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1
SERVIO PBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
RESOLUO DO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSO
(CONSEPE) N. 27/2010
Dispe sobre o Projeto Pedaggico do Curso de
Matemtica (Campus de Arraias).
O Egrgio Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso Consepe, da Fundao
Universidade Federal do Tocantins UFT, reunido em sesso no dia 20 de outubro de 2010,
no uso de suas atribuies legais e estatutrias,
RESOLVE:
Art. 1 Aprovar o Projeto Pedaggico do Curso de Matemtica, do Campus de Arraias.
Art. 2 Esta Resoluo entra em vigor a partir da data de sua publicao.
Palmas, 20 de outubro de 2010.
Prof. Alan Barbiero
Presidente
cps
2
SERVIO PBLICO FEDERAL
FUNDAO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITRIO DE ARRAIAS
PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE LICENCIATURA
EM MATEMTICA DO CAMPUS UNIVERSITRIO DE
ARRAIAS
ARRAIAS TO
2010
3
SERVIO PBLICO FEDERAL
FUNDAO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITRIO DE ARRAIAS
PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE LICENCIATURA
EM MATEMTICA DO CAMPUS UNIVERSITRIO DE
ARRAIAS
Projeto Pedaggico do Curso de
Licenciatura em Matemtica da UFT,
Campus de Arraias.
ARRAIAS TO
2010
4
SERVIO PBLICO FEDERAL
FUNDAO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITRIO DE ARRAIAS
Administrao Superior
Dr. Alan Kardec Martins Barbiero
Reitor
Dr. Jos Expedito Cavalcante da Silva
Vice-reitor
Jos Pereira Guimares Neto
Pr-reitor de Administrao e Finanas
Dra. Isabel Cristina Auler Pereira
Pr-reitora de Graduao
Dr. Mrcio Antnio da Silveira
Pr-reitor de Pesquisa e Ps-Graduao
Msc. Marluce Evangelista Carvalho Zacariotti
Pr-reitora de Extenso, Cultura e Assuntos Comunitrios
Dr. Valria Gomes Moment
Pr-reitora de Assuntos Estudantis
Msc. Rafael Jos de Oliveira
Pr-reitor de Avaliao e Planejamento
5
SUMRIO
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... 7
1 . APRESENTAO .................................................................................................... 8
2 CONTEXTO INSTITUCIONAL .......................................................................... 10
2.1. Histrico da Universidade Federal do Tocantins (UFT) ................................ 10
2.2. A UFT no Contexto Regional e Local .............................................................. 12
2.3. Perfil Institucional ............................................................................................. 14
2.4. Misso Institucional ........................................................................................... 16
2.5. Mapa do Estado do Tocantins e os Municpios onde os Campi da UFT esto
presentes .................................................................................................................... 17
2.6. Estrutura Organizacional ................................................................................. 18
2.7. Campi e seus respectivos cursos ....................................................................... 19
2.8. Gesto Acadmica ............................................................................................. 19
3. CONTEXTUALIZAO DO CURSO .................................................................. 21
3.1 Nome do Curso ................................................................................................... 21
3.2 Modalidade do curso .......................................................................................... 21
3.3. Endereo do Curso ............................................................................................ 21
3.4. Ato Legal de Reconhecimento do Curso ......................................................... 21
3.5. Nmero de Vagas ............................................................................................... 21
3.6. Turno de funcionamento ................................................................................... 21
3.7. Direo do Campus ........................................................................................... 21
3.8. Coordenador do Curso: .................................................................................... 21
3.9. Relao Nominal dos membros do Colegiado de Curso ................................ 21
3.10. Comisso de elaborao do PPC .................................................................... 22
3.11. Histrico do curso: sua criao e trajetria .................................................. 22
3.11.1 Caracterizao geral da identidade e histria do curso. ........................ 23
3.11.2 Concepo acerca de sociedade, de homem e de educao. ................... 25
4. ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA ................................................... 28
4.1. Organizao Acadmica.................................................................................... 28
4.2. Coordenao Acadmica ................................................................................... 29
4.2.1 - Secretaria do Curso de Matemtica ........................................................ 30
4.3. Projeto Acadmico de Curso ............................................................................ 30
4.3.1. Justificativa ................................................................................................. 30
4.3.2. Objetivos do Curso ..................................................................................... 33
4.3.2.1. Objetivos especficos do Curso ........................................................... 33
4.3.3. Perfil profissiogrfico ................................................................................. 34
4.3.4. Competncias, atitudes e habilidades ....................................................... 35
4.3.5. Campo de atuao profissional ................................................................. 37
4.3.6. Organizao Curricular ............................................................................. 37
4.3.6.1. Disciplinas de formao geral das licenciaturas ............................... 38
4.3.6.2 Disciplinas do Objeto da Cincia Matemtica ................................... 39
4.3.6.3 Formao Pedaggica na rea de Atuao ........................................ 41
4.3.6.4. Disciplinas de Prtica de Ensino ........................................................ 42
4.3.6.5 Atividades Prticas ............................................................................... 44
4.3.6.6 Disciplinas Eletivas ............................................................................... 44
4.3.6.7. Atividades Complementares ............................................................... 45
4.3.6.8. Matriz Curricular ................................................................................ 46
6
4.3.6.9. Tabela 10 Tabela de Equivalncia das Matrizes Curriculares..... 49 4.4. Ementrio do Curso .......................................................................................... 52
4.4.1. Disciplinas Obrigatrias............................................................................. 52
4.4.2. Disciplinas Eletivas ..................................................................................... 92
4.4.2.1. Disciplinas Eletivas do Bloco 1 ........................................................... 92
4.4.2.2. Disciplinas Eletivas do Bloco 2 ........................................................... 98
4.4.2.3. Disciplinas Eletivas do Bloco 3 ......................................................... 107
4.4.3 Interface ensino, pesquisa e extenso ....................................................... 115
4.4.3.1 Interface pesquisa e extenso ............................................................ 115
4.4.3.2 Interface com programas de fortalecimento do ensino ................... 117
4.4.3.3 Interface com as atividades acadmicas, cientficas e artstico-culturais
.......................................................................................................................... 119
4.4.4. Procedimentos de avaliao do processo de ensino-aprendizagem com a
concepo do curso ............................................................................................. 120
4.4.4.1. Avaliao do Projeto Pedaggico do Curso e Aes implementadas em
processos de auto-avaliao e de avaliao externa .................................... 120
4.4.4.2. Das avaliaes dos alunos e dos critrios de aprovao ................. 123
5. Corpo Docente, Corpo Discente e Corpo Tcnico-Administrativo .................... 125
5.1. Formao acadmica e profissional do corpo docente e Ncleo Docente
Estruturante ............................................................................................................ 125
5.5. Formao e experincia profissional do corpo tcnico-administrativo que atende
ao Curso ................................................................................................................... 129
6. Instalaes Fsicas e Laboratrios ........................................................................ 136
6.1 Laboratrio de Informtica (LABIN) ............................................................ 136
6.2 Laboratrio de Educao Matemtica (LEMAT) ......................................... 136
6.3Biblioteca ............................................................................................................ 137
6.4 Instalaes e equipamentos complementares ................................................. 138
6.4.1 Salas de Aula .............................................................................................. 138
6.4.2 Salas de trabalho dos docentes ................................................................. 138
6.4.3 Sala de reunio ........................................................................................... 138
6.4.4 Auditrio .................................................................................................... 138
6.4.5 Secretaria Acadmica ................................................................................ 138
6.4.6 Sala da Coordenao Administrativa e Finanas ................................... 139
6.4.7 Copa ............................................................................................................ 139
6.4.8 Sala dos Centros Acadmicos ................................................................... 139
6.4.9 Instalaes sanitrias ................................................................................. 139
6.5. rea de lazer e circulao ............................................................................... 140
6.6. Recursos Audiovisuais ..................................................................................... 140
6.7. Acessibilidade para portadores de necessidade especiais ............................ 141
6.8. Salas de Coordenao de Curso e Direo de Campus ................................ 141
6.8.1 Sala de Coordenao de Curso ................................................................. 141
6.8.2 Sala de Direo de Campus ...................................................................... 141
7. Bibliografia .............................................................................................................. 141
8. Anexos ...................................................................................................................... 141
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Relao nominal dos membros do CCM
Tabela 2 Blocos dos componentes curriculares
Tabela 3 Disciplinas de Formao Geral das Licenciaturas (Bloco 1)
Tabela 4 Disciplinas do Objeto da Cincia Matemtica (Bloco 2)
Tabela 5 Disciplinas de Formao Pedaggica na rea de Atuao (Bloco 3)
Tabela 6 Disciplinas de Prtica de Ensino
Tabela 7 Disciplinas Eletivas
Tabela 8 Disciplinas que compem a matriz curricular do curso de Licenciatura em Matemtica
Tabela 9 Relao Disciplinas Eletivas que compem a matriz curricular do curso de Licenciatura em Matemtica dispostas por Blocos
Tabela 10 Tabela de Equivalncia das Matrizes Curriculares
Tabela 11 Composio e titulao do Ncleo Docente Estruturante (NDE)
Tabela 12 Relao do Corpo Tcnico-administrativo do Campus de Arraias
Tabela 13 Equipamentos Audiovisuais
8
1 . APRESENTAO
A Universidade Federal do Tocantins (UFT), desde sua fundao (2003), tem
demonstrado preocupao com a formao de professores nas diferentes reas de ensino,
sobretudo no que diz respeito a sua atuao na Educao Bsica.
Com a misso de produzir e difundir conhecimentos visando a formao de cidados
e profissionais qualificados, comprometidos com o desenvolvimento sustentvel da
Amaznia e com viso estratgica de consolidar a UFT como um espao de expresso
democrtica e cultural, reconhecida pelo ensino de qualidade e pela pesquisa e extenso
voltadas para o desenvolvimento regional a Universidade se torna um diferencial na
educao e no desenvolvimento de pesquisas e projetos inseridos no contexto socioeconmico
e cultural do Estado do Tocantins (PE/UFT 2006-2010; PPI/UFT, 2007; PDI/UFT, 2007-
2011).
Nesse sentido, implantam-se novos cursos tanto nas modalidades presencial como em
regime especial ou ainda distncia, especialmente para formar professores para atuar na
Educao Bsica. Alm dos cursos regulares, a UFT oferece cursos em regime especial para a
primeira e segunda licenciaturas por meio do Plano Nacional de Formao de Professores
(PARFOR); e da Universidade Aberta do Brasil (UAB), como o caso do curso de Biologia.
Alm dos cursos de graduao, est em processo de elaborao uma proposta para a
implantao do Curso de Mestrado Acadmico em Educao, cuja dinmica propiciar a
criao de Grupos de Estudos e Pesquisas na rea da Educao.
Acreditando que a melhoria da qualidade do ensino da Matemtica passa
necessariamente pela melhoria na qualidade da formao dos professores que ensinam esta
Cincia, desde sua fundao, a UFT mantm Cursos de licenciatura em Matemtica nos
Campi de Araguana e Arraias. Neste sentido, est em processo a assinatura de um termo de
cooperao entre as universidades localizadas na Amaznia Legal, as quais submeteram
avaliao da CAPES a proposta para implantao de um curso de doutorado em rede (Rede
Amaznica de Educao em Cincias e Matemtica REAMEC), que teve sua aprovao em
fevereiro de 2010. Assim, por meio do Programa de Ps Graduao em Educao em
Cincias e Matemtica (PPGECEM), o qual tem como objetivo a formao de professores que
atuam nas universidades dos nove estados da Amaznia Legal, a UFT propicia condies para
a qualificao de professores que atuam no ensino de Cincias e Matemtica.
No processo de construo de uma proposta de reformulao do Projeto Pedaggico
do Curso (PPC), se faz necessrio que todos os envolvidos participem. Assim, o PPC do
9
Curso de Licenciatura em Matemtica da UFT/Arraias contou com a colaborao de todo o
colegiado (docentes, discentes e tcnicos administrativos).
O Curso de Licenciatura em Matemtica da UFT/Arraias tem como objetivo formar
professores para atuarem na Educao Bsica, com conhecimentos tcnico-cientficos da
Cincia Matemtica, da Educao e da Educao Matemtica. Para tanto, a construo e
elaborao do presente documento fundamentou-se no Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI), no Projeto Pedaggico Institucional (PPI), nos Pareceres 1.302/2001 e
009/2001 do Conselho Nacional de Educao (CNE), nas resolues 3/2001 e 2/2002 do
Conselho Nacional de Educao (CNE) e na Lei n 11.788/2008.
O Parecer 1.302/2001 se refere s Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de
Matemtica (Bacharelado e Licenciatura), j o parecer 009/2001, chama a ateno para a
importncia de os cursos de Licenciatura apresentrem slida articulao entre contedos
pedaggicos e contedos de ensino. A resoluo 3/2001 dispe sobre procedimentos a serem
adotados quanto ao conceito de hora-aula, e d outras providncias e a resoluo 2/2002,
institui a durao e a carga horria dos cursos de licenciatura, de graduao plena, de
formao de professores da Educao Bsica em nvel superior. A Lei n 11.788/2008, dispe
sobre o estgio de estudantes.
Para a construo do presente PPC, foram considerados, alm dos documentos
supracitados, a legislao: Resoluo CNE/CP 1 de 18/02/2002 (Diretrizes Curriculares para
formao de professores da Educao Bsica em nvel superior, curso Licenciatura),
Resoluo CONSEPE/UFT n 05, de 17/05/2005 e o Parecer CNE/CP 28/2001(durao e
carga horria dos cursos de Licenciatura), bem como a Resoluo n 3, de 18 de fevereiro de
2003, que apresenta, no seu Art. 2, os componentes do Projeto Pedaggico do Curso de
Matemtica.
Entendendo que uma caracterstica peculiar deste momento histrico diz respeito ao
acmulo de informaes em todas as reas do conhecimento, a matriz curricular do PPC tem
que garantir a reflexo e a crtica sobre os processos de ensino e aprendizagem, a
problemtica social, ao processo de globalizao, com a qualidade das informaes, a
produo de produtos e bens de consumo, o lucro, a excluso social e o desemprego, em
mbito mundial.
O Curso de Licenciatura em Matemtica da UFT/Arraias tem o desafio de ofertar
sociedade um curso comprometido com o exerccio da cidadania, garantindo aos acadmicos
o seu acesso, a sua permanncia e a continuidade aos seus estudos, conforme preconiza o
Projeto Poltico Institucional (PPI) 2007/UFT.
10
A proposta de reformulao do PPC do Curso de Licenciatura em Matemtica da
UFT/Arraias deve atender aos princpios da UFT e contribuir com a construo de uma
identidade prpria, considerando-se como princpios: o compromisso com o desenvolvimento
da Cincia, da Tecnologia e da Cultura; a amplitude de ao e expanso, envolvendo o
interior do Estado do Tocantins como prioritrio e obrigatrio; a qualificao de recursos
humanos para atender s redes estadual, municipal e particular de ensino e o mercado de
trabalho regional e nacional; e a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extenso.
Tais princpios encontram-se articulados com as polticas de gesto acadmica
preconizadas no Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI), no qual se destacam: a
proposio de novas formas de organizao didtico-pedaggica, tendo em vista a amplitude
de novas metodologias, no processo de ensino-aprendizagem; uma maior integrao entre os
cursos de graduao e ps-graduao; a continuidade permanente e projeo de melhoria das
condies do curso, por meio de mecanismos de avaliao contnua (PDIUFT, 2007, p. 14).
2 CONTEXTO INSTITUCIONAL
2.1. Histrico da Universidade Federal do Tocantins (UFT)
A Fundao Universidade Federal do Tocantins (UFT) uma entidade pblica
destinada promoo do ensino, pesquisa e extenso, dotada de autonomia didtico-
cientfica, administrativa e de gesto financeira e patrimonial, em consonncia com a
legislao vigente. Ela foi instituda pela Lei n 10.032, de 23 de outubro de 2000, vinculada
ao Ministrio da Educao, mas iniciou suas atividades a partir de maio de 2003, quando da
posse dos primeiros professores efetivos e a transferncia dos cursos de graduao regulares
da Universidade do Tocantins (UNITINS), mantida pelo Estado do Tocantins.
Por meio da Portaria de n 717, de 18 de abril de 2001, foi nomeada a primeira
Comisso Especial de Implantao da Universidade Federal do Tocantins. Essa comisso teve
a incumbncia de elaborar o Estatuto e um projeto de estruturao com as providncias
necessrias para a implantao da nova universidade. O professor doutor Eurpedes Vieira
Falco, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi designado presidente
dessa comisso.
Uma segunda fase aconteceu por meio do Decreto de n 4.279, de 21 de junho de
2002, em que foi atribuda Universidade de Braslia (UnB) a competncia para tomar as
providncias necessrias para a implantao da UFT. Nessa fase o professor Doutor Lauro
Morfhy, na poca reitor da Universidade de Braslia, foi designado para o cargo de reitor pr-
11
tempore da UFT. O Acordo de Cooperao n 1/02, de 17 de julho de 2002, entre a Unio, o
Estado do Tocantins, a UNITINS e a UFT, com intervenincia da UnB, teve como objetivo
viabilizar a implantao definitiva da UFT. Com essas aes, iniciou-se uma srie de
providncias jurdicas e burocrticas, alm dos procedimentos estratgicos que estabeleciam
funes e responsabilidades a cada um dos rgos representados.
Com a posse aos professores, foi desencadeado o processo de realizao da primeira
eleio dos diretores de campi da UFT. Assim, na terceira fase de implantao e
implementao da UFT, foi indicada uma nova comisso a qual teve como reitor pr-tempore
o professor Doutor Srgio Paulo Moreyra, quem, poca era professor titular aposentado da
Universidade Federal de Gois (UFG), e tambm, assessor do Ministrio da Educao. Entre
os membros dessa comisso, foi designado, por meio da Portaria de n 002/03, de 19 de
agosto de 2003, o professor mestre Zezuca Pereira da Silva, tambm professor titular
aposentado da UFG para o cargo de coordenador do Gabinete da UFT.
Essa comisso elaborou e organizou as minutas do Estatuto, Regimento Geral, o
processo de transferncia dos cursos da UNITINS, que foram submetidos ao Ministrio da
Educao e ao Conselho Nacional de Educao (CNE); criou as comisses de Graduao, de
Pesquisa e Ps-graduao, de Extenso, Cultura e Assuntos Comunitrios e de Administrao
e Finanas; preparou e coordenou a realizao da consulta acadmica para a eleio direta do
Reitor e do Vice-Reitor da UFT, a qual ocorreu no dia 20 de agosto de 2003, tendo o
professor doutor Alan Kardec Martins Barbiero sido eleito reitor da UFT.
Por meio da Portaria n 658, de 17 de maro de 2004, o ento Ministro da Educao,
Tarso Genro, homologou o Estatuto da Fundao, aprovado pelo Conselho Nacional de
Educao (CNE), o que tornou possvel a criao e instalao dos rgos Colegiados
Superiores, como o Conselho Universitrio (CONSUNI) e o Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extenso (CONSEPE).
Com a instalao desses rgos foi possvel consolidar as aes inerentes ao processo
de escolha de dirigentes das instituies federais de ensino superior (Reitor e Vice-Reitor)
conforme preconiza a Lei n. 9.192/95, de 21 de dezembro de 1995.
Por meio do Parecer do (CNE/CES) n 041 e Portaria Ministerial n. 658/2004 e da
homologao do Estatuto da Fundao Universidade Federal do Tocantins (2004), foram
realizados a convalidao dos cursos de graduao e os atos legais praticados at aquele
momento pela UNITINS. Assim, a UFT incorporou todos os cursos de graduao e o curso de
Mestrado em Cincias do Ambiente, bem como mais de oito mil alunos matriculados naquela
12
universidade. Recebeu da UNITINS tambm equipamentos, estrutura fsica dos campi j
existentes e dos prdios que estavam em construo.
A histria da UFT, assim como todo o seu processo de criao e implantao,
representa uma grande conquista do povo tocantinense. , portanto, uma realidade que se
consolida, a cada dia, numa instituio social voltada produo e difuso de conhecimentos;
formao de cidados e profissionais qualificados, comprometidos com o desenvolvimento
social, poltico, cultural e econmico da Nao.
2.2. A UFT no Contexto Regional e Local
O carter heterogneo da populao caracteriza o Estado do Tocantins como
multicultural, colocando UFT, o desafio de desenvolver prticas educativas que promovam
o ser humano e que elevem o nvel de vida da populao. A insero da UFT nesse contexto
se d por meio dos seus diversos cursos de graduao, programas de ps-graduao, em nvel
de mestrado, doutorado e cursos de especializao integrados a projetos de pesquisa e
extenso que, de forma indissocivel, propiciam a formao de profissionais e produzem
conhecimentos que contribuem para a transformao e desenvolvimento do estado do
Tocantins.
A UFT possui uma estrutura multicampi composta por 7 (sete) campi universitrios
localizados em regies estratgicas do Estado e oferece diferentes cursos vocacionados para a
realidade local. Nesses campi, alm da oferta de cursos de graduao e ps-graduao que
oportunizam populao local o acesso educao superior pblica, gratuita e de qualidade,
so desenvolvidos programas e eventos cientfico-culturais que permitem ao aluno uma
formao integral. Levando-se em considerao a vocao de desenvolvimento do Tocantins,
a UFT oferece oportunidades de formao nas seguintes reas: Cincias Exatas e da Terra;
Cincias Sociais Aplicadas; Cincias Humanas; Educao; Agrrias; Cincias Biolgicas; e
Cincias da Sade.
Os investimentos em ensino, pesquisa e extenso na UFT buscam estabelecer uma
sintonia com as especificidades do Estado, demonstrando, sobretudo, o compromisso social
desta Universidade com a sociedade em que est inserida. Dentre as diversas reas
estratgicas contempladas pelos projetos da UFT, merecem destaque:
a) Identidade, cultura e territorialidade;
b) Agropecuria, agroindstria e bioenergia;
c) Meio ambiente;
13
d) Educao;
f) Sade;
g) Poltica de assistncia estudantil.
As ocupaes do estado por indgenas, afro-descendentes, entre outros grupos, fazem
parte dos objetos de pesquisa. Os estudos realizados revelam as mltiplas identidades e as
diversas manifestaes culturais presentes na realidade do Tocantins, bem como as questes
da territorialidade como princpio para um ideal de integrao e desenvolvimento local.
A UFT vem contribuindo para a adoo de novas tecnologias na agricultura e
pecuria, o que tem propiciado aumentos nos investimentos e resultado na ampliao e
melhorias tanto no cultivo como na qualidade de uma variedade considervel de produtos
(gros, frutas, verduras), assim como na expanso do mercado de carne, principalmente a
bovina, suna de a de frango. Aes essas que atraem investimentos de vrias regies do
Brasil. Com o foco ampliado, tanto para o pequeno quanto para o grande produtor, busca-se
uma agropecuria sustentvel, com elevado ndice de exportao e a consequente qualidade
de vida da populao rural.
Diante da riqueza e da diversidade natural da Amaznia Legal, os estudos da
biodiversidade e das mudanas climticas merecem uma ateno especial. Nesse sentido, a
UFT tem um papel fundamental na preservao dos ecossistemas locais, viabilizando estudos
das regies de transio entre grandes ecossistemas brasileiros presentes no Estado do
Tocantins (Cerrado, Floresta Amaznica, Pantanal e Caatinga), que o caracterizam como uma
regio de Ectonos.
O Tocantins possui uma populao bastante heterognea que agrupa uma variedade de
povos indgenas e uma significativa populao rural, o que impe UFT, a responsabilidade e
o compromisso com a melhoria do nvel de escolaridade da populao, oferecendo uma
educao contextualizada e inclusiva. Nesse sentido, a UFT tem desenvolvido aes voltadas
para a educao indgena, educao rural, educao de jovens e adultos, assim como o
programa Universidade da Maturidade (UMA).
A UFT tem se empenhado tambm na melhoria da qualidade de ensino na Educao
Bsica e tem desenvolvido aes vinculadas formao inicial e continuada de professores
que atuam nos sistemas e redes de ensino do Estado do Tocantins e estados circunvizinhos.
Sob o entendimento de que a melhoria da qualidade do ensino da Matemtica passa
necessariamente pela melhoria na qualidade da formao dos professores que ensinam esta
cincia, desde sua fundao, a UFT mantm Cursos de Licenciatura em Matemtica nos
Campi de Araguana e Arraias; vem implantando novos cursos tanto nas modalidades
14
presencial como em regime especial, ou ainda, distncia, especialmente para formar
professores para atuar na Educao Bsica.
Alm dos cursos regulares, a UFT oferece cursos em regime especial para a primeira e
segunda licenciaturas por meio do Plano Nacional de Formao de professores (PARFOR); e
da Universidade Aberta do Brasil (UAB), como o caso do Curso de Biologia. Alm dos
cursos de graduao, est em processo de elaborao uma proposta para a implantao do
Curso de Mestrado Acadmico em Educao, cuja dinmica propiciar a criao de Grupos
de Estudos e Pesquisas na rea da Educao.
Alm disso, est em processo a assinatura de um termo de cooperao entre as
universidades localizadas na Amaznia Legal, as quais submeteram avaliao da CAPES a
proposta para implantao de um curso de doutorado em rede (Rede Amaznica de Educao
em Cincias e Matemtica REAMEC), que teve sua aprovao em fevereiro de 2010.
Assim, por meio do Programa de Ps Graduao em Educao em Cincias e Matemtica
(PPGECEM), o qual tem como objetivo a formao de professores que atuam nas
universidades dos nove estados da Amaznia Legal, a UFT propicia condies para a
qualificao de professores que atuam no ensino de Cincias e Matemtica.
Na dinmica do PPGECEM est contemplada a criao de um Ncleo de Estudos e
Pesquisas no Ensino de Cincias e Matemtica, de modo a integrar as pesquisas realizadas
pelos professores das instituies parceiras.
Diante da perspectiva de escassez de reservas de petrleo em 2050, o mundo busca
fontes de energias alternativas socialmente justas, economicamente viveis e ecologicamente
corretas. Neste contexto, a UFT desenvolve pesquisas nas reas de energia renovvel, com
nfase no estudo de sistemas hbridos fotovoltaica/energia de hidrognio e biomassa,
visando a definir protocolos capazes de atender s demandas da Amaznia Legal.
A UFT criou a Pr-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROEST), responsvel pelo
estabelecimento e desenvolvimento de polticas de assistncia estudantil, de modo a assegurar
a permanncia do estudante em situao de risco ou vulnerabilidade socioeconmica e da
intensificao do intercmbio com instituies nacionais e internacionais como estratgia para
o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da ps-graduao.
2.3. Perfil Institucional
Os Arts. 1 e 2 do Estatuto da Fundao Universidade Federal do Tocantins destacam
sua personalidade jurdica de direito pblico, instituda pela Lei 10.032, de 23 de outubro de
15
2000 e vinculada ao Ministrio da Educao. Assim, a UFT uma entidade pblica destinada
promoo do ensino superior, da pesquisa e da extenso, dotada de autonomia didtico-
cientfica, patrimonial, administrativa e de gesto.
As aes da UFT norteiam-se pelos princpios estabelecidos no Estatuto e no
Regimento, de modo a:
I - estimular a criao cultural e o desenvolvimento do esprito cientfico e do pensamento
reflexivo;
II - formar profissionais nas diferentes reas do conhecimento, aptos insero em setores
profissionais e participao no desenvolvimento da sociedade brasileira, colaborando para a
sua formao contnua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigao cientfica, visando ao desenvolvimento
da cincia, da tecnologia e da criao e difuso da cultura, desenvolvendo-se, desse modo, o
entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgao dos conhecimentos culturais, cientficos e tcnicos que
constituem patrimnio da Humanidade, bem como comunicar o saber por meio do ensino, de
publicaes ou de outras formas de comunicao;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeioamento cultural e profissional e possibilitar a
correspondente concretizao, integrando os conhecimentos que vo sendo adquiridos numa
estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada gerao;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais
e regionais;
VII prestar servios especializados comunidade e estabelecer com essa relao de
reciprocidade;
VIII - promover a extenso de forma aberta participao da populao, visando a difuso
das conquistas e benefcios resultantes da criao cultural, da pesquisa cientfica e
tecnolgica geradas na Instituio.
A estrutura multicampi uma caracterstica da UFT que se expressa por sua atuao
em sete campi, implantados em diferentes cidades (Araguana, Arraias, Gurupi, Miracema,
Palmas, Porto Nacional e Tocantinpolis), com distncias que vo de 70 a 600 km da capital
(Palmas). Dessa forma, as inter-relaes, o fluxo de informaes e as demandas infra-
estruturais que se estabelecem ou que so necessrios administrao de um sistema
multicampi, diferem bastante do modelo tradicional de uma instituio centralizada em um s
campus. Destacam-se, nete aspecto, custos operacionais mais elevados como uma das
caractersticas de descentralizao.
16
2.4. Misso Institucional
O Planejamento Estratgico - PE (2006 2010), o Projeto Pedaggico Institucional
PPI (2007) e o Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI (2007-2011), aprovados pelos
Conselhos Superiores, definem que a misso da UFT Produzir e difundir conhecimentos
visando formao de cidados e profissionais qualificados, comprometidos com o
desenvolvimento sustentvel da Amaznia e, como viso estratgica, Consolidar a UFT
como um espao de expresso democrtica e cultural, reconhecida pelo ensino de qualidade e
pela pesquisa e extenso voltadas para o desenvolvimento regional.
Em conformidade com o Projeto Pedaggico Institucional - PPI (2007) e com vistas
consecuo da misso institucional, todas as atividades de ensino, pesquisa e extenso da
UFT, assim como todos os esforos dos gestores, comunidade docente, discente e
administrativa devero focar, sobretudo:
2 o estmulo produo de conhecimento, criao cultural e ao desenvolvimento do
esprito cientfico e reflexivo;
3 a formao de profissionais nas diferentes reas do conhecimento, aptos insero em
setores profissionais, participao no desenvolvimento da sociedade brasileira e
colaborar para a sua formao contnua;
4 o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigao cientfica, visando o
desenvolvimento da cincia, da tecnologia e a criao e difuso da cultura,
propiciando o entendimento do ser humano e do meio em que vive;
5 a promoo da divulgao de conhecimentos culturais, cientficos e tcnicos que
constituem o patrimnio da humanidade comunicando esse saber por meio do ensino,
de publicaes ou de outras formas de comunicao;
6 a busca permanente de aperfeioamento cultural e profissional e possibilitar a
correspondente concretizao, integrando os conhecimentos que vo sendo adquiridos
numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada gerao;
7 o estmulo ao conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os
nacionais e regionais;
8 a prestar servios especializados comunidade e estabelecer com essa relao de
reciprocidade;
17
9 a promoo da extenso aberta participao da populao, visando difuso das
conquistas e benefcios resultantes da criao cultural, da pesquisa cientfica e
tecnolgica geradas na Instituio.
Os sete campi universitrios da UFT localizam-se em regies estratgicas do Estado
do Tocantins, podendo, dessa forma, contribuir com o desenvolvimento local e regional,
contemplando as suas diversas vocaes e ofertando ensino superior pblico e gratuito em
diversos nveis.
2.5. Mapa do Estado do Tocantins e os Municpios onde os Campi da UFT esto
presentes
A UFT tem uma dimenso que abrange todo o estado do Tocantins. a mais
importante instituio pblica de ensino superior do estado, em termos de dimenso e
desempenho acadmico. Essa sua grande dimenso fica patente em nmeros aproximados
695 professores efetivos, 35 professores substitutos e 457 tcnicos administrativos.
Atualmente, a Universidade oferece 48 cursos de graduao e 08 programas de mestrado e 1
de doutorado reconhecidos pela Capes, alm de vrios cursos de especializao lato sensu.
Com aproximadamente 11.000 mil alunos, distribudos em sete campi universitrios e
com sua realidade acadmico-administrativa integrada, a UFT requer, para o seu
funcionamento, uma estrutura complexa de grande porte, o que, por sua vez, gera custos
18
operacionais especficos. Essa singularidade no pode ser desconsiderada quando se analisa a
gesto oramentrio-financeira e acadmico-administrativa da Instituio.
2.6. Estrutura Organizacional
A estrutura organizacional da UFT composta por:
1. Conselho Universitrio CONSUNI: rgo deliberativo da UFT destinado a traar a
poltica universitria. um rgo de deliberao superior e de recurso. Integram esse
conselho o Reitor, Pr-reitores, Diretores de campi e representante de alunos, professores
e funcionrios, cujo Regimento Interno est previsto na Resoluo CONSUNI 003/2004.
2. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso CONSEPE: rgo deliberativo da UFT em
matria didtico-cientfica, composto por: Reitor, Pr-reitores, Coordenadores de Curso e
representante de alunos, professores e funcionrios, cujo Regimento Interno est previsto
na Resoluo CONSEPE 001/2004.
3. Reitoria: rgo executivo de administrao, coordenao, fiscalizao e superintendncia
das atividades universitrias. Estruturada por Reitoria, Pr-reitorias, Assessoria Jurdica,
Assessoria de Assuntos Internacionais e Assessoria de Comunicao Social.
4. Pr-Reitorias: No Estatuto da UFT esto definidas as atribuies do Pr-Reitor de
Graduao (art. 20); Pr-Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao (art. 21); Pr-Reitor de
Extenso e Assuntos Comunitrios (art. 22); Pr-Reitor de Administrao e Finanas (art.
23). As Pr-Reitorias estruturaram-se em Diretorias, Divises Tcnicas e em outros
rgos necessrios para o cumprimento de suas atribuies (art. 24).
5. Conselho Diretor: o rgo dos campi com funes deliberativas e consultivas em
matria administrativa (art. 26). De acordo com o Art. 25 do Estatuto da UFT, o Conselho
Diretor formado pelo Diretor do campus, seu presidente; pelos Coordenadores de Curso;
por um representante do corpo docente; por um representante do corpo discente de cada
curso; por um representante dos servidores tcnico-administrativos.
6. Diretores de Campus: Docentes eleitos pela comunidade universitria do campus para
exercer as funes previstas no art. 30 do Estatuto da UFT, eleitos pela comunidade
universitria, com mandato de 4 (quatro) anos, dentre os nomes de docentes integrantes da
carreira do Magistrio Superior de cada campus, que possuam ttulo de doutor.
7. Colegiados de Cursos: rgos compostos por docentes e discentes do curso. Suas
atribuies esto previstas no art. 37 do estatuto da UFT.
19
8. Coordenaes de Cursos: So rgos destinados a elaborar e implementar a poltica de
ensino e acompanhar sua execuo (art. 36). Suas atribuies esto previstas no art. 38 do
estatuto da UFT.
9. Caracterizando-se a estrutura multicampi, foram criadas sete unidades universitrias
denominadas de campi universitrios.
2.7. Campi e seus respectivos cursos
Campus Universitrio de Araguana: oferece os Cursos de Licenciaturas em Biologia
presencial e distncia, Qumica, Fsica, Geografia, Histria, Letras, Matemtica, Medicina
Veterinria, Tecnologia em Gesto de Cooperativas, Tecnologia em Gesto de Turismo,
Tecnologia em Logstica e Zootecnia. Oferece ainda, o Mestrado em Cincia Animal
Tropical.
Campus Universitrio de Arraias: oferece os Cursos de Licenciaturas em Matemtica,
Pedagogia e Biologia ( distncia) e desenvolve pesquisas ligadas s novas tecnologias e
educao, geometria das sub-variedades, polticas pblicas e biofsica.
Campus Universitrio de Gurupi: oferece os Cursos de Graduao em Agronomia,
Engenharia Biotecnolgica, Engenharia Florestal, Qumica Ambiental; o Curso de
Licenciatura em Biologia ( distncia). Oferece, tambm, o Programa de Mestrado na rea de
Produo Vegetal.
Campus Universitrio de Miracema: oferece os cursos de Pedagogia (Licenciatura) e Servio
Social e desenvolve pesquisas na rea da prtica educativa.
Campus Universitrio de Palmas: oferece os Cursos de Administrao, Arquitetura e
Urbanismo, Artes (Licenciatura), Cincia da Computao, Cincias Contbeis, Cincias
Econmicas, Comunicao Social, Direito, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia
Civil, Engenharia de Alimentos, Engenharia Eltrica, Filosofia (Licenciatura), Medicina,
Nutrio; os Cursos de Licenciaturas em Pedagogia, Filosofia e Artes; os Programas de
Mestrados em Cincias do Ambiente, Arquitetura e Urbanismo, Desenvolvimento Regional,
Recursos Hdricos e Saneamento Ambiental, Cincias da Sade.
Campus Universitrio de Porto Nacional: oferece as licenciaturas em Histria, Geografia,
Cincias Biolgicas e Letras e o Programa de Mestrado em Ecologia dos Ectonos.
Campus Universitrio de Tocantinpolis: oferece os Cursos de Licenciaturas em Pedagogia e
Cincias Sociais.
2.8. Gesto Acadmica
20
A Gesto Acadmica da UFT compreende as modalidades graduao, ps-graduao e
extenso.
Os cursos de graduao visam habilitao para o exerccio profissional ou
obteno de qualificao especfica. J os cursos de ps-graduao visam obteno dos
graus de Mestre e Doutor, compreendendo, ainda, os cursos em nvel de Especializao e
Aperfeioamento. Os cursos de extenso universitria, por sua prpria natureza e finalidade,
destinam-se a complementar, atualizar, aprofundar e/ou definir conhecimentos, visando
articulao do saber acadmico com o saber da comunidade, considerando seus aspectos
sociais, culturais, histricos, polticos e econmicos.
Todos os cursos esto estruturados, observando as leis e normas que regem o ensino,
bem como o que dispe o Regimento Geral de cada Curso.
O ensino efetiva-se pela unio indissocivel de teoria-prtica e de ensino-pesquisa,
vinculando-se ao mundo do trabalho e prtica social, articulado com os sistemas de educao,
sade, cincia, tecnologia e outros. Os cursos de graduao, mantidos pela UFT, tm seus
currculos plenos distribudos em disciplinas observando os mnimos fixados pelo Conselho
Nacional de Educao e as cargas horrias mnimas estabelecidas pela legislao. Esto
distribudos de modo a atender uma formao geral e as especialidades de cada curso, bem
como o perfil do profissional a ser formado.
Os cursos funcionam em regime semestral, por blocos de disciplinas semestrais e tm
a durao de no mnimo 3 ou 4 anos e no mximo de 6 ou 7 anos, dependendo do curso; em
trs turnos, por meio de um calendrio nico, cumprindo o mnimo de 200 dias letivos e
hora/aula de 50 minutos. Os dados mais atuais, relacionados ao quantitativo de docentes,
discentes e tcnicos-administrativo indicam os seguintes nmeros:
a) Nmero de Docentes do quadro efetivo por categoria, titulao e regime de trabalho
Titulao DE 40 horas 20 horas Total
Graduao 0 0 0 0
Especializao 2 30 27 59
Mestrado 277 50 3 330
Doutorado 237 29 2 268
Total 516 109 32 657
b) Nmero de Docentes Substituto por categoria, titulao e regime de trabalho
21
Titulao DE 40 horas 20 horas Total
Graduao 0 6 4 10
Especializao 0 3 3 6
Mestrado 0 6 0 6
Doutorado 0 1 0 1
Total 0 16 7 23
c) Tcnicos administrativos atuantes na UFT.
Tcnicos administrativos Quantidades
Nvel Mdio 202
Nvel Superior 381
Total Geral 457
Fonte: DDH/PROAD
3. CONTEXTUALIZAO DO CURSO
3.1 Nome do Curso
Matemtica
3.2 Modalidade do curso
Licenciatura
3.3. Endereo do Curso
Campus Universitrio de Arraias UFT Av. Universitria S/N Centro Arraias TO CEP: 77.330-000
3.4. Ato Legal de Reconhecimento do Curso
Decreto n 1.783, de 16 de junho de 2003.
3.5. Nmero de Vagas
40 vagas (semestral)
3.6. Turno de funcionamento
Matutino e Noturno
3.7. Direo do Campus
Romes Antnio Borges
3.8. Coordenador do Curso:
Kaled Sulaiman Khidir
3.9. Relao Nominal dos membros do Colegiado de Curso
22
O Colegiado do Curso de Licenciatura em Matemtica (CCM) composto por todos
os professores do curso e por representantes discentes, atendendo ao que preconiza o inciso II,
do Art. 16, da Lei 9.192 de 21 de dezembro de 1995, conforme Tabela 1 a seguir:
Tabela 1 Relao nominal dos membros do CCM
N Nome Matrcula Funo
01 Ado Francisco de Oliveira 1805979 Docente - efetivo
02 Adriano Rodrigues 1305339 Docente - efetivo
03 Alcione Marques Fernandes 1360354 Docente - efetivo
04 Alexsandra Norberto Mendes 2007214995 Discente
05 Claudemiro Godoy do Nascimento 1629724 Docente - efetivo
06 Daniel Oliveira Veronese 1461288 Docente - efetivo
07 Dirlei Ruscheinsky 1530868 Docente - efetivo
08 Eudes Antonio da Costa 1376341 Docente - efetivo
09 Flvia Caraba de Castro 2008116154 Discente
10 Gilmar Pires Novaes 1331020 Docente - efetivo
11 Gisele Detomazi Almeida 1629696 Docente - efetivo
12 Idemar Vizolli 1629738 Docente - efetivo
13 Kaled Sulaiman Khidir 1583667 Docente - efetivo
14 Janete Aparecida Klein 1770364 Docente - efetivo
15 Pedro Jnior Ribeiro de Moura 2007215003 Discente
16 Robson Martins de Mesquita 1317504 Docente - efetivo
17 Rochelande Felipe Rodrigues 1761286 Docente - efetivo
18 Romes Antonio Borges 1658946 Docente - efetivo
19 Srgio Jacintho Leonor 1315929 Docente - efetivo
20 Wilian Serafim dos Reis 1769519 Docente - substituto
3.10. Comisso de elaborao do PPC
I. Claudemiro Godoy do Nascimento II. Idemar Vizolli III. Kaled Sulaiman Khidir IV. Rochelande Felipe Rodrigues
3.11. Histrico do curso: sua criao e trajetria
23
3.11.1 Caracterizao geral da identidade e histria do curso.
O Curso de Licenciatura Plena em Matemtica no Campus Universitrio de Arraias,
foi oferecido inicialmente pela Fundao Universidade do Tocantins UNITINS, criado pelo
Decreto no 252/90, de 21.02.1990, em conformidade com o disposto na lei n
o 136/90, de
21.02.1990. Este Curso foi criado pela Resoluo UNITINS/CODIR/N0 018/94 de
14/10/1994, tendo seu incio em maro de 1995.
A autorizao e reconhecimento do Curso foram efetivados pelo Decreto N0 788, de
08/06/99 no D.O.E. N 812 e a sua renovao de reconhecimento concedida pelo Decreto N0
1.783, de 16/06/03 no D.O.E. N0 1.463.
Inicialmente o Curso de Matemtica possua uma carga horria de 2.856 horas, em
regime anual para serem integralizadas em 04 (quatro) anos no mnimo e 08 (oito) no
mximo. A partir de 1 semestre de 1998, o Curso ofereceu um novo currculo, resultado de
estudos sistemticos que procuraram adequar nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao,
Lei 9394/96. Assim, o Curso de Matemtica implantou um currculo com carga horria de
2.715 horas, distribudas semestralmente, com durao mnima de 08 (oito) semestres e
mxima de 14 (quatorze) semestres (Resoluo n 059/99 em 25 de junho de 1999).
A partir do 2 Semestre de 2001, ocorreu outra importante mudana na proposta
curricular do Curso, passando do regime seriado/semestral para crdito/semestral. A matriz
curricular passou a contar com uma carga horria de 3.030 horas, distribudas semestralmente;
o que propiciou uma maior flexibilidade na relao teoria-prtica; uma melhor articulao
entre ensino, pesquisa e extenso; a implementao de novas disciplinas; alm da exigncia
do Trabalho de Concluso de Curso TCC.
Em 23 de outubro de 2000, com a lei no 10.032, criou-se a Fundao Universidade
Federal do Tocantins (UFT). Em 17 de abril de 2001, a Portaria Ministerial no 717 designou
os membros da Comisso de Implantao da UFT, sediada no Municpio de Palmas, sendo
uma fundao pblica, com autonomia administrativa, patrimonial, financeira e didtico-
cientfica.
O processo de implantao da UFT desencadeou uma srie de aes, dentre elas a
necessidade e urgncia de estabelecer uma poltica de adequao do Sistema Estadual de
Educao Superior, do qual a UNITINS integrante, ao Sistema Federal. Dentro dessa
poltica de adequao todos os Campus e Cursos da UNITINS, com exceo o de Palmas,
foram assumidos pela UFT, dentre eles o Curso de Matemtica de Arraias.
24
Desde a criao da UFT, iniciou-se um processo de reviso e reelaborao dos
Projetos Pedaggicos de todos os Cursos PPCs. Ao fazer um estudo do PPC do Curso de
Matemtica de Arraias (o mesmo que fora elaborado para a transio UNITINS/UFT), o
Colegiado identificou algumas lacunas no que tange a natureza do curso. Contudo, o pequeno
contingente de professores efetivos, uma grande rotatividade inicial de professores e outras
situaes, emperraram o processo da construo de um novo PPC.
Por meio do processo de consolidao da Universidade, nos meses de abril a julho de
2008, novos professores tomaram posse, o que propiciou o desencadeamento da reformulao
do PPC, com vistas a adequar o curso s necessidades e demandas da formao de professores
da Educao Bsica. Assim, o Curso de Licenciatura em Matemtica busca desenvolver-se de
acordo com as diretrizes legais e com os princpios dos cursos das demais Instituies de
Ensino Superior (IES) do pas.
Dentre as aes desenvolvidas pelos professores do Curso de Licenciatura em
Matemtica destaca-se:
a) A aprovao de projetos de pesquisa junto ao CNPq, por meio de editais de
programas como PIBIC, PIVIC, Bolsa Permanncia, Universal, Edital MCT/CNPq N
03/2009, para a fixao de recursos humanos e consolidao de novos campi e novas
universidades, entre outros;
b) O cadastramento e desenvolvimento de projetos de pesquisa junto PROPESQ;
c) O cadastramento e desenvolvimento de projetos de extenso junto PROEX;
d) A orientao de Trabalhos de Concluso de Curso como forma de proporcionar condies
para que os acadmicos aprofundem seus conhecimentos e sejam estimulados pesquisa;
e) Que o professor Dr. Claudemiro Godoy do Nascimento compe tambm o quadro de
professores do Programa de Ps-graduao em Desenvolvimento Regional na UFT/Palmas,
no qual ministra disciplinas e orienta mestrandos;
f) Que o professor Dr. Idemar Vizolli membro do Colegiado do PPGECEM/REAMEC;
g) A criao de Grupos de Pesquisa (GEPEC e GPFASEM).
O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educao do Campo (GEPEC), surgiu a partir das
experincias acumuladas ao longo dos anos por parte de alguns pesquisadores da
Universidade Federal do Tocantins UFT, que participam de debates e pesquisas junto aos
movimentos sociais do campo no Brasil; em conjunto com outras instituies de ensino,
pesquisa e extenso, no intuito de incentivar uma busaca integrada por uma maior
compreenso da realidade da educao do campo no Estado do Tocantins e no Brasil.
25
O Grupo de Pesquisa Fazeres e Saberes em Educao Matemtica (GPFASEM) est
vinculado ao Curso de Licenciatura em Matemtica da Universidade Federal do Tocantins -
UFT, Campus Universitrio de Arraias e tem como objetivo geral fomentar o
desenvolvimento de pesquisas em fazeres e saberes nos processos de ensino e aprendizagem
de Matemtica. O GPFASEM congrega pesquisadores dos trs segmentos da instituio
(alunos, professores e tcnicos administrativos) que realizam pesquisas no campo da
Educao Matemtica.
Desde sua criao, o Curso de Licenciatura em Matemtica do Campus de Arraias,
passa por um processo lento de mudanas, principalmente em termos de criao de recursos
didticos, que visa oferecer mais qualidade no ensino. Somente no segundo semestre de 2008,
fora criado o Laboratrio de Ensino de Matemtica (LEMAT), em atendimento s Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de Matemtica tanto na modalidade de
Bacharelado quanto na de Licenciatura.
O LEMAT fora criado como um programa de extenso, uma construo coletiva dos
professores do Curso de Licenciatura em Matemtica. Tal programa contou com o apoio da
direo do Campus que concedeu um espao de uma sala de aula e mobilirio bsico
necessrio para o incio das atividades.
O LEMAT tem como objetivos: intervir na formao didtica do licenciando;
potencializar estudos sobre a formao do professor e suas implicaes no processo de ensino
e aprendizagem; produzir e utilizar material didtico-pedaggico para o desenvolvimento de
atividades para o ensino e a aprendizagem da Matemtica; possibilitar vivncia de prticas de
ensino de Matemtica, tendo como parmetro a estruturao didtica do processo de ensino e
seus elementos constitutivos; e proporcionar situaes onde licenciandos compreendam
conceitos matemticos e suas metodologias de ensino.
3.11.2 Concepo acerca de sociedade, de homem e de educao.
O homem se caracteriza como um ser que no tem a sua existncia previamente
definida, acabada e fechada como ocorre com as outras espcies. Ele a constri, no apenas
pela transformao das condies naturais graas instrumentalizao tcnica que
desenvolve mas tambm pelo sentido que ele atribui a estas transformaes. As aes
humanas so carregadas de sentido, no de um sentido construdo por um indivduo de forma
isolada e independentemente das relaes scio-histricas de seu grupo, mas produto da
coletividade, marcado por conflitos e contradies, expresso em suas manifestaes histrico-
culturais.
26
A civilizao ocidental moderna introduziu a idia de historicidade do sentido da
existncia, rompendo assim com uma tradio onto-teolgica que lhe antecedeu, segundo a
qual o ordenamento do universo includo o homem era regido por um logos ou por uma
divindade superior. Nessa tradio, a orientao do homem (o dever ser) tinha na razo
objetiva (o ser) a referncia para nortear as suas aes. A introduo da historicidade na
cultura moderna no rompe com a idia de ordenamento, mas confere ao homem (individual e
coletivamente) o desafio de construir um sistema de referncia para ordenar sua vida. A
modernidade introduz uma ruptura entre o natural e o humano. Por um lado, ela mantm a
concepo de uma ordem natural cclica, cujo comportamento passvel de ser apreendido
pela Cincia e expresso na forma de leis matemticas. Por outro, ela eleva o homem
condio de sujeito dotado de liberdade, que, ao conhecer o comportamento da natureza, dela
pode dispor para realizar suas necessidades e desejos. Nesse sentido, a civilizao moderna
trava uma luta contra a cultura e as instituies tradicionais (pr-modernas) e passa a associar
a emancipao humana afirmao de sujeitos histricos, autnomos e esclarecidos,
libertando-os do despotismo e da dominao natural, fundamentados na hierarquia natural
e/ou divina.
A construo desta nova ordem humana e social passa ento a exigir uma nova
perspectiva de orientao para os indivduos emancipados da tradio. Novas e diferentes
proposies em busca de princpios para fundamentar as aes individuais e coletivas
colocam em questo a prpria historicidade. De um lado, as tradies racionalista e
romntica, que advogam pela existncia de uma orientao objetiva e universal (razo e
sensibilidade, respectivamente). De outro, a prpria historicidade elevada condio de
absoluto (o esprito absoluto) que assegura a realizao da liberdade universal na forma de
progresso, que se totaliza.
O contexto atual se revela como um momento de crise destas proposies. Trata-
se de uma crise que questiona os fundamentos das aes humanas e das instituies sociais
erigidos pela modernidade. Enquanto crise, traduz-se num momento de avaliao e de
julgamento do que herdamos das geraes que nos antecederam. Frente a ela, diferentes
posicionamentos constituem o novo cenrio. Dentre eles, destacam-se, de um lado, o
fortalecimento do ceticismo em relao possibilidade de construo de uma orientao
coletiva, que eleva a adaptao individual irrestrita condio de dever ser. Trata-se, neste
caso, de um reconhecimento tcito de que o mundo j no para todos. Da a
racionalizao da frieza, da indiferena e da apatia em relao a sofrimento pessoal e alheio e
a compensao na esfera do consumo, que lhe decorrente. De outro, o desejo de reconstituir
27
absolutos, na busca de fundamentalismos religiosos, raciais, sexuais e/ou romnticos vai
ganhando fora, colocando em questo a modernidade e suas conquistas como um todo.
Todavia, o enfrentamento da crise pode dar-se tambm de outra forma: a
compreenso da dialtica de sua gnese no interior da sociabilidade histrica em que emerge.
possvel questionar a modernidade sem abandonar o pressuposto da historicidade e o
iderio da emancipao humana, assumindo efetivamente a historicidade. Nesse sentido, a
excluso social (carncia material) e a dominao social e poltica (ausncia de liberdade) se
convertem em referncia para nortear as aes individuais e coletivas, num mundo que
desenvolveu as condies materiais para a sua satisfao. A percepo sensvel (esttica) do
sofrimento e o conhecimento histrico-social (razo) devem aliar-se para constituir uma nova
perspectiva de orientao. Desta forma, a negatividade percebida sensivelmente na forma de
contradio social, enquanto produto histrico, torna-se objeto de apreenso racional. Sua
compreenso crtica (a negatividade do ser) torna-se referncia para nortear as aes (dever
ser). a realidade prtica (o sofrimento injustificado diante das possibilidades histricas e a
busca de sua superao) que devem constituir-se respectivamente em ponto de partida e de
chegada, em referncia de orientao.
Desta forma, pensamos que o iderio moderno da emancipao humana referido
historicidade algo que haver de sobreviver crise temporal que atravessa e ao
questionamento das formas de fundamentao que lhe foram conferidas no perodo que
cronologicamente, denominamos moderno. A luta pela realizao das necessidades humanas e
pela conquista da liberdade ultrapassa os limites temporais da modernidade econmica e
cultural. Nesse sentido, no podemos mais creditar a realizao das necessidades humanas ao
princpio da competio individual, desvinculado de uma regulamentao coletiva que
assegure a democratizao das conquistas materiais resultantes do esforo coletivo da
humanidade. Nem tampouco, limitar a emancipao humana ao horizonte espiritual ou
vincul-lo a uma adaptao subjetiva em relao objetividade histrica. O que preciso
questionar esta pretenso de realizao da liberdade universal vinculada a princpios
abstratos, alheios prpria organizao econmica, ou que a ela absolutizam. Tambm no
podemos mais creditar a emancipao humana como uma afirmao do sujeito homem em
oposio natureza (polarizao sujeito-objeto), que afirma a autonomia deste em relao
quela.
Trata-se, ento, de retomar a defesa da historicidade social do homem, buscando
apreend-la em suas manifestaes objetivas, tomando por referncia a excluso social e a
dominao econmica e poltica que perduram apesar da existncia de condies materiais
28
para sua superao. Nesta perspectiva, trata-se de fazer uma apreenso crtica da objetividade
histrica, de suas contradies internas e de sua gnese. Esta apropriao condio de
possibilidade para transformao das possibilidades tcnicas em emancipao social efetiva.
Nesse sentido, a formao e a pesquisa acadmica, sobretudo, na universidade pblica, tm
um papel emancipatrio fundamental, e mais especialmente, os cursos de formao de
professores, na afirmao do espao-tempo escolar marcado pela apreenso crtico-objetiva da
realidade histrica.
essa a dimenso emancipatria que creditamos escola, pois, em tempos obscuros,
precisamos de mais e no de menos sujeito ou de sua negao. No de um sujeito abstrato,
mas historicamente situado. Entendemos que a formao deste sujeito que deve constituir-se
em fonte de orientao da educao formal e acadmica. Assim, reafirma-se que sentido das
aes humanas, individuais e coletivas, remete-se luta pela emancipao social. No de uma
liberdade negativa, contraposta natureza e em relao aos outros indivduos. Mas uma
liberdade positiva, pautada na afirmao da vida e da dignidade de todos. Julgamos que esta
orientao constitui-se num contraponto violncia e barbrie social que nos acossam e a
tendncia crescente de afirmao de prticas culturais fundamentalistas, que legitimam novas
formas de despotismo e de dominao.
4. ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA
4.1. Organizao Acadmica
A coordenao acadmica do Curso de Matemtica est vinculada Direo do
Campus (administrao acadmica). Direo, vinculam-se as coordenaes dos Cursos de
Biologia (EaD) e Pedagogia, organizando acadmico-administrativamente conforme o
Regimento Acadmico da UFT.
De acordo com o Regimento da UFT, o Diretor de Campus, deve ser eleito pela
comunidade acadmica, para um mandato de quatro anos. Tem competncia para atuar nas
seguintes aes:
1) Representar o Campus perante os demais rgos da Universidade, quando esta
representao no couber a outro membro do Campus por disposio regimental;
2) Promover aes tendentes a assegurar coordenao, superviso e fiscalizao sobre
todas as atividades do Campus, dentro das disposies legais, estatutrias e regimentais,
respeitando-se, ainda, as determinaes dos rgos Superiores da Universidade;
29
3) Convocar e presidir as reunies do Conselho Diretor de Campus, delas participando
com direito a voto, inclusive o de qualidade;
4) Integrar o Conselho Universitrio;
5) Encaminhar Reitoria, em tempo hbil, a proposta oramentria do Campus;
6) Apresentar Reitoria, aps conhecimento pelo Conselho Diretor de Campus,
anualmente, o relatrio das atividades desenvolvidas;
7) Delegar, dentro dos limites legalmente estabelecidos, atribuies ao seu substituto;
8) Exercer o poder disciplinar no mbito de sua competncia e representar, perante o
Reitor, contra irregularidades ou atos de indisciplina;
9) Exercer o controle disciplinar do pessoal pertencente ou ocasionalmente vinculado ao
Campus;
10) Determinar a abertura de sindicncia;
11) Superintender, coordenar e fiscalizar as atividades do Campus, executando e fazendo
executar as disposies estatutrias e regimentais, assim como qualquer outra
determinao emitida pelos rgos superiores da Universidade;
12) Deliberar sobre a distribuio das tarefas docentes e de pesquisa, quando, por qualquer
motivo, no o tenha feito o Conselho Diretor de Campus;
4.2. Coordenao Acadmica
A coordenao do Curso de Matemtica tem como instncia institucional Colegiado
do Curso. Este composto por todos os docentes e por representantes discentes (Conforme
Tabela 1).
O Colegiado do Curso de Matemtica o conselho consultivo e deliberativo, onde so
tratadas todas as questes acadmicas e institucionais que dizem respeito a docentes,
discentes e ao prprio Curso. Os discentes representam 30% (trinta por cento) do Colegiado e
os docentes 70% (setenta por cento), conforme a legislao (Lei 9.192/95).
As atribuies regimentais da UFT do Coordenador so:
Atuar junto ao corpo discente, orientando-o quanto s suas matrculas, procurando as
possveis solues s dificuldades acadmicas eventualmente apresentadas por estes;
Buscar atender s solicitaes documentais e de execuo da Universidade via reitoria
e pr-reitorias, permitindo o correto fluxo de informaes e documentao;
Planejar e avaliar as atividades acadmicas dos semestres subseqentes, atendendo s
suas necessidades bsicas para o exerccio pleno da atividade docente;
30
Manter contato com os segmentos externos Universidade, sempre que solicitado,
viabilizando a integrao Universidade-sociedade organizada;
Participar juntamente com os docentes das atividades do colegiado de curso ou
equivalente: tanto o coordenador quanto os respectivos docentes compem o colegiado
do curso;
Reunir semanalmente com representantes da comunidade acadmica para tratar de
assuntos pertinentes ao bom desenvolvimento das atividades relacionadas ao ensino,
pesquisa e extenso do curso, vinculadas ao ensino de graduao.
A coordenao atual do Curso de Matemtica est sob a responsabilidade do professor
Msc. Kaled Sulaiman Khidir. Graduado em Matemtica, com Mestrado em Educao, o qual
tambm ministra disciplinas de Prtica de Ensino e Estgio Supervisionado. O mesmo est
vinculado ao Grupo de Pesquisa Fazeres e Saberes em Educao Matemtica (GPFASEM),
com projeto de pesquisa em andamento na rea de Educao Matemtica. Coordena o
Programa de Extenso Laboratrio de Educao Matemtica (LEMAT) e o Programa
Institucional Bolsas de Iniciao a Docncia (PIBID).
4.2.1 - Secretaria do Curso de Matemtica
O Curso secretariado pelo Assistente em Administrao Gercino Nogueira da Silva,
tcnico-administrativo lotado no Campus e disposio da Coordenao do Curso de
Matemtica.
4.3. Projeto Acadmico de Curso
4.3.1. Justificativa
Na primeira dcada deste novo sculo as Universidades brasileiras tm sido chamadas
a cumprirem sua misso social de produo e divulgao de conhecimentos por meio do
ensino, pesquisa e extenso, o que tem alavancado o aumento do nvel de escolarizao da
populao, encadeando-se assim um processo de desenvolvimento em todos os segmentos
sociais, sobretudo na esfera poltica, econmica, meio ambiente, educao e tecnologias,
proporcionado melhorias na qualidade de vida da populao.
Nesse processo, os cursos de licenciatura tm de assumir a responsabilidade com a
formao do novo professor, de modo a entender o sujeito como um ser social pleno,
potencialmente capaz de gerar novos saberes a partir dos conhecimentos que dispe e da
31
cultura em que os sujeitos esto inseridos. Assim, em todos os nveis de ensino, tanto os
professores como os alunos passam a desempenhar papis de agentes no processo de
produo de conhecimentos e transformao social, coadunando-se com o que preconiza o
artigo 22 da Lei 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educao (LDB), qual seja, A
educao bsica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formao
comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no
trabalho em estudos posteriores.
Na dinmica conjuntural, a educao tem um campo frtil para o desenvolvimento de
suas aes de modo a atender as espectativas da populao, especialmente das camadas
populares que sistematicamente tm sido alijadas do processo de insero social. A oferta de
cursos para a formao de professores vem, paulatinamente, propiciando melhorias na
qualidade de ensino da Educao Bsica, embora ainda sejam insuficientes os investimentos
que visam a melhoria das condies de trabalho e salrio dos professores.
Pesquisas sobre a formao de professores tm apontado para a necessidade de que os
cursos de Licenciatura em Matemtica, fiquem atentos para desenvolvimento das
competncias relativas ao domnio dos conceitos matemticos necessrios prtica
profissional, ao mesmo tempo em que preciso ultrapassar os limites impostos pelas
abordagens utilitaristas, mecanicistas e mnemnicas do ensino da Matemtica; algumas
pesquisas mostram que h avanos interessantes, quando h um grupo significativo de
docentes ligados Educao Matemtica e realmente comprometidos com a formao do
professor (FIORENTINI, 2003)1.
As tarefas atribudas escola e a dinmica por elas geradas impem para as
instituies formadoras o desafio da formao permanente dos professores, de modo a
inteirar-se dos avanos nas diversas reas, a aprofundar a compreenso da complexidade do
ato educativo em relao sociedade (PARECER 9/2001/CNE/CP).
Shulmann (1986), Llinares (1999), Tardif (2002) e Fiorentini (2003), destacam que se
os formadores que lecionam disciplinas especficas no possuem formao terico-prtica em
Educao Matemtica, eles tendem a se restringir a uma abordagem tcnico-formal dos
contedos que ensinam, em detrimento da explorao e problematizao de outras dimenses
histrico-filosficas, epistemolgicas, axiolgicas e didtico-pedaggicas que esto
relacionadas ao saber matemtico e so consideradas fundamentais formao do professor.
De acordo com esses autores, a formao dos professores pode acontecer concomitantemente
com o desenvolvimento de projetos de pesquisa sobre a prtica docente.
32
Mediante um processo reflexivo e investigativo, mediado por aportes tericos, o
professor se forma e se constitui profissional. Esse um processo sempre inacabado. Trata-se,
portanto, de pensar num projeto que vise a formao de profissionais capazes de propor aes,
de refletir sobre a prtica scio-cultural da realidade em que esto inseridos, na perspectiva de
contribuir para a melhoria da qualidade de vida da coletividade (FIORENTINI, 2003).
A literatura sobre a formao de professores indica que os cursos devem promover a
articulao global para romper com a disciplinarizao dos conhecimentos especficos e dos
conhecimentos da rea pedaggica. Neste sentido deve haver uma articulao entre os blocos
de conhecimentos (Formao Geral das Licenciaturas, Formao Pedaggica na rea de
Atuao, Objeto da Cincia Matemtica e Prtica de Ensino) na formao do professor de
matemtica. Esta articulao desenvolvida por meio da sua estrutura organizacional
possibilitando a ampliao do conceito de formao de professores e a interlocuo com todos
os saberes necessrios docncia.
Sob o entendimento de que a Universidade tem de repensar seu papel na formao
inicial e continuada de professores de modo a atender ao novo paradigma educacional, no
qual o professor tem de desempenhar o papel de mediador, articulador, incentivador e
organizador dos conhecimentos dos alunos, o Curso de Licenciatura em Matemtica da
Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitrio de Arraias (CUA), por meio
do Colegiado do Curso de Matemtica (CCM), passou a (re)pensar sua funo no processo de
transformao social e tomou a deciso de redimensionar o Projeto Pedaggico do Curso
(PPC). Tal deciso visa no somente adequar-se legislao vigente, mas, principalmente,
atender s novas demandas sociais.
Os cursos de licenciatura ofertados nos diferentes campi permitem que a UFT
contribua de forma significativa com a formao de professores para atuar na Educao
Bsica em todas as regies do estado, inclusive estados circunvizinhos. O Campus
Universitrio de Arraias (CUA), por exemplo, atende alunos oriundos de diferentes
municpios tocantinenes (Aurora do Tocantins, Lavandeira, Combinado, Novo Alegre,
Arraias, Conceio do Tocantins, Paran, Natividade, Santa Rosa, Porto Nacional e
Taguatinga), de municpios do Estado do Gois (Campos Belos e Monte Alegre), inclusive do
estado do Maranho.
Sob o entendimento de que se faz mster formar professores comprometidos com o
processo de melhoria da qualidade de vida do planeta, o Curso de Licenciatura em
Matemtica da UFT/Arraias deve formar professores para atuarem Educao Bsica: no
segundo segmento do Ensino Fundamental, no Ensino Mdio e na Educao de Jovens e
33
Adultos (EJA). Nessa perspectiva, a matriz curricular deve garantir aos acadmicos, os
conhecimentos de contedos da Cincia Matemtica; de Metodologias de Ensino; das
implicaes psicolgicas, histricas, filosficas, sociolgicas e tecnolgicas na atuao
docente; da tica profissional. Assim, a matriz curricular foi pensada de modo a atender o que
preconiza a resoluo CNE/CP 2/2002, atentando-se para a formao geral, a formao
pedaggica da rea de atuao, os conhecimentos da Cincia Matemtica, do Estgio
Supervisionado e garantir o desenvolvimento de atividades complementares.
Para alm da formao inicial, h que se vislumbrar possibilidades para que ocorra a
formao continuada. Para tanto, o Curso de Matemtica da UFT/Arraias vem desenvolvendo
cursos de extenso vinculados ao Laboratrio de Educao Matemtica (Clube de
Matemtica, Aprendendo Matemtica e Formao contnua de Professores de Matemtica em
servio). Pensa-se, para um futuro prximo, a ampliao da oferta desses cursos, assim como
oferta de cursos de Especializao em nvel de Ps-Graduao. Outra perspectiva consiste no
estabelecimento de parcerias com as Secretarias de Educao das redes municipais e estadual
no sentido da formao contnua.
4.3.2. Objetivos do Curso
Formar professores de Matemtica para atuarem na Educao Bsica, com
conhecimentos tcnico-cientficos articulando a Cincia Matemtica, a Educao e a
Educao Matemtica; com viso de seu papel social, comprometidos com a produo dos
saberes matemticos historicamente construdos pela humanidade e com o processo de ensino
e aprendizagem; capazes de refletir sobre sua prtica, de modo a desenvolverem estratgias de
ensino que promovam a autonomia e a flexibilidade do pensamento matemtico dos
educandos.
4.3.2.1. Objetivos especficos do Curso
O licenciado em Matemtica dever:
Conceber a Matemtica como campo de conceitos historicamente construdos.
Ter formao terica consistente em relao ao conhecimento matemtico e aos saberes
pedaggicos;
Compreender as diferentes formas de produo e aplicao do conhecimento matemtico;
Conhecer diferentes formas de avaliar processos de ensino e aprendizagens;
34
Entender e fazer entender a Matemtica, tanto em seus aspectos internos, quanto na sua
relao com outras reas do conhecimento;
Compreender, criticar e utilizar novas idias e tecnologias para resoluo de problemas,
bem como em sua ao docente;
Ser pesquisador em sua rea de formao;
Compreender seu papel social de educador inserindo-se em diversas realidades;
Ter sensibilidade e conhecimentos para promover as aprendizagens nos educandos;
Analisar, selecionar e produzir materiais pedaggicos;
Desenvolver estratgias de ensino que favoream a criatividade, a autonomia, a
comunicao e a flexibilidade do pensamento matemtico;
Ser agente de sua formao permanente, desenvolvimento humano e profissional;
Perceber a prtica docente como processo dinmico, espao de criao e reflexo em que
novos conhecimentos so gerados e modificados continuamente.
4.3.3. Perfil profissiogrfico
De acordo com o Parecer CNE/CES n 1.302/2001, desejam-se as seguintes
caractersticas para o Licenciado em Matemtica:
viso de seu papel social de educador e capacidade de se inserir em diversas realidades com
sensibilidade para interpretar as aes dos educandos ;
viso da contribuio que a aprendizagem da Matemtica pode oferecer formao dos
indivduos para o exerccio de sua cidadania;
viso de que o conhecimento matemtico pode e deve ser acessvel a todos, e conscincia
de seu papel na superao dos preconceitos, traduzidos pela angstia, inrcia ou rejeio, que
muitas vezes ainda esto presentes no ensino-aprendizagem da disciplina.
Para alm do que preconiza o Parecer CNE/CES n 1.302/2001, o licenciado em
Matemtica pela UFT/Arraias poder:
1. Atuar como professor na Educao Bsica (segundo segmento do Ensino Fundamental e
Ensino Mdio e na Educao de Jovens e Adultos);
2. Dominar os conceitos e saberes matemticos historicamente construdos;
3. Conhecer os modos de produo da Cincia Matemtica;
4. Ser questionador, reflexivo e comprometido com o processo de ensino e aprendizagem;
5. Pesquisar sobre as temticas relacionadas sua formao;
6. Possuir familiaridade sobre metodologias e uso de materiais didticos no processo de
35
ensino, aprendizagem e avaliao;
7. Ser capaz de se inserir em diversas realidades com sensibilidade e conhecimentos para
mediar as aprendizagens dos educandos;
8. Incorporar o uso de tecnologias de informao e comunicao em sua ao como docente;
9. Avaliar os resultados de suas aes por diferentes caminhos e de forma contnua.
10. Continuar seus estudos em cursos de aperfeioamento e de ps-graduao;
11. Ter conscincia de seu papel como ser humano, cidado e profissional para o
desenvolvimento social e cultural.
4.3.4. Competncias, atitudes e habilidades
De acordo com o Parecer CNE/CES n 1.302/2001, no que se refere s competncias e
habilidades prprias do educador matemtico, o licenciado em Matemtica dever ter as
capacidades de:
a) elaborar propostas de ensino-aprendizagem de Matemtica para a educao bsica;
b) analisar, selecionar e produzir materiais didticos;
c) analisar criticamente propostas curriculares de Matemtica para a educao bsica;
d) desenvolver estratgias de ensino que favoream a criatividade, a autonomia e a
flexibilidade do pensamento matemtico dos educandos, buscando trabalhar com mais nfase
nos conceitos do que nas tcnicas, frmulas e algoritmos;
e) perceber a prtica docente de Matemtica como um processo dinmico, carregado de
incertezas e conflitos, um espao de criao e reflexo, onde novos conhecimentos so
gerados e modificados continuamente;
f) contribuir para a realizao de projetos coletivos dentro da escola bsica.
Sob o entendimento de competncia como sendo uma capacidade de agir eficazmente
em um determinado tipo de situao, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles
(PERRENOUD, 1999, p. 7), que as habilidades fazem parte das competncias e situam-se no
plano do saber fazer, e que as atitudes organizam o trabalho na ao docente, apresentamos
as capacidades, relacionadas s competncias, habilidades e atitudes que o egresso do curso
de Matemtica dever apresentar no exerccio da profisso:
Conhecer o campo de atuao de sua formao;
Demonstrar que possui conhecimentos da cincia a matemtica bem como do campo de
conceitos historicamente construdos;
Fazer uso dos conhecimentos adquiridos em sua formao terica da cincia matemtica e
36
dos saberes pedaggicos para solucionar situaes de sala de aula;
Utilizar as diferentes formas de produo e aplicao do conhecimento matemtico na
soluo de situaes problemas em seu fazer pedaggico;
Propor atividades que permitem a anlise de situaes relacionadas a aspectos internos e
externos Matemtica, bem como em relao as demais reas do conhecimento;
Fazer uso das novas Tecnologias da Informao e Comunicao no fazer de sala de aula;
Desenvolver pesquisas relacionadas Matemtica e/ou ao campo da Educao
Matemtica;
Conhecer a realidade poltica, social e econmica dos alunos e comunidade na qual a
escola est inserida;
Elaborar propostas e executar projetos de trabalho sintonizados com as problemticas
relacionadas ao ensino e a aprendizagem de Matemtica;
Utilizar mtodos e tcnicas de ensino que favoream a criatividade, a autonomia, a
comunicao e a flexibilidade do pensamento matemtico dos educandos;
Conhecer as diferentes formas de avaliao concebendo-as como processos de
aprendizagens;
Fazer uso de estratgias que coloquem os alunos como sujeitos nas aprendizagens;
Perceber a prtica docente como processo dinmico, espao de criao e reflexo em que
novos conhecimentos so gerados e modificados continuamente;
Dar continuidade em seu processo de formao permanente, desenvolvimento humano e
profissional;
Integrar prtica docente os conhecimentos que so gerados e modificados no processo
de transformao social;
Saber lidar com as adversidades tpicas do processo de ensino e aprendizagem;
Reconhecer a importncia das Tendncias em Educao Matemtica fazendo uso delas no
processo de ensino e aprendizagem.
Para que o acadmico desenvolva tais competncias, habilidades e atitudes, se torna
imprescindvel que o trabalho dos professores do curso de Licenciatura em Matemtica, esteja
articulado com as demais aes desenvolvidas no mbito da Universidade, quer seja por meio
da participao em eventos de cunho cientfico, scio-cultural, como em programas de
extenso, ou em grupos e/ou ncleos de estudos e/ou pesquisa, assim como no
desenvolvimento de pesquisas.
37
Destacamos algumas das aes promovidas pela Universidade e que contribuem
sobremaneira com o fortalecimento do processo de formao do licenciado em Matemtica:
Programas de Monitoria;
Programa PET;
Programas PIBIC e PIVIC;
Programas de Iniciao Docncia (PIBID);
Laboratrio de Ensino e Aprendizagem de Matemtica;
Grupos de Pesquisa;
Grupos de Estudo;
Projetos de Pesquisa;
Projetos de Extenso;
4.3.5. Campo de atuao profissional
A Matemtica uma das Cincias cujas disciplinas compem o currculo de muitos
cursos de nvel superior, que formam bacharis e licenciados, bem como de cursos de Ps-
Graduao.
No Curso de Licenciatura em Matemtica formam-se professores para atuar na
Educao Bsica: segundo segmento do Ensino Fundamental, Ensino Mdio, na Educao de
Jovens e Adultos (EJA), na Educao Especial, no desenvolvimento de pesquisas, em
movimentos sociais, ONGs, entre outros. Para tanto, a organizao curricular nesse curso
deve garantir, aos acadmicos, os conhecimentos de contedos da Cincia Matemtica; de
Metodologias de Ensino; das implicaes psicolgicas, histricas, filosficas, sociolgicas e
tecnolgicas na atuao docente; e da tica profissional.
4.3.6. Organizao Curricular
A estrutura curricular para o Curso de Licenciatura em Matemtica deve ser capaz de
se constituir como espao de reflexo permanente e coletiva sobre a formao de professores,
por meio de aes investigativas realizadas no conjunto de disciplinas de formao
pedaggica, articuladas entre si e com as disciplinas de formao geral e especfica do curso.
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A Matriz Curricular do Curso de Licenciatura em Matemtica foi organizada de modo
a contemplar ao que preconiza o Art. 1 da resoluo CNE/CP 2/2002. Assim, na Matriz
Curricular, as disciplinas foram organizadas em cinco blocos, com cargas horrias especficas,
conforme consta no Quadro I, a seguir.
Tabela 2 Blocos dos componentes curriculares
Bloco Terica Prtica Total
1 - Formao Geral das Licenciaturas 390 120 510 h
2 - Objeto da Cincia Matemtica 1.050 180 1.230 h
3 - Formao Pedaggica na rea de Atuao 150 90 240 h
Subtotal 1 1.590 390 1.980 h
4 - Prtica de Ensino e Estgio Supervisionado 240 255 495 h
5 Disciplinas Eletivas 150 30 180 h
Subtotal 2 1.980 675 2.655 h
6 - Atividades Complementares - - 210 h
Total geral 2.865 h
Desse modo a matriz curricular do curso totaliza 2865 h, comportando 435 h de carga
horria prtica como componente curricular, a ser vivenciado ao longo do curso, distribudas
nos blocos de disciplinas (Formao Geral das Licenciaturas, Formao Pedaggica na rea
de Atuao, Objeto da Cincia Matemtica e Disciplinas Eletivas); 2.160 h para contedos
curriculares de natureza cientfico-cultural; 495 horas de Prtica de Ensino e Estgio
Supervisionado; e 210 h de atividades acadmico-cientfico-culturais (Atividades
Complementares).
4.3.6.1. Disciplinas de formao geral das licenciaturas
As disciplinas de Formao Geral das Licenciaturas caracterizam-se pelos
fundamentos da Educao e compreenso scio-histrica que embasam o saberes
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profissionais da docncia e integram-se s demais disciplinas que compem o currculo dos
Cursos de Licenciatura. Esse bloco composto pelas disciplinas constantes na Tabela 3, a
seguir.
Tabela 3 Disciplinas de Formao Geral das Licenciaturas (Bloco 1)
MATRIZ CURRICULAR
Bloco 1 - Formao Geral das Licenciaturas
PERODOS SEQ. DISCIPLINAS C.H.-T. C.H.
Terica
C.H. -
Prtica Crditos
Pr-
Requisito
1 1 Fundamentos Filosficos da Educao 60 45 15 4
1 2 Portugus Instrumental 30 30 00 2
2 3 Fundamentos Histricos da Educao 60 45 15 4
2 4 Metodologia da Pesquisa em Educao 60 45 15 4
3 5 Psicologia da Educao 60 45 15 4
3 6 Didtica Geral 60 45 15 4
3 7 Fundamentos Sociolgicos da Educao 60 45 15 4
4 8 Polticas Pblicas e Educao 60 45 15 4
4 9 Lngua Brasileira de Sinais (Libras) 60 45 15 4
SUBTOTAL 510 390 120 34
4.3.6.2 Disciplinas do Objeto da Cincia Matemtica
No Bloco do Objeto da Cincia Matemtica encontram-se as disciplinas das reas
fundamentais da Matemtica que compem a matriz curricular do curso, especificadas no
Tabela 4, a seguir.
Tabela 4 Disciplinas do Objeto da Cincia Matemtica (Bloco 2)
MATRIZ CURRICULAR
Bloco 2 - Objeto da Cincia Matemtica
MATRIZ CURRICULAR
PERODOS SEQ. DISCIPLINAS C.H.-T. C.H.
Terica
C.H. -
Prtica Crditos
Pr-
Requisito
1 1 Matemtica Bsica I 60 45 15 4
40
1 2 Geometria Analtica 60 45 15 4
1 3 Introduo Informtica 45 30 15 3
1 4 Introduo Lgica Matemtica 45 45 0 3
2 5 Matemtica Bsica II 60 45