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Consórcios retomam fôlego no mercado e atraem consumidores Economia Troféu Aplauso chega à 14ª edição com sucesso Social Santa da Ibituruna completa 50 anos de inauguração Especial Ano 1 Nº 3 Novembro 2012 con ceito Um novo contexto em notícias ZIRALDO AOS 80 Cartunista relembra a ditadura e solta o verbo contra as redes sociais

3ª edição

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Na terceira edição da Revista Conceito uma entrevista com o escritor Ziraldo

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Page 1: 3ª edição

Consórcios retomam fôlego no mercado e atraem consumidores

Economia Troféu Aplauso chega à 14ª edição com sucesso

SocialSanta da Ibituruna completa 50 anos de inauguração

Especial

Ano 1 Nº 3 Novembro 2012

conceitoUm novo contexto em notícias

ZIRALDO AOS 80

Cartunista relembra a ditadura e solta o verbo contra as redes sociais

Page 2: 3ª edição

Cód. Curso Turno Nº Vagas1 Administração Noturno 50

2 Agronomia Noturno 50

3 Arquitetura e Urbanismo Matutino 50

4 Arquitetura e Urbanismo Noturno 50

5 Ciência da Computação Noturno 50

6 Ciências Contábeis Noturno 50

7 Design Gráfi co Noturno 50

8 Direito Matutino 50

9 Direito Noturno 100

10 Educação Física – Bacharelado Vespertino 50

11 Educação Física – Licenciatura Noturno 50

12 Enfermagem Noturno 50

13 Engenharia Civil Noturno 50

14 Engenharia Civil e Ambiental Matutino 50

15 Engenharia de Produção Noturno 50

16 Engenharia Elétrica Noturno 50

17 Farmácia Noturno 40

18 Fisioterapia Noturno 50

19 História Noturno 50

20 Jornalismo Noturno 50

21Letras – LicenciaturaHabilitação Português/InglêsRespectivas Literaturas

Noturno 50

22 Nutrição Noturno 40

23 Odontologia Integral 50

24 Pedagogia – Licenciatura Noturno 50

25 Psicologia Matutino 50

26 Serviço Social Noturno 50

27 Sistemas de Informação Noturno 50

Page 3: 3ª edição

3Novembro 2012conceito

Bianco Cunha é formado em Comunicação Social pela UFJF e é pós-graduado em Marketing. Tem experiência de trabalho na Rússia e atualmente tra-balha na Orquestra Sinfônica Brasileira.

Artista notável nos mais variados campos de ex-pressão. É pintora,escultora, escri-tora, documen-tarista, cineasta, inventora. Clores é plural.

Psicólogo, pes-quisador e mestre em Psicologia pela UFES e membro do Comitê de Ética em Pesquisa na cidade de Barreiras-BA.

Formado em Filosofia pelo Se-minário São José e em Pedagogia pela UFMG. É diretor da empresa Dialétika e coordenador técnico de cursos de capacitação do Sicoob em 8 estados.

Jornalista, especia-lista em Comunica-ção Empresarial e mestre em Ensino Superior. Consultora de etiqueta há uma década, ministra cursos e palestras e é autora do site elegantesempre.com.br

BIANCO CUNHA CLORES LAGE IGOR MADEIRA INOCÊNCIO MAGELA JANAÍNA DEPINÉ

Conheça nossos

Colaboradores

Mestre em Direito pela UGF/RJ, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Estratégica de Cooperativas. Professor Universitário.

Jornalista valadarense, radicada nos EUA há 12 anos. For-mada pela Boston University como tradutora e intér-prete em 2009, é proprietária da empresa Mass Translations.

Graduado em Gas-tronomia pela Está-cio de Sá, Lucas Del Peloso já chefiou grandes empresas como o Grupo Porcão e o La Isla. Atualmente esta à frente das criações do Restaurante Villa Roberti, em BH.

Repórter especial da Rede Record. Foi locutor de rádio nos EUA, editor-chefe do jornal Hoje em Dia e repórter da Rede Globo. Indicado ao Prêmio Ayrton Senna e Imprensa Embratel.

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Cursou parte da graduação na Universidade de Salamanca, na Espanha, e é ex-empresária júnior. Hoje é trainee de Marketing na BRMalls.

JOSÉ FRANCISCO JULIANA TEDESCO LUCAS PELOSO LUIZ GUSTAVO (BILÓ) TAINÁ COSTA

Adriana Portugal é graduada em Direito pela Faculdade Milton Campos, pós-graduada em Direito do Trabalho pelo Unicentro Newton Paiva, presi-dente do Grupo da Fraternidade Martha Figner e diretora do Instituto Nosso Lar

ADRIANA PORTUGAL

MILENA MARTINS

É bacharel pela Faculdade de Direito de Vila Velha. Espe-cialista em Direito Empresarial pela FGV. Advogada sócia responsável pelas associações permanentes nas cidades de Nanuque e Governador Valadares.

Cód. Curso Turno Nº Vagas1 Administração Noturno 50

2 Agronomia Noturno 50

3 Arquitetura e Urbanismo Matutino 50

4 Arquitetura e Urbanismo Noturno 50

5 Ciência da Computação Noturno 50

6 Ciências Contábeis Noturno 50

7 Design Gráfi co Noturno 50

8 Direito Matutino 50

9 Direito Noturno 100

10 Educação Física – Bacharelado Vespertino 50

11 Educação Física – Licenciatura Noturno 50

12 Enfermagem Noturno 50

13 Engenharia Civil Noturno 50

14 Engenharia Civil e Ambiental Matutino 50

15 Engenharia de Produção Noturno 50

16 Engenharia Elétrica Noturno 50

17 Farmácia Noturno 40

18 Fisioterapia Noturno 50

19 História Noturno 50

20 Jornalismo Noturno 50

21Letras – LicenciaturaHabilitação Português/InglêsRespectivas Literaturas

Noturno 50

22 Nutrição Noturno 40

23 Odontologia Integral 50

24 Pedagogia – Licenciatura Noturno 50

25 Psicologia Matutino 50

26 Serviço Social Noturno 50

27 Sistemas de Informação Noturno 50

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4Novembro 2012conceito

conceitoUm novo contexto em notícias

DIRETORIA

Diretor-presidenteGetúlio Miranda

Diretoria ExecutivaDileymárcio de Carvalho – MG 6697JPSonia Augusta Miranda

REDAÇÃO

Jornalista ResponsávelAndré Manteufel – MTb MG-10456

EstagiárioGeorge Gonçalves

FOTOGRAFIARamalho Dias

EDITORIA DE ARTE

DiagramaçãoAndressa Tameirão – MG-14994JP

Designer GráficoCarlos Faria

Projeto GráficoAndressa Tameirão

Revista Conceito Ltda. CNPJ: 16.671.290/0001-35Endereço: Rua Olegário Maciel, 569 Esplanada - CEP: 35010-200Governador Valadares-MGSite: www.conceitorevista.comEmail: [email protected]: (33) 9989-4092 / 9968-7171As opiniões emitidas pelos colaboradores no conteúdo desta revista são de inteira responsabilidade dos autores.

Contato Comercial:(33) 9968-7171

E-mail: [email protected]

EditorialAs eleições já se foram e o futuro de Governador Vala-

dares nos próximos quatro anos está definido, com direito a tabus quebrados: a começar pela Câmara Municipal, onde nunca se viram tantos vereadores na história do município. A partir de fevereiro, serão não mais 14, mas 21 parlamen-tares! É gente pra sair pelo ladrão. Além disso, a prefeita Elisa Costa, que já ostentava o feito de ser a primeira mu-lher a governar o município, agora também pode se vanglo-riar por ser a primeira a conseguir a reeleição em 70 anos de governo só de marmanjos.

Fruto da democracia, que na definição de Winston Churchill, ex-primeiro-ministro inglês e um dos mais ge-niais políticos do século XX, “é o pior dos regimes, depois de todos os outros”. No caso de Valadares, é um momen-to oportuno para mencionar esta frase. Afinal, Elisa Costa venceu a disputa com apenas pouco mais de 30% dos votos, ou, como proclamaram os opositores, com quase 70% de rejeição do eleitorado. Culpa dela? Claro que não! Elisa foi a mais votada ou, na pior das hipóteses, a menos rejeitada entre os cinco concorrentes.

E quem pensa que o desempenho dela foi ruim nas ur-nas está enganado. Em Laranjal do Jari, no Amapá, Zeca Madeireiro ganhou a disputa para prefeito com módicos 23,82% dos votos! Qual a diferença entre ele e Juninho (PPS), prefeito eleito em Cariacica (ES) com 85,43% dos votos, a maior aprovação do país? Absolutamente nenhu-ma! Afinal, cá entre nós, a tal rejeição nas urnas é o que menos importa agora. Por isso, Elisa Costa tem pela frente um mandato inteiro pra provar à maioria dos eleitores vala-darenses que, de fato, mereceu a reeleição.

Aliás, diminuir essa desconfiança será, com certeza, um dos grandes desafios da petista no segundo governo. Com mais experiência administrativa e uma visão mais clara do que acontece no município, Elisa Costa tem boas chances – e, diga-se de passagem, a última – de fazer um grande governo. É o que todos os valadarenses querem. Inclusive, espera-se, os adversários derrotados.

IMPRESSÃOGráfica Del ReyBelo Horizonte-MG

TIRAGEM2.000 exemplares - Gov. Valadares500 exemplares - Caratinga

Periodicidade mensal

Page 5: 3ª edição

5Novembro 2012conceito

Índice

BON VIVANT

COM A PALAVRA

GLAMOUR

LEI DE COTAS

7

6

36

18

COPA 2014 15

MULHERES COOPERATIVISTAS 20

ECONOMIA 22

ADRIANA PORTUGAL 24BIANCO CUNHA

JANAÍNA DEPINÉ

ESPORTE

26

30

46

AMERICAN CONNECTION 32

EDUARDO FRAGA 51

TAINÁ COSTA

CLORES LAGE

34

64

PENSAMENTO CULTURAL

JOSÉ FRANCISCO

42

44

Lideranças apontam caminhos para o segundo mandato da

prefeita Elisa Costa

27Repórter conhece de perto

as maravilhas e o lado místico da Índia

58Imagem da Santa completa 50 anos de fundação à espera de

reforma

61

Ziraldo critica a educação no país, o uso das redes socias e

relembra ditadura

9

Page 6: 3ª edição

6Novembro 2012conceito

Os municípios e a

Federação

Por Dinis PinheiroE-mail: [email protected]

Site: www.dinispinheiro.com.br

É extremamente preocupante o dado divulgado pela Associação Mineira de Municípios de que pelo menos um terço dos prefeitos mi-

neiros, cujos mandatos se encerram agora, não têm condições de fechar as contas das respectivas prefei-turas, e estão apelando para medidas extremas para se livrar das punições impostas pela Lei de Respon-sabilidade Fiscal.

No primeiro momento, o dado conduz à conclusão de que tais prefeitos seriam vítimas da própria incom-petência gerencial, pois a LRF existe há mais de dez anos e todos eles, portanto, tomaram posse já saben-do das limitações por ela impostas, entre as quais a de que não poderiam repassar dívidas aos sucessores. Mas a questão tem outros contornos, seriíssimos, que fogem ao controle dos prefeitos e que merecem aná-lise mais atenta.

O principal deles é que, embora a Constituição de 1988 tenha edificado um espírito altamente mu-nicipalista, a gestão pública que se seguiu desvirtuou tal espírito, deixando aos municípios grande parte dos ônus da prestação de serviços, mas ampliando sempre mais a concentração da arrecadação na União. Hoje, nada menos que 70% dos recursos de impostos e con-tribuições vão para os cofres federais, restando 25% aos estados e meros 5% aos municípios. Estes ficam, portanto, reféns dos governos federal (principalmen-te) e estadual.

Por outro lado, são esses mesmos prefeitos que têm que resolver os problemas de sua cidade, desde os mais triviais, como limpeza de ruas e coleta de lixo, até os mais sérios, como a manutenção de escolas, o transporte escolar e, fundamentalmente, a assistência à saúde.

O capítulo da assistência à saúde, aliás, merece atenção especial, pois tem sido o que mais aflige não

só os gestores municipais, mas toda a população. E ele é emblemático diante do que vem ocorrendo na repartição de recursos e obrigações entre os entes fe-derados. Em 1990, ou seja, dois anos após a promulga-ção da Constituição, os gastos da União com a saúde representavam 72,7% do total investido, enquanto os dos Estados significavam 15,4% e os dos municípios 11,8%. Em 2008, quase 20 anos depois, o percentual investido pela União caiu para 43,5%, enquanto o dos estados quase duplicou, indo a 27,6%, e o dos municí-pios quase triplicou, subindo para 29%. E isto ocorreu sem que houvesse a redistribuição dos recursos arre-cadados.

Não é de estranhar, portanto, que os municípios ve-nham enfrentando crescentes dificuldades para atendi-mento às demandas de sua população e sejam obrigados a medidas extremas para preservar o bem-estar de seus munícipes, pois há ações que não podem ser adiadas, como as consultas médicas, os atendimentos de urgên-cia e as cirurgias.

Sem descurar da necessidade de aperfeiçoar sem-pre mais a gestão municipal, é indispensável que o país encare seriamente o debate sobre o pacto federa-tivo, com a redistribuição dos recursos. O momento é mais do que oportuno, pois está aberta no Congresso a discussão sobre o Fundo de Participação dos Es-tados e Municípios, cuja reformulação tem que ser concluída ainda este ano, por imposição do STF. É preciso que os municípios sejam vistos, nessa refor-mulação, com mais carinho.

Dinis Pinheiro é deputado estadual há 17 anos consecutivos e atualmente preside a Assembleia Legislativa de Minas. Bacharel em

Direito, foi tabelião e chefe de gabinete no município de Ibirité (MG). Na ALMG, foi o autor da lei que trata do ICMS Solidário.

com a palavra

Page 7: 3ª edição

7Novembro 2012conceito

chefs

O azeite é chamado de extra virgem quan-do possui aroma e sabor de alta qualidade e apresenta acidez inferior a 0,8%. Esse

produto é obtido por meio da prensagem mecâni-ca das azeitonas, sem o uso do calor ou produtos químicos. Esse azeite é ideal para a finalização de pratos como saladas, sopas, pastas e assados. Esse tipo de azeite não deve ser aquecido.

O Azeite virgem apresenta sabor natural fruta-do agradável, mas não é tão perfumado e saboroso quanto o extra virgem. Possui acidez variável entre 0,8 e 2%. É o azeite ideal para usar na cozinha no dia a dia ao refogar, marinar ou assar. Também pode ser usado na elaboração de conservas. Já o azeite puro é uma mistura de azeite refinado com azeite virgem. Esse azeite oscila sua acidez entre 2 e 3,3%. É um azeite que deve ser usado apenas para frituras, pois passa por processos químicos de refinamento, não apresenta notas de sabor consi-deráveis e possui elevada acidez.

A acidez dos azeites é determinada pelo ácido oleico, que é uma gordura monoinsaturada pre-sente nos azeites e que confere seus benefícios à saúde. Quanto menor a acidez, melhor a qualidade

Por Lucas PelosoE-mail: [email protected]

do produto. Além da acidez, outros pontos de-terminam as qualidades sensoriais do produto. O índice de peróxidos – pelo qual se mede o grau de oxidação do azeite e a absorção de ultravioleta –, que serve para detectar os componentes anormais e deve ser inferior a 0,25%, também é essencial na análise química do controle de qualidade do azeite. Deve-se ressaltar que o bom azeite é o resultado do equilíbrio perfeito entre ácidos, cetonas, éteras, ál-coois e outros compostos presentes nas gradações diversas durante a maturação das azeitonas.

A Espanha é hoje o maior produtor e ex-portador de azeite do mundo. Devido ao grande número de indústrias e a aceleração constante da produção, os azeites espanhóis que chegam ao Brasil são mais comerciais, podendo ser às vezes de qualidade mediana. A região de Andaluzia res-ponde por 70% da produção. No geral os azeites espanhóis possuem perfume frutado intenso, que remetem a azeitona verde ou madura de coloração verde intenso ou amarelo-dourado.

A Itália, por sua vez, destaca-se como o país com a maior variedade de estilos e sabores de azei-te do mundo. É possível degustar desde os azeites

bon vivant

O óleo dos

Page 8: 3ª edição

8Novembro 2012conceito

da Ligúria, de colheita tardia e com sabor suave, maduro e amen-doado, aos da Toscana, com notas picantes e amargor. As duas azeitonas mais difundidas são a Leccino e a Frontoio, contudo existem mais de 700 cultivares diferentes e mais de 30 regiões produzindo azeites (DOP).

Já a Grécia é o que possui sistema de produção mais artesa-nal. O alto controle de qualidade reflete na produção, pratica-mente destinada ao mercado interno, sendo 80% de todo o azei-te produzido extra virgem. Uma característica importante nesses azeites é o fato de serem orgânicos, uma vez que pulverizações com inseticidas são proibidas no país. Em geral os azeites gregos são aromáticos, de cor amarela e de textura leve.

Há muitas dúvidas em torno desta iguaria, apreciada em todo o mundo. Vale a pena citar algumas:

Como o azeite trufado deve ser usado?

O azeite trufado é um tipo de azeite aromatizado com co-gumelos do tipo “trufas brancas” ou “trufas negras” e é muito apreciado na gastronomia. Combina com receitas de risotos le-ves, massas, molhos e purês. Não é recomendado usar em grande quantidade por ter um sabor extremamente forte e concentrado. O uso abusivo pode deixar a receita um tanto enjoativa. É impor-tante compreender que o azeite trufado não é um tempero, mas um perfume. Por isso apenas algumas gotas são suficientes para dar elegância ao preparo. A dica é introduzir o azeite sempre no fim da receita, instantes antes de servir.

Qual o azeite mais recomendado para se aromatizar?As duas maneiras mais simples de aromatizar azeites são

através da infusão “a frio” ou pela infusão “a quente”. No caso da infusão a frio, utiliza-se preferencialmente azeite extra vir-gem. Os azeites aromatizados geralmente são elaborados à base de ervas frescas ou frutas cítricas, tipo laranja e limão siciliano. O molho pesto é um exemplo clássico de aromatização a frio. No caso do azeite aromatizado “a quente”, o azeite virgem pode ser utilizado no preparo. Nessa técnica o azeite é levado ao fogo brando com o ingrediente do qual se deseja extrair a essência. É comum utilizar nesse grupo de azeites ingredientes como alho e pimentas.

Quais as vantagens do azeite monovarietal?

O azeite monovarietal é aquele extraído de uma única espécie de azeitona, sem que seja realizado qualquer tipo de coupage ou mistura. A principal vantagem desse grupo de azeites é a certifi-cação de pureza e origem, uma vez que não ocorre mistura com outras espécies inferiores ou danificadas. Mas, diferentemente do vinho, o azeite não melhora com o passar do tempo. Pelo contrá-rio, piora. O azeite deve ser o mais fresco e novo possível.

Qual o papel do Brasil na produção de azeite?

Hoje o Brasil é o segundo maior importador de azeite do mundo, ficando atrás apenas dos EUA. Mas isso está mudando. Ainda é um projeto a longo prazo, mas os azeites brasileiros já

começam a aparecer em lojas especializadas e em alguns super-mercados. Há mais de 50 estudos experimentais sendo feitos, mas o grande passo ocorreu em 2008, quando foi produzido o primeiro azeite brasileiro no Núcleo Tecnológico de Azeitonas e Azeites, pertencente à fazenda experimental da EPAMIG, loca-lizada em Maria da Fé, no Sul de Minas. Hoje a região já opera em escala comercial, e para a safra de 2012 está prevista a produ-ção de 3 mil litros de azeite extra virgem. Outro produtor impor-tante está localizado na cidade de Cachoeira do Sul (RS). Lá é fabricado o extra virgem Olivas do Sul, eleito na edição 2011 do Flos Olei entre os melhores do mundo. A expectativa é de que em 20 anos o Brasil se torne auto-suficiente.

Salada italiana de nozes caramelizadas com gorgonzola e pera

Ingredientes:01 molho de rúcula 1/2 bulbo de erva doce cortado em laminas finas50 gramas de nozes caramelizadas2 peras cortadas ao meio e depois laminadas finamente60 gramas de queijo gorgonzola cortado em cubinhos4 colheres de sopa de aceto balsâmico3 colheres de sopa de azeite de ervas

Preparo:

Para as nozes caramelizadas:Leve uma frigideira com 1 xícara rasa de açúcar refinada ao fogo

e espere até que o açúcar se dissolva completamente, transformando-se numa calda grossa. Retire do fogo e acrescente uma xícara de água. Volte ao fogo e espere a mistura ficar homogênea mexendo quando ne-cessário. Acrescente as nozes e deixe cozinhando até que a calda fique bem grossa. Retire as nozes da calda e espalhe num tabuleiro. Aguarde esfriar e reserve.

Para o azeite de ervas:Junte 08 galhos de salsinha com 02 galhos de manjericão, 05 folhas

de cebolinha e 01 ramo de tomilho. Mergulhe todos os ingredientes em uma panela com água fervendo por 10 segundos. Retire, esfrie em água gelada e seque bem com o auxílio de um pano limpo ou perfex. Em seguida passe as ervas para um liquidificador e acrescente 150 ml de azeite. Bata por 1 minuto e deixe descansar por 1 hora. Por fim passe a mistura por uma peneira bem fina para extrair apenas o azeite aromatizado. Armazene o azeite em vidro limpo e em local fresco.

Preparo da salada:Em uma vasilha junte a rúcula, o bulbo da erva doce, as nozes

caramelizadas picadas, o queijo gorgonzola e as peras laminadas. Misture levemente e reserve.

Em uma xícara bata por um minuto o azeite aromatizado e o aceto balsâmico com o auxílio de um garfo. Em seguida regue a salada com o molho formado e misture suavemente mais uma vez para que o sabor do molho se espalhe por todos os ingredientes. Monte a salada em pratos fundos com o auxílio de um aro. Para decorar, uma ótima escolha são os figos frescos e as flores comestíveis.

Page 9: 3ª edição

9Novembro 2012conceito

bola da vez

Por André Manteufel Dileymárcio de Carvalho Sonia Augusta Miranda

O encantador de crianças Ziraldo

Ziraldo Alves Pinto bem poderia ser visto apenas como mais um desses simpáticos velhinhos octogenários, de cabelos e sobrancelhas brancas, pele morena e de sorriso fácil, capaz de cativar a mais arredia das crianças. Pode-ria. Mas aliado a tudo isso, bastaria mencionar o cabelo espalhafatoso e a camisa de manga comprida sob um dos vários coletes que possui para esclarecer que este é um su-jeito único. Ziraldo, cujo nome vem da junção dos nomes dos pais, Zizinha e Geraldo, é reconhecido pelas palavras irreverentes e de humor, mas também muitas vezes pela forma dura, direta, despudorada com que trata alguns te-mas. Característica que não supreende, vinda de alguém que lutou contra a ditadura nos anos de chumbo, em pleno AI-5. Mas, antes ainda, Ziraldo tornou-se mundialmen-te conhecido pelas centenas de personagens de histórias em quadrinhos, cartuns e charges que se converteram em prê-mios país e mundo afora nos mais de 60 anos de profissão.

Filho de Caratinga-MG, o cartunista recebeu uma bela homenagem pelos 80 anos, completados no fim de outubro. Debaixo de um sol forte – 35 graus, segundo ele próprio – assistiu heroicamente, sempre disposto e emocio-nado, a um desfile que durou cerca de 4 horas. Entrevistas, abraços, acenos e autógrafos tornaram ainda mais longo e exaustivo o trajeto até o hotel onde estava hospedado. O desgaste físico chegou a tensionar os dedos da mão direita, e uma fisioterapeuta foi chamada ao quarto para prestar--lhe assistência. Ao sair para o almoço, duas horas depois, estava de banho tomado, vestido com as roupas caracte-rísticas e numa disposição de adolescente. Acompanhado de familiares, Ziraldo teria ingerido uma alimentação leve, não fossem os pedaços de torresmo e uns dois copos de cerveja que fez questão de tomar durante a refeição.

Foi depois disso que o cartunista recebeu, cordialmente, a equipe da REVISTA CONCEITO para um bate-papo no próprio restaurante do hotel. Com uma única ressal-va: apesar da idade, Ziraldo nos advertiu de não tratá-lo como “senhor”, evitando assim recebermos alguns elogios impublicáveis. Uma hora com o cartunista mais famoso e emblemático do Brasil foi tempo suficiente pra compre-ender por que o sol de 35 graus, na verdade, não chegou a ser um desafio na vida do entrevistado desta edição.

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10Novembro 2012conceito

Revista ConCeito - Aos 80 anos, suportando um calor de 35 graus e depois tomando uma cerveji-nha. Dá pra dizer que pelo menos o coração está 100%, não é verdade?ZIRALDO- É esse negócio de achar que ve-lho de 80 anos é assim: “ah, leva um médico pra acompanhar ele”. Tem 65 anos que eu fico de-bruçado na prancheta, e aí eu tenho uma coluna que é um arco. Com muita tensão, autografa aqui, corre pra lá, você vai deixando sua cervical muito tensa. E eu tenho uma coisa chamada manguito rotador, que é um arranjo no ombro que é a coisa mais complicada do corpo humano. Se quebra um ossinho, esse manguito rotador dá uma dor que se fala que é dor de bursite. Mas eu tenho que controlar mesmo é a pressão. Se o velho tem saú-de, o organismo dele está funcionando tudo di-reito, está bom. Evidentemente que ele não pode jogar futebol, não pode jogar vôlei, não pode jo-gar basquete, porque os órgãos todos estão limi-tados. Imagine uma musculatura funcionando há 80 anos, e o coração: tum tum tum tum tum... o negócio do coração é um mistério. Como é que pode funcionar, né? Aí cê pensa: funciona assim pro ser humano, pro beija-flor, pra onça, pro ti-gre, pro elefante esse músculo que bate, bate, bate, sem estar ligado na tomada, sem ter pilha. Qual é o segredo? É a vida! A vida é uma energia. O dia que essa energia cessa, acaba tudo.

RC - Fisicamente é assim. Mas e a cabeça, como está aos 80?ZIRALDO - Eu gosto de fazer frase. Evidente-mente o bom era que a cabeça e o corpo envelhe-cessem juntos. A natureza seria realmente sábia se a cabeça e a mente do homem envelhecessem junto com o corpo...

RC - Daria pra fazer muita coisa que não dá mais pra fazer aos 80...ZIRALDO - [Risos] Pois é, exatamente. É a famosa frase, não sei de quem é: “ah se os jovens soubessem e se os velhos pudessem...”. Porque a gente adquire mais sabedoria, mais paciência, mais compreensão das coisas e mais disposição, muita disposição pra tudo. A criatividade tam-bém fica bastante desenvolvida se você não para. E eu digo: eu já sei como é que eu vou morrer. Eu vou sair correndo pra pular uma vala e no meio do salto eu vou dizer: “puta que pariu, eu não tenho mais idade pra isso. E vou cair mor-to”! Eu tenho que aprender, cara. Eu tenho que aprender a não exigir do meu corpo o que mi-nha mente exige.

RC - E você se vê chegando aos 100 anos?ZIRALDO - Não, nunca na minha vida fiz pla-no pra essa década. Quer dizer, pra mim o velho era uma pessoa de 60 anos. Eu já era um cara de 40 e tantos anos, eu fiz um cartum que era um velho dizendo: “o pior dessa coisa de chegar aos 60 é me chamarem de ‘sex’sagenário. Se você ver o cara que eu desenhei com 60, era um velhi-nho de bengala, todo encurvadinho. Agora hoje o conceito de velho foi projetado pra 80. Hoje velho é um cara de 80 anos.

RC - Dá pra falar que são 90, não?ZIRALDO - Eu não faço planos para o futuro. Eu não fiz planos para o futuro nem na época que eu podia fazer. Essa é outra descoberta que eu faço após ter chegado à velhice: a proximida-de da morte. Eu me perguntava como é que um velho podia conviver com a certeza de olhar pro neto e dizer: “eu não vou ver esse cara crescer”. Conversando com um genro meu, que eu gosto muito dele, estava contando sobre a plantação de eucalipto e café aqui na região, que é uma coisa impressionante. Aí ele falou comigo: “Ziraldo, compra umas terras aí e vamos plantar pau-bra-sil, porque há uma grande procura de pau-brasil. Os grutiers da Europa, franceses, a associação dos caras que fazem instrumentos, estão financiando plantações de pau-brasil aqui no Brasil porque é a melhor madeira pra fazer arco de violino, pra fazer instrumento”. Eu falei: “quanto tempo o pau-brasil fica bom pra corte?” – “20 anos”. “Ah, maravilha. Vou plantar amanhã, pô”. Então você não faz mais projetos pra isso.

RC - E essa emoção vivida em Caratinga para ce-lebrar seus 80 anos. Tem coração que resista a isso?ZIRALDO - Esse negócio de homenagem, eu chego no colégio das crianças e as crianças se en-cantam, é uma coisa absurda a maneira como sou tratado nas escolas. É uma coisa impressionante como sou acarinhando e prestigiado. Aí as pesso-as olham pra ver se eu vou chorar. Mas a verdade é que a gente se acostuma com tudo. Esta é a minha vida. Eu estou sendo hiper homenageado, é um festival de carinho e tudo. E num momento essa emoção já faz parte da minha rotina. Mas na hora que o [cantor] Agnaldo [Timóteo] entrou cantando [juntamente com um coral]... puta que pariu! Você viu aquilo? Aí eu caí no pranto. Não teve jeito de agüentar. Eu olhei e tinha muita gente atrás. Não percebi que tinha uma pessoa em pé, no carro. Aí quando eu percebi que era o Agnaldo, e eu nem imaginava que ele estava

Esse negó-cio de ho-menagem, eu chego no colégio das crianças e as crianças se encantam, é uma coi-sa absurda a maneira como sou tratado nas escolas. É uma coisa impressio-nante como sou acari-nhando e prestigiado.

Page 11: 3ª edição

11Novembro 2012conceito

aqui [em Caratinga], ele falou “Ziraldo!”. Começou a cantar a primeira canção dele que fez sucesso. Aí foi uma choradeira. Primeiro porque parece coisa de filme americano. Aquela coisa chamada final surpreendente, gran finale! Foi um gran finale. Ele podia ser o quarto tenor dos três tenores. Ele é um tenor de primeiríssimo time. Eu já estava muito feliz, muito toma-do, porque Caratinga tem essa característica. A Vanderléia, se tivesse nascido aqui e não em Governador Valadares, já tinha estátua da Vanderléia. Já tinha o Dia Universal da Vanderléia, já tinha a Rua Vanderléia, já tinha Colégio Vanderléia. Puta que pariu! Quer dizer, 90% das pessoas de Governador Vala-dares não sabe que a Vanderléia é de lá.

RC - Caratinga pode então ser a única cidade do mundo que homenageia as pessoas ainda em vida?ZIRALDO - Eu tenho muito amigo provinciano, muita gente famosa que volta pra cidade dele pra visitar a família e a cidade não toma conhecimento. Cidade muito menor que Caratinga. Quando eu era jovem aqui, o primeiro caratinguense que passou no vestibular foi recebido em carreata. Era assim! Acho que o que contribuiu muito pra isso, primeiro, é que Caratinga sempre foi chamada de “princesa da mata”, era sede de bispado. Tinha essa coisa misteriosa de você sempre encontrar um caratinguense num lugar do mundo qualquer, sempre numa posição de prestí-gio. Tem demais! Aqui tinha uma loja chamada Futurista, uma vitrine bem no centro, que era a Rádio Cidade. A Futurista re-cortava meus desenhos quando eu comecei a vida e colocava na vitrine. Tanto que agora um cara fez um livro sobre a história da minha vida contada pela imprensa de Caratinga. Tá cheio de coisa da Futurista. Porque era um depositário da memória ca-ratinguense. Isso eu acho que tem um certo respeito pelo filho de Caratinga. A região, historicamente, apesar de estar fora do circuito histórico de Minas Gerais, sempre teve pessoas de pen-samento. Aqui teve um distrito chamado Vermelho Novo que tinha grupo de teatro, tinha uma festa fantástica, chamada “festa do vermelhense ausente”. Caratinga também começou a inventar negócio de festa do caratinguense ausente. Era tradição. Outra: a cidade sempre foi muito festeira. Aqui o pessoal junta pra decidir que festa vão fazer numa festa. Aqui não é um paraíso. Mas mi-nha memória afetiva está muito mais próxima das qualidades do que das coisas ruins.

RC - Mas falando desse jeito, os valadarenses vão ficar enciu-mados...ZIRALDO - Nós, aqui, temos muita consideração por Go-vernador Valadares. A gente sempre explica pra outras pessoas que Governador faz parte da Grande Caratinga [risos]. A nos-sa diversão é essa. Faz parte da vida de Caratinga, e Valadares é um distrito importante nosso [risos].

RC - E como foi sua ida de Caratinga para o Rio?ZIRALDO - Eu saí daqui de Caratinga pra estudar no Rio, mas com projeto de me tornar um desenhista de história em quadrinhos. Aí levei meus cadernos de desenho todos e fui

pra lá, procurando um espaço pra eu publicar minhas coisas. Mas eu já tinha descoberto a caricatura nas revistas que meu pai assinava, no Diário de Notícias. Eu sabia o que era charge. Eu tinha muita dificuldade de fazer charge ou de fazer um cartum. Eu gostava de cartum, que chamava piada muda na época, e pensava “como é que se podia conceber aquilo?”. Mas a história em quadrinhos eu sabia fazer porque eu era viciado em história em quadrinhos. Eu falo que meu amigo de infân-cia não foi o Monteiro Lobato. Meu amigo de infância foi o Super-Homem, o Batman, o Capitão América...

RC - Você começou a desenhar foi na época do surgimento destes heróis, no fim da década de 30, início de 40...ZIRALDO - Exatamente! Pra mim é década de 40. Eu sou da época romântica, da chamada ‘idade de ouro das histórias em quadrinhos’. Estes são alguns personagens. Engraçado é que, se alguém me perguntasse qual dos heróis da nossa infância

Nós, aqui, temos muita con-sideração por Governador Valadares. A gente sempre explica pra outras pessoas que Governador faz parte da Grande Caratinga [risos].

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que eu achava que iam atravessar o século, acho que eu não teria citado nenhum desses. Porque eu tinha o Brick Bradford, tinha o Jim Gordon, tinha o Cometa, tinha o Vingador, tinha o Drago, tinha a Dupla Furacão, tinha uma porção de outros... o Íbis! Ficou o Mandrake. O Íbis era muito mais interessante, tinha um triângulo e tal. O Tocha Humana... Enfim, minha paixão era a história em quadrinho.

RC - Mas essa relação com os quadrinhos te ajudou quando che-gou ao Rio?ZIRALDO - Eu cheguei ao Rio de Janeiro e não existia pro-fissão. Aí eu gramei, cansei de procurar lugar pra trabalhar, e aí comecei a procurar jornal pra ver se fazia charge, cartum. Tam-bém não tinha espaço e a charge estava muito sem prestígio naquela época, muito sem prestígio! Os chargistas todos esta-vam ficando no ostracismo. Eu fiquei sem saber o que fazer. Fui procurar emprego de auxiliar de escritório enquanto estudava. Mas aí num jornal aonde fui levar meus desenhos fui muito mal tratado pelo editor: “vai desenhar nada! Vai estudar, pô! Isso não dá futuro pra ninguém”. Isso era no Diário da Noite. Eu queria saber que editor era esse. E tinha um fotógrafo em pé, do lado dele. E ele continuou: “Chargista é profissão de bêbado!” Aí nisso entra um cara bêbado e ele aponta: “Olha aí. Você vai virar é esse merda aí”. Era o Martiniano, que era um belo cartunista que não teve muito sucesso, e que era alcoólatra. Aí nisso: “vai estudar, deixa de ser idiota! E seu desenho tá muito verde, não dá pra usar!”. Eu fiquei esperando um dia inteiro pra esse filho da puta me atender desse jeito. Cheguei lá ao meio dia, não era hora de chegar na redação. Hoje eu sei que se o cara espera quatro horas é um chato [risos]. Então eu era um chato, eu não tinha mais aonde ir. Fiquei ali, esperando ele com a pastinha na mão. E tinha o fotógrafo lá, que me defendeu: “Ô, fulano, deixa de ser filho da puta, rapaz! É assim que você trata o garoto? E ele desenha pra burro! Você pode estar cortando aí um cara de grande futuro”. E ele: “Nããão! Eu tenho que ser sincero. Não pode dar ilusão pra essa juventude, não. Ele tem que saber que a vida dura. E ele não tem muito futuro, não”. O fotógrafo che-gou pra mim e disse: “Olha, hoje o negócio não é jornal, não. O negócio é publicidade”. As agências tinham os desenhistas, se usava muito pouca foto. E aí eu entendi tudo: virei um puta desenhista de agência. Até hoje eu trabalho pra agência. Mas aí a vida seguiu seu curso natural. E aí minha vida seguiu rumo...

RC - Foi aí então que veio a experiência nas revistas A Ci-garra e O Cruzeiro...ZIRALDO - Eu comecei a publicar minhas coisas, e ganhava

dinheiro com publicidade. Aí fui pra Caratinga, fiz o Tiro de Guerra. Fui pra Belo Horizonte, fui trabalhar numa agência de publicidade, comecei a publicar meus cartuns na Folha de Minas. Peguei meus cartuns e comecei a publicar na Cigarra, do Rio de Janeiro, depois no Cruzeiro e depois no Jornal do Brasil, depois Pasquim, e aí virei autor pra criança. E aí quando eu virei autor pra criança, pronto! Mas no Pasquim eu já era bastante conhecido.

RC - E aí em 1968, no Pasquim, você teve uma experiência e tanto, inclusive com o governo militar.ZIRALDO - O sujeito tem sempre pra avançar duas por-tas pra escolher. Então fui examinar: ficar no Pasquim ou ir embora para os Estados Unidos? O que ia acontecer se eu fosse para os Estados Unidos? O que ia acontecer se eu ficasse no Pasquim? Então eu fiquei no Pasquim. Tudo foi consequência dessa opção. Eu não tinha nenhuma razão pra sair do Brasil, sair porque estava difícil. Estava difícil, mas aí minha turma resolveu enfrentar a dificuldade. Ninguém se mandou. Não foi o que aconteceu com todo mundo. Muitos se mandaram e depois ficaram contando que eram exilados. Fernando Henrique Cardoso foi um. Ele achou que aqui ia ser difícil e foi embora, nunca foi exilado! Eu fiquei aqui, mas eu publicava minhas coisas no Cruzeiro, já tinha feito o Pe-rerê, que vendia igual Luluzinha e Bolinha – vendia 150 mil exemplares por mês. Já era conhecida. Então quando a gente foi para o Pasquim, a gente ficou conhecidíssimo, porque o Pasquim foi uma história espantosa. E aí o cara fala assim: “E aí, Ziraldo, sua vida profissional... você batalhou, né”. Ba-talhei, não! Só fui tratando de agarrar as oportunidades que apareceram e trabalhar feito um cão. Até hoje eu trabalho feito um condenado.

RC - E falando em condenado, você foi preso naquela época...ZIRALDO - Quatro vezes.

RC - Uma delas no Forte de Copabacana...ZIRALDO - Perigo. Fui preso como um perigo, eu era consi-derado um perigo.

RC - Você tem mesmo cara de que representava um perigo... ZIRALDO - Visto hoje, é engraçado. Mas era uma coisa pa-tética! A gente sofreu pra burro, porque a gente não sabia o que estava acontecendo. Eu nunca fui preso, eu fui sequestrado. Quatro vezes! Na terceira vez, eu já tinha a malinha pronta. Hoje eu descubro: a gente não ficou preso muito tempo. A so-

A gente sofreu pra burro, porque a gente não sabia o que esta-va acontecendo. Eu nunca fui preso, eu fui sequestrado. Quatro vezes! Na terceira vez, eu já tinha a malinha pronta. “

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ciedade brasileira não é como a argentina. Lá, sempre se tem uma tia que é amiga de uma madame e não sei o que, que co-nhece um general. Aí dá pra poder dar um jeitinho. “Vou ver, minha senhora, o que eu posso fazer”. A gente ficou preso sem nenhuma razão. Abriu o processo. Eu tenho parceiro que tem 18 processos, eu tenho quatro processos.

RC - E ficou muito tempo preso em cada uma delas?ZIRALDO - Você ficava 100 dias preso, 80 dias preso, 60 dias preso. Você ficava preso até o processo de influência pra poder soltar você, porque você não era guerrilheiro, não matou nin-guém, não assaltou banco. Primeiro, eles não eram tão idiotas. Não iam me torturar. Os caras eram massa de manobra, não sabiam porra nenhuma. Mas ficam te cercando: “cometeu apenas um delito de opinião”. “Então solta”. Mas acontece que eu não sei quem mandou me prender. Qualquer coronel mandava prender qualquer desafeto. Tinham 40 prisões, tinham 40 caras manda-dos. Você não sabe quem tinha mandado te prender.

RC - Eles prendiam gratuitamente?ZIRALDO - Prendiam pra intimidar, né, e ver até onde iam suas obrigações. Porque você estava na área. “Prende aquele pessoal do Pasquim porque ‘esses caras’ andam por lá...”. “Vale a pena torturar os caras?” Não, porque eram jornalistas conhecidos, parentes, tudo mais. E de mais a mais, o custo--benefício é muito alto. “Ele não vai entregar merda porque não tem nada pra entregar e a gente pode arranjar mais uma porcaria aí.” Não existia uma ideologia. Existia uma jogada que o cara se meteu nela.

RC - E como você vê o Pasquim nessa história?ZIRALDO - Pra mim foi um privilégio eu poder ter o Pas-quim na época da Ditadura. Eu não fiquei chorando em casa, eu fui à luta! A gente colocou a opinião da gente. A gente se arriscou, nós não concordamos com isso. Todo dia a gente dizia: “nós não concordamos com essa ditadura”. Então enquanto a ditadura durou, eu tinha um espaço pra dizer “olha pessoal, eu não estou nessa, e vocês venham com a gente”. Então isso é um privilégio ter uma chance dessas. E aí quando o pessoal finge não entender nossa posição, a gente tem vida. A gente fez o que devia ter sido feito na nossa profissão.

RC - E aí vocês, de esquerda, presenciarem anos depois a rede-mocratização do país e as eleições diretas deve ter sido um senti-mento inexplicável, não é?ZIRALDO - Eu tive muita esperança quando na primeira eleição direta a gente teve Lula de um lado e Fernando Hen-rique do outro. Eu disse: “finalmente nós conseguimos chegar aonde queríamos”. Quer dizer, duas figuras importantes da história da ditadura brasileira: um líder criado na ditadura e o nosso intelectual mais importante da esquerda. Era uma esco-lha fantástica, um progresso! E desde aí eu sou contra o Fer-nando Henrique Cardoso [risos]. Desde aí. Porque o Fernando Henrique tem críticas severas ao Lula, mas a primeira coisa que

ele fez foi inventar a governabilidade. Ele estava com a eleição ganha! Qualquer idiota estava vendo que ele ia ganhar aquela eleição! Aí ele se uniu ao Jader Barbalho, se uniu ao ACM, a todo mundo para garantir a eleição. Pô, pra quê? Ele que inven-tou a governabilidade! E depois foi ele que inventou a reeleição estando no poder. Ele não tem moral nenhuma pra nada!

RC - Até porque já tinha o PT do Lula, que você chegou a apoiar abertamente.ZIRALDO - Eu nunca tive PT na minha vida. O PT era o Henfil, que brigava comigo porque achava que eu era tancredis-ta. Eu não tinha partido nenhum. Porque eu fiz a campanha do Tancredo e o PT tinha uma implicância com o Tancredo imen-sa. O PT era purista, quer dizer, era um sujeito que acha que se pode fazer política positiva sem alianças desagradáveis, sem ceder aqui, ceder ali. Não existe! Os mais apaixonados pela ideia da ação política dizem que a política é a arte do algodão entre cristais, quer dizer, é pra evitar choques e sair com a melhor solução, que é a filosofia do PSB. É por aí. Ou é por aí ou você vai para a revolução, você vai confrontar. Se você vai para o voto, é complicado. Agora, você não precisa fazer esse tipo de aliança que o Fernando Henrique fez e que o Lula fez depois também. Mas depois; não fez antes. A eleição que o Lula ganhou ele não fez antes de ganhar. Ele foi esperto, virou o “Lulinha paz e amor”, aquela coisa toda. A surpresa que ele fez logo de saída foi dar continuidade à política econômica do FHC, que não era dele. Tinha começado com as lideranças brasileiras que enten-diam o que estava acontecendo no mundo e que orientaram o

Pra mim foi um privilégio eu poder ter o Pasquim na época da Ditadura. Eu não fiquei chorando em casa, eu fui à luta! A gente colocou a opi-nião da gente.

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Collor. Então as primeiras conquistas da economia do nosso tempo são do Collor. Aquela frase dele, “o Brasil só fabrica su-cata”, aquilo já era uma posição. Você pode liberar seu cartão de crédito pra viajar pelo mundo em vez de levar 300 dólares. Isso foi do Collor. Não é que ele fosse inteligente. É porque disse-ram a ele “vai por aí...”.

RC - O plano econômico de FHC também foi induzido por um grupo?ZIRALDO - Todo mundo credita o Plano Real ao Fernando Henrique, mas é do Itamar Franco. Essa imprensa de merda aí que acha que foi o Fernando Henrique. É o Itamar Franco que fez esse negócio. E que não aceitou continuar o mandato. Quando foram levar isso ao Itamar, é bom que o pessoal saiba, agora eu posso falar porque você pode dizer que eu estou in-ventando, mas a testemunha que eu tenho morreu, meu ‘irmão’ José Aparecido de Oliveira. A proposta foi levada ao Itamar. Era pra reeleger ele. E de mais a mais, eu não posso fazer uma lei para me beneficiar. Nem os militares tiveram coragem de votar a reeleição estando no poder. A imprensa não registra, não conta. Depois [o FHC] manda o Sérgio Motta ir fazer aque-le negócio, pôr a malinha preta debaixo do braço e ir comprar deputado. Foi o primeiro mensalão, pô! A eleição do Fernan-do Henrique Cardoso foi o primeiro mensalão da história do Brasil. Ninguém menciona! A reeleição dele foi comprada com mala preta. Todo mundo sabe disso.

RC - Falando em mensalão, você acompanhou o julgamento do STF e as condenações? O que achou?ZIRALDO - Eu não ponho dúvida a intenção reta de cada um desses juízes que estão lá. Alguns deles eu conheço pessoal-mente. Nenhum deles quer ser presidente da República ou quer poder. Alguns são muito vaidosos, não vou mencionar. Mas al-guns são chatos como o presidente. O problema deles é terem aceito que o julgamento virasse espetáculo. Isso eu não entendi. Virar programa de televisão? Será possível que eles não sabem o que a televisão faz com a cabeça dos outros? O Brasil estava acompanhando duas novelas: Avenida Brasil e o julgamento! Mas qualquer um sabia que isso ia virar circo.

RC - Mas e o resultado em si? As condenações?ZIRALDO - Eu não tenho a menor ideia do que vai acontecer. Como é que você pode botar um cara desses [na cadeia], um cara sem antecedentes, com 40 anos de prisão. Fica seis anos preso, aí pede redução de pena, aí reduz pena, fica mais dois anos preso, e fica o resto em liberdade, pelo menos se ele não significa ameaça à sociedade. Mas pelo que tá pintando aí, se não estão brincando, os caras vão ter que ficar, no mínimo, dez anos presos cada um deles.

RC - Você é um defensor ferrenho das melhorias na educação brasileira e já se mostrou um crítico contumaz da internet. Um é culpado pelo desempenho do outro?ZIRALDO - A culpa não é da internet. Aí é culpa das opções

educacionais que o Brasil fez. Antigamente, o ensino brasileiro, fundamental, era dividido em três partes até o cara chegar à universidade. O primeiro era o ensino fundamental. Eram qua-tro anos e o sujeito aprendia a ler, a escrever e a contar. Ninguém pode receber educação sem isso. Agora bagunçaram tudo! Isso que é culpado de a criança estar indo pra internet, sem estar preparada pra entender a internet. Você não precisa entrevistar ninguém nem ir a um museu, a não ser que queira aprofundar. Mas a internet tem resposta pra qualquer pergunta que você fizer. Mas se você não souber perguntar, se você não sabe...

RC - A culpa então é da educação?ZIRALDO - O brasileiro tem que chegar à universidade dis-cernindo, tem que chegar à universidade escolhendo, tem que chegar à universidade entendendo o que está havendo, tem que chegar à universidade se expressando pela leitura. Mas o sujei-to está chegando analfabeto à universidade. Então aí não pode botar a culpa na internet. “Ah, o menino tá indo pra internet”. Está indo, não! Ele está indo pra fazer sacanagem, pra mandar “B-J-S”, pra dar beijinho, pra ir pra essa bosta desse Facebook, essa merda do Twitter, que é uma coisa lúdica. Tá bem, eu não sou contra brincadeira, mas tudo na vida é assim: brincadeira tem hora! Vai tuitar o quê? Vai tuitar a puta que o pariu! Vai estudar, deixa de ser besta, vai ler, cara! Na hora que você quiser brincar de Twitter você brinca, na hora que quiser brincar de Facebook você brinca, na hora que você quiser rever um amigo de infância ou quiser descobrir onde é que tá um amigo de in-fância você pode usar o Facebook. Agora a internet está cheia de imbecil porque a humanidade é imbecil. A humanidade não sabe nada, a humanidade quer comprar feito. Agora, eu quero ser um ser humano melhor, eu quero ser um ser humano bem informado, eu quero ser um ser humano capaz de discernir, eu quero ser um ser humano capaz de refletir, capaz de escolher. E isso só o livro permite, só a palavra gravada permite.

RC – Qual a solução, então?ZIRALDO - A solução é a seguinte: no ensino fundamental a criança não tem que trocar de professor. Esse é o segredo! As-sim que ela sai de casa, ela abandonou a mãe dela. Ela chega na escola, ela quer uma referência. Aí ela chama a professora de “tia”. Aí tem umas idiotas que não querem ser chamadas de tia porque não sabem dar afeto. Aí fica o dia inteiro com essa moça, a nova professora. Quando chega no final do ano volta pra casa e passa as férias. Quando ela volta pra escola, no novo ano, a pro-fessora é outra. Vai começar tudo de novo. De novo se acostuma com aquela. Vai pra casa no terceiro ano, aí quando volta é outra professora, pô! O método mudou, como é que ele vai aprender? Então a educação no Brasil vai ter solução no dia em que a socie-dade entregar seu filho pra uma professora e dizer: “me entrega esse menino lendo, escrevendo e contando. Você tem quatro anos pra isso”. Ou cinco, ou seis, ou dois! Então a solução para o Brasil é uma professora só até a criança ficar preparada para receber um ensino organizado. É isso que você tem que publicar na entrevis-ta. O resto você pode apagar.

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Antes mesmo de realizar a Copa na África do Sul, a Fifa já tinha mais receitas para 2014 que 2010. Só no ano passado, a Fifa

arrecadou com a Copa de 2014 cerca de R$ 2 bi-lhões, e a perspectiva é de que consiga mais de R$ 8 bilhões neste ciclo de quatro anos. A Copa do Mundo já é um sucesso para a Fifa. E para o Brasil?

Segundo o último balanço publicado pelo Go-verno Federal, mais de 80% das obras da Copa, in-cluindo todos os estádios, aeroportos e empreendi-mentos de mobilidade urbana, ficam prontos ainda em 2013. É verdade que todo esse investimento tem grandes impactos econômicos e sociais no país, com a geração imediata de emprego e renda e a melhora da infraestrutura nacional, principalmente nas áreas de transporte, turismo e do próprio fute-bol enquanto atividade econômica, mas e o custo de oportunidade? Será que este mesmo investimento em outros setores teria melhores resultados?

A decisão política de sediar a Copa e abrir os cofres públicos sem dúvida levou em consideração a paixão do brasileiro por futebol. O investimento público na Copa passa de R$ 25 bilhões. Só em estádios, mais de R$ 6 bilhões. O problema é que somos 200 milhões de brasileiros para cerca de 3 milhões de ingressos, dos quais metade se destina ao mercado corporativo, e os demais são vendidos para o mundo todo.

A única forma de participação direta do povo brasileiro na Copa do Mundo de 2014 é através de eventos de exibição pública, que a Fifa chama

de Fan Fests e prevê organizar apenas um por cidade-sede. É muito pouco! A Copa da Fifa não é, necessariamente, a Copa do Povo, e os eventos de exibição pública dos jogos são ferramentas im-portantíssimas para inclusão social e segurança pú-blica, indispensáveis aos controles das multidões e palcos para a promoção da cultura nacional.

Carnaval, São João, réveillon, são exemplos da vocação do Brasil para reunir grande número de pessoas em praças públicas regularmente. Com o devido planejamento e o poder de mobilização do futebol no país, os eventos de exibição pública dos jogos podem ser o símbolo da Copa de 2014. Em 2010, a Fifa reconhece que a Fan Fest da Praia de Copacabana foi a melhor do mundo, reunindo 600 mil pessoas com a melhor infraestrutura de todas.

Agora mesmo, na Eurocopa, enquanto 1,4 mi-lhão de torcedores assistiam aos jogos nos estádios, 6 milhões de pessoas festejavam nos Fan Fests. Em Varsóvia a capacidade era de 100 mil torcedores por dia e em Kiev o show de encerramento foi de nin-guém menos que Elton John, para 85 mil pessoas.

Enquanto os estádios são prioridades para a Fifa, os Fan Fests devem ser prioridade para o Poder Público, que está pagando a conta da Copa e não pode deixar o povo brasileiro de fora. (Fonte: O Globo)

Por Pedro Trengrouse*

CopaFalta povo na

* Pedro Trengrouse é Coordenador de Projetos da FGV e Consultor da ONU/PNUD

para a Copa 2014

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16Novembro 2012conceito

Procurando oferecer produtos e serviços inovadores a seus associados, o Sicoob Crediriodoce tem aprimorado seus ca-

nais de atendimento para pessoas físicas e jurídicas. Seguindo a tendência de inovação tecnológica, agora é possível realizar transa-ções financeiras de qualquer lugar do mundo a

qualquer hora através do Sicoobnet (pessoal e empresarial) e imprimir extratos e comprovan-tes diretamente do celular. A funcionalidade foi liberada inicialmente para os dispositivos iOS (Apple) e Android (Google) e pode ser acessada no próprio aparelho por meio do bo-tão “Imprimir”, exibido logo abaixo dos extra-

É importante ressaltar que o uso dos canais de atendi-

mento reduz as despesas, visto que o cartão de débito

não tem custo mensal e o uso de transações eletrônicas são

mais baratas, como:

Sicoob Crediriodocemais benefícios para você e sua empresa

cifras

Transferência pelo Caixa Convencional:

Transferência pelo Caixa Eletrônico:

Transferência pelo Sicoobnet:

Transferência pelo Sicoob Celular

R$ 7,00

R$ 5,00

R$ 5,00

R$ 10,00

Reprodução: Site Sicoobnet

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17Novembro 2012conceito

Sicoob Crediriodoce tos e comprovantes. Além disso, somos a primeira institui-ção do país a disponibilizar um aplicativo nas redes sociais (Facebook) que possibilita a realização de consultas de sal-dos e extratos.

Disponibilizamos ainda, o Débito Direto Autorizado (DDA), uma inovação que torna os serviços bancários ain-da mais eficientes. Os cooperados previamente cadastrados nesta modalidade podem acessar de forma eletrônica (inter-net e caixa eletrônico) suas contas a pagar, antes remetidas em forma de boletos de cobrança (títulos).

Ao contrário das contas de água, luz, telefone, etc., o débito não será automático, pois é você quem decide quan-do e como vai pagar, assim como faria com os boletos im-pressos. A redução da emissão de papéis em torno de 40% do volume atual gerará uma economia de 350 mil árvores, um bilhão de litros de água e 46 milhões de kW/hora.

Caso precise ir até uma cooperativa, você pode contar com nossas 17 agências e uma sala de autoatendimento no GV Shopping com caixas eletrônicos, realizando em tempo real os serviços disponibilizados.

Procure uma de nossas agências e conheça as vanta-gens de se tornar um associado.

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18Novembro 2012conceito

Por Milena MartinsE-mail: [email protected]

colaborador

Lei de cotas

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19Novembro 2012conceito

ta ao disposto no artigo 93 da Lei 8.213/91, além de expor o deficiente físico a uma posição vexatória perante os demais colegas de traba-lho, vez que, por muitas vezes, acabam sendo contratados mesmo sem ter capacidade labo-rativa para desempenho das funções.

Ocorre que, de fato, o Estado ainda não implementou uma política pública de inclusão social do deficiente físico, tornando-se insus-tentável, por esse motivo, a forma como o Mi-nistério Público do Trabalho e a Superinten-dência Regional do Trabalho vêm impondo às empresas a contratação de deficientes.

Neste aspecto, não pode ser entendido como justo e plausível que as empresas fiscali-zadas sejam obrigadas a buscar os portadores de deficiência onde quer que estejam, que tenham de treiná-los e adequar as suas instalações para recebê-los sem que haja qualquer contribuição ou intermediação do poder público.

Diante desse cenário, em que o poder pú-blico, de um lado, exige o cumprimento da norma a qualquer custo, e, de outro, não efe-tiva as políticas públicas de inclusão conforme estipulado em lei, as empresas ficam, muitas vezes, sem alternativas, pois querem cumprir a norma para evitar as autuações, mas não con-seguem obter êxito, face à inexistência dessa mão-de-obra em número suficiente no merca-do de trabalho.

Nessa feita, é possível observar as dificul-dades enfrentadas pelas empresas do Brasil, em razão da chamada “lei de cotas”. Apesar da sua louvável intenção, inicialmente é necessá-rio que o Estado cumpra a lei, por meio da instituição efetiva de políticas públicas para inserção dos portadores de deficiência no mer-cado de trabalho, e apenas após o cumprimen-to da lei por parte do poder público é que seja efetivada a fiscalização, a fim de obrigar as em-presas a também cumprirem a norma.

Foi por meio da Lei 8.213/91, em seu ar-tigo 93, que finalmente fora instituída a reserva legal de empregos para os porta-

dores de deficiência.A reserva legal de empregos, prevista em

lei, determinou que as empresas que possuís-sem mais de 100 empregados deveriam reser-var entre 2% e 5% dos seus cargos para empre-gados reabilitados pela Previdência Social ou para portadores de deficiência habilitados.

A criação de cotas de empregos destinados especificamente aos portadores de deficiência teve como objetivo criar mecanismos de aces-so dessas pessoas ao mercado de trabalho e ao convívio social. Assim, o objetivo primordial da lei foi a busca pela igualdade de oportuni-dades e pela solidariedade social.

No entanto, na prática, as atitudes do po-der público contrastam com o desejo funda-mentador da lei.

Neste aspecto, o que presenciamos é uma verdadeira inércia do Estado no que tange as medidas de preparação e inserção destes pro-fissionais no mercado de trabalho, uma vez que a lei é clara ao determinar a reserva de empre-gos aos beneficiários reabilitados pela Previ-dência Social ou aos portadores de deficiência devidamente habilitados por este órgão.

Em contrapartida, o que temos presencia-do nas autuações e fiscalizações realizadas por parte do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho é uma ver-dadeira imposição por parte das autoridades fiscais trabalhistas às empresas, para que estas admitam portadores de deficiência, a qualquer custo, independente de eles estarem ou não devidamente habilitados ou reabilitados para o desempenho das funções disponíveis.

Ao impor às empresas a contratação de de-ficientes físicos, independente da sua capacita-ção, as autoridades fiscais agem em total afron-

Lei de cotas para deficientes físicos

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Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi o cenário da 11ª edição do Encontro Estadual de Mulheres Coo-

perativistas Mineiras. Por quatro dias, o even-to reuniu 200 participantes de cem cooperati-vas de 46 municípios do Estado. De Valadares foram 14 mulheres representantes da Sicoob Crediriodoce, Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce e da Unicred.

O objetivo foi bem claro para a classe femi-nina: fortalecer a participação e valorizar as es-pecificidades das mulheres no cooperativismo. Para isso, nada mais apropriado do que o tema escolhido – Cooperativas constroem um mundo melhor –, focando no ano internacional das co-operativas, instituído pela Organização das Na-

ções Unidas (ONU).A abertura do evento foi feita pelo vice-

-presidente do Sistema Ocemg (Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais), Luiz Gonzaga Viana Lage, que fez questão de cumprimentar e dar as boas-vindas às encon-tristas. “Parabéns para vocês que saíram de casa e vieram aqui ter essa conversa boa sobre coo-perativismo. Contar com todas vocês aqui traz um pouquinho da sensação gostosa dos nossos lares para esse encontro”, disse, evidenciando qual seria a tônica do evento.

A reunião proporcionou aos participantes palestras, teatro, oficinas, SPA e até uma festa comemorativa da primavera. Em meio a tantas atrações, a filósofa Márcia Tiburi enalteceu o

Por Sonia Augusta Miranda

XIMULHERESEncontro Estadual de

Cooperativistas Mineiras

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papel da mulher no cooperativismo e no cotidiano da socie-dade. “Acredito que o diálogo é uma coisa muito importante em diversas áreas da nossa vida: em casa, no trabalho e na vida afetiva. E no contexto do cooperativismo, sobretudo, o diálogo se faz muito importante”, afirmou.

O sucesso do encontro em Jaboticatubas deixou entusias-mada a coordenadora Thaís Leite. “Buscamos com este encon-tro de mulheres estimular a atuação delas na gestão das coo-perativas, além de levar informação sobre o trabalho realizado nesse tipo de empreendimento”, sintetizou.

E para finalizar o evento o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, encerrou as atividades e reforçou o apoio ao desempenho feminino. “Vocês, mulheres, nos surpreendem sempre mais com sua determinação, característica empreende-dora e jornada quádrupla de atribuições, desempenhada sem-pre com eficiência”, concluiu.

MULHERES

Buscamos com este encontro de mulheres estimular a atuação delas na gestão das cooperativas, além de levar informação sobre o trabalho realizado nesse tipo de empreendimento.

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22Novembro 2012conceito

Consórciosganham fôlego e retomam mercado

Eles surgiram no início década de 1960, entraram em crise vinte anos depois, mas voltaram a ganhar espaço no mercado a

partir dos anos 90. Os consórcios foram criados no país por um grupo de funcionários do Banco do Brasil que se uniram pra comprar para cada integrante um verdadeiro sonho de consumo da época: um Fusca zero quilômetro. A boa ideia até que deu certo, porém entrou em conflito nos pe-ríodos de entreveros econômicos e acabou por se tornar o pesadelo de muita gente, principalmente em meio ao Plano Cruzado, do então presidente

José Sarney, que enfrentou uma inflação próxima dos 85% ao mês.

Mas o tempo mostrou que as fragilidades es-tavam mais nas políticas econômicas adotadas na época do que no sistema adotado pelos consór-cios. Tanto que hoje a história é outra. Agora, a modalidade chega a tomar até mesmo a fatia do mercado abocanhada pelos financiamentos, tão badalados pelos consumidores em anos anterio-res. E não é difícil entender por quê. Dentre as vantagens, estão a facilidade de prazo e o valor das parcelas, mais baratas que as mensalidades

economia

Por Farley Vasconcellos André Manteufel

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23Novembro 2012conceito

Diferenças entre Consórcio e Financiamento

Taxa de juros (média)

Reajustes

Taxa de administração

Aquisição do bem

Seguro

Fundo de reserva

Valor de entrada

Mensais, com base no valor do veículo

15% do valor do bem (em média)

A partir de sorteio ou de um lance

É cobrado

2% do valor do bem, podendo ser diluída nas prestações

Não exige

1,28% a.m. (16,49% a.a.)

Valor pré-fixado, sem reajustes

Não possui

Imediata

Não é cobrado

Não cobra

De 20 a 40% do valor do bem

0,0%

Consórcio Financiamento

fixas cobradas pelos financiamentos.Nem mesmo a eventual demora na aquisi-

ção do bem é suficiente pra afastar consumi-dores. O tempo, aliás, foi um aliado do músi-co Josef Lindson, que entrou num grupo pra comprar a moto zero quilômetro que hoje exibe com orgulho. “Tive que ser uma pessoa muito paciente”, admite. “Primeiro eu consegui, com dois anos de consórcio, juntar um valor e dar um lance numa moto. O valor talvez não compraria nem uma bicicleta boa. Mas com esse valor eu consegui tirar a moto zero”, relata.

A pressa também não foi um adversário de Jefferson Roberto. Diante dos juros mais em conta em relação aos financiamentos, não houve dúvidas ao decidir a modalidade de compra da moto. “Eu aconselho as pessoas a fazerem um consórcio. É bem melhor que fi-nanciamento”, decreta.

E a avaliação dos dois motociclistas indica uma forte tendência nacional. Dados da Associa-ção Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) revelam números impressionantes sobre o desempenho do setor em 2012: atualmente exis-tem nada menos do que 5 milhões de participan-tes ativos, um recorde nos últimos 12 anos e um crescimento de 42,9% em cinco anos. Em cifras, os consórcios geraram um acumulado de R$ 45 bilhões só nos sete primeiros meses deste ano.

“A procura tem sido muito grande devido à dificuldade do CDC, que é a liberação de cré-dito para o financiamento. Então a gente tem vendido muito consórcio. A procura tem sido

muito grande”, confirma Maria Helena, super-visora de vendas de consórcios de uma loja em Governador Valadares.

Calculadora x paciência

Mas antes de sair à caça de um consórcio, é importante o consumidor ficar atento às condi-ções determinadas em contrato e, principalmente, pesar os critérios que pretende estabelecer para a compra do bem oferecido. Todas as dúvidas pes-soais precisam ser respondidas para se chegar à conclusão se o melhor é mesmo o consórcio ou o financiamento.

“O que as pessoas têm de entender é que exis-tem diferenças entre um e outro. Primeiramente no que diz respeito ao prazo. Normalmente se a pessoa não tem um valor muito elevado pra já ofertar de lance, logo de cara, pode acontecer de ela ter uma demora pra ter um determinado bem que ela está querendo. Então para os apressadi-nhos, aquelas pessoas com necessidade de ter o bem instantaneamente, o consórcio talvez não seja a recomendação mais válida”, explica o eco-nomista Lucas Gonçalves.

Por outro lado, avalia, “os consórcios apre-sentam taxas de administração que normal-mente são mais baixas que as taxas de financia-mentos, mesmo com essa redução de juros atual, em que os valores de taxas de financiamentos caíram. Mas, mesmo assim, os consórcios ainda mantém taxas de administração menores para o consumidor”, pondera.

(...) para os apressadi-nhos, aquelas pessoas com necessidade de ter o bem instantane-amente, o consórcio talvez não seja a reco-mendação mais válida.

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24Novembro 2012conceito

Em um programa televisivo, destes que fazem investigações com câmeras es-condidas, o repórter tencionava ave-

riguar irregularidades em licitações públicas. Investigava um senhor que aparentava uns 50 e poucos anos. Concluíram as diligências que este senhor, através de pessoas influentes junto a grandes empresas e alguns políticos, conseguia manipular os resultados das con-corrências em favor dos seus “clientes”.

No intuito de comprovar o já apurado, o repórter fez-se passar por um empresário que queria contratar os “serviços” para fraudar uma licitação na qual pretendia se habilitar. A conversa ia longe quando o suposto em-presário, após os acertos finais do “negócio”, mostra-se preocupado e pergunta acerca dos riscos que tal empreendimento poderia acarretar. A resposta não se fez por esperar:

colaborador

mostra tua caraCristão

Por Adriana PortugalE-mail: [email protected]

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25Novembro 2012conceito

É hora de apostar to-das as nossas fichas no Divino que há em nós. É hora de permitir que a luz se eleve para ilumi-nar um nú-mero maior de irmãos. É hora de provar que, ainda sendo poucos os que procu-ram viven-ciar os ensi-namentos do Mestre, é de pouco fer-mento que se precisa para levedar uma massa.

““pode ficar tranquilo, há mais de dez anos faço esse serviço, e graças a Deus nunca descobriram nada”.

Como assim graças a Deus? Que inversão de valores é esta?

É possível que a grande maioria das pessoas não se surpreenda com uma afirmação destas. Afinal este deus, graças ao qual o criminoso não foi descoberto, é um deus que o homem criou para justificar-se, para satisfação de seus desejos e, inegavelmente, não é o Deus que criou os ho-mens: perfeito, como asseverou Jesus (Mt. 5:48).

Durante muito tempo alimentamos nossa crença na Divindade como um amuleto, uma proteção. Bastava – para alguns basta ainda – cumprir este ou aquele ritual religioso e pronto: temos um período de garantia contra os males. Basta um arrependimento, um pedido de per-dão, cumprir uma tarefa, doar algum dinheiro, sempre apegados a atos exteriores como meto-dologia de “livramento”. É, pois, natural que o homem agradeça a deus por livrá-lo de arcar com as consequências de seu ato equivocado.

Ser cristão não é simplesmente aderir a esta ou aquela denominação religiosa cristã ou dizer-se cristão. Cristão é seguidor do Cristo, o que implica seguir seus passos, empreender esforços para vivenciar seus ensinamentos e não como meio de alcançar benesses, estar a salvo de dificuldades ou alcançar o Reino dos Céus, “que não está aqui ou acolá, mas dentro de nós” (Lc. 17:21).

“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” foi a máxima apre-goada por Jesus como aquela que reunia toda a Lei Divina (Mt. 22:37).

Cristão, cadê você? Cristão, “mostra tua cara”, parodiando Cazuza em sua tão famosa música “Brasil”.

Objetarão alguns que não é possível fazer diferente. Argumentarão em defesa que “todo mundo faz” ou perguntarão “como ser honesto em meio a desonestos? Como falar a verdade onde reina a mentira? Como retribuir com o bem se recebeu o mal?”

Resposta: sendo cristãos, fazendo aos ou-tros o que gostariam que os outros lhes fizessem (Mt.7:12, Lc. 6:31).

Tem sido comum ouvirmos que o mundo está perdido, que estamos caminhando para a animalização do humano. Na pergunta 784 do Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga ao Espírito de Verdade se o homem, ao invés de progredir, pelo menos do ponto de vista moral,

não estaria caminhando aos recuos, dado que é grande a sua perversidade. “Enganas-te”. É a resposta, seguida da instrução para que se ob-serve o conjunto. Basta, pois, que nos afastemos do imediatismo e façamos uma breve incursão na história para constatarmos o avanço.

Estamos avançando, não há dúvidas. Pre-cisamos honrar o título de cristãos do qual tanto nos orgulhamos, “mostrando a nossa cara”, fazendo diferente. Sendo justos, hones-tos, coerentes, amando, perdoando, fazendo e desejando aos outros tudo quanto queremos e desejamos para nós.

A animalidade precisa ser deixada para trás. É hora de apostar todas as nossas fichas no Divino que há em nós. É hora de permitir que a luz se eleve para iluminar um número maior de irmãos. É hora de provar que, ainda sendo poucos os que procuram vivenciar os ensinamentos do Mestre, é de pouco fermento que se precisa para levedar uma massa. Tudo se inicia a partir de uma ideia, um ato, individual ou de pequeno grupo. “Uma caminhada de mil passos inicia-se com o primei-ro passo”, prescreve um provérbio chinês.

André Luiz, espírito, através da psicogra-fia de Francisco Cândido Xavier, disse que “a paisagem social da Terra se transformaria ime-diatamente para melhor se todos nós, quando na condição de espíritos encarnados, nos tra-tássemos, dentro de casa, pelo menos com a cortesia que dispensamos aos nossos amigos” (Sinal Verde).

Necessário envidarmos esforços na tarefa de regeneração do nosso amado Planeta Ter-ra. Trabalharmos incessantemente para que o Divino que há em nós sobrepuje o humano que insiste em contradizer-se. Pensamento, senti-mento e ação são ferramentas que precisam es-tar alinhadas com a mensagem do Cristo.

É possível fazer diferente. O Cristo fez. Madre Tereza, Irmã Dulce, Chico Xavier e muitos outros fizeram.

Viktor Frankl, psiquiatra austríaco, analisan-do prisioneiros nos campos de concentração pe-los quais passou, concluiu: “tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liber-dades humana: escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho”.

Cristãos, façamos a diferença. Mostremos a que viemos. Mostremos nossa face. Vivamos de tal forma que aquele que se aproximar possa di-zer: “verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala” – e proceder correspondente, acrésci-mo nosso – “te denunciam”. (Mt 26:73)

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Por Bianco CunhaE-mail: [email protected]

colaborador

webPopularidade nasinônimo de bons negócios

“Ser popular nas redes sociais é como ser rico no Banco Imobiliário”. Quem não se lembra do saudoso jogo de tabuleiro em que os jogadores

disputavam terrenos e cobravam aluguéis de seus oponentes? Para os que não se lembram ou não tiveram a oportunidade de disputar uma partida, a dinâmica do jogo era simples: acumular o maior número possível de bens e de dinheiro.

Os bens eram companhias de transporte, terre-nos e benefícios no dinheiro fictício do jogo. Tudo não passava de uma brincadeira, mas que era levada muito a sério.

Qual a relação entre a frase inicial e a coluna desta edição? Que a coisa não funciona bem assim. Ser popular nas redes sociais pode ser um grande trunfo para profissionais e empresas que buscam novos clientes.

Um perfil pessoal no Facebook ou Twitter pode ser um poderoso canal de informações e pro-moção de competências. No caso de um profissio-nal, estabelecer novos contatos e encontrar opor-tunidades. Afinal de contas, as redes sociais são ferramentas com grande potencial de trabalhar o marketing pessoal. No caso das empresas, conquis-tar novos clientes e aumentar o poder do negócio.

No caso dos perfis empresariais, a possibili-dade de trabalhar novos clientes nas redes sociais

realizando marketing direto com o público vem ganhando força principalmente com as novas ferramentas disponibilizadas pelo Facebook. A última novidade é a introdução da ferramenta “pegar ofertas”.

A empresa que realiza a ação de vendas dispo-nibiliza um desconto promocional, permitindo aos usuários do Facebook conquistar preços e condi-ções especiais. Empresas grandes como a TAM já utilizaram o sistema e com sucesso. Ao conquis-tar uma oferta, a ação será visualizada na linha do tempo do usuário. O ponto interessante é que, ao ver um amigo “conquistando” um desconto, mais usuários podem ser induzidos a mesma ação.

A grande vantagem de utilizar este tipo de ação no mix de marketing é que o alcance pode ser di-recionado. Isto pode ajudar pequenas empresas na conquista de novos clientes e mercados. Mas, claro, uma boa oferta só terá atenção se a empresa ofere-cer bom conteúdo. Uma rede social feita apenas de ofertas dificilmente conseguirá atrair a atenção do consumidor.

Ainda não é possível dizer que alguém, além dos donos das redes sociais, tenha faturado mi-lhões. Mas certamente muitas empresas já con-seguem visualizar o potencial de relacionamento presente na web.

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27Novembro 2012conceito

Mais uma vez os valadarenses surpre-enderam. Mostraram por que, his-toricamente, se habituaram a con-

tradizer as evidências políticas. Se em décadas anteriores a população colocou no poder o antigo MDB, ante as forças superiores da Are-na, e, depois, sacramentou nas urnas derrotas de candidatos favoritíssimos momentos antes do pleito, agora contrariou a própria história ao reeleger, pela primeira vez em 74 anos, um

prefeito. Ou melhor, prefeita.Lamúrias de uns, festa de outros. Os pe-

tistas voltaram a comemorar a vitória de Elisa Costa, que seguirá no comando do município pelos próximos quatro anos graças ao apoio de 46.543 eleitores – 32,29% do total.

Além da pulverização dos votos entre os demais candidatos, pesaram a favor da prefeita reeleita de Valadares a chegada da Universida-de Federal de Juiz de Fora (UFJF), a implanta-

política

E agora?

sinônimo de bons negócios

Elisa Costa venceu as eleições municipais, tornou-se a primeira prefeita a conseguir se reeleger em Valadares e, com isso, se garantiu

no poder por mais um mandato. Mas o que fazer nos próximos quatro anos? A resposta a esta pergunta, Conceito busca agora.

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28Novembro 2012conceito

ção da escola de tempo integral, mesmo com as constantes críticas da oposição e até de parte da população, e a política eficaz de construção e distribuição em massa de casas popu-lares, em parceria com o Governo Federal.

Uma coisa ninguém deve negar: a manutenção do grupo petista no poder por mais quatro anos pode ser vista como uma experiência curiosa. Afinal, será a primeira vez que um gestor terá tempo suficiente para implantar métodos e ide-ologias capazes de corrigir boa parte dos problemas de Va-ladares e, ao mesmo tempo, colocar o município no rumo do desenvolvimento.

Ao fim do segundo mandato, previsto para terminar dia 31 de dezembro de 2016, Elisa Costa terá governado o mu-nicípio por quase uma década e terá alcançado uma (im)po-pularidade impossível de se prever.

Deixando a futurologia de lado, há uma questão em aber-to: e agora? Quais os desafios e prioridades que a atual futura prefeita deverá estabelecer para os próximos quatro anos? A REVISTA CONCEITO buscou algumas respostas.

“Tem que ser dado como prioridade em Valadares o de-senvolvimento e o aumento da oferta de emprego”, decreta o presidente da 43ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Valadares, Francisco Shimabukuro. Segundo o jurista, a próxima gestão precisa se preocupar em garantir a implementação do campus da UFJF e do Hospi-tal Regional. “Não podemos perdê-lo apenas por falta de vontade política”, alerta.

Mas a prioridade, na visão do presidente da OAB, precisa ser mesmo a economia. “Até hoje não recebemos empresas de grande porte para oferecer empregos de qua-lidade. Então é preciso beneficiar as empresas já instaladas e estimular a vinda de novas para que haja geração de em-prego e renda. Creio que a administração tem condições, sim, de fazer isso”, assevera.

Promessas

Já a presidente do Movimento das Donas de Casa de Go-vernador Valadares, Dirce de Oliveira Almeida, é mais taxa-tiva quando se trata do segundo mandato da prefeita Elisa Costa. Ela espera que todas as promessas de campanha sejam cumpridas. “Ela ficou quatro anos arrumando a casa, e agora a casa deve estar arrumada. Daqui pra frente é só trabalho, e ela deve cumprir o que prometeu em campanha”, estabelece.

Em seguida, Dona Dirce, como é conhecida, relaciona o que enxerga como prioridade para o município. “Cuidar do lixão, cuidar da nossa água, que não temos condições de consumir, fazer limpeza sem discriminar bairros. Por quatro anos nós vimos alguns bairros sem ver vassoura da administração. E, além disso, dar saúde de qualidade para os moradores da nossa cidade”, sugere. A dirigente ainda cita as correções na escola de tempo integral e a melhoria da segurança como ações que precisarão ser tomadas tão logo se inicie a segunda etapa do governo Elisa Costa.

O saneamento básico também é uma reivindicação do de-legado do Conselho Regional de Medicina, o médico Márcio Rezende de Freitas. Ele ataca principalmente o problema do lixão no município. Esta, segundo ele, precisa ser a grande prioridade nos próximos quatro anos. “O maior desafio da prefeita é a solução definitiva para o lixo e para o esgoto da cidade. Tem gente que acha que falar de saúde é só na hora da doença. Mas é o contrário: saúde é não ter doença. Espe-ramos que esse pensamento entre na agenda da administra-ção municipal agora”, diz.

Por isso, avalia, é necessário haver planejamento, sobre-tudo quanto à atenção primária nos bairros. “Resolver o pro-blema dos postos de saúde para que o paciente tenha uma atenção primária de boa qualidade vai desafogar o Hospital Municipal, para que ele fique só para o atendimento aos ca-sos de urgência e emergência. Precisamos de uma solução imediata pra estes problemas”, acrescenta.

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29Novembro 2012conceito

Até hoje não recebe-mos empresas de gran-de porte para oferecer empregos de qualidade. É preciso beneficiar as empresas já instaladas e estimular a vinda de no-vas para que haja gera-ção de emprego e renda.

Francisco Shimabukuro, presidente da OAB

Elisa Costa terá pela frente o desafio de co-locar Governador Valadares no rumo do desen-

volvimento e buscar soluções para problemas crônicos, especialmente em setores considera-dos prioritários, como a saúde, a educação e o saneamento básico. É o que esperam os quase

300 mil habitantes do município

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30Novembro 2012conceito

Por Janaína DepinéE-mail: [email protected]

colaborador

Etiqueta no

consultório

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Quando temos consulta médica, pode saber que você não vai apenas checar a saúde, mas também desco-brir de perto várias gafes. Sim, porque se tem um lu-

gar onde as pessoas não respeitam a etiqueta é no consultório. Por isso, vale lembrar e evitar algumas atitudes comuns para ser uma pessoa muito mais elegante no seu dia a dia.

Atraso

Se um paciente se atrasa embola a vida do médico e dos ou-tros pacientes num efeito cascata. Imprevistos acontecem, mas tem gente que se atrasa sempre. Respeite o seu horário e o dos outros. Isso vale para os médicos. Afinal, o tempo deles não é mais precioso do que o nosso.

Não trate mal os funcionários

Independentemente do grau hierárquico do sujeito, trate-o sempre bem. Tem gente que é um doce com o médico e um monstro com a secretária. Outros são arrogantes com todos. Lembre-se que o mundo dá voltas (e como dá). Respeite a todos. Da faxineira ao dono da clínica.

Não leve o que não é seu

Acredite, tem gente que leva as revistas do consultório! Isso é roubo, independente do valor. Mas tem aqueles que vão além e são capazes de catar rolo de papel higiênico, xícaras e objetos decorativos. Dá-lhe um 190 no meliante!

Tenha zelo

Cuidar do que não é seu é um sinal de respeito. Não suba de sapatos na maca, não deixe seu filho rabiscar nada que não seja

um papel, jamais jogue absorvente no vaso sanitário, não toque em nenhum aparelho médico. Enfim, vá para ser consultado. Somente isso.

Não barganhe

Se o médico não atende convênio ou se você não tem um, aprenda que tabela é tabela. A grana está curta para bancar o mé-dico top? Vá noutro. Afinal, ele cobra pelo que merece ganhar e fez um cálculo para chegar a esse valor. Não há nada mais dese-legante do que pechinchar desconto a um prestador de serviço. Ou pior: dar um cheque sem fundos.

No entanto, você pode negociar um prazo para pagar. Porém, combine isso antes da consulta para ficar tudo bem esclarecido.

Desligue o celular

Se o assunto é a sua saúde, outras chamadas podem esperar. Desligue o celular enquanto estiver na consulta.

Não fale mal de outros médicos

Por uma questão de ética médica, um profissional nunca deve falar mal do outro. O mesmo deve fazer o paciente. Toda história tem dois lados.

Espere com elegância

Sala de espera não é lugar para discutir relação, falar alto no celular ou brigar com o filho. Por isso, leve um livro e relaxe en-quanto aguarda. Já quem vai com crianças deve levar entreteni-mento próprio para os pequenos: joguinhos portáteis, caderno para rabiscar, livros de colorir ou brinquedos miúdos que caibam na bolsa. Enfim, esperar também é uma arte!

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32Novembro 2012conceito

Por Juliana TedescoE-mail: [email protected]

colaborador

Automne: palavra derivada do francês antigo e mais tarde denominada em latim autu-mnus. Em português: outono. Em inglês:

Autumm, mais conhecido como Fall (palavra de-rivada do velho inglês trazido da Europa para a América do Norte com a imigração britânica que siginificava “a cair de uma altura”). No popular: queda das folhas.

Nomes diferentes dados a um tempo de mu-dança, transformação. No hemisfério norte o ou-tono é considerado o período de transição do ve-rão para o inverno. Muitas mudanças acontecem nesse período. É verdade que a cronologia por aqui é diferente. O ano letivo começa em agos-to, apenas um mês antes da chegada do outono, e talvez essa seja uma explicação lógica, mesmo que pelo calendário convencional o ano novo seja após o dia 31 de dezembro. São muitas explica-ções. Poderíamos ficar aqui horas conjecturando, mas a verdade é que é uma das estações mais bo-nitas do ano. Parece que estamos dentro de uma pintura de quadros antigos onde a cada pincelada o autor adiciona mais uma história à sua arte. É

como se injeção com gotas de ferrugem fossem ministradas no lugar de clorofila. Timidamente, parece que as árvores trocam de roupa.

É tudo tão perfeito que é impossível imaginar acontecer a cada fração de segundo, a cada piscar de olhos. Se existe uma explicação etmológica para a questão, os poetas de plantão preferem dizer que é uma época de renovação. Renovar, transformar e rever conceitos. Por aqui muitos associam o outo-no à melancolia. O verão se foi e o frio está no ar. O céu fica cinza, as pessoas ficam introspectivas. O poeta irlandês William Butler Yeats retrata essa mudança no livro “Os Cisnes Selvagens de Co-ole”, onde compara a estação com o amadureci-mento, representando o próprio envelhecimento. Como o mundo natural, o poeta observa que tam-bém atingiu o seu auge e resolve olhar pra frente para a inevitabilidade da velhice e da morte.

É hora de trocar o guarda-roupa: substituir as roupas do verão que ficou para trás pelas sombrias e lindas roupas de inverno. Os imponentes casacos de ares soberanos aparecem para aquecer a alma e as noites frias que estão por vir.

Mutação

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33Novembro 2012conceito

Mutação Com isso chega também uma época de celebrações: Ação de Graças – o famoso “Thanksgiving”, um dos feriados mais respei-tados nos Estados Unidos. Celebração também trazida pelos pe-regrinos britânicos em meados de 1600. Após péssimas colheitas e um inverno rigoroso, tiveram uma colheita abundante de milho no verão de 1621. E na época, por ordem do governador da vila para celebrar e agradecer a abundância daquela colheita, uma festividade foi marcada no outono e a partir de então sempre comemorada na quarta quarta-feira do mês de novembro. Esse é o feriado em que todos os americanos, independente de religião, comemoram. É um dia em que familiares e amigos se reúnem para agradecer a prosperidade e a fartura. Momento de confra-ternização. Ceias maravilhosas e bem elaboradas vêem anunciar o período de muita bonança.

Muitos consideram o Dia de Ação de Graças um preâmbu-lo do Natal. Seja qual for a explicação plausível, algo diferente acontece. É algo de dentro pra fora. Uma invasão de sentimentos que salta aos olhos de nós, pobres mortais.

Alegria é no que se transformam nossas vidas.Viva o outono! E que venha o inverno!

Uma sensação de alegria misturada com tristeza me toma.Meus olhos me condenam. Olho pela janela e vejo o velho e o novo juntos. As cores trazem sensações de que algo novo nasce. Nasce então uma nova etapa da vida. Sentir renovação de alma traz consolo.Esquecer desilusões, criar perspectivas. Trabalhar o jogo de pensamentos traz esperança. Recomeçar é sempre maravilhoso. Por um instante esquecer o passado. É inevitável. Como? Esquecer um passado? É ele que me move para o futuro. Volto então e observo o silêncio. O silêncio que nem mesmo o pensamento consegue interromper. Comparações; Transição. Deleito pessoal para o ser. Providencia para o bel prazer. Não muito a dizer. A quietude é então quebrada por uma folha caindo. Então volto à realidade e me lembro que estou ali por causa dela. Será que as folhas também se perguntam o que também se passa com elas?Será que elas também pensam que uma nova etapa de vida começa? Pode ser um sinal. Sinal de novos tempos. Por que não? Por que não amarmos mais? Perdoar… Doar… Viver… Sentir intensamente cada momento da vida. O outono faz entender que e possível renovar. O verde é esperança… Ironicamente, o cinza e ferrugem se transformam em cores de renovação. É maravilhoso amar a vida!

Mais uma vez

Vista do Rio Charles, em Boston

Palácio do Governo de Boston

Campus da Universidade de Havard

Lindas ruas de Havard, Cambridge

Vegetação confere mais beleza às moradias

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34Novembro 2012conceito

Por Tainá CostaEmail: [email protected]

Ao se falar em fotografia, há quem pense que as câmeras de filme são uma ferra-menta ótima. Ótima peça para museu! A

nova geração, inclusive, nunca manuseou uma câ-mera analógica. Não sabe o que é tirar uma foto e não ver o resultado na hora, e tenta tantas vezes quantas forem necessárias até encontrar o melhor ângulo para fazer a foto perfeita. Nadando contra a maré, uma corrente surge como defensora da foto-grafia analógica e experimental. Uma comunidade que vem ganhando aficcionados pelo mundo, ala-vancando o estilo chamado de Lomografia.

Tudo começou na década de 90, na Europa, com o encontro de dois estudantes de Viena e uma Lomo Kompakt Automat – pequena câmera russa. Eles faziam uma viagem por Praga, na Repúbli-ca Tcheca, e, de posse da camerazinha, o objetivo era tirar o máximo de fotos possível, nas situações e posições mais improváveis. Além da surpresa de fotografar às cegas, os estudantes ficaram entusias-mados com os efeitos produzidos pela pequena câmera, que à primeira vista aparenta ter um po-tencial duvidoso. Cores vibrantes, com profunda saturação e vinhetas que criam cantos escuros nas fotos dignos de Photoshop, mas que eram produ-zidos pela câmera, são alguns exemplos do que ela é capaz de fazer.

Os amigos, então, voaram para São Petesburgo para trabalhar em um contrato para a distribuição da tal câmera de plástico. A partir daí criou-se

uma comunidade, com adeptos no mundo todo, que hoje promove produção de equipamentos de fotografia analógicos, realiza exposições, eventos e workshops voltados para a divulgação da fotografia analógica. E que tem representantes em 75 países, incluindo o Brasil.

Mas, deixando a história dos amigos e a Lomografia de lado, no mundo imediatista em que vivemos, a fotografia analógica faz lembrar o tempo em que tínhamos que esperar para ver o resultado dos cliques. Da surpresa de olhar os negativos do filme. E do número limitado de poses que eternizavam momentos nem sempre pelo ângulo perfeito.

Quem ficou com saudade, pode tirar a velha câmera da gaveta, experimentar novamente a sen-sação de fotografar às escuras e esperar a revelação para ver o resultado. Ou buscar, naquela caixa guar-dada no armário, os negativos das fotos tiradas na-quela viagem ou aniversário. Na época do cartão de memória, em que qualquer celular pode tirar um número ilimitado de fotos, voltar no tempo pode ser uma experiência interessante.

Para quem gostou da ideia de lembrar o pas-sado, basta uma câmera de plástico, levinha e com tecnologia primitiva, que reproduz aquele princí-pio que aprendemos nas aulas de física do colégio. Um mecanismo simples, no qual um pequeno bu-raco leva um feixe de luz a uma câmara escura e produz efeitos surpreendentes.

câmera analógicaA moda da

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35Novembro 2012conceito

35Agosto 2012conceito

O amor e dedicação dos pais Davson e Graziela Morena às filhas Marcela e Milla Morena tornaram-nas segu-

ras, obedientes, educadas e com um caráter inigualável. A harmonia do lar deu a Marcela Morena, 17 anos, serenidade e concentração que permitem a ela residir na capital mineira já há dois anos. Ela não tira o foco dos estu-dos. Tudo para realizar um grande sonho: in-

gressar na faculdade de Medicina.Mas não é só a inteligência e sagacidade de

Marcela que chamam a atenção. A jovem moça tem uma beleza estonteante, cuja pele faz jus ao sobrenome. Fruto muito bem criado pelo pai, comerciante conhecido pelo trabalho à frente da Casa Perso Brasileira, além de fazendeiro, e pela mãe, que possui vários atributos para garantir a formação de uma bela família.

Por Sonia Miranda

MarcelaMorena

jovem

Foto: KK Gontijo

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36Novembro 2012conceito

Sonia Miranda

NiverAo som da Banda Philadelfia, os homenageados e convidados da tradicional Festa Aplauso ficaram até o dia amanhecer. O evento, que chegou à 14ª edição e já faz parte da agenda cultural da cidade, tem a organização da jornalista Sayonara Calhau, nome conhecido e respeitado na cidade e região. Seus convidados tambem puderam conferir a linda decoração do salão do Ilusão Esporte Clube, assinada por Patrícia Campos.

glamour

Troféu Aplauso

1

2

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37Novembro 2012conceito

Sonia Miranda

1 - Uma tradição nas edições do Troféu Aplauso: a homenagem que a colunista Sayonara Calhau sempre faz a sua mãe, Shirley Henriques Calhau, e

ao amigo Tininho Machado (diretor financeiro da Fadivale) 2 - A jornalista Sayonara Calhau e Toninho Coelho (diretor do Grupo Superitelecom) 3 -

Aplauso Especial para a assistente social Iracy de Matos. Ela recebeu o Troféu Aplauso ao lado do marido Marco Júlio 4- Médico George Simões e

Fatinha sempre prestigiam as edições do Troféu Aplauso 5- Aplauso Especial para o empresário Fábio Carvalho. Ele recebeu o troféu versão 2012

ao lado da esposa Luciene 6 - Nahoiro Doi (diretor financeiro e vice-presidente da Cenibra) é digno de Aplauso 2012. Na foto, ao lado da esposa 7 -

Engenheiro Rodrigo Cunha e a aplaudida engenheira Theodora Horst 8 - Aplauso Especial 2012 para o presidente da Cooperativa Agropecuária Vale

do Rio Doce (Cooperiodoce), Guilherme Olintho 9 - Não perde um evento Aplauso: Poliana Soares 10 - Aplauso 2012 para o empresário Leopoldo

Magalhães 11 - O empresário José Nelson comanda a franquia Subway em Linhares e Colatina. Recebeu o Troféu Aplauso ao lado de sua mãe, a em-

presária Maria Barra 12 - Aplauso também para Juan Zonis, que comanda a saúde bucal no Núcleo de Especialistas em Oncologia (NEO)

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38Novembro 2012conceito

Não é à toa que o Algarve se transformou num paraíso dos golfistas. É lá que acontece o Portugal Master, torneio de golfe que acontece no Oceanico Victoria Vilamoura. O evento distribui entre os vencedores € 3 milhões em prêmios. O lugar possui os melhores campos de golfe da Europa e clima propício à prática do esporte durante o ano todo. Pra quem não conhece, Algarve fica no extremo sul de Portugal, e constitui a região turística mais importante do país e uma das mais importantes da Europa. O cli-ma temperado mediterrâneo é marcado pelos invernos amenos e curtos e verões longos, quentes e secos. As águas do balneário são quentes e calmas, e as paisagens naturais, o patrimônio histórico e a deliciosa gastrono-mia local atraem milhões de turistas do mundo inteiro. Vale a pena conhecer! Por lá esteve Sílvia Aguiar, em recente visita ao namorado André Filipe Silvestre Ga-briel, que é português.

Algarve

Retalhos

Brenda Hastenreiter não herdou somente a beleza, disciplina e inteligência dos pais Giselle e Gilberto. Herdou também o espírito festivo. E foi com muita alegria que recebeu pessoas especiais para comemorar ao lado do marido Moisés o primei-ro aniversário de Bernardo, o primogênito do casal. O local escolhido para a realização do evento foi a Terra dos Sonhos II, com o tema “O Circo Chegou”. Conferindo a festa, estive-ram presentes Marcos Sampaio e Cláudia Starling, Jefferson e KK Gontijo, Daniel Argolo e Giselle Rangel, Celso e Marcela Mol, Guilherme e Suzele Pontes, além de dezenas de familia-res e amigos. O primeiro aniversário do filho jamais se esque-ce, não é mesmo, gente?

Niver

Se você quer resultados, invista nas pessoas e no cenário econômico. Esta foi a dica transmitida na palestra ministrada para 500 pessoas, entre presidentes, dirigentes de cooperativas e autoridades de instituições financeiras parceiras do Sicoob Sistema Crediminas. Eles ouviram as orientações no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, nos dias 30 e 31 e outubro, durante o 9º Seminário das Cooperativas de Crédito do Sicoob Sistema Crediminas, que tem Alberto Ferreira como presidente. Foi ele o responsável pela abertura oficial do evento, com o tema “Cooperativismo com Resultados: são as pessoas que fazem”. Entre os oito palestrantes estava nosso colaborador Inocêncio Magela, que abordou o ano internacional do cooperativismo com muito brilhantismo.

Seminário

Foto: Estúdio New Color

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39Novembro 2012conceito

Confortável, moderna e atual. Assim está a nova loja Katmos, de Karina Lencar, na Avenida Brasil 2.110. O ambiente é todo climatizado, para melhor atender todos os clientes com o que há de mais moderno.

Depois de um tempo parada, a artista plástica Nilcéa Assis vem nos prestigiar com telas intituladas “Igrejas Por Onde Andei”, nos dias 19 a 29 de novembro, de 12h às 18hs, no Teatro Atiaia. A entrada será um pacote de fralda geriátrica.

E a equipe da Revista Conceito agradece às inúmeras manifestações de carinho que vem recebendo desde a sua primeira edição.

Nova Katmos

Nilcéa Assis

Conceito é sucesso

“Eu vim para ficar um tempo e devolver o cargo a academia”, frase proferida pelo Dr. Gilson Fonseca no discurso de sua posse na reitoria da Univale. Num gesto de grandeza, ele percebe que o cargo deve ser de uma pessoa que entenda de mercado, de administração, finanças, conhecimento técnico e, prin-cipalmente, da academia. Segundo ele, qualquer um que não tenha essa bagagem irá administrar no improviso. O processo para escolha do novo reitor será em breve.

Reitoria

E dia 27 de novembro acontece jantar dos Destaques do Ano 2012, organização do jornalista José Vicente.

Destaques de 2012

1 - Fátima Simões, Lena Trindade e Adriana Gonçalves 2 - Debora e Clausio Spirit 3 - Ivam e Beatriz Neves, Rhaianna Miranda e Betinha e Ricardo

4- Carmen e Marcelo Moreira

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40Novembro 2012conceito

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Karolline e Leonardo: ela, filha de Emilia Machado e Marcos, casou-se no último dia 28, na Paróquia Cristo Redentor, e a festança aconteceu na Fazenda Boa Vista, que recebeu um toque todo especial, com doces e bolos confeccionados pela mãe. O noivo é filho de José das Graças e Rosamara Lima Fraga. O casal aproveitou para passar a lua-de-mel na paradisíaca Barra de São Miguel, nas Alagoas.

1 - José das Graças, Rosamara, noivos, e Marcos e Emília Machado 2 - Castelo e Cida Fraga, Wellington e Socorro Braga 3 - Daniel, Thereza,

José das Graças, Rosamara, Marcelo e Lorena (Família do noivo) 4 - Leonardo e Poliana Fraga, Ademir Cláudio e Vanessa Lima 5 - Luis

Carlos Albino e Dirce 6 - Ronaldo Paiva, Juninho Cabral, Natalina e Carlão Reis 7 - Jorcelino e Maria Lopes 8 - Tânia e Francisco Silvestre

9 - Agmar Rezende, Juracy Achar, Socorro Braga e Marcelo Marigo 10 - Marcos Lima, Camila Lima, Marcos e Emília Machado (Família da

noiva) 11 -Juscelino e Lígia Lopes, Ronaldo e Jackeline Lopes

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42Novembro 2012conceito

Por José Francisco JúniorE-mail: [email protected]

colaborador

A obrigação deindenizar

“O homem que causa dano a outrem não pre-judica somente a este, mas à ordem social; a reparação para o ofendido não adapta o culpa-

do à vida social, nem lhe corrige o defeito de adap-tação. O que faz é consolar o prejudicado, com a prestação do equivalente, ou, o que é mais preciso e exato, com a expectativa jurídica da reparação “.

Nas civilizações antigas, toda vez que al-guém causava um dano a outrem, tinha de pagar

na mesma forma do dano. Era a Lei de Talião, ou seja, “dente por dente, olho por olho”. As-sim, o ladrão teria sua mão cortada, o assassino deveria também morrer e assim por diante.

Não se pode fazer justiça com as próprias mãos. Não é inteligente, por exemplo, eu des-truir o patrimônio de alguém, porque ele des-truiu o meu. Será mais adequado que se exija que ele recomponha o meu patrimônio.

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43Novembro 2012conceito

Dessa forma, o Direito evoluiu e a norma da reparação do dano se chama responsabilidade civil, que se caracteriza por determinar que “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

Assim, entendemos que responsabilidade civil é o institu-to do Direito Civil que define a obrigatoriedade da reparação do dano pela prática de ato ilícito.

A noção de ato ilícito está definida também no Código Civil, artigos 186 e 187:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impos-tos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”

Quer dizer, o ato ilícito decorre de uma ação ou uma omissão voluntária que cause dano a alguém. É exatamente no causar o dano que ocorre a lesão ao direito de outrem. A ação ou a omissão tem de ser voluntária, porque se resultar de coação, coerção, não configurará ilícito e estaremos, nesse caso, diante de uma excludente de responsabilidade, que é o que acontece quando alguém não quer praticar determinado ato, mas é obrigado por outra pessoa a fazê-lo.

Nossos atos têm de ser envoltos pelo cuidado e pela prudên-cia, a fim de não prejudicar a ninguém. Assim, quando nos des-cuidamos ou agimos de forma imprudente, causando prejuízo a alguém, nos obrigamos a reparar o dano provocado.

A noção de dano está ligada à noção de dolo ou de culpa, pois quando assim agimos (com dolo ou culpa), a consequ-ência será a responsabilização, ou seja, nos obrigamos a inde-nizar a quem sofreu o prejuízo.

Dolo é a consciência de que determinado ato produz cer-to efeito danoso, sendo praticado assim mesmo, querendo que o resultado seja produzido. É, portanto, uma conduta grave, cujas sanções são mais severas.

Culpa consiste na prática de determinado ato sem que se queira um resultado prejudicial a outrem, mas cujo resultado danoso acaba ocorrendo. Isto é, não se busca um resultado prejudicial com a prática de determinado ato, mas esse re-sultado finda por acontecer. É quando se age com imperícia, imprudência ou negligência.

A indenização é a forma de se reparar o dano causado. Assim, num acidente de trânsito, quem provocou o acidente causou dano ao outro (dano material, no caso de prejuízo patrimonial, ou dano moral, no caso de lesões que causem cicatrizes ou morte de uma pessoa). Assim, quanto maior for o dano, maior deverá ser a indenização.

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44Novembro 2012conceito

É matando um leão por dia que muitos brasileiros levam a vida. Para essa

pessoas, os desafios são encarados como a oportunidade de crescimento,

mesmo que isso custe noites de sono e muito suor.

Imagine, por exemplo, os atletas que sonham em se pro-fissionalizar. Os mais sortu-dos conhecem o esporte bem cedo, descobrem o talento e decidem investir. Conseguem trilhar um caminho que pou-cos conseguem alcançar. E sabem disso. Partem em busca de um lugar ao sol no cenário do esporte nacional “com a cara e a coragem”, confiantes de que a expressão popular va-lha de motivação para enfren-tar seus concorrentes.

E se o objetivo é chegar à medalha de ouro em uma olímpiada, o esforço é multiplicado pelo número que você, leitor, achar justo. A concorrên-cia, neste caso, não é apenas com os melhores da região, do estado ou do país. São os melhores do mundo frente a frente, numa disputa em que ape-

esporte

Atletas valadarenses se inspiram em medalhista olímpica do município para traçar mesmo caminho

rumo ao topo do pódio

Foto: Pierry Aires

Adenízia ostenta medalha de ouro

conquistada em Londres.

Expectativa é de garantir novos

valadarenses no pódio olímpico

em 2016

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45Novembro 2012conceito

nas um sai vencedor.E antes de pensar que a realização deste

sonho está fora de cogitação para quem mora no interior, longe da infraestrutura dos gran-des centros, lembre-se que as terras valadaren-ses abrigam tesouros. Uma campeã olímpica do voleibol feminino começou a carreira neste solo, aos onze anos.

Adenízia Ferreira trouxe dos últimos Jo-gos Olímpicos de Londres o objeto de desejo mais cobiçado por milhares, milhões de atletas do planeta. “Você não chega ao sucesso sem passar por dificuldades, sem antes lutar muito. Então peguei cada obstáculo que tive na mi-nha vida e transformei em degrau. Não pensei em coisa ruim, somente que aquilo iria me le-var a algum lugar”, diz.

E realmente levou. Adenízia hoje é titular do Osasco, time de vôlei da cidade de mesmo nome, na grande São Paulo, e faz parte da equipe de vôlei feminino do Brasil. “Quem me viu antes de sair de Governador Valadares não dava nada por mim. Então acho possível que qualquer pessoa que sonha em ser uma grande atleta, se abrir mão de muitas coisas e se dedicar, acho que vai conseguir; vai chegar até lá”.

Do início ao apogeu, a experiência da atleta faz ela acredi-tar que vencer qualquer batalha é possível.“Eu acho que tive um sonho e acreditei nisso. Eu plantei e agora estou colhendo. Se você acreditar acima de qualquer coisa, por mais que as pessoas falem que não, que você não vai chegar, é você. É você que tem que acreditar”.

Do sonho para a realidade

O exemplo de Adenízia tem inspirado dezenas de atletas va-ladarenses que buscam se destacar em horizontes que vão muito além do município. Com apenas 12 anos de idade, Ana Caro-lina Menezes já é uma verdadeira atleta. E vislumbra a chance de também crescer no voleibol. “Jogar em uma equipe grande é meu sonho”, revela, empolgada. Para garantir bons resultados nas competições, a menina que mal chegou a adolescência leva uma rotina de gente grande: treinos de uma hora, duas vezes por semana, no mesmo clube em que Adenízia começou a carreira, o Filadélfia. “Eu jogo vôlei há sete anos, mas comecei a levar o esporte mais a sério de uns três anos pra cá”, explica.

Tanto esforço tem valido a pena. O treinador Fábio Ribeiro garante que a garota está acima da média para a idade. “Se com-pararmos com jogadoras de 12 anos em Valadares, a Ana tem um desempenho de destaque. Ela está no mesmo nível de atletas de outras cidades, como Ipatinga, que treinam diariamente. Só perderia pela altura e pela destreza de jogo. Isso ela ganha com o tempo”.

O professor explica que mais eficazes que os treinos são os jogos oficiais. Em quadra, valendo uma vitória, os atletas expe-

rimentam a adrenalina de enfrentar uma equipe que também se preparou para o desafio. Assim, desenvolvem habilidades es-pecíficas e entendem melhor a dinâmica do esporte. “Por isso buscamos realizar alguns jogos durante o ano. As competições regionais e os intercâmbios que fazemos dão uma ideia do pano-rama em que estão as atletas”.

Mergulho para a vitória

Bem perto das quadras de vôlei está a piscina olímpica. Lugar onde Dannylo Duarte, de 15 anos, e Sara Medeiros, de 13, acre-dite, passam duas horas por dia. O treino acontece nas tardes de segunda a sexta, faça chuva ou faça sol. Ambos competiram num torneio regional de natação, que aconteceu este ano em Ipatinga. Dannylo foi campeão na modalidade 1.500 metros livre, inclusi-ve contra atletas mais velhos. Sara foi medalha de ouro nas qua-tro modalidades que participou.

A combinação entre esforço e talento passa pelo crivo do treino, que dia após dia vai moldando e lapidando verdadeiros tesouros. Sara é uma menina prodígio. Alcançou média suficien-te para enfrentar uma competição nacional em Aracaju (SE). De lá, trouxe a experiência para os próximos torneios.

Dannylo nada desde os seis anos. Sara, desde os 11 meses. “Minha mãe tem medo de água. Logo que nasci me colocou na natação para não ficar igual a ela”, conta Sara. A receita deu cer-to. “Vou nadar até morrer. A sensação de praticar esse esporte, que eu amo, é inxeplicável”. Danyllo concorda.

Segundo o treinador, o cubano Hugo Léon, os dois têm um grande potencial esportivo. Eles integram uma equipe seleta de nove atletas mirins com reais possibilidades de cres-cimento. “Temos também várias promessas de nove a onze anos, prontas para dar o melhor de si nas competições”. E completa: “Se continuarem dedicados nos treinos, com cer-teza para as Olímpiadas de 2016 em diante há uma grande possibilidade de alcançarem média”. Em Valadares, a corrida do ouro já começou.

Sara é uma das apostas valadarenses na busca por novas medalhas olímpicas.

“Vou nadar até morrer”

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46Novembro 2012conceito

aprender a dizer

Por Igor MadeiraE-mail: igormadeira.wordpress.com

Aprender a dizer “não” tornaria nossas vidas melhores? Provavelmente sim! Então, por que na maioria das vezes di-

zemos “sim” quando na verdade deveríamos di-zer “não”? A resposta a esta pergunta é simples: evitar desaprovação social.

Durante todo o nosso processo de desenvol-vimento, somos influenciados pela cultura a ser cordiais e estar à disposição o tempo todo. Dizer “sim” acaba sendo uma forma de evitar problemas e ser deselegante com as pessoas, pois o “não” em boa parte significa o rompimento de laços sociais (na maioria das vezes laços de amizade), sinal de indisponibilidade e até mesmo “má vontade”.

Dizer “sim” quando a resposta deveria ser “não” pode nos trazer consequências danosas em longo prazo. As pessoas que se comportam dessa forma dificilmente sentem prazer naquilo

que estão fazendo, pois o fazem com o intuito de evitar desaprovações sociais. Geralmente, há um desgaste maior da parte daquele que está sempre atendendo aos outros, como por exem-plo: cansaço, estresse, excesso de atividades, fal-ta de tempo para si, desmotivação, etc.

Há varias formas e/ou maneiras de avaliar uma situação antes de dizer “sim” e evitar o des-gaste de ter que fazer algo que está além do seu alcance. Dentre elas: 1) verificar se o que está sendo solicitado é viável e está dentro das suas possibilidades, a ponto de não gerar desgastes físicos, psíquicos e sociais; 2) se houver dificul-dades em tomar uma decisão, há uma probabi-lidade de você não querer realizar a tarefa; 3) se você concluir que a melhor resposta ao pro-blema é “não”, diga “não”; 4) seja breve na sua resposta e evite justificativas.

É preciso

NÃO

colaborador

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47Novembro 2012conceito

Imagine uma cidade inteira parar pra homena-gear um filho da terra ‘apenas’ pelos seus 80 anos de vida. Impossível? Não para os mora-

dores de Caratinga, não para um homenageado do quilate de Ziraldo. A relação de amor entre o município e o cartunista conhecido mundialmente se transformou em multidão de crianças, jovens, adultos e idosos. Nem o sol forte de uma manhã de domingo foi obstáculo para o desfile de centenas de ‘meninos maluquinhos’, cada qual com uma pa-nela na cabeça, em alusão ao famoso personagem criado por Ziraldo na década de 1980.

Mas houve espaço ainda para celebrar ou-tros tantos personagens e livros produzidos ao longo dos mais de 60 anos de trabalho. Para isso, o reencontro com os caratinguenses teve

danças folclóricas, encenações, exposições de inúmeros cartazes em referência às suas obras e desfiles de fantasias que colocaram a perigo o coração atônito do homenageado. O presente de aniversário contou com a participação de milhares de pessoas, especialmente crianças e jovens das escolas de Caratinga e de municí-pios vizinhos, e durou mais de quatro horas. “Nunca aconteceu com ninguém no Brasil uma coisa igual a esta. Então eu não sei como é que se agradece a uma coisa como essa”, con-fessou, deslumbrado, ao final do desfile.

Homenagem com a marca da grandeza e da tradição de Caratinga? Para Ziraldo, sim. “Uma coisa dessas é irrepetível. Pra aconte-cer isso de novo, o cara tem que viver mais 80

Cartunista se rende ao carinho de Caratinga, celebra 80 anos junto a um mar de crianças e declara amor à terra natal

MaluquinhoZiraldo

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anos. E ter nascido aqui, em Caratinga!”, declarou-se. E o artista não foi a única figura ilustre a testemunhar a fes-ta pelos 80 anos de idade. A jornalista Miriam Leitão, da Rede Globo, filha de Caratinga, fez questão de prestigiar o evento. E mostrou que manter firmes as raízes com o mu-nicípio não é exclusividade apenas de quem é reverenciado.

“Essa é uma coisa que o Ziraldo ensinou pra gente: a gente não abandona o primeiro pertencimento. Hoje o Ziraldo pertence ao Rio, pertence ao Brasil, pertence ao mundo. Mas o primeiro pertencimento dele é Caratinga. A pessoa que reconhece seu primeiro pertencimento é uma

pessoa mais inteira. É isso que ele nos ensinou”, disse, sem esconder as lágrimas de emoção após a apresentação de um grupo de meninos com deficiência auditiva. “Eles disseram o que todo mundo quer dizer: como é grande o nosso amor pelo Ziraldo”.

E pelo menos no domingo de Ziraldo, de Miriam Lei-tão, de Agnaldo Timóteo – mais um célebre conterrâneo presente para homenagear o amigo –, e dos moradores de Caratinga, a cidade presenciou um “novo recorde”, segundo palavras do próprio criador do Menino Maluquinho: “eu sou, neste momento, o sujeito mais feliz do mundo”!

Ziraldo em dia de homenagem: nada menos que 5 mil crianças foram ao Centro de Cara-tinga para um desfile que contou com bolo de aniversário, presenças ilustres, charges em alusão ao cartunista e, é claro, muitas panelas na cabeça

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49Novembro 2012conceito

Eduardo Fragasociedade caratinga

Fotos: Roberta Paiva

Os noivos em momento família entre seus irmãos

Dia 12 de outubro, sexta-feira, foi o Dia D para o jovem par Mayara Zavagli e Breno Xavier. A cerimônia religiosa movimentou a Catedral de São João Batista, onde os noivos disseram o ‘sim’. A noiva, belíssima, usou vestido assinado pelo estilista Kléber Vieira e make-up do conceituado Rogério Frade. O noivo surpreendeu e inovou na escolha da cor: optou também pelo branco no terno. A big festa movimentou o ginásio da Unec, no Bairro das Graças, que recebeu decoração luxuosa. O buffet foi outro detalhe à parte, com três ilhas de degustação com o melhor das comidas mediterrânea, italiana e árabe, assinadas por Mariclay Ramos.

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50Novembro 2012conceito

Durante o feriado de 12 de outubro, oclã da Família Penna promoveu mais umencontro de gerações de uma das famíliasmais tradicionais da Cidade das Palmeiras.A festa movimentou a Fazendinha do FlávioPenna, reunindo membros de várias cidadesdo Brasil.

Os irmãos e empresários Frederico, Brenoe Felipe Xavier fizeram parte da lista dehomenageados do Troféu Aplauso, dacolunista Sayonara Calhau. O evento reuniuo melhor da sociedade mineira no salãosocial do Ilusão Esporte Clube, em Governador Valadares.

Quem esteve circulando pela city foi o ex-BBB João Carvalho. Ele veio a convite daempresária e amiga Conceição Zélia e ferveuna noite caratinguense, distribuindo sorrisospor onde passou.

O casal Gicélia Carvalho e Adilson Rodriguescomemorou no dia 28 de outubro, domingo, oprimeiro aninho do filho Otávio. O “parabénspra você” reuniu amigos e familiares na residência do casal, no condomínio Morada do Lago.

Vai rolar até o dia 16 de novembro, no Casarãodas Artes, a Exposição do cartunista EDRA,comemorando os 10 anos de charges para oJornal Diário de Caratinga.

A Escola Prof. Jairo Grossi realizou no dia27 de outubro mais uma edição de sucessodo Festival de Dança, apresentando o tema“Tudo é Festa”, com direção das professorasKeke Rodrigues, Isadora Fonseca de Moraese Paloma Sandes. Como de costume asapresentações encantaram os presentes.

A economista Global Miriam Leitão estána lista dos agraciados com o Prêmio Jabutide Literatura, promovido pela CâmaraBrasileira do Livro. No quesito reportagem,ela conquistou o primeiro lugar com o título“Saga Brasileira: a longa luta de um povo porsua moeda”.

A dona cegonha e seus voos rasantes pelaCidade das Palmeiras. O casal contemplado foiEline Nogueira e Danilo Bentes de Carvalho.Isabella veio ao mundo dia 23 de outubro, e está sendo o motivo de alegria das famílias. No hall dos vovôs corujas, a coluna destaca o casal Stael e Dr. Eli Nogueira.

Família Penna

Aplauso

Presença Vip Um aninho

Charges

Tudo é festa

Prêmio Nasceu Isabella

“Retalhos”

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51Novembro 2012conceito

No dia 13 de outubro, as atenções se voltaram para o jovem par Yascara Gomes e Bernardo Damião. A cerimônia religiosa movimentou a Catedral São João Batista, que ficou repleta de nomes da nossa sociedade. Oestilo princesa da noiva, com vestidoda grife Cymdelime, de Paris (França),e make-up de Glauber Faria, deuo clima clássico do enlace. O noivomanteve a elegância e tradição, optandopelo meio fraque. Os convivas foramrecepcionados no estacionamento doEsporte Clube Caratinga, que recebeubelíssima decoração em tons nude daMatter Floris.

Toda linda no auge dos seus 15 anos,Bárbara Ramos comemorouseu debut em grande estilo no dia3 de novembro, no salão social doAmérica Futebol Clube.

Momento família... O noivo ladeado pelos seus familiares

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52Novembro 2012conceito

A Cidade das Palmeiras emfesta no domingo, 28, paracomemorar em grande estiloos 80 anos do ilustre cartunista,filho da terra, Ziraldo AlvesPinto. O ponto alto do eventofoi o desfile cívico, preparadopela escritora MarileneGodinho, e que contou toda atrajetória de sucesso do artista.Mais de cinco mil criançasparticiparam da grandefesta que movimentou a Avenida Olegário Maciel.

1 - Ziraldo recebendo das mãos de Sônia Miranda a Revista Conceito,

que veio prestigiar o artista neste dia de comemoração 2 - Outra

caratinguense ilustre, a economista Miriam Leitão também marcou

presença no evento 3 - O prefeito João Bosco Pessine, acompan-

hado da primeira dama Julimara

Legenda das fotos:

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80 anos de Ziraldo

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53Novembro 2012conceito

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1 - Iara e Rodrigo Felício 2 - Madson Andrade e Rhakell 3 - Mario Bomfim e Michelle 4 - Ary Soares e Maria Joana 5 - Iara e Rodrigo Felício

6 - Lucrécia Gonçalves e Auxiliadora Mattos 7 - Caca Cimini e Marina 8 - Rivane e Alercio 9 - Paula Motta, Armando Grossi, Raquel Ligeiro,

Flavio Dias e Fred Xavier 10 - Maria e Celio com Jose Luiz e Luciana 11 -Aroldo Freitas e Fernanda 12- Eleonora e Clesus Gamarano

13- Tasys, Adriana Patrício e Lene Menenguci

Legenda das fotos:

Day Party by Eduardo Fragacomemorando 18 anos de colunismo social em Caratinga

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54Novembro 2012conceito

Por Inocêncio MagelaE-mail: [email protected]

há um bojo em que fica localizada a chave de roda. Fui então pegá-la no lugar em que a Ci-troën me instruiu logo depois de minha aqui-sição. Não a encontrei.

“Ora”, pensei comigo, “certamente, na pri-meira revisão que fiz, esqueceram-se de voltar com a chave de roda para o seu lugar.” Chatea-do com a situação, procurei entrar em contato com a Citroën, via celular. Durante minhas primeiras tentativas de conexão, ocorreu um fato intrigante.

A 50 metros, estacionou no acostamento um Voyage cinza. Dele saíram dois rapazes. O motorista antecipou-se ao copiloto, vindo em minha direção. Os meus primeiros sentimen-tos foram de receio, inquietação e insegurança. Pois, nesse mundo de Deus, já não se pode es-perar iniciativas solidárias, mas atitudes inte-resseiras e ameaçadoras.

O motorista, que depois se identificou, chamava-se Rodrigo. O seu companheiro,

colaborador

boa conduta

A imperiosa visibilidade decorrente de uma

Era uma tarde de quinta-feira. O morma-ço era grande e o céu prometia chuva.

Deslocávamos de Belo Horizonte para Carlos Chagas, cidade em que o cooperati-vismo tem vida. Viajava pela rodovia 381, num Citroën Xsara Picasso, recentemente adquirido. Àquela época, início do primeiro mandato de Lula, as estradas encontravam-se em péssimo estado. Todas as rodovias encontravam-se es-buracadas e nos ofereciam sérios riscos.

Já me encontrava bem próximo de Timó-teo quando me ocorreu de passar por sobre um buraco, e imediatamente percebi o pneu dian-teiro direito em processo de esvaziamento. Es-tacionei no acostamento a cinquenta metros, cuidadosamente.

Desci do carro, examinei a roda e observei que ela havia se entortado, razão pela qual o pneu se esvaziara. Até então, nunca havia tro-cado pneu no Citroën. Abri a porta traseira, que fica atrás da poltrona do copiloto. No chão

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55Novembro 2012conceito

André. O Rodrigo perguntou-me o que estava acontecendo. Expliquei-lhe o ocorrido. Ele me solicitou permissão para verificar se encontra-ria a chave de roda, no lugar habitual. Tomou a iniciativa e lá a identificou, com facilidade, desfazendo meus pressupostos anteriores.

Fiquei muito agradecido com a ajuda que me havia dado. Disse-lhe que a partir dali da-ria conta das providências necessárias, pois co-nhecia os procedimentos. Ele, no entanto, se dispôs a retirar o estepe, o que lhe foi de forma trabalhosa. Iniciou o içamento do “macaco” para desparafusar e retirar a roda. Nesse mo-mento tentei impedi-lo, pois já me encontrava constrangido, mas ele se negou a cessar a ajuda que me dava.

Enquanto ele trocava a roda, começou a chuviscar. Insisti para que me deixasse subs-tituí-lo. Ele continuou resistindo. Eu tinha um guarda-chuva comigo. Procurei protegê--lo precariamente, sem me preocupar comigo mesmo. Tendo concluído, colocou o pneu va-zio no lugar do estepe.

Extremamente agradecido, tomei a iniciati-va de gratificá-lo, mas ele não aceitou tal hipó-tese. Antes de se despedir de mim, se apresen-tou com mais clareza, dizendo-se funcionário da Citroën e que, ao visitar a assistência técnica, o procurasse pois teria prazer em me atender.

Fiquei surpreso com o comportamento do Rodrigo e me comprometi, comigo mesmo, que retornando a Belo Horizonte me dirigiria a Ci-troën e assim procederia: pediria para falar com o diretor e solicitaria a presença do Rodrigo. Dian-te dele eu relataria o ocorrido. Porém, ao retornar a Belo Horizonte, dei-me conta de que faltavam apenas 800km para a nova revisão. Decidi aguar-dar para fazer coincidir meus dois propósitos.

Ao chegar a esse momento, procedi como planejara. Fui à Citroën. Chamei o diretor e solicitei-lhe a presença do Rodrigo. Ele não se lembrava de nenhum “Rodrigo”. Chamou sua gerente e lhe perguntou: “Quem é o Rodrigo?”. A gerente titubeou um pouco e logo a seguir disse: “Rodrigo é aquele funcionário que dis-pensamos na semana passada.” O diretor quis saber de mim por qual razão eu pretendia falar com aquele funcionário. Expliquei-lhe tudo o que me aconteceu. Ele, estupefato, disse à sua gerente: “um funcionário como esse nunca poderia ser demitido”. O diretor quis saber a razão de sua demissão e ficou sabendo que ele não estava tendo bons resultados como consul-

Senhor Ino-cêncio, mi-nha ligação se faz ne-cessária para lhe agra-decer mais uma vez. Participei de um processo de seleção na Audi. Procuraram informações sobre mim na Citroën, e o relato do que nos ocorreu na rodovia 381 foi decisivo para a mi-nha contra-tação.

tor de vendas. Resignado, deixei o meu carro para a revisão e fui-me embora. Pesaroso, vol-tei ao meu trabalho sentindo-me culpado por não ter antecipado um gesto que provavelmen-te teria salvado o emprego do Rodrigo. Rumi-nei por dias esses sentimentos desagradáveis.

Certo dia, encontrando-me em Araxá, re-cebi em meu celular uma ligação do Rodrigo. Eu o acolhi calorosamente. Ele, a seguir, em-placou: “senhor Inocêncio, eu estou ligando para lhe agradecer, pois após o seu relato à Ci-troën, ela voltou a me contratar, porém agora em pós-venda.” Redimido, aplaquei o senti-mento de culpa que em mim residia.

Tempos depois retornei à Citroën para uma próxima revisão. Pensei comigo: “Quero ser atendido pelo Rodrigo.” Ao chegar lá soli-citei por ele e disseram-me: “O Rodrigo já não trabalha mais aqui.” Procurei saber o motivo e responderam-me: “Ele não estava se dando bem no pós-venda” . Desapontado, mas resig-nado, deixei meu carro para a revisão e segui o meu caminho.

Acontece que a história não parou por aí. Tempos depois recebo novo telefonema do Rodrigo que me disse assim: “Senhor Inocên-cio, minha ligação se faz necessária para lhe agradecer mais uma vez. Participei de um pro-cesso de seleção na Audi. Procuraram informa-ções sobre mim na Citroën, e o relato do que nos ocorreu na rodovia 381 foi decisivo para a minha contratação.”

O Rodrigo, a quem me refiro, é na verdade Damázio, e sua família reside na Ilha, em Go-vernador Valadares. É filho de José Maurício Damázio, e quando me socorreu, na rodovia 381, dirigia-se para o velório de seu tio João Bosco, em Governador Valadares, acompa-nhado de seu irmão André. Era uma tarde ca-lorenta de 04 de março de 2004.

Chegando a Governador Valadares, ele re-latou o fato a seu pai, que lhe disse: “Isso ainda vai dar muito o que se falar.” Profecia de um sábio pai que muito bem trabalha com a in-tuição. Rodrigo deixou a Audi, foi contratado pela Hyundai, hoje encontra-se na Carbel , sempre como consultor de vendas.

Certa vez relatei a um consultor de pós--venda da Citroën o ocorrido. Ele me disse que tal caso havia sido citado em uma convenção de vendas da empresa, mas os nomes não fo-ram mencionados. Pode-se admitir que o caso não foi relatado completamente.

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56Novembro 2012conceito

A mais recente visita que fiz à minha terra foi para ser mediador do debate entre

os candidatos a prefeito. Orgulho-so com o convite, estudei as regras

do programa e tive acesso com ante-cedência às perguntas formuladas por

eleitores que seriam feitas aos concorrentes políticos. Uma delas era sobre soluções para o

trânsito, “cada vez mais complicado”, escre-veu o telespectador.

Logo pensei: “quem fez essa pergunta é porque não conhece a Índia...” Nas incon-táveis viagens mundo afora, nunca vi nada

tão caótico e desorganizado. Em Calcutá, por exemplo, num dos cruzamentos mais movimentados da cidade não há semáfo-ros. Funciona assim: um guarda fica de um lado da rua segurando uma corda enquan-to um colega de farda aguarda lá do outro lado. Num dos raros segundos sem carros

circulando, um assovia para o outro e logo se vê uma corda pelo ar. Os guardas esti-cam a corda e o trânsito é interrompido. Naqueles raros segundos de interdição, o

pedestre corre para atravessar. A cena me lembrou do “cabo de guerra” nas

Por Luiz Gustavo (Biló)E-mail: [email protected]

colaborador

A impactante

Índia

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57Novembro 2012conceito

Equipe da Rede Record com indianos: país marcado pelo misticismo e pelas desigualdades foi o foco na viagem do repórter ao Oriente

aulas de educação física com os saudosos profes-sores Lobão, Heloísa ou Trumam no inesquecí-vel Instituto Imaculada Conceição.

Os ônibus não param ao menor aceno de mão. Ao perceber o passageiro, o motorista ape-nas reduz a velocidade. É preciso correr e literal-mente pular para dentro do veículo. Pernas pra que te quero!

O desafio mais relevante nessa viagem foi chegar ao imponente Himalaia. De Nova Deli a Hicicketck, por exemplo, gastamos cerca de 10 horas para percorrer menos de 200 quilômetros. O calor era insuportável, a buzina incessante e os pontos de parada eram um desafio às inspe-ções sanitárias.

Para a nossa felicidade, o desgaste do percurso que parece interminável foi recompensado com uma grata surpresa: naquele dia, Dalai Lama estaria na cidade para uma participação num importante evento às margens do Rio Ganges.

Tratamos de nos apressar e fizemos nossas inscri-ções como jornalistas brasileiros. Pontualmente, às 19h, lá estávamos para contemplar o pôr do sol e a histórica aparição do monge budista tibetano, Prêmio Nobel da Paz em 1989.

No dia seguinte, retomamos nossa agenda que previa uma subida ao imponente Himalaia, o mais alto e formoso pico da Índia, que tem um total de 28 estados na península. Queríamos fil-mar a nascente do Rio Ganges, onde brota água pura, cristalina e que mata a sede de 1 bilhão de pessoas a partir do degelo do Himalaia.

É uma região sensível e permanentemente vigiada pela proximidade com o Nepal e Tibet. Celulares, por exemplo, são monitorados, e, por isso mesmo, fomos orientados a manter os nos-sos desligados.

Lá fomos nós para exaustivas 12 horas de caminhada entre neve, animais silvestres e a exuberante natureza ainda intacta. Estávamos

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58Novembro 2012conceito

a 10 graus negativos. Cinco homens do Nepal carregavam nossa tralha: barracas, alimentos etc.

Acampamento formado, fomos dormir. E de noite ouvi o barulho da barraca vizinha sendo aberta diversas vezes. Ao amanhecer, soube que nosso repórter cinematográfico visitou a “casinha” infinitas vezes. Estava com princípio de infecção intestinal por causa do último almoço.

No topo do Himalaia, a biodiversidade paga o preço da irresponsabilidade humana. O aquecimento global está inter-ferindo na reprodução das espécies e o degelo tem se tornado cada vez mais constante. Produtores se mostram preocupados com a possibilidade de faltar água e famílias inteiras passa-ram a migrar para outras regiões.

Estávamos no berço do Rio Ganges, o sétimo maior rio do mundo e que tem um valor espiritual para as pessoas que seguem o hinduísmo. Muitos são os seguidores que tomam banho nas águas do rio, acreditando que ele tem a capacidade de purificar todos os pecados.

Existe a crença de que aquelas águas vêm dos céus, por vontade do deus Brahma, que para a religião hindu seria res-ponsável pela criação do universo.

Uma sugestão aos viajantes é estudar a Índia antes da via-gem para entender o que será visto e aprender com o percurso – um fascinante mergulho na história, já que a Índia tem um passado vasto e tumultuoso. Achados arqueológicos remon-tam a habitantes desde 400.000-200.000 a.C. A formação da primeira grande civilização indiana começou em 2.500 AC.

Havia lido muito a respeito meses antes, mas ainda assim o que vi me impactou talvez pelo resto da vida.

Em Varanasi, por exemplo, testemunhei a famosa queima de corpos. À margem do Ganges, em menos de três horas, o ser humano vira cinzas. Acompanhando as cerimônias – muitas são realizadas ao mesmo tempo e sempre cedinho –, fiquei imaginando a história daqueles que naquele momento estavam se transformando em pó. Quantos regimes fizeram, quanto gastaram com cosméticos em busca do rejuvenesci-mento, quantas horas investiram à procura do corpo perfeito; agora ali, ardendo entre as chamas. Pode ser apavorante para nós, mas lá aquele ritual impõe diariamente a reflexão sobre o que somos e o que de fato importa nessa vida.

A Índia hoje talvez seja o país com mudanças mais agu-das dos últimos anos. Depois de 1990, com as reformas eco-nômicas, se transformou em um novo consumidor de produ-tos, tecnologia e estilo de vida. É o segundo maior produtor de softwares no mundo e tem seus próprios satélites e armas nucleares. Porém a pobreza ainda é um problema: há 40% de sua população vivendo em miséria.

Em meio a esse contraste, burguesia e proletariado due-lam há milênios, mas respeitando a orientação de dar a cada um o que é seu. Na porta dos incontáveis templos ficam 200, 300 pares de sapatos e chinelos. E ninguém mexe... Aliás, responda-me, por favor: qual foi a última vez que você ouviu falar de algum assalto, sequestro relâmpago ou algo assim na Índia?

Margem do Ganges: rio é considerado sagrado pelos indianos

A imagem do caos: transporte público na Índia está longe do ideal

Diversidade cultural é uma marca do país de 1,2 bilhão de pessoas

Biló aos pés do Himalaia: aventura devidamente registrada

Himalaia

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Mãos estendidas há meio século

Por George Gonçalves

Imagem de Nossa Senhora das Graças no Pico da Ibituruna está prestes a completar

50 anos de inauguração, repleta de personagens e histórias polêmicas

especialFotos: Arquivo Pessoal Julieta Machado

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60Novembro 2012conceito

A imagem de Nossa Senhora das Graças, no alto da Ibituruna, ganhou um colorido a mais nas noites de outubro. Asssim como

em diversos monumentos espalhados pelo mundo inteiro, sua iluminação foi trocada por refletores com tons de rosa. O objetivo foi lembrar sobre a prevenção do câncer de mama, segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mu-lheres, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Não fosse a campanha, até se poderia acreditar que a Santa se vestiu de alegria para co-memorar os 50 anos do inicio de sua construção.

Afinal, foi na segunda-feira do 8 de outubro de 1962 que as primeiras peças das 40 toneladas começaram a se aventurar pela estradinha que levava até o Pico, feitas justamente para esse objetivo. Depois de chegar lá em cima, a ima-gem, ainda oca, foi preenchida com concreto e ficou duas toneladas mais pesada. Três meses se passaram e lá estava ela, finalmente pronta para a inauguração. O marco valadarense foi aben-çoado no dia 30 de Janeiro de 1963, quando a cidade completava seu Jubileu de Prata.

A imagem, de 13 metros de altura, foi con-feccionada em Campinas (SP) e custou 24 mil cruzeiros, algo em torno de 660 mil reais nos dias atuais, sem contar a inflação do período. A simbologia é muito clara: ela representa a Vir-gem Maria de braços abertos, estendidos sobre a cidade. E foi para ela que o professor Antônio Martins Aubim fez uma homenagem publicada no jornal Diário do Rio Doce no dia da inau-guração. “Permanece aí, ó Mãe em trono rude,/Cortejada pelas ondas oscilantes/Deste rio, que traduz a inquietude,/Dos filhos Teus, na terra viandantes.” (Trecho da poesia “Virgem da Ibi-turuna”, publicada no Diário do Rio Doce em 30 de Janeiro de 1963).

Mas por trás da estátua no alto do Pico, há histórias polêmicas, algumas protagonizadas por duas mulheres que idealizaram a construção e lutaram para tornar o monumento uma reali-dade. Juntas, Aurita Machado e Cirene Alber-garia tomaram a frente da iniciativa e realizaram um feito que muitos achavam impossível. “Mi-nha mãe sempre foi muito dinâmica. Fundou a Apae e a Escola Técnica de Enfermagem na cidade. Era uma idealista, queria sempre fazer o bem”, conta a filha de Aurita, Julieta Machado.

Um pouco de história...

O desejo de colocar a imagem no alto da Ibituruna surgiu primeiro no coração de Cirene,

Família Machado aos pés da Santa, durante a construção: a imagem virou referência para os fieis católicos e patrimônio histórico do município

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61Novembro 2012conceito

que convenceu Aurita. Mas os desafios e, prin-cipalmente, a falta de apoio financeiro adiaram o sonho por um tempo. Muitos não acreditavam que as duas pudessem realizar o feito. Julieta conta que à época foram produzidos, inclusive, panfletos para tentar impedir a construção do monumento. A mobilização foi estimulada, se-gundo ela, por pessoas de outras denominações religiosas que não gostaram da ideia e se manis-festaram contrárias à iniciativa.

Mas a campanha surtiu efeito contrário. A população absolutamente católica ignorou os panfletos espalhados pela cidade e incendiou os fiéis, que se uniram em prol da construção da Santa. A união de várias pessoas e entidades valadarenses conseguiu transformar a ideia, jul-gada impossível por muitos, em realidade.

Uma capela foi construída aos pés da Santa e atualmente serve de base para o monumento. Seu interior é revestido de cerâmica com piso e altar de granito. É lá, de onde se pode ver um horizonte azul sobre uma cadeia infinita de montanhas típicas de Minas Gerais, que muitos fiéis fazem suas orações e súplicas, confiantes na intercessão de Maria.

De qualquer ponto da cidade onde se pos-sa ver a Ibituruna, lá está um pontinho branco para lembrar aos valadarenses da imagem que já se tornou um ícone valadarense. Para muitos, é inconcebível olhar para o alto da enorme mon-tanha sem presenciar a estátua gigante, centrali-zada no pico em meio a uma floresta de antenas de comunicação.

“A construção da Santa é um exemplo da bravura do nosso povo que, após ter a ideia, teve coragem e persistência para executar o projeto. Por isso a imagem, em si, já é significativa”, ava-lia o bispo da diocese de Valadares, Dom Wer-ner Siebenbrock. E por que a escolha da Santa? Ele explica: “Nossa senhora das Graças estava ‘na moda’ naquela época. Era uma onda em vá-rios pontos do Brasil em que se acentuava esse título da mãe de Jesus”.

Patrimônio

Hoje a Santa ganhou status no município. Além de ícone, é também um patrimônio cultu-ral da cidade, ao lado de outros nove monumen-tos, dentre os quais a Açucareira e a fachada dos Correios. O complexo paisagístico da Ibituruna foi tombado no dia 2 de julho de 2001. Isso sig-nifica que a imagem da Santa e toda a estrutura que a circunda estão protegidas por leis específi-

cas de proteção. “Se alguém for pêgo pichando a imagem, por exemplo, terá de responder judicial-mente pelo ato”, avisa a presidente do Conselho Municipal de Patrimônios, Gabriela Figueiredo.

A partir do tombamento, acrescenta, a ima-gem também passou a ser um bem público. “Por isso, todos os valadarenses são responsáveis pela conservação da imagem. Desta forma, também, os estudantes podem conhecer melhor a histó-ria da subida da Santa quando estudam a histó-ria da cidade”.

Gabriela destaca que atualmente a imagem pertence à Cúria Diocesana da Igreja Católi-ca, o que torna responsabilidade da instituição manter a imagem conservada. “O conselho, que é formado por arquitetos, engenheiros e outros profissionais especializados, fez recentemente uma avaliação e identificou problemas na estru-tura da Santa. A capela pedestal, por exemplo, está com rachaduras. Uma restauração, apenas, não adiantaria”, sustenta Figueiredo.

Restauração

A saga das familias Machado e Albergaria em defesa do monumento não pararam em sua inauguração. Quase 50 anos depois da solenida-de, a filha de Aurita encabeça agora um projeto de restauração da imagem. “Vejo com tristeza a situação em que a Santa se encontra hoje. Preci-samos somar esforços para restaurá-la a tempo de comemorarmos os 50 anos de sua inauguração, que será em janeiro do ano que vem”, anuncia.

O projeto começa a sair do papel. Julieta conta com o apoio do publicitáio Renato Tassis para organizar os trabalhos. “Já fizemos alguns orçamentos do custo total da restauração. Ago-ra precisamos encontrar parceiros, pessoas que estejam dispostas a ajudar financeiramente nos custos”, diz Renato. “É como um Cristo Reden-tor para nossa cidade. Precisamos valorizar esse patrimônio”.

A dupla também pensou em organizar uma campanha para movimentar a cultura da cidade. Eles pretendem contar com o apoio dos artistas da região. “Vamos pedir aos artistas que criem obras de arte, como quadros e esculturas, com a interpretação que têm da Ibituruna. Depois, va-mos vender essas peças e revestir todo o dinhei-ro para ajudar na restauração”, explica Julieta.

Cinquenta anos depois, a mobilização dos fiéis católicos deve ser, mais uma vez, o cami-nho mais viável para salvar um dos principais cartões postais do município.

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Por Clores de Andrade LageE-mail: [email protected]

Dos olhos saltam as cores, as formas. Do olhar a fantasia. E nasce o instante de luz. Para o artista, este é o momento

mais sublime, singular, de entrega, ação, reação, criação. Criar, alinhavar todo dia, se renovar, re-criar andando nas nuvens ou com os pés no chão.

É assim na maioria das obras de arte. Reve-lamos o amor, o grito da mente ou do coração, pois é neles que o poder da vontade se faz. Na entrega total, no desejo da alma, na busca sin-cera no estado alfa, no sereno da inspiração, nos abastecemos no poder criativo e colocamos no

espaço do tempo nosso desejo.As canções se fazem dentro de nós. Se a ma-

nhã está bela, encharcada de sol, a vontade pode ser colorida. No céu, quando os pássaros voam, pode ser com encantos mil. Nas tardes, quando o horizonte sangra, pode virar poesia, amor ou paixão. Se o tempo está frio e a tarde é lilás, nos interiorizamos, nos encantamos com os misté-rios da vida.

Seja qual for a hora, misturamos encanto e magia, sonho e realidade. No coração as estrelas pipocam, as mãos vibram de vontade de executar.

colaborador

MomentosDAcriação

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Os instrumentos, a matéria, brilham e no pincel a tinta reluz.

Exercício para despertar o poder criativo.

Antes de começar, coloco a mão sobre a tela ou o material a ser usado. Fecho os olhos, respiro fundo, prendo a respira-ção por alguns segundos e visualizo madeira, tinta, pincéis... flutuando em direção ao sol. Em seguida a ideia está pronta, entrando no meu coração.

Feliz, agradeço ao meu artista interior. Atrevo-me, sem medo; confio. Se não gostar de algo, deixo somente o que me encantou, o que vibrou meus olhos e o que o coração amou.

Autor da Pintura: Epaminondas

Autor da Pintura: Quirino

Autor da Pintura: Luiz Carlos

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O estudante Breno Costa, de 12 anos, as-sim como muitas crianças da idade dele, gosta bastante de futebol, tem muitos

amigos e usa aparelho ortodôntico. A intervenção foi feita para corrigir uma má formação dentária. “Quem vê o Breno hoje nem imagina como era o sorriso dele antes”, recorda a mãe do estudante, a professora aposentada Eliene Costa.

O garoto já está na fase final do tratamento. Faltam apenas alguns meses com o novo apare-lho, diz a mãe. Eliene também conta que, na hora de escolher qual dentista iria acompanhar o caso de Breno, pediu sugestão às filhas, na época estu-dantes de Odontologia da Univale, hoje já forma-das. “Elas falaram de um professor que gostavam bastante e também atendia em clínica. Era o dou-tor Nilson”, revela.

A mãe procurou o consultório para iniciar o tratamento do filho. Não por acaso, o dentista es-colhido cursou mestrado em Ortodontia. Nilson Ferreira explica que os aparelhos alteram os ossos da criança em fase de crescimento e, por isso, têm o efeito esperado. Ele também trabalha especifi-camente com disfunção da articulação temporo--mandibular, popularmente conhecida como ATM. A disfunção, segundo o dentista, geral-mente causa estalos, barulhos e dor na articulação. No consultório, trata da correção da má formação dentária e alinhamento da face dos pacientes.

Formado em 1987 pela Univale, Nilson con-cilia a atuação acadêmica e o trabalho no consul-tório todos os dias, característica que lhe permite experimentar duas possibilidades da profissão. “Gosto de variar entre as clínicas e o consultório, porque se ficasse em um só seria muito cansativo”, explica. Na Faculdade de Odontologia da Uni-vale, leciona disciplinas como anatomia crânio--facial, fisiologia oral e, claro, ortodontia.

“Hoje me sinto realizado. Acho que todos de-vemos dar um sentido histórico à vida e sinto que isso eu posso fazer a partir da minha profissão”. Nilson é um caso típico de profissional que des-cobriu exatamente o que fazer com as aptidões que tem. Através da odontologia, ele consegue colocar todo seu potencial a serviço da comuni-dade. “Fico muito feliz quando os pacientes ficam satisfeitos com o trabalho. Corrigir uma má for-mação dentária ou uma má formação facial é uma forma de ajudar as pessoas”.

Nilson FerreiraO artista restaurador de

sorrisos

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carne com procedência

O agradável sabor da

empreendedor

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Todos os dias, centenas de pessoas vãos aos açougues da rede Coelho Diniz. Nos balcões, uma infinidade de produ-

tos agrada a todos os gostos e bolsos. “A carne vendida aqui é de excelente qualidade. Por isso, nossos clientes têm a certeza de estarem consu-mindo um alimento que vai trazer diversos be-nefícios à saúde”, garante o gerente de um dos supermecados, Nilo Carvalho.

Todo o fornecimento da carne é feito pelo Frigorífico Frigoleste, criado em 1997, em Go-vernador Valadares. “Os cuidados com a carne vão desde a seleção dos animais vivos até a co-mercialização, seguindo as normas da vigilân-cia sanitária e do IMA [Instituto Mineiro de Agropecuária]. O Frigoleste garante sua quali-dade com procedimentos que vão desde a esto-cagem dos produtos e transporte até o ponto de venda, em caminhões frigoríficos da empresa”, afirma o gerente comercial do frigorífico, Mar-cos Antônio Martins.

Segundo Martins, a empresa realiza inves-timentos para não agredir o meio ambiente,

como, por exemplo, o funcionamento de uma Estação de Tratamento de Efluentes, através da qual é possível eliminar drasticamente a pro-dução de resíduos e a poluição, minimizando o impacto ambiental sobre toda a região.

Além disso, existe uma fiscalização rigorosa por trás dos processos de fornecimento da car-ne, até a comercialização do produto pela rede de supermercados Coelho Diniz. “O IMA fis-caliza, por exemplo, o próprio controle de qua-lidade da empresa. Isso é importante porque se trata de produtos de origem animal, que podem transmitir doenças como a ateníase”, afirma a fiscal agropecuária do Instituto e também ve-terinária, Monique Fonseca. Segundo ela, a má qualidade da carne poderia trazer ainda outros riscos, como a intoxicação.

É ela a responsável no IMA pela fiscalização do Frigorífico Frigoleste, classificado pelo Insti-tuto como uma indústria de carne. “O Frigoles-te já é um parceiro nosso. E essas fiscalizações periódicas asseguram ao consumidor a qualida-de da carne oferecida”, completa.

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televisão e antena parabólica, além do frigobar, construídos para atender a famílias de até cin-co pessoas. E é justamente esse o público que mais visita o Recanto. Para os grupos maiores, há uma pousada com capacidade para 12 pesso-as. “Nós recebemos aqui muitos casais em lua--de-mel e grupos religiosos e de empresas para confraternizações”, conta o proprietário.

Além da proximidade com a natureza, o pesque-pague conta com restaurante, pedali-nhos, cama elástica, playground, psicina, pas-seios a cavalo, salão de jogos e um campo de fu-tebol. O clima “de roça”, como diz Hermínio, favorece o descanso.

E o empresário tem projetos ainda mais am-biciosos para o Recanto. Um deles é transfor-mar o pesque-pague num parque aquático, com mais psicinas e outros atrativos turísticos. As-sim, Hermínio pretende unir a tranquilidade, que já é marca registrada do lugar, ao conforto das psicinas e dos outros ambientes que preten-de construir .

Recanto dos LagosO paraíso é aqui ao lado !

É fácil entender por que o Recanto dos Lagos, pesque-pague a 5 km de Al-percata, tem esse nome. São 16 lagoas

artificiais com diveras espécies de peixes, como carpa dourada, tambaqui e catfish, um bagre americano. O lugar é uma boa pedida para quem quer fugir da agitação da cidade e passar o fim de semana com a família num ambiente tranquilo, silencioso e próximo da natureza.

As lagoas ficam espalhadas pelo terreno de três alqueires, que também conta com uma mina de água. O empresário Hermínio Maciel assumiu a administração do Recanto há cerca de um ano. De lá pra cá, tem investido em constantes reformas na infraestrutura do pesque-pague para atender ao público com qualidade. “Nossa intenção é fazer do Recanto dos Lagos um lugar de divertimento. Quando cheguei aqui pela primeira vez, imaginei minha família e meus colegas aproveitando tudo o que esse lugar tem para oferecer. Por isso, eu mes-mo decidi morar aqui”, diz Hermínio.

Espalhados pelo lugar estão 12 chalés, com

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Igreja Batista da Ilha

(casaisibi.wordpress.com), e o forte incentivo à música, com direito a diferentes equipes que se organizam para animar os cultos. Além disso a igreja conta com uma rica biblioteca, repleta de livros religiosos.

Aos domingos pela manhã, na Escola Bíbli-ca Dominical, os membros têm a oportunidade de estudar a Bíblia juntos. Momento em que os laços afetivos são fortalecidos e o conhecimento das Escrituras ganha profundidade. Os esforços de conhecer a Bíblia se estendem a toda a comu-nidade, inclusive a pessoas que não são mem-bros. A Igreja Batista da Ilha desenvolve um projeto chamado “Conhecendo as Escrituras”, voltado para o público em geral, cujo objetivo é

Com cerca de 90 membros, não é à toa que a Igreja Batista da Ilha (IBI) é hoje uma das mais tradicionais de Governador

Valadares. Os 42 anos completados em outubro são marcados por lutas, desafios e, acima de tudo, vitórias. Pessoas de todas as idades se reúnem nas noites de quarta e também aos domingos para renderem cultos de oração, adoração e louvor a Deus. Em parte de todos estes anos, os fiéis têm sido conduzidos pelo pastor Sérgio Macharet.

E para manter a comunidade em sintonia com os ensinamentos de Jesus Cristo, há tra-balhos impressionantes de evangelização. Des-taque para o Ministério de Casais, que tem um blog acessado por pessoas de todo o Brasil

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difundir o conhecimento da Palavra de Deus.Um dos diferencias da igreja está na sólida formação bí-

blico-teológica, referendada na experiência do pastor Sérgio Macharet. O teólogo é referência entre os batistas, já tendo as-sumido diversos cargos de lidernça na denominação, tanto em nível estadual quanto nacional. Sua esposa, Eunice Macharet, também ajuda a dar o “tom” de uma igreja dinâmica. Pales-trante e conferencista nacional, Eunice Macharet também é conhecida como “Tia Eunice” por sua participação, há déca-das, na liderança de adolescentes e também pessoas da terceira idade. Ela atua diretamente na área da música, seja no canto congregacional, na regência de coros e especiais musicais.

Situada na Avenida Suassuí, na Ilha dos Araújos, a igreja enfrenta quase todos os anos as águas torrenciais oriundas das enchentes do Rio Doce. Tendo de se reconstruir a cada cheia, essa característica física da igreja inspirou um pilar na evangelização. “Por passar várias enchentes e tendo que ser reconstruída, a igreja teve um forte componente de união, por meio da assistência dos que foram atingidos”, explica o pastor Sérgio Macharet.

Ainda segundo o pastor, essa união facilita o contato en-tre diferentes realidades de vida, e ajuda na descoberta de valores familiares importantes. “Convivem juntos crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade. E há harmo-nia entre todos. Isso é o mais interessante. Por não ser uma ‘mega-igreja’, temos um ambiente familiar”, define.

Dar suporte a essa riqueza de faixas etárias, cada uma com uma forma de ver a vida, é também uma preocupação do pastor. Os trabalhos de evangelização são organizados para atender às diferentes necessidades espirituais. Por isso, alguns trabalhos são organizados para atender a públicos de idades e realidades de vida específicas, como o tradicional encontro de namorados.

História

Não é mera coincidência que a Igreja Batista da Ilha tem

um coração em seu logotipo. Há 42 anos, o exercício do amor tem sido a razão de ser da Igreja. A história da fundação da Igreja começou com um jovem capixaba, chamado Eldenir Contaiffer, que veio a Valadares participar de um evento na Igreja Batista da Esplanada. Ele se apaixonou pela cidade e resolveu se mudar para trabalhar e estudar. Em suas primeiras férias, convenceu toda a família a mudar-se para o município, e acabou por fixar moradia na Ilha dos Araujos. A dificuldade de transporte até a Igreja Batista da Esplanada fez surgir um culto na residência dos Contaiffer. Logo outras famílias foram se unindo às celebrações e estudos bíblicos.

O grupo recebeu o apoio espiritual do pastor Joe Terry, missionário batista americano, que também havia se mudado para a Ilha. Em 15 de outubro de 1970, a Igreja Batista da Ilha foi organizada com 34 membros, já com a sua sede no atual endereço. A partir daí, ganhou força, respeito e amor de todos os membros, passando a ser uma referência cristã em Governador Valadares.

Por não ser uma ‘mega-igreja’, temos um ambiente familiar.“

Jovens no coral da Igreja Batista da Ilha, sob os olhares atentos dos fiéis: local de adoração a Deus reúne público de várias idades

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to de R$ 58.740.977,52, juntando os valores de dívidas trabalhistas, dívidas com fornecedores, dívidas com instituições financeiras e os salários ainda em atraso.

A folha de pagamento é outro problema a ser solucionado, pois representa atualmente 86% da receita da instituição. Sobram apenas 14% da re-ceita para quitação de despesas fixas como água, luz, fornecedores, dívidas com instituições finan-ceiras e o valor torna-se insuficiente.

Plano de redução de despesas

Um das primeiras ações dos gestores da Fundação Percival Farquhar na busca de so-luções que garantam novamente o equilíbrio financeiro da FPF, foi o plano de redução de custos. O objetivo é, acima de tudo, encontrar caminhos para alcançar o equilíbrio entre recei-tas e despesas da instituição.

Após uma análise criteriosa dos problemas fi-

Univaleanuncia medidas para sobreviver

A Fundação Percival Farquhar tornou pú-blicas as informações sobre a situação financeira da instituição, Univale e de-

mais mantidas. Em coletiva de imprensa realiza-da no dia 1º de novembro, o presidente do Con-selho Diretor da FPF, Sr. Francisco Silvestre e o Diretor Executivo, Sandro Fonseca, apresenta-ram à imprensa as informações sobre a receita da instituição, endividamento, gastos com folha de pessoal, gastos administrativos e apresentaram ainda as propostas da nova gestão. “O objetivo desta coletiva é informar a toda imprensa e co-munidade de Governador Valadares qual a real situação financeira da FPF. Quando assumimos em julho de 2012, um de nossos compromissos foi garantir a transparência de todas as nossas ações”, disse Francisco Silvestre.

Segundo as informações apresentadas, o maior desafio dos atuais gestores é reestabelecer o equilíbrio financeiro da instituição. Ao longo dos anos a Univale acumulou um endividamen-

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nanceiros enfrentados atualmente, o Conselho Diretor da FPF adotou medidas emergenciais para redução imediata da folha de pagamento. Na quarta-feira (31/10), foram desligados da insti-tuição 99 funcionários, dentre eles 17 professores.

Tais medidas representarão um abatimento mensal de R$ 319.426,07 na folha de pagamento. Montante que no acumu-lado de 12 meses resultará na redução de R$ 3.833.112,84 nas despesas da instituição.

Entre as prioridades da nova gestão da FPF está o pagamento dos salários. Também ajudam na composição de uma proposta para modificar o cenário financeiro atual, um plano para quitação da dívida trabalhista, concentrar as atividades administrativas no Campus II, aumento de receita, renegociação das dívidas, criação do Portal da Transparência e a desmobilização.

Foi apresentada ainda a proposta para quitação das dí-vidas trabalhistas e do endividamento bancário. A venda de

parte do patrimônio da FPF, avaliado hoje em aproximada-mente R$ 108.000.000,00. Está em estudo a construção de um loteamento na área ociosa no campus II com a abertura de 597 lotes de 300 m2 cada. Toda infraestrutura dos lotes seria realizada por investidos externo, sem custos iniciais para a instituição. A proposta é usar os lotes ou o dinheiro arre-cadado com a venda dos mesmos para quitação das dívidas. “Acreditamos que esta é uma ótima saída para viabilizarmos o equilíbrio financeiro da instituição, pois, temos a real possi-bilidade de quitação das dívidas com a criação do loteamento e nenhuma das ambientes usados para atividades acadêmicas serão comprometidos com o projeto”, ressalta Silvestre.

A continuidade da Univale

Os gestores esclareceram ainda sobre os rumores em tor-

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no da perda do status de Universidade. “Mesmo com a de-missão de 17 professores, a Univale permanece dentro dos parâmetros exigidos pelo MEC com o índice de 39,11% de mestres e doutores no quadro de docentes da instituição”, disse o Diretor Executivo, Sandro Fonseca.

A Univale ofertará no vestibular, 25 cursos nas diversas áreas do conhecimento e um dos pontos ressaltados durante a entrevista é sobre a continuidade da universidade. “Neste momento enfrentamos uma forte crise, mas com as medidas tomadas e o plano de ação já em andamento será possível equi-librar novamente a situação financeira da Fundação. Nosso patrimônio que está avaliado em R$ 105.000.000,00 é muito superior ao endividamento da instituição e por isso descarta-mos totalmente a possibilidade de fechamento da Univale. E tão logo superada a crise, nossos planos incluem expansão das atividades”, finalizou Fonseca.

Gestores convocaram a imprensa para expor situação

da FPF: objetivo é buscar soluções com transparência

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É a passos lentos que a dona de casa Elisângela Vieira, de 39 anos, vai se consultar com o onco-logista. A saúde está debilitada por conta de um câncer que começou na mama e aos poucos foi se espalhando pelo corpo. Ela mesma não sabe expli-car o que realmente tem. “Só sei que estou doente”.

Foge de tirar fotos como foge do câncer. O lenço roxo na cabeça denuncia a condição. Ela está no meio de muitas pessoas que se reúnem quase diariamente em busca da cura, no Núcleo de Espe-cialistas em Oncologia (NEO) do Hospital Bom Samaritano, em Governador Valadares. Elisângela descobriu a doença há três anos, quando brincava com a filha. “Senti um carocinho no meu seio. Fui ao médico e tive a notícia”.

Hoje, até para falar que é dona de casa, se sente constrangida. “Hoje eu não sou nada”, diz. “O câncer acabou com minha saúde. Já passei pela quimioterapia e radioterapia. Tenho esperança de, um dia, me livrar dessa doença”. A lágrima insiste em sair dos olhos. Elisângela se mostra firme, quase chora. Mas evita. Precisa ser forte. A entrevista acaba, o marido a toma pela mão e, juntos, vão à consulta.

No Núcleo, aproximamente mil pacientes são atendidos por mês. Cerca de 90% por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). São pessoas de diversas cidades da macrorregião de Governador Valadares. Muitos dependentes unicamente do SUS, sem condições financeiras pra custear qual-quer tipo de tratamento. O fluxo é estabelecido pela Secretaria de Estado de Saúde e pela Diretoria Regional de Saúde.

Mas o trabalho desenvolvido no Hospital Bom Samaritano renova as esperanças de muitas delas. Uma equipe multidisciplinar, formada por onco-logistas clínicos, radioterapeutas, hematologistas, estomatologistas, cirurgião plástico, assistente social, psicólogo, dentista, nutricionista, além de uma equipe vasta de enfermeiros, farmacêuticos e técnicos em enfermagem, tem a difícil missão de ajudar no tratamento.

Os tratamentos oncológicos do Núcleo são re-ferência na região. O trabalho começou em março de 2009. A parceria favoreceu o credenciamento do Hospital Bom Samaritano junto ao SUS como a primeira Unidade de Assistência em Alta Com-plexidade em Oncologia do Vale do Rio Doce. São feitas cirurgias oncológicas, internações clíni-cas, além de exames para diagnóstico e prevenção do câncer.

“Sem o NEO, os pacientes teriam que se des-locar para outras cidades, como Ipatinga, Belo Horizonte ou Muriaé. Por isso, ele é importante não só do ponto de vista técnico-científico, mas também do ponto de vista social”, destaca o ra-dioncologista e diretor clínicio do NEO, José Pedro Vieira. E completa: “Ainda temos uma série histórica relativamente pequena devido ao credenciamento recente e estamos numa fase ini-cial de estatísticas no que diz respeito ao tempo de atendimento. Mas já foram quase cinco mil pacientes tratados, sendo que mais de 70% deles estão vivos e fazendo acompanhamento periódi-co”, ressalta, para a alegria dos pacientes e dos familiares que sonham juntos com a cura.

Hospital Bom SamaritanoNúcleo ajuda no tratamento de câncer

em Valadares e região

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