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2º SEMESTRE DE 2013 DIREITOS HUMANOS

2º SEMESTRE DE 2013 DIREITOS HUMANOS. INFORMAÇÕES GERAIS 1. PLANO DE ENSINO BIBLIOGRAFIA BÁSICA: ALMEIDA, Fernando Barcellos de. Teoria Geral dos Direitos

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2º SEMESTRE DE 2013

DIREITOS HUMANOS

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INFORMAÇÕES GERAIS

1. PLANO DE ENSINOBIBLIOGRAFIA BÁSICA: ALMEIDA, Fernando Barcellos de. Teoria Geral dos Direitos Humanos. Porto

Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1996. PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e direito constitucional internacional.

São Paulo: Saraiva. 2009. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos.

São Paulo: Saraiva, 2008.

2. PROVAS E AVALIAÇÃO

3. FALTAS

4. METODOLOGIA

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INFORMAÇÕES GERAIS

4. METODOLOGIA- Incidência nas provas de concurso e OAB- Fonte de discussões acadêmicas (Mestrado e

Doutorado)- Enfoque prático (OAB e concursos) com

resolução de questões e enfoque acadêmico (leitura e discussão de textos doutrinários)

- OBS: Congresso Internacional dos Direitos Humanos, dias 05 e 06 de agosto, UniCEUB

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1. TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS

- Teoria Geral é campo do conhecimento que busca compreender o que são direitos humanos, suas características e suas propriedades

- Análise histórica

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1.1. Introdução ao tema

- Complexidade do assunto, inúmeras definições, críticas, defensores, etc

- Após II Guerra Mundial, a questão envolve os Direitos Humanos ganhou grande importância, se tornando um dos temas mais polêmicos e importante do Direito e para a realidade social

- Carlos Albuquerque de Mello: “quando tratamos dos direitos humanos, temos a convicção de que todo o resto do Direito chega a ser secundário”

- Problema: cada um tem sua própria visão dos direitos humanos

- Noção geral de Direitos Humanos: representa os requisitos essenciais de uma vida humana

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1.1. Introdução ao tema

Outro problema: conceitos e pré-conceitos sobre DH, ações dos representantes dos Direitos Humanos

Então, o que realmente é direito humano?O que é humano?O que é direito?Conclusão: garantias oferecidas às pessoas pelo

simples fato de serem seres humanosDoutrina: há traços comuns a todos os seres

humanos, que decorrem da sua condição de ser humano!

Surge, assim, a teoria dos Direitos Humanos para conceituá-los, explicá-los, defendê-los

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

1. Napoleão Casado Filho:“são um conjunto de direitos, positivados ou não, cuja finalidade é assegurar o respeito à dignidade da pessoa humana, por meio da limitação ao arbítrio estatal e do estabelecimento da igualdade nos pontos de partida dos indivíduos, em um dado momento histórico.”

2. Celso Albuquerque de Mello:“é o conjunto de normas que estabelece os direitos que os seres humanos possuem para o desenvolvimento de sua personalidade e estabelece mecanismos de proteção a tais direitos”

3. Norberto Bobbio: “Os direitos humanos não nascem de uma vez por todas”

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

4. Fernando de Barcellos:

5. Alexandre de Moraes:“são o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade básica o respeito à dignidade, por meio da proteção contra o arbítrio estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida

6. Flávia Piovesan:“concepção contemporânea dos direitos humanos é aquela

atribuída pela Declaração de Direitos Humanos de Viena de 1993” (esta repete a Declaração de 1948)

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

Parágrafo 5º, Declaração de Direitos Humanos de Viena:

“todos os direitos humanos são universais, interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos globalmente de forma justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase.”

- Aceitação até pelos adeptos do fundamentalismo islâmico ou pelos ciganos

- Caso Delmas-Marty!

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

Direito Humanos: CONJUNTO DE DIREITOS + RESPEITO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA + LIMITE AO PODER ESTATAL + RESPEITO À IGUALDADE

Ligação entre direitos humanos e dignidade da pessoa humana

O respeito aos direitos humanos nasce da convicção de que todos os seres humanos são iguais e possuem direitos naturais, decorrem da sua condição de ser humano

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

Enquanto existem normas que se direcionam apenas para alguns indivíduos, como a Lei 8.112/90 – servidores públicos federais, ECA, Estatuto do Consumidor

Mas os Direitos Humanos são aplicáveis a todos os seres pertencentes à espécie humana, em qualquer lugar, independente da cor, etnia, país, governo, classe social, sexo, idade

Problema: qual viabilidade/possibilidade disso ser respeitado igualmente em todos os países?

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

Exemplo: Direito à vida Irlanda, Índia – cada país interpreta de uma formaGrande questão: “de qualquer modo, mesmo sem

qualquer fundamento, nós, ocidentais, ainda sonhamos com a universalização, mas temos que reconhecer que ela não existe, mas é apenas um processo em realização que poderá ou não atingir seu fim.” (Celso Albuquerque de Mello)

Para ele, os DH são aqueles consagrados nos textos internacionais, não impedindo que outros sejam incluídos no futuro

Já para Villey, os DH são irreais, eles são um ideal e a aplicação de um direito a um homem é negá-lo a outro homem (Ex: Direito à saúde)

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1.2. Conceito de Direitos Humanos

Declaração Universal dos Direitos Humanos IMPORTANTE: Eficácia – ONU estabelece

mecanismos de proteção, mesmo suas sanções aplicadas a países em guerra não podem violar os Direitos Humanos

Ex: quando o Iraque invadiu o Kuwait, o Conselho de Segurança da ONU embargou o país, exceto para entrada de alimentos e remédios

Órgãos de proteção internacional: Corte Internacional de Justiça, Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

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1.3. Polissemia conceitual

Problema terminológico:

3.1. Direitos naturais: seus princípios decorrem da natureza humana, suas necessidades e aspirações

3.2. Direitos inatos ou originários: nascem do homem e não necessitam de nenhuma outra condição para sua existência – não é muito usada

3.3. Direitos individuais: tem sentido mais limitado e estrito que os direitos humanos, pois limita a atuação do Estado que tem a obrigação de estabelecer uma ordem jurídica na qual possa o indivíduo exercer os seus direitos plenamente

3.4. Direitos do homem: está ligada ao momento histórico 3.5. Direitos fundamentais: porque servem de fundamento

para outros direitos derivados ou subordinados a eles e são garantidos pela Constituição. Estão refletidos nos direitos da personalidade, no direito privado.

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1.3. Polissemia conceitual

Gerações X dimensões dos Direitos Fundamentais:os direitos e garantias fundamentais não nascem na

atualidade, são produtos da históriaDivisão de Bobbio: “A era dos direitos”

1ª geração: declarações dos séculos XII, XIII e XIX- Liberdades públicas, civis e políticas relacionadas aos

direitos negativos- Homem lutava por liberdades, direitos individuais- Igualdade perante à lei – em sentido formal- Marcada pela ausência da atuação do Estado- Ex: liberdades (ir e vir, religiosa, de expressões), direito

à vida, direito à propriedade- CF/88: art. 5º, III, IV, XV, XXII

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1.3. Polissemia conceitual

2ª geração: Estado liberal para o Estado social- Defesa das prestações positivas- Justiça social – igualdade material- Direitos mais efetivos, reais – direitos pertencentes aos grupos- Liberdades positivas = direitos sociais- Ex: direito à saúde, direito à educação, à moradia, à previdência,

dos trabalhadores- CF/88: arts. 6º, 196, 205

3ª geração: constituições pós II Guerra- Princípio da fraternidade e solidariedade- Direitos difusos, paz social, comércio eletrônico entre Estados, do

desenvolvimento, defesa ao meio ambiente- Justiça pluralista – direitos das minorias, ações afirmativas

(sistema de cotas)- CF/88: art. 125

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1.3. Polissemia conceitual

4ª geração: pós-modernidade e globalização (Paulo Bonavides)

- Direito dos povos- Comércio eletrônico, internet, genética, fertilização

in vitro, transgênicos, projeto genoma, robótica - Proteção das minorias

5ª geração: paz mundial- Bem comum 6ª geração: direito à felicidade (minoria)

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1.3. Polissemia conceitual

Conclusão: Direitos humanos X direitos fundamentaisdireitos humanos: utilizado pelo direito internacional

e pela filosofia do direitoArt. 5º, parágrafo 3º, CF/88 – direitos humanosArt. 1º, III, CF/88 - fundamentoTítulo II da CF: fala em direitos fundamentais –

seriam os direitos humanos positivados na Constituição ou direitos humanos fundamentais (Manoel Gonçalves)

OBS: para Cespe: Apesar da variação no plano da positivação, não há diferença de conteúdo entre direitos humanos e os direitos fundamentais.

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2. Teorias dos Direitos Humanos

Desenvolvidas para justificar e esclarecer o fundamento dos direitos humanos

03 teorias: Jusnaturalista, Positivista e Moralista ou Perelman

2.1. Teoria Jusnaturalista- DH’s estão fundamentados em ordem superior, universal,

imutável e inderrogável- Surge como limite ao poder absoluto no contexto das

Revoluções Burguesas – primeiras declarações- Os homens possuem direitos inatos e cabe ao Estado declará-

los- Crítica!

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2. Teorias dos Direitos Humanos

2.2. Teoria PositivistaDH’s são aqueles inscritos em códigos e

legislações Vinculação decorre de estar expresso em leiProblema: direitos humanos X direitos

fundamentaisPara os adeptos da teoria dos direitos

fundamentais: somente são DH exigíveis aqueles incorporados à legislação

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2. Teorias dos Direitos Humanos

2.3. Teoria moralista, Perelman ou Ética- Os direitos humanos decorrem da consciência

moral

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3. Características dos Direitos Humanos

1. Historicidade: são fruto do processo histórico- Não foram criados apenas de uma vez, os direitos

humanos são adquiridos ao longo do tempo- Proíbe a supressão de direitos

2. Universalidade: todos os indivíduos possuem direitos humanos, independente de nacionalidade, sexo, credo...

- Se destinam a todas as pessoas e em todo o mundo- Esses direitos deixaram de ser inernos para serem

de todos os povos

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3. Características dos Direitos Humanos

3. Relatividade/limitabilidade: os direitos humanos podem sofrer limitações, desde que seja para adequação a outros valores

- Harmonização de direitos humanos- Não são absolutos, podem ser exercidos em regime

de concorrência

4. Irrenunciabilidade: ninguém pode abrir mão

5. Inalienabilidade: não é possível transferir a qualquer título (oneroso ou gratuito)

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3. Características dos Direitos Humanos

6. Imprescritibilidade: não se perdem com o tempo, com o não uso

7. Inviolabilidade: não pode ser desrespeitado por atos infraconstitucionais ou atos de autoridades públicas

8. Complementaridade: os direitos humanos devem ser observados de forma conjunta e interativa com as demais normas, princípios

9. Efetividade: o Poder Público deve atuar para garantir a efetivação desses direitos com mecanismos coercitivos

10. Interdependência: os direitos humanos possuem intersecções para atingirem suas finalidades

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4. Aspectos históricos

Os direitos humanos sempre foram respeitados por todos os povos e em todas as épocas?

eles são fruto da luta e afirmação histórica dos povos contra as opressões e injustiças sofridas no decorrer dos séculos

Os DH são direitos em constante construções e reconstrução.

Construção lenta e gradual

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4. Aspectos históricos

1. Código de Hamurabi – XX a.C- primeira codificação a mencionar os direitos

humanos – a justiça deve reinar e deve-se evitar que o forte imprima o fraco

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4. Aspectos históricos

2. Magna Carta de 1215carta do Rei João sem-terra – estabelecia limites ao

poder do rei soberanoRei se obrigou a não violar determinado direitos de

seus súditos, mas não consolidou a todos os indivíduos

3. Petition of Rights - 1628Parlamentares solicitaram ao Rei o reconhecimento

de alguns direitos e liberdadesGarantia devido processo legal

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4. Aspectos históricos

4. Habeas Corpus Amendment Act – 1679Já existia antes da Magna Carta, como writ, no

caso de prisão arbitrária

5. Bill of Rights – 1689 (Declaração de Direitos)Para conter o avanço do protestantismo e

restabelecer o poder da Igreja CatólicaPoder político nas mãos do Parlamento, pôs fim ao

poder absoluto do Rei – separação dos poderesReafirmação dos direitos fundamentais, mas

negava

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4. Aspectos históricos

6. Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia – 1776 Luta pela Independência dos EUA e precedeu a Declaração

de Independência Expressam os fundamentos do regime democrático,

reconhecimento dos direitos inatos e princípio de que todo poder emana do povo

É nascimento dos Direitos Humanos na História

7. Declaração de Independência dos EUA – 1776 13 colônias se declaram independentes Thomas Jefferson: limitação do poder estatal, liberdade

religiosa, inviolabilidade do domicílio, devido processo legal, tribunal do Júri, ampla defesa

1º documento que afirma o princípio democrático

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4. Aspectos históricos

8. Constituição dos EUA – 1787Princípio da Igualdade, liberdades individuaisExceção: questão racial, somente séculos depois

9. Declarações dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Revolução Francesa – 1789

Evento humano de maior repercussão para mudança de paradigma dos direitos fundamentais

Derrubaram o Monarca – ascensão da burguesiaSurgem os direitos de 1ª geração: direitos civis e

políticos

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4. Aspectos históricos

10. Convenção de Genebra – 1864Reconhecimento internacional dos direitos humanosEm decorrência das guerras – reduzir o sofrimento dos

soldados doentes e das populações civis atingidas

11. Constituição Mexicana – 19171ª constituição com ênfase no direito do trabalho

12. Constituição de Weimar – 1919

Democracia social, dignidade da pessoa humana

Direitos sociais

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4. Aspectos históricos

13. Carta das Nações Unidas – 1945 (Carta de São Francisco) Cenário: fim da II Guerra Mundial Criou a ONU para unir as nações e povos do mundo em favor

da defesa da dignidade humana 51 países signatários Insculpiu: direito de todos os povos de escolher sua forma de

governo (auto-determinação dos povos) Visa a paz mundial, mas não extingue o direito de celebrar a

guerra Se um Estado foi atingido por outro, o Conselho de

Segurança irá deliberar (membros permanentes)

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4. Aspectos históricos

14. Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1948

Base no fim da II Guerra, busca por um entendimento comum sobre os direitos humanos

É a base da luta universal contra a opressão e discriminação, direitos humanos devem ser aplicados a todas as pessoas do mundo

Estabeleceu, pela 1ª vez, a proteção universal dos DH’s – internacionalização dos direitos humanos

Não tem força vinculante de um tratado, mas recusam-se a tê-la como mera carta de princípios

Igualdade, fraternidade e igualdade

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4. Aspectos históricos

15. Convenção Européia dos Direitos Humanos – 1950Promover a unidade européia, proteger os direitos humanos

e fomentar o progresso econômicoMas é um retrocesso: limita-se aos direitos individuais

clássicos

16. Pactos Internacionais de Direitos Humanos – 1966Desenvolveram o conteúdo da Declaração de 1948A) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e

Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais

Completou-se a segunda etapa da institucionalização dos direitos do homem

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4. Aspectos históricos

17. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as formas de discriminação racial – 1966

18.Convenção Americana de Direitos Humanos – 1969Pacto de São José da Costa RicaEstabeleceu o princípio da prevalência dos direitos mais

vantajosos para a pessoa humanaRestringe a prisão civil pelo inadimplemento de

obrigação alimentarCriou a Corte Interamericana de Direitos Humanos –

julgar casos de violação dos direitos humanos ocorridos nos países OEA

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4. Aspectos históricos

19. Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes – 1984

Art. 1º: conceito de torturaPrevê puniçõesCria Comitê contra a Tortura – analisar e fiscalizar a

proteção contra esse crime

20. Declaração e o Programa de Ação de Viena – 1993Fruto da Convenção de Viena Consagrou a indivisibilidade, interdependência e

universalidade dos direitos humanos

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4. Aspectos históricos

21. Estatuto de Roma – 1998É tratado: Tribunal Penal Internacional –

instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional

Crimes: genocídio, contra a humanidade, de guerra e de agressão

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5. Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes

Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.

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6. Perguntas

1. Com base no conceito de tortura da Convenção, é possível afirmar que tais atos praticados pelos EUA configuram tortura?

2. Se você fosse advogado de defesa de um agente da CIA, que argumento você utilizaria para defender seu cliente, caso ele fosse indiciado por prática de tortura?

3. Tais práticas da CIA podem ser consideradas sanções legítimas?

4. Que argumento o governo dos EUA pode utilizar para defender que tais técnicas não configuram tortura?

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7. Direitos humanos fundamentais no Brasil

1. Constituição de 1824- 4º Poder: Poder Moderador, exercido pelo Imperador- Liberdades públicas: amplo rol de direitos de 1ª geração- Sufrágio censitário

2. Constituição de 1891- Após a Proclamação da República – 1889- Influência norte-americana- Forma federativa, república de governo- Sistema presidencialista, extinção do Poder Moderador- Estado laico- Aperfeiçoamento dos direitos, embora não prever direitos

trabalhistas- Previsão expressa HC

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8. Direitos humanos fundamentais no Brasil

3. Constituição de 1934 - Revolução de 1930 – GV é eleito Influência da Constituição de Weimar: compromisso com direitos

sociais Criação da Justiça do Trabalho e Justiça Eleitoral Voto feminino e voto secreto Constitucionalização dos direitos sociais: salário mínimo, jornada

de 08 horas diárias, repouso semanal, férias remuneradas MS, ação popular

4. Constituição de 1937- Golpe de GV – Constituição Polaca (influência polonesa)

- Diminuição Poder Legislativo e Judiciário, redução dos direitos e garantias individuais, desconstitucionalização do MS e da ação popular

- Assegurou direitos trabalhistas

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8. Direitos humanos fundamentais no Brasil

5. Constituição de 1946- Fim da II Guerra, triunfo da democracia- Queda de GV- Restabelecimento do MS e da ação popular, organização da

ordem econômica, livre iniciativa e valores sociais do trabalho- Função social da propriedade, direito de greve, instituiu

parlamentarismo

6. Constituição de 1967 – AI 05, em 1968 (ditadura militar)- Restrição de direitos políticos, redução competências do

Judiciário- HC é suspenso para crimes políticos, contra ordem social,

contra a segurança nacional- Consolidou arbitrariedades e crueldades dos atos institucionais

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8. Direitos humanos fundamentais no Brasil

7. Emenda Constitucional 01/69- Exercício do poder constituinte derivado

reformador- Continuou na linha arbitrária

8. Constituição de 1988- Direitos de 1ª, 2ª e 3ª gerações- Direitos humanos são exemplificativos e podem

estar implícitos – art. 5º, parágrafo 2º, CF- Art. 4º, CF: princípios que regem as relações

internacionais

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9.Direitos Humanos e responsabilidade do Estado

Dever estatal de tutelar os direitos humanos: deve respeitá-los e protegê-los contra ameaças

Proteção social e acesso a bens e serviços – por meio de políticas públicas executadas pelo Estado

Qual possibilidade legal de se reconhecer e exigir esses direitos do Estado?

Ações afirmativas: políticas focais para alocar recursos em benefício de pessoas pertencentes a grupos discriminados, para combatê-los

Incoerência do texto constitucional com a realidade brasileira

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10. Remédios constitucionais

o habeas corpus (art. 5º, LXVIII), o habeas data (art. 5º, LXXII), o mandado de segurança individual (art. 5º,

LXIX) e coletivo (art. 5º, LXX), a ação popular (art. 5º, LXXIII), a ação civil pública (art. 129, III) mandado de injunção (art. 5º, LXXI).

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11. Titularidade dos direitos humanos e Restrições

Titularidade: art. 5º, caput, CF = todos brasileiros e estrangeiros residentes no país +estrangeiros não residentes + apátridas + pessoas jurídicas

É possível restrição de um direito fundamental Direito de propriedade X desapropriação

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12. Direitos humanos fundamentais em espécie

1. Direito à vida: primeiro bem jurídico- art. 3º, Declaração Universal dos DH de 19482. Direito à liberdade: estar livre de interferência

intrusiva de outros e do Estado – ausência de coerção legítima – possibilidade de fazer escolhas e viver conforme elas

3. Liberdade de reunião e associação pacíficas: art. 5º, XVI

- art. XX, da DUDH: participação em associação é facultativa, pois ninguém pode ser obrigado a fazer parte dela

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12. Direitos humanos fundamentais em espécie

4. liberdade de expressão: art. 5º, IV, CF/88artigo XVIII, DUDH: toda pessoa tem direito à

liberdade de pensamento, consciência e religião, sendo que este último direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular

TAMBÉM PREVÊ A LIBERDADE DE CONTRAIR MATRIMÔNIO

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12. Direitos humanos fundamentais em espécie

5. O direito à intimidade e à vida privada (art. 5º, X) consiste no “direito de estar só”

6. O direito à saúde está previsto no art. XXV da DUDH, que diz que “toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais

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12. Direitos humanos fundamentais em espécie

7. devido processo legal: art. X, DUDH – “toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele”

8. Direito ao meio ambiente equilibrado: não está no sistema europeu, mas sim no sistema interamericano

- art. 11, Protocolo de San Salvador, mas não são exigíveis, pois não podem ser denunciados à Corte Interamericana de Direitos Humanos

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13. Tratados de Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro

1. Procedimento de elaboração e incorporação dos tratados de DH1º: celebração: tratativas ou negociações (encerra com a

assinatura) – imutabilidade do texto, mas não há vinculação jurídica do Estado ao tratado.

- Há compromisso diplomático do Estado de se submeter ao seu órgão interno para aprová-lo (só vale para tratados direitos humanos)

- Após a assinatura, o PR envia mensagem ao Congresso Nacional, indicando que se trata de tratado de DH

- Inicia na CD, na Comissão de Relações Exteriores – emite parecer para analisar se é DH e apresenta projeto de Decreto

- Decreto = CCJ – controle prévio de constitucionalidade- Aprovado pela CCJ = plenário – art. 5º, parágrafo 3º, CF- Se não for de DH – processo ordinário e adquire status de LO

2º: ratificação

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13. Tratados de Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro

Por que a CD e SF participam da celebração e incorporação dos tratados? Art. 49, I, CF

Termo “resolver definitivamente” = o CN referenda o tratado, mas não possui a última palavra

Quem ratifica é o Chefe de EstadoO CN terá a última palavra se desaprovar o

tratado

2°: ratificação: Presidente da República- Vincula o Brasil aos termos do tratado- É ato discricionário do PR

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13. Tratados de Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro

3. Processo de incorporação ao direito interno- Necessário um Decreto para conferir força executivo

ao tratadoO CN aprova o tratado por meio decreto legislativoO PR ratifica por meio de um decretoÉ necessária a promulgação e publicação do decreto

presidencial? Não, para tratados de direitos humanos – art. 5º, parágrafo 1º, CF/99

Após a conclusão do rito do art. 5º, parágrafo 3º, CF, a celebração está concluída e o Presidente pode aderir ao tratado – aplicação automática ao direito interno

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13. Tratados de Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro

4. Extinção do tratado- denúncia: é ato unilateral em que Estado comunica

aos outros Estados-parte a intenção de se retirar dos termos do tratado

- Em regra: somente se houver previsão expressa no texto do tratado

- Art. 56, Convenção Viena: denúncia seja implicitamente deduzida da natureza do tratado – notificação com prazo mínimo de 01 ano de antecedência

- Também deve passar pelo crivo do Legislativo (princípio da simetria)

- Restrição: não pode ofender os direitos de 1ª, 2ª e 3ª gerações

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13. Tratados de Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro

5. Posição hierárquica do tratado de direitos humanos

- art. 102, III, B, CF: tratado tem status de norma infraconstitucional – é a regra

- Mas aplica o art. 5º, parágrafo 3º, CF – terá status de EC

- Mas os tratados de direitos humanos aprovados antes da EC/45 não são equivalentes às EC

- E os tratados de direitos humanos sem o rito do art. 5º, parágrafo 3º, CF = status de norma supralegal

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Jurisprudência

RE 466.343-1/SP: “o status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão”

Súmula Vinculante 25A Convenção Internacional sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiência foi aprovada, mediante procedimento do art. 5º, §3º, da CF/88, pelo Decreto Legislativo n.º 186/2008, tendo sido promulgado o seu texto pelo Decreto 6.949/2009. Assim, tem a Convenção normas de status constitucional.

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13. Tratados de Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro

- Preceitos da Carta da Nações Unidas em 1945;- Convenção contra o Genocidio em 1949;- Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951;- Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados, 1966;- Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, 1966;- Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, também, no ano de 1966- Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, em 1968;- Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher -1984;- Convenção contra a tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes - 1984;- Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989.

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Bloco de Constitucionalidade e Convencionalidade das leis

Os tratados de DH aprovados com status de emenda são parâmetro de controle de constitucionalidade

Uma lei não pode afrontar um tratado de DH de natureza constitucional

É o denominado bloco de constitucionalidade – desde EC 02/92

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Jurisprudência

“Entendeu-se que a circunstância de o Brasil haver subscrito o Pacto de São José da Costa Rica, que restringe a prisão civil por dívida ao descumprimento inescusável de prestação alimentícia (art. 7º, 7), conduz à inexistência de balizas visando à eficácia do que previsto no art. 5º, LXVII, da CF (“não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;”). Concluiu-se, assim, que, com a introdução do aludido Pacto no ordenamento jurídico nacional, restaram derrogadas as normas estritamente legais definidoras da custódia do depositário infiel. Prevaleceu, no julgamento, por fim, a tese do status de supralegalidade da referida Convenção, inicialmente defendida pelo Min. Gilmar Mendes no julgamento do RE 466343/SP, abaixo relatado. Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela davam a qualificação constitucional, perfilhando o entendimento expendido pelo primeiro no voto que proferira nesse recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, se absteve de pronunciamento. HC 87585/TO, rel. Min. Marco Aurélio, 3.12.2008.

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Bloco de Constitucionalidade e Convencionalidade das leis

as convenções e tratados sobre direitos humanos que não sejam equivalentes a emendas constitucionais estão, portanto, logo abaixo da Constituição e acima das leis (supralegalidade).

todas as normas legais que não guardem compatibilidade vertical com as normas supralegais devem ser retiradas do sistema.

Objeto do controle de convencionalidadeo parâmetro de controle de convencionalidade são as

convenções e tratados internacionais de direitos humanos que ingressaram antes da EC 45/2004, ou, então, depois dela, mas que não cumpriram o procedimento do art. 5º, §3º, da CF/88.

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14. Desafios Contemporâneos dos Direitos Humanos

Questionar algumas premissas dadas como certas e inabaláveis no campo dos Direitos Humanos

1º) Será que podemos aceitar passivamente as concepções abstratas e formalistas dos Direitos Humanos? Devemos considerar os direitos humanos como princípios morais (Dworkin) que surgem por si mesmos dentro do ordenamento? Eles servem para diminuir o sofrimento humano que observamos cotidianamente no mundo moderno?

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14. Desafios Contemporâneos dos Direitos Humanos

2º) A atual concepção de Direitos Humanos não trata os homens como “coisas”, conforme as condições que possuem para obter certos bens materiais e imateriais?

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14. Desafios Contemporâneos dos Direitos Humanos

Não se discute a importância histórica da positivação dos direitos humanos

Mas, pelo quê devemos lutar?É preciso que tais direitos se tornem reais,

que existam na práticasMeta: transformar a teoria em realidadeA concepção contemporânea possui caráter

individualista, abstrata e formalistaHerrera Flores: teoria realista, histórica e

contextualizada

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14.1. Universalismo X Relativismo

2.Universalismo X Relativismo Cultural dos Direitos Humanos

- Consagrada pela Declaração de 1948- Os direitos humanos devem ser vistos como direitos

inerentes ao indivíduo e possuiu uma essência comum a todos os demais indivíduos

- A diversidade cultural não pode servir para limitar a proteção dos direitos humanos

- Relativismo defende que eles são produtos históricos e culturais de cada país, cada cultura tem seu entendimento sobre o que é direito humano

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14.1. Universalismo X Relativismo

Como compatibilizá-los? A diversidade cultural fortalece a universalidade Abrindo-se um diálogo com as culturas diferentes, pode-se

chegar a um consenso universal de valores a serem protegidos

A Declaração de Viena de 1993 compatibilizou: No seu art. 1º, a referida declaração estabeleceu que a

natureza universal desses direitos e liberdades não admite dúvidas.

No parágrafo 5º, reconhece-se a universalidade como característica do sistema internacional dos direitos humanos, ao afirmar que todos os direitos humanos são universais.

Porém admitiu que as particularidades locais e regionais devem ser consideradas

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14.2. Direito Internacional Humanitário

É uma espécie de Direito Internacional dos Direitos Humanos

Conceito: “corpo de normas jurídicas de origem convencional ou consuetudinário, especificamente aplicável aos conflitos armados, internacionais ou não-internacionais, e que limite, por razões humanitárias, o direito das partes em conflito de escolher livremente os métodos e os meios utilizados na guerra, evitando que sejam afetados as pessoas e os bens legalmente protegidos.” (Gerard Peytrignet)

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14.2. Direito Internacional Humanitário

Essas regras procuram evitar a transformação dos conflitos armados em um campo irracional de barbaridades

Marco: Convenção de Genebra de 1864Origem: 1859, Henry Dunant presenciou as

atrocidades da batalha de Solferino na Itália (franceses X austríacos) e criou o Comitê Internacional de Ajuda aos Feridos (Cruz Vermelha)

Mas não conseguiu evitar as 2 guerras mundiais

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14.2. Direito Internacional Humanitário

Em 1949, em Genebra/Suíça foi convocada uma assembléia e resultou com a edição das seguintes normas:a) Convenção de Genebra I – protege os feridos e doentes das Forças Armadas em campanha; b) Convenção de Genebra II – protege os feridos, doentes e náufragos das Forças Armadas no mar; c) Convenção de Genebra III – protege os prisioneiros de guerra; d) Convenção de Genebra IV – preocupa-se com os males da guerra na população civil.

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14.2. Direito Internacional Humanitário

Em 1977, foram produzidos 2 (dois) protocolos adicionais às Convenções de Genebra, que são:

a)Protocolo Adicional I – em nome do princípio da auto determinação dos povos, amplia-se a definição de conflito armado internacional para incorporar aqueles nos quais se luta contra regimes de dominação colonial ou contra regimes racistas;

b)Protocolo Adicional II. - A incidência das Convenções e dos Protocolos

Adicionais não depende de declaração formal de guerra, sendo suficiente a mera existência fática de conflito armado.

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14.2. Direito Internacional Humanitário

Princípios básicos do Direito Internacional Humanitário:1) Só podem ser atacados alvos militares; 2) Recolher e dar assistência aos feridos, aos doentes e

aos náufragos, sem discriminação alguma; 3) Tratar com humanidade o inimigo que se rende ou é

capturado, assim como os prisioneiros ou detidos; 4) Respeitar os civis e seus bens materiais; 5) Não criar obstáculos para a atuação da Cruz

Vermelha; 6) Não atacar médicos ou suas instalações, permitindo

que eles realizem o seu trabalho; 7) Não provocar danos ou sofrimentos excessivos e

desnecessários