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36534974 Pratica Civil

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    Curso Via Satlite Damsio de Jesus

    PRTICA CIVIL

    Prof. Brunno Giancoli

    Agosto 2007

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    PARTE I PROCESSO DE CONHECIMENTO

    PETIO INICIAL

    1- REQUISITOS - ELEMENTOS - DA PETIO INICIAL

    (ART. 282 DO CPC)

    I) O JUIZ OU TRIBUNAL A QUE DIRIGIDA

    Por meio do endereamento ao rgo judicirio o autor estabelece a competncia, seja do

    juzo monocrtico (como regra) como tambm a competncia originria do Tribunal.

    importante verificar duas questes ao enderear:

    1) a competncia material juiz cvel, de famlia e sucesses (e verificar se a cidade eleita

    pelo exame como a competente possui vara especializada)

    2) se a ao for distribuda na cidade de So Paulo verificar a existncia de foro regional.

    A aferio da competncia que ser indicada atravs do endereamento pode ser

    estabelecida por meio de um critrio de sete regras, o qual tem como objetivo a perfeita

    identificao deste elemento na pea prtica. Este critrio pautado por um mecanismo de

    excluso. Assim, identificada a soluo de determinado critrio, automaticamente o

    candidato passar para o seguinte, AT A PERFEITA DETERMINAO DA

    COMPETNCIA. Vejamos:

    1. Competncia internacional

    O primeiro critrio a ser verificado se a competncia ser internacional. Ela ocorre nas

    seguintes hipteses:

    a- Competncia concorrente (artigo 88 do CPC): Ocorre quando tanto um juiz estrangeiro

    como um juiz brasileiro so competentes para conhecer da ao.

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    b- Competncia exclusiva (artigo 89 do CPC): Ocorre quando s o juiz do Brasil for

    competente para conhecer da demanda, exemplo bens imveis situados no Brasil bens objeto

    de inventrio.

    Verificando que a situao apresentada pela OAB uma hiptese de competncia exclusiva

    ou concorrente da jurisdio brasileira (que ser a regra no exame) dever o candidato passar

    para a anlise do prximo critrio.

    2. Competncia Interna

    Diz respeito forma de diviso dos rgos judicirios as suas funes, os quais tomam os

    seguintes parmetros:

    a Material (competncia absoluta): o que determina a competncia a lide em questo.

    Exemplo: A ao de separao judicial deve ser endereada a Vara de Famlia (contudo

    importante que o candidato confirme esta informao na Lei de Organizao Judiciria, pois

    esta situao pode variar dependendo do Estado).

    b- Funcional (competncia absoluta): decorre da funo do magistrado. afervel sob a

    tica vertical (hierarquia primeiro grau, segundo grau e tribunais superiores), como tambm

    na tica horizontal (assim, se a cautelar preparatria foi distribuda na 4 Vara Cvel, por l

    dever correr a ao principal).

    c- Territorial (competncia relativa). a competncia de comarcas ou sees judicirias.

    d- Valor da causa (competncia relativa). Decorre da competncia entre a justia comum e

    os Juizados Especiais.

    3. Competncia originria dos tribunais

    Existem casos em que a competncia se dar diretamente no Tribunal como competncia

    originria. Seja em relao pessoa, seja em relao hierarquia.

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    4. Competncia da Justia Especial

    O quarto critrio a ser verificado o das justias especializadas.

    So situaes de dificlima incidncia no exame, mas sempre importante atentar as

    nuances de cada uma. No nosso sistema podemos enumerar trs hipteses:

    a- Justia do Trabalho (artigo 114, CF): Abrange todas as relaes decorrentes do contrato

    de trabalho, bem como questes afins (acidente de trabalho, dano moral por exemplo) que

    foram acrescidas pela EC 45.

    b- Justia Eleitoral (artigo 121, CF): Competente para todas as questes que decorrem da

    tramitao eleitoral. Desde a retirada do ttulo de eleitor at a diplomao dos eleitos.

    c- Justia Militar (artigo 124, CF) : Afeta apenas aos crimes militares.

    5. Competncia da Justia Comum

    A justia comum delimitada pela justia federal e estadual. de se verificar antes de tudo

    se a justia federal (art. 109, CF) se negativo, aplica-se, por excluso a justia estadual.

    6. Competncia Territorial

    O artigo 94 do Cdigo de Processo Civil estabelece a regra geral de que aes fundadas

    em direito pessoal ou em direito real sobre bens mveis sero propostas no foro de domiclio

    do ru. Os artigos 95 ao 100 do Cdigo de Processo Civil estabelecem regras especiais .

    7. Competncia de Foro

    Em So Paulo existe um foro central e 12 foros regionais. O foro regional tem competncia

    ABSOLUTA:

    a) Em razo do territrio

    b) Pela matria.

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    c) Pelo valor da causa: Causas at 500 salrios mnimos competente o regional, mais de

    500 salrios, Foro Central.

    NOTA IMPORTANTE: Para o exame da OAB o endereamento no deve ser abreviado!

    MODELO DE ENDEREAMENTO JUSTIA ESTADUAL:

    Excelentssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara (Cvel) do Foro (Central) da

    Comarca de So Paulo - SP

    MODELO DE ENDEREAMENTO JUSTIA FEDERAL:

    Excelentssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Seo Judiciria de So Paulo

    II) QUALIFICAO DAS PARTES

    Parte quem pede e contra quem se pede determinada providncia jurisdicional. Mais do

    que uma exigncia formal as partes determinam a legitimidade, requisito condicionante da

    ao (art. 3 CPC). Para a individuao completa das partes a lei determina que l esteja o

    nome, prenome, estado civil, profisso, domicilio e residncia do autor e ru.

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    MODELO GERAL DE QUALIFICAO DE PESSOA NATURAL:

    Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profisso), cdula de

    identidade RG n. _______, inscrito no CPF/MF sob o n._________, residente e domiciliado

    na cidade de So Paulo (endereo completo), por seu advogado devidamente constitudo

    pelo instrumento de mandato anexo, nos termos do artigo 39 do CPC, (documento 1), que

    recebe intimao em seu escritrio (endereo completo), vem presena de Vossa

    Excelncia com fundamento nos artigos (direito civil e processual), propor a presente ao

    de ______(nome da ao)____, pelo rito _______, em face de (qualificao do ru que ser

    feita com as mesmas referncias do autor: nome, nacionalidade, profisso, RG, CPF,

    residncia e domiclio, salvo se tiver qualificao desconhecida).

    MODELO DE QUALIFICAO DE PESSOA NATURAL INCAPAZ:

    Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), menor incapaz, neste ato representado por

    sua me/pai/tutor (observao: o representante legal do menor receber qualificao

    completa conforme modelo geral de pessoa natural)

    Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), maior incapaz, neste ato representado por

    seu curador (observao: o curador receber qualificao completa conforme modelo geral

    de pessoa natural)

    MODELO DE QUALIFICAO DE PESSOA JURDICA:

    Empresa X, pessoa jurdica de direito privado, com sede na cidade de So Paulo (endereo

    completo), inscrita no CNPJ/MF sob o n _______ neste ato representada por seu diretor

    (observao: o diretor receber qualificao completa conforme modelo geral de pessoa

    natural), conforme contrato social anexo (observao: A referncia contrato socialdever

    ser utilizada se a pessoa jurdica for sociedade limitada. Em se tratando de Sociedade

    Annima deve-se utilizar a expresso estatuto social).

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    MODELO DE QUALIFICAO DE CONDOMNIO:

    Condomnio X, situado na cidade de________, inscrito no CNPJ/MF sob o no.________,

    neste ato representado por seu sndico (observao: o sndico do condomnio receber

    qualificao completa conforme modelo geral de pessoa natural), conforme ata de

    assemblia anexa.

    III) O FATO E OS FUNDAMENTOS JURDICOS DO PEDIDO

    Todo pedido formulado pelo autor ao magistrado deve ter uma causa (uma origem ftica), a

    qual denominada no sistema jurdico de causa de pedir. Se todo direito subjetivo nasce

    de um fato o peticionrio dever demonstrar a sua incidncia sobre a lei abstrata para

    conseguir um provimento que milite ao seu favor.

    Uma vez apresentados os fatos deve o autor demonstrar as conseqncias jurdicas

    decorrentes destes fatos, ou seja, o nexo de causalidade entre os fatos e o pedido. O

    fundamento jurdico , portanto, o vcio que atinge a relao jurdica de direito material que

    enseja ao titular de determinada tutela jurdica busque ao seu favor.

    A fundamentao da pea feita por meio da narrativa ftica que motivou o ajuizamento da

    demanda, somada adequada previso jurdica do pedido.

    IV - PEDIDO COM SUAS ESPECIFICAES

    Como o processo o espelho do direito material, j que traduz os conflitos realizados por

    essas relaes materiais, podemos definir o pedido como o meio condutor de se projetar

    para dentro do processo a referida pretenso que l fora no foi cumprida.

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    evidente que tambm no sistema a possibilidade de formular pedidos de fundamentao

    processual (assim a ao rescisria o mandado de segurana contra ato judicial, a ao

    anulatria a exceo de incompetncia, a impugnao ao valor da causa dentre outros), mas

    todos eles, por via obliqua, objetivam alguma pretenso no campo do direito material.

    Tanto assim (a realidade do direito material que nos conduz a idia de disponibilidade do

    direito) que o juiz dever julgar nos estritos limites que a demanda a ele apresentada (art.

    128 e 460, CPC) que a doutrina denomina como adstrio da sentena ao pedido.

    ESTRUTURA DO PEDIDO (ARTIGO 286 DO CPC)

    Enuncia o artigo 286 que o pedido dever ser certo ou determinado . No resta a menor

    dvida na doutrina que os termos certeza e determinao so conjuntivos e no alternativos

    j que um requisito depende do outro.

    Pedido certo aquele explicito, delimitado o que descreve com exatido o bem jurdico que

    lhe quer ver outorgado pelo Estado. Determinado a extenso do pedido certo, o quantum

    debeatur, a individuao do seu gnero e de sua quantidade. Essa regra perde sua

    importncia nas coisas certas (aquele imvel, aquele contrato), pois elas bastam por si

    mesmas para individuar o pedido. As incertas (que sero indicadas ao menos pelo seu

    gnero e quantidade - CC 243 -) no.

    Todavia, existem situaes da qual o autor esteja impossibilitado de fixar o valor do bem

    jurdico que pretende seja- lhe conferido, conquanto o queira. Por vezes a situao de fato

    que se quer ver legitimada, por nuances diversas, impede que o autor fixe um valor exato

    para a causa. Nem por isso a lei tolhe as partes de buscar suas pretenses em juzo at

    mesmo para entrar em consonncia com o artigo 459 nico do CPC. O pedido nesse caso

    ser certo, porm determinvel. So denominadas vulgarmente pela lei de pedido genrico.

    No confundir essa espcie de pedido com os pedidos vagos, que por no preencher uma

    exigncia da lei inepto em sua essncia (condenao do ru as penas da lei, ao que for

    devido, pagar uma indenizao).

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    Assim, pedido genrico aquele que momentaneamente est impossibilitado de lhe fixar o

    valor exato. Este ocorre em trs situaes:

    1- Aes universais: O pedido nesse caso cabvel quando no for possvel individualizar

    os bens efetivamente pretendidos. o caso da petio de herana, inventrio ou mesmo a

    doao de bens no discriminados (os que guarnecem tal residncia, e.g), nesse caso no h

    como saber a universalidade de bens que compe o direito do titular conquanto ele tenha o

    direito de receber os bens.

    2- Ato ou fato ilcito indeterminado : Ocorrem nas aes de reparao de dano. Por vezes as

    conseqncias do ato ilcito ainda no se definiram, e h de se somar os valores decorrentes

    das conseqncias que se deram posteriormente ao ajuizamento da ao.

    NOTA IMPORTANTE: No que diz respeito determinao do pedido de dano moral, a doutrina e a jurisprudncia so vacilantes e ainda no existe um entendimento

    pacificado sobre o assunto.

    3- Comportamento a ser adotado pelo ru: A ltima hiptese de pedido genrico depende

    no das circunstncias de fato, mas de um ato do ru para que se fixe o valor. So os casos

    clssicos das aes de prestao de contas, pois o ru ser condenado no pagamento dos

    valores apurados nas contas que ele mesmo apresentar (art. 918 CPC).

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    MODELO GERAL DE ESTRUTURA DE PEDIDO:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o

    ru_______(especificao do pedido).

    III) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    IV) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    V)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

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    DICAS IMPORTANTES PARA A FORMULAO DO MODELO GERAL DE

    ESTRUTURA DO PEDIDO:

    possvel, por meio dos artigos do CPC, lembrar no exame a estrutura do pedido.Assim

    leia o modelo acima e compare com os artigos a seguir:

    Isto posto requer;

    ITEM I DO MODELO:

    Art. 222, F (citao por oficial) + Art. 297 (apresentar defesa) + Art. 219 (revelia)

    ITEM II DO MODELO:

    Art. 269 I (sentena que acolhe o pedido do autor a procedncia)

    ITEM III DO MODELO:

    Art. 20 (condenao em custas e honorrios)

    ITEM IV DO MODELO:

    Art. 39 I (intimao do advogado)

    ITEM V DO MODELO:

    Art. 332 (provas)

    VALOR DA CAUSA

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

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    ESPCIES DE PEDIDO:

    1- Pedido Cominatrio (artigo 287): Ocorre nas obrigaes de fazer e no fazer, (artigo 461

    CPC), nas obrigaes de entrega de coisa certa ou incerta (artigo 461-A) o ru poder ser

    obrigado (cominado) a pagar uma multa pecuniria por dia de no cumprimento.

    MODELO GERAL DE PEDIDO COMINATRIO:

    Isto posto requer;

    I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o ru

    cumpra a obrigao especfica de____________ sob pena de pagar multa pecuniria por

    dia de no cumprimento a ser arbitrado por Vossa Excelncia.

    Observao: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido.

    2- Pedido Alternativo (artigo 288): Neste caso o ru tem sua disposio duas ou formas de

    cumprir a obrigao. Como regra geral cabe ao devedor (via de regra o ru) a escolha das

    prestaes para cumprimento da obrigao alternativa (art. 252 do CC), se outra coisa no

    se estipulou.

    Os pedidos tm a mesma hierarquia, cabendo ao ru a escolha, porm quem os oferece o

    autor.

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    MODELO GERAL DE PEDIDO ALTERNATIVO:

    Isto posto requer;

    I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o ru

    cumpra, a sua escolha (regra geral), a obrigao__________ ou a obrigao

    ____________.

    Observao: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido.

    3- Pedido Sucessivo (art. 289): So pedidos formulados em ordem de hierarquia. Neste

    caso, ao contrrio do alternativo existe uma escala de preferncias, assim, h um pedido

    chamado de principal e outro subsidirio.

    M ODELO GERAL DE PEDIDO SUCESSIVO:

    Isto posto requer;

    I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para____________. Mas caso Vossa

    Excelncia no entenda cabvel a pretenso j indicada requer seja, ao menos, a demanda

    julgada procedente para_____________.

    Observao: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido.

    4- Pedido de Prestaes Peridicas (art. 290): Decorre das relaes de trato sucessivo, ou

    seja, os casos em que o ru no deve apenas uma parcela para o autor, mas uma srie, pois a

    relao contnua.

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    Assim, casos como a consignao em pagamento (art. 890 CPC) e o pedido de alimentos

    sejam provisrios ou provisionais tendo sido deferida a primeira parcela, as outras

    implicitamente (da o porqu a doutrina utiliza dessa terminologia para qualificar o referido

    pedido) estaro agregadas ao pedido mesmo que no esteja constado expressamente na

    petio inicial.

    MODELO GERAL DE PEDIDO DE PRESTAES PERIDICAS:

    Isto posto requer;

    I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para determinar a fixao da parcela da

    obrigao de_______________ no valor de R$____________e que este valor seja fixado,

    tambm, para as demais que se vencerem no curso da lide.

    Observao: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido.

    5- Pedido Cumulado (art. 292): Ocorre quando se formula mais de um pedido ao judicirio

    e se requer a apreciao de todos os pedidos. Todavia, para que os pedidos possam ser

    formulados dentro do mesmo procedimento necessrio, nos termos do artigo 292:

    a) que os pedidos sejam compatveis entre si (mesma causa de pedir);

    b) que para a apreciao de todos eles seja o mesmo juzo competente; e

    c) corresponder ao mesmo procedimento.

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    M ODELO GERAL DE PEDIDO CUMULADO:

    Isto posto requer;

    I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o ru

    cumpra a obrigao de __________ e a obrigao de ____________.

    Observao: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido.

    V VALOR DA CAUSA

    Os artigos 259 e 260 do Cdigo de Processo Civil estabelecem os critrios para a fixao do valor da causa.

    VI PROVAS

    Nos termos do artigo 283 as provas documentais devem ser apresentadas desde j na

    petio inicial. Todas as demais so protestadas para posterior produo.

    NOTA IMPORTANTE: No h pedido de provas em mandado de segurana (a prova pr-constituda), nos processos de execuo (a parte j est munida de ttulo

    executivo), na ao monitria (pedido especial de provas).

    VII CITAO

    Citao o ato pela qual se trs o ru em juzo para se defender. Pode ser real por correio

    ou pelo correio (artigo 222 CPC), em todo territrio nacional ou ficta quando ento ser

    feita por edital ou por hora certa.

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    NOTA IMPORTANTE: Todo pedido de citao na OAB dever ser por oficial de justia, nos termos do artigo 222 alnea f, com os benefcios do artigo 172,

    pargrafo 2, do CPC. E isso porque se elimina eventual erro do examinando. Porque o

    correio a regra, sendo por exceo a citao por oficial. Mas se a parte requerer (alnea f)

    ser SEMPRE por oficial. Pra que se matar em frente ao Cdigo. Pea sempre por oficial de

    justia.

    Para verificar as hipteses de citao por edital verificar o artigo 231, j para as hipteses

    de citao por hora certa verificar o artigo 224.

    NOTA IMPORTANTE: A citao para outra cidade, como regra ser pelo CORREIO. A citao apenas se efetivar por Carta Precatria se se der por oficial de

    justia.

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    PARTE II PROCESSO DE CONHECIMENTO

    PROCEDIMENTOS

    RITO SUMRIO

    Nos termos do artigo 275 cabe o rito sumrio para duas situaes distintas:

    I nas causas de at sessenta salrios mnimos

    II nas causas de qualquer valor:

    a) Contratos de arrendamento rural e parceria agrcola: Vem

    regulamentados pelo Estatuto da Terra (decreto 59.566/66);

    b) Cobrana de condomnio: Qualquer quantia devida do condmino ao

    condomnio. No confundir com a cobrana executiva (artigo 585, IV) que

    cobrana do locador ao locatrio em decorrncia do contrato de locao;

    c) Ressarcimento por danos em prdio urbano ou rstico (rural): a ao de

    indenizao de um imvel em relao a outro;

    d) Ressarcimento por danos causados em acidentes de veculo (terrestre);

    e) Cobrana de seguro por acidente ou ressarcimento de veculo : Alnea que

    vem perdendo a eficcia com a possibilidade de se denunciar lide no rito

    sumrio nos casos de seguro (artigo 280) ;

    f) Cobrana de honorrios de profissionais liberais desde que no haja

    legislao especfica dispondo o contrrio : Cobrana de qualquer

    profissional liberal (mdico, dentista, mecnico) desde que o estatuto

    relativo de classe no disponha de outra ao;

    g) Demais casos em lei: podemos citar a adjudicao compulsria, o

    usucapio especial (6969/81), a revisional de alugueres (8245/51), dentre

    outros.

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    A petio inicial segue os requisitos dos artigos. 282/283. Sua diferena reside na imediata

    apresentao de rol de testemunhas, sob pena de precluso bem como a indicao do

    assistente tcnico e dos quesitos, caso haja prova tcnica a ser produzida. O ru ser citado

    para apresentar em defesa em audincia e dever ser citado ao menos 10 dias antes da

    audincia.

    No procedimento sumrio no admissvel ao declaratria incidental, nem interveno

    de terceiros, salvo a assistncia, o recurso de terceiro prejudicado e a interveno fundada

    em controle de seguro.

    NOTA IMPORTANTE: As diferenas na petio inicial do rito sumrio para o rito ordinrio residem em duas ordens: 1) ao invs de se requerer a citao do ru para

    apresentar defesa em quinze dias, deve se requerer seja citado para apresentar defesa em

    audincia; 2 apresentar rol de testemunha bem como quesitos e assistente tcnico se

    houver.

    MODELO GERAL DE PEDIDO PARA O RITO SUMRIO:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa em

    audincia a ser designada por Vossa Excelncia, sob pena de reputarem-se aceitos os

    fatos alegados (artigo 319)

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de ______________

    III) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    IV) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

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    V)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Requer, nesta oportunidade a indicao do Assistente Tcnico o Doutor ___________ que

    ir acompanhar os trabalhos periciais at seus regulares termos.

    Informa as testemunhas que sero ouvidas nos termos do artigo 407 do CPC:

    Nome -

    Qualificao completa

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

    Quesitos ao perito:

    Questo 1

    Questo 2

    Questo 3

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    PARTE III PROCESSO DE CONHECIMENTO

    MODALIDADES DE DEFESA

    CONTESTAO

    Base Legal artigos 300-303

    Prazo 15 dias (regra)

    Notas importantes No esquecer de observar quando da apresentao da defesa a regra

    da eventualidade e o nus da impugnao especfica.

    ESTRUTURA LGICA DA CONTESTAO:

    Para estruturar bem uma pea de contestao importante observar algumas regras de

    estrutura da pea. Assim toda contestao conter as fases que aqui se apresenta:

    1- ENDEREAMENTO

    2 QUALIFICAO DAS PARTES

    3 FATOS

    4 PRELIMINARES

    5 MRITO

    6 QUESTES PREJUDICIAIS

    7 PEDIDO

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    1 ENDEREAMENTO

    O endereamento da contestao ser sempre perante o juzo pela qual corre o processo.

    2 QUALIFICAO DAS PARTES

    Segue a mesma ritualstica que a inicial. Apenas, por completa desnecessidade (e isso se

    aplica tambm ao exame da OAB) no h necessidade de se deduzir a qualificao

    completa (nome, prenome, endereo) se a inicial j o fez corretamente. Assim, no

    inapropriado colocar Fulano de Tal, j qualificado nos autos do processo em epgrafe,

    vem presena de V. Excelncia por seu advogado.....

    NOTA IMPORTANTE: A contestao no se interpe ou prope, mas se APRESENTA. Assim, a parte vem apresentar contestao pelos motivos abaixo

    expostos..

    3 FATOS

    Ao contrrio do que se imagina os fatos vm antes das preliminares. E isso porque muitas

    preliminares se confundem com o mrito (vide as condies da ao). Assim

    importante para que o magistrado/examinador possa inferir a preliminar, conhecer dos fatos

    do processo.

    Os fatos se limitam a narrar o pedido do autor na inicial (ou do problema, quando se tratar

    de pea prtica). Assim no se deve emitir nenhum juzo de valor nos fatos, pois esta

    argumentao ser reservada ao captulo do mrito. No mximo retire um pouco da fora

    argumentativa da inicial com as expresses alegada dvida, suposto crdito.

  • 22

    4 - PRELIMINARES

    Por raciocnio lgico, essa matria vir antes da matria de mrito. A estas matrias que so

    susceptveis de discusso chamamos de preliminares que, por definio legal, a defesa

    direta contra o processo. Sob a gide de um nico artigo (301 CPC), o legislador

    hospedou todas as preliminares que podem ser suscitadas pela parte e tambm conhecidas

    de oficio pelo juiz, exceo do compromisso arbitral (art. 301 4).

    As preliminares no nosso sistema podero ser dilatrias ou peremptrias conforme os

    efeitos que elas incidiro no processo se acolhidas. As preliminares peremptrias ensejam a

    extino do feito. Os incisos III, IV, V, VI, IX e X do art. 301 do CPC prescrevem as

    chamadas preliminares peremptrias. J as dilatrias, visam somente corrigir algum vcio

    endoprocessual retardando a marcha do processo at que essa invalidade seja sanada. So

    os casos dos incisos I, II, VII, VIII, XII.

    Esta diferenciao ser sobremodo importante para o entendimento de como montar uma

    preliminar conforme se ver abaixo.

    COMO SE MONTA UM PRELIMINAR:

    Basicamente a estrutura da preliminar resolve-se por uma equao:

    Artigo 301 inc___ + fundamentao jurdica + conseqncia (artigo 267 ou

    regularizao do feito).

  • 23

    Assim imagine-se uma preliminar de ilegitimidade de parte (preliminar peremptria):

    Preliminarmente o ru parte ilegtima para figurar no feito nos termos do artigo 301, X

    do CPC. E isso porque conforme se verifica no contrato trazido ao processo ru no

    figura como locatrio, mas sim terceira pessoa. Desta forma requer a extino do processo

    sem julgamento de mrito nos termos do artigo 267, VI.

    Agora uma preliminar dilatria:

    Preliminarmente este Juzo absolutamente incompetente para conhecer do feito nos

    termos do artigo 301, II do CPC. E isso porque a ao ora proposta versa sobre direito de

    famlia e este juzo de competncia exclusiva cvel. A incompetncia material absoluta,

    no comportando derrogao por nenhuma das partes. Desta forma requer a remessa dos

    autos para a vara cvel competente.

    5 - MATRIA DE MRITO

    A definio de mrito no nosso conceito a pretenso posta em juzo sobre um dado direito

    material, j que o conceito de mrito mais claramente visto (o seu julgamento ou no) nas

    hipteses dos artigos 267 e 269 que evidncia deflagram o final do processo.

    errado pensar que a matria de mrito se dirige contra o pedido diretamente, pois a defesa

    de mrito ataca a sustentao do pedido, os argumentos e fatos que do base pretenso a

    causa de pedir remota e prxima. So elas, portanto:

    a) Defesa de mrito direta : Ocorre quando o ru ataca diretamente os fatos que

    fundamentam o pedido, negando-os. Nesse caso o ru no apresenta um direito prprio,

    mas conseqncias jurdicas diversas daquelas pretendidas com base no mesmo fato (no

    comprei, no contratei), desta forma como o fato se mantm controverso cabe mesmo ao

    autor provar a sua existncia.

  • 24

    b) Defesa de mrito indireta : Na defesa de mrito indireta o ru no nega os fatos

    constitutivos do direito do autor, mas impe outros fatos; impeditivos, modificativos ou

    extintivos a fim de impedir que o ru logre xito na sua demanda. Os contra- fatos que a

    parte poder apresentar podem ser:

    Extintivos que visam expurgar do mundo jurdico os fatos que o autor pretende ver

    acolhido. o caso da prescrio.

    Modificativos visam alterar as conseqncias jurdicas dos fatos trazidos pelo

    autor. Assim se a parte alega a compensao, ela no nega o fato constitutivo o

    crdito do autor mas impe outro que um crdito seu contra o mesmo que quer ver

    compensado (art. 368 CC).

    Impeditivos nesse caso pretende o ru, mesmo aceitando os fatos do autor, obstar a

    produo dos seus efeitos. o caso da exceptio non adimpleti contractus (art. 476

    CC) da qual nos contratos bilaterais de vencimento simultneo, uma das partes no

    pode exigir o implemento da outra se no cumprir a sua parte na avena. Essa

    argumentao pode ser usada pelo ru para conseguir retardar a produo dos efeitos

    da pretenso.

    6 QUESTES PREJUDICIAIS

    DENUNCIAO DA LIDE possvel denunciar ao ru denunciar a lide nas hipteses do

    artigo 70 do CPC. O caso mais comum o ru, demandado em ao de responsabilidade

    civil decorrente de acidente de veiculo automotor, denuncia a seguradora.

    CHAMAMENTO AO PROCESSO possvel chamar ao processo os demais coobrigados da

    relao jurdica de direito material que no foram trazidos ao processo. As hipteses de

    chamamento (fiana/solidariedade) esto no artigo 77 do CPC.

    PRESCRIO A prescrio no matria preliminar, pois a sua decretao acarreta o

    encerramento do processo com julgamento de mrito nos termos do artigo 269, IV do CPC.

  • 25

    PEDIDO CONTRAPOSTO a reconveno dentro da prpria defesa. Utilizada somente em

    alguns casos que o sistema veda a reconveno, como o rito sumrio, o JEC e as

    possessrias.

    7 - PEDIDO

    O pedido da contestao se limita a pedir que o juiz acolha a (s) preliminar (es) argida (s)

    e no mrito que seja o pedido julgado improcedente. Requer produo de provas. Custas e

    honorrios para que sejam arcados pelo autor.

    EXCEES RITUAIS (Incompetncia, Impedimento e Suspeio)

    Base Legal artigos 304-314

    Prazo 15 dias contados da data em que se tomou cincia do fato

    Notas importantes nas excees de impedimento e suspeio o ru (excepto) o prprio

    juiz.

    Conforme visto, a contestao forma de defesa do ru contra o pedido do autor

    objetivando, no mais das vezes, uma sentena de improcedncia. Todavia o rol das defesas

    processuais no se exaure naquelas enumeradas no artigo 301. Existem defesas processuais

    outras como a continncia (artigo 104, CPC), a impugnao ao valor de causa (artigo 261,

    CPC) e as excees rituais.

    EXCEO DE INCOMPETNCIA sabido que a competncia instituto criado para

    distribuir e organizar os rgos do poder judicirio de suas funes. Este incidente se

    destina a suscitar somente a incompetncia relativa (territorial), pois a absoluta (que versa

    sobre a matria e a funo), por ter natureza de objeo, deve ser argida em preliminar de

    contestao (artigo 301, II CPC). A exceo ser apresentada em petio escrita com os

    documentos necessrios para se provar a juridicidade daquilo que se alega. necessrio

    indicar o foro competente (art. 307 CPC). Abre-se vista ao excepto para se manifestar em

    10 dias sobrevindo deciso nos outros dez dias.

  • 26

    EXCEO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIO As definies de impedimento e

    suspeio esto respectivamente catalogadas nos artigos 134 e 135 do CPC. O vocbulo

    parcialidade no se apresenta como o mais adequado para afastar o juiz do julgamento de

    um dado processo, pois incide numa conotao subjetiva, da qual o juiz seja parcial o que

    no verdade. Desta forma o legislador criou situaes de direito material (e.g. parentesco)

    e processual (e.g quando foi advogado no processo) para que ele fique obstado de julgar a

    causa. O critrio deve ser tomado objetivamente, ou seja, se o juiz recair numa das

    hipteses enumeradas pelo legislador deve ser proibido de julgar a causa,

    independentemente de se perquirir se h o interesse no litgio ou no.

    A petio deve estar instruda com os documentos que comprovem as alegaes deduzidas

    e rol de testemunhas (art. 312 CPC). Recebida a exceo o juiz poder reconhecer seu

    impedimento ou suspeio e remeter os autos, em deciso irrecorrvel, ao seu substituto

    legal. Contrariu sensu poder, em no concordando, apresentar suas razes em dez dias

    (nos mesmos moldes do artigo 312 CPC) sendo endereada a superior instncia para

    julgamento. Em sendo procedente a exceo no tribunal, haver deliberao sobre quais

    atos do processo sero invalidados, bem como determinar as custas processuais a serem

    pagas pelo juiz substitudo. Ao juiz vedado recorrer desta deciso. Todavia cabero

    recursos para o STJ e STF da deciso que julgar a exceo improcedente, desde que,

    evidentemente, preenchidos os pressupostos de sua admissibilidade. O impedimento poder

    ser argido aps o trnsito em julgado por meio de ao rescisria (art. 485, II, CPC).

  • 27

    RECONVENO

    Base Legal artigos 315-318

    Prazo 15 dias, concomitante com a contestao (art. 299)

    Notas importantes ru reconvinte (autor da reconveno) e autor reconvindo (ru da

    reconveno)

    A reconveno uma demanda dentro de um processo pendente, apresentada juntamente

    com a contestao. Requisitos da reconveno:

    1) endereado ao prprio juiz da causa por preveno

    2) a distribuio ser por dependncia ao processo principal

    3) por garantia necessrio qualificar (novamente) as partes por se tratar de uma ao

    (exigncia do artigo 282, II, CPC)

    4) o reconvinte dever requerer a intimao do reconvindo na pessoa do seu advogado

    para apresentar defesa em 15 dias.

    So requisitos especiais da reconveno:

    Quanto legitimidade - sabido que somente o ru poder reconvir (artigo 315, CPC). No

    pode ser o autor legitimado extraordinrio j que se estaria demandando em nome alheio e,

    portanto, no poder responder aos termos da demanda do ru (reconveno).

    Compatibilidade de procedimento A reconveno como processo destinado obteno de

    uma sentena instituto especifico das aes cognitivas de jurisdio contenciosa, no se

    admitindo nos processos executivo, monitrio, cautelar e de jurisdio voluntria. Nos

    procedimentos especiais segue-se a regra do princpio da legalidade ampla (a parte poder

    fazer tudo aquilo que a lei no veda art. 5, II, CF), ou seja, cabvel a reconveno

    desde que no ocorra uma dessas situaes: a) seja incompatvel com a estrutura do

    procedimento (falncia, inventrio); b) quando o procedimento tiver previso de pedido

    contraposto (possessrias, prestao de contas) e c) quando no comportar o contra-ataque

  • 28

    (ex. converso de separao judicial em divrcio). Mas como regra principal, basta

    verificar se o procedimento adquire o rito ordinrio a partir da apresentao da defesa. Se

    sim, a reconveno cabvel.

    Juzos competentes mais um requisito que se faz necessrio de que o juiz que conhece

    da causa originria deve ser competente para conhecer da reconveno sob pena de ferir

    regra de competncia absoluta (rectius funcional e material).

    Procedimento A reconveno dever ser apresentada simultaneamente com a defesa

    (artigo 299, CPC), sob pena de precluso consumativa.

    AO DECLARATRIA INCIDENTAL

    Base Legal Art. 5o. e 325 do CPC

    Prazo 10 dias para o autor e 15 para o ru a partir do momento da apresentao da defesa.

    Notas importantes Por ter natureza de ao deve ser elaborada com observao do art.

    282 do CPC.

    O artigo 297 no faz meno ao declaratria incidental como forma de defesa do ru.

    Todavia modalidade de resposta cuja previso fica diferida para os artigos 5 e 325 do

    CPC. Difere-se no procedimento da ao declaratria do artigo 4 CPC, j que no

    depende, em especial, de questo subordinada para que possa ser julgada em carter

    prejudicial.

    Uma vez proposta ao declaratria incidental, os limites da coisa julgada se estendero

    tambm a ela (artigo 470, CPC). Sem a sua propositura, ela se limita a ficar na parte de

    fundamentao da sentena (art. 469, CPC).

  • 29

    So requisitos da ao declaratria incidental:

    a) a existncia de questo prejudicial: Por questo prejudicial entende-se nas questes que,

    por influenciar na deciso subseqente, devem ser julgadas antes. b) litigiosidade o fato

    gerador da ADI a controvrsia, o surgimento da questo que s aparece com a

    apresentao da contestao.

    b) competncia absoluta do juiz: conforme visto, a declaratria incidental utiliza-se do

    mesmo prtico procedimental que a reconveno e, portanto, haver julgamento conjunto

    com a causa originria (artigo 318, CPC).

    c) procedimento: O artigo 325, aparentemente restringe a legitimao da ADI para o autor,

    o que falso e j devidamente afastado pelo ordenamento. O artigo 5 arreda essa suposta

    dvida franqueando a qualquer das partes o manuseio da requestada ao sempre que no

    curso do processo, se tornar litigiosa a relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia

    depender o julgamento da lide.

    IMPUGNAO AO VALOR DA CAUSA

    Base Legal Art. 261 do CPC

    Prazo 15 dias da juntada do mandado

    Notas importantes a impugnao ataca o valor atribudo causa e no o pedido

    formulado. Logo a impugnao poder at ser utilizada para aumentar o valor.

    Da mesma forma que a ao declaratria incidental o artigo 297 no faz meno

    impugnao ao valor da causa. Essa modalidade de resposta, todavia, vem disciplinada no

    artigo 261 do cdigo. Trata-se de uma hiptese privativa do ru (e demais legitimados

    conforme se ver abaixo) para o fim de se adaptar o valor da causa (seja para mais, seja

    para menos) s regras pertinentes aos artigos 259 e 260 que disciplinam o valor na inicial.

  • 30

    Trata-se de incidente processual e no uma nova ao. Ser autuada em apenso ao processo

    principal (salvo no Juizado especial que ser apresentada na mesma pea da contestao

    art. 30, L.9099/95) e, como apenso que , da deciso acerca do pedido de impugnao

    cabvel o recurso de agravo j que se trata de deciso interlocutria.

    Quanto ao processamento, ser apresentada no prazo de defesa, ou seja, 15 dias no rito

    ordinrio e no rito sumrio em audincia. A sua interposio no suspende o processo e o

    autor ser intimado, na pessoa do seu advogado para se manifestar em cinco dias. A no

    impugnao presume-se aceito o valor da causa tal qual estipulado (art. 261, nico, CPC)

    o que nos faz crer que ao juiz seja vedado conhecer de oficio do valor sem que a parte tenha

    suscitado, salvo se desse conhecimento resultar a modificao territorial ou o rito, j que

    um dos critrios tanto de um, quanto do outro o valor da causa.

  • 31

    PARTE IV AES DE RITO ESPECIAL

    AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO Base Legal Art. 334 e ss. do CC e Arts. 890 e ss. do CPC Procedimento Rito Especial Notas Na ao de consignao o autor o devedor, como regra geral, ou um terceiro interessado na extino da obrigao. O ru sempre ser o credor seja ele certo ou incerto. Nomenclatura Autor e ru O art. 335 do Cdigo Civil elenca as principais hipteses que possibilitam ao credor liberar-se da obrigao por meio do pagamento por consignao. Registre-se, porm, que o art. 335 no taxativo. Tanto isso verdade que o prprio Cdigo Civil traz outras situaes que permitem a consignao (arts. 341 e 342), como tambm a legislao complementar (Decreto-Lei n. 58/37, art. 17, pargrafo nico; Lei n. 492/37, arts. 19 e 21, III, etc.) As principais hipteses so: a) Se o credor no puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitao na forma devida; b) Se o credor no for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condies devidos; c) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difcil; d) Se ocorrer dvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; e) Se pender litgio sobre o objeto do pagamento. Procedimento da Ao de Consignao em Pagamento Trata-se de um rito especial previsto nos arts. 890 e seguintes do CPC. Foro Competente O art. 891 do CPC determina que a consignao ser requerida no lugar do pagamento. Portanto, a definio de competncia da consignatria sofre variaes de acordo com a natureza do bem objeto do depsito judicial.

  • 32

    Legitimidade Legitimado ativo para a propositura o devedor e ao juridicamente interessado no pagamento da dvida. Legitimado passivo ser o credor conhecido, aquele que alegue possuir tal condio ou, ainda, sendo ele desconhecido, o credor incerto, a ser citado por edital (CPC, art. 231, I), em seu favor intervindo, se for o caso, o curador de ausentes (CPC, art. 9o, II). Requisitos Especficos da Petio Inicial Alm dos requisitos do art. 282 e 283 do CPC, a petio inicial deve conte pedido expresso para que o juiz autorize o depsito judicial do bem, o qual, uma vez deferido, deve se realizar em cinco dias (art. 893, I do CPC). Quando as prestaes forem peridicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar. importante observar, finalmente, que se o objeto da prestao for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, ou seja, o ru, o autor dever requerer na citao que o primeiro efetue a escolha no prazo de cinco dias. Valor da Causa Na ao de consignao em pagamento, o valor da causa depende do objeto do pagamento. Se o bem tiver valor certo, este ser o valor da causa. Tratando-se de consignao. Tratando-se de consignao de dvida que vence em parcelas, o valor da causa ser o valor das parcelas vincendas at o limite de uma anuidade (arts. 258/260 do CPC).

  • 33

    MODELO DE PEDIDO DE AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO:

    Isto posto requer;

    I) Se digne V. Excelncia em determinar o depsito da (quantia / coisa) devida no prazo de

    cinco dias, e que se deferido, seja permitido os sucessivos depsitos enquanto se vencerem

    as parcelas no curso da lide.

    II) a citao do ru por oficial de justia para, em querendo, proceda ao levantamento da

    quantia / coisa depositada ou em querendo apresente defesa no prazo de 15 dias, sob pena

    de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se declarar a extino do

    dbito por meio dos depsitos ora efetivados.

    IV) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI) Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 34

    AES POSSESSRIAS Base Legal Art. 1210 e ss. do CC e Arts. 920 e ss. do CPC Procedimento Rito Especial (Fora Nova) e Rito Ordinrio (Fora Velha) Notas O objeto das aes possessrias a posse e no a propriedade. Nomenclatura Autor e ru Dispe o art. 1.210 do Cdigo Civil que o possuidor tem direito a ser mantido na posse, em caso de turbao, restitudo, no de esbulho, e segurado de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Pela leitura desse dispositivo se v que a proteo da posse guarda um componente de estabilidade social. Portanto, os instrumentos de proteo possessria so, sem dvida, formas de impedir a ruptura da paz social, da porque sua violao atinge o respeito personalidade humana. Somente a posse justa desfruta da proteo das aes possessria. O art. 1.200 do Cdigo Civil afirma que a posse justa aquela que no for violenta, clandestina ou precria. A posse violenta quando o possuidor sabe que a coisa no sua e dela se apossa assim mesmo. A posse clandestina quando adquirida sub-repticiamente, como no caso do proprietrio de um imvel rural que muda a localizao das cercas divisrias, com prejuzo para o vizinho. E a posse diz-se precria quando decorre de um ttulo jurdico, como a locao, que deixou de ter validade, ou em comodato de prazo j expirado. As aes possessrias no regime do CPC so as de manuteno e reintegrao de posse (CPC, arts. 926 a 931) e o interdito proibitrio (arts. 932 e 933). Importante observar, quanto ao de imisso de posse, prevalece o entendimento de que tem natureza petitria 1. Caractersticas das Aes Possessrias Por tratar-se de um procedimento especial, as aes possessrias possuem algumas caractersticas que merecem destaque: a) Fungibilidade das Aes Possessrias Contemplada no art. 920 do CPC significa a possibilidade que o juiz possui de conhecer e decidir de pedido diverso daquele originariamente formulado pelo autor. b) Natureza Dplice das Aes Possessrias Assegura o art. 922 do CPC ao ru, nos interditos possessrios, o direito de usar a prpria contestao para alegar que a sua posse foi ofendida, e demandar, contra o autor, a proteo possessria. 1 A ao de imisso na posse tem ndole petitria e no possessria. Caso de no-aplicao do art. 923 do CPC. Prescrio aquisitiva consumada antes da arrematao e subseqente pedido de imisso (STJ, Resp 35975/RJ, 3a . Turma, Rel Min. Cludio Santos).

  • 35

    c) Natureza Executiva do Procedimento Interdital As aes possessrias possuem natureza executiva, tendo em vista que a deciso proferida pelo juiz, quando acolhida, ordena a expedio de um mandado a ser cumprido coativamente pelos rgos auxiliares do juzo contra aquela que atentou contra a posse do autor. d) Possibilidade de Cumulao de Pedidos Muito embora o pedido possessrio se restrinja as mandados de reintegrao, de manuteno ou de proibio contra o que agride ou ameaa agredir a posse do autor, permite a lei processual, especificamente no art. 921 do CPC, a cumulao de outros pedidos. As cumulaes possveis so: a) perdas e danos, desde de que a leso tenha ocorrido concretamente e comprovada durante a instruo da causa; b) cominao de pena para caso de nova turbao ou esbulho; e c) desfazimento de construo ou plantao. Procedimento das Aes Possessrias As aes possessrias possuem ritos distintos que variam de acordo com o momento da propositura. Se intentadas dentro de um ano e dia contados a partir da turbao ou do esbulho, conhecida como possessria de fora nova, o procedimento o especial (art. 926 e seguintes). Se a propositura ocorrer aps esse perodo, caracterizando, assim, a possessria de fora velha, observar-se- o rito ordinrio (art. 924). Foro Competente A propositura da ao possessria, seja qual for o procedimento, o foro da situao da coisa (art. 95 do CPC), salvo aquelas que tiverem por objeto bens mveis. Neste caso aplicar-se- a regra geral do art. 94. importante notar, que os Juizados Especiais Cveis Estaduais tambm tm competncia para o processamento e julgamento de aes possessrias (arts. 3o., IV e 4o., da Lei 9.099/95). Legitimidade Legitimado ativo para a propositura dos interditos possessrios o possuidor, direto ou indireto. No tem essa legitimidade o fmulo da posse, ou seja, aquele que somente a conserva em nome do verdadeiro possuidor e em cumprimento de ordens ou instrues suas (Cdigo Civil, art. 1.198). Da mesma forma, carece de legitimidade o simples detentor (Cdigo Civil, art. 1.208). Legitimado passivo aquele que praticou a ofensa posse, ainda que tambm seja possuidor (Ex.: Se o locador esbulha a posse do locatrio, este promover, em face daquele, a ao de reintegrao). Requisitos Especficos da Petio Inicial Alm dos requisitos do art. 282 do CPC a inicial possessria dever demonstrar os requisitos do art. 927. Tratam-se de requisitos especficos, os quais o autor dever

  • 36

    demonstra-los, na narrativa dos fatos e comprova- los documentalmente, com o objetivo de permitir tanto a avaliao da adequao do procedimento eleito. Frise-se que esses requisitos se prestam para a anlise da concesso, pelo juiz, sendo o caso, da medida liminar. Assim, cumpre ao autor provar: a) A Posse via de regra demonstrando o ttulo que o habilite a qualidade de possuidor. b) A turbao ou o esbulho praticado pelo ru Esta a prova central de qualquer interdito. O dano deve ser narrado detalhadamente na petio inicial com todos os seus elementos de caracterizao. c) A data da turbao ou do esbulho Trata-se de um requisito de regularidade procedimental. O autor indica o momento do dano provocado pelo ru (esbulho ou turbao) para justificar o procedimento que ele adotou, ou seja, se se trata de ao de fora velha ou de fora nova. d) A continuao da posse, embora turbada ou ameaa, nos casos de manuteno ou interdito proibitrio. Concesso Liminar da Tutela Possessria A concesso da medida liminar nas aes possessrias poder ocorrer em dois momentos distintos: a) Concesso de medida liminar inaudita altera parte A concesso da medida sem a prvia participao do ru depender da comprovao do autor dos requisitos especficos das aes possessrias (art. 927).

    Tarec65e r31.67ncj6Tw (das a8procgundse se trata de aspec69c 0 Tw91nut) Tj621 347 R andzedse2631.67ncj6e ecolhidse26c 0.2372 o do r.5ia a a 0.8eroO,lnartica4i-13.to q poder.790313.5 T43( ) Tjexpedio do ru d tudutor.8e -17es65ossessrias (art. 927).

  • 37

    M ODELO GERAL DE PEDIDO DAS AES POSSESSRIAS:

    Isto posto requer;

    I) Seja concedida liminarmente a reintegrao / manuteno da posse do autor, tendo em

    vista o preenchimento dos requisitos previstos no art. 927 do CPC, expedindo-se o

    competente mandado para o cumprimento da deciso.

    II)Posteriormente, a citao, por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa

    no prazo de 05 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 930 do

    CPC)

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se tornar definitiva a liminar

    ora concedida por ocasio da propositura da ao.

    IV) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 38

    SEPARAO JUDICIAL LITIGIOSA Base Legal Arts. 1.572 e 1.573 do Cdigo Civil. Art. 34 da Lei no. 6.515/77-LDi Procedimento Ordinrio Notas Nas comarcas onde existe organizada Vara de Famlia, o endereamento a elas deve ser dirigido. Nomenclatura Requerente e Requerido A separao judicial uma das hipteses de dissoluo do casamento. Nesta hiptese extintiva no ocorre o desfecho do vnculo matrimonial, o que impede os cnjuges de contrair novas npcias. Importante observar, que o gnero judicial da separao admite duas espcies: consensual (ou, por mtuo consentimento art. 1.574 do CC) e a litigiosa (ou, no consensual art. 1.572). Procedimento da Ao de Separao Litigiosa Segundo o art. 34 da Lei do Divrcio, a ao de separao litigiosa deve seguir o rito comum ordinrio. Foro Competente Esta ao deve obedecer ao disposto no art. 100, I, do CPC, ou seja, competente o foro da residncia da mulher. Legitimidade Trata-se de uma ao personalssima, da porque apenas o cnjuge prejudicado poder prop-la contra o cnjuge faltoso. Mas, em caso de incapacidade a lei admite a propositura da ao por curador, ascendente ou irmo. Valor da Causa Havendo bens a serem partilhados pelos cnjuges, o valor da causa, na ao de separao, deve ser a somatria dos valores dos referidos bens. No havendo bens e cientes da obrigatoriedade de atribuio de um valor causa (art. 258, CPC), o autor tem autonomia para fixar valor segundo critrios subjetivos prprios, desde que compatvel com as circunstncias gerais do caso.

  • 39

    MODELO DE PEDIDO AO DE SEPARAO LITIGIOSA:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    II) a intimao do representante do Ministrio Pblico para intervir no feito at o seu final

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se decretar da separao do

    casal, por culpa exclusiva do ru, expedindo-se o competente mandado para o Cartrio de

    Registro Civil, e declarando que (uso do nome, direito de visita, penso alimentcia,

    partilha dos bens conforme o caso concreto)

    IV) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI) Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 40

    AO DE DIVRCIO LITIGIOSO

    Base Legal Arts. 1.580, pargrafo 2o do Cdigo Civil. Art. 40 da Lei no. 6.515/77-LDi Procedimento Ordinrio Notas Nas comarcas onde existe organizada Vara de Famlia, o endereamento a elas deve ser dirigido. Nomenclatura Autor e ru Assim como a separao judicial, o divrcio tambm uma hiptese de dissoluo do casamento. Contudo, este mecanismo dissolutrio atinge definitivamente o vnculo matrimonial. Destarte, basta alegar e comprovar a separao de fato do casal por dois anos ou mais, no havendo necessidade de ser declinada a causa dessa separao. Procedimento da Ao de Divrcio Litigioso

    Segundo o art. 34 da Lei do Divrcio, a ao de divrcio litigioso deve seguir o rito comum

    ordinrio.

    Foro Competente Esta ao deve obedecer ao disposto no art. 100, I, do CPC, ou seja, competente o foro da residncia da mulher. Legitimidade Trata-se de uma ao personalssima, da porque apenas o cnjuge poder prop-la. Mas, em caso de incapacidade a lei admite a propositura da ao por curador, ascendente ou irmo. Valor da Causa Havendo bens a serem partilhados pelos cnjuges, o valor da causa, na ao de divrcio litigioso, deve ser a somatria dos valores dos referidos bens. No havendo bens e cientes da obrigatoriedade de atribuio de um valor causa (art. 258, CPC), o auto r tem autonomia para fixar valor segundo critrios subjetivos prprios, desde que compatvel com as circunstncias gerais do caso.

  • 41

    M ODELO DE PEDIDO DE AO DE DIVRCIO LITIGIOSO:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    II) a intimao do representante do Ministrio Pblico para intervir no feito at o seu final

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se decretar o divrcio do

    casal, expedindo-se o competente mandado para o Cartrio de Registro Civil, e

    declarando que (uso do nome, direito de visita, penso alimentcia, partilha dos bens

    conforme o caso concreto)

    IV) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 42

    AO DE INVESTIGAO DE PATERNIDADE

    Base Legal Art. 1.606 e 1.516 do Cdigo Civil e Lei no. 8.560/92 Procedimento Ordinrio Nomenclatura Autor Ru Aspectos Especficos sobre a Prova de Paternidade Com o exame DNA, possvel afirmar-se a paternidade com um grau praticamente absoluto de certeza. necessrio frisar que ningum pode ser constrangido a fornecer amostras do seu sangue para a realizao da prova pericial. No entanto, a negativa do ru pode levar o juiz, a quem a prova endereada, a interpreta-la de forma desfavorvel quele, mxime havendo outros elementos indicirios. A smula 301 do STJ afirma: Em ao investigatria, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame DNA induz presuno jris tantum de paternidade. Procedimento da Ao de Investigao de Paternidade A ao de investigao de paternidade segue o rito comum ordinrio, tendo em vista que se trata de ao de estado. Foro Competente O domiclio do ru, conforme regra geral do art. 94 do CPC, o foro competente da ao de investigao de paternidade, salvo se houver pedido cumulado de alimentos. Neste ltimo caso, a ao ser ajuizada do domiclio do autor, nos termos do art. 100, II do CPC Legitimidade A legitimidade ativa para o ajuizamento da ao de investigao de paternidade do filho. O reconhecimento do estado de filiao direito personalssimo, por isso, a ao privativa dele. Se menor ser representado pela me ou tutor. de se admitir o litisconsrcio ativo facultativo dos filhos da mesma me na investigao de paternidade do mesmo suposto genitor. Se a me do investigante menor, relativa ou absolutamente incapaz, poder ser representada ou assistida por um dos seus genitores, ou por tutor nomeado especialmente para o ato, a pedido do Ministrio Pblico, que zela pelos interesses do incapaz. Se o filho morrer antes de inicia-la, seus herdeiros e sucessores ficaro inibidos para o ajuizamento, salvo se ele morrer menor e incapaz (CC, art. 1.606). Se j tiver sido iniciada, tm eles legitimao para continu-la, salvo se julgado extinto o processo (art. 1.606, pargrafo nico).

  • 43

    A doutrina reconhece legitimidade ao nascituro para a propositura da ao de investigao de paternidade, representado pela me, no s em face do que dispe o pargrafo nico do art. 1.609 do Cdigo Civil, como tambm por se tratar de pretenso que se insere no rol dos direitos da personalidade e na idia de proteo integral criana, consagrada na prpria Constituio Federal. Tambm no h empecilho para que o filho adotivo intente ao de investigao de paternidade em face do pai biolgico, de carter declaratrio e satisfativo do seu interesse pessoal. A lei n.8.560/92 permite que a referida ao seja ajuizada pelo Ministrio Pblico, na qualidade de parte, havendo elementos suficientes, quando o oficial do Registro Civil encaminhar ao juiz os dados sobre o suposto pai, fornecidos pela me ao registrar o filho (art. 2o, pargrafo 4o.), ainda que o registro de nascimento tenha sido lavrado anteriormente sua promulgao. Trata-se de legitimao extraordinria deferida aos membros do Parquet, na defesa dos interesses do investigando. A legitimidade passiva recai no suposto pai (ou na suposta me, dependendo de quem est sendo investigado, muito embora a ao de investigao de maternidade seja rara) Se o demandado j for falecido, a ao dever ser dirigida contra seus herdeiros. Havendo descendentes ou ascendentes, o cnjuge do falecido no participar da ao, se no concorrer com estes herana, salvo como representante do filho menor. Dever a viva ser citada como parte, todavia, sempre que for herdeira, seja por inexistirem descendentes e ascendentes (CC, art. 1.829, III), seja por concorrer com eles herana (art. 1.829, I e II). Se no houver herdeiros sucessveis conhecidos, a ao dever ser movida contra eventuais herdeiros, incertos e desconhecidos, citados por editais. Valor da Causa Se a ao no estiver cumulada com alimentos e tambm no envolver questes patrimoniais, o autor tem autonomia para fixar valor segundo critrios subjetivos prprios (art. 258, CPC), desde que compatvel com as circunstncias gerais do caso.

  • 44

    MODELO DE PEDIDO DE INVESTIGAO DE PATERNIDADE:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    II) a intimao do representante do Ministrio Pblico para intervir no feito at o seu final

    III) os benefcios da justia gratuita, pois o autor se declara pobre no sentido jurdico do

    termo, conforme declarao anexa

    IV) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se declarar a paternidade da

    autora em face do ru, que passar a chamar-se____________

    V) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    VI) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VII)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas, em especial percia tcnica DNA.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 45

    INVENTRIO NA FORMA DE ARROLAMENTO SUMRIO

    Base Legal Art. 2.015 do Cdigo Civil e art. 1.031 e seguintes do CPC Procedimento Jurisdio Voluntria. Notas No caso de arrolamento, todos os herdeiros, e respectivo cnjuge, devero passar procurao para o Advogado Nomenclatura De Cujus; Inventariante; Herdeiros. Com a abertura da sucesso instaura-se entre os herdeiros um condomnio sucessrio, um estado de comunho que cessar com a partilha. O inventrio feito para descrever e avaliar os bens possibilitando a posterior diviso do acervo entre os herdeiros. O inventrio, na forma de arrolamento sumrio, pode ocorrer quando todos os herdeiros forem capazes e estiverem acordados sobre a partilha dos bens deixados pelo de cujus. Neste caso, deve ser atendido o princpio da igualdade na partilha, consistindo este na boa partio da herana, dando-se em bens, a cada um dos herdeiros, uma soma de valores correspondentes a seu direito hereditrio, formando-se quinhes em partes iguais, sob pena de ser a partilha anulada, determinando-se que outra seja feita. O procedimento simplificado do arrolamento ter cabimento tambm no caso de herdeiro nico (art. 1.031, pargrafo 1o.). Procedimento do Inventrio na forma de Arrolamento Sumrio A petio inicial do arrolamento sumrio dever seguir as regras do art. 1.032 e seguintes do CPC, acompanhada da certido de bito e do comprovante de recolhimento de custas, se devidas (CPC, art. 1.034, pargrafo 1o.), contendo histrico elaborado em consonncia com o disposto no art. 993, I a II, do CPC. Foro Competente O ltimo domiclio do autor da herana o foro competente para a ao de inventrio, na forma de arrolamento sumrio, consoante art. 96 do CPC e art. 1.785 do CC. Nos pargrafos do art. 96 do CPC esto previstos os foros subsidirios, quais sejam: a) o da situao dos bens, se o autor da herana no tinha domiclio certo, e b) o do lugar do bito, se o autor da herana no tinha domiclio certo e possua bens em lugares diferentes. Por fim, bom atentar que compete Justia Brasileira, com excluso de qualquer outra, o processamento de inventrio de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residncia fora do territrio nacional.

  • 46

    Legitimidade Tem legitimidade para requerer o inventrio e partilha, via de regra, aquele que esteja na posse e administrador do esplio, tambm conhecido como administrador provisrio. O art. 988 do CPC tambm atribui legitimidade concorrente s pessoas que enuncia, ainda que no estejam na posse e administrao do esplio. Contudo, na hiptese do arrolamento sumrio, todos os herdeiros, em conjunto, devero requerer a abertura do inventrio. Requisitos Especficos da Petio Inicial A petio inicial ser formulada em nome de todos os interessados, e ser acompanhada da certido de bito; conter a descrio de valor dos bens do esplio bem como a declarao dos ttulos dos herdeiros. Nela se far, ainda, a designao do inventariante, e formular-se- o pedido de sua nomeao. Vale lembrar, inclusive, que sero exigidos com a inicial os comprovantes de quitaes dos impostos anteriores sucesso. Valor da Causa Na ao de inventrio, feita na forma de arrolamento sumrio, o valor da causa ser equivalente soma do valor atribudo aos bens deixados pelo de cujus, sejam mveis, sejam imveis (art. 258 cc art. 1.032, III, CPC).

  • 47

    MODELO DE PEDIDO DE ARROLAMENTO SUMRIO:

    Isto posto requer;

    I) A nomeao da primeira qualificada para o cargo de inventariante, sob compromisso

    II) A homologao da partilha conforme apresentada com a conseqente expedio dos

    mandados e alvar pertinentes para a transferncia dos bens aos herdeiros

    III) Expedio do competente formal de partilha

    IV) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 48

    AO DE ALIMENTOS

    Base Legal art. 1.694 e seguintes do CC. Lei no. 5.478/68 (Alimentos) e Lei no.9.278/94 Procedimento Rito Especial da Lei no. 5.478/68 (Alimentos) Notas O filho no reconhecido no pode postular alimentos segundo o rito especial. Deve faze-lo por via ordinria, preferencialmente na investigatria de paternidade Nomenclatura Autor (alimentando) e ru ( alimentante) Todo o indivduo tem direito subsistncia. Contudo, aquele que no pode garantir sua prpria mantena, caber sociedade, atravs de rgos estatais ou entidades, desenvolver um mecanismo de assistncia. Tambm ao organismo familiar esse dever assistencial delegado, impondo aos parentes do indivduo necessitado, o dever de proporcionar-lhe as condies mnimas de sobrevivncia. Diante disso, o art. 1.694 do CC prev a exigncia de alimentos, entre parentes, cnjuges e companheiros, para viver de modo compatvel com sua condio social. Alimentos, na linguagem jurdica, tem uma conotao amplssima, que no pode ser reduzida noo de mero sustento (alimentao), mas envolve, tambm, vesturio, habitao, sade, lazer, educao, profissionalizao, etc. Procedimento da Ao de Alimentos Rito especial previsto na lei 5.478/68. Contudo o filho no reconhecido deve postular a obrigao alimentar pela via ordinria, preferencialmente na investigatria de paternidade. Tambm se postulam por via ordinria a pretenso do devedor exonerao da prestao alimentcia, bem como o pedido de restaurao da prestao alimentar. Foro Competente Segundo norma do art. 100, II, do CPC, o foro competente para se ajuizar a ao de alimentos o do domiclio ou residncia do alimentando. Todavia, o alimentando, por convenincia, pode optar pelo foro do domiclio do ru, regra geral, consoante art. 94 do CPC, visto que a competncia prevista no art. 100 relativa. Legitimidade Autor da ao o credor da penso alimentcia, ou seja, a pessoa que se acha impossibilitada de, por si mesma, atender a suas necessidades para sobreviver. Como ru figurar o indivduo ligado ao autor pelo parentesco, casamento e pela Unio Estvel, salvo as outras hipteses estranhas ao direito de famlia que ensejam a obrigao alimentar.

  • 49

    Na hiptese de alimentos decorrentes do parentesco, devero figurar no plo passivo os parentes segundo a regra do art. 1.697 do CC. Se o parente convocado no estiver habilitado a cumprir a obrigao totalmente (art. 1.698 do CC), poder chamar outros parentes, de grau imediato para concorrer no cumprimento da dvida alimentar. Os outros so, ento, chamados em carter complementar, como ocorre nas aes de neto chamando o av para complementar a impossibilidade econmica manifestada pelo pai. Por fim, importante lembrar, que tratando-se de menores o Ministrio Pblico parte legtima tanto para ajuizar ao de alimentos como para postular execues de prestaes alimentcias em favor da criana ou adolescente, conforme interpretao do art. 201, III, da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criana e do Adolescente). Requisitos Especficos da Petio Inicial Caber ao autor, alm dos requisitos do art. 282 do CPC, demonstrar os requisitos indicados nos arts. 2o e 3o da Lei 5.478/68, a saber: a) Exposio sumria dos fatos que demonstram as necessidades do autor; b) Parentesco ou a obrigao de alimentar existente entre o autor e o ru; c) Indicao de quanto o ru aufere por ms aproximadamente e os recursos que dispe para suportar a obrigao alimentar; d) Apresentao de trs vias da petio inicial. Fixao dos Alimentos Provisionais Pode o juiz, verificando que a petio inicial est devidamente instruda com os documentos comprobatrios da obrigao alimentar, fixar alimentos provisrios (art. 4o. da Lei 5.478/68), levando em considerao as necessidades do alimentando e a possibilidade do alimentante, determinando a forma de pagamento ou desconto da penso alimentcia. Esta importncia servir para a mantena do alimentando servir para sua mantena na pendncia da lide, partindo do pressuposto da necessidade de obter desde logo o indispensvel subsistncia. Da deciso que fixa alimentos provisionais cabe agravo de instrumento. Valor da Causa Segundo o art. 259, inciso VI, do CPC, o valor da causa, na ao de alimentos, deve ser o equivalente soma de 12 (doze) prestaes mensais pedidas pelo autor. Se o alimentando pleitear uma porcentagem sobre os rendimentos do alimentante, cujo valor total desconhecido no mo mento da interposio da ao, deve-se lanar como valor da causa uma importncia meramente estimativa, tendo em vista que toda causa deve necessariamente ser atribudo um valor (art. 258, CPC).

  • 50

    MODELO DE PEDIDO DE AO DE ALIMENTOS:

    Isto posto requer;

    I) A concesso de alimentos provisrios a serem arbitrados por V. Excelncia, com base

    nas provas trazidas com a inicial e que sejam devidos em quanto se vencerem as parcelas

    no curso da lide.

    II) a citao do requerido por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa e

    audincia, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se condenar o requerido ao

    pagamento dos alimentos definitivos no valor de R$......(por extenso)

    IV) seja o requerido condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por

    Vossa Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 51

    AES LOCATCIAS

    DAS AES DE DESPEJO Base Legal Artigo 59 e seguintes da Lei 8.245/91 Procedimento Ordinrio com as modificaes da Lei 8.245/91 Nomenclatura Autor e Ru Seja qual for o fundamento do trmino da locao, a ao de do locador para reaver o imvel, com exceo das hipteses de desapropriao, a de despejo. A ao de despejo especifica do locador para reaver a coisa locada, embora possa ser deferida ao proprietrio. Trata-se do meio processual pelo qual se desfaz o vnculo contratual, obrigando o locatrio a desocupar o imvel. Procedimento das Aes de Despejo A lei do inquilinato informa nos arts. 59 e seguintes que as aes de despejo tero o rito ordinrio, com algumas alteraes previstas em lei. Foro Competente Por fora do art. 58 da lei do inquilinato as aes de despejo devem ser propostas no foro do lugar da situao do imvel (inciso II). Trata-se, no entanto, de competncia relativa, tanto que a lei se refere possibilidade de foro de eleio. Legitimidade Tem legitimidade ativa aquele que figura na qualidade de locador, bem como seus sucessores. No plo passivo da ao figurar o inquilino e seus eventuais sucessores. Concesso Liminar de Desocupao nas Aes de Despejo O pargrafo 1o. do art. 59 da lei do inquilinato permite em cinco hipteses o despejo liminar, com desocupao em quinze dias, sem conhecimento do ru, mediante depsito de cauo em dinheiro. So as hipteses: a- Descumprimento do mtuo acordo (art. 9o., inciso I), celebrado por escrito a assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mnimo de seis meses para desocupao, contado da assinatura do instrumento; b- O disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da resciso do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audincia prvia;

  • 52

    c- O trmino do prazo da locao para temporada, tendo sido proposta a ao de despejo em at trinta dias aps o vencimento do contrato; d- A morte do locatrio sem deixar sucessor legtimo na locao, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imvel as pessoas no autorizadas por lei; e- A permanncia do sublocatrio no imvel, extinta a locao, celebrada com o locatrio. Cumpre observar que a cauo legal e de cunho processual. Desempenha um papel especfico no processo, qual seja, acautelar o direito do ru quanto a possvel prejuzo. Pela sua natureza, prestada no prprio bojo do processo de conhecimento. Finalmente, deve-se lembra que a desocupao liminar no se insere propriamente nos poderes gerais de cautela do juiz. Tal medida liminar est tratada fora do processo cautelar propriamente dito. providncia determinada pelo juiz mediante depsito da cauo, nos prprios autos do processo de conhecimento. A execuo dessa liminar processa-se de plano, mediante simples mandado judicial. momento devido para pedir a desocupao liminar, antes do conhecimento da parte contrria, com a inicial ou at a citao do ru. Para isso, o pedido de liminar deve acompanhar a inicial ou estar inserido nela, com o comprovante da cauo. No pleiteada a a desocupao, dever o autor aguardar a sentena de procedncia, para ento pedir a execuo provisria. Valor da Causa Para as aes de despejo o valor da causa ser o correspondente a doze meses de aluguel (art. 58, III da lei do inquilinato). Para sua determinao deve-se tomar como parmetro o ltimo aluguel vigente, ainda que haja pedido de majorao na renovatria e na revisional. Quando se tratar de despejo decorrente de extino do contrato de trabalho (art. 47, II), o valor a ser atribudo ser de trs salrios vigentes quando do ajuizamento. DESPEJO POR DENNCIA VAZIA O despejo por denncia vazia aquele que permite ao locador denunciar o contrato de locao, firmado por escrito e com prazo igual ou superior a 30 meses, sem ter que justificar seu pedido, nos termos do art. 46 da lei do inquilinato. Da porque da expresso vazia, pois o pedido no est relacionado a uma conduta especfica do locatrio, mas sim ao simples trmino da relao locatcia. Assim, terminado o prazo do contrato, o seu simples decurso interpela o devedor. O termo final do prazo constitui o devedor em mora. Portanto, no o locatrio surpreendido com a ao de despejo movida contemporaneamente extino do prazo contratual. Co ntudo, caso o contrato j esteja vigorando por prazo indeterminado (pargrafo 1o. do art. 46), o locador deve notificar o inquilino para que desocupe o imvel no prazo de 30 dias. A notificao, neste caso, imprescindvel, sendo que na sua omisso h carncia de ao.

  • 53

    Cabe observar, na hiptese de contrato por prazo indeterminado, que a ao de despejo deve ser proposta em seguida ao escoamento do prazo de notificao, caso contrrio perder a eficcia. H que se entender como razovel que o despejo seja ajuizado 30 dias aps o decurso de prazo concedido na notificao. Por fim, bom lembrar que o art. 47, inciso V tambm traz uma hiptese de denncia vazia para as locaes ajustadas verbalmente ou por escrito e com prazo inferior a trinta meses. Nesta hiptese, se a vigncia ininterrupta da locao ultrapassar 05 anos, o imvel pode ser retomado por esta modalidade de despejo, mediante prvia notificao. Outra situao a descrita no pargrafo nico do art. 50, o qual dispe sobre a prorrogao do contrato de locao por temporada. Caso isso ocorra a denuncia ocorrer aps 30 meses do incio da relao contratual, exigindo, tambm, a notificao prvia. DESPEJO POR DENNCIA CHEIA O despejo por denncia cheia ou motivada aquele cujas possibilidades de retomada do imvel esto indicadas nos incisos do art. 47 da lei do inquilinato. Nestes casos no h necessidade de notificao prvia do inquilino As hipteses de denncia motivada so: a) Casos de desfazimento da locao do art. 9o; b) Desocupao do imvel por extino do contrato de trabalho; c) Uso prprio e uso residencial de ascendente ou descendente (Art. 47, III); d) Demolio e edificao ou realizao de obras aprovadas pelo Poder Pblico (Art. 47, IV). DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO O despejo por falta de pagamento de fato uma das modalidades de despejo por denncia motivada. Contudo, em razo da sua importncia prtica a lei do inquilinato dedicou-lhe um tratamento mais especfico. A lei do inquilinato permite expressamente (art. 62, I) a cumulao do pedido de despejo com o de cobrana de aluguis. A inicial deve vir acompanhada com o clculo discriminado do valor do dbito. Com isto se permite que o devedor purgue a mora ou se defenda de parcelas discutveis includas na inicial. Poder o devedor evitar a resciso, requerendo, no prazo da contestao, autorizao para pagamento do dbito atualizado. O devedor deve fazer pedido expresso nesse sentido. Esse pagamento de que fala a lei se constitui na purgao da mora.

  • 54

    M ODELO DE PEDIDO DE DESPEJO POR DENNCIA VAZIA:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim determinar a resciso do

    contrato de locao, determinando-se o imediato despejo do inquilino, expedindo-se, para

    tanto, o competente mandado.

    III) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    IV) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    V)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 55

    MODELO DE PEDIDO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319), ou, no mesmo

    prazo, requeira a purgao da mora.

    II) a intimao de___________, residente na_______________, na qualidade de fiadores

    do contrato de locao, para que tomem cincia da presente ao.

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim determinar a resciso do

    contrato de locao, determinando-se o imediato despejo do inquilino, expedindo-se, para

    tanto, o competente m andado.

    IV) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

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    AO REVISIONAL DE ALUGUEL Base Legal Art. 19 e 68 a 70 da lei do inquilinato (L. 8.245/91) Procedimento Rito Sumrio Notas A ao revisional pode ser proposta tanto pelo locador como pelo locatrio Nomenclatura Autor e Ru A ao revisional tem como finalidade recolocar o valor do aluguel do imvel num patamar adequado do mercado imobilirio. Presume-se que quando foi contratada a locao o preo estava de acordo com esse mercado. No decorrer da locao pode haver alterao do seu justo valor, justamente porque a mdio e longo prazo o simples reajuste pelos ndices de inflao, torna irreal o valor do aluguel. Alm disso, pode o aluguel estar fora do valor do preo real retributivo pelo uso e gozo do imvel. Cumpre observar que a ao revisional pode ser proposta tendo como objeto um contrato de locao residencial como no-residencial, protegido ou no pela ao renovatria. Prazo para a Ao Revisional de Aluguel O art. 19 da lei do inquilinato impe um prazo mnimo que deve ser observado para que a ao revisional possa ser intentada, qual seja trs anos contados a partir da vigncia do contrato ou do acordo realizado entre as partes. No h necessidade que o acordo seja feito de modo formal. Pode ser provado por outros meios de prova (ex. Recibos). Note-se que mesmo sendo o contrato superior a trs anos, esse o perodo mnimo para a propositura da ao, ainda que o contrato esteja em pleno vigor. Procedimento da Ao Revisional de Aluguel Trata-se de procedimento especial disciplinado pelo art. 68 e seguintes da lei do inquilinato. Foro Competente Por fora do art. 58 da lei do inquilinato as aes de despejo devem ser propostas no foro do lugar da situao do imvel (inciso II). Trata-se, no entanto, de competncia relativa, tanto que a lei se refere possibilidade de foro de eleio. Legitimidade Depende do interessado na reviso do contrato. Pode figurar no plo ativo tanto o locador como o locatrio e, portanto, o plo passivo ser preenchido pela outra parte da relao contratual.

  • 57

    Requisitos Especficos da Petio Inicial Alm dos requisitos do art. 276 e 282 do CPC, a petio inicial dever indicar o valor do aluguel cuja fixao pretendida (art. 68, I da lei do inquilinato). Portanto, est incompleta a inicial sem esse requisito, no podendo ser admitida. Pedido de Aluguel Provisrio O autor poder formular pedido de aluguel provisrio nos termos do art. 68, II da lei do inquilinato. Assim, ao proferir o despacho inicial, se houver o requerimento, o juiz fixar o valor do aluguel provisrio que ser devido desde a citao at a sentena transitada em julgado (art. 69 da lei do inquilinato), cujo arbitramento deve observar a limitao legal, qual seja, 80% do pedido. A lei do inquilinato clara ao estabelecer que o aluguel provisrio ser fixado tendo em vista elementos fornecidos pelo autor ou por ele indicados. Esse aluguel provisrio sofrer, no curso da ao, os reajustes peridicos fixados no prprio contrato ou na lei, evitando-se que fique defasado pelo curso do processo. O no pagamento desse aluguel tambm torna o locatrio inadimplente, autorizando a ao de despejo por falta de pagamento. Valor da Causa Para a ao revisional de aluguel o valor da causa ser o correspondente a doze meses de aluguel (art. 58, III da lei do inquilinato). Para sua determinao deve -se tomar como parmetro o ltimo aluguel vigente, ainda que haja pedido de majorao na renovatria e na revisional.

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    MODELO DE PEDIDO AO REVISIONAL DE ALUGUEL:

    Isto posto requer;

    I) a citao do ru por oficial de justia para apresentar, em querendo, defesa no prazo de

    15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se revisar o contrato de

    locao, ajustando-o o aluguel ao valor de R$____________________________.

    III) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    IV) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    V)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam

    desde j requeridas ainda que no especificadas.

    Atribui-se causa o valor de R$________

    Termos em que, pede deferimento

    So Paulo (data)

    (nome do advogado)

    (OAB do advogado)

  • 59

    AO DE CONSIGNAO DE ALUGUEL E ACESSRIOS DA

    LOCAO Base Legal Art. 67 da lei do inquilinato (L. 8.245/91) Procedimento Rito Especial Nomenclatura Autor e Ru Trata-se de uma modalidade especfica de consignao em pagamento prpria da lei do inquilinato. Da porque as regras sobre a ao de consignao em pagamento prevista nos art. 890 e seguintes do CPC se aplicam subsidiariamente. Procedimento da Ao A lei do inquilinato prev um rito especial para esta ao, nos termos do art. 67. Foro Competente A ao de consignao de aluguel deve ser ajuizada no foro da situao do imvel, conforme previsto no art. 58, II da lei do inquilinato, salvo se outro houver sido eleito no contrato de locao. Legitimidade Como regra geral o locatrio que figura no plo ativo da ao. Contudo, um terceiro, interessado ou no, desde que atendidas as regras gerais subjetivas do pagamento pode valer-se da consignao de aluguel e acessrios da locao. Nessa hiptese temos como exemplo clssico a consignao proposta pelo fiador. No plo passivo, a regra geral que aquele que pode dar quitao vlida deve ser demandado na consignao. Assim sendo, podem figurar o credor (via de regra o locador) e seu procurador. Divide-se a jurisprudncia acerca da possibilidade de ser movida a consignatria contra a administradora do imvel. No entanto, tendo poderes para receber o pagamento dos alugueis, pode ser demandada. Requisitos Especficos da Petio Inicial Alm dos requisitos do art. 282 do CPC, a ao de consignao de aluguel e acessrios da locao exige que o autor especifique na petio inicial os aluguis e acessrios da locao com indicao dos respectivos valores (art. 67, I).

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    Determinada a citao do ru o autor tem o dever de depositar a importncia consignada na petio inicial. Entende-se implcito o pedido consignatrio dos aluguis e parcelas que se vencerem no curso da tramitao do processo. No necessrio pedido expresso nesse sentido. Valor da Causa Para a ao de consignao de aluguel e acessrios da locao o valor da causa ser o correspondente a doze meses de aluguel (art. 58, III da lei do inquilinato). Para sua determinao deve-se tomar como parmetro o ltimo aluguel vigente.

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    M ODELO DE PEDIDO DE AO DE CONSIGNAO DE ALUGUEL E ACESSRIOS DA LOCAO:

    Isto posto requer;

    I) Se digne V. Excelncia em determinar o depsito da (quantia / coisa) devida no prazo de

    cinco dias, e que se deferido, seja permitido os sucessivos depsitos enquanto se vencerem

    os alugueis no curso da lide.

    II) a citao do ru por oficial de justia para, em querendo, proceda ao levantamento dos

    alugueis depositados ou em querendo apresente defesa no prazo de 15 dias, sob pena de

    reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319)

    III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se declarar a extino do

    dbito locatcio por meio dos depsitos ora efetivados.

    IV) seja o ru condenado, outrossim, nas custas e honorrios a serem arbitrados por Vossa

    Excelncia (artigo 20, CPC)

    V) Informa que as intimaes devero ser intimadas ao Dr... no endereo___________

    VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam