2.Argumentação e retórica

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    ARGUMENTAO

    E RETRICA

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    LGICA INFORMAL Todos os dias utilizamos o

    discurso para levar os nossosinterlocutores a aderir s nossasopinies chamamos a istocomunicao argumentativa.

    Estamos no domnio da lgicainformal, mais centrada nosefeitosda comunicao do que

    na validade formal dosargumentos.

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    LGICA INFORMAL Retrica o domnio da lgica informal que estuda a

    arte de falar com eloquncia.

    A retrica surgiu na antiga Grcia, ligada democracia eem particular necessidade de preparar os cidados parauma interveno ativa no Governo da cidade. Rectorera a palavra grega que significava orador, o poltico.

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    YOUR TOPIC GOES HERELgica formal ou dedutiva

    Lgica informal ou no dedutiva

    Objetivo: Estudo dos aspetos formais daargumentao.

    Objetivo: Estudo dos aspetos concretos daargumentao.

    Distingue argumentos vlidos de invlidosquanto forma lgica.

    Distingue graus de fora dos argumentos.Vlido na linguagem da lgica informalsignifica forte. Invlido significa fraco.

    Se a forma do argumento vlida, entopremissas verdadeiras justificam e garantemconcluses verdadeiras.

    Um argumento forte com premissasverdadeiras justifica, mas no garante averdade da concluso.

    O estudo da validade prescinde de refernciasao contedo das proposies e ao contexto daargumentao.

    O estudo da validade dos argumentos noprescinde de referncias ao contedo dasproposies e ao contexto da argumentao.

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    DEMONSTRAO E

    ARGUMENTAO

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    DEMONSTRAO E ARGUMENTAO

    1. Se o Mar Mediterrneo for gua, H20. O Mar

    Mediterrneo gua. Logo, H20.

    2. Seos animais no tm deveres, no tm direitos. Os animaisno tm deveres. Logo, no tm direitos.

    No argumento 1, trata-se de verdades estabelecidas, que ningumpe em causa. Mas a primeira premissa do argumento 2 muitssimo disputvel. At pode ser verdadeira, mas no umaverdade solidamente estabelecida e amplamente reconhecidacomo tal.

    Aristteles diria que o primeiro um raciocnio analtico oudemonstrativo e o segundo um raciocnio dialtico, ouargumentativo.

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    DEMONSTRAO ARGUMENTAO

    rgida e aplica-se nas cincias

    lgicodedutivas.

    Serve-se de uma linguagemsimblica e apoia-se na lgicaformalbivalente.

    Parte de proposiesconsideradas verdadeiras parachegar a concluses igualmenteverdadeiras.

    impessoal e independente docontexto.

    flexvel e utiliza-se nas

    cincias sociais e humanas.

    Usa a linguagem natural,informalpolivalente.

    Parte de proposies verosmeise chega e concluses provveis.

    pessoal e contextualizada.

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    DEMONSTRAO E ARGUMENTAO

    A argumentao trata de questes ticas, jurdicas ou

    politicas.

    Procura-se o mais verosmil ou provvel.

    Na ausncia de verdade, procura-se a adeso dointerlocutor ou do auditrio, tentando persuadir,convencer (retrica).

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    ESTRATGIAS

    ARGUMENTATIVAS

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    ESTRATGIAS ARGUMENTATIVAS

    Na sua obra sobre a retrica, Aristteles distinguiu trsformas de argumentao:

    A argumentao baseada no carcter (ethos) do orador;

    A argumentao baseada no estado emocional (pathos)do auditrio;

    A argumentao baseada no argumento (logos)propriamente dito.

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    O ETHOS O orador persuade por

    intermdio do carcter moral,do ethos, quando visto peloauditrio como algum queinspira confiana.

    Para isso, preciso que odiscurso crie no auditrio umaimagem do orador como pessoa

    prudente, virtuosa ebenevolente.

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    O ETHOSPersuade-se pelo carcter quando o discurso

    proferido de tal maneira que deixa a impresso deo orador ser digno de f. Pois acreditamos mais ebem mais depressa em pessoas honestas, em todasas coisas em geral, mas sobretudo nas de que no

    h conhecimento exato e que deixam margempara dvida. , porm, necessrio que estaconfiana seja resultado do discurso e no de umaopinio prvia sobre o carcter do orador; poisno se deve considerar sem importncia para a

    persuaso a probidade do que fala (

    ), masquase se poderia dizer que o carcter o

    principal meio de persuaso.Aristteles,Retrica, 1356a

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    O PATHOS Para ser persuasivo, o orador deve procurar suscitar

    sentimentos e emoes no auditrio que o predisponhamde forma favorvel para a tese que defende.

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    O PATHOS O apelo popularidade ou maioria uma forma de

    argumento que explora sentimentos da audincia para afazer adotar o ponto de vista de quem fala.

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    O PATHOS Os argumentos ad populum no so, com

    propriedade, argumentos, mas estratagemaspara despertar e manipular as emoes,desejos e paixes da maioria das pessoas.

    E, como se sabe, o apelo aos sentimentos ,em muitos casos, o caminho mais eficaz ecurtopara persuadir um auditrio.

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    O PATHOS O apelo piedade (ad misericordiam) acontece quando

    algum argumenta recorrendo a sentimentos depiedade e de compreenso por parte da audincia demodo que a concluso ou afirmao defendida sejaaprovada.

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    O LOGOS Conjunto de

    argumentosorganizados de modoa persuadir. Hojedesigna o medium

    (meio - palavra ouimagem) quetransmite amensagem. Refere aracionalidade dos

    argumentos e o tipo ea estrutura dosdiscursos

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    YOUR TOPIC GOES HERE Your Subtopic Goes Here

    ETHOS PATHOS LOGOS Centrado na figura do

    orador. Este deve tercarter, ser virtuoso ecredvel, para

    conseguir a confianado auditrio.

    O orador no deve serarrogante,apresentando-se como

    dono da verdade.

    Deve aparecer comoalgum moderado, leale responsvel.

    Centrado no auditrio.Este deve seremocionalmenteimpressionado e

    seduzido.

    O auditrio tem atendncia a deixar-seinfluenciar no apenaspelo carter racional

    dos argumentos, mastambm pelossentimentos que lheso despertados.

    Centrado na tese.Deve ser bemestruturada, sob oponto de vista lgico-

    argumentativo, paraser clara e bemcompreendida.

    O orador deveselecionar argumentos,

    antecipar objees tese e procurarrecursos estilsticos.

    Existe uma relao estreita entre o logos, o ethos e o pathos, uma vezque as emoes (pathos) que o discurso (logos) do orador suscita noauditrio tm um papel importante na construo da imagem que este fazdo carcter (ethos) do orador e, desse modo, da sua capacidade depersuaso.

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    EXERCCIOS

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    EXERCCIOS1. Em que consiste argumentar?

    2. O que se pretende ao argumentar?

    3. O que o auditrio?

    4. Demonstrar uma ideia e argumentar a favor deuma ideia so a mesma coisa ou coisas diferentes?

    5. Segundo Aristteles, quais so as trs formas deargumentao?

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    EXERCCIOS - CORREO

    1. Em que consiste argumentar?

    Argumentar apresentar argumentos de forma organizada.

    2. O que se pretende ao argumentar?

    O objetivo conseguir a adeso do auditrio.

    3. O que o auditrio?

    O auditrio soas pessoas a quem nos dirigimos. Os meios

    para se fazer chegar ao auditrio o que pensamos so vrios:falando diretamente com as pessoas, ou atravs da rdio ou dateleviso (nestes casos, o auditrio so as pessoas que nosescutam), escrevendo (aqui, o auditrio quem nos l), etc.

    EXERC CIOS CORRE O

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    EXERC CIOS -CORRE O

    4.

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    EXERCCIOS - CORREO

    5. Segundo Aristteles, quais so as trs formas deargumentao?

    De acordo com a classificao de Aristteles, astrs formas de argumentao so as seguintes: aargumentao baseada no carcter (ethos) doorador, a argumentao baseada no estadoemocional (pathos) do auditrio e a argumentao

    baseada no argumento (logos) propriamente dito.

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    EXERCCIOS - CORREO

    1. Ateno dada ao orador.

    2. Evidncia naquilo que o orador diz e como diz.

    3. Sentimentos provocados nos ouvintes.

    4. Estrutura argumentativa segundo um plano adequado.

    5. Credibilidade do sujeito que fala.

    6. Ponderao, racionalidade e lealdade.

    7. Figuras de estilo.

    8. Carcter do emissor.

    9. Discurso com ritmo.

    10. nfase posta no auditrio.

    11. Discurso argumentativo.

    12. Pblico predisposto a emocionar-se.

    13. Ser afetado na sensibilidade.14. O que o orador proclama.

    Nas frases seguintes, assinale com E as que se referem ao

    Ethos, com P as que se reportam ao Pathos e com L as quetm a ver com o Logos.

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    EXERCCIOS- CORREO

    Nas frases seguintes, assinale com E as que se referem ao

    Ethos, com P as que se reportam ao Pathos e com L as quetm a ver com o Logos.

    1. Ateno dada ao orador. E

    2. Evidncia naquilo que o orador diz e como diz. L3. Sentimentos provocados nos ouvintes. P

    4. Estrutura argumentativa segundo um plano adequado. L5. Credibilidade do sujeito que fala. E

    6. Ponderao, racionalidade e lealdade. E

    7. Figuras de estilo. L8. Carcter do emissor. E

    9. Discurso com ritmo. L10. nfase posta no auditrio. P

    11. Discurso argumentativo. L12. Pblico predisposto a emocionar-se. P

    13. Ser afetado na sensibilidade. P14. O que o orador proclama. L

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    ARGUMENTOS

    INFORMAIS

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    ARGUMENTOS INFORMAIS Os argumentos informais vlidos so argumentos em

    que a verdade das premissas razo suficientementeforte para acreditarmos na verdade da concluso.

    Ao contrrio da lgica formal a lgica informal tem

    necessariamente de atender ao contedo das premissas.

    Conclumos que um argumento forte quandopensamos que muito provavelmente a realidade no vai

    negar a concluso.

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    ARGUMENTOS INDUTIVOS Nunca nevou em Sevilha.

    Logo, quando este Inverno for a Sevilha, no vereineve.

    Analisemos a premissa: esta diz-nos que, at data, no caiu neveem Sevilha, nem uma nica vez.

    A concluso diz-nos que, num futuro prximo, irei a Sevilha e queno verei neve nessa cidade.

    Como muito provvel que a concluso seja verdadeira, o

    argumento indutivamente vlido, ou seja, forte.

    Generalizaes e previses so tipos de argumentos indutivos.

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    ARGUMENTOS INDUTIVOSGENERALIZAES

    As generalizaes so argumentos em que a conclusoacerca de um grupo de objetos estabelecidaobservando uma amostra desse grupo de objetos. A

    generalizao consiste em atribuir a todos os casospossveis de certo tipo aquilo que se verificou em algunscasos desse tipo.

    Exemplo: Cada um dos ces que observei at hoje ladrava.

    Logo, todos os ces ladram.

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    ARGUMENTOS INDUTIVOSGENERALIZAES

    A generalizao no garante que a sua concluso verdadeira.

    Como a concluso mais geral do que a premissa, ageneralizao no pode garantir que um dos casos porobservar no venha a refutar a concluso.

    O mximo que conseguimos com este tipo de argumento legitimidade para tratar a concluso como sendo muitoprovvel.

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    ARGUMENTOS INDUTIVOSREGRAS DAS GENERALIZAES

    Regra 1.A amostra deve ser ampla.

    Quanto maior for a amostra observada mais forte o argumento ser.

    Regra 2.A amostra deve ser relevante ou representativa.

    Uma amostra relativamente grande pode ser a base de umageneralizao mais fraca do que outra baseada numa amostra menorque contenha informao mais relevante.

    Regra 3.A amostra no deve omitir informao relevante.Um argumento, mesmo sendo baseado numa amostra ampla erelevante, ser fraco se omitir informao relevante.

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    ARGUMENTOS INDUTIVOSPREVISES

    As previses so argumentos em que as premissas se baseiam emcasos passados e a concluso se refere a casos particulares ainda noobservados.

    Exemplo:

    Todos os 27 feijes que retirei deste saco so brancos.

    Logo, o prximo feijo que retirar deste saco branco.

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    FALCIAS INDUTIVASFALCIA DA GENERALIZAO PRECIPITADA

    Esta falcia ocorre quando uma generalizao se baseianum nmero muito limitado de casos.

    So exemplos de generalizao precipitada: concluir, aps uma experincia amorosa falhada, que

    "as mulheres so a nossa desgraa";

    concluir que as bebidas alcolicas so prejudiciaisporque um familiar morreu devido ao abuso de lcool;

    concluir que a marijuana saudvel por ser usada notratamento de algumas doenas;

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    FALCIAS INDUTIVASPOST HOC - DEPOIS DISSO, POR CAUSA DISSO OU

    FALCIA DA FALSA CAUSA

    Trata-se de um argumento segundo o qual apenas por um facto seseguir a outro se conclui que o primeiro causa do segundo. Oexemplo seguinte um caso extremo desta falcia:

    Tanto quanto observei, as pessoas que se curaram dasconstipaes no deixaram de beber gua durante umaconstipao.

    Logo, beber gua cura constipaes.

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    ARGUMENTOS POR ANALOGIAO argumento por analogia atribui uma propriedade a um

    acontecimento ou objeto por tal propriedade se ter verificado emalgum objeto ou acontecimento semelhante.

    Como este co muito semelhante ao do Miguel, tambm deve

    morder sem razo aparente.

    Neste argumento, usam-se as semelhanas entre o co do Miguel e oco sob observao para justificar a atribuio ao segundo dapropriedade de morder sem razo aparente, j verificada noprimeiro.

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    ARGUMENTOS POR ANALOGIA

    Como frequente em contextos prticos, o argumento

    apenas declara que existem semelhanas. Se estasfossem explicitadas, obtnhamos um argumento com esteaspeto:

    O co do Miguel semelhante a este em raa, portee olhar nervoso.

    O co do Miguel morde sem razo aparente.

    Logo, este co morde sem razo aparente.

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    ARGUMENTOS POR ANALOGIA

    REGRAS DA ANALOGIA

    Regra 1.A amostra deve ser suficiente.

    Regra 2. O nmero de semelhanas deve ser suficiente.

    Regra 3. As semelhanas verificadas devem ser

    relevantes.

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    ARGUMENTO DE APELO AUTORIDADE

    Num argumento de apelo autoridade declara-se que a

    concluso verdadeira pelo facto de uma pessoa ouorganizao tidas por autoridades no assunto adeclararem verdadeira.

    Exemplos: Figo recomenda o uso de gs natural.

    Segundo um estudo da ONU a fome aumentou no

    mundo.

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    REGRAS DO ARGUMENTO DE APELO AUTORIDADE

    Regra 1.As pessoas ou organizaes citadas tm de

    ser reconhecidos especialistas nas matrias emquesto.

    Defender o uso de uma vacina por recomendao daOrganizao Mundial de Sade justificado. Masdefender a pena de morte ou o consumo da cerveja

    Alpha por recomendao de um famoso futebolistaparece uma clara violao desta regra. A tradiodesignou esta falcia por ad verecundiamapelo a umaautoridade no qualificada.

    Regra 2.Deve haver consenso entre os especialistassobre as matrias em questo.

    Se no h consenso entre os especialistas, no fazsentido citar um especialista para provar umaafirmao.

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    EXERCCIOS

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    EXERCCIOS1. O que so indues?

    2. O que distingue a generalizao da previso?

    3. Como se avaliam generalizaes e previses?

    4. O que um argumento por analogia?

    5. Como se avalia um argumento por analogia?

    6. O que um argumento de autoridade?

    7. Como se avalia um argumento de autoridade?

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    EXERCCIOS- CORREO1. O que so indues?

    Indues so argumentos no dedutivos em que, a partir dealguns casos se infere uma concluso que se pretende serverdadeira para caso(s) do mesmo gnero. As indues sode dois tipos: a generalizao e a previso.

    2. O que distingue a generalizao da previso?

    O que as distingue o seguinte: na generalizao, parte-se doque verdadeiro para um conjunto de casos particulares econclui-se que tambm o para todos os casos em geral (Ex:Todos os corvos observados at hoje so pretos; logo, todosos corvos so pretos); na previso, parte-se de um conjunto

    de casos ocorridos no passado e conclui-se que o mesmo severificar no futuro, em relao a um determinado casoparticular (Ex: No passado, o sol nasceu todos os dias;portanto, o sol vai nascer amanh).

    CC OS CO O

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    EXERCCIOS- CORREO3. Como se avaliam generalizaes e previses?

    H duas regras fundamentais a que a generalizao e a previso tmde obedecer: 1) O nmero de casos em que se baseiam tem de serrepresentativo e 2) no pode haver contraexemplos. No exemploacima apresentado, a generalizao vlida, porque respeita as duasregras. Quando generalizamos a partir de um nmero no

    representativo de casos incorremos na falcia da generalizaoprecipitada.

    Quanto s previses, a prova dos nove a confrontao com arealidade. Antes disso, porm, podemos sempre avaliar se a regra 1)foi respeitada. Para alm disso, importante verificar se a previsono excessivamente vaga; se tal acontecer, isso pode significar quea vagueza intencional, provavelmente com o objetivo de evitarcontraexemplos demolidores. As previses astrolgicas utilizamabundantemente este truque

    EXERCCIOS CORREO

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    EXERCCIOS - CORREO4. O que um argumento por analogia?

    Nos argumentos por analogia raciocina-se do seguinte modo: se o que

    estamos a comparar semelhante em alguns aspetos, tambm o ser noutros.Por exemplo: Na Natureza tudo funciona de maneira organizada, comouma mquina. Todas as mquinas foram criadas por algum. Logo, aNatureza foi criada por algum.

    5. Como se avalia um argumento por analogia?

    Ao avaliarmos um argumento por analogia deveremos perguntar trs coisas:1) As semelhanas apontadas so relevantes para a concluso?

    2) A comparao tem por base um nmero razovel de semelhanas?

    3) Apesar das semelhanas, no haver diferenas fundamentaisentre o que est a ser comparado?

    No exemplo dado, embora possamos aceitar que so cumpridos os critrios1) e 2), verificamos que tal no acontece com o critrio 3), j que h umadiferena fundamental, que a seguinte: enquanto que uma mquina umser artificial (e, portanto, teve de ser criado por algum) a Natureza algo denatural, pelo que muito discutvel concluir-se que teve de ser criada poralgum. Este argumento por analogia , por isso, um argumento fraco.

    EXERCCIOS CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS- CORREO6. O que um argumento de autoridade?

    O argumento de autoridade um argumento em que a concluso se apoia nodepoimento de algum tido como autoridade no assunto. Por exemplo: Kantdefende que devemos agir sempre por dever. Logo, devemos agir sempre pordever.

    7. Como se avalia um argumento de autoridade?

    Um bom argumento de autoridade deve obedecer aos dois critriosseguintes:

    1) O especialista invocado reconhecido como uma autoridade namatria

    2) Os especialistas no discordam entre si quanto a esse assunto

    Como se pode ver, o exemplo apresentado respeita o critrio 1), mas no ocritrio 2). Tal sucede quase sempre em Filosofia: uma vez que os especialistasraramente esto de acordo, os argumentos de autoridade em Filosofia so, emprincpio, maus argumentos. Nestes casos, estamos na presena do apelofalacioso autoridade.

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    OUTRAS FALCIAS

    INFORMAIS

    FALCIAS INFORMAIS

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    FALCIAS INFORMAIS Num processo argumentativo

    relativamente frequente um oumais dos interlocutoresrecorrerem a raciocnios queescondem vcios e fragilidades

    que decorrem, no da forma doraciocnio, mas do seucontedo, cometendo assimfalcias informais.

    Aquele que for capaz de detetaresses vcios e de se defenderdeles encontrar-se- numaposio vantajosa.

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    FALSO DILEMA OU FALSA DICOTOMIA

    dado um limitado nmero de opes (na maioria dos casos

    apenas duas), quando de facto h mais. O falso dilema um usoilegtimo do operador "ou". Pr as questes ou opinies em termosde "ou sim ou sopas" gera, com frequncia (mas nem sempre), estafalcia.

    Exemplos: Ou concordas comigo ou no. (Porque se pode concordar

    parcialmente.)

    Reduz-te ao silncio ou aceita o pas que temos. (Porque umapessoa tem o direito de denunciar o que entender.)

    Ou votas no Silveira ou ser a desgraa nacional. (Porque osoutros candidatos podem no ser assim to maus.)

    Uma pessoa ou boa ou m. (Porque muitas pessoas soapenas parcialmente boas.)

    DERRAPAGEM OU BOLA DE NEVE

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    DERRAPAGEM OU BOLA DE NEVE

    Neste tipo de argumento, premissas apenas provveis so

    enunciadas como se fossem certas, escondendo assim o facto de quea concluso necessariamente menos provvel do que cada umadas suas premissas.

    Na verdade, a probabilidade de uma srie de acontecimentos

    sempre menor do que a probabilidade de cada acontecimento.

    Exemplo:

    Se beberes um copo de vinho, vais beber dois.

    Se beberes dois copos de vinho, vais beber trs.

    Se beberes trs copos de vinho, vais beber quatro.

    Logo, se beberes um copo de vinho, vais tornar-te alcolico.

    FALCIA DA COMPOSIO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    FALCIA DA COMPOSIOA falcia da composio consiste em atribuir ao todo

    propriedades que apenas dizem respeito s partes.

    Exemplo 1

    Cada um dos jogadores daquela equipa muito bom.

    Logo, aquela equipa muito boa.

    Exemplo 2

    As clulas no tm conscincia.

    Logo, o crebro, que feito de clulas, no temconscincia.

    FALCIA DA DIVIS0

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    FALCIA DA DIVIS0A falcia da diviso consiste em atribuir a uma das

    partes propriedades que apenas dizem respeito ao todo.

    Exemplo 1

    A equipa x muito boa. O Joo joga na equipa x.

    Logo, o Joo muito bom jogador.

    Exemplo 2

    A Mercedes produz bons carros. O meu carro umMercedes. Logo, o meu carro muito bom.

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    PETIO DE PRINCPIO OU ARGUMENTO CIRCULAR

    Um argumento circular consiste em pretender provaruma concluso tendo, como premissa, a prpriaconcluso. Dito de outra maneira: supe-se como jprovado ou consensual aquilo que se quer provar.

    A Ford Motor Company produz os melhoresautomveis dosEUA. Sabemos que produzem osmelhores carros porque tm os melhores engenheiros. A

    razo pela qual tm os melhores engenheiros a depoderem pagar-lhes mais do que os outros produtores.Obviamente, podem pagar-lhes mais porque produzemos melhores carros dos EUA.

    APELO IGNORNCIA (AD IGNORANTIAM)

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    APELO IGNORNCIA (AD IGNORANTIAM)

    Esta falcia ocorre quando se argumenta que uma proposio

    verdadeira porque no foi provado que falsa ou falsa porque nofoi provado que verdadeira.

    Exemplos:

    Ningum provou que Deus existe.

    Logo, Deus no existe.

    Ningum provou que Deus no existe.

    Logo, Deus existe.

    Os extraterrestres existem.

    Ningum provou o contrrio.

    CONTRA A PESSOA (AD HOMINEM)

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    CONTRA A PESSOA (AD HOMINEM)

    Ataca-se a pessoa que apresentou um argumento e no o

    argumento que foi apresentado. Formas mais habituais:

    Ataque ao carcter da pessoa.

    Referem-se circunstncias relativas pessoa.

    Invoca-se o facto de a pessoa no praticar o que diz.

    Exemplos:

    natural que concordes com o congelamento dos salrios. srico.

    Dizes que eu no devo beber, mas tu andas sempre noscopos...

    PERGUNTA COMPLEXA

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    PERGUNTA COMPLEXADois tpicos sem relao, ou de relao duvidosa, so

    conjugados e tratados como uma nica proposio.Pretende-se que o auditrio aceite ou rejeite ambasquando, de facto, uma pode ser aceitvel e a outra no.Trata-se de um uso abusivo do operador "e".

    Exemplos: Deves apoiar a educao familiar e o Direito, dado

    por Deus, de os pais educarem os filhos de acordocom as suas crenas.

    Apoias a liberdade e o direito de andar armado? J deixaste de fazer vendas ilegais? (So duas

    questes: j cometeste ilegalidades? J te deixastedisso?)

    APELO FORA (AD BACULUM)

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    APELO FORA (AD BACULUM)

    O auditrio informado das consequnciasdesagradveis que se seguiro discordncia como autor.

    Exemplos: melhor admitires que a nova orientao da

    empresa a melhorse pretendes manter oemprego.

    A NAFTA um erro! E se no votares contra aNAFTA, ento "votamos-te" para fora doescritrio.

    APELO PIEDADE (AD MISERCORDIAM)

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    APELO PIEDADE (AD MISERCORDIAM)Apela-se ao sentimento de piedade para se conseguir a

    aprovao de uma concluso.Pede-se a aprovao do auditrio na base do estadolastimoso do Autor.

    Exemplos: Como pode dizer que eu reprovo? Eu estava mais

    perto da positiva e, alm disso, estudei 16 horas pordia.

    Esperamos que aceite as nossas recomendaes.Passmos os ltimos trs meses a trabalhardesalmadamente nesse relatrio.

    APELO S CONSEQUNCIAS (AD CONSEQUENTIAM)

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    APELO S CONSEQUNCIAS (AD CONSEQUENTIAM)

    O argumentador, para "mostrar" que um argumento falso, aponta consequncias desagradveis queadviro da sua defesa.

    Exemplos:

    No podes aceitar que a teoria da evoluo verdadeira, porque se fosse verdadeira estaramosao nvel dos macacos.

    Deve-se acreditar em Deus, porque de outro modo

    a vida no teria sentido. (Talvez. Mas tambm possvel dizer que, como a vida no tem sentido,Deus no existe.)

    APELO A PRECONCEITOS

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    APELO A PRECONCEITOSTermos carregados e emotivos so usados para ligar valores morais crena na verdade da proposio.

    Exemplos:

    Os portugueses bem intencionados esto de acordo em plebiscitar apena de morte.

    As pessoas razoveis concordaro com a nossa poltica fiscal. O primeiro-ministro tem a veleidade de pensar que as novas taxas

    de juro ajudaro a diminuir o dficit. (O uso de "tem a veleidade depensar" sugere sem argumentos que o primeiro ministro estenganado.)

    Os burocratas do parlamento resistem s leis de defesa dopatrimnio. (Compare-se com: "Os parlamentares rejeitaram aproposta de lei de defesa do patrimnio.")

    APELO AO POVO (AD POPULUM)

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    APELO AO POVO (AD POPULUM)

    Com esta falcia sustenta-se que uma proposio verdadeira porser aceite como verdadeira por algum sector representativo dapopulao.

    Esta falcia , por vezes, chamada "Apelo emoo" porque osapelos emocionais pretendem atingir, muitas vezes, a populaocomo um todo.

    Exemplos:

    Se voc fosse bela poderia viver como ns. Compre tambmButy-EZ e torne-se bela. (Aqui apela-se s "pessoas bonitas")

    As sondagens sugerem que os liberais vo ter a maioria no

    parlamento, tambm deves votar neles. Toda a gente sabe que a Terra plana. Ento por que razo

    insistes nas tuas excntricas teorias?

    ESPANTALHO OU BONECO DE PALHA

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    ESPANTALHO OU BONECO DE PALHA

    O argumentador, em vez de atacar o melhor argumento

    do seu opositor, ataca um argumento diferente, maisfraco ou tendenciosamente interpretado. Infelizmente uma das "tcnicas" de argumentao mais usadas.

    Exemplos:

    As pessoas que querem legalizar o aborto, querempreveno irresponsvel da gravidez. Mas nsqueremos uma sexualidade responsvel. Logo, oaborto no deve ser legalizado.

    Devemos manter o recrutamento obrigatrio. Aspessoas no querem o fazer o servio militar porqueno lhes convm. Mas devem reconhecer que hcoisas mais importantes do que a convenincia.

    FALCIAS

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    FALCIAS

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS

    EXERCCIOS

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS1. Identifique as falcias cometidas e justifique a sua resposta.

    a) Nenhum dos meus netos gosta de Matemtica. Creio que na prximagerao no teremos cientistas.

    b) A pena de morte est errada porque no h o direito de tirar a vida aningum.

    c) A pena de morte justifica-se para os crimes como o assassnio e o

    rapto, porque legtimo e apropriado que algum seja condenado morte por cometer atos to repugnantes e desumanos.

    d) "Com estas leis sobre o controlo de armas querem tirar-nos as nossasarmas de defesa. o que querem agora? Mas e depois o que no iroquerer tirar-nos? Em breve, sero as armas de caa e as facas de mato

    e sabe-se l mais o qu! Em breve teremos um Estado policial emque s o governo opressor possuir armas. Se lhes damos um dedo,em breve querero todo o brao. Em concluso, ficarmos sem asnossas armas nada mais, nada menos do que deixarmos de serlivres."

    EXERCCIOS

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOSe)

    f) As sondagens sugerem que os liberais vo ter a maioria no parlamento,tambm deves votar neles.

    g) Esperamos que aceite as nossas recomendaes. Passmos os ltimos trsmeses a trabalhar desalmadamente nesse relatrio.

    h) Ou s feliz ou infeliz.i) Se no arrumares o quarto ficas de castigo!j) Porque que eu afirmo que Deus existe? Porque na Bblia afirma-se que

    Deus existe. Ora, a Bblia verdadeira, uma vez que quem a escreveu estavainspirado por Deus. Portanto, Deus existe.

    k) As pessoas que querem legalizar o aborto, querem preveno irresponsvel dagravidez. Mas ns queremos uma sexualidade responsvel. Logo, o aborto nodeve ser legalizado.

    EXERCCIOS CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREOa) Nenhum dos meus netos gosta de Matemtica. Creio que na

    prxima gerao no teremos cientistas.Generalizao precipitada baseada num nmero muito limitado de casos(netos de uma pessoa). Que os netos de uma pessoa no gostem dematemtica no implica que a gerao a que pertencem no se interessepela matemtica e pelas cincias.

    b) A pena de morte est errada porque no h o direito detirar a vida a ningum.

    Estabelecer a pena de morte significa que se reconhece o direito legal detirar a vida a algum. Portanto, argumentar "No h direito de tirar a vida a

    ningum" provar a concluso tendo como premissa essa mesmaconcluso, ou seja, considera-se provado o que se pretende provar. umapetio de princpio.

    EXERCCIOS -CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREOc) A pena de morte justifica-se para os crimes como o

    assassnio e o rapto, porque legtimo e apropriado quealgum seja condenado morte por cometer atos torepugnantes e desumanos.

    A premissa e a concluso dizem o mesmo por palavras diferentes. Com

    efeito, dizer que a pena de morte "justificvel" tem o mesmo sentidoque dizer que "legtimo e apropriado" aplic-la. Trata-se de umapetio de princpio. Aqui, assume-se a concluso que se pretendedemonstrar, enunciando-a sob forma subtilmente diferente na premissa.

    EXERCCIOS -CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREOd) "Com estas leis sobre o controlo de armas querem tirar-nos as nossas

    armas de defesa. o que querem agora? Mas e depois o que no iroquerer tirar-nos? Em breve, sero as armas de caa e as facas demato e sabe-se l mais o qu! Em breve teremos um Estado policialem que s o governo opressor possuir armas. Se lhes damos umdedo, em breve querero todo o brao. Em concluso, ficarmos semas nossas armas nada mais, nada menos do que deixarmos de serlivres."

    Falcia da derrapagem ou bola de neve. evidente que as leis sobre ocontrolo de armas no visam acabar com a caa nem instaurar um Estadopolicial que atrofie a liberdade dos cidados. H uma grande diferena entrecontrolar a proliferao de armas e oprimir os cidados. Quem argumenta que

    a situao deslizar inevitavelmente para esse extremo est a ser falacioso. Sesegussemos a lgica deste pseudoargumento, quem come uma batata fritacomer todo o pacote; quem comece a fumar ser sempre um fumador.

    EXERCCIOS -CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREOe)

    f) As sondagens sugerem que os liberais vo ter a maioria noparlamento, tambm deves votar neles.

    Apelo ao povo (argumentum ad populum). Com esta falcia sustenta-se que

    uma proposio verdadeira (liberais vo vencer) por ser aceite comoverdadeira por algum sector representativo da populao (a maioria dapopulao)

    Apelo piedade (argumentum ad

    misercordiam). Pede-se a aprovao doauditrio na base do estado lastimoso do Autor(Help), isto , apelando a sentimentos depiedade ou compaixo.

    EXERCCIOS -CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREO

    g) Esperamos que aceite as nossas recomendaes. Passmos

    os ltimos trs meses a trabalhar desalmadamente nesserelatrio.

    Apelo piedade. Apela-se compaixo e no razo, isto , pede-se aaprovao do auditrio na base do estado lastimoso do Autor (trabalhoudesalmadamente).

    h) Ou s feliz ou infeliz.

    Falsa Dicotomia. So apresentadas apenas duas alternativas masde facto h mais, no estar feliz nem infeliz.

    i) Se no arrumares o quarto ficas de castigo!

    Apelo fora (argumentum ad baculum). Pretende-se persuadiralgum pela fora (ficar de castigo) e no pelos argumentos

    EXERCCIOS -CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREO

    j) Porque que eu afirmo que Deus existe? Porque naBblia afirma-se que Deus existe. Ora, a Bblia verdadeira, uma vez que quem a escreveu estavainspirado por Deus. Portanto, Deus existe.

    Petio de princpio. Conclui-se que Deus existe com base naBblia e aceita-se o que afirmado na Bblia com o argumento deque foi escrita por inspirao de Deus. Ou seja: a concluso(Deus existe) j estava aceite partida. A premissa e a

    concluso dizem o mesmo por palavras diferentes, ou seja,considera-se provado o que se pretende provar.

    EXERCCIOS -CORREO

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

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    EXERCCIOS -CORREOk) As pessoas que querem legalizar o aborto, querem preveno

    irresponsvel da gravidez. Mas ns queremos umasexualidade responsvel. Logo, o aborto no deve serlegalizado.

    Falcia do espantalho ou boneco de palha. O argumentador, emvez de atacar o melhor argumento do seu opositor, ataca um

    argumento diferente, mais fraco ou tendenciosamente interpretado

    (preveno irresponsvel da gravidez). Como evidente as pessoas

    que so a favor do aborto no defendem a preveno irresponsvel

    da gravidez.

  • 7/30/2019 2.Argumentao e retrica

    73/73

    FIM