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Núcleo de Tecnologia Clínica Núcleo de Tecnologia Clínica Núcleo de Tecnologia Clínica Núcleo de Tecnologia Clínica © Copyright CEFET/SC 3. CARACTERÍSTICAS DO FILME 3.1 INTRODUÇÃO Para que possamos analisar a forma como o filme radiográfico responde aos diferentes fatores determinados pela exposição à radiação, precisamos definir alguns conceitos que permitirão traçar um perfil para esse comportamento. Conceitos como ex- posição, densidade ótica e latitude, além do contraste, permitem que melhor se utilize o filme radiográfico e obtenha dele a melhor imagem diagnóstica possível, reduzindo sempre a dose de radiação no paciente. 3.2 EXPOSIÇÃO Um conceito bastante útil é o que se refere à exposição propriamente dita, que pode ser vinculada às condições impostas por determinada técnica em um dado exame, tais como a tensão, corrente e tempo selecionados para tal. Podemos definir exposição também como a quantidade de Roentgen impostos ao paciente numa determinada situação. Para o nosso propósito atual, vamos definir exposição como sendo a quantidade de energia que atinge uma certa área do filme e que provoca neste um determinado grau de escurecimento, após a revelação. A expressão abaixo define a grandeza: E = I x T onde E é a exposição, dada em unidades da energia considerada (R, lumens, lux, etc.) I é a intensidade da energia considerada T é tempo durante o qual se submete determi- nada estrutura a essa energia Pelo exposto acima, podemos entender que a exposição é afetada por fatores tais como tensão apli- cada à ampola, corrente e tempo, todos eles vincula- dos à técnica empregada. 3.3 DENSIDADE FOTOGRÁFICA O conceito de densidade fotográfica está re- lacionado com a medição do grau de escurecimento de uma determinada área de um filme. A medição dessa grandeza é feita através da aplicação de uma quantidade conhecida de luz (I 0 ) a um dos lados do filme revelado e a medição da quantidade de luz que emerge do outro lado do mesmo (I 1 ), conforme mos- tra a Figura 3.1, a seguir: Io I 1 Fig. 3.1. Densidade óptica. = 1 0 I I D log Pela expressão acima, podemos notar que se fizermos incidir diferentes intensidades de energia luminosa (I 0 ), teremos diferentes quantidades de e- nergia emergindo do outro lado do filme (I 1 ). Como exemplo, vamos considerar que fazemos incidir 100 unidades de energia luminosa sobre o filme e medi- mos no outro lado somente 10 unidades dessa energi- a, o que equivale a 10 % da quantidade de entrada. Colocando os valores na expressão, teremos: ( ) 1 10 10 100 = = = log log D Pelo resultado, podemos concluir que, em re- giões de um filme onde a densidade é 1, apenas 10% da luz que incide sobre o filme passa para o outro lado. Se a relação entre entrada e saída fosse I 0 /I 1 = 100, a densidade seria: ( ) 2 10 100 2 = = = log log D Neste caso, o filme estaria bem mais enegre- cido, pois a quantidade de luz que emerge do filme (I 1 ) é somente 1% da quantidade de energia luminosa que chega ao filme (I 0 ). Cada tipo de filme se comporta de uma de- terminada maneira quando submetido à radiação e à luz produzida pelo ècran no momento da exposição. Para se conhecer a forma como cada filme responde a essas condições de exposição, é construída uma cur-

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3. CARACTERÍSTICAS DO FILME

3.1 INTRODUÇÃO

Para que possamos analisar a forma como o filme radiográfico responde aos diferentes fatores determinados pela exposição à radiação, precisamos definir alguns conceitos que permitirão traçar um perfil para esse comportamento. Conceitos como ex-posição, densidade ótica e latitude, além do contraste, permitem que melhor se utilize o filme radiográfico e obtenha dele a melhor imagem diagnóstica possível, reduzindo sempre a dose de radiação no paciente.

3.2 EXPOSIÇÃO

Um conceito bastante útil é o que se refere à exposição propriamente dita, que pode ser vinculada às condições impostas por determinada técnica em um dado exame, tais como a tensão, corrente e tempo selecionados para tal. Podemos definir exposição também como a quantidade de Roentgen impostos ao paciente numa determinada situação. Para o nosso propósito atual, vamos definir exposição como sendo a quantidade de energia que atinge uma certa área do filme e que provoca neste um determinado grau de escurecimento, após a revelação. A expressão abaixo define a grandeza: E = I x T onde E é a exposição, dada em unidades da energia

considerada (R, lumens, lux, etc.) I é a intensidade da energia considerada T é tempo durante o qual se submete determi-nada estrutura a essa energia

Pelo exposto acima, podemos entender que a exposição é afetada por fatores tais como tensão apli-cada à ampola, corrente e tempo, todos eles vincula-dos à técnica empregada.

3.3 DENSIDADE FOTOGRÁFICA

O conceito de densidade fotográfica está re-lacionado com a medição do grau de escurecimento

de uma determinada área de um filme. A medição dessa grandeza é feita através da aplicação de uma quantidade conhecida de luz (I0) a um dos lados do filme revelado e a medição da quantidade de luz que emerge do outro lado do mesmo (I1), conforme mos-tra a Figura 3.1, a seguir:

Io I1

Fig. 3.1. Densidade óptica.

====1

0I

ID log

Pela expressão acima, podemos notar que se fizermos incidir diferentes intensidades de energia luminosa (I0), teremos diferentes quantidades de e-nergia emergindo do outro lado do filme (I1). Como exemplo, vamos considerar que fazemos incidir 100 unidades de energia luminosa sobre o filme e medi-mos no outro lado somente 10 unidades dessa energi-a, o que equivale a 10 % da quantidade de entrada. Colocando os valores na expressão, teremos:

(((( )))) 11010100 ============ loglogD

Pelo resultado, podemos concluir que, em re-giões de um filme onde a densidade é 1, apenas 10% da luz que incide sobre o filme passa para o outro lado. Se a relação entre entrada e saída fosse I0/I1 = 100, a densidade seria:

(((( )))) 210100 2 ============ loglogD Neste caso, o filme estaria bem mais enegre-

cido, pois a quantidade de luz que emerge do filme (I1) é somente 1% da quantidade de energia luminosa que chega ao filme (I0).

Cada tipo de filme se comporta de uma de-terminada maneira quando submetido à radiação e à luz produzida pelo ècran no momento da exposição. Para se conhecer a forma como cada filme responde a essas condições de exposição, é construída uma cur-

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va de resposta que mostra os diferentes graus de ene-grecimento produzidos sobre ele, para níveis de ex-posição conhecidos. A cada exposição é atribuído um grau de enegrecimento, ou seja, uma determinada densidade de grãos de prata metálica enegrecida so-bre o filme, o que faz com que ele deixe passar mais ou menos luz quando submetido ao teste pelo densi-tômetro (equipamento responsável pela medição da densidade).

A figura 3.2 mostra uma curva característica de um filme de raios X e a tira sensitométrica que mede sua resposta a diferentes exposições. O eixo horizontal mostra o logaritmo das exposições relati-vas, onde cada exposição é feita com o dobro do va-lor anterior.

Fig. 3.2. Curva característica de um filme radio-gráfico. (Manual de Fundamentos de Radiografia - Kodak,

1980) Observe que o primeiro ponto corresponde a

log 1 = 0, o segundo a log 2 = 0,3, o terceiro a log 4 = 0,6, o quarto a log 8 = 0,9 e assim por diante. Observe que este filme possui uma densidade máxi-ma de aproximadamente 3,5. Mesmo que nós aumen-temos as exposições, a curva de densidade se estabi-liza em um valor próximo a 3,5. Cada filme, depen-dendo de sua sensibilidade à radiação, mostrará um comportamento, ou seja um grau de enegrecimento para mesmas exposições. Com isso, podemos compa-rar o grau de resposta que cada filme terá a uma de-terminada exposição, sendo esta uma forma de esco-lhermos o tipo de filme adequado para uso em de-terminada técnica. Filmes mais sensíveis produzem maior grau de escurecimento que outros, submetidos às mesmas condições de exposição.

Podemos comparar o desempenho de dois filmes analisando suas respostas a exposições seme-

lhantes, conforme mostra a figura 3.3.

Fig. 3.3 Comparação de densidade de dois fil-

mes. Pela figura, nota-se que o filme A produz

maior densidade que o B quando submetido à mesma exposição. Para comprovar, escolha um valor de ex-posição e verifique qual a densidade obtida por am-bos os filmes.

3.3.1. Sensibilidade do filme radiográfico

O parâmetro sensibilidade de um filme, tam-bém conhecido como velocidade, é aquele que de-termina seu comportamento com relação a um de-terminado grau de exposição e ao grau de enegreci-mento. Filmes mais rápidos, ou mais sensíveis, preci-sam menos exposição para produzir mesma densida-de que outros. Um filme é três vezes mais sensível que outro, se precisar 1/3 da exposição que este pre-cisa para produzir o mesmo enegrecimento. A sensi-bilidade de um filme pode ser avaliada pela localiza-ção de sua curva nos eixos da figura 3.4, que compa-ra os desempenhos dos filmes A e B.

Fig. 3.4. Comparação entre dois filmes.

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Pode-se notar que o filme B possui maior contraste que A, pois sua curva é mais inclinada, o que provoca aumentos de densidade maiores para iguais aumentos na exposição.

3.4 MEDIÇÃO DO CONTRASTE

Quando estamos interessados em avaliar o contraste de um filme podemos fazê-lo a partir de sua curva característica. Dois filmes distintos expostos sob mesmas condições e revelados juntos fornecem informações acerca do contraste, considerando que as condições de revelação sejam idênticas. Observe na Figura 3.5 que, para mesmas variações na exposição, resultam variações na densidade diferentes para os dois filmes. Isto significa que o filme B, que possui uma curva mais inclinada que o A, apresenta maior contraste que este. Vamos analisar o conceito de con-traste radiográfico.

Fig. 3.5. Comparação de contraste entre dois fil-

mes.

3.5 CONTRASTE RADIOGRÁFICO

O contraste radiográfico é o resultado da in-fluência do contraste do sujeito e do contraste do fil-me. Pode-se ter radiografias onde o contraste do su-jeito é grande (determinado pelas diferenças de den-sidades e espessura do corpo irradiado), mas o filme não apresenta a mesma resposta, de maneira que a imagem produzida não resulta com um bom contras-te. Se considerarmos a Figura 3.6, que resultam da radiografia de regiões da perna onde há tecidos moles e ossos, poderemos observar o exposto acima.

Suponha que as intensidades dos raios X que

atingem a combinação ècran-filme abaixo de cada região irradiada possuam uma relação 2:1, ou seja, o contraste do sujeito seja 2. Se essas diferentes inten-sidades atingirem o dispositivo de conversão em i-magem (ècran-filme), poderemos observar como o filme traduzirá essas diferenças de intensidade que emergem do corpo irradiado.

Se considerarmos que o brilho do ècran é proporcional à intensidade de radiação que chega até ele, o brilho do ècran na região B é duas vezes maior do que em A, conforme as figuras em detalhe abaixo da imagem A. Se isto ocorre, um filme colocado en-tre um par de ècran, irá se tornar mais escuro na regi-ão B do que em A. Note que a imagem produzida no filme mostra essas diferenças de enegrecimento nu-ma relação 2:1, devido ao contraste que este filme possui, tendo sido fabricado para duplicar as diferen-ças de brilho nas regiões B e A. Se o filme colocado entre o ècran tivesse tal contraste que a diferença de brilho fosse quadruplicada, a imagem produzida fos-se satisfatória, as diferenças de enegrecimento entre uma região e outra seria de 2:1, como resultado do contraste apresentado pelo sujeito.

Figura 3.6. Imagens radiográficas obtidas de uma

mesma anatomia utilizando-se filmes com contrates diferentes. (cortesia Eastman Kodak)

Ao observarmos a Figura B, podemos obser-

var que as diferenças de contraste na regiões A e B são proporcionais ao contraste do sujeito (2:1), resul-tando numa relação de enegrecimentos também de dois para um. A Figura C mostra o resultado da ex-posição sobre um filme cujo contraste é duas vezes maior que o filme da Figura B. Ao analisarmos essa Figura podemos comprovar o efeito produzido por filmes com contrastes diferenciados sobre a imagem final de uma determinada estrutura que oferece por si só um contraste do sujeito acentuado.

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3.6 FATORES INFLUENTES NO CON-TRASTE

3.6.1. Tipo de filme

Cada tipo de filme possui um contraste dife-rente, devido aos produtos usados em sua fabricação, voltados para cada finalidade, tipo de exame e prefe-rência do profissional que o utiliza. Por isso é impor-tante o técnico conhecer bem o tipo de filme que ele está utilizando para cada tipo de exame.

3.6.2. Condições de revelação

Evidentemente, as condições sob as quais o filme é revelado afetam a qualidade da imagem, con-siderando que as soluções de revelação podem estar oxidadas, mal armazenadas ou contaminadas. Os componentes químicos podem variar de acordo com o fabricante e podem afetar as características sensi-tométricas e a aparência radiográfica dos filmes reve-lados.

3.6.3. Densidade fotográfica

Este fator afeta diretamente o contraste. Se considerarmos duas estruturas adjacentes cujo con-traste do sujeito seja 2, conforme a Figura 4.2, pode-mos observar que no meio da curva de densidade, os degraus são maiores, fornecendo contrastes maiores nessa região. Nas regiões inferiores e superiores da curva, esses degraus são menores, produzindo con-trastes menores. Traduzindo as informações forneci-das pela curva, podemos dizer que o contraste do filme tem a ver com a forma com que este responde quando sofre uma variação de exposição. Na região central da curva de densidade, podemos observar que, para mesmas variações na exposição, as varia-ções de densidade são maiores na curva do filme B (curva mais inclinada). Para uma determinada faixa de valores de exposição, cada filme possui uma res-posta mais efetiva no que se refere ao contraste, o que justifica que as estruturas de interesse sejam ex-postas sob condições específicas que ofereçam me-lhor resposta neste aspecto. Nos extremos inferiores da curva (regiões de sub e super exposição), o con-traste apresentado pelo filme é insatisfatório e as es-truturas se tornam mais difíceis de identificar do que se as condições de exposição estivessem no centro da curva.

3.6.4. Véu

Pode-se definir véu de um filme como a den-sidade óptica que provém de outras fontes que não a fonte principal de exposição (Raios X). Essa densi-dade (escurecimento) não desejada na emulsão é oca-sionada por diversas fontes, tais como: exposição do filme ao calor, umidade excessiva, vapores químicos, luz de segurança, condições de revelação do filme, raios cósmicos. No que se refere às condições de re-velação, podemos associá-las aos haletos de prata que foram convertidos em prata metálica sem mesmo terem sido sensibilizados pela exposição. Todos esse fatores adicionam ao filme uma densidade que atua de maneira a prejudicar o contraste radiográfico. A densidade provocada por véu altera a curva caracte-rística, aumentando a intensidade sobre toda a região inferior. A exposição à luz de segurança produz, a-lém de aumento no patamar inferior da curva, uma redução da inclinação da curva.

3.6.5. Tipo de exposição

Existe uma grande diferença na produção da imagem latente a partir de exposições de raios X ou de luz, no que se refere ao contraste. Também a cor da luz de exposição afeta o contraste do filme, sendo que a luz ultravioleta produz menor contraste do que a luz visível.

3.6.6. Técnica

As variações de tensão corrente e tempo de-terminam uma variação, muitas vezes acentuada, no contraste radiográfico dependendo da anatomia ser radiografado ou a combinação tela-filme utilizada.

3.7 LATITUDE

Para definirmos o conceito de latitude do filme, podemos nos valer da Figura 3.7 a seguir, que mostra duas curvas que vinculam a densidade produ-zida em um filme em relação à variação da exposição sobre o mesmo. Pode-se notar que a Figura A apre-senta uma curva bastante inclinada, indicando que a densidade varia dentro de uma faixa aceitável (0,5 e 2,5), mediante pequena variação na exposição, ao passo que a Figura B mostra uma larga variação de exposição para uma mesma variação de densidade. A inclinação da curva (tangente da curva) nos dá uma idéia acerca do contraste, estando implícito que um filme de alto contraste amplifica o contraste da estru-tura radiografada, convertendo um pequeno incre-

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mento de exposição em uma grande diferença de densidade.

Do exposto acima, pode-se concluir que va-lores de exposição para filmes de alto contraste são muito críticos, pois pode-se entrar nas regiões de sub ou sobrexposição facilmente. Regiões onde não exis-te o contraste radiográfico são inúteis para o diagnós-tico, sendo que a densidade adequada é aquela que permite mostrar o maior contraste visual possível. Se utilizarmos o mesmo tipo de filme, o contraste au-menta se usarmos telas intensificadoras, comparan-do-se com o filme submetido à exposição direta.

D

mAs

2,5

0,5

32 4

2,5

0,5

4 128 mAs

D

Figura 3.7. Curvas de sensibilidade de dois fil-

mes distintos. Em relação ao processamento de filmes de

alto contraste, este deve ser bastante controlado, já que qualquer excesso de temperatura dos químicos diminui drasticamente o contraste nos mesmos. Fil-mes de alto contraste são de uso bastante restrito, sendo comum seu uso em Mamografia, onde a neces-sidade de contraste é bastante grande pelo tipo de estrutura radiografada. Filmes de baixa latitude ofe-recem alto contraste e vice-versa, sendo que em fil-mes de grande latitude, os valores de exposição são menos críticos.

Como exemplo de utilização de filmes de grande latitude, pode-se citar o uso em radiografias do tórax, o que permite representar estruturas de grande diversidade no que se refere à densidade.

Figura 3.8. Cunha escalonada para verificar o

contraste e a latitude. A faixa dos 40 kV possui maior contraste, porém menor latitude, se com-

parada com a faixa dos 100 kV.

3.8 EXERCÍCIOS

1. Como utilizar melhor o filme radiográfi-co?

2. O que é sensibilidade de um filme?

3. Como se calcula a densidade óptica?

4. Defina latitude.

5. Quais os fatores que influenciam no con-traste radiológico?

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4. CÂMARA ESCURA

4.1 INTRODUÇÃO

O adequado planejamento das instalações e disposição dos materiais em uma câmara escura é essencial para se obter a maior eficiência possível nos trabalhos, bem como para se conseguir o maior índice de rendimento. É grande o número de opera-ções realizadas na câmara escura e apesar de em mui-tos casos todas as operações serem realizadas em uma única sala, o ideal é se contar com duas ou três salas próximas entre si, para vários tipos de trabalho.

Um cuidado especial deve ser tomado na dis-tribuição dos elementos na câmara escura, tendo-se em vista facilitar a locomoção dos operadores.

Como existe a possibilidade de derramamen-to durante o preparo das soluções químicas de pro-cessamento, o material de revestimento do piso não deve ser poroso. O piso de cerâmica é um dos mais indicados, por permitir a lavagem e manutenção para um adequado asseio do ambiente.

A câmara escura ideal deve ter paredes capa-zes de proteger o seu interior da entrada de radiação dispersa, além de bloqueio para a entrada de luz nas aberturas.

Para o adequado funcionamento da câmara escura é essencial a existência de uma eficiente venti-lação ambiente. Exaustores apropriados tem a impor-tante função de eliminar gases, poeira e circular ar a fim de manter a temperatura adequada da sala. Um adequado sistema de ar condicionado é o mais indi-cado, não só para manter o ar ambiente em condições apropriadas de temperatura e umidade relativa do ar, como também prover a adequada renovação do ar interno.

As estufas ou processadoras automáticas são fontes de calor, que ao se acumular no ambiente, po-de levar, associado a altas taxas de umidade do ar, ao amolecimento da gelatina de revestimento das pelícu-las, tornando sua superfície pegajosa, dando margem a grudamentos, marcas de dedos e outros danos.

Além de uma adequada instalação elétrica para os equipamentos, a instalação de suprimento de água filtrada, a fim de eliminar a presença de resí-duos ou partículas estranhas, para as várias operações de processamento deve estar em boas condições e numa temperatura entre 20 e 25oC.

4.2 OPERAÇÕES REALIZADAS

São muitas as operações realizadas na câma-ra escura, mas podemos citar como as principais:

• Colocação de filme virgem nos chassis; • Envio dos chassis com filmes para a Sala

de Exame; • Recebimento dos chassis com os filmes

expostos; • Retirada dos filmes expostos dos chassis; • Identificação dos filmes;

Figura 4.1. Técnico utilizando o identificador de

filmes, quando, então, são registrados o nome do paciente, data e outras informações. • Colocação dos filmes nas colgaduras (su-

portes para a revelação) nos casos de processamento manual ou inserção direto nas processadoras automá-ticas;

• Revelação manual, quando for o caso, em todas as fases;

• Manutenção dos chassis (limpeza, etc.); • Limpeza dos ècrans.

4.3 ORGANIZAÇÃO

Embora o trabalho dentro de uma câmara es-cura não seja das mais complexas, alguns descuidos podem provocar o velamento do filme radiográfico.

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Por isso, a câmara escura deve ser sempre limpa e organizada. As caixas de filmes dos diversos tama-nhos devem ser mantidas em ordem de tamanho e sempre de pé, para evitar que uma folha grude na ou-tra quando estão deitadas.

Figura 4.2. Organização das caixas de filme: o

armário da direita está bagunçado, o da esquer-da, organizado.

A posição do aparelho identificador e do es-

paço para que o chassi seja aberto e o filme colocado ou retirado também deve ser avaliado. O técnico não pode ter o espaço reduzido sobre a mesa de trabalho, provocando uma demora na tarefa de retirar e colocar o filme no chassi. Mesmo sob luz de segurança, o filme radiográfico sofre ação da luminosidade, po-dem ficar velado após 1 ou 2 minutos sob luz verme-lha. Por isso, esouras, canetas, filmes velados ou des-truídos não devem dividir espaço na mesa de traba-lho.

Figura 4.3. Câmara escura com revelação manu-al: mais ampla, ventilada e com ponto de água.

A posição do passa-filme ou passa-chassi também deve ser bem estudada. Deve ser de fácil acesso tanto pelo lado de dentro da câmara escura quanto pelo lado de fora.

Figura 4.4. Câmara escura sem revelação: menor

e apenas a entrada de filmes da processadora automática fica do lado de dentro da câmara es-cura. Os tanques de químicos e o ponto de água

ficam do lado de fora.

4.4 EXERCÍCIOS

1. Para que serve a câmara escura?

2. Por que ela se chama câmara escura?

3. Quais os cuidados durante a construção de uma câmara escura?

4. Como devem ser guardados os filmes?

5. O que deve ser guardado na câmara escu-ra? O que não pode ser guardado?

6. Como deve se portar o técnico dentro da câmara escura?