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Revista de Imprensa

1. Antigo Centro de Saúde vai ser a Casa de Delães, Diário do Minho, 30-08-2017 1

2. Acessos melhorados, Correio da Manhã - Correio da Manhã Norte, 29-08-2017 3

3. Oncologia sem espaço para novos pacientes, Jornal de Notícias, 30-08-2017 4

4. Jornadas de urologia, Correio da Manhã - Correio da Manhã Norte, 29-08-2017 5

5. Barómetro, Correio da Manhã - Correio da Manhã Norte, 29-08-2017 6

6. Número de consultas no SNS aumenta em 2016, Diário do Minho, 30-08-2017 7

7. 4 mil doentes oncológicos em lista de espera, Correio da Manhã, 30-08-2017 8

8. Direita critica aumento da espera por cirurgias, Jornal de Notícias, 30-08-2017 10

9. Saúde - PS acusa PSD e CDS de fazerem "demagogia", i, 30-08-2017 11

10. Médicos e forças de segurança arriscam não ter progressões, Público, 30-08-2017 12

11. Enfermeiros apelam a Marcelo face à discriminação do Governo, Jornal de Notícias, 30-08-2017 15

12. Viagens da Nos, Huawei e Oracle no Ministério Público, Negócios, 30-08-2017 16

13. Código de conduta na Saúde permitia viagens? “Nim”, Público, 30-08-2017 19

14. Nova ferramenta para diagnosticar cataratas, Correio do Minho, 30-08-2017 21

15. Telemedicina para reduzir riscos, Correio do Minho, 30-08-2017 22

16. Reduzir descontos, Correio da Manhã, 30-08-2017 23

17. Um quinto com danos oculares, Jornal de Notícias, 30-08-2017 24

18. Crianças carregam 11 kg de material escolar dentro da mochila, Jornal de Notícias, 30-08-2017 25

19. "Na escola primária há menos tempo de recreio do que numa prisão a sério" - Entrevista a MárioCordeiro, i, 30-08-2017

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 17,99 x 28,18 cm²

Corte: 1 de 2ID: 71059612 30-08-2017

metia a ceder as antigas instalações do Centro de Saúde da freguesia, des-de que a autarquia fama-license cedesse o terreno necessário para a cons-trução da nova unidade de saúde de Delães, assu-misse os encargos com o projeto e dotasse o terre-no das infraestruturas ex-teriores indispensáveis.

A Câmara Municipal deu total cumprimento a todos os compromissos contratualmente assumi-dos – o novo Centro de Saúde de Delães viria a ser inaugurado em 2007 –, mas só ontem, passa-dos 10 anos, viu ser for-malizada a contrapartida assumida pela ARS Norte.

Para o presidente da autarquia, Paulo Cunha, aquele foi, assim, «um dia muito importante para

a freguesia e para o con-celho, pois estão criadas condições para fortale-cermos num futuro pró-ximo a dinâmica cívica, autárquica e cultural de Delães».

Para além da nova sede da junta de freguesia, es-tá previsto que o edifício venha também a acolher um novo posto dos CTT, um auditório para perto de 300 pessoas e cerca de uma dezena de salas que servirão de sede das associações da freguesia.

«Vamos acabar com o problema de um edifício devoluto e vamos colocá--lo novamente à disposi-ção da comunidade, indo ao encontro de uma ne-cessidade há muito apon-tada pelas gentes de De-lães», acrescenta Paulo Cunha.

Antigo Centro de Saúde virará a Casa de Delães

Instalações devolutas entregues ontem à Câmara de Famalicão pela ARS Norte

An

tón

io F

reita

s

A Administração Re-gional de Saúde (ARS) do Norte en-tregou à Câmara de

Vila Nova de Famalicão as antigas instalações do Centro de Saúde de De-lães. «Até que enfim este dia chegou», reagiu o pre-sidente da Junta de Fre-guesia de Delães, Manuel Silva, quando soube da notícia, informou a au-tarquia famalicense em comunicado.

A escritura foi assina-da ontem, 29 de agosto, nos Paços do Concelho, pelo presidente da Câ-mara Municipal, Paulo Cunha, e pelo presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte, António Ma-rinho, sendo assim colo-cado um ponto final num impasse que durava há vá-rios anos.

Escritura e entrega das chaves do edifício aconteceram ontem nos Paços do Concelho

Com este património na sua posse, a Câmara Municipal fica agora em condições de iniciar os procedimentos para a re-cuperação e reabilitação do edifício e a sua prepa-ração para vir a acolher a “Casa de Delães” que rece-berá a nova sede de junta de freguesia e um conjun-to de valências sociais ao serviço do tecido associa-tivo local, conforme de-sejo antigo da freguesia e do município.

O processo, recorde-se, remonta ao ano de 2000, altura em que a ARS Nor-te celebrou com a Câma-ra Municipal de Vila Nova de Famalicão um acordo tendo por objeto a cons-trução do novo Centro de Saúde de Delães, on-de ficou estabelecido que a ARS Norte se compro- Página 1

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 4,57 x 3,54 cm²

Corte: 2 de 2ID: 71059612 30-08-2017

QUARTA-FEIRA.30.AGO 2017 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,85 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCVIII | n.º 31506

Festival de Polifoniaexalta temática Mariana

DR

ABC quer universidade de andebol

REPORTAGEM P.17-19A

ntó

nio

Silv

a

Festival juntaem Vianagrandes estrelas da música

REGIÃO P.14

Antigo Centro de Saúde vai ser a Casa de Delães

REGIÃO P.10

IPCA bate recorde nas candidaturas aos Cu rsos Técnicos Superiores

REGIÃO P.13

DESPORTO P.29

braga P.03

BOLSA DE MANUAIS DA CRAVEIRO DA SILVACRESCE EM NÚMERO DE UTILIZADORES E PARCEIROS

DM

“BRAGA BARROCA” PROMETENOVE DIAS INTENSOS DE CULTURA

religião P.20

BARCELOS MOBILIZA-SEPARA LEMBRAR D. ANTÓNIO BARROSO

braga P.04

rel

BAMPAD.BA

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Correio da Manhã Norte Tiragem: 136719

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

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Área: 15,58 x 7,31 cm²

Corte: 1 de 1ID: 71048197 29-08-2017

PENAFIEL. HOSPITALPADRE AMÉRICO.

Acessos melhorados El O espaço exterior da Consul-ta Externa do Hospital Padre Américo, em Penafiel, está a ser alvo de uma intervenção. O ob-jetivo é melhorar os acessos e reformular o parque de estacio-namento de ambulâncias.

"A intervenção pretende me-lhorar as acessibilidades de pes-soas, evitando os constrangi-mentos de trânsito e impedindo

a estagnação nos acessos, que com a redução do diâmetro da rotunda vai possibilitar a cria-ção de duas vias de circulação", explica o hospital. A entradavai contar com 11 lugares para am-bulâncias. Está prevista a insta-lação de um sistema de som-breamento no centro da rotun-da que será fixado à fachada de entrada da Consulta Externa. e

a

3 Hospital Padre Américo

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Tiragem: 65236

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

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Área: 21,07 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 71058326 30-08-2017

Hospital de dia é um espaço amplo para tratamento dos doentes. Serviço tem experlinda acumulada de 25 anos

Gaia Solução passará por reservar pavilhão ambulatório do Hospital Santos Silva só para doentes com cancro

Oncologia sem espaço para novos pacientes

Narina Silva [email protected]

► A ala de oncologia do Hospital Santos Silva, em Gaia, é insufi-ciente para acolher todos os que necessitam de cuidados. Quem o afirma é António Moreira Pinto, diretor de serviço. A semelhança do que acontece noutros hospi-tais, no pavilhão ambulatório co-meça a ser difícil dar resposta a to-dos os pedidos.

"Neste momento, estamos ou-tra vez numa fase de transição. A parte física que está atribuída a oncologia começa a não ser sufi-ciente. O número de utentes tem vindo a crescer e necessitamos de mais espaço", referiu.

Segundo Moreira Pinto, a admi-nistração já está a trabalhar numa possível solução. Em breve, o pa-vilhão que atualmente é dividido com outras especialidades pode-rá vir a funcionar apenas para o serviço onccrlógico. "O número de pacientes com cancro está a au-mentar e vai obrigar à separação das especialidades. Estamos a pensar ocupar um espaço maior nesta ala", acrescentou.

Outra das mudanças pensadas é a criação de uma área para inter-namentos. "Os internamentos de oncologia são feitos no serviço de medicina. Se a estrutura física do

consultas diárias, asseguradas por seis médicos e 14 enfer-meiros. Nestas duas centenas estão Incluídas as consultas programadas e os casos de emergência.

novos casos por ano. O número de doentes oncológicos tem vindo a aumentar. A maioria dos pacientes sofre de cancro da mama, do pulmão e da próstata.

mil consultas anuais, que in-cluem o acompanhamento dos doentes oncológicos, através de consultas externas e trata-mentos realizados no hospital de dia.

hospital permitir vamos tentar criar no pavilhão um espaço com um mínimo de seis camas para conseguir dar um melhor apoio ao doente", explicou.

Acabaram os contentores Uma ala "ótima" com "luz direta" e "ampla". É assim que Moreira Pinto descreve o novo pavilhão ambulatório, onde se insere o ser-viço de oncologia. O espaço subs-titui, desde 2015, o antigo hospital de dia que funcionava em conten-tores e permitiu criar "melhores condições de trabalho" e dar "uma maior garantia de qualidade aos doentes".

-O serviço de oncologia tem cerca de 25 anos e funcionava no pavilhão satélite do edifício prin-cipal, onde tínhamos apenas três gabinetes e uma sala de tratamen-to. Entretanto, o número de pa-cientes cresceu e tivemos de pen-sar numa alternativa. Enquanto não houve autorização, nem orça-mento para se construir, passa-mos'pela fase dos contentores. Durante cinco anos estivemos num espaço pequeno e sem pri-vacidade". disse Moreira Pinto.

Além de oncologia, as instala-ções acolhem os serviços de he-matologia clínica, radiologia, reu-matologia é doenças infetoconta-glosas. •

Conferanclas Sexualidade e cancro em debate

• A sexualidade da doente on-etiiógica, o risco familiar de cancro e a preservação da fer-tilidade na doente com cancro da mama vão estar em debate nas III Jornadas de Oncologia e Hematologia de Gaia, nos dias 22 e 23 de setembro, no Cen-tro Multimelos de Espinho. De acordo com Moreira Pinto, di-retor de oncologia do Hospital Santos Silva, o objetivo para este ano é "estabelecer pontes que permitam aproximar os hospitais dos centros de saú-de". "O hospital não pode ser um local isolado. São os cen-tros de saúde que prestam os cuidados primários e alertam para a necessidade de preven-ção. Além disso é bom debater e, em conjunto, esclarecer cer-tas dúvidas", explicou.

à‘ Os utentes estão cada vez mais informados e familiarizados com a doença. Se antes asso-davam o cancro à morte, agora com a evolução dos trata-mentos, acreditam na cura" Moreira Pinto Diretor de Oncologia

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Correio da Manhã Norte Tiragem: 136719

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 5,09 x 6,43 cm²

Corte: 1 de 1ID: 71048189 29-08-2017

AROUCA. SAÚDE

Jornadas de urologia

A loja interativa de turis-mo de Arouca recebe, dia 9 de setembro, as primeiras Jornadas de Urologia Cuida-dos de Saúde Primários. O objetivo é promover a parti-lha das perspetivas e expe-riências entre os profissio-nais da especialidade. •

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Correio da Manhã Norte Tiragem: 136719

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Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 1ID: 71048167 29-08-2017

O som BATISTA ROMÃO DIRETOR DA PJ DO PORTO

Polícia Judiciária conseguiu deter funcionário de hospital que falsi-ficou várias obras de arte do portuense Joa-quim Costa.

e DESCEO JOÃ

ROSEIRO ARGUIDO

Engenheiro da ARS Norte irá sa-ber a 6 de setem-bro qual é a pena pedida pelo Mi-nistério Público. É suspeito de cor-rupção em obras.

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Tiragem: 8500

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Âmbito: Regional

Pág: 40

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Corte: 1 de 1ID: 71059976 30-08-2017

O número de consultas nos centros de saúde e nos hospitais au-mentou ligeiramen-

te em 2016, mas mais de uma em cada quatro (28%) continua a ser realizada fora dos tempos máximos de resposta garantidos.

Segundo o relatório so-bre o acesso a cuidados de saúde referente ao ano passado, a que a agência Lusa teve acesso, foram realizadas, em 2016, cer-ca de 31 milhões de con-sultas médicas nas unida-des de cuidados de saúde primários, o que repre-sentou um crescimento

de dois por cento em re-lação ao ano anterior.

Contudo, este cresci-mento deveu-se, sobre-tudo, a consultas não pre-senciais (que cresceram mais de 6%), um aumento que se estendeu também aos domicílios médicos (mais um por cento). As consultas presenciais ti-veram em 2016 um cres-cimento de apenas 0,5%.

Quanto às consultas hospitalares, cresceram 0,4% em 2016. O aumen-to de primeiras consul-tas (mais 0,9%) foi supe-rior ao das consultas de seguimento.

Número de consultas no SNS aumenta em 2016

Dados

O número de camas nos cuidados continuados cresceu 8,4% em 2016, passando a existir 8.112 lugares de internamento, um acréscimo de 631 em relação ao ano anterior.

O número de atendimentos nas urgências no Serviço Nacional de Saúde subiu para 6,4 milhões e ainda são mais de 40% os casos de ida às urgências com prioridade menor (verde, azul e branca).

A Administração Central do Sistema de Saúde revelou ontem que o tempo de espera para cirurgia em doentes prioritários melhorou em 2016, um ano que teve a maior atividade cirúrgica de sempre.

Redação/Lusa

DR

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A8

Tiragem: 136719

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

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Área: 21,48 x 29,17 cm²

Corte: 1 de 2ID: 71058301 30-08-2017

DADOS DO RELATÓRIO DE ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE DE 2016

211 mil doentes aguardavam

uma cirurgia

4460 destes eram casos

de neoplasia maligna

3 meses e meio foi o tempo médio de espera

22 mil doentes Inscritos e operados no mesmo dia

31 mil dos Inscritos ultrapassaram o tempo máximo de resposta prevista para cirurgia

568 765 operações mais 1,5% do que em 2015

31 milhões de consultas realizadas nos centros de saúde

Nº de camas cresceu 8,4% nos cuidados continuados Passaram a existir 8112 lugares de Internamento, mais 631 que em 2015 Rede Nacional de Cuidados Continuados integrados Tinha um total de 14 376 lugares 288 camas Para cuidados paliativos

6 405 707 - *2873421 episódios de urgência , daque " 2°15 40,7% receberam pulseiras de prioridade menos graves na escala de Manchester

Cerca de 31mil doentes ultrapassaram o tempo máximo de espera

Miguel Santos, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD

I3 Segundo o vice - presidente do grupo parlamentar do PSD, Miguel Santos, o relató-rio devia ter sido entregue ao Parlamento há dois meses. Para o deputado, o docu-mento revela a "visível de-gradação" do Serviço Nado-

nal de Saúde e o aumento do tempo de espera para cirur-gias é uma das consequên-cias. A líder do CDS-PP, As-sunção Cristas, anunciou que vai questionar a tutela sobre quais os hospitais e especiali-dades onde há mais espera. •

Relatório entregue com atraso de 2 meses

INSCRITOS PARA CIRURGIA

Mais de 4 mil doentes oncológicos à espera RELATÓRIO O Tempos de espera para cirurgias e para consultas aumentaram no ano passado JUSTIFICAÇÃO O ACSS diz que em contrapartida melhoraram as respostas para os mais prioritários SóNIA TRIGUEIRAO

No final do ano passado es-tavam em lista de espera para uma cirurgia 211 mil

doentes, sendo que 4460 destes eram pessoas com neoplasia maligna (cancro). Os dados constam do Relatório Anual so-bre o Acesso a Cuidados de Saú-de nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas de 2016 e revelam que 31 mil doen-tes ultrapassaram o tempo má-ximo de resposta previsto. E o tempo de espera médio para a realização de uma operação foi de 3,3 meses. Para agravar o cenário da

prestação de cuidados no SNS, o mesmo documento, que che-gou em pleno mês de agosto ao Parlamento, revela que 22 mil doentes foram inscritos e ope -

22 MIL DOENTES FORAM INSCRITOS NA LISTA E OPERADOS NO MESMO DIA

rados no mesmo dia, não cum-. prindo os critérios de priorida-de e antiguidade das listas de espera. O número de consultas nos centros de saúde e nos hos-pitais aumentou em 2016, mas mais de uma em cada quatro (28%) continua a ser realizada fora dos tempos máximos de resposta garantidos.

Para diminuir o impacto ne - gativo destes números, Ricardo Mestre, da Administração Cen-tral dos Sistema de Saúde (ACSS), afirmou que os tempos de resposta em 2016 se manti-veram "à volta dos três meses, como acontecia habitualmen-te", e sublinhou que "os tempos de resposta para os os mais prioritários melhoraram". Da equipa ministerial não houve comentários. •

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Tiragem: 136719

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 5,83 x 5,29 cm²

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CIRURGIAS

4 MIL DOENTES ONCOLÓGICOS EM LISTA DE ESPERA P.18

VIDAS DE VERAOP.87A45

SAÚDE OBRIGA

SALVADOR A CANCELAR CONCERTOS

CORREIO www.cmjornal.pt da manhã GIRE OCTAVI8 RIBEIRO RIR.-ADJ.: ARMANDO ESTERES PEREIRA, CAROS RORRIMIES E JOSE CARLOS CASTRO

COREIA DO NORTE AMEAÇA JAPÃO AO LANÇAR MÍSSIL

VEÍCULO DO FOTÓGRAFO ALVO DE PERÍCIAS

VIATURA

DE PEDRO

PALMA

ENCONTRADA

EM S. PEDRO

DE SINTRA

SEM SINAIS

DE VIOLENCIA

P.10

MISTÉRIO EM SINTRA

ae RJB

TENSÃO MILITAR P.28 ADJUDICAÇÕES PÚBLICAS P.4E5

Contratos suspeitos pagos com viagens CALDAS DA RAINHA P.20

Encontra 1710 euros em envelope e devolve-os à dona 2 MILHÕES DE EUROS/HORA P.8 E9

Consumo dispara nas grandes superfícies

REVELAÇÕES

AS PAIXÕES PROIBIDAS

DE DIA Histórias da vida amorosa da Princesa do Povo P.24 E 25

QUARTA-FEIRA 3010812017 1 DIÁRIO! E 1 (C/IVA)

4t

o

e SPORTING

LATERAL DOUGLAS ' WILLIANI COM CAB RUMA AO BECA 1 EM INGLATERRA DE SAIR DO DRAGÃO i

DANILO TEM VONTADE / PC PORTO P.30 E 31

ESCÂNDALO NO COMBATE AOS FOGOS

FALHA LOGiSTICA DINHEIRO É GASTO

NÃ MAS

O COMIDA 01EGA

AO TEATRO DE OPERAÇÕES

DEM BOMBEIROS A FOME O COMANDANTESE OPERACIONAIS criticam alimentação fornecida, apesar dos preços cobrados P.6 E 7

ESTADO PAGA 21,20 EUROS/DIA

POR PESSOA

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Área: 25,50 x 22,94 cm²

Corte: 1 de 1ID: 71058092 30-08-2017

ACSS indica que as cirurgias a 22 mil pessoas, inscritas e operadas no mesmo dia, tiveram aval das direções clínicas

Saúde Governo diz que a resposta será mais célere em 2018 e destaca que nunca foram feitas tantas operações

Direita critica aumento da espera por cirurgia

ao pormenor

68 mil cirurgias programadas efe-tuadas em 2016, mais 1,5% do que em 2015 e mais cerca de 65 mil do que em 2011.

1 mil doentes, o que correspon-de a 14,8% dos incritos, não foram operados dentro do tempo limite fixado por lei.

mil pacientes aguardavam por uma operação no final de 2016, 60,7% das cirurgias fo-ram feitas em ambulatório.

120 dias por consulta o Em média, os pacientes do Ser-viço Nacional de Saúde esperaram 120 dias pela primeira consulta no hospital, solicitada pelo médico de família através do programa Con-sulta a Tempo e Horas. No ano passado, os hospitais e os centros de saúde atenderam mais doentes em consultas do que em 2015.

31 milhões atendidos • As unidades de cuidados de saúde primários realizaram cerca de 31 milhões de consultas em 2016, o que representa um cres-cimento de 2% em comparação com 2015. Essa subida deve-se, sobretudo, às consultas não pre-senciais (cresceram mais de 6%) e aos atendimentos nos domicí-lios (subiram 1%). As consultas presenciais aumentaram 0,5% no ano passado.

Cada Sofia Luz [email protected]

>A Direita condena o aumento do tempo de espera por cirurgias nos hospitais públicos em 2016 e a pre-sidente do CDS/PP, Assunção Cristas. exige que o Ministério da Saúde esclareça em que especiali-dades e hospitais ocorreram as su-bidas. O Governo admite que os tempos médios de resposta se mantiveram acima dos três meses

- tal como o IN noticiou na edição de ontem -, mas acredita que ha-verá uma resposta mais célere em 2018, sublinhando que nunca fo-ram operados tantos doentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) como no ano passado.

A Administração Central do Sis-tema de Saúde (ACSS) lembra que, em janeiro, o tempo máximo de resposta cirúrgica nas situações de nível de prioridade normal redu-zirá de 270 para 180 dias. A mu-

CDS/PP quer saber quais os hospitais e as especialidades onde a espera subiu

dança "permitirá baixar os tempos médios de resposta aos utentes". O PSD duvida. O vice-presidente do grupo parlamentar Miguel San-tos argumenta que, se hoje não se cumprem os 270 dias fixados na lei, é "natural e possível" que a si-tuação se agrave em 2018. Para dar resposta, "irão recorrer ao setor convencionado" e a "dívida conti-nuará a aumentar ".

Também Assunção Cristas mostrou preocupação com o au-mento da espera por cirurgias: "É preciso que sejam feitas em con-texto de qualidade e com os inves-timentos necessários para garan-tir que podemos ter cirurgias no SNS feitas em tempo próprio, e não aumentando os tempos de es-pera para os doentes".

As críticas da Direita foram des-prezadas pelo PS. A vice-presiden-te do grupo parlamentar Susana Amador sublinhou os dados "glo-balmente positivos" (mais cirur-gias e consultas e melhoria dos tempos de resposta para os priori-tários) e acusou a PSD e CDS de "desfaçatez e demagogia".

Quanto ao facto de 22 mil pes-soas terem sido inscritas e opera-das no mesmo dia, furando os cri-térios de prioridade e de antiguida-de, a ACSS garante que foram auto-rizadas pelas direções clínicas "por razões pontuais e concretas". Mas apenas indica urna: a "rentabiliza-ção dos tempos disponíveis para a utilização dos blocos operatórios", sem explicar por que é que, nesses casos, não foi chamado um pacien-te que já estava na lista de espera. •

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Área: 4,57 x 6,67 cm²

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Saúde. PS acusa PSD e CDS de fazerem "demagogia"

POLÉMICA II PSD e CDS critica-ram o aumento das listas de espera nas cirurgias. "As críti-cas vindas de quem durante anos descapitalizou os serviços públi-cos deste país é de uma enorme desfaçatez e demagogia". res-pondeu a vice-presidente da ban-cada Susana Amador. O PSD tinha apontado "o clima de degra-dação no SNS", o CDS registou que o SNS "piorou".

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Polícias, militares e médicos podem manter carreiras congeladas

Polícias e militares, que nos últimos

anos tiveram promoções, e os mé-

dicos ou os guardas prisionais, que

já têm luz verde das Finanças para

subirem na carreira, são alguns dos

funcionários públicos que se arris-

cam a fi car de fora do descongela-

mento das progressões prometido

para 2018 e cujo modelo ainda está

a ser desenhado. Nas reuniões pa-

ra preparar o Orçamento do Estado

(OE) para 2018, o Governo tem par-

tido da premissa de que as carreiras

onde houve algum tipo de desconge-

lamento não serão a prioridade no

próximo ano e quanto às restantes

ganha cada vez mais força a ideia

de que haverá um descongelamento

generalizado, que se traduzirá nos

salários de forma gradual.

Na reunião que teve ontem com o

Bloco de Esquerda, o secretário de

Estado dos Assuntos Parlamentares,

Pedro Nuno Santos, não apresen-

tou ainda uma proposta, nem dados

concretos sobre o número de poten-

ciais benefi ciários ou sobre os custos

associados ao descongelamento. Só

a partir da próxima semana, quando

o ministro das Finanças, Mário Cen-

teno, entrar nas negociações com

os partidos que apoiam o Governo

no Parlamento, haverá mais desen-

volvimentos.

Ao que o PÚBLICO apurou, há du-

as possibilidades em cima da mesa.

Uma delas passa por abrir as pro-

gressões apenas aos trabalhadores

que estão há mais tempo estagnados

na mesma posição remuneratória,

começando pelos que têm salários

mais baixos. Outra — que está a ser

ponderada mais fortemente — é ini-

ciar o descongelamento para todos

os que têm carreiras congeladas,

sem fazer qualquer distinção ao

nível dos rendimentos, mas apro-

var uma norma que faça com que

o efeito salarial da progressão seja

gradual.

Prioridade será dada às carreiras que estiveram congeladas nos últimos anos. Modelo ainda não está fechado,mas efeito salarial do descongelamento será gradual

Em entrevista ao Expresso, o pri-

meiro-ministro, António Costa, já

tinha deixado um aviso: o descon-

gelamento destina-se às carreiras

“que não tenham sido objecto de

nenhum tipo de descongelamento,

sejam carreiras gerais ou especiais”.

“Ao longo destes anos, algumas car-

reiras tiveram a felicidade de ver as

suas progressões não congeladas.

Essas não vão ser a prioridade do

próximo ano”, acrescentou.

Questionado pelo PÚBLICO so-

bre as carreiras em que houve al-

gum tipo de progressão e a que se

estaria a referir António Costa, o

Ministério das Finanças respondeu

que “não existem dados públicos so-

bre as promoções” nas estatísticas

do emprego público. Ainda assim,

enviou uma lista das carreiras em

que foram solicitadas promoções

nos últimos dois anos. É o caso dos

militares das Forças Armadas, GNR,

PSP, guardas prisionais, médicos e

diplomatas.

Neste grupo estão situações dis-

tintas. Os militares e as forças de

segurança estão abrangidos pela

norma orçamental que todos os

anos tem permitido que, mediante

autorização do Ministério das Finan-

ças, haja promoções para os postos

imediatos por se tratar de forças hie-

rarquizadas. Foi o que aconteceu,

por exemplo, em Abril desde ano,

quando Mário Centeno autorizou a

promoção de vários cabos da GNR

ao posto de cabo-chefe. Ou em No-

vembro de 2016 com a promoção de

1050 elementos policiais da PSP, ten-

do a maioria passado da categoria

de agente para agente principal.

Também os guardas prisionais já

têm luz verde para a promoção de

mais de 360 guardas para a catego-

ria de guardas principais.

Os médicos, além de alterações

na sua grelha salarial decorrente

do aumento do horário de trabalho

para as 40 horas, já têm a garantia

de que serão abertos os concursos

para médicos graduados e para

consultores, permitindo que al-

guns acedam ao topo da carreira.

Em alguns casos, a promoção de-

pende de concurso, noutros o que

conta é antiguidade. Mas nos casos

apresentados pelo Ministério das Fi-

nanças estão em causa promoções,

e não progressões na carreira.

Sindicatos contestam opçãoJosé Alho, dirigente da Associação

Sócio-Profi ssional Independente

da Guarda Nacional Republicana,

lembra que as promoções estão su-

jeitas a vagas e “nada têm a ver com

as progressões”. “Então por terem

sido promovidos ao respectivo pos-

to, os guardas fi cam impedidos de

progredir na carreira? Isso não faz

sentido”, contesta.

Também Júlio Ribeiro, do Sindica-

to Independente da Guarda Prisio-

nal, contesta a opção. “Espero que

OE2018Raquel Martins

Ao longo destes anos, algumas carreiras tiveram a felicidade de ver as suas progressões não congeladas. Essas não vão ser a prioridadeAntónio CostaPrimeiro-ministro

as carreiras sejam desbloqueadas e

que os guardas prisionais sejam co-

locados nos devidos índices. Temos

guardas com 12 anos de carreira que

estão no mesmo índice dos que têm

cinco anos de carreira”, alerta.

As progressões estão congeladas

há mais de uma década e dependem

da avaliação de desempenho (nas

carreiras gerais e em algumas car-

reiras especiais). De acordo com as

estimativas dos sindicatos, mais de

metade dos trabalhadores já têm os

dez pontos necessários para acede-

rem à progressão obrigatória.

O Governo pediu a todos os

serviços e organismos públicos

para enviarem ao Ministério das

Finanças informação sobre o nú-

mero de trabalhadores que reú-

nem as condições para progredir

e os custos associados, mas os da-

O ministro das Finanças, Mário Centeno, vai assumir as negociações com a esquerda na próxima semana

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NUNO FERREIRA SANTOS

dos ainda não forma divulgados.

A estes casos ilustrados pelo Mi-

nistério das Finanças há que juntar

outros que podem também fi car ex-

cluídos do descongelamento nesta

fase inicial, porque tiveram pro-

gressões salariais, decorrentes de

mudanças nas suas carreiras. Foi o

que aconteceu com os técnicos su-

periores do Instituto Nacional que

em 2015 passaram a integrar uma

carreira especial ou os da Direcção-

Geral do Orçamento, da Direcção-

Geral do Tesouro e Finanças e do

Gabinete de Planeamento, que tam-

bém foram integrados numa nova

carreira. Num caso e no outro, as

mudanças traduziram-se num au-

mento de 52 euros no salário men-

sal. com Maria João Lopes

[email protected]

O deputado André Silva, do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), lamenta que o Governo continue

a mostrar-se indisponível para contratar mais vigilantes da natureza no OE2018, além dos 50 previstos no orçamento anterior. “O Governo continua a dizer que não há previsão para, no horizonte de 2018-2019, ir para além dos vigilantes que já estão previstos no último orçamento, isto é, 50. Destes, 20 já foram contratados, faltam 30. Mesmo assim, 119 [efectivo actual] continua muito além das cinco centenas que o PAN defende e dos cerca de 400 que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas defende. Nós iremos insistir”, disse André Silva ao PÚBLICO, no fim do encontro de cerca de três horas com membros da equipa do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Pedro Nuno Santos estava na reunião com o BE).

André Silva também tem dúvidas de que seja contemplado este ano o fim da isenção de IVA para os toureiros (a medida foi chumbada no ano passado). “O PAN teme mais a oposição do grupo parlamentar do PS do que dos ministérios da Cultura e das Finanças”, disse André Silva. Seja como for, não vai baixar os braços. Entre outras medidas, o PAN quer que seja actualizada a tabela de honorários dos advogados oficiosos.

Hoje, PAN e executivo voltam a encontrar-se rapidamente, apenas para trocarem alguns dados. A próxima reunião demorada será entre o final desta semana e o início da próxima. Para já, nada se avançou, o Governo vai analisar as propostas do PAN e os dois lados vão desenhar com mais detalhe as medidas em discussão. M.J.L.

Reivindicações por atender do PAN

Depois de uma reunião de cerca de

três horas e meia, em que pouco se

adiantou de concreto sobre as me-

didas do Orçamento do Estado (OE)

para 2018, o Bloco de Esquerda saiu

insatisfeito com a proposta que o Go-

verno pôs em cima da mesa para al-

terações no IRS. Certo é que o execu-

tivo já levantou o tecto inicialmente

proposto dos 200 milhões de euros,

mas o montante proposto ainda es-

tá longe de conseguir anular, nesta

legislatura, tal como o BE deseja, os

efeitos fi scais produzidos pelo ante-

rior Governo de direita.

Isto signifi ca que o tecto defi nido

pelo Governo, para o alívio fi scal do

IRS, também não rondará os 600 mi-

lhões de euros, verba defendida pelo

BE. Seja como for, apesar de insatis-

feitos, os bloquistas não se dão por

vencidos, uma vez que as negocia-

ções ainda estão longe do fi m. Apesar

de o calendário apertar — o OE2018

tem de ser entregue até meados de

Outubro —, os entendimentos ainda

não estão à vista e haverá mais reu-

niões nas próximas semanas.

Até agora, o Governo não disse

claramente o que pretende fazer em

termos de IRS. Mas ontem, antes da

reunião com o BE, o secretário de

Estado dos Assuntos Parlamentares,

Pedro Nuno Santos, disse à Lusa que

a intenção é que “esta alteração che-

gue a muita gente, nomeadamente

àqueles que foram mais sobrecarre-

gados, a classe média e a classe mé-

dia/baixa”, e falou em benefi ciar 3,6

milhões de agregados. O governante

não adiantou, porém, detalhes.

Mas o número avançado pelo Go-

verno de 3,6 milhões agregados le-

vanta interrogações, quando cruza-

do com as estatísticas de 2015 sobre

quem paga IRS — em cinco milhões

de agregados, apenas 52% pagaram

imposto, ou seja, 2,6 milhões. Isto

signifi ca que há cerca de 2,4 milhões

de agregados não pagaram qualquer

imposto. Como não pagam, não po-

dem ser abrangidos por qualquer de-

sagravamento, a não ser que o execu-

BE continua insatisfeito com a propostado Governo para o IRS em 2018

tivo esteja a ponderar avançar com

uma espécie de crédito fi scal para

estas pessoas, algo que não deverá

merecer a concordância dos bloquis-

tas. O BE quer que os “mais pobres

dos pobres”, dentro daqueles que

pagam IRS, sejam abrangidos pelo

desagravamento, mas terá outros ca-

minhos a propor ao Governo.

Já ao fi m da noite, o Governo con-

fi rmou ao PÚBLICO que o número

avançado por Pedro Nuno Santos e

que foi distribuído aos partidos que

apoioam o Executivo, estava errado,

e que o número correcto, afi nal, é de

1,6 milhões de agregados. Um valor

em linha ao publicado esta segunda-

feira pelo PÚBLICO e que dava conta

das intenções do Governo em desa-

gravar o IRS dos contribuintes que

se enquadram no segundo e terceiro

escalão do imposto.

Uma alternativa proposta pelo BE

na reunião, ao nível da receita fi scal,

para se poder ir mais longe no alívio

da classe média e de quem tem ren-

dimentos mais baixos, é criar receita

com a derrama estadual, imposto pa-

go pelas empresas que os bloquistas

querem ver aumentado.

Aumento das pensõesEm cima da mesa, estiveram outros

temas para além do alívio fi scal do

IRS e das progressões nas carreiras,

os dois dossiês mais quentes destas

negociações. O aumento das pen-

sões, também defendido pelo BE,

foi abordado no encontro com Pe-

dro Nuno Santos, mas só dverá ha-

ver novidades concretas quando o

Ministério do Trabalho for envolvido

nas reuniões. O BE defende um au-

mento, no início de 2018, acima do

que está previsto na lei e que garanta

que quem foi penalizado pelo factor

de sustentabilidade do Governo de

direita possa ser compensado. Os

bloquistas não adiantaram quanto

querem aumentar, até porque no en-

contro o próprio executivo fez um

balanço das actualizações das pen-

sões já previstas na lei e permanece

uma incógnita sobre o valor médio

do crescimento da economia nos

dois últimos anos - se for superior a

2% essa actualização será superior à

infl ação. Para estas contas pesam os

dados relativos ao terceiro trimestre,

o que só se saberá em fi nais de Ou-

tubro ou em Novembro, através do

Instituto Nacional de Estatística.

No encontro, foi ainda aborda-

da a vinculação extraordinária dos

professores precários, que não estão

abrangidos pelo programa de inte-

gração em curso. Tal como já havia

dito o primeiro-ministro, o Governo

voltou a mostrar abertura para aco-

lher a proposta. Resta saber, como

em quase tudo até agora, que modelo

será seguido.

Maria João Lopes

PEDRO ELIAS

O BE exige que os mais pobres dos pobres beneficiem do alívio no IRS

[email protected]

1,6milhões é o númerode agragados familiaresque beneficiarãodo desagravamento do IRSnos escalões mais baixos

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52468a16-6218-4d88-baf9-efc702714606

PS já admite mudar lei para evitar mais cortes de pessoal na PT Trabalhadores da PT ameaçam com nova greve e recurso aos tribunais • Bancada socialista reúne-se com o Governo na próxima semana para estudar alteração da lei • ACT desafi ada a clarifi car relatório Economia, 18/19

Modelo para descongelar carreiras por fechar. Bloco e Governo não se entendem no alívio do IRS p6/7

Regras são dúbias sobre se quadros do ministério poderiam ou não viajar p8

O míssíl atirado sobre o Japão não era a opção mais arriscada p30 a 32

Médicos e forças de segurança arriscam não ter progressões

Código de conduta na Saúde permitia viagens? “Nim”

Coreia apontou ao Japão para evitar Trump, para já

IgrejaPadres com filhos

devem assumir paternidade? “Há mais

de 4000” casos no mundo à espera

de soluçãop10/11

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Enfermeiros apelam a Marcelo face à discriminação do Governo GREVE A Ordem dos Enfermeiros (OE) apelou, ontem, à "interven-ção urgente" do presidente da Re-pública e aponta o dedo à discri-minação do Governo por só recu-sar negociar a carreira de enfer-magem. O Ministério da Saúde permanece em silêncio sobre a proposta de acordo coletivo de trabalho, entregue dia 16, e o Sin-dicato dos Enfermeiros já apre-sentou um pré-aviso de greve para os-dias 11 a 15 de setembro.

Em carta aberta dirigida a Mar-celo Rebelo de Sousa, a bastoná-ria, Ana Rita Cavaco, alerta para o incumprimento do número míni-mo de enfermeiros nos hospitais e nos centros de saúde "para garan-tir a qualidade da prestação de cuidados de saúde". Estima que a situação se agrave, já que há cada vez mais profissionais a manifes-tar a "intenção" de deixar as uni-dades públicas.

Os enfermeiros "estão sem car-

reira, não têm categorias profis-sionais que a OE lhes reconhece, levam para casa menos de mil eu-ros por mês, generalistas e espe-cialistas, os que trabalham 35 ho-ras e os que trabalham 40 horas", sustenta a bastonária. "É a desor-ganização total desde 2005, altura em que fomos alvo de congela-mento salarial", alerta Ana Rita Cavaco, que não se admira que surja o "movimento espontâneo dos enfermeiros especialistas de

Bastonária Ana Rita Cavaco diz

que Governo recusa negociar

saúde materna e obstetrícia" e a recusa de prestar cuidados espe-cializados. O protesto, retomado este mês, está a alargar-se a mais cinco especialidades, acrescenta.

"O Governo negoceia carreiras com outros profissionais de saú-de, por exemplo os técnicos de diagnóstico e terapêutica, mas não quer negociar com a maior classe profissional do Serviço Nacional de Saúde (SNS1". acusa Ana Rita Cavaco. A bastonária garante que não baixará os braços nem aceita-rá "este bloqueio" do Governo em silêncio. Não tendo a quem mais recorrer, deixa um "apelo since-ro" a Marcelo Rebelo de Sousa, para que intervenha na salvaguar-da do SNS. CARLA SOFIA LUZ

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As viagens pagas por empresas tecnológicas envolvem diversos detentores de cargos públicos.

Pau Barrena/Bloomberg

JUSTIÇA

Ministério Público investiga viagens pagas a dirigentes

O Ministério Público decidiu investigar as viagens pagas pela Nos a dirigentes da Saúde e Finanças e está a "recolher elementos" sobre as viagens oferecidas pela Oracle a vários outros responsáveis.

BRUNO SIMÕES brunosimoesO)negocios.pt

Apolémica das viagens pagas pordiversas em-presas tecnológicas e de telecomunicações a

dirigentes públicos chegou à justiça Esta terça-feira, a Pxocuradoria-ge-ral da República (PGR)dissequere-colheu elementos sobre as viagens pagas pela Nos a seis altos dirigentes da Saúde e das Finanças e "decidiu enviá-los ao Departamentode Inves-tigaçãoeAcção Penal (DIAP)de lis-boa com vista a investigação". Adi-cionalmente, está a "recolher ele-mentos" sobre as viagens pagas pela Oracle a outros quadros do Estado, de acordo çom a Lusa.

O caso rebentou no passado sá-bado, quando o Expresso anunciou que uma empresa parceira da tec-nológicachinesa Huawei pagou via-gens à China a cinco dirigentes dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e a um da Auto-ridadellibutária Esta segunda-fei-ra, o Eco noticiou que tinha sido a Nos a financiar essas viagens, uma informação confirmada pelà pró-pria operadora ao final do dia.

"A Nos confirma (...) a existên-cia de um pagamento das viagens aéreas da referida visita a um total de 14 pessoas, sendo cinco dessas colaboradores da empresa. O en-

quadramento deste pagamento en-contra-se ainda a ser apurado", as-sumiu fonte da operadora de tele-comunicações. Em causa está uma "viagem de trabalho a Zhang Zhou e Shenzehen", em Junho de 2015 que "teve como único objectivo par-tilhar com os participantes conhe-cimento e melhores práticas na área da saúde". Além dos dirigentes do Estado e dos cinco colaboradores da empresa, viajaram também re-presentantes de grupos de saúde privados.

Os cinco dirigentes da SPMS, bemcomoopresidentedesta entida-de (que não participou nas viagens), colocaram o lugar à disposição na passada segunda-feira0 ministro da Saúde pediu à Inspecção-geral das ACtividades em Saúde (IGAS) para investigaressas viagens e prefere es-perar pelas conclusões dessa análise para decidir se aceita ou não a demis-são desses dirigentes.

°Observador noticiou, também segunda-feira, que a tecnológica americana Oracle pagou em 2014 viageme estadia aos Estados Unidos a cinco funcionários do Estado que pertencem a estruturas que depen-dem dos Ministérios da Segurança Social, Flna~, Saúde eAdminis-tração Interna. Alguns destes qua-dros haviam também viajado para a China a expensas da Huawei e da Nos, de acordo com o Observador.

Um desses quadros é Carlos Santos, que é chefe de equipa mul-tidiseiplinar de 2.° nível do Núcleo de Sistemas Distribuídos, que já está

a ser investigado pela própria Auto-ridade Tributária, que abriu um in-quérito para "verificação das cir-cunstâncias que levaram à autori-zação e aceitação da viagem em questão" à China.

A ministra da Administração interna anunciou esta terça-feira que pediu à Inspecção-geral da Ad-ministração Interna (IGAI) a aber-tura de um inquérito "com vista ao apuramento de todas as circunstân-cias" relativas à participação de Francisco Baptista, chefe de Equi-pa Multidisciplinar de Sistemas e Produção (EMSP) da Secretaria--geral do Ministério da Administra-ção Interna, na viagem paga pela Oracle. ■

Ministério Público investiga Huawei desde o início do mês

O tema das viagens pagas pela Huawei já está na agenda desde Julho, altura em que o Observador noticiou que a tecnológica chinesa pagou uma viagem à China a diversos políticos e titulares de cargos públicos. Entre eles estavam Sérgio Azevedo, um dos vice-presidente da ban-cada parlamentar do PSD, Luis Newton, presidente da Junta de Fre-guesia da Estrela, Ângelo Pereira, presidente do PSD Oeiras e candi-dato do partido ao município. Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Nuno Custódio, vice-presidente do PSD Oeiras, Rodrigo Gon-çalves, vice-presidente do P50 Lisboa, e João Mota Lopes, ex-director do Instituto de Informática da Segurança Social. A Procuradoria-ge-ral da República começou a recolher elementos sobre o caso no início deste mês e no passado dia 16 anunciou que fez chegar esses dados ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal.

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REACÇÕES

Nos confirma, Ministério Público investiga

A Nos confirmou na segunda-fei-

ra que pagou viagens a 14 pes-

soas. O Ministério Público vai

agora investigar.

A Nos confirma (...) a existência de um pagamento das viagens aéreas da referida visita a um total de 14 pessoas, sendo cinco dessas colaboradores da empresa.

NOS

A ministra da Administração Interna

determinou à Inspecção-geral da Administração Interna a abertura de um inquérito com vista ao apuramento de todas as circunstâncias.

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO

INTERNA

Relativamente às notícias vindas a público no último fim--de-semana, a PGR procedeu à recolha de elementos e decidiu enviá-los ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa com vista a investigação. PROCURADORIA-GERAL DA

REPÚBLICA

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OS MAIS PODEROSOS 2017

4'4 Afirmou-se no último ano corno o ministro mais popular do Governo. Salta 12 lugares no ranking dos Mais Poderosos.

PRIMEIRA LINHA 4 a 9

negociospt e gd c OS Quarta-feira, 30 de Agosto de 2017 Diàrio Ano XVI N.o 3573 € 2.00

Director dl Vai Subdirectores André Vendem Cebo Filipe Tiago Freire

Purihr idade

Governo rasga contrato com a Venezuela Estaleiros de Viana do Castelo têm à venda o aço para construir dois navios encomendados por Caracas. EMPRESAS 18 e 19

ENTREVISTA ANTÓNIO CHORA

Greve na Autoeuropa? "Estou espantado"

"Nunca pensei ver tanta verborreia", afirma o antigo

líder da Comissão de Trabalhadores. António Chora acusa o sindicato afecto à CGTP de "populismo".

EMPRESAS 20 e 21

Viagens da Nos, PSD questiona Huawei e Oracle atraso na no Ministério revisão da Público despesa pública EMPRESAS 22 e EDITORIAL ÚLTIMA 32

KELLY kellyservices.pt

WHERE TOP COMPANIES

GO FOR TOP TALENT

Pensões

Aumentos custam 860 milhões, mas PCP quer mais Despesa da Segurança Social e da CGA vai disparar em 2018.

ECONOMIA 14 e 15

Mercados

Mísseis da Coreia atingem bolsas mundiais PRIMEIRA LINHA 10 a u

Acções

Cotação do BCP cai 13% no último mês MERC. Ao(:

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Viagem de quadros do Ministérioda Saúde exigia autorização superior

NUNO FERREIRA SANTOS

A partilha de conhecimentos na área da telemedicina foi apresentada como justificação da viagem

Pelo menos neste aspecto o Código

de Conduta dos Serviços Partilhados

do Ministério da Saúde (SPMS) é cla-

ro: os convites para viagens devem

ser remetidos ao conselho de admi-

nistração, que as autorizará ou não.

No caso das polémicas deslocações

à China pagas pela Nos, o PÚBLICO

perguntou ontem à assessoria dos

SPMS se o conselho de administração

deu ou não luz verde à aceitação das

viagens, mas a resposta que recebeu

nada esclarece. Apesar disso, é certo

que aquele conselho sabia da deslo-

cação, uma vez que uma das pessoas

que aceitaram a viagem foi o vogal

executivo da administração, Artur

Trindade Mimoso.

O que diz o Código de Conduta

dos SPMS sobre “ofertas, convites

ou benefícios similares”? Que os

“convites para assistência ou parti-

cipação em eventos sociais, institu-

cionais ou culturais, palestras, semi-

nários, viagens ou outros benefícios

similares, ainda que direccionados

a determinado colaborador, devem

ser dirigidos ao conselho de admi-

nistração, para avaliação prévia e

eventual autorização”. A seguir, é

dito que “os colaboradores não po-

dem oferecer, solicitar, receber ou

aceitar, para si ou para terceiros,

quaisquer benefícios, dádivas e gra-

tifi cações, recompensas, presentes

ou ofertas, em virtude do exercício

das suas funções, nos termos legal-

mente previstos” (exceptuam-se “as

ofertas entregues ou recebidas por

força do desempenho das funções

em causa que se fundamentem numa

mera relação de cortesia”).

O PÚBLICO questionou a assessoria

dos SPMS sobre se o assunto foi colo-

cado ao conselho de administração,

se sim, quem autorizou e quando; so-

bre o facto de Artur Trindade Mimo-

so ter sido uma das pessoas que viaja-

ram; e sobre a justifi cação dada para

estas deslocações pagas por tercei-

ros, à luz do Código de Conduta. Mas

a resposta que recebeu foi a de que

“todas estas questões estão em aná-

lise pelas entidades competentes”.

Ao Expresso, porém, que avançou

cluiu um concerto dos Aerosmith.

A mais recente polémica sobre as

viagens não se fi ca pelos funcioná-

rios do SPMS ou da SGMAI. Também

a Autoridade Tributária (AT) está a

conduzir um inquérito por uma

viagem realizada com contornos

semelhantes — neste caso, especifi -

cou o Expresso, o convite foi posto

à consideração dos superiores hie-

rárquicos.

O que diz o Código de Conduta

dos Trabalhadores da Autoridade

Tributária e Aduaneira? Que “os

trabalhadores não devem pedir ou

aceitar presentes, hospitalidade ou

quaisquer benefícios que, de forma

real, potencial ou meramente apa-

rente, possam infl uenciar o exercício

das suas funções ou colocá-los em

obrigação perante o doador”. Que

a “aceitação de ofertas ou hospita-

lidade de reduzido valor (objectos

promocionais, lembranças, ...) não

é censurável se não for frequente, es-

tiver dentro dos padrões normais de

cortesia, hospitalidade ou protocolo

e não for susceptível de comprome-

ter, de alguma forma, ainda que apa-

rente, a integridade do trabalhador

ou do serviço”.

Entre vários outros pontos, no

documento lê-se ainda que “os tra-

balhadores devem agir em todas as

circunstâncias de forma que as suas

acções resistam ao mais rigoroso es-

crutínio público” e que “devem evi-

tar situações que possam dar origem

a confl itos de interesses”. Tal acon-

tece “sempre que os trabalhadores

tenham interesse pessoal ou patri-

monial” naquilo que está em causa,

ou seja, “qualquer vantagem ou o

afastamento de uma desvantagem,

ainda que meramente potencial, pa-

ra si próprios ou para outrem”.

Segundo o código de conduta da

AT, os seus funcionários devem tam-

bém resguardar-se de “situações que

de forma real, potencial ou aparente,

sejam susceptíveis de comprometer

a confi ança pública na sua objectivi-

dade e imparcialidade e, em conse-

quência, na integridade do serviço

público”. Por fi m, “os trabalhadores

não devem pedir nem aceitar quais-

quer benefícios económicos”.

Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde não esclarece se deu luz verde à viagem. Assessoria diz apenas que as questões estão a ser analisadas “pelas entidades competentes”

Caso das viagensMaria João Lopes

Huawei categórica

Empresa garante que não pagou viagens à China

Um mês depois de o Observador ter noticiado as viagens à China feitas a convite da tecnológica

Huawei e um dia depois de a empresa de telecomunicações Nos ter assumido que pagou essas viagens, a Huawei Tech. Portugal Lda reafirmou ontem estar “disponível para prestar, em sede própria, todos os esclarecimentos necessários, tal como foi referido, em comunicado no dia 2 de Agosto de 2017”. Num comunicado enviado às redacções, a empresa clarifica pela primeira vez que “não pagou qualquer viagem à China”.

“A Huawei recebe entidades públicas e privadas oriundas de todo o mundo com quem

partilha os mais recentes desenvolvimentos na indústria das tecnologias de informação e comunicação como são o caso de 5G, das Smart Cities, da Safe City, da Internet das Coisas e da Industria 4.0”, escreve a Huawei.

“Estas visitas, exlusivamente de trabalho, assim como a necessária hospitalidade, têm como único objectivo a partilha de conhecimento, o que constitui uma prática empresarial comum, também em Portugal e na Europa”, acrescenta a empresa. “O nosso foco é, sempre foi e continuará a ser a inovação, o desenvolvimento tecnológico, bem como a partilha de conhecimento e experiência na área das TIC”.

a polémica notícia das viagens pagas,

os SPMS tinham justifi cado as deslo-

cações com “objectivos prioritários”

de adquirir e partilhar conhecimen-

tos sobre “os recursos, modelos e es-

tratégias diferenciadoras utilizadas

no âmbito da telemedicina”.

Este caso está a ser investigado pe-

lo Ministério Público e pela Inspec-

ção-Geral das Actividades em Saúde

(IGAS) Os funcionários já colocaram

o lugar à disposição, mas o ministro

Adalberto Campos Fernandes quer

aguardar pela conclusão do inquérito.

O que está em causa são as notí-

cias do Expresso e, depois, do jor-

nal Eco de que funcionários do Minis-

tério da Saúde teriam ido até à China

em viagens oferecidas pelas Huawei e

pela Nos — e pagas pela segunda, que

é parceira da empresa chinesa.

Ontem também a ministra da Ad-

ministração Interna avançou com

um pedido de inquérito à Inspec-

ção-Geral da Administração Inter-

na sobre o caso do funcionário da

secretaria-geral daquele ministério

que viajou para os EUA, a convi-

te da Oracle, viagem essa que in- [email protected]

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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52468a16-6218-4d88-baf9-efc702714606

PS já admite mudar lei para evitar mais cortes de pessoal na PT Trabalhadores da PT ameaçam com nova greve e recurso aos tribunais • Bancada socialista reúne-se com o Governo na próxima semana para estudar alteração da lei • ACT desafi ada a clarifi car relatório Economia, 18/19

Modelo para descongelar carreiras por fechar. Bloco e Governo não se entendem no alívio do IRS p6/7

Regras são dúbias sobre se quadros do ministério poderiam ou não viajar p8

O míssíl atirado sobre o Japão não era a opção mais arriscada p30 a 32

Médicos e forças de segurança arriscam não ter progressões

Código de conduta na Saúde permitia viagens? “Nim”

Coreia apontou ao Japão para evitar Trump, para já

IgrejaPadres com filhos

devem assumir paternidade? “Há mais

de 4000” casos no mundo à espera

de soluçãop10/11

Festival Veneza com vista paraos Óscares e uma luz portuguesaDestaque, 2 a 5

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Fábricas centenáriasCom a América aos seus pésCaderno especial diário

De

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

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NACIONAL| Redacção/Lusa |

Investigadores portugueses criaram um

aparelho que usa sondas oftalmológicas e

ultra-sons de alta frequência para a detec-

ção precoce de cataratas.

O projecto surgiu de uma investigaçãocom elementos do Instituto de Telecomu-nicações e da Faculdade de Ciências eTecnologia da Universidade de Coimbra.

Com testes realizados com olhos de suí-no e de ratos, conseguiu-se uma taxa deêxito de 99,7% na caracterização de cata-ratas. O próximo passo é conseguir par-

ceiros para colocar o dispositivo no mer-cado, descrito pela equipa como “umaferramenta de diagnóstico simples, robus-ta e de baixo custo”.

Segundo a Organização Mundial deSaúde, em 2020 serão 40 milhões de pes-soas afectadas pela doença, que pode pro-vocar perda de visão, uma vez que impli-ca que o cristalino do olho fique opaco.

Um dos investigadores envolvidos, Mi-guel Caixinha, afirmou que conhecer aextensão dos danos provocados pela cata-rata é essencial para as operações cirúrgi-cas serem precisas e usarem a quantidadede energia certa.

Nova ferramenta paradiagnosticar cataratas

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País: Portugal

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Âmbito: Regional

Pág: 37

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SAÚDE| Redacção/Lusa |

O recurso à telemedicina para tratar doen-

tes com insuficiência cardíaca reduz em

55% o número de internamentos, com

idêntico reflexo na diminuição de custos,

segundo um estudo ontem apresentado no

Congresso Europeu de Cardiologia, em

Barcelona. O estudo foi realizado em Es-

panha e analisou 116 doentes com dois

subtipos de insuficiência cardíaca. Segun-

do o médico Santiago Jiménez, um dos

autores do estudo, a introdução da tele-

medicina veio reduzir os internamentos e

também os custos associados. A telemedi-

cina aplicada a doentes com insuficiência

cardíaca consiste na realização de consul-

tas médicas através de videoconferências,

em conjunto com a monitorização à dis-

tância de diferentes variáveis, algumas

das quais devem controladas diariamente.

Telemedicina para reduzir riscos

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 47

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ADSE REDUZIR DESCONTOS A lista F ao Conselho Geral e de Supervisão da ADSE pro-pôs ontem a redução das contribuições para a ADSE dos atuais 3,5% para 2,5%.

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

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Crianças Um quinto com danos oculares

• Uma em cada cinco crian-ças sofre de problemas oftal-mológicos. alertou a Socieda-de Portuguesa de Oftalmolo-gia, avisando que a situação pode piorar com muitas horas a olhar para écrans. "As horas em contacto com dispositivos eletrônicos e exposição a ecrãs podem ser prejudiciais", disse Alcina Toscano.

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Mochilas das crianças estio mais pesadas do que há 14 anos, apurou a Deco

Nennana Cnce hermana.cruniajn.pt

palmearas

Deco Estudo revela que 66% das crianças transportam mochilas demasiado pesadas

Alunos chegam a carregar 11 kg de material escolar

► A mochila típica de um estu dante português pesa 5,79 quilo gramas. Mas há casos de alunos que carregam 11 quilogramas de material escolar. Essa foi a conclu-são a que chegou a Deco Proteste num estudo, divulgado ontem, so-bre o peso das mochilas, segundo o qual 66% das crianças transpor-tam mais peso do que deviam su-portar.

A Associação de Defesa do Consumidor voltou às escolas para pesar crianças e as suas mo-chilas e "à semelhança do que

Entre os 10 e os 13 anos • O estudo da Deco Proteste foi efetuado, em março, em seis escolas públicas e privadas da Grande Lisboa. Foram pesadas 174 crianças, entre os 10 e os 13 anos, e as suas mochilas.

Mais 1" quilogramas • 0 peso médio da mochila de um aluno do 7.° ano é de 5,79 quilogramas, mais 1,29 quilo-gramas do que aquele que devia suportar, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde.

aconteceu em 2003, o estudo re-velou que mais de metade das crianças carregavam mais peso do que o recomendável. Os números são difíceis de ignorar: 66% das crianças transportavam nas mo-chilas mais do que 10% do peso corporal".

Ou seja, apesar de o problema já ter resultado numa iniciativa legis-lativa e numa petição pública em apreciação no Parlamento, a situa-ção piorou face a 2003, altura em que a Deco apurou que 53% dos alunos carregavam mochilas com peso a mais. "Desta vez, 66% trans-portavam às costas mais quilogra-mas do que os recomendáveis. O total de alunos que levava às cos-tas mais de 20% do peso corporal também aumentou: de 4,5%, em 2003, para 16%. em 2017", revela.

Dai que. para a Deco, o diploma sobre a desmaterialização de ma-nuais e outros materiais escolares, promulgado pelo presidente da República, é ainda "um ponto de partida" num processo de refor-mulação da escola. Por isso, a De-co vai enviar o estudo para o Par-lamento e pedir uma audição na Comissão de Educação.

"As políticas dos progra-mas/conteúdos, dos manuais e das condições escolares também devem ser consideradas", concor-da o presidente da Confederação de Associações de Pais (Confap), Jorge Manuel Ascenção. •

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Ensino Crianças carregam 11 kg de material escolar dentro da mochila Página 10

Operação Marquês José Sócrates conhece acusação até novembro Pagma 13

França Polida admite que menina portuguesa possa ter sido raptada Pagina 29

Caso dos emails F. C. Porto aponta ligações de Bruno Paixão às águias Página 41

Benfica Queixa do Sporting resulta em castigo de 67 dias para Vieira Pagina 42

Seleção Azar de João Cancelo vale prémio a Ricardo Pereira Página 44

Red Bull PSP em alerta máximo e com todos os meios mobilizados Paginas 18 e 19

Quarta-Mia 30 de agosto 2017 • Invw.ja.pt • Cl • IMO • Ing133 • IlltiNNonso Camões • IIME•aearka Domingos de Párade • atirei Daid Ponte% Inês Cadeso e Pedm Cambo • Miei le lie Pádimerel

Mais de 30 políticos investigados por viagente,

Jorna de Notícias

manam pata a ;nas& nos rios

tm foto a Douto

Rios com-caudais no mínimo Especi.}1;stasexem revisão de acordos

corft Egafirgtie esta a barrar passagem da agua Pescas, restauração e turismo afetados

• Relação do Porto anulou provas e obrigou juizes a reformular o acórdão

• Arguidos recebiam luvas de contribuintes para adulterar rendimentos página 14

Condenação de funcionários das Finanças travada por escutas ilegais

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O Zoom // Entrevista

Pediatra com mais de 30 anos de consul-tório, nunca deixou de querer saber mais, sobre tudo um pouco. Nos últimos anos tirou um curso de história de arte e até aprendeu a tocar violino. Para a ren-trée, preparou um livro sobre vacinas c

está a escrever outro sobre pais sem pres-sa, contra as marato-nas sem meta à vista.

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Pediatra admite-se apreensivo com as

gerações mais novas e com a sociedade

do agora. Para a rentrée, prescreve

mais filosofia

Mário Cordeiro. "Não é por acaso que uma pessoa se revela narcisista aos 20 ou 30 anos" MARTA E REIS [email protected] MAFALDA AZEVEDO (Fotografia) [email protected]

Aos 61 anos, Mário Cordeiro mantém o consultório na Av. Guerra Junqueira mas são variados os interesses. Dos pro-jetos editoriais aos passeios com a Ten-rinha, passando pela paixão pela histó-ria de arte, conversar é outras das coi-sas que gosta de fazer. Foi assim, ao sabor do tempo, numa manhã de verão em Lis-boa. Pai de cinco filhos, três a passar pela adolescência, o pediatra admite que a pedalada é diferente e os desafios tam-bém, mas a idade trouxe-lhe mais calma e sabedoria. Nos últimos tempos, sente-se um bocado pessimista com o rumo da sociedade e um certo umbiguismo dos mais novos. Disciplina-se desde cedo, avisa, sob pena de estarmos a criar uma geração de narcisistas.

É médico pediatra há mais de 30 anos. Tem cinco filhos, cinco netos. Ainda se surpreende com as saídas das crianças? Acho que sim. Surpreendo-me sempre com o ser humano e com a sociedade, em constante mutação, com coisas inimagi-náveis há meia dúzia de anos. Como as pessoas resultam muito da sua interação com o contexto em que vivem, é natural que acabem por mudar. Com toda a informação e estímulos, • podémos dizer que hoje os miúdos estão mais espertos? Não acho que isso seja verdade. Se calhar, para os nossos avós que só tinham uma telefonia, sabermos agarrar num coman-do de televisão e mudar de canal, mes-mo antes desta parafernália de canais. era capaz de gerar a mesma reação de espanto que hoje temos com as coisas que os miúdos são capazes de fazer. Mas não acho que os miúdos sejam mais inte-ligentes. Têm um enorme acesso a infor-mação, muitas vezes de mais. Uma infor-mação que não chega a pouco e pouco, vem em catadupa. Coisas de menor de dimensão, não digo um acidente na Madei-ra, mas algumas coisas que hoje chegam na hora demorariam uma semana a ser conhecidas. E isso traz consigo o quê? Há um apeio maior a estarem informados. a procurar informação. Agora perceber o que se está a passar, saber rriativizar, aí é que falha e isso não mudou. Mesma a rela-ção com a tecnologia não terá nada de espe-cial. Muitas vezes ouvimos dizer que o cére-bro funciona como o computador... É o computador que funciona como cérebro.

É uma extensão do cérebro em termos de funcionamento e isso leva a que quando estamos a pensar em alguma coisa, se pudermos materializar esse raciocínio puxando o rato para um lado ou deslizan-do o dedo, vamos fazê-lo. É intuitivo, os nossos avós e bisavós é que não o tiveram. Ainda assim, uma das constatações dos mais velhos é que hoje os recém- nascidos até abrem os olhos mais cedo. As pessoas é que não estavam despertas para que um bebé pudesse abrir os olhos tão cedo. Há pais que me perguntam: "Quando é que o nosso bebé começa a ver?" Vé ainda antes de ter nascida É um dado cientifico irrefutável. Os bebés não mudaram, as pessoas é que não lhes liga-vam como ligam hoje. O conceito era: o bebé come e dorme, interessa que esteja quentinho, mudar a fralda e dar-se uns mlminhos, mas nos primeiros tempos era um sujeito passivo do amor dos pais. Só mais tarde, quando sua excelência come-çava a barafustar, ali a partir dos seis

meses, é que se dizia que o bebé espevi-tava, isto quando desde o início vê, ouve, tem competências. A sociedade hoje dá mais atenção às crianças e, com isso, elas começam cedo a apreender tudo. Um bebé está aqui e olha para esta lata de Coca-Cola. Se nunca lhe disser o que é, não sabe. Se convive com os pais, se vê o pai pedir uma cola, vai identificando a lata, ligan-do as coisas. As crianças hoje têm esta excelente oportunidade de conviver com o mundo adulto, os pais falam mais com elas e elas vão pescando mais informa-ção. Antes ninguém lhes explicava nada, é só essa a diferença. Sente que já existe essa perceção generalizada da mais valia dos

estímulos? Às vezes até aquela pressão do "se não fizer isto o meu filho vai ser um burro"? Cada vez mais, às vezes em excesso. Pode-rá haver exceções, mas acho que a maior parte dos pais já sabe que uma criança tem bastante para dar e se, puxar por ela, terá mais hipóteses. Como um jogador de futebol ou qualquer talento: é preciso trei-no para dar alguma coisa. A partir de que idade é que uma criança começa a ser manipuladora? Desde cedo, mas isso é o normal. Em qual-quer situação, uma pessoa tenta ver como conseguir o melhor para si. Um bebé a partir dos nove meses, um ano - quando já passou à história aquela angústia de saber se vai comer ou não, se estão garan-tidas as suas necessidades básicas - come-ça a sentir maior autoestima. Começa a perceber que consegue fazer muitas coi-sas em termos corporais, que consegue comunicar mesmo que atabalhoadamen-te. De repente sente: "Afinal não sou um

suplente da equipa B, estou em campo na equi-pa A". e isso dá-lhe uma pujança ao ego incrível. Numa fase em que uma criança se vê a partir de si, em que acredita que o seu umbigo é o centro de tudo e que é a pessoa mais importante do uni-Nemo, começa essa morá-Pulação- E depois quan-do os adultos pedem uma gracinha, para bater pal-minhas, o artista sente-se ainda mais no centro do palco e vai tentando fazer o que quer. Perce-be que há um caminho a percorrer, coisas a con-quistar e começa a ver os tnmfos que tem. Aque-

le arzinho, o choro, a tossezinha para inter-romper o pai e a mãe quando sente que não é o centro das atenções, os guinchos. É tudo para testar até que ponto é capaz de manipular. Vê-se muito quando caem e reforçam a situação de fragilidade com aquele "dói dói dói". Educa-se a partir dessa idade ou é deixar passar essas primeiras fitas? Acho que deve haver traços de educação coerente e consistente ao longo do tem-po. Não é por acaso que uma pessoa aos 18, 20 ou 30 anos se revela ou se constitui uma pessoa narcisista, sem empada. Mas esse traço de personalidade já nasce cm parte connosco, não? Qual é o peso da educação?

Toda a gente pode ser um narcisista. Cla-ro que há fatores intrínsecos ou extrínse- cos que podem levar isso a agravar-se ou não, mas vem sobretudo da falta de limi-tação externa. Todos nós somos candida-tos, uns mais ou menos, mas todos preen-chemos o papel de candidatura para ser-mos tiranos. Felizmente, depois, os nossos pais, a sociedade e até o nosso superego, o nosso polícia interno, intervêm: as pessoas aprendem que não é caminho e percebem que, além disso, não se iam sentir muito felizes. Agora isto reprime-se desde cedo. Como? O tal bebé que comeu, que está bem dis-posto no chão a brincar. Os pais finalmen-te vão para a mesa jantar e estão descan-sados. O bebé vê aquela cena e pensa qual-quer coisa do género: "Olha-me aqueles meus dois escravos a libertarem-se" e começa numa guincharia. Aí não há hipó-tese: os pais têm de dizer "xiu, caluda. Ago-ra estou a falar com a mãe e tu estás cala-do". E mesmo que a criança continue a chorar, naquela vitimização de que nin-guém gosta dela os pais devem continuar a conversar sem dar muita atenção, sem se enervarem muito nem entrarem tam-bém naquelas grandes explicações: "não vês que eu tive um dia muito dificil no tra-balho, etc.." Não é pedagógico? Às vezes há essa tentação de falar com eles como se fossem mais crescidos. Entrar nessas explicações que a criança não percebe não é muito produtivo, não percebe. Depois, quando os pais são mais assertivos em público, acabam por surgir uns olhares recriminadores. Por exemplo, se uma criança desata aos berros no supermercado e se tenta dizer "parou". É como se estivesse instalada uma certa vigilância_. Há uma certa vigilância que me parece idiota. Lá estão as mudanças na socieda-de. Passou-se de um país onde se podia bater, zurzir e queimar crianças que nin-guém se metia - e os vizinhos até sabiam mas "era lá com eles"- para um país onde há leis e regras contra os maus tratos infan-tis mas as pessrs estão muito mais indig- • nadas e intrometidas. Exagerou-se. Pas-sou-se de ver um pai espancar um filho e ninguém intervir para ver-se um pai que fala mais rispidamente e meterem-se logo na conversa a perguntar se aquele pai não esta a ser demasiado duro com o filho. De onde vem essa inversão? De uma certa vontade de fazer o bem, cer-tamente, mas também de protagonismo e de necessidade de censurar o outro.

continua na página seguinte »

"Passou-se de ver um pai espancar um filho e ninguém intervir para não se poder falar mais rispidamente "

"É preciso acabar com as aulas de hora e meia. Ao fim de uma hora é uma sova de cadeira"

"As pessoas organizam muito mal as férias. Parece que há uma vergonha de dizer não fui ao Algarve, não fiz uma viagem, não fui às Seychelles"

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Zor Entrevista

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Acha que as redes sociais, tendo dado microfone a toda a gente, acabaram por alimentar essa imiscuição na vida dos outros? Também. As pessoas gostam de ser justi-ceiras. Apanham ali uma cena que nem viram desde o início mas fazem logo o seu statement e depois voltam as costas com ar de Lucky Luke. Há uma tentativa maior de proteção das crianças do que havia no passado. Tem o efeito desejado? Acho que com a voragem do tempo e com a autonomia que conquistam nas redes sociais está a haver um certo para-doxo: têm muita informação mas esque-cem-se de que a informação, só por si, não vale nada. Precisam de experiência e sabedoria. E depois acham que sabem muito, e como sabem muito, podem atuar pensando pela sua cabeça, mas não podem porque não têm maturidade. Há crian-ças de 12 anos que são mais altas do que a Marta. Porque não podem conduzir um automóvel? Se calhar usavam melhor toda a tecnologia. Não podem porque não têm uma visão sistémica esqueciam-se da pessoa que vai atravessar a estra-da, do semáforo. Essa visão de ecossis-tema não é algo que um adolescente pos-sa ter. E, de facto, eles conseguem fazer tudo nos computadores, mas depois fal-ta-lhes essa visão e esse filtro. A autono-mia a navegar não é acompanhada de unia autonomia no pensar, no estrutu-rar ideias e na tomada decisões. Resul-tado: temos bebezolas enormes conven-cidos de que sabem tudo e que vivem muito no hoje, no agora. É levantarem-se de manhã, aguentar uns "stõres" pelo caminho e depois dominar nas redes sociais e as mensagens. E os pais? Muitos pais deixam andar e vai faltando uma visão mais a médio prazo. É impor-tante uni jovem ter noção de que o seu percurso escolar se dirige algures e o que é que pretende desse algures. Tomar deci-sões, pensar a médio prazo não é compa-tível com querer viver só o hoje. Os adolescentes não foram sempre um bocado inconsequentes? Não tanto, parece-me. Os pais acabavam por estar mais disponíveis para coisas tão simples como ensinar a mudar um pneu de um carro ou a construir um móvel e apli-car bondex. Há coisas que se perderam. Mas não será também porque hoje os sonhos parecem mais dificeis de concretizar, maior precariedade no trabalho.

Não creio. O que acho é que se contempo-riza hoje mais com a falta de rigor e com o "tanto faz como fez". Em coisas peque-nas. Ali perto de casa há uma zona de cal-çada portuguesa que tinha uni desenho simétrico. Quando vieram arranjar umas caixas e foi preciso calcetar de novo, puse-ram tudo à balda Nem é uma questão de esforço, porque pôr as pedras de uma maneira ou de outra ia dar ao mesmo, mas é uma questão de brio e de perceber que havia ali um desenho que era importan-te completar. Mesmo que isso não interes-sasse nada ao calceteiro. De onde acha que vem essa erosão do brio da sociedade? • Odeio generalizações, mas vem muito da família, da escola e da sociedade, deste viver apenas o hoje. É uma sociedade que se está a demitir de reconhecer o brio, desde miúdos. Limita-se a estas coisas dos rankings, dos quadros de honra, que são sempre instrumentos muito envie-sados dependentes de duas ou três disci-plinas e que não avaliam o estudante como pessoa. Vive perto de uma escola pública que este ano esteve no centro de uma polémica na altura de inscrições, com suspeitas de moradas falsas. Como vê esta corrida ao Liceu D. Filipa dc Lencastrc? Há outros casos assim t m Lisboa, no Porto ou em Coimbra. São escolas que atingiram patamares dc excelência edu-cativa, mesmo que os alunos digam sem-pre que há "stôres" horríveis. O facto é que há escolas e escolas e esta é uma boa escola. Conheço bem, os meus filhos estudaram lá. Percebe os pais que sentem a tentação de apresentar uma morada falsa? Percebo que exista uma tentação de pen-sar em fazê-lo. Sobretudo se unia pessoa

"Vivemos numa sociedade que se está

a demitir de reconhecer o brio. Limita-se

a rankings"

"Um bom professor não tem de ter medo de estar

a falar de matemática e parar para comentar um

golo do Ronaldo"

A Tenrinha não é como um filho, mas é família. Para o pediatra, a ligação aos animais faz parte de

algo maior, uma manifestação de respeito pela natureza que é, ao

mesmo tempo, respeito pela humanidade. E ajuda a pôr a vida

em perspetiva, perceber o quão passageiros somos

até vive perto e vai demorar mais tempo no tránsito para pôr o filho na escola dele e que nem tem tantas atividades. Se o cri-tério é a morada, deixa-me cá arranjar... As pessoas obviamente fazem-no. Não é legal, mas como toda a gente faz... E sobre-tudo porque há unia sensação de injusti-ça se morar naquela rua pode e naquela outra já não pode. Não é preocupante que se formem depois estes guetos de bons alunos, escolas muito concorridas e outras que ficam com os alunos que sobram? Acho que não se formou um gueto. Esti-ve na associação de pais durante nove anos e o que conseguimos foi desenvolver mui-tas atividades extracurriculares em con-junto e ir além das disciplinas centrais. E isso é replicável em todas as escolas, mesmo em bairros mais problemáticos? Esta é uma zona de Lisboa com maiores rendimentos. Creio que aqui mais de 90% dos pais têm licenciatura, mas acredito que é possível. Não é urna licenciatura que dá capacida-de de empada, de solidariedade. É preci-so olhar mais para os alunos, perceber de que é que eles precisam, repensar a for-ma como se dá aulas. Parece-me que a imaginação dos professores tem de melho-rar uni bocadinho cm muitos casos. E depois os pais podem formar associações, mobilizar-se. Em Lisboa há protocolos com as cOmaras para financiar as ativida-des extracurriculares. Se a escola não tiver ninguém disponível para fazer esse traba-lho, vai contratá-lo a uma empresa, que cobra x por esse serviço. Se a associação de pais gerir esse dossié já sobra mais dinheiro para aplicar nas atividades. Mas pais de uma boa escola se calhar estão mais motivados. Isso tem muito que se lhe diga. Quando estava na associação de pais da EBI eram 400 alunos, 800 pais e mães, e apareciam à roda dc 10 a 15 pessoas. E digo-lhe, mui-tas vezes era angustiante. Éramos mais da associação do que os pais a aparecer. Os pais nunca foram muito às reuniões. Gostam que se faça, mas não aparecem. Claro que às vezes a pessoa pensa: para que estou aqui em vez de ir para casa? É o tal espirito de missão. E quando há ideias giras e isso tem algum eco na direção das escolas, mais motivação ainda. No fim do ano letivo, uma das suas crónicas no i condenava a postura de Mário Nogueira e da FENPROF por terem feito greve num dia com exames. Vê nos professores um dos problemas do ensino? Conheço professores excelentes e profes-sores horríveis. Acho que a posição do sin-

dicato é constantemente de defesa de uma série de coisas que compreendo que pre-cisem de ser defendidas, mas se calhar devia haver unia Ordem dos Professores, para se focar mais na parte pedagógica e académica, para ver como os alunos pode-riam aprender mais. São, ainda assim, uma profissão uni pouco maltratada. Suportar grandes deslocações, estarem até a última sem saber onde ou se vão ser colocados. Isso sem dúvida, relatos como vemos de professor es que se levantam às 5 da madru-gada para ir dar aulas são inacreditáveis. E não percebo como é que estamos para começar as aulas e nem osprofessores sabiam onde iam estar colocados, nem os pais sabem os horários. Sendo o número de alunos algo bastante previsível, tiran-do uma criança ou.outra que emigra ou muda de escola, em abril devia-se fazer logo tudo para que as pessoas, quando fos-sem de férias, soubessem mais ou menos com o que contar. Esta instabilidade não contribuirá para uma depreciação do papel do professor? Parece-me que contribui para uma certa desvalorização. Mas há muitas coisas que deviam mudar•. Em primeiro lugar é erra-do que continue a chamar-se Ministério da Educação e que não seja Ministério do Ensino e da Aprendizagem. Isso fazia logo Página 29

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a diferença. Educar remete para uma rela-ção paternalista quando não é isso que se pretende. Depois creio que as matérias deveriam ser reduzidas no sentido de per-ceber o que interessa saber. Multiplicar potências: para que é que isso serve em termos práticos? Podemos sempre argumentar para que servem outras matérias em termos práticos, a História... É diferente. A História serve de contexto. mostra como o ser humano interage em sociedade. Agora, multiplicar potências... Depois é preciso acabar com aquelas aulas

"A escola tem de dar competências, potenciar os talentos. Se é só para despejar a informação,

há a internet"

"A internet não ensina.

Permite saber tudo, mas não

fornece as ligações"

de hora e meia em que os alunos, coita-dos... Quando vou às reuniões de pais sen-to-me naquelas cadeiras e. passado uma hora, é uma sova de cadeira. Quanto tempo é que um miúdo está concentrado? Uns 16 a 18 minutos. Isso também não dava para nada. Não era preciso acabar a aula, mas fazer uma pausa ali ao fim de um quarto de hora, dizer agora vamos lá espreguiçar-nos, falar de outra coisa qualquer. Um bom professor não tem de ter medo de estar a falar de matemática e parar para comentar um golo do Ronaldo no dia ante-rior, o atentado em Barcelona. Tem um professor que o marcou? Tive vários. Tive o Rómulo de Carvalho no Pedro Nunes, que fazia as coisas assim. O Jaime Leote a Matemática Porquê esses e não outros? Íamos para as aulas deles com gozo. Íamos aprender. Hoje os miúdos conseguirão ter esse sentimento? Conseguem ir à Internet ver tudo. A internet não ensina. Permite saber tudo, mas não fornece as ligações. Antes o pro-fessor era a fonte principal de informa-ção. Uma pessoa que soubesse ler, escre-ver e contar tinha mais hipóteses de pas-sar de uma profissão no campo para outra com melhores perspetivas. Bastava. Isso

hoje é um dado adquirido, o ensino tem de mudar. O que é preciso é dar compe-tências, potenciar os talentos. Porque é que os alunos têm todos as mesmas maté-rias? Porque é que não há mais aulas inter-ligadas? Não fazia mais sentido as Inva-sões Francesas serem dadas pelos profes-sores de História, Português e Francês em conjunto? Creio que é necessário interli-gar mais as coisas. Porque se é só para despejar a informação, é como diz. há a Internet. E depois acho que seria preciso refletir sobre onde é que estes miúdos que têm hoje 15, 16. 17 anos vão estar daqui a 20 anos e de que é eles vão precisar. As profissões do futuro? Sim. Podemos falhar nessa análise, mas já temos alguma noção. Tivemos alguma disrupção,mas mesmo na tecnologia ulti-mamente não tem havido nada de muito novo. E mais assustador para mim: há décadas que não há uma ideia filosófica nova. Produzem-se teorias económicas, produzem-se vipes do "morte ao estran-geiro/venha o estrangeiro"... Como a turismofobia em Lisboa. Sim. Fsta discussão do "és pró ou contra" turistas é um disparate. Não se deixa contaminar? Não, pelo contrário. Pois se eu adoro ser turista, não havia de gostar que os turis-tas viessem ao meu país? Na minha rua já há oito alojamentos locais A p ~ir a

Ten rinha à noite era o deserto total e ago-ra é menos, sinto uma maior segurança. Mas o que queria dizer é que temos estas reações umas atrás das outras e menos reflexões de fundo sobre quem somos, para onde vamos. Está-se a viver o dia a dia sem pensar globalmente. Era preciso mais Eduardos Lourenços. O que mudou? As pessoas distraíam-se menos. Não eram tão forçadas a pensar sobre os casos que se sucedem, sobre o debate do momento. Às tantas cansa. Vivemos este verão o drama dos incêndios. Perdeu um familiar bombeiro. Vivi-o de perto e sinto que muitas vezes a discussão devia ser mais contida. Como no terrorismo. Mesmo antes de Barcelo-na todos os dias havia uma notícia de fula-no que esfaqueou, atropelou. À boleia do terrorismo noticia-se tudo e questões como a violência doméstica, que continua a exis-tir, ficam para um segundo plano. A discussão mediática diz alguma coisa às famílias enlutadas? São esferas diferentes. É evidente que tem de se perceber tudo o que se passou para que não se repita, como em qualquer coi-sa que corre mal, mas isto evidentemen-te demora tempo. O timing das famílias

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i:ontinudi,.ro da r);roirld anterior

não é nem podia ser o timing da investi-gação. Para a família, a dor é tão grande que a pessoa tenta arranjar explicações, responsabilidades, como quando se tem uni cancro e se pensa se o médico não podia ter visto mais cedo a massa. Mas é demais. Veja-se o caso do avião que ater-rou na praia No próprio dia passados minu-tos já havia especialistas em brevês a dizer tudo e mais alguma coisa, como se pudes-sem saber ao certo o que se passou. Esta discussão piora o luto das famílias? Piora, sem dúvida Para não falar de quan-do dá ideias, basta ver os casos em que pessoas com problemas mentais copiam ataques com facas e carros, mesmo sem uma intenção terrorista Ou a transmis-são dos fogos nos casos dos pirómanos. Uma vez vi um pirómano falar do prazer de ver as labaredas. Ele não via a floresta a ser destruída, falava do cheiro da lenha a queimar, daquele crepitar, uma expe-riência sensorial que lhe dava prazer. A televisão ao transmitir isto, na minha opi-nião, potencia novos casos. E há outros efeitos colaterais. As pessoas ficam assus-tadas e até se sentem quase complexadas de estar a desfrutar das férias. E depois tudo o que é em overdose dessensibiliza. O nosso sistema imunológico funciona

assim. As pessoas estão muito alérgicas aos ácaros fazem vacinas até saturar o mecanismos de resposta. Aqui acontece exatamente o mesmo. Qual é o perigo da dessensibilização? É a banalização do mal de que falava Han-nah Arendt. Um certo alheamento. Esta repetição até exaustão das mesmas ima-gens não faz nada bem. Andamos a dizer aos pais que deve haver poucos estímulos antes de ir dormir, uma história para ador-mecer e depois os adultos vão para a cama assustadíssimos à espera que rebente a bomba. Dormem mal, andam irritáveis. Isto é acentuado no meio urbano. No meio rural, acha que aquelas pessoas estiveram a noite toda a ver os debates na televisão quando têm de acordar cedo para ir para o campo? Estamos a terminar o período de férias. Parece um paradoxo, mas para muitas famílias são um período de stress. São. As férias não deviam ser uma repeti-ção da vida do dia a dia. Deviam ser um polo endorfinico, de calma, para quem tem um polo adrenalínico no dia a dia Ou o contrário, para quem tem um dia a dia mais tranquilo. O que se passa é que as pessoas organizam muito mal as férias. Planeiam tudo, o hotel, a praia, o sítio, mas não pensam naquilo de que estão a preci-sar fisica e psicologicamente. Parece que

há uma vergonha de dizer não fui ao Algar-ve, não fiz uma viagem, não fui às Seychelles. E depois esgotam-se nisso, mais no dinhei-ro que têm de arranjar. Como vivemos numa época de muito show off, de selfies, de mostrar nas redes sociais onde esta-mos, dizer que estou no Geres tem menos sucesso do que dizer que estou nas Seychelles. Então se a pessoa puser que ficou em casa a dormir ou foi passear o cão... Pensam que está deprimida. Possivelmente. E depois, como as pessoas vão ver o número de likes e comentários,

"Esta discussão do 'és pró ou contra' turistas

é um disparate. Dantes ia passear a Tenrinha à

noite e era um deserto"

"Vivemos numa época de muito show off. As

pessoas sabem o que foi bom ou mau consoante

os likes que têm"

o "ah que lindo", "que inveja", com não sei quantos "eeee", é uma ditadura terrível. As pessoas não são verdadeiramente livres: só sabem o que foi bom ou mau consoan-te os likes que têm. Perde muito tempo com as redes sociais? Zero. Tenho uma página de Facebook onde não meto nada, as pessoas é que de vez cm quando metem lá coisas. Nem a seguir os seus filhos? Os mais velhos não metem grandes coi-sas, os mais novos menos. É mais o Insta-gram, gostam de fotografia. Os mais novos já têm telemóvel? Os mais novos têm 14, já têm. Mas tento passar-lhes que há mais coisas a fazer, nomeadamente ler, ir passear o cão, con-versar. Interagir. É fácil fazer a gestão enquanto pai? Tem de ser pelo exemplo. Nem eu nem a minha mulher andamos no Facebook nem agarrados ao telefone à hora das refeições. Já teve aquela cena de ter pai, mãe e criança de telemóvel na mão na consulta. Já. Numa das crónicas no i escrevi sobre uma adolescente que não largava o tele-móvel. Foi na crónica cm que falava dos pais-multibanco. Muitas crianças veem os pais assim. É "o

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pai dá, o pai compra". Como não sabem

a história da família, não têm sequer ideia

do custo das coisas. Que o avô ou bisavô

nasceu numa aldeia, que ia de bicicleta

na neve para a escola. Não lhes interessa

sequer saber. "Lá vem a historia do pobre-

zinho". Acho mesmo que os jovens estão

a recuperar uma faceta narcísica do "tenho direito a tudo". Não será um gap geracional... está a ficar mais velho, menos tolerante com

as falhas das gerações mais novas.

'Talvez, mas existem diferenças. Quan-do éramos miúdos tudo era uma opor-tunidade para nós. Quando fazíamos InterRail era com pouco, íamos ao super-

mercado comprar comida, ficamos sen-tados a conversar, a observar as pes-soas. Hoje os miúdos querem mais coi-

sas e ao mesmo tempo são muito mais

apegados aos pais. Sente isso nos seus filhos mais novos?

Sim, talvez. Este ano tentámos mandá-los

para campos de férias, fazer coisas dife-rentes. Se não depois cria-se urna rotina

em que eles acomodam-se a este confor-

to - terem cama e roupa lavada, terem televisão. acesso à internet - e para eles

é o status natural da humanidade. Uma proposta nas suas crónicas era mais trabalhinhos de verão. Sim, não faz mal a ninguém. Uma das

Para o pediatra, os jovens

começam a dar sinais

preocupantes de egocentrismo:

sentem que têm direito a tudo

e desconhecem o valor real das

coisas. Os pais passam a ser uma

espécie de muttibanco.

Um trabalhinho de verão pode

ajudar a trazê-los à terra, recomenda

tarefas deles foi andarem a pintar umas

paredes lá de rasa, a apanhar o lixo. Tem

de ser. Podia pagar a alguém, mas havia

tinta e, em vez de chamar alguém, fize-

ram eles. Até para eles perceberem que

quando tiverem a sua independência eco-

nómica não vão ter dinheiro para tudo,

a menos que ganhem o euromilhões ou façam algum negócio escuro. É fazê-los

perceber de alguma forma que não vão

ter um T4 com vista para o Tejo, vão

arranjar um Ti ranhoso algures e fazer

a sua evolução e isso não tem de os fazer infelizes. Se tiverem uma vida interior

intensa, uma vida cultural e relacional,

serão felizes na mesma. Mas confesso-

lhe que estou apreensivo com as gera-

ções mais novas... Pessimista? Sim, um bocado pessimista com o desinte-

resse e ignorância que se vem instalando.

O que lhe faz mais confusão no

consultório? Às vezes a ignorância de pais e filhos sobre factos ou até palavras da língua portugue-

sa. Wittgenstein tinha razão quando dizia

que o que mostrava a evolução das socie-

dades era a evolução da palavra. Desde

os "grunfes" da pré-história, o ser huma-

no teve necessidade de arranjar designa-ções para as coisas que conhece, de com-

inar frases elaboradas. A escolha da pala-

vra numa sociedade evoluída não é à balda.

E hoje muitos adolescentes estão com

uma linguagem paupérrima.

Sempre houve o calão, o bué.

Não é o bué, é o que fica para lá disso. E

o que fica é um discurso muito pobre. Não

há aspetos metafóricos, não há associa-ção a memórias. Acho que antes havia

mais imaginação e criatividade. Os mais pequenos têm-na.

Sim, mas depois perdem. Acabam forma-tados por uma escola que não estimula a criatividade nem o pensar pela cabeça. E depois diz-se que há muitos miúdos hipe-rativos: havê-los há, mas há sobretudo

muitos miúdos que não conseguem estar ali encerrados naquela prisão, onde há

menos recreio do que uma prisão a sério.

As horas de recreio numa prisão são supe-riores às horas de recreio numa escola

primária. Depois das férias, como se desacelera

os miúdos? Muitos estarão com vontade de regres-

sar. As férias para as crianças tornam-

se um bocado repetitivas. Para os mais novos são totalmente disruptivas: mudan-

ças de casa, de pessoas, come-se quan-do se come. E por isso é importante,

uns dias antes do regresso, começar a haver um reset, entrar nos ritmos de

dormir. E depois eles dizem "mas ama-

nhã não tenho aulas". É começar a dei-

tar mais cedo, gradualmente. E come-

çar a refrescar a memória sobre as maté-

rias dadas no ano anterior. Não é estudar,

mas reler para que haja alguma sequên-

cia. Não vai tirar mais que meia hora

por dia. A última vez que falámos com mais

vagar há dois anos ia aprender violino

para acompanhar um dos filhos mais

novos. Conseguiu? Aprendi, comecei no final desse verão,

tenho aulas e tento todos os dias estudar

um bocadinho.

É muito diferente ser pai de um adolescente aos 60 do que aos 30?

Começam logo por ser realidades dife-

rentes: os anos 80 são diferentes de 2017.

Mas é sempre um desafio. Já não tenho

aquela pedalada enorme, mas tenho uma

calma e sabedoria maior.

Qual é o projeto para a rentrée?

Vou publicar um livro sobre vacinas. Estou a escrever outro sobre "pais sem pressa".

O seu estilo?

Sim. Será sobre como contrariar esta cor-rida para nenhures, uma maratona sem

meta à vista que não faz qualquer senti-

do. E dar dicas para, no dia a dia, viver com mais calma sem ser preciso enfiar-

mo-nos numa gruta na Serra da Estrela.

A nível pessoal tenho dois livros de poe-

sia mas há ideias para peças de teatro,

romance. E depois leio livros e livros de

História de Arte. Concluiu há poucos anoso curso.

Sim e muda a perspetiva. Ainda agora em

Salamanca.. Não é que tenha alguém para impressionar, mas percebendo porque é

que há umas igrejas mais escuras e outras

mais claras, o porquê dos arcobotantes.

tira-se mais das coisas. Onde gostava de ir?

"Hoje os miúdos querem mais coisas e ao mesmo tempo

são muito mais • apegados aos pais"

"Na escola primária há menos

recreio do que. numa

prisão a sério"

Itália, é um repositório de arte. Gostava

de voltar à Toscana. E em Lisboa, quais são as suas paragem

prediletas? Em termos de museus, o Museu de Arte

Antiga, o Museu do Azulejo e agora que-

ro ver se vou à Cordoaria ver a exposição

dos guerreiros. Também queria ver a do Van Gogh. Foi um dos primeiros museus

que visitei no InterRail, em Amesterdão.

Lembro-me que escrevi um poema mui-

to emotivo sobre a vida dele.

Ter sido um pintor incompreendido.

Sim, estava lá sentado e foi uma reflexão

sobre aquela dicotomia de estarmos ali

num museu moderno a admirar as obras

ignorando o sofrimento da vida dele.

Sente-se mais sensível hoje a essas

ironias ? Sempre gostei muito dc refletir e de ler

compulsivamente o que me faz talvez irá

nico, às vezes sarcástico. Felizmente a

minha mulher partilha essa paixão comi-

go e os miúdos também vão crescendo nesse ambiente. Que livro o tocou este verão?

Gostei imenso de um que é em homena-gem à minha parceira. um livro sobre

um beagle, "Uma Prenda para Bertie".

Sente que a Tenrinha é como um filho? Não é... Mas que sinto que faz parte da

família sim. E que respeitar os animais e natureza é uma melhor forma de res-

peitar a humanidade. Não ponho cães

aqui e humanos ali, é tudo parte da natu-

reza Um dia que tivemos de abater uma

árvore na Lourinhã quase que chorá-

mos. É uni bocado pueril, mas ponho-me a pensar o que é que esta oliveira já

viveu, há quantos séculos está aqui. E

acho que a natureza faz-nos ver o quão ridículos somos. Entrei na faculdade com

16 anos. É um bocado disto que falo. Os tempos eram outros, mas com a idade dos meus filhos já debatíamos a existên-cia dc Deus, as questões metafísicas. a

guerra do Vietname e hoje acho que con-

versam menos sobre estas questões. Não

éramos um grupo de contestatários, mas discutir aquelas coisas dava-nos uni gozo

enorme, exercitar a teorização, filosofar.

debruçarmo-nos sobre a vida.

É a prescrição para a rentrée? Sim. muito mais filosofia. procurar per-ceber o outro, não rotular logo e olhar

mais para a beleza natural e possível à

nossa volta, sabendo que o mundo tem

coisas más. É bom compensar esse lado

agressivo com a beleza. as folhas que come-

çam a cair. Deleitarmo-nos com a nossa

existência. Não é no leito de morte que vamos ter tempo para isso.

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Acusação a Sócrates sai a seguir às eleições

autárquicas Investigação não vai esgotar prazo

concedido até 20 de novembro

BALSEMÃO. O PLAYBOY QUE NÃO QUIS SER COMO OS OUTROS MENINOS RICOS Tímido mas mulherengo, privilegiado mas trabalhador. O i faz a pré-publicação da biografia do patrão da Impresa colocada hoje à venda /1 PAG. 1G-21

1,2)0/OntaCembffif/Mollti~o2915/0belabfroie/CtionfrearRitonksitasirletralweabrktraesaillaxaelCibliffiaintdesitRutoNs

Trabalhadores das empresas fornecedoras da Autoeuropa estão contra a greve

Paralisação histórica na fábrica de Setúbal por causa da mudança de horários de trabalho trava produção de 400 canos //PÁGS. S8

Entrevista ao pediatra Mário Cordeiro

"Na escola primária há menos tempo de recreio

do que numa prisão a sério" e "Passou-se de ver um pai espancar um filho e ninguém

intervir para não se poder falar mais rispidamente

"Mesmo que a criança continue a chorar os pais devem continuar a conversar sem dar muita atenção"

npac.s 22 27

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