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“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ 1 RESUMO O presente estudo faz uma abordagem acerca da relação família, escola e comunidade, baseado num projecto de intervenção comunitária, desenvolvido no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira, pertencente ao Concelho de Vila do Conde, em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social, a Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti e a Comissão Social Interfreguesias Norte do Ave. O fundamento deste estudo surge da necessidade de revitalizar a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas da Junqueira, o que levou à implementação de um trabalho junto das Associações de Pais Encarregados de Educação “activas” do Agrupamento, com o intuito de compreender o é uma APEE, sua organização e dinâmica, bem como o tipo de iniciativas que podem ser criadas, com vista à sua sustentabilidade e que envolvam directamente os pais. O estudo empírico é de natureza qualitativa, usando como técnicas a observação e a aplicação de entrevistas que permitiram compreender a perspectiva que os dirigentes associativos, enquanto pais/encarregados de educação, têm acerca da escola e como vêem a participação dos pais na vida da escola. Este trabalho reconhece que a intervenção comunitária constituiu uma prática e foi um meio facilitador para a reconstrução e dinamização da Associação Pais Agrupamento Escolas da Junqueira, na medida em que possibilitou um conhecimento global da realidade, permitiu a integração, facultou o trabalho de parceria e fomentou a co-responsabilização de todos os agentes envolvidos no estudo, particularmente os pais/encarregados de educação Palavras-chave: relação escola-família, intervenção comunitária, parceria, envolvimento parental.

372do entrevistas aos Representantes APEE.pdf)repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/729/2/TM_MIC_CATIABRAS... · possibilitou um conhecimento global da realidade, ... Administração

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“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

1

RESUMO

O presente estudo faz uma abordagem acerca da relação família, escola e

comunidade, baseado num projecto de intervenção comunitária, desenvolvido

no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira, pertencente ao Concelho de

Vila do Conde, em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social, a

Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti e a Comissão Social

Interfreguesias Norte do Ave.

O fundamento deste estudo surge da necessidade de revitalizar a

Associação de Pais do Agrupamento de Escolas da Junqueira, o que levou à

implementação de um trabalho junto das Associações de Pais Encarregados

de Educação “activas” do Agrupamento, com o intuito de compreender o é uma

APEE, sua organização e dinâmica, bem como o tipo de iniciativas que podem

ser criadas, com vista à sua sustentabilidade e que envolvam directamente os

pais.

O estudo empírico é de natureza qualitativa, usando como técnicas a

observação e a aplicação de entrevistas que permitiram compreender a

perspectiva que os dirigentes associativos, enquanto pais/encarregados de

educação, têm acerca da escola e como vêem a participação dos pais na vida

da escola.

Este trabalho reconhece que a intervenção comunitária constituiu uma

prática e foi um meio facilitador para a reconstrução e dinamização da

Associação Pais Agrupamento Escolas da Junqueira, na medida em que

possibilitou um conhecimento global da realidade, permitiu a integração,

facultou o trabalho de parceria e fomentou a co-responsabilização de todos os

agentes envolvidos no estudo, particularmente os pais/encarregados de

educação

Palavras-chave: relação escola-família, intervenção comunitária, parceria,

envolvimento parental.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

2

ABSTRACT

The present study shows the relation between family, school and community,

based on a community intervention project, developed in the Junqueira’s

Vertical Schools Group, from the municipality of Vila do Conde, in association

with the Local Development Social Contract, the School of Education Paula

Frassinetti and the North Ave Interparish Social Comission.

The purpose of this study arises from the need to revitalize Parents’

Association from Junqueira’s Schools Group, which led to the implementation of

a work with the “most dynamic” Parents’ Associations of the group in order to

understand what is a Parents’ Association, its organization and dynamics as

well as the type of initiatives that can be created in order to promote their

sustainability and a direct involvement of parents.

This is a qualitative empirical study, using techniques such as observation

and interviews that allowed to understand the perspective that the association

leaders, as parents /educators have about the school and how they see parents

participation in school life.

This study recognizes that Community action established a practice and

enabled the reconstruction and promotion of Parents’ Association of Junqueira’s

Schools Group, that conduced to a global knowledge of reality, allowed the

integration, provided the partnership work and encourage the co-responsibility

of all actors involved in the study, particularly parents /educators.

Keywords: school-family, community intervention, partnership and parental

involvement.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

3

AGRADECIMENTOS

Muitos foram aqueles que tornaram possível a realização deste trabalho de

investigação e a todos agradeço do fundo coração. Contudo á agradecimentos

que quero expressar quer pelo apoio, pelo interesse, pela disponibilidade, pela

confiança, pela amizade.

Começo por agradecer ao orientador, Dr. Adalberto Dias de Carvalho e co-

orientadora, Mestre Florbela Samagaio, pela dedicação que demonstraram, por

me ouvirem, orientarem e incentivarem.

Uma palavra de agradecimento e valorização para os elementos da equipa

do Centro Investigação Paula Frassinetti e professores que contribuíram para a

minha formação académica, pessoal e social.

Agradeço aos participantes no estudo, em particular aos entrevistados pela

sua disponibilidade e tempo dedicado a esta investigação.

Uma palavra de apreço para com a Direcção do Agrupamento Vertical de

Escolas da Junqueira e a Equipa do Contrato Local de Desenvolvimento Social,

em particular à Dra. Daniela Almeida, pela forma agradável com que sempre fui

recebida, pela atenção e pelo apoio prestado.

Agradeço a todos os amigos e colegas que de alguma forma deram o seu

contributo na realização deste trabalho, em especial à Carla e à Alina.

Agradeço às pessoas com mais significado na minha vida, ao meu marido, à

minha mãe, ao meu pai, à minha irmã, aos meus sogros e cunhadas que

sempre me incentivaram, acompanharam e apoiaram a vários níveis nos

momentos bons e nos mais difíceis deste percurso.

Um agradecimento em especial para o meu filho porque foi a minha força,

embora tenham sido muitos os momentos de ausência.

Um obrigado muito especial ao meu avô porque foi uma referência na minha

vida e ensinou-me o valor da palavra Família.

Por último, o reconhecimento para com todos aqueles que directa ou

indirectamente contribuíram para que este trabalho fosse possível. Muito

obrigada!

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

4

ÍNDICE

Resumo ......................................................................................................... 1

Abstract .......................................................................................................... 2

Agradecimentos ............................................................................................. 3

Índice ............................................................................................................. 4

Índice de Quadros.......................................................................................... 6

Índice de Anexos ........................................................................................... 7

Lista de Abreviaturas ..................................................................................... 8

Introdução ...................................................................................................... 9

Capítulo I - Abordagem Comunitária na promoção da relação Família, Escola

e Comunidade .................................................................................................. 12

1.1. A Comunidade e a importância da Intervenção comunitária ................. 12

1.1.1. Intervenção Comunitária vs Desenvolvimento Comunitário ............... 15

1.1.2. Papel do Interventor Social ................................................................ 17

1.2. Família .................................................................................................. 20

1.2.1. Ciclo Vital da Família ......................................................................... 22

1.2.2. Famílias com filhos na Escola ............................................................ 23

1.2.3. Funções da Família ........................................................................... 25

1.3. A Escola ................................................................................................ 26

1.3.1. Funções da Escola ............................................................................ 27

1.3.2. A Escola como comunidade educativa .............................................. 29

Capítulo II - Família, Escola e Comunidade uma relação de

complementaridade .......................................................................................... 32

2.1. A relação família, escola e comunidade ............................................... 32

2.1.1. Família e Escola – Contextos Facilitadores do Desenvolvimento

Saudável .......................................................................................................... 35

2.2. O Envolvimento e a Participação dos Pais na vida da Escola .............. 36

2.2.1. Os benefícios do envolvimento parental na escola ............................ 37

2.2.2. Tipologias do envolvimento e participação dos pais .......................... 39

2.3. A relação família e escola na Legislação .............................................. 43

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

5

2.3.1. Constituição da República Portuguesa .............................................. 43

2.3.2. Lei de Bases do Sistema Educativo ................................................... 45

2.3.3. Estatuto do Aluno ............................................................................... 47

2.3.4. Lei do Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos

Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e

Secundário ....................................................................................................... 48

2.3.5. Lei sobre Gestão e Autonomia das Escolas – Representantes de

Turma ............................................................................................................... 49

2.3.6. Lei das Associações de Pais e Encarregados de Educação ............. 50

Capítulo III - Trabalho de Intervenção – Revitalização de uma APEE ......... 53

3.1. Opções metodológicas ......................................................................... 55

3.2. Caracterização do meio e do contexto educacional em estudo ............ 57

3.2.1. Breve caracterização de Vila do Conde e da Zona Norte do Ave ...... 58

3.2.2. Breve caracterização Agrupamento de Escolas da Junqueira - AVEJ 62

3.3. Apresentação e Análise dos Resultados .............................................. 66

3.3.1. Participantes no Estudo - Amostra ..................................................... 66

3.3.2. Estabelecimento de contacto com os participantes ........................... 67

3.3.3. Entrevista ........................................................................................... 69

3.3.4. Análise de Conteúdo .......................................................................... 70

3.3.4.1. Entrevista ao Subdirector do Agrupamento (SD) - representante da

Escola .............................................................................................................. 70

3.3.4.2. Entrevistas aos dirigentes associativos das AP, enquanto

representantes dos pais/famílias...................................................................... 77

3.3. Projecto de Intervenção Comunitária - Revitalizar a Associação de Pais

do Agrupamento de Escolas da Junqueira – APAEJ ....................................... 88

3.4. Articulação dos resultados com as hipóteses formuladas .................... 89

3.5. Resposta à Pergunta de Partida ........................................................... 91

Considerações Finais .................................................................................. 94

Bibliografia ................................................................................................... 97

Anexos

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

6

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Características dos contextos facilitadores do desenvolvimento

saudável ........................................................................................................... 36

Quadro 2 - Número de Alunos ano lectivo 2010-2011 ................................. 63

Quadro 3 - Situações problemáticas/prioritárias .......................................... 65

Quadro 4 - Identificação dos participantes no estudo .................................. 67

Quadro 5 - Associações de Pais .................................................................. 71

Quadro 6 - Associações de Pais no AVEJ ................................................... 71

Quadro 7 - Relação com o Agrupamento .................................................... 73

Quadro 8 - Actividades ................................................................................ 74

Quadro 9 - Estratégias de intervenção ........................................................ 76

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 – Funções da Escola;

Anexo 2 – Diário de Bordo;

Anexo 3 – Cartas enviadas aos Representantes das APEE;

Anexo 4 – Guiões das entrevistas;

Anexo 5 – Transcrição entrevista a “SD” do AVEJ;

Anexo 6 – Análise de Conteúdo entrevista efectuada a “SD” do AVEJ;

Anexo 7 – Transcrição das entrevistas efectuadas aos Representantes das

APEE;

Anexo 8 – Análise de Conteúdo das entrevistas efectuadas aos

Representantes das APEE;

Anexo 9 – Registo de Reunião;

Anexo 10 – Sessão de Sensibilização sobre “A Importância da Participação

dos Pais na Vida da Escola”

- Planificação e Avaliação da Actividade;

- Cartaz de divulgação;

- Panfleto;

- Folha de Avaliação;

- Ficha para os Pais;

Anexo 11 – Auto de Tomada de Posse da APAEJ.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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LISTA DE ABREVIATURAS

AP – Associação de Pais;

APEE – Associação de Pais e Encarregados de Educação;

APAEJ – Associação de Pais do Agrupamento de Escolas da Junqueira

APEEA - Associação de Pais e Encarregados de Educação de Arcos;

APEEB - Associação de Pais e Encarregados de Educação de Bagunte;

APEET - Associação de Pais e Encarregados de Educação de Touguinha;

AVEJ – Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira;

CLDS – Contrato Local de Desenvolvimento Social;

CONFAP – Confederação Nacional das Associações de Pais;

CRP – Constituição da República Portuguesa;

DC – Desenvolvimento Comunitário;

EE – Encarregados de Educação;

ESEPF – Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti;

FAPCONDE - Federação Concelhia das Associações de Pais e

Encarregados de Educação do Concelho de Vila do Conde;

IC – Intervenção Comunitária;

LBSE – Lei de Bases do Sistema Educativo.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

9

INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho tem por referência a “Família, Escola e Comunidade -

o papel das Associações de Pais no Agrupamento Vertical da Escola da

Junqueira”, foi escolhido por ser um assunto de grande relevo e pertinência nos

dias de hoje, na medida em que é muito mediatizado, mas pouco reflectido e

aprofundado, necessitando, frequentemente, da intervenção de técnicos

especializados e exteriores ao contexto familiar e escolar, a fim de ajudá-los a

encontrar estratégias pró-activas que promovam relações de maior

proximidade e fomentem o desenvolvimento de acções conjuntas.

Embora esta temática tenha já sido alvo de estudo por parte de diversos

investigadores, ela continua a despertar interesse em diversos intervenientes

do processo educativo, na medida em que o diálogo assume um papel de

destaque na relação da escola com a família e vice-versa. Das investigações

efectuadas sobre a importância da relação família-escola, em geral, todas

corroboram a ideia de que o diálogo, a participação e o envolvimento familiar

na vida da escola tem um reflexo positivo quer nos alunos, nos encarregados

de educação, nos professores, nos estabelecimentos de ensino e na própria

sociedade. Dos estudos efectuados relacionados com esta temática destaca-se

o de Davies (1987,1989)1; Epstein (1984, 1987, 1992)2; Davies, Marques e

Silva (1993)3; Diogo (1998)4; Stoer e Silva (2005)5; Montadon e Perrenoud

(2001)6; Silva (2001, 2003, 2009)7.

O presente estudo desenvolveu-se no contexto territorial de Vila do Conde,

designadamente na freguesia da Junqueira e apostou numa abordagem

comunitária, actuando em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento

1 Efectuou um estudo a nível nacional sobre a ligação das escolas aos pais, realçando os obstáculos e benefícios do envolvimento. 2 Desenvolveu uma tipologia sobre a colaboração entre família, escola e comunidade. 3 Investigadores que desde há muitos anos se dedicam ao estudo e à divulgação do envolvimento dos pais no processo educativo e à aproximação das escolas à família. Escreveram um livro baseado em estudos sobre a colaboração possível entre professores e famílias. 4 Realizou um estudo sobre a parceria escola-família e a importância de uma educação participada. 5 Apresentam artigos sobre a relação escola-família, vendo-a como um processo em reconfiguração. 6 Apresentam uma análise sociológica acerca das interacções entre família-escola e a importância de uma comunicação eficaz. 7 Realizou um estudo etnográfico, anos 90, em três comunidades educativas do 1º ciclo no centro–litoral do país. Abordou a relação escola-família enquanto relação armadilhada.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

10

Social existente no concelho. A essência deste trabalho prende-se com a

promoção de uma relação de cooperação entre família, escola e comunidade,

tendo por referência as Associações de Pais e Encarregados de Educação

(APEE) existentes no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira (AVEJ).

Quando abordamos questões ligadas com a família e a escola, emerge a

necessidade de uma intervenção efectiva, que se deseja responsável e, acima

de tudo, multidisciplinar e bastante empenhada. Neste sentido, o trabalho

desenvolvido junto do AVEJ, além de fomentar uma relação de cooperação

entre família-escola, pretende aprofundar as representações que os pais têm

acerca da escola, analisar a importância que eles atribuem à sua integração e

participação no meio escolar, conhecer as APEE existentes no Agrupamento,

sua organização e dinâmica, assim como identificar iniciativas que dêem

sustentabilidade às associações de pais (AP) e que envolvam directamente os

pais/família.

Este trabalho além de promover uma relação de colaboração entre família,

escola e comunidade pretende encontrar respostas concretas e sustentáveis,

que através da mobilização das APEE e a implicação da Direcção do

Agrupamento, potenciem a revitalização da Associação de Pais do

Agrupamento de Escolas da Junqueira (APAEJ), além de demonstrar que “a

intervenção comunitária constitui uma prática facilitadora na reconstrução e

dinamização APAEJ”.

Este trabalho é constituído por três capítulos, sendo que o primeiro e

segundo capítulo apresentam o enquadramento teórico do objecto de estudo e

o terceiro incide sobre a vertente prática do trabalho.

No primeiro capítulo começamos por fazer uma abordagem sobre a

intervenção comunitária na promoção da relação família, escola, e

comunidade. Ao longo deste capítulo são explorados, sobre diferentes

perspectivas, os conceitos de comunidade, intervenção comunitária,

desenvolvimento comunitário, bem como o conceito de família e escola. Face

ao contexto familiar e escolar este capítulo realça:

- ao nível da família: o ciclo vital, em particular as famílias com filhos na

escola, além de identificar as suas funções;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

11

- ao nível da escola: as suas funções e tenta compreendê-la do ponto de

vista de uma comunidade, ou seja, como comunidade educativa.

No segundo capítulo, debruçamo-nos sobre a relação de

complementaridade entre família, escola e comunidade. Damos especial relevo

à relação entre família e escola e tentamos perceber as características que

fazem delas contextos facilitadores do desenvolvimento saudável. Destacamos

a importância do envolvimento e participação dos pais na vida da escola,

analisamos os seus benefícios e explicamos as tipologias de envolvimento

baseadas nos princípios de Joyce Epstein (1997)8. Este capítulo culmina com

uma breve apresentação acerca dos direitos e deveres dos pais, com base em

diversos documentos normativos legais, sendo exemplo a Lei de Bases do

Sistema Educativo, Estatuto do Aluno e a Lei das Associações de Pais.

No terceiro capítulo focamos a vertente prática deste trabalho, fazendo

referência aos objectivos que lhe estão subjacentes, método e técnicas

utilizadas na recolha de dados e à caracterização do contexto em estudo e da

amostra. Posteriormente, apresentamos os dados e fazemos uma articulação

destes com as hipóteses teóricas e a pergunta de partida.

Salientamos que este estudo não pretende ser conclusivo, mas constituir um

ponto de partida para outros trabalhos mais aprofundados quanto à relação

família, escola e comunidade.

8 Joyce Epstein - investigador que desenvolveu uma tipologia sobre a colaboração escola-família-comunidade, composta por seis tipos de envolvimento.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

12

CAPÍTULO I - ABORDAGEM COMUNITÁRIA NA PROMOÇÃO DA RELAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA E COMUNIDADE

“A intervenção no domínio do trabalho social tornou-se, nos nossos dias, uma prática profissional extraordinariamente exigente, não só pela natureza das fracturas pessoais e sociais com que confrontamos, como pela exigência que dimana das próprias sociedades no seu conjunto: enquanto de radicalizam os mecanismos que conduzem à dualidade destas sociedades, crescem igualmente no seu seio exigências acrescidas que impõem, no mínimo, o acompanhamento das situações de ruptura que fustigam vidas e projectos”.9

1.1. A Comunidade e a importância da Intervenção comunitária

Sentir a comunidade como actor social é algo de fundamental nos dias de

hoje, principalmente no que respeita à intervenção comunitária. No entanto, o

conceito de comunidade é algo de complexo, além de diversificado devido às

diferentes interpretações existentes.

Nas palavras de Gómez, Freitas e Callejas (2007) comunidade:

“designa uma entidade social e espacial determinada por um território e pelos seus habitantes, por uma estrutura social e códigos culturais singulares. É um espaço de vida onde se concretizam os problemas, as necessidades, os projectos e as esperanças de um amplo grupo de pessoas que, a partir da sua organização em diversas instituições, pretendem dar resposta aos desafios do seu meio”.10

Desta citação, depreendemos que a comunidade enquanto espaço de vida é

um campo delimitado, envolvendo aspectos territoriais, geográficos, sociais e

culturais. Os mesmos autores defendem também que a comunidade pode ser

vista como um suporte, suporte de unidade, entre o familiar e o social que se

particulariza por uma convivência e uma visão particular e partilhada acerca da

vida e do mundo.

Ander-Egg (1982), relativamente ao conceito de comunidade, afirma que ela

“é uma unidade social cujos membros participam de algum interesse, elemento

9 CARVALHO, Adalberto Dias de, “Prefácio”, in Ana Maria Serapicos, Daniela Gonçalves, Florbela Samagaio Gandra, Gabriela Trevisan, Paula Medeiros (Org.), Actas do Encontro de Intervenção Social Saberes e Contextos, Porto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, 2006, pág. 9; 10 GÓMEZ, José António Caride, FREITAS, Orlando Manuel Pereira de, CALLEJAS, Germán Vargas, Educação e Desenvolvimento Comunitário Local – Perspectivas Pedagógicas e Sociais de Sustentabilidade, Maia, Profedições, Outubro 2007, pág. 132;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

13

ou função comum, com consciência de pertença, situados numa determinada

área geográfica, na qual a pluralidade de pessoas interactua mais

intensamente entre si do que noutro contexto”.11 Na mesma linha de

pensamento, Caride (1997:226, cit. por Gómez, Freitas e Callejas 2007) indica

que “a comunidade é (…) uma área da vida social que se singulariza pela

adesão que mantêm os seus integrantes, com um sentido de pertença que não

se entende sem a presença de níveis mínimos de solidariedade e intercâmbio

de significados, características psicológicas e culturais”.12 Tendo em

consideração os elementos presentes em cada uma das definições

depreendemos que existem características que identificam uma comunidade e

que vão além dos aspectos defendidos por Tonnies “a) uma unidade ou base

territorial, b) crenças ou valores comuns; c)relações sociais”.13 Das

características, destacamos:

- População que representa o conjunto humano que constituí a estrutura

social da comunidade. Nela está representada a interacção e os laços

estabelecidos entre as pessoas e a forma como estas organizam-se para

dinamizar a sua cultura a partir das necessidades e interesses, quer sejam de

índole particular ou grupal;

- Território é o suporte geográfico da comunidade e uma fonte de recursos

onde se cultiva a identidade através das práticas comunicativas, educativas e

desenvolvimentais. É o espaço onde se geram laços de solidariedade, pertença

e unidade geográfica e sociocultural;

- Organizações sociais são as entidades que dão um sentido de unidade à

comunidade. Estas organizações apresentam interesses comunitários e

objectivos comuns. Com a presença das entidades a comunidade alcança uma

identidade diferente dando razão à sua existência como colectividade social.

- Interacções são uma exigência central para a estruturação da comunidade.

Ela engloba vivências do passado e do presente, bem como as projecções

futuras que são fundamentais para o fomento da comunicação e dos laços de 11 ANDER-EGG, Ezequiel, Metodologia y Práctica del Desarollo Comunitario, Buenos Aires, Humanitas, 1982, pág. 21; 12

GÓMEZ, José António Caride, FREITAS, Orlando Manuel Pereira de, CALLEJAS, Germán Vargas, Educação e Desenvolvimento Comunitário Local – Perspectivas Pedagógicas e Sociais de Sustentabilidade, Maia, Profedições, Outubro 2007, pág. 132; 13 SILVA, Pedro, “Crianças e comunidades como actores sociais: uma reflexão sociológica no âmbito da interacção entre escolas e famílias”, in Teresa Sarmento (org.), Infância, Família e Comunidade – As crianças como actores sociais, Porto, Porto Editora, 2009, pág. 28;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

14

amizade e solidariedade. Estando as interacções ligadas pela proximidade e

semelhança de interesses fazem com que o grupo tenha uma identidade

singular;

- Pertença é um sentimento de índole individual e colectivo assente na

participação e identidade, este baseia-se nas relações comunicativas o que

facilita a integração e suscita a segurança nas pessoas;

- Interesses comuns são uma qualidade de toda a comunidade e implica a

partilha de interesses, de tal forma que fomentam a criação de acções comuns

e institucionais com vista a regular a convivência e fortalecer a identidade

social;

- Comunicação sendo a capacidade humana de entendimento serve de meio

para o intercâmbio/partilha de ideias e uma utilização comum de significados

que propiciem a construção do sentido de comunidade.

A comunidade sendo um espaço de vida social, nela estabelecem-se

relações e interacções entre pessoas e colectividades alicerçadas na

solidariedade e no intercâmbio de significados próprios relacionados com o

território, a língua e a cultura. O objectivo é que os alicerces tenham uma

continuidade no tempo como defende Carmo (2007) quando indica que na

comunidade existe um “alto grau de intimidade pessoal, relações sociais

afectivamente alicerçadas, compromisso moral, coesão social e uma

continuidade no tempo”. 14

Quando pensamos em comunidade devemos ter em consideração que nela

existem funções que fazem parte da sua natureza. Segundo Gómez, Freitas e

Callejas (2007) as funções da comunidade baseiam-se “a) na

socialização, transmissão e prática das normas culturais; b) no controlo

social dos membros do grupo; c) na promoção da participação social e a

integração dos indivíduos; d) na formação de uma identidade colectiva;

e) na consolidação de laços de solidariedade que assegurem a

14 CARMO, Hermano, Desenvolvimento Comunitário, Lisboa, Universidade Aberta, 2007, pág. 81;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

15

estabilidade e a vivência das pessoas e da comunidade; f) a produção,

distribuição e consumo de bens”. 15

1.1.1. Intervenção Comunitária vs Desenvolvimento Comunitário

Conhecer a comunidade e a sua forma de organização é importante para o

interventor social, mas reflectir sobre a comunidade implica que nos

debrucemos também sobre os conceitos de intervenção comunitária (IC) e

desenvolvimento comunitário (DC) que, embora parecem iguais, são

ligeiramente diferentes.

A IC é um conjunto de práticas que leva o indivíduo a compreender o seu

meio nos aspectos social, cultural, político e económico, ajudando-o a tomar

consciência dos problemas existentes e dos meios que necessita para os

resolver. Neste sentido, podemos afirmar que quando a intervenção surge das

necessidades da comunidade e da consciencialização que os indivíduos têm

acerca dos problemas que os afectam, contribui para que haja motivação,

participação e coesão, tornando-os, assim, interventores no seu próprio

processo de mudança. Deste modo:

“a intervenção comunitária infiltra-se na inter-relação entre o território, a população e as suas exigências e recursos, que directa ou indirectamente determinam e condicionam a vida das comunidades e regulam os processos humanos e sociais que nele se desenrolam […] as intervenções na comunidade esclarecem as possibilidades esclarecem as possibilidades da administração local de agir eficazmente no desenvolvimento local por poder utilizar de formais mais global e coordenada os múltiplos recursos e serviços públicos, privados e voluntários no desenvolvimento de um projecto sustentável”. 16

A IC tem como fundamento o conhecimento global da realidade e a

promoção de práticas que envolvam a integração, parceria e a co-

responsabilização de todos os que nela estão envolvidos. Ela também promove

práticas de inclusão que apostam em valores comunitários, como podemos

verificar em Fernández (2009):

15

GÓMEZ, José António Caride, FREITAS, Orlando Manuel Pereira de, CALLEJAS, Germán Vargas, Educação e Desenvolvimento Comunitário Local – Perspectivas Pedagógicas e Sociais de Sustentabilidade, Maia, Profedições, Outubro 2007, pág. 134; 16 Ibidem, pág. 134;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

16

“o trabalho comunitário ou a intervenção comunitária potencia práticas de inclusão que não só respondem a necessidades de sobrevivência, mas também a valores comunitários, como a cooperação, co-gestão, co-participação, comunicação, contestação do consumismo, solidariedade e participação”17.

De um modo geral, podemos afirmar que as linhas orientadoras da IC,

seguindo a perspectiva de Marchioni (1999, cit. Gómez, Freitas e Callejas

2007: 124) apostam na melhoria contínua das condições de vida, engloba o

protagonismo dos elementos comunitários fundamentais (população,

administração local e recursos técnicos, profissionais e científicos), enfatiza as

relações abertas e democráticas, valoriza o uso equilibrado e coordenado dos

recursos comunitários e passa pela execução de um projecto colectivo. No

entanto, a elaboração de um projecto de intervenção na perspectiva de

Menezes (2010) “envolve um processo de planeamento que implica, em

conjunto com a comunidade, analisar o contexto e os problemas aí sentidos,

aprofundar a forma como esses problemas são definidos e quais os recursos

existentes para os resolver, identificar prioridades e grupos-alvo”.18

Relativamente ao DC Ornelas (2008) refere que ele “é um processo que

parte da participação activa da comunidade e procura criar condições

económicas, sociais, políticas e ambientais satisfatórias para todos os seus

membros, partindo da mobilização das capacidades e recursos da

comunidade”.19 Salienta também que o desenvolvimento comunitário tem na

sua base cinco conceitos fundamentais – capital social, sustentabilidade,

empowerment, construção de capacidades e o desenvolvimento de novos

recursos, sendo uma metodologia de trabalho que acredita e aposta na

mobilidade de pessoas e entidades existentes no meio, a fim de resolverem os

seus próprios problemas e desenvolverem capacidades de intervenção sobre a

própria realidade. Assim, a forma mais eficaz de melhorar as condições de vida

das populações “passa pela criação de organizações locais participativas, pela

existência de governos locais responsáveis, pela melhoria das condições

habitacionais e de emprego, pela existência de recursos recreativos e de lazer

17 FERNÁNDEZ, Xosé Manuel Cid, “Intervenção Comunitária e Práticas de Inclusão”, Saber & Educar, N.º14, 2009, pág. 1; 18 MENEZES, Isabel, Intervenção Comunitária: Uma Perspectiva Psicológica, Oliveira de Azeméis, Livpsic, 2010, pág. 51; 19 ORNELAS, José, Psicologia Comunitária, Lisboa, Fim do Século, 2008, pág. 248;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

17

diversificados, de espaços públicos limpos e seguros e pela promoção do

sentimento de vizinhança”20.

Segundo Chistenson, Fendley e Robinson (1989, cit. por Ornelas 2008:248)

existem seis condições fundamentais para o sucesso do desenvolvimento

comunitário, sendo elas: existência de líderes informados e com ligações fortes

externas ao seu contexto; compreensão das condições económicas específicas

e das suas interdependências com as economias globais; uma participação

pública significativa; identificação dos nichos de uma comunidade a nível local,

estatal e global; abertura para a inovação e aceitar possíveis alternativas; e

organizar e maximizar o capital humano e financeiro.

Em suma, trabalhar com a comunidade implica que a intervenção efectue-se

de forma organizada e que tenha em consideração as necessidades e

interesses da própria comunidade para que, posteriormente, seja aplicada uma

metodologia onde esteja implícita a planificação, preparação, conhecimento e

participação dos cidadãos em actividades educativas contextualizadas com a

realidade social e cultural que caracteriza a comunidade. Por sua vez, existem

palavras-chave que devem estar presentes no decurso de todo o processo e

ser proferidas por todos os intervenientes, sendo de referir “o diálogo, a

abertura, a flexibilidade e o convite”.21

1.1.2. Papel do Interventor Social

“A intervenção comunitária implica disponibilidade para trabalhar com as pessoas e as comunidades – e não em vez delas ou apesar delas – a flexibilidade e abertura são características dos profissionais, juntamente com a disposição para improvisar”.22

Aos profissionais que dirigem acções no âmbito da intervenção

social/comunitária é exigida uma contínua reflexão e um conhecimento

profundo acerca das pessoas e do meio sobre o qual dirigem a sua acção,

20 Ibidem, pág. 248; 21

GÓMEZ, José António Caride, FREITAS, Orlando Manuel Pereira de, CALLEJAS, Germán Vargas, Educação e Desenvolvimento Comunitário Local – Perspectivas Pedagógicas e Sociais de Sustentabilidade, Maia, Profedições,

Outubro 2007, pág. 141; 22

MENEZES, Isabel, Intervenção Comunitária: Uma Perspectiva Psicológica, Oliveira de Azeméis, Livpsic, 2010, pág. 51;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

18

reconhecendo que o fundamental é trabalhar com as pessoas e ajudá-las no

processo de mudança, fomentando a coesão e a participação activa.

Segundo Carmo (2007) o interventor deve deter um conhecimento

abrangente acerca do grupo com o qual actua, nomeadamente ao nível cultural

como das suas especificidades; de si próprio e exercer, frequentemente, um

posicionamento autocrítico sobre o seu desempenho, pois só assim é que

consegue evitar determinados preconceitos e estereótipos; dos elementos que

integram o ambiente da intervenção – nível político, económico, social e

cultural, bem como, das ameaças e das potencialidades existentes; e dos

elementos que figuram a interacção social, principalmente o sistema de

comunicações, quer seja presencial ou à distância.

O facto de integrar equipas multidisciplinares e trabalhar junto de

profissionais de diferentes áreas do saber é uma mais-valia, para todo o

interventor social, na medida em que fomenta o trabalho em rede/equipa e

possibilita a troca de conhecimentos, metodologias e práticas.

O interventor social tem que ter a capacidade de reconhecer que o seu

trabalho comporta desafios e escolhas e que é nesse mundo de “aventura e

risco” (Carolyn Swift 2000, cit. por Menezes 2010) que estão presentes os

quatro ofícios da intervenção comunitária que Menezes (2010) identifica de

“ofício da relação (vs. o ofício da récita), ofício do pluralismo (vs. o ofício da

verdade), o ofício de se tornar irrelevante (vs. o ofício de ser insubstituível) e o

ofício de “fazer política por outros meios” (vs. o ofício de “não tomar partido”)”.23

Ofício da relação (vs. o ofício da récita) - O estabelecimento de relações

de proximidade e confiança entre profissionais e cidadãos são fundamentais na

IC. É na relação com os outros que a intervenção ganha “legitimidade e

eficácia”, além de constituir, ao mesmo tempo, “estratégia e contexto de

intervenção”, pois é através da relação que se propiciam condições “para que

os problemas, objectivos e projectos sejam expressos e (re)formulados”.24 É

importante que os interventores não trabalhem unicamente para mostrar

resultados, mas que tenham paciência e evitem a pressa no decorrer de todo o

processo, evitando as récitas. Os resultados devem ser apresentados e

23 Ibidem, pág. 105-110; 24 Ibidem, idem, pág. 106;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

19

divulgados quando fizerem sentido para os intervenientes, de tal modo que não

interferirem na construção da relação.

Ofício do pluralismo (vs. o ofício da verdade) - A IC reconhece que o seu

trabalho envolve muitos agentes e que estes têm perspectivas diferentes.

Neste sentido, torna-se pertinente escutar, perceber e compreender os

diversos pontos de vista que os agentes envolvidos têm sobre os problemas e

as formas de os resolver, em vez de buscar unicamente a verdade. Segundo

Menezes (2010) o importante neste processo é “reconhecer, legitimar e

valorizar as dissensões e os conflitos ao invés de exercer pressão para a

criação de consensos à custa da diversidade e do pluralismo”. 25

Ofício de se tornar irrelevante (vs. o ofício de ser insubstituível) - Deste

ofício destacam-se dois aspectos fulcrais, o primeiro indica que o interventor

social deve intervir no sentido da promoção da autonomia e do empoderamento

das pessoas, grupos e instituições da comunidade, actuando como suporte e

sendo catalizador no processo de mudança, em vez de querer ser visto

eternamente como o salvador. O segundo aponta para o papel do profissional e

nas implicações directas, reconhecendo a necessidade de criar uma rede de

suporte que envolva outros profissionais para que, em conjunto, possam

afrontar questões que vão surgindo na prática, dito de outra forma, é

importante criar espaços de partilha onde os profissionais podem expressar as

suas dúvidas e através do questionamento e do envolvimento, resulte a

reconstrução de saberes e formas de actuação.

Ofício de “fazer política por outros meios” (vs. o ofício de “não tomar

partido”) - Segundo Francesco e Tomai (2001), Prado (2002) (cit. por

Menezes 2010) o “trabalho da intervenção comunitária é um trabalho

comprometido: comprometido com a promoção do bem-estar e da justiça social

e, por isso, inevitavelmente político”.26 Assim, torna-se pertinente que os

profissionais que actuem ao serviço da intervenção comunitária fomentem a

igualdade, a autonomia, o bem-estar e a justiça social junto das pessoas,

grupos, instituições e comunidades, deixando de lado a desumanização.

25

Ibidem, idem, pág. 107; 26 Ibidem, idem, pág. 109;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

20

Em suma, é necessário que os profissionais observem e compreendam as

pessoas e comunidades através dos seus contextos, reconhecendo que elas

contêm valores e propósitos que devem ser tidos em consideração na

construção de processos de mudança que se desejam sustentáveis. O

princípio colaborativo assume assim um papel de destaque, na medida em que

os interventores sociais devem ter capacidade de construir uma relação de

trabalho e confiança com os diferentes participantes, fomentando a sua

colaboração e envolvimento quer na definição e compreensão do problema,

bem como na criação de soluções.

Culminada a abordagem sobre a comunidade e a IC, passaremos a reflectir

sobre a família e a escola, enquanto contextos de intervenção, compreendendo

a sua importância, papel e função para que, numa fase seguinte, nos

debrucemos sobre a relação existente entre eles.

1.2. Família “Família é contexto natural para crescer. Família é complexidade. Família é a teia de laços sanguíneos e, sobretudo, de laços afectivos. Família gera amor, gera sofrimento. A família vive-se. Conhece-se e reconhece-se”.27

A família é o primeiro agente de socialização da criança e pensamos nela

como o lugar onde nascemos, crescemos e morremos, embora no decorrer

deste percurso, possamos ter mais do que uma família. É no espaço familiar

onde se desenvolvem as aprendizagens mais significativas quer no campo das

interacções como das vivências. Segundo Alarcão (2000) na dimensão das

interacções privilegia-se “os contactos corporais, a linguagem, a comunicação,

as relações interpessoais”28, enquanto na dimensão das vivências subsistem

“relações afectivas profundas: a filiação, a fraternidade, o amor, a

sexualidade… numa trama de emoções e afectos positivos e negativos que, na

sua elaboração, vão dando corpo ao sentimento de sermos quem somos e de

pertencermos àquela e não a outra família".29

27 RELVAS, Ana Paula, O Ciclo da Família – Perspectiva Sistémica, Porto, Edições Afrontamento, 1996, pág. 9; 28 ALARCÃO, Madalena, (des)Equilíbrios Familiares, Coimbra, Quarteto, 2000, pág. 35; 29 Ibidem, pág. 35;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

21

Quando falamos em família devemos vê-la como um todo, em vez de a

reduzir à soma dos seus indivíduos. Analisar a família no seu todo implica ter

um olhar abrangente e descentrado dos problemas e desequilíbrios que lhe

estão inerentes, pois através de uma visão global centrada na sua estrutura

(dimensão espacial) e no seu desenvolvimento (dimensão temporal) é que

compreendemos “o que a torna una e única”.30 Ribeiro (2003) apresenta-nos a

família indicando que cada família enquanto sistema é um todo, “mas é

também uma parte integrante de contextos mais vastos como a comunidade e

a sociedade”.31

Hoje existe uma diversidade de modelos familiares que, segundo Gimeno

(2003), estão relacionados com a história e com a cultura, mas “que torna difícil

atingirmos um consenso de definição única de família, mesmo que,

intuitivamente, todos tenhamos em mente uma concepção e até uma atitude

básica em relação a ela”.32 Neste contexto, passaremos a apresentar algumas

definições baseadas na perspectiva sistémica e alguns componentes que lhe

estão inerentes, sendo exemplo termos relacionados com sistema, tempo e

mudança. Maxler e Mishler (1978, cit. por Gimeno 2003) descrevem família

“como um grupo primário, um grupo de convivência intergeracional com

relações de parentesco e com uma experiência de intimidade que se prolonga

ao longo do tempo”.33 Nesta descrição a palavra tempo assume um papel de

destaque, na medida em que é uma dimensão importante para compreender a

realidade familiar, na qual Gottman (1982, cit. por Gimeno em 2003) engloba

“as expectativas de futuro e a história de um passado comum que configuram o

grupo familiar, diferenciando-o de outros grupos primários, dando-lhe

identidade e constituindo-o como o ponto-chave da análise da família no

presente”.34

Burgess (1979, cit. por Gimeno 2003) define família como “uma unidade de

pessoas em interacção”.35 Neste contexto, Gimeno (2003) ressalva que o termo

30 Ibidem, idem, pág. 37; 31 RIBEIRO, Teresa de Jesus Reis Laranja Strecht, Relação Escola-Família – Uma Comunicação Essencial, Porto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti Complemento de Formação em Comunicação Educacional e Gestão da Informação, 2003, pág. 15; 32

GIMENO, Adelina, A Família – O Desafio da Diversidade, Lisboa, Instituto Piaget, 2003, pág. 39-40; 33 Ibidem, pág. 40; 34 Ibidem, idem, pág. 40; 35 Ibidem, idem, pág. 40;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

22

de unidade deve ser compreendido na sua totalidade, na medida em que as

pessoas que formam o sistema não funcionam isoladamente, visto que

qualquer mudança num elemento causa mudanças internas nos restantes

membros e modifica o sistema no seu conjunto.

Andolfi (1981, cit. por Alarcão em 2000) descreve família como um sistema

entre sistemas e destaca o quanto é importante a exploração das relações

interpessoais. Ele refere que a família é:

“sistema de interacção que supera e articula dentro dela os vários componentes individuais […] a família é um sistema entre sistemas e que é essencial a exploração das relações interpessoais, e das normas que regulam a vida dos grupos significativos a que o individuo pertence, para uma compreensão do comportamento dos membros e para a formulação de intervenções eficazes.”36

Diogo (1998) interpreta família como “lugar em que as pessoas se

encontram e convivem, a família é também o espaço histórico no qual e a partir

do qual se desenvolve a divisão do trabalho, dos espaços, das competências,

dos valores, dos destinos pessoais”.37 Assim, a família torna-se um espaço

privilegiado de construção social da realidade, uma vez que é um espaço onde

as pessoas encontram-se, convivem e relacionam-se, além de definirem papéis

e desenvolverem competências e valores.

1.2.1. Ciclo Vital da Família

A família é um sistema em evolução e ao longo do tempo vai sofrendo

transformações na sua organização, modificações que, pela sua sequência,

denominam-se de ciclo vital. O ciclo vital é “o caminho que a família percorre

desde que nasce até que morre”38 e comporta duas inter-faces

desenvolvimentais: indivíduo/grupo familiar e família/meio sociocultural. Estas

inter-faces integram de forma interactiva “factores como a dinâmica interna do

sistema, os aspectos e características individuais e a relação com os contextos

em que a família se insere, nomeadamente a sociedade e os seus outros

sistemas”39.

36 ALARCÃO, Madalena, (des)Equilíbrios Familiares, Coimbra, Quarteto, 2000, pág. 38; 37

DIOGO, José, Parceria Escola – Família. A caminho de uma escola participada, Porto, Porto Editora, 1998, pág. 37;

38 SILVA, Luísa Ferreira da, Acção Social na Área da Família, Lisboa, Universidade Aberta, 2001, pág. 48; 39 Ibidem, pág. 48;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

23

A primeira classificação das etapas do ciclo vital da família surge, nos anos

cinquenta com o sociólogo Duvall, que usa como critério para a delimitação dos

estádios a presença das crianças e a idade do filho mais velho. Este identifica

oito etapas, sendo elas: casal sem filhos, famílias com recém-nascidos, família

com criança(s) em idade pré-escolar, família com criança(s) em idade escolar,

família com filho(s) adolescente(s), família com jovem(ns) adulto(s), casal na

meia-idade, envelhecimento.

Relvas (1996) refere que “ a entrada na escola e a adolescência dos filhos

colocam à família questões bem diferenciadas, não tanto em termos do sentido

das mudanças, que será sempre a separação, mas em função do grau,

qualidade e efeitos da própria mudança”.40 Neste contexto Relvas propõe um

esquema do ciclo vital um pouco diferente dividindo-o em cinco etapas:

formação do casal, família com filhos pequenos, família com filhos na escola,

família com filhos adolescentes e família com filhos adultos.

Face ao ciclo vital apresentado por Relvas, a terceira etapa é aquela que

maior importância detém neste trabalho, visto que a intervenção foi

direccionada, como podemos verificar no capítulo III, para famílias com filhos

na escola e a relação existente entre os dois contextos educativos.

1.2.2. Famílias com filhos na Escola

Com a entrada da criança na escola a família tem que se adaptar a uma

série de transformações e lidar com a abertura ao mundo extra-familiar.

Relvas (1996:120) refere que a escola é um sistema social organizado e

hierarquizado, mas mais vasto e complexo que a família, na medida em que

possui uma estrutura integrada e estável, dotada de dispositivos auto-

reguladores e com um considerável grau de autonomia. Possui ainda um

conjunto que regras que influenciam a sua estrutura e funcionamento e que, tal

como a família, tem por função assegurar a coesão e a estabilidade dos

elementos em interacção. Por sua vez, estas regras integram um código que,

no meio escolar, é constituído:

40

RELVAS, Ana Paula, O Ciclo da Família – Perspectiva Sistémica, Porto, Edições Afrontamento, 1996, pág.21;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

24

“por leis escritas que definem as finalidades gerais da escola e sua organização (leis que regulamentam o sistema educativo como obrigatoriedade da escolaridade, definição dos conteúdos programáticos, etc.), tradições (que se referem à concepção do papel da escola na transmissão de valores culturais) e mitos (a escola vista, por exemplo, como trampolim para o êxito social, o sucesso escolar considerado como sinónimo de inteligência, ou ainda, como sucedâneo de um bom meio familiar)[…] o código influencia todos os níveis hierárquicos no seio da própria escola concebida como macrossistema Vai igualmente influir na gestão das relações da escola com o exterior, nomeadamente com a(s) família(s).”41

A criança, quando inserida na escola, fica em contacto com este código que

lhe vai ser imposto pelo novo contexto que integra e transportá-lo-á para o

espaço familiar, dando origem a uma transferência destas normas com as

vivências familiares e para as suas próprias regras. Por sua vez, quando os

dois códigos não se conciliam, ou seja, quando se verifica que apresentam

divergências ou até incompatibilidade entre as regras e os valores que os

caracterizam, a família poderá sentir-se perturbada não sabendo como integrar

essas novas normas ou não sabe até que ponto deverá fazê-lo. Para Relvas

(1996):

“O código da instituição escolar não se limita a influenciar largamente os processos comunicacionais que se desenrolam no interior da comunidade escolar entre as pessoas que a compõem – professores, alunos, gestores e funcionários. A complexidade das relações escola-família aumenta consideravelmente tendo em conta que a escola é realmente um sistema com características muito diferentes do sistema família, particularmente quando se pensa nela como organização ou grande sistema.”42

Nesta perspectiva, denota-se que a complexidade das relações existentes

entre escola-família aumenta consideravelmente quando verifica-se que “o

sistema sócio-político em que ambas se inserem coloca a família numa posição

hierarquicamente inferior à da escola”.43 Com efeito, quer queiram quer não, as

famílias terão que enviar os seus filhos para a escola e, segundo Ana Paula

Relvas (1996:122) sujeitá-los às aprendizagens que ela transmite –

conhecimentos, valores, normas sócio culturais e educativas. Terão que aceitar

os limites de tempo que ela impõe como adequados à evolução da criança e à

realização das suas tarefas individuais. Terão também que se adaptar aos seus

horários de funcionamento e aceitar como válidos os conteúdos programáticos

estabelecidos, além de se confrontarem com a avaliação e a hierarquização

41 RELVAS, Ana Paula, O Ciclo da Família – Perspectiva Sistémica, Porto, Edições Afrontamento, 1996, pág.120-121; 42 Ibidem, idem, pág. 121; 43 Ibidem, pág. 122;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

25

que a escola efectiva em relação aos seus educandos em termos de

capacidade/incapacidade, sucesso/insucesso.

1.2.3. Funções da Família

No desempenho das suas funções, Relvas (1996) indica que o

desenvolvimento da família processa-se através de duas funções e tarefas. As

funções abarcam o desenvolvimento e protecção dos membros (função interna)

e a socialização, adequação e transmissão de determinada cultura (função

externa). Mas, para que a família consiga alcançar as funções de protecção e

socialização é necessário resolver com sucesso duas tarefas: “a criação de um

sentimento de pertença ao grupo e a individualização/autonomização dos seus

elementos”.44

Gimeno (2003) relativamente às funções da família categoriza-as por

desenvolvimento pessoal dos filhos e a socialização, destacando:

“o desempenho destas metas básicas dinamiza a vida familiar e leva a que em cada etapa a família mude e assuma tarefas diferentes que activam recursos e lhe permitem atingir um desenvolvimento pessoal adequado, uma socialização activa dos seus elementos, ao mesmo tempo que mantém a sua própria identidade familiar”.45

Para Gimeno (2003) a função ligada ao desenvolvimento pessoal assenta

em três aspectos fundamentais: a individualização, a auto-realização e nas

diferenças associadas ao sexo, enquanto a função de socialização reporta ao

“processo através do qual o indivíduo interioriza as normas do seu meio

sociocultural, se integra e adapta à sociedade convertendo-se num membro da

mesma e sendo capaz de desempenhar funções que satisfaçam as suas

expectativas”.46 Segundo Gimeno (2003):

“embora a família não seja o único agente de socialização, já que também a escola, os amigos, grupos formais e informais, e, sobretudo, hoje em dia, os meios de comunicação socializam, a sua função socializante mantém-se, e de uma forma bastante estável, durante grandes períodos de tempo […] é a família quem desenvolve na pessoa um sistema de valores, atitudes e crenças, reportados aos aspectos mais importantes da vida: trabalho, família, humanidade, sociedade, cultura, amizade, natureza, transcendência, de forma definitiva é ela quem

44 Ibidem, idem, pág.17; 45 GIMENO, Adelina, A Família – O Desafio da Diversidade, Lisboa, Instituto Piaget, 2003, pág. 54; 46 Ibidem, idem, pág. 60;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

26

contribui decisivamente para criar um modo de perceber a realidade física e social e um modo de se entender a si mesma”. 47

A função socializante “pressupõe que a família tenha projectos, vínculos e

compromissos que vão para além do biológico, para além dos que derivam do

parentesco”48, apostando numa mediação com o social, mas primeiro a família

tem que se adaptar ao meio e ser capaz de se envolver no alcance das suas

metas internas, de tal modo que, posteriormente, possa assumir tarefas e

funções de índole comunitária.

Para o alcance e cumprimento das suas funções a família tem que manter a

sua identidade e coesão, mas para que se mantenha coesa é necessário

harmonizar a identidade pessoal e familiar, de modo a criar aproximação,

ligação e a união de todos em oposição ao distanciamento.

1.3. A Escola Segundo o Observatório de Vida das Escolas49:

“as conturbações e conflitualidades que perturbam hoje o mundo das escolas e a complexidade que o caracteriza justificam a necessidade de um olhar atento e sistemático sobre a realidade educativa; mas um olhar portador de sentidos que se explicitem; capaz de simultaneamente possibilitar a escuta das especificidades dos contextos educativos e dos sujeitos que os constituem e de restituir à comunidade educativa uma interpretação teoricamente informada desse mesmo olhar; uma interpretação que permita dar a conhecer realidades múltiplas e heterogéneas e potenciar a transformação dos contextos educativos formais.”50

A escola enquanto entidade que vive e interage tem objectivos que lhe estão

inerentes, como o instruir, educar e intervir no meio e um papel fundamental

que é o de “formar cidadãos com vista a um determinado perfil nas dimensões

pessoal, social e cultural”.51

A escola, enquanto organização existente no meio actua como um sistema,

um sistema que possui uma certa autonomia e uma organização educativa, na

medida em que compreende um conjunto de elementos estruturados que visam

47 Ibidem, idem, pág. 61; 48 Ibidem, idem, pág. 62; 49 O Observatório de Vida das Escolas integra o Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP). O observatório incide a sua actividade na “observação” dos jardins-de-infância e das escolas dos ensinos básico e secundário integrados na área geográfica da Direcção Regional de Educação do Norte, embora sempre que se revela necessário, o âmbito geográfico do observatório é alargado a todo o país.

50 http://www.fpce.up.pt/ciie/obvie/projecto.htm, 22 de Setembro de 2011; 51 ANTUNES, Lara Carmélia de Sousa, A Família e a Escola – Dissertação de Mestrado em Sociologia da Infância, Braga, Universidade do Minho, 2009, pág. 37;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

27

certos fins determinados pela sociedade que estão apoiados em estratégias e

tácticas. A organização educativa é determinada pelas orientações da

sociedade onde está inserida, bem como pelas normas, regras e leis. Assim,

uma das finalidades deste tipo de organização assenta na concretização

destas orientações traduzindo-as em práticas. Bertrand e Valois (1994)

defendem:

“as relações entre a sociedade e a educação têm um duplo sentido […] a organização educativa pode […] contribuir para a modificação das orientações da sociedade. Ela possui uma certa autonomia e pode intervir nas suas próprias orientações, fixadas pela sociedade, quer aceitando-as, adaptando-as ou contestando-as”.52

Bertrand e Valois (1994) concluíram que toda a organização educativa

possui características fundamentais que se reflecte na concretização de

objectivos e certos fins que lhe são indicados pelo meio social; engloba um

conjunto de actividades ou processos que se desenvolvem no tempo e que

concretizam a mudança organizacional; possui uma estrutura e actores; e

exerce as suas funções num ambiente e meio.

1.3.1. Funções da Escola

Carneiro (2000) face às funções da escola indica-nos que outrora a escola

era entendida como:

“um espaço onde se adquiriam saberes e competências fundamentalmente de natureza académica […] a educação escolar providenciava os instrumentos e saberes indispensáveis ao acesso ao conhecimento, aceitando-se que os aspectos mais ligados à formação pessoal, cívica, moral e ética seriam da responsabilidade da acção educativa das famílias. Actualmente, e na sequência das mudanças sociodemográficas que se têm manifestado, verifica-se que a estrutura familiar tem vindo a sofrer alterações profundas que têm consequências importantes nas funções educativas, quer da instituição escolar, quer da instituição familiar.”53

Perante estas modificações e devido a outras transformações que ocorreram

na sociedade, como o facto de a mulher ter uma actividade profissional e os

fenómenos da mobilidade despoletados pela procura de melhores condições

de vida nas grandes cidades, deram origem a uma diminuição significativa da

52 BERTRAND, Yves, VALOIS, Paul, Paradigmas Educacionais – Escola e Sociedade, Lisboa, Instituto Piaget, 1994, pág. 14; 53 CARNEIRO, Roberto (dir.), “Ajudar a Aprender”, Educar Hoje – Enciclopédia dos Pais, Volume II, Novembro de 2000, pág. 70;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

28

família alargada e a um aumento das famílias nucleares, além de um

crescimento substancial das famílias monoparentais. Estas novas realidades

trouxeram à escola um grande desafio, na medida em a escola teve que se

confrontar com novas funções educativas, designadamente a “necessidade de

vir a responsabilizar-se por ministrar uma formação mais abrangente,

concretamente a formação pessoal e social dos jovens”.54

A escola tem uma organização social. Enquanto agente de socialização ela

cria condições ao aluno para que tenha acesso ao conhecimento e à aquisição

de competências fundamentais, como a educação para a cidadania e a futura

inserção social.

A obrigatoriedade da formação escolar levou à presença de uma

heterogeneidade cultural e social no espaço escolar, o que para muitos é visto

como positivo, enquanto outros vêem-na como algo negativo. Face aos

aspectos referidos “importa promover diariamente e de forma consistente laços

entre as diferentes culturas, assumindo a escola e os professores a

responsabilidade de construir pontes e derrubar barreiras”.55 Face a esta

perspectiva tanto a escola como a família assumem um papel de destaque,

nomeadamente na relação existente entre si. É através desta relação

fomentada na participação e numa presença regular que permite à escola

conhecer o universo cultural e social dos alunos, vivências e características e

aos pais conhecer melhor as culturas existentes na escola e a ajudar os filhos a

promover atitudes de tolerância e respeito face à diferença.

Relativamente às funções da escola Ribeiro (1989:33, cit. por Antunes

2009:38) refere que existem quatro funções sociais do sistema educativo que

se articulam entre si, a função cultural, a social, a económica e a político-

institucional56. Por sua vez, Carneiro (2000:72-73) apresenta uma reflexão

acerca das funções da escola e denomina-as por função técnica, social, ética e

a estética57.

A escola, além de constituir um local de aprendizagem, tem vindo

gradualmente a afirmar-se como um local de convivência, proporcionando um

54 Ibidem, idem, pág. 70; 55 Ibidem, idem, pág. 71; 56 Anexo 1 – Funções da Escola; 57 Ibidem.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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conjunto de circunstâncias e relações que influenciam os que com ela

interagem. Neste sentido, a aprendizagem e a convivência são elementos

complementares na formação do indivíduo. A aprendizagem poder-se-á

considerar como a aquisição de conhecimentos e aptidões, culminando na

capacidade de estabelecer relações, aprendendo a pensar. A convivência

consistirá na aquisição de hábitos sociais onde o indivíduo irá aprendendo a

viver.

1.3.2. A Escola como comunidade educativa

Abordar a educação e a socialização implica ter em consideração que não é

só a família e a escola que estão envolvidas neste processo de aprendizagem,

pois a comunidade local também exerce uma importância significativa. Daí que

estes três intervenientes – família, escola e comunidade devam ser encarados

como pontos de referência em qualquer política educativa.

Nas palavras de Lourenço (2008) “uma comunidade é uma sociedade

dinamizada e reunida pela comunicação em torno de interesses comuns

partilhados de uma forma interactiva. O crescimento de uma sociedade

democrática é realizado em função da extensão do número de interesses

compartilhados”.58 A escola enquanto comunidade educativa diz respeito a

todos os que estão interessados pela educação escolar e que situam-se no

sistema de interacções com a escola, na medida em que ela não é apenas um

espaço que presta um serviço, mas um lugar que envolve a participação da

comunidade, numa concepção de democracia própria da escola que é

reforçada pela representatividade e a participação.

Hoje em dia, a visão que se tem da escola já não é a de um espaço restrito e

fechado, mas a de um espaço aberto a todos os interessados no processo

educativo, que envolve a direcção, pessoal docente e discente, os alunos e os

encarregados de educação, e a comunidade local (representantes das

autarquias e dos interesses económicos e culturais que colaboram na

elaboração do projecto educativo da escola). Lourenço (2008) defende que a 58 LOURENÇO, Lívia Patrícia Rodrigues, Envolvimento dos Encarregados de Educação na Escola: Concepções e Práticas, Lisboa, Universidade de Lisboa - Faculdade de Ciências Departamento de Educação, Setembro de 2008, pág. 31;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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escola enquanto comunidade educativa “pressupõe uma escola com

autonomia, ou seja, com poder para tomar decisões nos domínios estratégico,

pedagógico, administrativo, financeiro e organizacional, no quadro do seu

projecto educativo e em função das competências e dos meios que lhe estão

consignados (artigo 3.º, capítulo I, Decreto-Lei n.º 115/A-98).”59

Uma das grandes transformações ao nível da escola deu-se com a reforma

do sistema educativo que despoletou a descentralização na tomada de decisão

e o reforço da participação da comunidade educativa na vida das escolas,

aliada a uma maior autonomia e uma direcção e gestão mais participada. Ver a

escola desta forma é valorizar a emancipação, a participação e a negociação

entre os diferentes actores sociais em torno de um projecto construído e

negociado, com vista ao desenvolvimento pessoal e social dos alunos.

As Associações de Pais Encarregados de Educação (APEE) também fazem

parte da comunidade educativa. Estas associações devem ter uma atitude de

colaboração e diálogo permanente com a escola e apresentar uma postura de

parceria e acompanhamento. Torna-se fundamental que os pais tenham uma

voz activa e estabeleçam relações de proximidade e presença com o meio

escolar, daí o fundamento da sua participação. Segundo Formosinho (1999):

“o principal fundamento da participação dos pais (e encarregados de educação) na escola é o facto de serem os pais, por direito natural, os principais responsáveis pela educação dos filhos. Mas no seio dos pais perpassam consensos e dissensos quanto à educação, correspondentes aos que existem no todo social. (…) Se pais se associam a pais para defender certos valores concretos e promover actividades específicas já não o fazem apenas como pais, mas também como cidadãos (…) a eficácia das acções dos pais como primeiros responsáveis pela educação dos filhos implica a sua associação e a sua intervenção como público”.60

Uma escola aberta à comunidade local deve ser encarada como uma

estratégia de mudança que aposte na aproximação, na criação de laços e no

envolvimento. Caso contrário, a desconfiança, relativamente ao exterior

dificulta a abertura da escola e a ligação com o meio. Para Antunes (2009):

“a escola não pode ser um mundo estanque, isolado da comunidade, pois os alunos são a própria comunidade dentro dela. De facto, já não se pode dizer que o ensino é um processo que decorre isoladamente dentro de quatro paredes, sem ter algum contacto com os contextos sociais envolventes. A escola, por ser uma instituição educativa formal ao serviço da comunidade deverá ser o núcleo

59 Ibidem, pág. 31; 60 FORMOSINHO, João, “De serviço do Estado a Comunidade Educativa: uma nova concepção para a Escola Portuguesa”, in Formosinho, João (ed.), Comunidades Educativas – Novos Desafios à Educação Básica, Braga, Minho Universitária, 1999, pág. 58;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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fundamental da mudança para estabelecer um fio condutor, dar significatividade ao que ocorre na comunidade e ser potenciadora da integração global dos elementos humanos e físicos da colectividade, promovendo a formação integral de todos os seus elementos”.61

Resta salientar que, a educação é responsabilidade de toda a sociedade.

Neste sentido, deve-se procurar estabelecer relação com a comunidade,

conhecendo as realidades naturais e sociais e valorizar experiências. Esta

aproximação favorece a criação de redes de apoio, promove o trabalho

multidisciplinar entre os diversos agentes educativos e o meio, além de

proporcionar actividades de carácter social, cultural e recreativo. As propostas

que advêm do exterior devem ser vistas como, enriquecedoras e desafiadoras

para as escolas, de modo a que ultrapassem o isolamento e a rotina que

caracterizam, ainda hoje, a vida de muitos estabelecimentos escolares.

61 ANTUNES, Lara Carmélia de Sousa, A Família e a Escola – Dissertação de Mestrado em Sociologia da Infância, Braga, Universidade do Minho, 2009, pág. 47;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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CAPÍTULO II - FAMÍLIA, ESCOLA E COMUNIDADE UMA RELAÇÃO DE COMPLEMENTARIDADE

2.1. A relação família, escola e comunidade “A interacção entre os pais e os professores tem por finalidades a socialização da criança, a sua iniciação da vida em sociedade e a preparação do seu futuro, pelo que é tempo de compreender melhor a relevância das relações entre a escola e as famílias”.62

Hoje em dia, tanto a família como a escola estão muito dependentes das

características da sociedade que as rodeia e, como a sociedade, está em

constante transformação, exige que a família e a escola se vejam confrontadas

com dilemas no que respeita à educação. Os pais, cada vez mais, sentem que

a vida em família tornou-se vulnerável e muito frágil e, por vezes, delegam na

escola e nos professores a função de educar. Todavia, a escola também é alvo

de adversidades, sofrendo com a influência do meio, que muitas vezes, não é

favorável à própria escola. Neste sentido, família e escola devem unir esforços,

a fim de levar a cabo a difícil tarefa de educar e de preparar as crianças/jovens

para o futuro.

A escola deve ser vista como o prolongamento da família e, ambas, devem

actuar em sintonia e intervir apostando numa abordagem sistémica que

assente num trabalho de parceria. No entanto, o que se verifica é que tanto a

família como a escola têm critérios, normas e valores, por vezes, diferentes o

que dificulta a relação e o estabelecimento de parcerias entre ambas.

No que concerne à parceria, Christenson e Sheridan (2001, cit. por Costa e

Matos, 2006) referem que existe um processo para criar uma parceria entre

família-escola, o processo dos “Quatro AS – abordagem, atitudes, atmosfera e

acções”.63

62 DIOGO, José, Parceria Escola – Família. A caminho de uma escola participada, Porto, Porto Editora, 1998, pág. 59; 63 COSTA, Maria Emília, MATOS, Paula Mena, Abordagem Sistémica do Conflito, Lisboa, Universidade Aberta, 2007, pág. 110;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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No que respeita à abordagem os autores referem que ela assenta na

questão de como promover a parceria e apresentam alguns exemplos de como

ela pode ser efectuada, passando pela necessidade de ver a participação dos

pais como algo essencial, em vez de algo desejável; tomar consciência de que

só através de uma relação de colaboração, com uma estrutura consistente,

onde são partilhadas expectativas e aprendizagens, através do apoio mútuo e

confiança é que se consegue um trabalho conjunto para o desenvolvimento do

aluno; promover uma harmonia entre a escola e a família respeitando as

especificidades de cada um dos sistemas; e a existência de comportamentos

de colaboração que desenvolvam a comunicação bidireccional.

Relativamente à atitude, os autores destacam a importância da colaboração

e o facto de esta envolver igualdade (saber ouvir, respeitar e aprender com o

outro) e a paridade (partilha de conhecimentos, competências e ideias) onde

através de um compromisso de interdependência, tanto os pais como os

professores dividem responsabilidades e direitos. Segundo Christenson e

Sheridan (2001), as atitudes são as formas mais poderosas para uma parceria

eficaz, no entanto torna-se fundamental que exista uma abordagem conjunta

dos problemas, evitando assim juízos e conclusões precipitadas; é necessário

promover uma ideia positiva acerca dos pais e dos professores, pois ambos

são co-professores e co-aprendizes; é indispensável apresentar uma visão

sistémica dos problemas onde a tríade pais, alunos e escola fazem parte do

problema; e torna-se imprescindível estimular os pais para que tenham um

envolvimento mais activo durante a idade escolar – informando-os, convidando-

os e incluindo-os.

Quanto à atmosfera ela aposta na criação de um clima facilitador e no

estabelecimento de uma relação de confiança entre pais e professores onde

existe um código comunicacional comum que dê sentido ao quanto se é

importante para a escola, podendo este expressar-se na criação de eventos ou

encontros formais e informais, que sejam potenciadores de uma relação mais

próxima e que dilua barreiras. O fundamental é que os pais e professores se

sintam acolhidos, próximos, optimistas, respeitadores e detentores de poder na

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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resolução de problemas e busquem consenso, assumindo a comunicação um

papel de abertura e honestidade.

Por último, temos as acções em que os autores indicam que elas têm por

base a política escolar e defendem que esta deve ser “flexível, apoiante e

securizante”64 necessitando, muitas vezes, de um mediador ou actor social,

podendo caber, muitas vezes, esse papel aos interventores comunitários que

têm uma visão global acerca do território. Neste sentido, torna-se fulcral

constituir equipas de trabalho onde estejam presentes elementos da escola e

da família; desenvolver acções potenciadoras de competências para a

resolução de problemas e a parceria; desenvolver a comunicação e a relação;

que os conflitos sejam identificados e abordados de forma sistémica; e por

último, mas não menos importante o apoio às famílias.

Para que haja uma interacção entre o sistema familiar e escolar é

fundamental que se promova a comunicação. Por sua vez, o que prevalece em

muitas das escolas é que os pais só são chamados quando os filhos têm mau

comportamento. A escola deve comunicar com os pais e pô-los ocorrentes de

tudo o que se passa, quer no contexto escolar quer com os seus filhos, pois só

assim é que os pais sentir-se-ão como elementos integrantes da orgânica

escolar. Neste contexto, Perrenoud (2001) defende que “família e escola são

duas instituições condenadas a cooperar numa sociedade escolarizada”.65

A escola não deve substituir a família, mas a família também não pode

demitir-se das suas funções e fazer da escola um local de “depósito” ou

“armazém”. O fundamental é que se promova hábitos de interacção e

cooperação entre os dois agentes educativos. Para Dourém (1996, cit. por

Antunes, 2009):

“a escola é, hoje, chamada a cumprir a sua missão em estreita colaboração com os pais, com vista a facilitar o processo de inserção social dos filhos. De facto, quando a escola valoriza a criança, valoriza ao mesmo tempo, o trabalho empreendido, de início pelos pais. Isto mostra como é importante o papel de reforço desempenhado pela escola perante práticas familiares em educação: a escola consagra ou elimina o sentido profundo da obra empreendida no seio da família. Daqui resulta que as competências de uns e de outros, pais e professores

64 Ibidem, pág. 112; 65 PERRENOUD, Philippe, (2001). Entre a Família e a Escola, a Criança Mensageira e Mensagem – O go-between, in Montadon, Cléopâtre & Perrenoud, Philippe. Entre pais e professores, um diálogo impossível?, Oeiras, Celta Editora, 2001, pág. 30;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

35

devem ser reexaminadas enquanto forças a mobilizar no sentido de uma cooperação activa”.66

As relações estabelecidas entre a escola e a família assumem

características muito diversas que podem variar de acordo com os grupos

sócio-culturais que frequentam a escola, como também pelo tipo de posição

que os professores e a escola assumem no âmbito das suas acções. A relação

pais/escola é fundamental e a colaboração entre ambos os contextos não pode

estar confinada a contactos pontuais ou a aspectos negativos da relação, aqui

supõem-se a partilha de responsabilidades educativas, numa relação de

carácter sistémico que tem que ser interiorizada. Segundo Antunes (2009), a

relação entre pais/escola e vice-versa deve “ser autêntica, exigente, que

corresponda a uma acção educativa comum dos pais e da escola em todas as

dimensões da pessoa. Aos pais não compete apenas ouvir e informar, cumpre-

lhes decidir em comum com os outros actores educativos sobre o presente e o

futuro da educação”.67

2.1.1. Família e Escola – Contextos Facilitadores do Desenvolvimento Saudável

Em cada etapa do desenvolvimento da criança e do adolescente existem

especificidades que englobam a necessidade de adaptação por parte dos pais.

Por sua vez, desta adaptação surge a interacção entre pais e filhos e a

interacção destes com o meio físico e social, sendo exemplo a escola.

Segundo Barros, Pereira e Goes (2008), a família e a escola são contextos

facilitadores do desenvolvimento saudável durante a infância e adolescência,

havendo entre eles características que “aplicam-se tanto à família, como

principal contexto de desenvolvimento, como à escola, um contexto central

durante a idade escolar e adolescência, que deve complementar a família e,

quando necessário, compensar algumas das lacunas e vulnerabilidades da

família”.68

66 ANTUNES, Lara Carmélia de Sousa, A Família e a Escola – Dissertação de Mestrado em Sociologia da Infância, Braga, Universidade do Minho, 2009, pág. 41; 67 Ibidem, pág. 42; 68 BARROS, Luísa, PEREIRA, Ana Isabel e GOES, Ana Rita, Educar com Sucesso – manual para técnicos e pais, Lisboa, Texto Editores e EPIS – Empresários Pela Inclusão Social, 2008, pág. 85;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Face ao exposto, apresentamos no quadro que se segue as características

inerentes aos contextos facilitadores do desenvolvimento saudável, segundo

Eccles e Gootman (2001, cit. por Barros, Pereira e Goes, 2008:85-86):

Quadro 1 - Características dos contextos facilitadores do desenvolvimento saudável

Característica Descrição

Segurança física e psicológica

Instalações seguras e promotoras de saúde, práticas que encorajam a interacção segura com os pares e diminuem interacções inseguras ou agressivas.

Estrutura apropriada

Estabelecimento de limites, regras e expectativas claras e consistentes, controlo e continuidade, limites claros e monitorização adequada à idade.

Relações de apoio

Calor, proximidade, sentido de pertença, boa comunicação, afecto, apoio, orientação, vinculação segura e responsividade.

Experiência de relações de

pertença

Oportunidades para a inclusão significativa, tais como a inclusão social, integração e compromisso social; oportunidades para a formação da identidade social.

Normas sociais positivas

Regras de comportamento, expectativas, injunções, modos de fazer, valores morais e obrigação de prestar algum serviço a outros (família, comunidade).

Promoção da auto-eficácia

Práticas que apoiam a autonomia e permitem “ser levado a sério”: atribuir responsabilidade e criar desafios adequados, práticas avaliativas centradas no aperfeiçoamento e não em níveis fixos de realização.

Desenvolvimento de competências

Oportunidades para aprender competências físicas, intelectuais, psicológicas, emocionais e sociais; exposição a experiências intencionais de aprendizagem; oportunidades para adquirir competências de comunicação, literacia cultural e proficiência no uso dos media e das novas tecnologias e preparação profissional.

Integração dos esforços da

família, escola e comunidade

Concordância, coordenação e sinergias entre família, escola e comunidade.

Fonte: in Eccles e Gootman (2001, cit. por Barros, Pereira e Goes, 2008:85-86), “Educar com Sucesso – manual

para técnicos e pais”.

2.2. O Envolvimento e a Participação dos Pais na vida da Escola

O envolvimento e participação dos pais nos cenários que constituem a

mundo da criança permite-lhes ter um conhecimento acerca dos seus papéis e

competências para ajudar os filhos a crescer de forma saudável.

Relativamente à escola, o envolvimento e a participação dos pais

caracteriza-se por uma parceria educativa que se baseia no respeito mútuo e

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

37

na negociação, aliada à troca de informação, confiança, aptidões e na tomada

de decisão.

Segundo Marujo (1998) “ o envolvimento dos pais na educação dos filhos é

um direito, tanto como uma responsabilidade e um valor”.69Deste modo, os pais

devem acompanhar os filhos na vida escolar, pois são elementos que podem

contribuir de forma significativa na dinamização da escola, favorecer a

dinâmica social, contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e sucesso

escolar, além de ajudar a construir uma sociedade mais democrática.

A relação família-escola contempla vários objectivos. Para Marques (1993)

“um dos objectivos mais importantes da relação escola-família é aumentar o

número de famílias que se envolvem na educação dos seus filhos”.70 Este

envolvimento integra uma comunicação que inclui um diálogo aberto entre

pais/filhos e pais/professores, além de englobar a ajuda ao estudo, apoio à

escola, trabalho voluntário e a participação na tomada de decisão.

2.2.1. Os benefícios do envolvimento parental na escola

Em Portugal, o primeiro estudo efectuado nesta área remete à década de

80, sendo realizado por Don Davies.71 Este estudo indica-nos que o

envolvimento dos pais nas escolas portuguesas era escasso,

independentemente do estrato social. No entanto, apesar de revelar um baixo

índice de participação dos pais na escola, o envolvimento e a participação

pareciam estar intimamente relacionados com o nível económico e cultural das

famílias.

O envolvimento parental na escola tem efeitos positivos na criança, mas

apresenta também benefícios para os pais, os professores/escola e a

sociedade. Todavia, o fundamental é que os pais identifiquem esses benefícios

e reconheçam o quanto eles são importantes para si e para o desempenho da

parentalidade.

69 MARUJO, Helena Águeda, NETO, Luís Miguel e PERLOIRO, Maria de Fátima, A Família e o Sucesso Escolar, Lisboa, Editorial Presença, 1998, pág. 11; 70 MARQUES, Ramiro, A Escola e os Pais - como colaborar?, Lisboa, Texto Editora, 1993, pág. 107; 71 DAVIES, Don, As Escolas e as Famílias em Portugal – realidades e perspectivas, Lisboa, Livros Horizonte, 1989;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Davies (1989) defende que o envolvimento dos pais oferece benefícios, mas

também apresenta obstáculos, ou seja:

“o envolvimento dos pais proporciona múltiplos e diversos benefícios: para o desenvolvimento e aproveitamento escolar das crianças, para os pais, para os professores e as escolas e para o desenvolvimento de uma sociedade democrática […] o acesso a esses benefícios é altamente dependente do “status” social e do rendimento familiar […] os obstáculos incluem as limitações do capital cultural por referência à cultura da escola, os conflitos entre as funções da família e as funções da escola e as características organizacionais das escolas.”72

Relativamente aos benefícios dos pais, Davies (1989), destaca os seguintes

aspectos: “maior apreço pelo seu importante papel, fortalecimento das redes

sociais, mais informação e mais materiais […] aumento dos sentimentos de

auto-estima e aumento da eficiência e da motivação para continuarem a sua

própria educação”.73 No que respeita aos professores/escola indica que “o

trabalho do professor pode ser mais fácil e satisfatório se receber ajuda e

cooperação das famílias e os pais assumirão atitudes mais favoráveis aos

professores se cooperarem com eles e de uma forma positiva”.74 Como forma

de aprofundar a sociedade democrática salienta que o envolvimento deve ser

visto como uma força contrária à tendência de reprodução das desigualdades,

apostando no princípio da igualdade.

Para Barros, Pereira e Goes (2008) os benefícios do envolvimento parental

na escola situam-se, principalmente, ao nível da criança/jovem e da família.

Quanto à criança/jovens os autores destacam como vantagens:

“resultados escolares mais positivos […]os benefícios não se resumem ao domínio cognitivo sendo também evidentes no domínio comportamental e afectivo […] maior consistência entre a família e a escola relativamente a objectivos e normas comportamentais está associada a menos problemas comportamentais e de indisciplina […] os pais transmitem aos seus filhos a importância que a escola tem para si, facilitando nos jovens o desenvolvimento de uma atitude mais positiva relativamente à escola […] quando os pais estão envolvidos na escola, o jovem é, com mais facilidade, alvo de uma atenção mais individualizada por parte dos professores, que, conhecendo melhor a família, conhecem também melhor o aluno.”75

Face aos benefícios da família os autores referem:

“pais estão mais envolvidos na escola, conhecem melhor os professores e o seu trabalho, e podem, com maior facilidade, reconhecer o papel dos professores e

72 DAVIES, Don, As Escolas e as Famílias em Portugal – realidades e perspectivas, Lisboa, Livros Horizonte, 1989, pág. 37; 73 Ibidem, pág. 39; 74 Ibidem, idem, pág. 39-40; 75 BARROS, Luísa, PEREIRA, Ana Isabel e GOES, Ana Rita, Educar com Sucesso – manual para técnicos e pais, Lisboa, Texto Editores e EPIS – Empresários Pela Inclusão Social, 2008, pág. 134;

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desenvolver atitudes mais positivas face ao pessoal escolar e à escola […] comunicação mais frequente com o director de turma possibilita também um maior conhecimento dos progressos e dificuldades do filho e respostas mais atempadas às dificuldades […] relação de parceria entre a escola e a família, mais concretamente, entre pais e director de turma, os pais podem, de forma articulada e eficaz, dar resposta às necessidades dos filhos e desenvolvem atitudes mais positivas de si enquanto educadores […] atitude de parceria tem de ser traduzida em acções concretas dos pais no quotidiano, na forma como falam e permitem ao filho que fale da escola e dos professores e funcionários, acompanhada de uma atitude geral de respeito pela instituição e pelo trabalho dos profissionais que a integram […] mostrem interessados e disponíveis para participar nas actividades escolares e resolver os problemas que vão surgindo ao longo da vida escolar do filho”.76

Neste sentido, é importante ajudar os pais para que reconheçam o seu

papel, assim como as consequências negativas das suas atitudes mais

irreflectidas face à escola, ajudando-os a descobrir estratégias de proximidade

e formas de serem parceiros críticos, mas construtivos, perante a escola.

2.2.2. Tipologias do envolvimento e participação dos pais

“As escolas devem ser promotoras de políticas/estratégias que possibilitem um maior envolvimento das famílias na vida escolar do filho. Os pais podem ser envolvidos de diferentes formas, cabe à escola proporcionar uma diversidade de modalidades de envolvimento parental na escola”.77

Joyce Epstein (1997) desenvolveu uma tipologia de colaboração escola-

família-comunidade, composta por seis tipos de envolvimento, que pretende

ajudar as escolas e as famílias a levar a cabo as suas responsabilidades

partilhadas de educação e desenvolvimento da criança/jovem. Esta

metodologia é considerada um importante instrumento de reflexão e acção

para auxiliar professores, escolas e os agrupamentos a desenvolverem

programas de envolvimento parental composto por desafios, desafios em que

os resultados da colaboração estabelecida são diferentes para os alunos, os

pais e a escola. No entanto, torna-se importante analisar em que medida a

escola proporciona o envolvimento em cada uma das modalidades e reflectir se

estas estão de acordo com as necessidades da escola e das famílias.

Segundo Marques (1994) os tipos de envolvimento parental defendidos por

Epstein são:

76 Ibidem, pág. 134-135; 77 Ibidem, idem, pág. 148;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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“Tipo 1 – Ajuda da escola às famílias; Tipo 2 – Comunicação escola-família; Tipo 3 - Ajuda da família à escola; Tipo 4 – Envolvimento da família em actividades de aprendizagem em casa; Tipo 5 – Participação na tomada de decisões e na direcção da escola; Tipo 6 – Colaboração e intercâmbio com a comunidade”.78

Ajuda da escola às famílias: compreende as funções parentais e tem como

finalidade ajudar as famílias a estabelecer as condições (alimentação, saúde,

segurança...) que são requisitos básicos para a aprendizagem, a desenvolver

práticas educativas adequadas às necessidades das crianças e a compreender

o desenvolvimento e as necessidades das crianças e adolescentes em cada

período do desenvolvimento. Estas acções podem ser concretizadas através

de acções de formação/informação para pais, do aconselhamento individual

aos pais, de informação escrita e na prossecução de processos de

encaminhamento para outros técnicos e instituições da comunidade.

Comunicação escola-família: diz respeito à comunicação estabelecida

entre escola-família e vice-versa e traduz-se na troca de informações relativas

aos programas escolares, à situação escolar dos alunos e às actividades

desenvolvidas pela escola. Os canais de comunicação podem ser diversos e

englobam as reuniões de pais, reuniões individuais com a família, contactos

telefónicos, caderneta do aluno, boletins da escola e, mais recentemente, o

envio de emails.

Ajuda da família à escola: engloba o envolvimento da família em

actividades de voluntariado na escola. Estas acções contribuem para facilitar o

contacto entre pais, professores e alunos, promovendo um melhor

conhecimento entre todos. Algumas das actividades possíveis a ser realizadas

para e com os pais passam pela organização e participação em

acontecimentos festivos, colaboração em visitas de estudo, supervisão de

recreios, no apoio à biblioteca e sala de estudo, dinamizar actividades de

acordo com as suas profissões e os seus talentos, organização da ocupação

educativa dos tempos livres e pela angariação de equipamentos, meios

humanos e financeiros para a escola.

78 MARQUES, Ramiro, “Colaboração Família-Escola em Escolas Portuguesas: Um Estudo de Caso”, Inovação, Volume 7, Nº. 3, 1994, pág. 374;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Envolvimento da família em actividades de aprendizagem em casa:

compreende actividades em que a escola ajuda os pais a melhorar as suas

competências de acompanhamento ao estudo dos filhos, aprendendo a

monitorizar e a apoiar o seu trabalho escolar. Neste tipo de envolvimento a

escola pode colaborar falando sobre a organização do local de estudo e

factores de distracção a eliminar, além de ajudar a organizar um horário de

trabalho/estudo, explicando as regras a que deve obedecer. Por sua vez, os

trabalhos de casa e a realização dos mesmos devem incentivar os alunos a

discutir e a interagir com a família sobre o que estão a aprender, mantendo as

famílias informadas sobre as aprendizagens que os filhos vão realizando.

Participação na tomada de decisões e na direcção da escola: engloba as

actividades em que os elementos das famílias não agem apenas relativamente

aos seus educandos, mas como representantes dos pais, como acontece com

as associações de pais ou os representantes dos encarregados de educação

de uma turma. Nesta linha de pensamento Barros, Pereira e Goes (2008)

indicam que:

“As famílias devem ser envolvidas nos processos de tomada de decisão, quer através da representação dos pais nos organismos da escola em que esta representação já está prevista, quer em grupos de trabalho criados para a resolução de problemas que visem a melhoria da escola. Isto pode ser concretizado se as escolas ajudarem na formação e manutenção das Associações de Pais (facilitando espaço físico, dando informações sobre os procedimentos necessários à sua formação, alertando para a sua importância, promovendo reuniões de coordenação com a direcção da escola, divulgando a sua existência), se procurarem cativar pais de todas os níveis socioeconómicos, etnias e diferentes grupos profissionais presentes na escola a fazerem parte das Associações e criarem grupos de reflexão sobre problemáticas-chave (por exemplo, problemas de falta de recursos, problemas de indisciplina, etc.), onde incluam representantes dos pais e também dos alunos.”79

Colaboração e intercâmbio com a comunidade: está relacionada o

envolvimento da comunidade, assim é fundamental que a escola procure

partilhar as suas responsabilidades e recursos com diferentes instituições e

organismos locais (Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Centro de Saúde,

Instituições de Solidariedade Social e Associações recreativas e culturais), com

o intuito de estabelecer parcerias. Para Barros, Pereira e Goes (2008) é

importante manter as famílias e os alunos informados acerca das actividades e

79 BARROS, Luísa, PEREIRA, Ana Isabel e GOES, Ana Rita, Educar com Sucesso – manual para técnicos e pais, Lisboa, Texto Editores e EPIS – Empresários Pela Inclusão Social, 2008, pág. 157;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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recursos que podem encontrar junto da comunidade, como actividades de

tempos livres, actividades culturais e recreativas, serviços sociais e de saúde;

colaborar com diferentes entidades de forma a promover actividades de

formação/sensibilização aos pais e aos alunos; desenvolver programas de

ajuda comunitária; e promover a integração e transição dos alunos para outras

instituições de ensino ou trabalho.

Face ao envolvimento e participação dos pais na escola, importa sublinhar

que os programas de envolvimento parental devem iniciar pelo fortalecimento

de laços comunicacionais. Alguns estudos comprovam que quando escola e

família comunicam de forma eficaz:

“os pais têm mais probabilidades de estabelecer uma relação de confiança e um clima de cooperação com o professor e com a escola, as interacções entre a escola e a família aumentam, os pais percepcionam a escola e os seus profissionais de forma mais positiva, entendem melhor as políticas da escola e a acção dos professores, acompanham melhor os progressos da criança”.80

Carneiro (2001) sustenta que os pais devem ter uma participação mais

activa na escola, só que:

“Não há fórmulas mágicas para mobilizar os pais para as questões que dizem respeito à educação e ao ensino e aumentar a sua participação em quantidade e qualidade na vida da escola. o direito de participação, como qualquer outro direito, acarreta um dever, o dever de participar. A democracia participativa não é algo para «os outros», mas para cada cidadão, ainda que seja «incómoda» para o próprio e possa «incomodar» terceiros”.81

Face ao exposto, o autor apresenta algumas iniciativas promotoras de uma

maior participação e envolvimento dos pais na escola, destacando:

desenvolvimento de espaços para que as autoridades ligadas à educação

reconheçam a contribuição dos pais na escola, através de legislação

apropriada, de referências públicas continuadas na comunicação social e de

consideração pelo papel dos representantes das associações; concertação

entre os pais e a escola no que se refere aos horários que melhor se adeqúem

à participação de um maior número de pais; presença dos pais como parceiros,

desde o primeiro momento, seja na elaboração do projecto educativo da

escola, seja nas acções destinadas à sua concretização; assunção de 80 CANAVARRO, José Manuel de Albuquerque Portocarrero, “Envolvimento Parental na Escola e Ajustamento Emocional e Académico – um estudo longitudinal com crianças do ensino básico”, Projecto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian – Projectos de Pesquisa Educativa no País – 2002, http://www.ese-jdeus.edu.pt/projectoepe/sug/sugestoes.html, 16 de Junho de 2011; 81 CARNEIRO, Roberto (dir.), “Aprender a Participar”, Educar Hoje – Enciclopédia dos Pais, Volume III, Janeiro de 2001, pág. 61;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

43

responsabilidades pelos pais, com valorização do seu contributo; divulgação

das boas notícias sobre o comportamento escolar ou educativo; colaboração

para resolver situações menos agradáveis em relação aos filhos e à disciplina

escolar; contribuição nas diversas áreas da sua actividade sócio-económica,

cultural e política e testemunho sobre as suas vivências e perspectivas; e a

deslocação à escola, a fim de apreciarem os trabalhos ou representações dos

seu filhos (peças de teatro, exposições, torneios desportivos, convívios em dias

festivos), sendo desejável e eficaz o envolvimento dos próprios pais nessas

actividades, ao lado dos filhos.

2.3. A relação família e escola na Legislação Aos pais/famílias estão consagrados direitos e deveres, entre os quais o

dever de participar na educação dos filhos e dos membros do agregado

familiar. Dada a sua natureza, os direitos e deveres dos pais/famílias,

relativamente à educação, estão presentes em diversos documentos

normativos legais, destacando a Constituição da República Portuguesa (CRP),

Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), o Estatuto do Aluno, Lei do

Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos

da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário e a Lei sobre

Autonomia e Gestão das Escolas.

2.3.1. Constituição da República Portuguesa

A Constituição da República Portuguesa (CRP) declara no artigo 67.º, n.º 2,

alínea b) e c) que “incumbe, designadamente ao Estado para protecção da

família: promover a criação e garantir o acesso a uma rede nacional de creches

e de outros equipamentos sociais de apoio à família […] e cooperar com os

pais na educação dos filhos”.

Esta cooperação entre Estado e pais, leva a que as famílias tenham o direito

de escolher o projecto de educação que querem para os filhos e sujeita o

Estado a criar condições para concretizar os projectos educativos.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

44

O reconhecimento da missão dos pais enquanto principais e primeiros

responsáveis pela educação dos filhos é também objecto de garantia

Constitucional, quando no artigo 68.º, n.º1, da CRP afirma que “os pais e as

mães têm direito à protecção da sociedade e do Estado na realização da sua

insubstituível acção em relação aos filhos, nomeadamente quanto à sua

educação, com garantia de realização profissional e de participação na vida

cívica do país”.

Por sua vez, a CRP, em defesa dos direitos da criança determina no artigo

68.º, n.º4, que “a lei regula a atribuição às mães e aos pais de direitos de

dispensa de trabalho por período adequado, de acordo com os interesses da

criança e as necessidades do agregado familiar”.

Além dos direitos fundamentais assegurados aos pais, a CRP relativamente

à política de ensino, no artigo 74.º, n.º1, estipula que “todos têm direito ao

ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito

escola” e que, artigo 74.º, n.º2, na realização da política de ensino incumbe ao

Estado: “a) assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito; b) criar

um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré-escolar; c)

garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo; d) garantir a todos

os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos graus mais elevados

do ensino, da investigação científica e da criação artística; e) estabelecer

progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino; f) inserir as

escolas nas comunidades que servem e estabelecer a interligação do ensino e

das actividades económicas, sociais e culturais; g) promover e apoiar o acesso

dos cidadãos portadores de deficiência ao ensino e apoiar o ensino especial,

quando necessário”.

Estes artigos não são mais do que um conjunto de deveres atribuídos ao

Estado, definidos no sentido que cada cidadão possa superar um conjunto de

desigualdades de cariz económico, social e cultural, através das habilitações

que a escola proporciona. Destaca-se aqui, a alínea f) onde é evidenciada a

educação como um processo localizado, o que implica a construção e

implementação de uma escola inserida no meio, que seja comunidade

educativa.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

45

A CRP faz também referência à participação democrática do ensino onde no

artigo 77.º, n.º2, indica que “a lei regula as formas de participação das

associações de professores, de alunos, de pais, das comunidades e das

instituições de carácter científico na definição da política de ensino”. Por sua

vez, esta norma remete-nos para outra norma constitucional mais ampla, artigo

9.º, alínea c), quando declara que uma tarefa fundamental do Estado é

“defender a democracia política, assegurar e incentivar a participação

democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais”.

2.3.2. Lei de Bases do Sistema Educativo

A Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) estabelece o quadro geral do

sistema educativo e corresponde à Lei n.º46/86, de 14 de Outubro. A primeira

alteração à Lei n.º46/86, de 14 de Outubro surge com a Lei n.º 115/97, de 19

de Setembro, seguida da Lei n.º 45/2005, de 30 de Agosto.

A LBSE define o sistema educativo como “conjunto de meios pelo qual se

concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia de uma

permanente acção formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global

da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade” (artigo

1.º, n.º2).

Explicita ainda que a educação integral do aluno deve ser considerada um

objectivo estratégico, ao estabelecer, no artigo 3.º, que o sistema educativo

organiza-se de forma a “b) Contribuir para a realização do educando, através

do pleno desenvolvimento da personalidade, da formação do carácter e da

cidadania, preparando-o para uma reflexão consciente sobre os valores

espirituais, estéticos, morais e cívicos e proporcionando-lhe um equilibrado

desenvolvimento físico […] d) Assegurar o direito à diferença […] g)

Descentralizar, desconcentrar e diversificar as estruturas e acções educativas

de modo a proporcionar uma correcta adaptação às realidades, um elevado

sentido de participação das populações, uma adequada inserção no meio

comunitário e níveis de decisão eficientes”.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

46

Relativamente ao acesso à educação, a LBSE, garante a todos os

portugueses o direito à educação e à cultura, a uma justa e efectiva igualdade

de oportunidades no acesso e sucesso escolares. Artigo 2.º, n.º3, ressalva “ no

acesso à educação e na sua prática é garantido a todos os portugueses o

respeito pelo princípio da liberdade de aprender e de ensinar com tolerância

para com as escolhas possíveis, tendo em conta, designadamente, os

seguintes princípios: a) O Estado não pode atribuir-se o direito de programar a

educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas,

políticas, ideológicas ou religiosas; b) O ensino público não será confessional;

c) É garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas”.

Quanto aos pais/famílias e às APEE, a LBSE, estabelece;

- O sistema educativo organiza-se de forma “assegurar o direito à diferença,

mercê do respeito pelas personalidades e pelos projectos individuais da

existência, bem como da consideração e valorização dos diferentes saberes e

culturas”. (artigo 3.º, alínea d);

- O sistema educativo contribui “para desenvolver o espírito e a prática

democráticos, através da adopção de estruturas e processos participativos na

definição da política educativa, na administração e gestão do sistema escolar e

na experiência pedagógica quotidiana, em que se integram todos os

intervenientes no processo educativo, em especial os alunos, os docentes e as

famílias”. (artigo 3.º, alínea l);

- “A administração e gestão do sistema educativo devem assegurar o pleno

respeito pelas regras de democraticidade e de participação que visem a

consecução de objectivos pedagógicos e educativos, nomeadamente no

domínio da formação social e cívica”. (artigo 43.º, n.º1);

- “O sistema educativo deve ser dotado de estruturas administrativas de

âmbito nacional, regional autónomo, regional e local, que assegurem a sua

interligação com a comunidade mediante adequados graus de participação dos

professores, dos alunos, das famílias, das autarquias, de entidades

representativas das actividades sociais, económicas e culturais e ainda de

instituições de carácter científico” (artigo 43.º, n.º2).

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

47

2.3.3. Estatuto do Aluno

A Lei n.º30/2002, de 20 de Dezembro corresponde ao Estatuto do Aluno dos

Ensinos Básico e Secundário. A primeira alteração dá-se com a Lei n.º 3/2008,

de 18 de Janeiro, seguida da Lei n.º 39/2010, de 2 de Setembro.

No que diz respeito ao papel dos encarregados de educação, a Lei n.º

39/2010, no artigo 6.º, ponto 1, reconhece aos encarregados de educação a

“especial responsabilidade, inerente ao seu poder-dever de dirigirem a

educação dos seus filhos e educandos, no interesse destes, e de promoverem

activamente o desenvolvimento físico, intelectual e cívico dos mesmos”.

Ainda no mesmo artigo, ponto 2, nos termos da responsabilidade referida no

número anterior, refere os aspectos que competem aos encarregados de

educação, designadamente:

“a) Acompanhar activamente a vida escolar;

b) Promover a articulação entre a educação na família e o ensino escolar;

c) Diligenciar para que o seu educando beneficie efectivamente dos seus

direitos e cumpra rigorosamente os deveres que lhe incumbem de correcto

comportamento e empenho no processo de aprendizagem;

d) Contribuir para a criação e execução do projecto educativo e do

regulamento interno da escola e participar na vida da escola;

e) Cooperar com os professores no desempenho da sua missão pedagógica,

em especial quando para tal forem solicitados;

f) Contribuir para o correcto apuramento dos factos em procedimento de

índole disciplinar instaurado ao seu educando e, sendo aplicada a este medida

correctiva ou medida disciplinar sancionatória, diligenciar para que a mesma

prossiga os objectivos de reforço da sua formação cívica, do desenvolvimento

equilibrado da sua personalidade, da sua capacidade de se relacionar com os

outros, da sua plena integração na comunidade educativa e do seu sentido de

responsabilidade;

g) Contribuir para o correcto apuramento dos factos em procedimento de

índole disciplinar instaurado ao seu educando e, sendo aplicada a este medida

correctiva ou medida disciplinar sancionatória, diligenciar para que a mesma

prossiga os objectivos de reforço da sua formação cívica, do desenvolvimento

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

48

equilibrado da sua personalidade, da sua capacidade de se relacionar com os

outros, da sua plena integração na comunidade educativa e do seu sentido de

responsabilidade;

h) Contribuir para a preservação da segurança e integridade física e

psicológica de todos os que participam na vida da escola;

i) Integrar activamente a comunidade educativa no desempenho das demais

responsabilidades desta, em especial, informando-se, sendo informado e

informando sobre todas as matérias relevantes no processo educativo dos seus

educandos;

j) Comparecer na escola sempre que julgue necessário e quando para tal for

solicitado;

k) Conhecer o estatuto do aluno, o regulamento interno da escola e

subscrever, fazendo subscrever igualmente aos seus filhos e educandos,

declaração anual de aceitação do mesmo e de compromisso activo quanto ao

seu cumprimento integral”.

O mesmo artigo indica ainda que “os pais e encarregados de educação são

responsáveis pelos deveres de assiduidade e disciplina dos seus filhos e

educandos” (ponto 3).

2.3.4. Lei do Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário

Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de Abril, refere-se ao regime de autonomia,

administração e gestão escolar e indica que este regime orienta-se pelos

princípios da igualdade, da participação e da transparência.

No capítulo I, Artigo 3.º, ponto 2, alínea c) indica que um dos objectivos

principais passa pelo “assegurar a participação de todos os intervenientes no

processo educativo, nomeadamente dos professores, dos alunos, das famílias,

das autarquias e de entidades representativas das actividades e instituições

económicas, sociais, culturais e científicas, tendo em conta as características

específicas dos vários níveis e tipologias de educação e de ensino”.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

49

A mesma lei salvaguarda a participação dos pais ao nível dos órgãos de

gestão, destacando no capítulo III, Artigo 10.º, ponto 2, alínea a) e c) que a

administração e gestão são asseguradas por órgãos próprios, designadamente

“O conselho geral; […] O conselho pedagógico”. Relativamente ao conselho

geral o capítulo III, artigo 12.º, n.º 2, indica que “na composição do conselho

geral tem de estar salvaguardada a participação de representantes do pessoal

docente e não docente, dos pais e encarregados de educação, dos alunos, do

município e da comunidade local”.

Face ao conselho pedagógico diz-nos no artigo 31.º que ele é “o órgão de

coordenação e supervisão pedagógica e orientação educativa” e que na sua

composição que haver “representação dos pais e encarregados de educação”

(artigo 32.º, ponto 1, alínea c) e que os “representantes dos pais e

encarregados de educação são designados pelas respectivas associações e,

quando estas não existam, nos termos a fixar pelo regulamento interno” (artigo

32.º, ponto 4).

2.3.5. Lei sobre Gestão e Autonomia das Escolas – Representantes de Turma

Hoje em dia, os encarregados de educação são responsabilizados a

desempenharem um papel mais activo no percurso escolar dos seus

educandos. Assim, o Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, com alterações

da Lei n.º 24/99, de 22 de Abril, define a participação activa dos

pais/encarregados de educação, quer nos órgãos de gestão da escola, quer

nas estruturas de orientação educativa, numa cultura de responsabilidade

partilhada, como contributo para o aumento da qualidade do ensino e da

educação.

Neste documento, no capítulo IV, secção I, artigo 36.º, ponto 1, alínea c), é

referido que “em cada escola, a organização, o acompanhamento e a avaliação

das actividades a desenvolver com as crianças ou com os alunos pressupõem

a elaboração de um plano de trabalho, o qual deve integrar estratégias de

diferenciação pedagógica e de adequação curricular para o contexto da sala de

actividades ou da turma, destinadas a promover a melhoria das condições de

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

50

aprendizagem e a articulação escola-família, sendo da responsabilidade do

conselho de turma, nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e no ensino

secundário, constituído pelos professores da turma, por um delegado dos

alunos e por um representante dos pais e encarregados de educação”. Assim,

ao nível de cada turma, está considerado o direito de representação colectiva

dos encarregados de educação por um representante. Esse direito está

consagrado e determina que do conselho de turma fazem parte professores,

um delegado dos alunos e também um representante dos pais e encarregados

de educação. Portanto, o representante dos encarregados de educação

participa na organização, acompanhamento e avaliação das actividades a

desenvolver com os alunos e na elaboração de um plano de trabalho. Os pais e

encarregados de educação apenas não participam nas reuniões destinadas à

avaliação sumativa dos alunos (capítulo IV, secção I, artigo. 36.º, ponto 3).

O Decreto-Lei n.º 115-A/98 estabelece ainda, no capítulo V, artigo 40.º, que

“aos pais e alunos é reconhecido o direito de participação na vida da escola”.

2.3.6. Lei das Associações de Pais e Encarregados de Educação

Os direitos e deveres dos pais em relação à sua participação na escola

encontram-se previstos em diversos normativos legais como já referimos

anteriormente. No que respeita às APEE, a Lei das Associações de Pais está

inscrita no Decreto-lei n.º 372/90, de 27 de Novembro, alterada pelo Decreto-

Lei n.º 80/99, de 16 de Março e Lei n.º 29/2006, de 4 de Julho.

Segundo o artigo 2.º as AP “visam a defesa e a promoção dos interesses

dos seus associados em tudo quanto respeita à educação e ensino dos seus

filhos e educandos que sejam alunos da educação pré-escolar ou dos ensinos

básico ou secundário, público, particular ou cooperativo”, além de gozarem “de

autonomia na elaboração e aprovação dos respectivos estatutos e demais

normas internas, na eleição dos seus corpos sociais, na gestão e

administração do seu património próprio, na elaboração de planos de

actividade e na efectiva prossecução dos seus fins” (artigo 4.º).

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

51

As AP aquando da sua constituição “devem aprovar os respectivos

estatutos” (artigo 5.º, ponto 1), para que após aprovação “os estatutos devem

ser depositados na Secretaria-Geral do Ministério da Educação,

acompanhados de uma lista dos respectivos outorgantes, com identificação

completa e morada de cada um, e de certificado de admissibilidade da

denominação da associação, emitido pelo Registo Nacional de Pessoas

Colectivas” (ponto 2). Posteriormente o “Ministério da Educação remeterá cópia

dos documentos referidos no número anterior à Procuradoria-Geral da

República para controlo de legalidade, após o que promoverá a respectiva

publicação gratuita no Diário da República” (ponto 3). Estas podem “agrupar ou

filiar em uniões, federações ou confederações, de âmbito local, regional,

nacional ou internacional, com fins idênticos ou similares aos seus” (artigo 8.º).

Os direitos das AP estão presentes no artigo 9.º e estes podem ser a nível

de estabelecimento ou agrupamento ou a nível nacional, regional ou local. Ao

nível de estabelecimento ou agrupamento o ponto 1 do artigo 9.º sublinha:

a) Participar, nos termos do regime de autonomia, administração e gestão

dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e

secundário na definição da política educativa da escola ou agrupamento;

b) Participar, nos termos da lei, na administração e gestão dos

estabelecimentos de educação ou de ensino;

c) Reunir com os órgãos de administração e gestão do estabelecimento de

educação ou de ensino em que esteja inscrita a generalidade dos filhos e

educandos dos seus associados, designadamente para acompanhar a

participação dos pais nas actividades da escola;

d) Distribuir a documentação de interesse das associações de pais e afixá-la

em locais destinados para o efeito no estabelecimento de educação ou de

ensino;

e) Beneficiar de apoio documental a facultar pelo estabelecimento de

educação ou de ensino ou pelos serviços competentes do Ministério da

Educação”.

No que respeita às reuniões com os órgãos de administração e gestão estas

“podem ter lugar sempre que qualquer das referidas entidades o julgue

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

52

necessário” (artigo 12.º, ponto 1), assim como “pode a associação de pais

solicitar aos órgãos de administração e gestão do estabelecimento de

educação ou de ensino que sejam convocados para as reuniões outros

agentes do mesmo estabelecimento” (ponto 2). Por sua vez, face aos órgãos

de administração e gestão existe ainda o dever de colaboração (artigo 14.º).

As AP podem ter o estatuto de utilidade pública e tem um reconhecimento

especial usufruindo de benefícios ao nível da “a) organização de actividades de

enriquecimento curricular no âmbito do prolongamento de horário e da escola a

tempo inteiro; b) Organização de actividades de apoio às famílias” (artigo 15.º

A, ponto 2, alínea a) e b)). Por último, importa ainda referir que o artigo 17.º

ressalva que as AP “regem-se pelos respectivos estatutos, pelo presente

diploma e, subsidiariamente, pela lei geral sobre o direito de associação”.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

53

CAPÍTULO III - TRABALHO DE INTERVENÇÃO – REVITALIZAÇÃO DE UMA APEE

Este capítulo apresenta uma reflexão acerca da intervenção realizada, no

Concelho de Vila do Conde, sobre a temática Família, Escola e Comunidade –

O papel das APEE do Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira, dando a

conhecer as diversas etapas de actuação que levaram à concretização do

objectivo final - a revitalização da Associação de Pais do Agrupamento de

Escolas da Junqueira - APAEJ.

O trabalho de investigação/intervenção integrou o protocolo de colaboração

existente no âmbito do Contrato Local de Desenvolvimento Social - CLDS, a

Escola de Ensino Especial do Movimento Apoio ao Diminuído Intelectual -

MADI, a Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti – ESEPF (Centro

de Investigação de Paula Frassinetti – CIPAF e o Departamento de Educação

Social), a Comissão Social Interfreguesias Norte do AVE – CSIFNA e o

Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira – AVEJ. Este protocolo visa

promover e regular a intervenção de diversos actores junto de famílias

vulneráveis e/ou em risco de exclusão social no território de Vila do Conde e

que estão abrangidas pelo CLDS, designadamente as famílias com crianças a

frequentar o AVEJ.

O protocolo de colaboração estabelecido tem a duração de três anos,

iniciando em Novembro de 2009 e decorrendo até Março de 2012

Da análise documental e do trabalho desenvolvido com a Equipa da ESEPF

e do CLDS, resultou um trabalho de colaboração e parceria, onde surgiu a

necessidade de desenvolver um estudo aprofundado, com início em Janeiro de

2011, acerca das APEE do Agrupamento, apostando numa actuação inspirada

na lógica participativa, tão defendida pela intervenção comunitária. Neste

sentido, desenvolver um estudo que apostasse na intervenção comunitária e

que envolvesse agentes educativos (encarregados de educação,

professores/educadores, entre outros interventores) tornou-se fundamental, na

medida em ambicionávamos:

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

54

• Compreender a relação existente entre família-escola-comunidade;

• Perceber a organização e dinâmica das Associações de Pais e

Encarregados de Educação pertencentes ao Agrupamento Vertical de

Escolas da Junqueira - AVEJ, visto que a informação que detínhamos

era a existência de cinco Associações, das quais três estavam

inactivas (Rio Mau, Arcos e Junqueira);

• Incentivar os pais e encarregados de educação para a aproximação

ao meio escolar, fomentando a participação e o envolvimento.

Reconhecendo que a escola, enquanto comunidade educativa, necessita da

participação de todos os intervenientes no processo educativo, em particular os

pais/EE, o problema central deste estudo focalizou-se nas interacções entre

família e escola e através dela pretendeu-se saber se “a intervenção

comunitária constitui uma prática facilitadora na reconstrução e

dinamização da APAEJ”.

A abordagem ao problema central foi facilitada pela colocação de duas

hipóteses teóricas, sendo elas:

• “O envolvimento parental, no contexto escolar, funciona como um

meio facilitador no desenvolvimento de práticas educativas de/para o

sucesso.”

• “A existência de uma Associação de Pais e Encarregados de

Educação activa, na comunidade educativa, desperta os pais e/ou

encarregados de educação para a participação e um maior interesse

por iniciativas que fomentem a relação família-escola.”

Assim, com o intuito de conhecermos a perspectiva das famílias/pais

desenvolveu-se um trabalho de investigação-acção, junto das APEE existentes

no Agrupamento que demonstraram disponibilidade e abertura em colaborar e

ser elementos activos no decorrer de todo o processo. A partir do trabalho

desenvolvido com o Subdirector do Agrupamento e os dirigentes associativos

foi possível entender os problemas que afectam as relações existentes entre os

dois agentes educativos - família e escola, bem como as representações que

existem entre eles, além de percebermos as causas que levam ao surgimento

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

55

de comportamentos/atitudes baseados no afastamento ou quase inexistente

estabelecimento de relações entre ambos.

Neste estudo, como em qualquer investigação os investigadores foram

orientados por determinados objectivos operacionais. Promover uma relação

de cooperação entre família, escola e comunidade foi considerado o objectivo

geral e dele advieram uma série de objectivos específicos, designadamente:

• Conhecer as Associações de Pais e Encarregados de Educação do

Agrupamento, sua organização e dinâmica;

• Conhecer as representações que os pais, que integram a APEE, têm

acerca da escola;

• Analisar a importância que os pais, enquanto dirigentes associativos,

atribuem à sua integração e participação no meio escolar;

• Criar iniciativas que dêem sustentabilidade à Associação de Pais e

Encarregados de Educação do Agrupamento e que envolvam

directamente os pais.

3.1. Opções metodológicas “A aplicação dos conhecimentos teóricos, em diferentes dimensões do saber, e

em estreita articulação com as metodologias e experiências associadas à prática profissional, conduzem à concepção e desenvolvimento de projectos de investigação/intervenção”.82

Toda a pesquisa tem como objectivo a obtenção de dados que possibilitem

chegar a respostas concretas para um determinado problema, daí o seu

objectivo centrar-se na descoberta de respostas para os problemas mediante a

aplicação de diversas técnicas e metodologias.

Considerando que o problema da investigação remete-nos para o estudo

acerca do envolvimento parental na escola, os modos de envolvimento

praticados e os factores facilitadores do envolvimento, pareceu-nos que o

método de investigação, mais eficaz, seria o método qualitativo, apostando

numa abordagem predominantemente interpretativa. Quanto às técnicas,

encaramos que aquelas que podiam constituir um suporte metodológico

82 http://www.esepf.pt/a_2ciclo/docs_intcom/descr_int_com_09_v5.pdf, 12 de Janeiro de 2011;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

56

enquadrador das hipóteses teóricas eram as técnicas de recolha de informação

não documental como a participação e a observação, diário de bordo83 e a

entrevista, tendo sido aplicada dois tipos de entrevista – a exploratória e a

semi-directiva.

No decorrer do trabalho de investigação/intervenção foram realizadas

leituras que permitiram conceptualizar a problemática teórica através da

perspectiva de diferentes autores/investigadores. Foi consultada e analisada

bibliografia de natureza diversa, desde artigos científicos, teses de

mestrado/trabalhos de investigação para a obtenção de grau académico,

particularmente as dissertações de mestrado, além da internet e a análise de

documentos secundários. Para a redacção final do trabalho de

investigação/intervenção utilizamos todas as informações registadas ao longo

do trabalho empírico, resultantes da análise e discussão dos resultados.

Neste estudo, o termos optado pela investigação qualitativa prendeu-se com

o facto de em educação esta assumir muitas formas e poder ser conduzida em

múltiplos contextos, além de que os dados recolhidos, designados por

qualitativos, serem “ricos em pormenores descritivos relativamente a pessoas,

locais e conversas, e de complexo tratamento estatístico”.84 Segundo Bodgan e

Biklen (1994: 47-51) a investigação qualitativa, possui cinco características

fundamentais:

- “A fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador

o instrumento principal” - o investigador recolhe os dados tendo em atenção o

contacto directo com os sujeitos e os contextos naturais, pois entende que as

acções podem ser melhor compreendidas quando são observadas no seu

ambiente natural;

- “É descritiva” - os resultados escritos assumem particular relevância, na

medida em que contêm citações fulcrais de grande complexidade e “riqueza”.

O fundamental é que a recolha dos dados seja principalmente descritiva acerca

das pessoas e das situações. Os dados podem incluir transcrições de

83 Anexo 2 – Diário de Bordo; 84 BODGAN, Robert, BIKLEN, Sari, Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução à Teoria e aos Métodos, Porto Editora, 1994, pág. 16;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

57

entrevistas, notas de campo, fotografias, vídeos, documentos pessoais,

memorandos e outros registos oficiais;

- “Interesse focalizado mais no processo do que nos resultados ou produtos”.

As estratégias qualitativas preocupam-se com as actividades, procedimentos,

interacções do quotidiano e focam-se no modo como as definições se formam;

- “A análise dos dados tende a ser feita de forma indutiva”. Vai-se

construindo um quadro que vai ganhando forma à medida que se recolhem e

examinam os dados, e as abstracções são construídas à medida que os dados

recolhidos vão sendo agrupados;

- “O significado é de importância vital na abordagem qualitativa”. Esta

privilegia a compreensão dos comportamentos a partir da perspectiva dos

participantes, os investigadores “estão interessados no modo como diferentes

pessoas dão sentido às suas vidas”85 e no perceber “aquilo que eles

experimentam, o modo como eles interpretam as suas experiências e o modo

como eles próprios estruturam o mundo em que vivem” (Psathas, 1973, cit.

Bogdan e Biklen, 1994: 51).

Importa referir que neste estudo, para melhor conhecer e interpretar as

interacções entre família e escola e toda a sua complexidade, foi necessário

dar “voz” aos pais e à escola para, posteriormente, analisarmos a perspectiva

de cada um dos intervenientes. Este facto levou a que o investigador tivesse

que integrar o mundo dos agentes envolvidos, com o intuito de dar-se a

conhecer, tentar conhecê-los e ganhar a sua confiança.

3.2. Caracterização do meio e do contexto educacional em estudo

Para um conhecimento mais aprofundado acerca do terreno empírico do

trabalho de investigação/intervenção, foi efectuado um estudo prévio acerca do

Concelho de Vila do Conde e do Agrupamento, a fim de conhecer a realidade,

obter dados concretos e detectar necessidades. A recolha destes elementos

tornou-se fundamental para medir os efeitos directos e imediatos do projecto,

85 Ibidem, pág. 50;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

58

assim como verificar o impacto que ele poderia vir a produzir. Esta primeira

fase do trabalho designou-se de diagnóstico.

Do diagnóstico preliminar e da análise documental efectuada a diversos

documentos referenciados pelo CLDS, designadamente Plano de

Desenvolvimento Social da Rede Social de Vila do Conde, o Diagnóstico de

Freguesias do CLDS e o Projecto Educativo do Agrupamento de Escolas da

Junqueira, detectou-se uma necessidade de intervenção no âmbito das

famílias, nomeadamente das famílias “ausentes da escola”. Após identificação

do campo de acção este permitiu perceber que o caminho da intervenção

passava por qualificar a relação entre família, escola e comunidade,

potenciando o sucesso das famílias e trabalhando competências do agregado

familiar em distintos níveis e eixos de intervenção. Assim, passaremos a

apresentar os dados recolhidos na fase de diagnóstico que permitiram ter a

noção do contexto e das pessoas e comunidade alvo da intervenção.

3.2.1. Breve caracterização de Vila do Conde e da Zona Norte do Ave

Segundo o Diagnóstico Social de Vila do Conde (2007) o diagnóstico é um:

“instrumento de planeamento para o desenvolvimento […] permite um conhecimento mais aprofundado e cientificamente fundamentado da realidade social do Concelho e contribui para a […] identificação dos problemas e das potencialidades dos grupos populacionais em relação a padrões de qualidade de vida, considerados a partir dos direitos de cidadania num sentido mais amplo de combate à pobreza e exclusão social.”86

Vila do Conde situa-se a noroeste de Portugal, na costa do Oceano

Atlântico, estando circunscrita pelos municípios da Póvoa do Varzim, Vila Nova

de Famalicão, Trofa, Maia e Matosinhos. O concelho de Vila do Conde integra

o distrito do Porto e pertence à Grande Área Metropolitana do Porto (GAMP),

na NUT III do Grande Porto e na NUT II da Região Norte.

Este Concelho ocupa uma posição privilegiada, na medida que integra um

eixo territorial dinâmico quer ao nível demográfico, quer económico. A sua

posição geográfica constitui uma mais-valia para o desenvolvimento e a

competitividade, devido às acessibilidades, à proximidade com o mar e à 86 Diagnóstico Social de Vila do Conde, Rede Social de Vila do Conde, Junho, 2007, pág. 2-3;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

59

vertente turística e de lazer. A grande ameaça centra-se na proximidade de dos

centros urbanos de Porto e Viana do Castelo, que sendo dinâmicos, tendem a

segregar para o seu território as populações mais próximas.

No que respeita ao território, Vila do Conde é um dos concelhos mais vastos

da Grande Área Metropolitana do Porto contando com uma área de 148,97km2,

por sua vez, apresenta uma das mais baixas densidades populacionais com

apenas 509,94 habitantes /km2.87 Do território fazem parte trinta freguesias –

Arcos, Árvore, Aveleda, Azurara, Bagunte, Canidelo, Fajozes, Ferreiró, Fornelo,

Gião, Guilhabreu, Junqueira, Labruge, Macieira, Malta, Mindelo, Modivas,

Mosteiró, Outeiro, Parada, Retorta, Rio Mau, Tougues, Touguinha, Touguinhó,

Vairão, Vila Chã, Vila do Conde, Vilar e Vilar do Pinheiro. A maior densidade

populacional reside na sede do concelho com 25731 habitantes e na zona

litoral, designadamente na freguesia de Árvore (4271 habitantes), Mindelo

(3402 habitantes) e Vila Chã (2957 habitantes).88

Uma das particularidades do concelho de Vila do Conde prende-se com o

facto de albergar o maior número de empresas ligadas com o ramo da

agricultura e da pesca. As empresas direccionadas ao comércio por grosso e a

retalho, construção, indústrias transformadoras, alojamento e restauração,

também estão presentes e revelam a existência de um grande dinamismo

económico. No entanto, são as explorações agrícolas que assumem um papel

de destaque devido às características do concelho.

No que concerne a problemas sociais, Vila do Conde, é uma zona que

revela a existência de diversos problemas e dificuldades em que os

estrangulamentos e as potencialidades são diferentes entre freguesias. Os

principais problemas do concelho centram-se no “crescente envelhecimento e

regressão populacional, tecido empresarial e produtivo muito frágil, mão-de-

obra desqualificada, elevadas taxas de desemprego e baixos índices de

escolarização”.89 Perante este cenário a Rede Social tem vindo a apostar na

“Constituição de um Território Plural”90 e, para uma melhor detecção dos

problemas, constituíram grupos de freguesias, sendo o grupo de freguesias em

87 Ibidem, pág. 17; 88 Ibidem, idem, pág. 24; 89 Ibidem, idem, pág. 41; 90 Título dado ao Capítulo II do Diagnóstico Social de Vila do Conde, pág. 10;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

60

estudo, o referente à zona Norte do Ave – composta por Arcos, Bagunte,

Ferreiró, Junqueira, Outeiro Maior, Parada, Rio Mau, Touguinha e Touguinhó.

Relativamente às problemáticas sociais existentes nas freguesias a Norte do

Ave, o Diagnóstico da Rede Social de Vila do Conde indica: “isolamento dos

idosos e desertificação; falta de estruturas de apoio social (creches e centros

de dia; ausência de mecanismos de fixação da população juvenil; insuficiência

de transportes públicos para acesso à sede do Concelho; ausência de

habitação/terrenos para construção e reduzida habitação o que se traduz na

saída da população jovem; abandono escolar e fenómenos de dupla ocupação

escola/trabalho; e existência de jovens com necessidades educativas especiais

com falta de perspectivas de integração – ausência de oferta de estruturas de

emprego protegido”91.

O diagnóstico efectuado pelo CLDS de Vila do Conde, também deu

possibilidade de conhecer e compreender a realidade da zona em estudo,

através das entrevistas e dos contactos efectuados com diversos serviços

centrais. As entrevistas aos Presidentes de Junta de Freguesia, permitiram

constatar que as freguesias dispõem de serviços que são dinamizados pelas

Juntas de Freguesia, sendo evidenciada a “forte presença da resposta das

novas oportunidades em praticamente todas as juntas”, o transporte escolar,

serviços de apoio à comunidade e o posto de multibanco. No que respeita aos

recursos humanos as Juntas dispõem de pessoal diferenciado, embora

“nenhuma disponha de recursos técnicos (com excepção das técnicas dos

Gabinetes de Inserção Profissional - GIPs que asseguram os serviços na área

do emprego) ”. Ao nível dos equipamentos estas têm espaços desportivos,

designadamente “ringues, polidesportivos, campos de futebol”.

No que respeita às Associações e Instituições locais prevalece os grupos de

danças e cantares (ranchos folclóricos) e as associações desportivas em que a

maioria centra-se no futebol, sendo “poucas as associações que dinamizam

diferentes modalidades desportivas”. A presença de Instituições Particulares de

Solidariedade Social – IPSS (Junqueira e Touguinha), Escuteiros (Arcos e

Junqueira), Grupo de Teatro (Ferreiró), Conferência Vicentina (Bagunte) e 91

Diagnóstico Social de Vila do Conde, Rede Social de Vila do Conde, Junho, 2007 pág. 44-46;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

61

Escola Música (Arcos) existem na Zona Norte do Ave, mas não têm

representatividade em todas as freguesias.

Relativamente aos problemas e potencialidades foram identificados:

• Problemas - alcoolismo e violência doméstica (Arcos); 1ª infância/ATL

(Arcos, Bagunte e Outeiro Maior); terceira idade (Arcos, Bagunte,

Outeiro Maior e Rio Mau); falta de transporte (Outeiro Maior e

Touguinha); desemprego (Junqueira e Rio Mau); e toxicodependência

(Bagunte e Junqueira).

• Potencialidades - turismo rural (Arcos e Bagunte); agricultura (Arcos);

empresas empregadores (Ferreiró e Touguinha); atrair habitantes

(Ferreiró, Parada e Touguinha); acessos (Rio Mau e Touguinha);

potencialidades naturais (Bagunte e Touguinha); novos equipamentos

(Ferreiró, Junqueira e Touguinhó); centralidade (Junqueira); e boa

rede de transportes (Parada).

Na entrevista ao representante do Agrupamento Vertical de Escolas da

Junqueira, verificou-se que “são identificadas carências a vários níveis,

nomeadamente económicas (alimentares, vestuário) e afectivas, bem como a

dupla ocupação das crianças principalmente durante os períodos de férias

escolares”; o agrupamento “realiza actividades com as famílias – conferências,

visitas, concursos, arraiais e, apesar disso, todos reconhecem as dificuldades

de articulação e comunicação com as mesmas – existe sempre um grupo de

famílias ao qual parece que a escola não consegue chegar”; e existem

respostas educativas diferenciadas como “clubes, CEF, apoio ao estudo,

intercâmbios com o exterior”.

Como problemas foram apontados “a falta de respostas para as crianças

deficientes (pós idade escolar), carências formativas do pessoal não docente,

pobreza escondida de muitas famílias, o alcoolismo, o desemprego claramente

crescente, a má alimentação de muitas crianças, a baixa escolaridade das

famílias, a falta de espaços, a dificuldade de transporte dos alunos, a existência

de algumas freguesias mais problemática, a falta de envolvimento das famílias,

a identificação de vários casos de crianças sinalizadas á CPCJ”.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

62

Como potencialidades “a boa articulação entre ciclos, melhores condições

de funcionamento do ensino especial, a boa relação entre docentes, uma maior

abertura para a participação dos pais nas actividades propostas pelo

Agrupamento”.

No contacto com os Serviços Centrais foram identificados diversos

problemas, destacando-se:

• Educação - “falta de envolvimento dos pais”;

• Segurança Social - “desemprego, a deficitária rede de transportes do

Concelho e a deficitária cobertura de respostas sociais de algumas

freguesias, em especial 1ª infância e idosos […] problemas de

competências familiares, alcoolismo, sendo sugerido que a

intervenção actuasse como forma preventiva […] problemas

decorrentes da muito baixa escolaridade da população”;

• Saúde - “falta de articulação […] importante aproveitar as alterações

verificadas nas respostas na área da saúde (USF, Agrupamentos de

centros de saúde, criação do conselho da comunidade, unidades de

cuidados à comunidade) iniciar um trabalho mais sistemático”.

• Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) - “a

necessidade de trabalhar a relação família – escola e trabalhar sobre

a problemática do alcoolismo e violência doméstica”.

3.2.2. Breve caracterização Agrupamento de Escolas da Junqueira - AVEJ

A caracterização do Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira tem por

base o Projecto Educativo92 e a análise de alguns documentos de

caracterização facultados pela Direcção do Agrupamento, além de informações

relativas ao CLDS e documentos da equipa da ESEPF.

O AVEJ é composto por onze Jardins-de-infância (J.I), dez Escolas Básicas

do 1º ciclo (EB1) e uma Escola Básica do 2º/3º ciclos (EB2/3). No ano lectivo

92 Segundo o Projecto Educativo da AVEJ – Por uma Cidadania com Sucesso (2009-2013: pág. 5), o projecto educativo “é o documento que estabelece as linhas orientadoras e os objectivos a atingir por um Agrupamento, apresentando-se a toda a comunidade educativa como um conjunto de linhas de orientação e actuação, que definem e conferem identidade à instituição que representa”;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

63

2010-2011 acompanhou 1346 crianças/adolescentes, sendo que o número

mais significativo correspondeu ao Pré-escolar com 224 crianças e ao 1º Ciclo

com 450 alunos.

Quadro 2 - Número de Alunos ano lectivo 2010-2011

Pré-escolar 224 13 11 J.I.

1º ciclo 450 24 10 Escolas

2ºciclo 270 12

1 Escola 3º ciclo 334 16

CEF’s 68 5

Total 1346 Turmas 70 22 Edifícios

Quadro de elaboração própria

Os estabelecimentos de ensino do Agrupamento localizam-se em nove

Freguesias - Arcos, Bagunte, Ferreiró, Junqueira, Outeiro Maior, Parada, Rio

Mau, Touguinha e Touguinhó, sendo aquelas que integram a Zona Norte do

Ave.

A filosofia de trabalho do Agrupamento assenta na mudança e aposta na

“lógica de inclusão e participação de todos os seus membros”93, sem esquecer

a exigência, o humanismo, o trabalho, a responsabilidade e o respeito pelas

normas, ou seja “educar para a cidadania”94.

Relativamente à caracterização da comunidade escolar a maioria dos alunos

advém das Freguesias mais afastadas do litoral, com excepção dos de

Touguinha. São alunos que revelam traços de ruralidade “detectáveis numa

postura algures entre o acanhamento … atavismo… e numa postura de

alheamento (…) face a questões cívicas mais mobilizadoras em meio

urbano”95. Todavia os traços de urbanidade também são evidentes revelando-

se no vestuário, nos hábitos alimentares e no lazer.

93 Projecto Educativo do Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira, “Por uma Cidadania com Sucesso”, Quadriénio 2009-2013, pág.5; 94 Ibidem, pág. 10. O Educar para a cidadania visa alargar os “âmbitos do Saber que incluem diferentes tipos de aprendizagem, não apenas conhecimentos, mas também atitudes de saber fazer, bem como, desenvolver capacidades na área da expressão e comunicação”. 95 Ibidem, idem, pág. 9;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

64

Muitos alunos evidenciam vários tipos de carências que vão desde “as

alimentares às de vestuário, passando pelas afectivas”. O contexto familiar, de

muitos desses alunos, revela a existência de:

“famílias com fracos recursos económicos, de trabalhadores por conta de outrem ou pequenos proprietários rurais; famílias com um reduzido grau de alfabetização e, por vezes, com problemas de integração social no seu seio”, além de muitos dos alunos “terem que contribuir, após as aulas e nos períodos de interrupções, com a sua frágil força de trabalho para o avolumar dos magros orçamentos familiares.”96

A existência de alunos com dificuldades de aprendizagem é um problema

que revela grande preocupação para o Agrupamento devido ao:

“elevado número de alunos com Dificuldades Graves de Aprendizagem oriundos de um meio sociocultural desfavorecido, pobre em estimulação, escasso em oportunidades […] com reduzidas expectativas parentais, baixo nível de escolaridade dos pais, reduzido envolvimento dos pais em termos de hábitos e regras de estudo”97

Daí a necessidade de intervir precocemente, se possível desde o pré-

escolar, com vista à detecção de possíveis percursos de insucesso e efectuar-

se um acompanhamento célere com vista à implementação de instrumentos de

intervenção adequados a cada caso.

O AVEJ dispõe de um Serviço de Psicologia e Orientação (SPO) que além

de intervir junto dos alunos que expressam dificuldades efectua avaliação

psicológica e acompanhamento, atende os pais, apoia e desenvolve sistemas

de relações interpessoais entre escola e comunidade, desenvolve o Programa

Pais na Escola, articula com instituições e entidades locais e dinamização as

Associações de Pais no sentido de desenvolverem actividades na escola.

No Agrupamento existem cinco APEE, sendo elas: APAEJ (inactiva); APEE

Arcos (inactiva); APEE Rio Mau (inactiva); APEE Touguinha; e APEE Bagunte

(criada recentemente).

O Projecto Educativo permitiu uma visão acerca das situações

problemáticas/prioritárias no Agrupamento, sendo estas apresentadas, no

quadro que se segue, dando relevo àquelas que envolvem directamente a

relação família, escola e comunidade e respectivos grupos-alvo.

96 Ibidem, idem, pág. 10; 97

Ibidem, idem, pág. 14;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

65

Quadro 3 - Situações problemáticas/prioritárias

Grupo alvo Situações

Jardim-de-infância

- Envolver as famílias e a consequente ligação do jardim-de-infância à comunidade local; - Fomentar a participação activa da comunidade educativa; - Ampliar os saberes básicos relacionados com a vida social, aprendendo valores que promovam condutas socialmente correctas (higiene, saúde, segurança, respeito e ambiente).

1º Ciclo

- Alunos com elevadas carências afectivas e/ou emocionais; - Existência de agregados familiares em situação de pobreza mais ou menos assumida; - Ausência de hábitos de higiene; - Ausência de normas básicas de comportamento dentro e fora da sala de aula; - Baixa expectativa em relação à escola; - Falta de apoio por parte dos pais e baixa escolaridade por parte dos mesmos; - Meio ruralizado; - Poucos estímulos ou experiências culturais; - Ausência de hábitos e métodos de estudo.

2º/3º Ciclos - Elevado insucesso escolar.

Corpo docente

- Dificuldade em envolver os pais na vida da escola; - Dificuldade em responder adequadamente aos problemas dos alunos; - Burocratização.

Pais

- Ausência de motivação/predisposição para participar activamente na vida escolar dos filhos; - Insuficiente acompanhamento/apoio nas actividades escolares dos educandos; - Baixas habilitações académicas; - Pouco envolvimento na organização das actividades extra-curriculares.

Quadro de elaboração própria tendo por base o Projecto Educativo do AVEJ

Quanto aos objectivos prioritários, metas e possíveis estratégias de

actuação, estes também fazem parte do Projecto Educativo, sendo os que

estão direccionados para a relação família-escola e vice-versa, identificados da

seguinte forma:

Objectivos prioritários: promoção do sucesso educativo; combater e

reduzir o abandono escolar; maior envolvimento dos encarregados de

educação na orientação/apoio dos seus educandos; prevenir a indisciplina; e

desenvolver o sentido de pertença em toda a comunidade.

Metas: desenvolver o sentido de responsabilidade dos alunos com o meio

escolar; promover uma educação baseada na exigência; desenvolver

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

66

competências; criar clubes; envolver os encarregados de educação na vida da

escola, apelando à sua participação e responsabilidade; e aumentar a oferta e

divulgação de acções de formação, palestras, cursos dirigidos aos

encarregados de educação.

Estratégias de actuação – as estratégias são muito abrangentes e

englobam toda a Comunidade Educativa, passando pelo corpo docente, corpo

discente, AP, pais/EE e a própria comunidade. Assim, para uma melhor

compreensão destacamos aquelas que vão de encontro com a temática do

trabalho em estudo, designadamente: envolvimento da comunidade educativa

na identificação das situações de abandono e exclusão dos alunos; criação de

mediadores direccionados para alunos em risco de insucesso e abandono;

intervenção personalizada junto dos pais; promoção de actividades pais/filhos;

envolvimento dos pais de forma activa e participante; cooperação com as

Associações de Pais na organização de iniciativas; dinamização de acções de

formação dirigidas aos pais; envolvimento da comunidade na concertação de

atitudes e valores; e a criação de condições para o desenvolvimento de um

“clima” de amizade e convívio entre a comunidade.

Contudo, foi identificada uma estratégia específica de actuação junto dos

pais/EE, dos alunos do 2º/3º Ciclos, que incide no:

“solicitar um maior envolvimento do EE na vida escolar dos seus educandos, designadamente: demonstrar-lhes interesse pelo trabalho por eles desenvolvido; incutir-lhes o sentido de responsabilidade; encorajá-los para o cumprimento dos deveres da escola; incentivá-los para a apresentação de dúvidas ao professor”.98

3.3. Apresentação e Análise dos Resultados

3.3.1. Participantes no Estudo - Amostra

Para a aplicação das entrevistas, seleccionamos cinco elementos

representativos da comunidade educativa, conhecedores da realidade e do

problema em questão – relação escola-família. Como representante da escola

tivemos o subdirector do Agrupamento, quanto às APEE contamos com a

colaboração de quatro dirigentes pertencentes aos movimentos associativos.

98 Ibidem, idem, pág. 33;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

67

Dos cinco entrevistados três eram do género masculino e dois do género

feminino, com idades díspares, situadas entre os 35 e os 61 anos.

Quadro 4 - Identificação dos participantes no estudo

Participantes Profissão Idade Género

Representante da Escola

SD (Subdirector do Agrupamento) Professor 52 Masculino

Representantes dos pais/famílias

AC (Presidente APEE “activa”) Psicóloga 35 Feminino

NS (Presidente APEE “activa”) Gestor de Clientes 35 Masculino

JS (Vice-presidente APEE “activa”) Professor 44 Masculino

MN (Ex-presidente APEE “inactiva”) Reformada (Médica) 61 Feminino

Quadro de elaboração própria

Nas palavras de Quivy e Campenhoudt (1998) estes interlocutores são

considerados “testemunhas privilegiadas”99, constituindo fontes de informação

de grande utilidade, no âmbito dos interesses e objectivos do estudo. A

selecção dos participantes prendeu-se com o facto de serem considerados

“pessoas que, pela sua posição, acção ou responsabilidades, têm um bom

conhecimento do problema”100.

3.3.2. Estabelecimento de contacto com os participantes

O subdirector foi contactado e solicitado a participar neste estudo tendo de

imediato aceite a cooperar. Após a sua entrevista demonstrou disponibilidade

em facultar as moradas de todos os dirigentes associativos, ressalvando que

algumas poderiam estar desactualizadas, porque a Direcção da Escola utiliza

este meio de comunicação com as AP e muitas vezes “nem resposta nos dão”.

Face ao exposto, foi enviada carta registada a cada dirigente101 a solicitar a

sua participação, explicitando a temática e o propósito do estudo, bem como o

processo de recolha de dados. Paralelamente foram estabelecidos contactos,

99 QUIVY, Raymond, CAMPENHOUDT, Luc Van, Manual de Investigação em Ciências Sociais, Lisboa, Gradiva, 1998, pág. 71; 100 Ibidem, pág. 71; 101 Anexo 3 – Cartas enviadas aos Representantes das APEE;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

68

via telefone e email, com as coordenadoras de escola que demonstraram

receptividade e facultaram os contactos telefónicos dos dirigentes e outras que

tomaram a iniciativa de articular a informação com os dirigentes e serem meio

de informação para o agendamento das entrevistas.

Ressalva-se que nenhum representante das AP tomou a iniciativa de

contactar com a equipa de investigação, sendo necessário recorrer aos

contactos telefónicos cedidos pelas coordenadoras de escola e contactá-los

individualmente. Os dirigentes das AP “activas”, após contacto, de imediato

aceitaram cooperar e assim foi combinado o dia, a hora e o local considerado

mais apropriado à realização da entrevista. Relativamente aos dirigentes das

AP “Inactivas” só obtivemos resposta positiva de uma, sendo necessário

articular com a equipa do CLDS, que após solicitar ao representante a sua

participação no estudo, demonstrou abertura e aceitou ser membro integrante

da investigação.

As entrevistas foram realizadas individualmente com cada participante,

excepto com os dirigentes da APEE Touguinha, em que estiveram presentes

simultaneamente o Presidente e Vice-presidente. Aquando das entrevistas foi

solicitado aos entrevistados autorização para gravação da entrevista, uma vez

que se iria proceder à transcrição das mesmas, para efeitos de análise de

conteúdo, pelo que se obteve o seu consentimento, tendo sido garantido pela

investigadora a confidencialidade, no que diz respeito às respostas e ao

anonimato dos participantes no estudo.

A entrevista ao subdirector do Agrupamento decorreu no seu gabinete, mas

este não foi o espaço mais apropriado devido às constantes interferências. As

entrevistas aos dirigentes associativos foram realizadas em locais

considerados adequados, por serem sossegados e sem interferências, a

entrevista à APEE Bagunte realizou-se na sala dos professores, a da APEE

Touguinha concretizou-se na Junta de Freguesia (espaço onde a AP reúne). À

excepção destas, a entrevista à APEE Arcos, realizou-se na residência da ex-

dirigente, por lhe ser mais conveniente e assim o desejar.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

69

3.3.3. Entrevista

Em investigação qualitativa, a entrevista pode ser utilizada como estratégia.

Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994) a finalidade da entrevista passa pelo

“recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao

investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os

sujeitos interpretam aspectos do mundo”102. Os dados descritivos são

apresentados em detalhe e permitem ao investigador perceber a maneira como

os sujeitos interpretam as questões. Desta forma, “a recolha de dados é feita

através da interacção verbal entre entrevistador e entrevistado, possibilitando

explorar questões específicas, como se pretendia neste estudo”103.

Segundo Bogdan e Biklen (1994), as entrevistas qualitativas oferecem ao

entrevistador uma amplitude de temas considerável, que lhe permitem levantar

uma série de temas e oferecer ao sujeito a oportunidade adequar o seu

conteúdo, mesmo quando é utilizado um guião. Elas variam quanto ao grau de

estruturação, que vai desde a entrevista estruturada até à não estruturada,

passando por um grau intermédio de estruturação das questões colocadas.

Neste estudo, optou-se pela entrevista semi-estruturada, visto que os dados

obtidos a partir de vários sujeitos podem ser comparáveis, “embora se perca a

oportunidade de compreender como é que os próprios sujeitos estruturam o

tópico em questão”104.

Deste modo, começou-se por elaborar um guião de entrevista105 em função

das questões estruturantes do estudo, dos objectivos traçados e com algumas

referências teóricas decorrentes da revisão de literatura.

A condução da entrevista pressupôs a criação de condições favoráveis ao

seu desenvolvimento, baseada num clima propício de confiança e à-vontade,

para a captação imediata da informação desejada sobre os mais diversos

aspectos, assim, as entrevistas efectuadas foram semelhantes a conversas.

Seguidamente procedeu-se à transcrição textual das entrevistas para

102 BODGAN, Robert, BIKLEN, SARI, Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução à Teoria e aos Métodos, Porto Editora, 1994, pág. 18; 103 LOURENÇO, Lívia Patrícia Rodrigues, Envolvimento dos Encarregados de Educação na Escola: Concepções e Práticas, obtenção de Mestrado em Educação -Especialização em Administração e Organização Escolar, Lisboa, Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências Departamento de Educação, Setembro de 2008; 104

BODGAN, Robert, BIKLEN, SARI, Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução à Teoria e aos Métodos, Porto Editora, 1994, pág. 135; 105 Anexo 4 – Guiões das entrevistas

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

70

consequente tratamento dos dados e análise. As entrevistas foram transcritas

na íntegra e procurou-se reproduzir o mais fielmente possível a versão áudio,

nomeadamente no que concerne à pontuação. Completa a transcrição das

entrevistas e após algumas correcções, os textos escritos foram enviadas por

e-mail aos entrevistados, para que fizessem as alterações que considerassem

necessárias. Destaca-se que nenhum dos participantes procedeu a qualquer

tipo de alteração.

3.3.4. Análise de Conteúdo

3.3.4.1. Entrevista ao Subdirector do Agrupamento (SD) - representante da Escola

A entrevista efectuada a SD decorreu no seu gabinete, na Escola EB 2/3 Dr.

Carlos Pinto Ferreira, dia 25 de Fevereiro de 2011, pelas 11h e teve a duração

de cerca de 30 minutos. Esta tinha como objectivos: conhecer a perspectiva, do

SD, face às APEE; recolher informação sobre as APEE existentes no

Agrupamento; compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol da

relação Associação de Pais e Encarregados de Educação /Família/Escola; e,

por último, descobrir as mudanças ocorridas com a presença das APEE desde

que SD exerce funções directivas/coordenação no Agrupamento.

Após a transcrição da entrevista106 procedeu-se à análise de conteúdo107,

sendo identificadas categorias que “constituem um meio de classificar os dados

descritivos […] de forma a que o material contido num determinado tópico

possa ser fisicamente apartado dos outros dados”108. Foram identificadas seis

categorias: 1- AP; 2- AP no AVEJ; 3- Movimentos Associativos; 4 - Relação

com o Agrupamento; 5- Actividades; e 6 – Estratégias de intervenção.

No que respeita à categoria da AP foi possível identificar duas

subcategorias:

106 Anexo 5 – Transcrição entrevista a “SD” do AVEJ; 107 Anexo 6 – Análise Conteúdo entrevista “SD” do AVEJ; 108

BODGAN, Robert, BIKLEN, Sari, Investigação Qualitativa em Educação – Uma Introdução à Teoria e aos Métodos,

Porto Editora, 1994, pág. 221;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Quadro 5 - Associações de Pais

Subcategorias Excertos

Função

“Toda a gente sabe que as Associações de Pais e Encarregados de Educação são importantes, até porque educar é cada vez mais uma tarefa difícil e se não nos envolvermos todos na educação não adianta nada […] realmente, não adianta nada andarmos aqui com regras se os pais e a escola não pautarem a educação também por essas regras”.

Articulação

“é fundamental que os pais e a escola funcionem em conjunto e que puxem todos para o mesmo lado e, infelizmente, aqui não temos tido esse tipo de comportamentos.” Não é que a gente tenha queixa dos pais, não é. Há pais que nos dizem que não se interessam porque não têm problemas, mas o não ter problemas não é resposta nenhuma. Não têm eles, mas têm outros e, como fazemos parte da mesma divisa, todos temos que ajudar. Nesse aspecto, eu acho que os pais são um parceiro fundamental que deveriam ter um papel mais activo do aquele que têm.”

Quadro de elaboração própria

Face a estas duas subcategorias depreende-se que as AP assumem um

papel e importância preponderantes. A articulação entre pais/família e escola é

essencial e necessária, embora os pais devessem ter um papel mais activo e

demonstrar mais interesse pela escola. O SD indica que falar de educação

implica um envolvimento por parte de todos os que fazem parte da comunidade

educativa, logo torna-se fundamental que as regras existentes sejam

transversais ao contexto escolar e familiar.

Relativamente à segunda categoria - AP no AVEJ esta compreende três

subcategorias:

Quadro 6 - Associações de Pais no AVEJ

Subcategorias Excertos

Existência de

APEE

“Existem cinco Associações de Pais. Uma foi formada há pouco tempo (…) é a Associação de Pais de Bagunte. Outra é a de Touguinha, é a semi-activa (…) temos três que estão paradas que são a de Arcos, Rio Mau e a Associação de Pais do Agrupamento, que funcionou enquanto esteve à frente da Associação o Engenheiro, depois foi-se embora e, neste momento, não há meio de a pôr em funcionamento, nem resposta nos dão.”

Motivo da

constituição

“As quatro que são de Freguesias diferentes tiveram a ver com rivalidades, nitidamente com rivalidades. Aliás, nós notamos isso em algumas medidas que quisemos impor e vimos a reacção em termos do 1º Ciclo.” “Há uma rivalidade muito grande (…) se bem que a de Touguinha é mais antiga e os pais sempre revelaram, para com o Agrupamento, alguma dinâmica.” “A outra surgiu quando o Agrupamento foi formado com um grupo de pais que achou que deveria haver uma Associação só no Agrupamento todo (…) fizeram um estudo acerca do que os pais

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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pensavam da escola e como poderiam envolver-se.”

Constrangimentos

“Touguinha (…) praticamente só se preocupam com o Jardim e a Escola do 1º Ciclo. Enquanto esteve à frente o Sr. Sérgio esse comparecia sempre às reuniões, estava sempre pronto para participar. Desde que ele saiu nunca mais se fizeram representar no Conselho Geral, nem no Conselho Pedagógico. A gente pode convocar, mas nunca aparece ninguém, mas acho que essa proliferação tem a ver com rivalidades entre Freguesias.”

Quadro de elaboração própria

Destas subcategorias percebe-se que no AVEJ existem cinco APEE,

havendo uma que foi recentemente criada (Bagunte), uma semi-activa

(Touguinha) e três inactivas (Arcos, Rio Mau e Agrupamento). SD destaca que

têm tentando fomentar a reactivação da APAEJ, mas têm-se revelado um

processo difícil.

Segundo SD, constituição das AP baseou-se, essencialmente, em

rivalidades, embora a de Touguinha tenha evidenciado sempre alguma

dinâmica. Reconhece que APAEJ constituiu-se porque havia um grupo de pais

que entendia que só deveria existir uma AP no Agrupamento, tendo os

elementos que a integraram realizado um estudo acerca da escola e o

envolvimento dos pais.

Indica que ao nível da participação das AP existem alguns

constrangimentos, na medida em que existem AP que se preocupam

unicamente com o seu espaço escolar, sendo exemplo disso a AP de

Touguinha. Ressalva que os elementos desta direcção, além de não

comparecerem quando são convocados, também não se fazem representar no

Conselho Geral, nem no Pedagógico, como já acontecera anteriormente.

Quanto à terceira categoria – Movimentos Associativos esta permitiu

detectar se as AP integram ou integraram movimentos associativos concelhios

como a Federação Concelhia das Associações de Pais e Encarregados de

Educação do Concelho de Vila do Conde - FAPCONDE ou nacionais como a

Confederação Nacional das Associações de Pais - CONFAP, sendo

referenciado:

“A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento estava representada e inscrita. As outras, muito sinceramente, não sabemos. A Associação de Pais do Agrupamento estava, pelo menos era o que o Engenheiro referia no Pedagógico quando dava conhecimento das reuniões.”

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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A quarta categoria, Relação com o Agrupamento, após a análise dos

dados permitiu formar três subcategorias:

Quadro 7 - Relação com o Agrupamento

Subcategorias Excertos

Relação

“De parceria não é, infelizmente não é. Não sei se lhe hei-de chamar de alheamento. A única coisa que posso constatar é que, mesmo quando os convocamos para reuniões ou para indicarem elementos para representar a comissão com objectivos vários, quer seja do Projecto Educativo, entre outros, nunca nos aparece resposta”. “Ainda esta semana fizemos uma reunião com os representantes dos pais e a verdade é que apareceram bastantes pais, não apareceram todos os representantes (…) e ficamos com a impressão (…) que eles vêm lá falar no que diz respeito aos filhos deles ou às Freguesias e, se isso atinge o Agrupamento então também diz respeito ao Agrupamento, se não, não. O mais engraçado é que nenhum dos pais falou sequer das Associações de Pais. Numa reunião de duas horas e tal ninguém quis saber se eles têm funcionado, se funcionam ou se não funcionam.”

Representatividade

APEE

“Não têm voz activa (…) vamos lá ver se esta mais recente, a de Bagunte, consegue mexer-se mais um bocado, mas também fico com a impressão (…) que a ideia é a mesma olhar pelo que diz respeito a Bagunte e não pensar em termos de Agrupamento. Em qualquer uma delas e, mesmo na do Agrupamento, a gente ficava sempre com essa impressão que eles não conseguem pensar no Agrupamento enquanto Agrupamento, querem é proteger o nicho deles e ver o que é que conseguem fazer em favor de.”

Mobilização

“Nós (…) quando há alguma actividade convidámo-los sempre. Geralmente da parte deles só recebemos convites quando fazem alguma Festa de Final de Ano, algum Jantar. (…) Em Touguinha fazem sempre muitas actividades, envolvem os pais (…) e convidam-nos para assistir às actividades, não é para participar, mas sim para assistir.”

Quadro de elaboração própria

Quanto à relação e postura das APEE com o Agrupamento, esta não é

identificada como de parceria, mas SD também não sabe se a pode classificar

de alheamento. O que têm constatado enquanto Agrupamento é que as AP

quando solicitadas ou convocadas não dão resposta, tendo que recorrer aos

representantes dos pais nas turmas, que também não questionam sobre as AP,

nem evidenciam interesse por saber se estes estão a funcionar.

Salienta que as AP não têm voz activa, nem conseguem agir e actuar

pensando na globalidade do Agrupamento, a tendência é para protegerem-se e

procurar alcançar objectivos individuais. Perante esta realidade, verbaliza que

espera que a AP de Bagunte seja o inverso das restantes, visto ser recente.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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No que respeita às estratégias de mobilização, quando as actividades são

promovidas pelo Agrupamento convidam sempre as AP. Todavia, quando as

AP organizam acções convidam a Direcção do Agrupamento para assistir, mas

não para participar.

Relativamente à quinta categoria – Actividades, foram constituídas sete

subcategorias, que permitiram a obtenção de dados concretos,

designadamente:

Quadro 8 - Actividades

Subcategorias Excertos

Actividades

desenvolvidas

“As acções que são feitas têm mais a ver com festas.” “Dia do Agrupamento e o Magusto, Prémios de Mérito Escolar, Acções de Formação, Mesas de Outono e Dia de Vila do Conde.”

Acções de

Formação

“Mesmo as acções de formação que a gente tenta promover para os pais, nunca têm muita adesão. Além de que, no ano passado, tivemos uma agradável surpresa (…) a equipa do PES fez uma acção por causa da Educação Sexual e convidamos os representantes das turmas todas e as Associações de Pais (…) apareceram cerca de cento e cinquenta pessoas.” “Há dois anos fizemos uma sobre os perigos da internet e pensávamos que era um tema que interessava a toda a gente, que íamos ter muita gente, de tal maneira que pedimos o auditório em Vila do Conde. Resultado, se não fossem os professores a sala ficava completamente vazia, pais só lá estavam entre três a quatro. Há coisas que realmente não se conseguem explicar.”

Auscultação

dos Pais

“com a construção do Projecto Educativo (…) pedimos aos pais que estavam na equipa, que também eram representantes dos pais, temas que gostassem de ver tratados, acções de formação e, portanto, não houve propostas.”

Divulgação

“Eles pensam todos em termo de paróquia. Touguinha faz a festa e é para os de Touguinha e convidam os elementos da Direcção. Não abrem aquilo, é como eu digo, eles não conseguem pensar numa Associação de Pais como uma Associação de todo o Agrupamento.”

Planificação

“Não. Há alturas em que desejam fazer uma Festa de Natal ou como já há a Festa de Natal da Escola eles podem participar e aí vai o Plano a Pedagógico. É um Plano que é apresentado pela Professora da Escola com a colaboração dos pais.” “Em termos de autonomia ao nível dos Planos nunca tivemos nenhum apresentado por eles.”

Participação dos

pais

“Touguinha funciona bem e tem sempre muita gente e participam muitos pais.” Acção de Formação sobre Educação Sexual “muita gente, muita para além do que estávamos a contar e, sobretudo os pais mostrarem-se muito interessados.” “No Magusto não aparecem tantos, mas no dia do Agrupamento lá aparecem mais e a actividade é durante o dia todo. Se ao longo do dia vierem cem pais será muito e, se calhar, não vêm de certeza absoluta. Ora no Agrupamento temos cerca de mil e trezentos, mil e quatrocentos alunos, por isso não é nada significativo. Os que vêm são pais dos filhos que se envolvem na actividade.” Entrega “prémios de Mérito Escolar tem-nos acontecido haver alturas

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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em que estamos a entregar os prémios e os pais não estão presentes.” “houve uma altura em que a gente tinha uma actividade que, embora fosse feita turma a turma, os responsáveis últimos eram os pais. Eram chamadas de “Mesas de Outono” (…) embora fosse uma actividade que trouxesse os pais à escola, tínhamos que acabar, até porque depois sobrava comida que era uma coisa doída (…) era um desperdício tremendo (…) ali o mais grave era que os pais participavam naquilo com outro intuito – o de vencer.” “há uma actividade que a Câmara organiza todos os anos que é o Dia de Vila do Conde (…) todas as escolas participam, assim como, cada Agrupamento (…) é em Vila do Conde, é à noite, geralmente a uma sexta-feira ou sábado, pois a maior parte dos pais dos alunos que participam, nem sequer vão ver. Não comparecem e depois nós temos que ter o cuidado de ver se os pais comparecem para os ir buscar ou se temos que os levar a casa.”

Comunidade

local

“Aquilo é um meio pequeno e praticamente todos têm filhos ali na escola, portanto vai quase tudo.” “São pais, avós, tios e levam as famílias por arrastamento.”

Quadro de elaboração própria

Os dados indicam que as actividades desenvolvidas estão relacionadas com

festividades e momentos significativos - Dia do Agrupamento, Magusto, entrega

de Prémios de Mérito Escolar, acções de formação, Mesas de Outono e o Dia

de Vila do Conde.

As acções de formação realizadas para os pais debruçaram-se sobre as

temáticas da Educação Sexual e os Perigos da Internet. A primeira contou com

a presença e receptividade dos pais, tendo comparecido cerca de cem a cento

e cinquenta pessoas. A segunda já não teve a mesma adesão (participação de

três a quatro pais), ficando aquém das expectativas. Aquando da elaboração

do projecto educativo foram questionados os representantes dos pais sobre

temáticas do seu interesse, não havendo qualquer tipo de propostas.

Relativamente à divulgação das actividades SD destaca que as actividades

desenvolvidas baseiam-se, essencialmente, em festividades. AP de Touguinha,

actua em termos locais, não sendo capaz de alargar as actividades a todo o

Agrupamento. SD não identificou as estratégias utilizadas para a divulgação

das iniciativas.

No que respeita à planificação das acções esta não existe, o que acontece é

que quando os pais desejam fazer/participar numa festa o plano vai a Conselho

Pedagógico, mas é um Plano apresentado pela professora evidenciando a

colaboração dos pais. As AP nunca tiveram um plano apresentado por elas.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Quanto à participação dos pais nas actividades indica que em Touguinha

participam muitos pais. Face ao Agrupamento a acção de formação sobre

Educação Sexual teve muita adesão e os pais revelaram interesse; Dia do

Agrupamento, não aparecem mais de cem pais, e os que participam são os

que têm filhos envolvidos nas actividades; entrega Prémios de Mérito Escolar

acontece que, por vezes, na entrega dos prémios os pais não estão presentes;

mesas de Outono trazia muitos pais à escola, mas teve que terminar devido ao

desperdício de comida e ao facto de os pais participarem com o intuito de

vencer; Dia de Vila do Conde os pais dos alunos que participam na actividade

nem sequer vão assistir, sendo a escola quem se responsabiliza por levar os

alunos a casa.

A comunidade local está presente em grande parte das acções e SD

considera que esta presença reflecte-se devido aos meios serem pequenos e

como a maioria da população tem filhos na escola acabam por envolver-se e,

por arrastamento, implicam a família alargada.

A sexta e última categoria – Estratégias de intervenção, foram

identificadas três subcategorias:

Quadro 9 - Estratégias de intervenção

Subcategorias Excertos

Propostas “ Nós já tentamos tanta coisa que às vezes, a gente, já nem tem ideias para uma resposta a uma pergunta como esta.”

Dificuldades “Eu acho que eles não se preocupam com a escola, preocupam-se com o que tem a ver com o filho e se o que tem a ver com o filho está relacionado com a escola, aí preocupam-se.”

Envolvimento

das AP

“ (…) Acho um disparate haver tantas Associações de Pais no Agrupamento, até porque não é tão grande. Aquilo é para estar no papel (…) a maior parte deles não faz nada. Preferia ter só uma Associação de Pais que fosse activa, dinâmica e que estivesse presente quando a gente precisasse, além de ser capaz de dizer “olhem, cuidado com isto ou com aquilo”, como o que se passou agora com as refeições, mas não temos.”

Quadro de elaboração própria

SD revela que é difícil identificar propostas de intervenção, visto que já

tentaram desenvolver vários tipos de acções que já não conseguem propor

outras iniciativas. Tal facto prende-se com as dificuldades existentes,

designadamente o facto dos pais não se preocuparem com a escola e quando

o fazem é por motivos que envolvem os filhos.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Destaca que as AP inactivas existem unicamente no papel e que é

despropositada a existência de tantas AP num Agrupamento de pequenas

dimensões. O fundamental seria a existência de uma APEE que fosse activa,

dinâmica e que estivesse presente.

Face a esta categoria, importa salientar que parece não haver estratégias

devidamente planificadas e que é tudo bastante vago.

3.3.4.2. Entrevistas aos dirigentes associativos das AP, enquanto representantes dos pais/famílias

As entrevistas semi-directivas efectuadas aos dirigentes associativos tiveram

as seguintes características:

• AC decorreu dia 4 de Abril de 2011, pelas 17h30 minutos, na sala de

professores da EB1/JI de Vilar Bagunte, tendo a duração de 30

minutos;

• NS e JS ocorreram, em simultâneo, na Junta de Freguesia de

Touguinha, dia 6 de Maio de 2011, pelas 17h, com a duração de

cerca de 50 minutos;

• MN realizou-se a 25 de Maio de 2011, pelas 15h, na residência da

entrevistada, contando com a duração de cerca de 70 minutos.

Estas entrevistas tinham como objectivo identificar os principais contributos

das AP, conhecendo a perspectiva dos representantes face à existência deste

tipo de associações; recolher informação relativa às APEE “activas” e

“inactivas” do Agrupamento; compreender as dimensões de actuação aplicadas

em prol da relação AP/Família/Escola; e descobrir as mudanças ocorridas com

a presença das AP ao nível das Escolas e do próprio Agrupamento.

Após a transcrição das entrevistas109 procedeu-se à análise de conteúdo110,

e à identificação das categorias, sendo identificadas oito categorias: 1- AP; 2-

AP Bagunte/ AP Touguinha/ AP Arcos 3- Movimentos Associativos; 4 –

Relação da AP com a Escola; 5- Actividades; e 6 – Relação entre AP; 7-

Propostas de actuação; e 8 – Representação dos pais acerca da escola.

109 Anexo 7 – Transcrição das entrevistas efectuadas aos Representantes das APEE; 110 Anexo 8 – Análise de Conteúdo das entrevistas efectuadas aos Representantes das APEE;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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A primeira categoria AP subdivide-se em duas categorias que são a

Importância e a Função. Os entrevistados revelaram que as AP têm uma

importância e papel significativo num Agrupamento, na medida em que podem

contribuir para o sucesso educativo, sendo necessário existir colaboração e

articulação. No que respeita aos pais, elas também assumem um papel

preponderante contribuindo, muitas vezes, para a resolução/minimização dos

problemas que vão surgindo nas famílias, nomeadamente com o

prolongamento.

“considero que é extremamente importante uma Associação de Pais dentro de um órgão, dentro de uma instituição, como um Agrupamento de Escolas. Acho que é muito importante, dependendo também da perspectiva que a Associação tem em colaborar ou não”. (AC) “é extremamente importante para o sucesso educativo dos alunos (…) quando uma Associação de Pais está com uma actividade, com uma forte actividade, consegue uma articulação com o corpo docente e ajuda o corpo docente nos problemas que surgem no dia-a-dia da escola. Desta forma, consegue também resolver muitos problemas que as famílias têm, sobretudo, quando são pais em idade activa e laboral e que, muitas vezes, têm problemas com o transporte da criança, alimentação, apoio no âmbito escolar e extracurricular”. (MN) “Associação que assegura uma pessoa, a quem paga, para fazer aquilo a que chamamos de prolongamento, ou seja, assegurar a segurança e o bem-estar dos alunos na escola enquanto não chegam os Professores e as aulas não começam”. (JS)

No que respeita à função das AP, ela assenta numa articulação saudável

entre os órgãos de gestão, corpo docente e os pais, visto que eles fazem parte

da comunidade educativa e a sua presença é fundamental. A AP funciona

como uma ponte de ligação e de proximidade entre os agentes educativos,

com o intuito de se alcançar o sucesso educativo.

“é de extrema importância permitir uma articulação saudável entre os órgãos de gestão e os pais que a constituem, os pais também são comunidade educativa”. (AC) “Eu considero que uma Associação de Pais para funcionar bem necessita de ter uma articulação com o corpo docente da escola, pois só assim é que conseguem alcançar o sucesso educativo”. (MN)

“funciona (…) como uma ponte entre pais e Professores. (…) funciona também para o lado dos pais, porque qualquer coisa que seja necessário sabem que têm uma Associação que os defende, protege, que intervém junto da Escola, Professores e do Agrupamento em função dos alunos desta Escola”. (JS)

A segunda categoria AP Bagunte/ AP Touguinha/ AP Arcos permitiu ter

uma visão global acerca das AP, sendo detectadas as seguintes subcategorias:

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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tempo de existência, processo de constituição, objectivos, papel dos pais,

papel da comunidade, número de associados, tipo de associados, adesão dos

pais, renunciação e constrangimentos.

As AP’s são recentes, constituídas no início do ano lectivo 2010-2011,

embora a “inactiva” tivesse sido constituída em 1988. O processo de

constituição das AP nasce do colmatar necessidades, não é um processo

difícil, contudo é preciso ultrapassar resistências e constrangimentos.

“não considero este tipo de exercício de constituir esta Associação de Pais difícil, mas por ser algo totalmente novo em Bagunte, deparámo-nos com as normais resistências: o que é, para que serve, quem vai representar, dúvidas (…) depois de desmistificadas as dúvidas considero que foi fácil (…) mas confesso que realmente a adesão dos pais tornou tudo mais fácil.” (AC) “Na altura verificou-se que existiam muitas empresas de confecção nesta zona e que os pais para ir trabalhar tinham que se deslocar e as crianças tinham de fazer um percurso enorme para irem almoçar a casa, algumas andavam quilómetros para ir almoçar e voltar para a escola (…) o jardim como era muito pequeno, começou-se a fazer uma sopinha à hora de almoço. Ainda não existia Associação de Pais e já havia uma panelinha onde se fazia a sopa e as crianças já comiam pelo menos uma sopa e entretanto iam embora, uns sozinhos, outros…como a escola era muito longe, os mais velhos levavam os mais pequeninos”. (MN)

As AP alicerçadas na trilogia aluno-família-escola, têm como objectivos

apoiar as famílias e o apostar no desenvolvimento de uma cultura de

participação activa, junto da comunidade educativa, apostando numa escola de

sucesso. O facto de terem os filhos integrados na escola e quererem

acompanhar o seu percurso escolar, foi outro objectivo enunciado.

“Esta necessidade de apoiar as famílias, o primeiro objectivo foi esse, apoiar as famílias (…) a Associação tinha sobretudo esta trilogia aluno-família-escola. Os principais objectivos foram o apoio nas refeições escolares e nas actividades dos miúdos do jardim-de-infância”. (MN) “o desenvolvimento de uma cultura de participação activa, junto dos elementos que constituem a comunidade educativa, para desta forma contribuir para uma escola de sucesso, dando sentido e significado à expressão comunidade educativa”. (AC) “o facto de terem os filhos integrados na escola, quererem acompanhá-los”. (NS)

Quanto ao papel dos pais, estes devem ter um papel mais participativo,

activo e pró-activo. Com a existência de uma AP os pais sentem-se mais

apoiados e preparados para favorecer o desenvolvimento biopsicossocial das

crianças. A comunidade também tem um papel de destaque sendo uma

referência para as AP, embora, por vezes, as pessoas não estejam motivadas

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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para integrar/colaborar, porque estão envolvidas e apoiam outras entidades e

associações locais.

“extremamente importante (…) tem sido uma base, uma pedra basilar, na construção desta própria Associação de Pais”. (AC) “o que acontece cá na Freguesia, infelizmente, é que a motivação para qualquer coisa não é muita (…) as mesmas pessoas estão inseridas em tudo o que se faz nesta Freguesia (...)são sempre as mesmas pessoas que estão envolvidas em diversas Entidades e Associações”. (NS)

Os pais costumam aderir à AP e contribuem porque sentem-se identificados

com os seus objectivos, além de serem detectadas situações em que os pais

aderem porque precisam da AP, sendo exemplo ao nível da alimentação e do

prolongamento.

“pais reflectiram-se de alguma forma naqueles que foram os nossos objectivos e daí a adesão deles à criação e à constituição desta Associação de Pais”. (AC) “Os pais estavam envolvidos em tudo, nas festas, no melhorar isto, no informar. Havia uma motivação, eu acho que é isso. Os pais precisavam da Associação”. (MN)

As subcategorias referentes ao número de associados, tipo de associados e

existência de situações de renunciação, os dados recolhidos permitiram

compreender que em quase todas as AP o número de associados corresponde

ao número de crianças que integra o estabelecimento de ensino, além de que

os associados são compostos essencialmente por pais/EE. Quanto à

renunciação houve o caso numa das AP recentemente formada.

“Tínhamos, tínhamos associados, sócios e beneméritos. Todos aqueles que frequentavam a escola e o jardim eram sócios efectivos”. (MN)

“Exclusivamente pais, pais ou então encarregados de educação”. (AC) “Somente os pais”. (NS) “Nós não temos esse tipo de sistema de quotização ou de sócios, mas pelo que se percebe e pela prática cada pai sente-se membro desta Associação”. (JS) “tivemos uma mãe que desistiu. Sentia-se desmotivada (…) é política da nossa Associação de Pais que não é condição obrigatória, está quem quer, estamos para ajudar e se para aquela mãe foi importante desistir naquele momento, teve o nosso apoio, como o terá quando resolver regressar”. (AC)

A terceira categoria – Movimentos Associativos, permitiu saber se as AP

conhecem os movimentos existentes a nível concelhio (FAPCONDE) e

nacional (CONFAP) e se estão representadas. No que respeita à AP “inactiva”

MN referiu que quando integrava a AP Arcos não estavam inscritos porque não

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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existia. Os restantes entrevistados conhecem os movimentos mas não estão

integrados, embora reconheçam a sua pertinência.

“nosso objectivo é o de uma vez constituída esta Associação consolidá-la, mas de uma forma segura (…) não há nenhuma razão em especial para não estarmos inscritas na CONFAP ou na Rede Social, mas é algo que vamos e está projectado para fazer”. (AC) Temos conhecimento, mas não estamos inscritos porque não estamos legalizados. A nossa Associação tem os Estatutos, mas não estamos oficialmente legalizados”. (JS) “Não sei se é esse o objectivo da Associação de Pais cá em Touguinha”. (NS)

A categoria – Relação da AP com a Escola permitiu detectar a existência

de cinco subcategorias, relação, estratégias, representação nos órgãos de

gestão e motivo de inactividade.

Perante os dados recolhidos constatamos que a relação das AP com a

escola é de articulação, colaboração, entendimento, parceria e envolvimento,

devendo esta relação ser transversal aos órgãos de gestão, coordenadora de

escola, quer com os professores.

“postura é de parceria, de colaboração, de entendimento, de articulação (…) uma Associação de Pais nunca poderá actuar à margem de um Agrupamento de Escolas, portanto é assumido pela nossa Associação uma parceria que seja a mais profícua possível, com todos os elementos, quer sejam os próprios órgãos de gestão, quer seja a Coordenadora de Escola, quer sejam os Professores do estabelecimento de ensino”. (AC)

Com o Agrupamento “há mais burocracias (…) nós não somos um órgão legal, mas a nossa função também não é complicar mas sim simplificar (…) estamos aqui para simplificar tudo o que seja Escola/Agrupamento, Escola/Pais, Pais/Agrupamento. O nosso objectivo é ajudar e não estamos cá para complicar nada”. (NS)

As estratégias de mobilização utilizadas baseiam-se no contacto directo e o

trabalho em equipa com os professores e a coordenadora de escola,

apostando numa relação de proximidade e complementaridade. Segundo NS e

JS os pais costumam recorrer à AP e dão sugestões, são pessoas atentas,

activas e dão apoio sempre que necessário.

No que respeita aos órgãos de gestão MN refere que s sua AP quando

estava activa tinha representação no Conselho Pedagógico; AC sublinha que a

AP que integra já tem um representante no Conselho Pedagógico; NS frisa que

têm um membro, no Conselho Geral, mas que pertence à antiga APEE.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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Face à última subcategoria, MN ressalva que a inactividade da APEE Arcos

prende-se com questões políticas, tendo a sua actividade cessado em Março

de 2005.

“O motivo foi essencialmente político, infelizmente, mas foi. Eu acho que foi em 2005 em Março, isto parou em Março de 2005”. (MN)

A quinta categoria – Actividades facultou dados que permitiram delinear

várias subcategorias – acções desenvolvidas, propostas, plano de actividades,

divulgação e avaliação.

As acções que as AP implementam baseiam-se na comemoração de datas

festivas, sendo as mais comuns Festa de Natal, Festa de Final de Ano,

Carnaval e Magusto, por sua vez, existem AP que desenvolvem acção de

formação, fomentando a presença de pais e filhos no mesmo espaço. Estas

actividades são propostas tanto pelos pais como pelos professores, mas há

situações em que elas advêm da comunidade.

“As decisões são tomadas em Sede de Associação (…) a informação circula, as ideias, nós falamos sobre isto com alguém, alguém sugeriu isto, trás à Assembleia, a Assembleia leva à discussão e acredito que muitas ou algumas até das nossas actividades sejam actividades que foram pensadas por pessoas extra Associação, mas que foram trazidas à discussão por alguém que faz parte da Associação”. (AC)

Todas as AP têm um Plano de Actividades onde consta as acções que vão

ser realizadas ao longo do ano lectivo, mas é um plano de actividades próprio

que é dado a conhecer à coordenadora de escola e ao Agrupamento para que

conheçam o trabalho a ser realizado.

“temos um Plano de Actividades Próprio (…) no início de cada ano reunimos os órgãos e definimos as nossas estratégias, aquilo a que nos propomos desenvolver ao longo do ano em diferentes eixos: social, económico, educacional, em diferentes eixos (…) por uma questão de ética, damos conhecimento ao Agrupamento de Escolas da nossa pretensão, mas só para que o Agrupamento conheça o nosso trabalho, aquilo que nós nos propomos fazer num determinado momento da vida dos seus alunos, porque eles podem ser os nossos filhos, mas são alunos de uma Escola (…) é assim que baseamos essa parceria, partilha, pois é de bom senso dar conhecimento ao Agrupamento de Escolas, à Coordenadora do estabelecimento de ensino aquilo que nós nos propomos a fazer ao longo daquele ano lectivo”. (AC)

A divulgação das actividades assume diferentes formas. Segundo MN os

pais eram mobilizados “por correspondência” e a coordenadora de escola “por

comunicado e oralmente”. NS indica que “é por entrega na escola de um papel

que é dado a cada aluno e que põem na caderneta para entregar aos pais” e

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

83

“pôr à entrada da escola”. JS sublinha que “é uma comunicação sempre

escrita”, ressalvando que “são sempre actividades direccionadas para a

comunidade escolar, seja a comunidade no sentido docente ou discente ou de

família, portanto pouco sentido teria divulgar pela comunidade”. AC “através da

afixação de cartazes, boca-a-boca, emails (…) nesta primeira fase, estamos a

divulgar através de panfletos de folhas A4 imprimidas (…) e a afixar nos

diferentes locais (…) edifícios (…) os cafés também são um local de

publicidade”.

Relativamente à avaliação os entrevistados destacaram:

“Fazíamos. Reunia a Direcção e posteriormente fazia-se com o grupo todo, viam-se os pontos positivos e os negativos”. (MN)

“fazemos sempre, mas… nunca fazemos. A avaliação vem ter sempre connosco (…) ela é sempre avaliada, mas de fora para dentro e não de dentro para fora. É curioso que após a realização de uma actividade, nós somos contactados pelas diferentes pessoas, intervenientes que tiveram acesso à actividade: “correu muito bem, “têm que repetir”, “foi uma coisa fantástica”, “foi um momento extraordinário”, “têm que fazer mais vezes”, “como é que vocês se lembraram disto?” (AC)

“Não temos tempo para isso”. (JS)

“Isso vê-se no sorriso das crianças e se eles gostarem dizem que gostam e se não gostarem também dizem que não gostam. Avaliação concreta… não fazemos, não faz sentido fazermos avaliação”.

A sexta categoria - Relação entre AP, deu a conhecer a perspectiva que as

AP têm acerca das APEE existentes no Agrupamento e se desenvolvem

projectos comuns. Assim, face à existência de outras AP foi possível apurar

que AC sabe da existência de outras Associações de Pais e Encarregados de

Educação no Agrupamento, mas por ouvir falar. Evidência o nome de algumas

Associações, mas revela desconhecimento quanto às que estão activas e às

inactivas; NS refere que tem conhecimento da presença de uma AP, mas não

indica qual; e JS refere que existe AP em Bagunte e que a Escola Sede

também deve ter, sendo notório um certo desconhecimento.

“sei que existem e conheço de ouvir falar, não que eu tenha intervindo directamente com alguns dos elementos, mas se não estou em erro Rio Mau, Arcos, Touguinha e é só, que eu conheça, que eu ouça falar, não sei... Touguinha esteve… não sei se ainda se mantém activa”. (AC) “Tenho de mais uma”. (NS) “Bagunte, a própria Escola Sede também deve ter”. (JS)

Face ao desconhecimento JS declara que “nós existimos e sabem da nossa

existência, se nós não sabemos dizer de outras é porque nunca nos puseram

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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frente a frente ou numa reunião geral. Na minha experiência enquanto

professor, na minha escola eu faço ao contrário, eu convido para.”

Quanto à existência de projectos comuns estes nunca existiram. AC revela

que nunca realizou projectos/actividades com outras Associações, porque

sente que têm necessidade de se conhecer melhor e de dar a conhecer o seu

trabalho. NS confessa que nunca houve projectos em comum, mas admite que

a AP que integra pode ser um meio facilitador de aproximação, assim como a

Direcção do Agrupamento que poderia promover um intercâmbio entre as AP

existentes no Agrupamento da Junqueira.

“nunca pensamos nisso porque ainda temos que nos conhecer a nós próprios, temos que dar tempo de nos conhecermos, de dar a conhecer o nosso trabalho […] porque nós para fazermos parcerias também temos que ser bons naquilo que fazemos”. (AC)

“Não (…) se calhar poderíamos ser nós a promover isso, mas acho que para além de convidar deveria ser o Agrupamento a promover o intercâmbio entre as várias Associações e se eles dissessem que “estes senhores vêm para nos facilitar e para nos ajudar”… porque deveriam ver-nos como um aliado. A Direcção da Escola deveria ser mais pró-activa”. (JS)

A sétima categoria - Propostas de actuação, os entrevistados

apresentaram algumas estratégias e actividades passíveis de concretização

envolvendo elementos da comunidade educativa. Os dirigentes da AP

Touguinha expressam que “deveria haver uma interligação mais próxima com o

Agrupamento” (NS) e “uma grande estratégia seria, por exemplo, promover a

partir das diferentes Associações ou das Escolas que não tivessem Associação

a Coordenadora de Estabelecimento uma actividade ou um dia de actividades

conjunto de Agrupamento na Sede do Agrupamento (…) e com eles realizar um

conjunto de actividade (…) desportivas, variadas com os miúdos, acho que

seria assinalável e seria um desafio” (JS).

JS sublinha a necessidade de presença e envolvimento das AP nas acções

e a importância de trabalhar em conjunto com vista à unificação, demonstrando

que realmente são um Agrupamento.

“no sentido de unificar pois sabemos que fazemos parte de um Agrupamento e devemos demonstrar que somos realmente um Agrupamento” “seria uma forma até das Associações (…) serem convidadas, estarem presentes, participar na organização e nas actividades”.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

85

A última categoria - Representação dos pais acerca da escola, deu a

conhecer a perspectiva que os dirigentes associativos têm, enquanto pais, face

ao contexto escolar. Deste modo:

AC frisa que os pais vêem a escola como um espaço que serve para educar

e que os filhos vão lá para aprender. Mas a escola é mais do que isso e os pais

são uma peça fundamental, pois também são educadores.

“A Escola serve para educar, eles só vão lá para aprender. Os pais viam a Escola como isso, é para aprender, eles vão lá para aprender. Mas a Escola é muito mais do que isso, os pais são muito mais do que pais, os pais também são educadores. Não são só os Professores que são educadores, os pais também têm que ser educadores.”

NS considera que os pais vêem a escola como um espaço que tem o dever

de garantir a educação dos filhos e a obrigação de dar a educação que não

têm em casa. Sente que neste momento os pais desejam que a escola seja

multifacetada e cumpra a função de ensinar, educar e que faça um pouco de

tudo. Destaca o problema da burocratização dentro das escolas.

“Neste momento eu vejo que os pais querem, nem todos, mas a maior parte dos pais pensam que a escola tem que ser o garante da educação dos filhos e tem que ser a escola a dar a educação que os pais não dão em casa aos filhos.” “os pais estão mais preocupados com que a escola ensine, eduque, faça de baby sitter, que faça um bocadinho de tudo”. “a burocracia dentro das escolas também faz com que os Professores se baldem um bocadinho, porque se têm que apresentar/dar um castigo a um aluno na escola tem que haver reuniões, preencher não sei quantos impressos, têm que ser ouvidos, isto tudo só por causa de um castigo.”

JS salienta que a escola é vista como um espaço de depósito onde as

crianças são entregues e que os pais não se preocupam com os filhos a não

ser quando acontece alguma coisa. Destaca que a os pais é que são os

responsáveis pela educação dos filhos, mas estão sempre à espera que o

ensino e a educação sejam assumidos pelos professores e funcionários. Além

de que, alguns dos problemas que ocorrem no espaço escolar prende-se com

o sistema de ensino e o facto de a educação ser diferente da de outrora.

“os pais têm a sua profissão, muitas vezes levantam-se cedo, vêm tarde e a Escola funciona como um depósito para os filhos, colocam-nos ali e eles estão ali, estão entregues, sabem que a Escola é vedada e dali não saem e que tem gente a tomar conta deles (…) não procuram saber como está o filho, como vai como é que não vai, excepto se acontecer” alguma coisa. “Os pais é que devem dar a educação aos filhos, mas estão à espera que sejam os Professores, os funcionários da Escola a fazê-lo, a fazer as duas coisas a ensinar e a educar. Embora não queira dizer que isto não seja também função do Professor, mas há educação que deve ser tida em família pelos pais e família em

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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geral, e há outra que é um bocadinho diferente e que já pressupõe a anterior, a da família, para ser feita na escola.” “O problema é do sistema e é uma educação diferente”.

NS considera que os pais não têm opiniões positivas acerca da escola

devido aos meios de comunicação social. Hoje exige-se muito da escola e

culpabilizámo-la acerca de tudo o que acontece de mal. Fazemos parte de uma

sociedade complicada e desestruturada, com pais ausentes e com hábitos de

exigência.

“acho que os pais vêm muito mal a escola por causa da comunicação social (…) a comunicação social mata a escola, mata as famílias, mata tudo. Por outro lado, as famílias (…) exigem tudo da escola, mas não dão à escola”. “está muito mal e (…) há uma falta de respeito muito grande, hoje com a escola. Até dá impressão que a escola tem culpa e que é a culpada de tudo”. “os filhos foram criados e habituados a gastar, a esbanjar, mas exigindo. Os pais estiveram muito ausentes, está uma sociedade muito complicada”.

Face a esta categoria, importa sublinhar que a noção de representação

situa-se:

“numa encruzilhada com múltiplos acessos. As representações sociais apresentam-se sob formas variadas, mais ou menos complexas: imagens, sistemas de referência, categorias, teorias (…) no seu sentido mais lato designa uma forma d pensamento social. As representações sociais são partilhadas pelos membros de uma sociedade ou colectividade”111

.

O facto de tentarmos compreender a representação dos pais face à escola,

surge neste estudo, de uma forma indirecta, na medida em que tivemos

necessidade de perceber como se apresentam no campo educativo. Segundo

Gilly (1989, cit. por Neto (1998:486)):

“o campo educativo aparece como um campo privilegiado para ver como se constroem, evoluem e se transformam representações sociais no seio dos grupos sociais e iluminar-nos sobre o papel destas construções nas relações destes grupos com o objecto da sua representação”112

.

As representações sociais não são mais do que a indicação ou orientação

de comportamentos. Elas são uma forma de conhecimento, de saber que serve

para agir sobre o mundo e sobre o outro, situando o indivíduo no seu meio,

marcando as respectivas atitudes e práticas. Tal como refere Denise Jodelet

(1990, cit. por Borges, Monteiro Miranda (2009:64)):

“toda a representação social é representação de qualquer coisa e de alguém. Ela não é nem o duplo do real, nem o duplo do ideal, nem a parte subjectiva do

111 NETO, Félix, Psicologia Social – volume I, Lisboa, Universidade Aberta, 1998, pág. 469; 112 Ibidem, pág. 486;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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objecto, nem a parte objectiva do sujeito. Ela é o processo pelo qual se estabelece a sua relação”113

.

Após a análise do conteúdo das entrevistas ressaltam os seguintes

aspectos:

• Existe um desconhecimento acerca das AP que fazem parte do AVEJ,

desconhecimento esse que engloba as próprias AP e que é alargado

ao próprio Agrupamento;

• AP não articulam entre si, não conhecem o trabalho umas das outras,

nem evidenciam interesse em sabê-lo;

• AP de Touguinha está activa, mas não está legalizada;

• AP não estão representadas em todos os órgãos de gestão,

designadamente Conselho Geral e Conselho Pedagógico, sendo esse

papel assumido, muitas vezes, pelos representantes dos pais;

• AP defendem que a relação que têm com a escola baseia-se na

parceria e envolvimento, fomentando a colaboração, a articulação e o

entendimento, mas esta atitude deveria ser transversal ao

Agrupamento, especialmente com a Direcção;

• AP não integram o movimento associativo concelhio – FAPCONDE,

embora reconheçam a importância do movimento;

• AP expressaram vontade de vir a ser elementos constitutivos da Rede

Social de Vila do Conde;

• Entrevistados consideram que a Avaliação das actividades não é

preponderante, debruçando-se esta, unicamente, no feedback dos

participantes;

• Pais/famílias participam e envolvem-se nas actividades da escola,

mas deveriam ser mais pró-activos;

• Pertinência em desenvolver um estudo aprofundado acerca das

representações dos pais face à escola.

113 BORGES, Ana Sofia de Abreu Ferreira, MONTEIRO, Liliana de Jesus Azoia, MIRANDA, Maria de La Salete Carvalho Moreira Ferreira, Perpectivar a (Re) construção da relação entre Família e Escola: (novos) Saberes, (novas) Competências, Porto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, 2009, pág. 64;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

88

3.3. Projecto de Intervenção Comunitária - Revitalizar a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas da Junqueira – APAEJ

Sendo o fundamento deste estudo criar condições para a revitalização da

APAEJ, após a aplicação das entrevistas os dados114 foram apresentados, dia

7 de Julho, aos entrevistados e às entidades envolvidas no projecto. Esta

reunião decorreu no AVEJ e tinha como objectivos apresentar às APEE

“activas” as conclusões das entrevistas efectuadas e identificar acções que as

AP pudessem integrar e desenvolver em prol da comunidade educativa do

Agrupamento.

Nesta reunião, foram debatidos vários aspectos relacionados com a família e

a escola, sendo de realçar o papel dos pais/EE, a pertinência de formar para

uma mudança de cultura e atitudes, criar hábitos de presença e desenvolver o

sentido de utilidade em oposição ao de inutilidade. Face a estas possíveis

mudanças surgiu a seguinte questão: Que participação é esperada dos pais no

Agrupamento? Os elementos das APEE presentes na reunião destacaram que

estavam dispostos a colaborar em algumas acções, mas evocaram que

centram a sua intervenção unicamente ao nível das suas escolas e ao meio

onde foram constituídas as AP. Foram apresentados alguns exemplos de

acções que podem vir a ser desenvolvidas pelos pais/EE, em parceria com as

AP, destacando:

• Criação de iniciativas e programas de formação para pais/EE, como

por exemplo “Clube de Pais? …”,

• Actividades, em contexto escolar, que sejam potenciadoras da

revalorização das pessoas seus conhecimentos e saberes – tradições

culturais;

• “Encontros Familiares” com workshops temáticos que potenciem a

relação pais/filhos/escola;

• Actividades desportivas ou outras com grupos formados por pais e

alunos.

114 Anexo 9 – Registo de Reunião;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

89

Desta reunião surgiu a necessidade de se promover uma Sessão de

Sensibilização para pais/EE sobre “A Importância da Participação dos Pais na

Vida da Escola”, com o objectivo de revitalizar a Associação de Pais do

Agrupamento tornando-a o epicentro da participação dos pais/famílias na

escola e promovendo actividades concertadas de envolvimento ao longo de

todo o ano.

De modo a iniciar o processo, os pais foram convocados pela

responsável do Agrupamento para uma reunião preliminar na escola, com o

objectivo de conhecerem os objectivos e importância de uma AP e de a

poderem reconstituir115. Compareceram à acção, dia 23 de Setembro, cerca de

70 pais, professores e estiveram presentes elementos da CONFAP e

FAPCONDE, com intervenções no sentido de motivarem os pais para a

constituição da associação. Na sequência desta, marcou-se a reunião seguinte,

já com um conjunto de pais com manifestação de interesse em assumirem

essa tarefa. Os pais foram acompanhados neste processo pelas diferentes

equipas envolvidas no projecto – CLDS e ESEPF, contando com a colaboração

da CONFAP e FAPCONDE.

A 25 de Novembro, a APAEJ foi oficialmente constituída, em Assembleia

Geral116, por lista única, com a presença de quarenta e cinco pais/EE. Os

elementos que integram a APAEJ têm representatividade ao nível das

freguesias e dos diferentes ciclos, aspecto este que foi ressalvado como

positivo pelo Director do Agrupamento.

3.4. Articulação dos resultados com as hipóteses formuladas

No que respeita aos resultados, chegada a esta fase do estudo, pode-se

afirmar que as hipóteses teóricas foram um elemento fulcral em todo o

processo de estudo, na medida em que induziram o espírito de descoberta e

foram um fio condutor no decorrer da investigação.

Perante as duas hipóteses levantadas aquando a construção da pergunta de

partida, concluiu-se que: 115 Anexo 10 – Sessão de Sensibilização sobre “A Importância da Participação dos Pais na Vida da Escola” – Planificação e Avaliação da Actividade, Cartaz de divulgação, Panfleto, Folha de Avaliação e Ficha para os Pais; 116 Anexo 11 – Auto de Tomada de Posse da APAEJ;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

90

O envolvimento parental, no contexto escolar, funciona como um meio

facilitador no desenvolvimento de práticas educativas de/para o sucesso,

isto se família e escola estabelecerem laços de proximidade, onde predomine a

comunicação, o envolvimento e a participação. Torna-se fundamental que esta

relação esteja alicerçada numa aproximação onde vigore a confiança e um

clima de cooperação, para que as interacções entre família-escola e escola-

família aumentem.

Este estudo permitiu constatar que se os pais percepcionarem a escola e os

professores de forma mais positiva e revelarem interesse pelo processo

educativo estarão mais predispostos para entender melhor as políticas da

escola, a acção dos professores e acompanhar os progressos dos filhos. Mas,

para que as relações e o envolvimento sejam sustentáveis é imprescindível que

os pais, além de comunicar com a escola, valorizem-na e falem dela aos filhos,

que tentem proporcionar momentos de aprendizagem em casa e na

comunidade e que participem nas actividades da vida da escola.

Desta hipótese, ficam três ideias centrais:

- Pais devem acompanhar os filhos para conhecer a escola e, assim,

defender todas as condições mínimas para um trabalho de qualidade;

- Escola é um espaço para se fazer e colaborar, mas isso depende da

cooperação, participação e entrega por parte dos pais, professores e toda a

comunidade educativa;

- Envolvimento parental na escola sendo promotor de partilha de saberes e

recursos, contribuirá significativamente para uma educação de sucesso, com

sucesso, para o sucesso.

A existência de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação

activa, na comunidade educativa, desperta os pais e/ou encarregados de

educação para a participação e um maior interesse por iniciativas que

fomentem a relação família-escola, isto se tivermos diante de uma AP que

seja dinâmica, mobilizadora (como por exemplo a APEEB) e revele capacidade

de reconhecer o papel e a importância que os pais/EE têm na vida da escola.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

91

Este estudo revelou que os pais/EE estão receptivos e evidenciam interesse

em participar e colaborar com a AP, mas existe uma necessidade premente

que passa pelo:

- saber o que é uma AP, conhecer os objectivos e as metas a que se

propõem;

- constatar se têm uma AP activa, dinâmica e mobilizadora que esteja apta a

intervir e dialogar com a escola em todos os momentos, quer seja para a

resolução de problemas, quer para a concretização de iniciativas. Nesta

perspectiva, Andrade (1994), expõe:

“as associações de pais não são apenas um conjunto de pais e encarregados de educação dos alunos de uma escola, não são um clube privado, não são um grupo de amigos, embora nas associações de pais se privilegie a relação de amizade […] as associações de pais são muito mais do que isso – é uma forma organizada de os pais e encarregados de educação participarem no sistema educativo, mas participarem no sistema educativo juntamente com os seus pares, com os professores, com os outros agentes de acção educativa […] há necessidade de participarmos na escola, escola que […] é uma comunidade educativa, onde tem que haver uma parceria e os pais pretendem estar de corpo inteiro […] sentimos que temos o direito e sobretudo o dever de participar, de estar presentes, naquilo que nos é mais caro, que é a educação dos nossos filhos”.117

3.5. Resposta à Pergunta de Partida

“A intervenção comunitária constitui uma prática facilitadora na reconstrução e dinamização da APAEJ?”

Este estudo permitiu concluir que a intervenção comunitária (IC), além de ser

uma prática facilitadora na reconstrução e dinamização da APAEJ, ela foi um

meio que possibilitou o conhecimento global da realidade, permitiu a integração

na comunidade e o trabalho de parceria, tendo culminado com a co-

responsabilização dos pais/EE, aquando a constituição da APAEJ.

A IC esteve presente no decorrer de todo o estudo e contribuiu para a

criação de condições que possibilitaram aos agentes nele envolvidos, gerar a

mudança, reforçando a capacidade de integração e participação social,

apostando num trabalho de equipa.

117 ANDRADE, Fernando, Educação, Comunidade e Poder Local – Actas do Seminário realizado em 6 e 7 de Dezembro de 1994,no Auditório do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Lisboa, Conselho Nacional de Educação, 1995, pág. 288;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

92

A motivação e envolvimento, participação e mobilização dos pais/EE foram

sem dúvida o resultado que a IC proporcionou junto da comunidade educativa

do AVEJ, assumindo expressão na reanimação da APAEJ. Com a revitalização

desta AP espera-se que os seus interventores tenham voz activa e uma

dinâmica interna própria que aposte em acções que promovam a mudança

social, cultural e comunitária. Todavia, para que as suas acções sejam

passíveis de concretização, torna-se necessário que exista um grupo de pais

mobilizador de boas práticas, que aposte numa dinâmica pró-activa e invista

em acções que sejam sustentáveis e com critérios claramente definidos para

todos.

Sendo a IC um trabalho social, ela permitiu ajudar a comunidade educativa

do AVEJ, principalmente os pais/EE, a compreender o quão importante e

fundamental é a sua presença na/para escola, despertou a consciência crítica

das pessoas fazendo com se superasse a passividade e se promovesse o

associativismo, a descobrir capacidades, além de procurar meios e vontades

no sentido da resolução dos problemas/necessidades existentes na

comunidade educativa. Ressalva-se que a intervenção desenvolvida partiu

sempre de trabalho de parceria e equipa.

Intervir junto da comunidade do AVEJ foi um desafio para todos os

interventores sociais que de forma directa ou indirecta foram estabelecendo

contacto com os intervenientes, mas houve uma virtualidade que esteve

sempre presente – o pressuposto do trabalho comunitário: a inclusão e a

afirmação de valores comunitários, assumindo estes um significado especial

com o estabelecimento de laços baseados na cooperação, participação,

comunicação, envolvimento e parceria.

A mediação foi, sem dúvida, um elemento facilitador na revitalização da

APAEJ, na medida em que favoreceu a mudança social e foi geradora de

revalorização e reconhecimento dos pais/EE face à escola. Destaca-se que

desta mudança adveio a aproximação e o estabelecimento de relações de

carácter interpessoal, comunicativo e educativo, dando ênfase e reforço aos

laços comunitários.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

93

A IC foi o pilar de todo o trabalho desenvolvido. Com ela foi possível

depreender e, ao mesmo tempo, reforçar que a escola tem de ser encarada

como uma comunidade educativa, comunidade esta que está inserida num

espaço e num tempo em que é elementar a mobilização de diversos agentes e

actores em torno de um projecto comum. No entanto, para que este objectivo

seja alcançado torna-se fundamental demarcar espaços próprios de acção que

visem a clarificação de limites, mas que sejam ao mesmo tempo potenciadores

e geradores de uma colaboração efectiva.

Este estudo surgiu de uma necessidade concreta, a de ajudar os pais/EE a

tomar consciência dos problemas/necessidades existentes e dos meios que

necessitavam para os resolver, contando desde o início com o apoio de um

conjunto de entidades e interventores. Assim sendo, podemos afirmar que esta

intervenção surgiu das necessidades da comunidade e da consciencialização

que os pais/EE, bem como a escola, têm acerca dos problemas que os

afectam, contribuindo deste modo para uma efectiva motivação, participação e

coesão, tornando-os, assim, interventores no seu próprio processo de mudança

desenvolvendo projectos e acções que sejam sustentáveis e duradouros.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

94

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de intervenção/investigação foi uma mais-valia na medida em

que, auxiliado pela intervenção comunitária, tentou perceber a relação

existente entre os contextos educativos, designadamente a família e a escola,

e demonstrou como o envolvimento parental pode trazer benefícios para o

AVEJ, nomeadamente através da participação activa dos pais e com a

revitalização da APAEJ.

A intervenção permitiu detectar que “os pais são um parceiro fundamental”

da escola, embora devessem “ter um papel mais activo e interventivo”, assim,

baseados numa parceria para aprendizagem, aprendizagem de/para o

sucesso, foram envolvidos vários protagonistas da comunidade educativa,

dando um destaque aos pais/EE, que enquanto figuras representativas

contribuíram para uma melhor compreensão acerca da relação existente entre

família, escola e a comunidade, dando expressão ao “valioso contributo que os

outros actores podem dar à escola, em especial os pais”118.

Intervir em prol da revitalização da APAEJ, foi um desafio e uma conquista.

Desafio na medida em que foi necessário quebrar preconceitos e demonstrar

abertura para perceber as perspectivas e interesses dos pais/EE face à sua

participação na vida da escola. Conquista porque os pais/EE mobilizaram-se e

encontraram um núcleo de pais/EE interessados em educar, participar e

envolver outros agentes educativos na transformação de comportamentos e

atitudes face à escola e à família, apostando em acções que promovam a

mudança social, cultural e comunitária, mas sobretudo, com vontade de intervir

no projecto educativo, questionando, debatendo e apresentando soluções.

A intervenção comunitária foi, sem dúvida, uma prática facilitadora para a

revitalização da APAEJ, na medida em que o conhecimento da realidade

potenciou a integração e o trabalho em equipa, apostou na parceria, no diálogo

aberto, na flexibilidade, na mediação, mas, acima de tudo, numa participação

118 BORGES, Ana Sofia de Abreu Ferreira, MONTEIRO, Liliana de Jesus Azoia, MIRANDA, Maria de La Salete Carvalho Moreira Ferreira, Perpectivar a (Re) construção da relação entre Família e Escola: (novos) Saberes, (novas) Competências, Porto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, 2009, pág. 62.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

95

activa, entre as entidades que integram o projecto e a comunidade educativa

do AVEJ, culminando com a co-responsabilização de todos, em especial dos

pais/EE, com a efectiva revitalização da APAEJ.

Segundo vários estudos, as práticas de envolvimento parental mais

consistentes e mais benéficas são as que apostam na comunicação e este

trabalho permitiu constatar mais uma vez essa realidade. Realmente as

práticas de comunicação são benéficas e facilitadoras de parcerias, embora a

construção de parcerias leve tempo e dificilmente se estabelecem sem a

colaboração de especialistas e técnicos de mediação, que acreditem nas

pessoas e levem-nos a acreditar em si e nas suas capacidades. A construção

de parcerias deve então ser reflexiva mas desenvolver-se com base na

confiança, na colaboração e na reciprocidade.

Na educação os pais devem ser vistos como co-construtores juntamente

com os professores e, em conjunto, devem desenvolver competências que

permitam um melhor e mais adequado desempenho das funções educativas,

sendo o diálogo a chave que abre as portas da tão desejada participação e

fomentação da relação família-escola/escola-família, através do envolvimento.

Segundo Davies (1989):

“a chave do envolvimento dos pais reside numa boa comunicação. As regras são claras: não se aos pais que se tornem professores, nem aos professores que assumam o papel de pais. Uns e outros têm papéis específicos, mas o desempenho desses papéis é absolutamente necessário para a construção de um programa educativo escolar de qualidade”119.

A participação dos pais na vida da escola é indispensável quer seja

intervindo juntamente com outros pais/EE ao nível do processo educativo

prestando um apoio activo e participando nas decisões, quer ao nível individual

ajudando, motivando e estimulando os seus filhos, com o intuito de dar

continuidade ao esforço desenvolvido pelos professores/educadores. Assim, os

pais devem ser vistos como educadores, colaboradores e/ou parceiros da

escola.

O papel da escola não se restringe unicamente ao apelar os pais/EE para

colaborar, engloba também uma visão mais alargada que passa por encará-los

119 DAVIES, Don, As Escolas e as Famílias em Portugal – realidades e perspectivas, Lisboa, Livros Horizonte, 1989, pág. 39;

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

96

como parceiros educativos, fazendo com que exista o reconhecimento de algo

em comum, logo torna-se fundamental estabelecer compromissos.

A escola é o reflexo da sociedade actual. Ela defronta-se, diariamente, com

os mais variados problemas/obstáculos, o que justifica muitas vezes a

preocupação constante por parte dos pais/EE, bem como dos professores.

Neste sentido, os profissionais/professores/educadores que a representam

devem ser capazes de manter o equilíbrio e demonstrar capacidade para saber

lidar com as pressões externas, fomentando o respeito pelos valores e a

autonomia. Ela deve ser uma organização aberta, um espaço onde predomine

a partilhar de saberes e de experiências, sinónimo de uma escola construtiva.

Enquanto sistema a escola deve ser dinâmica e activa, evidenciando

abertura ao exterior e a novas atitudes dos agentes educativos. Assim, os

professores devem ser os grandes impulsionadores da mudança, em conjunto

com os pais/EE, mesmo que a sua participação seja informal.

A colaboração e o envolvimento entre família, escola e comunidade deve

ser/estar cada vez mais presente, na medida em que são imprescindíveis, além

de vitais para o sucesso do processo educativo. Os pais devem continuar a ter

voz activa e estabelecer relações de proximidade e presença com o meio

escolar, daí o fundamento da sua participação.

A realização deste trabalho possibilitou o contacto directo com uma

realidade que, embora estando sempre presente no nosso quotidiano, nem

sempre é valorizada. A comunicação entre ambos os contextos é essencial,

mas para que se concretize é necessário que exista uma relação forte e

efectiva, onde se coadunem interesses e expectativas e se complementem

funções. Esperamos que este projecto inacabado continue a ter sucesso e que

percorra um caminho em direcção ao Outro, na medida em que:

“É preciso, é urgente, afirmar outra lógica de relação. O outro não é coisa, alimento ou obra.

O outro é o próximo – um sujeito capaz de segredo. O outro é outra liberdade.”120

120 BAPTISTA, Isabel, “Problemas, Dilemas e Desafios Éticos na Intervenção Sócio-educativa”, in Ana Maria Serapicos, Daniela Gonçalves, Florbela Samagaio Gandra, Gabriela Trevisan, Paula Medeiros (Org.), Actas do Encontro de Intervenção Social Saberes e Contextos, Porto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, 2006, pág. 66.

“Família, Escola e Comunidade” O Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

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BIBLIOGRAFIA

ALARCÃO, Madalena, (des)Equilíbrios Familiares, Coimbra, Quarteto, 2000; ANDER-EGG, Ezequiel, Metodologia y Practica del Desarollo Comunitario,

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• Lei n.º46/86, de 14 de Outubro; • Lei n.º 115/97, de 19 de Setembro; • Lei n.º 45/2005, de 30 de Agosto);

Estatuto do Aluno: • A Lei n.º30/2002, de 20 de Dezembro; • Lei n.º 3/2008, de 18 de Janeiro; • Lei n.º 39/2010, de 2 de Setembro.

Lei do Regime de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário:

• Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de Abril; Lei sobre Gestão e Autonomia das Escolas – Representantes de Turma:

• Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio; • Lei n.º 24/99, de 22 de Abril;

Lei das Associações de Pais: • Decreto-lei n.º 372/90, de 27 de Novembro; • Decreto-Lei n.º 80/99, de 16 de Março • Lei n.º 29/2006, de 4 de Julho.

ANEXO 1

FUNÇÕES DA ESCOLA

FUNÇÕES DA ESCOLA

Quadro 1 - Funções Sociais do Sistema Educativo

Cultural

Transmissão de valores, normas, modos de pensar e agir característicos da comunidade social que o sistema serve; a escola, através do currículo, é um veiculo de socialização das crianças e jovens, promovendo a sua iniciação em, ou adesão a, normas aceites de comportamento moral e social.

Social

Permitir a selecção e orientação para o desempenho de papéis ou funções sociais de modo competente, fomentando a mobilidade e oportunidades sociais dos indivíduos, na sua adequação aos lugares e funções a exercer na sociedade.

Económica Preparação dos indivíduos para o exercício de profissões e ocupações sociais, servindo necessidades de desenvolvimento económico/social.

Político- Instituccional

Contribuir para a coesão e identidades nacionais assim como para a participação social, cívica e política dos indivíduos nos campos e níveis de actuação em que se inserem.

Fonte: in Antunes (2009:38) - “ A Família e a Escola”

Quadro 2 - Funções da Escola

Técnica Aquisição de um conjunto de habilidades e competências indispensáveis à aquisição de saberes profissionais e ao desempenho de uma actividade socialmente integrada.

Social

Construção de uma educação para a cidadania e para a participação social. Mais do que aprender e ensinar saberes, o ensino deverá orientar-se para o desenvolvimento da capacidade de manifestar saberes e intervir no espaço social.

Ética

Desenvolvimento de um conjunto de valores cuja expressão mais significativa se manifestava, no passado, na preservação de valores tradicionais e manutenção da ordem. Hoje, centra-se no fenómeno da globalização e diversidade cultural, valorizando a diferença como factor de desenvolvimento pessoal e social.

Estética

Situa-se além da reprodução de conhecimentos, expressões e sensibilidades estéticas, no desenvolvimento de competências críticas e na afirmação de um pensamento criativo, renovador em todas as formas de expressão. No plano pedagógico determina a evolução de um discurso em que o fundamental se situava no professor, para um discurso que promove, nos alunos, a autonomia e a diversidade de expressão.

Fonte: in CARNEIRO (2000) - “Ajudar a Aprender”

ANEXO 2

DIÁRIO DE BORDO

DIÁRIO DE BORDO

O presente diário de bordo, pertence a Cátia Brás e nele estão registados

um conjunto de intervenções efectuadas com vista ao desenvolvimento do

trabalho de investigação/intervenção.

A temática do trabalho de projecto é “Família, Escola e Comunidade – O

Papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento

Vertical de Escolas das Junqueira – AVEJ”. Assim, foi criado este diário de

bordo com o intuito de o investigador registar o trabalho desenvolvido,

constituindo desta forma, um testemunho real do caminho percorrido no

decorrer do trabalho de investigação/intervenção.

No presente diário de bordo constam as actividades desenvolvidas,

reflexões e comentários sobre o modo como o trabalho individual e em equipa

foi sendo processado. Este elemento de apoio permitiu criar o hábito de pensar

as práticas e a própria aprendizagem, além de ajudar a reflectir sobre os

problemas que vão surgindo, os obstáculos que decorrem do desenvolvimento

do trabalho e da forma de os superar.

O presente diário de bordo está organizado por meses, desde Outubro de

2010 a Novembro de 2011, sendo de realçar que os meses referentes ao ano

de 2010 foram, essencialmente, para a pesquisa de livros e planificar o projecto

de investigação/intervenção, conforme se pode verificar no quadro seguinte:

2010

Mês A fazer…

Outubro Pesquisa de livros, documentos, Internet e outro

tipo de fontes bibliográficas

Novembro Resumo das pesquisas

Dezembro Planear o projecto de investigação

2011 – Projecto de investigação/intervenção.

Outubro de 2010

Pesquisa de livros, documentos, Internet e outro tipo de fontes bibliográficas

sobre os conceitos de família, escola e comunidade.

3 de Outubro de 2010

Programa RTP1 – Apresentação do “Projecto Sim ou Não”, desenvolvido em

Lisboa, por Joana Richard. Este tem por base a educação parental e um

trabalho directo com crianças e jovens, um dos 5 aos 13 anos e outro dos 14

aos 18 anos. Contactos – 213637629.

4 de Outubro de 2010

Investigação na internet – Tese de Mestrado de Lara Carmélia de Sousa

Antunes, Universidade do Minho, sobre “A Família e a Escola”. Esta aborda a

relação entre a família e a escola, designadamente com crianças integradas

em jardim-de-infância. Enviar email à autora a solicitar o envio da tese

explicando que está relacionado com o tema do meu trabalho de investigação.

6 de Outubro de 2010

Lara Carmélia de Sousa Antunes responde ao email e envia Tese de

Mestrado.

Pensar na problemática teórica e na possível pergunta de partida.

7 de Outubro de 2010

Pesquisa na internet sobre Contrato Local de Desenvolvimento Social –

CLDS:

• Instituto de Segurança Social, Acção Social – Programa CLDS;

• Portaria nº. 396/2007, de 2 de Abril (cria o programa e aprova o

respectivo regulamento);

• Portaria nº. 285/2008, de 10 de Abril (altera a portaria anterior);

• Projecto Redescobrir – CLDS de Vila do Conde.

Pesquisa na internet sobre Projecto Educativo do AVEJ “Por uma Cidadania

com Sucesso”, Projecto Curricular do AVEJ, Rede Social de Vila do Conde.

Novembro de 2010

Resumo das pesquisas efectuadas.

Começo a ter dificuldade ao nível da investigação, pois sinto que a gravidez

de risco não está a facilitar as pesquisas e, por indicação médica, vou ter que

parar por uns tempos.

Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011

Planear o projecto de investigação.

Janeiro de 2011

Estou mais motivada para desenvolver o trabalho de

investigação/intervenção. Em breve vou iniciar o trabalho com a equipa da

ESEPF, em parceria com o CLDS de Vila do Conde e o AVEJ.

11 de Janeiro de 2011

Recepção de email da equipa projecto da ESEPF sobre a integração na

Equipa. Este trazia em anexo documentos importantes para análise como

elementos de caracterização e de diagnóstico relativos ao Projecto.

Pesquisa na página da Câmara Municipal de Vila do Conde.

31 de Janeiro de 2011

Programa Prós e Contras, na RTP1, sobre “Educação”, com a presença do

Presidente da CONFAP – Professor Albino Almeida.

8 de Fevereiro de 2011

Programa Sociedade Civil, na RTP2, sobre “Educação”, com a presença da

CONFAP.

9 de Fevereiro de 2011

- Reunião na ESEPF para conhecer os elementos da equipa da ESEPF e

expor o que gostava de desenvolver no AVEJ, com os pais/EE.

- Recepção de email da equipa do projecto da ESEPF com uma série de

documentos para análise, designadamente as sínteses das entrevistas

realizadas às famílias.

- Envio de email para equipa do projecto solicitando que informassem a

equipa do CLDS do meu trabalho e informando que necessito de entrar em

contacto com eles e com o Subdirector do AVEJ.

- Recepção de email da equipa da ESEPF confirmando a reunião do dia 18

de Fevereiro, pelas 10h30 para produzirmos a síntese/apresentação para a

reunião com a Vereadora da Câmara Municipal de Vila do Conde. Este email

pedia para eu elaborar uma síntese relativamente à pertinência da revitalização

da Associação de Pais do Agrupamento.

15 de Fevereiro de 2011

Envio de email à coordenadora do CLDS, fazendo uma breve apresentação

do meu trabalho e solicitando o seu apoio a fim de contactar com o Subdirector

do Agrupamento.

18 de Fevereiro de 2011

- Envio de email para todos os elementos da equipo da ESEPF com a

Síntese que elaborei sobre a pertinência da Revitalização da Associação de

Pais do Agrupamento.

- Reunião na ESEPF com todos os elementos da Equipa do Projecto.

- Recepção de email da equipa da ESEPF com os Guiões das entrevistas e

com o Decreto-lei nº 115-A/98 referente ao regime jurídico de autonomia e

administração e gestão dos estabelecimentos de educação pré – escolar e dos

ensino básico e secundário.

22 de Fevereiro de 2011

Contacto com Subdirector do AVEJ explicitando a temática e o propósito do

estudo, bem como solicitar a sua participação. Demonstrou receptividade e

focou marcada entrevista para dia 25 de Fevereiro, pelas 11h.

24 de Fevereiro de 2011

Envio de email ao Subdirector do Agrupamento com o Guião de Entrevista e

relembrando-o da data e hora da entrevista.

25 de Fevereiro de 2011

Entrevista ao Subdirector do AVEJ, pelas 11h, com a duração de 27m10s.

Esta decorreu no seu gabinete, mas este não foi o espaço mais apropriado

devido às constantes interferências.

Cedência das moradas das APEE existentes no AVEJ, para contactar os

dirigentes associativos informando do estudo e auscultar a sua disponibilidade

em colaborar.

Iniciar a transcrição da entrevista e fazer análise de conteúdo.

3 de Março de 2011

Apresentação do Pré-projecto na ESEPF.

14 e 15 de Março de 2011

Estabelecimento de contactos, via telefone e email, com as coordenadoras

de escola que demonstraram receptividade e facultaram os contactos

telefónicos dos dirigentes e outras que tomaram a iniciativa de articular a

informação com os dirigentes e serem meio de informação para o

agendamento das entrevistas.

21 de Março de 2011

Envio de carta registada com aviso de recepção a todos as Presidentes das

APEE pertencentes ao AVEJ, a solicitar a sua participação, explicitando a

temática e o propósito do estudo, bem como o processo de recolha de dados.

4 de Abril de 2011

Entrevista à Presidente da APEEB, pela 17h30, com a duração de 35m06s.

Esta decorreu na Sede da APEE Bagunte - EB1/JI de Vilar Bagunte, que é

também a sala dos professores. O local escolhido foi considerado adequado,

por ser sossegado e sem interferências.

Iniciar a transcrição da entrevista e fazer análise de conteúdo.

5 de Abril de 2011

Envio de email ao Presidente da APEET auscultando a sua disponibilidade

em colaborar no estudo.

6 de Abril de 2011

Reunião com os professores na Escola da Junqueira.

11 de Abril de 2011

Contacto telefónico com o Presidente da APEET.

5 de Maio de 2011

Recepção de email do Presidente da APEET confirmando a disponibilidade

da entrevista para dia 7 de Maio, pelas 17h, na Junta Freguesia Touguinha.

7 de Maio de 2011

Entrevista ao Presidente da APEET com a presença do Vice-presidente (não

era combinado estar presente e participar), pela 17h, com a duração de

50m53s. Esta decorreu na Junta de Freguesia de Touguinha. O local escolhido

foi considerado adequado, por ser sossegado e sem interferências.

Iniciar a transcrição da entrevista e fazer análise de conteúdo.

20 de Maio de 2011

Reunião com a equipa da ESEPF, pelas 10h, para preparação da formação

na Junqueira, quer para professores, técnicos e pais/EE (APEE).

Coordenadora do CLDS ficou de articular com a Ex-dirigente da APEEA a

fim de auscultar a sua disponibilidade em colaborar no estudo.

21 de Maio de 2011

Pesquisa sobre Legislação relacionada com a participação dos pais na vida

da escola, designadamente:

Lei sobre Gestão e Autonomia das Escolas – Representantes de Turma: • Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio; • Lei n.º 24/99, de 22 de Abril;

Lei das Associações de Pais: • Decreto-lei n.º 372/90, de 27 de Novembro; • Decreto-Lei n.º 80/99, de 16 de Março • Lei n.º 29/2006, de 4 de Julho.

A Lei de Bases do Sistema Educativo: • Lei n.º46/86, de 14 de Outubro; • Lei n.º 115/97, de 19 de Setembro; • Lei n.º 45/2005, de 30 de Agosto);

Estatuto do Aluno: • A Lei n.º30/2002, de 20 de Dezembro; • Lei n.º 3/2008, de 18 de Janeiro; • Lei n.º 39/2010, de 2 de Setembro.

23 de Maio de 2011

Contacto telefónico com a Ex-dirigente da APEEA, tendo a entrevista ficado

marcada para dia 25 de Maio, pelas 15h, na sua residência por ser o local mais

favorável.

Contacto telefónico com a Psicóloga escolar do AVEJ, tendo a mesma

referido que nunca fez um levantamento das temáticas que os pais/EE

consideram pertinentes e que gostassem de ver debatidas. Todavia vai-se

apercebendo das situações, mas através dos contactos pontuais que vai tendo

com os pais/EE das crianças que acompanha, além das reuniões de turma e

de pedagógico em que participa. Tem conhecimento que foi pedido aos

Directores de Turma para fazerem esse levantamento, mas o ideal será

contactar com o subdirector do Agrupamento.

25 de Maio de 2011

Entrevista com a Ex-dirigente da APEEA, pelas 15h, com a duração de

66m42s. Esta decorreu na residência da entrevistada, em Arcos. O local

escolhido foi considerado adequado, por ser sossegado e sem interferências.

Iniciar a transcrição da entrevista e fazer análise de conteúdo.

30 de Maio de 2011

Contacto com o Subdirector do AVEJ sobre as temáticas de interesse para

os pais/EE, tendo referenciado que a Equipa de Avaliação da Escola fez esse

levantamento, mas que não têm muitos dados, mas que estão disponíveis para

deixar analisar o material até então recolhido. Fico a aguardar contacto da

colega responsável pela Equipa de Avaliação Escola.

31 de Maio de 2011

Contactada pela colega responsável pela Equipa de Avaliação Escola, tendo

ficado marcada reunião para dia 2 de Junho, pelas 15h15.

2 de Junho de 2011

Reunião no AVEJ com a Equipa de E.A.A., tendo recolhido os seguintes

dados:

- foi efectuado um inquérito transversal a todos os ciclos e aos pré-escolar;

- pais/EE tinham que entregar os inquéritos até 30 de Maio;

- vão fazer o tratamento dos dados e posteriormente enviam-nos;

- a E.A.A está disponível para actuar em parceria com as APEE

Agrupamento.

Fui convidada a assistir à festa de fim de ano da escola, no antigo cineteatro

de Vila do Conde.

9 de Junho de 2011

Festa de fim de ano no antigo cineteatro de Vila do Conde, pelas 21h.

Estavam presentes muitos pais/EE, assim como professores e funcionários.

28 de Junho de 2011

Reunião com as APEE no AVEJ, pelas 17h, para apresentação dos dados

recolhidos. Esta ficou sem efeito devido à indisponibilidade dos dirigentes da

APEET. Ficou marcada nova reunião para dia 7 de Julho, pelas 17h.

07 de Julho de 2011

Reunião para apresentação dos dados recolhidos com as APEE. Esta

contou com a presença de, pelo menos, um elemento de cada entidade

envolvida no Projecto. Quanto à APEE de Touguinha o Presidente fez-se

representar pelo Vice-presidente.

Os assuntos tratados na reunião foram:

• Comunicação dos resultados das entrevistas efectuadas às APEE

“activas” e apresentação da questão “O que podemos fazer, enquanto

Associações de Pais e Encarregados de Educação, envolvendo a

comunidade educativa?”

• Breve exposição sobre o Projecto, as entidades nele envolvidas e dar

a conhecer algum do trabalho desenvolvido, até então, com os

elementos da comunidade educativa (entrevistas famílias, “focus

groups” com professores, educadores, alunos, entre outros).

Ficou combinado na reunião:

- APEE irão abordar com os restantes elementos de cada Associação,

nomeadamente aqueles que têm educandos que vão integrar o 2º ciclo, a

possibilidade de revitalizarem a APEE Agrupamento, encontrando figuras de

liderança;

- Marcar nova reunião no início do próximo ano lectivo, em Setembro;

- Contactar com a APEE de Touguinhó, recentemente criada (informação

dada pela Subdirectora do Agrupamento);

- Fazer uma acção para pais/EE, no início do ano lectivo, sobre a

importância dos pais na escola, com a participação do Presidente da CONFAP

e da FAPCONDE. Esta acção poderá vir a intitular-se de “Os Pais são úteis” ou

a “Participação dos Pais na Vida Escolar”.

18 de Julho de 2011

Encontro com a coordenadora do CLDS a fim de analisar a data para a

Sessão de Sensibilização sobre “A Importância da Participação dos Pais na

Vida da Escola”, pelas 11h30. Ficou combinado ser eu a estabelecer contacto

com a CONFAP e a FAPCONDE, a fim de convidar os presidentes a estar

presentes na Sessão e assumirem o papel de oradores com temáticas

específicas.

25 de Julho de 2011

Reunião com a Co-orientadora para analisar documentos e trabalho

desenvolvido. Fiquei de enviar parte teórica do trabalho até Setembro de 2011.

Agosto/Setembro de 2011

Preparação da Sessão de Sensibilização sobre “A Importância da Participação dos Pais na Vida da Escola”, designadamente: - Cartaz de divulgação; - Fichas de inscrição para os Pais e Encarregados de Educação da AVEJ; - Convites para os oradores – via email; - Convites para as entidades que fazem parte do Projecto – via email; - Convites para as APEE Agrupamento – via email; - Convite para a Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Vila do Conde; - Questionário de avaliação para os participantes; - Ficha para os Pais/Encarregados Educação – auscultação para ser membro da APAEJ.

12 de Setembro de 2011

Reunião com toda a equipa do projecto, na ESEPF, pelas 15h, para

preparação da formação na Junqueira.

23 de Setembro de 2011

Sessão de Sensibilização sobre “A Importância da Participação dos Pais

na Vida da Escola”, no AVEJ, pelas 18h30, com a presença da CONFAP e

FAPCONDE. Estavam presentes cerca de 70 pais/EE.

Preenchida folha de avaliação e passada folha para registo de pais/EE

interessados em fazer parte da nova APAEJ.

10 de Outubro de 2011

Coordenadora do CLDS contactou-me referenciando que:

- continua sem conseguir os Estatutos e o Livro de Actas da antiga APAEJ,

tendo sido informada que os mesmos se encontram na posse do Ex-

presidente, que está ausente do país. Teve conhecimento de uma mãe que

fazia parte da antiga Associação e que obteve o mesmo tipo de informação,

embora esta destaca-se que não queria envolver-se neste tipo de situações,

pois a sua participação na APEE da Junqueira foi pontual não detendo grandes

informações. Assim, ficou combinado que eu enviarei emails para a

FAPCONDE e a CONFAP solicitando a sua colaboração no que respeita aos

documentos da Antiga APEE, nomeadamente Estatutos e informação no Diário

da República.

- esteve a conversar com o pai/EE responsável pela dinamização da nova

APEE, por causa da Assembleia de Pais do dia 21 de Outubro, tendo o mesmo

referenciado que primeiro quer agendar uma reunião com pessoas

representativas e, que possivelmente, a data terá que ser alterada (mais uma

vez a questão política a ser evidenciada). Informou ainda que, relembrou o

Encarregado de Educação que na Assembleia está combinado a presença um

elemento da ESEPF e um elemento da FAPCONDE, o que é necessário

comunicar as entidades caso surja alguma alteração.

14 de Outubro de 2011

Coordenadora do CLDS contactou-me informando que a Assembleia de

Pais, dia 21, ficará adiada. Face ao exposto, a técnica pediu-me para dar

conhecimento à FAPCONDE, AVEJ e restante equipa da ESEPF desta

alteração, via correio electrónico.

Envio de respectivos emails a comunicar o adiamento da Assembleia de

Pais.

27 de Outubro de 2011

Participação no “I Encontro de Intervenção Social da Póvoa de Varzim”,

promovido por “A Beneficiente”, entidade coordenadora do Contrato Local de

Desenvolvimento Social da Póvoa de Varzim.

Temáticas abordadas:

I Mesa - Crescer em Risco: abordagem sobre a gravidez na adolescência e

a avaliação de crianças e jovens em risco;

II Mesa – Problemas Sociais Contemporâneos: reflexão sobre maus tratos

nos idosos, mediação em famílias multiproblemáticas e o desemprego;

III Mesa – Intervenção em Comportamentos Aditivos: tratou assuntos sobre

a toxicodependência e o alcoolismo;

IV Mesa – Reinserção: Um Imperativo de Mudança: intervenção com

reclusos e ex-reclusos e violência doméstica.

Encontro abrangente, mas ficou aquém das minhas expectativas, pois

pensava que as temáticas evidenciassem alguma novidade no campo da

investigação e intervenção o que não se veio a revelar.

Passagem pelo CLDS de Vila do Conde para articular informação sobre a

reunião da APEE Junqueira, tendo a coordenadora comunicado que aguarda

novo contacto do pais/EE, pois este já teve a reunião com a Vereadora da

CMVC, mas ainda vai reunir com o Presidente da CMVC.

Coordenadora do CLDS ficou de pedir as folhas dos pais/EE que na reunião

preencheram as folhas indicando que estão interessados em fazer parte da

APEE Junqueira, a fim de ficarmos com um registo.

5 de Novembro de 2011

Coordenadora do CDLS contacta-me a comunicar que o pais/EE revela

interesse que a reunião da APEE se realize durante este mês, mas que

surgiram algumas dúvidas, nomeadamente:

- Na reunião é para definir-se já os Órgãos Sociais da APEEJ?

- Será que não é possível haver uma Comissão Instaladora que,

temporariamente, irá desenvolvendo a APEE, enquanto não houver eleições?

(pois pode haver pais/EE que faltem à reunião e demonstrem interesse em

constituir uma lista e assim dar-se tempo para haver eleições).

Face a estas hesitações a coordenadora do CLDS vai contactar com o

Presidente da FAPCONDE.

9 de Novembro de 2011

Envio de email para o CLDS, com o intuito de saber se já articularam a

informação com o Presidente da FAPCONDE e se necessitam de algum apoio.

Coordenadora CLDS responde ao email informando que já contactou com o

Presidente da FAPCONDE e enviou os esclarecimentos ao pais/EE, estando a

aguardar a data da reunião.

11 e 12 de Novembro de 2011

Participação no “IV Encontro sobre Maus tratos, negligência e Risco na

Infância e na Adolescência”, organizado pela Associação de Solidariedade e

Acção Social de Santo Tirso – ASAS, a decorrer no Fórum da Maia.

16 de Novembro de 2011

Recepção de email da coordenadora do CLDS, informando que está

confirmada a Assembleia de Pais, para 25 de Novembro, pelas 21h, no AVEJ.

Pede para informar a CONFAP.

25 de Novembro de 2011

Assembleia Geral para constituição da APAEJ, contanto com a participação

das entidades integrantes do projecto, CONFAP e FAPCONDE. A APAEJ foi

oficialmente constituída, em Assembleia Geral, por lista única, com a presença

de quarenta e cinco pais/EE. Os elementos que integram a APAEJ têm

representatividade ao nível das freguesias e dos diferentes ciclos, aspecto este

que foi ressalvado como positivo pelo Director do Agrupamento.

ANEXO 3

CARTAS ENVIADAS AOS REPRESENTANTES

DAS APEE

Exmo(a). Senhor(a) Presidente da Associação de Pais e Encarregado de Educação de Arcos Rua da Ponte, 25 4480-025 Arcos Vila do Conde

Santo Tirso, 21 de Março de 2011 Assunto: Marcação de Entrevista

Vimos por este meio saber junto de Vossa Exa. a possibilidade de marcação de uma entrevista sobre a Associação de Pais e Encarregados de Educação de Arcos.

Tal pedido prende-se com o facto de estarmos a desenvolver um trabalho de investigação, no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Vila do Conde, sobre a relação escola-família.

Com esta entrevista pretendemos saber como está organizada a Vossa Associação, motivo que levou à sua constituição, tempo de existência, actividades desenvolvidas, tipo de relação estabelecida com os agentes educativos e a comunidade. Todavia, caso a Vossa Associação não esteja activa pedíamos que fosse receptivo(a) à realização da mesma, pois torna-se pertinente conhecer os motivos que levaram a essa inactividade.

Para contactar-nos poderá fazê-lo por email ([email protected]) ou

telemóvel (966503706). Ao dispor para qualquer esclarecimento, apresentamos os melhores

cumprimentos. Cátia Brás Mestranda da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti - ESEPF Nota: A morada indicada foi cedida pelo Subdirector do Agrupamento

Vertical de Escolas da Junqueira, Professor Domingos Pinto.

Exmo(a). Senhor(a) Presidente da Associação de Pais e Encarregado de Educação de Rio Mau Rua Central, 1539 4480-404 Rio Mau Vila do Conde

Santo Tirso, 21 de Março de 2011 Assunto: Marcação de Entrevista

Vimos por este meio saber junto de Vossa Exa. a possibilidade de marcação de uma entrevista sobre a Associação de Pais e Encarregados de Educação de Rio Mau.

Tal pedido prende-se com o facto de estarmos a desenvolver um trabalho de investigação, no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Vila do Conde, sobre a relação escola-família.

Com esta entrevista pretendemos saber como está organizada a Vossa Associação, motivo que levou à sua constituição, tempo de existência, actividades desenvolvidas, tipo de relação estabelecida com os agentes educativos e a comunidade. Todavia, caso a Vossa Associação não esteja activa pedíamos que fosse receptivo(a) à realização da mesma, pois torna-se pertinente conhecer os motivos que levaram a essa inactividade.

Para contactar-nos poderá fazê-lo por email ([email protected]) ou

telemóvel (966503706). Ao dispor para qualquer esclarecimento, apresentamos os melhores

cumprimentos. Cátia Brás Mestranda da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti - ESEPF Nota: A morada indicada foi cedida pelo Subdirector do Agrupamento

Vertical de Escolas da Junqueira, Professor Domingos Pinto.

Exmo(a). Senhor(a) Presidente da Associação de Pais e Encarregado de Educação da Junqueira

Rua da Ponte, 202 4480-020 Arcos Vila do Conde

Santo Tirso, 21 de Março de 2011 Assunto: Marcação de Entrevista

Vimos por este meio saber junto de Vossa Exa. a possibilidade de marcação de uma entrevista sobre a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Junqueira.

Tal pedido prende-se com o facto de estarmos a desenvolver um trabalho de investigação, no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Vila do Conde, sobre a relação escola-família.

Com esta entrevista pretendemos saber como está organizada a Vossa Associação, motivo que levou à sua constituição, tempo de existência, actividades desenvolvidas, tipo de relação estabelecida com os agentes educativos e a comunidade. Todavia, caso a Vossa Associação não esteja activa pedíamos que fosse receptivo(a) à realização da mesma, pois torna-se pertinente conhecer os motivos que levaram a essa inactividade.

Para contactar-nos poderá fazê-lo por email ([email protected]) ou

telemóvel (966503706). Ao dispor para qualquer esclarecimento, apresentamos os melhores

cumprimentos. Cátia Brás Mestranda da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti - ESEPF Nota: A morada indicada foi cedida pelo Subdirector do Agrupamento

Vertical de Escolas da Junqueira, Professor Domingos Pinto.

Exma. Senhora Presidente da Associação de Pais e Encarregado de Educação de Bagunte Travessa da Aldeia Nova, 19 4480-243 Bagunte Vila do Conde

Santo Tirso, 21 de Março de 2011 Assunto: Marcação de Entrevista

Vimos por este meio saber junto de Vossa Exa. a possibilidade de marcação de uma entrevista sobre a Associação de Pais e Encarregados de Educação de Bagunte.

Tal pedido prende-se com o facto de estarmos a desenvolver um trabalho de investigação, no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Vila do Conde, sobre a relação escola-família.

Com esta entrevista pretendemos saber como está organizada a Vossa Associação, motivo que levou à sua constituição, tempo de existência, actividades desenvolvidas, tipo de relação estabelecida com os agentes educativos e a comunidade. Todavia, caso a Vossa Associação não esteja activa pedíamos que fosse receptiva à realização da mesma, pois torna-se pertinente conhecer os motivos que levaram a essa inactividade.

Para contactar-nos poderá fazê-lo por email ([email protected]) ou

telemóvel (966503706). Ao dispor para qualquer esclarecimento, apresentamos os melhores

cumprimentos. Cátia Brás Mestranda da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti - ESEPF Nota: A morada indicada foi cedida pelo Subdirector do Agrupamento

Vertical de Escolas da Junqueira, Professor Domingos Pinto.

Exmo. Senhor Nuno Silva Presidente da Associação de Pais e Encarregado de Educação da Touguinha Rua Rui Silva Gomes, 84 4480-513 Touguinha Vila do Conde

Santo Tirso, 21 de Março de 2011 Assunto: Marcação de Entrevista

Vimos por este meio saber junto de Vossa Exa. a possibilidade de marcação de uma entrevista sobre a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Touguinha.

Tal pedido prende-se com o facto de estarmos a desenvolver um trabalho de investigação, no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira em parceria com o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Vila do Conde, sobre a relação escola-família.

Com esta entrevista pretendemos saber como está organizada a Vossa Associação, motivo que levou à sua constituição, tempo de existência, actividades desenvolvidas, tipo de relação estabelecida com os agentes educativos e a comunidade. Todavia, caso a Vossa Associação não esteja activa pedíamos que fosse receptivo à realização da mesma, pois torna-se pertinente conhecer os motivos que levaram a essa inactividade.

Para contactar-nos poderá fazê-lo por email ([email protected]) ou

telemóvel (966503706). Ao dispor para qualquer esclarecimento, apresentamos os melhores

cumprimentos. Cátia Brás Mestranda da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti - ESEPF Nota: A morada indicada foi cedida pelo Subdirector do Agrupamento

Vertical de Escolas da Junqueira, Professor Domingos Pinto.

ANEXO 4

GUIÕES DAS ENTREVISTAS

GUIÃO ENTREVISTA SUBDIRECTOR DO AGRUPAMENTO

VERTICAL DE ESCOLAS DA JUNQUEIRA - AVEJ

O entrevistado será informado dos objectivos da entrevista, propósitos de

utilização da informação, permissão para gravação da mesma e garantia de

anonimato e confidencialidade das informações recolhidas. Será comunicado,

ainda, que não existem respostas “certas ou erradas” a nenhuma das questões

colocadas.

Objectivos da Entrevista:

• Conhecer a perspectiva do Subdirector do AVEJ face às

Associações de Pais e Encarregados de Educação (APEE);

• Recolher informação sobre as APEE existentes no Agrupamento;

• Compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol da

relação APEE /Família/Escola;

• Descobrir as mudanças ocorridas com a presença das APEE

desde que o Subdirector exerce funções directivas/coordenação no

Agrupamento.

GUIÃO ENTREVISTA

Dados de caracterização pessoal e profissional do entrevistado

Idade, habilitações literárias, tempo de serviço como docente, tempo de

serviço em funções directivas/coordenação.

Dados referentes às APEE

Qual a importância que atribui às Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

Na sua opinião qual é o papel estas devem assumir junto da comunidade

educativa?

Dados referentes às APEE que integram o Agrupamento

Neste Agrupamento existem Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

• Se sim, quantas? Qual o tempo de existência e fundamentos da

sua constituição?

• Se não, porquê?

Tem conhecimento se as Associações integram a FAPCONDE – Federação

das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Vila do

Conde?

Qual a postura que as Associações de Pais e Encarregados de Educação

adoptam ou têm vindo adoptar face à Escola?

Que estratégias as Associações aplicam para a mobilização de diferentes

agentes da comunidade educativa, nomeadamente: pais, alunos e

professores? E com a Direcção da Escola?

Que tipo de actividades desenvolvem?

• Como é feita a divulgação dessas acções?

• Essas actividades constam no Plano de Actividades do

Agrupamento?

Alguma vez foram criados projectos em parceria com as Associações de

Pais e Encarregados de Educação e a Escola?

• Se sim, quais e que resultados advieram dessas experiências?

• Se não, porquê?

Se pudesse propor/pensar em estratégias de actuação para as Associações

de Pais e Encarregados de Educação deste Agrupamento, quais seriam?

Muito obrigado pela colaboração!

GUIÃO ENTREVISTA PARA OS REPRESENTANTES DAS

ASSOCIAÇÕES DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

“ACTIVAS”

Os entrevistados serão informados dos objectivos da entrevista, propósitos

de utilização da informação, permissão para gravação da mesma e garantia de

anonimato e confidencialidade das informações recolhidas. Será comunicado,

ainda, que não existem respostas “certas ou erradas” a nenhuma das questões

colocadas.

Objectivos da Entrevista:

• Identificar os principais contributos das Associações de Pais (AP):

o Conhecer a perspectiva dos Presidentes das Associações

de Pais e Encarregados de Educação (APEE), face à

existência deste tipo de Associações;

o Recolher informação sobre cada uma das APEE existentes

no Agrupamento;

o Compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol

da relação APEE/Família/Escola;

o Descobrir as mudanças ocorridas com a presença das

APEE ao nível das Escolas e do próprio Agrupamento.

GUIÃO ENTREVISTA

Dados de caracterização pessoal e profissional dos entrevistados

Idade, habilitações literárias, profissão, tempo de serviço em funções de

Presidente na Associação de Pais e Encarregados de Educação.

Dados referentes à APEE

Qual a importância que atribui às Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

Há quanto tempo existe a Associação de Pais e Encarregados de Educação

à qual preside?

Quais os fundamentos que estiveram presentes para a constituição desta

Associação?

Quantos associados tem a Vossa Associação?

• Os associados são constituídos maioritariamente por pais ou integra

outras entidades?

• Quais as razões que levam os Pais ou Encarregados de Educação a

aderirem à Associação?

o Já tiveram situações de renunciação de associados? Qual o

motivo dessa renunciação?

Esta Associação integra a FAPCONDE – Federação das Associações de

Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Vila do Conde ou a

CONFAP – Confederação Nacional das Associação de Pais?

• Se sim, há quanto tempo?

• Se não, porquê?

Postura APEE face à escola e ao Agrupamento

Qual a postura que esta Associação de Pais e Encarregados de Educação

adopta ou têm vindo adoptar face à Escola?

Que estratégias aplicam para a mobilização de diferentes agentes da

comunidade educativa, nomeadamente: pais, alunos e professores?

• E com os Órgãos de Gestão, designadamente a Coordenadora de

Escola e da Direcção do Agrupamento Vertical de Escolas da

Junqueira?

Os Pais ou Encarregados de Educação costumam “recorrer” à Associação

de Pais e Encarregados de Educação da Escola?

• Se sim, em que situações?

• Se não, porquê?

Actividades das APEE

Que tipo de actividades desenvolvem?

• As actividades são definidas unicamente pelos elementos da

Associação ou existem outras pessoas a contribuir com propostas?

• Qual o papel dos Encarregados de Educação face às actividades

propostas?

• As actividades vão de encontro com as necessidades reais da

Escola?

• Como é feita a divulgação dessas acções?

• As actividades constam no Plano de Actividades do Agrupamento?

• Como costumam avaliar as actividades? Que estratégias utilizam?

Projectos comuns entre as AP do Agrupamento

Alguma vez foram criados projectos em parceria com outras Associações de

Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento?

• Se sim, quais e que resultados advieram dessas experiências?

• Se não, porquê?

Propostas

Se pudesse propor/pensar em estratégias de actuação para a Vossa

Associação de Pais e Encarregados de Educação, quais seriam?

Muito obrigado pela colaboração!

GUIÃO ENTREVISTA PARA OS REPRESENTANTES DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

“INACTIVAS”

Os entrevistados serão informados dos objectivos da entrevista, propósitos

de utilização da informação, permissão para gravação da mesma e garantia de

anonimato e confidencialidade das informações recolhidas. Será comunicado,

ainda, que não existem respostas “certas ou erradas” a nenhuma das questões

colocadas.

Objectivos da Entrevista:

• Identificar os principais contributos das Associações de Pais (AP):

o Conhecer a perspectiva dos Presidentes das Associações

de Pais e Encarregados de Educação (APEE), face à

existência deste tipo de Associações;

o Recolher informação sobre cada uma das APEE existentes

no Agrupamento;

o Compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol

da relação APEE/Família/Escola;

o Descobrir as mudanças ocorridas com a presença das

APEE ao nível das Escolas e do próprio Agrupamento.

GUIÃO ENTREVISTA

Dados de caracterização pessoal e profissional dos entrevistados

Idade, habilitações literárias, profissão, tempo de serviço em funções de

Presidente na Associação de Pais e Encarregados de Educação.

Dados referentes à APEE

Qual a importância que atribui às Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

Durante quanto tempo existiu a Associação de Pais e Encarregados de

Educação à qual presidiu?

Quais os fundamentos que estiveram presentes na constituição e na

desmobilização dessa Associação?

Quantos associados tinha a V. Associação?

• Os associados são constituídos maioritariamente por pais ou

integrava outras entidades?

• Quais as razões que levava os Pais ou Encarregados de Educação a

aderirem à Associação?

o Chegaram a ter situações de renunciação de associados? Qual

o motivo dessa renunciação?

Esta Associação chegou a integrar a FAPCONDE – Federação das

Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Vila do

Conde ou a CONFAP – Confederação Nacional das Associação de Pais?

• Se sim, durante quanto tempo?

• Se não, porquê?

Postura APEE face à escola e ao Agrupamento

Qual a postura que a V. Associação de Pais e Encarregados de Educação

adoptava face à Escola?

Que estratégias aplicavam para a mobilização de diferentes agentes da

comunidade educativa, nomeadamente: pais, alunos e professores?

• E com os Órgãos de Gestão, designadamente a Coordenadora de

Escola e da Direcção do Agrupamento Vertical de Escolas da

Junqueira?

Os Pais ou Encarregados de Educação costumavam “recorrer” à V.

Associação de Pais e Encarregados de Educação?

• Se sim, em que situações?

• Se não, porquê?

Actividades das APEE

Que tipo de actividades desenvolviam enquanto Associação?

• As actividades eram definidas unicamente pelos elementos da

Associação ou existiam outras pessoas a contribuir com propostas?

• Qual o papel que os Encarregados de Educação assumiam face às

actividades?

• As actividades iam de encontro às necessidades reais da Escola?

• Como era feita a divulgação dessas acções?

• As actividades constavam no Plano de Actividades do Agrupamento

ou existia um Plano próprio da Associação?

• Como costumavam avaliar as actividades? Que estratégias

utilizavam?

Tinha conhecimento da existência de outras Associações de Pais e

Encarregados de Educação existentes no Agrupamento?

Projectos comuns entre as AP do Agrupamento

Alguma vez foram criados projectos em parceria com essas Associações de

Pais e Encarregados de Educação?

• Se sim, quais e que resultados advieram dessas experiências?

• Se não, porquê?

Propostas

Se pudesse propor/pensar em estratégias de actuação para as Associações

de Pais e Encarregados de Educação existentes neste momento, quais

seriam?

Muito obrigado pela colaboração!

ANEXO 4

GUIÕES DAS ENTREVISTAS

GUIÃO ENTREVISTA SUBDIRECTOR DO AGRUPAMENTO

VERTICAL DE ESCOLAS DA JUNQUEIRA - AVEJ

O entrevistado será informado dos objectivos da entrevista, propósitos de

utilização da informação, permissão para gravação da mesma e garantia de

anonimato e confidencialidade das informações recolhidas. Será comunicado,

ainda, que não existem respostas “certas ou erradas” a nenhuma das questões

colocadas.

Objectivos da Entrevista:

• Conhecer a perspectiva do Subdirector do AVEJ face às

Associações de Pais e Encarregados de Educação (APEE);

• Recolher informação sobre as APEE existentes no Agrupamento;

• Compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol da

relação APEE /Família/Escola;

• Descobrir as mudanças ocorridas com a presença das APEE

desde que o Subdirector exerce funções directivas/coordenação no

Agrupamento.

GUIÃO ENTREVISTA

Dados de caracterização pessoal e profissional do entrevistado

Idade, habilitações literárias, tempo de serviço como docente, tempo de

serviço em funções directivas/coordenação.

Dados referentes às APEE

Qual a importância que atribui às Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

Na sua opinião qual é o papel estas devem assumir junto da comunidade

educativa?

Dados referentes às APEE que integram o Agrupamento

Neste Agrupamento existem Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

• Se sim, quantas? Qual o tempo de existência e fundamentos da

sua constituição?

• Se não, porquê?

Tem conhecimento se as Associações integram a FAPCONDE – Federação

das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Vila do

Conde?

Qual a postura que as Associações de Pais e Encarregados de Educação

adoptam ou têm vindo adoptar face à Escola?

Que estratégias as Associações aplicam para a mobilização de diferentes

agentes da comunidade educativa, nomeadamente: pais, alunos e

professores? E com a Direcção da Escola?

Que tipo de actividades desenvolvem?

• Como é feita a divulgação dessas acções?

• Essas actividades constam no Plano de Actividades do

Agrupamento?

Alguma vez foram criados projectos em parceria com as Associações de

Pais e Encarregados de Educação e a Escola?

• Se sim, quais e que resultados advieram dessas experiências?

• Se não, porquê?

Se pudesse propor/pensar em estratégias de actuação para as Associações

de Pais e Encarregados de Educação deste Agrupamento, quais seriam?

Muito obrigado pela colaboração!

GUIÃO ENTREVISTA PARA OS REPRESENTANTES DAS

ASSOCIAÇÕES DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

“ACTIVAS”

Os entrevistados serão informados dos objectivos da entrevista, propósitos

de utilização da informação, permissão para gravação da mesma e garantia de

anonimato e confidencialidade das informações recolhidas. Será comunicado,

ainda, que não existem respostas “certas ou erradas” a nenhuma das questões

colocadas.

Objectivos da Entrevista:

• Identificar os principais contributos das Associações de Pais (AP):

o Conhecer a perspectiva dos Presidentes das Associações

de Pais e Encarregados de Educação (APEE), face à

existência deste tipo de Associações;

o Recolher informação sobre cada uma das APEE existentes

no Agrupamento;

o Compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol

da relação APEE/Família/Escola;

o Descobrir as mudanças ocorridas com a presença das

APEE ao nível das Escolas e do próprio Agrupamento.

GUIÃO ENTREVISTA

Dados de caracterização pessoal e profissional dos entrevistados

Idade, habilitações literárias, profissão, tempo de serviço em funções de

Presidente na Associação de Pais e Encarregados de Educação.

Dados referentes à APEE

Qual a importância que atribui às Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

Há quanto tempo existe a Associação de Pais e Encarregados de Educação

à qual preside?

Quais os fundamentos que estiveram presentes para a constituição desta

Associação?

Quantos associados tem a Vossa Associação?

• Os associados são constituídos maioritariamente por pais ou integra

outras entidades?

• Quais as razões que levam os Pais ou Encarregados de Educação a

aderirem à Associação?

o Já tiveram situações de renunciação de associados? Qual o

motivo dessa renunciação?

Esta Associação integra a FAPCONDE – Federação das Associações de

Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Vila do Conde ou a

CONFAP – Confederação Nacional das Associação de Pais?

• Se sim, há quanto tempo?

• Se não, porquê?

Postura APEE face à escola e ao Agrupamento

Qual a postura que esta Associação de Pais e Encarregados de Educação

adopta ou têm vindo adoptar face à Escola?

Que estratégias aplicam para a mobilização de diferentes agentes da

comunidade educativa, nomeadamente: pais, alunos e professores?

• E com os Órgãos de Gestão, designadamente a Coordenadora de

Escola e da Direcção do Agrupamento Vertical de Escolas da

Junqueira?

Os Pais ou Encarregados de Educação costumam “recorrer” à Associação

de Pais e Encarregados de Educação da Escola?

• Se sim, em que situações?

• Se não, porquê?

Actividades das APEE

Que tipo de actividades desenvolvem?

• As actividades são definidas unicamente pelos elementos da

Associação ou existem outras pessoas a contribuir com propostas?

• Qual o papel dos Encarregados de Educação face às actividades

propostas?

• As actividades vão de encontro com as necessidades reais da

Escola?

• Como é feita a divulgação dessas acções?

• As actividades constam no Plano de Actividades do Agrupamento?

• Como costumam avaliar as actividades? Que estratégias utilizam?

Projectos comuns entre as AP do Agrupamento

Alguma vez foram criados projectos em parceria com outras Associações de

Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento?

• Se sim, quais e que resultados advieram dessas experiências?

• Se não, porquê?

Propostas

Se pudesse propor/pensar em estratégias de actuação para a Vossa

Associação de Pais e Encarregados de Educação, quais seriam?

Muito obrigado pela colaboração!

GUIÃO ENTREVISTA PARA OS REPRESENTANTES DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

“INACTIVAS”

Os entrevistados serão informados dos objectivos da entrevista, propósitos

de utilização da informação, permissão para gravação da mesma e garantia de

anonimato e confidencialidade das informações recolhidas. Será comunicado,

ainda, que não existem respostas “certas ou erradas” a nenhuma das questões

colocadas.

Objectivos da Entrevista:

• Identificar os principais contributos das Associações de Pais (AP):

o Conhecer a perspectiva dos Presidentes das Associações

de Pais e Encarregados de Educação (APEE), face à

existência deste tipo de Associações;

o Recolher informação sobre cada uma das APEE existentes

no Agrupamento;

o Compreender as dimensões de actuação aplicadas em prol

da relação APEE/Família/Escola;

o Descobrir as mudanças ocorridas com a presença das

APEE ao nível das Escolas e do próprio Agrupamento.

GUIÃO ENTREVISTA

Dados de caracterização pessoal e profissional dos entrevistados

Idade, habilitações literárias, profissão, tempo de serviço em funções de

Presidente na Associação de Pais e Encarregados de Educação.

Dados referentes à APEE

Qual a importância que atribui às Associações de Pais e Encarregados de

Educação?

Durante quanto tempo existiu a Associação de Pais e Encarregados de

Educação à qual presidiu?

Quais os fundamentos que estiveram presentes na constituição e na

desmobilização dessa Associação?

Quantos associados tinha a V. Associação?

• Os associados são constituídos maioritariamente por pais ou

integrava outras entidades?

• Quais as razões que levava os Pais ou Encarregados de Educação a

aderirem à Associação?

o Chegaram a ter situações de renunciação de associados? Qual

o motivo dessa renunciação?

Esta Associação chegou a integrar a FAPCONDE – Federação das

Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Vila do

Conde ou a CONFAP – Confederação Nacional das Associação de Pais?

• Se sim, durante quanto tempo?

• Se não, porquê?

Postura APEE face à escola e ao Agrupamento

Qual a postura que a V. Associação de Pais e Encarregados de Educação

adoptava face à Escola?

Que estratégias aplicavam para a mobilização de diferentes agentes da

comunidade educativa, nomeadamente: pais, alunos e professores?

• E com os Órgãos de Gestão, designadamente a Coordenadora de

Escola e da Direcção do Agrupamento Vertical de Escolas da

Junqueira?

Os Pais ou Encarregados de Educação costumavam “recorrer” à V.

Associação de Pais e Encarregados de Educação?

• Se sim, em que situações?

• Se não, porquê?

Actividades das APEE

Que tipo de actividades desenvolviam enquanto Associação?

• As actividades eram definidas unicamente pelos elementos da

Associação ou existiam outras pessoas a contribuir com propostas?

• Qual o papel que os Encarregados de Educação assumiam face às

actividades?

• As actividades iam de encontro às necessidades reais da Escola?

• Como era feita a divulgação dessas acções?

• As actividades constavam no Plano de Actividades do Agrupamento

ou existia um Plano próprio da Associação?

• Como costumavam avaliar as actividades? Que estratégias

utilizavam?

Tinha conhecimento da existência de outras Associações de Pais e

Encarregados de Educação existentes no Agrupamento?

Projectos comuns entre as AP do Agrupamento

Alguma vez foram criados projectos em parceria com essas Associações de

Pais e Encarregados de Educação?

• Se sim, quais e que resultados advieram dessas experiências?

• Se não, porquê?

Propostas

Se pudesse propor/pensar em estratégias de actuação para as Associações

de Pais e Encarregados de Educação existentes neste momento, quais

seriam?

Muito obrigado pela colaboração!

ANEXO 5

TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA A “SD” DO

AVEJ

TRANSCRIÇÃO ENTREVISTA A “SD” DO AVEJ

Data: 25 de Fevereiro de 2010 Hora: 11 h Duração: 27m10s

Local: Escola EB 2,3 Dr. Carlos Pinto Ferreira - Junqueira

Entrevistador(a): Mestranda da ESEPF

Entrevistados: SD - Subdirector do Agrupamento de Escolas da Junqueira

Entrevistador – Bom dia!

Subdirector – Bom dia!

Esta entrevista tem como objectivo tentar perceber e compreender se

no Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira (AVEJ) existem

Associações de Pais e Encarregados de Educação (APEE), como estão

organizadas e o tipo de funcionamento que têm.

Para iniciar a entrevista iria começar por o questionar relativamente à

sua idade, habilitações literárias e tempo de serviço enquanto docente e

com exercício de funções Directivas ou de Coordenação no

Agrupamento?

Idade 52 anos, estou quase nos cinquenta e três (risos). Quanto às

habilitações literárias tenho Licenciatura em História, pela Faculdade de Letras

do Porto. Tempo de serviço cerca de trinta anos e desses trinta, dezoito foram

em órgãos de gestão, sendo que aqui na escola são doze anos, indo a

caminho de treze.

Tendo em consideração o fundamento desta entrevista, gostava de

saber qual a importância que atribui às APEE?

Toda a gente sabe que as Associações de Pais e Encarregados de

Educação são importantes, até porque educar é cada vez mais uma tarefa

difícil e se não nos envolvermos todos na educação não adianta nada. Há um

provérbio índio que me vem sempre à memória quando falo sobre as

Associações de Pais, o célebre “para educar uma criança é preciso uma aldeia

inteira” e, realmente, não adianta nada andarmos aqui com regras se os pais e

a escola não pautarem a educação também por essas regras. Logo, é

fundamental que os pais e a escola funcionem em conjunto e que puxem todos

para o mesmo lado e, infelizmente, aqui não temos tido esse tipo de

comportamentos.

Não é que a gente tenha queixa dos pais, não é. Há pais que nos dizem que

não se interessam porque não têm problemas, mas o não ter problemas não é

resposta nenhuma. Não têm eles, mas têm outros e, como fazemos parte da

mesma divisa, todos temos que ajudar. Nesse aspecto, eu acho que os pais

são um parceiro fundamental que deveriam ter um papel mais activo do aquele

que têm.

Então considera que elas deveriam assumir um papel mais activo na

comunidade educativa?

Sim.

Ao nível deste Agrupamento existem APEE?

Existem cinco Associações de Pais. Uma foi formada há pouco tempo,

começou agora a funcionar e é a Associação de Pais de Bagunte. Outra é a de

Touguinha, é a semi-activa, mas aquilo funciona por rivalidades, pois

organizam-se e trabalham em termos de Jardim e Escola de 1º Ciclo de

Touguinha, mas não se envolvem muito com o resto do Agrupamento. Depois

temos três que estão paradas que são a de Arcos, Rio Mau e a Associação de

Pais do Agrupamento, que funcionou enquanto esteve à frente da Associação o

Engenheiro, depois foi-se embora e, neste momento, não há meio de a pôr em

funcionamento, nem resposta nos dão.

Quando as Associações foram criadas sabe o que esteve no cerne da

sua constituição? Qual o fundamento principal?

As quatro que são de Freguesias diferentes tiveram a ver com rivalidades,

nitidamente com rivalidades. Aliás, nós notamos isso em algumas medidas que

quisemos impor e vimos a reacção em termos do 1º Ciclo, pois achávamos

benéfico para os alunos, como há poucos alunos em algumas Freguesias, que

as Juntas deslocando-os de umas Freguesias para as outras, de forma a criar

turmas de um só ano e, foi o cabo dos trabalhos, porque os de um lado não

queriam que os filhos fossem para o outro.

Há uma rivalidade muito grande e acho que essas Associações surgiram um

pouco por causa disso, se bem que a de Touguinha é mais antiga e os pais

sempre revelaram, para com o Agrupamento, alguma dinâmica. Como eu digo,

praticamente só se preocupam com o Jardim e a Escola do 1º Ciclo. Enquanto

esteve à frente o Sr. Sérgio esse comparecia sempre às reuniões, estava

sempre pronto para participar. Desde que ele saiu nunca mais se fizeram

representar no Conselho Geral, nem no Conselho Pedagógico. A gente pode

convocar, mas nunca aparece ninguém, mas acho que essa proliferação tem a

ver com rivalidades entre Freguesias.

A outra surgiu quando o Agrupamento foi formado com um grupo de pais

que achou que deveria haver uma Associação só no Agrupamento todo. No

primeiro ano, fizeram e, já falei disso até, eles fizeram um estudo acerca do

que os pais pensavam da escola e como poderiam envolver-se. Depois

convocaram os pais para fazer a apresentação, que foi feita aqui na escola,

uma sexta-feira à noite. Resultado estavam mais elementos da Direcção do

que pais a assistir, estavam três pais e quatro elementos da Direcção. Foi uma

frustração tremenda, mas foi o que aconteceu.

Recorda-se como foi feito esse estudo?

Foi por inquérito. Pediram autorização para fazer o inquérito aos pais e

foram eles que trataram de tudo.

Foi um trabalho muito autónomo, por parte da Associação de Pais

(AP)?

Sim foi.

Tem conhecimento da existência da FAPCONDE e da CONFAP? Sabe

se as APEE estão ou estavam inscritas em alguns desses movimentos?

A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento estava

representada e inscrita. As outras, muito sinceramente, não sabemos. A

Associação de Pais do Agrupamento estava, pelo menos era o que o

Engenheiro referia no Pedagógico quando dava conhecimento das reuniões.

Ainda é possível que esteja, mas como não temos feedback não posso afirmar,

mas que fazia parte, isso fazia.

Neste momento, qual a postura que as AP têm vindo a adoptar ou

adoptam face à escola? Acha que é uma postura de parceria ou de

alheamento/afastamento?

De parceria não é, infelizmente não é. Não sei se lhe hei-de chamar de

alheamento. A única coisa que posso constatar é que, mesmo quando os

convocamos para reuniões ou para indicarem elementos para representar a

comissão com objectivos vários, quer seja do Projecto Educativo, entre outros,

nunca nos aparece resposta.

Ainda há pouco tivemos a ver o Projecto Educativo e fazer a revisão do

Regulamento Interno e socorremo-nos dos representantes dos pais nas

turmas, porque das Associações de Pais não veio ninguém.

Mas porque é que isso acontece?

(silêncio) Isso gostava de saber, mas para isso a gente teria que ouvir o que

eles pensam e isso não é fácil. Ainda esta semana fizemos uma reunião com

os representantes dos pais e a verdade é que apareceram bastantes pais, não

apareceram todos os representantes, mas apareceram bastantes e ficamos

com a impressão, nestas entrevistas, que eles vêm lá falar no que diz respeito

aos filhos deles ou às Freguesias e, se isso atinge o Agrupamento então

também diz respeito ao Agrupamento, se não, não. O mais engraçado é que

nenhum dos pais falou sequer das Associações de Pais. Numa reunião de

duas horas e tal ninguém quis saber se eles têm funcionado, se funcionam ou

se não funcionam.

Então podemos dizer que, realmente as AP não têm voz activa, nem

sequer apresentam nenhuma representação para os pais?

É com essa impressão que a gente fica. Vamos lá ver se esta mais recente,

a de Bagunte, consegue mexer-se mais um bocado, mas também fico com a

impressão, até porque conheço algumas pessoas daqui e que fazem parte da

Associação, que a ideia é a mesma… olhar pelo que diz respeito a Bagunte e

não pensar em termos de Agrupamento. Em qualquer uma delas e, mesmo na

do Agrupamento, a gente ficava sempre com essa impressão que eles não

conseguem pensar no Agrupamento enquanto Agrupamento, querem é

proteger o nicho deles e ver o que é que conseguem fazer em favor de.

Tem conhecimento das estratégias que estas Associações têm para

mobilizar diferentes agentes, desde pais, alunos, professores e até a

própria Direcção da Escola? Quais eram os meios que utilizavam para se

aproximar?

(silêncio) Nós em termos de relação com as Associações quando há alguma

actividade convidámo-los sempre. Geralmente da parte deles só recebemos

convites quando fazem alguma Festa de Final de Ano, algum Jantar. Nesse

aspecto mesmo a Associação do Agrupamento nunca fez muitas actividades,

excepto a de Touguinha que sempre foi mais activa. Em Touguinha fazem

sempre muitas actividades, envolvem os pais nas actividades e convidam-nos

para assistir às actividades, não é para participar, mas sim para assistir.

Mesmo as acções de formação que a gente tenta promover para os pais,

nunca têm muita adesão. Além de que, no ano passado, tivemos uma

agradável surpresa, porque a equipa do PES fez uma acção por causa da

Educação Sexual e convidamos os representantes das turmas todas e as

Associações de Pais. Eu estava com medo que acontecesse o de costume,

que só aparecessem cerca de vinte pessoas, mas apareceram cerca de cento

e cinquenta pessoas. Realmente deixou-me impressionado, porque não

contava que aparecesse tanta gente e fiquei surpreendido com isso. Mas, por

exemplo, ainda há dois anos fizemos uma sobre os perigos da internet e

pensávamos que era um tema que interessava a toda a gente, que íamos ter

muita gente, de tal maneira que pedimos o auditório em Vila do Conde.

Resultado, se não fossem os professores a sala ficava completamente vazia,

pais só lá estavam entre três a quatro. Há coisas que realmente não se

conseguem explicar.

Essa acção que falou sobre a questão da Educação Sexual foi mesmo

proposta pela Escola?

Foi.

Não foi nenhum pai que apresentou esse tema?

Não. Foi proposta mesmo pela equipa do PES que achou que devia informar

os pais acerca do que se ia tratar ao longo do ano. Fiquei surpreendido quando

vi muita gente, muita para além do que estávamos a contar e, sobretudo os

pais mostrarem-se muito interessados.

Há ainda outras coisas... costumamos celebrar o dia do Agrupamento e o

Magusto. No Magusto não aparecem tantos, mas no dia do Agrupamento lá

aparecem mais e a actividade é durante o dia todo. Se ao longo do dia vierem

cem pais será muito e, se calhar, não vêm de certeza absoluta. Ora no

Agrupamento temos cerca de mil e trezentos, mil e quatrocentos alunos, por

isso não é nada significativo. Os que vêm são pais dos filhos que se envolvem

na actividade.

Mas têm acontecido coisas piores. No final do ano entregamos os prémios

de Mérito Escolar e tem-nos acontecido haver alturas em que estamos a

entregar os prémios e os pais não estão presentes. Isso é frustrante para os

miúdos. Não é em todos os casos, mas acontece em alguns.

Tendo em consideração a questão dos temas das formações, a escola

alguma vez fez um levantamento, junto dos pais, sobre as temáticas que

são importantes para eles e que gostariam de ver divulgadas e faladas no

contexto escolar?

As únicas hipóteses que formulamos nesse aspecto teve a ver com a

construção do Projecto Educativo em que, no ano passado, pedimos aos pais

que estavam na equipa, que também eram representantes dos pais, temas que

gostassem de ver tratados, acções de formação e, portanto, não houve

propostas.

O que acaba por seu curioso, não é?

Sim é muito curioso.

Das acções ou das actividades que as APEE vão tentando promover

pontualmente, como é feita a divulgação por parte delas?

(silêncio) As acções que são feitas têm mais a ver com festas.

Mas é feita essa divulgação?

(silêncio) Tem a ver com o que lhe indiquei há um bocado. Eles pensam

todos em termo de paróquia. Touguinha faz a festa e é para os de Touguinha e

convidam os elementos da Direcção. Não abrem aquilo, é como eu digo, eles

não conseguem pensar numa Associação de Pais como uma Associação de

todo o Agrupamento.

E trabalhar em parceria e equipa, não sentem essa necessidade?

Não, nada. Mas nesse aspecto tenho de dizer a verdade a Associação de

Touguinha até faz um bom trabalho, só que em termos de Agrupamento não

fazem nenhum. Só fazem o que diz respeito a Touguinha.

As actividades estão expressas ou apresentadas em algum documento,

como o Plano de Actividades do Agrupamento?

Não. Há alturas em que desejam fazer uma Festa de Natal ou como já há a

Festa de Natal da Escola eles podem participar e aí vai o Plano a Pedagógico.

É um Plano que é apresentado pela Professora da Escola com a colaboração

dos pais.

Em termos de autonomia ao nível dos Planos nunca tivemos nenhum

apresentado por eles.

Dessas actividades ou festas que eles vão fazendo para as suas

escolas, as experiências foram positivas ou negativas?

Uma questão é certa, Touguinha funciona bem e tem sempre muita gente e

participam muitos pais.

Costumam a envolver a comunidade local?

Aquilo é um meio pequeno e praticamente todos têm filhos ali na escola,

portanto vai quase tudo.

Será que podemos afirmar que a comunidade está mesmo envolvida?

Sim. São pais, avós, tios e levam as famílias por arrastamento.

Então podemos dizer que os resultados das actividades acabam por

ser positivos?

Em Touguinha sim.

Enquanto SD do AVEJ, se pudesse propor ou pensar em estratégias de

intervenção para as APEE, quais proporia?

(silêncio) Nós já tentamos tanta coisa que às vezes, a gente, já nem tem

ideias para uma resposta a uma pergunta como esta.

(silêncio) Por exemplo, houve uma altura em que a gente tinha uma

actividade que, embora fosse feita turma a turma, os responsáveis últimos

eram os pais. Eram chamadas de “Mesas de Outono”, em que cada turma tinha

que montar uma mesa e os pais é que ficavam encarregados por trazer coisas

para montar a mesa. Fizemos aquilo duas vezes e tivemos que acabar, porque

na última, a gente chegou a um ponto que ficou de boca aberta porque aquilo,

quer dizer… traziam rojões, papas, feijoada, mas era às panelas… depois

ficavam danados quando não era a sua mesa que ganhava. Criava-se ali um

ambiente de cortar à faca. (silêncio)

Daí a rivalidade que falava anteriormente?

(silêncio) Nós chegamos a um ponto que dissemos que o melhor era acabar

com aquilo. Embora fosse uma actividade que trouxesse os pais à escola,

tínhamos que acabar… (silêncio), até porque depois sobrava comida que era

uma coisa doída, as funcionárias diziam que era um desperdício tremendo.

Além do desperdício… (silêncio), ali o mais grave era que os pais participavam

naquilo com outro intuito – o de vencer. Isso não era um bom exemplo, não

era. Depois, ao menos, podiam disfarçar, mas não, no fim ainda demonstravam

desagrado e de uma forma, às vezes, um pouso deselegante e com

insinuações que não foram muito felizes. O júri tinha um professor, um aluno,

um funcionário e um pai e eles é que andavam a correr as mesas todas. Nós

não tínhamos nada a ver com aquilo… acho que tem tudo a ver com a história

das rivalidades. Essa actividade foi uma das que envolveu os pais, mas não me

pareceu ao fim de dois anos que fosse uma actividade que devêssemos

continuar. Aliás, no Pedagógico, todos e até o representante da Associação de

Pais que lá estava, consideraram que seria melhor não continuar porque o que

se passava não era muito bonito.

No dia do Agrupamento, dia trinta de Setembro, mandamos convite para

todos. Temos actividades o dia todo, temos venda de produtos hortícolas,

trazemos até um senhor, que também tem cá o filho, que tem um forno de

lenha e que participa em feiras, que está aí o dia todo a cozer pão, entre outras

coisas. Mesmo assim, temos a escola aberta, já chegamos a trazer ranchos e

tudo para ver se os trazíamos até aqui, mas a verdade é que nunca temos

assim muita adesão, não temos. Já prolongamos as actividades até às 19:30,

para ver se eles, pelo menos, vinham ao final da tarde, mas mesmo assim…

Nesse ano tivemos a preocupação de fazer actividades, sobretudo, voltadas

para os pais, mas nem a cem chegou, o que no universo de mil e quatrocentos

alunos não é nada.

Mas acha que os pais, em geral, preocupam-se com a escola?

Eu acho que eles não se preocupam com a escola, preocupam-se com o

que tem a ver com o filho e se o que tem a ver com o filho está relacionado

com a escola, aí preocupam-se.

Ainda agora estivemos a ver, naquela reunião que tivemos a semana

passada, chegamos lá e ficamos a saber que eles estão descontentes com a

cantina. A empresa mudou e os filhos chegam a casa a queixarem-se que a

comida não presta e que chega fria. Ora, nós é que convocamos a reunião,

nunca nenhum pai nos chegou cá a dizer uma coisa dessas. Se não

tivéssemos feito aquela reunião, nem sabíamos que eles estavam

descontentes com a comida. Nunca nenhum pai, não é, se um filho chega a

casa a dizer que se passa isto assim, deve deixar de ir à escola questionar o

porquê e dizer que se durante os outros anos eles gostavam da comida agora

não gostam o que se está a passar. Se eles estavam descontentes, a

obrigação deles era vir à escola e dizer que não estavam a gostar com o que

se estava a passar na cantina. Se não tivéssemos feito a reunião, nós nunca

saberíamos que estavam descontentes com a cantina.

Isto como eu digo é só um exemplo, mas que se alarga a outras coisas. Há

actividades que são feitas, por exemplo, há uma actividade que a Câmara

organiza todos os anos que é o Dia de Vila do Conde em que, geralmente,

todas as escolas participam, assim como, cada Agrupamento em que tem-se

que trabalhar um tema qualquer que englobe alunos, professores e

funcionários. Isto é em Vila do Conde, é à noite, geralmente a uma sexta-feira

ou sábado, pois a maior parte dos pais dos alunos que participam, nem sequer

vão ver. Não comparecem e depois nós temos que ter o cuidado de ver se os

pais comparecem para os ir buscar ou se temos que os levar a casa.

A escola é que tem que se encarregar pelos alunos. É isso?

Isto não é a totalidade dos pais. Alguns cumprem, mas são uma minoria.

Voltando ao tema central da nossa entrevista, podemos dizer que

algumas das APEE, excepto a de Touguinha e de Bagunte, existem

unicamente no papel porque não estão activas?

Sim, existem no papel porque não estão activas. A de Bagunte já indicou

alguém para o Conselho Pedagógico o que não é mau de todo. Esta acabou

agora de se formar e como nós não temos lá ninguém a representar nenhuma

Associação de Pais, pedimos se podiam indicar alguém.

Touguinha está activa, mas em termos paroquiais, mas as outras não.

E se tentássemos junto dos representantes das APEE, mesmo das que

estão inactivas, procurar perceber o porquê dessa inactividade e o que

levou a essa desmobilização, para assim tentarmos reanimar a

Associação de Pais do Agrupamento e terem uma AP que se preocupasse

e propusesse ideias e actividades. O que acha?

Eu acho uma excelente ideia. Eu até acho um disparate haver tantas

Associações de Pais no Agrupamento, até porque não é tão grande. Aquilo é

para estar no papel. Prontos … a maior parte deles não faz nada. Preferia ter

só uma Associação de Pais que fosse activa, dinâmica e que estivesse

presente quando a gente precisasse, além de ser capaz de dizer “olhem,

cuidado com isto ou com aquilo”, como o que se passou agora com as

refeições, mas não temos.

Mesmo a de Touguinha em termos de Agrupamento, se for alguma coisa

que diga respeito à Escola da Touguinha, aí eles vêm cá falar com a Direcção,

se for um problema que tenha a ver com outra escola já não querem saber.

Muito obrigado por ter colaborado nesta entrevista, os dados

recolhidos serão unicamente para estudo e não serão divulgados.

De nada e tomara nós arranjar uma solução para isto.

ANEXO 6

ANÁLISE CONTEÚDO ENTREVISTA A “SD” DO

AVEJ

ANÁLISE CONTEÚDO ENTREVISTA A “SD” DO AVEJ

Categorias / Dimensões

Análise Excerto

Categoria - Apresentação

Identificação

SD tem 52 anos é formado em História. Exerce a actividade de professor acerca de trinta anos, dos quais dezoito foram em órgãos de gestão. No AVEJ desempenha funções directivas há doze anos.

“Idade 52 anos […] quanto às habilitações literárias tenho Licenciatura em História, pela Faculdade de Letras do Porto. Tempo de serviço cerca de trinta anos e desses trinta, dezoito foram em órgãos de gestão, sendo que aqui na escola são doze anos.”

Categoria - Associação de Pais e Encarregados de Educação

Utilidade

Considera que as APEE são importantes e que é necessário um envolvimento por parte de todos quando se fala em educação. Destaca a pertinência das regras e que estas devem ser transversais ao contexto escolar e familiar.

“Toda a gente sabe que as Associações de Pais e Encarregados de Educação são importantes, até porque educar é cada vez mais uma tarefa difícil e se não nos envolvermos todos na educação não adianta nada. Há um provérbio índio que me vem sempre à memória quando falo sobre as Associações de Pais, o célebre “para educar uma criança é preciso uma aldeia inteira” e, realmente, não adianta nada andarmos aqui com regras se os pais e a escola não pautarem a educação também por essas regras.”

Articulação

Sublinha que a articulação entre pais e escola é fundamental, mas que os pais deveriam ter um papel mais activo e demonstrar mais interesse.

“[…] é fundamental que os pais e a escola funcionem em conjunto e que puxem todos para o mesmo lado e, infelizmente, aqui não temos tido esse tipo de comportamentos.” “Não é que a gente tenha queixa dos pais, não é.

Há pais que nos dizem que não se interessam porque não têm problemas, mas o não ter problemas não é resposta nenhuma. Não têm eles, mas têm outros e, como fazemos parte da mesma divisa, todos temos que ajudar. Nesse aspecto, eu acho que os pais são um parceiro fundamental que deveriam ter um papel mais activo do aquele que têm.”

Categoria – Associação de Pais e Encarregados de Educação no AVEJ

Existência de APEE

No Agrupamento de Escolas da Junqueira existem cinco AP. Bagunte foi criada recentemente, Touguinha está semi-activa, Arcos, Rio Mau e a do Agrupamento estão paradas. Destaca que a do Agrupamento funcionou enquanto esteve o Engenheiro, mas que agora é difícil reactivá-la.

“Existem cinco Associações de Pais. Uma foi formada há pouco tempo […] é a Associação de Pais de Bagunte. Outra é a de Touguinha, é a semi-activa […] temos três que estão paradas que são a de Arcos, Rio Mau e a Associação de Pais do Agrupamento, que funcionou enquanto esteve à frente da Associação o Engenheiro, depois foi-se embora e, neste momento, não há meio de a pôr em funcionamento, nem resposta nos dão.”

Motivo da Constituição

Quanto ao motivo da constituição das APEE refere que este baseou-se, essencialmente, em rivalidades. Todavia a de Touguinha sempre evidenciou alguma dinâmica. A APAEJ formou-se porque havia um grupo de pais que considerava que deveria existir uma única Associação ao nível do Agrupamento e, chegaram mesmo, a fazer um estudo junto dos pais sobre o que estes pensavam acerca da escola e como poderiam envolver-se.

“As quatro que são de Freguesias diferentes tiveram a ver com rivalidades, nitidamente com rivalidades. Aliás, nós notamos isso em algumas medidas que quisemos impor e vimos a reacção em termos do 1º Ciclo.” “Há uma rivalidade muito grande […] se bem que a de Touguinha é mais antiga e os pais sempre revelaram, para com o Agrupamento, alguma dinâmica.” “A outra surgiu quando o Agrupamento foi formado com um grupo de pais que achou que deveria haver uma Associação só no Agrupamento todo […]

fizeram um estudo acerca do que os pais pensavam da escola e como poderiam envolver-se.”

Constrangimentos

Indica que existem alguns constrangimentos, nomeadamente ao nível da participação das AP, revelando que em Touguinha só se preocupam com o Jardim-de-infância e o 1º Ciclo. Não aparecem quando são convocados, nem se fazem representar no Conselho Geral, nem no Pedagógico, como acontecia com a antiga Direcção.

“Touguinha […] praticamente só se preocupam com o Jardim e a Escola do 1º Ciclo. Enquanto esteve à frente o Sr. Sérgio esse comparecia sempre às reuniões, estava sempre pronto para participar. Desde que ele saiu nunca mais se fizeram representar no Conselho Geral, nem no Conselho Pedagógico. A gente pode convocar, mas nunca aparece ninguém, mas acho que essa proliferação tem a ver com rivalidades entre Freguesias.”

Categoria – Movimentos Associativos

Movimentos Associativos

Locais e Nacionais

Segundo a informação que o Agrupamento tinha nas reuniões do Conselho Pedagógico, a APAEJ estava inscrita e representada em movimentos. Relativamente às outras APEE não detém conhecimento.

“A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento estava representada e inscrita. As outras, muito sinceramente, não sabemos. A Associação de Pais do Agrupamento estava, pelo menos era o que o Engenheiro referia no Pedagógico quando dava conhecimento das reuniões.”

Categoria – Relação com o Agrupamento

Relação

Quanto à relação e postura das APEE com o Agrupamento, salienta que esta não é de parceria, mas também não sabe se a pode classificar de alheamento. O que constatam é que quando solicitadas ou convocadas as AP não dão resposta, tendo o Agrupamento que recorrer aos representantes dos pais nas turmas. Por sua vez, estes representantes dos pais nas reuniões também não questionam sobre as APEE, nem

“De parceria não é, infelizmente não é. Não sei se lhe hei-de chamar de alheamento. A única coisa que posso constatar é que, mesmo quando os convocamos para reuniões ou para indicarem elementos para representar a comissão com objectivos vários, quer seja do Projecto Educativo, entre outros, nunca nos aparece resposta.

Ainda há pouco tivemos a ver o Projecto Educativo e fazer a revisão do Regulamento Interno e socorremo-nos dos representantes dos pais nas

evidenciam interesse por saber se estão a funcionar em pleno ou não.

turmas, porque das Associações de Pais não veio ninguém.

Ainda esta semana fizemos uma reunião com os representantes dos pais e a verdade é que apareceram bastantes pais, não apareceram todos os representantes […] e ficamos com a impressão […] que eles vêm lá falar no que diz respeito aos filhos deles ou às Freguesias e, se isso atinge o Agrupamento então também diz respeito ao Agrupamento, se não, não. O mais engraçado é que nenhum dos pais falou sequer das Associações de Pais. Numa reunião de duas horas e tal ninguém quis saber se eles têm funcionado, se funcionam ou se não funcionam.”

Representatividade APEE

As APEE não têm voz activa. SD considera que as AP não conseguem agir e actuar pensando no conceito de Agrupamento, pois protegem-se e buscam interesses individuais. Espera que a APEE Bagunte, recentemente criada, seja o inverso das restantes.

“Não têm voz activa […] vamos lá ver se esta mais recente, a de Bagunte, consegue mexer-se mais um bocado, mas também fico com a impressão […] que a ideia é a mesma olhar pelo que diz respeito a Bagunte e não pensar em termos de Agrupamento. Em qualquer uma delas e, mesmo na do Agrupamento, a gente ficava sempre com essa impressão que eles não conseguem pensar no Agrupamento enquanto Agrupamento, querem é proteger o nicho deles e ver o que é que conseguem fazer em favor de.”

Mobilização

As estratégias de mobilização passam por quando há actividades organizadas pelo Agrupamento convidar as APEE. Por sua vez, quando são as APEE a concretizar acções convidam a Direcção do Agrupamento para

“Nós […] quando há alguma actividade convidámo-los sempre. Geralmente da parte deles só recebemos convites quando fazem alguma Festa de Final de Ano, algum Jantar. […] Em Touguinha fazem sempre muitas actividades, envolvem os pais

assistir, mas não para participar. […] e convidam-nos para assistir às actividades, não é para participar, mas sim para assistir.”

Categoria – Actividades

Actividades desenvolvidas

As actividades desenvolvidas são diversas tendo SD destacado o Dia do Agrupamento, Magusto, entrega de Prémios de Mérito Escolar, acções de formação, Mesas de Outono e o Dia de Vila do Conde.

“As acções que são feitas têm mais a ver com festas.” “Dia do Agrupamento e o Magusto, Prémios de Mérito Escolar, Acções de formação, Mesas de Outono, Dia de Vila do Conde.”

Acções de Formação

As acções de formação desenvolvidas até então foram sobre a Educação Sexual (organizada pelo PES) e os Perigos da Internet. A primeira contou com a presença e receptividade dos pais, tendo comparecido cerca de cem a cento e cinquenta pessoas. A segunda já não teve a mesma receptividade ficando aquém das expectativas, contando com a presença de três a quatro pais.

“Mesmo as acções de formação que a gente tenta promover para os pais, nunca têm muita adesão. Além de que, no ano passado, tivemos uma agradável surpresa […] a equipa do PES fez uma acção por causa da Educação Sexual e convidamos os representantes das turmas todas e as Associações de Pais […] apareceram cerca de cento e cinquenta pessoas.” “Há dois anos fizemos uma sobre os perigos da internet e pensávamos que era um tema que interessava a toda a gente, que íamos ter muita gente, de tal maneira que pedimos o auditório em Vila do Conde. Resultado, se não fossem os professores a sala ficava completamente vazia, pais só lá estavam entre três a quatro. Há coisas que realmente não se conseguem explicar.”

Auscultação dos Pais

Quando estavam a elaborar o Projecto Educativo, questionaram os representantes dos pais que faziam parte da Equipa sobre temáticas de interesse, não havendo propostas.

“ […] com a construção do Projecto Educativo […] pedimos aos pais que estavam na equipa, que também eram representantes dos pais, temas que gostassem de ver tratados, acções de formação e, portanto, não houve propostas.”

Divulgação Relativamente à divulgação das actividades “Eles pensam todos em termo de paróquia.

SD destaca que as actividades desenvolvidas têm a ver com festas e que as APEE, nomeadamente a de Touguinha, actuam em termos locais, não sendo capazes de alargar as actividades a todo o Agrupamento.

Touguinha faz a festa e é para os de Touguinha e convidam os elementos da Direcção. Não abrem aquilo, é como eu digo, eles não conseguem pensar numa Associação de Pais como uma Associação de todo o Agrupamento.”

Planificação

Planificação não existe. Acontece que quando desejam fazer/participar numa festa o plano vai a Conselho Pedagógico, mas é um plano que é apresentado pela professora evidenciando a colaboração dos pais. Em termos de APEE nunca tiveram um plano apresentado por eles.

“Não. Há alturas em que desejam fazer uma Festa de Natal ou como já há a Festa de Natal da Escola eles podem participar e aí vai o Plano a Pedagógico. É um Plano que é apresentado pela Professora da Escola com a colaboração dos pais.” “Em termos de autonomia ao nível dos Planos nunca tivemos nenhum apresentado por eles.”

Participação dos Pais

Relativamente à adesão dos pais às actividades indica: - Touguinha funciona bem e participam muitos pais; - Acção de formação sobre Educação Sexual tinha muita gente e os pais mostraram-se muito interessados; - Magusto não aparece muitos pais; - Dia do Agrupamento decorre actividades ao longo de todo o dia, mas não aparecem mais de cem pais, e os que participam são aqueles que têm filhos envolvidos nas actividades; - Entrega Prémios de Mérito Escolar acontece que, por vezes, estão a entregar os prémios e os pais não estão presentes; - Mesas de Outono era uma actividade que trazia muitos pais à escola, mas que terminou devido, sobretudo, ao desperdício de comida

“[…] Touguinha funciona bem e tem sempre muita gente e participam muitos pais.” Acção de Formação sobre Educação Sexual “muita gente, muita para além do que estávamos a contar e, sobretudo os pais mostrarem-se muito interessados.” “No Magusto não aparecem tantos, mas no dia do Agrupamento lá aparecem mais e a actividade é durante o dia todo. Se ao longo do dia vierem cem pais será muito e, se calhar, não vêm de certeza absoluta. Ora no Agrupamento temos cerca de mil e trezentos, mil e quatrocentos alunos, por isso não é nada significativo. Os que vêm são pais dos filhos que se envolvem na actividade.” Entrega “prémios de Mérito Escolar tem-nos acontecido haver alturas em que estamos a entregar os prémios e os pais não estão presentes.” “[…] houve uma altura em que a gente tinha uma

e ao facto de os pais participarem com o intuito de vencer; - Dia de Vila do Conde os pais dos alunos que participam na actividade nem sequer assistem, além de ser os professores que têm que responsabilizar-se por verificar se os pais estão presentes, senão têm que levar os alunos a casa.

actividade que, embora fosse feita turma a turma, os responsáveis últimos eram os pais. Eram chamadas de “Mesas de Outono” […] embora fosse uma actividade que trouxesse os pais à escola, tínhamos que acabar, até porque depois sobrava comida que era uma coisa doída […] era um desperdício tremendo […] ali o mais grave era que os pais participavam naquilo com outro intuito – o de vencer.” “há uma actividade que a Câmara organiza todos os anos que é o Dia de Vila do Conde […] todas as escolas participam, assim como, cada Agrupamento […] é em Vila do Conde, é à noite, geralmente a uma sexta-feira ou sábado, pois a maior parte dos pais dos alunos que participam, nem sequer vão ver. Não comparecem e depois nós temos que ter o cuidado de ver se os pais comparecem para os ir buscar ou se temos que os levar a casa.”

Comunidade local

A comunidade local está presente em grande parte das acções. Como são meios pequenos e grande parte da população tem filhos na escola acabam por envolver quase todos, mas alguns vão por arrastamento, nomeadamente a família alargada.

“Aquilo é um meio pequeno e praticamente todos têm filhos ali na escola, portanto vai quase tudo.” “São pais, avós, tios e levam as famílias por arrastamento.”

Categoria – Estratégias

Propostas Subdirector revela que já experimentaram diversas acções que já nem têm mais ideias de propostas de intervenção para as AP.

“ Nós já tentamos tanta coisa que às vezes, a gente, já nem tem ideias para uma resposta a uma pergunta como esta.”

Dificuldades Refere que existem dificuldades pois os pais não se preocupam com a escola, mas sim

“Eu acho que eles não se preocupam com a escola, preocupam-se com o que tem a ver com o filho e se

com tudo o que tenha a ver com o filho e se isso for transversal à escola aí preocupam-se.

o que tem a ver com o filho está relacionado com a escola, aí preocupam-se.”

Envolvimento das APEE

Sublinha que as APEE de Rio Mau, Arcos e a do Agrupamento estão inactivas e que existem no papel. AP de Bagunte já indicou um elemento para o Conselho Pedagógico e a de Touguinha está activa, mas em termos locais. Salienta que é despropositada a existência de tantas APEE num Agrupamento de pequenas dimensões, além de a maior parte delas não fazer nada. Era fundamental a existência de uma APEE que fosse activa, dinâmica e que estivesse presente.

APEE de Rio Mau, Arcos e a do Agrupamento “existem no papel porque não estão activas. A de Bagunte já indicou alguém para o Conselho Pedagógico […] Touguinha está activa, mas em termos paroquiais, mas as outras não.” “[…] Acho um disparate haver tantas Associações de Pais no Agrupamento, até porque não é tão grande. Aquilo é para estar no papel […] a maior parte deles não faz nada. Preferia ter só uma Associação de Pais que fosse activa, dinâmica e que estivesse presente quando a gente precisasse, além de ser capaz de dizer “olhem, cuidado com isto ou com aquilo”, como o que se passou agora com as refeições, mas não temos.”

ANEXO 7

TRANSCRIÇÃO ENTREVISTAS EFECTUADAS

AOS REPRESENTANTES DAS APEE

ENTREVISTA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DE BAGUNTE (APEEB)

Data: 4 de Abril de 2011 Hora: 17h30 Duração: 35:06

Local: Sede APEE Bagunte - EB1/JI de Vilar Bagunte

Entrevistador(a): Mestranda da ESEPF

Entrevistado(a): AC - Presidente da APEEB

Boa tarde! Esta entrevista insere-se no âmbito de um trabalho de

Mestrado que tem como tema a relação família, escola e comunidade. Irei

colocar-lhe várias questões relacionadas sobre a Associação de Pais e

Encarregados de Educação da Escola de Bagunte (APEEB). Aqui não há

respostas certas nem erradas. Espero que a entrevista corra bem e que

estejamos perfeitamente à vontade no decorrer da mesma.

Gostaria de começar por questioná-la sobre a sua idade, habilitações

literárias, profissão e o tempo de serviço, enquanto Presidente da

Associação de Pais da Escola de Bagunte.

Muito boa tarde! Eu agradeço o convite que me foi feito e espero, à

semelhança do que referiu, que a entrevista corra bem para ambas. Vou dar o

meu melhor e espero estar dentro das vossas expectativas quanto às questões

que me irão ser colocadas.

Eu tenho 35 anos, sou Licenciada em Psicologia, sou Psicóloga de profissão

e, enquanto Presidente da Associação de Pais, exerço este cargo desde a sua

constituição. É uma Associação recente, portanto desde o dia 23 de Setembro

de 2010.

É uma Associação bastante recente?

Muito. É muito jovem, ainda está a engatinhar.

Qual a importância que a AC atribui às Associações de Pais e

Encarregados de Educação (APEE) numa escola?

Tendo sido eu a pioneira da criação/constituição desta Associação de Pais é

óbvio que vou referir que considero que é extremamente importante uma

Associação de Pais dentro de um órgão, dentro de uma instituição, como um

Agrupamento de Escolas. Acho que é muito importante, dependendo também

da perspectiva que a Associação tem em colaborar ou não.

No caso da Associação de Pais de Bagunte, que é a que represento, acho

que é de extrema importância permitir uma articulação saudável entre os

órgãos de gestão e os pais que a constituem, os pais também são comunidade

educativa.

E cada vez mais importantes.

Eu acho que eles sempre foram muito importantes, nós passámos a dar-lhes

um estatuto diferente.

Há quanto tempo existe a vossa APEE?

Ela foi criada… as eleições foram a 23 de Setembro de 2010, foi quando eu

assumi as minhas funções enquanto Presidente desta Associação de Pais.

Foi um processo fácil?

Ora bem, não considero este tipo de exercício de constituir esta Associação

de Pais difícil, mas por ser algo totalmente novo em Bagunte, deparámo-nos

com as normais resistências: “O que é?”, “Para que serve?”, “Quem vai

representar?”, dúvidas. Após essa fase e depois de desmistificadas as dúvidas

considero que foi fácil. Acho que sim, foi fácil ter dado continuidade ao

processo, mas confesso que realmente a adesão dos pais tornou tudo mais

fácil.

Têm muitos associados na vossa AP?

Nós neste momento estamos, não lhe sei precisar ao certo quantos, mas sei

que rondam entre os 70 e os 75 associados.

São maioritariamente pais ou existe outro tipo de entidades?

Exclusivamente pais, pais ou então encarregados de educação, pode haver

uma ou outra situação em que … no caso não existe, o previsto é que sejam os

pais ou os encarregados de educação.

Na sua opinião, quais foram as razões que levaram estes pais a aderir à

vossa AP?

Ora bem, eu penso que na base estão os objectivos a que esta Associação

se propôs na altura da sua constituição. Eu acho que estes pais reflectiram-se

de alguma forma naqueles que foram os nossos objectivos e daí a sua adesão

à criação e à constituição desta Associação de Pais.

Sendo uma Associação tão recente, já que iniciou só a 23 de Setembro,

já tiveram algum tipo, alguma situação de renunciação?

Tivemos, quase no início, Setembro, em Dezembro por altura do Novembro/

Dezembro tivemos uma mãe que desistiu, sentia-se desmotivada. É política da

nossa Associação de Pais que não é condição obrigatória, está quem quer,

estamos para ajudar e se para aquela mãe foi importante desistir naquele

momento, teve o nosso apoio, como o terá quando resolver regressar, terá

sempre todo o nosso apoio.

Penso que deve ter conhecimento que existe a FAPCONDE e também a

CONFAP. A Vossa Associação está inscrita em alguma destas

Federações ou Confederações?

Ainda não. Ainda não.

Porquê?

Aliás, nós ainda não estamos até ligados à Rede Social, que considero que

é extremamente importante, a Rede Social de Vila do Conde. Como lhe digo,

nós estamos ainda a engatinhar, estamos a começar a dar os primeiros

passos, mas que leva tempo. Todos nós que fazemos parte dos órgãos da

Associação somos profissionais, temos a nossa vida também profissional e

familiar, temos responsabilidades. O nosso objectivo é o de uma vez

constituída esta Associação consolidá-la, mas de uma forma segura … um

passo de cada vez. Portanto, não há nenhuma razão em especial para não

estarmos inscritas na CONFAP ou na Rede Social, mas é algo que vamos e

está projectado para fazer.

Questionando-a sobre a relação face à escola, qual é a postura que a

vossa Associação tem vindo a adoptar ou a assumir?

A nossa postura é de parceria, de colaboração, de entendimento, de

articulação, são adjectivos que eu uso para referir-me àquilo que é a nossa

postura, a nossa premissa.

É de conhecimento geral que uma Associação de Pais nunca poderá actuar

à margem de um Agrupamento de Escolas, portanto é assumido pela nossa

Associação uma parceria que seja a mais profícua possível, com todos os

elementos, quer seja os próprios órgãos de gestão, quer a Coordenadora de

Escola, quer os Professores do estabelecimento de ensino que estejam ligados

obviamente às Escolas, aos estabelecimentos de ensino de Bagunte.

Então podemos dizer que as vossas estratégias baseiam-se,

essencialmente, no envolvimento e na parceria?

Exactamente, não diria melhor.

Em que tipo de situações é que os pais recorrem à vossa Associação?

Curiosamente eu acho que … curiosamente não há. Ainda nenhum pai

recorreu à Associação ou a um órgão da Associação para pedir ajuda, para o

que for. Não me recordo. Eu penso que nós estamos muito bem representados

pela Coordenadora do estabelecimento de ensino, penso que ela tem sido uma

peça fundamental, na medida em que consegue resolver as situações naquele

imediato e nem as passa para a Associação de Pais.

As dúvidas que eles têm colocam-nas em Assembleia e delineamos sempre

estratégias em conjunto. Sempre e sempre passando pela Coordenadora de

Escola e pelas Educadoras.

Que tipo de actividades, até então, desenvolveram?

As nossas actividades para já foram… nós fizemos, ora deixe-me pensar…

envolvemos… a nossa primeira actividade foi lindíssima, já é conhecida pela

Barraquinha da APEEB, portanto, nós em parceria com a Junta de Freguesia

fizemos parte da desfolhada com uma banquinha onde vendemos produtos

hortícolas. Fizemos à nossa responsabilidade o S. Martinho, fizemos um

lindíssimo Jantar de Natal, tudo a envolver os pais, sempre. Mais… fizemos

agora o Baile de Máscaras do Carnaval.

Todo o dinheiro reverte a favor da Associação de Pais, que tem como

principal objectivo depois responder às necessidades dos estabelecimentos de

ensino, que correspondem à Freguesia de Bagunte.

As nossas actividades foram um bocadinho também da parte educacional,

nós temos uma Professora de Música a dar aulas no pré-escolar. Eu considero

que a música no pré-escolar é extremamente importante, assim como o Inglês

no 1º ciclo, eu considero que em termos desenvolvimentais é muito bom para

as crianças, na memorização, na descodificação dos sons. Acho que é muito

importante e era uma das minhas lutas antes de haver a Associação de Pais e,

finalmente, foi conseguido graças, devo dizer, à colaboração e à

disponibilidade de uma Professora nossa conhecida que se disponibilizou para

estas aulas de Música e tem sido um sucesso. Eu acho que as crianças estão

a adorar.

Desenvolvemos também uma Acção de Formação sobre Higiene Oral onde

tivemos dois Enfermeiros. Foi-nos disponibilizado o Salão Nobre da Junta onde

tivemos dois Enfermeiros a falar sobre a Higiene Oral e acho que também foi

bastante interessante tanto para pais como para as crianças. Nós tentamos

que todas as nossas actividades sejam destinadas à presença de pais e filhos

no mesmo espaço.

Mas a adesão é grande ou fica aquém das vossas expectativas?

A única que ficou aquém das nossas expectativas foi a Acção de

Sensibilização da Higiene Oral. Foi num dia de inverno, foi em Novembro,

estava terrível, o tempo estava terrível, eu reconheço que não fomos felizes na

data, mas vamos repetir.

Todavia, essas actividades são definidas unicamente pelos elementos

da Associação ou também têm propostas dos pais ou de outros

elementos da comunidade, até da comunidade envolvente ao vosso

espaço escolar?

As decisões são tomadas em Sede de Associação, agora é evidente que

existe um…, a informação circula, as ideias, nós falamos sobre isto com

alguém, alguém sugeriu isto, trás à Assembleia, a Assembleia leva à discussão

e acredito que muitas ou algumas até das nossas actividades sejam

actividades que foram pensadas por pessoas extra Associação, mas que foram

trazidas à discussão por alguém que faz parte da Associação.

Essas actividades vão de encontro com as necessidades da escola,

dão resposta às necessidades existentes?

Em primeira mão, numa primeira abordagem, as actividades visam dar

resposta à aproximação dos pais aos filhos e vice-versa, que é essa a nossa

premissa. É tornar os pais mais presentes na vida dos seus filhos, sem ser

dentro de casa, em contexto de casa e na escola. As necessidades da escola é

algo que vem depois, ou seja, nós desenvolvemos a actividade envolvendo

pais e filhos em simultâneo, o dinheiro que advir dessa actividade é que é

convertido para suprir as necessidades reais da Escola.

Como é feita a divulgação das vossas actividades?

Das actividades? É feita através da afixação de cartazes, boca-a-boca, e-

mails. Nós estamos a pensar criar uma página na internet, estamos a pensar,

já foi decidido, já sabemos quem vai fazer, agora é preciso disponibilidade e

tempo para o fazer. Mas nós, nesta primeira fase, estamos a divulgar através

de panfletos de folhas A4 imprimidas a divulgar as actividades e a afixar nos

diferentes locais que vai desde Corvos à Aldeia Nova, Ponte de Árvore,

Santana, na Junta de Freguesia, na Escola, nos próprios edifícios, boca-a-

boca… os cafés também são um local de publicidade das nossas actividades.

As vossas actividades estão expressas em algum documento próprio,

fazem parte do Plano de Actividades do Agrupamento?

Não, não, não. Nós Associação de Pais de Bagunte temos um Plano de

Actividades Próprio, um Plano Anual de Actividades, que no inicio de cada ano,

reunimos os órgãos e definimos as nossas estratégias, aquilo a que nós

propomos a desenvolver ao longo do ano em diferentes eixos: social,

económico, educacional, em diferentes eixos. Por uma questão de ética,

damos conhecimento ao Agrupamento de Escolas da nossa pretensão, mas só

para que o Agrupamento conheça o nosso trabalho, aquilo que nós nos

propomos fazer num determinado momento da vida dos seus alunos, porque

eles podem ser os nossos filhos, mas são alunos de uma Escola, não é?

Portanto, eu acho que é ético da nossa parte e é assim que baseamos essa

parceria, partilha, pois é de bom senso dar conhecimento ao Agrupamento de

Escolas, à Coordenadora do estabelecimento de ensino aquilo que nós nos

propomos a fazer ao longo daquele ano lectivo, e é evidente que dessa forma

vamos logo passando a palavra e a mensagem de que caso for necessário

iremos pedir autorização. Houve eventos que tivemos que pedir o apoio da

Instituição e, caso contrário, também estaremos deste lado para ajudar no que

for necessário.

Têm algum elemento da Associação a representar o Conselho

Pedagógico?

Temos, temos. Na altura da constituição da nossa Associação de Pais

reunimos com o Director do Agrupamento que nos solicitou a nomeação de um

elemento da Associação de Pais para representar o Conselho Pedagógico,

está muito bem representado pela Fátima, que é a nossa associada, que

representa a nossa Associação no Conselho Pedagógico do Agrupamento de

Escolas da Junqueira.

Voltando à questão das actividades, costumam fazer avaliação das

actividades que realizam ou não?

É assim, fazemos sempre, mas… nunca fazemos. A avaliação vem ter

sempre connosco, portanto, ela é sempre avaliada, mas de fora para dentro e

não de dentro para fora. É curioso que após a realização de uma actividade,

nós somos contactados pelas diferentes pessoas, intervenientes que tiveram

acesso à actividade e dizem: “Correu muito bem!”, “Têm que repetir!”, “Foi uma

coisa fantástica!”, “Foi um momento extraordinário!”, “Têm que fazer mais

vezes!”, “Como é que se lembraram disto?”. Recordo-me por exemplo, na

actividade de Natal, em que trouxemos o Pai Natal a cavalo. A Associação de

Pais ofereceu uma prendinha a cada aluno e o Pai Natal veio com um saco,

mas veio a cavalo. Foi uma coisa inédita, foi algo que foi delicioso ver o rosto

daquelas crianças e daquelas Professoras que ficaram perplexas com esta

ideia … e acredito que esta ideia não partiu de ninguém de dentro da

Associação, foi alguém que teve essa ideia e alguém mandou essa ideia para

discussão e foi um sucesso. Não se falou noutra coisa durante quinze dias e,

portanto, estou bastante satisfeita com a avaliação que tenho, pelo menos o

feedback que me tem chegado. Quanto aos aspectos menos bons, que eu

tenha conhecimento, ainda não.

Tem conhecimento se existem mais APEE no Agrupamento?

Sim, sei que existem e conheço de ouvir falar, não que eu tenha intervindo

directamente com alguns dos elementos, mas se não estou em erro Rio Mau,

Arcos, Touguinha e é só, que eu conheça, que eu ouça falar, não sei...

Touguinha esteve… não se se ainda se mantém activa.

Houve um contacto de uns dos elementos, acho que de Touguinhó, não

quero precisar, no sentido de reactivar a Associação, mas até ao momento…

eu disponibilizei-me para o que fosse necessário, porque eu acho que a união

faz sempre a força e a força é aquilo que nos move, move tudo, move mundos.

Portanto, se todos trabalharmos para o mesmo fim, tudo torna-se muito mais

fácil.

Por acaso já surgiu a possibilidade de virem a fazer algum projecto em

conjunto entre as AP ou nunca pensaram nessa situação?

Ainda não está assentada, nunca pensamos nisso porque ainda temos que

nos conhecer a nós próprios, temos que dar tempo de nos conhecermos, de

dar a conhecer o nosso trabalho e só depois…, porque nós para fazermos

parcerias também temos que ser bons naquilo que fazemos, se não, mais vale

ficarmos quietos. Portanto, primeiro conhecermos e consolidarmo-nos, depois

sim alargar horizontes.

Enquanto Presidente de uma AP tão recente, mas neste momento tão

activa e com diversas acções, já pensou em alguma coisa de diferente a

realizar brevemente? Que estratégias de actuação?

Não, nós temos algumas actividades já planeadas para o final do ano, mas

assim de diferente, assim algo que saia do comum não, para já não. Estamos a

caminhar lenta, mas seguramente. Quando pensarmos em algo será, acho que

será todos em uníssono, que é esse o meu objectivo, todos em uníssono e isso

ainda não se propôs, acho que temos que nos conhecer melhor.

De todos os aspectos que fomos falando, gostaria de acrescentar

alguma informação relevante a esta entrevista?

Sim, há algo que eu gostaria de falar. Apenas desejava referir, porque eu

acho que é muito importante, na altura quando me falou dos objectivos, do

porquê de constituir uma Associação de Pais, aqui em Bagunte, e eu ter-lhe

dito que é algo que é inédito, portanto é algo que nunca se fez.

Tendo em atenção as nossas premissas, aquilo que é a missão a que nós

nos propusemos, foram vários os objectivos que estiveram envolvidos na

decisão da constituição da Associação de Pais, dos quais se destacam o

desenvolvimento de uma cultura de participação activa, junto dos elementos

que constituem a comunidade educativa, para desta forma contribuir para uma

escola de sucesso, dando sentido e significado à expressão comunidade

educativa.

A participação dos pais no percurso dos filhos tem que ser cada vez mais,

tem que ser mais activa, mais pró-activa também, no sentido de darmos

respostas também aos desafios que a própria Escola e o próprio sistema

educativo nos coloca. Desta forma, havendo uma Associação, os pais não se

sentem tão perdidos, tão à margem, andam mais organizados e, desta forma,

também contribuímos para o desenvolvimento biopsicossocial dos nossos

alunos. Portanto, estamos a tentar apostar no desenvolvimento biológico deles,

no social e também no psicológico que é extremamente importante, porque as

crianças são um todo, são a família, são as suas vivências, são as suas

experiências, são a cultura em que estamos desde que nascemos. Por isso, faz

parte do sujeito e se nós pudermos envolver tudo, mexer em tudo, em todas as

estruturas, será mais fácil fazer com que estas crianças cresçam de uma forma

sã e segura.

E a comunidade envolvente também tem um papel muito importante?

Muito, extremamente importante, extremamente importante. Acho que tem

sido uma base, uma pedra basilar, na construção desta própria Associação de

Pais.

Por curiosidade, tem conhecimento das representações que os pais

destes alunos têm acerca da escola?

São pais bastantes heterogéneos. Há uma grande heterogeneidade no que

diz respeito à idade dos pais, às origens, para uns o sistema educativo não é

novidade e traquejam… há um grande traquejo, verifico que há pais que lidam

com Professores, são pais que são licenciados, tem filhos mais velhos que já

lidaram com o sistema de ensino, como é que as coisas funcionam. Há outros

que não têm essa experiência, nem sabem a quem recorrer numa situação de

pedido de ajuda ou se realmente as decisões passam só pelo órgão de

Direcção ou se eles também tem um papel importante. Muitos deles não tinham

noção de qual era o seu verdadeiro papel dentro do sistema educativo. Os pais

são extremamente importantes, são uma peça fundamental deste puzzle, são

uma peça fundamental.

Então como é que os pais vêm a escola, a escola serve para quê?

A Escola serve para educar, eles só vão lá para aprender. Os pais viam a

Escola como isso, é para aprender, eles vão lá para aprender. Mas a Escola é

muito mais do que isso, os pais são muito mais do que pais, os pais também

são educadores. Não são só os Professores que são educadores, os pais

também têm que ser educadores.

E têm de se inteirar da educação da criança a todos os níveis,

principalmente ao nível biopsicossocial, como referiu anteriormente?

Exactamente.

Agradeço a sua disponibilidade para esta entrevista e o facto de ter

colaborado na recolha da informação, que é muito importante para o

trabalho de estudo que está a ser efectuado. Toda a informação será

confidencial. Se desejar a transcrição da entrevista será facultada. Mais

uma vez obrigado pela sua receptividade e disponibilidade.

Obrigada eu. Espero que tenha contribuído para o vosso trabalho e que a

informação seja útil.

Muito obrigada!

De nada.

ENTREVISTA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DE TOUGUINHA (APEET)

Data: 7 de Maio de 2011 Hora: 17h Duração: 50:53

Local: Junta da Freguesia de Touguinha

Entrevistador(a): Mestranda da ESEPF

Entrevistados(as): NS – Presidente da APEET

JS – Vice-presidente da APEET

Boa tarde a ambos!

Boa tarde!

Agradeço desde já a vossa disponibilidade para esta entrevista, como

já referi anteriormente ela está inserida no âmbito de um trabalho de

Mestrado que tem como tema a relação família, escola e comunidade. É

de salientar que toda a informação divulgada por V. Exas. irá ser utilizada

unicamente no âmbito do trabalho de Mestrado/estudo a efectuar e que

não existem respostas certas nem erradas.

Como estou diante de dois elementos importantes da Associação de

Pais e Encarregados de Educação da Escola de Touguinha (APEET)

começava por os questionar acerca dos respectivos dados de

caracterização de ambos iniciando pela idade, as habilitações literárias,

profissão e o tempo de serviço, enquanto elementos que fazem parte da

Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE).

NS - 35 anos, casado e com três filhotes (risos)… por isso é que estamos

aqui nesta Associação. Tenho Licenciatura em Comércio Internacional, sou

Gestor de Clientes e estamos na Associação de Pais acerca de um ano, desde

que começou este ano lectivo.

JS - 44 anos, dois filhos, Vice-presidente da Associação de Pais da Escola

de Medados – Touguinha, casado, dois filhos a frequentar a Escola de

Medados, um no 2º ano e outro no Pré-escolar. Tenho Licenciatura em

Teologia e sou Professor.

De um modo geral, qual a importância que atribuem a uma APEE?

NS - (Silêncio) Acho que se baseia muito no apoio que nós possamos dar

como pais para o bom funcionamento da escola. O nosso objectivo, pelo

menos o meu e penso que o dos colegas que fazem parte da Associação que

é… nós candidatamos para podermos ajudar os nossos filhos naquilo que falte

à escola e que não é pouca coisa. Acima de tudo tentar dar o apoio através de

coisas práticas que fazemos e que o Joaquim depois pode falar. Isto não só ao

nível do apoio financeiro, mas também a outros níveis, por exemplo, o segundo

ano ficou sem Professora, esta faltava e a Associação de Pais pós os pés ao

caminho e tentou resolver o problema com o Agrupamento. A nossa ajuda

baseia-se muito no apoio que damos à escola e no apoio ao nível monetário.

JS – A Associação funciona um bocado como uma ponte entre pais e

Professores. Diminui um bocado o trabalho aos professores porque não

precisam de estar constantemente a contactar os pais para diversos fins, esse

trabalho fica a cargo da Associação e funciona também para o lado dos pais,

porque qualquer coisa que seja necessário sabem que têm uma Associação

que os defende, protege, que intervém junto da escola, Professores e do

Agrupamento em função dos alunos desta escola.

Já tivemos vários exemplos em que realmente demonstramos a nossa

importância, a Associação estabelece esta ponte, pois temos muitos pais que

saem cedo para o trabalho e não têm onde deixar os filhos, não têm nenhum

familiar perto que possa assegurar a entrega dos filhos na escola no começo

do tempo lectivo e ai é a Associação que assegura uma pessoa, a quem paga

para fazer aquilo a que chamamos de prolongamento, ou seja, assegurar a

segurança e o bem-estar dos alunos na escola enquanto não chegam os

Professores e as aulas não começam. Este trabalho é desenvolvido pela

Associação, pois fomos nós quem arranjou uma pessoa, minimamente

qualificada para garantir alguma qualidade daqueles trinta, uma hora ou hora e

meia em alguns casos ao início do dia e ao final do dia, porque os pais às

vezes não os podem levar às nove horas, também não podem ir buscar às

cinco e meia que é quando termina o horário lectivo e ai é necessário

assegurar até ao momento em que os pais possam.

Todo esse trabalho é feito pela Associação e quem diz esse também diz

outros no âmbito de questões que vão surgindo ao longo do ano lectivo,

nomeadamente este ano, por exemplo, houve a situação de uma Professora

que estava a faltar e os pais dessa turma de 2º ano estavam preocupados com

isso, pois viam os alunos a “andar para trás” e, nós, agimos dentro do que era

possível fazer-se junto do Agrupamento, junto da equipa de apoio à Escola do

Agrupamento com quem entrei em contacto também, no sentido de acelerar o

mais possível o processo e que, brevemente, tivéssemos uma Professora na

escola a desempenhar funções e a garantir o ensino dos nossos educandos.

Portanto, a Associação tem este papel.

Nós sabemos que é dito que o ensino público é gratuito, mas não é gratuito.

Nós pagamos tudo o que a escola usa. O Agrupamento recebe uma verba da

Câmara porque a responsabilidade económica do 1º ciclo é das Câmaras, mas

nem sei se essa verba chega à Escola se não.

NS - O Agrupamento diz que não tem dinheiro suficiente para cobrir todas as

necessidades e quando falamos em necessidades falamos de coisas básicas,

pois muitas vezes não há papel higiénico para os alunos, não há lixívia para

lavar as casas de banho.

JS – Portanto, o nosso suporte vai daí até às fotocópias, materiais que usam

no Pré-escolar e no 1º ciclo. Tudo o que possa imaginar, à excepção dos livros

escolares, porque isso é da responsabilidade dos pais, tudo o resto é

assegurado pela Associação de Pais.

NS – Quando dizemos assegurado, dizemos em caso de falha não é

constante, são situações pontuais. Temos situações em que a Coordenadora

pede dez unidades e mandam-lhe uma, aqui estamos a falar desde clipes a

rolos de papel higiénico, englobamos tudo. Já me vieram pedir se podíamos

comprar papel higiénico e eu disse: “Porquê? Isso não é o Agrupamento que

tem que dar?”

Há coisas que não têm lógica, mas a nossa Associação de Pais ainda bem

que é constituída por pais de miúdos que frequentam a escola, porque se fosse

constituída por pessoas que não têm filhos na escola, se calhar, a visão era

diferente, e também foi isso que levou a antiga Associação abdicar porque eles

já não tinham ligação.

O que estamos a fazer é um serviço público, não é remunerado, mas temos

a nossa ligação à escola, pois temos os nossos filhos lá, temos a obrigação de

que os nossos e os outros se sintam bem.

Então os fundamentos e objectivos da constituição da vossa AP mfoi

mesmo o facto de terem os vossos filhos integrados nesta escola,

quererem acompanhá-los, estar atentos a todos os problemas como aos

aspectos positivos que vão acontecendo, ou seja acompanhar a

educação dos vossos filhos?

JS – Sem dúvida. Além de não querer que por razões económicas ou que

por falta de acompanhamento do Agrupamento ou outras situações, deixassem

de fazer determinado tipo de coisas por não terem materiais ou condições e,

por isso, abraçamos esta causa em Setembro, no início do ano lectivo.

Isto é difícil. É difícil as pessoas chegarem-se à frente, o mais fácil é as

pessoas dizerem que os outros são quem tem mais tempo porque eles têm a

vida sempre ocupada. Todos aqueles que fazem parte desta Associação e que

têm trabalhado nesse aspecto podemos dizer, que não é só número, mas que

são pessoas que quando a gente convoca para esta ou aquela actividade

aparecem, estão presentes e trabalham.

NS – Todos temos a nossa vida. Uns trabalham mais do que outros, nem

sequer é isso que está em causa, mas o que acontece cá na Freguesia,

infelizmente, é que a motivação para qualquer coisa não é muita. Eu não sou

de cá, o meu cunhado também não é de cá, as nossas esposas é que são e

nós é que estamos à frente da Associação de Pais, estamos na Direcção da

Associação Cultural, não fazemos parte da Junta, mas apoiamo-la. As mesmas

pessoas estão inseridas em tudo o que se faz nesta Freguesia. O Ex-

presidente da Associação é o Tesoureiro e Secretário da Junta, ou seja, são

sempre as mesmas pessoas que estão envolvidas em diversas Entidades e

Associações.

Tem muitos Associados a vossa AP?

NS – Não tem o número de miúdos que estão nas escolas porque há pais

que não pagam e ainda criticam o trabalho que é feito. A Associação cobra

cotas e cobra-se do prolongamento, as cotas servem para este apoio que

prestamos à Escola e para pequenos materiais que são precisos, mas todos os

meses, na última semana de cada mês, estamos aqui dois sábados a receber.

Os miúdos recebem uma carta, recebem os meus, os do meu cunhado, aqui

todos recebem por igual. Os meus filhos dizem “nós não precisamos pai” e eu

digo “ vocês levam na mesma porque vocês não são diferentes”, porque aqui

não há distinção em nada. Mas também temos cá quem não pague.

JS – Quando fala em associados fala no sentido oficial? Nós não temos

esse tipo de sistema de quotização ou de sócios, mas pelo que se percebe e

pela prática cada pai sente-se membro desta Associação. Temos pais que

pagam quotas e essas quotas são um meio para podermos ajudar a Escola,

aqui todo o dinheiro recebido é investido na Escola, se sobrar de um ano fica

para o ano seguinte.

O valor que os pais dão à Associação é um valor fixo ou dão consoante

as suas possibilidades?

NS e JS - É um valor fixo.

JS - O sistema de prolongamento é que é à parte, porque é um valor retirado

do número de alunos que fazem parte desse prolongamento para pagar à

pessoa que fica com eles.

NS - Nós dizemos à pessoa que pagamos x por dia e esse x por dia é

dividido pelo número de alunos, aqui quantos mais miúdos houver, os pais,

menos pagam pelo prolongamento.

A vossa AP integra alguma entidade extra-escola ou somente pais e

encarregados de educação?

NS e JS - Somente os pais.

Já alguma vez tiveram situações de renunciação por parte dos pais?

NS – Renunciação não, mas há pais que não pagam.

Sendo uma Associação recente têm conhecimento da existência da

FAPCONDE e da CONFAP? Estão inscritos em alguma destas Federações

ou Confederações?

JS – Temos conhecimento, mas não estamos inscritos porque não estamos

legalizados. A nossa Associação tem os Estatutos, mas não estamos

oficialmente legalizados. Na última reunião que tivemos ou numa das primeiras

até chegamos a pensar se devíamos legalizar-nos ou não, tentamos analisar

os prós e os contras, mas ainda estamos em análise.

NS – É preciso ainda mais tempo, mais do que aquele que nós temos para

tratar da legalização… não temos número de contribuinte, devíamos estar

legalizados se calhar na CONFAP, mas para isso é preciso ter mais tempo é

preciso alocar mais recursos, até porque se tivéssemos legais poderíamos

passar recibo do que recebemos, mas para isso temos que ter número de

contribuinte, temos que ter contabilidade e não estou a ver os pais a quererem

pagar mais 5€ por mês ou outro valor, só porque a Associação tem que estar

legal e tem que pagar os seus recibos. Não sei se é esse o objectivo da

Associação de Pais cá em Touguinha.

Já percebi que enquanto AP vocês têm uma postura de grande

proximidade e grande relação com a escola. Neste sentido, gostava de

saber quais as estratégias que vocês utilizam para mobilizar diferentes

agentes educativos e que fazem parte da comunidade que passam pelos

pais, professores e até mesmo os alunos?

JS – Temos o nosso Plano Anual de Actividades onde tem um conjunto de

actividades que organizamos ao longo do ano, como a Festa de Natal, Festa

de Final do Ano, Carnaval e Magusto. Estas Festas fazem parte do Plano

Anual de Actividades porque são feitas em conjunto com os Professores, aliás

até são acertadas datas do que se vai fazer, portanto, estamos sempre em

contacto directo com os Professores e a Coordenadora do Estabelecimento.

Essa é a nossa estratégia o contacto directo.

NS – Criamos a proximidade, nós como vamos todos os dias à escola, se

não vou eu vai a minha esposa, se não vai o Joaquim vai a minha cunhada…

nós estamos perto da escola e precisamos de ter contacto com as pessoas.

Muitas vezes, a Professora Julieta, que é Coordenadora, liga-me a dizer que

precisa de cartolina porque os miúdos vão fazer uma actividade e não têm

cartolinas na escola e se houver dinheiro a Associação disponibiliza para a

aquisição do material.

JS – Muitas vezes também acontece o contrário, por exemplo, por vezes

somos nós que dizemos que estamos a pensar organizar a Festa de Final de

Ano e gostaríamos de saber a data em que a escola termina, qual a melhor

data para fazer a festa.

NS – Tudo é organizado em conjunto, nunca somos nós que preparamos

tudo nem são eles que fazem tudo. Eles treinam com os miúdos e nós

preparamos o resto… desde os cenários, falamos com o Padre porque a

actividade é aqui no salão, preparamos o lanche, as prendas de Natal para os

miúdos, o Pai Natal, ou seja, só com esta relação de proximidade e

complementaridade é que é possível.

Com o Agrupamento, órgão de gestão principal, também existe esta

relação de proximidade ou há mais burocracias?

NS – Há mais burocracias, porque já solicitei uma reunião em Dezembro e

ainda não me responderam. Entretanto na Festa de Natal fizemos questão de

convidar o Professor José Henriques e os restantes membros da Direcção do

Agrupamento a virem cá à Festa e, pela primeira vez, acederam, vieram e

agradeceram muito. Só que eu acho que havia… nós não somos um órgão

legal, mas a nossa função também não é complicar mas sim simplificar. Nós

estamos aqui para simplificar tudo o que seja Escola/Agrupamento,

Escola/Pais, Pais/Agrupamento. O nosso objectivo é ajudar e não estamos cá

para complicar nada. Estamos aqui para ajudar os nossos filhos a terem uma

boa escola e para ajudar os pais das crianças que andam na escola a não se

preocuparem com nada que tenha a ver com o bom desenvolvimento da

escola, mas nós não somos legais, não fazemos parte do Ministério da

Educação, não temos que ter ligação sequer com o Agrupamento,

teoricamente nós não deveríamos ter ligação com o Agrupamento. A única

ligação que nós temos, e temos que ver, é que nós temos um membro da

antiga Associação que fazia parte do Conselho Geral e que ainda se mantém,

já não faz parte da Associação e ainda se mantém como membro.

JS – Neste aspecto tenho uma opinião reservada porque sou Professor

também. Nesta questão de Agrupamentos e avançando para os ditos mega-

agrupamentos tenho sérias reservas sobre isso. Eu faço parte de um Órgão da

Escola, o Conselho Geral do qual eu sou Presidente, portanto, se não fosse o

facto de eu ser Presidente do Conselho Geral eu não conhecia as Escolas que

fazem parte do meu Agrupamento. Conheço-as porque muitas vezes em

função do comprimento do papel que desempenho vou visitá-las e círculo por

elas, mas para os colegas ninguém sabe quais são as escolas. Neste

Agrupamento é a mesma coisa há esse desfasamento, se formos à Escola

Sede da Junqueira e se perguntar se alguém conhece a Escola de Medados,

algum Professor inclusive, pessoal de cá que faz parte dos Órgãos de Gestão

de lá, Conselho Pedagógico, Conselho Geral, Comissão Executiva (acho difícil

algum não conhecer pois seria muito mau), mas a maior parte nem sequer

conhece nem sequer saberá onde fica Touguinha. Por isso tenho sérias

reservas e acho que não funciona bem.

Sendo pais preocupados e atentos com o que passa na escola e com a

educação dos vossos filhos, sentem que os outros pais também recorrem

à AP só quando há problemas ou necessidades? Em que situações é que

isso acontece?

JS – Recorrem, como lhe disse naquela situação que lhe contei ainda há

pouco sobre a substituição da Professora. Foram inúmeros os pais que

sabendo que eu fazia parte da Associação e, tendo o meu filho lá também, me

questionavam sobre o que íamos fazer, se podíamos fazer alguma coisa,

inclusive davam sugestões, portanto procuram-nos.

NS – Há dois anos tivemos uma situação ainda mais complicada ou melhor

não era mais complicada queriam tirar uma turma de cá.

JS – Era uma questão de organização do Agrupamento. O Agrupamento

tinha decidido por ele próprio tirar uma turma daqui e mandá-la para

Touguinhó. Não sei se conhece a Escola de Touguinhó, mas é uma Escola

mais pequena, com cantina mais limitada e a nossa oferece melhores

condições, portanto, os pais do 1º ano e toda a Escola esteve unida nesse

sentido de ir contra a mudança dessa turma daqui, inclusive porque o número

de alunos daqui era maior do que o número de alunos que estava lá, portanto

tinha mais sentido vir os de lá para cá. Com o empenho da Associação de Pais,

não éramos nós, mas sim a Direcção anterior, conseguiu-se manter as quatro

turmas a trabalhar e a Escola a funcionar em pleno.

Os pais estão atentos, procuram-nos, são figuras activas e propõem se caso

for necessário e se a gente precisar deles dar-nos-ão o seu apoio de certeza.

Passando para as actividades, embora já fôssemos falando sobre

algumas, vocês têm várias acções que vão realizando ao longo do ano

que são definidas entre a AP e professores tendo em conta a opinião de

cada um e o que é importante para a escola. Todavia não há outras

pessoas que dão opiniões de actividades, elas surgem unicamente da AP

e dos professores?

NS – Em termos de Festas que já estão pré-programadas parte da

Associação e dos Professores. De outras actividades depende um pouco, mas

é unicamente a Associação a propor aos Professores ou vice-versa.

Qual o papel dos restantes pais relativamente às actividades? Eles

participam ou não? Acham que as actividades são importantes?

NS – Podemos dar o exemplo da Festa de Natal. Cada miúdo estava

convidado a trazer um bolo ou algo para completar uma mesa de lanche para

no final da Festa haver um convívio e os pais aderiram. Foi tudo feito sem que

a Associação de Pais tivesse que pagar, assim como os pais. No final viam-se

pais que não faziam parte da Associação a ajudar a arrumar.

Então quer dizer que a comunidade também actua e colabora?

NS – Sim, mas quer dizer, são sempre as mesmas pessoas que ajudam.

JS – É uma comunidade participativa, eu acho que nessa actividade de

Natal cerca de oitenta por cento dos pais contribuíram com alguma coisa para

o lanche e estavam lá. Para arrumar foi um grupo que passou além da

Associação de Pais.

Relativamente a sugestões de actividades, principalmente actividades

inovadoras daquelas que não se costumavam fazer, este ano dentro da própria

Associação surgiu uma ideia nova e se tivermos dinheiro vamos tentar realizar

no final do ano. Como o quarto ano é uma turma finalista queríamos

proporcionar um passeio, um dia diferente a esses miúdos, não ir muito longe

porque são uns miúdos relativamente pequenos, mas passar um dia num

espaço que temos aqui perto, o RATES PARK, e passar ali um dia fabuloso

com eles, iríamos os elementos da Associação de Pais a representar, os

Professores de Turma e a Coordenadora de Escola.

Então podemos dizer que as actividades realizadas vão de encontro

com as necessidades reais da escola?

JS – Sem dúvida e nos momentos marcantes da escola, final de período,

Natal, final de ano.

Como é que fazem a divulgação das acções?

NS – Normalmente é por entrega na Escola de um papel que é dado a cada

aluno e que põem na caderneta para entregar aos pais.

JS – É uma comunicação sempre escrita.

Nos locais mais conhecidos da vossa comunidade não costumam fazer

a divulgação com cartazes, panfletos?

NS – Não o que fazemos é pôr à entrada da Escola.

JS – Também são sempre actividades direccionadas para a comunidade

escolar, seja a comunidade no sentido docente ou discente ou de família,

portanto pouco sentido teria divulgar pela comunidade.

Costumam a fazer avaliação das vossas actividades? Como é que ela é

feita?

NS – Isso vê-se no sorriso das crianças e se eles gostarem dizem que

gostam e se não gostarem também dizem que não gostam. Avaliação

concreta… não fazemos, não faz sentido fazermos avaliação. A avaliação é…

na Festa de Natal, por exemplo, os miúdos ficaram radiantes com a Festa, os

pais gostaram da Festa, demos as prendas, no final apareceu o Pai Natal e a

conclusão é que eles adoraram.

JS – Não temos tempo para isso.

Mas, por exemplo, não têm pais que vão ter convosco e dizem

determinado tipo de expressões como “a actividade foi excelente, vocês

demonstraram …”?

NS – Dar valor não é muito habitual nesta Freguesia.

JS – Sim há. Eu recordo que na Festa de Natal houve pessoas que deram

os parabéns e disseram que “eu gostei de terem posto como apresentador por

cada ano pais de miúdos daquele ano”. Deram dicas de que as coisas tinham

corrido bem, que tinha sido da satisfação deles o que tinham observado, não

foi um feedback de oitenta por cento como para a contribuição do lanche, mas

houve feedback. Todavia não quer dizer que no final do primeiro ano de

mandato não façamos um balanço das actividades e se calhar vamos fazer.

Reflectindo acerca das AP do Agrupamento, vocês têm conhecimento

da existência de mais alguma AP?

NS – Tenho de mais uma.

JS – Bagunte, a própria Escola Sede também deve ter.

Deve ter?

NS - Deve ter já diz tudo, não é?

Qual o motivo de tal desconhecimento?

(silêncio)

JS - Porquê? É uma boa pergunta? Foi-lhe fácil entrar em contacto

connosco?

Quando efectuei a entrevista a SD, Subdirector do Agrupamento, ele

facultou as moradas com a condição de não ter a certeza de estarem

correctas ou não, todavia enviei na mesma as cartas com aviso de

recepção e fui controlando pelos CTT. Além de ter tomado a iniciativa de

contactar as Coordenadoras das Escolas e fui conseguindo os contactos

dos representantes, que no caso da APEET consegui o contacto do

presidente.

NS – A nossa veio para aqui, porque a nossa morada é Rua Silva Gomes

que é a Junta, nós não temos Sede própria e usamos a Junta.

JS – Isto para lhe dizer que nós existimos e que sabem da nossa existência,

se nós não sabemos dizer de outras é porque nunca nos puseram frente a

frente ou numa reunião geral. Na minha experiência enquanto professor, na

minha escola eu faço ao contrário, eu convido para.

NS – Acho que deveria haver… se calhar poderíamos ser nós a promover

isso, mas acho que para além de convidar deveria ser o Agrupamento a

promover o intercâmbio entre as várias Associações e se eles dissessem que

“estes senhores vêm para nos facilitar e para nos ajudar”… porque deveriam

ver-nos como um aliado. A Direcção da escola deveria ser mais pró-activa.

Como não existe um grande conhecimento acerca das AP, alguma vez

houve a existência de projectos comuns?

JS – Não.

Agora lançava um desafio, se pudessem propor/pensar em estratégias

de actuação para a vossa AP, quais é que seriam?

JS – O que eu vejo como grande desafio, uma grande estratégia seria, por

exemplo, promover a partir das diferentes Associações ou das escolas que não

tivessem Associação a Coordenadora de Estabelecimento uma actividade ou

um dia de actividades conjunto de Agrupamento na Sede do Agrupamento,

seria interessante concentrar num dia de Festa, por exemplo Final de Ano ou

comemoração de uma data significativa concentrar todos os miúdos do

Agrupamento na Escola Sede e com eles realizar um conjunto de actividades…

sei lá… desportivas, variadas com os miúdos, acho que seria assinalável e

seria um desafio.

Com os pais, não vejo mais o que se poderia fazer, quer dizer poderá haver

mais com certeza, mas assim de momento não sei mais o que poderíamos

fazer para, não estou a ver.

O grande desafio seria então uma actividade conjunta com todo o

Agrupamento?

JS – Sim, até no sentido de unificar pois sabemos que fazemos parte de um

Agrupamento e devemos demonstrar que somos realmente um Agrupamento.

NS – Deveria haver uma interligação mais próxima com o Agrupamento.

JS – E seria uma forma até das Associações estarem presentes, sem dúvida

nenhuma. Serem convidadas, estarem presentes, participar na organização e

nas actividades.

Para terminar gostaria de lançar a última questão. Na vossa opinião

quais são as representações que os pais têm acerca da escola? Para que

serve a escola? O que é que a escola pode fazer pelos seus filhos?

NS – A resposta vai ser muito condicionada, porque o meu cunhado é

Professor e a minha esposa é Professora. Neste momento eu vejo que os pais

querem, nem todos, mas a maior parte dos pais pensam que a escola tem que

ser o garante da educação dos filhos e tem que ser a escola a dar a educação

que os pais não dão em casa aos filhos. Ainda há duas semanas falava sobre

isto com uns amigos e chegamos todos à mesma conclusão.

Lembras-te (dirigindo-se para o Vice-presidente) daquela reunião que tive no

Agrupamento com os representantes dos pais, mais ao menos dois, três

meses… um Professor queixava-se que as notas estavam a baixar muito e a

justificação de um pai foi que “eu não consigo que o meu filho estude, porque

ele chega a casa…” eu pedi a palavra e só disse uma coisa “eu quando

estudava, quando era miúdo… primeiro tinha medo dos professores, segundo

tinha medo dos meus pais, ou melhor, primeiro tinha medo dos meus pais e em

segundo dos meus professores, terceiro queria e tinha orgulho em ter boas

notas”. Os miúdos agora não chegam a casa e… dou o exemplo que a minha

esposa tem prático… o miúdo chega a casa e diz ao pai que a Professora lhe

tirou o teste e o pai vai à escola pedir satisfações à Professora que era a minha

esposa, ela perguntou ao miúdo “queres que vá chamar a tua turma para

explicar ao teu pai o que se passou?” e o miúdo olha para o pai e diz “pai a

Professora avisou-me três vezes para eu não copiar e à quarta tirou-me o

teste”. Os pais tem que dar primeiro educação aos filhos em casa e só depois

preocupar-se com a escola, porque a escola serve para ensinar. Neste

momento os pais estão mais preocupados com que a escola ensine, eduque,

faça de baby sitter, que faça um bocadinho de tudo.

JS – Nós sabemos que a vida também é complicada, os pais têm a sua

profissão, muitas vezes levantam-se cedo, vêm tarde e a escola funciona como

um depósito para os filhos, colocam-nos ali e eles estão ali, estão entregues,

sabem que a escola é vedada e dali não saem e que tem gente a tomar conta

deles… depois não procuram saber como está o filho, como vai como é que

não vai, excepto se acontecer uma situação deste género, porque o Professor

tocou um bocadinho ao de leve no filho, aí vão logo a correr a tirar satisfações,

podem ter andado o ano todo sem saber como é que ele estava do ponto de

vista do aproveitamento, mas por uma questão destas são inúmeros os

exemplos em que correram logo a fazer barulho.

(silêncio) É isso, os pais é que devem dar a educação aos filhos, mas estão

à espera que sejam os Professores, os funcionários da escola a fazê-lo, a fazer

as duas coisas a ensinar e a educar. Embora não queira dizer que isto não seja

também função do Professor, mas há educação que deve ser tida em família

pelos pais e família em geral, e há outra que é um bocadinho diferente e que já

pressupõe a anterior, a da família, para ser feita na escola.

NS – Lembro-me perfeitamente que o Presidente do Agrupamento era o

Presidente da escola onde eu andava e, tínhamos um medo dele que nos

pelávamos, nós não pisávamos o risco na escola e acontece também na

Junqueira muito isso. Eu acho que tem de haver um bocadinho isso (silêncio)…

um olhar para trás e deixar que os Professores sejam um bocadinho mais

ríspidos com os alunos, porque se um Professor diz tu … no meu tempo…

lembro-me de um Professor meu que no 9º ano mandou um cachaço a um

aluno, se fosse agora já ia para a televisão, ia preso, já tinha processo. Tudo é

um problema, mas no final os paizinhos o que querem é que os filhos sejam

educados na Escola, mas se um Professor toma a iniciativa de… se fizeste

uma asneira tens de pagar por ela, é o fim do mundo.

JS – O problema é do sistema e é uma educação diferente. Não sou

apologista de violência. Eu também tinha algum receio dos meus Professores,

mas era um receio saudável, no sentido que os respeitava. Antigamente havia

medidas, mas tem a ver com a educação em casa, por exemplo antigamente

havia a falta a vermelho e quando tínhamos uma falta a vermelho tínhamos

receio do Director da Escola ou do Presidente do Conselho Directivo e

tínhamos medo de chegar a casa e de dizer que tínhamos uma falta a

vermelho. Hoje em dia já nem existem as faltas a vermelho e as faltas que

existem os alunos estão a borrifar-se para elas, pois não contam para nada,

nem para reprovar nem para isto nem para aquilo, só conta para o Professor

pensar que fez alguma coisa naquele momento, mas todos os agentes

educativos sabem que aquilo não conta para nada, não é. E mais, às vezes

ainda vem os pais tentar justificar aquela falta com a ida a uma consulta e a dar

razão ao filho, num momento em que devia ser o contrário e dizer “se tu agiste

mal foste castigado pelo Professor e vais ser castigado por mim em casa”, na

maneira que ele achasse conveniente, mas não há, não há esse tipo de

comunicação.

NS – Depois a burocracia dentro das escolas também faz com que os

Professores se baldem um bocadinho, porque se têm que apresentar/dar um

castigo a um aluno na Escola tem que haver reuniões, preencher não sei

quantos impressos, têm que ser ouvidos, isto tudo só por causa de um castigo.

JS – Deixa-me reformular, nós não nos baldamos, somos tolerantes até

certo ponto e depois a partir daí, independentemente da burocracia e o que

isso possa trazer, temos que agir em conformidade, já sabemos é que muitas

vezes o facto do aluno… vamos imaginar uma medida mais grave em que o

aluno tenha que ir para casa quatro a cinco dias ou seja o que for, que isso

para ele vai ser umas férias em casa, porque o pai ou a mãe em vez de dizer

“vieste para casa expulso durante estes dias de castigo, agora também vais

ficar de castigo em casa”, mas não se calhar o miúdo ainda fica em casa a

fazer coisas de que gosta de fazer, então que castigo foi esse? Teve dias de

férias, vem todo risonho para a escola, passa pelo professor no corredor nem

lhe agradece.

Então acha que o trabalho comunitário também se deveria aplicar nas

escolas?

JS – Por exemplo. Aliás aqui há uns anos houve essa proposta de se fazer

trabalhos dentro da escola e, infelizmente, muitos pais foram contra, do género

se o seu filho partiu um prato de propósito vai lavar pratos para a cantina ou

limpar pratos, recolher a comida para perceber a importância do trabalho… “o

meu filho fazer isso nem pensar, vai ser humilhado pelos outros vai ser isto ou

aquilo”. Mas o castigo é isso mesmo, passa um bocadinho pela humilhação

que o aluno vai ter naquela altura e que vai funcionar de certeza, enfim é um

trabalho complicado.

Agradeço a vossa disponibilidade para esta entrevista, pois

contribuíram para a recolha da informação importante para este trabalho

que, como enunciei anteriormente, insere-se no âmbito de um trabalho de

Mestrado. Posteriormente farei chegar a transcrição da entrevista. Muito

obrigada!

JS - De nada. Esperamos ter sido elucidativos e que com este trabalho

consigamos conhecer as outras Associações de Pais.

ENTREVISTA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DE ARCOS (APEEA)

Data: 25 de Maio de 2011 Hora: 15h Duração: 66:42

Local: Residência da Ex-presidente da APEE de Arcos

Entrevistador(a): Mestranda da ESEPF

Entrevistado(a): MN – Ex-presidente da APEEA

Boa tarde!

Boa tarde!

Agradeço a sua disponibilidade para esta entrevista, peço-lhe

permissão para gravá-la ficando, desde já, a garantia de anonimato e

confidencialidade relativamente às informações que irão ser recolhidas.

Esta entrevista não tem respostas certas nem erradas e insere-se no

âmbito de um trabalho de mestrado sobre a relação família, escola e

comunidade, ou seja um estudo que tem por base as Associações de Pais

e Encarregados de Educação (APEE) existentes e/ou inexistentes do

Agrupamento Vertical de Escolas da Junqueira (AVEJ).

Iria começar por questioná-la acerca da sua idade, habilitações

literárias, profissão e gostaria de saber o tempo que esteve ao serviço

enquanto Presidente da APEEA?

A Associação foi constituída como escritura pública por volta do ano 1988 e,

desde então, praticamente estive sempre à frente da Associação de Pais até

ao ano de 2004/2005.

Qual é a sua idade?

Tenho 61 anos.

Habilitações?

Licenciada em Medicina, mas reformada neste momento.

Qual a importância que atribui a uma APEE?

Eu acho que é extremamente importante para o sucesso educativo dos

alunos. Além do mais, quando uma Associação de Pais está com uma

actividade, com uma forte actividade, consegue uma articulação com o corpo

docente e ajuda o corpo docente nos problemas que surgem no dia-a-dia da

escola. Desta forma, consegue também resolver muitos problemas que as

famílias têm, sobretudo, quando são pais em idade activa e laboral e que,

muitas vezes, têm problemas com o transporte da criança, alimentação, apoio

no âmbito escolar e extracurricular.

Eu considero que uma Associação de Pais para funcionar bem necessita de

ter uma articulação com o corpo docente da escola, pois só assim é que

conseguem alcançar o sucesso educativo.

Como já referiu esteve como Presidente desta Associação cerca de 16

anos, mas anteriormente já tinha existido alguma Associação de Pais (AP)

na escola de Arcos?

Não. A Associação foi constituída mais ou menos por volta do ano 1988.

Quais foram os fundamentos que estiveram na constituição dessa AP?

O jardim-de-infância de Arcos foi dos primeiros, oficiais, do Concelho de Vila

do Conde, senão o primeiro em termos de Freguesias. Nós tínhamos estruturas

para funcionar e tínhamos um jardim-de-infância adaptado na Junta de

Freguesia, mas não era um bom jardim-de-infância em termos de estrutura

física, não era. Era uma adaptação num edifício antigo.

Na altura verificou-se que existiam muitas empresas de confecção nesta

zona e que os pais para ir trabalhar tinham que se deslocar e as crianças

tinham de fazer um percurso enorme para irem almoçar a casa, algumas

andavam quilómetros para ir almoçar e voltar para a escola, fizesse chuva ou

sol. O jardim como era muito pequeno, começou-se a fazer uma sopinha à hora

de almoço. Ainda não existia Associação de Pais e já havia uma panelinha

onde se fazia a sopa e as crianças já comiam pelo menos uma sopa e

entretanto iam embora, uns sozinhos, outros…como a escola era muito longe,

os mais velhos levavam os mais pequeninos.

Esta necessidade de apoiar as famílias, o primeiro objectivo foi esse, apoiar

as famílias, não teve nada a ver com o corpo docente da escola, ainda isso era

um sonho no sucesso educativo, ainda isso não se falava. Assim criou-se a

Associação de Pais e Encarregados de Educação de Arcos de escritura pública

e com estatutos. A Associação tinha sobretudo esta trilogia aluno-família-

escola.

Os principais objectivos foram o apoio nas refeições escolares e nas

actividades dos miúdos do jardim-de-infância. Começamos por criar uma

cozinha com equipamento desde frigorífico, máquina de lavar loiça, arcas

frigoríficas e começou-se a servir as refeições aos meninos do jardim-de-

infância. Todavia, como a escola primária não tinha esta possibilidade, como

era relativamente próxima, uma distância de 300 metros, o que aconteceu foi

que começou-se a abrir às crianças da escola primária. Chegamos a ter mais

de setenta crianças a almoçar e, isso era possível, através de uma verba

mínima, uma coisa insignificante, uma verba simbólica que os pais pagavam,

mas tínhamos muitos apoios, de empresas e laboratórios que até davam

dinheiro.

As crianças do jardim almoçavam primeiro porque o espaço era reduzido,

mas entretanto resolvemos fazer um jardim de raiz que é a actual Junta de

Freguesia. Um espaço para as crianças do jardim onde em baixo faziam as

suas actividades lectivas e num espaçozinho em cima fazíamos um pequeno

dormitório para uma criança que estivesse mais doente ou quisesse descansar,

mas tínhamos um problema que era subir umas escadas que eram um perigo,

perigo terrível. As crianças ao subirem aquelas escadas obrigavam a uma

vigilância maior do pessoal era um desgaste muito grande. Posteriormente

passamos esse espaço para baixo, mas entretanto a Autarquia mudou e

puseram-nos novamente lá em cima, quiseram a Junta de Freguesia em baixo

por causa dos idosos poderem deslocar-se e tivemos que voltar outra vez lá

para cima. Outra vez as mal paradas escadas.

Entretanto começaram a surgir os Agrupamentos escolares. A Junta de

Freguesia dava o apoio e comprou uma carrinha, o que permitiu que as

crianças já não tivessem que se deslocar, pois iam a casa buscá-las. Então nós

começamos a receber as crianças das sete e meia às nove e depois das três e

meia às seis, quando os pais vinham do trabalho. Havia um período em que

era apoiado pela AP Arcos em colaboração com a Junta de Freguesia, antes

da abertura da escola, e as refeições à hora de almoço e o prolongamento até

à vinda dos pais.

Houve sempre uma excelente articulação com os professores, nunca houve

problemas, nunca. Chegamos a fazer com as escolas passeios lindíssimos,

fomos ao jardim zoológico levar os miúdos. Tudo excelente recordação que

esta Associação tem, sempre com o apoio da Câmara Municipal de Vila do

Conde, na pessoa do Presidente da Câmara que saúdo-o e que é um homem

que sempre se dedicou às escolas, sempre investiu nas escolas. Foi preciso

um frigorífico e ele ofereceu o frigorífico, foi preciso uma arca e ele ofereceu

uma arca e também nos dava uma verba o que permitia com que os pais não

pagassem ou pagassem menos, porque tínhamos de ter funcionários das sete

e trinta até às nove e das três às seis e tinha de ser pago.

Ia falar da questão dos Agrupamentos, quando começaram a surgir os

Agrupamentos, ainda dentro desta questão dos objectivos.

Entretanto surgiram os Agrupamentos e quando surgiram nós tínhamos o

problema da cantina das escadas e foi pensado pela Autarquia que existia à

data em juntar o jardim no edifício da Escola Primária que tinha espaço e fazer

uma cantina de raiz e ficar ali o Agrupamento todo jardim, 1º, 2º, 3º e 4º ano,

porque havia condições, fazendo umas obras que não ficaram caras e ficou

muito bonito. Entretanto muda a Autarquia e a oposição serviu-se do problema

das escadas, que durou anos e anos e que Deus nos segurou e segurou as

crianças que nunca houve um acidente grave, apesar de nós termos um seguro

altíssimo para época de 100 mil contos. Era um seguro muito alto e que todas

as crianças estavam cobertas.

Portanto, muda de Autarquia, o que estava em projecto, a Câmara Municipal

cumpriu integralmente fazendo um jardim novo, uma cantina nova anexa à

Escola de Arcos e ficou aí o Agrupamento todo.

Como a Autarquia mudou foi proposta da nova Autarquia, eliminar a AP

Arcos ou tomar conta da AP Arcos. Na altura ainda estivemos a trabalhar mais

ou menos quatro anos com a nova Autarquia, com muitas quezílias, com

muitos problemas. Entretanto nessa altura, como eu não tinha nada a ver com

as refeições, começaram a levantar um grande problema à Câmara Municipal

de Vila do Conde, porque era ela que geria as refeições. O problema não era

comigo, eu não podia estar a envolver-me porque era um assunto entre

Autarquias e Junta de Freguesia.

Em 2005/2006 foi inaugurado o tal o Agrupamento Escolas, fazem a

transferência para baixo de todo o equipamento da AP Arcos, desde televisões,

frigoríficos, varinha mágica, máquinas de lavar, talheres, fogões, copos,

levaram tudo, sem darem satisfações a mim, nem à Câmara Municipal. Fiquei

muito magoada, porque tinha lá coisas que, não eram minhas, foram para AP

Arcos.

Entretanto éramos convocados para as reuniões que havia nas escolas, em

que votavam na mesma na AP Arcos nos órgãos porque tinham pais, havia

pais, havia pais que pertenciam. Nós fazíamos eleições conforme ia mudando.

Era isto, acho que era de três em três ou de quatro em quatro anos. Nas

eleições eles escolhiam-me sempre para Presidente, eles queriam que eu

fosse sempre a Presidente.

Começamos a ir às reuniões à Junqueira que é o Agrupamento de Escolas.

No início, um relacionamento normal, até que aparece o Presidente da

Associação de Encarregados de Educação da Escola da Junqueira, que era

precisamente o secretário da Junta de Freguesia desta terra o Engenheiro

Amaro. Eu fui a três, duas ou três reuniões no Agrupamento.

Tinha muitos associados a vossa Associação?

Tínhamos, tínhamos associados, sócios e beneméritos. Todos aqueles que

frequentavam a escola e o jardim eram sócios efectivos.

Havia outras entidades inscritas como associadas na vossa

Associação ou eram só os pais?

Eram só os pais e encarregados de educação, os sócios beneméritos e os

fundadores.

Os pais costumavam recorrer à Associação?

Sim, mas nós também recorríamos a eles. Exemplo disso era como nós

afixávamos a ementa, posteriormente, fazíamos inquéritos sobre o tipo de

alimentação para ver o que é que os pais gostavam e se gostavam.

Quais eram as razões que levavam os pais a aderir à vossa

Associação?

Eram muitos. Havia uma boa articulação com o corpo docente, havia uma

boa articulação com os pais. Os pais estavam envolvidos em tudo, nas festas,

no melhorar isto, no informar. Havia uma motivação, eu acho que é isso. Os

pais precisavam da Associação. Desde o ir buscar as crianças a casa, desde o

prolongamento na escola, desde as refeições, tudo. Depois como já não

precisavam para a refeição, precisavam só no transporte e nos apoios não

lectivos. Nós tínhamos uma componente não lectiva de apoio às famílias das

sete e meia da manhã às seis horas da tarde, às vezes até às seis e meia.

Chegaram a estar integrados na FAPCONDE ou na CONFAP?

Não. Nunca, não existia.

Tendo em conta a informação que foi facultando podemos dizer que a

postura que a vossa Associação tinha, para com a escola, era de parceria

e envolvimento?

Tudo, tudo.

Como é que costumavam mobilizar os pais, por exemplo para as

acções?

Por correspondência.

E com a Coordenadora da Escola?

Por comunicado e oralmente.

Como era a relação com o Agrupamento Vertical de Escolas da

Junqueira?

Antes disso, deixe-me dizer-lhe porque é que esta Associação se tornou

inactiva, pois esta é que é a pergunta sagrada, porque isto tem a ver um pouco

com esta pergunta.

O relacionamento com as escolas da Junqueira foi sempre excelente com o

Professor Domingos, o Professor José Henriques, com os funcionários, com

toda a gente, foi sempre excelente. O que me levou a ter um afastamento com

o Agrupamento de Escolas que a AP Arcos estava representada no Conselho

Pedagógico, foi porque o senhor Engenheiro Amaro que era Presidente da

Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola da Junqueira,

começou a ter atitudes menos correctas para com a AP Arcos, menos

correctas, fica por aí. As pessoas começaram-se a substituir e eu fiz-me

substituir, tenho aqui provas disso. Comecei-me a fazer substituir no Conselho

Pedagógico, comecei-me a fazer substituir nas reuniões da Associação em que

ele era o Presidente e em que nós também lá estávamos, estava lá Touguinha,

acho que era Touguinha e Rio Mau. Acontece que os meus colaboradores

começaram-me a dizer: “Doutora não vou mais para o Pedagógico, eu não

estou para aturar aquilo”, mas não estavam para aturar, não era o Conselho

Pedagógico, era o senhor Engenheiro Amaro, porque ele era secretário da

Junta e aqui houve um bocado de política.

Então podemos dizer que o motivo é essencialmente político?

O motivo foi essencialmente político, infelizmente, mas foi.

Eu acho que foi em 2005 em Março, isto parou em Março de 2005.

Falando agora sobre as actividades, que tipo de actividades

desenvolviam?

Fazíamos festas de Natal que era um espectáculo. Era um verdadeiro

espectáculo, para os pais, para os avós, para os amigos. O salão super cheio.

Eram os pais que faziam a festa para os seus filhos. Os seus filhos, os meninos

apenas eram autores numa pecinha para os pais. Senão eram os pais que

faziam tudo, durante anos e anos.

As actividades da AP Arcos eram conhecidas e era uma coisa

impressionante, como havia uma grande adesão as pessoas não se

importavam de pagar para ir à festa. E este pagar era porque havia um grande

lanche também.

Fazíamos também o cortejo de Carnaval com idas a Vila do Conde aos

cortejos e que a AP Arcos estava sempre presente. Era uma dinâmica. Era

muito, era tudo muito….há filmes, gravávamos filmes. As pessoas recordam, os

pais a fazerem aqueles filmes, olhar aqueles filmes e ver aqueles avós que

hoje são pais. Hoje já são pais, com vinte e tal anos, pois a nossa Associação

ia fazer agora 25 anos.

Já percebi que faziam várias festas e que eram sempre os pais que

organizavam essas actividades em parceria com a Associação. Mas elas

eram definidas por quem? Era a escola que definia, era a Associação que

definia, eram os pais que diziam que era necessário, como é que surgiam

essas actividades?

Era a articulação entre todos pais, escola e corpo docente existente.

Então podemos dizer que essas actividades iam de encontro às

necessidades reais da escola?

Sim, mas não interferíamos muito na actividade lectiva e nas actividades

organizadas pela própria escola, mas colaborávamos sempre que a escola

precisasse. Recorda-me que muitas vezes era preciso dar uma lembrançazinha

à Educadora e a AP Arcos comparticipava e estava sempre presente.

Quando tinham as actividades como é que faziam a divulgação?

Era muito simples. Fazíamos uma reunião pelo mês de Outubro e fazíamos

a programação com plano de actividades. Também ajudávamos e poderíamos

integrar ou não as actividades, por exemplo a Festa de Final de Ano era a

escola que assegurava e a AP Arcos não interferia.

Na Festa de Natal, constituíamos um grupo de teatro, os pais iam ensaiar

para a Sede da Junta. Começavam ali pelo mês de Novembro, os ensaios do

teatro de Natal e começava-se a pensar no que era preciso para a ementa.

Depois um dava isto outro dava aquilo, era uma partilha, os avós levavam os

bolos.

A comunidade envolvente também estava presente nestas acções?

Sim, mas só pagavam os convidados, os que eram convidados desde que

não fossem pais, irmãos e avós. Pagavam uma coisa simbólica.

Não precisavam da comparticipação de outras entidades?

Não podíamos misturar contas da AP Arcos com uma coisa que é uma festa

ou um passeio. Não misturávamos as coisas. Eram separadas, embora às

vezes, sobrava dinheiro que revertia a favor das necessidades da AP Arcos. Os

tesoureiros sempre sérios, sempre. Nunca quis nada com dinheiros. Sempre

gente que poupava um cêntimo, um escudo naquela altura.

Faziam a avaliação dessas actividades?

Fazíamos, fazíamos.

Como é que era feita essa avaliação?

Reunia a Direcção e posteriormente fazia-se com o grupo todo, viam-se os

pontos positivos e os negativos.

Pelo que percebi, anteriormente referiu que também passavam

inquéritos aos pais relativos às ementas, não era?

Passávamos. Começou-se a fazer porque eu estava na saúde escolar e

tinha uma nutricionista comigo, a Dra. Isabel Paiva que é hoje nutricionista na

ARS Norte, era um privilégio.

Deixando a questão das actividades, gostava de saber se haviam

outras AP ou a Vossa foi a primeira?

A nossa foi a primeira das Freguesias de Vila do Conde, não estou a falar na

sede.

Chegaram a ter algumas actividades em conjunto com outras

Associações de Pais?

Não.

Mas, nunca o fizeram porquê?

Porque elas nem existiam. As actividades que fazíamos eram para as

crianças, para os pais das crianças, para as famílias das crianças e

integrávamos as actividades quando solicitadas por entidades.

Enquanto Ex-presidente de uma AP, se pudesse propor ou pensar em

estratégias de actuação para as APEE “activas” o que diria ou proporia?

Estratégias? Eu acho que os pais e as Associações têm muita dificuldade,

eu teria a mesma dificuldade se fosse hoje, à frente da Associação de Pais em

desenvolver muitas estratégias individualmente.

Eu acho que cada Associação de Pais é uma realidade local. Arcos só tem

uma escola, tem um Agrupamento de escolinhas, é tudo, ali tudo juntinho. É

uma coisa muito pequenina e onde seria muito fácil desenvolver actividades,

porque é tudo muito concentradinho, mas só seria fácil se a política não se

metesse e seria um trabalho bonito e interessante.

Cada Associação é uma realidade e existindo devia realmente pertencer à

FAPCONDE, para posteriormente partilharem com as outras Associações, as

suas próprias actividades, porque há coisas que nós fazemos em que….que às

vezes o individualismo não leva a lado nenhum. É muito mais rentável o

trabalho em equipa, pois este desenvolve-se melhor, mas atendendo à

realidade de cada um, sem dúvida nenhuma. A realidade de saúde de uma

população não é igual em todo o país, o que não significa que não tenhamos

que ter regras e seguir as orientações superiores. Tem que haver uma espinha

dorsal, porque senão isto abandalha.

Gostava de lançar uma última questão. Enquanto pessoa que trabalhou

na área da saúde e que também já trabalhou na parte escolar, quais são

as representações que considera que os pais têm acerca da escola?

Como é que os pais vêm a escola, hoje em dia?

Olhe, eu acho que os pais vêm muito mal a escola por causa da

comunicação social. Acho que há outros aspectos, mas a comunicação social

mata a escola, mata as famílias, mata tudo. Por outro lado, as famílias viveram

a época das “vacas gordas” e exigem tudo da escola, mas não dão à escola.

Aqui há uma outra questão, a referente aos direitos e deveres, não é?

Porque querem ter direitos, mas cumprir com os deveres é difícil.

Acho que está muito mal e que há uma falta de respeito muito grande, hoje

com a escola. Até dá impressão que a escola tem culpa e que é a culpada de

tudo.

Esta nova geração foi uma geração que não teve problemas. Estes pais

foram os pais do 25 de Abril em que tudo lhes foi dado, tiveram empregos. Os

avós tiveram empregos, os avós tiveram Segurança Social, os avós tiveram

regalias sociais, os avós tiveram saúde de graça, os avós tiveram tudo e mais

alguma coisa. Os filhos beneficiaram de toda a Segurança Social dos avós. E

agora, os filhos foram criados e habituados a gastar, a esbanjar, mas exigindo.

Os pais estiveram muito ausentes, está uma sociedade muito complicada.

Mais uma vez agradeço a sua disponibilidade para colaborar nesta

entrevista e, posteriormente, enviar-lhe-ei a transcrição da mesma.

De nada.

ANEXO 8

ANÁLISE CONTEÚDO ENTREVISTAS

EFECTUADAS AOS REPRESENTANTES APEE

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, te

ve o

no

sso

ap

oio

, co

mo

o t

erá

qu

an

do

re

solv

er

reg

ress

ar”.

C

ateg

ori

a –

Mo

vim

ento

s A

sso

ciat

ivo

s

Insc

riçã

o

A

Ass

oci

açã

o d

e

Pai

s e

E

nca

rre

gad

os

de

Ed

uca

ção

d

e

Ba

gu

nte

n

ão

e

stá

in

scri

ta

no

F

AP

CO

ND

E

ne

m

na

C

ON

FA

P,

tod

avi

a

a

Pre

sid

ente

su

blin

ha

a

im

po

rtâ

nci

a

de

in

teg

rare

m a

Re

de

So

cial

de

Vila

do

Co

nd

e.

“Ain

da

o [

…]

s a

ind

a n

ão

est

am

os

até

lig

ad

os

à R

ed

e

So

cia

l, qu

e

con

sid

ero

qu

e

é

ext

rem

am

en

te

imp

ort

an

te,

a R

ede

So

cia

l de

Vila

do

Co

nd

e…

” “…

no

sso

ob

ject

ivo

é o

de

um

a v

ez

con

stitu

ída

est

a

Ass

oci

açã

o c

on

solid

á-l

a,

ma

s d

e u

ma

fo

rma

seg

ura

[…

] n

ão

ne

nhu

ma

razã

o e

m e

spe

cia

l p

ara

o e

sta

rmo

s in

scrit

as

na

CO

NF

AP

ou

na

Re

de

So

cia

l, m

as

é a

lgo

que

va

mo

s e

est

á p

roje

cta

do p

ara

fa

zer.

” C

ateg

ori

a –

Rel

ação

da

AP

co

m a

Esc

ola

Rel

ação

A a

titu

de

qu

e a

Ass

oci

açã

o a

pre

sen

ta p

ara

co

m

a

esc

ola

e

o

A

gru

pam

en

to

ba

seia

-se

n

um

a

rela

ção

de

pa

rce

ria,

cola

bora

ção,

e

nte

ndi

me

nto

e a

rtic

ula

ção

.

“po

stu

ra

é

de

pa

rce

ria,

de

co

lab

ora

ção

, d

e e

nte

nd

ime

nto

, de

art

icu

laçã

o.”

“u

ma

A

sso

cia

ção

d

e

Pa

is

nu

nca

po

de

actu

ar

à m

arg

em d

e u

m A

gru

pam

en

to d

e E

sco

las,

por

tan

to é

a

ssu

mid

o p

ela

no

ssa

Ass

oci

açã

o u

ma

par

ceria

qu

e

seja

a

m

ais

p

rofí

cua

p

oss

íve

l, co

m

tod

os

os

ele

me

nto

s, q

ue

r se

jam

os

pró

prio

s ó

rgã

os

de

ge

stã

o,

que

r se

ja a

Co

ord

en

ado

ra d

e E

sco

la,

que

r se

jam

os

Pro

fess

ore

s d

o e

stab

ele

cim

en

to d

e e

nsi

no

.”

Est

raté

gia

s A

s e

stra

tégi

as

ab

arc

am

o e

nvo

lvim

en

to e

a

pa

rce

ria

. “b

ase

iam

-se

ess

en

cia

lme

nte

no

en

volv

ime

nto

e n

a

pa

rce

ria”

Ap

elo

do

s p

ais

Os

pai

s n

ão

reco

rre

m

à

AP

EE

B

pa

ra

en

con

trar

so

luçõ

es

aos

pro

ble

ma

s q

ue

o

surg

ind

o,

faze

m-n

o a

tra

vés

da

Coo

rden

ad

ora

d

e

Est

ab

ele

cim

en

to.

To

da

via

, q

ua

ndo

m

vida

s co

loca

m-n

as

em

A

sse

mb

leia

o

nde

, p

ost

eri

orm

en

te

são

tra

çad

as

est

raté

gia

s de

a

ctu

açã

o.

“ain

da

ne

nh

um p

ai

reco

rre

u à

Ass

oci

açã

o o

u a

um

ó

rgã

o d

a A

sso

cia

ção

pa

ra p

ed

ir a

jud

a [

…]

esta

mo

s m

uito

b

em

re

pre

sen

tad

os

pe

la

Co

ord

ena

dora

d

o e

sta

be

leci

me

nto

de

en

sin

o,

pe

nso

qu

e e

la t

em

sid

o

um

a p

eça

fun

da

me

nta

l, n

a m

ed

ida

em

qu

e c

on

seg

ue

reso

lve

r a

s si

tua

çõe

s n

aqu

ele

im

ed

iato

e

n

em

a

s p

ass

a p

ara

a A

sso

cia

ção

de

Pa

is.

As

vid

as

que

e

les

têm

co

loca

m-n

as

em A

sse

mb

leia

e d

elin

ea

mo

s se

mp

re e

stra

tég

ias

em

co

nju

nto

.”

Rep

rese

nta

ção

n

os

órg

ãos

de

ges

tão

A

Ass

oci

açã

o

tem

u

m

rep

rese

nta

nte

n

o

Co

nse

lho

Pe

da

gógi

co,

que

fo

i so

licita

do

pe

lo

Dir

ect

or

do A

gru

pa

me

nto

.

“Te

mo

s […

] n

a

altu

ra

da

co

nst

ituiç

ão

d

a

no

ssa

A

sso

cia

ção

d

e

Pa

is

reu

nim

os

com

o

D

irect

or

do

Ag

rup

am

ento

qu

e n

os

solic

itou

a n

om

ea

ção

de

um

e

lem

en

to d

a A

sso

cia

ção

de

Pa

is p

ara

re

pre

sen

tar

o C

on

selh

o P

ed

agó

gic

o.”

C

ateg

ori

a -

Act

ivid

ades

Act

ivid

ades

d

esen

volv

idas

Da

s a

ctiv

ida

de

s d

ese

nvo

lvid

as

dest

aca

m-s

e a

B

arr

aq

uin

ha d

a A

PE

EB

, S

. M

art

inh

o,

Jan

tar

de

N

ata

l, B

aile

d

e

sca

ras

e

Acç

ão

d

e

Fo

rma

ção

so

bre

a H

igie

ne

Ora

l.

A A

sso

cia

ção

te

m u

ma

Pro

fess

ora

de

sica

a

lecc

ion

ar n

o P

ré-e

scol

ar,

poi

s co

nsi

de

ra q

ue

em

te

rmo

s d

ese

nvo

lvim

en

tais

é b

om

pa

ra a

s cr

ian

ças.

A

s a

cçõ

es

fom

en

tam

a p

rese

nça

de

pa

is e

“Ba

rra

quin

ha

d

a

AP

EE

B

[…]

em

pa

rcer

ia

com

a

Jun

ta

de

F

regu

esi

a,

fize

mo

s p

art

e

da

d

esf

olh

ad

a co

m

um

a

ba

nqu

inh

a

on

de

ve

nd

emo

s pr

od

uto

s h

ort

íco

las.

Fiz

em

os

à n

oss

a r

esp

on

sab

ilid

ad

e o

S.

Ma

rtin

ho

, fiz

em

os

um

lin

dís

sim

o J

an

tar

de

Na

tal

[…]

Ba

ile d

e M

ásc

ara

s d

o C

arn

ava

l.

“te

mo

s um

a P

rofe

ssor

a d

e M

úsi

ca a

da

r au

las

no

p

ré-e

sco

lar

[…]

con

sid

ero

qu

e

a

sica

n

o

pré

-e

sco

lar

é e

xtre

ma

me

nte

im

po

rta

nte

, a

ssim

co

mo

o

filh

os

no

me

smo

esp

aço

. In

glê

s n

o 1

º ci

clo

[…

] e

m t

erm

os

de

sen

volv

ime

nta

is

é m

uito

bo

m p

ara

as

cria

nça

s, n

a m

em

oriz

açã

o,

na

de

sco

difi

caçã

o d

os

son

s.”

“De

sen

volv

em

os

tam

m u

ma

Acç

ão

de

For

ma

ção

sob

re H

igie

ne

Ora

l on

de

tiv

em

os

do

is E

nfe

rme

iros.

” “N

ós

ten

tam

os

que

to

da

s a

s n

oss

as

act

ivid

ad

es

seja

m

de

stin

ad

as

à

pre

sen

ça

de

p

ais

e

fil

ho

s n

o

me

smo

esp

aço

.”

Fu

nd

os

Os

fun

do

s re

vert

em

a

fa

vor

da

A

sso

cia

ção

q

ue

, p

ost

erio

rme

nte

, o

s u

tiliz

a

em

p

rol

das

ne

cess

ida

de

s do

s e

sta

bel

eci

me

nto

s d

e

en

sino

de

Ba

gun

te.

“To

do

o d

inh

eiro

re

vert

e a

fa

vor

da A

sso

cia

ção

de

Pa

is,

que

te

m

com

o

prin

cip

al

ob

ject

ivo

d

ep

ois

re

spo

nde

r à

s n

ece

ssid

ad

es

do

s e

sta

be

leci

me

nto

s d

e e

nsi

no

, qu

e c

orr

esp

on

dem

à F

reg

ue

sia

de

Bag

un

te.”

Ad

esão

A

ad

esã

o

é

bo

a,

sen

do

q

ue

a

A

cçã

o

de

S

en

sibi

liza

ção

sob

re

a

Hig

ien

e

Ora

l fo

i a

ú

nic

a d

e f

ico

u a

qué

m d

as

exp

ect

ativ

as

de

vido

a

o m

au

te

mp

o.

“A ú

nic

a q

ue

fic

ou

aqu

ém

da

s n

oss

as

exp

ecta

tiva

s fo

i a

Acç

ão

de

Se

nsi

bili

zaçã

o d

a H

igie

ne

Ora

l. F

oi

nu

m d

ia d

e i

nve

rno

, fo

i e

m N

ove

mb

ro [

…]

o te

mp

o e

sta

va t

err

íve

l […

] ma

s va

mo

s re

pe

tir.”

Pro

po

stas

Qu

an

to

às

pro

post

as

de

a

ctiv

ida

de

s,

AC

d

est

aca

qu

e

mu

itas

são

pe

nsa

da

s e

xtra

A

sso

cia

ção

, m

as

qu

e

são

a

nal

isa

da

s em

A

sse

mb

leia

p

or e

lem

en

tos

qu

e

faze

m

pa

rte

d

a

Ass

oci

açã

o.

Tod

as

as

de

cisõ

es

são

to

ma

da

s e

m S

ed

e d

e A

sso

cia

ção

.

“As

de

cisõ

es

são

to

ma

da

s e

m S

ede

de

Ass

oci

açã

o

[…]

a

info

rma

ção

ci

rcu

la,

as

ide

ias,

n

ós

fala

mo

s so

bre

ist

o c

om

alg

m,

alg

m s

uge

riu i

sto

, tr

ás

à A

sse

mb

leia

, a

A

sse

mb

leia

le

va

à

dis

cuss

ão

e

a

cre

dito

qu

e

mu

itas

ou

a

lgu

ma

s a

da

s n

oss

as

act

ivid

ad

es

seja

m a

ctiv

ida

de

s qu

e f

ora

m p

en

sad

as

po

r p

ess

oa

s e

xtra

A

sso

cia

ção

, m

as

que

fora

m

tra

zid

as

à d

iscu

ssã

o p

or

alg

m q

ue

fa

z p

art

e d

a A

sso

cia

ção

.”

Nec

essi

dad

es d

a es

cola

Su

pri

r a

s n

ece

ssid

ad

es

da

esc

ola

é

a

lgo

fu

nd

am

en

tal,

tod

avi

a a

s a

ctiv

ida

des

ap

ost

am

, e

m p

rim

eir

o l

uga

r, n

a a

pro

xim

açã

o e

ntr

e p

ais

e f

ilho

s.

“as

act

ivid

ad

es

visa

m d

ar

resp

ost

a à

ap

roxi

ma

ção

d

os

pa

is a

os

filh

os

e vi

ce-v

ers

a,

que

é e

ssa

a n

oss

a p

rem

issa

. […

] a

s ne

cess

ida

de

s d

a E

sco

la é

alg

o q

ue

ve

m

de

pois

, o

u

seja

, nó

s d

ese

nvo

lvem

os

a a

ctiv

ida

de

en

volv

en

do

pa

is e

filh

os

em

sim

ultâ

ne

o,

o

din

he

iro

que

a

dvi

r d

ess

a

act

ivid

ad

e

é

que

é

co

nve

rtid

o

pa

ra

supr

ir a

s n

ece

ssid

ad

es

rea

is

da

E

sco

la.”

Div

ulg

ação

A d

ivul

ga

ção

da

s a

cçõ

es

é f

eita

ora

lme

nte

ou

a

tra

vés

da

afix

açã

o d

e c

arta

zes

po

r di

vers

os

esp

aço

s p

úbl

ico

s d

a

loca

lida

de

(J

unt

as

de

F

reg

uesi

a

e

esc

ola

) e

lo

cais

d

e

pa

ssa

gem

(c

afé

s).

Os

em

ails

ta

mb

ém

o

um

a

ferr

am

en

ta d

e c

om

un

ica

ção

e e

stã

o a

pe

nsa

r cr

iar

um

a p

ág

ina

na

inte

rnet

.

“atr

avé

s d

a

afix

açã

o

de

ca

rta

zes,

b

oca

-a-b

oca

, e

ma

ils.

s e

sta

mo

s a

pen

sar

cria

r u

ma

pág

ina

na

in

tern

et,

e

sta

mo

s a

pe

nsa

r,

foi

de

cid

ido

, já

sa

be

mo

s qu

em

va

i fa

zer,

a

go

ra

é

pre

ciso

d

isp

on

ibili

da

de

e

te

mp

o

pa

ra

o

faze

r […

] n

est

a p

rime

ira

fase

, e

sta

mo

s a

d

ivu

lga

r a

trav

és

de

p

an

fleto

s d

e

folh

as

A4

im

prim

ida

s a

d

ivu

lga

r a

s a

ctiv

ida

de

s e

a a

fixa

r n

os

dife

ren

tes

loca

is q

ue

va

i d

esd

e

Co

rvo

s à

A

lde

ia

No

va,

Po

nte

d

e

Árv

ore

, S

an

tan

a,

na

Ju

nta

d

e

Fre

gu

esi

a,

na

E

sco

la,

no

s p

róp

rios

ed

ifíci

os

[…]

os

café

s ta

mb

ém s

ão

um

lo

cal

de

pu

blic

ida

de

”.

Pla

no

de

Act

ivid

ades

A A

sso

cia

ção

te

m u

m P

lan

o d

e A

ctiv

ida

des

pró

pri

o q

ue a

ctu

a e

m d

ifere

nte

s e

ixo

s: s

oci

al,

eco

mic

o

e

ed

uca

cio

nal

. E

ste

é

da

do

a

co

nh

ece

r à

C

oor

de

nad

ora

d

e E

sco

la

e

ao

Ag

rup

am

en

to p

ara

que

co

nh

eça

m o

tra

ba

lho

a

se

r re

aliz

ad

o.

“te

mo

s u

m

Pla

no

d

e

Act

ivid

ad

es

Pró

prio

[…

] n

o

iníc

io d

e c

ad

a a

no

re

un

imo

s o

s ór

os

e d

efin

imo

s a

s n

oss

as

est

raté

gia

s, a

quilo

a q

ue

no

s p

rop

om

os

de

sen

volv

er

ao l

on

go

do

an

o e

m d

ifere

nte

s e

ixo

s:

soci

al,

eco

mic

o,

ed

uca

cio

na

l, e

m d

ifere

nte

s e

ixo

s […

] p

or

um

a q

ue

stã

o d

e é

tica

, d

am

os

con

hec

ime

nto

a

o

Ag

rupa

me

nto

de

E

sco

las

da

no

ssa

pr

ete

nsã

o,

ma

s só

pa

ra q

ue

o A

gru

pam

en

to c

on

heça

o n

oss

o tr

ab

alh

o,

aqu

ilo q

ue

s n

os

pro

pom

os

faze

r n

um

de

term

ina

do

m

om

en

to

da

vi

da

d

os

seu

s a

lun

os,

p

orq

ue

ele

s p

od

em s

er o

s n

oss

os

filh

os,

ma

s sã

o a

lun

os

de

um

a E

sco

la [

…]

é a

ssim

qu

e b

ase

am

os

ess

a

pa

rce

ria,

pa

rtilh

a,

po

is

é

de

b

om

se

nso

d

ar

con

he

cim

en

to

ao

Ag

rup

ame

nto

d

e E

sco

las,

à

Co

ord

en

ado

ra d

o e

stab

ele

cim

en

to d

e e

nsi

no

aqu

ilo

que

s n

os

pro

po

mo

s a

fa

zer

ao

lon

go

da

que

le a

no

lect

ivo

.”

Ava

liaçã

o

A a

valia

ção

é a

lgo

qu

e é

fei

to d

e f

ora

pa

ra

de

ntr

o

e

o

de

de

ntr

o

pa

ra

fora

. E

sta

re

sum

e-s

e a

o f

ee

dba

ck q

ue

a A

sso

cia

ção

vai

ten

do

d

os

inte

rve

nie

nte

s q

ue

e

stiv

era

m

pre

sen

tes

na

s a

cçõe

s d

ese

nvo

lvid

as.

“fa

zem

os

sem

pre

, m

as…

n

un

ca

faze

mo

s.

A

ava

liaçã

o

vem

te

r se

mp

re

con

no

sco

[…

] e

la

é

sem

pre

ava

liad

a,

ma

s d

e f

ora

par

a d

en

tro

e n

ão

de

de

ntr

o p

ara

fo

ra.

É c

urio

so q

ue

ap

ós

a r

ea

liza

ção

de

um

a

act

ivid

ad

e,

s so

mo

s co

nta

cta

dos

pe

las

dife

ren

tes

pe

sso

as,

in

terv

en

ien

tes

que

tiv

era

m

ace

sso

à a

ctiv

ida

de

: “c

orr

eu

mu

ito b

em

, “t

êm

qu

e

rep

etir

”, “

foi

um

a c

ois

a f

an

tást

ica

”, “

foi

um

mo

me

nto

e

xtra

ord

iná

rio”,

“tê

m q

ue

fa

zer

ma

is v

eze

s”,

“co

mo

é

que

vo

cês

se le

mbr

ara

m d

isto

?”

“est

ou

ba

sta

nte

sa

tisfe

ita c

om

a a

valia

ção

qu

e t

en

ho

, p

elo

m

en

os

o

fee

dba

ck

que

m

e

tem

ch

eg

ad

o.

Qu

an

to

aos

asp

ect

os

men

os

bon

s,

que

eu

te

nh

a co

nh

eci

me

nto

, a

ind

a n

ão

.”

Cat

ego

ria

– R

elaç

ão e

ntr

e as

AP

Exi

stên

cia

de

ou

tras

AP

EE

AC

sa

be

d

a e

xist

ên

cia

d

e o

utr

as

AP

EE

n

o

Ag

rup

am

en

to,

ma

s p

or

ou

vir

fala

r. E

vid

ên

cia

o

no

me

d

e

alg

um

as

Ass

oci

açõ

es,

m

as

reve

la

de

sco

nh

eci

me

nto

qu

an

to à

s q

ue

est

ão

act

ivas

e

às

ina

ctiv

as.

“se

i qu

e e

xist

em

e c

on

he

ço d

e o

uvi

r fa

lar,

o q

ue

e

u

ten

ha

in

terv

ind

o

dire

cta

me

nte

co

m

alg

uns

do

s e

lem

en

tos,

m

as

se

o

est

ou

e

m

err

o

Rio

M

au

, A

rco

s, T

ou

gu

inh

a e

é s

ó,

que

eu

co

nh

eça

, qu

e e

u

ou

ça f

ala

r, n

ão

se

i...

To

ug

uin

ha

est

eve

… n

ão s

ei

se

ain

da

se

ma

nté

m a

ctiv

a.”

Pro

ject

os

em

com

um

A

Ass

oci

açã

o

nun

ca

real

izou

p

roje

cto

s/a

ctiv

ida

de

s co

m

ou

tras

A

sso

cia

çõe

s, p

orq

ue

te

m n

ece

ssid

ad

e d

e s

e

con

he

cer

me

lho

r e

de

dar

a c

on

hece

r o

seu

tr

ab

alh

o.

“nu

nca

pe

nsa

mo

s n

isso

po

rqu

e a

ind

a t

em

os

que

no

s co

nh

ece

r a

s p

rópr

ios,

te

mo

s qu

e d

ar t

emp

o d

e n

os

con

he

cerm

os,

d

e

dar

a

co

nhe

cer

o n

oss

o tr

ab

alh

o

[…]

po

rqu

e

s p

ara

fa

zerm

os

pa

rce

rias

tam

m t

em

os

que

ser

bo

ns

na

quilo

qu

e f

aze

mo

s”.

Cat

ego

ria

– P

rop

ost

as d

e A

ctu

ação

A

ctiv

idad

es

m a

s a

ctiv

ida

de

s pl

an

ead

as

e n

ão

pre

vêe

m

“nó

s te

mo

s a

lgu

ma

s a

ctiv

ida

de

s já

pla

ne

ad

as

pa

ra o

real

iza

r al

go d

e d

ifere

nte

. R

efe

re q

ue e

stã

o a

ca

min

ha

r le

nta

me

nte

e q

ue

têm

qu

e s

e

con

he

cer

me

lhor

, p

ara

que

, p

ost

erio

rme

nte

, p

oss

am

vir

a e

fect

ua

r a

cçõ

es

con

jun

tas

com

a

s o

utr

as

AP

.

fina

l do

an

o,

ma

s a

ssim

de

dife

ren

te,

ass

im a

lgo

qu

e

saia

d

o

com

um

n

ão

, p

ara

n

ão

. E

sta

mo

s a

ca

min

ha

r le

nta

, m

as

seg

ura

me

nte

. Q

ua

nd

o p

en

sarm

os

em

alg

o s

erá

, a

cho

qu

e s

erá

tod

os

em

u

nís

son

o,

que

é

e

sse

o m

eu

ob

ject

ivo

, to

do

s e

m

un

ísso

no

e

is

so

ain

da

n

ão

se

pr

op

ôs,

a

cho

qu

e

tem

os

que

no

s co

nh

ece

r m

elh

or.”

C

ateg

ori

a –

Rep

rese

nta

ção

do

s P

ais

acer

ca d

a E

sco

la

Per

spec

tiva

do

s p

ais

Re

fere

que

o p

ais

bast

an

te h

ete

rog

én

eos,

u

ns

reve

lam

tra

qu

ejo

pa

ra li

dar

co

m o

sis

tem

a

ed

uca

tivo

, o

utro

s n

em

sa

be

m

a

qu

em

re

corr

er,

ne

m q

ua

l é

o s

eu

pa

pel

en

qu

an

to

pa

is e

en

carr

ega

do

s d

e e

du

caçã

o.

Su

blin

ha

que

os

pa

is v

êe

m a

esc

ola

co

mo

um

e

spa

ço q

ue

se

rve

pa

ra e

du

car

e q

ue

os

filho

s vã

o lá

pa

ra a

pre

nd

er.

Ma

s a

esc

ola

é m

ais

do

q

ue

isso

e o

s p

ais

são

um

a p

eça

fu

nd

am

en

tal,

po

is ta

mb

ém

o e

du

cad

ore

s.

“Sã

o p

ais

ba

sta

nte

s h

ete

rog

éne

os.

um

a g

ran

de

he

tero

gen

eid

ad

e

no

qu

e

diz

re

spe

ito

à

ida

de

d

os

pa

is,

às

orig

en

s, p

ara

un

s o

sis

tem

a e

du

cativ

o n

ão

é n

ovi

da

de

e

tr

aqu

eja

m…

h

á

um

g

rand

e

tra

que

jo,

verif

ico

qu

e h

á p

ais

qu

e l

ida

m c

om

Pro

fess

ore

s, s

ão

pa

is q

ue

o l

ice

nci

ad

os,

te

m f

ilho

s m

ais

ve

lho

s qu

e

já l

ida

ram

co

m o

sis

tem

a d

e e

nsi

no

, co

mo

é q

ue

as

cois

as

fun

cio

na

m.

o

utr

os

que

n

ão

m

ess

a e

xpe

riên

cia

, n

em

sa

be

m

a

que

m

reco

rrer

n

um

a si

tua

ção

d

e

pe

did

o

de

aju

da

ou

se

re

alm

en

te

as

de

cisõ

es

pa

ssa

m s

ó p

elo

órg

ão

de

Dire

cção

ou

se

ele

s ta

mb

ém t

em

um

pap

el

imp

ort

an

te.

Mu

itos

de

les

o

tinh

am

n

oçã

o

de

qua

l e

ra

o se

u

verd

ad

eiro

p

ap

el

de

ntr

o

do

si

ste

ma

e

du

cativ

o.

Os

pa

is

são

e

xtre

ma

me

nte

im

po

rta

nte

s,

são

um

a p

eça

fu

nd

am

enta

l d

est

e

puzz

le,

são

u

ma

p

eça

fu

nd

am

enta

l.”

“A e

sco

la s

erv

e p

ara

ed

uca

r, e

les

só v

ão

pa

ra

ap

ren

der.

Os

pa

is v

iam

a E

sco

la c

omo

iss

o,

é p

ara

ap

ren

der,

ele

s vã

o lá

par

a a

pre

nd

er.

Ma

s a

Esc

ola

é

mu

ito m

ais

do

qu

e i

sso

, o

s p

ais

o m

uito

ma

is d

o

que

pa

is,

os

pa

is t

am

bém

o e

du

cad

ore

s. N

ão

o

os

Pro

fess

ore

s qu

e

são

e

du

cad

ore

s,

os

pa

is

tam

m t

êm

qu

e s

er e

du

cad

ore

s.”

AN

ÁL

ISE

CO

NT

DO

EN

TR

EV

IST

A R

EA

LIZ

AD

A A

“N

S”

DA

AP

EE

T

Cat

ego

rias

/ D

imen

sões

A

nál

ise

Exc

erto

Cat

ego

ria

- A

pre

sen

taçã

o

Iden

tifi

caçã

o

NS

te

m 3

5 a

no

s é

ca

sad

o e

te

m t

rês

filho

s.

Po

ssu

i Li

cen

cia

tura

e

m

Co

rcio

In

tern

aci

onal

e e

xerc

e a

ctiv

ida

de

pro

fissi

onal

d

e G

est

or

de

Clie

nte

s.

“35

an

os,

ca

sad

o e

co

m

trê

s fil

ho

tes

[…]

ten

ho

Lic

en

cia

tura

em

Com

érc

io I

nte

rna

cio

na

l, so

u G

est

or

de

Clie

nte

s.”

Cat

ego

ria

- A

P

Def

iniç

ão

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

---

Uti

lidad

e

Se

gu

nd

o

NS

a

im

po

rtâ

nci

a

de

u

ma

A

PE

E

est

á

rela

cio

na

da

com

o

a

poi

o q

ue

os

pai

s p

od

em

d

ar

pa

ra

o

bo

m

fun

cio

na

me

nto

d

a

esc

ola

. R

ess

alva

q

ue

o fa

cto

de

a

s A

PE

E

sere

m c

on

stitu

ída

s p

or

pai

s d

e c

ria

nça

s q

ue

fre

qu

ent

am

o

e

sta

be

leci

me

nto

d

e

en

sin

o

é

um

a m

ais

-va

lia,

na

me

did

a e

m q

ue

m u

ma

vi

são

d

o

que

é

fe

ito

e

da

s n

ece

ssid

ade

s e

xist

en

tes.

“ba

seia

-se

mu

ito n

o a

po

io q

ue

s p

oss

am

os

da

r co

mo

pa

is p

ara

o b

om

fun

cio

na

me

nto

da

esc

ola

.”

“a

no

ssa

A

sso

cia

ção

d

e

Pa

is

ain

da

b

em

qu

e

é

con

stitu

ída

p

or

pa

is

de

m

iúd

os

que

fr

equ

en

tam

a

esc

ola

, p

orq

ue

se

fo

sse

con

stitu

ída

po

r p

ess

oa

s qu

e

o

têm

fil

ho

s n

a e

sco

la,

se

calh

ar,

a

visã

o

era

d

ifere

nte

, e

ta

mb

ém

foi

isso

qu

e

levo

u

a

an

tiga

A

sso

cia

ção

a

bd

ica

r p

orq

ue

e

les

não

tinh

am

lig

açã

o.”

Fu

nçã

o

A f

un

ção

de

um

a A

PE

E a

sse

nta

no

ap

oio

que

e

sta

p

oss

a

da

r à

e

scol

a

atr

avé

s d

e

cois

as

prá

tica

s. O

ap

oio

fin

an

ceir

o a

ssu

me

um

pa

pe

l d

e d

est

aq

ue,

na

me

did

a e

m q

ue

, p

or

veze

s sã

o

ne

cess

ário

s d

ete

rge

nte

s e

é

a

A

PE

ET

q

ue

co

lab

ora

de

vid

o à

insu

ficie

nte

ca

pa

cid

ade

d

o

Ag

rupa

me

nto

fa

zer

face

a

to

da

s as

d

esp

esa

s.

“Aci

ma

de

tu

do

te

nta

r da

r o

apo

io a

tra

vés

de

cois

as

prá

tica

s qu

e f

aze

mo

s […

] is

to n

ão

ao

nív

el

do

ap

oio

fin

an

ceiro

, m

as

tam

m a

ou

tro

s n

íve

is,

po

r e

xem

plo

, o

seg

un

do

ano

fic

ou

se

m P

rofe

sso

ra (

…)

e a

A

sso

cia

ção

d

e

Pa

is

s o

s p

és

ao

ca

min

ho

e

te

nto

u r

eso

lve

r o

pro

ble

ma

co

m o

Agr

up

am

en

to.

A

no

ssa

aju

da b

ase

ia-s

e m

uito

no

ap

oio

qu

e d

am

os

à E

sco

la e

no

ap

oio

ao

nív

el m

one

tário

.”

Re

ssa

lva

que

o t

rab

alho

qu

e e

stã

o a

fa

zer

é

de

se

rviç

o p

úbl

ico,

lo

go

têm

a o

bri

ga

ção

de

fa

zer

com

qu

e o

s se

us

filh

os

e o

s re

sta

nte

s a

luno

s se

sin

tam

be

m n

o e

spa

ço e

scol

ar.

“O A

gru

pam

en

to d

iz q

ue

o t

em d

inh

eiro

su

ficie

nte

p

ara

co

brir

to

da

s a

s n

ece

ssid

ad

es

e q

ua

nd

o f

ala

mo

s e

m n

ece

ssid

ad

es

fala

mo

s d

e c

ois

as

sica

s, p

ois

m

uita

s ve

zes

o h

á p

ape

l h

igié

nic

o p

ara

os

alu

no

s,

o h

á li

xívi

a p

ara

lava

r a

s ca

sas

de

ba

nh

o.”

“O q

ue

est

amo

s a

faze

r é

um

ser

viço

blic

o,

o é

re

mu

ner

ad

o, m

as

tem

os

a n

oss

a l

iga

ção

à E

sco

la,

po

is t

em

os

os

no

sso

s fil

ho

s lá

, te

mo

s a

ob

riga

ção

de

que

os

no

sso

s e

os

ou

tro

s se

sin

tam

be

m.”

C

ateg

ori

a –

AP

To

ug

uin

ha

Tem

po

de

exis

tên

cia

Ass

oci

açã

o d

e P

ais

com

ce

rca

de

um

an

o,

com

eça

nd

o a

su

a a

ctiv

idad

e n

o i

níc

io d

o a

no

le

ctiv

o.

“ce

rca

de

um

a

no,

de

sde

qu

e

com

eço

u es

te

an

o le

ctiv

o.”

Ob

ject

ivo

s

Os

ob

ject

ivo

s da

AP

EE

T p

ass

am

pe

lo f

act

o

de

te

rem

o

s fil

hos

inte

gra

do

s n

a

esc

ola

e

q

ue

rer

aco

mp

an

ha

r o

se

u p

erc

urs

o e

scol

ar,

alé

m

de

a

po

iar

e

cont

rib

uir

com

co

isas

p

rátic

as

com

vis

ta a

col

ma

tar

ne

cess

ida

des

exi

ste

nte

s.

“o

fact

o d

e

tere

m

os

filh

os

inte

gra

do

s n

a e

sco

la,

que

rere

m a

com

pan

há-

los,

est

ar

ate

nto

s a

tod

os

os

pro

ble

ma

s co

mo

a

os

asp

ect

os

po

sitiv

os

qu

e

vão

a

con

tece

ndo

, o

u s

eja

aco

mp

anh

ar

a e

du

caçã

o d

os

filh

os

[…]

s ca

nd

ida

tam

os

pa

ra p

ode

rmo

s a

jud

ar

os

no

sso

s fil

ho

s n

aqu

ilo q

ue

fa

lte à

Esc

ola

e q

ue

o

é p

ou

ca c

ois

a.

Aci

ma

de

tu

do

te

nta

r d

ar

o a

po

io

atr

avé

s de

co

isa

s p

rátic

as

[…].

” P

apel

do

s p

ais

----

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--

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---

Pap

el d

a co

mu

nid

ade

Re

lativ

am

en

te a

o p

ap

el d

a c

om

un

ida

de in

dic

a

qu

e n

a F

regu

esi

a a

s p

ess

oa

s n

ão

est

ão

mu

ito

mo

tiva

da

s e

qu

e s

ão

se

mp

re a

s m

esm

as

qu

e

est

ão

e

nvo

lvid

as

e

apoi

am

a

s E

ntid

ad

es

e

Ass

oci

açõ

es

loca

is,

sen

do e

xem

plo

de

ste

tip

o

de

situ

açõ

es

o

Pre

sid

en

te,

Vic

e-p

resi

de

nte

e

Ex-

pre

sid

en

te d

a A

PE

ET

.

“o q

ue

aco

nte

ce c

á n

a F

reg

ue

sia

, in

feliz

me

nte

, é

qu

e

a m

otiv

açã

o p

ara

qu

alq

ue

r co

isa

o é

mu

ita.

Eu

n

ão

so

u d

e c

á, o

me

u c

unh

ad

o t

am

bém

o é

de

, a

s n

oss

as

esp

osa

s é

qu

e s

ão

e n

ós

é q

ue

est

am

os

à fr

en

te d

a A

sso

cia

ção

de

Pa

is,

est

am

os

na

Dire

cçã

o

da

Ass

oci

açã

o C

ultu

ral,

o f

aze

mo

s p

art

e d

a J

un

ta,

ma

s a

po

iam

o-l

a.

As

me

sma

s p

ess

oas

est

ão

in

serid

as

em

tu

do

o q

ue

se

fa

z n

est

a F

reg

uesi

a.

O

Ex-

pre

sid

en

te

da

A

sso

cia

ção

é

o

T

eso

ure

iro

e

Se

cre

tário

da

Ju

nta

, o

u s

eja

, sã

o s

em

pre

as

me

sma

s p

ess

oa

s qu

e

est

ão

en

volv

ida

s e

m

div

ers

as

En

tida

de

s e

Ass

oci

açõ

es.

mer

o d

e A

sso

ciad

os

Qu

an

to a

o n

úm

ero

de

ass

oci

ado

s re

fere

qu

e

est

e n

ão

co

rre

spo

nd

e a

o n

úm

ero

de

cria

nça

s q

ue

fa

zem

pa

rte

do

s e

sta

bel

eci

me

nto

s d

e

en

sino

, p

orq

ue

pai

s qu

e n

ão p

ag

am

e

ain

da c

ritic

am

o t

rab

alh

o q

ue

é fe

ito.

“Nã

o

tem

o

n

úm

ero

d

e

miú

do

s qu

e

est

ão

n

as

esc

ola

s p

orq

ue

h

á

pa

is

que

n

ão

p

ag

am

e

a

ind

a

criti

cam

o t

rab

alh

o q

ue

é f

eito

.”

Tip

o d

e A

sso

ciad

os

Os

me

mb

ros

da

Ass

oci

açã

o s

ão

co

mp

ost

os

som

en

te p

elo

s p

ais.

“S

om

en

te o

s p

ais

.”

Qu

ota

s

As

qu

ota

s sã

o u

m v

alo

r fix

o e

se

rve

m p

ara

a

aq

uis

içã

o d

e m

ate

riai

s q

ue

o s

end

o

ne

cess

ári

os.

To

davi

a o

s p

ais

tam

m p

ag

am

o

pro

long

am

en

to,

sen

do

est

e va

lor

defin

ido

te

nd

o e

m c

on

sid

era

ção

as

cria

nça

s q

ue

b

en

efic

iare

m d

est

e s

erv

iço

, ou

se

ja,

qu

ant

os

ma

is a

lun

os

pa

rtic

ipar

ma

is e

con

óm

ico

fica

.

“Ass

oci

açã

o

cob

ra

quo

tas

e co

bra

-se

d

o p

rolo

ng

ame

nto

, a

s qu

ota

s se

rve

m p

ara

est

e a

po

io

que

pre

sta

mo

s à

Esc

ola

e p

ara

pe

que

no

s m

ate

riais

qu

e s

ão

pre

ciso

s, m

as

todo

s o

s m

ese

s, n

a ú

ltim

a

sem

an

a d

e c

ad

a m

ês,

est

am

os

aqu

i d

ois

ba

do

s a

rece

be

r […

] m

as

tam

bém

te

mo

s cá

qu

em

o p

ag

ue

.”

“É u

m v

alo

r fix

o.”

“a

qui

qua

nto

s m

ais

miú

do

s h

ou

ver,

os

pa

is,

me

no

s p

ag

am

pe

lo p

rolo

ng

ame

nto

.”

Ad

esão

do

s P

ais

----

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--

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---

Ren

un

ciaç

ão

A

AP

EE

T

nu

nca

te

ve

situ

açõ

es

de

ren

un

cia

ção

, e

mb

ora

te

nh

a

pai

s q

ue

não

p

ag

am

.

“Re

nu

nci

açã

o n

ão

, ma

s há

pa

is q

ue

o p

ag

am.”

Cat

ego

ria

– M

ovi

men

tos

Ass

oci

ativ

os

Insc

riçã

o

O P

resi

de

nte

indi

ca q

ue

par

a s

e tr

ata

r de

um

a

leg

aliz

açã

o é

ne

cess

ário

de

dica

r m

ais

te

mp

o

e

alo

car

ma

is

recu

rso

s.

Re

conh

ece

q

ue

se

tiv

ess

em

le

gal

iza

do

s p

od

eria

m

pa

ssa

r

“É p

reci

so a

ind

a m

ais

te

mp

o,

ma

is d

o q

ue

aqu

ele

qu

e

s te

mo

s p

ara

tr

ata

r d

a

leg

aliz

açã

o…

n

ão

te

mo

s n

úm

ero

d

e

con

trib

uin

te,

de

vía

mo

s e

sta

r le

ga

liza

do

s se

ca

lha

r n

a C

ON

FA

P,

ma

s p

ara

iss

o é

reci

bo

s,

ma

s p

ara

iss

o

seri

a n

ece

ssá

rio

ter

me

ro

de

co

ntr

ibui

nte

, co

nta

bilid

ade

o

rga

niza

da e

os

pa

is t

eri

am

qu

e p

ag

ar

ma

is

pe

las

qu

ota

s, p

era

nte

est

es

fact

os

indi

ca q

ue

o

é

ess

e

o o

bje

ctiv

o d

a

exi

stê

nci

a

da

AP

EE

T.

pre

ciso

te

r m

ais

te

mp

o

é

pre

ciso

a

loca

r m

ais

re

curs

os

[…]

se

tivé

sse

mo

s le

ga

is

po

derí

am

os

pa

ssa

r re

cib

o

do

qu

e

rece

be

mo

s,

ma

s p

ara

is

so

tem

os

que

te

r n

úm

ero

de

co

ntr

ibu

inte

, te

mo

s qu

e t

er

con

tab

ilid

ad

e e

o e

sto

u a

ve

r o

s p

ais

a q

ue

rere

m

pa

ga

r m

ais

5€

po

r m

ês

ou

ou

tro

va

lor,

po

rqu

e a

A

sso

cia

ção

te

m q

ue

est

ar

leg

al

e te

m q

ue

pa

ga

r o

s se

us

reci

bo

s.

o

sei

se

é

ess

e

o

ob

ject

ivo

d

a

Ass

oci

açã

o d

e P

ais

em

To

ug

uin

ha

.”

Cat

ego

ria

– R

elaç

ão d

a A

P c

om

a E

sco

la

Rel

ação

A r

ela

ção

qu

e a

AP

EE

T t

em

co

m a

esc

ola

é

de

pro

xim

ida

de

, p

ois

vão

to

do

s o

s di

as

e

ne

cess

itam

d

e

ma

nte

r o

co

nta

cto

co

m

as

pe

sso

as.

N

o q

ue

diz

resp

eito

ao

Agr

up

am

en

to,

subl

inha

q

ue

exi

ste

ma

is b

uro

cra

cia

s e

que

a A

PE

ET

n

ão

te

m o

in

tuito

de

co

mp

licar

, m

as

sim

de

si

mp

lific

ar

tud

o

o

qu

e

en

volv

a

Esc

ola

/Ag

rup

am

en

to,

Esc

ola

/Pai

s e

P

ais

/Ag

rupa

me

nto

. T

od

avi

a r

efe

re a

ind

a q

ue

me

smo

a A

PE

ET

o s

en

do

um

órg

ão

leg

al

o

tem

q

ue

te

r se

qu

er

liga

ção

co

m

o

Ag

rup

am

en

to.

“Cria

mo

s a

pro

xim

ida

de

, n

ós

com

o v

am

os

tod

os

os

dia

s à

e

sco

la

[…]

est

am

os

pe

rto

da

es

cola

e

pre

cisa

mo

s d

e t

er c

on

tact

o c

om

as

pe

ssoa

s.”

Co

m o

Ag

rup

ame

nto

“h

á m

ais

bu

rocr

aci

as

[…]

s n

ão

so

mo

s u

m

órg

ão

le

gal,

ma

s a

no

ssa

fun

ção

tam

m

não

é

co

mp

lica

r m

as

sim

si

mp

lific

ar

[…]

est

am

os

aqu

i pa

ra s

imp

lific

ar

tud

o o

qu

e s

eja

Esc

ola

/ A

gru

pa

men

to,

Esc

ola

/Pa

is,

Pa

is/A

gru

pa

men

to.

O

no

sso

o

bje

ctiv

o

é

aju

da

r e

n

ão

e

stam

os

pa

ra

com

plic

ar

na

da

. E

sta

mo

s a

qui p

ara

aju

da

r o

s n

oss

os

filh

os

a t

ere

m u

ma

bo

a e

sco

la e

pa

ra a

jud

ar

os

pa

is

da

s cr

ian

ças

que

a

nd

am

n

a

esc

ola

a

n

ão

se

p

reo

cupa

rem

com

na

da

qu

e t

en

ha

a v

er

com

o b

om

d

ese

nvo

lvim

en

to

da

e

sco

la,

ma

s n

ós

não

so

mo

s le

ga

is,

o

faze

mo

s p

art

e

do

Min

isté

rio

da

E

du

caçã

o,

o t

em

os

que

ter

lig

açã

o s

equ

er

com

o

Ag

rup

am

ento

, te

oric

am

en

te n

ós

o d

eve

ríam

os

ter

liga

ção

co

m o

Ag

rup

ame

nto

.”

Est

raté

gia

s A

s e

stra

tégi

as

eng

lob

am

u

m

tra

ba

lho

em

e

qu

ipa

q

ue

é

o

rga

niza

do

e

real

iza

do

em

“T

ud

o é

org

aniz

ad

o e

m c

on

jun

to,

nu

nca

som

os

s qu

e p

rep

ara

mo

s tu

do

nem

o e

les

que

fa

zem

tu

do

.

con

jun

to,

ba

sea

nd

o-se

n

a

rela

ção

d

e

pro

xim

ida

de

e c

om

ple

me

nta

rida

de

. E

les

tre

ina

m c

om

os

miú

do

s e

s p

rep

ara

mo

s o

rest

o…

d

esd

e

os

cen

ário

s,

fala

mo

s co

m

o P

ad

re

po

rqu

e a

act

ivid

ad

e é

aqu

i n

o s

alã

o,

pre

pa

ram

os

o la

nch

e,

as

pre

nda

s d

e N

ata

l p

ara

os

miú

dos

, o

Pa

i N

ata

l, o

u s

eja

, só

co

m e

sta

re

laçã

o d

e p

roxi

mid

ad

e e

co

mp

lem

enta

rida

de

é q

ue

é p

oss

íve

l.”

Ap

elo

do

s P

ais

Os

pa

is p

rocu

ram

a

A

PE

ET

, te

nd

o

da

do

o

exe

mp

lo

da

si

tua

ção

de

à

d

ois

an

os

atr

ás

qu

an

do

qui

sera

m t

irar

um

a t

urm

a d

a e

sco

la.

“Há

d

ois

a

no

s tiv

em

os

um

a

situ

açã

o

ain

da

m

ais

co

mp

lica

da

o

u

me

lhor

n

ão

era

m

ais

co

mp

lica

da

qu

eria

m t

irar

um

a t

urm

a d

e c

á.”

Rep

rese

nta

ção

n

os

órg

ãos

de

ges

tão

m

um

m

em

bro

, n

o

Co

nse

lho

G

eral

, q

ue

pe

rte

nce

à a

ntig

a A

PE

ET

. “t

em

os

um m

em

bro

da

an

tiga

Ass

oci

açã

o q

ue

fa

zia

p

art

e d

o C

on

selh

o G

era

l e

qu

e a

ind

a s

e m

anté

m,

o

faz

pa

rte

d

a

Ass

oci

açã

o

e

ain

da

se

m

an

tém

co

mo

mem

bro

.”

Cat

ego

ria

- A

ctiv

idad

es

Act

ivid

ades

d

esen

volv

idas

Re

lativ

am

en

te à

s a

ctiv

ida

de

s re

feri

u a

Fe

sta

d

e

Na

tal,

as

rest

an

tes

fora

m

ap

rese

nta

das

p

elo

Vic

e-p

resi

de

nte

.

“Fe

sta

de

Na

tal.”

Fu

nd

os

----

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--

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----

---

Pro

po

stas

As

act

ivid

ad

es

est

ão

p

ré-p

rogr

am

ad

as

e

surg

em

ta

nto

d

os

pro

fess

ore

s co

mo

d

a

AP

EE

T.

“Em

te

rmo

s d

e F

est

as

que

já e

stã

o p

ré-p

rog

ram

ad

as

pa

rte

da

Ass

oci

açã

o e

do

s P

rofe

sso

res.

De

ou

tra

s a

ctiv

ida

de

s d

ep

en

de u

m p

ou

co,

ma

s é

un

icam

en

te a

A

sso

cia

ção

a p

rop

or

ao

s P

rofe

sso

res

ou v

ice

-ve

rsa

.”

Nec

essi

dad

es d

a es

cola

--

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--

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----

-

Div

ulg

ação

A d

ivul

gaçã

o d

as

acç

õe

s é

feita

atr

avé

s da

e

ntr

eg

a d

e

um

p

ap

el

a ca

da

alu

no

qu

e

é

colo

cad

a

na

ca

der

ne

ta

e,

po

ste

rio

rme

nte

, e

ntr

eg

ue a

os

pai

s. P

or

sua

ve

z, a

ent

rad

a d

a

esc

ola

ta

mb

ém

é

u

sad

a co

mo

m

eio

p

rivi

legi

ad

o d

e d

ivul

ga

ção

.

“No

rma

lme

nte

é p

or

en

treg

a n

a e

sco

la d

e u

m p

ape

l qu

e é

da

do

a c

ad

a a

lun

o e

qu

e p

õem

na

cad

ern

eta

p

ara

ent

reg

ar a

os

pa

is.”

“p

ôr

à e

ntr

ad

a d

a e

sco

la.”

En

volv

ime

nto

do

s P

ais

Os

pai

s e

nvo

lve

m-s

e n

as

act

ivid

ad

es,

se

ndo

e

xem

plo

a

F

est

a d

e

Na

tal

em

q

ue

o

s p

ais

ad

eri

ram

a

o

con

vívi

o,

pa

rtic

ipar

am

co

m

alim

en

tos

pa

ra o

la

nch

e e

no

fin

al a

jud

ara

m a

a

rru

ma

r.

“exe

mp

lo

da

F

est

a

de

N

ata

l, ca

da

m

iúd

o e

sta

va

con

vid

ad

o a

tra

zer

um

bo

lo o

u a

lgo

pa

ra c

omp

leta

r u

ma

me

sa d

e l

an

che

pa

ra n

o f

ina

l d

a F

est

a h

ave

r u

m c

on

vívi

o e

os

pa

is a

de

rira

m.

Fo

i tu

do

fe

ito s

em

qu

e a

Ass

oci

açã

o d

e P

ais

tiv

ess

e q

ue

pa

ga

r, a

ssim

co

mo

os

pa

is.

No

fin

al

via

m-s

e p

ais

qu

e n

ão

fa

zia

m

pa

rte

da

Ass

oci

açã

o a

aju

da

r a

arr

um

ar.

” P

arti

cip

ação

da

Co

mu

nid

ade

A c

om

un

ida

de

pa

rtic

ipa

, m

as

são

se

mp

re a

s m

esm

as

pe

sso

as

qu

e a

jud

am

. “S

im,

ma

s qu

er

diz

er,

o

sem

pre

a

s m

esm

as

pe

sso

as

que

aju

dam

.”

Pla

no

de

Act

ivid

ades

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

-

Ava

liaçã

o

Qu

an

to à

ava

liaçã

o,

o e

ntr

evi

sta

do

refe

re q

ue

ava

liaçã

o c

on

cre

ta a

AP

EE

T n

ão

fa

z e

qu

e

ne

m f

az

sen

tido

fa

zê-l

a,

poi

s is

so p

od

e s

er

veri

ficá

vel a

tra

vés

do

sorr

iso

da

s cr

ian

ças.

“Iss

o

vê-s

e

no

so

rris

o

da

s cr

ian

ças

e

se

ele

s g

ost

are

m

diz

em

qu

e

go

sta

m

e

se

o

gost

are

m

tam

m

diz

em

qu

e

o

gost

am

. A

valia

ção

co

ncr

eta

… n

ão

fa

zem

os,

o f

az

sen

tido

fa

zerm

os

ava

liaçã

o.

A a

valia

ção

é…

na

Fe

sta

de

Nat

al,

por

e

xem

plo

, o

s m

iúd

os

fica

ram

ra

dia

nte

s co

m a

Fe

sta

, o

s p

ais

go

sta

ram

da

Fe

sta

, d

em

os

as

pre

nda

s, n

o fin

al

ap

are

ceu

o P

ai

Na

tal

e a

co

ncl

usã

o é

qu

e e

les

ad

ora

ram

.”

“Da

r va

lor

o é

mu

ito h

ab

itua

l ne

sta

Fre

gu

esi

a.”

C

ateg

ori

a –

Rel

ação

en

tre

AP

Exi

stên

cia

de

ou

tras

AP

EE

O

Pre

sid

en

te

da

AP

EE

T

refe

re

que

te

m

con

he

cim

en

to

da

e

xist

ênci

a

de

um

a

AP

EE

, m

as

o in

dica

qu

al.

“Te

nho

de

ma

is u

ma

.”

Pro

ject

os

em

com

um

Nu

nca

h

ou

ve

pro

ject

os

em

co

mu

m

com

o

utr

as

AP

EE

d

o

Ag

rup

am

en

to,

ma

s a

dm

ite

po

de

r se

r a

A

PE

ET

u

m

me

io

faci

lita

do

r de

a

pro

xim

açã

o,

be

m

com

o

a

Dir

ecç

ão

d

o

Ag

rup

am

en

to

qu

e

po

de

ria

p

rom

ove

r u

m

“Nã

o [

…]

se c

alh

ar

po

der

íam

os

ser

s a

pro

mo

ver

isso

, m

as

ach

o q

ue

pa

ra a

lém

de

co

nvid

ar

de

veria

se

r o

Ag

rup

am

ent

o a

pro

mo

ver

o i

nte

rcâm

bio

en

tre

as

vária

s A

sso

cia

çõe

s e

se

e

les

dis

sess

em

qu

e

“est

es

senh

ore

s vê

m p

ara

no

s fa

cilit

ar

e p

ara

no

s

inte

rcâ

mb

io

com

a

s A

PE

E

exi

ste

nte

s no

A

gru

pa

me

nto

da

Ju

nq

ue

ira

. P

oré

m r

ess

alv

a

qu

e a

Dir

ecç

ão

de

veri

a s

er m

ais

pró

-act

iva

.

aju

da

r”…

po

rqu

e d

eve

riam

ve

r-n

os

com

o u

m a

liad

o.

A D

irecç

ão

da

Esc

ola

de

veria

se

r m

ais

pró

-act

iva

.”

Cat

ego

ria

– P

rop

ost

as d

e ac

tuaç

ão

Act

ivid

ades

Qu

an

to a

pro

po

sta

s d

e a

ctiv

ida

de

s de

sta

ca a

e

xist

ên

cia

d

e

um

a

inte

rlig

açã

o

ma

is

fort

e e

p

róxi

ma

co

m o

Ag

rup

am

en

to.

“De

veria

ha

ver

um

a in

terl

iga

ção

ma

is p

róxi

ma

co

m o

A

gru

pa

men

to.”

Cat

ego

ria

– R

epre

sen

taçã

o d

os

Pai

s ac

erca

da

Esc

ola

Per

spec

tiva

do

s p

ais

O

Pre

sid

ent

e

da

A

PE

ET

co

nsi

de

ra

qu

e

os

pa

is v

êe

m a

esc

ola

co

mo

um

esp

aço

qu

e t

em

o d

eve

r d

e g

ara

ntir

a e

du

caçã

o d

os

filh

os

e a

o

bri

ga

ção

de

da

r a

ed

uca

ção

qu

e n

ão t

êm

em

ca

sa.

Se

nte

q

ue

n

est

e

mo

me

nto

o

s p

ais

d

ese

jam

q

ue

a

e

sco

la

seja

m

ulti

face

tad

a

e

cum

pra

a f

un

ção

de

en

sin

ar,

edu

car

e q

ue

faça

um

po

uco

de

tu

do

. P

ers

pe

ctiv

a a

inda

qu

e o

s al

uno

s d

e h

oje

o

têm

me

do

do

s p

ais

ne

m d

os

pro

fess

ore

s e

n

em

se

qu

er

têm

org

ulh

o e

m t

ira

r bo

as

no

tas,

co

mo

aco

nte

cia

co

nsi

go n

os

tem

po

s d

e a

luno

. O

p

robl

em

a

da

b

uro

cra

tiza

ção

d

ent

ro

das

esc

ola

s é

um

do

s a

spe

cto

s a

sal

ien

tar,

vis

to

qu

e

qu

an

do

se

q

uer

apl

ica

r u

m

cast

igo

é

n

ece

ssá

rio

cum

pri

r co

m

um

a

séri

e

de

pa

râm

etr

os,

n

om

ea

da

me

nte

re

un

iõe

s,

pre

en

chim

en

to

de

im

pre

sso

s e

ntr

e

ou

tros

a

spe

cto

s.

“Ne

ste

mo

men

to e

u v

ejo

qu

e o

s p

ais

qu

ere

m,

ne

m

tod

os,

ma

s a

ma

ior

par

te d

os

pa

is p

en

sam

qu

e a

e

sco

la t

em

qu

e s

er

o g

ara

nte

da

ed

uca

ção

do

s fil

ho

s e

te

m q

ue

se

r a

esc

ola

a d

ar

a e

du

caçã

o qu

e o

s pa

is

o d

ão

em

ca

sa a

os

filh

os.

” “r

eu

niã

o

que

tiv

e

no

A

gru

pa

me

nto

co

m

os

rep

rese

nta

nte

s d

os

pa

is,

ma

is a

o m

en

os

do

is,

trê

s m

ese

s…

um

P

rofe

sso

r qu

eix

ava

-se

qu

e

as

no

tas

est

ava

m a

ba

ixa

r m

uito

e a

just

ifica

ção

de

um

pa

i fo

i qu

e “

eu

o c

on

sig

o q

ue

o m

eu

filh

o e

stu

de,

po

rqu

e

ele

ch

eg

a a

ca

sa…

” e

u p

ed

i a

pa

lavr

a e

dis

se

um

a c

ois

a “

eu

qua

nd

o e

stu

da

va,

qua

nd

o e

ra m

iúd

o

[…]

prim

eiro

tin

ha

m

ed

o

do

s m

eu

s p

ais

e

e

m

seg

un

do

do

s m

eu

s p

rofe

sso

res,

te

rce

iro

que

ria

e

tinh

a o

rgu

lho

em

te

r b

oa

s no

tas.

” “O

s p

ais

te

m q

ue

da

r p

rime

iro e

du

caçã

o a

os f

ilho

s e

m c

asa

e s

ó d

epo

is p

reo

cupa

r-se

co

m a

esc

ola

, p

orq

ue

a e

sco

la s

erv

e p

ara

en

sin

ar.

Ne

ste

mo

me

nto

o

s p

ais

est

ão

ma

is p

reo

cup

ad

os

com

qu

e a

esc

ola

e

nsi

ne

, e

du

que

, fa

ça d

e b

ab

y si

tte

r, q

ue

fa

ça u

m

bo

cad

inh

o d

e t

udo

.”

“De

po

is a

bu

rocr

aci

a d

en

tro

da

s e

sco

las

tam

m f

az

com

qu

e o

s P

rofe

sso

res

se b

ald

em

um

bo

cad

inh

o,

po

rqu

e s

e t

êm q

ue

apr

ese

nta

r/da

r um

ca

stig

o a

um

a

lun

o n

a e

sco

la t

em

qu

e h

ave

r re

un

iõe

s, p

ree

nch

er

o s

ei q

ua

nto

s im

pre

sso

s, t

êm

qu

e s

er

ou

vid

os,

isto

tu

do

po

r ca

usa

de

um

ca

stig

o.”

AN

ÁL

ISE

CO

NT

DO

EN

TR

EV

IST

A R

EA

LIZ

AD

A A

“JS

” D

A A

PE

ET

Cat

ego

rias

/ D

imen

sões

A

nál

ise

Exc

erto

Cat

ego

ria

- A

pre

sen

taçã

o

Iden

tifi

caçã

o

JS

tem

4

4

an

os,

d

ois

filh

os

a

fre

qu

ent

ar

a

Esc

ola

de

Me

da

do

s, u

m n

o 2

º a

no

e o

utr

o n

o

pré

-esc

ola

r. A

su

a fo

rma

ção

aca

mic

a é

em

T

eol

ogi

a

e

de

sem

pe

nh

a

a

act

ivid

ad

e

de

Pro

fess

or.

“44

an

os,

do

is f

ilho

s, V

ice

-pre

sid

en

te d

a A

sso

cia

ção

d

e

Pa

is

da

E

sco

la

de

M

ed

ado

s –

T

oug

uin

ha

, ca

sad

o,

do

is

filh

os

a

fre

que

nta

r a

E

sco

la

de

M

ed

ad

os,

um

n

o

an

o

e

ou

tro

n

o

Pré

-esc

ola

r.

Te

nh

o L

ice

nci

atu

ra e

m T

eo

log

ia e

so

u P

rofe

sso

r.”

Cat

ego

ria

- A

P

Def

iniç

ão

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

---

Uti

lidad

e

Se

gu

nd

o J

S a

AP

EE

T t

êm

rio

s e

xem

plo

s o

nd

e

de

mo

nst

ra

a

sua

im

po

rtâ

nci

a,

de

sign

ad

am

en

te n

o e

sta

bele

cim

en

to d

e u

ma

p

on

te

entr

e o

s pa

is

e

a

esc

ola,

se

ndo

e

xem

plo

o p

rolo

nga

me

nto

e a

fu

nci

on

ári

a q

ue

têm

a p

rest

ar

o s

ervi

ço e

a s

alv

ag

uar

da

r a

se

gu

ran

ça e

be

m-e

sta

r d

os

alun

os

e o

fa

cto

d

e

ten

tare

m

cola

bora

r n

a re

solu

ção

da

si

tua

ção

qu

e a

esc

ola

te

ve c

om

a t

urm

a d

o 2

º n

o.

Re

ssa

lva

q

ue

a

A

PE

ET

fu

nci

on

a

com

o

um

su

po

rte

pa

ra a

esc

ola

ao

nív

el d

e a

qui

siçã

o

de

m

ate

riai

s,

com

a

e

xce

pçã

o

do

s liv

ros

esc

ola

res

qu

e é

re

spo

nsa

bilid

ad

e d

os

pai

s e

o

u e

nca

rre

gad

os

de

ed

uca

ção

.

“Já

tiv

em

os

vário

s e

xem

plo

s e

m

que

re

alm

en

te

de

mo

nst

ram

os

a n

oss

a i

mp

ort

ân

cia

, a

Ass

oci

açã

o

est

ab

ele

ce e

sta

po

nte

, p

ois

te

mo

s m

uito

s p

ais

qu

e

sae

m c

ed

o p

ara

o t

rab

alh

o e

o t

êm

ond

e d

eix

ar

os

filh

os

[…]

e a

í é

a A

sso

cia

ção

qu

e a

sse

gur

a u

ma

pe

sso

a,

a

que

m

pag

a

par

a

faze

r a

quilo

a

qu

e

cha

ma

mo

s d

e p

rolo

ng

am

en

to,

ou

se

ja,

ass

egu

rar

a se

gu

ran

ça

e

o

be

m-e

star

d

os

alu

no

s n

a e

sco

la

en

qua

nto

n

ão

che

gam

o

s P

rofe

sso

res

e

as

au

las

o c

om

eça

m.

[…]

To

do

ess

e t

rab

alh

o é

fei

to p

ela

A

sso

cia

ção

e q

ue

m d

iz e

sse

ta

mb

ém

diz

ou

tro

s n

o â

mb

ito d

e q

ue

stõ

es

que

o s

urg

ind

o a

o l

on

go

do

an

o

lect

ivo

[…

] e

ste

a

no

, p

or

exe

mp

lo,

hou

ve

a si

tua

ção

de

um

a P

rofe

sso

ra q

ue

est

ava

a f

alta

r e

os

pa

is d

o 2

º a

no

est

ava

m p

reo

cup

ad

os

com

isso

, p

ois

vi

am

os

alu

no

s a

“a

nd

ar p

ara

trá

s” e

, n

ós,

ag

imo

s

de

ntr

o

do

que

e

ra

po

ssív

el

faze

r-se

ju

nto

d

o A

gru

pa

men

to,

jun

to d

a e

quip

a d

e a

po

io à

Esc

ola

do

Ag

rup

am

ento

[…

] n

o

sen

tido

d

e

ace

lera

r […

] o

p

roce

sso

e

qu

e,

bre

vem

en

te,

tivé

sse

mos

u

ma

Pro

fess

ora

na

Esc

ola

a d

ese

mp

enh

ar

fun

çõe

s e

a

ga

ran

tir o

en

sin

o d

os

noss

os

edu

can

do

s.”

“o n

oss

o s

up

orte

va

i da

í a

té à

s fo

tocó

pia

s, m

ate

riais

qu

e u

sam

no

Pré

-esc

ola

r e

no

cicl

o.

Tud

o o

qu

e

po

ssa

im

ag

ina

r,

à e

xce

pçã

o

dos

livro

s e

sco

lare

s,

po

rqu

e i

sso

é d

a r

esp

on

sab

ilid

ad

e d

os

pais

, tu

do

o

rest

o é

ass

eg

ura

do

pe

la A

sso

cia

ção

de

Pa

is.”

Fu

nçã

o

A

AP

EE

T

fun

cio

na

co

mo

u

ma

p

on

te

en

tre

p

ais

e p

rofe

ssor

es

est

abel

ece

ndo

um

a li

ga

ção

d

e p

roxi

mid

ad

e e

ntr

e o

s a

gen

tes

edu

cativ

os.

“fu

nci

on

a

[…]

com

o u

ma

p

on

te

en

tre

p

ais

e

P

rofe

sso

res.

Dim

inu

i […

] o

tra

ba

lho

ao

s pr

ofe

sso

res

po

rqu

e

o

pre

cisa

m

de

e

sta

r co

nst

an

tem

en

te

a co

nta

cta

r o

s p

ais

pa

ra d

ive

rso

s fin

s, e

sse

tra

ba

lho

fica

a c

arg

o d

a A

sso

cia

ção

e f

un

cio

na

ta

mb

ém p

ara

o

la

do

d

os

pa

is,

po

rqu

e

qua

lqu

er

cois

a

qu

e

seja

n

ece

ssá

rio s

ab

em

qu

e t

êm

um

a A

sso

cia

ção

qu

e o

s d

efe

nd

e,

pro

teg

e,

que

in

terv

ém

ju

nto

da

E

sco

la,

Pro

fess

ore

s e

d

o A

gru

pam

en

to

em

fu

nçã

o

do

s a

lun

os

de

sta

Esc

ola

.”

Cat

ego

ria

– A

P T

ou

gu

inh

a T

emp

o d

e ex

istê

nci

a A

sso

cia

ção

de

Pai

s el

eita

em

Se

tem

bro

, n

o

iníc

io d

o a

no

lect

ivo

. “a

bra

çam

os

est

a c

au

sa e

m S

ete

mbr

o,

no

in

ício

do

a

no

lect

ivo

.”

Ob

ject

ivo

s

Os

ob

ject

ivo

s da

AP

EE

T p

ass

am

pe

lo f

act

o

de

te

rem

o

s fil

hos

inte

gra

do

s n

a

esc

ola

e

q

ue

rere

m

aco

mp

an

ha

r o

se

u

pe

rcu

rso

e

sco

lar,

b

em

co

mo

e

sta

r a

ten

tos

às

ne

cess

ida

de

s q

ue

o

surg

ind

o

e

não

q

ue

rere

m q

ue

se

jam

ve

da

da

s o

po

rtu

nid

ade

s

“o

fact

o d

e

tere

m

os

filh

os

inte

gra

do

s n

a e

sco

la,

que

rere

m a

com

pan

há-

los,

est

ar

ate

nto

s a

tod

os

os

pro

ble

ma

s co

mo

a

os

asp

ect

os

po

sitiv

os

qu

e

vão

a

con

tece

ndo

, o

u s

eja

aco

mp

anh

ar

a e

du

caçã

o d

os

filh

os

[…]

alé

m

de

n

ão

qu

ere

r qu

e

po

r ra

zõe

s e

con

óm

ica

s o

u q

ue

po

r fa

lta d

e a

com

pa

nha

me

nto

do

po

r a

usê

nci

a d

e m

ate

riai

s o

u c

ondi

çõe

s.

Ag

rup

am

ento

ou

o

utr

as

situ

açõ

es,

d

eix

ass

em

d

e fa

zer

de

term

ina

do

tip

o

de

co

isa

s p

or

o

tere

m

ma

teria

is o

u c

on

diç

õe

s.”

Par

tici

paç

ão d

os

Pai

s

Qu

an

to à

pa

rtic

ipa

ção

do

s p

ais

refe

re q

ue

são

p

ess

oa

s q

ue

qua

nd

o c

on

voca

da

s a

par

ece

m,

est

ão

pre

sen

tes

e t

rab

alh

am

.

“To

do

s a

que

les

que

fa

zem

pa

rte

de

sta

Ass

oci

açã

o e

qu

e t

êm

tra

ba

lha

do

ne

sse

asp

ect

o p

ode

mos

diz

er,

qu

e n

ão

é s

ó n

úme

ro,

ma

s qu

e s

ão

pe

ssoa

s qu

e

qua

nd

o

a

ge

nte

co

nvo

ca

pa

ra

est

a

ou

aqu

ela

a

ctiv

ida

de

ap

are

cem

, e

stão

pre

sen

tes

e tr

aba

lha

m.”

Par

tici

paç

ão d

a C

om

un

idad

e

A

com

un

ida

de

é

u

ma

co

mu

nid

ad

e

pa

rtic

ipa

tiva

, se

ndo

ess

a a

titu

de

no

tóri

a e

m

alg

um

as

act

ivid

ad

es

com

o

o

Na

tal

em

q

ue

co

ntr

ibu

íra

m c

om

o l

an

che

e c

ola

bor

ara

m n

a

arr

um

açã

o.

De

sta

ca-s

e

qu

e o

e

ntre

vist

ado

p

ers

pe

ctiv

ou c

om

un

ida

de

co

mo

co

mu

nid

ad

e

ed

uca

tiva

, e

m v

ez

de

, a

co

mu

nid

ad

e d

o m

eio

lo

cal.

“É u

ma

co

mu

nid

ad

e p

art

icip

ativ

a n

a a

ctiv

ida

de

de

Na

tal

cerc

a

de

o

iten

ta

por

ce

nto

d

os

pa

is

con

trib

uír

am

co

m

alg

uma

co

isa

p

ara

o

la

nch

e

e

est

ava

m l

á. P

ara

arr

um

ar

foi

um

gru

po

qu

e p

ass

ou

alé

m d

a A

sso

cia

ção

de

Pa

is.”

mer

o d

e A

sso

ciad

os

A A

PE

ET

o é

um

a A

sso

cia

ção

ofic

ial

e n

ão

m u

m s

iste

ma

de

qu

otiz

açã

o o

u d

e s

óci

os.

N

o

en

tan

to,

refe

re

qu

e

cad

a

pai

se

nte

-se

m

em

bro

da

Ass

oci

açã

o.

“Qu

an

do

fa

la e

m a

sso

cia

do

s fa

la n

o s

en

tido

ofic

ial?

N

ós

o t

em

os

ess

e t

ipo

de

sis

tem

a d

e q

uo

tiza

ção

o

u

de

cio

s,

ma

s p

elo

qu

e

se

per

ceb

e e

p

ela

p

rátic

a

cad

a

pa

i se

nte

-se

m

emb

ro

de

sta

Ass

oci

açã

o.”

T

ipo

de

Ass

oci

ado

s O

s m

em

bro

s d

a A

sso

cia

ção

o c

om

po

sto

s so

me

nte

pe

los

pai

s.

“So

me

nte

os

pa

is.”

Qu

ota

s

As

qu

ota

s sã

o

um

m

eio

p

ara

co

nse

gui

rem

d

inhe

iro

pa

ra

aju

da

rem

a

e

scol

a

e

est

á

est

ab

ele

cid

o u

m v

alo

r fix

o.

To

da

via

o c

ust

o d

o

pro

lon

ga

me

nto

é

e

fect

uad

o

à

part

e,

po

rque

co

rre

spon

de

a

o

núm

ero

d

e

alu

nos

que

e

stiv

era

m p

rese

nte

s.

“Te

mo

s p

ais

qu

e p

ag

am

qu

ota

s e

ess

as

quo

tas

são

u

m m

eio

pa

ra p

od

erm

os

aju

da

r a

Esc

ola

.”

“É u

m v

alo

r fix

o.

O s

iste

ma

de

pro

lon

ga

me

nto

é q

ue

é

à p

arte

, po

rqu

e é

um

va

lor

retir

ad

o d

o n

úme

ro d

e a

lun

os

que

fa

zem

pa

rte

de

sse

pro

lon

gam

ent

o p

ara

p

ag

ar

à p

ess

oa

qu

e f

ica

co

m e

les.

” A

des

ão d

os

Pai

s --

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

-

Ren

un

ciaç

ão

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

---

Cat

ego

ria

– M

ovi

men

tos

Ass

oci

ativ

os

Insc

riçã

o

Re

fere

qu

e t

êm

co

nh

eci

me

nto

da

exi

stê

nci

a

da

C

ON

FA

P

e

da

F

AP

CO

ND

E,

ma

s n

ão

e

stã

o in

scri

tos

po

rqu

e n

ão e

stã

o le

gal

iza

do

s.

A A

PE

ET

te

m E

sta

tuto

s e

nu

ma

da

s re

uni

ões

os

me

mb

ros

an

alis

ara

m o

s p

rós

e c

on

tra

s d

a

leg

aliz

açã

o,

ma

s a

ind

a

o

che

gar

am

a

n

en

hu

ma

co

ncl

usã

o.

“Te

mo

s co

nh

eci

me

nto

, m

as

o

est

am

os

insc

rito

s p

orq

ue

o

est

am

os

leg

aliz

ad

os.

A

n

oss

a A

sso

cia

ção

tem

o

s E

sta

tuto

s,

ma

s n

ão

es

tam

os

ofic

ialm

en

te

leg

aliz

ad

os.

N

a

últim

a

reu

niã

o

qu

e tiv

em

os

ou

n

um

a

da

s p

rim

eir

as

até

ch

ega

mo

s a

p

en

sar

se d

eví

am

os

leg

aliz

ar-

no

s ou

o,

ten

tam

os

an

alis

ar

os

pró

s e

os

con

tra

s, m

as

ain

da

est

am

os

em

an

ális

e.”

C

ateg

ori

a –

Rel

ação

da

AP

co

m a

Esc

ola

Rel

ação

JS

ap

rese

nta

u

ma

o

pini

ão

um

p

ou

co

rese

rva

da s

ob

re a

rel

açã

o e

ntre

a A

sso

cia

ção

e

a

E

scol

a,

no

me

ad

am

en

te

com

o

A

gru

pa

me

nto

, p

ois

co

nsi

de

ra q

ue

o e

xist

e

pro

xim

ida

de

e é

no

tóri

o u

m d

esf

asa

me

nto

ao

n

íve

l d

o c

onh

eci

me

nto

do

est

ab

ele

cim

en

to d

e

en

sino

. R

ess

alva

q

ue

te

m

est

a

op

iniã

o,

po

rqu

e f

az

pa

rte

do

Co

nse

lho

Ge

ral d

a E

sco

la

on

de

le

ccio

na

e

q

ue,

e

nq

ua

nto

P

resi

de

nte

, se

nte

ne

cess

ida

de

de

vis

itar

as

esc

ola

s e

de

ci

rcul

ar

por

ela

s.

“te

nh

o

um

a

op

iniã

o

rese

rva

da

p

orq

ue

, e

u

sou

P

rofe

sso

r ta

mb

ém [

…]

faço

par

te d

e u

m Ó

rgã

o d

a E

sco

la,

o C

on

selh

o G

era

l do

qu

al e

u s

ou

Pre

sid

en

te,

po

rta

nto

, se

o f

oss

e o

fa

cto

de

eu

se

r P

resi

de

nte

d

o C

on

selh

o G

era

l eu

o c

onh

eci

a a

s E

sco

las

que

fa

zem

p

art

e

do

m

eu

A

gru

pa

me

nto

. C

onh

eço

-as

po

rqu

e m

uita

s ve

zes

em

fu

nçã

o d

o c

omp

rim

en

to d

o p

ap

el

que

de

sem

pe

nho

vou

vis

itá-l

as

e c

írcu

lo p

or

ela

s, m

as

pa

ra o

s co

leg

as

nin

gu

ém

sa

be q

ua

is s

ão

a

s e

sco

las.

Ne

ste

Ag

rup

ame

nto

é a

me

sma

cois

a h

á

ess

e

de

sfa

sam

ent

o,

se

form

os

à E

sco

la

Se

de

d

a Ju

nqu

eira

e

se

p

erg

un

tar

se

alg

m

conh

ece

a

Esc

ola

de

Me

da

do

s […

] a

ma

ior

pa

rte

ne

m s

equ

er

con

he

ce n

em

se

que

r sa

berá

on

de f

ica

To

ug

uin

ha

. P

or

isso

te

nh

o

séria

s re

serv

as

e

ach

o

que

n

ão

fun

cio

na

be

m.”

Est

raté

gia

s A

s e

stra

tégi

as

de

mo

bili

zaçã

o u

tiliz

ada

s b

ase

iam

-se

no

co

nta

cto

dir

ect

o c

om

os

Pro

fess

ore

s e

a C

oor

de

nad

ora

de

Esc

ola

.

“co

nta

cto

dire

cto

co

m

os

Pro

fess

ore

s e

a

Co

ord

en

ado

ra d

o E

stab

ele

cim

en

to.

Ess

a é

a n

oss

a e

stra

tég

ia o

co

nta

cto

dire

cto

.”

Ap

elo

do

s P

ais

Os

pa

is c

ost

um

am

re

corr

er

à A

sso

cia

ção

de

P

ais

e d

ão s

uge

stõ

es.

o p

ess

oa

s a

ten

tas,

a

ctiv

as

e d

ão

ap

oio

se

mp

re q

ue

ne

cess

ário

.

“Re

corr

em

, co

mo

lhe

dis

se n

aqu

ela

situ

açã

o q

ue

lhe

co

nte

i a

ind

a

p

ouco

so

bre

a

su

bst

ituiç

ão

d

a P

rofe

sso

ra.

Fo

ram

in

úm

ero

s o

s p

ais

qu

e s

ab

en

do

que

eu

fa

zia

pa

rte

da

Ass

oci

açã

o e

, te

nd

o o

me

u fil

ho

ta

mb

ém

, m

e

que

stio

na

vam

so

bre

o

qu

e

íam

os

faze

r,

se

po

día

mo

s fa

zer

alg

um

a co

isa

, in

clu

sive

da

vam

su

ge

stõe

s, p

orta

nto

pro

cura

m-n

os.

” “O

s p

ais

est

ão

ate

nto

s, p

rocu

ram

-no

s, s

ão

figu

ras

act

iva

s e

pro

em

se

ca

so f

or n

ece

ssár

io e

se

a

ge

nte

p

reci

sar

de

les

dar

-no

s-ã

o

o

seu

ap

oio

d

e

cert

eza

.”

Rep

rese

nta

ção

n

os

órg

ãos

de

ges

tão

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

--

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

----

---

Cat

ego

ria

- A

ctiv

idad

es

Act

ivid

ades

d

esen

volv

idas

As

act

ivid

ade

s d

ese

nvo

lvid

as

ao

long

o d

o a

no

são

a

s co

mu

ns,

d

esi

gn

ad

am

en

te,

Fe

sta

de

N

ata

l, F

est

a

de

F

inal

d

e

An

o,

Ca

rna

val

e

Ma

gu

sto

.

“Fe

sta

de

Na

tal,

Fe

sta

de

Fin

al

do

An

o,

Ca

rna

val

e M

ag

ust

o.”

Fu

nd

os

Os

fun

do

s a

ng

ari

ado

s sã

o

inve

stid

os

na

e

sco

la

e

o q

ue

so

bra

r fic

a

pa

ra

o

ano

se

gu

inte

.

“to

do

o d

inh

eiro

re

ceb

ido

é i

nve

stid

o n

a e

sco

la,

se

sob

rar

de

um

an

o f

ica

pa

ra o

ano

se

gu

inte

.”

Pro

po

stas

As

act

ivid

ad

es

são

p

rop

ost

as

em

co

nju

nto

co

m o

s p

rofe

sso

res.

De

in

ova

ção

pre

ten

dem

e

ste

an

o r

eal

izar

um

a a

cçã

o c

om

a t

urm

a d

o

an

o R

AT

ES

PA

RK

on

de

est

eja

m p

rese

nte

s a

luno

s, p

rofe

ssor

es,

Coo

rden

ad

ora

de

Esc

ola

e

os

ele

me

nto

s d

a A

PE

ET

.

“sã

o f

eita

s e

m c

on

jun

to c

om

os

Pro

fess

ore

s, a

liás

até

o a

cert

ada

s d

ata

s d

o q

ue

se

va

i fa

zer.

” “s

ug

est

õe

s d

e

act

ivid

ad

es,

p

rinci

pa

lme

nte

a

ctiv

ida

de

s in

ova

do

ras

da

que

las

que

n

ão

se

co

stu

ma

vam

fa

zer,

e

ste

an

o

den

tro

d

a p

rópr

ia

Ass

oci

açã

o

surg

iu

um

a

ide

ia

no

va

e

se

tive

rmo

s d

inh

eiro

va

mo

s te

nta

r re

aliz

ar

no

fin

al

do

an

o. C

om

o o

4

º a

no

é

u

ma

tu

rma

fin

alis

ta

que

ría

mo

s

pro

po

rcio

na

r u

m

pa

sse

io,

um

d

ia

dife

ren

te

[…]

pa

ssa

r um

dia

[…

] n

o R

AT

ES

PA

RK

, e

pa

ssa

r a

li u

m

dia

fa

bu

loso

co

m

ele

s,

iría

mo

s o

s e

lem

ento

s d

a A

sso

cia

ção

de

Pa

is a

re

pre

sen

tar,

os

Pro

fess

ore

s de

T

urm

a e

a C

oord

ena

do

ra d

e E

sco

la.”

Nec

essi

dad

es d

a es

cola

As

acç

õe

s p

rete

nd

em

d

ar

resp

ost

a

às

ne

cess

ida

de

s re

ais

da

esc

ola,

pri

nci

pal

me

nte

n

os

mo

me

nto

s m

ais

ma

rca

nte

s co

mo

Na

tal,

sco

a e

Fin

al d

e A

no

.

Se

m d

úvi

da

e n

os

mo

me

nto

s m

arc

an

tes

da

Esc

ola

, F

ina

l de

Pe

río

do

, N

ata

l, F

ina

l de

An

o.

Div

ulg

ação

A

div

ulg

açã

o

da

s a

cçõ

es

é

feita

p

or

com

un

ica

ção

e

scri

ta,

não

se

ndo

fe

ita

pu

blic

itaçã

o

pel

o

me

io

loca

l, vi

sto

q

ue

as

a

ctiv

idad

es

são

uni

cam

en

te

pa

ra

a

com

un

ida

de

esc

olar

.

“É u

ma

com

un

ica

ção

se

mpr

e e

scrit

a.”

“[

…]

são

se

mp

re a

ctiv

ida

de

s d

irecc

ion

ad

as

pa

ra a

co

mu

nid

ad

e e

sco

lar,

se

ja a

co

mu

nid

ad

e n

o s

en

tido

d

oce

nte

ou

dis

cen

te o

u d

e f

am

ília

, p

ort

an

to p

ou

co

sen

tido

te

ria d

ivu

lga

r p

ela

co

mu

nid

ad

e.”

Par

tici

paç

ão d

a C

om

un

idad

e

A c

om

un

ida

de

co

stu

ma

se

r p

art

icip

ativ

a e

deu

o

e

xem

plo

d

a

act

ivid

ade

d

e

Na

tal

em

q

ue

p

art

icip

ara

m c

erc

a d

e o

iten

ta p

or

cen

to d

os

pa

is.

“É u

ma

com

unid

ad

e p

art

icip

ativ

a,

eu

ach

o q

ue n

ess

a a

ctiv

ida

de

de

Na

tal

cerc

a d

e o

iten

ta p

or c

ento

do

s p

ais

co

ntr

ibu

íra

m c

om

alg

um

a c

ois

a p

ara

o la

nch

e e

e

sta

vam

lá.

Pa

ra a

rru

ma

r fo

i u

m g

rup

o q

ue

pa

sso

u a

lém

da

Ass

oci

açã

o d

e P

ais

.”

Pla

no

de

Act

ivid

ades

A A

PE

E t

em

um

Pla

no

An

ual

de

Act

ivid

ade

s o

nd

e

con

sta

m

as

acç

õe

s q

ue

serã

o

efe

ctu

ad

as

ao

long

o d

o a

no

lect

ivo

.

“Te

mo

s o

no

sso

Pla

no

An

ua

l de

Act

ivid

ad

es

on

de

tem

um

co

nju

nto

de

act

ivid

ad

es

que

org

an

iza

mo

s a

o lo

ng

o d

o a

no

.”

Ava

liaçã

o

A a

valia

ção

o é

um

ele

me

nto

sig

nific

ativ

o

po

is n

ão

m t

em

po

pa

ra a

fa

zer.

No

en

tan

to,

em

a

lgu

ma

s d

as

acç

õe

s d

ese

nvo

lvid

as

é

evi

den

te a

exi

stê

nci

a d

e f

ee

dba

ck.

O

Vic

e-p

resi

den

te

ress

alva

q

ue

n

o

final

do

p

rim

eir

o a

no d

e m

an

da

to p

od

erã

o v

ir a

fa

zer

um

a a

valia

ção

da

s a

ctiv

ida

de

s.

“Nã

o t

em

os

tem

po

par

a is

so.”

“[

…]

reco

rdo

qu

e n

a F

est

a d

e N

ata

l h

ou

ve p

ess

oa

s qu

e d

era

m o

s p

ara

ns

e d

isse

ram

qu

e “

eu g

ost

ei

de

te

rem

p

ost

o

com

o

apr

ese

nta

do

r po

r ca

da

a

no

pa

is d

e m

iúd

os

da

que

le a

no

”. D

era

m d

ica

s d

e q

ue

a

s co

isa

s tin

ha

m

corr

ido

b

em

, qu

e

tinh

a

sid

o

da

sa

tisfa

ção

de

les

o q

ue

tin

ha

m o

bse

rva

do

, n

ão f

oi u

m

fee

db

ack

d

e

oite

nta

p

or

cen

to

com

o

pa

ra

a

con

trib

uiç

ão

d

o

lan

che

, m

as

ho

uve

fe

ed

ba

ck.

To

da

via

o q

ue

r d

ize

r qu

e n

o f

ina

l d

o p

rime

iro a

no

d

e

ma

nda

to

não

fa

çam

os

um

ba

lan

ço

da

s a

ctiv

ida

de

s e

se

ca

lha

r va

mo

s fa

zer.

” C

ateg

ori

a –

Rel

ação

en

tre

AP

Exi

stên

cia

de

ou

tras

AP

EE

Re

lativ

am

en

te à

exi

stê

nci

a d

e o

utr

as

AP

EE

n

o

Ag

rup

am

en

to

da

Ju

nq

ue

ira

re

fere

q

ue

e

xist

e

AP

EE

e

m

Ba

gu

nte

e

q

ue

a

E

sco

la

Se

de

ta

mb

ém

d

eve

te

r,

sen

do

no

tóri

o

um

cert

o d

esc

on

he

cim

en

to.

“Ba

gu

nte

, a p

róp

ria E

sco

la S

ed

e t

am

bém

de

ve t

er.

Des

con

hec

imen

to

Fa

ce a

o d

esc

on

he

cim

en

to q

ue

stio

na

JS

se

fo

i fá

cil

con

tact

ar

com

a

A

PE

ET

e

fin

aliz

a

indi

can

do

qu

e s

e f

oi

um

pro

cess

o f

áci

l é

sin

al

qu

e s

ab

em

da

su

a e

xist

ên

cia

, to

davi

a s

e n

ão

co

nh

ece

m

as

rest

an

tes

é

porq

ue

nu

nca

e

stiv

era

m j

un

tos

ne

m f

oi

pro

por

cio

na

do e

sse

tip

o d

e a

con

teci

me

nto

s.

“Po

rqu

ê?

É u

ma

bo

a p

erg

un

ta?

Fo

i-lh

e f

áci

l e

ntr

ar

em

co

nta

cto

co

nno

sco

?”

“nó

s e

xist

imo

s e

qu

e s

ab

em

da

no

ssa

exi

stê

nci

a,

se

s n

ão

sa

bem

os

diz

er

de

ou

tra

s é

po

rqu

e n

un

ca

no

s p

use

ram

fre

nte

a f

ren

te o

u n

uma

reu

niã

o g

era

l. N

a m

inh

a e

xpe

riên

cia

en

qua

nto

pro

fess

or,

na

min

ha

e

sco

la e

u f

aço

ao

con

trár

io,

eu

co

nvi

do

pa

ra.”

P

roje

cto

s em

co

mu

m

Nu

nca

h

ou

ve

pro

ject

os

em

co

mu

m

com

o

utr

as

AP

EE

do

Ag

rup

am

en

to.

“Nã

o.”

Cat

ego

ria

– P

rop

ost

as d

e A

ctu

ação

Act

ivid

ades

Qu

an

to a

pro

po

sta

s de

act

ivid

ad

es

ind

ica

o

pro

mo

ver

um

dia

de

act

ivid

ad

es

con

jun

tas

a

pa

rtir

da

s di

fere

nte

s A

PE

E o

u d

as

Esc

ola

s, n

a

Esc

ola

Se

de

do

Ag

rup

am

en

to.

Su

blin

ha

a

n

ece

ssid

ade

d

e

pre

sen

ça

e

en

volv

ime

nto

d

as

AP

EE

n

as

acç

õe

s e

a

im

po

rtâ

nci

a d

e s

e t

raba

lha

r e

m c

on

jun

to c

om

vi

sta

à

u

nific

açã

o

e

de

de

mo

nst

rar

que

re

alm

en

te s

ão

um

Ag

rup

am

en

to.

“O q

ue

eu

ve

jo c

om

o g

ran

de d

esa

fio,

um

a g

ran

de

est

raté

gia

se

ria,

po

r e

xem

plo

, p

rom

ove

r a

part

ir d

as

dife

ren

tes

Ass

oci

açõ

es

ou

d

as

Esc

ola

s q

ue

n

ão

tiv

ess

em

A

sso

cia

ção

a

C

oo

rde

nad

ora

d

e E

sta

be

leci

me

nto

u

ma

a

ctiv

ida

de

o

u

um

dia

d

e

act

ivid

ad

es

con

jun

to d

e A

gru

pa

me

nto

na

Se

de

do

Ag

rup

am

ento

[…

] e

co

m e

les

rea

liza

r u

m c

on

jun

to d

e a

ctiv

ida

de

[…

] d

esp

ort

iva

s, v

aria

da

s co

m o

s m

iúd

os,

a

cho

qu

e s

eria

ass

ina

láve

l e

se

ria u

m d

esa

fio.

Co

m

os

pa

is,

o v

ejo

ma

is o

qu

e s

e p

od

eria

fa

zer,

qu

er

diz

er

po

de

rá h

ave

r m

ais

co

m c

ert

eza

, m

as

ass

im d

e

mo

me

nto

o s

ei m

ais

o q

ue

po

de

ría

mo

s fa

zer

pa

ra,

o e

sto

u a

ve

r.”

“no

se

ntid

o d

e u

nifi

car

po

is s

ab

em

os

que

fa

zem

os

pa

rte

de

um

Ag

rupa

me

nto

e d

eve

mo

s d

emo

nst

rar

que

so

mo

s re

alm

en

te u

m A

gru

pa

men

to.”

“s

eria

um

a f

orm

a a

té d

as

Ass

oci

açõ

es

[…]

sere

m

con

vid

ad

as,

e

sta

rem

pr

ese

nte

s,

pa

rtic

ipa

r n

a o

rga

niz

açã

o e

na

s a

ctiv

ida

de

s.”

Cat

ego

ria

– R

epre

sen

taçã

o d

os

Pai

s ac

erca

da

Esc

ola

Per

spec

tiva

do

s p

ais

A e

sco

la é

vis

ta c

om

o u

m e

spa

ço d

e d

ep

ósi

to

on

de

as

cria

nça

s sã

o e

ntr

eg

ue

s e

qu

e n

ão

sae

m p

orq

ue

est

á v

ed

ad

a e

te

m f

un

cio

nár

ios

a

tom

ar

con

ta

de

las.

O

s p

ais

o

se

pre

ocu

pam

co

m o

s fil

ho

s a

o s

er

qu

an

do

aco

nte

ce a

lgu

ma

co

isa

. D

est

aca

q

ue

a o

s pa

is

é q

ue

são

os

re

spo

nsá

veis

pel

a e

du

caçã

o d

os

filh

os,

ma

s e

stã

o

sem

pre

à

e

spe

ra

que

o

e

nsi

no

e

a

e

du

caçã

o se

jam

ass

um

ido

s p

elo

s p

rofe

sso

res

e f

un

cio

nár

ios.

A

lgu

ns

do

s pr

obl

em

as

qu

e

oco

rre

m

no

e

spa

ço e

scol

ar

pre

nd

e-s

e c

om

o s

iste

ma

de

e

nsi

no e

o f

act

o d

e a

ed

uca

ção

ser

dife

ren

te

da

d

e

ou

tror

a,

da

í o

e

xem

plo

d

as

falta

s a

ve

rme

lho

. P

era

nte

est

as

dific

ulda

de

s h

á u

ns

an

os

pe

nso

u-s

e

em

fa

zer

tra

bal

hos

com

un

itári

os

de

ntr

o

da

e

scol

a,

ma

s m

uito

s p

ais

fora

m c

on

tra

de

vido

à h

um

ilha

ção

.

“os

pa

is t

êm

a s

ua

pro

fissã

o,

mu

itas

veze

s le

van

tam

-se

ce

do

, vê

m t

ard

e e

a E

sco

la f

unci

on

a c

omo

um

d

ep

ósi

to p

ara

os

filh

os,

co

loca

m-n

os

ali

e e

les

est

ão

ali,

est

ão

en

tre

gu

es,

sa

be

m q

ue

a E

sco

la é

ve

da

da

e

da

li n

ão

sa

em

e q

ue

te

m g

en

te a

to

ma

r co

nta

de

les

[…]

o p

rocu

ram

sa

ber

com

o e

stá

o f

ilho

, co

mo

va

i co

mo

é q

ue

o v

ai,

exc

ep

to s

e a

con

tece

r” a

lgu

ma

cois

a.

“Os

pa

is é

qu

e d

eve

m d

ar

a e

du

caçã

o a

os f

ilho

s,

ma

s e

stã

o à

esp

era

qu

e s

eja

m o

s P

rofe

sso

res,

os

fun

cio

rios

da

Esc

ola

a f

azê

-lo

, a

fa

zer

as

du

as

cois

as

a

en

sin

ar

e

a

ed

uca

r.

Em

bor

a

não

que

ira

diz

er

que

isto

o s

eja

ta

mb

ém

fu

nçã

o d

o P

rofe

sso

r,

ma

s h

á e

du

caçã

o q

ue

de

ve s

er

tida

em

fa

míli

a p

elo

s p

ais

e

fa

míli

a

em

g

era

l, e

h

á

ou

tra

qu

e

é

um

b

oca

din

ho

dife

ren

te e

qu

e j

á p

ress

upõ

e a

ant

erio

r, a

d

a f

am

ília

, p

ara

se

r fe

ita n

a e

sco

la.”

“O

p

rob

lem

a é

do

si

ste

ma

e

é

u

ma

e

duca

ção

dife

ren

te.

o so

u a

po

log

ista

de

vio

lên

cia

. […

] H

oje

e

m d

ia j

á n

em

exi

ste

m a

s fa

ltas

a v

erm

elh

o e

as

falta

s qu

e e

xist

em

os

alu

no

s e

stã

o a

bo

rrifa

r-se

pa

ra

ela

s, p

ois

o c

on

tam

pa

ra n

ad

a,

nem

pa

ra r

ep

rova

r n

em

p

ara

is

to

ne

m

par

a

aqu

ilo,

con

ta

pa

ra

o P

rofe

sso

r p

en

sar

que

fe

z a

lgu

ma

co

isa

n

aqu

ele

m

om

en

to,

ma

s to

dos

os

ag

en

tes

ed

uca

tivo

s sa

be

m

que

aqu

ilo n

ão

co

nta

par

a n

ada

.”

“há

u

ns

an

os

hou

ve

ess

a

pro

po

sta

d

e

se

faze

r tr

ab

alh

os

de

ntr

o d

a E

sco

la e

, in

feliz

me

nte

, m

uito

s p

ais

fo

ram

co

ntr

a [

…]

ma

s o

ca

stig

o é

iss

o m

esm

o,

pa

ssa

um

bo

cad

inh

o p

ela

hu

milh

açã

o q

ue

o a

lun

o va

i te

r n

aqu

ela

altu

ra e

qu

e v

ai f

un

cio

na

r d

e c

ert

eza

, e

nfim

é u

m t

rab

alh

o c

omp

lica

do

.”

AN

ÁL

ISE

CO

NT

DO

EN

TR

EV

IST

A R

EA

LIZ

AD

A A

“M

N”

DA

AP

EE

A

Cat

ego

rias

/ D

imen

sões

A

nál

ise

Exc

erto

Cat

ego

ria

- A

pre

sen

taçã

o

Iden

tifi

caçã

o

MN

te

m

61

a

no

s,

po

ssu

i fo

rma

ção

e

m

Me

dic

ina

, m

as

ne

ste

m

om

en

to

est

á

refo

rma

da

. E

xerc

eu

a f

un

ção

de

Pre

sid

en

te

da

AP

EE

A c

erc

a d

e 1

6 a

no

s, e

ntr

e o

s a

nos

d

e 1

98

8 a

20

04/

20

05.

“A A

sso

cia

ção

fo

i co

nst

ituíd

a c

om

o e

scrit

ura

blic

a

po

r vo

lta

do

an

o

198

8

e,

de

sde

e

ntã

o,

eu

pra

tica

me

nte

est

ive

se

mp

re à

fre

nte

da

Ass

oci

açã

o

de

Pa

is a

té a

o a

no

de

20

04

/20

05

. T

en

ho 6

1 a

no

s.

Lic

en

cia

da

em

Me

dic

ina

, m

as

refo

rmad

a.”

C

ateg

ori

a –

AP

Uti

lidad

e

Re

fere

qu

e a

s A

PE

E s

ão

im

po

rta

nte

s e

que

p

od

em

co

ntr

ibui

r p

ara

o s

uce

sso

ed

uca

tivo,

p

rin

cip

alm

en

te q

ua

nd

o s

ão

Ass

oci

açõ

es

com

u

ma

fo

rte

a

ctiv

ida

de

e

q

ue

e

m

art

icul

açã

o

com

o

co

rpo

d

oce

nte

te

nta

m

reso

lver

os

p

robl

em

as

qu

e v

ão

su

rgin

do d

iari

am

en

te.

Po

r su

a v

ez,

est

as

Ass

oci

açõ

es

tam

m t

êm

um

p

ap

el s

igni

fica

tivo

no

qu

e r

esp

eita

ao

s pa

is,

po

is s

ão

ela

s q

ue

mu

itas

veze

s q

ue

aju

da

m

na

re

solu

ção

/min

imiz

açã

o d

os

pro

ble

ma

s q

ue

o s

urg

ind

o n

as

fam

ília

s, n

om

ea

da

me

nte

os

de

ín

dol

e a

lime

nta

r, t

ran

spor

te d

as

cria

nça

s e

a

po

io a

o n

ível

esc

olar

e e

xtra

curr

icul

ar.

“é

ext

rem

am

ent

e

imp

ort

an

te

par

a

o

suce

sso

ed

uca

tivo

do

s a

lun

os

(…)

qua

nd

o u

ma

Ass

oci

açã

o

de

Pa

is e

stá

co

m u

ma

act

ivid

ad

e,

com

um

a f

orte

a

ctiv

ida

de

, co

nse

gu

e u

ma

art

icu

laçã

o c

om

o c

orp

o d

oce

nte

e a

jud

a o

co

rpo

do

cen

te n

os

pro

ble

ma

s qu

e

surg

em

n

o

dia

-a-d

ia

da

e

sco

la.

De

sta

form

a,

con

seg

ue

tam

m r

eso

lver

mu

itos

pro

ble

ma

s qu

e a

s fa

míli

as

têm

, so

bre

tud

o,

qua

nd

o s

ão

pa

is e

m i

da

de

a

ctiv

a e

la

bo

ral

e q

ue

, m

uita

s ve

zes,

m p

rob

lem

as

com

o t

ran

spo

rte

da

cria

nça

, a

lime

nta

ção

, ap

oio

no

â

mb

ito e

sco

lar

e e

xtra

curr

icu

lar.

Fu

nçã

o

As

AP

EE

m u

ma

fu

nçã

o,

em

qu

e a

ba

se

ass

en

ta

num

a

art

icul

açã

o

com

o

co

rpo

d

oce

nte

, a

fim

de

se

a

lca

nça

r o

su

cess

o

ed

uca

tivo

.

“Eu

co

nsi

de

ro

que

u

ma

A

sso

cia

ção

d

e

Pa

is

pa

ra

fun

cio

na

r b

em

ne

cess

ita d

e t

er

um

a a

rtic

ula

ção

co

m

o

corp

o

doce

nte

da

e

sco

la,

pois

a

ssim

é

qu

e

con

seg

uem

alc

an

çar

o s

uce

sso

ed

uca

tivo

.”

Cat

ego

ria

– A

P A

rco

s

Co

nst

itu

ição

da

AP

A

AP

EE

A

o

tem

h

isto

rial

d

e

AP

EE

a

nte

cess

ora

s,

send

o

a p

rim

eir

a

con

stitu

ída

e

m 1

98

8.

“Nã

o.

A A

sso

cia

ção

fo

i co

nst

ituíd

a m

ais

ou

me

no

s p

or

volta

do

an

o 1

98

8.”

Pro

cess

o d

e C

on

stit

uiç

ão

Os

fun

da

me

nto

s q

ue

leva

ram

a

o

ap

are

cim

en

to

da

A

PE

EA

b

ase

ara

m-s

e

no

fa

cto

de

: -

o

jard

im-d

e-i

nfâ

nci

a

de

A

rco

s se

r do

s p

rim

eir

os

a s

urgi

r e

m V

ila d

o C

ond

e e

se

r um

e

spa

ço

qu

e

o

tinha

u

ma

b

oa

e

stru

tura

sica

; -

zon

a d

e V

ila d

o C

ond

e s

er

um

me

io c

om

ria

s e

mp

resa

s d

e

con

fecç

ão

o

nde

tr

ab

alh

ava

m

gra

nd

e

pa

rte

d

os

pai

s da

s cr

ian

ças

qu

e

fre

que

nta

vam

o

ja

rdim

-de

-in

fân

cia

. P

era

nte

est

e f

act

o a

AP

EE

A d

ep

aro

u

qu

e a

fre

qu

ente

mo

bili

da

de

leva

va a

qu

e o

s p

ais

tiv

ess

em

po

uco

te

mp

o p

ara

est

ar

com

os

filh

os

e

de

os

leva

r à

e

sco

la,

alé

m

de

as

cr

ian

ças

tere

m q

ue

fa

zer

vári

as

de

slo

caçõ

es,

m

uita

s ve

zes

sozi

nh

as

ou

aco

mp

an

ha

dos

p

elo

s m

ais

cre

scid

os,

en

tre

o e

spa

ço f

am

iliar

e

o e

scol

ar

pa

ra e

fect

uar

a r

efe

ição

.

“O

jard

im-d

e-in

fân

cia

d

e

Arc

os

foi

do

s p

rim

eiro

s,

ofic

iais

, d

o C

on

celh

o d

e V

ila d

o C

on

de

(…

) tín

ha

mo

s e

stru

tura

s p

ara

fu

nci

on

ar

e t

ính

amo

s u

m j

ard

im-d

e-

infâ

nci

a a

da

pta

do

na

Ju

nta

de

Fre

gue

sia

, m

as

o e

ra

um

b

om

ja

rdim

-de-

infâ

nci

a

em

te

rmo

s d

e e

stru

tura

fís

ica

, n

ão e

ra.

(…)

Na

altu

ra v

erif

ico

u-s

e

que

exi

stia

m m

uita

s e

mp

resa

s d

e c

onfe

cção

ne

sta

zon

a e

qu

e o

s p

ais

pa

ra i

r tr

ab

alh

ar t

inh

am

qu

e s

e

de

slo

car

e a

s cr

ian

ças

tinh

am

de

fa

zer

um

pe

rcu

rso

en

orm

e

para

ire

m

alm

oça

r a

ca

sa,

alg

um

as

an

da

vam

qu

ilóm

etr

os

par

a ir

alm

oça

r e

vo

ltar

pa

ra a

e

sco

la

(…)

o

jard

im

com

o

era

m

uito

pe

que

no

, co

me

çou-

se a

fa

zer

um

a s

op

inh

a à

hor

a d

e a

lmo

ço.

Ain

da

o e

xist

ia A

sso

cia

ção

de

Pa

is e

já h

avi

a u

ma

p

an

elin

ha

o

nd

e

se

fazi

a

a

sop

a

e

as

cria

nça

s já

co

mia

m

pe

lo

me

no

s u

ma

so

pa

e

en

tre

tan

to

iam

e

mb

ora

, u

ns

sozi

nh

os,

ou

tro

s…co

mo

a e

sco

la e

ra

mu

ito

lon

ge

, o

s m

ais

ve

lho

s le

vava

m

os

ma

is

pe

que

nin

os.

Ob

ject

ivo

s

A A

PE

E t

inh

a c

om

o a

lice

rce

a t

rilo

gia

alu

no

-fa

míli

a-e

sco

la,

ass

im

os

seu

s o

bje

ctiv

os

ba

sea

vam

-se

n

o

ap

oio

à

s fa

míli

as,

n

om

ea

da

me

nte

ao

nív

el

da

s re

feiç

õe

s e

nas

a

ctiv

idad

es

da

s cr

ian

ças.

“Est

a n

ece

ssid

ad

e d

e a

po

iar

as

fam

ília

s, o

prim

eiro

o

bje

ctiv

o

foi

ess

e,

ap

oia

r a

s fa

míli

as

(…)

a

Ass

oci

açã

o

tinh

a

sob

retu

do

e

sta

tr

ilog

ia

alu

no

-fa

míli

a-e

sco

la.

Os

prin

cip

ais

ob

ject

ivo

s fo

ram

o a

po

io

na

s re

feiç

õe

s e

sco

lare

s e

n

as

act

ivid

ad

es

do

s m

iúd

os

do

jard

im-d

e-in

fân

cia

.”

Co

nst

ran

gim

ento

s A

A

PE

EA

p

ass

ou

p

or

div

ers

os

“Co

mo

a

A

uta

rqu

ia

mu

do

u

foi

pro

po

sta

da

n

ova

con

stra

ngi

me

nto

s,

sen

do

de

a

ssin

ala

r d

ois

gra

nd

es

mo

me

nto

s.

O

pri

me

iro

fo

i q

ua

ndo

m

ud

ou

a

A

uta

rqu

ia

e

est

a

tinh

a

com

o

pre

ten

são

elim

ina

r a

AP

ou

to

ma

r co

nta

de

sta.

N

o e

nta

nto

tra

bal

ha

ram

em

co

nju

nto

ce

rca

de

q

ua

tro

an

os,

m

as

com

m

uita

s q

ue

zília

s e

p

robl

em

as.

O

se

gu

nd

o

est

ava

re

laci

on

ado

co

m

as

reu

niõ

es

qu

e

tinha

m

na

E

sco

la

da

Ju

nq

uei

ra,

em

qu

e i

nic

ialm

en

te t

ud

o e

sta

va

be

m,

até

à p

rese

nça

do

Pre

side

nte

da

AP

EE

A

gru

pa

me

nto

, q

ue

po

r su

a

vez

era

o

se

cre

tário

da

Jun

ta d

e F

reg

ue

sia

de

Arc

os

e

qu

e n

ão

tin

ha u

m b

om

re

laci

on

am

en

to c

om

a

AP

EE

A.

Au

tarq

uia

, e

limin

ar

a A

P A

rco

s o

u t

om

ar

con

ta d

a A

P

Arc

os.

Na

altu

ra a

ind

a e

stiv

em

os

a t

rab

alh

ar

ma

is o

u

me

no

s qu

atr

o a

no

s co

m

a

no

va

Au

tarq

uia

, co

m

mu

itas

que

zília

s, c

om

mu

itos

pro

ble

ma

s. E

ntre

tan

to

ne

ssa

altu

ra,

com

o e

u n

ão

tinh

a n

ada

a v

er

com

as

refe

içõ

es,

co

me

çara

m

a

leva

nta

r um

g

ran

de

pro

ble

ma

à

C

âma

ra

Mu

nic

ipa

l d

e

Vila

d

o

Co

nd

e,

po

rqu

e e

ra e

la q

ue

ge

ria a

s re

feiç

õe

s. O

pro

ble

ma

o e

ra c

omig

o,

eu

o p

od

ia e

sta

r a

en

volv

er-

me

po

rqu

e e

ra u

m a

ssu

nto

en

tre

Au

tarq

uia

s e

Ju

nta

de

Fre

gue

sia

.”

“Co

me

çam

os

a i

r à

s re

un

iõe

s à

Ju

nqu

eira

qu

e é

o

Ag

rup

am

ento

d

e E

sco

las.

N

o

iníc

io,

um

re

laci

on

am

en

to

no

rma

l, at

é

que

ap

are

ce

o P

resi

de

nte

d

a

Ass

oci

açã

o

de

E

nca

rre

gad

os

de

Ed

uca

ção

d

a E

sco

la

da

Jun

que

ira,

que

e

ra

pre

cisa

me

nte

o

se

cre

tário

d

a

Jun

ta

de

F

reg

ue

sia

d

est

a t

err

a o

En

ge

nhe

iro A

ma

ro.

Eu

fu

i a

trê

s, d

ua

s o

u t

rês

reu

niõ

es

no

Ag

rup

am

ento

.”

Pap

el d

a co

mu

nid

ade

A

com

un

ida

de

lo

cal

sem

pre

te

ve

um

p

ap

el

sig

nific

ativ

o p

ara

a A

PE

EA

, p

rin

cip

alm

en

te a

Ju

nta

de

Fre

gu

esi

a q

ue

ap

ós

a a

qui

siçã

o d

e

um

a c

arr

inha

co

me

çou

a f

aze

r o

tran

spo

rte

d

as

cria

nça

s.

Est

e

tra

bal

ho

de

a

rtic

ula

ção

p

erm

itiu

qu

e

as

cria

nça

s co

me

çass

em

a

p

ass

ar

ma

is t

em

po

na

esc

ola

e q

ue

tiv

ess

em

um

fu

nci

on

ário

qu

e a

sse

gu

rava

o p

erí

odo

das

se

te e

me

ia à

s n

ove

, a

ho

ra d

o al

mo

ço e

o

pro

lon

ga

me

nto

até

às

de

zoito

ho

ras.

A

ma

ra M

un

icip

al t

am

m f

oi u

ma

en

tida

de

“A J

un

ta d

e F

reg

ue

sia

da

va o

ap

oio

e c

om

pro

u u

ma

carr

inh

a,

o

que

p

erm

itiu

qu

e

as

cria

nça

s já

n

ão

tive

sse

m q

ue

se

de

slo

car,

po

is ia

m a

ca

sa b

usc

á-l

as

(…)

com

eça

mo

s a

re

ceb

er

as

cria

nça

s d

as

sete

e

me

ia

às

no

ve

e

de

po

is

da

s tr

ês

e

me

ia

às

seis

, qu

an

do

o

s pa

is

vin

ha

m

do

tr

ab

alh

o.

Hav

ia

um

p

erí

od

o

em

que

e

ra

ap

oia

do

p

ela

A

P

Arc

os

em

co

lab

ora

ção

co

m

a

Jun

ta

de

Fre

gue

sia

, a

nte

s d

a a

be

rtur

a d

a e

sco

la,

e a

s re

feiç

õe

s à

ho

ra d

e a

lmo

ço

e o

pro

lon

ga

me

nto

até

à v

ind

a d

os

pais

.”

“se

mp

re c

om

o a

po

io d

a C

âm

ara

Mu

nic

ipa

l d

e V

ila

qu

e i

nve

stiu

na

esc

ola,

ofe

rece

u a

lgu

ns

ben

s e

co

ntr

ibu

ía c

om

um

a v

erb

a q

ue

pe

rmiti

a q

ue

os

pai

s n

ão

pa

ga

sse

m o

u p

ag

ass

em

me

no

s p

elo

pro

lon

ga

me

nto

.

do

Co

nd

e,

na

pe

ssoa

do

Pre

sid

en

te d

a C

âm

ara

qu

e

(…)

é

um

ho

me

m

que

se

mp

re

se

ded

ico

u

às

esc

ola

s, s

em

pre

inve

stiu

na

s e

sco

las.

Fo

i pre

ciso

um

fr

igo

rífic

o e

ele

ofe

rece

u o

frig

orí

fico

, fo

i pre

ciso

um

a a

rca

e e

le o

fere

ceu

um

a a

rca

e t

amb

ém n

os

da

va

um

a

verb

a o

qu

e

pe

rmiti

a

com

qu

e

os

pais

n

ão

p

ag

ass

em

ou

pa

ga

ssem

me

no

s, p

orq

ue

tín

ham

os

de

ter

fun

cio

rios

da

s se

te e

trin

ta a

té à

s n

ove

e d

as

trê

s à

s se

is e

tin

ha

de

se

r p

ag

o.”

mer

o d

e A

sso

ciad

os

Re

lativ

am

en

te a

o n

úm

ero

de

ass

oci

ado

s d

a

AP

EE

A n

ão

fo

i in

dica

do u

m n

úm

ero

co

ncr

eto

, m

as

foi

po

ssív

el p

erce

ber

qu

e d

e t

odo

s os

a

luno

s q

ue

est

ava

m i

nsc

rito

s n

o j

ard

im e

na

e

sco

la o

s p

ais

era

m s

óci

os

efe

ctiv

os.

“Tín

ham

os,

nh

amo

s a

sso

cia

do

s,

sóci

os

e

be

ne

mér

itos.

T

od

os

aqu

ele

s qu

e

fre

que

nta

vam

a

esc

ola

e o

jard

im e

ram

cio

s e

fect

ivo

s.”

Tip

o d

e A

sso

ciad

os

O t

ipo

de

ass

oci

ad

os

era

co

nst

ituíd

o p

or

pai

s e

e

nca

rre

gad

os

de

edu

caçã

o,

os

sóci

os

be

ne

rito

s e

os

fun

dad

ore

s.

“Era

m s

ó o

s p

ais

e e

nca

rre

ga

dos

de

ed

uca

ção

, o

s só

cio

s b

en

em

érit

os

e o

s fu

nd

ad

ore

s.”

Pag

amen

to v

erb

as

Os

pa

is

pa

gava

m

um

a

verb

a

sim

lica,

p

orq

ue

dia

ria

me

nte

ha

via

sete

nta

cri

an

ças

a

alm

oça

r n

a

can

tina

. P

or

sua

ve

z,

tam

m

be

ne

ficia

vam

d

o

ap

oio

d

e

em

pre

sas

e

lab

ora

tóri

os.

“Ch

eg

am

os

a t

er

ma

is d

e s

ete

nta

cria

nça

s a

alm

oça

r e

, is

so e

ra p

oss

íve

l, a

tra

vés

de

um

a v

erb

a m

ínim

a,

um

a c

ois

a in

sig

nifi

can

te,

um

a v

erb

a s

imb

ólic

a q

ue

os

pa

is

pa

ga

vam

, m

as

tín

ham

os

mu

itos

ap

oio

s,

de

e

mp

resa

s e

lab

ora

tório

s qu

e a

té d

ava

m d

inh

eiro

.”

So

licit

ação

de

apo

io p

elo

s P

ais

Os

pai

s pe

dia

m

ap

oio

à

A

PE

EA

e

a

A

sso

cia

ção

ta

mb

ém

re

corr

ia

a

ele

s q

ua

ndo

e

ra

ne

cess

ário

. U

m

exe

mp

lo

nít

ido

d

ess

a

solic

itaçã

o

est

ava

n

o

pre

ench

ime

nto

d

e

inq

uéri

tos

de

sa

tisfa

ção

face

à

al

ime

nta

ção

d

as

cria

nça

s.

“Sim

, m

as

s ta

mbé

m r

eco

rría

mo

s a

ele

s. E

xem

plo

d

isso

e

ra

com

o

s af

ixá

vam

os

a

em

en

ta,

po

ste

riorm

en

te,

fazí

am

os

inqu

éri

tos

sob

re o

tip

o d

e

alim

en

taçã

o p

ara

ve

r o

qu

e é

qu

e o

s p

ais

go

sta

vam

e

se

go

sta

vam

.”

Ad

esão

do

s P

ais

Os

pai

s tin

ha

m

um

a

bo

a

ade

são

e

havi

a

sem

pre

u

ma

b

oa

a

rtic

ula

ção

e

ntr

e

tod

os

- “E

ram

m

uito

s.

Ha

via

u

ma

b

oa

a

rtic

ula

ção

co

m

o

corp

o d

oce

nte

, h

avi

a u

ma

bo

a a

rtic

ula

ção

co

m o

s

AP

EE

A,

corp

o

do

cen

te

e

pai

s.

Os

pai

s e

sta

vam

en

volv

ido

s e

mo

tiva

do

s e

se

gu

ndo

a

ex-

pre

side

nte

, e

ssa

en

tre

ga

est

ava

re

laci

on

ada

co

m o

fa

cto

de

ele

s p

reci

sare

m

da

A

sso

cia

ção

, n

om

ea

da

me

nte

a

o

nív

el

do

tra

nsp

orte

, al

ime

nta

ção

e d

o p

rolo

ng

am

en

to.

pa

is.

Os

pa

is

est

ava

m

en

volv

ido

s e

m

tud

o,

na

s fe

sta

s,

no

m

elh

ora

r is

to,

no

in

form

ar.

H

avi

a

um

a

mo

tiva

ção

, e

u a

cho

qu

e é

iss

o.

Os

pa

is p

reci

sava

m

da

A

sso

cia

ção

. D

esd

e

o

ir b

usc

ar

as

cria

nça

s a

ca

sa,

de

sde

o p

rolo

ng

am

en

to n

a e

sco

la,

desd

e a

s re

feiç

õe

s, t

ud

o.

De

po

is c

om

o já

o p

reci

sava

m p

ara

a

re

feiç

ão

, p

reci

sava

m s

ó n

o t

ran

spo

rte

e n

os

ap

oio

s n

ão

le

ctiv

os.

N

ós

tín

ha

mo

s um

a

com

pon

ente

n

ão

lect

iva

d

e

ap

oio

à

s fa

míli

as

da

s se

te

e

me

ia

da

m

an

às

seis

ho

ras

da

ta

rde

, à

s ve

zes

até

às

seis

e

me

ia.”

C

ateg

ori

a –

Mo

vim

ento

s A

sso

ciat

ivo

s

Insc

rito

s N

un

ca

est

ive

ram

in

scri

tos

porq

ue

na

é

po

ca

o e

xist

ia a

FA

PC

ON

DE

ne

m a

CO

NF

AP

. “N

ão

. N

un

ca, n

ão

exi

stia

.”

Cat

ego

ria

– R

elaç

ão d

a A

P c

om

a E

sco

la

Rel

ação

A r

ela

ção

co

m a

esc

ola

foi

se

mp

re b

oa

e e

sta

b

ase

ava

-se

na

art

icul

açã

o.

A p

ost

ura

que

a

Ass

oci

açã

o tin

ha

com

a

e

scol

a

era

de

p

arc

eri

a e

en

volv

ime

nto

. R

ela

tiva

me

nte

à

s E

sco

las

da

Ju

nq

uei

ra

o

rela

cio

na

me

nto

ta

mb

ém

era

bo

m p

ara

co

m a

D

ire

cçã

o c

om

o p

ara

co

m o

s fu

nci

oná

rio

s.

“Ho

uve

sem

pre

um

a e

xce

len

te a

rtic

ula

ção

co

m o

s p

rofe

ssor

es,

nu

nca

ho

uve

pro

ble

ma

s, n

un

ca (

…)

a

po

stu

ra q

ue

a A

sso

cia

ção

tin

ha

pa

ra c

om

a e

sco

la

era

de

pa

rcer

ia e

en

volv

ime

nto

.”

“O r

ela

cio

na

me

nto

co

m a

s e

sco

las

da J

un

que

ira f

oi

sem

pre

e

xce

len

te

com

o

P

rofe

sso

r D

om

ing

os,

o

Pro

fess

or

José

Hen

riqu

es,

co

m o

s fu

nci

on

ári

os,

co

m

tod

a a

ge

nte

, fo

i se

mp

re e

xce

len

te.”

R

epre

sen

taçã

o

no

s ó

rgão

s d

e g

estã

o

A A

PE

EA

tin

ha

re

pre

sen

taçã

o n

o C

on

selh

o

Pe

da

gico

. “A

P

Arc

os

est

ava

re

pre

sent

ad

a n

o

Co

nse

lho

Pe

da

gic

o.”

Mo

tivo

in

acti

vid

ade

A

ina

ctiv

ida

de

de

sta

A

sso

cia

ção

p

ren

de

-se

co

m

qu

est

õe

s p

olít

ica

s,

tend

o

a

sua

a

ctiv

idad

e

cess

ad

o

em

M

arç

o

de

2

00

5.

Se

gu

nd

o

a

ex-

pre

sid

ent

e

os

mo

tivo

s d

a

“O

que

m

e le

vou

a

ter

um

a

fast

ame

nto

co

m

o A

gru

pa

men

to d

e E

sco

las

(…)

foi

po

rqu

e o

se

nh

or

En

ge

nh

eiro

A

ma

ro

que

e

ra

Pre

sid

en

te

da

Ass

oci

açã

o d

e P

ais

e E

nca

rreg

ad

os

de

Ed

uca

ção

da

ina

ctiv

ida

de

e

sta

vam

re

laci

on

ado

s co

m

o

Pre

sid

ente

da

AP

EE

da

Esc

ola

da

Jun

qu

eira

(E

ng

en

hei

ro

Am

aro

),

qu

e e

ra

tam

m

o

secr

etá

rio d

a Ju

nta

de

Fre

gu

esi

a d

e A

rco

s,

qu

e t

eve

atit

ud

es

po

uco

co

rre

cta

s co

m a

AP

A,

po

r su

a

vez

est

es

com

po

rta

me

nto

s d

esp

ole

tou

e a

usê

nci

a d

os

ele

me

nto

s d

a A

P

Arc

os

no

Co

nse

lho

Pe

da

góg

ico

.

Esc

ola

da

Jun

que

ira,

com

eço

u a

ter

atit

ud

es

me

no

s co

rre

cta

s pa

ra c

om

a A

P A

rco

s, m

en

os

corr

ect

as,

fic

a p

or

aí.

As

pe

sso

as

com

eça

ram

-se

a s

ubs

titu

ir e

e

u

fiz-m

e

sub

stitu

ir (…

) co

me

cei-m

e

a

faze

r su

bst

ituir

no

Co

nse

lho

Pe

da

gic

o (

…)

na

s re

un

iõe

s d

a A

sso

cia

ção

em

qu

e e

le e

ra o

Pre

sid

en

te e

em

qu

e n

ós

tam

m lá

est

áva

mo

s, e

sta

va lá

To

ugu

inh

a,

ach

o q

ue

era

To

ugu

inh

a e

Rio

Ma

u.

Aco

nte

ce q

ue

o

s m

eu

s co

lab

ora

do

res

com

eça

ram

-me

a

diz

er:

“D

ou

tora

o vo

u m

ais

pa

ra o

Pe

da

gic

o,

eu

o e

sto

u

pa

ra

atu

rar

aqu

ilo”,

m

as

o

est

ava

m

pa

ra

atu

rar,

o e

ra o

Co

nse

lho

Pe

dag

óg

ico

, e

ra o

se

nh

or

En

ge

nh

eiro

A

ma

ro,

po

rqu

e

ele

e

ra

secr

etá

rio

da

Ju

nta

e a

qui h

ou

ve u

m b

oca

do

de

po

lític

a.”

“O

mo

tivo

fo

i e

sse

nci

alm

en

te p

olít

ico

, in

feliz

me

nte

, m

as

foi.

Eu

ach

o q

ue

fo

i e

m 2

005

em

Ma

rço

, is

to

pa

rou

em

Mar

ço d

e 2

00

5.”

Cat

ego

ria

- A

ctiv

idad

es

Act

ivid

ades

d

esen

volv

idas

As

act

ivid

ade

s de

sen

volv

ida

s b

ase

ava

m-s

e

no

s p

ass

eio

s, f

est

a d

e N

ata

l co

m p

rese

nça

de

to

da

a

co

mu

nid

ad

e

esc

ola

r e

ab

ert

a

à

com

un

ida

de

lo

cal,

alé

m

do

co

rte

jo

de

ca

rna

val.

“Ch

eg

am

os

a

faze

r co

m

as

esc

ola

s p

ass

eio

s lin

dís

sim

os,

fo

mo

s a

o

jard

im

zoo

lóg

ico

le

var

os

miú

do

s.”

“F

azí

am

os

fest

as

de

Na

tal

que

era

um

esp

ect

ácu

lo.

Era

um

ver

da

de

iro e

spe

ctá

culo

, pa

ra o

s p

ais

, p

ara

o

s a

vós,

pa

ra o

s a

mig

os.

(…

) F

azí

am

os

tam

m o

co

rte

jo d

e C

arn

ava

l co

m i

da

s a

Vila

do

Co

nd

e a

os

cort

ejo

s e

qu

e a

AP

Arc

os

est

ava

sem

pre

pre

sen

te.

Era

um

a d

inâ

mic

a.”

Pro

po

stas

A

s a

ctiv

ida

de

s e

ram

ap

rese

nta

das

pe

los

pai

s,

esc

ola

e c

orp

o d

oce

nte

, m

as

ha

via

art

icul

açã

o

en

tre

tod

os.

“Era

a a

rtic

ula

ção

en

tre

to

do

s p

ais

, e

sco

la e

co

rpo

do

cen

te e

xist

en

te.”

Nec

essi

dad

es d

a es

cola

As

act

ivid

ad

es

iam

d

e

en

con

tro

às

n

ece

ssid

ad

es

da

e

scol

a,

ma

s a

A

PA

n

ão

in

terf

eri

a n

as

act

ivid

ade

s le

ctiv

as

ne

m

nas

o

rga

niza

das

pel

a

pró

pria

e

scol

a.

To

davi

a

est

ava

m

pre

sen

tes

pa

ra

cola

bor

ar

e

com

pa

rtic

ipa

r co

m o

qu

e f

oss

e n

ece

ssár

io.

“Sim

, m

as

o

inte

rfe

ría

mo

s m

uito

n

a

act

ivid

ad

e

lect

iva

e n

as

act

ivid

ad

es

org

an

iza

da

s p

ela

pró

pria

e

sco

la,

ma

s co

labo

ráva

mo

s se

mp

re

que

a

esc

ola

p

reci

sass

e (

…)

mu

itas

veze

s e

ra p

reci

so d

ar

um

a le

mb

ran

çazi

nh

a

à

Ed

uca

do

ra

e

a

AP

A

rco

s co

mp

art

icip

ava

e e

sta

va s

emp

re p

rese

nte

.”

Div

ulg

ação

No

iníc

io d

o a

no

lect

ivo

a A

PA

re

uni

a e

fa

zia

a

pro

gra

ma

ção

e

o

p

lan

o

de

a

ctiv

ida

de

s.

A

div

ulga

ção

era

fei

ta d

e d

uas

form

as,

ao

s p

ais

atr

avé

s de

co

rre

spon

nci

a e

à c

oord

ena

do

ra

de

esc

ola

por

co

mu

nic

ad

o o

u o

ralm

en

te.

“Era

mu

ito s

imp

les.

Fa

zía

mo

s u

ma

re

un

ião

pe

lo m

ês

de

Ou

tub

ro e

fa

zía

mo

s a

pro

gra

ma

ção

co

m p

lan

o d

e a

ctiv

ida

de

s.

Ta

mb

ém

aju

vam

os

e

pod

erí

am

os

inte

gra

r o

u n

ão a

s a

ctiv

ida

de

s, p

or

exe

mp

lo a

Fe

sta

de

Fin

al d

e A

no

era

a e

sco

la q

ue

ass

eg

ura

va e

a A

P

Arc

os

o in

terf

eria

.”

Os

pa

is e

ram

mob

iliza

do

s “p

or

corr

esp

on

nci

a”.

A

C

oo

rde

nad

ora

d

e

Esc

ola

“p

or

com

un

ica

do

e

ora

lme

nte

.”

Par

tici

paç

ão d

a C

om

un

idad

e L

oca

l

A

com

un

ida

de

lo

cal

pa

rtic

ipa

va

e

havi

a

ad

esã

o.

Qu

an

do

ha

via

fest

as,

os

part

icip

an

tes

pa

ga

vam

um

va

lor

sim

lico

par

a a

jud

ar,

ma

s ca

so f

oss

em

fa

mili

are

s di

rect

os

do

s al

uno

s o

p

ag

am

en

to n

ão

se

apl

ica

va.

“Sim

, m

as

só p

ag

ava

m o

s co

nvi

da

do

s, o

s qu

e e

ram

co

nvi

da

do

s d

esd

e q

ue

o f

oss

em p

ais

, ir

os

e a

vós.

Pa

ga

vam

um

a c

ois

a s

imb

ólic

a.”

“A

s a

ctiv

ida

de

s d

a A

P A

rco

s e

ram

con

he

cid

as

e e

ra

um

a c

ois

a i

mp

ress

ion

an

te,

com

o h

avi

a u

ma

gra

nd

e a

de

são

. A

s p

ess

oa

s n

ão

se

im

po

rta

vam

de

pa

gar

p

ara

ir

à f

est

a.

E e

ste

pa

ga

r e

ra p

orq

ue

ha

via

um

g

ran

de

lan

che

tam

bém

.”

Co

mp

arti

cip

ação

d

e en

tid

ades

Ha

via

co

mp

art

icip

açõ

es,

ma

s a

AP

A t

inh

a o

cu

idad

o

com

a

s d

esp

esa

s d

as

act

ivid

ade

s.

Qu

an

do

h

avi

a

lucr

os

o

din

hei

ro

era

u

sado

p

ara

col

ma

tar

ne

cess

idad

es.

“Nã

o p

od

íam

os

mis

tura

r co

nta

s d

a A

P A

rco

s co

m

um

a

cois

a

que

é

um

a

fest

a

ou

um

p

ass

eio

. N

ão

mis

turá

vam

os

as

cois

as.

Era

m s

ep

ara

da

s, e

mb

ora

à

s ve

zes,

so

bra

va d

inh

eiro

qu

e r

eve

rtia

a f

avo

r d

as

ne

cess

ida

de

s d

a A

P A

rco

s.”

Par

tici

paç

ão d

os

Pai

s O

s p

ais

pa

rtic

ipa

vam

na

fe

sta

de

Na

tal

era

m

ele

s q

ue

pre

par

ava

m a

fe

sta

pa

ra o

s fil

ho

s.

Fe

sta

de

Na

tal “

(…

) e

ram

os

pa

is q

ue

fa

zia

m a

fe

sta

pa

ra

os

seu

s fil

ho

s.

Os

seu

s fil

ho

s,

os

me

nin

os

ap

en

as

era

m a

uto

res

nu

ma

pe

cin

ha

par

a o

s p

ais

. S

en

ão

era

m o

s p

ais

qu

e f

azi

am

tu

do

, du

ran

te a

no

s e

an

os.

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o f

eita

em

re

un

iõe

s co

m a

dir

ecç

ão

e

com

to

do

o g

rup

o o

nd

e e

ram

an

alis

ad

os

os

asp

ect

os

po

sitiv

os

e n

ega

tivo

s.

“Fa

zía

mo

s.

Re

un

ia

a

Dire

cçã

o

e p

ost

erio

rme

nte

fa

zia

-se

co

m

o

gru

po

to

do

, vi

am

-se

o

s p

on

tos

po

sitiv

os

e o

s n

eg

ativ

os.

” C

ateg

ori

a –

Rel

ação

en

tre

as A

P

Exi

stên

cia

de

ou

tras

AP

EE

N

ão

, p

ois

a A

P A

rco

s fo

i a

pri

me

ira

a s

urg

ir

em

Vila

do

Co

nde

. “A

no

ssa

fo

i a

prim

eira

da

s F

reg

uesi

as

de

Vila

do

C

on

de

.”

Pro

ject

os

em

com

um

Nu

nca

ho

uve

pro

ject

o e

m c

om

um

po

rqu

e n

ão

e

xist

iam

o

utr

as

AP

EE

. A

s a

cçõ

es

que

d

ese

nvo

lvia

m e

ra p

ara

as

cria

nça

s e

fa

míli

as

e

inte

gra

vam

a

s d

e

ou

tra

s e

ntid

ade

s q

ua

nd

o s

olic

itad

os.

“Nã

o.

Po

rqu

e e

las

ne

m e

xist

iam

. A

s a

ctiv

ida

de

s qu

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fazí

am

os

era

m p

ara

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cria

nça

s, p

ara

os

pais

da

s cr

ian

ças,

p

ara

a

s fa

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as

da

s cr

ian

ças

e in

teg

ráva

mo

s a

s a

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ida

de

s qu

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do

so

licita

da

s p

or

en

tida

de

s.”

Cat

ego

ria

– P

rop

ost

as d

e A

ctu

ação

Act

ivid

ades

Re

fere

qu

e a

s A

PE

E t

êm

difi

culd

ad

es,

ma

s q

ue

ca

da

a

sso

cia

ção

é

u

ma

re

alid

ad

e.

Em

A

rco

s se

ria

cil

dese

nvo

lver

a

ctiv

ida

des

de

sde

qu

e n

ão

ho

uve

sse

qu

est

ões

pol

ítica

s.

Se

ria

im

po

rta

nte

qu

e a

s A

PE

E p

ert

en

cess

em

à

FA

PC

ON

DE

e

p

art

ilha

sse

m

as

sua

s a

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idad

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na

me

did

a e

m q

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o t

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lho

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qu

ipa

é m

ais

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néfic

o.

“os

pa

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Ass

oci

açõ

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têm

mu

ita d

ificu

lda

de

, e

u te

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sma

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ad

e s

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oss

e h

oje

, à

fre

nte

da

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açã

o

de

P

ais

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m

de

sen

volv

er

mu

itas

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raté

gia

s in

div

idu

alm

en

te (

…)

cada

Ass

oci

açã

o d

e P

ais

é u

ma

re

alid

ad

e lo

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Arc

os

só t

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um

a e

sco

la

(…)

é u

ma

co

isa

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ito p

equ

en

ina

e o

nd

e s

eria

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ito

fáci

l d

ese

nvo

lve

r a

ctiv

ida

de

s (…

) m

as

só s

eria

cil

se a

po

lític

a n

ão

se

me

tess

e e

ser

ia u

m t

rab

alh

o b

on

ito e

inte

ress

an

te.”

“C

ad

a A

sso

cia

ção

é u

ma

re

alid

ad

e e

exi

stin

do

de

via

re

alm

en

te

pe

rte

nce

r à

F

AP

CO

ND

E,

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ra

po

ste

riorm

en

te

pa

rtilh

are

m

com

a

s o

utr

as

Ass

oci

açõ

es,

as

sua

s p

rópr

ias

act

ivid

ad

es,

po

rqu

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(…)

é m

uito

ma

is r

en

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o e

m e

quip

a,

po

is

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de

sen

volv

e-se

m

elh

or,

m

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ate

nde

nd

o

à

rea

lida

de

de

ca

da u

m.”

C

ateg

ori

a –

Rep

rese

nta

ção

do

s P

ais

acer

ca d

a E

sco

la

Per

spec

tiva

do

s p

ais

Co

nsi

dera

q

ue

o

s pa

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não

m

op

iniõ

es

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sitiv

as

ace

rca

da

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ola

de

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o a

os

me

ios

de

co

mu

nic

açã

o s

oci

al.

Ho

je e

xig

e-s

e m

uito

d

a e

sco

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cul

pa

biliz

ám

o-l

a a

cerc

a d

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ud

o o

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aco

nte

ce d

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al.

Fa

zem

os

pa

rte

de

um

a s

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ed

ad

e co

mp

lica

da

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stru

tura

da,

co

m p

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au

sen

tes

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om

h

áb

itos

de

exi

nci

a.

“eu

ach

o q

ue

os

pa

is v

êm

mu

ito m

al

a e

sco

la p

or

cau

sa

da

com

unic

açã

o

soci

al

(…)

a co

mun

ica

ção

so

cia

l m

ata

a e

sco

la,

ma

ta a

s fa

míli

as,

ma

ta t

ud

o.

Po

r o

utr

o la

do

, a

s fa

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vive

ram

a

é

poc

a

da

s “v

aca

s go

rda

s” e

exi

ge

m t

ud

o d

a e

sco

la,

ma

s n

ão

o à

esc

ola

.”

“est

á m

uito

ma

l e (

…)

um

a f

alta

de

re

spe

ito m

uito

g

ran

de

, h

oje

co

m a

esc

ola

. A

té d

á i

mp

ress

ão

qu

e a

e

sco

la t

em

cu

lpa

e q

ue

é a

cu

lpa

da

de

tud

o.”

“E

sta

no

va g

era

ção

fo

i um

a g

era

ção

qu

e n

ão

teve

p

rob

lem

as.

Est

es

pa

is f

ora

m o

s p

ais

do

25

de

Ab

ril

em

qu

e t

ud

o l

he

s fo

i d

ad

o,

tive

ram

em

pre

go

s. O

s a

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ram

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s, o

s a

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Seg

ura

nça

S

oci

al,

os

avó

s tiv

era

m

reg

alia

s so

cia

is,

os

avó

s tiv

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m s

de

de

gra

ça,

os

avó

s tiv

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m t

ud

o e

ma

is

alg

um

a

cois

a.

Os

filh

os

be

ne

ficia

ram

d

e

tod

a

a

Se

gu

ran

ça S

oci

al

do

s a

vós.

E a

gor

a,

os

filh

os

fora

m

cria

do

s e

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ab

itua

do

s a

g

ast

ar,

a

e

sba

nja

r,

ma

s e

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ind

o.

Os

pa

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ive

ram

m

uito

a

use

nte

s,

est

á u

ma

so

cie

da

de

mu

ito c

om

plic

ad

a.”