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SINOPSE DAS CORRENTES LITERÁRIAS
Escolas
Conteúdo Forma
LIRISMO TROVADORESCO:
cantigas de amigo
(finais séc. XII a meados séc.
XIV)
● Convívio amoroso no baile (Bailias ou
Bailadas)
● Encontro amoroso no adro (Romarias)
● Encontro no cais (Marinhas ou Barcaro-
las)
● Encontro no monte (Pastorelas)
● Encontro ao amanhecer do dia (Albas ou
Alvoradas)
● A saudade, o ciúme, a zanga = as peripé-
cias da trama amorosa da donzela e do
amigo
● A natureza como cenário, como confiden-
te e como símbolo
● Cantigas de refrão
● Cantigas de mestria
● Cantigas dialogadas ou tenções
● Letras para cantar em festas
● Poemas de grande expressividade e sim-
bologia (o corte dos ramos das árvores,
a secagem das fontes, a água turva pelo
cervo do monte, a fonte, as aves, as flo-
res…)
LIRISMO TROVADORESCO:
cantigas de amor
(finais séc. XII a meados séc.
XIV)
● O amor não correspondido por uma dona
casada
● A coita de amor
● A saudade
● A morte de amor
● Cantigas de refrão
● Cantigas de mestria
● Cantigas dialogadas ou tenções
● Cantigas de finda e atafinda
● Cantigas de dobre e mordobre
● Presença de provençalismos
LIRISMO TROVADORESCO:
cantigas de escárnio e maldizer
(finais séc, XII a meados séc.
XIV)
● Sátira individual
● Sátira moral
● Sátira social
● Sátira política
=
O retrato da sociedade dos finais do séc.
XII a meados do séc. XIV
● Cantigas de refrão
● Cantigas de mestria
● Cantigas dialogadas ou tenções
● Vocabulário por vezes obsceno
POESIA PALACIANA
(século XV)
Garcia de Resende
Bernardim Ribeiro
Sá de Miranda
● Coita de amor
● A saudade
● Conflito entre o amor platónico e o amor
sensual
● A divisão do eu
● Influências de Dante e de Petrarca
● Influências clássicas
● Sátira à corrupção social provocada pelo
oportunismo das riquezas vindas do Ori-
ente
● Vilancetes
● Cantigas
● Esparsas
● Trovas
● Farsas
● Expressividade da linguagem
● Utilização tímida da mitologia
CLASSICISMO
(século XVI)
Camões
Bernardim Ribeiro
Sá de Miranda
António Ferreira
● Os temas tradicionais da donzela ideali-
zada, da pastora da serra, da saudade, da
coita de amor.
● O tema do amor platónico
● A contradição entre o amor platónico e o
amor físico
● O Petrarquismo na idealização da mulher
e na descrição da natureza
● O locus amoenus
● A natureza, reflexo do estado de alma
● A saudade da amada e da pátria terrestre
e celeste
● A mudança da natureza e a mudança nos
homens
● O Destino cruel e inexorável
A proporção, o equilíbrio, a luminosidade
● Medida velha = as mesmas formas da
poesia palaciana
● A medida nova: o decassílabo:
- Sonetos
- Canções
- Odes
- Éclogas
- Oitavas
● Trabalho formal de muito equilíbrio
● Tendência para a objectividade
● Imitação dos modelos
CLASSICISMO
(século XVII)
Padre António
Vieira
● A poesia como engenho formal: temas
banais
● A poesia como engenho conceptual:
temas fechados
● O tema da morte e da efemeridade da
● Sonetos
● Canções
● Éclogas
● Cultismo: o culto da forma com o uso de
sinónimos, antónimos, troca de lugar de
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vida
● Os temas lúdicos
● A prosa religiosa atingiu a perfeição com
o P. António Vieira
● A prosa moral
O Barroco distrai da vida, é evasão
palavras, construções paralelísticas, etc.
● Conceptismo: o culto das ideias com o
uso de metáforas, antíteses, oximoros,
tornando por vezes o texto hermético
O Barroco é o espectáculo dos olhos
CLASSICISMO
(século XVIII)
Correia Garção
● Tentativa de regresso aos temas horacia-
nos da áurea mediocritas
● Temas do quotidiano
● Sátira aos poetas barrocos
Papel pedagógico das Arcádias
● As mesmas formas da época anterior
● A tentativa da simplicidade e da imitação
dos antigos com originalidade
● O uso da rima apenas quando necessária
Inutilia truncat = corta o inútil
PRÉ-
-ROMANTISMO
(décadas finais sécu-
lo XVIII e início sé-
culo XIX)
Bocage
● A supremacia do sentimento sobre a
razão
● A expressão do individualismo, do ego-
tismo
● A ânsia da liberdade
● A natureza nocturna (locus horrendus)
como cenário ideal para a expressão de
estados de alma angustiantes
● O desejo da morte, como solução de con-
flitos
● O arrependimento
● Sonetos
● Formas livres
● Presença ainda de vocabulário alatinado
ROMANTISMO
(1825-1871)
Almeida Garrett
Alexandre
Herculano
● Fixação dos aspectos já indicados para o
Pré-Romantismo
● A exaltação do eu
● A procura de temas nacionais
● A ligação aos ideais do Liberalismo
● Poesia: versos rimados e versos brancos,
Métrica irregular
● Prosa: novelas, romances, contos
REALISMO
(1871-1890)
Antero de Quental
Eça de Queirós
Cesário Verde
● A literatura deve exprimir a problemática
do seu tempo (hegelianismo, positivismo,
socialismo)
● Análise objectiva e impassível da realida-
de
● Análise com o fito na verdade absoluta
● Crítica social e dos costumes
● A pintura da sociedade
● O determinismo da existência humana
(naturalismo)
● Predilecção por temas que mostrem a
decomposição da sociedade
● Na prosa:
- domínio do romance publicado em fo-
lhetins ou em capítulos nos jornais ou
nas revistas
- narrativa lenta
- descrição minuciosa
- predomínio do processo narrativo no
realismo e do processo descritivo no
naturalismo
● Na poesia:
- sonetos, formas livres
- preocupação com a forma (parsanianis-
mo)
- precisão vocabular
- contenção lírica
- imagens predominantemente visuais
● Na prosa e na poesia:
- impressionismo sobretudo através do
adjectivo e do verbo (hipálage, sineste-
sia, gerúndio, conjugação perifrástica)
SIMBOLISMO
(1890-1912)
Eugénio de Castro
Camilo Pessanha
António Nobre
Florbela Espanca
Guerra Junqueiro
Teixeira de Pascoaes
● Crise dos postulados do Realismo/Natu-
ralismo
● A realidade não tem sentido em si, só é
aquilo que a intuição de cada um conse-
gue captar
● O poeta descobre correspondências entre
O mundo real e o mundo interior
● Os escritores devassam o mundo do sub-
consciente e do inconsciente
● Nova concepção do Homem:
- a vida psíquica é muito mais importante
do que o eu social
- a vida humana interessa pelo sentido
que tem para o eu profundo de cada
indivíduo
● Vocabulário raro e por vezes esotérico
● Exploração das virtualidades do signifi-
cante (nível fónico)
● Tendência para a fluidez encantatória da
música
● Verso livre, alexandrino, com múltiplas
cesuras
● Ritmo de acordo com a fantasia do poeta
● Não submissão a regras fixas
● Progressiva distinção entre verso e prosa
ritmada
● Uso de símbolos e de imagens que se
convertem em símbolos
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- a realidade exterior interessa como sis-
tema de correspondências que pode
estabelecer para o mundo interior
● Concepção pessimista da existência
● Ligados ao Simbolismo andam os movi-
mentos do Impressionismo, do Saudosis-
mo e do Decadentismo, respectivamente,
valorização das impressões puras, dos
aspectos nacionais e do tédio
Reinado da Intuição, do Sonho e do Mistério
MODERNISMO
(1915-1927)
Fernando Pessoa e
heterónimos
Mário de Sá-
-Carneiro
Almada Negreiros
● O simbolismo foi a antecâmara do moder-
nismo
● A fragmentação do eu
● O poder criador da palavra (teoria do fingi-
mento)
● O repúdio pelo convencional
● A sinceridade convencional versus a sin-
ceridade intelectual ou literária
● O canto do Futuro (Futurismo)
● A sensação como base da arte (sensacio-
nalismo)
● A confusão de planos (paulismo)
● A intersecção de planos (cubismo/inter-
seccionismo)
● A angústia exestencial
● Fernando Pessoa ortónimo usa uma lin-
guagem límpida, eufónica, mágica
● Alberto Caeiro usa uma linguagem apa-
rentemente muito simples, quase colo-
quial
● Ricardo Reis usa formas clássicas e lin-
guagem muito trabalhada
● Álvaro de Campos, na fase futurista,
exagera na linguagem e ritmo caóticos e, na
fase intimista, usa uma linguagem mais
fechada, nada eufórica
● Mário de Sá-Carneiro usa um esteticismo
rebuscado e aristocrático
A PRESENÇA ou
O SEGUNDO
MODERNISMO
(1927-1940)
José Régio
Miguel Torga
(no início)
● A revalorização do Modernismo
● Apoio no Intuicionismo
● Aceitação do psicologismo
● Defesa da originalidade e da sinceridade
● Afirmação da personalidade
● Individualismo e angústia metafísica
● Vocabulário intimista
● Poesia e narrativa que explora o eu
NEO-REALISMO
(1940-1950?)
● Visão marxista da história
● Luta de classes
● Domínio da narrativa sobre a poesia
POESIA
CONTEMPORÂNEA
Miguel Torga
Vitorino Nemésio
Eugénio de Andrade
António Ramos Rosa
Sophia de Mello
Breyner Andresen
● Ainda não há uma classificação comple-
ta, tantas são as vozes poéticas
● Há poetas que acentuam o lado mais in-
timista, outros o lado mais social e ainda
outros que identificam poesia com arte
do ser
● Deixando de lado experiências surrealis-
tas e concretristas, na vanguarda poética
parece surgir a ideia de que a poesia é a
liberdade da palavra, que vive de pul-
sões; antes de escrever, nada está pré-de-
finido, tudo se define no acto da escrita
● O homem é um ser em devir, in fieri
● Liberdade total
● Poesia difícil, com metáforas e imagens
que apelam a uma leitura activa
● Por vezes, poesia hermética, só para ini-
ciados
NARRATIVA
CONTEMPORÂNEA
Vergílio Ferreira
● O romance da condição humana que põe
a nu as grandezas e as misérias do ser
humano
● O romance da revolta humanista, que
reflecte o mal-estar do homem face a
uma existência sem sentido
● O romance existencialista, que se inspira
nas filosofias da existência e põe em
causa as relações com o Transcendente
● Destaque para o chamado nouveau
roman, que altera o tratamento das cate-
gorias tradicionais da narrativa, desvalo-
rizando, sobretudo, a intriga