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    UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDAPROCESSO DO TRABALHO Profa. Benizete RamosAULA I (roteiro)INTRODUO AO DIREITO PROCESSUAL DOTRABALHO

    ESTE ROTEIRO NO SUBSTITUI OS LIVROS INDICADOS

    Todos ns temos talentos diferentes, mas todos ns

    gostaramos de ter iguais oportunidades para desenvolver osnossos talentos. (John Lennon)

    I-FUNDAMENTO LEGAL CLT; CPC e TST S. 331, IV-TSTVerificar a harmonia com o novo CPCI- CONCEITOPara Carlos Henrique Bezerra Leite1 o ramo da cincia jurdica,constitudo por um sistema de normas, princpios, regras e instituies prprias, quetem por objeto promover a pacificao justa dos conflitos decorrentes das relaes deemprego e trabalho, bem como regular o funcionamento dos rgos que compem a

    Justia do Trabalho.Para Sergio P. Martins 2 o conjunto de princpios, regras e instituies destinados a

    regular a atividade dos rgos jurisdicionais na soluo dos dissdios individuais oucoletivos, pertinentes relao de trabalho

    II- FINALIDADE Primordial reside na realizao dos escopos sociais, polticos ejurdicos do sistema processual em geral (civil, trabalhista e penal), sob a perspectiva doDireito material, pois no dizer de Bezerra Leite 3 O objetivo sntese do Estado

    Democrtico de Direito promover o bem comum. Tanto isso verdade que nossaConstituio enaltece uma ordem econmica fundada na valorizao do trabalhohumano e na livre-iniciativa.Social- pacificao dos conflitos jurdicos cm justia social e correo dasdesigualdades sociais;Poltico participao democrtica dos cidados na administrao da justia eimplementao de polticas publicas que facilitem a democratizao do acesso ao poder

    judicirio;Jurdico- Efetivao dos direitos individuais e metas individuais, observando-se atcnica processual adequada, fundada em uma hermenutica jurdica voltada para aefetivao de tais direitos.

    III- EVOLUO A CF/88 trouxe a linguagem de um Direito ProcessualConstitucional para compor a justia constitucional, como instrumento de garantia daefetividade das normas e princpios. Ex. art. 5. XXXV; 8. III CF

    1. fase 1907 Conselho arbitragem; Em 1907, foi editado o Decreto Legislativo1637, de 05/01/07, que criou os Conselhos Permanentes de Conciliao e Arbitragem,que no chegaram a ser implementados e, portanto, no teve resultado prtico. Em1911, foi criado, em SP, o Patronato Agrcola, que teve o mesmo fim que os ConselhosPermanentes de Conciliao e Arbitragem; Em 1922, a Lei 1869 cria os TribunaisRurais, que eram presididos por um juiz de direito e tinham composio paritria (umrepresentante dos colonos e, outro, dos fazendeiros). A partir de 1930, com o GovernoProvisrio, vrias normas trabalhistas passaram a ser editadas. Em 1932, o Decreto21396, de 12/05/32, criou as Comisses Mistas de Conciliao, destinadas a tentarcompor conflitos coletivos de trabalho.Tambm em 1932, o Decreto 22132, de 25/11/32, criou as Juntas de Conciliao e

    Julgamento, com competncia para julgar os conflitos individuais de trabalho, mas sem

    1LEITE, Carlos Henrique Bezerra, Curso de Direito Processual do Trabalho 9 ed. SP.LTr - 20122Martins. Sergio Pinto Direito Processual do Trabalho, 32 Ed.. 2011. Atlas. P.183LEITE. Op cit. p. 45

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    poder executar suas prprias decises. Todavia, as Juntas s se reuniam por solicitaodos litigantes; s atendiam aos sindicalizados (os demais tinham que ir para JustiaComum); os pronunciamentos no eram definitivos e no tinham carter jurisdicional,

    pois eram rgos administrativos; as decises poderiam ser revisadas pelo Ministro doTrabalho, atravs de avocatrias2 Fase - 1934 a 1937administrativaNo se confunde com a Justia do Trabalho;Em 1934, a Constituio previa a Justia do Trabalho, no captulo da Ordem Econmicae Social, mas no a reconhecia como rgo do Judicirio, com competncia para decidirquestes entre empregados e empregadores. A Constituio de 1937 manteve o texto edisse que a Justia do Trabalho deveria ser regulada por lei, o que ocorreu em 1939,com o DL 1237, de 02/05/39.

    3 Fase - A Justia do Trabalho foi instalada, entretanto, somente em 01/05/41. O D. Lei1237/39 organizou a Justia do Trabalho, de forma escalonada, integrada pelas Juntasde Conciliao e Julgamento; pelos Conselhos Regionais do Trabalho (hoje, TRTs) e

    pelo Conselho Superior do Trabalho (hoje, TST). Em 1943 a CLT (DL 5.452, de01/05/43) consolida todas as leis trabalhistas em um nico diploma. Enfim, a Justia doTrabalho foi integrada ao Poder Judicirio, embora j houvesse legislaes anteriores

    que estendessem aos juzes do trabalho as garantias de magistratura (DL 8737, de19/01/46 e DL 9767, de 09/09/46). Nessa poca, o STF j reconhecia carterjurisdicional Justia do Trabalho, pela possibilidade de executar suas prpriasdecises.1946 Dec. 9.777como rgo integrante do Poder Judicirio4. fase*EC 24/1999extinguiu os Juzes Classistas ou vogais;* Lei. 9957/2000 Instituiu o rito sumarssimo;*L. 9.958/2000Instituiu as CCPs;EC 45/2004- Nova redao do art. 114, ampliando a competncia da JT;

    IV- FONTES No dizer de Pinto Martins 4O Estado o maior criador de normas processuaistrabalhistas, a maioria contida na CLTO processo contemporneo deve estar a servio do direito material, propiciando oacesso justia e uma ordem justa.No h uniformidadena Doutrina sobre o conceito de Fontes e, no dizer de BezerraLeite 5 H quem sustente ser a pedra fundamental dos estudos jurdicos, a origem;outros que constituem o fundamento para que seja validada, para outros, vem as fontessob o aspecto da exteriorizao do direito. A diviso abaixo do mesmo autor e tambmde Sergio P. MartinsIV-1- materialComplexo de fatores sociais, psicolgicos, econmicos, histricos

    que ocasionam o surgimento de normas. Emerge do prprio Direito do Trabalho, e porisso instrumental. Com a Ec. 45\2004 houve um alargamento das fontes materiais doDPTrabalho.IV-2 Formal - Conferem carter do Direito Positivo (esto positivadas noordenamento Jurdico).a)-diretasCF, leis complementares, ordinrias, delegadas, Medidas provisrias, dec.Legislativo e resolues do congresso nacional, por fora do art. 49 CF)CF\88, com a EC 45 de 2004 (5. XXXV; 8. III); CLT. L. 5584/70; CPC: L.

    6830/80 (execuo fiscal): L. 7701/88 (organizao nos tribunais): L.C. 75/93 (MPT)Outras (7.347/85 (ACP): 8.078/90 (CDC): 8.069/90 (ECA): 7.853/89 (def. fsico); RIsmulas vinculantes editadas pelo STF (art. 103-A CF) e costumes:

    b)- Indiretas Doutrina e Jurisprudncia- Ex. S: 331, IV TST (subsidiariedade);

    4Martins. Op.cit. p. 195Leite. Op cit. 47

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    c)- De explicitao - integrativas Analogia, princpios gerais do Direito e equidade -; art. 8. CLT; 767 CLT

    IV- CORRENTES ACERCA DA AUTONOMIA DO D.P.T ramo do Direito Pblico porque o Estado quem diz o direito. Segundo P. Martins 6Para caracterizar na autonomia de uma cincia, mister se faz (a) a existncia deuma vasta matria; (b) a existncia de princpios prprios e (c) constatao deinstitutos peculiares

    Teorias:IV-1- Monista: Que o DPT simples desdobramento do processo civil, no possuindo

    princpios e institutos prprios. O PC o pai. (Valentim Carrion diz que s existemdois ramos do Direito Processualo civil e o penal);IV-2- Dualista: No se trata de isolamento, dos demais, mas, intimidade com o seudireito material, alm do que, dispe de vasta matria legislativa com ttulos prprios(integram essa corrente: Amauri Mascaro; Sergio Pinto Martins: M V. Russomano;Humberto Theodoro Jr. Jos Augusto Rodrigues Pinto)A divergncia natural, j que o PT nefito, incompleto e assistemtico, utilizando-se,

    boa parte das normas do Direito Processual Civil.Para Pinto Martins 7A doutrina se sedimentou no sentindo de que existem conceitosgerais comuns completamente distintos dos conceitos gerais do processo comum; tem

    princpios distintos que visam o conhecimento da matria que objeto de suainvestigao; tem instituio prpria, que a Justia do Trabalho. Podendo-se concluirque autnomo do Processo Civil, embora ligado ao Direito Processual, que ognero.

    V- PRINCIPIOS NORTEADORES DO DPTFuno dos princpios informativa; interpretativa e normativa- Mandamento nuclearde um sistema, alicerce; disposio fundamental que se irradia por diferentes normas ou

    no dizer de Renato Saraiva8

    so proposies genricas, abstratas, que fundamentame inspiram o legislador na elaborao da norma:Para Bezerra Leite,9as normas constitucionais so gneros, que tem como espcies os

    princpios e as regras. Ao contrrio das regras, princpio no revoga princpios, aocontrrio se harmonizamEm resumo, pode-se dividir, em:

    V-1- PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS E FUNDAMENTAIS DO DIREITOPROCESSUALa)- Igualdade ou isonomiaart. 5. Caput; 1. e 3. CF

    b)- Contraditrioart. 5, LV CF

    c)- Ampla defesaart. 5, LV, CF (completa o contraditrio)d)- |Imparcialidade do Juizart. 95 93, IX CF;e)- Motivao das Decisesart. 93, IX CFf)- Devido Processo legalart. 5, LIV- Juiz naturalart. 5. LIII CF -ningum ser processado nem sentenciado seno pela

    autoridade competente- investido de jurisdio- Duplo grau de jurisdio, que Bezerra Leite, defende que so quatro.

    g)- Inafastabilidade do controle jurisdicionalart. 5. XXXV;h)- Razoabilidade durao do ProcessoCF - Art.5. LXXVIII acrescido pela EC 45/04e, ainda, inc. II do art. 93 da CF,

    6Martins op. Cit. 217Martins . Op cit.p. 248Saraiva. Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 6. Ed. 2009. SP, Ed. Mtodo9Leite. Op cit. 54

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    i)- Colaborao ou cooperao (Estado como agente colaborador do processo) eAtivismo Judicial, princpios acrescidos por Bezerra Leite (prevalncia dos direitosfundamentais, juiz com viso progressista, evolutiva e reformadora) 10

    V-2- PRINCPIOS COMUNS DO DPC E DPTa)- dispositivo ou da demanda - art. 2. CPC; 856 da CLT A pessoa lesada ouameaada tem livre iniciativa, exceo no DPT com o jus postulandi e a execuo exofficio;

    b)- Inquisitivo ou impulso oficialart. 262 do CPC; 267 II e III: 128 e 460; 878 CLTcomea por iniciativa das partes, mas se desenvolve por impulso oficial;c)- Instrumentalidadeart. 154 e 244 CPC e 769 CLT;d)- Impugnao especficaart. 302 do CPC;e)- Da estabilidade No se modifica a lide depois da citao art. 41 e 264 CPC.MITIGADOno processo do trabalho pela falta de saneadorart. 846 e 847f)- Eventualidadeart. 300 e 302 do CPC c/c 764 CLTg)- PreclusoO processo anda para frente, sem retorno s etapas anteriores; Arts. 245;473 CPC; 795 CLT; (nulidade 879 # 2. e 3. CLT)h)- Economia;

    i) Distribuio do nus da prova art. 333 CPC e 818 CLT (hoje mitigado) CDC art.6. e. 212 (ver)j)- Imediatidade ou imediao art. 446, II CPC e 820 CPC - permite o contato diretodo juiz com partes, testemunhas e peritos, objetivando firmar seu convencimento;k)- Identidade fsicaart. 132 do CPCs. 136 TST (em vigor- quem colhe a prova temmelhor percepo)l)- concentraoart. 331 e 450 CPCm)- lealdade e boa fart. 3, I, CFarts 16, 17 e 18 CPC e CC de 2002;

    V-3- PRINCPIOS PRPRIOS DO PROCESSO DO TRABALHOa)- Proteoarts 9., 899 4. CLT e 844 CLT

    B)- finalidade socialquebra o princpio da isonomiaart. 5. LICC;c)- Da verdade realVem da primazia da realidade do DTart. 765 CLT e 9. CLT;d)- IndisponibilidadeVem da irrenunciabilidade;e)- da conciliaoart. 764; 846; 850; 831 CLT - antes da defesa e aps razes finais;f)- normatizao coletivaart. 114 # 2. da CF ; Art. 8. e 444 CLT;g)- simplicidade das formas - - (nem tanto, pois tem que haver tcnica)h)- Irrecorribilidade das interlocutrias 893, 1. CLT com exceo em trshipteses previstas na sumula 214 TST

    SERGIO PINTO MARTINS. Entende que s tem o princpio da proteo. Asdemais divises so de Carlos Henrique Bezerra Leite 11. Entendo como esse ltimo

    VI- RELAO DO DPT COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITOSa)- D. constitucional .art. 111 a 116 e 114 da CF;b)- D. processual o gnero, a me ( 769 e 889 CLT)c)- D. penalArt. 482CLTd)- D. Comercialart. 8o. CLTe)- D. Tributrioart. 6830/80 e 196 do CTN

    ANEXO I

    - LEITURA COMPLEMENTAR* Jurisprudncias relacionadas aos princpios e as fontes

    10Leite. Op cit, p.6511Leite. Op cit. 79 a 89

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    Smula n 331 do TSTCONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS. LEGALIDADE (nova redao doitem IV e inseridos os itens V e VI redao) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em27,30 e 31.05.2011

    I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se ovnculo diretamente com o tomador dos servios, salvo no caso de trabalho temporrio(Lei n 6.019, de 03.01.1974).II - A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no geravnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica direta, indireta oufundacional (art. 37, II, da CF/1988).

    III - No forma vnculo de emprego com o tomador a contratao de servios devigilncia (Lei n 7.102, de 20.06.1983) e de conservao e limpeza, bem como a deservios especializados ligados atividade-meio do tomador, desde que inexistente a

    pessoalidade e a subordinao direta.

    IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica a

    responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, desdeque haja participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivojudicial.V - Os entes integrantes da Administrao Pblica direta e indireta respondemsubsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua condutaculposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmentena fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora deservio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de meroinadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmentecontratada.VIA responsabilidade subsidiria do tomador de servios abrange todas as verbas

    decorrentes da condenao referentes ao perodo da prestao laboral.

    ANEXO IIVer textos na pasta de anexo !!!

    ReferenciasLEITE, Carlos Henrique Bezerra, Curso de Direito Processual do Trabalho, 9. ed. SP.LTr - 2012MARTINS. Sergio Pinto Direito Processual do Trabalho, 32 Ed. Atlas, 2011.

    SARAIVA. Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 6. Ed. 2009. SP, Ed.Mtodo