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30-08-2016

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Revista de Imprensa30-08-2016

1. (PT) - Jornal de Notícias, 30/08/2016, Governo tenta reaver em tribunal dinheiro de fraudes na saúde 1

2. (PT) - Negócios, 30/08/2016, Governo quer mais mobilidade além de 60 Km 3

3. (PT) - Jornal de Notícias, 30/08/2016, Pagamentos em atraso subiram 15% 5

4. (PT) - i, 30/08/2016, DGS raciona distribuição de preservativos e associação diz que é perigoso 6

5. (PT) - i, 30/08/2016, Editorial - Preservativos. No poupar é que não está o ganho 9

6. (PT) - Público, 30/08/2016, Criada vacina para hepatite B em spray nasal 10

7. (PT) - Público, 30/08/2016, Medicamentos mais baratos possíveis 11

8. (PT) - Negócios, 30/08/2016, A globalização dos vírus e microrganismos 13

9. (PT) - Público, 30/08/2016, Já nada é como em 1980? Na vida das pessoas com deficiência pouco mudou 15

10. (PT) - Correio da Manhã, 30/08/2016, Direito de resposta da Octapharma 17

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Tiragem: 69755

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 2ID: 65866269 30-08-2016

Médicos com pena de prisão

O Tribunal de Lisboa condenou, em dezembro de 2014, 16 dos 18 ar-guidos num dos processos de frau-

de ao SNS mais mediático, o desi-gnado Remédio Santo. Seis médi-

cos foram condenados a penas de

prisão até nove anos. O Estado terá sido lesado em 3,3 milhões.

Situações ilícitas mais detetadas

A prescrição abusiva de medicamentos com valores elevados de comparticipa-ção pelo Estado, o roubo de receitas e

de vinhetas médicas, a falsificação de receitas sem conhecimentos dos médi-

cos e as vendas fictícias de medica-

mentos são algumas das situações ilí-

citas detetadas com maior frequência.

Saúde Ministério Público pede indemnizações no tribunal por casos de fraude ao Serviço Nacional de Saúde que envolvem 131 arguidos

acusações deduzidas em situa-ções de fraude ao Serviço Nacio-

nal de Saúde, com destaque para os processos Remédio San-

to, Prescrição de Risco, Esquizo-farma, Consulta Vicentina, Não Há Remédio e Operação Low--cost. Foram constituídos 131

arguidos (pessoas singulares e

coletivas) nos inquéritos em que foi deduzida acusação.

Centro de Controlo

e Monitorização do SNS,

na Mala, verifica milhões

de faturas e outros documentos

a procura de indicieis de fraude

O inquéritos envolvendo situações

de fraude ao Serviço Nacional de

Saúde estão em investigação no

Departamento Central de Inves-tigação e Ação Penal. Estão em segredo de justiça.

Estado quer recuperar milhões em fraudes Cada Sofia Luz carlaluz(ajn.pt

► O Estado está a tentar recuperar na Justiça cerca de oito milhões de euros perdidos em fraudes ao Ser-viço Nacional de Saúde (SNS). A maioria dos esquemas está relacio-nada com a prescrição e a venda de medicamentos comparticipados. Os pedidos de indemnização já fo-ram interpostos pelo Ministério Pú-blico nos tribunais cíveis.

A Procuradoria-Geral da Repú-blica (PGR) dá conta de pedidos de compensação cível, em nome do Estado, num montante global su-perior a 7.91milhões de euros. Será apenas uma gota no oceano face às suspeitas do Ministério da Saúde -fundadas no trabalho desenvolvi-do pela Unidade de Exploração de Informação ao longo de quatro anos - de que lera sido lesado em

943 milhões de euros. Desde se-tembro de 2012 e até abril deste ano, aquela unidade já enviou 573 processos para a Polícia Judiciária e para a Procuradoria-Geral da Re-

pública em que detetou indícios de atos fraudulentos que envolvem 432 médicos, 189 prestadores de serviços e seis utentes.

O Departamento Central de In-vestigação e Ação Penal abriu 30 inquéritos a situações de fraude ao SNS. que se encontram em segre-do de justiça. No entanto, a Procu-radoria-Geral da República adian-ta que já foram deduzidas nove acusações e constituídos 131 argui-

dos (pessoas e empresas), "tendo 25 sido sujeitos a medidas de coação privativas da liberdade".

Aviar com receitas falsas Um dos esquemas mais comuns é a falsificação de receitas de medi-

camentos comparticipados pelo Estado e a subsequente venda desses remédios em Portugal e no estrangeiros, como concretiza a Procuradoria-Geral da Repú-blica.

"O objeto de investigação mais frequente tem sido a atuação conjunta ou isolada" de pessoas e de empresas "que desenvolvem esquemas de emissão e de ob-tenção de receituário médico forjado, com vista à aquisição de medicamentos comparticipados pelo Estado que. ao invés de se destinarem aos utentes identifi-cados nas receitas médicas, são aviados por terceiros que. poste-riormente. os comercializam no mercado interno ou externo", es-pecifica em resposta ao IN, apon-tando a existência de outros ca-sos que visavam a obtenção "ver-bas indevidas do SNS".

Essas investigações incidem so-bre "médicos, farmacêuticos, dele-gados de informação médica e em-presas grossistas ou exportadores de medicamentos". Os crimes são. por norma, de corrupção, de falsi-ficação de documentos, de burla e de associação criminosa.

lá há processos com decisão ju-dicial. Um dos casos mais media-ticos, "Remédio Santo", culminou com a condenação de 16 dos 18 ar-guidos. A maioria foi condenada a pena efetiva de prisão. A sentença transitou em julgado no passado mês de dezembro. A Procurado-ria-Geral da República lembra.

também, outra condenação de quatro arguidos a pena de prisão suspensa. Contam-se cinco pro-cessos "em.fase de julgamento" e outros dois a aguardar "o decurso do prazo para eventual abertura de instrução".

Unidade procura fraudes e A Unidade de Exploração e de Informação, especializada na de-teção de atos fraudulentos no SNS, foi constituída em setembro de 2012. Desenvolveu um modelo de análise de risco, que deteta comportamentos anormais nos dados de conferencia de faturas, recolhidos no Centro de Controlo e de Monitorização do SNS (antigo Centro de Conferência de Faturas)

573 processos suspeitos • A Unidade de Exploração e de Informação enviou 573 processos com indicios fortes de fraude para a Procuradora-Geral da República e a Policia Judiciária. Se os casos

envolverem médicos do SNS ou farmácias, a informação é remeti-da, ainda, para a Inspeção-Geral de Atividades em Saúde e o Infar-med. A estimativa é de que o Es-tado terá sido lesado em 943 mi-lhões de euros por fraudes

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Tiragem: 69755

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 21,14 x 9,44 cm²

Corte: 2 de 2ID: 65866269 30-08-2016

Maioria dos esquemas relacionados com prescrição e venda de medicamentos • Pedidos de indemnização interpostos pelo Ministério Púbhco nos tribunais cíveis • Objetivo é recuperar, pelo menos, oito milhões Página 6

Governo tenta reaver em tribunal dinheiro de fraudes na saúde

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Tiragem: 14968

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 25,70 x 31,21 cm²

Corte: 1 de 2ID: 65866014 30-08-2016

A nova proposta da secretária de Estado da Administração Pública, Carolina Ferra, ainda pode ser alterada. Negociações com os sindicatos são retomadas na sexta-feira.

FUNÇÃO PÚBLICA

Governo quer mais mobilidade além de 60 Km Governo substitui a requalificação por um sistema a que chama "valorização profissional". Cortes salariais e despedimentos caem e são criados "incentivos" para quem se fixe a mais de 60 quilómetros de casa. Quem rescindir pode levar até 30 salários para casa.

CATARINA ALMEIDA PEREIRA

[email protected]

OGoverno propõe eliminàr os cortes salariais para os funcionários que forem considera-

dos excedentários, bem como os despedimentos, ao mesmo tempo que define incentivos para que os funcionários que perdem o seu posto de trabalho se possam fixar

a mais de 60 quilómetros de casa. Estas são algumas das principais medidas da proposta que substitui os sistemas de mobilidade especial e requalificação por um sistema a que o Governo chama "valorização profissional".

Uma das alterações mais rele-vantes face aos regimes de mobili-dade especial (criado pelo Execu-tivo de Sócrates) e de requalifica-ção (aprovado por Passos) e face à proposta feita em Junho pelo ac-tual Governo é a eliminação dos cortes salariais aplicados a funcio-nários considerados excede ntá-rios (que são actualmente de 40%

no primeiro ano e 60% a partir do segundo, com limites mínimos e máximos). O objectivo da "valori-zação'', diz a proposta, é dar forma-ção no prazo de três meses.

Por outro lado, prevêem-se no-vas regras para a mobilidade das pessoas que deixem de ter lugar na sequência de um processo de ex-tinção, fusão, reestruturação de serviços ou racionalização de efec-tivos. Está previsto que as pessoas possam ser forçadas a aceitar du-rante um ano mobilidade a mais de 60 quilómetros de rA-ga, com as sal-vaguardas já previstas na lei geral (que protegem quem demonstrar

"prejuízo sério") mas acrescenta-se que, findo o período de um ano, quem for integrado nesse serviço tenha incentivos. São eles um sub-sídio equivalente a duas vezes a re-muneração base, com o valor má-ximo de 3.982 euros, pago depois da integração; o reembolso por despesas de mudanças, com limi-tes máximos; um subsídio de resi-dência de 25% da remuneração base durante seis meses; a garan-tia de transferência escolar dos fi-lhos e preferência de colocação do cônjuge que trabalhe no Estado. Contudo, é necessário que a pes-soa fique no novo serviço pelo me-

nos cinco anos. Caso contrário terá de devolver o dinheiro.

Esta decisão de integração mais definitiva pode ser recusada pelo trabalhador? O Ministério das Fi-nanças não respondeu, remetendo esclarecimentos para uma fase mais adiantada do processo nego-ciaL A maior parte dos dirigentes sindicais e juristas ouvidos pelo Ne-gócios consideram que este segun-do passo da mobilidade é voluntá-rio (ao contrário do primeiro), mas pedem que o Governo clarifique.

Também há alterações ao nível da escolha dos trabalhadores. A avaliação de desempenho só será

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Tiragem: 14968

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 16,87 x 31,60 cm²

Corte: 2 de 2ID: 65866014 30-08-2016

utilizada quando os trabalhado-res da mesma carreira ou catego-ria tenham sido avaliados nos três períodos avaliativos anterio-res e é a média das três classifica-ções quantitativas que é relevan-te para a escolha.

O Governo já tinha anuncia-do que a possibilidade de despe-dimentos desaparece, masquem rescindir terá direito a um salá-rio base por ano (com o máximo de 30 anos). A recusa não funda-mentada de reinicio de funções ou de outros deveres agora pre-vistos deixam de ser razão para uma infracção disciplinar grave.

O que a proposta também prevê é que os funcionários que já estão agora em situação de requa-lificação (eram 553 pessoas) man-tenham as regras em vigor, com excepção das que dizem respeito ao despedimento. Só quem tenha mais de 60 anos e esteja há três nessa situação é que é dispensa-do das suas obrigações. Mas esta norma, como aliás as restantes, ainda pode ser alterada nas nego-ciações com os sindicatos, que são retomadas na próxima sexta-fei-ra. •

ACT recupera intervenção no Estado

A Autoridade para as Condi-ções do Trabalho (ACT), que fiscaliza o cumpri mento da legislação laborai no sector privado, vai passara ter com-petências ao nível da "pro-moção de políticas de pre-venção dos riscos profissio-nais", da "melhoria das con-dições de trabalho" e da "fis-calização do cumprimento da legislação relativa à segu-rança e saúde no trabalho".

A alteração também consta da proposta que será discutida com os sindicatos nas reuniões marcadas para a próxima sexta-feira, dia 2 de Setembro.

As competências na área da segurança e saúde tinham sido perdidas em Agosto de 2014, com a entrada em vigor da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas. Num co-municado conjunto dos mi-nistérios das Finanças e do Trabalho emitido em Maio, o Governo já tinha anuncia-do o objectivo de "devolver à ACT a competência para o controlo do cumprimento da legislação relativa à seguran-ça e saúde no trabalho, bem como a promoção de políti-cas de prevenção de riscos profissionais no âmbito da administração pública".

De acordo com o Gover-no, a alteração promovida pelo anterior Executivo ti-nha colocado Portugal "em incumprimento no plano dos tratados internacionais".

A mesma proposta refe-re, no entanto, que em maté-ria de acidentes de trabalho, o regime do Código do Tra-balho não é aplicável aos tra-balhadores com contrato de trabalho em funções públi-cas das entidades empresa-riais, dos reguladores e do Banco de Portugal que não descontam para a Segurança Social, estando no chamado "regime de protecção social convergente". miou)

FUNÇÃO PÚBLICA

As principas propostas do Governo

O Governo elimina os cortes salariais e define "incentivos"

para quem ficar a mais de 60 quilómetros de casa.

FIM DOS CORTES SALARIAIS Ao contrário do que propôs em

Junho, o Governo propõe agora . que os funcionários que perde-rem o lugar num processo de fu-são, extinção ou reestruturação

de serviços, bem como de racio-nalização de efectivos, e que por isso passem para a situação de "valorização profissional", mantenham o salário. Contudo,

nesta proposta isso ainda não parece garantido para todos os funcionários já colocados em re-qualificação.

FIM DOS

DESPEDIMENTOS O Governo elimina as alíneas que permitiam que após um ano os funcionários que nunca tives-sem tido vinculo de nomeação pudessem ser despedidos.

COMPENSAÇÕES POR

MAIS MOBILIDADE Os funcionários públicos que fi-carem em situação de "valori-zação" devem ter formação. Mas poderão ser enviados para um posto de trabalho que este-ja a mais de 60 quilómetros de casa. No primeiro ano, as regras seguem a legislação geral. No segundo, são criados vários "in-centivos" como um subsidio de fixação (de até 3.982 euros), o reembolso das despesas de mu-dança e um subsídio de residên-cia mensal de 25% do salário base durante seis meses, entre outras garantias. Não é absolu-tamente claro se esta fixação após um ano é voluntária.

RESCISÕES PAGAM UM MÊS POR ANO Quem rescindir terá direito a uma indemnização equivalente a um salário base por ano, com o limite de 30 salários.

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Tiragem: 69755

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 21,38 x 6,55 cm²

Corte: 1 de 1ID: 65866358 30-08-2016

Pagamentos em atraso subiram 15% ESTADO Os pagamentos em atraso por parte do Estado e outras enti-dades públicas aumentaram de forma visível desde o início do ano. Segundo a execução orçamental das Finanças. o valor total das divi-das por pagar há mais de 90 dias aumentou de 987 para 1140 milhões de euros, entre janeiro e julho (mais 15,5%). Há um ano, no mesmo pe-ríodo, os pagamentos em atraso es-

tavam a cair 40% face a janeiro. Os dados oficiais até julho mos-

tram que o valor global em atraso ainda está abaixo do de julho de 2015, mas a tendência recente no ano em curso tem sido, de facto. de agravamento.

A Unidade Técnica de Apoio Or-çamental já tinha, aliás, dado con-ta de alguns problemas neste do-mínio aqui há uns meses, numa

análise à execução orçamental em contabilidade pública relativa ao primeiro trimestre deste ano.

Hospitais com maior atraso A Direção-Geral do Orçamento mostra que o empurrão nos paga-mentos em atraso foi dado essen-cialmente pelos Hospitais EPE (en-tidades empresariais), que no ini-cio do ano tinham 513 milhões de

euros atrasados (451 milhões em dezembro) e à medida que o ano foi decorrendo acumularam mais dí-vida vencida, tendo chegado a um pico de 681 milhões em junho.

Em julho. o stock de dívida por cobrar há mais de três meses regis-tou uma quebra ligeira (menos seis milhões face a junho). interrom-pendo essa subida significativa. LUIS REIS RIBEIRO

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Preto e Branco

Área: 22,60 x 31,50 cm²

Corte: 1 de 3ID: 65866191 30-08-2016

Cativações no orçamento da DGS levaram a racionar preservativos

Associação que trabalha com grupos de risco só recebeu 25% da remessa mensal e alertou ontem que poupar nesta área pode sair caro. Diretor-geral da Saúde garante que situação já foi desbloqueada

MARTA F. REIS euros, revela o portal de contra- Números marza.reis(ádonline.pt tação pública. Estão porém em

falta novas encomendas para O GAT - Grupo Português de Ati- assegurara distribuição de pre-vistas Sobre TratamentosV1H/SKA servativos até ao final do ano, só recebeu este mês um quarto daí ter sido necessário diminuir ,9 da remessa mensal de preserva- o número de preservativos cone- tivos fornecidos pelo Estado para gues às diferentes entidades Milhões de preservativos serem distribuídos nas advida- enquanto não se resolvia° impas- distribuídos no ano passado des da associação junto de gru- se junto das Finanças. pela Direção-Geral da Saúde pos de risco. Luís Mendão, pre- sidente da organização, denun- ASSOPAOESASSEOURPA41 META- ciou ontem um "racionamento" DE DA RESPOSTA No ano passa- no material de prevenção do VIH. do, a DGS distribuiu 4,9 milhões 1

O Em causa estão dificuldades de de preservativos masculinos e liquidez da Direção-Geral de Saú- femininos. Cerca de metade são Este ano os jogos sociais dão de atribuídas às cativações exigi- entregues a instituições particu- 10 milhões de euros aos das pelo Orçamento do Estado lares de solidariedade social e programas de saúde para 2016. Contactado pelo i, o organizações não-governamen- diretor-geral da Saúde Francis- tais como o GAT, que trabalham co George garantiu que a situa- junto de populações que não pro- 250 ção foi resolvida nos últimos dias, curam tanto os serviços de saú- tendo os montantes sido desce- de formais como trabalhadores tivados pelas Finanças. "É neces- do sexo, utilizadores de droga milhões. Custo anual dos sário fazer um novo concurso ou minorias migrantes e homens tratamentos de doentes com para adquirir preservativos", infra, que têm sexo com homens. No VIH/sida mou Francisco George. ano passado estas entidades

Luís Mendão explicou ao i que, foram responsáveis pela distri-na ausência de solução para o buição de 2,5 milhões de preser-problema, a aççorsiação está sem vativos masculinos enquanto os preservativos suficientes para estabelecimentos públicos de dar a resposta habitual quer aos saúde distribuíram 1,4 milhões. indivíduos de risco que têm sina- O GAT distribui um milhão de lizados mas também pessoas que preservativos por ano e Luís procuram serviços de atendi- Mendão admite que, perante as mento ao público para preven- dificuldades, já ponderaram pro-ção e despiste do VIH como o mover uma angariação de fun-CheckpointLX ou o IN-Moura- dos para adquirir contracetivos. ria O facto de ter sido anulado mas os valores revelaram-se um concurso de aquisição de incomportáveis. "A DGS com-material de prevenção do VIH pra por atacado e consegue pre-promovido pelos Serviços Par- servativos a 3 cêntimos enquan-rilhados do Ministério da Saúde, to nós teríamos de adquiri-los a central de compras do SNS, já a um euro", explica A associa-tinha motivado alguns atrasos ção recebe mensalmente da DGS na disponibilidade de preserva- 100 mil preservativos masculi-tivos no início do ano, explicou nos e 70 mil pacotes de gel lubri-o responsável. Entretanto a DGS ficante e este mês só puderam fez quatro aquisições por ajus- levantar 25% e 3% destas enco-te direto, no valor de 622 mil mendas, explica o responsável,

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

Cores: Cor

Área: 22,60 x 31,50 cm²

Corte: 2 de 3ID: 65866191 30-08-2016

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SAÚDE

algw-nas entidades da saúde foram isentas de fazer cativações. mas a regra não se aplicou à DGS. Os programas prioritários de saú-de na tutela da DGS, nos quais se inclui a estratégia para o V1H/Sida, acabam por estar mais vulneráveis. São financiados por receitas dos jogos da Santa Casa da Misericórdia, que também estão sujeitas a cativações. Este ano estava previsto um bolo ini-cial de 15,7 milhões de euros pro-venientes dos jogos sociais para o orçamento da DGS , valor que foi corrigido com as cativações para 10,9 milhões. O pedido para desbloquear verbas pode sem-pre ser fundamentado junto das Finanças, o que agora terá tido luz verde.

O programa prioritário para o V1H/Sida fica, no âmbito da DGS, com a maior fatia das ver-bas dos jogos sociais. Ainda assim, segundo i apurou, os constran-gimentos não se sentem só nes-ta área, com os diferentes pro-gramas a ter de cortar na des-pesa e reduzir atividades que impliquem deslocações.

De acordo com o relatório de atividades da DGS referente a 2015, não são só as cativações das Finanças que têm colocado dificuldades de gestão à autori-dade nacional de saúde. O docu-mento assinala a existência de "constrangimentos comuns a todas as unidades orgânicas, bem como a todos os programas da DGS, que inviabilizaram o com-pleto cumprimento dos objeti-vos do Plano de Atividades da DGS para 2015". acrescentando que as restrições financeiras "decorrentes não da falta de ver-bas mas da não autorização em tempo útil por parte do Ministé-rio das Finanças", conjugadas com a dificuldade na contrata-ção de pessoal. "foram obstácu-los importantes e transversais a toda a estrutura"

Regras orçamentais tiraram cinco milhões ao orçamento da DGS para este ano. Verbas dos jogos sociais passaram de 15 para 10,9 ME 1111:1TERSTOCK

sublinhando que os constrangi-mentos na prevenção podem ter custos elevados. "Se há algo em que não faz sentido haver racio-namento é na distribuição de preservativos. Uma única infe-ção por VIH/sida custa ao Esta-do 300 mil euros ao longo da vida da pessoa Poupar o que fal-taria para assegurar até ao final do ano a distribuição sem inter-rupções, um valor na casa de 150 a 200 mil euros, é uma gota de água na despesa de 250 milhões que o país tem com os tratamentos de VIH".

VERBAS CAMADAS OUPUCAM De acordo com a informação dispo-nível no plano de atividades para 2016, este ano o orçamento ini-cial da Direção-Geral da Saúde era de 34,8 milhões de euros. Os cativos e reservas de montantes previstos na Lei do Orçamento do Estado corrigiram o valor para 29,6 milhões de euros. Houve assim um bloqueio administra-tivo à utilização de 5,2 milhões de euros.

No ano passado, o orçamento inicial foi de 32,3 milhões de euros e cativos e reservas bloquearam 2,1 milhões, metade do valor que está em causa este ano. Em 2016

1 Nlendão alcria CUtil

11\'',1 infecção custa 300 mil curos ao longo da vida

Relatório de atividades de 2015 da DGS assinala demoras das Finanças

Prevenção do VIH bateu recorde em 2008

Material foi limitado durante o resgate mas tem recuperado

De acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde. 2008 foi o ano com maior distri-buição de preservativos por parte do Estado. Nesse ano foram distribuídos 7.4 milhões de preservativos masculinos e 48 mil preservativos femi-ninos. Em 2012, no auge do programa de ajustamento, o número de preservativos foi reduzido a 2.4 milhões. Des-de então tem havido uma recuperação gradual do núme-ro de preservativos distribuí-dos mas os valores ainda estão aquém do que se registava antes da chegada da troika.

Apesar desta oscilação na prevenção. os dados de acom-panhamento da epidemia da sida em Portugal têm apontado para uma evolu-ção favorável.

Ainda não são conhecidos registos para 2015 mas em 2014 o número de novos casos de infeção tornou a cair. Foram diagnosticados 1220 casos. o valor mais baixo des-de o início dos anos 90. Os focos de preocupação estão hoje bem delimitados as áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Algarve concentram 68.5% do total de casos noti-ficados e são consideradas pela Direção Geral da Saúde zonas prioritárias de inter-venção. A transmissão da infe-ção no grupo de homens que têm sexo com homens, por outro lado, revela uma ten-dência de acréscimo. Em 2014. 31,8% dos novos casos regis-tavam-se neste grupo. Em contrapartida, a transmissão em utilizadores de drogas injetáveis continua a dimi-nuir, sendo inferior a 4% dos casos notificados, o que colo-ca Portugal abaixo da média observada nos países da União Europeia (UE).

Desde o início da epidemia em Portugal foram regista-dos 52694 casos de infeção.

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,03 x 3,84 cm²

Corte: 3 de 3ID: 65866191 30-08-2016

DGS raciona distribuição de preservativos e associação diz que é perigoso // PÁGS. 8-9

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A9

Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 2

Cores: Cor

Área: 6,97 x 31,50 cm²

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EDITORIAL

Preservativos. No poupar é que não está o ganho

Vítor Rainho

Diz o povo que no poupar é que está o ganho, mas nem sempre é assim. Com as restrições que os sucessivos ministérios estão a ter, a Direção--Geral da Saúde vê a sua dotação diminuir e tem de cortar, obviamen-te, em algum lado. Calhou raciona-rem os preservativos oferecidos aos grupos de maior risco, o que poderá implicar uma despesa elevada nos próximos anos. Senão vejamos: os cerca de cinco milhões de preservati-vos distribuídos pela DGS no ano pas-sado foram comprados a três cênti-mos cada um, sendo metade desses preservativos entregues a organiza-ções não governamentais e a institui-ções particulares de solidariedade social que estão próximas dos tais grupos de risco. "Se há algo em que não faz sentido haver racionamento é na distribuição de preservativos. Uma única infeção por VIH/sida cus-ta ao Estado 300 mil euros ao longo da vida da pessoa. Poupar o que falta-ria para assegurar, até ao final do ano, a distribuição sem interrupções, um valor na casa de 150 a 200 mil euros, é uma gota de água na despesa de 250 milhões que o país tem com os tratamentos de VIH." O diretor-geral da Saúde, Francisco George, garante que o problema já está resolvido mas, até que os preser-vativos sejam entregues, muitas infe-ções poderão surgir, o que acabará por acarretar grandes despesas no futuro. Percebe-se a necessidade de poupar, a troika assim o exige, e os grupos de risco não vão fazer comícios a protes-tar contra.a inexistência de preserva-tivos. Mas é óbvio que é uma matéria bastante delicada e que não se pode brincar com a saúde pública. Afinal, os comportamentos de risco existem em todo o lado. P. S. O governo não tem receio de se meter com a Igreja Católica no que ao IMI diz respeito, mas devia fazer o mesmo com os partidos políticos. Por que carga de água é que estes ficam de fora do tal imposto? E será verda-de. como diz Assunção Cristas. que vão passar a taxar salas de catequese e até centros de acolhimento para pessoas desfavorecidas? Esquisito...

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Tiragem: 33293

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 5,70 x 30,37 cm²

Corte: 1 de 1ID: 65865978 30-08-2016

Uma equipa de investigadores do

Centro de Neurociências e Biologia

Celular e da Faculdade de Farmácia,

ambos da Universidade de Coimbra,

desenvolveu uma vacina para a he-

patite B em forma de spray nasal. As

experiências foram em ratinhos.

Esta vacina, que é genética, é

vantajosa para países em vias de

desenvolvimento onde escasseiam

profi ssionais de saúde responsáveis

pela administração das vacinas in-

jectáveis, sublinha a Universidade

de Coimbra em comunicado. “A via

nasal permite diminuir os elevados

custos humanos e fi nanceiros destes

países, associados às complicações

decorrentes da administração de in-

jectáveis, nomeadamente as infec-

ções provocadas pela reutilização de

seringas”, acrescenta-se.

Os resultados do projecto foram

publicados na revista científi ca Mole-

cular Pharmaceutics. A coordenadora

do trabalho, Olga Borges, explica que

“foram criados ‘sistemas de trans-

porte’ (nanopartículas poliméricas)

capazes de levar as moléculas tera-

pêuticas desde a mucosa nasal até ao

interior das células”, diz, citada na

nota de imprensa. “Os resultados ob-

tidos em ratinhos demonstraram que

a formulação desenvolvida é efi caz

pela via intranasal”, refere a investi-

gadora, que pertence ao Centro de

Neurociências e Biologia Celular e é

docente da Faculdade de Farmácia.

O projecto teve ainda a colabora-

ção da Universidade de Genebra e

insere-se numa linha de investigação

em vacinas iniciada em 2003, tendo

as nanopartículas sido desenvolvi-

das durante quatro anos por Filipa

Lebre, doutoranda da Faculdade de

Farmácia de Coimbra.

No trabalho desenvolveu-se uma

nova composição para a vacina base-

ada em plasmídeos — pequenas mo-

léculas que transmitem informação

genética (ADN) para o interior das

células, activando mecanismos de

defesa do organismo que combatem,

neste caso, o vírus da hepatite B. Os

plasmídeos, refere o comunicado,

são teoricamente mais resistentes às

variações de temperatura do que os

antigénios (estimuladores do sistema

imunitário) existentes nas vacinas co-

mercializadas actualmente.

Criada vacina para hepatite B em spray nasal

Investigação

Experiências, por agora, foram em ratinhos. Universidade de Genebra colaborou no projecto

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Tiragem: 33293

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 46

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Área: 7,16 x 30,37 cm²

Corte: 1 de 2ID: 65865967 30-08-2016

Medicamentobaratos são po

Os medicamentos são essenciais

para a elevada qualidade

dos serviços de saúde.

No entanto, perante um

contexto europeu de crise e

estagnação económica e das

restrições orçamentais que

daí advêm, tem-se assistido

simultaneamente a custos

crescentes com a prestação

de cuidados de saúde. O envelhecimento

populacional e o aumento, por vezes

insustentável, dos preços dos produtos

farmacêuticos inovadores são duas das

causas subjacentes. Esta conjuntura ameaça

a sustentabilidade dos sistemas nacionais

de saúde e tem levado a um processo

profundo de reforma com enfoque numa

mais criteriosa alocação de recursos e

na efi ciente organização e prestação de

serviços de saúde.

Simultaneamente cresce o número de

situações em que o acesso dos cidadãos a

novos medicamentos é posto em causa,

seja pelo seu custo elevado, seja pela sua

não disponibilização em certos mercados

nacionais por razões de natureza empresarial,

em detrimento do interesse público. Como

consequência, as desigualdades no acesso

aos medicamentos tem vindo a crescer na

Europa. Os governos individuais têm sido

impotentes a este respeito, pelo que se impõe

uma acção concertada a nível europeu no

sector farmacêutico. São necessárias políticas

comuns que atribuam prioridade à protecção

da saúde, ao combate às iniquidades e ao

acesso, a preços justos, a medicamentos

seguros, efi cazes e inovadores.

Tradicionalmente, os Estados-membros

negoceiam individualmente com as

multinacionais farmacêuticas os preços dos

medicamentos, havendo uma considerável

assimetria de informação entre as partes.

Há um défi ce de conhecimento público

sobre os custos de desenvolvimento de

novos medicamentos. Os acordos de

confi dencialidade de preços impostos pela

indústria prejudicam a transparência e

impedem a defi nição de preços que, de

uma forma justa e equilibrada, premeiem

a inovação por parte das empresas e

preservem a sustentabilidade dos sistemas

de saúde. Mais informação e transparência

são portanto essenciais. Como relator-

sombra do relatório de iniciativa do

Parlamento Europeu Opções da UE para

melhorar o acesso a medicamentos, luto por

uma maior cooperação e partilha de dados

entre os Estados-membros, contribuindo

assim no sentido de tornar menos opacos

os mecanismos de defi nição de preços dos

medicamentos.

Com uma quota de cerca de 27% no

mercado farmacêutico global, a UE poderia

Debate Cuidados de saúdeJosé Inácio Faria

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Tiragem: 33293

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 47

Cores: Cor

Área: 7,14 x 30,49 cm²

Corte: 2 de 2ID: 65865967 30-08-2016

os mais ossíveis

alavancar o seu poder negocial ao lidar com

a indústria de uma forma mais colaborativa

e agregada. Alguns países encetaram já

regimes voluntários para compra conjunta

de medicamentos, mecanismos esses que

devem ser encorajados.

A troca de boas práticas e processos mais

integrados de “tecnologias de avaliação da

saúde” serão benéfi cos na determinação do

valor acrescentado terapêutico e económico

de novos produtos farmacêuticos,

refl ectindo-o de forma proporcionada no

seu custo. Tal ajudaria também a acelerar o

acesso dos doentes a novos medicamentos,

reduzindo a

incerteza e os

atrasos relacionados

com as decisões de

custo e reembolso,

muitas vezes ligados

à falta de prazos

vinculativos e de

dados sólidos e

comparáveis que as

sustentem.

A par destas

medidas, é essencial

continuar a apoiar o

investimento público

em investigação e

desenvolvimento,

acelerando a

inovação terapêutica

para doenças sem

tratamento efi caz.

Existem já incentivos

regulatórios que

visam disponibilizar mais rapidamente no

mercado novos medicamentos. Devemos ser

vigilantes para assegurar que tais processos

de entrada acelerada no mercado preservam

uma relação benefício-risco claramente

positiva e que a segurança dos doentes não é

posta em causa. Há também que garantir que

os incentivos não são instrumentalizados

no sentido de tornar perenes os períodos

de protecção por patentes, havendo que

optimizar as condições para a introdução

e adopção de medicamentos genéricos e

biossimilares, capazes de gerar poupanças

signifi cativas em virtude do estímulo

concorrencial que induzem.

Os cuidados de saúde e os medicamentos

são um assunto de responsabilidade

primária dos Estados-membros. No entanto,

se prescindirmos dos instrumentos que

estão ao nosso dispor a nível europeu,

estaremos a pôr em risco o futuro e a

qualidade dos sistemas de saúde que os

cidadãos portugueses e europeus tanto

valorizam.

Estou certo que com mais união no sector

dos medicamentos a nível europeu vamos

conseguir reduzir o preço e facilitar o acesso

aos medicamentos a quem precisa.

Presidente e eurodeputado do MPT — Partido da Terra

Com mais união no sector a nível europeu vamos facilitar o acesso aos medicamentos a quem precisa

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Tiragem: 14968

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 22

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Área: 25,70 x 32,00 cm²

Corte: 1 de 2ID: 65866145 30-08-2016

losephus Olu-MammahMeuters

O ébeta causou 11.310 mortes e uma perda de 2.5 ndl milhões de ouros na Guiné, Serra Leoa. liberta.

NEGÓCIOS INICIATIVAS Be Well Global Health Conference

A globalização dos vírus e microrganismos

Hoje mais de 2 mil milhões de pessoas viajam pelo mundo, graças à globalização, que facilita mesma medida uma maior deslocaçao de micro organismos entre países e aumenta os riscos de pandemias e epidemias que custam todos os anos 60 mil milhões de euros.

FILIPE S. FERNANDES

A globalização facilita as deslocações por todo o mundo. Hoje os núme-ros apontam para mais

de 2 mil milhões de passageiros de avião, quando os anos 50 não che-gavam aos 68 milhões. Em 2050 ha-verá 9.700 milhões de pessoas e 70% das quais viverão em meios ur-banos. A mobilidade e a urbaniza-ção facilitam a deslocação de micro organismos entre países e a sua in-teracção, aumentando os riscos de epidemias e pandemias.

Recentemente no El País escre-via-se "bactérias e vírus à espera, inertes, asua horadedevastaravida de centenas demilhares de pessoas e a economia-do planeta. O HIVjá matou mais de 30 milhões de pes-soas. Enquantoisso, o ébola, duran-te anos relegado para o cinema apo-calíptico, acordou no final de 2013, no rescaldo da guerra civil e da mi-séria da Guiné, Serra Leoa e Libé-ria. Sem tratamento eficaz, o filoví-rus causou 1L310 mortes e uma per-da de 2.500 milhões de euros nes-tes três países.

Este dinheiro representa quase uni terço dos 7.000 milhões de eu-ros, que, de acordo com o Banco Mundial, custou a luta global con-tra a doença" escrevia-se no artigo no jornal El País, "Qué toste econó-mico tendría una pandemia mun-dial?'. A Organización Mundial de Saúde (OMS) calcula que uma pan-demia entre moderada e grave a ní-vel global custaria 570 mil milhões de dólares.

A melhor forma de se enfrentar

as pandemias é através de uma es-tratégia global, assente em pressu-postos de solidariedade e de políti-cas comuns. Por isso, a Organização Mundial de Saúde lançou um fun-do de emergência de 500 milhões de dólares para resposta rápida a si-tuações que se possam converter em pandemias.

Há especialistas que mostram preocupação pela gripe, nomeada-mente a sua variante das aves, por que se expande com facilidade, pode provocar muitas vítimas e as vacinas estão ainda em desenvolvi-mento. Como refere o El País "a gri-pe, no caso de aflorar com virulên-cia, custaria, de acordo com a Uni-versidad del Sur de California (USC), o equivalente ao PIB do Es-tados Unidos, 34.400 milhões de dólares. Mas se a população não es-tiver vacinada, atingiria os 45.300 milhões". Mas há mais ameaças si-

lenciosas. Um estudo de 2016 financiado

pela Wellcome Trust mostra que se não se tomarem medidas contra a resistência antimicrobiana em 2050 haverá perdas de 10 milhões de vidas ao ano e cerca de 100 mil milhões de dólares em produtivida-de. Mais mortes do que provocam todas juntas doenças como o can-cro, a diabetes, a sida, as infecções diarreicas e os acidentes de viação.

Empresas globais contra as pandemias As pandemias constituem um

desafio enorme para as sociedades e são para a investigação e desen-volvimento, indústria farmacêuti-ca, tecnologias e inovação, sistemas de Saúde.

Em Janeiro deste ano um rela-tório da Commission on Creating a Global 1 lealth Risk Framework for

the Future (GHRF) estimava que as epiderniase as pandemias globais tinham um custo anual de 60 mil milhões de dólares. Muitos destes Custos têm impacto directo nas em-presas e nos negócios como por exemplo no aumento das apólices de seguros e as consequências ne-gativas no comércio, no turismo e nas viagens.

Em 2003, a pandemia de Sín-drome respiratória aguda grave (SARS) reduziu em 2% o PIB de Ásia Oriental no segundo trimestre de 2003, tendo atingido 37 países e morto 774 pessoas. Apesar de tudo está-se longe das consequências da pandemia de gripe espanhola em 1918 em que morreram100 milhões de pessoas, equivalente a 5% da po-pulação. Um evento desta magni-tude hoje atingiria cerca de 360 mi-lhões de pessoas e geraria perdas económicas da ordem dos 3biliões

As epidemias possíveis

O Global Outbreak Alert and Res-ponse Network (GOARN) da Orga-nização Mundial de Saúde é um dispositivo técnico e de colabora-ção entre instituições e redes para identificação e confirmação rápidas de epidemias de dimen-são internacional e para gerar respostas rápidas que abrange doenças como chikungunya, có-lera, dengue, doença provocado pelo virus Ebola, febre amarela. febre de Lassa, febre.do Vale do Rift, febre hemorrágica de Cri-meia-Congo, febre hemorrágica de Marburgo, febre tifóide. gripe. gripe das aves, entre outras.

de dólares, ou seja, 5% do PIB m un-dial.

Esta Commission on Creating a Global Health Risk Framework for theFu ture (GHRF) tem por ob-jectivo atrair dinheiro das empre-sas e dos negócios para em aliança com os governos, a filantropia e a sociedade civil se responda com efi-cácia às ameaças epidémica e pan-démicas globais. Esta Comissão tem o apoio da Paul G. Allen Family Foundation, Ford Foundation, Bill & Melinda Gates Foundation, Ming Wai Lau, Gordon and Betty Moore Foundation, Rockefeller Founda-tion, United States Agency for In-ternational Development e Wellco-me Trust. O seu relatório refere que com um contributo de 4,5 mil mi - lhões se poderia uma melhor assis-tência médica e sanitária em tudo mundo diminuindo o risco das pan-demias. ■

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Tiragem: 14968

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 23

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Área: 10,58 x 32,00 cm²

Corte: 2 de 2ID: 65866145 30-08-2016

Uma iniciativa da MSD em parceria com o Negócios Apoios: Fundação Calouste Gulbenkian

e Câmara Municipal de Lisboa

Luther King fez nascer o Doctor America

Larry Brilliant, presidente do Skoll Global Threats Fund, tem uma vida dedicadaàsaúde pública Participou na erradicação da varíola naÁsia, na devolução na visão a mais de três mi-lhões de pessoas em 20 países. Tudo começou quando ouviu um discur-so de Luther Kingem 1962.

Em 2013, Larry Brilliant, presi-dente do Skoll Global Threats Fund, escreveu para a Stanford Social I n-novation Review, um texto em que dizia "há 50 anos que faço mudan-ça social". As ferramentas e tácticas sofreram alterações, mas os seus principias básicos persistem. Ga-nharos corações e as mentes requer visão, liderança, objectivos claros e comunicados de forma poderosa, programas inovadores e muitas, muitas pessoas". Despertou para o activismo e empreendedorismo go-da! quando a 5 de Novembro de 1962, Martin Luther King visitou a Universidade do Michigan onde es-tudava saúde pública.

Especialista nesta área, a sua vida foi sempre intercalada pela sua actividade como epidemiologista e como militante de causas sociais tendo participado nas movimenta-ções contra a guerra no Vietnam e pelos direitos humanos e orlais.

Durante dois anos esteve com a mulher nos Himalaias em que estu-dou textos hindus, budistas, muçul-manos, cristãos e judeus afez medi-taçãocom oguru Neem Karoli Baba que lhe chamava Doctor America Pouco depois, entre1973 to1976,co-laborou com a OMS na erradicação da varíola no sudesteasiático. "Para erradicar a varíola, tínhamos de en-contrareconterqualquer surto que aparecesse no mundo e procurar, em cada casa, a doença escondida. Na índia, fizemos mais de mil mi-lhões de "chamadas para casas", com um exército de150 mil funcionários da área da saúde e voluntários.

Em 1979, foi co-fundador da Seva Foundation, cujo objectivo era restituir a visão a cegos pobres. Ao baixar o preço de uma operação de restituição de visão para os 5 dóla-res (na al tura). conseguiram, junta-mente com o Aravind 1._:ye Hospital

Larry BrIlllant sal ser um dos oradores da Be Wall Global itealth Conference.

devolvera visão a mais de 3 milhões de pessoas em 20 países.

Em Fevereiro de 2006, tomou-sedirector-executivodaGoogleorg, o braço filantrópico do Google, onde se manteve até Abril de 2009, quan-do se tornou presidente da Skoll Foundation, criada pelo antigo pre-sidente do eBay,JeffSlcolL Mais tar-de este empresáriocriouoSkollGlo-bal Threats Fund, de que Larry Brilliant é o presidente, com o objec-tivo de combateras ameaças globais como as alterações climáticas, as pandemias,a proliferação nuclear, a segurança da água e os conflitos re-gionais como o do Médio Oriente que rapidamentesepodem transfor-mar em guerras globais Na opinião de LarryBrilliant, estes gigantescos desafios não podemserenfrentados sem umaconectividade àescalapla-netária, sem participação e sem as mais eficazes inovações: "a mais re-cente tecnologia pode ser um antí-doto para ameaças existenciais tra-zidas até nós pela modernidade".

A II de Outubro vai ser publica-do, pela H arperCollins, o livro So-metimes Brilliant The Impossible Adventure of a Spiritual Seeker and Visionary Physician Who Helped Conquer the Worst Disease in His-tory em que relata Larry Brilliant a sua vida aventurosa. Dias antes, a 1 de Outubro vai ser um dos oradores da Be Well Global HealthConferen-ee que se vai realizar no Meo Arena numa organ ização da MSD e do Jor-nal de Negócios com o apoio da Ftin-daçúo Gulbenician e da Câmara Mu-nicipal de Lisboa. •

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Tiragem: 33293

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

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Corte: 1 de 2ID: 65865987 30-08-2016

Já nada é como em 1980? Na vida das pessoas com defi ciência pouco mudou

Dois terços das pessoas com defi ci-

ência vivem de uma pequena refor-

ma ou pensão — o valor do subsídio

mensal vitalício, a principal forma

de rendimento para quem tem mais

de 24 anos, é de 176 euros. A maioria

depende da família — estima-se que

o custo de vida adicional para estes

agregados vá de 5100 a 26.300 euros

por ano. Os problemas de mobilida-

de persistem: na maior parte dos ca-

sos (60%) quem tem difi culdade em

andar ou em subir escadas não mo-

ra em prédios com elevador. O país

mudou muito nas últimas décadas.

Já a vida das pessoas com defi ciên-

cia nem tanto. Um ensaio intitulado

Pessoas com Defi ciência em Portugal,

que acaba de ser publicado pela Fun-

dação Francisco Manuel dos Santos,

traça o cenário.

“Desde os anos 1980, as mudan-

ças reais nas vidas das pessoas com

defi ciência em Portugal têm sido

mínimas: os benefícios sociais são

insufi cientes para elevar a vida das

pessoas acima da linha de pobreza,

os problemas no acesso ao emprego

mantêm-se e continuam a ser exclu-

ídas por um sistema de ensino que

não considera as suas necessidades

e por um mercado de trabalho que

exclui a diferença”, escreve o autor,

Fernando Fontes, investigador do

Centro de Estudos Sociais da Uni-

versidade de Coimbra.

No ensaio de pouco mais de 100

páginas passa em revista os estudos

mais recentes e os dados do Institu-

to Nacional de Estatística que estão

disponíveis, olha para a evolução do

movimento associativo e das políti-

cas nesta área, em Portugal — tema,

aliás, da sua tese de doutoramento

pela Universidade de Leeds, no Rei-

no Unido. E conclui: “É urgente uma

revolução nas vidas das pessoas com

defi ciência em Portugal que permita

a sua emancipação social.” O que é

que isto signifi ca realmente? Foi este

o tema de uma entrevista telefónica

ao PÚBLICO.

Fernando Fontes começa por

lembrar que as primeiras medidas

políticas de defi ciência em Portugal

datam “do fi nal da ditadura”, nome-

adamente “com as primeiras experi-

ências de integração de crianças com

defi ciência visual nas escolas públi-

cas”. Mas “isto são medidas muito

pontuais e só a partir de 1974 é que

elas começam a desenvolver-se” com

a criação, por exemplo, de subsídios

específi cos, na sequência das reivin-

dicações dos movimentos de defesa

dos direitos dos defi cientes das For-

ças Armadas. Estes subsídios, bem

como outros apoios, caso da tarifa

reduzida em transportes públicos,

foram sendo, no fi nal dos anos 70, e

nos anos 80, alargados progressiva-

mente a outras pessoas com defi ci-

ência. E depois?

“Em Portugal, o Estado-providên-

cia nunca atingiu níveis de redistri-

buição como noutros países”, nota.

“O subsídio vitalício, que é a prin-

cipal forma de rendimento para as

pessoas com defi ciência com mais

de 24 anos... enfi m, não queria dizer

que é ridículo, mas quase. Quem é

que neste país consegue viver com

176 euros por mês?” Mesmo sabendo

que está previsto um complemen-

to extraordinário de solidariedade

de 17 euros para quem tem menos

de 70 anos e de 35 euros para quem

tem mais.

Em suma, as pessoas com defi ciên-

cia “continuam dependentes” das fa-

mílias ou da solidariedade, “não con-

seguem ter uma vida como qualquer

outro cidadão”. E também não têm

acesso ao mercado de trabalho. “Há

a ideia de que têm menos rendimen-

to no trabalho, que não conseguem

exercer as actividades que lhes são

pedidas. Ora o trabalho é algo absolu-

tamente estrutural, estrutura o nosso

dia-a-dia, permite realizarmo-nos”,

para além de garantir o sustento.

Mais alguns dados que constam do

ensaio agora publicado: em 2011 a

taxa de desemprego para a popula-

ção em geral era de 13,18%; para as

pessoas com 15 ou mais anos “com,

pelo menos, uma difi culdade” era

superior a 19%; “a grande maioria

desta população inactiva está refor-

mada (79,73%), não obstante ape-

nas 6,66% terem sido considerados

incapazes para o trabalho pelas au-

toridades e de apenas 1,79% serem

estudantes”.

Prestações baixas e desemprego afectam a vida de muitas pessoas com deficiência

“É urgente uma revolução nas vidas” destas pessoas, diz Fernando Fontes, autor de novo ensaio publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos

Políticas sociaisAndreia Sanches

Violação e abuso sexual em 50% das notícias de crimes

Investigador analisou artigos publicados ao longo de sete anos

Violação, abuso sexual, agressão física, roubo, escravização — as notícias nos jornais que, aqui e ali,

dão conta de crimes contra pessoas com deficiência “são apenas a ponta do icebergue”, diz Fernando Fontes, que não tem dúvidas: “Fala-se pouco disto”, e praticamente não há dados, tão-pouco nas estatísticas dos relatórios de segurança interna. Mas também em Portugal estas pessoas “são alvo de crimes de ódio”.

O investigador analisou os artigos publicados no jornal Correio da Manhã entre os anos de 2006 e 2012. Identificou 129 casos de violência contra pessoas com deficiência. “Não obstante a

falta de representatividade destes dados”, reconhece, eles “poderão ser utilizados como um barómetro desta realidade a nível nacional”, relata num dos capítulos do ensaio Pessoas com deficiência em Portugal, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. As vítimas, nestas notícias, são sobretudo do sexo feminino (37% têm 20 ou menos anos), com dificuldades de aprendizagem. Os crimes de violação e o abuso sexual contabilizam 50% das situações. Os abusadores são maioritariamente homens (90%) e metade têm entre 30 e 60 anos. A grande maioria (75%) são conhecidos das vítimas — vivem na mesma comunidade, ou na mesma instituição, são vizinhos

ou até membros da família (em 36% das situações relatadas). “Este aspecto, de os agressores serem pessoas conhecidas, tem sido defendido como uma das características distintivas dos crimes de ódio contra deficientes face aos restantes crimes de ódio contra pessoas gay, lésbicas, transexuais, por exemplo”, explica ao PÚBLICO.

Mas o que é exactamente um crime de ódio? “No crime de ódio a violência é cometida com base no preconceito que tenho, neste caso, em relação à pessoa com deficiência. O agressor tem a ideia de que aquela pessoa é mais vulnerável e que se for contar o que lhe foi feito não é uma testemunha credível, ninguém vai acreditar

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Page 18: 30-08-2016portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal... · Revista de Imprensa 30-08-2016 1. (PT) - Jornal de Notícias, 30/08/2016, Governo tenta reaver em tribunal dinheiro

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

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Área: 11,26 x 31,00 cm²

Corte: 2 de 2ID: 65865987 30-08-2016PAULO PIMENTA

nela. Isto explica também que quase metade dos crimes se prolonguem no tempo”, afirma.

Depois da análise das notícias, o investigador está agora a entrevistar vítimas para um novo projecto que tem o financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Mais um dado: se as mulheres estão mais expostas a violência sexual, os homens são mais susceptíveis à escravização, roubos e maus tratos físicos.

Várias instituições internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, têm alertado para o facto de as pessoas com deficiência apresentarem maior risco e maior incidência de fenómenos de violência.

Em suma: qualquer revolução tem

que passar pelo mercado de traba-

lho, diz o investigador de Coimbra.

“É absolutamente essencial.”

Vida independenteMas, para que os patrões e a socie-

dade em geral se abram a quem tem

uma defi ciência, a primeira “revolu-

ção” a fazer é mesmo “ao nível das

mentalidades”, sublinha.

“Temos concepções de defi ci-

ência absolutamente incapacitan-

tes”, apesar de há décadas se falar

do chamado “modelo social da de-

fi ciência” — “Neste modelo, impera

a ideia de que não é a defi ciência

que impede as pessoas de partici-

par na vida em sociedade, mas sim

a forma como a defi ciência é social-

mente construída e as barreiras so-

ciais, políticas, físicas e psicológicas

criadas pela sociedade que limitam

e constrangem a vida das pessoas

com defi ciência”, explica. Ou seja,

no “modelo social da defi ciência”,

de que é defensor, esta “não é vista

como um problema individual da

pessoa, mas como um problema da

sociedade”.

“Creio que este Governo vai no

sentido certo”, prossegue. “Está a

decorrer um projecto-piloto de ‘vi-

da independente’ em Lisboa, e está

a ser preparada legislação para criar

mais projectos-piloto em todo o pa-

ís”, concretiza. Aplicar o conceito

de “vida independente”, sublinha

no seu livro, signifi ca uma revisão

dos pressupostos estatais e princí-

pios políticos na atribuição dos di-

reitos sociais.

Em vez de o Estado pagar cer-

ca de 900 euros mensais por cada

utente num lar residencial, exem-

plifi ca, a pessoa pode antes solicitar

a sua avaliação por um Centro de

Vida Independente, que dirá qual

o número de horas de assistência

pessoal de que ela precisa e ser-lhe-á

entregue uma verba, directamente,

que lhe permita pagar esses servi-

ços (apoio domiciliário ou outros).

“Neste momento, as pessoas estão

em casa, sozinhas ou completamen-

te dependentes da família, ou estão

em instituições, em lares. Isto não é

solução. A solução passa pelos pa-

gamentos directos às pessoas, co-

mo tem sido feito noutros países,

que assim podem contratar um as-

sistente pessoal, despedi-lo se não

gostarem do serviço prestado, deci-

dir onde vivem, com quem vivem,

emanciparem-se.”

Nos Estados Unidos o primeiro

Centro de Vida Independente nas-

ceu em 1972.

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A17

Tiragem: 141289

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

Cores: Preto e Branco

Área: 25,70 x 19,12 cm²

Corte: 1 de 2ID: 65867049 30-08-2016

DOSSIÊ DE INVESTIGAÇÃO LIGAÇÕES PERIGOSAS

DIREITO DE RESPOSTA

"Octapharma desmente quaisquer benefícios"

A peça jornalística intitulada "Casas de luxo a preço de saldo na Máfia do Sangue" constante da V. edição do dia 20.08.2016 contém referências erróneas e falsas relativas à Octapharma e à sua actividade que Impõem os seguintes esclarecimentos: 1. A Octapharma é uma empresa multinacional de cariz familiar, operando em mais de100 países do mundo. A subsidiária Portu-guesa conta com uma Direcção legalmente nomeada composta por vários membros e, como tal, não pode a qualquer uma das pessoas que integram a referida Direcção ser atribuída a qualida -de de "dono" ou "pàtrão" da empresa. Ao contrário do que é repetida e gratuitamente afir-mado pelo jornal (e já muitas ve-zes comunicado ao CM), Paulo Castro não é dono, ou sequer só-cio, da Octapharma, sendo membro da sua Administ ração e gerente da subsidiária Portugue-sa. Conhecendo o jornal a falsi -

dade dessa afirmação, insiste, contudo, em fazê-la, demons-trando o crédito que é devido às afirmações por si feitas. 2. A Octapharma não é, nem foi, a única fornecedora de medica-mentos derivados de plasma hu-mano aos Hospitais Públicos Portugueses, nem tão poucode-tém, ou deteve, qualquer posi-ção de monopólio ou de exclusi-vo. Ao contrário, omercado dos medicamentos hemo-derivados é altamente concorrencial e nele estão presentes todas as grandes Companhias Farmacêuticas Fraccionadoras de plasma. 3. A aquisição pelo SNS de medi-camentos derivados do plasma humano realizou-se até 2008 através de concursos públicos centralizados internacionais, que procediam a adjudicações dos medicamentos sempre a vários concorrentes, e não apenas a um, por razões de garantia de forne-cimento uma vez que estão em causa medicamentos life-saving.

4. As adjudicações nestes con cursos eram decididas por júris compostos por mais de 10 pes-soas, incluindo um Procurador --Geral da República Adjunto, com a singularidade de se terem registado genericamente selec-ções por unanimidade. Foi o caso dos concursos públicos de 1998 e de 2000 em que o Exmo. Senhor Doutor Luís Cunha Ri-beiro participou como um entre os12e14 elementos que compu seram os júris. 5. A Octapharma não recebeu, como objectivamente não pode -ria receber, qualquer tratamen to de excepção ou de favor por parte do EXmo. Sr. Doutor Luís Cunha Ribeiro nesses dois con-cursos públicos de 1998 e de 2000, ou de qualquer outro membro do júri ou detentor de cargos públicos nos concursos públicos referidos, ou em quais -quer outros concursos, anterio - res ou posteriores. Trataram-se de concursos públicos interna -

cionais muito participados, com assinalável concorrência entre os diversos participantes, e de onde não resultou qualquer si-tuação de exclusivo como noti-ciado pelo jornal. O que consta-rá, de resto, dos documentos do concurso. 6. Desconhece a Octapharma os contornos das relações entre o Exmo. Senhor Doutor Luís Cu-nha Ribeiro e o seu responsável Paulo Castro, e designadamente no que diz respeito a imóveis ou casas como referido na peça, matéria que é totalmente alheia

• à Companhia, e que apenas aos próprios dirá respeito. 7. Já após 2008, em consequên-cia de decisão do Governo Por - tuguês, a aquisição dos medica-mentos derivados do plasma humano passou a ser realizada descentralizadamente, por cada Hospital, sistema que se mantém até hoje,com as aquisições a se-rem decididas Hospital a Hospi-tal, através de Contratos Públi-

cos çle Aprovisionamento, pre-cedidos de procedimento pré-- contratual de qualificação jun-to dos SPMS. 8. É também totalmente falso que a Octapharma tenha sido usada para, como é escrito na notícia respondenda, "fazer chegar dinheiro a Sócrates". Nunca a Octapharma se envol-veu em quaisquer negócios me-nos transparentes, designada-mente com o Exmo. Senhor Eng." José Sócrates, nem nunca a Octapharma teve qualquer tra-tamento de excepção ou de favor por parte dos Governos do mes-mo (como de quaisquer outros), e bastaria que o jornal fizesse um simples historial de quais foram as concretas decisões que existi-ram para o verificar. 9.0 noticiado pelo CM é generi-camente falso, ou inexacto, e poderia ter sido evitado se a Oc-tapharma tivesse sido contacta -da para o exercício jornalístico, cm cumprimento, aliás, de de-ver legal nesse sentido, e se ti-vesse feito a devida recolha de informação. Ao invés de uma contínua, reiterada e deliberada divulgação de ideias e insinua-ções falsas, sem fundamento, que não esclarece nem informa o público e com referência insis-tente a notícias falsas (que por essa prática querem tornar verídicas). •

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,31 x 1,65 cm²

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DIREITO DE RESPOSTA DA OCTAPHARMA

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