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4 semana das praticas
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Nesta quarta semana de práticas, à semelhança das anteriores, a aula iniciou-se
com normalidade. Os alunos deram início às suas Tarefas, tal como o combinado, e
dirigiram aos seus lugares.
Eu, já não estava nervosa e as coisas já faziam mais sentido, estava mais inserida
e senti-me cada vez melhor, mais confiante e mais segura do que estava a realizar.
Os alunos iniciaram a aula com o Caderno de Escrita Livre. Como já mencionei
em reflexões anteriores, um momento na minha opinião de extrema importância, para
aquisição de competência dos alunos.
Seguidamente iniciou-se os Projectos.
Desta vez tentei não cometer os mesmos erros
que cometi na semana anterior, portanto
quando iniciei este momento fiz questão de
orientar os alunos ao preenchimento das
grelhas e andei sempre de grupo em grupo a
verificar o que estes estavam a fazer, com o
intuito de orientá-los.
Cada vez mais certifico a importância que tem o Trabalho de Projecto. Para que
um projecto seja pertinente e aliciante para os alunos, é necessário que o trabalho de
projecto parta deles e que esteja intrinsecamente relacionado com as suas vivências
pessoais.
Tal como Sérgio Niza (1998),
também acredito que “a realização de
projectos de intervenção para que os alunos
possam, a partir da tomada de consciência
de algumas situações (...) esboçar projectos
de transformação participando eles
próprios na mudança requerida” é
importante na formação das crianças.
Antes de se iniciar qualquer projecto é necessário ter em conta as crianças e
nunca esquecer que o projecto é delas. Citando o Currículo Nacional do Ensino Básico -
Competências Essenciais “problemas que deverão ser pertinentes para quem procura
resolvê-los (...) a sua resolução deverá implicar modificações na realidade física e
social”.
Quando voltámos do intervalo, demos lugar à Matemática Colectiva. Neste
momento, iria dar continuidade ao conteúdo que a colega Margarida iniciou
anteriormente: a metade, a terça parte, a quarta parte, o dobro, o triplo e o quádruplo.
Este não era, de todo, um
tema fácil de abordar, visto que os
alunos tiveram algumas
dificuldades na assimilação e
compreensão do conteúdo aquando
da sua iniciação, na semana
transacta.
Este acabou por ser um
momento deveras desagradável e
incómodo. Como os alunos continuavam a não compreender os conceitos com a minha
explicação, a minha professora cooperante sentiu a necessidade de intervir e, ao fazê-lo,
conseguiu simplificar alguns conteúdos, facilitando a sua compreensão.
Quando isto aconteceu, reagi muito mal perante o fracasso e senti-me muito
desmotivada e desgostosa comigo própria. Fui assolada por um grande sentimento de
culpa, pois os alunos não estavam a perceber a explanação dos conceitos que tentava
veicular, e a inevitável tristeza apoderou-se de mim.
Posteriormente, em conversa com a cooperante e depois de eu lhe ter
manifestado o meu desagrado com o sucedido, esta, com grande serenidade e
companheirismo, apaziguou o meu desalento, dizendo que a culpa não era totalmente
minha. Assumiu que este conteúdo era muito difícil de abordar, o que fazia com que os
alunos revelassem algumas dificuldades na sua compreensão. Outro erro assumido foi o
facto deste tema não ter sido imediatamente abordado na primeira semana, após a
respectiva exposição pela Margarida. Explicou-me, ainda, que existem temas na
Matemática que nos devemos debruçar mais do que os outros. Este, por sinal, é um dos
tais que merece uma abordagem mais incisiva.
A reflexão que fazemos com a nossa cooperante no final de cada aula revela-se
de extrema importância e utilidade, pois desta forma conseguimos perceber-nos das
nossas falhas e, em conjunto, diligenciar a melhor maneira de ultrapassá-las.
Para finalizar a aula os alunos começaram a trabalhar nos seus PIT, passando
assim para o Tempo de Estudo Autónomo.
O tempo restante da aula decorreu dentro da normalidade. Orientei os alunos
nas tarefas que realizavam e prestei auxílio aos que necessitavam.
Na quinta-feira dia 15, iniciei a aula com mais calma e serenidade do que na
segunda-feira.
Neste dia praticamente só damos aulas durante duas horas e meia, dado que os
alunos depois do intervalo têm uma hora de Música e uma hora de Educação Física.
Nas duas horas anteriores, os alunos trabalham nos Projectos e no Tempo de
Estudo Autónomo.
Como já referi, iniciei a aula com mais tranquilidade, acabando por fazer
tudo o que estava antecipadamente preparado e planeado. Enquanto os alunos cumpriam
as suas Tarefas, eu escrevia a data e o Plano Diário com o auxílio dos mesmos.
O Plano Diário deste dia tinha um momento que me deixava um pouco
ansiosa, as Comunicações. Este momento é inesperado para o docente que orienta a
turma e este espaço. Durante as Comunicações, os alunos expõem situações e
informações importantes das suas vivências, e nós, como docentes, além de não
sabermos o que os alunos irão expor, devemos ter cuidado quando reagimos, no sentido
de não magoarmos os sentimentos dos mesmos, onde o aluno está exposto ao grande
grupo.
Para além disso, o momento
das Comunicações é um espaço de
extrema importância para os alunos
porque estes trabalham diversas
competências, além de terem a
oportunidade de referirem o que
quiserem.
Por sua vez, é trabalhado, desde a
exposição ao grupo, a linguagem, a articulação das frases, a colocação de voz, entre
muitas outras.
As Comunicações são, assim, um bom espaço para se fazer o balanço das
aprendizagens e conhecermos cada vez mais e melhor os nossos alunos.
É um espaço marcado pela democracia que a metodologia defende, pois neste
espaço qualquer aluno da turma pode comunicar ao grupo o que deseja sem que o
docente coloque nenhuma barreira.
Reflectindo um pouco com o trabalho que venho desenvolvendo ao longo
deste quatro anos de curso, nunca em tempo algum uma criança nos meus estágios
anteriores teve a oportunidade de usufruir deste momento, acabando por existirem
momentos em que alguns alunos desejavam comunicar algo sucedido e o docente acabar
por pedir que se cale e que se sente.
Agora percebo que muitas dessas crianças deviam se sentir extremamente
tristes e desmotivadas e valorizo cada vez mais este momento porque, observando os
nossos alunos, estes manifestam uma grande alegria em ter uma comunicação a fazer ao
grande grupo.
Como nos refere Sérgio Niza (1998), a comunicação é “um factor de
desenvolvimento mental e formação social”. Factor, este, que nós consideramos
extremamente relevante, pois a escola deve criar um clima onde os alunos se possam
exprimir livremente, sem qualquer receio de dizerem as suas ideias e pensamentos.
Quando numa escola e/ou sala de aula se verifica esta comunicação livre e autêntica, dá-
se sentido às aprendizagens escolares.
A comunicação é muito importante e a escola deve valorizá-la, oferecendo ou
proporcionando diversas ocasiões para a mesma acontecer.
Foi com agrado e muita satisfação que me
dirigi para a escola primária, onde iria
leccionar com a minha colega Margarida.
As crianças, ruidosas e de ânimos
levantados, esperavam no pátio pela
professora, para mais um dia de aulas.
Nesta sexta-feira, dia 16 de Abril,
a aula iniciou-se dentro da normalidade: os alunos aprontaram o seu material escolar
para principiarem as suas Tarefas, enquanto eu escrevia a data e o Plano Diário no
quadro.
No Resolver Problemas dei continuidade a um jogo que havia iniciado na minha
primeira semana. Os alunos revelaram um grande entusiasmo ao elaborá-lo e adquiriram
as diversas competências necessárias de uma forma divertida. Para concluir este
momento, os discentes elaboraram uma ficha de trabalho do livro.
Neste dia irei debruçar-me sobre a Avaliação do PIT e o Conselho de Turma.
Consegui atempadamente avaliar os PIT dos alunos que estavam destinados,
bem como as Parcerias e iniciar algumas para a subsequente semana de trabalho.
Gostaria de dar particular enfoque a este momento. As parcerias revelam-se
extremamente enriquecedoras para os alunos, já que, de uma forma cooperada com os
demais colegas, os que revelam maiores
dificuldades conseguem adquirir e
desenvolver diversas competências. Numa
aprendizagem, em clima de cooperação, o
sucesso de um aluno contribui para o
sucesso do conjunto dos membros do grupo,
criando-se, assim, um clima de entreajuda,
de aceitação das diferenças, sejam elas
étnicas, sexuais ou para com alunos que
apresentem necessidades especiais, ao mesmo tempo, que promove mais aprendizagens,
a um nível mais alto de execução.
O trabalho que esta Turma desenvolve é tão importante para os alunos, que me
atrevo até a dizer que se as Turmas que eu já estagiei tivessem a oportunidade de
trabalhar assim, provavelmente os alunos que apresentavam dificuldades poderiam de
uma forma rápida e enriquecedora, adquirir as competências necessárias.
O momento dedicado ao Conselho de Turma decorreu dentro da normalidade.
Os alunos debateram temas importantes e tentaram eles próprios resolvê-los. Gostaria
de salientar que este Conselho está, cada vez mais e melhor, a tornar-se um momento de
reflexão, em que os alunos já são capazes de ocupar os seus devidos lugares. Atrevo-me
até a referir que neste dia quase nem necessitei de intervir, porque eles sozinhos
conseguiram perfeitamente tomar conta da ocorrência, colocando questões aos demais
colegas envolvidos e fazendo com que estes reflectissem sobre o sucedido.
Cada vez mais consigo perceber a importância que o Conselho de Turma
assume. “ Na dinâmica da Turma, os elementos mais instáveis e impulsivos aprenderão
a regular a sua “passagem a acto”, na sua tensão agressiva, na medida em que se
habituem a passar a escrito as ocorrências que só serão debatidas e analisadas
posteriormente e a “frio”, o que resulta em treino de descentração, fundamental para o
desenvolvimento afectivo e para o progresso intelectual. O Diário torna-se assim um
verdadeiro canalizador emocional na medida em que ajuda a instaurar “habitus” de
nacionalização e formalização (…)” (Sérgio Niza, 1991).