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30 anos:O acervo do Conselho Nacional
de Secretarias Municipais de Saúde
www.conasems.org.br
Esplanada dos Ministérios | Bloco G, Anexo B, Sala 144
Zona Cívico-Administrativo | Brasília | DF
(61) 3022-8900
30 anos: O acervo do Conselho N
acional de Secretarias Municipais de Saúde
2 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
PresidenteMAURO GUIMARÃES JUNQUEIRARua Ana Umbelina, nº 100 , Nossa Senhora do Carmo CEP: 37.472-000 - Carmo de Minas - Minas GeraisE-mail: [email protected](s): (35) 3334-1689; (35) 98402-2322
Vice-PresidentesCHARLES CÉZAR TOCANTINS DE SOUZARua Frei Cristovão de Lisboa, nº 1.394, Centro CEP: 68.400-000 - Cametá - ParáE-mail: [email protected](s): (91) 3781-8939; (91) 99144-5321
WILAMES FREIRE BEZERRARua João Carlos 345, Pracinha CEP: 61.801-225 - Pacatuba - CearáE-mail: [email protected](s): (85) 3345-2310; (85) 9911-0015
Diretora AdministrativaCRISTIANE MARTINS PANTALEÃORua Carmen Ribeiro Potombo, S/Nº, Centro CEP: 85.440-000 - Ubiratã - ParanáE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (44) 3543-4141; (44) 99111-7990
Diretor FinanceiroHISHAM MOHAMAD HAMIDARua 33, nº 420, Centro CEP: 76.380-022 - Goianésia - GoiásE-mail: [email protected](s): (62) 3353-7266; (62) 9846-45555; (62) 3935-1037 (FAX)
Diretora Financeira - AdjuntaIOLETE SOARES DE ARRUDARua do Comercio, nº 94, Centro CEP: 65.413-000 - Alto Alegre do Maranhão - MaranhãoE-mail: [email protected](s): (99) 3638-1577; (99) 98413-2011
Diretor de Comunicação SocialDIEGO ESPÍNDOLA DE ÁVILARua Quinze de Novembro, S/Nº, Centro CEP: 96.490-000 - Piratini - Rio Grande do SulE-mail: [email protected](s): (53) 3257-3306; (53) 9997-1710
Diretora de Comunicação Social - AdjuntaMARIA CÉLIA VALLADARES VASCONCELLOSRua Visconde de Sepetiba, nº 987, 8º andar, Centro CEP: 24.020-206 - Niterói - Rio de JaneiroE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (21) 2717-1294; (21) 99988-8037
Diretora de Descentralização e RegionalizaçãoSTELA DOS SANTOS SOUZAAvenida Antonio Carlos Magalhães, S/Nº, Alto dos Pombas CEP: 44.460-000 - Itaparica - BahiaE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (71) 3631-1851; (71) 9946-8313
Diretora de Descentralização e Regionalização - AdjuntaSORAYA GALDINO DE ARAÚJO LUCENAAvenida José Silveira, nº 16, CentroCEP: 58.360-000 - Itabaiana - ParaíbaE-mail: [email protected](s): (83) 3281-1891; (83) 9999-91746
Diretor de Relações Institucionais e ParlamentaresCARMINO ANTONIO DE SOUZAAvenida Anchieta, nº 200, 11º andar, CentroCEP: 13.015-904 - Campinas - São PauloE-mail: [email protected](s): (19) 2116-0287; (19) 99771-0923
Diretor de Municípios de Pequeno PorteMURILO ANDRADEAvenida Aide de Carvalho, nº 139, Centro CEP: 49.820-000 - Canindé de São Francisco - SergipeE-mail: [email protected](s): (79) 3346-1970; (79) 99949-5578
Diretora de Municípios de Pequeno Porte - AdjuntaDÉBORA COSTA DOS SANTOSRua Moreira Filho, Centro CEP: 59.378-000 - São José do Seridó - Rio Grande do NorteE-mail: [email protected](s): (84) 3478-2383; (84) 9796-5296; (84) 4347-8221 (FAX)
Diretor das Populações Ribeirinhas - AdjuntoAFONSO EMERICK DUTRACentro Administrativo Senador Teotônio Vilela, S/Nº, B , Jardim AméricaCEP: 78.995-000 - Vilhena - RondôniaE-mail: [email protected](s): (69) 3322-2945; (69) 99962-9632
2º Vice-Presidente Regional - Região Centro OesteANDRÉ LUIZ DIAS MATTOSRua 214, S/Nº, Praça José Romano, Setor Aeroporto CEP: 75.650-000 - Morrinhos - GoiásE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (64) 3417-2073; (64) 9607-8000
330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1º Vice-Presidente Regional - Região NordesteNORMANDA DA SILVA SANTIAGOPraça São Cristóvão, S/Nº, Camuxinga CEP: 57.500-000 - Santana do Ipanema - AlagoasE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (82) 3621-1458; (82)9813-4321; (82) 3621-3020 (FAX)
2º Vice-Presidente Regional - Região NordesteORLANDO JORGE PEREIRA DE ANDRADE LIMARua Santa Tereza, nº 38, Centro CEP: 55.850-000 - Paudalho - PernambucoE-mail: [email protected](s): (81) 3636-1156; (81) 97900-3303
1º Vice-Presidente Regional - Região NorteJANUÁRIO CARNEIRO DA CUNHA NETOAvenida Presidente Castelo Branco S/Nº, Centro CEP: 69.480-000 - Tapauá - AmazonasE-mail: [email protected](s): (97) 3391-1375; (92) 99143-2112
2º Vice-Presidente Regional - Região SudesteGEOVANI FERREIRA GUIMARÃESAvenida Getúlio Vargas, nº 10, Centro CEP: 35.970-000 - Barão de Cocais - Minas GeraisE-mail: [email protected](s): (31) 3837-3320; (31) 99811-2803
2º Vice-Presidente Regional – Região SulRUBENS GRIEPAvenida Brasil, n.º 7482, CentroCEP:85.800-000 – Cascavel – ParanáE-mail(s): [email protected](s): (45)3392-6600; (45)9971-3335
CONSelhO FISCAl
Região NorteOTENIEL ALMEIDA DOS SANTOSAvenida Ceará, nº 3.335, Abraão Allab CEP: 69.960-160 - Rio Branco - AcreE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (68) 3213-2516; (68) 99985-2046
HELENILSON JOSÉ SOARES BONIARESRua Santa Luzia, Modesto Galvão CEP: 69.343-000 - Amajari - RoraimaE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (95) 3593-1079; (95) 9840-63148; (95) 3593-1017 (FAX)
Região NordesteLEOPOLDINA CIPRIANO FEITOSAPraça Minor de Sousa, S/Nº, Centro CEP: 64.763-000 - Capitão Gervásio Oliveira - PiauíTelefone(s): (89) 3491-0029; (86) 9941-24731; (89) 3491-0029 (FAX)
GLIFSON MAGALHÃES DOS SANTOSRua Samaritana, nº 1.185, Santa Edwiges CEP: 57.311-180 - Arapiraca - AlagoasE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (82) 3529-2860; (82) 9961-8421
Região Centro-OesteMARIA ANGÉLICA BENETASSORua Dourados, nº 255, Centro CEP: 79.780-000 - Bataguassu - Mato Grosso do SulE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (67) 3541-1326; (67) 99250-0194
Região SudesteJOSÉ CARLOS CANCICLIERIRua 17 de Fevereiro, n.º 132, CentroCEP: 29.690-000 – Itaguaçu – Espírito SantoE-mail(s): [email protected]; [email protected](s): (27) 3725-1105; (27) 9633-2370
Região SulJOÃO CARLOS STRASSACAPARua Pedro Slonik, nº 250, Centro CEP: 84.470-000 - Cândido de Abreu - ParanáE-mail: [email protected](s): (43) 3476-1307; (43) 9913-1444; (43) 3476-1222 (FAX)
SIDNEI BELLÈRua Almirante Saldanha, nº 90, Centro CEP: 89.888-000 - Caibi - Santa CatarinaE-mail: [email protected](s): (49) 3648-0205; (49) 3648-0797 (FAX)
Representante no Conselho Nacional de SaúdeArilson da Silva CardosoJosé Eri Borges de Medeiros
4 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
SeCRetARIA exeCutIVA
Coordenação técnicaNilo Bretas [email protected](61) 3223-0155
Assessoria técnicaAlessandra Giseli [email protected] | (61) 3223-0155Alessandro Aldrin Pinheiro [email protected] | (61) 3223-0155Blenda Leite Saturnino [email protected] | (61) 3223-0155Daniel Resende [email protected] | (61) 3223-0155Denise [email protected] | (61) 3223-0155Elton da Silva [email protected] | (61) 3223-0155Flávio Á[email protected] | (61) 3223-0155Kandice de Melo Falcã[email protected] | (61) 3223-0155Márcia Cristina Marques [email protected] | (61) 3223-0155Rodrigo Cesar Faleiro de [email protected] | (61) 3223-0155Sylvio Rômulo Guimarães de Andrade [email protected] | (61) 3223-0155
Assessoria de Comunicação SocialLuiz Filipe [email protected] | (61) 3223-0155Mariana de Queiroz [email protected] | (61) 3223-0155Talita Melo de [email protected] | (61) 3223-0155Mariana Costa (em memória)
Assessoria JurídicaFernanda Vargas [email protected] | (61) 3022-8934Joselisses Abel [email protected] | (61) 3022-8934
Chefia de GabineteShirlei Aparecida da Silva [email protected] | (61) 3022-8919
equipe de GabineteAngélica Rayane de Sousa [email protected] | (61) 3022-8911Eduardo de Souza [email protected] | (61) 3022-8911Lucélia Janne Ribeiro [email protected] | (61) 3022-8911Percília Sirqueira Bacelar de [email protected] | (61) 3022-8919
Gerência GeralCatarina Batista da Silva [email protected] | (61) 3022-8940
Gerência AdministrativaSônia Mayumi [email protected] | (61) 3022-8921
Subgerência de Gestão de PessoasMaria Wilma Brito de [email protected] | (61) 3022-8915
equipe da Gerência AdministrativaAbadia Francisca Araújo [email protected] | (61) 3022-8922Ana Isis Ferraz [email protected] | (61) 3022-8915Eliene Alves dos [email protected] | (61) 3022-8927Jeferson Lima de [email protected] | (61) 3022-8911Raimunda Nonata Barbosa da [email protected] | (61) 3022-8925Viviane [email protected] | (61) 3022-8922
Gerência Orçamentária e FinanceiraCelso Divino dos [email protected] | (61) 3022-8913
equipe da Gerência Orçamentária e FinanceiraAdson Garcia de [email protected] | (61) 3022-8916Lucas Matheus Valverde Carvalho Duarte [email protected] | (61) 3022-8926
Assessoria técnica de Compras e ContrataçõesFábio Ferreira [email protected] | (61) 3022-8930
Gerência de ProjetosJonatas David Gonçalves [email protected] | (61) 3022-8914Giuliano Gonçalves [email protected] | (61) 3022-8947
530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
RelAÇÃO NACIONAl De COSeMS
COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123 Daniel Herculano da Silva Filho
COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859Izabelle Monteiro Alcântara Pereira
COSEMS - AM - Tel: (92) 3643-6338 / 6300Januário Carneiro da Cunha Neto
COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390Marcel Jardson Menezes
COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946Stela Santos Souza
COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099Sayonara Moura de Oliveira Cidade
COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287André Wiler Silva Fagundes
COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412Verônica Savatin Wottrich
COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985Domingos Vinicius de Araújo Santos
COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815Eduardo Luiz da Silva
COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108Wilson Braga
COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406Marco Antônio Noberto Felipe
COSEMS - PA - Tel: (91) 3223-0271 / 3224-2333Charles César Tocantins de Souza
COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366Soraya Galdino de Araújo Lucena
COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima
COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511Leopoldina Cipriano Feitosa
COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417Cristiane Martins Pantaleão
COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763Maria da Conceição de Souza Rocha
COSEMS - RN - Tel: (84) 3356-0002Maria Eliza Garcia Soares
COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371Vera Lúcia Quadros
COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817Helenilson José Soares
COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833Diego Espíndola de Ávila
COSEMS - SC - Tel: (48) 3646-3342Alexandre Lencina Fagundes
COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960Enock Luiz Ribeiro
COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146José Eduardo Fogolin Passos
COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782Roberto Sampaio Alves
Conselho HonorárioPresidentes do Conasems
1988-1989 PAULO DANTAS
1999-2001-2003SILVIO MENDES DE OLIVEIRA FILHO
2000-2001NEILTON ARAÚJO DE OLIVEIRA
1989-1993JOSÉ ERI MEDEIROS
2003-2005LUIZ ODORICO MONTEIRO DE ANDRADE
1993-1994RAIMUNDO BEZERRA(EM MEMóRIA)
2005-2006SILVIO FERNANDES DA SILVA
6
1994-1995ARMANDO MARTINHO BARDOU RAGGIO
2006EDMUNDO COSTA GOMES
1995-1998GILSON CANTARINO O’DWYER
2007-2009HELVÉCIO MIRANDA MAGALHÃES JUNIOR
1999EDMUNDO GALLO
2009-2015ANTôNIO CARLOS NARDI
1999-2000GILBERTO TANOS NATALINI
2015FERNANDO MONTI
1993-1994RAIMUNDO BEZERRA(EM MEMóRIA)
2005-2006SILVIO FERNANDES DA SILVA
7
8 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Organização
Sylvio Rômulo Guimarães de Andrade Junior
Pesquisa Histórica - Dox Gestão da Informação Ltda EPP
Laura Mattos (historiadora)
Lucas Moreno Cruz (estagiário)
Imagens - Dox Gestão da Informação Ltda EPP
Jacqueline Lisboa (fotógrafa)
Revisão
Tamires Marinho
930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
aPresentaÇÃo
Brasília, abril de 2019.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) completou 30 anos de existência em abril de 2018. Ao longo desse perí-odo, a entidade se afirmou como líder na discussão da política de Saú-de do País, representando os municípios brasileiros na defesa constan-te do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos princípios da universalidade de acesso, da equidade e da integralidade de assistência.
Em momentos distintos, foram produzidos vários trabalhos sobre o Conasems: sua constituição, seu desenvolvimento e atuação política, que foi construída a partir da defesa de valores como a autonomia e o protagonismo dos municípios.
O conteúdo a seguir foi organizado a partir de momentos desta his-tória, que foram destacados por membros da Comissão Fundadora do Conasems, em depoimentos colhidos para a produção do Documentário “30 Anos Conasems”, disponível no nosso Portal (www.conasems.org.br).
No entanto, de forma diferente dos outros trabalhos, este volume propõe um olhar a partir de documentos constantes dos arquivos da
entidade, em especial as publicações editadas pelo Conasems, além do acervo de sanitaristas que fize-ram parte desta história, como Gilson Carvalho, Eduardo Jorge, Guido Carvalho e Lenir Santos.
Todo o material que serviu de fonte para este livro encontra-se disponível para consulta e down-load graças ao apoio de parceiros como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília (NESP/UnB).
Nestas páginas, além do movimento que levou à criação da entidade, e do retrato das suas lutas e das suas vitórias, ficam impressas as emoções dos personagens notáveis que fizeram essa história.
Viva o Conasems! Viva o SUS!
mauro Guimarães JunqueiraPresidente
Mauro Junqueira - 05fev19 Mariana Costa-9 (1)
1130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
a história da saúde no nosso país se divide em duas etapas aC e dC: an-
tes do Conasems e depois do Conasems. isso é apenas uma maneira de
simplificar as coisas. Porque depois do Conasems significa, depois da cons-
tituinte, depois da criação do sUs pela constituinte, depois de uma série de
medidas governamentais que foram gradualmente adaptando o sistema de
saúde à uma nova realidade, como é o caso da extinção do inamPs. depois
do movimento pela redemocratização do país, então, na verdade, há uma con-
corrência de fatores. o sUs ainda é uma obra inacabada.1
1Flávio Goulart - Documentário 30 Anos Conasems. Brasília. 2018. Disponível em: <https://www.conasems.org.br/30anos/>. Acesso em: 22 fev. 2019.
12
Introdução
1Introdução
ABERTURA DA 8ª CONFERêNCIA NACIONAL DE SAúDE, 1986 Acervo: Revista Radis – Comunicação em Saúde/ ENSP/Fiocruz
14 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Revisitar o período anterior à fundação do Conasems torna perceptí-
veis as justificativas para a criação da entidade, diretamente relacio-
nadas aos marcos históricos da luta pela saúde pública no país.
No início da década de 20, do século passado, foram consolidadas as
bases iniciais do sistema previdenciário brasileiro, com a promulgação da
Lei Eloy Chaves, em 1923, que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPs).
As CAPs surgiram com a finalidade de assegurar assistência mínima
aos empregados das empresas de estradas ferroviárias do país, de modo
que fossem amparados em caso de acidente ou afastamento do trabalho
por doença.
Na década seguinte, foram criados os Institutos de Aposentadoria e
Pensões (IAPs), que passaram a congregar os trabalhadores por profissão,
configurando o primeiro sistema nacional de previdência social gerido
pelo Estado.
À época, implementava-se um sistema que atendia apenas aos traba-
lhadores formalmente empregados, excluindo todos os demais cidadãos
da sua cobertura.
Também nesse período foram instituídas as Conferências Nacionais
de Saúde, com a publicação da Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937. Como
se verá mais adiante, foi no contexto das conferências que diversas forças
convergiram, criando as condições que levaram à criação do Conasems.
A 1º Conferência Nacional de Saúde foi convocada em 1941. A 2ª Con-
ferência, em 1950, deu espaço para temas como segurança do trabalho,
1986RELATóRIO DA 8ª CONFERENCIA NACIONAL DE SAúDE RELATóRIO FINAL
1530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
condições de prestação de assistência médica sanitária e preventiva para
trabalhadores e gestantes, bem como o controle da malária.
A 3ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 19632, merece
destaque por ser a ocasião na qual ganhou relevo a defesa do munici-
palismo, da autonomia dos municípios e da descentralização da admi-
nistração pública. Nesse contexto, constam dos seus Anais as seguintes
recomendações3:
1 - Que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, na mais estreita co-
operação, estabeleçam, no menor prazo possível, em nível municipal, a es-
trutura sanitária básica do país, de forma a fornecer os cuidados médico-
-sanitários indispensáveis à defesa da vida de toda a população brasileira;
2 - Que este esforço deve ser iniciado, prioritariamente, nos municípios que
ainda não disponham de qualquer medida de defesa da saúde;
3 - Que os Serviços de Saúde a serem implantados nos municípios deverão
levar em conta na sua estrutura, as necessidades e possibilidades de cada um;
4 - Que os Serviços de Saúde dos Municípios terão, no mínimo, as seguintes
atividades:
a) medidas elementares de saneamento do meio;
b) fiscalização dos gêneros alimentícios, das habitações e dos estabeleci-
mentos que lidam com a produção e comércio de alimentos;
2 Anais/3ª Conferência Nacional de Saúde; promovido pelo Ministério da Saúde. Niterói: Fundação Municipal de Saúde, 1992. 246 p. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/cns/pdfs/3conferencia/3confnac_an.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2019. 3Anais/3ª Conferência Nacional de Saúde; promovido pelo Ministério da Saúde. Niterói: Fundação Municipal de Saúde, 1992. 246 p. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd07_01.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2019.
1986 QUATRO POSICIONAMEN-
TOS E EXPLICAçõES SOBRE O RELATóRIO DA 8ª CONFERêNCIA
NACIONAL DE SAúDE. NELSON RODRIGUES DOS SANTOS.
Disponível em http://repositoriosanitaristas.conasems.org.br:8080/jspui/handle/prefix/149
16
c) imunização contra as doenças transmissíveis;
d) prestação dos primeiros atendimentos de assistência a doentes;
e) programas de proteção à maternidade e infância;
f) educação sanitária;
g) levantamento dos dados de estatísticas vital.
A 4ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1967, deu foco aos
recursos humanos para as atividades em saúde. Na década seguinte, as 5ª
e 6ª Conferências, realizadas em 1975 e 1977, respectivamente, trataram do
controle de grandes endemias.
À mesma época, era instituído, pela Lei nº 6.229/75, o Sistema Na-
cional de Saúde, distribuindo atribuições entre o Ministério da Saúde e o
sistema de assistência médica previdenciário.
Após a 6ª Conferência, foi criado o Instituto Nacional de Assistên-
cia Médica da Previdência Social (INAMPS), marcando o fortalecimento
do serviço privado na área da saúde, na contramão do que era defendido
pelo Movimento da Reforma Sanitária no Brasil, pela academia e tam-
bém pelos gestores municipais durante os Encontros de Secretários Mu-
nicipais de Saúde.
O Movimento da Reforma Sanitária tomou proporção nos anos 60 e
70, durante o regime militar. O termo não nasceu no Brasil e refere-se a
experiências de reformulações no campo da saúde em países como Itália
e Portugal.
A academia, igualmente, ganhou destaque por atuar e produzir fren-
te a uma conjuntura política autoritária. Trata-se de uma época na qual
a saúde era retirada de um campo estritamente técnico, e fatos sociais,
antes considerados externos ao processo saúde-doença, começavam a
1988 2ª ATA DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
1730 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
ser trazidos para a discussão da medicina, revelando ainda dimensões so-
ciais, políticas e econômicas das práticas médicas4.
Data do mesmo período o surgimento de instituições importantes de
defesa da universalidade e equidade da saúde, como o Centro Brasileiro
de Estudos de Saúde (Cebes), em 1976, e a Associação Brasileira de Saúde
Coletiva (ABRASCO), em 1979, com quem mais tarde o Conasems também
atuaria. Todas essenciais para a construção de uma identidade no campo
dos estudos em saúde coletiva e da criação de políticas públicas.
Havia um movimento de intelectuais das academias – Fiocruz, UERJ e USP,
por exemplo – e de membros da alta burocracia pública – Ministério da
Saúde e INAMPS – no sentido de se promover reformas na saúde. As pala-
vras de ordem eram descentralização e unificação de um sistema, até então,
muito fragmentado. (Flávio Goulart)5.
Profissionais da área da saúde e acadêmicos se engajaram no embate
político, entre eles nomes como Gilson Carvalho, Lenir Santos, Eduardo
Jorge, Guido Carvalho, Nelson Rodrigues e Sérgio Arouca. Este último, dis-
pôs assim sobre a reforma:
É preciso uma reforma sanitária profunda em que seja garantido à popu-
lação um serviço descentralizado (mais próximo das necessidades de cada
um), universal (com acesso a todos os brasileiros), integral (em que todo o
ciclo de vida seja beneficiado) e com controle social (a fiscalização do aten-
dimento deve ser feita pela própria sociedade).
4 COHN, A. Caminhos da reforma sanitária. São Paulo. 1989. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451989000400009>. Acesso em: 20 fev. 2019.5 Revista Conasems. Brasília, ed. 71, maio/junho de 2018, p13.
1988 3ª ATA DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
1930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1995AS CARTAS MUNICIPALISTAS. MUNICIPALIzAçãO: VEREDAS CAMINHOS DO MOVIMENTO MUNICIPALISTA DE SAúDE NO BRASIL. GOULART, FLÁVIO A. DE ANDRADE.
20 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
O evento, sediado em Campinas (SP), foi organizado pelas Secretarias de
Saúde dos Municípios da região, Londrina e Niterói e pelo Instituto Brasi-
leiro de Administração Municipal (IBAM).
Em 1979, foi promovido o II Encontro Municipal do Setor Saúde, em
Niterói (RJ), com a participação de representantes de 67 municípios e 15
estados diferentes. Não por acaso, os registros do evento abordam temas
como a participação social na saúde, com destaque para a reforma tributá-
ria e a redistribuição de competências entre união, estados e municípios,
exclusão da Atenção Primária à Saúde na iniciativa privada e a unificação
dos Ministérios da Previdência e Saúde.
Durante a realização da 7ª Conferência Nacional de Saúde, entre 24 e
28 de março de 1980, em Brasília (DF), foram resgatados temas levantados
em encontros municipais anteriores, tais como a ampliação e reestrutura-
ção da rede pública de saúde, os serviços básicos e sua cobertura universal.
O movimento municipalista ganhava ainda mais fôlego, como ficou
evidente durante a realização do I Encontro Nacional de Secretários Mu-
nicipais de Saúde, em 1981, com a participação de cerca de 80 municípios,
em Belo Horizonte (MG). A carta produzida durante o evento enaltece o
poder do município e da comunidade nas decisões referentes à saúde.
Já o III Encontro Municipal do Setor Saúde e II Encontro Nacional de
Secretários Municipais de Saúde foram realizados em abril de 1982, em São
José dos Campos (SP), contando com cerca de 380 profissionais da Saúde.
Esses encontros foram uma das pontas dos icebergs. Era a parte visível da
pujança do movimento dos secretários municipais de saúde que estava em
crescimento. (Nelson Rodrigues dos Santos).6
6 Revista Conasems, Brasília, ed. 71, maio/junho de 2018, p13.
As origens do Conasems podem ser identificadas nos Encontros
de Secretários Municipais de Saúde. Realizados a partir da década de
70, representaram um espaço de expressão das pautas dos municípios
e de amadurecimento dos gestores municipais como atores políticos
determinantes no cenário da saúde pública brasileira.
Segundo Flávio Goulart, vice-presidente do Conasems, de 1987 a
1989, a organização dos encontros buscou traçar uma identidade co-
mum entre as atividades desenvolvidas nas Secretarias Municipais de
Saúde participantes. Eles refletiram a mobilização e organização dos
municípios e o fortalecimento da ideia de municipalismo.
A cada encontro era produzido um documento que reunia con-
clusões e diretrizes. Esses documentos se transformaram em impor-
tantes registros de representação e posicionamento dos municípios,
mas também relevante fonte histórica sobre os eventos e o movimen-
to municipalista como um todo.
O primeiro encontro aconteceu em 1978, em Teresina (PI), com a
presença de 8 secretários municipais de saúde das capitais nordestinas.
Os registros deste primeiro encontro reportam debates sobre temas
como financiamento, a capacitação dos profissionais para a área técni-
ca administrativa das secretarias municipais de saúde e reivindicações
como a alteração do artigo 4 do Código Nacional de Saúde, para atribuir
ao município o direito de legislar supletivamente no campo da saúde.
Desde então, o financiamento da saúde nos municípios tornou-
-se uma das principais bandeiras na luta do movimento municipalista,
tendo como foco as heterogêneas capacidades financeiras, administra-
tivas e operacionais para a prestação da atenção à saúde de cada região.
Também teve destaque, em 1978, o I Encontro Municipal do Se-
tor Saúde da Região Sudeste, que reuniu 61 prefeituras e 16 estados.
22 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Em fevereiro de 1985, merecem registro a realização do IV En-
contro Municipal do Setor Saúde e do III Encontro Nacional de Secre-
tários Municipais de Saúde, em Montes Claros (MG), em que foram
abordados amplamente temas da conjuntura da saúde, acentuando o
tom político do movimento.
Nos municípios, a reivindicação pela transferência dos serviços
estaduais para a esfera municipal dominava a pauta.
Na hora que um centro de saúde do estado caía na mão do município, ele
triplicava de rendimento, o município geria muito melhor. A partir daí,
houve também uma pressão crescente da população para municipalizar
os centros de saúde dos estados. (Nelson Rodrigues dos Santos).7
A 8ª Conferência Nacional de Saúde, conhecida como “Oitava”,
realizada em Brasília (DF), em 1986, é considerada um marco na histó-
ria das conferências. Com a presença de mais de 4.000 pessoas e forte
participação popular, foi o evento de maior ressonância para fixação
do conceito da saúde como um direito, como foi previsto, posterior-
mente, na Constituição de 88, representando um grande marco para a
criação do Sistema único de Saúde.
7 Revista Conasems, Brasília, ed. 71, maio/junho de 2018, p14.
1988TERMO DE POSSE DA 1ª DIRETORIA
2330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1988 1º LIVRO DE ATAS DAS ASSEMBLEIAS GERAIS ORDINÁRIAS
24 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
e o resultado final da 8ª CNS animou muito mais porque todos saíram com
uma linha política traçada, e isto é fundamental e talvez isso seja a causa
da solidez e do momento histórico de se comemorar os 30 anos do Conase-
ms. (Paulo Dantas).9
O Relatório Final da 8ª Conferência apresenta os moldes do Sistema
de Saúde que seria defendido durante a Assembleia Nacional Constituin-
te, e se dividia em três partes: “Saúde como direito”; “A reformulação do
sistema nacional de saúde”; e “Financiamento do setor”.
No ano seguinte à “Oitava”, cabe apontar o V Encontro Municipal do
Setor Saúde e o IV Encontro Nacional de Secretários Municipais de Saúde,
em Londrina (PR), reunindo mais de mil participantes, incluindo repre-
sentantes de quase todos os estados brasileiros.
Em seu relatório final, do dia 28 de março de 1987, consta a designa-
ção de Comissão Provisória, encarregada de organizar o Conselho Nacio-
nal de Secretarias Municipais de Saúde, o Conasems.
E por quê fazer? Nós tínhamos um motivo muito forte, que era uma coisa
que nos mobilizava e nos dava ânimo de fazer porque a gente sabia que ti-
nha um resultado para a população. Muitas pessoas poderiam ser benefi-
ciadas com isso. Em cima dessa pauta é que a gente teve entusiasmo para
levar adiante. (Luis Carlos Straliotto).10
A Comissão Provisória foi composta por atores que militavam por
um sistema que garantisse acesso gratuito, universal e igualitário à saú-
de: Amaury dos Santos (Itajaí-SC); Aparecida Linhares Pimenta (Bauru-
9Ibidem.10Ibidem.
Os 84 secretários municipais que atuaram como delegados na
Conferência, realizaram três reuniões paralelas ao evento. Dali sa-
íram 12 posicionamentos dos secretários, que foram lidos durante
a plenária geral.
Foram nessas reuniões, nas escadarias do ginásio onde se rea-
lizava a Conferência, que foram propostos os fundamentos institu-
cionais do Conasems. Carlos Alberto Trindade, membro fundador
do Conasems, falou sobre a ocasião:
Toda uma riqueza de pensamento da saúde no Brasil estava pre-
sente na 8ª Conferência e, também, os Secretários Municipais de
Saúde. O tema da municipalização da saúde não foi um tema di-
reto dentro da programação da Conferência, mas foi um tema que
acabou acontecendo paralelamente porque, com os secretários mu-
nicipais de saúde presentes, na época, tinha sempre uma agenda
paralela, se reuniam em espaços onde se conseguia. Tem uma fa-
mosa reunião onde as bases desse conselho nacional foram propos-
tas, que foram feitas na escadaria do ginásio Nilson Nelson. (Carlos
Alberto Trindade).8
Ainda sobre as reuniões localizadas no Ginásio Nilson Nelson,
expôs Paulo Dantas, o primeiro presidente do Conasems:
Discutimos a temática da 8ª Conferência, mas também a importân-
cia de se constituir, efetivamente, uma entidade representativa dos
secretários municipais de saúde (...) Todos saíram dali empolgados
8 Documentário 30 Anos Conasems. Brasília. 2018. Disponível em: <https://www.conasems.org.br/30anos/>. Acesso em: 04 abr. 2019.
2530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
-SP); Eduardo Nascimento, que provisoriamente ficou como presidente
(Belo Horizonte-MG); Flávio Andrade Goulart (Uberlândia-MG); Gilberto
Berguio Martin (Cambé-PR); Yves Bezerra (Natal-RN); Joselina Santana de
Souza (São Luiz-MA); Ligia Maria Vieira da Silva (Camaçari-BA); Julio S.
Muller Neto (Cuiabá-MT); Leniel Bairral Dias (Volta Redonda-RJ); Paulo
Dantas (Recife-PE); Ricardo Nogueira (Pelotas-PE); Rui Santos Brasileiro
(Santa Luzia-MG) e zenaide Alves de Souza (Macapá-AP).
Em maio do mesmo ano, foi elaborado um documento com a propos-
ta para a criação de um Organismo Nacional de Secretários Municipais de
Saúde. O sanitarista Nelson Rodrigues dos Santos, à época secretário de
saúde de Campinas (SP), consolidou documento pontuando ações para or-
ganização dos Conselhos/Colegiados Estaduais de Secretários Municipais
de Saúde (COSEMS) de todo o país, a organização das Comissões Interges-
tores Bipartite (CIB), e a fundação do Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (Conasems).
Nós ficamos durante o todo o ano de 1987 coordenados pelo secretário mu-
nicipal de Belo Horizonte, o Eduardo Nascimento, que foi nosso presidente
desse colegiado provisório do Conasems até Olinda, que foi quando aconte-
ceu o Congresso dos Secretários Municipais, no qual, oficialmente, se faz a
fundação do Conasems e que se elege a primeira diretoria, na qual o secre-
tário municipal de Recife, Dr. Paulo Dantas, é eleito como nosso presidente.
(Eri Medeiros).11
Esse período de 1987 e 1988 foi um período de muita movimentação da saú-
de no Brasil. A CNS de 1986 tinha acabado de acontecer. Foi nomeada uma
Comissão Nacional de Reforma Sanitária, na qual eu e Nelson Rodrigues
11 Eri Medeiros – Documentário 30 Anos Conasems. Brasília. 2018. Disponível em: <https://www.conasems.org.br/30anos/>. Acesso em: 04 abr. 2019.
dos Santos participamos [...] foi ele quem conduziu a reunião das
escadarias sentado no chão. Foi o ano que a constituinte já estava
em trabalho. Nos mesmos dias em que essa ata foi confeccionada
e assinada foi, também, a portaria do SUDS, que não deixou de ser,
apesar de ter sido superada pelos acontecimentos, um movimento
importante pela política da saúde. Nós tínhamos muitas expectati-
vas para o futuro do Brasil com a constituinte, com a nova repúbli-
ca, com tudo aquilo que estava acontecendo.
Não é demais lembrar que o Conasems já estava presente, inclusive,
em pelo menos duas instâncias importantíssimas daquela ocasião.
Uma era a plenária das entidades de saúde, que participou direta-
mente dos lobbies [...] e presente também na Siplan [...] nomeado
e publicado no Diário Oficial com o nome Conasems estabelecido.
(Flávio Goulart).12
Foi decisiva, para o fortalecimento da saúde nos municípios, a cria-
ção dos COSEMS, porque eles é que davam a sustentação para o Co-
nasems em cada um dos estados. E cada COSEMS que era criado,
que fazia seu congresso, que se articulava, também atuava como
um estimulante para que os outros estados organizassem os seus
COSEMS. (Aparecida Linhares Pimenta).13
Por ocasião do VI Encontro Municipal do Setor Saúde e do V
Encontro Nacional de Secretários Municipais de Saúde, em Olinda
12 Flávio Goulart – Documentário 30 Anos Conasems. Brasília. 2018. Disponível em: <https://www.conasems.org.br/30anos/>. Acesso em: 04 abr. 2019. 13 Aparecida Linhares Pimenta - Documentário 30 Anos Conasems. Brasília. 2018. Disponível em: <https://www.conasems.org.br/30anos/>. Acesso em: 04 abr. 2019.
26 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(PE), de 11 a 14 de abril de 1988, foi eleita a primeira diretoria do Conasems e aprovado o primeiro
estatuto da entidade.
As Atas de fundação do Conasems registram que, em 12 de abril de 1988, os secretários muni-
cipais decidiram pela criação de um “órgão colegiado que os representasse em seus pleitos junto
às entidades públicas nacionais e estaduais”, designando uma comissão executiva, encarregada
da elaboração da proposta de Estatuto da entidade, que foi aprovado no dia seguinte.
Em 14 de abril de 1988, foi eleita a primeira Diretoria do Conasems. Para a presidência do
Conasems foi eleito o Secretário de Saúde de Recife (PE), Paulo Antônio Gomes Dantas e, para a
vice-presidência, Flávio Andrade Goulart, Secretário Municipal de Uberlândia (MG).
A fala do Conasems, desde quando ele nasceu, desde quando deu seu grito de vida, que era exatamente
a defesa do SUS, foi fundamental nas articulações políticas. (Paulo Dantas).14
14 Paulo Dantas – primeiro Presidente do Conasems. Documentário 30 Anos Conasems. Brasília. 2018. Disponível em: <https://www.conasems.org.br/30anos/>. Acesso em: 04 abr. 2019.
27
HISTóRICO DOS ENCONTROS MUNICIPAIS DE SAúDE. CONASEMS. Disponível em http://repositoriosanitaristas.conasems.org.br:8080/jspui/handle/prefix/79
28 Introdução
2encontros, Congressos e Cartas: A Defesa Política do SuS
5º ENCONTRO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAúDE, 1988Acervo: Conasems
30
O Conasems nasceu de um movimento po-
lítico. Desde os seus primeiros momen-
tos, durante a Assembleia Nacional Consti-
tuinte, até os dias atuais, é na defesa política
do Sistema único de Saúde que se justifica a
sua existência.
Uma característica importante, pelo me-
nos nos primeiros dez, quinze anos da
existência dessas entidades, é que houve
um forte componente de militância polí-
tica dentro dessas entidades. Não estou
dizendo de militância político-partidária-
-eleitoral, mas uma militância de política
de defesa do SUS, de defesa dessa política
pública. (Aparecida Linhares Pimenta).
O Conasems, a partir daquela época, e
hoje, dá a capilaridade que talvez nenhu-
ma outra estrutura dentro da organiza-
ção da saúde consegue dar, que é a capila-
ridade dos municípios. Há uma sequência
de descentralização da discussão a partir
do Conasems que é muito ágil. Tem uma
Diretoria Executiva, o Conselho de Secre-
Jun 1989CARTA DE PORTO ALEGRE
1989VI ENCONTRO - PORTO ALEGRE
3130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
tários Estaduais, que por sua vez tem os conselhos regionais em cada estado. Então, uma discussão
que você faz aqui, ou uma necessidade de mobilização que você tem a partir da discussão do Conasems,
você consegue fazer chegar lá nos municípios, nos mais de cinco mil municípios brasileiros. Você tem
possibilidade e potencial pra fazer essa discussão chegar com muita rapidez, assim como você tem
possibilidade potencial de recolher os problemas e as discussões que os municípios fazem de forma
capilarizada lá embaixo, recolher e trazer essas discussões aqui pra cima. (Gilberto Martin).
Com a posse da primeira diretoria, nossa atuação no primeiro mandato foi política. Nós tivemos um
papel importante já na assembleia nacional constituinte, em que vários secretários disputaram vários
artigos da constituinte que participamos na área da seguridade social junto com os parlamentares.
O Conasems teve uma atuação importante inicial em 1988, praticamente política. Nós não tínhamos
organização ainda do ponto de vista do país continental e de mobilizações dos secretários, mas nós
fizemos parte de várias discussões junto com o coordenador da área de seguridade social, o então se-
nador Almir Gabriel, o (Nelson) Jobim, que era relator, e vários outros parlamentares que apoiavam as
propostas da 8ª CNS, que foi uma pré-constituinte, na realidade. (Eri Medeiros).
Os Encontros Nacionais, mais tarde, Congressos Nacionais, e as cartas divulgadas a cada
evento, nas quais se apresenta a agenda política da gestão municipal da saúde, são especialmente
relevantes nestes 30 anos de atividades.
Acontece o nosso encontro de Junho de 1989, em Porto Alegre, em que o Conasems já está mais robusto,
e desse evento a gente marca a nossa estratégia de atuação a partir dessa data através da carta de
Porto Alegre, que reflete muito dos artigos que hoje nós temos na Lei 88. Ela está escrita na nossa carta
de 1988, que foi a bandeira da nova diretoria eleita lá em Porto Alegre. (Eri Medeiros).
Jun 1989PAG6-7
32
1990VII ENCONTRO - FORTALEzA
Set/out 1990 JORNAL CONASEMS - PROGRAMAçãO DO VII ENCONTRO - FORTALEzA
nov 1990BRASIL REUNIDO PARA ENFRENTAR
3330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mar/abr 1993IX ENCONTRO NACIONAL DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS SERÁ EM CURITIBA
1993 IX ENCONTRO - CURITIBA
1992VIII ENCONTRO - BRASíLIA
ago 1992VIII ENCONTRO TIRA POSIçõES
34
Jornal do ConaSeMS Jul/ago 1995I CONGRESSO DOS SECRETÁRIOS DAS AMéRICAS
Jornal do ConaSeMS Set 1995I CONGRESSO DAS AMéRICAS
Jornal do ConaSeMSSet 1995
PROGRAMAçãO DO I CONGRESSO DAS AMéRICAS
1995I CONGRESSO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAúDE DAS AMéRICAS
35
nov/dez 1998 XIV CONGRESSO NACIONAL DE SECRETÁRIOS
out/nov 1995 DESCENTRALIzAçãO é O CAMINHO PARA A SAúDE
out/nov 1995 RELATOS QUE CONVENCERAM JATENE
36 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jul/ago 1995CARTA DE MACEIó
Jul/ago 1995XI ENCONTRO DEFINE LUTA
1995XI ENCONTRO - MACEIó
3730 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jornal do ConaSeMSJul 1996XII CONGRESSO - PROGRAMAçãO
Jornal do ConaSeMSJul 1996
XII CONGRESSO - RIO DE JANEIRO
1996XII ENCONTRO - RIO DE JANEIRO
38
1997II CONGRESSO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAúDE DAS AMéRICAS
Jornal do ConaSeMSJul 1997
II CONGRESSO DOS SECRETARIOS MUNICIPAIS DAS AMéRICAS -
CARTA DE HAVANA
Jornal do ConaSeMS - Mai 1997II CONGRESSO - PROGRAMAçãO
1997DIRETRIzES POLíTICAS (XIII ENCONTRO)
Jornal do ConaSeMS - Set 1997XIII ENCONTRO - DIRETRIzES POLíTICAS
39
1997 XIII ENCONTRO - BRASíLIA
CARTA DE BRASíLIA
Jornal do ConaSeMS - Jul 1997XIII ENCONTRO - CARTA DE BRASíLIA
Jornal do ConaSeMS - Jul
1997 XIII ENCONTRO -
BRASíLIA
Jornal do ConaSeMS - Mai 1997XIII ENCONTRO - BRASíLIA
40 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1998 XIV CONGRESSO - GOIâNIA
nov/dez 1998ASSEMBLEIA GERAL
nov/dez 1998CARTA DE GOIâNIA
nov/dez 1998INTEGRAçãO E DESENVOLVIMENTO
nov/dez 1998XIV CONGRESSO NACIONAL DE SECRETÁRIOS
4130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1999XV CONGRESSO - RIO DE JANEIRO
ago/Set 1999Jul/ago 1999
42 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2000 XVI CONGRESSO - SALVADOR
Jun 2000
ago 2000
4330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2004 XX CONGRESSO - NATAL
abr/Mai 2004P34-35 CARTA DE NATAL
44 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2005 XXI CONGRESSO - CUIABÁ
Jun/Jul 2005P51 - CARTA DE CUIABÁ
4530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2006XXII CONGRESSO - RECIFE
nov/dez 2006 P34-35 - XXII CONGRESSO
MANIFESTO MUNICíPIOS DE PEQUENO PORTE
Jul/ago 2006P36-37 - CARTA DE RECIFE
46 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2007XXIII CONGRESSO - JOINVILLE
Jul/ ago 2007XXIII CONGRESSO - CARTA DE JOINVILLE
4730 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
abr/Mai/Jun 2008P46-47 - XXIV CONGRESSO - CARTA DE BELéM
2008XXIV CONGRESSO - BELéM
48
2009 XXV CONGRESSO - BRASíLIA
2010 XXVI CONGRESSO - GRAMADO
Mai/ Jun 2009P34 - XXV CONGRESSO - CARTA DE BRASíLIA
Jun/Jul 2010P15 - XXVI CONGRESSOCARTA DE GRAMADO
4930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2011 XXVII CONGRESSO - BRASíLIA
Jul/ ago 2011XXVII CONGRESSO CARTA DE BRASíLIA
2012 XXVIII CONGRESSO - MACEIó
Mai/Jun 2012 P46-47 - XVIII CONGRESSO - CARTA DE MACEIó
Set/out 2012P23 - SAúDE+10
BRASIL MOBILIzADO POR + SAúDE
52 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2016 XXXII CONGRESSO - FORTALEzA
abr/Jun 2016 Jul/Set 2016
54 Introdução
3O Conasems e as Conferências Nacionais de Saúde
MESA DE ABERTURA DA 9ª CONFERêNCIA, REALIzADA EM BRASíLIA, 1992Acervo: Revista Radis – Comunicação em Saúde/ENSP/Fiocruz
56 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1980RELATóRIO FINAL DA 7ª CONFERêNCIA NACIONAL DE SAúDE
é sempre oportuno associar nossa entidade às Conferências Nacionais
de Saúde. Sobretudo, desde a “Oitava”, e a “Reunião das Escadarias”,
quando se estabeleceram as bases do Conasems:
A 8ª CNS, quando trouxe fortemente o tema da democracia e saúde, remeteu
essa discussão da democratização da sociedade brasileira e dos processos
de saúde naquela máxima que ficava: saúde é democracia e democracia é
saúde. E a gente saía daquele movimento e voltava para os municípios sem-
pre com essa ideia de que o importante era fortalecer esse processo [...] toda
uma movimentação que o país vivia e que gente estava no meio disso. E a
partir de então, a gente tentava, cada vez mais, qualificar a nossa presença.
Na medida que a Constituição nova desenhou uma nova federação para o
Brasil, com novas relações interfederadas e relações políticas, fica marcada
também a importância que teriam os municípios nesse novo quadro, nesse
novo cenário. Então, a nossa organização caminhou muito nesse sentido de
juntar o que tinha de melhor em termos de possibilidade e organização da
saúde. (Carlos Alberto Trindade).
Ainda nos primeiros anos de existência, o Conasems assumiu a lide-
rança do movimento municipalista da saúde. A IX Conferência Nacional
de Saúde foi um momento especial, tanto pelo desafio que representava,
57
quanto pela demonstração da capacidade de mobilização da entidade, que protagonizou a orga-
nização do evento:
No final do governo Sarney, por meio do Conasems, conseguimos apresentar uma proposta numa con-
ferência nacional que tivesse o tema “Saúde e Municipalização é o caminho”. Entendíamos que, o for-
talecimento e a participação da base, por meio dos municípios, é que iriam fazer a grande reforma no
sistema brasileiro. Essa conferência foi convocada no governo Sarney, em fevereiro de 1990, e depois,
com as forças antagônicas do governo, nós ficamos praticamente até agosto de 1992 discutindo con-
ferência. Nesse período, o Conasems assume, de fato, a condução de todo o processo, tanto do ponto de
vista político e financeiro quanto organizativo da condução da 9ª CNS. (Eri Medeiros).
O Conasems também assumiu a postura que terIa a 9ª CNS, e se colocou diante de uma situação de
esfacelamento dada pelo golpe, em relação ao Conselho Nacional de Saúde, de não só propor seu for-
talecimento com a composição como hoje está configurado, mas dizer que, na ausência do Conselho
Nacional de Saúde, o Conasems assume a coordenação. Assumir a coordenação é, de fato, algo relevan-
te, isso mostra a ousadia, a determinação de levar avante um projeto político que teve a participação
ativa, em particular do Conasems [...] nós conseguimos, os secretários municipais de saúde, da época,
de Pernambuco, que não passavam de duas dezenas de secretários, tomar para si a organização do En-
contro Nacional. Conseguimos trazer as autoridades maiores da saúde na época, o ministro da saúde e
o presidente do INAMPS, que estiveram presentes no encontro. (Paulo Dantas).
Essa conferência estabelece os princípios da descentralização que permite realmente que o município
assuma, de fato, o papel na assistência da saúde. Foi uma aprovação com a participação de mais de
cinco mil integrantes, mais de três mil delegados que entenderam que o sistema teria de ser através
da municipalização da saúde e, a partir desse momento, um debate do Conasems mais organizado,
com mais Cosems organizados. Inicia-se o debate para a busca da implantação do sistema de saúde e
várias dessas propostas estão, ainda hoje, na agenda política do Conasems: governança, parte política,
os envolvimentos de toda uma sociedade por um projeto que tenha um impacto direto na vida de todas
pessoas do nosso país. (Eri Medeiros).
1992 IX CONFERêNCIA
fev 1990GOVERNO CHAMA A IX CONFERêNCIA
58 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1992 IX CONFERêNCIA
Jun/ Jul 19909ª CONFERêNCIA E CARREIRAS EM DUAS COMISSõES
5930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jun/Jul 1990RAzõES PARA QUE ELA SEJA FEITA JÁ
abr/Mai 1991A IX CONFERêNCIA JÁ ESTÁ NOS MUNICíPIOS
60 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jul/ ago 1991COMISSãO ORGANIzADORA BOTA A NONA NA RUA
6130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jun/ Jul 1992A HORA DA DEFINIçãO
JunJul1992 - Pronto o programa da IX Conferência
Jun/ Jul 1992 PRONTO O PROGRAMA
DA IX CONFERêNCIA
62 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jun/ Jul 1992PUBLICADO DECRETO COM A NOVA DATA
Set/ out 1992COMPROMISSO - POR EM PRÁTICA AS DECISõES
6330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1992MUNICIPALIzAçãO é O CAMINHO - RELATóRIO FINAL DA IX CONFERêNCIA
1993ESPERANçA REVIGORA A SAúDE O QUE FICOU DA IX CONFERêNCIA NACIONAL DE SAúDE -GILSON CARVALHO, Acervo dos sanitaristas. http://repositoriosanitaristas.conasems.org.br:8080/jspui/handle/prefix/425
64 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1996 X CONFERêNCIA
fev/Mar 1996 APROVADO O REGIMENTO DA X CONFERêNCIA
fev/Mar 1996 CONSELHO APROVA REGRAS E DEFINE DATAS DA X CONFERêNCIA
Jul 1996 10ª CONFERêNCIA DEFINE TEMAS DE DEBATE
6530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jul 1996 CONFERêNCIAS ESTADUAIS DEBATEM FINANCIAMENTO
out/nov 1996 CARTA DA 10ª CNS
66 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1996MANIFESTO EM DEFESA DO SUS X CONFERêNCIA
ago 200011ª CONFERêNCIA
6730 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
nov/dez 2000A SAúDE NO BRASIL TEM SOLUçãO
68 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
nov/dez 2000CONFERêNCIA NACIONAL DISCUTE O FUTURO DO SUS
6930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Set/dout 2003 AS CONFERêNCIAS E O PROCESSO DA REFORMA SANITÁRIA
SetOut2003 - Ano de Conferências
70 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Set/out 2003ANO DE CONFERêNCIAS
7130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mai/Jun 2011MUNICíPIOS SE PREPARAM
Set/out 2011 O SUS A 14ª CONFERêNCIA E OS MUNICíPIOS
72 Introdução
4Implementando o SuS: da lei Orgânica da Saúde à revisão da Política Nacional de Atenção Básica
PROMULGAçãO DA CONSTITUIçãO FEDERAL DE 1988Acervo: Empresa Brasil de Comunicação – EBC
19
O Olhar do Município Sobre a Atenção BásicaReportagem: Silvia Bessa e Janaina Braga
É improvável enunciar com precisão o uni-verso de serviços e desdobramentos que a Atenção Básica é capaz de produzir na vida dos brasileiros. Há muitas experiências que
salvam vidas, que trazem alento, que acolhem, que educam, que unem, que se espalham no Brasil de um território a outro. Os programas voltados ao cuidado de gestantes e bebês, por exemplo, vêm mudando progressivamente os indicadores de mortalidade materna e infantil.
Aline Alves Barbosa, 21 anos, anda as voltas com a escolha do nome que dará para o seu bebê. A pri-meira gravidez da estudante foi recebida com incre-dulidade, no primeiro momento, mas rapidamente deu lugar à alegria. Aline é estudante, vive no Bairro Ellery, região populosa de Fortaleza, e ao confirmar
a gestação, depois de um teste de farmácia e exame de sangue, procurou a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Ela se impressionou com a boa acolhida, nada do que ouve dizer com recorrência sobre o SUS.
Depois de um primeiro contato com uma agen-te de saúde, vieram as orientações sobre o acompa-nhamento pré-natal. Em vinte dias, a primeira con-sulta. “A conversa e o exame demoraram mais de uma hora. A médica me explicou tudo, me deixou perguntar o que quisesse, falou sobre alimentação, sangramento, a importância do ferro, o desenvolvi-mento do bebê e os cuidados com o Zica”, detalha com satisfação a futura mamãe. A estudante foi in-tegrada ainda a um grupo de acompanhamento de gestantes da Maternidade Escola e desde então tem pelo menos duas consultas ao mês: o pré-natal na
73Introdução 73Introdução
74 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Os municípios foram determinantes em todos os momentos da im-
plementação do SUS. O Conasems sempre veiculou e representou as
posições e demandas dos gestores municipais de saúde.
(...) duas coisas que não consigo pensar: uma é pensar o SUS sem o papel
que os municípios tiveram, principalmente, na década de 1990 e, também,
logo depois do ano 2000. Também não consigo imaginar o papel que os mu-
nicípios teriam no SUS se não fossem os Cosems e o Conasems. Com os cinco
mil e quinhentos municípios, se não tem uma coisa muito bem organizada
para ser porta voz nesses espaços de pactuação, acho que o SUS não teria a
cara que ele tem. (Aparecida Linhares Pimenta).
No início dos anos 1990, o Conasems amplificou a voz dos gestores
municipais na resistência aos vetos presidenciais à Lei 8.080, de 1990, as-
sim como na proposição da Lei 8.142, de 28 de dezembro do mesmo ano.
Da mesma forma, merece destaque a mobilização contra alterações no ca-
pítulo da saúde durante a reforma constitucional de 1995.
Em 19 de setembro de 1990, o governo promulga a lei e o governo Collor veta
todos os princípios que falasse da participação da comunidade, da forma-
ção de recursos humanos e dos repasses financeiros. Ele cortou todas as
principais bandeiras que tínhamos num sistema que tivesse recurso, um
plano de profissionais e que também tivesse a participação da comunida-
de. Houve uma grande mobilização nacional, uma disputa muito grande de
todo esse cenário nacional, na qual o Conasems esteve como um dos prota-
1989A LEI ORGâNICA DA SAúDE - QUESTõES BÁSICAS - NELSON RODRIGUES
7530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
gonistas na derrubada dos vetos do presidente Collor. O nosso jornal, à épo-
ca, com mais de cem mil exemplares, publicou a manchete na capa “Vamos
derrubar os vetos do Collor”. (Eri Medeiros)
No nosso evento em Fortaleza, de 9 a 12 de dezembro de 1990, fizemos a lei-
tura da proposta da Lei nº 8.142, com cópias do governo, enviando a propos-
ta para o deputado Luiz Henrique, que era o presidente da Câmara dos De-
putados. O Conasems, inclusive, teve o nome dele dentro da lei que permitiu
a legalização e o reconhecimento da nossa instituição até hoje. Esse evento
teve uma importância muito grande também na criação da proposta que
fizemos para o ministro do novo Conselho Nacional de Saúde. Até então,
eram sete integrantes de pessoas ligadas ao ministro e ao governo. O novo
conselho é o que hoje existe com participação de representação de toda so-
ciedade brasileira, no qual, na primeira reunião, o ministro cumpriu com as
duas pactuações que fez com a diretoria do Conasems, a Lei Orgânica 8.142
e o conselho nacional. (Eri Medeiros)
O Conasems, na sua história, acho que se superou nas possibilidades. Eri
Medeiros comentou o nosso encontro em Porto Alegre, que é um encontro
realmente histórico, porque ali se definiu a determinação de luta sem tré-
guas para resgatar o que foi vetado na Lei 8.080 e conseguir até a redação
dos artigos da Lei 8.142. É algo extraordinário que tem que ser dito. Que
naquele momento histórico a força política que comandou esse processo foi
o Conasems. Não foi a CUT, não foram os outros movimentos sociais. Quem
“puxou”, e quem foi até os últimos instantes “puxando” essa luta, foi o Co-
1989 PROJETO DE LEI Nº 1989
76
nasems. É um resgaste histórico que tenho certeza que nenhuma das outras
entidades vão dizer que estamos superestimando o papel do Conasems nes-
se momento. (Paulo Dantas).
O caráter propositivo da atuação da representação dos gestores mu-
nicipais de saúde também resultou em avanços significativos na estrutura
institucional do Sistema único de Saúde. A criação das Comissões Inter-
gestores (Comissão Intergestores Tripartite e Comissões Intergestores Bi-
partites) tem sua origem em proposta apresentada pelo Conasems.
Em Abril de 1991, foi realizada a nova reunião plenária do novo conselho
nacional de saúde, na qual tive a honra, como presidente do Conasems, de
apresentar a proposta da criação da comissão intergestora de tripartite em
27 de Abril de 1991. (Eri Medeiros)
Porque olhamos hoje as comissões intergestoras bipartite ou comissão in-
tergestora tripartite e não conseguimos imaginar como era o momento em
que nada disso existia. Porque quando essa comissão decidiu criar o Cona-
sems, não existia nem o SUS ainda, que veio se efetivar com a CF/88 e depois
com as leis orgânicas do SUS. Acho que Conasems teve um papel importan-
te, inclusive na elaboração das leis fundantes do SUS, que é 8.080 e 8.142, e
depois, ao longo da história, incentivava a criação desses espaços e, nesses
espaços, ele também se constituía como um ator político importante na
construção do SUS. (Aparecida Linhares Pimenta).
No início do século XXI, o Conasems prosseguiu lutando pela auto-
nomia municipal. Sempre de forma coerente, marcou as posições munici-
pais durante a construção do Pacto pela Saúde, iniciada em 2004. O Pacto,
1989SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSãO- PROJETO DE LEI Nº 3.11
77
aprovado em 2006, apresentou um conjunto de reformas institucionais
pactuado pelas três esferas de gestão.
Nossa estratégia era a mobilização dos secretários, fazer com que todos
falassem a mesma língua em todos os lugares do país, promovendo capa-
citações e eventos em relação aos temas principais. (Silvio Fernandes, presi-
dente do Conasems no biênio 2005/2006).1
Neste mesmo contexto, o Conasems sistematizou um conjunto de
posições, as Teses do Conasems, sobre temas centrais na defesa do SUS
pelos gestores municipais: financiamento, força de trabalho, critérios de
rateio, municipalização incompleta, integralidade, modelo de atenção,
controle social e intersetorialidade.
A instituição da Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) por meio
da portaria nº 648, de 28 de março de 2006, se relaciona diretamente com
o fortalecimento da atenção básica – uma das principais bandeiras dos
gestores municipais.
A formação e o provimento de médicos nos serviços de saúde dos
municípios sempre foram temas sensíveis para a gestão municipal. Ainda
em 2013, o Conasems aderiu à campanha “Cadê o Médico?”, liderada pela
Frente Nacional de Prefeitos, buscando suprir dificuldades na contratação
e na fixação de profissionais no interior do país e na periferia das grandes
cidades.
O Programa Mais Médicos para o Brasil foi instituído pela Lei 12.871,
de 22 de outubro de 2013, visando à promoção de um conjunto de ações e
iniciativas relacionadas não apenas ao provimento de profissionais médi-
18Revista Conasems, Brasília, ed. 71, maio/junho de 2018, p.27.
1990LEI 8142
78 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
cos, qualificação da formação médica, oferta de vagas de graduação e resi-
dência médica, mas também de investimentos em construção, reforma e
ampliação de Unidades Básica de Saúde.
A partir de 2015, a entidade liderou as discussões pela revisão da
PNAB. O conjunto de proposições elaborado para o processo de rediscus-
são e revisão teve subsídio do Grupo Técnico da Atenção Básica (GTAB),
criado em 2015, com participação de gestores e técnicos das cinco regiões
do país, que trouxeram para o debate as diferentes realidades da Atenção
Básica dos municípios e os desafios frente à gestão dessa política.
A publicação da Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que
aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizes para a organização da Atenção Básica, consolida uma série de
avanços.
A atenção básica é o primeiro atendimento e o mais resolutivo. Enquanto a
gente não conseguir fazer uma estratégia resolutiva nesse nível, estaremos
enxugando gelo. O processo de reformulação da PNAB atendeu às necessi-
dades dos municípios e à diversidade do país. Isso pode ser contemplado a
partir dos fóruns de discussão, da relação com a academia e de uma série
de atividades que o Conasems participou. (Mauro Junqueira, presidente do
Conasems).
Set/out 1990 MOBILIzAçãO PARA DERRUBAR OS VETOS
Set/out 1990 VETOS NãO VãO SUFOCAR O MOVIMENTO SANITARISTA
1990VETOS À LEI 8080
79
1991ATA DE REUNIãO DO CONSELHO NACIONAL DE SAúDE
Jul/ago 1991MUNICIPALISTAS EXIGEM
APLICAçãO DA LEI DA SAúDE
Jul/ago 1991UMA COMISSãO
VAI FISCALIzAR O SUS
1991CRIAçãO DAS COMISSõES INTERGESTORES
80 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1993MUNICIPALIzAçãO DAS AçõES E SERVIçOS DE SAúDE - GILSON CARVALHO. Acervo dos sanitaristas: http://repositoriosanitaristas.conasems.org.br:8080/jspui/handle/prefix/858
Mar/abr 1993BRASIL 1993 - UM PAíS ONDE
é PRECISO SER OUSADO
1993A OUSADIA DE CUMPRIR E FAzER CUMPRIR A LEI
8130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1993IMPLANTAçãO E FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAúDE
82 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mar/abr 1995MOBILIzAçãO PARA DEFENDER A SAúDE
1995MOBILIzAçãO CONTRA REFORMA CONSTITUCIONAL
Jan 1996UM A zERO
8330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2004PACTO PELA SAúDE
abr/Mai 2004AGENDA ESTRATéGICA DO SUS 2004
Mar/abr 2006 CONSTRUçãO DE UM NOVO
PACTO PARA O SUS
nov/dez 2006O PACTO PELA SAúDE E AS
REDES DE ATENçãO
abr/Mai 2004CONASEMS PROPõE PACTO DE GESTãO
84 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mai/Jun 2006 A POLíTICA NACIONAL DE ATENçãO BÁSICA
8530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2011NASF - NOVOS
INVESTIMENTOS FORTALECEM A ATENçãO
BÁSICA
86 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Set/out 2011NOVA LEI CONFERE MAIOR LEGITIMIDADE
88 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jul/ago 2015 CONGRESSO DO CONASEMS AMPLIA DEBATE SOBRE O PACTO FEDERATIVO
8930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2015REVISãO DA PNAB
Mai/Jun 2015QUAL A ATENçãO BÁSICA QUE NóS QUEREMOS
abr/Jun 2016O OLHAR DO MUNICíPIO
SOBRE A ATENçãO BÁSICA
90 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
out/nov/dez 2016A VOz QUE VEM DOS MUNICíPIOS
2015REVISãO DA PNAB
92 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jan/fev 1993 TEMOS QUE LUTAR PELO CONTROLE SOCIAL
ago/Set 1998OS GESTORES DOS SERVIçOS PúBLICOS DE SAúDE
QUEREM CONTROLE SOCIAL E INSTITUCIONAL
Controle SoCial
9330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
teSeS 2005-2007
ago/Set 2005 TESES DO CONASEMS
fev/Mar 1996CONSELHO APROVA REGRAS E DEFINE DATAS DA X CONFERêNCIA
94 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
out/nov/dez 2005A LUTA PELO FINANCIAMENTO DA SAúDE
Jan/fev 2006SECRETÁRIOS DE SAúDE DISCUTEM GESTãO
EM CONGRESSOS REGIONAIS
nov/dez 2006 CONASEMS REDESENHA SUAS TESES
Mai/Jun 2006MOBILIzAçãO PELA REGULAMENTAçãO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 29
9530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
96 Introdução96 Introdução
5Sistema Único, Caixa Único
PRESIDENTE MAURO GUIMARãES JUNQUEIRA, DURANTE PLENÁRIA DA CIT. – BRASíLIA, 2016 Foto: Luiz Filipe Barcelos Acervo: Conasems
98
O subfinanciamento crônico impede a implementação do SUS.
O Conasems sempre denunciou esta realidade, representando as
demandas dos municípios.
Quando assumiu Itamar Franco, o recurso da seguridade social, que era
dividido entre a saúde e a parte da previdência, foi inteiramente drena-
do para a previdência. Então, o recurso federal para o SUS ficou muito
reduzido em um momento em que o SUS começava a crescer, que as coi-
sas estavam começando a acontecer, o serviço começando a ser implan-
tado. Foi um momento de muita dificuldade. Inclusive, o tema de uma
das cartas do congresso desse período era “Querem acabar com o SUS”.
(Aparecida Linhares Pimenta).
A aprovação da PEC da Saúde, que visava assegurar recursos míni-
mos para financiamento das ações e serviços públicos de saúde, foi resul-
tado de mobilização que durou três anos, desde 1997 até a promulgação
da Emenda Constitucional nº 29, em setembro de 2000. Trata-se de um
episódio que expressa a capacidade de organização do Conasems.
Acampamos no Congresso Nacional com mais de 100 gestores para con-
seguir aprovar. O ministro da saúde queria, os municípios queriam, mas
estados não, então teve briga com os governadores que eram contra. Foi um
embate político muito bonito. Foi um dos momentos mais bonitos da minha
vida. Conseguimos aprovar a emenda por quase unanimidade no Congresso
e vimos uma política pública ganhar espaço. Era um belo aporte de dinhei-
ro. (Gilberto Natalini, presidente do Conasems no biênio 1999/2000).1
1 Revista Conasems, Brasília, ed. 71, maio/junho de 2018, p. 25.
1990APROVADOS OS CRITéRIOS PARA REPASSES DIRETOS
9930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Set/out 1990REGULAMENTAR POR DECRETO - REPASSE DIRETO
nov 1990PROPOSTAS PARA
CONSTITUIçãO DO FUNDO NACIONAL DE SAúDE
1990REPASSES FUNDO A FUNDO
100 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Set/out 1993NINGUéM VAI MEXER NO CAPíTULO SAúDE
Em 2012, o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública – Saú-
de+10 uniu 44 entidades da sociedade civil na luta por financiamento ade-
quado para a saúde, por meio do repasse de 10% das receitas correntes
brutas da União para o SUS. O Conasems aderiu ao movimento, e coletou
mais de dois milhões de assinaturas ao projeto de iniciativa popular apre-
sentado à Câmara dos Deputados.
Ele não tramitou como desejávamos, mas foi um momento de grande
atenção à revisão do pacto federativo, pois dizia respeito a quanto cada
ente colocava na saúde e deixava mais claro a participação de cada um.
(José Fernando Monti, presidente do Conasems – 2015).2
A luta contra o subfinanciamento colocou a revisão do Pacto Federa-
tivo com relevância na agenda política, especialmente diante da atuação
do Conasems:
A Câmara dos Deputados havia instalado a Comissão Especial do Pacto
Federativo, inclusive com a participação do Conasems em várias audiên-
cias públicas, iniciativa necessária para a revisão financeira dos repasses e
para a construção de arranjos regionais. (José Fernando Monti, presidente
do Conasems – 2015).3
2 Revista Conasems, Brasília, ed. 71, maio/junho de 2018, p. 28. 3 Ibidem.
1993MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA SAúDE
101
Em 2016, a aprovação da Emenda Constitucional nº 95 instituiu o
congelamento dos gastos públicos por 20 anos, e impôs ao Conasems a
ampliação do diálogo social, visando demonstrar os seus impactos noci-
vos no financiamento da saúde pública.
A simplificação das regras de financiamento do SUS é demanda his-
tórica dos gestores municipais do SUS. Até 2017, havia mais de 450 for-
mas de repasse da União para os municípios, que sempre defenderam a
diminuição do número de ações orçamentárias do Ministério da Saúde,
visando maior autonomia na utilização dos recursos financeiros.
Como resultado, foi pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite,
a unificação dos blocos de financiamento, pela qual as transferências de
recursos financeiros da União, dedicadas às ações e serviços públicos de
saúde, a partir de 2018, seriam realizadas por meio de uma conta financei-
ra de investimento e uma conta de custeio.
A Portaria nº 3.992, de 28 de dezembro de 2017, que dispõe sobre o
financiamento e a transferência dos recursos federais para ações e servi-
ços públicos de saúde aos demais entes federados, na modalidade fundo a
fundo, em conformidade com o Art. 18 da Lei Complementar nº 141/2012,
trouxe respaldo normativo à pactuação dos gestores do SUS.
1997 a 2000 A PEC DA SAúDE
Mar/abr 1987 JORNAL DO CONASEMS
Set 1997JORNAL DO CONASEMS
Mai 1997JORNAL DO CONASEMS
102 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jun/Jul 1998JORNAL DO CONASEMS
ago 1998P14-15 - SISTEMA úNICO CAIXA úNICO -
FINANCIAMENTO SUFICIENTE DEFINIDO E DEFINITIVO
1997 a 2000 A PEC DA SAúDE
Jornal do ConaSeMSago/Set 1999
MARCHA PELA SAúDE
10330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
ago/Set 1999MANIFESTO PELA SAúDE
Jornal do ConaSeMSago/Set 1999PEC DA SAúDE
1997 a 2000 A PEC DA SAúDE
Jornal do ConaSeMSout/nov 1999
PEC DA SAúDE
Jornal do ConaSeMSdez 1999
PEC DA SAúDE
Jornal do ConaSeMSago/Set 1999
MARCHA PELA SAúDE
10530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
1997 a 2000 A PEC DA SAúDE
Jornal do ConaSeMSdez 1999PEC DA SAúDE
10730 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
abr 1998AS SURPRESAS DO CAVALO DE TROIA DO PABGILSON CARVALHO. Acervo dos sanitaristas: http://repositoriosanitaristas.conasems.ORG.BR:8080/JSPUI/HANDLE/PREFIX/436
NO INíCIO ERA O PAB... (PROCEDIMENTOS DO PAB SEM VALORES DE TABELA)
GILSON CARVALHO. Acervo dos sanitaristas: http://repositoriosanitaristas.
conasems.org.br:8080/jspui/handle/prefix/190
10930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
ago 1997CPMF - O RETORNO À BERLINDA FINANCEIRA
nov/dez 1997SECRETÁRIOS MUNICIPAIS FAzEM
PRESSãO NO CONGRESSO POR VERBA
SubfinanCiaMento CroniCo do SuS
110 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mar/abr 1998O DESFINANCIAMENTO DA SAúDE DO BRASILEIRO
out/nov 1998FINANCIAMENTO COMO ELEMENTO DE
CONSTRUçãO DA EQUIDADE
SubfinanCiaMento CroniCo do SuS
11130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jun/Jul 2004DESVINCULAçãO DE RECURSOS PúBLICOS DESTI-NADOS À SAúDE
nov/dez 2007 e Jan 2008REPROVADA A CPMF NO SENADO
SubfinanCiaMento CroniCo do SuS
112 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jan/abr 2016 O DESFINANCIAMENTO
DO SUS
SubfinanCiaMento CroniCo do SuS
11330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Jul/Set 2016PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL 241-2016
114 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
fev/Mar 2017SISTEMA úNICO CAIXA úNICO - A OUSADIA DE CUMPRIR A LEI
abr/Jun 2017CONGRESSO DO CONASEMS DEBATE
UNIFICAçãO DOS BLOCOS
SubfinanCiaMento CroniCo do SuS
11530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
out/dez 2017UNIFICAçãO DOS BLOCOS DE FINANCIAMENTO REMONTA À CRIAçãO DO SUS
out/dez 2017A SIMPLIFICAçãO DA GESTãO NA SAúDE é URGENTE E NECESSÁRIA
SubfinanCiaMento CroniCo do SuS
116 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde116 Introdução
6Apoiando e orientando os Gestores
XXXIII CONGRESSO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAúDE 2017Foto: Pedro FrançaAcervo: Conasem
118
O fortalecimento da descentralização política, administrativa e finan-
ceira do SUS é um dos compromissos originais em torno dos quais
se firmou o Conasems. O fortalecimento da gestão municipal é, portanto,
um dos aspectos mais importantes do trabalho da rede Conasems/Cose-
ms, que desenvolve constantemente atividades desde o acolhimento e
orientação técnica até o encerramento da gestão.
O fortalecimento dos COSEMS é o propósito do projeto “Formação
da Rede Colaborativa para Fortalecimento da Gestão Municipal do SUS”,
implantado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no âmbito do Progra-
ma de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), que
estruturou um grupo de 174 (cento e setenta e quatro) apoiadores e 26
(vinte e seis) coordenadores de apoio, atuantes em todos os 26 (vinte e seis)
COSEMS.
Da mesma forma, a disseminação de boas práticas na gestão muni-
cipal da saúde está presente desde os primeiros Encontros, anteriores ao
Sistema único de Saúde (SUS). Assim, as experiências implementadas
em Campinas, Londrina e Niterói se tornaram importantes referências
para o Movimento Municipalista na área de saúde, para citar alguns casos
emblemáticos.
Nos municípios que começaram a acontecer algumas experiências, ou al-
gumas reorganizações da assistência de saúde, que acabaram, de uma cer-
ta forma, moldando aquilo que se colocou depois nas discussões do SUS.
Antes mesmo do SUS e antes mesmo da existência do próprio Conasems, os
municípios passaram a agir e a interferir na discussão política que acon-
tecia ao sistema de saúde e começaram a assumir soluções que até então
eram soluções que não existiam no sistema de saúde. (Gilberto Martin).
nov/dez 2012CONASEMS PREPARA RECEPçãO AOS NOVOS GESTORES
out/nov/dez 2016ACOLHIMENTO AOS
NOVOS GESTORES 2017
aColhiMento
11930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Além disso, após o advento do SUS, o intercâmbio de boas práticas
potencializa a multiplicação de bons resultados em todo o país, e estimula
a defesa política do SUS.
O Conasems mostra o SUS que dá certo, desde a Feira Brasil Aqui Tem
SUS, até a Mostra Brasil Aqui Tem SUS, que está em sua 16ª edição e traz
para Brasília 500 experiências bem sucedidas na gestão municipal do SUS
em todo o Brasil.
A capacitação de gestores municipais mobiliza permanentemente a
rede Conasems/Cosems, desde os cursos ministrados em 1993, passando
por toda a produção editorial do Conasems, abordando os mais diversos
temas da gestão municipal da saúde.
Lançada em janeiro de 2017, a 1ª edição do Manual do (a) Gestor (a)
Municipal do SUS – “Diálogos no Cotidiano”, foi elaborada pelo Conasems,
em parceria com o COSEMS/RJ e o Laboratório de Pesquisa e Integralidade
em Saúde da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (LAPPIS/IMS/UERJ),
com o propósito de ser um material de referência para o trabalho do ges-
tor de municipal do SUS.
O sucesso da 1ª edição, bem como os avanços obtidos desde então,
como a unificação dos blocos de financiamento e a revisão da PNAB, jus-
tificaram a atualização e ampliação do Manual do Gestor, que chega à sua
2ª edição em 2019.
Jun/Jul2010FEIRA AQUI TEM SUS
diSSeMinando boaS pratiCaS
12130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2016CATALOGO DA MOSTRA BRASIL AQUI TEM SUS
2016RETRATO DO SUS QUE DÁ CERTO
NOS QUATRO CANTOS DO BRASIL
Catalogo da MoStra braSil aqui teM SuS
122 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Catalogo da MoStra braSil aqui teM SuS
2017CATÁLOGO DA MOSTRA BRASIL AQUI TEM SUS
2017SUS QUE DÁ CERTO
12330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mar/abr 1998CONASEMS E MS ASSINARAM CONVêNIO DE CAPACITAçãO DOS GESTORES MUNICIPAIS
Set/out 2007APOIANDO E ORIENTANDO OS GESTORES - EDUCAçãO PERMANENTE EM SAúDE
abr 1998TRABALHO E GESTãO EM SAúDE
ALGUMAS PONDERAçõES
Jan/abr 2016A EDUCAçãO PELO ENCONTRO
geStao do trabalho e da eduCacao eM Saude
Mar/abr 2007P34-35 - APOIANDO E
ORIENTANDO OS GESTORES - ESPECIALIzAçãO PARA
INTENSIVISTAS
dez 2000P9 - APOIANDO E ORIENTANDO
OS GESTORES - POLíTICA DE RH PARA O SUS
124 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
orientacao teCniCa
Mai/Jun 1993CURSO DE CAPACITAçãO PARA
DIRIGENTES MINICIPAIS DE SAúDE
12530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Mar/abr 1997OS MANDAMENTOS DO SUS
dez 2000SIOPS - MAIS E
MELHORES INFORMAçõES
Set 1997COMPREENDENDO A NOB96
orientacao teCniCa
126 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
fev/Mar 2017LEI COMPLEMENTAR 141 - GUIA PRÁTICO PARA A GESTãO MUNICIPAL
2015PARTICIPAçãO DA COMUNIDADE
NA SAúDE - LIVRETO I
2015PARTICIPAçãO DA COMUNIDADE
NA SAúDE - LIVRETO I
orientacao teCniCa
12730 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
nov/dez 2015TRANSIçãO DA GESTãO - ORIENTAçõES DO CONASEMS
nov/dez 2015JUDICIALIzAçãO DA SAúDE E FORMAS DE O MUNICíPIO ENFRENTÁ-LA
orientacao teCniCa
128 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
2016MANUAL DO GESTOR MUNICIPAL DO SUS
2016MANUAL DO GESTOR P65-66
orientacao teCniCa
12930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
abr/Jun 2017ONDE A LóGICA DAS CAIXINHAS SILENCIA A COMUNIDADE
2017RECOMENDAçõES PARA O ENCERRAMENTO DA GESTãO MUNICIPAL NA SAúDE
orientacao teCniCa
13130 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
a hiStoria do ConaSeMS - da faSe heroiCa da deCada de 80 ao deSeJo de Mudanca do Modelo de atencao e geStao doS anoS 2000
reflexoeS novoS geStoreS MuniCipaiS
publiCacoeS ConaSeMS
132 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde132
Jan/fev/Mar 2017CONASEMS ACOLHE E ORIENTA GESTORES MUNICIPAIS DE SAúDE EM TODO O PAíS
Jan/fev/Mar2017PARA ENTENDER MAIS O PROJETO APOIADOR
Jan/fev/Mar 2017PLATAFORMA
rede Colaborativa
30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
13330 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
dez 2000AçãO BÁSICA
dez 2000PRINCIPAIS SISTEMAS
DE INFORMAçãO DE ABRANGêNCIA NACIONAL
regionalizacao, governanca e geStao da raS
out/nov1996COMPREENDENDO A NOB96
134 30 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
abr/Mai 2005OS DESAFIOS DA REGIONALIzAçãO - GILSON CARVALHO
abr/Mai 2005REGIONALIzAçãO O REDESENHO DO SUS
regionalizacao, governanca e geStao da raS
13530 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
abr/Mai/Jun 2017INTEGRAçãO ENTRE VIGILâNCIA E ATENçãO BÁSICA é ESTRATéGICA PARA REDUzIR ARBOVIROSES
Jul/ago 2015GOVERNANçA NAS REGIõES DE SAúDEA
regionalizacao, governanca e geStao da raS
137Introdução
Vale a pena acreditar, valorizar o SUS que funciona e faz diferença na vida das pessoas, em
todos os municípios do país.
A história do Conasems mostra que é preciso crescer diante dos desafios, fortalecer o traba-
lho em rede, ampliar o diálogo e buscar novos parceiros para qualificar a gestão do Sistema único
de Saúde (SUS).
Diante das fragilidades, da falta de recursos e da grande rotatividade, cabe apostar na auto-
nomia e no protagonismo dos gestores municipais, que construíram o SUS e demonstram sua
viabilidade e relevância a cada dia.
Rever estes 30 anos mostra a coerência e a consistência de propósitos dos gestores muni-
cipais pela saúde que ousaram defender como um direito de todos os cidadãos e um dever do
Estado, com a garantia de acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
13930 Anos: O acervo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
reFerÊnCias
Acervo dos Sanitaristas. Brasília. 2018. Disponível em: <https://portaldareformasanitaria.
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Reforma sanitária e a criação do Sistema único de Saúde: notas sobre contextos e auto-
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Municipalização: Veredas Caminhos do Movimento Municipalista de Saúde no Brasil. GOU-
LART, Flávio A. de Andrade. Rio de Janeiro: Abrasco/Conasems, 1996.