[3° bim] 3° ano - 04 - Jovens

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  • 7/30/2019 [3 bim] 3 ano - 04 - Jovens

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    Tema: Jovens

    A. Pro pos tas de red ao

    Texto 1A gerao 'nem-nem'

    Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos no trabalha nem estuda. a chamada "geraonem-nem", dimensionada em estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Esses jovens so

    vtimas de um "desalento estrutural", como analisou Fernando de Holanda Filho, professor da FundaoGetlio Vargas, ao jornal O Globo (16/9). Ou seja: so pessoas que desistiram de procurar trabalho,porque no tm quase nenhuma qualificao, e tampouco querem voltar a estudar, porque no sesentem atradas pela escola.

    No total, h 5,3 milhes de jovens que no trabalham nem estudam, indica a pesquisa coordenadapelo professor Adalberto Cardoso. Se fossem computados os jovens que ainda procuram algumaocupao, o nmero saltaria para 7,2 milhes. Num pas com cenrio de baixo desemprego e economiaem expanso (em 2010, ano em que os nmeros usados na pesquisa foram colhidos, o PIB cresceu7,5%), isso significa que uma parcela importante dos brasileiros no est participando dodesenvolvimento experimentado nos ltimos anos. Uma vez sem perspectiva, alguns deles podem cairna criminalidade.

    As mulheres, principalmente em razo da maternidade, so maioria nesse grupo elas somam 3,5

    milhes, e os homens, 1,8 milho , o que inclui a desigualdade de gnero na equao. O impactotambm maior entre os mais pobres. Na parcela da populao com renda per capita de at R$ 77,75,a gerao "nem-nem" chega a 46,2%. E notvel a disparidade regional: no Norte e no Nordeste, aincidncia passa dos 25%, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste.

    Os pases ricos tambm tm seus "nem-nem", mas o motivo a recesso persistente, que inexisteno Brasil. Entre os 34 integrantes da Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico(OCDE), a mdia dos jovens que se encontram nessa situao de 15,8% contabilizando-se os queainda procuram emprego e se considerando que a faixa etria usada como critrio mais larga, de 15 a29 anos.

    A OCDE afirma, no entanto, que a situao dos "nem-nem" na maioria dos pases estudados transitria e que os motivos variam de lugar para lugar, incluindo-se a questes culturais o queexplica, por exemplo, que 77% das jovens mexicanas nem trabalhem fora de casa nem estudem,preferindo dedicar-se formao da famlia.

    As eventuais dificuldades econmicas dos pases integrantes da OCDE que incluem potnciascomo Estados Unidos e Gr-Bretanha e tambm emergentes como Turquia e Mxico no impediramque o investimento em educao fosse no apenas mantido, como, em alguns casos, experimentassesensvel ampliao. Como mostra o mais recente estudo da organizao, o Education at a Glance 2012,isso aconteceu com pelo menos 24 dos 34 membros durante os anos de 2008 e 2009, que foram deforte crise e recesso. Segundo a OCDE, tal cenrio se explica pela concluso generalizada de queapostar em educao traz benefcios tanto para os indivduos quanto para a sociedade, ainda mais emtempos de dificuldades econmicas. Em 2008, um homem com instruo superior nos pases da OCDEganhou, em mdia, 58% mais do que aquele que possusse apenas nvel secundrio. Em 2010, esseporcentual subiu para 67%.

    Tal perspectiva semelhante no Brasil, mas, ao que parece, uma parte considervel dos jovensbrasileiros no consegue enxergar essa oportunidade, quer por desinformao, quer porque no sesente estimulada a enfrentar a rotina de estudos em escolas de baixa qualidade. Trata-se de umindicativo de que o crescimento econmico brasileiro pode ter seus problemas agravados no futuroprximo, porque essa gerao que ter de enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente.Portanto, a escassez de mo de obra com um mnimo de competncia tcnica, que um dos entravescrnicos do desenvolvimento no Brasil, tende a se acentuar a no ser que haja uma virada drstica eimediata no sistema educacional, de modo a atrair novamente essa massa de jovens para os estudos ea especializao, fazendo-os perceber que a educao pode significar um futuro melhor.

    Texto publicado em 26 set. 2012.Disponvel em:

    Texto 2

    A gerao "nem, nem" e os profissionais des, desGilberto Alvarez

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    Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos no trabalha nem estuda. o que revelou apesquisa do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea) no incio deste ms. Jovens que noencontram espao no mercado de trabalho, no demonstram interesse em procurar emprego e tambmno querem saber de continuar a estudar. Um dado alarmante, que revela o tamanho da bomba-relgioque ameaa o futuro do Brasil.

    So 5,3 milhes de jovens desinteressados, os chamados "nem, nem", que nem estudam, nemtrabalham, nem procuram emprego. O que mais impressiona pensar que, se fossem computadosaqueles que ainda procuram alguma ocupao, o nmero saltaria para 7,2 milhes. Num cenrio debaixo desemprego e de economia em expanso, esta uma parcela importante de brasileiros que no

    est participando do desenvolvimento experimentado nos ltimos anos.Segundo a pesquisa do Ipea, a maioria deles est inserida em domiclios de renda mais baixa e

    depende fortemente do apoio familiar. Alm disso, a escolaridade foi vista como fator primordial para aparticipao nas atividades econmicas do pas, ou seja, quanto maior a escolaridade dos pais, maior afrequncia do jovem escola. Isso explica a falta de interesse, pois o grupo que nem trabalha nemestuda mora com os pais e acaba tendo como referncia algum que no deu continuidade nosestudos.

    O fato : os jovens precisam ser estimulados e orientados. Como no encontram estmulo em casa,a escola passa a ter o papel crucial de ajud-los nesta busca por um caminho a seguir. Acontece queainda no somos exemplo no quesito educao, e o grande referencial da sala de aula o professor.

    O professor tem um papel fundamental. preciso qualific-lo, dar-lhe condies pedaggicas emelhorar substancialmente sua remunerao. Um professor bem preparado e motivado meio caminho

    andado para despertar no aluno o desejo por aprender, participar da sociedade e exercer seu papel decidado. Alm disso, so necessrios investimentos macios em educao pblica como um todo,desde a primeira infncia, passando pelo ensino fundamental e mdio.

    Temos uma juventude sedenta por mudana, com enorme potencial para transformar o pas, fazeravanar a democracia e reduzir a desigualdade social. No podemos permitir que ela se imobilize, sesinta desmotivada por no conseguir visualizar o caminho que deve seguir. Caso contrrio, os 5,3milhes de jovens nem, nem de hoje sero certamente os profissionais desmotivados edespreparadosdes, des de amanh.

    Texto publicado em 27 ago. 2013.Disponvel em:

    Texto 3

    nica sada para a gerao nem-nem est na educaoPr-reitor da FGV, Antonio Freitas, conversou com o Jornal do Commercio sobre o assunto

    Jornal do Commercio Onde est a gerao nem-nem no Brasil e a quem atribuir a culpa dasestatsticas?Antonio Freitas possvel encontrar essa gerao em todos os nveis sociais. Na classe mais baixa,credito pssima educao bsica do Pas, que faz com que o jovem fique desmotivado pela falta deprofessores qualificados e de estrutura das escolas. A culpa para as classes C, D e E dos trsgovernos (federal, municipal e estadual), por no dar educao bsica de qualidade. preciso estimular

    essa populao. preciso uma ocupao para que se comece, para acender o foguete. A culpa especialmente do governo municipal, por ser o responsvel pelos primeiros anos do ensino. Essesjovens esto perdidos, muitas vezes no porque querem, mas simplesmente porque no tiveram aoportunidade mnima de se encontrar nem motivao para seguir nos ensinos mdio e superior. J nasclasses A e B, sobretudo no Nordeste, a culpa costuma ser dos pais, que paparicam demais os filhos,com carro e dinheiro, por exemplo.

    JC Na prtica, o que preciso mudar na lgica educacional para quebrar esse ciclo?Freitas Investir principalmente no ensino tecnolgico. Pela manh, base acadmica e, tarde, ensinode uma profisso, como, por exemplo, marcenaria e manuteno predial. So profissionais difceis deencontrar hoje. O problema que os professores esto mal preparados e desinteressados e as famliasno obrigam esses jovens a nada, muitas vezes passam o dia fora trabalhando. Uma boa formao,

    inclusive, passa tambm pela educao sexual e de higiene.

    JC Quais as consequncias desse cenrio para o futuro do Pas?Freitas Uma delas a alta dependncia dos programas de transferncia de renda do governo. ABolsa Famlia boa para tirar as pessoas da misria, mas tem que estar associada ao estudos para osmenores e ao emprego para os adultos. Se a situao continuar sem nenhum mudana disruptiva, o

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    Brasil vai ficar proporcionalmente para trs, principalmente em relao aos Brics. Estamos celebrandoum crescimento prximo de 2%, 3%, enquanto a China tem problemas porque cresce perto de 7% aoano. A renda per capita da Coreia dobrou desde a dcada de 1950. Tudo isso porque investiu-se emeducao, primordialmente educao bsica.

    Texto publicado em 11 ago. 2013.Disponvel em:

    Texto 4

    Texto publicado em 20 nov. 2012Disponvel em:

    Proposta 1

    Resuma o texto 1 em, no mximo, 12 linhas. Voc dever:* Escrever com letra legvel, cursiva ou de frma, diferenciando as maisculas das minsculas.

    * Construir apenas 1 (um) pargrafo.* Usar linguagem formal.* Utilizar somente as informaes fornecidas pelo texto.* Evitar cpia de partes do texto.

    Proposta 2

    Considere a seguinte situao: voc um(a) assistente social que vivencia, com frequncia, situaesem que jovens grvidas decidem abandonar os estudos, desestimuladas a estudar, ocupadas com acondio de me e, em alguns casos, envergonhadas perante os antigos colegas de escola. Redija umrelato, em at 15 linhas, expondo, obrigatoriamente, um novo caso de jovem-me. Indique o momento e

    a condio em que encontrou a jovem e como voc tenta convenc-la a no abandonar os estudos.

    Proposta 3

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    Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construdos ao longo desua formao, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padro da lngua portuguesa sobre otema:

    GERAO NEM-NEM NO BRASIL: COMO REVERTER ESSE QUADRO?

    Apresente proposta de conscientizao social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize erelacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. O seutexto dever ser escrito em at 30 linhas.