutriente na análise do solo

Ruído na análise química


0 5 10 15 200

20

40

60

80

100

Solos argilososSolos arenosos

r2 = 0,81

r2= 0,83

Ruído na calibração

Fósforo (mg dm-3)

Ren

dim

ento

rel

ativ

o d

as c

ult

ura

s %

Solos do RS: preparo convencional

UFRGS (1970)Dra. Margarete Nicolodi



Raij (1974)

Solos do Estado de São Paulo: preparo convencional

Potássio trocável (mmolc dm-3)


Ren

dim

ento

rel

ativ

o (%

)


Trigo

Classes argila

SojaMilho

I II III

Classes II e III

Classe I

Fósforo (mg dm-3)

0 2 4 6 8 10 12 14 16

0

20

40

60

80

100

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Ren

dim

ento

rel

ativ

o(%

)

Ruído na calibraçãoSolos do RS: sistema plantio direto

Resultados obtidos por Schlindwein (2003)

A MAMB B M

TC Schlindwein (2003) = 21 mg dm-3

A MAMB B M

TC

CQFS RS/SC (2004) = 9 mg dm-3

Faixas de interpretação (MB, B, M, A, MA)

Teor crítico (TC):

Ex: 53% de argila → Classe II

A MAMB B M

TC

CQFS RS/SC (2016) = 12 mg dm-3




Vieira et al. (2013)

Solos do centro sul do Paraná: sistema plantio direto

Potássio (cmolc dm-3)Dra. Margarete Nicolodi

Ren

dim

ento

rel

ativ

o (%

)


Fósforo disponível (mg dm-3)

0 10 20 30 40 500

3

6

9

12

Matéria orgânica (%)

0 1 2 3 4 50

3

6

9

12

pH em água0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

0

3

6

9

12

Alumínio trocável (cmolc dm-3)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,50

3

6

9

12

Saturação por bases (%)

0 20 40 60 80 1000

3

6

9

12

PVd: 0-10 cm � experimentos conduzidos há mais de 20 anos em Eldorado do Sul.

kg N ha-1

SPD: 0

PC: 0PC: 180

SPD: 180

SPD: 60SPD: 120

Avaliada como alta: A/M - 180Percebida como baixa: PCPercebida como alta: SPD

Avaliada como baixa: V/M - 180Percebida como média: PCPercebida como alta: SPD

Avaliada como baixa: SPD... alta: A+V/M+C - 180... alta: G/M - 0... alta: G/M - 180

Ruído na interpretação dos resultados

Nicolodi (2007)

Pro

dutiv

idad

e de

grã

os d

e m

ilho

(t h

a-1 )

Produtividade de grãos de milho. P e K disponíveis (Mehlich 1). pH em água.

Sistema de cultivo e rotação

N Produção pH Altroc m P K MO V

Kg ha-1 t ha-1 Cmolc % mg dm-3 % %

PC V/M 180 6,9 4,8 1,2 28 12 139 2,0 36

SPD V/M 180 9,4 4,8 1,0 24 21 168 2,7 36

PC A/M 180 5,7 5,4 0,2 4 15 176 1,8 57

SPD A/M 180 9,4 5,4 0,2 4 30 136 2,3 58

SPD A+V/M+C 180 8,3 4,5 1,2 27 19 207 2,8 27

SPD G/M 0 9,2 4,6 0,7 11 38 217 4,5 42

SPD G/M 180 8,8 4,6 0,8 13 33 241 4,4 39

Ruído na interpretação dos resultados

PVd: 0-10 cm � experimentos conduzidos há mais de 20 anos em Eldorado do Sul. Nicolodi (2007)

Experimento conduzido desde 1985 em Passo Fundo (solo 0-20 cm)

Evolução da fertilidade e do rendimento

Nicolodi (2008)

Rendimento Fósforo Potássio pH

MO

010

20

30

40

50

60

70

010

20

30

40

50

60

70

Fó

sfo

ro d

isp

on

ível

(mg

dm-3

)

0

50

100

150

200

250

300

0

50

100

150

200

250

300

Po

táss

io d

isp

on

ível

(mg

dm-3

)

0,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

0,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

pH

em

ág

ua

0,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

0,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Mat

éria

org

ânic

a(%

)

Ren

dim

ento

de

grã

os

de

soja

(t h

a-1 )

1

2

3

4a) PC

Safra de verão1985 1990 1995 2000 2005

1

2

3

4b) SPD

/86 /91 /96 /01 /06

Experimento conduzido desde 1985 em Passo Fundo (solo 0-20 cm)

Evolução do rendimento e da precipitação

Nicolodi (2008)


� Cuidados na amostragem do solo

� Manter a disponibilidade dos nutrientes no solo na faixa Alta e ausência de elementos tóxicos

� Uso combinado de indicadores

... está sendo feito para diminuir o ruído

na avaliação em solos cultivados no SPD

Recomendação de calagempH, saturação por bases e saturação por alumínio

Recomendação de adubação� Fosfatada: argila e fósforo disponível no solo� Potássica: CTC e potássio disponível no solo � Nitrogenada: espécie antecessora e sua produção de massa

seca e matéria orgânica no solo

CQFS-RS/SC (2004 e 2016)


� Criar método para coletar e enviar ao laboratório amostras de

solo indeformadas

� Aprimorar metodologia de análise para quantificar as condições

químicas percebidas pelas plantas nas amostras indeformadas

� Fazer nova calibração com base em solos com tempo variável

de SPD, diferentes rotações, condições físicas, químicas e

biológicas, espécies cultivadas (com alto potencial produtivo),

locais, etc. e avaliar por pelo menos quatro anos

� Mudar o modo de interpretar os resultados das análises

O que mais poderia ser feito para diminuir

a magnitude do ruído na avaliação?



Indicadores da fertilidade mais sensíveis em expressar a fertilidade percebida, ou seja, a mudança no rendimento

0

200Rendimento de grãos*

Magnésio trocável

CTC efetiva

UmidadeMatéria orgânica

Nitrogênio total

Fósforo disponível

Tratamentos com e sem NSC A/M: 0 N = 100%SC V/M: 0 NSC A+V/M+C: 0 NSPD A/M: 0 N**SPD V/M: 0 NSPD A+V/M+C: 0 NSC A/M: 180 NSC V/M: 180 NSC A+V/M+C: 180 NSPD A/M: 180 NSPD V/M: 180 NSPD A+V/M+C: 180 N

Não são bons indicadores* Rend/4 Nicolodi (2007)

Tentativas para diminuir o ruído



Tentativas para diminuir o ruído


pH P K Al MO VpH P K Al MO VpH P K Al MO V

Eldorado do SulPasso FundoSanto Ângelo

mmm

Técnica da normalização dos resultados para identificar os níveis de fertilidade: Baixo → preto, Médio → laranja e Alto → verde

Nicolodi (2007)

Locais Indicadores

Comportamento VERIFICADOComportamento esperado

Não melhora a avaliação


Portanto...

A avaliação química da fertilidade é baseada na teoria mineralista.

O enfoque e a avaliação química não são suficientes

para entender e expressar a fertilidade percebida

pelas plantas quando o solo não é desagregado;

isto é, quando são preservadas as relações

construídas com o tempo de cultivo no SPD.

... a noção de fertilidade do solo deve ser repensada.


Desafios à caracterização da fertilidade percebida pelas plantas

Após constatar que um mesmo indicador com valor semelhante causa efeito diferente sobre a planta, conforme

o sistema de preparo e cultivo do solo, responda: Aumentar os valores dos indicadores no solo aumenta a

produtividade das plantas cultivadas no SPD?

۩ Se responder sim, os desafios são fazer a nova calibração e ajustar os valores dos indicadores clássicos às novas condições de cultivo e potenciais produtivos. Porém, ...

۩ Se responder não, precisamos descobrir quais são os outros fatores e como eles afetam a produtividade atualmente.



1o) Admitir a insuficiência da teoria

mineralista para expressar a fertilidade

percebida pelas plantas em solos

cultivados em sistemas diferentes do

convencional.



2o) Entender a fertilidade como propriedade gerada

pelo funcionamento do solo como um todo.

Aprimorar o nosso entendimento do funcionamento do solo, considerando-o um sistema aberto, e de como é gerada a fertilidade e determinada a sua magnitude.


Solo

Clima

PlantaAnimal

Homem

Principais interações com o solo

SistemaVida

Sistema

Sistema

Nicolodi (2007) Dra. Margarete Nicolodi


Auto-organização do sistema solo

Adaptado de Prigogine (1996), por Vezzani (2001)

Condições iniciaisAumento dos fluxosDiminuição dos fluxos

Tempo

Gra

u d

e co

mp

lexi

dad

e

�

�

��

��

��

�

Propriedades emergentes

Pontos de bifurcações


�

Sistema Solo

Dar suporte físico para o desenvolvimento e para as trocas

Armazenar e disponibilizar nutrientes, água e oxigênio

Fertilidade

Subsistema estrutural Subsistema renovável

Fertilidade do sistema solo

Subsistema planta

Nicolodi (2007)


Subsistemaestrutural

Subsistemarenovável

Sistema solo Fertilidade

Subsistemaanimal

Subsistema planta

Sistema vida

Subsistemahomem

TopoclimaSistema clima

ResíduoProdutividade

Ambiente específico

Fazendo agriculturaProdutos da agriculturaRealimentando a agricultura

Fertilidade ... produtividade

Agricultura

Nicolodi (2007) Dra. Margarete Nicolodi



3o) Identificar indicadores dos processos que

determinam o funcionamento do sistema solo,

que expressem a magnitude da fertilidade

percebida pelas plantas em sistemas

conservacionistas com diferentes rotações.

... indicadores químicos, físicos e biológicos



4o) Adequar ou construir metodologia de

amostragem e de determinação, quantitativa

e/ou qualitativa, práticas e de custo acessível, e

estabelecer os critérios para interpretação

dos indicadores da fertilidade do sistema solo

para os principais grupos de culturas em

sistemas conservacionistas.


Desafio à melhoria e/ou manutenção da fertilidade percebida pelas plantas

Adequar as práticas recomendadas melhorar e/ou

manter a fertilidade, o bom funcionamento do

sistema solo e alta produtividade das plantas

� Estimular o bom funcionamento dos subsistemas

estrutural e renovável

� Repor os nutrientes exportados pelas culturas

� Manter sempre o solo cultivado com menor revolvimento possível.

� Estimular a diversidade de vida


� O momento atual tem elementos teóricos e práticos suficientes para a mudança da noção da fertilidade.

� É essencial ...�avaliar a fertilidade percebida pelas plantas cultivadas em

sistemas conservacionistas e confiar nas recomendações.

�repensar a noção mineralista e promover a mudança ...� a abordagem sistêmica no estudo do solo pode ser muito útil.

�construir uma nova noção a partir de conceito amplo.

�aprimorar a metodologia para avaliar a fertilidade do sistema solo e fazer as novas calibrações e.

�quanto as práticas recomendadas, incluir a rotação de culturas como uma prática melhoradora da fertilidade, que é.

... é necessário, é difícil e é demorado, mas é possível!

Considerações


“Se tudo é parte e tudo retorna à terra, a fertilidade é um anel do ciclo da vida, o solo, que há 12 mil anos produz

alimentos à população crescente, é um problema científico e o enigma da fertilidade, mesmo depois de extraordinário progressos científicos, continua em aberto” (Oliva, 1939).

Nossas publicações recentes com esse ponto de vista:Understanding Soil as an Open System and Fertility as an Emergent Property of the Soil System. Sustainable Agriculture Research. v.4, p.94-105, 2015.

Reflexão sobre a fertilidade além das condições químicas do solo. Boletim Informativo da SBCS. Viçosa, v. 42, n.3, p.40-47, 2016.

Ruído na avaliação da fertilidade do solo e desafios à sua caracterização. Revista Plantio Direto. n.158 p.10-25, 2017.

... disponíveis em https://www.researchgate.net/


FSS Consultoria Agronômica: [email protected]ículo disponível em http://lattes.cnpq.br/5605853413002864

Obrigada!

Se nós quisermos conhecer melhor a fertilidade percebida

pelas plantas, poderíamos começar nos concentrando nas

condições que as raízes encontram no sistema solo.

Documents

2018 RNRS Palestra Ferti Sistema Solo Margarete Nicolodi ... · A fertilidade é o nutrimento que as plantas pegam da terra , é uma capacidade continuamente renovável, determinada