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    QUESTO SOCIAL E SERVIO SOCIAL NAFORMAO SCIO-HISTRICA BRASILEIRA

    SOCIAL ISSUE AND SOCIAL SERVICE IN BRAZILIANSOCIAL-HISTORICAL FORMATION

    Ivone Maria Ferreira da Silva1

    RESUMOEste artigo tem como discusso central a emergncia e legitimidadeda questo social no Brasil. Como resultado das lutas sociais histricas,partimos do reconhecimento de suas razes, ainda que latentes, comoprovenientes dos antagonismos da sociedade e da economia colonial--escravista; mesmo compreendendo que a questo social s adquire

    reconhecimento e publicizao tardia nas primeiras dcadas do sculoXX com o desenvolvimento do capitalismo moderno e mediante o pro-cesso de industrializao e urbanizao da sociedade brasileira. Nessecontexto, constituem-se novas classes fundamentais que, a partir dasua posio antagnica nas relaes sociais de produo, do nova qua-lidade questo social e contribuem, dessa forma, para o processo deimplantao do Servio Social no Brasil. Sua vinculao e seu papel noenfrentamento da questo social outro aspecto aqui discutido.

    Palavras-chave: Servio Social. Questo social. Formao SocialBrasileira.

    ABSTRACTThis article discusses the emergency and legitimacy of the social issuein Brazil. As a result of historical social struggles, we start from therecognition of its roots, even though latent, as originating from societyantagonisms and from colonial-slavery economy, even understanding

    1 Professora do Departamento de Servio Social da Universidade Federalde Mato Grosso UFMT. Coordenadora do PPGPS Mestrado. E-mail: [email protected]

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    that social issue only acquires late recognition and publicization inthe rst decades of the twentieth century with modern capitalismdevelopment and Brazilian society industrialization and urbanizationprocess. In this context, new fundamental classes are constituted,

    which, from their antagonistic position in social relations of production,provide new quality to social issue and contribute, in this way, to SocialService implementation process in Brazil. Their linkage and role inconfronting the social issue is another aspect discussed here.

    Keywords:Social Service. Social Issue. Brazilian Social Formation.

    Submetido em 28/05/2012 Aceito em 25/09/2012

    INTRODUOIanni (1991) apresenta uma anlise histrico-social sobre o

    processo de formao da questo social no Brasil e a rma, tex -tualmente, que a mesma resulta das diversas crises econmicasprprias do capitalismo brasileiro, via de regra, gerando proces-sos sociais con itivos no campo e na cidade, desde o perodoescravista2.

    Partindo dessa premissa, nossa inteno foi a de demonstrar

    com base na historiogra a e na sociologia que a questo social,latente ou explcita, sempre esteve no centro das lutas sociaistravadas no interior da sociedade brasileira. Decerto, na maioriadas vezes, essas lutas tiveram um carter elitista, mas semprebuscando a participao das massas: lutas pela terra, migraesinternas, servido e extermnio do indgena, movimento negro,liberdade sindical, protestos sociais dos trabalhadores emergen-tes da industrializao tardia, etc3. Na compreenso desse autor,

    a representao poltica da questo social constitui-se pelo des-contentamento popular expresso nas lutas por reformas sociais,polticas e econmicas que, em conjunturas histricas diversas,adquire sempre uma nova con gurao. Portanto, ela ganha visi -bilidade no mundo da poltica.

    2 Para Ianni (1991), o tema da questo social tem sido objeto de diferentesinterpretaes tericas em vrios campos das Cincias Sociais. Boa parte dosautores/as que tratam dessa temtica reproduz tal a rmao.3 Ianni j demonstrava esse entendimento para a Sociologia em A Idia deBrasil Moderno (1992), num ensaio dedicado anlise e compreenso acercada questo social no Brasil.

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    Em nossos termos, a questo social traduz-se nas lutassociais, partidrias ou sindicais que os segmentos ou as classessociais vm travando ao longo da formao socioeconmicacapitalista do Brasil. Na maioria das vezes, o Estado, a Igreja eo mercado utilizam-se dessas lutas para harmonizar os con itose as contradies decorrentes das relaes sociais de produo,retardando seu reconhecimento ou legitimidade e dispensando--lhe um tratamento que tem visado apenas garantir os interessesdos estamentos ou das classes dominantes.

    Assim, este artigo, entre outros aspectos, pretende mostraras mudanas ocorridas na sociedade brasileira desde a Colnia.

    Mudanas que, sem dvida alguma, contriburam para as primei-ras manifestaes da questo social, em especial na turbulnciae profuso de movimentos sociais e populares do curto perodoregencial pelo m do estatuto colonial. E na sequncia, tem-se ogolpe que instituiu a 1 Repblica Federativa do Brasil. Com basenessa compreenso, avanamos um pouco mais nosso roteiro deviagem para encontrar nas conjunturas, a partir de 30, tendo emvista o surgimento do Servio Social a expresso legitimada

    da questo social brasileira, ou, no dizer de Iamamoto (1993), omomento em que a questo social ganha uma nova qualidade narealidade brasileira.

    Passamos, assim, rapidamente, por outras conjunturasimportantes: anos de 1940, ainda na vigncia do Estado Novo, numa mistura de populismo e ditadura no pas e, tambm, per-odo de institucionalizao do Servio Social como pro sso inse -rida na diviso sociotcnica do trabalho, conforme Iamamoto

    (1993). Um pouco dos anos de 1950 incio do desenvolvimen-tismo e da consolidao da industrializao brasileira.Todavia, detivemo-nos mais nas dcadas de de 1960 e 1970,

    caracterizadas como anos difceis, ou ainda anos de chumbo,pois representaram mudanas substantivas para o Servio Sociallatino-americano. Nessa conjuntura, destacamos o Congresso daVirada em 1979, o qual permitiu ao Servio Social entrar os anos1980 trilhando um caminho rico de determinaes poltico-sociaisno Brasil, com o processo de redemocratizao da sociedade e deinteno de ruptura no Servio Social, como apresenta Paulo

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    Netto (1991); momento considerado como de amadurecimentoideopoltico e terico-metodolgico na pro sso, apesar dosvrios equvocos j bastante analisados.

    Finalmente, chegamos aos anos 1990, mostrando que o pro-jeto pro ssional do Servio Social colocou a questo social e oprocesso de trabalho como centralidade da formao em funoda reviso curricular determinada pela nova Lei de Diretrizes eBases da Educao (Lei 9394/1996). Na verdade, tal centralidade decorrente de mudanas preconizadas desde 1992, no sentidode garantir a e ccia e a efetividade do currculo mnimo vigente.

    Desde logo, entendemos que existe uma vinculao entre oServio Social e a questo social a qual no se deu por acaso, masresultante de uma relao histrica. E, nessa perspectiva, impor-tante trabalhar sua historicidade pela via da formao social bra-sileira para situarmos em que momento a questo social ganhoumaterialidade (objetividade) e protagonismo (subjetividade),isto , expresso e legitimidade no desenvolvimento do processocapitalista de produo, tornando-se, inclusive, base inegvelpara o surgimento do Servio Social como pro sso. Portanto, a

    formao histrica da questo social no Brasil constitui-se comoo pano de fundo deste artigo.Vale esclarecer que as consideraes aqui condensadas

    foram extradas da nossa tese que se fez por um longo percursode estudo histrico sobre a formao da questo social brasi-leira e sua vinculao com o Servio Social. Viagem que comeana sociedade colonial e chega sociedade em tempos globais,o que nos permite de imediato compreender que a vinculaoanteriormente referida no pode ser compreendida fora das con-dies scio-histricas da formao social brasileira. Durante otrajeto, isso colocou-nos diante de uma sociedade cravejada deinfortnios.

    RAZES ESCRAVISTAS DA QUESTO SOCIAL NO BRASILNo Brasil Colnia, nos deparamos com problemas sociais

    graves, como o desemprego e a misria. Conforme a rma PradoJnior (1970), esses problemas, foram vivenciados por umapopulao de vagabundos e desenraizados, utilizados como

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    mo-de-obra servil e escrava, numa relao de explorao e domi-nao de negros e ndios. Momento no qual o Estado e a socie-dade se faziam presentes de forma muito incipiente: medianteo trabalho de cristianizao da Companhia de Jesus e pela apli-cao da legislao pombalina: ambas as medidas tendo comoobjeto a questo indgena.

    Sobre esse perodo, importante destacar a formao deuma sociedade civil estamental e fechada, em que a populao,na sua maioria escrava e negra, era socialmente destituda desuas razes. Aqui, caberia o uso da categoria excluso social, naconcepo de Martins (2002). Homens e mulheres que tenta-

    vam formar uma nova cultura, mesmo que abafada e aniquiladapelo domnio afrouxado do patriarcalismo. Prado Junior (1970)considerou essa sociedade como latente e em transformao,servindo-nos de pista metodolgica para a rmarmos a existnciadas razes latentes da nossa questo social, ainda na fase colonialde formao da sociedade brasileira.

    AS LUTAS SOCIAIS NA MONARQUIA E NA REPBLICA VELHAPRIMEIRAS MANIFESTAES DA QUESTO SOCIAL NO BRAS

    Seguindo nosso trajeto, identi camos os movimentossociais ocorridos no Imprio e na Repblica, destacando aIndependncia, em 1822, como processo de emancipao pol-tica. Apesar da ausncia de uma conscincia de classe, deve-mos considerar que a independncia e os movimentos sociaisque se seguiram no se constituram apenas e, to somente, pelavontade e para responder s necessidades das elites senhoriaise imperiais, at porque no se tratavam de relaes simtricas.Havia, sim, uma subalternidade da massa em relao s elitessenhoriais, mas tambm, e ao mesmo tempo, havia uma domi-nao da metrpole sobre a colnia, o que relativizava o pesoda nossa autonomia poltica. E nesse sentido que, a partir dePrado Junior (1969) e Fernandes (1975), conseguimos desmisti -car a Independncia do Brasil como mero ato heroico emanadoda vontade do imperador. Em outros termos: mesmo se tratandode movimentos de carter elitista, justi cavam-se em funo daluta contra a dominao colonial.

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    Identi camos outras presses veladas e abafadas referidasao mundo do trabalho escravo que soavam como o clamor deuma sociedade explorada, dominada e colonizada que, por suavez, lutava para descolonizar-se. Naturalmente, devido ausnciade uma conscincia social e poltica, esses grupos no consegui-ram tirar do cativeiro ainda depois da abolio formal grandemassa de homens, mulheres e crianas (negros e negras) expro-priadas do seu prprio ser, como a rmava Ianni (1991).

    inegvel, para Fernandes (1975), que a Independncia doBrasil, mesmo constituindo-se numa mera revoluo pac ca, nosigni cou a simples extino do estatuto colonial, medida que,

    para o autor, teve um sentido socialmente revolucionrio. Logo,consideramos sua tese uma novidade, pois atribui um carter deruptura revoluo social da Independncia, o que nos autorizaquestionar os registros histricos de boa parte da historiogra abrasileira que ainda hoje nega a dialtica dessas transformaes.Portanto, considerar a Independncia um processo revolucion-rio no tira dela seu carter contraditrio e conservador, em fun-o de no haver rompimento com estrutura econmica baseada

    no escravismo.Outro aspecto a ressaltar relaciona-se ao carter liberal domovimento abolicionista. Esse carter, no entanto, no desqua-li ca sua contribuio na luta pela emancipao dos negros noBrasil, j que denunciou o descumprimento legal de uma sriede direitos desconhecido pelos escravos e, dessa forma, foramnegados por uma elite oligrquica, monarquista e conservadora.

    De passagem pela Repblica de 1889, constatamos, semdvida, um avano no plano poltico e no plano das ideias noBrasil. Contudo, ao priorizar a modernizao administrativa,foram poucas as iniciativas realizadas no que diz respeito ques-to social no pas. Apenas algumas tentativas isoladas podemser mencionadas, como por exemplo, as preocupaes de RuiBarbosa. J convencido de que havia uma questo social noBrasil, Rui afastou-se cada vez mais do liberalismo individualista,mas nunca a ponto de assumir-se um socialista, pois temia o con-tedo pernicioso dessa doutrina, o que levaria a nao anar-quia. Defendeu princpios como soberania, nao, cidadania,

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    democracia, interveno estatal, mas dentro dos limites estreitosdo liberalismo. Ao Estado, segundo ele, caberia uma justa medidapara minimizar os problemas sociais que a igiam a classe oper -ria brasileira, j presentes na 1 Repblica.

    Entretanto, o que chamou a ateno nesse idelogo dacausa operria foi sua condio de vida e de trabalho. Essascondies levaram o parlamentar a legislar pela necessidade daconstruo da casa operria; pela taxao da idade mnima e desalrios para menores; higiene e segurana no trabalho; reduoda jornada para 8 horas e proibio do trabalho noturno. J defen-dia, naquele momento, a licena maternidade de dois meses para

    o trabalho feminino. O poltico preocupava-se tambm com osacidentes, muito comuns nas fbricas, devido s jornadas exten-sas de trabalho.

    Para atuar nos problemas sociais ou no que ele mesmo cha-mava de questo social, Rui Barbosa pesquisou a fundo a legisla-o americana e concluiu que havia a necessidade de uma revisoda nossa Constituio em vigor. Por esse motivo, foi o autor daConstituio de 1891.

    Tratava-se ainda de uma sociedade que mantinha profun-dos traos da formao colonial e imperial anteriores, compostade uma massa de miserveis marginalizados do processo pol-tico, que trouxeram, em sua bagagem, o germe da fermentaopoltica. Aos poucos, essa parcela da populao mesclava-se coma migrao europeia, atrada pelos sonhos da terra prometida.Muitos imigrantes j acumulavam experincia da luta operriaeuropeia, contribuindo como fermento da construo da consci-ncia para si do nascente proletariado brasileiro. Foi desse graude organizao que o Estado e a sociedade passaram a temer,impelindo a tomada de posio frente questo social, ainda quepara enquadr-la.

    O ESTADO NOVO E A LEGITIMIDADE DA QUESTO SOCIALNesse percurso historiogr co, chegamos ao Estado Novo

    e realizamos o primeiro contato com o Servio Social durante ogoverno de Getlio Vargas. Denominado de autoritrio-corpora-tivo, com base em Vieira (1981), essa forma de governo foi palco

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    privilegiado nesse cenrio histrico no qual vimos reconstruindoa questo social no Brasil. Incrustado de questes herdadas dopassado, mas que propunha trazer a modernidade para o pas:modernidade da revoluo industrial inglesa, da classe operriafabril, do trabalho nas fbricas, das mquinas e equipamentosde produo e de novas formas de investimento econmico querepresentaram a derrubada da lavoura agrria base de susten-tao da economia at ento. Modernidade, tambm, no planodas ideias com inovao no mundo da cultura e da poltica. Comoas demais mudanas anteriores, essas tambm foram permeadaspor crises, problemas econmicos, polticos e sociais, no obs-tante, depararam com novos sujeitos e condies objetivas parafazer da questo social o centro de preocupaes do Estado e dasociedade.

    Tratou-se, do ponto de vista poltico, de um perodo em queo pensamento social se formou por diferentes matizes ideopo-lticas, do nacionalismo autoritrio ao marxismo revolucionrio.Nessa profuso de projetos e ideologias, a classe trabalhadora,antes servil, transforma-se em classe operria como protagonista

    principal do processo de legitimidade da questo social no Brasil.Se existe alguma similaridade, aqui est um dos traos da ques-to social europeia. De resto, uma sociedade caracterizada portraos do trabalho escravo, do extermnio da populao indgena,do preconceito social e de domnios estamentais/patrimonialis-tas, conjugados ao domnio autoritrio-corporativo.

    Uma sociedade em construo, situada num contexto noqual medidas sociais foram tomadas pelo Estado, pela Igreja e,

    em menor proporo, pelo mercado; medidas visando o trata-mento s demandas colocadas pela luta de classes. Foi assimque a questo social, antes latente e obscurecida, ganhou visibi-lidade e legitimidade no sentido do seu enquadramento. Nessaestratgia de atender para enquadrar a luta dos trabalhadores esuas demandas, o Estado e a Igreja Catlica passaram a implantarum conjunto de pro sses na rea social. Surge, ento, o ServioSocial, que, nas suasprotoformas , atuava de forma despolitizada

    com relao questo social. No propositadamente, mas deacordo com a viso de mundo renovarista ento dominante.

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    O SERVIO SOCIAL E A BASE CONFESSIONAL-CONSERVADORA DA QUESTO SOCIAL

    Quanto origem do Servio Social no Brasil, apreendemosa centralidade da Igreja Catlica e do Estado nas aes sociaisenquanto base confessional-conservadora de atuao das pionei-ras e durante o processo de institucionalizao da pro sso.

    As primeiras Escolas de Servio Social foram criadas em SoPaulo e Rio de Janeiro nos anos de 1936 e 1937, em pleno EstadoNovo, processo que se deu em meio nova ordem social, na quala classe operria assumiu um papel fundamental na luta pelosdireitos trabalhistas e por melhores condies de vida, portanto,

    contra a ausncia de um sistema de proteo social no pas.Logo, as primeiras dcadas do sculo XX signi caram o in -

    cio de implementao de medidas de uma legislao social quepassou a de nir aes de proteo ao trabalho. Porm, o Estadoainda no reconhecia plenamente a questo social, e a IgrejaCatlica, sempre atrelada a ele, s se preocupava em legitimarsua doutrina social. Nessa fase, a caridade e a lantropia so redi -mensionadas a partir de uma viso de sociedade propagada pelopensamento liberal.

    Ainda sobre a Igreja Catlica uma das protagonistas naimplantao do Servio Social no Brasil , sabemos que a insti-tuio religiosa vivia um processo de renovao no qual aban-dona sua postura passiva e passa a intervir concretamente nosproblemas sociais. Para tanto, criou mecanismos importantescomo as encclicas papais: Rerum Novarum (1891), de Leo XIII,e Quadragsimo Anno, (1959), de Pio XII. Esta ltima, mais pr-xima da implantao do Servio Social. Tais instrumentos apost-licos tinham como meta minimizar as graves contradies postaspelo crescimento numrico do proletariado europeu, ainda nosculo XIX, e foram retomados, na realidade brasileira, pelas pio-neiras do Servio Social, no momento em que se ampliava o qua-dro de expresses da questo social.

    Vale dizer que, at a Repblica Velha, a Igreja se encontrava

    totalmente imobilizada frente problemtica social, conside-rando a misria como resultante da falta de f e do cio e, paratanto, defendia o trabalho e a religio como cura para os males

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    sociais. Tratava-se, na verdade, de doutrinar e disciplinar a classeoperria, a m de afastar a ameaa do comunismo. Dessa forma,a questo social permaneceu no terreno da tica e da moral, oque Paulo Netto (1992) analisou como moralizao da questosocial.

    Somente a partir da segunda metade da dcada de 1930, nosculo XX, que a Igreja Catlica enfrentou a questo social pres-sionada pela nova ordem mundial, o que culminou com a orga-nizao do movimento social leigo, no qual estavam includas aspioneiras do Servio Social como agentes de interveno social.Vivamos num Brasil composto, de um lado, por uma massa de

    proletrios famintos e miserveis; de outro, por uma burguesiaconcentradora e espoliadora da riqueza socialmente produzida.En m, um Brasil desigual, com graves expresses da questosocial.

    O Servio Social emergiu dessas bases institucionais, moni-torado loso camente pela doutrina da ao social da IgrejaCatlica fundada na loso a neotomista apontada por Aguiar(1985), propagando um discurso que pretendia criar espaos de

    participao das massas. Dessa maneira, transformou-se numainstituio de conduta militante contra as injustias sociais, agre-gando as nossas pioneiras como parte da estratgia de garantir eavanar a ideia de recristianizao da sociedade como forma deenfrentamento da questo social.

    Logo, os anos 1940 constituram-se no contexto de insti-tucionalizao do Servio Social na Amrica Latina perodo noqual a classe operria e outros segmentos sociais ganharam den-sidade nas suas lutas e reivindicaes por melhores condiesde vida e de trabalho caracterizando, para Carvalho e Iamamoto(1993), uma sociedade civil de resistncia com aes organizadase de carter interventivo. Um momento de grave crise internacio-nal com a iminncia da segunda Guerra Mundial.

    Na realidade brasileira, vivamos o Estado Novo que primavapela represso luta dos trabalhadores j que os mesmos eram

    considerados uma ameaa sociedade. Momento de cooptaoe consenso e cuja poltica de assistncia retratava-se por um car-ter paternalista e benemerente, baseada numa racionalidade que

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    aliava controle social, incremento da produtividade, aumento dataxa de lucro e da explorao dos trabalhadores. Essa conjun-tura reverteu-se, at certo ponto, pelo curto perodo de rede-mocratizao da sociedade brasileira com a eleio de JuscelinoKubitschek (1955-1959), governo considerado como a consolida-o da modernidade, pois sustentava-se num iderio econmicoe poltico de defesa do desenvolvimentismo e da democracia,segundo Vieira (1985).

    Para Paulo Netto (1991), o Servio Social surgiu justamentecomo resultante da complexidade da ordem social burguesamadura e consolidada, atuando de forma individualista e frag-

    mentada, resultado do tratamento residual dado questo social,em que os con itos de classe no se traduziam em problemas aserem enfrentados. No era objeto da ao pro ssional trabalhara questo da conscincia social, mas apenas disseminar a ideia deum projeto desenvolvimentista; a ideia de educar o cidado paraintegr-lo promessa de desenvolvimento e progresso.

    Foi assim que as pioneiras trataram a questo social: emnome da justia e da caridade. Nesse perodo, que atravessou as

    dcadas de 1950 e 1960, o Servio Social afastou-se da questosocial, na defesa de um certo ufanismo pelo bem-estar, buscandoexplicar de onde e como ele viria, ou se ocorreria por mera von-tade do Estado e do capital.

    O MOVIMENTO DE RECONCEITUAO E APOLITIZAO DA QUESTO SOCIAL

    Logo frente, deparamo-nos com um importante ator:

    o movimento de reconceituao, tratado aqui de forma breve.Todavia, considerado por muitos autores como um movimentoque representou mudanas importantes para pro sso. Algumasdelas reiterativas, outras de inteno de ruptura, segundo pen-samento de Paulo Netto (1991); no obstante todas elas quali -carem, do ponto de vista terico-metodolgico, o Servio Sociallatino-americano e brasileiro nas dcadas de 70 e 80.

    Um movimento que implicou (ou ainda implica) uma disputade diferentes projetos que visam dar uma direo social para apro sso. Para alguns setores da categoria, a reconceituao j

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    se esgotou. Todavia, outros continuam a rmando sua validadena medida em que o Servio Social no desistiu de participar daconstruo de um projeto alternativo para a sociedade brasileirae latino-americana.

    Esse movimento resultou, na sua origem, da transio doBrasil, que vivia sob um regime ditatorial, na luta pela sua redemo-cratizao. Regime que deixou marcas profundas na sociedadebrasileira e do qual a pro sso tirou proveito ao questionar pro -fundamente seus parmetros de insero poltica e social. Comocontraponto dessa conjuntura, considerada por Paulo Netto(1991) os anos de chumbo da sociedade brasileira, a reconcei-

    tuao encontrou flego e atualizou-se no processo de transiodemocrtica.A partir de segunda metade da dcada de 1980, j se tratava

    de um Servio Social renovado, politicamente engajado e teori-camente quali cado. Foi com esse Servio Social que dialogamosna fase nal da nossa tese, fazendo a interlocuo com algunsintelectuais dentro e fora do Servio Social que portam diferen-tes referncias histrico-conceituais na contemporaneidade da

    questo social.DA GNESE CENTRALIDADE: O DEBATECONTEMPORNEO DA QUESTO SOCIAL

    Nos debates mais recentes sobre questo social, cabe men-cionar alguns cientistas sociais com os quais o Servio Socialdialoga e que so portadores de polmicas signi cativas. Desdepens-la como uma expresso utilizada pelo senso comum, pas-

    sando por aqueles que atriburam a essa categoria a noo demales e problemas sociais (Igreja e o pensamento social e pol-tico conservador); at a compreenso que faz dela o centro dodebate no Servio Social dos anos 90, ao trat-la como contradi-o da relao capital x trabalho.

    Portanto, a questo social tem sido interpretada como pro-duto da desigualdade social e sinnimo de cidadania, conformea rma Ianni (1991); desagregao e des liao (CASTEL, 1997);nova questo social (ROSANVALLON, 1995). A questo social,para alm do mundo do trabalho, tambm envolve as questes

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    de gnero, etnia e minorias sociais, segundo Wanderley (1997);alm de poder ser vista como um conjunto de problemas econ-micos, polticos, sociais e culturais prprias da sociedade capita-lista (CERQUEIRA FILHO, 1982), concepo esta, retomada porIamamoto (2003) e Paulo Netto (2004).

    Aqui, resumimos nossa incompleta viagem na busca deinterpretao da questo social, o que nos permite destacar asmudanas na sua compreenso e formas de enfrentamento,incluindo as formas de atuao do Servio Social.

    No tempo das nossas pioneiras, a questo social j se punhano horizonte da luta de classes capitaneada pela classe operria;entretanto, a Igreja e o Estado intervinham para seu enquadra-mento. Quanto interveno dos (as) assistentes sociais naquelecontexto, era de forma absolutamente colada s instituies reli-giosas e caritativas, o que supe, do ponto de vista ideopoltico,uma interveno acrtica. No dizer das prprias pioneiras, tratava--se de uma interveno norteada por valores morais e cristos,de contedo basicamente eticista, mesmo quando a ao se faziacom mulheres nos centros operrios, e j envolvia estudos sobre

    os direitos trabalhistas. O limite da mudana dostatus quo eraa justia social. Isso nos leva a supor que as assistentes sociaisque abriram o caminho para institucionalizao do Servio Socialno Brasil atuavam de forma despolitizada com relao questosocial.

    Identi camos que, mesmo na fase mudancista dos anos1940, 1950 e meados da dcada de 1960, o Servio Social nolidava com clareza com as consequncias das relaes sociaiscapitalistas. Esse foi um perodo em que o conceito de bem-estarconstitua-se na pedra de toque dos debates em congressos dapro sso quase todos promovidos pelo Centro Brasileiro deIntercmbio em Servio Social CBCISS. Bem-estar, que por suavez, no se referia s expresses da questo social, mas que fun-damentalmente, buscava-se o aperfeioamento terico-meto-dolgico da pro sso via tecnicismo numa preocupao deresponder muito mais as necessidades do modelo de desenvolvi-mento social em curso. Basta conferirmos os Encontros de Arax(1967) e Terespolis (1970).

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    Quanto compreenso de questo social no mbito doServio Social na dcada de 1990, o debate faz-se de forma hete-rognea: como uma varivel da luta de classes que s ser eli-minada com a superao do capitalismo, segundo Netto (2004,2005); como sinnimo de subalternidade, pobreza e exclusosocial e enfrentada na tica da re- lantropizao do social via oapelo solidariedade. Alteram-se as relaes de trabalho, altera--se a questo social e alteram-se seus enfrentamentos, conformeorienta Yazbek (2001). Para Faleiros (2004) e Pereira (2004;2005) a questo social na atualidade um problema terico a serquali cado.

    Para Faleiros (2004), os riscos das diretrizes no darem emnada iminente, se levarmos em conta a impreciso categorial daquesto social, que sustenta seus desa os atuais para o ServioSocial. Talvez fosse o caso de repensarmos a escolha deste objeto,sustentado no projeto de reviso curricular por uma teoria queno expressa as necessidades da formao em tempos globais.Logo, prope o paradigma da articulao/regulao que embasaa ao pro ssional atravs de redes sociais e institucionais, com

    o objetivo de fortalecer os sujeitos individuais e coletivos no sen-tido da transformao da sociedade.Quanto Pereira (2004; 2005), o desa o recai sobre a

    necessidade de deixar claro no projeto de formao o que estse chamando de questo social, num momento de total re uxoda luta de classes, incluindo o cenrio internacional, em que noocorre uma relao poltica entre os sujeitos coletivos e a estru-tura da sociedade. De que questo est se falando? Ela existe?

    Pergunta a autora. a questo social que, expressando a con-tradio capital x trabalho, se agrava na cena contempornea ecoloca novos desa os para o trabalho pro ssional, para os quaisIamamoto (2004) chama a ateno. So todas elas, claramente,posies distintas, porm, em defesa de um projeto alternativopara a sociedade.

    CONCLUSO

    Para nalizar, diramos que, ao se analisar o desenvolvi -mento ou a formao da questo social no Brasil, deve-se evitarneg-la apenas pela ausncia de uma participao social e poltica

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    mais consequente como fazem alguns pensadores a m deno alimentarmos e dar mais munio para as classes dominan-tes, que, historicamente, tm se desobrigado das responsabilida-des sobre a nossa questo social, sempre to mal tratada e malresolvida. Na nossa perspectiva, neg-la signi ca o mesmo quedizer que no teve ou no tm mais classes sociais no Brasil e, porconsequncia, tambm, no temos luta de classes.

    Na verdade, o que est ocorrendo, por enquanto, umacrise sem respostas dos sujeitos polticos que sempre estiveram frente de qualquer processo de mudana social no pas. Porisso, consideramos tal polmica vazia e desmobilizadora, e deve-

    mos, nesse sentido, evitar o risco de cairmos numa armadilhaideolgica, fazendo coro com uma leitura de base conservadorae reacionria que no valorizaas expresses renovadas da ques-to social, porque no se quer enfrent-las. Em outras palavras:negando a questo social, fortalece-se o projeto neoliberal, deso-brigando o Estado com relao aos direitos sociais conquistadospelos trabalhadores em mais cem anos de lutas, fragmentando etornando cada mais focalistas as polticas sociais.

    Finalmente, encerramos com uma citao providente, regis-trada no 18 Brumrio:Ao contrrio das revolues burguesas, as revo-lues proletrias [...] no so feitas de mpetosmomentneos, mas critica-se, interroga-se e inter-rompe-se constantemente na sua prpria marcha,voltam ao que parecia terminado, para comear denovo [...] parece que apenas derrubam seu advers-rio para que este tire da terra novas foras [...] re-trocedem perante a indeterminada enormidade deseus ns, at que se cria uma situao que se tornaimpossvel qualquer retrocesso [...] (MARX, 1984, p.25).

    Marx referia-se s revolues proletrias do sculo XIX, oque no nos impede de atualizar suas premissas, pois, em suaspalavras, est o essencial para transformar a sociedade vigente:capacidade de luta e pacincia histrica.

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