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XX 74 28/04 a 02/05/2012 * Acordo que permite a governo invesr menos é quesonado - p.02 * Oito fugas em menos de um mês - p.27 * Legislação criminal é revista - p.30

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XX 74 28/04 a 02/05/2012

* Acordo que permite a governo investir menos é questionado - p.02

* Oito fugas em menos de um mês - p.27

* Legislação criminal é revista - p.30

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ESTADO DE MINAS - P. 25 - 28.04.2012 MOBIlIDADE UrBANAPBH consegue liminar e rotoma licitação para construção da Estação São Gabriel. Obras da Estação Pampulha permanecem paralizadas por recomendação do Tribunal de Contas

BRT de volta aos trilhos

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GABRIELA SALESO Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu

ontem liminar que autoriza a retomada do processo licitatório do sistema de trânsito rápido por ônibus (BRT) no bairro São Gabriel, na região Nordeste de Belo Horizonte.

A licitação estava suspensa desde março deste ano pelo Tri-bunal de Contas do Estado (TCE), devido à suspeita de irregulari-dade durante a implementação do processo. Um dos pontos mais polêmicos referia-se à pontuação para empresas com mais tempo de experiência no mercado.

Como o TCE não deu provimento ao recurso impetrado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) na última quarta-feira e man-teve a suspensão da concorrência, a PBH entrou anteontem com um mandado de segurança no TJMG. Com a decisão, a licitação está liberada.

Apesar da retomada, o município deverá retirar a cláusula que exige maior tempo de experiência das empresas. O procurador ge-ral do município, Marco Antônio Rezende Teixeira, informou que a concorrência vai continuar sem as cláusulas sobre experiência de mercado até o julgamento final do mérito. “Assim iremos garantir a continuidade do processo sem atrasos no cronograma”, disse.

A prefeitura espera agora a publicação da liminar para que os trabalhos sejam retomados, o que está previsto para o próximo dia útil, quando o município também vai reiniciar a avaliação das propostas de empresas concorrentes.

Pampulha. A licitação da Estação da Pampulha segue sus-pensa pelo TCE, que apontou sete irregularidades. “Esperamos que neste caso o TJMG também julgue pela concessão, já que os problemas detectados foram os mesmos da São Gabriel”, disse o procurador.

capital

Liminar autoriza retomada da licitação para BRT do São Gabriel

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Daniel Camargos e Luiz RibeiroSeja no Norte ou no Sul do estado, e a corrupção prejudica um

número imensurável de moradores das pequenas cidades. São banhei-ros com acabamento precário e até aulas improvisadas em uma igreja, pois as obras da escola estão paralisadas por desvio de recursos. “Não tenho dúvida de que entre 40% e 60% dos recursos públicos liberados para os municípios são apropriados indevidamente ou são desviados de suas finalidades”, afirma o chefe da Delegacia da Polícia Federal (PF) em Montes Claros, delegado Marcelo Eduardo Freitas. De acor-do com Freitas, nos últimos quatro anos foram investigadas denúncias de irregularidade em 80% dos municípios da jurisdição da delegacia, que responde por 143 cidades das regiões Norte, Noroeste e Vale do Jequitinhonha. “A corrupção é um câncer do país e ocorre de forma sistemática em nossa área de atuação”, afirma Freitas.

Outros exemplos dos danos causados à população pela malver-sação do dinheiro público estão em São Francisco, cidade de 50,8 mil habitantes no Norte de Minas, distante 570 quilômetros de Belo Horizonte. A Operação Conto do Vigário, deflagrada pela Polícia Fe-deral e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em 2010, desarticulou uma quadrilha acusada de desvio de recursos públicos em várias cidades mineiras por meio de licitações fraudulentas. São Francisco era um dos pilares do esquema, com fraudes em licitações para compra de medicamentos e equipamentos hospitalares e até em prova de concurso público. Na ocasião, os prejuízos ao erário foram estimados em R$ 5 milhões.

O ex-prefeito, o padre José Antonio Rocha Lima (PT), foi afas-tado do cargo e as consequências das irregularidades ainda são sen-tidas pelos moradores. “O município passou a viver um verdadeiro sofrimento. Na saúde, por exemplo, houve atraso no pagamento dos médicos. Quando assumi a prefeitura não tinha medicamento nem co-mida no hospital municipal. Também por falta de pagamento, vários exames, como os de endoscopia e ultrassonografia, deixaram de ser feitos. Até a taxa de mortalidade no município aumentou”, afirma o atual prefeito, Luiz da Rocha Neto (PMD), ex-vice-prefeito. Ele ad-mite que pessoas podem ter morrido por falta de assistência médica na cidade.

Outro problema enfrentado foi com um convênio firmado com a Secretaria de Estado de Educação, no valor de R$ 3 milhões, den-tro do Programa Casa Escola, para construção de prédios e reformas de escolas estaduais da zona rural do município, que se encontravam em péssimas condições. Deveriam ser construídas ou reformadas 31 escolas rurais no município. De acordo com o prefeito, a licitação foi

vencida por uma empreiteira de Montes Claros, que não conseguiu executar as obras dentro do cronograma previsto. Depois da Operação Conto do Vigário, o MPMG levantou suspeitas de irregularidades e solicitou que as parcelas do pagamento à empreiteira fossem deposita-das em juízo até a entrega dos serviços. A empresa desistiu e as obras ficaram no meio do caminho, sem a conclusão de nenhuma escola. Cerca de 500 crianças ficaram prejudicadas. A saída foi improvisar com as crianças assistindo às aulas em salas apertadas, em igrejas e até residências. Um dos improvisos foi feito em um anexo da Escola Estadual Ademar Cangussu, da Fazenda Ribeirão, na localidade de Buriti do Meio, onde as crianças passaram a assistir as aulas em uma igreja católica. “O padre e fiéis disseram, no entanto, que os alunos estavam depredando a igreja. Tivemos que arrumar outro espaço”, la-menta a secretária de Educação de São Francisco, Ana Maria Neves.

A solução foi contar com a solidariedade de um fazendeiro, que ofereceu uma sala na sede de sua propriedade. Mas a boa vontade dele não resolve muito – 15 crianças assistem às aulas em uma sala apertada. As professoras reclamam que a falta de espaço dificulta a aplicação das atividades e o aprendizado pelos alunos. SIMPlÓrIO

Quem também sofre com os reflexos dos malfeitos no dia a dia são pessoas como Joaquim Raimundo Vieira, de Borda da Mata, no Sul de Minas. Sua casa foi incluída em um convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para troca das fossas sanitárias por ba-nheiros com rede de esgoto. Parecer do Controladoria Geral da União (CGU), reforçado por uma ação do MPMG, mostrou os defeitos. O projeto de engenharia e as especificações técnicas da Funasa não fo-ram cumpridos. Foi feito apenas um banheiro com acabamento sim-plório. Faltou fazer o passeio externo, instalar tanque de lavar roupa, caixa de espuma, pia de cozinha, caixa de gordura, kit para ligação à rede de água, pintura externa das paredes, barrado liso no interior dos banheiros, portas de madeira compensada lisa em vez de porta veneziana de metalon e torneiras de plástico no lugar de torneiras de metal. “Eu que pintei a parede. A descarga gasta muita água e vive vazando. Além disso, costuma surgir uns bichos pretos estranhos”, reclama José Raimundo. O combinado era a Funasa repassar ao muni-cípio R$ 100 mil, sendo que a prefeitura entraria com a contrapartida de R$ 3.093,60. Porém, quando as irregularidades foram constatadas, foi bloqueado o repasse final de R$ 20 mil . De acordo com a promo-tora de Borda da Mata, Maria Regina Cappelli, o ex-prefeito Benedito Cobra Filho é acusado pelo MPMG como o responsável pelas obras malfeitas.

DINHEIrO PÚBlIcO - Improviso depois da fraude Desvio de recursos se reflete em obras importantes inacabadas, como escolas e serviços de saneamento. Em

São Francisco, crianças são obrigadas a estudar em igrejas ou em fazendas

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O TEMPO - 1ª P. E P. 09 - 28.04.2012 Morro do Engenho

Liminar põe em risco aporte de R$ 11 bi da CSN

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O TEMPO - 1ª P. E P. 22 - 02.05.2012Segurança. Em 24 dias, mais de 40 presos se tornaram foragidos

Prisões mineiras registram uma fuga a cada três diasOntem, em Cássia, 14 detentos renderam o úncio agente que vigiava a cadeia pública; celas estavam superlotadas

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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou que os 100 detentos soltos pela juíza Áila Figueiredo, de Três Co-rações, no Sul do estado, cumpriam prisão temporária, cujo prazo máximo é de 30 dias. A magistrada ordenou a soltura dos presos, suspeitos de tráfico de drogas, por entender que eles não represen-tam risco à sociedade. Em seu despacho, Áila Figueiredo destacou

que o tráfico de drogas na região continuava aumentando mesmo com os suspeitos atrás das grades. Ela resolveu substituir a prisão por cursos de prevenção a drogas, que serão ministrados pela Polí-cia Militar, a partir de maio. Todos os detentos, com passagen pela polícia, foram soltos ao longo dessa semana.

ESTADO DE MINAS – P. 02 – 28.04.2012 E AINDA... GErAIS

Juíza liberta detentos

GABRIELA SALES

A juíza Áila Figueiredo, de Três Corações, na região Sul de Minas, mandou soltar cem deten-tos da penitenciá-ria da cidade que aguardavam jul-gamento por cri-mes relacionados ao tráfico de dro-gas. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), 94 detentos fo-ram liberados na última terça-feira e outros seis fo-ram soltos no dia seguinte.Ainda segundo a asses-soria de imprensa do TJMG, a de-cisão foi tomada depois que a ma-gistrada percebeu que “as prisões não estavam sur-tindo o efeito es-perado”. Com a substituição da medida cautelar, os detentos terão que frequentar cursos de pre-venção ao uso de drogas, que vão começar no

mês que vem. Os cursos vão contar com a participa-ção da Polícia Militar. Outro argumento dado pela magistrada é que o combate ao tráfico de dro-gas no município também estaria sendo ineficiente. A juíza não foi encontrada para falar sobre o as-sunto.

Sem estru-tura. Para repre-sentantes da se-gurança pública do município, a decisão da ma-gistrada também teria relação com a falta de estru-tura da comarca. Atualmente, a juíza é respon-sável pela única Vara Criminal da comarca, além da Vara da Infância e Juventude e de Execuções Pe-nais. “A deman-da no município é muito grande, principalmente quando envol-ve o tráfico de drogas e crimes contra o patri-

TrÊS cOrAÇÕES

Juíza ordena soltura de cem presos por tráfico de drogasPoliciais temem que medida faça crescer criminalidade; juíza não foi encontrada

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mônio”, explicou o delegado Cris-tiano Almeida.De acordo com uma fonte do fórum, 5.000 processos aguardam julga-mento. “Faltam estrutura e equipe que possa agili-zar o julgamento desses casos que estão esperando há muito tempo”. Além do acúmulo de processos, há ainda grande de-manda na Vara da Infância e Juven-tude. “São traba-lhos que requerem dedicação maior, por se tratar de menores”, disse a fonte.

De acordo com a Polícia Ci-vil, grande par-te da droga que abastece a crimi-nalidade da cidade vem de São Paulo. “Acreditamos que agora os crimino-

sos voltarão a se articular para rea-bastecer o tráfico na cidade”, disse um policial que pediu para não ter o nome revelado.

O mesmo policial afirmou que há um temor das autoridades de segurança de que, nos próxi-mos dias, haja aumento da cri-minalidade na re-gião. “Ainda não temos registros de envolvimento desses libertos em crimes, mas acre-dito que isso não será por muito tempo”. Ninguém da Polícia Mili-tar foi encontrado para falar sobre o assunto. A Secre-taria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que o presídio tem capacidade para 544 presos,

mas havia 845 no local.

Em 2005, juiz mandou soltar 52 detentos

Em 2005, outra decisão de liberação de presos de duas delegacias de Con-tagem, na região m e t r o p o l i t a n a , causou polêmica no Estado. O juiz da Vara de Exe-cuções Criminais, Livingston Macha-do, determinou que fossem soltos 36 presos do antigo 2° Distrito Policial do município.

O magistrado alegou na decisão que os detentos eram submetidos a condições desuma-nas, comparadas por ele aos campos de concentração. O 2° DP tinha capaci-dade para receber

16 presos, mas abrigava 113 na época.

O Tribunal de Justiça de Mi-nas (TJMG), no entanto, deu li-minar cancelan-do a ordem do juiz. Na semana anterior ao fato, o magistrado já havia ordenado a soltura de ou-tros 16 presos do 1° DP. (Da Redação)

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KARINA ALVES

Boa aparência, carisma e uma capacidade muito grande de persuasão. Com esses atri-butos, Yara Keila Nascimento Vieira, 27, conseguiu aplicar golpes que causaram prejuízos de pelo menos R$ 200 mil a 15 vítimas já identificadas pela Po-lícia Civil. O rombo e o número de pessoas lesadas por ela ainda pode aumentar, segundo o dele-gado Daniel Guimarães, já que esse foi o prejuízo apurado em apenas uma semana de investi-gação. A suspeita, que é natural do Maranhão, foi presa ontem em uma casa de luxo em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. A mulher teria aplicado golpes, ainda, em Ibirité, Jaboticatubas e na capi-tal.

De acordo com o delegado, Yara aplicava golpes ganhando a confiança das vítimas e assumin-do compromissos financeiros em nome delas, os quais nunca eram cumpridos. A polícia che-gou até ela através do relato de uma professora de 52 anos, que teve um prejuízo de R$ 100 mil. Em nome da educadora - que tem renda mensal de R$ 3.000 - a suspeita comprou móveis, financiou um carro de luxo e montou uma loja de roupas - até a mercadoria era adquirida com cheques da professora. Suspei-ta e vítima se conheceram em novembro e, desde então, con-viviam diariamente. A polícia acredita que a suspeita estivesse agindo na região metropolitana havia quase um ano.

“Ela se aproximou de mim, mostrou-se uma pessoa alegre.

Acreditava que ela iria me aju-dar a sair da depressão. Eu a tinha como uma filha. Jamais imaginei que cairia nesse tipo de coisa”, lamentou a profes-sora. Segundo o delegado, pela forma como a suspeita agia, a vítima acabou se tornando um alvo fácil. “Ela (Yara) é muito bem-articulada, e a professora é carente e com um quadro de depressão. A vítima não tinha nenhum interesse financeiro, só queria a amizade da autora”.

De acordo com o delegado, o marido da suspeita, que é en-genheiro e recebe salário de R$ 5.000, também será investigado. Com ele, a suspeita tem duas fi-lhas, de 2 e 9 anos.

Pedro LeopoldoFraude. Três pessoas foram

flagradas fazendo um saque no valor de R$ 49 mil usando do-cumentos falsos em uma agên-cia bancária da cidade. Com o trio, a polícia também apreen-deu uma arma.

BIlHETE PrEMIADOIdosa alega ter perdido R$ 1

milhão em golpeUma mulher de 67 anos

alega ter perdido R$ 1 milhão em joias durante um golpe co-nhecido como bilhete premiado, anteontem, em Uberaba, no Tri-ângulo Mineiro. Duas esteliona-tárias suspeitas de cometerem o crime estão foragidas.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi abordada pela dupla no centro da cida-de, próximo a uma agência do Banco do Brasil. Uma delas, se dizia analfabeta e ganhadora de um prêmio da loteria. A ou-tra, que se passou por psicólo-ga, ajudou a convencer a idosa

a retirar o prêmio no lugar da suposta analfabeta em troca de bens da vítima. A mulher, então, foi até a sua casa, pegou as joias da família e as entregou para as golpistas.

A idosa, ao se dirigir ao banco para tentar sacar o di-nheiro, notou que as mulheres fugiram levando as joias. A PM informou que não tem pista das suspeitas. (Da Redação)

PAMPUlHA

Homem é preso após comprar

MercedesUm estelionatário foi preso

em flagrante na manhã de on-tem, no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha, acusado de aplicar vários golpes contra concessionárias de veículos da capital. Ailton Valeriano Mo-reira, 32, que tinha um mandato de prisão em aberto por estelio-nato, foi detido junto com um detetive da Polícia Civil, dentro de um veículo de luxo. Militares localizaram o suspeito dirigindo um Mercedez-Benz Classe A na Avenida Octacílio Negrão de Lima, por volta das 11h, após uma denúncia anônima.

Dentro do carro, foram apreendidos vários documen-tos de identidade falsos usados pelos suspeito para aplicar gol-pes. Após prestar depoimento na Delegacia Especializada de Falsificações e Defraudações, o detetive foi liberado. O policial disse que estava de carona com o suspeito, que é seu conhecido, mas não sabia que o homem era acusado de estelionato. (Lucas Simões)

O TEMPO – ON lINE – 28.04.2012 SANTA lUZIA

Estelionatária é detida após aplicar golpes de R$ 200 milCriminosa ganhava a confiança de suas vítimas e comprava em nome delas

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Brasília – Balanço da Secretaria de Política Para Mulheres da Presidência da República divulgado ontem mostra que no primeiro trimestre de 2012 a Central de Atendimento à Mulher, pelo telefone 180, registrou 24.775 ligações com denúncias de violência. Desse total, 53% dos relatos são de denúncias com risco de morte. O risco de espancamento é relatado em 45% dos casos.

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, re-conhece que a rede de atendimento precisa ser “melhorada e capacitada”. “Tem uma questão grave da mentalidade, da credibi-lidade da fala da mulher que leva à morte. Esse dado é perigoso, preocupante. E refle-te que essa rede de atendimento ainda pre-cisa ser melhorada e capacitada para que isso não aconteça”, disse Eleonora.

Segundo o balanço, 41,9% dos casos estão relacionados com o uso de substan-cias como álcool ou drogas. “A causa não é a droga. É o machismo. A droga ou be-bida o faz ter a coragem. Ele não bate no

companheiro de bar. Existe uma autori-zação social para isso acontecer”, afirma a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves.VIOlÊNcIA FíSIcA

A maior parte dos atendimentos é de relatos de violência física (58%). A violên-cia psicológica é 26% dos casos, seguida pela violência moral (12%). “O 180 ainda não chegou onde tinha de chegar. Temos um grande número de homens e mulheres que não sabem do serviço. E também te-mos um grande número de mulheres que estão em risco e não chegam até nós. Para a secretaria, a redução dos casos de violência deve passar pela mudança do machismo. “A violência contra a mulher só vai ser er-radicada quando acabarmos com o machis-mo patriarcado. Isso só vai mudar quando tivermos uma nova concepção de relações humanas. Uma ligação pode salvar uma vida. Precisamos criar uma cultura de que violência contra a mulher não é natural, é crime.”

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Denúncias com risco de morte são 53%

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AssassinatosA relatora da CPMI da violência

contra a mulher, Senadora Ana Rita (PT-ES), deu prazo até esta sexta-fei-ra para que os dados de Minas sobre o atendimento às mulheres vítimas de violência cheguem a Brasília. A cha-mada, que está sendo feita em todos os estados, vale, pelo momento, para o Executivo, o Judiciário, o Minis-tério Público e a Defensoria Pública de Minas. Cerca de 4 mil mulheres são assassinadas anualmente no Bra-sil, informou Ana Rita, em audiência pública, na Assembleia de Minas Ge-rais. A desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas, Heloísa de Ruiz Combat, dá as estatísticas: em Minas há 58 mil processos sobre o problema em andamento nas 295 comarcas. Até agosto, o TJ deverá instalar a 3ª Vara Especializada em Violência Domésti-ca.

ESTADO DE MINAS - P. 02 02.05.2012EM DIA cOM A POlíTIcA

Baptista Chagas de Almeida

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

Vou-me embora, vou

deixar-te, mas nem por isso me ausento, pois só meu corpo que parte, não parte

meu pensamento

Desembargador ingressou na magistratura em 1985 e atuou em diversos setores

As 350 pessoas que acamparam em um terreno de 35 mil metros quadrados no bairro Santa Rita, região do Barreiro, no último fim de semana, deverão desocupar a área por ordem da juíza Luzia Divina de Paula Peixoto, da 6ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal.

A decisão liminar atende ao pedido de reintegração de posse do município de Belo Horizonte contra os ocupantes. A prefeitura alegou ser proprietária e possui-dora do terreno, que é área pública de proteção ambiental.

Segundo o município, na madrugada de 21 de abril, a área foi ocupada pelo grupo, que utilizou lonas, pedaços de madeira e foices para montar o acampa-mento. Também alega o município, que foram derrubadas árvores no local e que, apesar da solicitação para que se retiras-sem do terreno, os ocupantes se recusa-ram a deixá-lo.

Ao analisar o pedido de reintegração de posse, a juíza Luzia Peixôto considerou os documentos apresentados pelo municí-pio de Belo Horizonte e a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano da Capital, que comprovaram tanto a propriedade do ter-reno quanto sua característica de área de proteção ambiental.

MANDADO - Diante disso, a juíza

deferiu a reintegração de posse da área ocupada em favor do município de Belo Horizonte e determinou a expedição de mandado judicial, “que deve ser cumprido com o auxílio de força policial, devendo estes intervir na hipótese de tumulto ou oposição ao cumprimento da ordem”.

Para a execução do mandado, reco-mendou a observância dos direitos funda-mentais constitucionais dos ocupantes e também dos requerentes e dos profissio-nais responsáveis pela ação de reintegra-ção. A juíza Luzia Peixôto determinou ainda que o oficial de Justiça identifique as pessoas que forem retiradas do imó-vel. Devem ser identificadas também as pessoas que se opuserem à saída, os fatos e as circunstâncias da oposição, a fim de que possa ser verificado possível crime de desobediência.

Ainda em sua decisão, a juíza determi-na que a Delegacia Especializada do Meio Ambiente seja comunicada para apuração de corte de vegetação em área de prote-ção ambiental, conforme relatado pelo município, e que a conclusão das investiga-ções seja encaminhada para a 6ª Vara Municipal. Por ser de primeira instância, essa decisão está sujeita a recurso.

Justiça ordena desocupação no BarreiroA B2W Companhia Global do Vare-

jo foi condenada a indenizar a cliente D.D.P.S. por danos morais causados por atraso e pela entrega de uma geladeira com avarias duas vezes con-secutivas. Ficou comprovado o desca-so da empresa em amenizar a má prestação de serviço. A decisão é da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justi-ça (TJMG), que reformou em parte a sentença de primeiro grau, passando o valor da indenização de R$ 2,725 mil para R$ 5 mil.

De acordo com o processo, a D.D.P.S. adquiriu nas Lojas Ameri-canas, empresa do grupo da B2W, um refrigerador Bosch Frost Free, em 12 de outubro de 2010, pelo valor de R$ 1.424,05. Por duas vezes, o produto foi entregue com avarias e por isso não foi recebido. O consumidor afirma que tentou solucionar administrativamen-te a questão, não obtendo sucesso. “O valor pago só foi restituído após o ajui-zamento da ação”, declarou.

O juiz Francisco José da Silva, da 6ª Vara Cível da comarca de Juiz de Fora, julgou procedente a pretensão de reparação pelos prejuízos morais, fixando a indenização em R$ 2.725,00.

Insatisfeita com a sentença, a cliente entrou com recurso alegando que a geladeira adquirida era produto essencial e de primeira necessidade: “Tentei inúmeras vezes obter uma solução amigável e espontânea junto à companhia, mas recebi o absoluto des-caso da mesma”, relatou. A consumi-dora solicitou a reforma parcial da sentença, com a majoração do valor da indenização e do percentual dos hono-rários advocatícios de sucumbência.

O relator do processo, desembar-gador Alvimar de Ávila, deu parcial provimento ao recurso, para reformar em parte a sentença e aumentar o valor da reparação por danos morais para R$ 5 mil, mantendo-se o restante da sentença. Segundo o magistrado, o dano moral é evidente, na medida em que a autora adquiriu uma gela-deira, pagou antecipadamente e não pôde recebê-la e usufruir dela, “sendo que a companhia em momen-to algum procurou solucionar o pro-blema, limitando-se a transferir a culpa para terceiros”.

Os desembargadores Saldanha da Fonseca e Domingos Coelho concorda-ram com o relator.

Loja terá que indenizar cliente em dobro

Dídimo Inocêncio se despede do JudiciárioNa quinta-feira (26), o desem-

bargador Dídimo Inocêncio de Paula participou de sua últi-ma sessão na 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. O magistra-do irá se aposentar no dia 2 de maio. O desembargador citou o poema de António Menano: “Vou-me embora, vou deixar-te, mas nem por isso me ausento, pois só meu corpo que parte, não parte meu pensamento” para marcar a despedida.

A sessão foi aberta pelo presi-dente da Câmara, desembargador Kildare Carvalho, que lhe prestou homenagem. Segundo o magis-trado, Dídimo Inocêncio de Paula pautou sua carreira pela busca da correção de injustiças a ele apre-sentadas. O presidente ainda res-saltou o fato de o desembargador ser “espírita” como traço marcan-te de sua existência.

Dídimo Inocêncio de Paula recebeu homenagens também de seus familiares, servidores e do representantes do Ministério Público. Estiveram presentes vários magistrados.

Dídimo Inocêncio de Paula é desembargador desde 2005. Ingressou na magistratura em 1985 e foi juiz de Direito nas comarcas de Aiuruoca e Barbace-na. Em Belo Horizonte foi titular da 7ª Vara da Fazenda Pública Estadu-al e Autarquias, 3ª Vara de Execu-ções Fiscais, 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias. Foi juiz eleitoral, sendo membro titular da Corte do Tribunal Regional Elei-toral de Minas Gerais.

Em 2002, foi promovido ao extinto Tribunal de Alçada. O magistrado é membro do Institu-to Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade), membro especial do Ins-tituto dos Advogados de Minas Gerais, do Instituto Brasileiro de

Direito Tributário e membro da Associação Brasileira dos Magis-trados Espíritas.

No magistério, foi professor de Direito Comercial e Tributário na Faculdade de Direito Funda-ção Presidente Antônio Carlos,

em Barbacena; professor de Direito Tributário e Noções de Contabilidade na Escola Judicial Des. Edésio Fernandes (Ejef); professor titular de Direito Comercial da Fumec em Belo Horizonte, entre outros.

Servidores, familiares e representantes do MP homenagearam o magistrado

RENATA CALDEIRA

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Suspensão de férias é cogitada no STF

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Bra-sil (OAB) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4768) no Supremo Tribunal Federal contra disposi-tivos legais que garantem a membros do Ministério Públi-co a prerrogativa de se sentarem do lado direito de juízes durante julgamentos. Para a OAB, a posição dos assentos é mais do que simbólica, e “pode sim influir no processo”.

O conselho também diz que os dispositivos do estatuto do Ministério Público da União e da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público “estabelecem ampla e irrestrita prer-rogativa ao Ministério Público de sentar-se lado a lado com o magistrado em detrimento do advogado” quando repre-sentantes do órgão atuam como parte no processo.

A entidade ressalva, entretanto, que não ocorre nenhu-ma inconstitucionalidade quando o membro do MP, na con-dição de fiscal da lei, o chamado custos legis, se senta ao lado do juiz. No entanto, argumenta a OAB, quando atua como parte acusadora, o fato de o representante do MP sen-tar-se estar ao lado do juiz representaria uma “disparidade de tratamento entre acusação e defesa”.

A Ordem dos Advogados alega que a situação “agride

o princípio da igualdade de todos perante a lei” e, em con-sequência, viola a “isonomia processual”. E concluiu: “(A regra institui uma) arquitetura/modelo que gera constran-gimento funcional, pois ela dissimula a real posição que devem ostentar as partes em um processo conduzido pelos princípios e regras do Estado Democrático de Direito”.

“Ou seja, perante a testemunha, o perito, o acusado e qualquer outro participante da relação processual o mobi-liário compõe a imagem de duas autoridades de igual hie-rarquia”, concluiu a OAB, que pede a concessão de liminar para que os dispositivos legais fiquem suspensos até o jul-gamento final da ADI.

No mérito, a entidade pede para o STF dar interpreta-ção conforme a Constituição à alínea “a” do inciso I do ar-tigo 18 do Estatuto do MPU (Lei Complementar 75/1993) e ao inciso XI do artigo 40 da Lei Orgânica do MP (Lei 8.625/1993), para que a prerrogativa prevista nos dispositi-vos seja aplicada somente quando o MP oficia como fiscal da lei.

ADI 4.768 - Revista Consultor Jurídico, 29 de abril de 2012

cONSUlTOr JUríDIcO - SP – cONAMP – 30.04.2012

CNJ arquiva consulta sobre lugar do MP em audiênciasPor Rodrigo HaidarO conselheiro Marcelo Nobre (foto), do Conselho Nacional

de Justiça, mandou arquivar consulta feita pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal sobre qual lugar devem ocupar os membros do Ministério Público nas audiências e julgamentos. A questão está submetida ao Supremo. Por isso, não restou outra alternativa ao conselheiro, que defende o nivelamento dos assentos de acusação e defesa.À primeira vista a discussão parece ter pouca importân-cia, costuma render debates acalorados em torno do princípio da paridade de armas entre defesa e acusação.

Em julho do ano passado, a ConJur abordou o tema em repor-tagem depois que, em um júri em Turiaçu, cidade do oeste mara-nhense com cerca de 40 mil habitantes, distante 460 quilômetros da capital São Luís, o advogado Roberto Charles de Menezes Dias se retirou da sessão por discordar da disposição da sala, e o julga-mento foi adiado.

A consulta feita ao CNJ foi extinta sem análise porque a ma-téria está submetida a julgamento do Supremo Tribunal Federal. Na Reclamação 12.011, o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, pede que o STF mantenha em vigor a por-taria editada por ele que colocou no mesmo plano físico na sala de audiências o representante do Ministério Público Federal e os advogados.A portaria foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região e a relatora do pedido do juiz no Supremo, ministra Cármen Lúcia, negou-lhe liminar que pedia que a norma voltasse a vigorar. Não há previsão de julgamento do mérito da Reclamação. Como é pacífica a jurisprudência do CNJ de que o Conselho não pode apreciar questão submetida à análise do Supremo, Marcelo Nobre extinguiu o pedido do TJ do Distrito Federal.

Design de interiorEm sua decisão, contudo, Nobre fez diversas observações

sobre o tema. Para o conselheiro, defesa e acusação, no caso em discussão, têm sua parcela de razão. “Se por um lado o Ministé-

rio Público deve apresentar-se como o Estado em determinados processos ou em dados casos concretos, em outros ele deve ser perfeitamente equiparado à defesa, a fim de evitar interpretação equivocada sobre uma eventual condição privilegiada na simbóli-ca organização da sala de audiências”, afirmou.

De acordo com Marcelo Nobre, são importantes os argumen-tos de que, “em especial nas audiências dos feitos de natureza cri-minal, a parte pode se sentir em desigualdade quando o órgão acu-sador está sentado ao lado do magistrado, enquanto o defensor se encontra em patamar e condição inferior na organização da sala”.

Na decisão, o conselheiro ressalta que há três modelos de sa-las de audiência em debate. Em um deles, o Ministério Público se localiza ao lado do juiz, em patamar mais alto que as demais ca-deiras da sala de audiência. Existe também o modelo em “T”, em que o magistrado ocupa a parte superior do “T”, juntamente com o secretário ou escrevente da sala de audiência, no mesmo patamar que as demais cadeiras da sala, enquanto o Ministério Público e a defesa sentam-se frente a frente.

O terceiro modelo é o tradicional “U”, em que o juiz ocupa a parte central do “U”, o réu ou testemunha senta-se de frente para o magistrado, do lado de dentro do “U”, enquanto Ministério Pú-blico e defesa se alinham frente a frente nas duas faces externas, em oposição e igualdade. Para o conselheiro, é este o modelo mais justo: “Desta maneira, não se ofendem as prerrogativas do Minis-tério Público, nem tampouco o prestigia em detrimento da defesa nos casos em que não pode haver desigualdade entre eles”.

As observações do conselheiro, contudo, servem para assen-tar sua posição sobre o tema. A questão será decidida apenas pelo Supremo, quando a ministra Cármen Lúcia trouxer a julgamento a Reclamação ajuizada por Ali Mazloum.

Rodrigo Haidar é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Revista Consultor Jurídico, 28 de abril de 2012cONSUlTOr JUríDIcO – SP – cONAMP – 30.04.2012

OAB contesta regra que coloca promotor ao lado do juiz

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Minas Gerais tem três sítios históricos declarados pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade: a cidade de Ouro Preto, o Centro Histórico de Diamantina e o San-tuário de Bom Jesus de Matosinhos. Essas montanhas guar-dam o mais valioso acervo barroco do Brasil e cerca de 60% dos bens tombados do país. No ano passado, Mariana, Ouro Preto e Sabará, importantes cidades da terra das alterosas, celebraram 300 anos de história. Em poucos anos, outras de elevada envergadura também aniversariarão.

Não obstante, frequentemente os agentes públicos e a sociedade civil desconsideram a importância da preservação do rico acervo cultural do estado, ignorando o escudo prote-tor do patrimônio cultural brasileiro – o texto constitucional –, retirando da sociedade mineira parte de sua dignidade. Afinal o homem não subsiste, seja do ponto de vista mate-rial, espiritual ou psicológico, sem passado. Estima-se, por exemplo, que 60% do nosso patrimônio cultural constituído de bens móveis foi subtraído de seus locais de origem, en-contrando-se na posse ilegal de colecionadores particulares e comerciantes de antiguidades, inclusive no exterior.

Nós, que vivemos nas “minas das violas, do queijo e do diamante/Nas minas sem fronteiras”, como diz a bela canção de César Menotti e Fabiano, não podemos ignorar a tendência mundial de inserção nos ordenamentos jurídicos do patrimônio cultural como direito fundamental. Afinal, Fernando Sabino, no poema “Ser mineiro”, bem nos defi-niu: “Ser mineiro é dizer ‘uai’, é ser diferente, é ter marca registrada, é ter história”.

Passados mais de 23 anos do advento da Constitui-ção Cidadã, ainda não nos atentamos para a importância de alguns direitos fundamentais coletivos, tornando parte do texto constitucional estéril. Por inúmeras e nem sempre esclarecidas razões, o direito do patrimônio cultural restou desprezado por diversos segmentos da sociedade, o que contribuiu para a perda de bens materiais e imateriais de significativo valor cultural.

A Constituição de 1988, ao situar a cultura na ordem social, demonstrou expressamente que se trata de uma das metas do poder público e da sociedade. Sua proteção e in-centivo se revelam obrigação e necessidade, condicionando inclusive a ordem econômica, elencada nos artigos 170 e seguintes, já que têm por finalidade assegurar a todos exis-tência digna, observando-se a defesa do meio ambiente. O artigo 227 aponta o direito à cultura para crianças e adoles-centes como dever da família, sociedade e Estado, junta-mente com outros direitos fundamentais, como vida, saúde e educação.

Ao definir o patrimônio cultural no artigo 216, a Carta cidadã abarcou modernos conceitos científicos, não se res-

tringindo ao patrimônio de valor histórico e artístico, alcan-çando todas as formas de manifestação cultural, tutelando, por exemplo, “as formas de expressão” e “os modos de criar, fazer e viver”. Assim, enfatizou os valores dos diversos gru-pos que participam do processo civilizatório nacional, ga-rantindo a diversidade cultural brasileira. Esse pluralismo abrange todas as classes e todos os grupos sociais, formados pelas mais variadas formas étnicas e situados ao longo do extenso território brasileiro. O artigo 216, §1º, impõe ao po-der público, com a colaboração da comunidade, a promoção do patrimônio cultural, apresentando um rol aberto de ins-trumentos de proteção, como inventários, registros, vigilân-cia, tombamento e desapropriação.

Sua tutela, inserida no conceito de meio ambiente, é essencial para o resguardo da qualidade de vida, revelan-do-se um direito fundamental. Constitui parte relevante e estruturante da identidade e memória coletiva do Brasil, re-presentando uma face do princípio da dignidade da pessoa humana, elencado no artigo 1º, III, da Constituição Federal, que não mais se restringe a uma concepção individualista.

Considerando que o constituinte optou por sua pro-teção como um direito fundamental difuso, pertencendo a toda a sociedade, elencando imperativos de criação, difusão e conservação, o cenário exige que as políticas públicas de cultura integrem o núcleo duro de atribuições do Estado, dotando a vida cultural de instrumentos para contribuir no desenvolvimento do país. O constituinte não admitiu sequer uma postura passiva dos indivíduos, que se tornam corres-ponsáveis pela preservação do patrimônio brasileiro.

Em tempos de globalização e multiculturalismo, é imprescindível que nós, mineiros, afirmemos os direitos e deveres culturais para a conservação da memória do nosso povo, buscando a sua dignificação. A cultura mineira é parte da herança e legado que projetam os valores do Brasil, refe-rindo-se à nossa história, memória, identidade e originalida-de. Afinal, somos da terra de João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Juscelino Kubitschek, Carlos Cha-gas, Antônio Francisco Lisboa, Ary Barroso, Adélia Prado e muitos outros inovadores.

Tenhamos neste ano uma nova perspectiva oriunda das alterosas: a proteção do patrimônio cultural como direito fundamental coletivo! É hora de nós, amantes das gerais, juntamente com o poder público e os entes da sociedade civil, voltarmos os olhos para nossos bens culturais, cuja preservação é essencial para a proteção da identidade do nosso povo. São novos desafios que aguardam a todos nós, mineiros de sangue ou afeto.

Nosso futuro depende do espírito de conservação da nossa memória. Sejamos vetores dessa transformação! Afi-nal, entoa a bela canção da sete-lagoana Paula Fernandes, “Sou das Minas de ouro/ Das montanhas Gerais/Eu sou filha dos montes/Das estradas reais. Meu caminho primeiro/Vem brotar dessa fonte/Sou do seio de Minas/Nesse estado um diamante”.

ESTADO DE MINAS - P. 01 - DIrEITO & JUSTIÇA - P. 01 - 30.04.2012

O patrimônio cultural de MG: por um novo olhar

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A discriminação racial no Brasil é constitucional, segun-do decidiram por unanimidade os ministros do Supremo Tri-bunal (STF), num julgamento sobre a adoção de cotas para negros e pardos nas universida-des públicas. Com base numa notável mistura de argumen-tos verdadeiros e falsos, eles aprovaram a reserva de vagas para estudantes selecionados com base na cor da pele ou, mais precisamente, na cor ou origem étnica declarada pelo interessado. Mesmo enfeita-da com rótulos politicamente corretos e apresentada como “correção de desigualdades sociais”, essa decisão é obvia-mente discriminatória e con-verte a raça em critério de ação governamental. Para os juízes, a desigualdade mais importan-te é a racial, não a econômica, embora eles mal distingam uma da outra.

O ministro Cezar Peluso mencionou as diferenças de oportunidades oferecidas a di-ferentes grupos de estudantes. Com isso, chamou a atenção para um dos maiores obstácu-los à concretização dos ideais de justiça. Todos os juízes, de alguma forma, tocaram nesse ponto ou dele se aproximaram. Estabeleceram, portanto, uma premissa relevante para o de-bate sobre a formação de uma sociedade justa e compatível com os valores da democracia liberal, mas perderam-se ao formular as conclusões.

O ministro Joaquim Bar-bosa referiu-se à política de co-tas como forma de combater “a discriminação de fato”, “abso-lutamente enraizada”, segundo

ele, na sociedade. Mas como se manifesta a discriminação? Candidatos são reprovados no vestibular por causa da cor? E os barrados em etapas escola-res anteriores? Também foram vítimas de racismo?

A ministra Rosa Weber foi além. “A disparidade racial”, disse ela, “é flagrante na socie-dade brasileira.” “A pobreza tem cor no Brasil: negra, mes-tiça, amarela”, acrescentou. A intrigante referência à cor amarela poderia valer uma dis-cussão, mas o ponto essencial é outro. Só essas cores iden-tificam a pobreza no Brasil? Não há pobres de coloração diferente? Ou a ministra tem dificuldades com a correspon-dência de conjuntos ou ela considera desimportante a po-breza não-negra, não-mestiça e não-amarela.

Mas seus problemas lógi-cos são mais amplos. Depois de estabelecer uma correspon-dência entre cor e pobreza, ela mesma desqualificou a dife-rença econômica como fator relevante. “Se os negros não chegam à universidade, por óbvio não compartilham com igualdade das mesmas chan-ces dos brancos.” E concluiu: “Não parece razoável reduzir a desigualdade social brasilei-ra ao critério econômico”. A afirmação seria mais digna de consideração se fosse acom-panhada de algum argumento. Mas não é. O fator não econô-mico e estritamente racial nun-ca foi esclarecido na exposição da ministra nem nos votos de seus colegas.

Nenhum deles mostrou com suficiente clareza como

se manifesta a discriminação no acesso à universidade ou, mais geralmente, no acesso à educação. O ministro Celso de Mello citou sua experiência numa escola pública americana sujeita à segregação. Lembrou também a separação racial nos ônibus escolares nos Estados Unidos. Seria um argumento esclarecedor se esse tipo de segregação - especificamente racial - fosse no Brasil tão nor-mal e decisivo quanto o foi nos Estados Unidos.

Talvez haja bons argumen-tos a favor da discriminação politicamente correta defen-dida pelos juízes do STF, mas nenhum desses foi apresenta-do. Brancos pobres também têm dificuldade de acesso à universidade, mas seu proble-ma foi menosprezado.

Se um negro ou pardo com nota insuficiente é considerado capaz de cursar com proveito uma escola superior, a mesma hipótese deveria valer para qualquer outro estudante. Mas não vale. Talvez esse branco pobre também deva pagar pe-los “danos pretéritos perpetra-dos por nossos antepassados”. Justíssimo?

Como suas excelências poderão ser envolvidas em ou-tras questões de política educa-cional, talvez devam dar uma espiada nos censos. Os funis mais importantes e socialmen-te mais danosos não estão na universidade, mas nos níveis fundamental e médio. Países emergentes bem-sucedidos na redução de desigualdades de-ram atenção prioritária a esse problema. O resto é demago-gia.

O ESTADO DE SP – ON lINE – 28.04.2012

Justiça com lentes coloridas

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ALOÍSIO DE TOLEDO CÉSAR, desembargador apo-sentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; e-mail: [email protected] - O Estado de S.Paulo

Duas expressões culturais completamente diversas, e quase antagônicas, entraram em choque no Supremo Tri-bunal Federal (STF), na semana passada, com acusações pessoais que vazaram para a opinião pública e provocaram compreensível indignação. O presidente em retirada, mi-nistro Cezar Peluso, com mais de 40 anos de exercício na magistratura, ou seja, bastante experiente em julgamentos, acabou entrando em choque com o ministro Joaquim Bar-bosa, detentor de linda carreira acadêmica, mas que nunca ocupara anteriormente nenhum cargo diretamente ligado à tarefa de julgar.

Não se pode dizer que o ministro Cezar Peluso tenha sido um diplomata no trabalho de presidir a Suprema Cor-te. Sempre se observou em sua conduta, desde os tempos de juiz singular, juiz do Tribunal de Alçada, juiz corregedor e desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), uma certa intransigência na defesa de suas convicções.

O Direito não é uma ciência exata e sempre envolve na aplicação da lei um raciocínio lógico que não é o mesmo entre os juízes, por força das diferentes formações culturais e das convicções pessoais de cada um. As divergências, as-sim, são extremamente corriqueiras, mas acabam superadas, em geral com educação, até porque isso é necessário para a elaboração dos acórdãos.

O próprio termo acórdão deriva da circunstância de re-sultar de um entendimento que exprime a vontade da maio-ria. As divergências entre os julgadores, portanto, é bom que se ressalte, não são pessoais, mas de entendimento, de con-vicções, e por isso mesmo devem ser toleradas com respeito.Com alguma frequência, porém, há juízes que se mostram muito enfáticos na manifestação de seu entendimento, e isso causa a impressão de que se trata de uma divergência de ordem pessoal. O ministro Cezar Peluso, sempre admira-do no TJSP por sua atuação como juiz, tem a característica de não aceitar muito serenamente as convicções contrárias. Em razão dessa característica unicamente pessoal, algumas vezes causou no Supremo Tribunal a impressão de que in-vestia contra o ministro de quem divergia. Em verdade, na presidência do STF ele se mostrava indignado e tendia até mesmo a dar “um puxão de orelhas” em algum colega, em determinadas circunstâncias.

Isso aconteceu, por exemplo, certa vez em que um mi-nistro determinou de ofício o arquivamento de processo-cri-me, ou seja, iniciativa que é privativa do Ministério Público. Peluso presidia a sessão e foi bastante cáustico, praticamen-te exigindo uma retratação, quando o ideal, no interesse das boas relações na Corte, seria contornar o incidente com di-plomacia, para não ferir suscetibilidades e também para evi-tar que o assunto ganhasse maior dimensão.

Por força dessa conduta, marca de sua carreira como

magistrado ao longo de mais de quatro décadas, em certas oportunidades ele chegou a “cutucar” ministros, colegas do dia a dia. É bastante provável que não o tenha feito com o propósito de ofender, humilhar, mas porque esse é o seu es-tilo - o que não o ajuda nem um pouco.

No seu relacionamento profissional com o ministro Jo-aquim Barbosa, tendo ambos a característica de “pavio cur-to”, sucederam-se incidentes que os separaram, quando o ideal exigido pela atividade na Corte e pelo interesse público seria exatamente o contrário. Ou seja, era de esperar que a grandeza do cargo por eles ocupado levasse ao respeito mú-tuo ou, no mínimo, a uma convivência educada.

Embora na raiz de tudo estivesse o estilo de cada um deles na forma de julgar, as trocas de acusações entre ambos, feitas recentemente, caíram a um nível que não se pode, em absoluto, admitir, por envolverem ocupantes do mais alto posto na carreira jurídica do País. É uma honra ser ministro do Supremo Tribunal Federal e, por isso mesmo, os seus in-tegrantes não devem jamais baixar o nível das discussões do terreno unicamente jurídico para o pessoal.

O episódio serve para demonstrar que talvez o ex-pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva não tenha sido muito feliz na escolha de ambos para ocuparem cargo de tanto destaque. Emerge também a ideia de que pode ter chegado a hora de o Congresso Nacional debater o critério da escolha de novos ministros do Supremo.

Nos últimos tempos vem prevalecendo o critério de es-colha de pessoas com identidade cultural e política próxi-ma do governante. Amizades familiares, pressões da Igreja Católica e serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores foram decisivos na escolha de alguns ministros.

A circunstância de o ministro indicado ficar devendo o favor da indicação a quem o indicou leva à presunção de que estará a serviço desse relacionamento. A demora no julgamento do processo do mensalão deixou claro que essa grave conduta poderá estar ocorrendo, porque o infeliz retar-damento contém em si a ameaça de prescrição de alguns dos delitos ali tipificados.

Certos processos judiciais, por serem emblemáticos e estarem no aguardo de milhões de pessoas, devem, sem ne-nhuma dúvida, merecer prioridade tanto na instrução como na inclusão na pauta para o desejado julgamento. No caso da “ficha suja”, a omissão do Supremo, retardando o jul-gamento, concorreu seriamente para deixar em descrédito a instituição.

Nos dias atuais, com o mensalão, pior ainda, porque o seu desfecho poderá ter influência muito forte na vida políti-ca e partidária do País. Os principais acusados de crimes tão graves continuam impunes e talvez estejam dando risadas da morosidade da Justiça. A despeito de toda a sua falta de di-plomacia, Cezar Peluso sempre cobrava do ministro relator atuação mais rápida, chegando a fazê-lo de público e com isso abrindo a “troca de chumbo” profundamente lamentá-vel a que se assistiu na semana passada.

O ESTADO DE SP – ON lINE – 28.04.2012

Baixa o nível na Suprema Corte

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