IGREJA BATISTA RESTAURAÇÃO

Escola Bíblica Dominical

Tema: O papel das emoções no cristianismo – parte 1

Texto base: João 16:20-22

Deus se preocupa com as nossas emoções, especialmente quando elas são negativas.

Podemos perceber através dos relatos bíblicos que as emoções negativas são conseqüência do pecado original, ou seja, o plano de Deus era que experimentássemos apenas boas emoções, porém a queda do homem trouxe a tona o sofrimento.

Uma vez isto sendo realidade inevitável, Deus em sua infinita sabedoria tem, no decorrer da história, convertido más emoções em bênçãos para a nossa vida.

Nesse sentido, apesar do tom crítico que essa nossa série de estudos dá às emoções, elas não são completamente más. Na verdade, elas são um presente de Deus que foi desequilibrado pelo pecado. Elas nos dão a capacidade de nos relacionarmos uns com os outros.

É através da emoção que nos tornamos sensíveis ao sofrimento do próximo. Deus usa nossas emoções de forma que possamos nos compadecer das pessoas que sofrem e, a partir daí, agirmos em favor deles. (Pv 14.21; Pv 14.31; Mt 9.36)

Sem as emoções, não conseguiríamos experimentar plenamente a vida. As emoções, tanto positivas quanto negativas, são instrumentos que Deus usa para nos ensinar importantes lições e construir nosso caráter. Ser cristão não significa que você estará sempre feliz. Surgirão momentos em que você vai sentir raiva, tristeza ou medo, e não há mal nisso.

Davi, um homem segundo o coração de Deus, experimentou altos e baixos emocionais. O próprio Jesus disse: “Digo-lhes que certamente vocês chorarão e se lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria” (Jo 16:20).

Deus entende (Lc 19:28-44; Hb 3:15). Em Lucas 19:42, vemos Jesus chorando por Jerusalém, ao saber das dificuldades e da destruição que a capital judia enfrentaria. Em angústia e compaixão, Ele disse: “Se você [Jerusalém] compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos”. Leia também Mateus 23:37.

Como filhos de Deus, “a alegria do Senhor é a nossa força”. Isso não significa que não teremos dificuldades com nossos sentimentos. Significa que poderemos achar conforto e força em Deus. Embora nossos sentimentos e circunstâncias possam estar fora do controle, sabemos que Deus ainda tem controle sobre nossa vida e que Ele pode trazer ordem aos nossos sentimentos.

Sabemos que Ele é capaz de nos dar a “paz que excede todo entendimento” (Fp 4:7), que Ele promete ser nosso refúgio e fortaleza, “auxílio sempre presente na adversidade” (Sl 46:1). Ele está familiarizado com nossas lutas e entende exatamente como nos sentimos (Hebreus 4:15-16)

Entretanto precisamos ter sempre o cuidado de não misturar os papeis da emoção com os da razão.

Cuidado com o experiencialismo, aquela atitude em que as experiências humanas são consideradas a verdade única e atribuem interpretações à bíblia.

É a Bíblia que deve julgar nossas experiências, e não o oposto.

A ordem é FATO > FÉ > EMOÇÃO. Existe um FATO: Deus e sua Palavra. Eu tenho FÉ neste fato. Como conseqüência de minha FÉ neste FATO experimento a EMOÇÃO de ser salvo, de ter direção na minha vida, etc.

Quando a ordem é invertida, em vez da Bíblia reger minha vida, minha vida rege a Bíblia. Isto é uma variação da neo-ortodoxia: a Bíblia se torna a Palavra de Deus pela minha experiência.

O fato de eu me emocionar quando estou num show, culto, ouvindo uma canção ou recebendo uma profecia, não determina que tais questões são verdadeiras expressões da vontade, presença ou mover de Deus.

Deus não é animador de festa ou de culto.

Deus opera pelo Espírito baseado sempre em verdades. Isso significa que não são as emoções que definiram o mover de Deus, mas a verdade do que está sendo ministrado, mesmo que isso não nos faça ficar emocionados.

A emoção é sempre conseqüência, não causa. E ela acontece tanto por operações de Deus, da carne, do diabo ou de outros agentes externos.