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C M Y K C M Y K Bandas seguem trajetórias variadas: umas mudam a cada álbum, outras fazem e se arrependem, e há aquelas que se mantêm fiéis ao primeiro disco » TOMAZ DE ALVARENGA ESPECIAL PARA O CORREIO Editor: José Carlos Vieira [email protected] [email protected] 3214-1178 • 3214-1179 CORREIO BRAZILIENSE Brasília, terça-feira, 19 de novembro de 2013 www.correiobraziliense.com.br Confira videoclipes desses artistas e veja perfis de mais bandas. N a história da música, cada grupo percorre um caminho singular. Al- guns se gabam de não mudar e se- guirem sempre na mesma sonorida- de. Já outros, subvertem tudo o que faziam, apresentando novos som e estilo a cada ál- bum lançado. E há ainda um terceiro seg- mento, dos que mudam, mas de alguma forma não se satisfazem e retornam (com maior ou menor proximidade) ao gênero original. Exemplos não faltam. The Clash foi muito criticado pelos fãs quando lançou o álbum triplo Sandinista! (1980), o mais eclético trabalho da banda britânica. Já com o Deep Purple, as divergên- cias chegaram ao ponto de encerrar precoce- mente a história do grupo, na década de 1970. No Brasil, temos exemplos similares, co- mo os Titãs (que alternam de estilo com fre- quência) e o Los Hermanos (que se reinven- tou após a “fase Anna Júlia”). O Skank en- frentou desafios similares, a partir de Sidera- do (1998), quarto CD dos mineiros. Para o te- cladista Henrique Portugal, “as mudanças sempre foram naturais e baseadas nas refe- rencias musicais de cada um. Mas toda mu- dança é um risco. Alguns estão dispostos a is- so, outros não”, afirma. ROLLING STONES Na vasta e diversa discografia dos Rolling Stones, há espaço para vários estilos além do rock. Um trabalho que reflete toda essa diversidade é o Black and blue (1976). Lá estão presentes a disco music (Hey negrita e Hot stuff), o reggae (Cherry oh baby) e o r&b (Melody), além da balada Fool to cry. Mas a essência da banda é a mesma, como endossa o ex-VJ da MTV, o músico e produtor musical Chuck Hipolitho. “Mesmo com toda a variedade de estilos, é muito fácil identificar uma música dos Stones ou quando é alguma banda tentando imitá-los, pois eles são únicos”, define. RAMONES Maior expoente do punk rock, o grupo encerrou as atividades em 1996 . Alguns fanáticos preferem a velocidade e a simplicidade dos três primeiros álbuns (entre 1976 e 1977), como Chuck. O músico argumenta que após o quarto álbum, o grupo atendeu “necessidades comerciais”. Mas mesmo após essa época, com músicas com mais de 3 minutos e a presença de outros instrumentos (além de guitarra, baixo e bateria), o punk continuava aceso e está vivo até hoje, imutável, graças a eles. AC/DC Não tem mistério. Desde o primeiro álbum High voltage (1975) até Black ice (2008) o estilo, o som, a atitude da banda não se alterou um milímetro. A única mudança significativa ocorreu no posto de vocalista, no intervalo entre os maiores clássicos do grupo: Highway to hell (1979) e Back in black (1980). Bon Scott morreu no início de 1980, sendo substituído por Brian Johnson, que prossegue até hoje com o grupo. Ironicamente, o próprio Bon Scott já elogiara o futuro vocalista, como afirmou ao site Bravewords o guitarrista Angus Young. FOO FIGHTERS Oriundo do Nirvana, Dave Grohl sempre conduziu as rédeas do Foo Fighters mesclando ternura e explosão. Tal dualismo está presente desde a estreia com o grunge Foo fighters (1995) até o caprichado Wasting light (2012). A receita é a mesma: a banda sempre passeou entre baladas pop, rocks enérgicos e alguns flertes pontuais com outros estilos, principalmente no álbum In you honor, de 2005, que é metade acústico e metade “plugado”. DEEP PURPLE Em meados da década de 1970, a banda resolveu mudar sua sonoridade para flertar mais com o funk, principalmente em Stormbringer (1974). O guitarrista Ritchie Blackmore criticou o disco, chamando-o de coleção de “músicas engraxadas”, em entrevista para a Guitar International. Com sua saída, o grupo intensificou esse flerte em Come taste the band (1975), mas o clima já não era dos melhores. Jon Lord e Ian Paice decidiram anunciar que o grupo não existia mais (de acordo com o livro Smoke on the water: the Deep Purple history, de Dave Thompson). De volta ao estúdio em 1984, o Deep Purple retornou e prossegue até hoje, tentando reencontrar o som do início da carreira. COLDPLAY Do céu nublado, frio e melancólico para o ensolarado pop. Assim pode-se resumir a trajetória do Coldplay. Se nos dois primeiros trabalhos predominava ecos do britpop de melodias calmas baseadas no piano, com o irregular X&Y (2005) começou a transição e coincidentemente a banda alcançou o primeiro nº 1 nos Estados Unidos. Daí em diante, o mundo sucumbiu com os elaborados e populares Viva la vida and death to all his friends (2008) e Mylo xyloto (2011). Para Chuck Hipolitho, tal evolução do Coldplay é similar à outro famoso grupo, o Nirvana. “Os músicos conhecem novas pessoas, se apaixonam, recebem outras influências e isso tudo reflete na arte que produzem, é inegável não mudarem”, diz. RADIOHEAD Talvez o grupo que melhor simbolize o conceito de “mudança”. A primeira, ao aprofundar o rock a um nível superior com o clássico OK Computer (1997). “Realmente fiquei impressionado com a reação das pessoas com esse álbum, nós não tínhamos muita noção se estávamos fazendo algo bom ou ruim”, afirmou na época o vocalista Thom Yorke para a revista Select. Mudança maior veio três anos depois, com Kid A, que causou estranheza. “Surpreendeu-me como falaram mal na época do lançamento, pois a música contida nele não é tão difícil de entender”, afirmou o mesmo Yorke, para a revista Mojo. Desde então, a banda mescla essas duas fases, ora soando mais simples (como em In rainbows, de 2007) ora dificultando a compreensão popular (como em The king of limbs, de 2011). RED HOT CHILI PEPPERS “O Red Hot Chili Peppers não precisa chamar George Clinton para produzir novamente seus álbuns. Eles deixaram de fazer o funk rock do início da carreira, mas o funk nunca os deixou”, destacou Chuck. Desde então, passaram por uma fase mais pesada (com o trabalho One hot minute, de 1995), porém mais tarde acharam um norte, em álbuns flertando com o pop e obtendo grande êxito comercial (Californication, de 2000 e By the way, de 2002), e é essa a tendência que prossegue, inclusive no mais recente trabalho, I’m with you (2011). METALLICA O maior ícone do thrash metal chegou ao início da década de 1990 com grande popularidade e aclamado após bons álbuns. A banda entendeu que o gênero estava em crise e carecia renovar o seu público. Amaciaram o som, cortaram os cabelos e ficaram mais descolados para a dupla Load (1996) e Reload (1997), bastante criticados pelos fãs. Longos seis anos depois, o problemático St. Anger também não amenizou as reclamações. Para Chuck Hipolitho, a banda errou em mudar. “É possível ouvir ecos nítidos de heavy metal em Load e Reload. O Metallica não precisa gravar um disco de heavy metal para provar que é uma banda desse estilo, já está na essência de sua música”, define. GREEN DAY Essa turma gosta de mudar. São quatro fases: a primeira, no início da década de 1990, quando lançaram dois álbuns independentes, que mal eles se recordam. A segunda, após a explosão de Dookie (1994), peça obrigatória do punk rock da década, com mais de 16 milhões de cópias. Então o Green Day se renovou com American idiot (2004), outro grande sucesso mundial, “que fez todos voltarem no tempo, ostentando um espírito adolescente”, como resume Chuck Hipolitho. Recentemente, um novo capítulo é escrito com a trilogia ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! (todos de 2012), uma salada musical em três atos, com o grupo resgatando a sonoridade antiga ao mesmo tempo que amplia ainda mais seus horizontes musicais. “CONVICTOS” “ARREPENDIDOS” Confira abaixo alguns exemplos de artistas “convictos” (não mudaram), “arrependidos” (voltaram a fazer o som de outrora após a mudança) e “ousados” (seguiram por outra sonoridade): BLACK SABBATH “A banda foi perdendo a identidade enquanto trocavam os músicos, ficou parecendo que era uma empresa, com os funcionários batendo cartão”, aponta o crítico Chuck Hipolitho. O único que permaneceu na banda durante os últimos 45 anos foi o guitarrista Tony Iommi. Durante os oito primeiros álbuns, a formação clássica (Ozzy, Iommi, Butler e Ward) se mantinha. Daí em diante, por mais que os novos integrantes tentassem as ideias de outrora, a banda se afastava dos fãs, com ressalvas para o primeiro período de Ronnie Dio à frente do grupo (de 1979 a 1982). No álbum 13 (2013), o grupo buscou fazer as pazes com o passado. Luke MacGregor/Reuters - 6/7/13 Sara Johannessen/Reuters - 18/2/09 Reprodução Internet - 5/7/11 Alex Wong/AFP - 6/9/12 Yasuyoshi Chiba/AFP - 20/9/13 Steve Marcus/Reuters - 7/8/13 David McNew/Reuters- 12/11/11 Ronaldo Schemidt/AFP - 21/2/11 Martin Bureau/AFP - 24/9/02 Mario Anzuoni/Reuters - 11/2/12 J. Scott Applewhite - 13/5/08 Warner/Divulgação “OUSADOS” DAVID BOWIE A alcunha de “camaleão” não é por acaso. Se estreou influenciado pelo folk em 1967, abraçou a psicodelia, o rock’n’roll e o glam rock na virada para os anos 1970. Não satisfeito, mergulhou na black music com Young americans (1975) e o funk em Station to station (1977). Após a famosa “trilogia de Berlim” (com os discos Low, Heroes e Lodger, experimentais e bastante criativos), Let’s dance (1983) já flertava com o pop e fez grande sucesso. Na década de 1990, experimentou a música eletrônica. Em 2013, após 10 anos de sumiço, retorna com uma sonoridade mais setentista em The next day. “Não importa a sonoridade, ele sempre faz com muito bom gosto”, define Chuck Hipolitho. O ROCK É ASSIM

3214-1178•3214-1179 OROCK ÉASSIM · GREENDAY Essaturmagostademudar.Sãoquatrofases:a primeira,noiníciodadécadade1990,quando ... recordam.Asegunda,apósaexplosãode Dookie …

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Bandas seguem trajetórias variadas: umasmudama cada álbum, outras fazem e se arrependem,e há aquelas que semantêm fiéis ao primeiro disco

» TOMAZ DE ALVARENGAESPECIAL PARA O CCOORRRREEIIOO

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CORREIO BRAZILIENSEBrasília, terça-feira, 19 de novembro de 2013

www.correiobraziliense.com.br

Confira videoclipes desses artistas e veja perfis de mais bandas.

Na história da música, cada grupopercorre um caminho singular. Al-guns se gabam de não mudar e se-guirem sempre na mesma sonorida-

de. Já outros, subvertem tudo o que faziam,apresentando novos som e estilo a cada ál-bum lançado. E há ainda um terceiro seg-mento, dos que mudam, mas de algumaforma não se satisfazem e retornam (commaior ou menor proximidade) ao gênerooriginal. Exemplos não faltam.

The Clash foi muito criticado pelos fãsquando lançou o álbum triplo Sandinista!(1980), o mais eclético trabalho da banda

britânica. Já com o Deep Purple, as divergên-cias chegaram ao ponto de encerrar precoce-mente a história do grupo, na década de 1970.

No Brasil, temos exemplos similares, co-mo os Titãs (que alternam de estilo com fre-quência) e o Los Hermanos (que se reinven-tou após a “fase Anna Júlia”). O Skank en-frentou desafios similares, a partir de Sidera-do (1998), quarto CD dos mineiros. Para o te-cladista Henrique Portugal, “as mudançassempre foram naturais e baseadas nas refe-rencias musicais de cada um. Mas toda mu-dança é um risco. Alguns estão dispostos a is-so, outros não”, afirma.

ROLLING STONESNa vasta e diversa discografia dos Rolling Stones, há espaço paravários estilos além do rock. Um trabalho que reflete toda essadiversidade é o Black and blue (1976). Lá estão presentes a discomusic (Hey negrita e Hot stuff), o reggae (Cherry oh baby) e o r&b(Melody), além da balada Fool to cry. Mas a essência da banda é amesma, como endossa o ex-VJ da MTV, o músico e produtormusical Chuck Hipolitho. “Mesmo com toda a variedade de estilos,é muito fácil identificar uma música dos Stones ou quando éalguma banda tentando imitá-los, pois eles são únicos”, define.

RAMONESMaior expoente do punk rock, o grupo encerrou as atividades em1996 . Alguns fanáticos preferem a velocidade e a simplicidade dostrês primeiros álbuns (entre 1976 e 1977), como Chuck. O músicoargumenta que após o quarto álbum, o grupo atendeu“necessidades comerciais”. Mas mesmo após essa época, commúsicas commais de 3 minutos e a presença de outrosinstrumentos (além de guitarra, baixo e bateria), o punkcontinuava aceso e está vivo até hoje, imutável, graças a eles.

AC/DCNão temmistério. Desde o primeiro álbum High voltage (1975)até Black ice (2008) o estilo, o som, a atitude da banda não sealterou ummilímetro. A única mudança significativa ocorreuno posto de vocalista, no intervalo entre os maiores clássicosdo grupo: Highway to hell (1979) e Back in black (1980). BonScott morreu no início de 1980, sendo substituído por BrianJohnson, que prossegue até hoje com o grupo. Ironicamente, opróprio Bon Scott já elogiara o futuro vocalista, como afirmouao site Bravewords o guitarrista Angus Young.

FOO FIGHTERSOriundo do Nirvana, Dave Grohl sempreconduziu as rédeas do Foo Fighters mesclandoternura e explosão. Tal dualismo está presentedesde a estreia com o grunge Foo fighters (1995)até o caprichadoWasting light (2012). A receitaé a mesma: a banda sempre passeou entrebaladas pop, rocks enérgicos e alguns flertespontuais com outros estilos, principalmente noálbum In you honor, de 2005, que é metadeacústico e metade “plugado”.

DEEP PURPLEEmmeados da década de 1970, a banda resolveumudar sua sonoridade para flertar mais com o funk,principalmente em Stormbringer (1974). Oguitarrista Ritchie Blackmore criticou o disco,chamando-o de coleção de “músicas engraxadas”,em entrevista para a Guitar International. Com suasaída, o grupo intensificou esse flerte em Come tastethe band (1975), mas o clima já não era dosmelhores. Jon Lord e Ian Paice decidiram anunciarque o grupo não existia mais (de acordo com o livroSmoke on the water: the Deep Purple history, deDave Thompson). De volta ao estúdio em 1984, oDeep Purple retornou e prossegue até hoje, tentandoreencontrar o som do início da carreira.

COLDPLAYDo céu nublado, frio e melancólicopara o ensolarado pop. Assim pode-seresumir a trajetória do Coldplay. Senos dois primeiros trabalhospredominava ecos do britpop demelodias calmas baseadas no piano,com o irregular X & Y (2005) começoua transição e coincidentemente a banda alcançou o primeiro nº 1 nos Estados Unidos. Daí emdiante, o mundo sucumbiu com os elaborados e populares Viva la vida and death to all hisfriends (2008) eMylo xyloto (2011). Para Chuck Hipolitho, tal evolução do Coldplay é similar àoutro famoso grupo, o Nirvana. “Os músicos conhecem novas pessoas, se apaixonam, recebemoutras influências e isso tudo reflete na arte que produzem, é inegável nãomudarem”, diz.

RADIOHEADTalvez o grupo que melhor simbolize o conceito de“mudança”. A primeira, ao aprofundar o rock a umnível superior com o clássico OK Computer (1997).“Realmente fiquei impressionado com a reação daspessoas com esse álbum, nós não tínhamos muitanoção se estávamos fazendo algo bom ou ruim”,afirmou na época o vocalista Thom Yorke para a

revista Select. Mudança maior veio três anos depois, com Kid A, que causou estranheza.“Surpreendeu-me como falarammal na época do lançamento, pois a música contida nele nãoé tão difícil de entender”, afirmou o mesmo Yorke, para a revistaMojo. Desde então, a bandamescla essas duas fases, ora soando mais simples (como em In rainbows, de 2007) oradificultando a compreensão popular (como em The king of limbs, de 2011).

REDHOT CHILI PEPPERS“O Red Hot Chili Peppers não precisa chamarGeorge Clinton para produzir novamente seusálbuns. Eles deixaram de fazer o funk rock doinício da carreira, mas o funk nunca os deixou”,destacou Chuck. Desde então, passaram por umafase mais pesada (com o trabalho One hot minute,de 1995), porémmais tarde acharam um norte, em álbuns flertando com o pop e obtendogrande êxito comercial (Californication, de 2000 e By the way, de 2002), e é essa a tendênciaque prossegue, inclusive no mais recente trabalho, I’m with you (2011).

METALLICAOmaior ícone do thrash metal chegou ao inícioda década de 1990 com grande popularidade eaclamado após bons álbuns. A banda entendeuque o gênero estava em crise e carecia renovaro seu público. Amaciaram o som, cortaram oscabelos e ficarammais descolados para adupla Load (1996) e Reload (1997), bastantecriticados pelos fãs. Longos seis anos depois, oproblemático St. Anger também não amenizouas reclamações. Para Chuck Hipolitho, a bandaerrou emmudar. “É possível ouvir ecos nítidosde heavy metal em Load e Reload. O Metallicanão precisa gravar um disco de heavy metalpara provar que é uma banda desse estilo, jáestá na essência de sua música”, define.

GREENDAYEssa turma gosta de mudar. São quatro fases: aprimeira, no início da década de 1990, quandolançaram dois álbuns independentes, que mal eles serecordam. A segunda, após a explosão de Dookie(1994), peça obrigatória do punk rock da década, commais de 16 milhões de cópias. Então o Green Day serenovou com American idiot (2004), outro grandesucesso mundial, “que fez todos voltarem no tempo,ostentando um espírito adolescente”, como resumeChuck Hipolitho. Recentemente, um novo capítulo éescrito com a trilogia ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! (todos de2012), uma salada musical em três atos, com o gruporesgatando a sonoridade antiga ao mesmo tempoque amplia ainda mais seus horizontes musicais.

“CONVICTOS”

“ARREPENDIDOS”

Confira abaixoalguns exemplosdeartistas “convictos” (nãomudaram), “arrependidos” (voltarama fazer o somdeoutroraapósamudança) e “ousados” (seguiramporoutra sonoridade):

BLACK SABBATH“A banda foi perdendo a identidade enquanto trocavam osmúsicos, ficou parecendo que era uma empresa, com osfuncionários batendo cartão”, aponta o crítico ChuckHipolitho. O único que permaneceu na banda durante osúltimos 45 anos foi o guitarrista Tony Iommi. Durante osoito primeiros álbuns, a formação clássica (Ozzy, Iommi,Butler e Ward) se mantinha. Daí em diante, por mais que osnovos integrantes tentassem as ideias de outrora, a bandase afastava dos fãs, com ressalvas para o primeiro períodode Ronnie Dio à frente do grupo (de 1979 a 1982). No álbum13 (2013), o grupo buscou fazer as pazes com o passado.

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“OUSADOS”

DAVID BOWIEA alcunha de “camaleão” não é por acaso. Se estreou influenciado pelofolk em 1967, abraçou a psicodelia, o rock’n’roll e o glam rock na viradapara os anos 1970. Não satisfeito, mergulhou na blackmusic com Youngamericans (1975) e o funk em Station to station (1977). Após a famosa“trilogia de Berlim” (com os discos Low,Heroes e Lodger, experimentaise bastante criativos), Let’s dance (1983) já flertava com o pop e fezgrande sucesso. Na década de 1990, experimentou amúsica eletrônica.Em 2013, após 10 anos de sumiço, retorna comuma sonoridademaissetentista em The next day. “Não importa a sonoridade, ele sempre fazcommuito bomgosto”, define ChuckHipolitho.

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