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Apostila de Centro Cirúrgico e Recuperação

Anestésica Curso de Técnico de Enfermagem

Colégio Adventista da Liberdade

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Índice

1. Centro Cirúrgico

1.1. Controle de Contaminação e Infecção no CC

1.1.2. Potencial de Contaminação da Ferida Operatória

1.2. Tempos Cirúrgicos ou Operatórios

1.3. Fundamentos Básicos em Anestesiologia

1.4. Função do Técnico de Enfermagem no Centro Cirúrgico

2. Recuperação Anestésica

2.1. Localização e Área Física

2.2. Equipamentos e materiais básicos de uma RA

2.3. Funções do Técnico de Enfermagem na RA

2.4. Assistência de Enfermagem ao Paciente na sala de RA

2.4.1. Índice de Aldrete & Kroulik

2.5. Principais Complicações no Pós Operatório

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1. Centro Cirúrgico

O Centro Cirúrgico é definido como uma área complexa e de acesso

restrito.

Sua arquitetura e área física possuem particularidades que devem

atender a legislação sanitária vigente.

O CC deve contar com ambientes de apoio, a exemplo de sala de

utilidades, vestiários com banheiros, sala administrativa, sala de preparo de

materiais entre outros.

O CC é composto por uma série de dependências interligadas, a fim de

proporcionar ótimas condições à realização do ato anestésico-cirurgico. Deve

ser um local de fácil acesso as unidades de pacientes.

1.1. Controle de Contaminação e Infecção no CC

Os determinantes de infecção no paciente cirúrgico são multifatoriais,

conforme demonstrados a seguir:

Riscos de infecção ambientais: são aqueles relacionados ao meio

ambiente, como por ex: sistema de ar condicionado, limpeza da SO, tipo de

porta e janela da SO.;

Riscos de infecção ergonômicos: são aqueles relativos aos fatores

organizacionais da SO, por ex: nº de pessoas, espaço físico e distribuição de

mobiliários e equipamentos na SO.

Riscos de infecção relacionados à anestesia: são aqueles que

dizem a respeito aos procedimentos, matérias e equipamentos usados no ato

anestésico, assim como: sonda de EOT, laringoscópio, técnica asséptica na

punção anestésica.

Riscos de infecção relacionados à cirurgia: abrangem desde a

duração do ato cirúrgico, sitio cirúrgico e especialidade da cirurgia.

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Riscos de infecção relacionados aos materiais e equipamentos:

relacionam-se ao processamento (tratamento) dos artigos hospitalares, por ex:

falhas na limpeza, descontaminação, desinfecção ou esterilização.

Riscos de infecção iatrogênicos: referem-se aos erros da equipe

multidisciplinar.

Riscos de infecção endógenos: constituem o mais predisponente de

infecção. Extremos de idade, condições nutricionais, obesidade, imunidade,

doenças de base estão entre as causas de predisposição à infecção.

Riscos de infecção exógenos: são fatores externos (ao contrário dos

endógenos) que predispõe o processo infeccioso, por ex: fragmento de arma

de fogo, compressa cirúrgica esquecida em cavidade abdominal, FAB, entre

outros.

1.1.2. Potencial de Contaminação da Ferida Operatória

A classificação do potencial de contaminação da ferida operatória

constitui um dos parâmetros de controle de infecção hospitalar.

Cirurgia limpa: é aquela realizada em tecidos estéreis ou passíveis de

descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local.

Cirurgias em que não ocorre penetração no trato digestivo, respiratório ou

urinário. Por exemplo:

- Cirurgia Cardíaca - Artroplastia do quadril - Herniorrafia

- Neurocirurgia - Mastoplastia - Mastectomia parcial

ou total

- Cirurgia de ovário - Enxertos cutâneos - Esplenectomia

Cirurgia potencialmente contaminada: é realizada em tecidos com

colonização residente ou cirurgia limpa com colocação de drenos. Ocorre

penetração no trato digestivo, respiratório ou urinário. Por exemplo:

- Cirurgia das vias biliares sem obstrução biliar

- Cirurgia do intestino (eletiva)

- Histerectomia abdominal

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- Cirurgia gástrica e duodenal

- Feridas traumáticas limpas (ação de cirurgia até 10 hrs)

- Cirurgias cardíacas prolongadas com circulação extracorpórea

Cirurgia contaminada: são realizadas em tecidos traumatizados

recentemente abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja

descontaminação seja difícil ou impossível. Presença de inflamação aguda na

incisão, grande contaminação a partir do tubo digestivo, obstrução biliar ou

urinária. Por exemplo:

- Desbridamento de queimaduras

- Cirurgias das vias biliares em presença de obstrução biliar

- Cirurgia bucal e nasal

- Fraturas expostas com atendimento após 10 hrs

- Cirurgia de cólon - Cirurgia duodenal com obstrução duodenal

Cirurgias infectadas: são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em

qualquer órgão ou tecido com a presença de processo infeccioso (supuração

local), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem suja. Por

exemplo:

- Cirurgia de reto e ânus - Cirurgia abdominal em presença de pus

- Nefrectomia com infecção

- Presença de vísceras perfuradas

- Colecistectomia aguda com empiema

- Exploração das vias biliares em colangite supurativa

1.2. Tempos Cirúrgicos ou Operatórios

Denominam-se tempos cirúrgicos ou operatórios, os procedimentos ou

manobras consecutivas realizados pelo cirurgião desde o início até o término

da cirurgia.

1° Tempo: Diérese

A diérese (dividir, separar, cortar) consiste na separação dos planos

anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem de um órgão ou região.

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2° Tempo: Hemostasia

A hemostasia é o processo através do qual se previne ou impede o

sangramento.

3° Tempo: Cirurgia Propriamente dita ou exérese

É o tempo cirúrgico fundamental, que consiste na realização do

tratamento cirúrgico, seja em caráter curativo, paliativo, estético ou corretivo

ou com fim diagnóstico.

4° Tempo: Síntese Cirúrgica

A síntese é o procedimento utilizado para aproximar ou coaptar as

bordas de uma ferida com a finalidade de estabelecer a contigüidade dos

tecidos e facilitar as fases do processo de cicatrização.

1.3. Fundamentos Básicos em Anestesiologia

O bloqueio anestésico é utilizado para que o procedimento

transoperatório ocorra de forma que o paciente não sinta dores, ou par que o

mesmo não façam movimentos bruscos em áreas que estão sendo operadas.

Podemos destacar 3 formas de anestesia frequentemente empregadas:

- anestesia geral;

- anestesia regional (Peridural e Raquidiana);

- anestesia local e

- sedação.

Cada tipo de anestesia produz um efeito em uma parte do sistema

nervoso, o que resulta em uma depressão das vias nervosas. A anestesia

geral afeta as células cerebrais, o que faz com que você perca a consciência.

A anestesia regional produz efeito em uma grande quantidade de nervos para

uma área específica do corpo, que resulta na perda de sensação daquela

área sem afetar o nível de consciência. Anestesia local causa a perda da

sensação em uma área muito específica.

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Anestesia Geral é um termo utilizado para designar uma técnica

anestésica que promove inconsciência (hipnose) total, abolição da dor

(analgesia / anestesia) e relaxamento do paciente, possibilitando a realização

de qualquer intervenção cirúrgica conhecida. Pode ser obtida com agentes

inalatórios e/ou endovenosos.

Anestesia local é a infiltração de um anestésico local (por exemplo a

lidocaína ou Xylocaína) em uma determinada área do corpo, sem que ocorra

bloqueio de um nervo específico ou plexo (nome dado a um conjunto de

nervos) ou do neuroeixo (medula espinhal). A anestesia limita-se à área

infiltrada pelo anestésico local. É largamente utilizada em cirurgia superficial

(exemplo: cirurgias plástica e dermatológica), e em procedimentos circunscritos

a áreas limitadas (extração de corpo estranho superficial, cirurgias

odontológicas).

Trata-se de técnica segura se respeitados os limites de doses

preconizadas para cada tipo de anestésico local e as características de cada

paciente e do procedimento cirúrgico a que se destina.

O tempo de duração de uma anestesia local varia conforme a região

infiltrada, as características do anestésico empregado, bem como sua

quantidade e concentração e as características individuais de cada paciente.

Sedação consciente é causada quando um anestesiologista administra

medicamentos depressores e/ou analgésicos além da anestesia, durante uma

cirurgia. A consciência é deprimida e você pode dormir, mas não está

consciente.

Hipertermia maligna é uma síndrome de origem farmaco-genética que

classicamente se manifesta quando o seu portador é submetido a um ou mais

fatores desencadeantes durante uma anestesia geral. Inicia-se assim, um

processo de hipermetabolismo da célula muscular esquelética, podendo levar

à sua destruição, consumindo grande quantidade de energia, com rápida e

intensa elevação da temperatura, e conseqüentemente produzindo alterações

bioquímicas e hematológicas, que podem evoluir para choque irreversível e

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morte. A incidência da hipertermia maligna não é definida, porém estima-se

que possa variar de 1:14.000 a 1:200.000 pacientes submetidos à anestesia

geral.

As manifestações clínicas da síndrome de hipertermia maligna não

obedecem a nenhuma ordem cronológica. O sinal mais freqüente é o aumento

do gás carbônico no final da expiração causado pelo aumento do metabolismo

da célula muscular esquelética. Outros sinais também podem ter

aparecimento precoce, como o aumento da freqüência cardíaca, arritmias

diversas, o que muitas vezes rotula-se como plano de anestesia inadequado.

Pode haver cianose. A rigidez muscular, como a do músculo masseter que

dificulta a entubação traqueal aparece isolada, ou associada à rigidez de

outros grupos musculares. Todas as formas de rigidez muscular levam à

destruição de grandes áreas de tecido muscular, levando à rabdomiólise. O

aumento da temperatura não é o primeiro sinal a se manifestar, porém após o

início, geralmente tem ascenção rápida, com aumento médio de 1-2º C a cada

5 minutos.

1.4. Função do Técnico de Enfermagem no Centro Cirúrgico (SOBECC,

2005)

No CC cabe ao técnico de enfermagem:

Cumprir normas e regulamentos da instituição;

Receber o paciente no CC;

Desenvolver procedimentos técnicos conforme orientação do

enfermeiro;

Manter a ordem e a limpeza no seu ambiente de trabalho;

Zelar pelas condições ambientais de segurança do paciente e da

equipe multiprofissional;

Zelar pelo manuseio correto de equipamentos;

Estar ciente das cirurgias marcadas para a sala de sua

responsabilidade;

Priorizar os procedimentos de maior complexidade;

Realizar limpeza preparatória no inicio do dia;

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Prover as SOs com material e equipamentos adequados, de acordo

com cada tipo de cirurgia e com as necessidades individuais do

paciente;

Remover sujidades dos equipamentos expostos e das superfícies;

Verificar limpeza das paredes e piso da SO;

Verificar funcionamento da iluminação, gazes e equipamentos da SO;

Auxiliar na transferência do paciente da maca para a mesa cirúrgica,

certificando-se do correto posicionamento de cateteres, sondas e

drenos;

Auxiliar no correto posicionamento do paciente no ato cirúrgico;

Preencher adequadamente os impressos pertinentes ao prontuário e á

Instituição;

Controlar materiais, gazes e compressas como fator de segurança para

o paciente;

Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica;

Abrir os materiais estéreis conforme técnica asséptica;

Auxiliar o anestesiologista na indução/reversão do procedimento

anestésico, caso o enfermeiro não tenha condições de estar presente;

Auxiliar na transferência do paciente da mesa cirúrgica pra a maca;

Encaminhar o paciente para a RA e informar as condições clinicas para

enfermeiro/técnico de enfermagem do setor;

Realizar a desmontagem da sala;

Realizar limpeza concorrente ou terminal.

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2. Recuperação Anestésica

A sala de recuperação anestésica é um setor do CC, onde são

dispensados cuidados intensivos no pós operatório e pós anestesia imediatos.

Nela se proporcionam suporte ao paciente durante os estágios de reversão da

anestesia até q o paciente esteja consciente, com seus reflexos protetores e

seus SSVV estáveis.

Durante este período o paciente é monitorizado e na vigência de

alguma complicação secundária à anestesia, se fará a correção imediata.

2.1. Localização e Área Física

A localização ideal da RA é próxima as SOs com um número de leitos

proporcionais à especificidade do CC e ao número de SO existentes.

Segundo o Ministério da Saúde, esta área pertence à planta física do

CC e, portanto possui as mesmas características arquitetônicas.

Na RA, caso sua área física seja de 6 m², deve conter: um posto de

enfermagem a cada 12 leitos de RA, duas macas no mínino e a distância

entre elas deve ser de 0,8 m, entre macas e paredes a distância deverá ser de

0,6 m. O número de macas deve ser igual ao número de sala de cirurgias

mais um.

2.2. Equipamentos e materiais básicos de uma RA

A sala de RA deve ser provida de equipamentos básicos, em perfeitas

condições de uso, para atender a qualquer situação de emergência.

Equipamentos básicos:

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- duas saídas de oxigênio com fluxômetros;

- uma saída de ar comprimido;

- uma fonte de aspiração a vácuo;

- um foco de luz;

- tomadas elétricas de 110 e 220 volts;

- monitor cardíaco ;

- oxímetro de pulso;

- esfignomanômetros.

Equipamentos e materiais de suporte respiratório:

- ventiladores mecânicos;

- máscaras e cateteres para oxigênio;

- sondas para aspiração;

- carrinho de emergência, com material completo de EOT e ventilação manual.

Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular:

- equipos de soro e transfusão;

- equipos de medida de PVC.

Outros equipamentos:

- pacote de cateterismo vesical;

- sondas vesicais de demora;

- sistema de drenagem vesical;

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- pacotes de curativos;

- bolsas coletoras para drenos e ostomias;

- gazes, algodão e adesivos;

- frascos e tubos de coleta de sangue;

- fitas reagentes para dosagem de glicose no sangue e urina;

- caixa de pequena cirurgia;

- medicamentos e soros;

- soluções desinfetantes e anti-sépticas;

- cilindros de oxigênio e ar comprimido e aspirador elétrico;

- travesseiros, almofadas, lençóis, cobertores e talas.

2.3. Funções do Técnico de Enfermagem na RA

Segundo SOBECC (2005), cabe ao técnico de enfermagem:

Prestar o cuidado de enfermagem ao paciente designado pelo

enfermeiro, conforme prescrição realizada;

Realizar tarefas diárias e semanais de preparo e manutenção da

unidade para atendimento do paciente, conforme planejamento e orientação do

enfermeiro;

Participar da melhoria dos processos realizados na unidade como parte

do grupo de trabalho, emitindo opiniões e sugestões;

Participar de treinamentos como membros efetivos;

Manter a ordem e a limpeza no seu ambiente de trabalho;

Zelar pelas condições ambientais de segurança do paciente e da

equipe multiprofissional;

Zelar pelo manuseio correto e pela limpeza de equipamentos;

Conferir e providenciar material e equipamentos necessários para

prestar o cuidado adequado ao paciente;

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Admitir o paciente em recuperação anestésica, conforme designado

pelo enfermeiro ou em conjunto;

Aplicar Índice de Aldrete e Kroulik;

Executar a Prescrição Médica;

Realizar a transferência e alta dos pacientes com segurança para a

unidade de origem;

Notificar o enfermeiro sobre as condições do paciente e suas

intercorrências.

2.4. Assistência de Enfermagem ao Paciente na sala de RA

O período de recuperação anestésica é considerado crítico. O paciente

necessita de vigilância contínua das equipes médicas e de enfermagem que

atuam no setor.

Segundo Avelar et al. (1991) apud Silva et al. (1997), a maior incidência

de complicações anestésicas ou pós operatórias imediata acontecem neste

período, sendo mais freqüentes complicações de origem respiratória ou

circulatória.

O período de permanência na RA inclui avaliação e controle constantes

do paciente, baseado em dados prévios de avaliação, nas alterações

decorrentes dos efeitos anestésicos, nas conseqüências do trauma cirúrgico e

nas patologias preexistentes.

A assistência de enfermagem na RA consiste em:

Verificar a identificação do paciente com o prontuário;

Orientar o paciente sobre o término da cirurgia e sua localização;

Explicar os procedimentos e as atividades ao paciente;

Verificar o procedimento anestésico-cirúrgico realizado e a equipe

responsável;

Aplicar Índice de Aldrete & Kroulik ou outro estabelecido pela

Instituição;

Verificar a freqüência respiratória;

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Monitorizar pulso, PA, temperatura, Sat de O² e dor pós operatória;

Instalar nebulização de O² úmido de acordo com a necessidade;

Manter vias aéreas pérvias e realizar aspiração, S/N;

Manter nebulização;

Incentivar o paciente a inspirar profundamente;

Manter a avaliação dos SSVV;

Verificar a localização de drenos, sondas e condições do curativo;

Promover conforto e aquecimento ao paciente;

Manter a segurança do paciente, deixando as grades laterais da cama

ou maca elevadas;

Verificar e anotar débitos de drenos e sondas;

Realizar balanço hídrico, S/N;

Medicar conforme prescrição médica;

Observar queixa de retenção urinária, realizar manobras para estímulo

da diurese espontânea e/ou realizar cateterismo vesical de alívio ou

demora, conforme prescrito;

Manter e observar infusões venosas e atentar para possíveis

infiltrações e irritações cutâneas no local de inserção da agulha;

Avaliar sinais e queixas dolorosas, administrando analgésicos conforme

prescrição médica;

Fazer anotações de enfermagem conforme os cuidados prestados ao

paciente;

Comunicar as intercorrências ao enfermeiro e ao anestesiologista,

como alteração do nível de consciência, alterações de SSVV,

alterações nos resultados de exames laboratoriais, sangramentos não

esperados e queixas dolorosas constantes.

2.4.1. Índice de Aldrete & Kroulik

OBSERVAÇÃO: O controle de SSVV deve ser realizado de 15 em 15

minutos na primeira hora de permanência na RA, podendo passar para

de 30 em 30 minutos nas horas subseqüentes, desde que o paciente se

apresente hemodinamicamente estável.

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Dada a necessidade de se obter um método confiável e objetivo de se

descrever condições clínicas na RA, Aldrete ; Kroulik (1970) desenvolveram

um índice de avaliação que tem sido adotado em diversos serviços,

estabelecendo uma linguagem comum entre a equipe multiprofissional no CC;

que avaliam o paciente baseado em cinco parâmetros: respiração,

consciência, circulação, atividade muscular e coloração.

Cada um dos parâmetros recebe a nota de 0 a 2 no momento de sua

recepção na RA e em intervalos estabelecidos durante sua permanência na

RA.

Para avaliação das condições de alta é comum o uso do índice de o

uso do índice de Aldrete & Kroulik, sendo que o escore para alta intra-

hospitalar é de 8 a 10.

Fonte: SOBECC (2007)

A alta do paciente que está em recuperação anestésica é privativa do

anestesiologista.

Uma vez confirmada à alta, deve-se comunicar o enfermeiro da

unidade dando-lhe informações em que este paciente se encontra e em

Índice Aldrete & Krouplik

Atividade muscular

Movimenta os quatro membros 2

Movimenta dois membros 1

Incapaz de mover os membros voluntariamente ou sob comando 0

Respiração

Capaz de respirar profundamente ou tossir livremente 2

Dispnéia ou limitação da respiração 1

Apnéia 0

Circulação

PA 20% do nível pré-anestésico 2

PA 20 – 49% do nível anestésico 1

PA 50% do nível pré-anestésico 0

Consciência

Lúcido e orientado no tempo e espaço 2

Desperta, se solicitado 1

Não responde 0

Saturação de O2

Capaz de manter saturação o de O2 maior que 92% respirando em ar ambiente

2

Necessita de O2 para manter saturação maior que 90% 1

Saturação de O2 menor que 90% com suplementação de oxigênio 0

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seguida, transportá-lo, de forma segura, até seu leito, onde continuará a

receber seus cuidados de pós operatório.

2.5. Principais Complicações no Pós Operatório

É freqüente no período operatório em SRA a ocorrência de algumas

complicações. Em geral, elas possuem relação com o procedimento

anestésico-cirúrgico mas sua incidência não está totalmente relacionada a

estes mas também com as características individuais do paciente.

2.5.1. Complicações Respiratórias

Os pacientes que apresentam doenças pulmonares pré-existentes têm

a maior probabilidade de desenvolver complicações após a cirurgia.

Complicações podem ocorrer em decorrência das drogas anestésicas,

dos equipamentos utilizados, de alterações fisiológicas do paciente ou de

falha humana na condução da anestesia.

Entre as complicações pulmonares mais citadas estão: Atelectasia,

Infecção Traqueobrônquica, Pneumonias, Insuficiência Respiratória Aguda,

Ventilação Pulmonar Prolongada e Broncoespasmo.

A mais freqüente é a Atelectasia, abrange desde microatelectasias de

um segmento a todo o pulmão. Decorrem da perda do tônus diafragmático,

aparecem após 5 a 10 minutos após a indução anestésica.

Entretanto a principal causa de mortalidade nos serviços cirúrgicos é a

pneumonia no pós operatório.

A assistência de enfermagem para minimizar as complicações

respiratórias consiste em:

Monitorizar os SSVV, com ênfase na oximetria de pulso e FR;

Elevar decúbito;

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Solicitar a respiração profunda;

Desobstruir as VAS e utilizar a cânula de Guedel se indicação;

Aspirar a secreção orotraqueal;

Administrar medicamentos prescritos (digitálicos, vasopressores,

broncodilatadores, entre outros);

Registrar as observações e os cuidados prestados ao paciente.

2.5.2. Complicações Cardiovasculares

As principais alterações são:

Hipotensão Arterial;

Hipertensão Arterial;

Hemorragias;

Isquemia Cardíaca;

Oligúria;

Poliúria;

Tromboembolismo;

Choque Hipovolêmico;

Distúrbio de Coagulação.

A assistência de enfermagem deve consistir em:

Verificar PA com freqüência a cada 5 minutos até a estabilização;

Ofertar O²;

Manter acesso venoso;

Manter normotermia;

Observar queixas dolorosas ou de desconforto;

Observar dor n região da panturrilha;

Manutenção ou colocação de meia elástica e compressão pneumática;

Administrar as medicações conforme prescrição médica;

2.5.3. Complicações Térmicas

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A hipotermia é uma das complicações térmicas mais comuns na RA,

associada ou não a tremores e calafrios.

As principais complicações da hipotermia são: tremores, depressão

respiratória, aumento do trabalho cardíaco, arritmias cardíacas, ação

prolongada das drogas anestésicas e diminuição do metabolismo, entre

outras.

Outra complicação relacionada à manutenção térmica é a hipertermia

maligna, trata-se de uma complicação geneticamente transmitida e

multifatorial, que consiste em estado hipermetabólico (taquicardia, taquipnéia,

espasmos musculares e hiperpirexia tardia) desencadeado pela indução

anestesia (intoxicação por halotano).

2.5.4. Náuseas e Vômitos

Ocorre em aproximadamente em 25% a 30% das cirurgias. Sua causa

pode ter origem:

Tipo de anestesia;

Distensão gástrica;

Hipoglicemia;

Ansiedade;

Dor;

Uso de narcóticos ou anestésicos halogenados;

Local da cirurgia.

Para assistir um paciente sobre estas condições, temos como

cuidados:

Manter a cabeceira elevada a 45°, com a cabeça do paciente

lateralizada;

Manter permeabilidade de vias aéreas e sondas;

Evitar mudanças bruscas de decúbito;

Manter oxigenação do paciente;

Monitorizar os SSVV.

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2.5.5. Dor no pós operatório

O controle da dor pós operatória e o alívio do sofrimento são essenciais

para a assistência integral ao paciente cirúrgico, e são de responsabilidade do

profissional da área da saúde.

Durante a permanência na RA, é importante a avaliação da dor.

Geralmente após a primeira hora, o paciente apresenta-se mais desperto,

colaborando com a equipe.

Os tipos de dor mais comumente associados às intervenções cirúrgicas

são:

- dor somática (tem origem nos músculos, ligamentos ou na fáscia; podendo

ocorrer em repouso ou à movimentação);

- dor visceral (é a dor nos órgãos; tem origem na cavidade abdominal, pélvica,

torácica ou craniana).

Estes tipos de dor são resultantes da manipulação cirúrgica ou da

remoção de órgãos-alvo com fins terapêuticos, bem como da pressão

decorrente da manipulação dos tecidos periféricos. Podendo também estarem

associadas a edema, acumulo de líquidos ou formação de hematoma em

torno da incisão cirúrgica.

As medidas de sucesso para alivio dessa dor envolvem o uso de

alternativas farmacológicas e não farmacológicas.

A dor cirúrgica de leve a moderada deve ser tratada inicialmente com

antiinflamatórios não esteróides como: Paracetamol, AAS, Cetoprofeno, entre

outros. O uso exclusivo destes fármacos podem freqüentemente controlar a

dor de forma satisfatória. Caso não se obtenha alívio satisfatório da dor, inicia-

se a medicação com opióides como: Morfina, Meperidina, entre outros.

Como métodos não farmacológicos para alívio da dor, temos:

estimulação cutânea leve, massagem profunda, terapias com calor ou frio,

distração do ponto da dor, entre outros.

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BIBLIOGRAFIA

Básica

SILVA, M.D.A.,RODRIGUES, A.L., CESARETTI, I.U.R. e cols. Enfermagem na

unidade de Centro Cirúrgico. 2.ed. São Paulo: EPU, 1997. 249p.

Complementar

FIGUEREDO, N.M.A. de, Ensinando a cuidar de clientes em situações clínicas

e cirúrgicas. 6.ed. São Paulo: Difusão, 2003. 487p.

SOBECC. Práticas recomendadas – SOBECC/ 2005. 3.ed.