2ADM - TEORIA GERAL ADMINISTRAÇÃO 2 - material de apoio - Volume 1

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2 SEMESTRE ADMINISTRAO

Especificaes do Material de Texto1. IDENTIFICAO TEORIA GERAL DA ADMINISTRAO II VOLUME I 2. UNIDADE(S) DE REFERNCIA NO CONTEDO PROGRAMTICO 1 TEORIA COMPORTAMENTAL 3. TPICO(S) DE REFERNCIA AO PLANO DE ENSINO 1.1. As Origens da Teoria Comportamental 1.2. Novas Proposies sobre a Motivao Humana 1.3. Estilos de Administrao 1.4. O Homem Administrativo 1.5. O Comportamento Organizacional 1.6. Apreciao Crtica da Teoria Comportamental 4. MTODO(S) APLICADO(S) COM O USO DA APOSTILA Aula terica e expositiva com abertura para a participao dos alunos, alm de exerccios feitos coletivamente ou em grupo dentro da sala de aula, e realizao de dinmica de grupo como atividade vivencial. 5. TOTAL DE PGINAS DA APOSTILA 13 (de 0 a 12, incluindo a capa)

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TEORIA COMPORTAMENTAL2

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AS ORIGENS DA TEORIA COMPORTAMENTAL

A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administrao trouxe uma nova direo e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das cincias do comportamento, o abandono das posies normativas e prescritivas das teorias anteriores e a adoo de posies explicativas e descritivas. A nfase permanece nas pessoas, mas dentro do contexto organizacional mais amplo. OPOSIO TEORIA CLSSICA A oposio ferrenha e definitiva da Teoria das Relaes Humanas (com sua profunda nfase nas pessoas) em relao Teoria Clssica (com sua profunda nfase nas tarefas e na estrutura organizacional) caminhou lentamente para um segundo estgio: a Teoria Comportamental. Esta passou a representar uma nova tentativa de sntese da teoria da organizao formal com enfoque das relaes humanas. DESDOBRAMENTO DA TEORIA DAS RELAES HUMANAS A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relaes Humanas. Com a qual se mostra eminentemente crtica e severa. Ainda que compartilhando alguns dos conceitos fundamentais, utilizando-se apenas como pontos de partida ou de referncia e reformulando-os profundamente, a Teoria Comportamental rejeita as concepes ingnuas e romnticas da Teoria das Relaes Humanas. BEHAVIORISMO X ORGANIZAO FORMAL A Teoria Comportamental critica a Teoria Clssica, havendo autores que vem o behaviorismo uma verdadeira anttese teoria da organizao formal, aos princpios gerais da administrao, ao conceito de autoridade formal e posio rgida e mecanicista dos autores clssicos. OPOSIO TEORIA DA BUROCRACIA Com a Teoria Comportamental, deu-se a incorporao da Sociologia da Burocracia, ampliando o campo da teoria administrativa. Tambm com relao Teoria da Burocracia, a Teoria Comportamental mostra-se muito crtica, principalmente no que se refere ao modelo de mquina que aquela adota para representar a organizao. PUBLICAO DE LIVRO SOBRE O TEMA Em 1947, surge um livro que marca o incio da Teoria Comportamentalista na administrao: O Comportamento Administrativo, de Herbert Simon. O livro constitui um ataque aos princpios da Teoria Clssica e a aceitao com os devidos ajustes das principais idias da Teoria das Relaes Humanas.

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NOVAS PROPOSIES SOBRE A MOTIVAO HUMANA

Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas. Para poder explicar como as pessoas se comportam, torna-se necessrio o estudo da motivao humana. Assim, um dos temas fundamentais da Teoria Comportamental a motivao humana. Os autores behavioristas verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivao humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizaes. HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW Abraham Maslow apresentou uma teoria de motivao segundo a qual as necessidades humanas esto organizadas e dispostas em nveis, numa hierarquia de importncia e influncia.

Necessidades de auto-realizao Necessidades de estima Necessidades sociais Necessidades de segurana Necessidades fisiolgicas

Os dois primeiros tipos de necessidades fisiolgicas e de segurana so chamados de necessidades primrias. J os demais tipos, representam as necessidades secundrias. NECESSIDADES FISIOLGICAS Constituem o nvel mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importncia. Nesse nvel, esto as necessidades de alimentao, de sono e repouso, de abrigo, de desejo sexual, etc.. Essas necessidades esto relacionadas com a sobrevivncia do indivduo e com a preservao da espcie. Quando todas as necessidades humanas esto insatisfeitas, a maior motivao ser a das necessidades fisiolgicas e o comportamento do indivduo ter a finalidade de encontrar alvio da presso que essas necessidades produzem sobre o organismo.

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NECESSIDADES DE SEGURANA So as necessidades de segurana e estabilidade, a busca de proteo contra a ameaa ou privao, a fuga ao perigo. Surgem quando as necessidades fisiolgicas esto relativamente satisfeitas. NECESSIDADES SOCIAIS Surgem no comportamento quando as necessidades mais baixas (fisiolgicas e de segurana) esto relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais, esto a necessidade de associao, de participao, de aceitao por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. NECESSIDADES DE ESTIMA So as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivduo se v e se avalia. Envolvem auto-apreciao, a autoconfiana, a necessidade de aprovao social e de respeito, de status, de prestgio e considerao. Incluem ainda o desejo de fora e adequao, de confiana perante o mundo, independncia e autonomia. a busca do poder. NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAO So as necessidades humanas mais elevadas e esto no topo da hierarquia. Esto relacionadas com a realizao do prprio potencial e do auto-desenvolvimento contnuo. Essa tendncia se expressa por meio do impulso de a pessoa tem para tornar-se sempre mais do que e de vir a ser tudo o que pode ser. As necessidades humanas assumem formas e expresses que variam conforme o indivduo. Sua intensidade ou manifestao tambm so variadas, obedecendo s diferenas individuais entre as pessoas. A seguir, apresentado um quadro associativo das necessidades apontadas por Maslow e os seus meios de satisfao:

Necessidades Auto-realizao

Estima

Sociais

Segurana

Fisiolgicas

Meios Trabalho criativo e desafiante Diversidade e autonomia Participao nas decises Responsabilidade por resultados Orgulho e reconhecimento Promoes Amizade dos colegas Interao com os clientes Gerente amigvel Condies seguras de trabalho Remunerao e benefcios Estabilidade no emprego Intervalos de descanso Conforto fsico Horrio de trabalho adequado

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TEORIA DO DOIS FATORES DE HERZBERG Frederick Herzberg formulou a Teoria dos Dois Fatores para explicar o comportamento das pessoas em situao de trabalho. Para ele, existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas: Fatores Higinicos Ou fatores extrnsecos, pois localizam-se no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condies dentro das quais elas desempenham o seu trabalho. Esses fatores so decididos e administrados pela empresa e as pessoas no tm controle sobre eles. Os principais fatores higinicos so: salrio, benefcios sociais, tipo de chefia ou superviso que so designadas para ocupao, condies fsicas e ambientais, polticas e diretrizes da empresa, regulamentos internos, clima de relacionamento entre a empresa e os empregados, etc. So tambm conhecidos por fatores de contexto e se situam no ambiente externo que circunda o indivduo. As pesquisas de Herzberg revelaram que quando os fatores higinicos so timos, eles apenas evitam a insatisfao dos empregados e se elevam a satisfao no conseguem sustent-la por muito tempo. Quando so precrios, eles provocam a insatisfao. Por isso, Herzberg os chamou de fatores higinicos: so essencialmente profilticos e preventivos: apenas evitam a insatisfao, mas no provocam a satisfao; Fatores Motivacionais Ou fatores intrnsecos, pois esto relacionados com o contedo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Esses fatores esto sob o controle do indivduo, pois esto relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto-realizao. Os efeitos desses fatores sobre as pessoas so profundos e estveis. Quando so timos, eles provocam a satisfao nas pessoas e esta consegue se sustentar. Quando precrios, eles evitam a satisfao (no necessariamente provocando a insatisfao). A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg pressupe os seguintes aspectos: A satisfao no cargo depende dos fatores motivacionais: o contedo ou atividades desafiantes e estimulantes do cargo desempenhado pela pessoa; A insatisfao no cargo depende dos fatores higinicos: o ambiente de trabalho, salrio, benefcios recebidos, superviso, colegas e contexto geral que envolve o cargo ocupado. Na pgina seguinte, apresentado um quadro mostrando a correspondncia da hierarquia das necessidades de Maslow e o modelo de fatores de Herzberg:

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Maslow Auto-realizao

Estima

Sociais

Segurana

Fisiolgicas

Herzberg O trabalho em si Responsabilidade Progresso Crescimento Realizao Reconhecimento Status Relaes interpessoais Superviso Colegas e subordinados Superviso tcnica Polticas administrativas e empresariais Segurana no cargo Condies fsicas de trabalho Salrio Vida pessoal

Fatores MOTIVACIONAIS

Fatores HIGINICOS

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ESTILOS DE ADMINISTRAO

A Teoria Comportamental oferece uma variedade de estilos de administrao disposio do administrador. A administrao das organizaes em geral condicionada pelos estilos com que os administradores dirigem, dentro delas, o comportamento das pessoas. Por sua vez, os estilos de administrao dependem das convices que os administradores tm a respeito do comportamento humano na organizao. Essas convices moldam no apenas a maneira de conduzir as pessoas, mas tambm a maneira pela qual se divide o trabalho, se planeja, organiza e controla as atividades. TEORIA X E TEORIA Y DE McGREGOR Douglas McGregor compara dois estilos opostos e antagnicos de administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmtica (a que deu o nome de Teoria X), e do outro, um estilo baseado nas concepes modernas a respeito do comportamento humano (a que denominou de Teoria Y). TEORIA X a concepo tradicional de administrao e baseia-se em convices errneas e incorretas sobre o comportamento humano:

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O homem indolente e preguioso por natureza: evita o trabalho ou trabalho o menos possvel, em troca de recompensas salariais ou materiais; Falta-lhe ambio: no gosta de assumir responsabilidades e prefere ser dirigido e sentirse seguro nessa dependncia; O homem basicamente egocntrico e seus objetivos pessoais opem-se, em geral, aos objetivos da organizao; A sua prpria natureza leva-o a resistir s mudanas, pois procura sua segurana e pretende no assumir riscos que o ponham em perigo; A sua dependncia torna-o incapaz de autocontrole e autodisciplina: ele precisa ser dirigido e controlado pela administrao. A Teoria X reflete um estilo de administrao duro, rgido e autocrtico e que faz as pessoas trabalharem dentro de esquemas e padres planejados e organizados, tendo em vista os objetivos da organizao. Para a Teoria X, a administrao se caracteriza pelos seguintes aspectos: A administrao provoca a organizao dos recursos da empresa, no interesse exclusivo de seus objetivos; A administrao um processo de dirigir os esforos das pessoas, incentiv-las, controlar as suas aes e modificar o seu comportamento para atender s necessidades da empresa; Sem esta interveno, as pessoas seriam totalmente passivas em relao necessidades da empresa; Como as pessoas so primariamente motivados por incentivos econmicos (salrios), a empresa deve utilizar a remunerao como um meio de recompensa ou de punio. A Teoria X representa o tpico estilo de administrao praticado pela Administrao Cientfica de Taylor, pela Teoria Clssica de Fayol e pela Teoria da Burocracia de Weber. Quando um administrador impe arbitrariamente e de cima para baixo um esquema de trabalho e passa a controlar o comportamento dos subordinados, ele estar aplicando a Teoria X. TEORIA Y a moderna concepo de administrao de acordo com a Teoria Comportamental. A Teoria Y baseia-se em concepes e premissas atuais e sem preconceitos a respeito da natureza humana, a saber: As pessoas no tm desprazer em trabalhar. Dependendo de certas condies, o trabalho pode ser uma fonte de satisfao e recompensa ou uma fonte de punio; As pessoas no so, por sua natureza, passivas ou resistentes s necessidades da empresa; As pessoas tm motivao, potencial de desenvolvimento, padres de comportamento adequados e capacidade de assumir responsabilidades. O empregado deve exercitar a sua autodireo e autocontrole a servio dos objetivos que lhe so confiados pela empresa; O homem mdio aprende sob certas condies a aceitar, mas tambm a procurar responsabilidade; A capacidade de alto grau de imaginao e de criatividade na soluo de problemas empresariais amplamente distribuda entre as pessoas. 8

Em funo dessas concepes e premissas a respeito da natureza humana, a Teoria Y desenvolve um estilo de administrao aberto, dinmico e democrtico, atravs do qual administrar torna-se um processo de criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstculos, encorajar o crescimento individual e proporcionar a orientao quanto a objetivos. A administrao segundo a Teoria Y caracteriza-se pelos seguintes aspectos: A motivao, o potencial de desenvolvimento, a capacidade de assumir responsabilidade, de dirigir o comportamento para os objetivos da empresa, todos esses fatores esto presentes nas pessoas A administrao deve proporcionar as condies para que as pessoas reconheam e desenvolvam, por si mesmas, estas caractersticas; A tarefa essencial da administrao criar condies organizacionais e mtodos de operao atravs dos quais as pessoas possam atingir melhor os objetivos pessoais, dirigindo os seus prprios esforos, em direo aos objetivos da empresa. Segundo McGregor, a Teoria Y aplicada nas empresas atravs de um estilo de direo baseado em medidas inovadoras e humanistas, a saber: Descentralizao das decises e delegao de responsabilidades; Ampliao do cargo para maior significado do trabalho (substituio superespecializao); Participao nas decises e administrao consultiva (consulta a opinies dos empregados); Auto-avaliao de desempenho (envolvimento do prprio empregado no processo da avaliao de seu desempenho).

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O HOMEM ADMINISTRATIVO

A Teoria Comportamental ressalta o homem administrativo. O homem administrativo procura a maneira satisfatria e no a melhor maneira de fazer um trabalho. O comportamento administrativo deve ser satisfatrio e no otimizante, pois o homem administrativo toma decises sem poder procurar todas as alternativas possveis: no procura o mximo lucro, mas o lucro adequado; no o preo timo, mas o preo razovel. As organizaes procuram uma soluo satisfatria e no uma soluo tima: o comportamento de busca cessa quando a organizao encontra um padro considerado aceitvel ou razoavelmente bom. Tudo isso est relacionado limitao da organizao no contexto do processo de tomada de decises: ela incapaz de reunir e processar todas as informaes necessrias para tal e, por conta disso, contenta-se em encontrar um resultado que lhe parea apropriado para as circunstncias em questo.

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O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Comportamento organizacional o estudo da dinmica das organizaes e como os grupos e indivduos se comportam dentro delas. Por ser um sistema cooperativo racional, a organizao somente pode alcanar seus objetivos se as pessoas que a compem coordenarem seus esforos a fim de alcanar algo que individualmente jamais conseguiriam. Da mesma forma que uma organizao tem expectativas acerca de seus participantes, tambm estes tm a suas expectativas em relao organizao. As pessoas ingressam e fazem parte da organizao para obter satisfaa das suas necessidades pessoas atravs de sua participao nela.

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APRECIAO CRTICA DA TEORIA COMPORTAMENTAL

NFASE NAS PESSOAS A Teoria Comportamental marca definitivamente a transferncia da nfase na estrutura organizacional para a nfase nas pessoas, redefinindo os conceitos de tarefa e de estrutura sob uma roupagem democrtica e humana. ABORDAGEM MAIS DESCRITIVA E MENOS PRESCRITIVA A anlise descritiva (que mostra o que ) e a anlise prescritiva (que mostra o que deve ser) so aspectos importantes no estudo do comportamento organizacional. A abordagem da Teoria Comportamental descritiva e explicativa (preocupao em explicar apenas, sem ditar princpios ou normas de atuao). PROFUNDA REFORMULAO NA FILOSOFIA ADMINISTRATIVA Os autores behavioristas mostram um novo conceito democrtico e humano de colaborao-consenso e de equalizao de poder. A Teoria Comportamental mostra que a Administrao praticada no interior de um ambiente social e fundamentada em uma cultura ou cdigo moral. INFLUNCIA DAS CINCIAS DO COMPORTAMENTO SOBRE A ADMINISTRAO A Teoria Comportamental mostra a mais profunda influncia das cincias do comportamento na administrao, seja atravs de novos conceitos sobre o homem e suas motivaes ou sobre a organizao e seus objetivos

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ANLISE ORGANIZACIONAL A PARTIR DO COMPORTAMENTO A Teoria Comportamental analisa a organizao sob o ponto de vista dinmico do seu comportamento e est preocupado com o indivduo como indivduo.

VISO TENDENCIOSA A escola comportamentalista tambm incorreu no equvoco de padronizar as suas proposies, no levando em considerao as diferenas individuais de personalidade das pessoas. Ela procura explicar o comportamento humano tal como os cientistas poderiam explicar ou prever os fenmenos da natureza, por exemplo.

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Referncias Bibliogrficas da ApostilaCHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administrao. Rio de Janeiro: Atlas, 1999.

MAXIMIANO, Antnio Csar Amaru. Teoria Geral da Administrao. So Paulo: Atlas, 2000.

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