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CONSTRUÇÃO E TECNOLOGIA APLICADA ACIDENTES: Estudo de caso INTERFERÊNCIAS ENTRE FUNDAÇÕES Edificação Torre-campanário de Pisa Ed. Núncio Malzoni Bloco A Construção (fundações) 1174 1967 Recalque Descoberto durante a obra Previsto no projeto (mas seria de modo uniforme) Andares 8 17 Pé-direito no térreo 4,1 m Cerca de 4 m Altura desde as fundações 60 m Cerca de 59 m 1174 - 1350 Altura desde o nível do solo 58,5 m 57 m Diâmetro médio, no térreo 19,6 m (círculo) 15 m (retângulo) Peso da estrutura 14,5 x 1000 t 6,3 x 1000 t Materiais empregados Pedra, mármores, tijolo Concreto Inclinação 5,5 graus 2,2 graus Desalinhamento 4,5 m 2,1 m Aumento médio do desaprumo 1,2 mm ao ano 1,3 mm ao mês Diferença entre recalques 1,89 m 0,45 m Custo da recuperação US$ 25 milhões R$ 1,5 milhão Recuperação 1997-2001 1995-2000 Resultado Inclinação reduzida 0,5º Prédio reaprumado

3e estudos de casos acidentes

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CONSTRUÇÃO E TECNOLOGIA APLICADA

ACIDENTES: Estudo de casoINTERFERÊNCIAS ENTRE FUNDAÇÕESEdificação

Torre-campanário de Pisa

Ed. Núncio Malzoni Bloco A

Construção (fundações)

1174 1967

Recalque Descoberto durante a obra

Previsto no projeto (mas seria de modo uniforme)

Andares 8 17

Pé-direito no térreo 4,1 m Cerca de 4 m

Altura desde as fundações

60 m Cerca de 59 m1174 - 1350

Altura desde o nível do solo

58,5 m 57 m

Diâmetro médio, no térreo

19,6 m (círculo) 15 m (retângulo)

Peso da estrutura 14,5 x 1000 t 6,3 x 1000 t

Materiais empregados Pedra, mármores, tijolo Concreto

Inclinação 5,5 graus 2,2 graus

Desalinhamento 4,5 m 2,1 m

Aumento médio do desaprumo

1,2 mm ao ano 1,3 mm ao mês

Diferença entre recalques

1,89 m 0,45 m

Custo da recuperação US$ 25 milhões R$ 1,5 milhão

Recuperação 1997-2001 1995-2000

ResultadoInclinação reduzida 0,5º

Prédio reaprumado

1174 - 1350

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TÉCNICAS DE REAPRUMO PREDIAL

1ª etapa:implantação de fundações profundas com aexecução de oito estacas de cada lado do edifício.Com diâmetro variando de 1,0 a 1,4m, estas estacastêm uma profundidade média de 57,0 m e atingemum solo residual resistente e seguro situado abaixoda camada de argila mole. Na foto abaixo, pode-seobservar a camisa metálica utilizada para conter osolo durante a execução das estacas.

2ª etapa:foram executadas oitovigas de transição comcerca de 4,5 m de alturapara receber os esforçosdos pilares e transmiti-los às novas fundações..

ACIDENTES: Estudo de caso

3ª etapa:quatorze macacos hidráulicos acionados porseis bombas, instalados entre as vigas detransição e os novos blocos de fundação,foram utilizados para reaprumar o edifício. Osvãos em que estavam os macacos forampreenchidos com calços metálicos eposteriormente concretados. A fachada lateralesquerda do edifício foi levantada 45 cm e afachada posterior, 25 cm, levando o prédio aficar novamente no prumo. Reaprumado, oNúncio Malzoni repousa hoje sobre as novasestacas, que transmitem suas 6500 tf ao soloresidual seguro e resistente situado a cerca de60 m de profundidade

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COLAPSO PREDIAL – RUPTURA DE ESTACAS

Colapso de Edifício por ruptura de estacas

ACIDENTES: Estudo de caso

Colapso de Edifício por ruptura de estacas

Os resultados das sondagensapresentaram espessas camadas desolos com mínima capacidade desuporte e extrema compressibilidade.solos com essas característicasdificultam a execução de fundações eatuam em sentido desfavorável parauma boa interação solo-estrutura.

Meses antes de se efetivar o colapso, os condôminos observar am um grande deslocamento, deaproximadamente 30 cm, no piso do estacionamento sob o bloco “B”. Tal ocorrência levou àconstatação da exposição da porção superior das vigas baldr ame, causando transtornos na utilizaçãodo estacionamento. Para solucionar o problema o piso foi nov amente nivelado, com o acréscimo demais aterro. a medida de caráter imediato contribuiu para ag ravar a situação, visto que, com o aumentodo carregamento, acelerou-se o processo de adensamento que o solo de fundação já vinha sofrendo.

CONSTRUÇÃO E TECNOLOGIA APLICADA

COLAPSO PREDIAL – RUPTURA DE ESTACAS

Com o aumento do carregamento do solo, também ocorreramgrandes tensões horizontais, que também atuaram ao longo do sfustes das estacas. Esse empuxo lateral é conhecido como“ Efeito Tschebotarioff”. Isso significa que, no caso do terrenoinvestigado, grande parcela da tensão vertical originada p eloaterro também atuou no sentido horizontal, o que contribuiu parafletir as estacas de fundação.

ACIDENTES: Estudo de caso

Empuxo lateral devido ao adensamento do solo mole

Ficou evidente que o solo de fundação foi o principal respons ável pela ocorrência do sinistro. Por sermuito mole, não proporcionou resistência lateral às fundaç ões nem restringiu seus deslocamentoshorizontais, permitindo que elas perdessem a estabilidade e rompessem por flexo-compressão.

O empuxo lateral no solo de fundação, devido ao peso excessiv o do aterro, solicitou lateralmente oselementos de fundação. Estes, por sua vez, não foram dimensi onados para suportar tal esforço. Oresultado foi a ruptura de todas as estacas próximas ao fundo do terreno, região em que houve maioradensamento e, por conseguinte, maior carregamento horizo ntal.