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65 PUBLICAÇÕES CPRH / MMA - PNMA11 DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL - LITORAL NORTE O MEIO FÍSICO DA ÁREA 2 POTENCIALIDADES NATURAIS E CULTURAIS E LIMITAÇÕES AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO LITORAL NORTE 2.6 - POTENCIALIDADES NATURAIS E CULTURAIS E LIMITAÇÕES AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO LITORAL NORTE Diversamente distribuídos e associados nos 1.377 (mil trezentos e setenta e sete) hectares que totalizam a superfície do Litoral Norte, os recursos naturais e culturais da área compõem um elenco de potencialidades e limitações que, adequadamente utilizadas e respeitadas, garantem a relação harmoniosa das comunidades com o seu ambiente – pressuposto básico da equação qualidade de vida-qualidade ambiental. Propiciando a prática sustentável de uma gama variada de atividades, as potencialidades do Litoral Norte estão associadas à ocorrência, nesse segmento litorâneo, de: áreas com predominância de baixa declividade (22,8%); topos planos (20,5%); manguezais e pântanos litorâneos (10,9%); várzeas e terraços aluviais (7,9%); e áreas de afloramento da Formação Beberibe – estrutura sedimentar que abriga o maior aqüífero em exploração na Região Metropolitana do Recife - (tabela 05). O restante do espaço em causa está constituído por áreas com predominância de alta declividade (26,1%), atributo esse que, juntamente com a baixa fertilidade dos solos, ali, dominantes, encabeça o elenco das restrições naturais ao uso e ocupação do solo no Litoral Norte. Recobrindo parte das áreas acima mencionadas, remanescentes da Mata Atlântica ocupam 12,8% da superfície do setor litorâneo em apreço. Esse conjunto de atributos, no entanto, apresenta-se desigualmente distribuído pelos oito municípios que integram o Setor Norte do litoral pernambucano, conforme mostram os dados constantes da tabela 04, relativos à participação da área desses atributos na superfície da cada município, e o mapa 01, contendo a distribuição espacial de tais atributos. A análise dos citados elementos revela a ocorrência, na área, de três grupos de municípios, a saber: a) o grupo dos municípios onde predominam as áreas com alta declividade, secundadas por topos planos e áreas de baixa declividade; b) o grupo dos municípios onde predominam as áreas de baixa declividade secundadas por topos planos ou por manguezais e pântanos litorâneos; c) o grupo constituído pelo município onde predominam as áreas de afloramento da Formação Beberibe, secundadas por manguezais e pântanos litorâneos. No primeiro grupo, incluem-se os municípios de Araçoiaba, Itaquitinga, Abreu e Lima e Igarassu (mapa 01), nos quais as áreas com predominância de alta declividade representam 58,9%, 47,1%, 43,6% e 37,4%, respectivamente, da superfície municipal e as áreas de baixa declividade, juntamente com os topos planos, totalizam, respectivamente, 36,7%, 38,7%, 44,8% e 37,1% da referida superfície (tabela 04). No caso específico do município de Igarassu, vale destacar a relativa expressão das áreas de afloramento da Formação Beberibe que, embora representem apenas 10,9% da superfície municipal, correspondem a 41,0% da área de afloramento dessa formação no Litoral Norte (tabela 05). Não obstante, prevaleçam, nos quatro municípios do grupo em análise, as áreas com fortes restrições ao uso e ocupação do solo, ocorrem, nos mesmos, percentuais significativos de remanescentes da Mata Atlântica (34,3% em Abreu e Lima e 18,1% em Igarassu) e de áreas de concentração de nascentes (15,5% em Itaquitinga e 10,9% em Araçoiaba), elementos que propiciam não só a prática de atividades geradoras de emprego e renda, a exemplo de ecoturismo mas, sobretudo, a proteção e conservação dos demais recursos naturais (águas superficiais e subterrâneas, solo e relevo). Apesar das restrições que apresentam aos diversos usos (agricultura, pecuária, uso urbano, instalação de indústria, extração mineral), os trechos com alta declividade encerram potencialidades para ecoturismo, figurando como principais atrativos dessas áreas: as belezas cênicas propiciadas pelas paisagens que circundam morros e tabuleiros; pequenas fontes ou olhos d’água; cachoeiras e corredeiras de rios que descem as vertentes íngremes ou percorrem vales estreitos e profundos; a diversidade da flora e da fauna dos remanescentes da Mata Atlântica que recobrem parte dessas áreas.

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O MEIO FÍSICO DA ÁREA 2POTENCIALIDADES NATURAIS E CULTURAIS E LIMITAÇÕES AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO LITORAL NORTE

2.6 - POTENCIALIDADES NATURAIS E CULTURAIS E LIMITAÇÕES AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO LITORAL NORTE

Diversamente distribuídos e associados nos 1.377 (mil trezentos e setenta e sete) hectares que totalizam a superfíciedo Litoral Norte, os recursos naturais e culturais da área compõem um elenco de potencialidades e limitaçõesque, adequadamente utilizadas e respeitadas, garantem a relação harmoniosa das comunidades com o seu ambiente– pressuposto básico da equação qualidade de vida-qualidade ambiental.

Propiciando a prática sustentável de uma gama variada de atividades, as potencialidades do Litoral Norte estãoassociadas à ocorrência, nesse segmento litorâneo, de: áreas com predominância de baixa declividade (22,8%);topos planos (20,5%); manguezais e pântanos litorâneos (10,9%); várzeas e terraços aluviais (7,9%); e áreas deafloramento da Formação Beberibe – estrutura sedimentar que abriga o maior aqüífero em exploração na RegiãoMetropolitana do Recife - (tabela 05).

O restante do espaço em causa está constituído por áreas com predominância de alta declividade (26,1%),atributo esse que, juntamente com a baixa fertilidade dos solos, ali, dominantes, encabeça o elenco das restriçõesnaturais ao uso e ocupação do solo no Litoral Norte. Recobrindo parte das áreas acima mencionadas, remanescentesda Mata Atlântica ocupam 12,8% da superfície do setor litorâneo em apreço.

Esse conjunto de atributos, no entanto, apresenta-se desigualmente distribuído pelos oito municípios que integramo Setor Norte do litoral pernambucano, conforme mostram os dados constantes da tabela 04, relativos àparticipação da área desses atributos na superfície da cada município, e o mapa 01, contendo a distribuiçãoespacial de tais atributos. A análise dos citados elementos revela a ocorrência, na área, de três grupos de municípios,a saber:

a) o grupo dos municípios onde predominam as áreas com alta declividade, secundadas por topos planos e áreasde baixa declividade;

b) o grupo dos municípios onde predominam as áreas de baixa declividade secundadas por topos planos ou pormanguezais e pântanos litorâneos;

c) o grupo constituído pelo município onde predominam as áreas de afloramento da Formação Beberibe, secundadaspor manguezais e pântanos litorâneos.

No primeiro grupo, incluem-se os municípios de Araçoiaba, Itaquitinga, Abreu e Lima e Igarassu (mapa 01), nosquais as áreas com predominância de alta declividade representam 58,9%, 47,1%, 43,6% e 37,4%,respectivamente, da superfície municipal e as áreas de baixa declividade, juntamente com os topos planos, totalizam,respectivamente, 36,7%, 38,7%, 44,8% e 37,1% da referida superfície (tabela 04). No caso específico do municípiode Igarassu, vale destacar a relativa expressão das áreas de afloramento da Formação Beberibe que, emborarepresentem apenas 10,9% da superfície municipal, correspondem a 41,0% da área de afloramento dessa formaçãono Litoral Norte (tabela 05).

Não obstante, prevaleçam, nos quatro municípios do grupo em análise, as áreas com fortes restrições ao uso eocupação do solo, ocorrem, nos mesmos, percentuais significativos de remanescentes da Mata Atlântica (34,3%em Abreu e Lima e 18,1% em Igarassu) e de áreas de concentração de nascentes (15,5% em Itaquitinga e 10,9%em Araçoiaba), elementos que propiciam não só a prática de atividades geradoras de emprego e renda, a exemplode ecoturismo mas, sobretudo, a proteção e conservação dos demais recursos naturais (águas superficiais esubterrâneas, solo e relevo).

Apesar das restrições que apresentam aos diversos usos (agricultura, pecuária, uso urbano, instalação de indústria,extração mineral), os trechos com alta declividade encerram potencialidades para ecoturismo, figurando comoprincipais atrativos dessas áreas: as belezas cênicas propiciadas pelas paisagens que circundam morros e tabuleiros;pequenas fontes ou olhos d’água; cachoeiras e corredeiras de rios que descem as vertentes íngremes ou percorremvales estreitos e profundos; a diversidade da flora e da fauna dos remanescentes da Mata Atlântica que recobremparte dessas áreas.

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Enquanto isso, os trechos desses municípios constituídos por topos planos e as áreas de baixa declividade têm oseu potencial há muito utilizado com agricultura e ocupação urbana e, mais recentemente, com indústria. Dotadasde valioso patrimônio histórico e cultural, algumas dessas áreas, dentre as quais sobressaem o núcleo urbano deIgarassu e as sedes de engenhos e fazendas, encerram importantes atrativos para turismo cultural.

Convém lembrar, no entanto, que a degradação crescente a que vem sendo submetido o patrimônio natural(recursos hídricos superficiais e subterrâneos, matas, solos, manguezais e alagados ou pântanos litorâneos) e afalta de conservação de parte do patrimônio histórico e cultural dos municípios do grupo em apreço, tendem acomprometer, cada vez mais, o potencial de tais recursos tanto para o turismo como para a manutenção dastradicionais fontes de renda e de sobrevivência (alimento) das populações desses municípios.

O segundo grupo abrange os municípios de Goiana, Itamaracá e Paulista, nos quais as áreas de baixas declividadese os topos planos totalizam 48,1%, 49,7% e 58,6%, respectivamente, da superfície municipal e são secundadasora por manguezais (Itamaracá), ora por manguezais e por várzeas e terraços aluviais (Goiana) ou, ainda, poráreas de alta declividade (Paulista) (tabela 04 e mapa 01). A situação modifica-se quando se considera a distribuiçãoda área de cada atributo segundo os municípios, sobressaindo o município de Goiana por conter, em seu território,55,3% dos manguezais e pântanos litorâneos, 53,7% da área de várzeas e terraços aluviais e 42,4% da área compredominância de baixa declividade (tabela 05).

A exemplo do que ocorre com os municípios do grupo anterior, as áreas com predominância de baixa declividadee os topos planos apresentam potencialidade para uso urbano, localização industrial, uso agrícola (com manejodesenvolvido), lazer de segunda residência e turismo. Dentre os atrativos para essa última atividade contam ostrês municípios com: trechos de praia em equilíbrio ou submetidos a processo de erosão moderada; trilhas paraturismo interligando matas, manguezais e sítios históricos de Itamaracá; e roteiros náuticos ao longo do litoral edo Canal de Santa Cruz, passíveis de interligação com as trilhas terrestres

Porém, o grande potencial desses municípios, particularmente de Goiana e Itamaracá, está nos estuários e nasvárzeas e terraços aluviais. Os estuários, abrigando extensos manguezais e rica fauna, oferecem ao turismo paisagensde rara beleza e, à pesca artesanal, grande variedade de peixes, crustáceos e moluscos. As várzeas e terraçosaluviais, além de potencial para agricultura, tornaram-se alternativa para localização de projetos de aqüicultura,sobretudo nos trechos próximos à desembocadura dos rios, onde a influência das marés possibilita a prática dacarcinicultura.

No terceiro grupo, situa-se o município de Itapissuma que diferencia-se dos demais pela parcela de seu territóriointegrante das áreas de afloramento da Formação Beberibe (39,4%). A estas, seguem-se, em importância, asáreas de manguezais (28,4%) e as de predominância de baixa declividade que, juntamente com os topos planos,perfazem 20,1%) (tabela 04 e mapa 01).).

As potencialidades de Itapissuma estão constituídas pelos recursos hídricos subterrâneos do aqüífero Beberibe,pelos recursos biológicos (fauna e flora) do Canal de Santa Cruz e dos estuários localizados em seu território bemcomo por áreas planas ou de pendentes suaves que favorecem o uso agrícola, a localização industrial e a mineração(areia). O município é dotado de expressivo potencial para turismo cultural, constituído por seu patrimôniohistórico e cultural, assim como do potencial para o turismo náutico e ecoturismo, no Canal de Santa Cruz, nosestuários e flexas litorâneas, áreas essas dotadas também de potencial para pesca e cultivo (artesanal) de ostra,peixe e camarão.

A utilização das potencialidades dos três grupos de municípios acima descritos deve levar em conta tanto asrestrições inerentes à natureza do recurso ou ao atributo existente no município – restrições naturais – quanto asde ordem legal. No primeiro tipo, figuram as restrições ou limitações decorrentes:

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• do risco de contaminação/poluição do solo e dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) por resíduosagrícolas (herbicida, biocida, vinhoto) e dejetos (lixo e esgoto) industriais, domésticos e hospitalares. Esse tipo derestrição atinge: todos os rios, estuários, reservatórios hídricos superficiais e as áreas que os margeiam; as áreasde concentração de nascentes; as formações geológicas que abriguem aqüífero livre, a exemplo das várzeas eterraços aluviais, das áreas de baixa declividade constituídas por terraços marinhos, das áreas de afloramento esubafloramento da Formação Beberibe ou de camada aqüífera da Formação Barreiras;

• da susceptibilidade à erosão (escorregamento do solo, deslocamento de partículas e desmoronamento de

blocos rochosos) das áreas com predominância de altas declividades, resultando na restrição dessas áreas a:desmatamento; cultivo (permanente e temporário); implantação de rodovia, gasoduto e rede elétrica com traçadoacompanhando a linha de maior declive; extração mineral; pastoreio; construção de moradia e; lançamento deresíduos de qualquer natureza;

• do risco de comprometimento da recarga dos aqüíferos subterrâneos e da manutenção dos mananciais de

superfície, o que poderá resultar, respectivamente, da impermeabilização do solo pelo adensamento da ocupaçãourbana e da retirada da cobertura vegetal permanente. Tais restrições são características das áreas de afloramentoda Formação Beberibe, das áreas de concentração de nascentes, das várzeas e terraços aluviais bem como dasáreas de baixa declividade que margeiam rios e reservatórios de superfície ou recobrem terraços marinhos;

• do risco de redução da fauna e de destruição do substrato dos rios, estuários, recifes e águas litorâneas (praia

e mar de dentro) motivado por práticas degradadoras dos recursos desses ambientes. Em conseqüência desserisco, os ecossistemas acima mencionados apresentam restrições a: pesca predatória, sobrepesca; pesca/coletana época do defeso; extração de corais; coleta indiscriminada da fauna recifal; prática de esportes náuticos nosrecifes e estuários; e lançamento de lixo ou de qualquer outro tipo de resíduo nos ambientes supracitados.

O segundo tipo de restrições – as restrições de ordem legal – abrange o conjunto de dispositivos de naturezajurídica, elaborados pelo Poder Público, com o objetivo de proteger/preservar os recursos físicos, biológicos eculturais, através do disciplinamento do uso de tais recursos. São os seguintes os dispositivos legais que regulamo uso dos recursos e a ocupação do solo no setor litorâneo em causa:

• Lei Estadual no 9 860/86 – delimita as Áreas de Proteção dos Mananciais da RMR e estabelece as condiçõesde preservação dos recursos hídricos, incluindo-se naquele tipo de área a porção oeste dos municípios de Paulista,Abreu e Lima, Igarassu e Araçoiaba.

• Lei Estadual no 9 989/87 – define as Reservas Ecológicas da RMR, classificando como tais as matas deJaguarana, do Janga e de Caetés (em Paulista), as matas de Miritiba e de São Bento (em Abreu e Lima), a mata daUsina São José (em Igarassu) e as matas do Amparo, do Engenho São João, do Engenho Macaxeira, do Jaguaribe,de Santa Cruz e do Lanço dos Cações (em Itamaracá).

• Lei Estadual no 11 622/98 – implanta a Estação Ecológica de Caetés, em Paulista.

• Portaria DPR no 093/97, da CPRH – reconhece como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)a Mata de Tabatinga, em Goiana.

• Lei Estadual no 9 980/87 – define como Áreas de Interesse Especial as zonas de preservação dos sítioshistóricos, incluindo-se como tais as áreas delimitadas pela FIDEM, no PPSH e PPSHI, localizadas nos municípiosde Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá e Goiana.

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• Lei Municipal no 2 208/96 – estabelece o Zoneamento Territorial do Distrito Sede e Cruz de Rebouçasdo Município de Igarassu.

• Lei Estadual no 11427/97 – dispõe sobre a conservação e proteção das águas subterrâneas no Estado,incidindo sobre as áreas que abrigam aqüíferos.

• Lei Estadual no 9 960/86 – define a Orla Marítima do Município de Goiana como área de interesseespecial para fins de controle do uso do solo e sua compatibilização com a preservação do patrimônio natural epaisagístico.

• Lei Estadual no 9 990/87 – define as praias da Gavoa e do Capitão (em Igarassu) como áreas de interesseespecial com vistas à concessão de anuência prévia dos projetos de parcelamento do solo para fins urbanos.

• Lei Estadual no 9 931/86 – define como áreas de proteção ambiental as reservas biológicas constituídaspelas áreas estuarinas do Estado de Pernambuco, abrangendo, no Litoral Norte, as áreas estuarinas dos riosGoiana e Megaó, Itapessoca, Jaguaribe, Timbó, Paratibe e o Canal de Santa Cruz.

• Lei Federal no 7 661/88 – define as praias como bens públicos de uso comum do povo, assegurando oacesso livre e franco a elas e ao mar e considera recifes, restingas e ilhas costeiras, entre outros, como bensprioritários para conservação e proteção.

Além das áreas com restrições expressas nos instrumentos legais acima relacionados, ocorrem, no Litoral Norte,áreas de uso restrito, tais como: a) distritos industriais (DI), a exemplo do DI Arthur Lundgren (em Paulista eAbreu e Lima), do DI de Itapissuma e das áreas destinadas ao novo DI de Paulista e ao DI de Goiana e; b) terraspúblicas pertencentes ao Estado (área dos presídios, em Itamaracá) ou à União (área do CIMNIC, em Abreu eLima e Araçoiaba) (Mapa 01).

A relação detalhada das potencialidades e limitações dos atributos e recursos naturais e culturais do Litoral Norteencontra-se no quadro-síntese, a seguir.

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