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Relatório Brasília, outubro de 2011 Coordenação do Grupo Técnico de Trabalho Evandro Costa Rio de Janeiro Revisão Secad/RJ Coordenação Administrativa Wany Liete Pasquarelli Assessora para Gestão das Representações Programação visual e diagramação Assessoria de Comunicação Brasília Website: www.cnc.org.br ©2011 Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Produção: Assessoria de Gestão das Representações (AGR) Colaboração Técnica Cristiane Soares 2
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©2011 Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
PresidenteAntonio Oliveira Santos
Chefe do Gabinete da PresidênciaLenoura Schmidt
Produção: Assessoria de Gestão das Representações (AGR)
3ª Reunião do Grupo Técnico de Trabalho Meio Ambiente - Relatório
Coordenação AdministrativaWany Liete PasquarelliAssessora para Gestão das Representações
Coordenação do Grupo Técnico de TrabalhoEvandro Costa
Colaboração TécnicaCristiane Soares
Disponível também em: http://www.cnc.org.br/central-do-conhecimento/trabalhos-tecnicos/3-relatorio-do-grupo-tecnico-de-trabalho-de-meio-ambiente
________________________________________________________________________
Tels.: (61) 3329-9539/66/47/81/40
Fax : (61) 3329-8292
E-mail: [email protected]
www.cnc.org.br
Programação visual e diagramaçãoAssessoria de Comunicação
RevisãoSecad/RJ
Brasília
SBN Quadra 1 Bloco B 14º ao 18º andarEdifício Confederação Nacional do ComércioCEP: 70040-000 – BrasíliaPABX (61) 3329-9500 | 3329-9501E-mail: [email protected]
Rio de Janeiro
Avenida General Justo, 307CEP: 20021-130 – Rio de JaneiroPABX (21) 3804-9200E-mail: [email protected]
Website: www.cnc.org.br
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SUMÁRIO
1. SIGLAS 4
2. INFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO 6
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 7
4. ABERTURA 7
5. PALESTRAS E DEBATES 8
5.1 PALESTRA: VISÃO DO GOVERNO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO COMÉRCIO NA IMPLANTAÇÃO DA PNRS, POR MIRTES BORALLI, MMA 8
5.2 PALESTRA: EXPERIÊNCIAS DE SUCESSO NA BAHIA – IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO DA COLETA SELETIVA E INCLUSÃO SOCIAL, OS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS E AS CARACTERÍSTICAS DA ADESÃO DO CONSUMIDOR, POR MARIA DIAS CAVALCANTE, CONSELHO DE POLÍTICAS E GESTÃO DO MEIO AMBIENTE DO CEARÁ 12
5.3 PALESTRA: LOGÍSTICA REVERSA NO SETOR DE EMBALAGENS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES, POR BERNARDO RODRIGUES SOUTO, FECOMBUSTÍVEIS 14
5.4 DEBATE 175.5 PALESTRA: MINAS GERAIS E A POLÍTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS,
POR JOSÉ CLÁUDIO JUNQUEIRA RIBEIRO 185.6 PALESTRA: LOGÍSTICA REVERSA NO SETOR ELETROELETRÔNICO –
CONSTRUINDO A SUSTENTABILIDADE A PARTIR DA LOGÍSTICA REVERSADOS RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS (REEs) E O IMPACTO SOCIOAMBIENTAL DESSA AÇÃO, POR ANDRÉ LUIZ SARAIVA, ABINEE 23
5.7 PALESTRA: AGÊNCIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO, POR WALDECY FERREIRA FARIAS FILHO 29
5.8 PALESTRA: NOVO SISTEMA DE COLETA SELETIVA – A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE CANOAS, POR SAULO FELIPE BASSO 31
5.9 PALESTRA: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM MATO GROSSO, POR SOLANGE DE OLIVEIRA CRUZ 35
5.10 DEBATE 37
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E ENCERRAMENTO 39
7. AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES 40
ANEXO - RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES 44
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1. SIGLAS
Abema - Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente
Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
Abras - Associação Brasileira de Supermercados
ACCMC - Associação dos Carroceiros e Catadores de Material de Canoas
Anamma - Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente
Aprece - Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará
Arbas - Associação de Reciclagem de Lixo Amigas Solidárias
Arce - Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará
ATOs - Arranjos Territoriais Ótimos
Atremag - Associação de Triagem e Reciclagem Mato Grande
CD - Centro de Distribuição
CGRS - Coordenadoria de Gestão de Resíduos Sólidos
CMRR - Centro Mineiro de Referência de Resíduos
CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
CNCP - Conselho Nacional de Combate à Pirataria
CNI - Confederação Nacional da Indústria
Coelce - Companhia Energética do Estado do Ceará
Conpam - Conselho de Políticas de Gestão do Meio Ambiente
Coopagres - Cooperativa de Agentes de Gestão de Resíduos Sólidos
Cori - Comitê Orientador para a Implementação de Sistemas de Logística Reversa
CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
CRB - Conselho Regional de Biologia
CRT – Cathode Ray Tube
CTF - Cadastro Técnico Federal
CTMAS - Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade
EEE - Equipamento Elétrico e Eletrônico
Feam - Fundação Estadual do Meio Ambiente
Fecombustíveis - Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes
Fecomércio - Federação do Comércio
Ferp - Fundação Educacional Rosemar Pimentel
FNS - Fundo Nacional de Saúde
Fumec - Fundação Mineira de educação e Cultura
Funasa - Fundação Nacional de Saúde
GIA - Global Intelligence Alliance
Girsu - Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos
GTA - Grupo Técnico de Assessoramento
Ibama - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBMR - Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
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IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
Ipece - Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
Ipog - Instituto de Pós-Graduação
LO - Licenciamento de Operações
LR - Logística Reversa
Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia
MDA - Ministério de Desenvolvimento Agrário
MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MTur- Ministério do Turismo
OMS - Organização Mundial da Saúde
Opas - Organização Pan-Americana da Saúde
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento
Pecs - Plano Estadual de Coleta Seletiva
PERS - Política Estadual de Resíduos Sólidos
PEV - Ponto de Entrega Voluntária
PGIRSU - Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PGRS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PIB - Produto Interno Bruto
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
Prac - Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada
PRE-RSU- Plano Preliminar de Regionalização para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
Prointec - Programa Municipal de Incubação Avançada de Empresas de Base Tecnológica
PUC - Pontifícia Universidade Católica
RMR - Região Metropolitana do Recife
RSS - Resíduos de Serviços de Saúde
Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Sedru - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana
Sema - Secretaria de Estado do Meio Ambiente
Semace – Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará
Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SESC - Serviço Social do Comércio
Sindicom - Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes
Sisema - Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Soma - Secretaria da Ouvidoria-Geral do Meio Ambiente
SRI - Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
Unilasalle - Centro Universitário La Salle
UTC - Usina de Triagem e Compostagem
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2. INFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO
Local de Realização: Estância Ecológica SESC Pantanal - Poconé, MT
Data: 26 DE OUTUBRO DE 2011
Programação Cumprida:
Das 9h30 às 10h10 - Abertura e instalação dos trabalhos
Das 10h10 às 10h30 - Palestra: Visão do Governo sobre a participação do comércio na implantação da PNRS, por Mirtes Boralli, MMA
Das 10h30 às 11 horas - Palestra: Experiências de sucesso no Ceará - Implementação e operação da cole-ta seletiva e inclusão social, os benefícios ambientais e as características da adesão do consumidor, por Maria Dias Cavalcante, Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente do Ceará
Das 11 horas às 11h30- Palestra: Logística reversa no setor de Embalagens de Óleos Lubrificantes, por Bernardo Rodrigues Souto, Fecombustíveis
Das 11h30 às 12h20 - Debate
Das 12h20 às 14 horas – Almoço
Das 14 horas às 14h30 - Palestra: Minas Gerais e a política de resíduos sólidos, por José Claudio Junqueira Ribeiro, Sema-MG
Das 14h30 às 15 horas - Palestra: Logística reversa no setor Eletroeletrônico – Construindo a sustenta-bilidade a partir da logística reversa dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEs) , por André Luiz Saraiva, Abinee
Das 15 horas às 15h30 - Palestra: Agência de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco, por Waldecy Fer-reira Farias Filho, Agência Estadual de Meio Ambiente - PE
Das 15h30 às 16 horas - Palestra: Novo sistema de coleta seletiva – A experiência do Município de Canoas, por Saulo Felipe Basso, Sema-RS
Das 16h20 às 17h10 - Debate
Das 17h10 às 17h30 - Palestra: Gestão de resíduos sólidos em Mato Grosso, por Solange de Oliveira, Sema-MT
Das 17h10 às 17h25 – Avaliação do evento
Realização: Sistema CNC-SESC-SENAC
Equipe de Facilitação e Relatoria: Valor, Liderança e Estratégia (Vallie), Elise Dalmaso e Paula Ramponi Serrão Dalla Corte.
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3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No dia 26 de outubro de 2011, em continuidade à atuação do Sistema CNC-SESC-SENAC no Conse-lho Nacional do Meio Ambiente (Conama), foi reali-zada a Terceira Reunião do GTT-MA, com o objetivo de esclarecer sobre a PNRS (Lei nº 12.305/2010 e Decreto nº 7.404/2010) e conhecer as experiências referentes à coleta seletiva nos Estados.
Participaram do evento 46 representantes do Siste-ma CNC-SESC-SENAC e convidados, que, por meio de cases e práticas de sucesso em diversos esta-dos, trocaram experiências e debateram os proce-dimentos adotados em relação à coleta seletiva e à logística reversa no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
As apresentações foram feitas por representantes do Ministério do Meio Ambiente; da Secretaria de Meio Ambiente dos Estados de Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Minas Gerais; da Abinee e do GTT-Embalagens de Óleos Lubrificantes.
A metodologia da reunião consistiu de palestras e debates sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em especial o processo de logística reversa.
4. ABERTURA
A abertura do evento foi realizada com a composição da mesa de autoridades, constituída por Pedro Jamil Nadaf (CNC), Mirtes Boralli (MMA), Bernardo Rodrigues Souto (GTT de embalagens plásticas usadas de óleos lubrificantes), Maria Dias Calvalcante (Sema-CE), José Cláudio Junqueira (Sema-MG), Saulo Felipe Basso (Sema-RS), André Luis Saraiva (Abinee) e Waldecy Ferreira Farias Filho (Agência Estadual de Meio Ambiente PE).
Pedro Nadaf, Diretor-Secretário da CNC, abriu o evento declarando satisfação em receber todos os pre-sentes e explicando a ausência do Presidente, Antonio Oliveira Santos. Nadaf destacou também a impor-tância do intercâmbio e da troca de conhecimentos que as reuniões do GTT-MA têm proporcionado, infor-mando que neste encontro seriam apresentados cases de diversos estados no que tange à implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O diretor ressaltou que a CNC almeja ser pioneira na busca da visibilidade empresarial para a preservação do desenvolvimento sustentável do planeta, além de afirmar que o GTT é um laboratório de estudos e troca de experiências altamente especializado que, conhecedor das necessidades e dificuldades da sociedade, trabalha para inseri-la no contexto da preservação ambien-tal, “além de criar uma consciência empresarial da necessidade de eliminarmos cada vez mais os resíduos sólidos que agridem o meio ambiente e a sociedade”.
A mesa de honra foi descomposta, e os presentes realizaram uma rápida apresentação para o início efetivo dos trabalhos. A facilitadora explicou a programação e a metodologia dos trabalhos a serem realizados ao longo do dia.
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5. PALESTRAS E DEBATES
5.1 PALESTRA: VISÃO DO GOVERNO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO COMÉRCIO NA IM-PLANTAÇÃO DA PNRS, POR MIRTES BORALLI, MMA
Mirtes Boralli, técnica especializada do Ministério do Meio Ambiente e química com pós-graduação em Ges-tão Ambiental, iniciou sua explanação informando que a Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a se-rem adotados pela União, isoladamente, ou em parceria com estados, municípios, Distrito Federal e particulares, visando à gestão integrada dos resíduos sólidos e seu gerenciamento ambientalmente adequado. Lembrou o artigo 9º da Lei nº 12.305, o qual determina a hierarquia das ações do manejo de resíduos sólidos: não geração, redução, reúso, reciclagem, tratamento e disposição fi-nal dos rejeitos.
Também foram esclarecidos alguns conceitos necessários ao entendimento da matéria:
• Diferença entre resíduo e rejeito: o resíduo tem um potencial de uso com ou sem tratamento. Já o re-jeito não apresenta possibilidade técnica ou econômica de uso, devendo ser tratado para descarte final;
• Diferença entre destinação e disposição: destinação final ambientalmente adequada inclui a reutiliza-ção, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes para os resíduos. Já a disposição final ambientalmente adequada consiste na distribuição ordenada de rejeitos em aterros também, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
• Diferença entre reciclagem e reutilização: na reciclagem, o produto inicial é submetido a um processo de transformação, podendo este ser artesanal ou industrial. Já na reutilização o produto é reaproveita-do sem qualquer alteração física, modificando ou não o seu uso original;
• Logística Reversa: é um instrumento de desenvolvimento econômico e social que reúne um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para o reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Mirtes informou que, de acordo com o Decreto nº 7.404, artigo 33, são obrigados a estruturar e implemen-tar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, im-portadores, distribuidores e comerciantes. E citou os produtos obrigados à logística reversa: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; pneus; lâmpadas fluores-centes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; pilhas e baterias; produtos eletrônicos e seus compo-nentes. Para alguns produtos já existe uma regulamentação do Conama obrigando à logística reversa. No entanto, o MMA está trabalhando para regulamentar a logística reversa de lâmpadas, eletroeletrônicos e resíduos de embalagens de eletroeletrônicos. Os sistemas de logística reversa serão estendidos a produ-tos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro e aos demais produtos e embalagens, considerando-se, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados, bem como sua viabilidade técnica e econômica.
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Para implementação da logística reversa, foram estabelecidas três formas de atuação: Termo de Compro-misso, Acordo Setorial e Regulamento (decreto). O Governo está priorizando os Acordos Setoriais, buscan-do estabelecer diálogos com todos os setores e promover ações factíveis.
Mirtes falou sobre o Termo de Compromisso proveniente do Regulamento, informando que o Poder Pú-blico poderá celebrá-lo com empresas ou entidades representativas do setor empresarial com vistas à logística reversa quando: não houver, na mesma área de abrangência, acordo setorial ou para a fixação de metas e compromissos mais exigentes que o previsto em acordo setorial ou regulamento. A técnica do MMA enfatizou também a necessidade de responsabilidade compartilhada, ou seja, um conjunto de atri-buições individualizadas e encadeadas entre os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares de serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, visando à minimização da geração de resíduos sólidos e à redução dos impactos à saúde humana e à qualidade ambiental decorrente do ciclo de vida dos produtos.
Em relação ao Acordo Setorial, foi esclarecido tratar-se de ser um ato de natureza contratual entre o Poder Público e fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes para a implantação da responsabilida-de compartilhada pelo ciclo de vida do produto. O conteúdo mínimo dos Acordos Setoriais foi estabelecido pelo artigo 23 do Decreto n° 7.404/2010. Os Acordos Setoriais iniciados pelo Poder Público serão precedi-dos de editais de chamamento. A publicação do Edital de Chamamento será precedida da aprovação, pelo Comitê Orientador, da avaliação da viabilidade técnica e econômica da logística reversa.
Os Acordos Setoriais iniciados por fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes serão pre-cedidos da apresentação de proposta formal pelos interessados ao Ministério do Meio Ambiente. Poderão participar da elaboração dos Acordos Setoriais representantes: do Poder Público, de fabricantes, impor-tadores, comerciantes e distribuidores dos produtos e embalagens, de cooperativas ou outras formas de associações de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis, das indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos, bem como das entidades de representação dos consumidores, entre outros.
Finalmente, acerca do Decreto promulgado pelo Poder Público, Mirtes esclareceu que, previamente, de-verá haver a avaliação da viabilidade técnica e econômica da logística reversa, além de consulta pública, cujo procedimento será estabelecido pelo Comitê Orientador. Ela ressaltou que esta é a última opção, pois o Governo está trabalhando para que sejam firmados os Acordos Setoriais.
A representante do MMA mostrou também o fluxo da logística reversa com responsabilidade compartilha-da e acordos setoriais:
Fornecedor(componentes e
matérias-primas)
Res
pons
abili
dade
Com
part
ilhad
a
Responsabilidadecompartilhada
LOGÍSTICA REVERSA, RESPONSABILIDADECOMPARTILHADA E ACORDOS SETORIAS
COMÉRCIO COMÉRCIO
Retorno ao mercado
Retorno ao mercadoLo
gíst
ica
Rev
ersa
Logí
stic
aR
ever
sa
Logí
stic
a R
ever
sa
Aterro
DIS
PO
SIÇ
ÃO
FIN
AL
Indústria
Consumidor
ACORDO SETORIAL
ReutilizaçãoReciclagemTratamento
ReutilizaçãoReciclagemTratamento
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Quanto aos planos de resíduos sólidos que a lei impôs, ressaltou-se o seguinte:
• Plano Nacional de Resíduos Sólidos: a versão preliminar foi submetida a consulta pública em 05.09.2011 por 60 dias e as Audiências Públicas estão ocorrendo no 2º semestre de 2011 nas cinco regiões no País, sendo que haverá uma nacional, em Brasília;
• Plano Estadual de Resíduos Sólidos: é condição para que os Estados tenham acesso a recursos da União relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para que sejam beneficiados por incentivos ou fi-nanciamentos. O MMA está desenvolvendo duas ações: produção de um guia para orientar os Estados (e Municípios) a elaborar seus planos e sua capacitação; e edital de chamamento para os Estados e Municípios interessados em preparar seus planos.
O PGRS atenderá ao disposto no plano Municipal de Resíduos Sólidos e fará parte do licenciamento am-biental, assegurada a oitiva pelo Município (nos casos não sujeitos a licenciamento ambiental, a aprovação do PGRS cabe à autoridade municipal). A Sra. Boralli destacou que, a partir de 02.08.2012 o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos passou a ser exigência para acesso aos recursos, incentivos e financiamentos pela União para ações relativas a resíduos sólidos, com prioridade para os Municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outra forma de associação de catado-res ou consórcios intermunicipais.
Quando houver cooperativas ou associações de catadores capazes técnica e operacionalmente de realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos, ou quando a utilização destas no gerenciamento dos resíduos sóli-dos for economicamente viável, ou não houver conflito com a segurança operacional do empreendimento, o PGRS poderá dispor sobre atuação dessas organizações.
Devem fazer parte do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos os geradores de resíduos sólidos dos serviços públicos de saneamento básico, de resíduos industriais, de serviços de saúde e dos resíduos de mineração; os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos e resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; as empresas de construção civil; os responsáveis pelos resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aero-portos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira e os responsáveis por atividades agrossilvopastoris.
Mirtes explicou o fluxo do Acordo Setorial e decreto para a Logística:
INÍCIO
FIM
Há viabilidadetécnica e
econômica?
Foi apresentadaproposta?
A proposta foialterada?
A nova propostafoi aceita?
A Propostafoi aceita?
Fazer edital? Fazer decreto?
Já houve consulta pública?
Encerramento do grupo de trabalho de acordo
setorial
Recepção das Contribuições de Órgãos
Públicos Federais, Estaduais e Municipais
Realização de consulta pública
Realização de consulta pública
Proposta dedecreto
Edital
Sistematização das contribuições
Assinatura do acordo setorial
Publicação
Criação de grupo de acordo
setorial
sim
sim
sim
simsim
sim
sim
sim
sim
não
não
não
não
não
nãonão não
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Boralli esclareceu, ainda, que as decisões referentes à implantação de sistemas de logística reversa são tomadas por um Comitê Orientador (instalado em 17.02.2011) composto por um conselho de ministros de Estado, o qual é presidido pelo Ministério do Meio Ambiente e do qual participam os Ministérios da Saúde; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Fazenda, entre outros, além de membros e convidados.
Para desenvolvimento das ações, o Comitê Orientador se apoia em um Grupo Técnico de Assessoramento (GTA), o qual tem os seguintes critérios de prioridade para lançamento de editais de chamamento de acor-dos setoriais, aprovados pelo Cori:
1º – Cadeias de produtos sujeitas a dispositivo legal que determina a logística reversa para as quais não existem normas;
2º – Grau e extensão dos impactos gerados para a saúde pública e para o meio ambiente e viabilidade téc-nica e econômica da logística reversa;
3º – Existência de iniciativas dos setores empresariais, via propostas formais e espontânea de logística reversa;
4º – Cadeias de produtos para as quais já existam normas com vistas à logística reversa, mas têm neces-sidade de revisão.
A principal deliberação do GTA foi a criação de cinco grupos temáticos, que têm por objetivo elaborar a proposta de modelagem da logística reversa e oferecer subsídios para a elaboração de edital para o es-tudo de viabilidade técnica e econômica e acordo setorial, com o propósito de subsidiar o GTA do Comitê Orientador quanto aos temas:
1º – GTT - Descarte de Medicamentos - Coordenação: Ministério da Saúde;
2º – GTT - Embalagens em Geral - Coordenação: Ministério do Meio Ambiente;
3º – GTT - Resíduos e Embalagens de Óleos Lubrificantes - Coordenação: Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento;
4º – GTT - Lâmpadas Fluorescentes, de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista - Coordenação: Ministé-rio do Meio Ambiente;
5º – GTT - Resíduos Eletroeletrônicos - Coordenação: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Por fim, foi definida a finalidade do Comitê Interministerial, qual seja a de apoiar a estruturação e a imple-mentação da PNRS, por meio da articulação dos órgãos e entidades governamentais, de modo a possibili-tar o cumprimento das determinações e metas previstas. O Comitê é composto por dez Ministérios, além da Casa Civil e do SRI - Presidência da República e possui cinco grupos de trabalho:
GT-1 – Planos e Outros Aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos;
GT-2 – Recuperação Energética dos RSUs;
GT-3 – Desoneração e Incentivos;
GT-4 – Resíduos Sólidos Perigosos;
GT-5 – Sistema de Informações.
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5.2 PALESTRA: EXPERIÊNCIAS DE SUCESSO NO CEARÁ – IMPLEMENTAÇÃO E OPE-RAÇÃO DA COLETA SELETIVA E INCLUSÃO SOCIAL, OS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS E AS CARACTERÍSTICAS DA ADESÃO DO CONSUMIDOR, POR MARIA DIAS CAVALCANTE, CON-SELHO DE POLÍTICAS E GESTÃO DO MEIO AMBIENTE DO CEARÁ
Maria Dias Cavalcante é Coordenadora de Desenvolvi-mento Sustentável do Ceará, engenheira civil e Mestre em Saneamento Ambiental.
A Coordenadora iniciou sua explanação apresentando o Conselho de Políticas e Gestão do Meio ambiente do Ceará, onde é discutida a política com viés ambien-tal, traçando, em seguida, um panorama dos resíduos sólidos naquele estado ao demonstrar a disposição dos resíduos sólidos, sendo aterros sanitários, ater-ros controlados e lixões. Maria Cavalcante mostrou também a caracterização média dos Municípios cea-renses quanto aos resíduos nos ambientes urbanos, como mostra o gráfico abaixo:
9%
55%
8%
8%12%
4%
4% Plásticos moles
Plásticos duros
Vidros
Metais
Orgânico
Material da construção civil
Papel e papelão
Foi informado que apenas 9% dos Municípios cearenses realizam a coleta seletiva. O processo iniciou-se em Fortaleza, sendo que, atualmente, 16 bairros da capital participam com associações e grupos de ca-tadores cadastrados pela Cáritas. Destacou-se que a parceria público-privada revela-se um instrumento importante para implementar as ações de coleta seletiva. A Coordenadora disse, ainda, que uma das polí-ticas mais efetivas adotadas na implementação da PNRS foi o ICMS socioambiental, implementado pela Lei nº 14.026, de 7 de setembro de 2007, o qual condiciona 2% do seu repasse ao atendimento de um indicador ambiental – hoje, resíduos sólidos.
Foi mencionado o avanço do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRSU) no Ceará. Em 2003 havia 173 municípios com Plano, e em 2011 o número é de 177. Informou-se que a política está se conso-lidando e, atualmente, existem consórcios públicos municipais constituídos com recursos do Tesouro do Estado e com tesouros municipais. O primeiro indicador de avanço foi a elaboração dos planos e, em se-guida, a coleta sistemática e a coleta seletiva.
Além disso, enfatizou a importância do Programa Selo Município Verde, implantado pela Lei nº 13.304, de 19 de maio de 2003, o qual propõe incentivar as municipalidades a implementar políticas públicas ambien-tais, visando à sustentabilidade do seu desenvolvimento e à qualidade de vida da população. É coordenado pela Soma e gerenciado por um Comitê Gestor formado por 21 instituições. O Selo Município Verde é uma certificação que será entregue aos Municípios aprovados em três sistemas de avaliação (Gestão, Mobiliza-ção e Desempenho Ambientais) nas ações de qualidade ambiental. Cogita-se a possibilidade de o progra-ma Selo Município Verde ser um indicador para o repasse do ICMS.
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Outro importante programa é o Certificação Praia Limpa, criado pela Lei Estadual nº 13.892/2007 e que tem o objetivo de incentivar os Municípios a adotar medidas efetivas de proteção do seu litoral, de forma a garantir a conservação e a restauração do patrimônio natural. Ao se inscrever para receber o certificado, cada prefeitura fornece dados que são verificados presencialmente, a fim de constatar se a documentação enviada condiz com a situação real. A ação faz parte do Projeto Orla, uma iniciativa do Governo Federal que promove a gestão integrada dos espaços litorâneos com participação das entidades locais para o dis-ciplinamento de uso e ocupação da orla marítima. No Ceará, o projeto é coordenado pelo Conpam e tem o apoio técnico da Semace.
Relativo às ações do Ceará, foi implementado o programa Ceará Carbono Zero, que consiste na redução e na potencial compensação de gases de efeito estufa (GEEs), que causam o aquecimento do planetas. Neste foi realizado um inventário estadual de emissão de GEEs, no qual foi identificado que os maiores geradores desses gases são os lixões. O Programa prevê um Plano de Ação para a Implementação de Projetos Prio-ritários de Compensação para quem fizer adesão.
Maria destacou a A3P, a Agenda Ambiental na Administração Pública do Ceará, criada pelo Decreto nº 29.773, de 5 de junho de 2009, que estabelece critérios ambientais nos órgãos governamentais, desde os pequenos cuidados nas rotinas de trabalho, como o uso racional dos bens duráveis e do material de consumo, na economia responsável de insumos como água e energia, passando pela gestão adequada dos resíduos gerados e também com relação aos investimentos, ao custeio e à contratação de serviços, ações que visam estabelecer, além da diminuição dos referidos impactos ambientais, uma melhoria na qualidade de vida no próprio ambiente de trabalho.
A A3P tem como diretriz primordial a sensibilização não só dos gestores, mas de todos os colaboradores do serviço público, em todas as suas esferas, para as questões socioambientais, buscando o equilíbrio responsável entre o homem e o ambiente. A Coordenado explicou os passos para a implantação do A3P: 1. Assinatura do Termo de Adesão;2. Criação e regulamentação da comissão A3P;3. Diagnóstico Situacional;4. Planejamento Integrado;5. Definição de projetos e atividades;6. Implantação das ações;7. Avaliação e monitoramento;8. Melhoria contínua.
Maria Cavalcante declarou que o Ceará identificou um quadro preocupante, mas que a coleta seletiva tem trazido pontos positivos, mesmo ainda sem a participação efetiva do Estado. Apresentou também o progra-ma executado nos Municípios de Crato e Juazeiro para coleta seletiva, uma experiência de uma região me-tropolitana do Estado, demonstrando a forma de trabalho e as definições de responsabilidade no processo. Dentre as ações estão distribuição de panfletos, coleta porta a porta, triagem, pesagem e comercialização. Alguns resultados qualitativos já foram obtidos. De acordo com pesquisa realizada, 73% da população des-sa região identificou que a coleta seletiva gera resultados na limpeza, no emprego e na renda, na limpeza das ruas, na qualidade de vida e na consciência ecológica.
Foi apresentada também a experiência no Município de Cruz Postos, onde foram criados pontos de coleta estratégicos, confeccionado o folder Pequenas Ações fazem a Diferença, realizados o Projeto Kits Coleto-res para moradores, o Projeto para mobilização da Cooperativa de Reciclagem, o Projeto Recolhimento de Resíduos Eletrônicos (em parceria com a empresa Ecoletas Ambiental – destina os resíduos) e desenvol-vidas ações da iniciativa privada em supermercados.
Finalizando sua explanação, a Coordenadora elencou as principais ações e parcerias governamentais do Estado do Ceará incidentes sobre a gestão de resíduos sólidos:
Principais Ações:
• Acesso ao ICMS (Copam, Semace, Ipece);
• Agência Reguladora (Arce);
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• Projeto Ecoelce (Coelce);
• Estudo de viabilidade do programa para tratamento e disposição de resíduos sólidos do Estado do Cea-rá. Brasil – Prointec/2005 (Sec. Cidades);
• Ações voltadas aos consórcios na área dos resíduos sólidos (Sec. Cidades);
• Investimentos da Saúde no Saneamento - Obras do PAC – (Funasa).
Principais Instituições Envolvidas
• Conselho de Políticas e Gestão de Meio Ambiente (Conpam);
• Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace);
• Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece);
• Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece);
• Fórum Lixo e Cidadania;
• Companhia de Energia Elétrica do Estado do Ceará (Coelce);
• Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce);
• Secretaria das Cidades;
• Secretaria de Saúde (Sesa);
• Fundação Nacional de Saúde (Funasa);
5.3 PALESTRA: LOGÍSTICA REVERSA NO SETOR DE EMBALAGENS DE ÓLEOS LUBRI-FICANTES, POR BERNARDO RODRIGUES SOUTO, FECOMBUSTÍVEIS
Bernardo Souto, representante da CNC no GT de Lo-gística Reversa de Embalagens de Óleos Lubrificantes e advogado da Fecombustíveis, apresentou a síntese do artigo 1º da PNRS, que reúne Princípios, Objeti-vos, Instrumentos, Diretrizes, Metas e Ações a serem adotados pela União (isoladamente) ou por Estados, Distrito Federal, Municípios e particulares, para a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Foi esclarecido que os responsáveis pela logística reversa são os particula-res, fabricantes e importadores, obrigados a receber e dar a destinação ambiental adequada, e os distribui-dores e comerciantes, com a obrigação de devolver.
Bernardo informou que a logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social carac-terizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produti-vos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (Decreto nº 7.404/2010, art. 13), e declarou que o consumidor não está obrigado a implantar a logística reversa, mas que a Lei nº 12.305 o insere como agente participante da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (da produção até a destinação do produto).
A seguir, o representante da CNC citou os produtos obrigados à logística reversa: pilhas e baterias, produ-tos eletrônicos, pneus, agrotóxicos (seus resíduos e embalagens), óleos lubrificantes (seus resíduos e em-balagens), lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio, de mercúrio e de luz mista. Além disso, apresentou uma pesquisa realizada pelo Sindicom (2011) demonstrando que os maiores responsáveis pela revenda de óleos lubrificantes embalados são oficinas mecânicas (33%), postos de combustíveis (26%) e concessioná-rias (18%), tal como mostra a figura seguinte:
Bernardo Rodrigues Souto
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CentrosAutomotivos
Centros detroca de óleo
Posto de Combustível
Oficinas Mecânicas
Lojas Autopeças
Hipermercados
Concessionárias
10%
3%
18%
1%
9%
33%
26%
Locais de revendade lubrificantes embalados
Foram apresentados dados sobre as estimativas de embalagens pós-consumo geradas: 46% são de refri-gerantes e 20% são de cosméticos. Os óleos lubrificantes representam somente 2%.
Higiene
Cosméticos
Refrigerantes
ÓleosLubrificantes
Outros
8%
30%
20%
40%
2%
Estimativas de embalagens pós-consumo geradas
Bernardo apresentou também o Programa Jogue Limpo – sistema de logística reversa de embalagens plásticas de lubrificantes pós-consumo estruturado e disponibilizado pelos fabricantes, importadores e distribuidores de lubrificantes. As embalagens devolvidas pelos consumidores aos canais de revenda, as-sim como aquelas por estes geradas, são entregues pelos comerciantes diretamente às Centrais ou aos Caminhões de Recebimento, dotados da mais moderna tecnologia embarcada, que também as direcionam para esses centros de recebimento, nos quais as embalagens plásticas recebem um tratamento inicial, possibilitando seu encaminhamento para as empresas recicladoras licenciadas. Visando à movimentação desse volume, é necessária uma gerenciadora operacional por Estado, responsável pela administração das diversas Centrais de Recebimento, bem como pelo suporte a uma frota de caminhões de recebimento especializados com alta tecnologia de controle.
Esses caminhões são dotados de sistema de monitoramento e transmissão de da-dos on-line, por meio de tecnologia GPS e GPRS, respectivamente, o que permi-te o acompanhamento dos veículos em suas rotas e as informações relativas às quantidades de plástico recebidas dos comerciantes visitados. Ao lado, segue o desenho do fluxo desse processo:
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Após a devolução pelo consumidor, as embalagens plásticas poderão ser devolvidas diretamente nas Cen-trais de Recebimento ou aos caminhões especializados, que visitam de forma programada pontos pré-cadastrados. Os sacos de embalagens plásticas de lubrificantes que lhes forem disponibilizados serão eletronicamente pesados, e os dados, automaticamente transferidos para o site Jogue Limpo. No ato da pesagem, é emitido um comprovante, que poderá ser exigido pelo órgão ambiental por ocasião do proces-so de licenciamento. Os frascos recolhidos são levados para as Centrais de Recebimento, onde o material é prensado, armazenado e, posteriormente, remetido a uma recicladora.
Na recicladora, o material é triturado e, depois de submetido a um processo de descontaminação do óleo lubrificante residual, passa por extrusão, para ser transformado em matéria-prima de novas embalagens e outros produtos plásticos, retornando à cadeia de produção.
Desse modo, cria-se um ciclo virtuoso, que evita o desperdício de um material plástico derivado do petró-leo e que, se fosse jogado na natureza, teria um período de degradação de cerca de 400 anos.
Foram mostrados, ainda, os resultados do Programa Jogue Limpo, com um total de embalagens recicla-das de aproximadamente 100 milhões.
Números de embalagens plásticas
(milh
ões)
2011201020092008
40
23
1412
454035302520151050
O Sr. Bernardo finalizou sua explanação elencando as etapas do Acordo Setorial para o GTT - Embalagens Lubrificantes, do MMA, informando que as três primeiras etapas foram cumpridas no início de setembro de 2011, e que, agora, o GTT aguarda a publicação do Edital de Chamamento pelo MMA.
• Etapa 1 - Definição do Edital de Convocação (finalizada e apresentada em final de agosto de 2011 ao GTA);
• Etapa 2 - Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica (realizado pela Fundação Getulio Vargas, abordou o planejamento estratégico de expansão aprovado pelo MMA, pela Abema e pela Anamma. Abrange a base geográfica de 90% dos postos revendedores de combustíveis)
• Etapa 3 - Documento de Modelagem e Governança (houve divergências, mas esta foi encaminhada ao GTA, que, por sua vez, encaminhou ao Cori. As metas são regionais – geográficas e uma meta quanti-tativa de 20%. No entanto, o Cori não as aceitou, solicitando uma meta quantitativa de 65% para 2020. Esse documento é interno do Cori e não foi divulgado para CNC e CNI; e existem dúvidas sobre o ques-tionamento, pois a meta proposta é bastante ousada.);
• Etapa 4 - Proposta de Acordo Setorial (será submetida ao Cori, que pode aceitá-la, pedir complemento da proposta ou arquivá-la, sendo que, se isso ocorrer, a regulamentação será feita por decreto);
• Etapa 5 - Submeter ao Cori;
• Etapa 6 - Assinatura do Acordo (desde que aprovado pelo Cori).
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5.4 DEBATE
Após a explanação, a moderadora do evento abriu o debate para a plenária. Os palestrantes Mirtes Bo-ralli, Maria Dias Calvalcante e Bernardo Rodrigues Souto responderam aos questionamentos e fizeram os esclarecimentos a seguir resumidos.
• Foi esclarecido que os centros de recebimento da logística reversa devem ter a articulação do Governo do Estado, de forma regionalizada, reunindo os produtos em um único local. O centro deveria ser au-tossustentável pelo próprio produto.
• O grupo ponderou que, desde 5 de maio, quando foram instalados os GTTs, a proposta era de constru-ção do processo de logística reversa em parceria. No entanto, houve mudança de postura do Governo, especialmente na questão da colocação da necessidade de estabelecer metas quantitativas. A preo-cupação foi manifestada, inclusive com a sensibilização da Casa Civil. Foi enfatizado que a criação de metas é um instrumento de cobrança. Entretanto, o processo de logística reversa no Brasil ainda está em fase de construção. Mencionou-se que a meta quantitativa poderia ser estabelecida em um segun-do momento, com base nas experiências, mas, no momento inicial, o importante seria implementar o sistema e fazê-lo funcionar. Considerou-se que, se o Edital previr metas quantitativas, haverá um risco de não haver a apresentação do Acordo, pois, de fato, não houve acordo, e sim imposição ao setor pro-dutivo. Foi comentado também que a questão das metas é importante para que o processo possa ser mensurado. No entanto, isso não deve estar vinculado a punições.
• A representante do Ministério do Meio Ambiente informou que a imposição de metas quantitativas tem sido objeto de um questionamento reincidente entre todos os GTTs, que sugerem apenas metas geo-gráficas, e informou sobre a necessidade de os GTTs realizarem um pedido oficial ao MMA.
• Em relação às metas propostas para os resíduos de embalagens de óleos lubrificantes, foi esclarecido que as oficinas mecânicas, que representam 33% do total, não foram consideradas no Programa Jogue Limpo. Cabe destacar que estas estão consideradas no Acordo Setorial, já que a meta geográfica visa contemplar todos, com implantação gradual. A proposta encaminhada ao Cori previa o amadurecimen-to de toda a cadeia produtiva. Foi mencionado também que o critério de proporcionalidade é bem-vindo para a adequação dos comerciantes.
• Em relação ao questionamento da baixa participação da sociedade civil no Cori, informou-se que o Decreto regulamentador da PNRS estabelece a criação de instrumentos para implementá-lo, e que a participação da sociedade pode se dar por meio das consultas e audiências públicas que estão sendo realizadas. Além disso, estão acontecendo audiências públicas em todas as regiões.
• Foi informado que os Estados que desejarem a realização de outra audiência pública deverão solicitá-la ao Ministério, e, se este considerar justificável, o pleito será atendido. Os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro já estão em processo de realização das audiências. O grupo comentou também que a sociedade deve se organizar e participar efetivamente para que os resultados das Audiências Públicas não sejam filtrados e manipulados de forma a atender a interesses específicos.
• A plenária considerou obrigação do poder público a questão da coleta e destinação do lixo, inclusive o problema dos lixões. No entanto, é fato que, atualmente, a coleta e a destinação dos resíduos são deficientes. Durante as discussões foi sugerido que o Governo pretende imputar ao comércio e às em-presas uma responsabilidade que lhe pertence; e se isso não puder ser feito via acordo setorial, será feito via decreto.
• O MMA se pronunciou quanto ao prazo de 2014, imposto pela lei, para que não haja mais lixões e para que todo rejeito seja encaminhado para aterros. Esse prazo foi considerado pequeno, mas ressaltou-se que todo o processo envolve a responsabilidade compartilhada, o que abrange todas as esferas do Governo.
• Foi solicitado que as propostas existentes sejam encaminhadas ao Estado do Amapá, já que este estado tem dificuldades em contribuir e participar, devido ao alto custo das passagens aéreas e à indisponibi-lidade de banda larga.
• O Acordo Setorial de resíduos de embalagens de óleos lubrificantes foi desenhado contemplando me-tas progressivas e uma primeira meta estruturante para implementação. O estudo realizado englobou
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apenas Minas Gerais, Distrito Federal e estados litorâneos do Nordeste (com exceção de Piauí e Ma-ranhão). Não foi realizado estudo para as regiões Norte e Centro-Oeste – Maranhão e Piauí – devido as suas peculiaridades geográficas.
• A plenária sugeriu que, após o fechamento da proposta e o encaminhamento ao Cori, fosse realizada nova sabatina com o setor correspondente como forma de legitimar a decisão do Cori.
• Sobre o Estado do Ceará foi informado que a política consorciada é para que o Estado tenha 30 aterros sanitários para atender a todos os Municípios, sem perder a regionalização. O sistema de coleta utiliza-do hoje é o tradicional, e o Ceará trabalha com um processo de construção da realidade de cada muni-cípio. São experiências nos bairros com foco nos resíduos sólidos. A companhia de limpeza é municipal, e a separação dos resíduos não é feita pela companhia, mas sim por associações individuais. Não existe uma coleta sistemática para resíduos recicláveis.
• O grupo informou que a Portaria 409/2011, com data do dia 26 de outubro de 2011, entrou em consulta pública com a versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. As contribuições e propostas poderão ser encaminhadas em um prazo de 60 dias.
• Foi enfatizado também pelo grupo que o documento mais importante, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi elaborado. Entretanto, se tivesse havido maior discussão, alguns problemas teriam sido evitados. Paralelamente, ocorre o Acordo Setorial. É preciso um grande alinhamento de diretrizes para que o processo tenha o sucesso esperado. Os Planos de Gerenciamento também precisam ser bastante discutidos e poderiam ser divididos em portes: pequeno, médio e grande.
5.5 PALESTRA: MINAS GERAIS E A POLÍTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS, POR JOSÉ CLÁUDIO JUNQUEIRA RIBEIRO
Cláudio Junqueira é Engenheiro Civil e Sanitarista pela UFMG, Mestre em Saneamento pela Escola Nacional de Saúde Pública da França, Doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídri-cos pela UFMG, Professor Titular de Gestão Am-biental da Universidade Fumec e Presidente da Feam-MG. A palestra versou sobre a Lei nº 18.031, de 12.01.2009, e, para tratar do assunto, foi neces-sário definir alguns conceitos.
A gestão de resíduos sólidos compreende o con-junto de ações sob responsabilidade do gerador, aplicadas aos processos de segregação, coleta,
manipulação, manejo, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos
A valorização de resíduos sólidos é uma operação que permite a requalificação do resíduo sólido como ma-terial secundário ou subproduto, agregando-lhe valor por meio de reaproveitamento, reciclagem, reúso, valorização energética ou tratamento para outras aplicações.
Em janeiro de 2009 foi publicada a Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei nº 18.031), que define a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos como o “conjunto articulado de ações políticas, normativas, ope-racionais, financeiras, de educação ambiental e de planejamento desenvolvidas e aplicadas aos processos de geração, segregação, coleta, manuseio, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos”.
Foram elencados os princípios da Política Estadual de Resíduos Sólidos:
I - a prevenção da geração de resíduos sólidos;
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II - a não geração de resíduos sólidos;
III - a redução da geração de resíduos sólidos;
IV - a reutilização dos resíduos sólidos;
V - a reciclagem;
VI - o tratamento dos resíduos sólidos;
VII - a disposição final ambientalmente adequada.
E informadas as diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos:
• participação da sociedade no planejamento, na formulação e na implementação das políticas públicas; na regulação, na fiscalização, na avaliação e na prestação de serviços por meio das instâncias de con-trole social;
• universalidade, regularidade, continuidade e funcionalidade dos serviços públicos de manejo integrado dos resíduos sólidos;
• incentivo ao uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados, bem como o desenvolvimento de novos produtos e processos, com a utilização das tecnologias ambiental-mente saudáveis;
• responsabilidade socioambiental compartilhada entre poder público, geradores, transportadores, dis-tribuidores e consumidores no fluxo de resíduos sólidos;
• integração dos catadores nas ações que envolvam o fluxo de resíduos sólidos, como forma de garantir condições dignas de trabalho;
• consumo sustentável e princípio do poluidor pagador.
Como instrumentos econômicos e financeiros, a PERS utiliza incentivos fiscais, financeiros ou creditícios para indústrias e instituições que trabalhem com reciclados. A unidade recicladora gozará de benefícios fiscais e tributários, nos termos de normas específicas editadas pelo Poder Executivo. Os benefícios serão concedidos sob a forma de créditos especiais, deduções, isenções de impostos, tarifas diferenciadas, prê-mios, empréstimos e demais modalidades especificamente estabelecidas na legislação pertinente.
Em relação às proibições da PERS, José Cláudio citou o artigo 17 – São proibidas as seguintes formas de destinação dos resíduos sólidos:
I - lançamento in natura a céu aberto, sem tratamento prévio, em áreas urbanas e rurais;
II - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não licenciados para essa finali-dade, salvo em caso de decretação de emergência sanitária e desde que autorizada pelo órgão competente;
III - lançamento ou disposição em lagoa, curso d’água, área de várzea, cavidade subterrânea ou dolina, terreno baldio, poço, cacimba, rede de drenagem de águas pluviais, galeria de esgoto, duto condutor de eletricidade ou telefone, mesmo que abandonados, em área sujeita a inundação e em área de proteção ambiental integral.
O professor Cláudio elencou também as Penalidades da PERS:
• advertência;
• multa de R$ 50 a R$ 50 milhões;
• multa diária;
• embargo;
• suspensão de atividade;
• apreensão.
Foi informado que Minas Gerais é um estado de transição, com regiões muito ricas e outras muito pobres. A diversidade econômica, cultural e social não permite uma uniformidade de abordagem da Política Na-cional de Resíduos Sólidos. A situação de tratamento e disposição final dos resíduos urbanos em 2010 foi apresentada de acordo com o quadro a seguir:
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Também foi apresentada a evolução do tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos em Minas Gerais no período de 2001 a 2010. Em 2001, 27,26% dos Municípios eram regularizados. Em 2010 esse número aumentou para 52,63%, tal como mostra o gráfico abaixo:
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A partir de 2007, os Prefeitos de municípios mineiros começaram a se organizar para formar consórcios como uma forma de fazer o Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. A Lei nº 18.031 aponta o consorciamento para esse fim. A fim de formalizar o consórcio, os Prefeitos têm o suporte da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru). O suporte da Secretaria consiste em es-truturação jurídica, assistência técnica em consórcios de resíduos sólidos e captação de recursos. É nesse cenário que foi desenvolvido este Plano Preliminar de Regionalização para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PRE-RSU).
O Estado de Minas Gerais foi dividido em Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs), ou seja, uma sugestão de agrupamento que servirá como referência para a formação de consórcios. O consorciamento é visto como uma forma eficiente de garantir a viabilidade da gestão, que compreende, além da disposição final ade-quada, sistemas complementares, coleta seletiva, compostagem, reciclagem, comercialização de reciclá-veis, educação ambiental e planejamento constante. Dessa forma, a expectativa é que haja sistemas para diversos momentos da gestão e que, com maior participação efetiva de toda a sociedade, a produção de resíduos seja reduzida, de forma a aumentar a vida útil dos aterros sanitários.
Os Arranjos Territoriais Ótimos são uma proposta do Governo do Estado de Minas Gerais por meio do Siste-ma Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos. Diferentemente dos consórcios municipais, que consistem em um contrato regulamentado pela Lei Federal nº 11.107, de 6 de abril de 2005, e formado de acordo com a decisão dos Municípios, o ATO é formado a partir de critérios técnicos, sendo feito com base em dados ambientais, socioeconômicos, de transporte e logística e de resíduos.
A formação do ATO não obedece a uma única lógica, mas aos interesses e disponibilidades de uma dada região, conformando diversos modos de atuação e permitindo o seu aprimoramento, inclusão ou não de municípios, agrupamento de municípios que, pela lógica da distância, podem não pertencer ao Estado sede do consórcio. Da mesma forma, podem assumir objetivos diversos, ou seja, formar, prover ou melhorar condições de estradas, saneamento de regiões, como a viabilização de sistemas de gestão de RSU de de-terminadas regiões.
Para a formação dos 285 agrupamentos em Minas Gerais, verificou-se que a distância entre os Municípios e a cidade sede deve ser em torno de 30 km, se as vias estiverem em boas condições. Os Municípios com mais de uma possibilidade de agrupamento devem permanecer na microrregião de origem. Além disso, foi considerado que os Municípios de dinâmica econômica frágil deveriam estar arranjados com municípios de dinâmica econômica forte. Foram formados 51 ATOs, sendo cada um com pelo menos uma cidade-polo e, preferencialmente, com uma população de no mínimo cem mil habitantes.
Cláudio informou também sobre o Plano de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Ur-banos para a Bacia do São Francisco, que teve a segunda fase concluída em Dezembro de 2009 e tratou do aprofundamento de análise, coleta de dados primários, entrevistas com 189 municípios, percepção das lideranças e análise gravimétrica dos resíduos.
Foram apresentados os resultados das entrevistas com os 189 Municípios para a caracterização ambiental da Bacia do São Francisco: 62% dos Municípios não têm programas de educação ambiental; em 45% dos Municípios não existe associação de catadores; 76% dos Municípios não realizam coleta seletiva; 74% dos Municípios não sabiam qual porcentagem do orçamento municipal é direcionada para os serviços de lim-peza urbana.
Sobre a percepção das lideranças das dez unidades de planejamento da Bacia do São Francisco, Junqueira esclareceu que há um desconhecimento sobre o tema resíduos quanto a questões quantitativas e qualita-tivas. A grande diversidade socioeconômica e cultural interfere nas políticas de incentivo para a Girsu, e há um grande desnível de informação e infraestrutura para a gestão dos resíduos. Em nenhuma das regiões analisadas as práticas de Girsu são suficientes. Nesse aspecto, Junqueira enfatizou que o consórcio pode trazer benefícios para todas as regiões.
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Os resultados do diagnóstico da composição gravimétrica apresentaram significativas diferenças na com-posição dos RSUs: Orgânico: 19% a 73%; Recicláveis: 18% a 75%; Rejeito: 2% a 33%. Além disso, observou-se aumento da geração de recicláveis e redução de rejeitos, ausência de balança e funcionários e a impor-tância de promover a capacitação desses funcionários.
Ainda sobre o Plano de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos para a Bacia do São Francisco, Cláudio Junqueira demonstrou o seguinte prognóstico:
• Espera-se um incremento de 43% na geração de resíduos sólidos urbanos até 2030;
• Viabilidade para Usinas de Triagem e Compostagem UTCs: (resíduos potencialmente recicláveis: 34%; e resíduos potencialmente compostáveis: 57%);
• As melhores alternativas serão ditadas por condicionantes locais e particulares dos Municípios (dimen-sões: ambiental, sociocultural, política, econômica e financeira);
• Centralidades diferenciadas;
• Realização de 8 oficinas e uma extra com participação do MMA.
Resumo da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos:
• Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos com Plano de Regionalização para a Gestão Integrada deRSU em Minas Gerais – ATOs; trabalho integrado com a Sedru para apoio à formação de consórcios in-termunicipais; atualização do Inventário Estadual de RSU e Elaboração do Plano Estadual de Resíduos;
• Monitoramento do ICMS Ecológico/Saneamento ambiental;
• Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) com ensino a distância: elaboração do PGIRS municipal;
• Coleta Seletiva: Plano Estadual de Coleta Seletiva (Pecs); apoio técnico às ações desenvolvidas pelo CMRR – valorização das associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis.
• Definição da Gestão de Resíduos Especiais:
• Implantação da Logística Reversa: Grupo de Trabalho Resíduos Eletroeletrônicos e Lâmpadas – Cona-ma; Termo de Cooperação Técnica Embalagens de Óleos Lubrificantes – Sindicom/Feam;
• Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde: avaliação das 31 unidades de tratamento e disposição final de RSS de MG; Termo de Referência para Plano de Gerenciamento de RSS – PGRSS e Capacitação dos profissionais da área de saúde;
• Resíduos de Construção Civil: proposição e acompanhamento da legislação estadual e Grupo de Traba-lho – Conama.
Contextualização do Projeto Estruturador Resíduos Sólidos:
• Metas de disposição adequada de RSU – 60% em 2011;
• Metas de implantação de coleta seletiva em 15 municípios/ano – 90 municípios em 2011;
• 110 Usinas de Triagem e Compostagem;
• 40 aterros sanitários licenciados;
• 12 consórcios com 125 municípios;
• 9 consórcios em formação com 120 municípios;
• AmbientAÇÃO – coleta seletiva em 90 prédios públicos e na Cidade Administrativa;
• Projeto Rondon Resíduos, realizado em parceria com a PUC Minas para ação em 30 municípios.
Informações sobre o Centro Mineiro de Referência em Resíduos:
• Organização de 140 associações/cooperativas de catadores de recicláveis em redes;
• Capacitação e treinamento técnico e na linha do empreendedorismo;
• Verticalização da produção e do empreendedorismo;
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• Pagamento por serviço público de coleta;
• Pagamento por prestação de serviço ambiental.
Finalizando sua apresentação, Junqueira definiu as responsabilidades na logística reversa no Estado de Minas Gerais:
• Consumidor: entregar os resíduos em: Pontos de coleta (no entanto, quem define o local é o sistema), Pontos de Revenda, Rede Varejista (comprovante nota fiscal) ou serviço de coleta domiciliar e empre-sarial para grandes EEEs e grandes quantidades;
• Rede Varejista: Receber EEEs comercializados por ela a serem descartados, encaminhar para recondi-cionamento, revenda ou doação e encaminhar REEEs para recicladora;
• Transporte: parte do Ponto Coleta ou do Ponto Revenda ou do Serviço de Coleta e leva para a Recicladora;
• Recicladora: Comercializar recicláveis e disposição final dos Rejeitos.
5.6 PALESTRA: LOGÍSTICA REVERSA NO SETOR ELETROELETRÔNICO – CONS-TRUINDO A SUSTENTABILIDADE A PARTIR DA LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS (REEs) E O IMPACTO SOCIOAMBIENTAL DESSA AÇÃO, POR ANDRÉ LUIZ SARAIVA, ABINEE
André Saraiva, Diretor de Responsabilida-de Socioambiental da Abinee e Diretor do Programa de Responsabilidade Ambien-tal Compartilhada, iniciou sua explanação contextualizando a Abinee, uma entidade representativa do setor eletroeletrônico no Brasil que tem como missão asse-gurar o desenvolvimento competitivo no complexo eletroeletrônico no País, a de-fesa dos seus legítimos interesses e sua integração com a sociedade.
A Abinee foi fundada em setembro de 1963, e, em 2010, já possuía 577 empresas associadas, sendo elas indústrias e inte-gradores de sistemas divididos em dez áreas setoriais que incorporam mais de 1.200 NCMs reunidos em 22 grupos setoriais. O setor emprega mais de 180 mil trabalhadores diretos e responde por mais de 15% da produção industrial no País, com um faturamento que representa 3,5% do PIB.
Saraiva informou que Equipamentos Elétricos e Eletrônicos, ou EEEs, são equipamentos de uso doméstico, industrial, comercial e de serviços cujo adequado funcionamento depende de correntes elétricas ou cam-pos eletromagnéticos, bem como os equipamentos para geração, transferência e medição dessas corren-tes e campos e concebidos para utilização com uma tensão nominal não superior a 1.000 V para corrente alternada e 1.500 V para corrente contínua.
Explicou também que os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos, ou REEEs, são equipamentos elétricos e/ou eletrônicos que estão em desuso e submetidos ao descarte, incluindo todas as partes, peças e subconjuntos necessários ao seu pleno funcionamento.
André Luiz Saraiva
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A legislação para logística reversa de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos tem o seguinte fluxo:
PNRSLei nº 12.305
03.08.2010
Decreto nº 7.40423.12.2010 Artigo 23
VIII – metas a serem alcançadas no âmbito do sistema de logística a ser implantado; IX – cronograma para a implantação da logística reversa, contendo a previsão de evolução até o cumprimento da meta final estabelecida
Foi destacada a divisão de obrigações na forma da Lei nº 12.305/2010:
• Consumidor: deverá efetuar a devolução dos produtos em fim de vida e embalagens ao Distribuidor/Comerciante;
• Distribuidor/Comerciante: deverá efetuar a devolução dos produtos em fim de vida e embalagens aos Fabricantes ou Importadores; sugere-se um recadastramento com selo da CNC para todos os estabe-lecimentos, de forma que sejam identificados como procedentes;
• Fabricantes ou Importadores: darão destinação ambientalmente adequada aos produtos em fim de vida e às embalagens devolvidas, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada.
Saraiva enfatizou que são necessárias duas políticas: uma para tratar o passado e a outra para tratar o futuro dos resíduos eletroeletrônicos.
E apresentou uma tipificação do segmento eletroeletrônico: da linha branca (geladeiras, fogões, lava-roupas e aparelhos condicionadores de ar domésticos); linha verde (desktops, laptops, impressoras e aparelhos celulares); linha marrom (televisores, DVDs, aparelhos de áudio) e linha azul (batedeiras, li-quidificadores e outros eletroportáteis). O segmento representa 4,8% do PIB Nacional, correspondendo, atualmente, a 15% da produção industrial do País, gerando, de forma direta, mais de 170 mil empregos.
Foram elencados os principais problemas dos eletroeletrônicos no Brasil:
• Lei do “Sacoleiro”: a abertura do limite de 120 mil reais/ano para que os “sacoleiros” tragam produtos de fora do País. Isso é considerado importação; logo, não está clara a forma de controle de entrada do produto nessa situação (Lei nº 11.898, de 08.01.2009, e Decreto nº 6.956, de 09.09.2011);
• Cultura do Repasse/Reúso: o segmento de eletroeletrônicos tem uma particularidade. O brasileiro acredita que há valor agregado no produto e estende a vida útil deste, dificultando, assim, o controle de quando ele será descartado. O consumidor tem a faculdade de entregar ou não o produto à destinação final e também de escolher o momento e para quem gostaria de entregá-lo. Em função dessa cultura de repasse/reúso, a vida útil do produto acaba sendo maior do que a projetada pelo fabricante/importador;
Fonte: Relatório GIA Global Intelligence Alliance ©2011
Comportamento do consumidor
Consumidor
Doam
Guardam
Vendem
Jogamno lixo
Outros10%
29%
35%
19%
7%
Destino do lixo eletrônico
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• Rastreabilidade: dificuldade quanto à rastreabilidade dos produtos, em função da quantidade colocada no mercado versus a quantidade que retornará do consumidor;
• Diferenças regionais: concentração de renda (PIB) nas regiões Sul e Sudeste; a capilaridade dos reci-cladores se dá em função da distribuição de renda atual; o consumo de bens em determinadas regiões consiste em consumo primário; restrições e dificuldades logísticas em determinadas regiões; a cultura do repasse/reúso é mais acentuada em determinadas regiões;
• Resíduo x Produto: existe a preocupação quanto à supervalorização do resíduo, o que seria estimu-lado por metas quantitativas, uma vez que haveria um estímulo negativo, sendo o custo do resíduo desproporcional em relação ao do produto. Assim, essa supervalorização gerará, consequentemen-te, um aumento no custo do produto, para que, assim, seja possível pagar os custos da estrutura da logística reversa.
Uma pesquisa realizada em 2006 pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, indica que 42% dos brasileiros assumi-ram que compraram produtos piratas.
Fonte: Relatório GIA Global Intelligence Alliance ©2011
0 5 10 15 20 25 30%
Penetração do mercado informal por produto
Laptop
Desktop
Celular
Impressora
Linha Verde
Áudio
TV LCD/Plasma
DVD/VHS
TV de tubo
Linha Marrom
Ar-condicionado
Lava-roupas
Fogão
Geladeira
Linha Branca
Furadeira
Liquidificador
Batedeira
Ferro elétrico
Linha Azul
Em Março de 2011 mais de sete milhões de produtos ilegais foram apreendidos no Shopping 25 de Março, em São Paulo, quando teve início uma grande operação de combate à pirataria, ao contrabando e à sonega-ção fiscal coordenada pela Secretaria de Segurança Urbana de São Paulo, com a participação do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), do Ministério da Justiça.
Saraiva apresentou também dados sobre as vendas por região geográfica no Brasil, ou seja, o quanto cada região compra do total da linha:
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O Diretor apresentou a proposta de acordo setorial que está sendo debatida nas reuniões do GTT - Ele-troeletrônicos, informando que alguns aspectos ainda serão revistos. A proposta é baseada na Política Nacional de Resíduos Sólidos e no Decreto nº 7.404, de 23.12.2010.
Os incisos II e III do artigo 23 regulamentam a necessidade de descrição das etapas do ciclo de vida em que o sistema de logística reversa se insere, bem como a descrição da forma de operacionalização da LR, esquematizada na figura abaixo para o Acordo em discussão:
PNRSLei nº 12.305
03.08.2010
Decreto nº 7.40423.12.2010 Artigo 23
VIII – metas a serem alcançadas no âmbito do sistema de logística a ser implantado; IX – cronograma para a implantação da logística reversa, contendo a previsão de evolução até o cumprimento da meta final estabelecida
Consumidor
GTT Embalagem
Cooperativa de Catadores?
Municipalidade?
Distribuidor/Comerciante
Fabricante/Importador
Embalagem
RecicladoraTriagem
ResidênciaFabricante / Importador
Fabricante / Importador
CD Fabricante / Importador
Produtos em fim de vida
CD Distribuidor / Comerciante
Distribuidor / Comerciante
Disposição final adequada
Centro de armazenagem
Loja física e virtual
Etapas do ciclo de vida
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André Saraiva também mostrou o fluxograma abaixo, com vistas a atender aos incisos VIII - metas a serem alcançadas no âmbito do sistema de logística reversa a ser implantado; e IX - cronograma para a implan-tação da logística reversa, contendo a previsão de evolução até o cumprimento da meta final estabelecida:
Fabricante/Importador
Reciclador Formal
Reciclador Informal
Produto retido sem uso
Reúso/Doação Pontos de entrega
Programas municipais
Programas sazonais
Recebimento Voluntário
Canais de venda Indústria de transformação
Outros destinos
Fluxo não gerenciado pelo fabricante/importador
Fluxos financeiros gerenciados pelo fabricante/importador
Foram citados alguns entraves para a consolidação do Acordo Setorial:
1. Inexistência de uma política fiscal simplificada para a movimentação de REE;
2. Falta de empresas para a reciclagem técnica e legalmente adequadas;
3. Indefinições quanto à necessidade ou não de licenciamento dos postos/centros de recebimento e ho-mologação do contentor;
4. Inexistência de uma tratativa para manuseio, movimentação, transporte e armazenamento dos produ-tos em fim de vida (resíduos);
5. Dificuldades de transporte em algumas regiões e licenciamento único para transitar no País;
6. Criação de leis divergentes nos Municípios e nos Estados;
7. Complexidade de alguns pontos em função de tamanho, tecnologia e embalagem;
8. Dificuldade atual de dispor os rejeitos de forma ambientalmente adequada em determinadas regiões do Brasil;
9. Ausência de uma política federal para a definição de balanço financeiro quanto à provisão de recursos para custear o processo de retorno;
10. Unificação das informações/sistemas ambientais estaduais no CTF Ibama.
André Saraiva apresentou dados do relatório GIA: Global Intelligence Alliance sobre as recicladoras de resíduos eletroeletrônicos e fez as seguintes considerações:
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• Foram identificadas 16 recicladoras como as que mais procu-ram a indústria de eletroeletrônicos para a atividade de reci-clagem, tal como mostra o mapa ao lado (a metodologia do estudo não determinou que fosse verificado se as recicladoras possuem LO ou as demais especificações necessárias):
• Não foram identificadas no Brasil empresas com tecnologia para reciclar placas de circuito impresso, monitores e TVs CRT, entre outros componentes;
• A maioria das empresas do País apenas separa os materiais para revendê-los no exterior; o material de menor valor agre-gado, como plástico e vidro, fica no Brasil;
• O baixo número de recicladoras capacitadas a processar ele-troeletrônicos e que estejam presentes nas várias regiões do País encarece a logística reversa;
• Em outros estados além dos indicados, as recicladoras pos-suem apenas escritórios de representação ou postos de recebimento;
• O setor sofre com falta de fiscalização, estando sujeito a dezenas de empresas que atuam alheias a qualquer legislação ambiental.
Finalizando, o Diretor André Saraiva fez a avaliação dos impactos sociais e econômicos da implantação da logística reversa (inciso XII do artigo 23), destacando que este tem sido um ponto de reflexão do GTT . O quadro a seguir resume esses impactos:
Impacto Socioambiental Impacto Econômico
Positivo
Possibilitar à sociedade uma forma de des-carte adequado dos eletroeletrônicos;
Fomentação de recicladoras por parte do Governo; P
ositivo
Recuperação dos materiais; Geração de emprego;
Diminuição dos resíduos eletroeletrônicos remetidos a lixões;
Desenvolvimento de novas tecnologias para reciclagem, o que atrairá novos investimentos para este setor;
Diminuição do uso de matéria-prima e re-cursos naturais;
Atual tratamento fiscal quanto à movimen-tação;
Preocupações
Conscientização dos consumidores quanto ao correto destino dos produtos/embala-gens;
Análise da movimentação interestadual de resíduos (produto em fim de vida) quanto a licenças ambientais;
Desenvolvimento de produtos visando maior reciclabilidade e também maior quantidade de materiais reciclados;
Desoneração das matérias-primas recicla-das (evitando bitributação).
Criação de uma política fiscal simplificada para devolução de produtos em fim de vida;
Estabelecimento de uma política federal para definição de balanço financeiro quanto à provisão de recursos para custear o pro-cesso de retorno;
Ambiguidade das leis federais/estaduais/municipais quanto à logística reversa, ne-cessitando haver harmonização entre elas.
Recicladoras de Resíduos Eletro-Eletrônicos
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5.7 PALESTRA: AGÊNCIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO, POR WALDECY FERREIRA FARIAS FILHO
Waldecy Ferreira Farias Filho é Diretor de Con-trole de Fontes Poluidoras da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH) do Estado de Pernambuco. Engenheiro Agrôno-mo, Mestre em Políticas de Gestão Ambiental pela Universidade Federal de Pernambuco, re-presentante da Abema no Grupo de Trabalho de Logística Reversa de Embalagens do MMA.
Sua explanação versou sobre a CPRH, órgão exe-cutor da Política de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco.
O Diretor informou que a Política Estadual de Resíduos Sólidos (criada pela Lei nº 14. 236, de 13 de dezembro de 2010) estabelece como objetivos: a promoção da gestão integrada, regionalizada e consorciada dos resíduos sólidos entre o Poder Público e os demais segmentos da sociedade civil; o estímulo e o apoio à implantação de consórcios públicos intermunicipais e/ou interestaduais, com vistas à viabilização de soluções conjuntas das questões dos resíduos sólidos; a promoção de modelo de ges-tão de resíduos sólidos com visão sistêmica, que leve em consideração as variáveis ambientais, sociais, culturais, econômicas, tecnológicas e de saúde pública; além de fomentar a implantação do sistema de coleta seletiva nos Municípios.
A ideia do Consórcio Metropolitano surgiu da necessidade de os Municípios da Região Metropolitana do Re-cife se agruparem para apresentar propostas com critérios e definições estruturantes para investimentos do PAC, com planejamento e gestão integrada dessas ações.
Dessa forma, tornou-se consenso no Estado que a questão dos resíduos sólidos desses municípios deve ser vista como uma questão metropolitana, corroborando as ações do Estado de Pernambuco desenvolvi-das por intermédio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e da Secretaria das Cidades, com apoio do Ministério do Meio Ambiente: o Plano Estadual de Gestão Consorciada e Integrada de Resíduos Sólidos de Pernambuco, que tem como foco a gestão regionalizada e consorciada dos resíduos sólidos, adequando-se à Lei do Saneamento Básico e dos Consórcios.
Nesse sentido, o estabelecimento do Consórcio é parte integrante do Programa de Metas Todos por Per-nambuco, no seu componente equilíbrio regional, com geração de conhecimento e responsabilidade ambiental, cujo objetivo é estruturar e modernizar a base científica e tecnológica e priorizar a proteção ambiental, estando inserido nas metas prioritárias o desenvolvimento do Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos para a Região Metropolitana e a implantação do Consórcio Metropolitano.
Pretende-se, com isso, uma gestão integrada dos resíduos realizada por meio de consórcios para a Região Metropolitana do Recife que potencialize os esforços para a resolução dos problemas advindos da geração dos resíduos sólidos. Adicionalmente, busca-se uma economia de escala e de escopo, agrupando os pro-cessos de planejamento e gestão para a melhoria dos serviços de resíduos sólidos na RMR.
A maior dificuldade para os Municípios está em manter e operar seus aterros sanitários e outros equipa-mentos de gestão.
Waldecy Filho mostrou que, no Estado, dos 185 Municípios 31 são beneficiados por 20 aterros sanitários, tal como mostra o quadro abaixo:
Waldecy Ferreira Farias Filho
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2002 2006 2009
2 aterros 11 aterros(19 municípios)
20 aterros (22 municípios)
Houve um crescimento na destinação final a partir da instituição da Política Estadual de Resíduos Sólidos
E apresentou o avanço dos aterros sanitários no Estado – de dois aterros, em 2002, aumentou para 20 em 2009:
MUNICÍPIOS ATERROS SANITÁRIOS PERCENTUAL EM RELAÇÃO AO ESTADO
31 municípiosbeneficiados
20 aterros (18 públicos + 2 privados)
16%(185 municípios)
• 20 municípios com aterros sanitários licenciados (maioria na região do Agreste)• 10 municípios com Licença prévia ou instalação
• 1 município por compostagem.
O Programa de Coleta Seletiva teve início em 2010, no Recife. Foi dividido em bairros pré-selecionados (dias alternados), com Pontos de Entrega Voluntária. A média de geração de lixo no Recife gira em torno de 700 a 900 toneladas/dia.
Foi informado que, atualmente, dos 75 Bairros do Recife 44 fazem uso da Coleta Seletiva (58%). Os Pontos de Entrega Voluntária são em parceria com a iniciativa privada e em vias públicas. Os PEVs, em parceria com a iniciativa privada, são distribuídos em postos de combustíveis: Rede Dislub (seis coletores) e su-permercados: Rede Grupo Pão de Açúcar (dois coletores), Rede Extra (cinco coletores) e Walmart (três coletores).
Os resíduos coletados nos PEVs são destinados às organizações de catadores, que, atualmente, são divi-didas nos seguintes grupos:
• Cooperativa Coopagres - Cooperativa de Agentes de Gestão de Resíduos Sólidos;
• Cooperativa Esperança Viva;
• Associação Verde é a Nossa Vida;
• Núcleo de Triagem de Catadores e Catadoras do Gusmão;
• Núcleo de Triagem da Vila de Santa Luzia;
• Cooperativa Pró-Recife.
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5.8 PALESTRA: NOVO SISTEMA DE COLETA SELETIVA – A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍ-PIO DE CANOAS, POR SAULO FELIPE BASSO
Saulo Basso é Diretor Técnico da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, administrador, contador e Mestre em Saneamento. Em sua explanação, apresen-tou o novo Sistema de Coleta Seletiva, uma experiência do Município de Canoas. A Se-ma-RS está acompanhando essa experiência e tem como objetivo replicá-la nos demais Municípios do Estado.
Saulo Basso declarou que os problemas re-lativos aos resíduos sólidos, especificamente os relacionados à geração e ao destino final, constituem, sem dúvida alguma, os grandes desafios a serem equacionados pelas socie-dades modernas.
E contextualizou o Município de Canoas, localizado na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O Município tem população de 330 mil habitantes e PIB de R$ 12 bilhões (2º maior PIB do Estado). O IDH de Canoas é de 0,815, e, em relação à economia, apresenta 68% na indústria, 23% no comércio, 8% em serviços e 1% em outros.
O Diretor enfatizou que, na medida em que as cidades se desenvolvem, crescem os problemas ambientais, os quais, em geral, estão associados a falta de planejamento em relação à ocupação do território, alta densidade demográfica e consumo excessivo.
Com vistas à inclusão na Política Nacional de Saneamento Básico, o Prefeito de Canoas julgou importante estruturar as cooperativas de catadores, considerando-os agentes inovadores. Assim, a contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis passou a ser efetuada por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda (catadores). Como objetivo, o projeto promoveu ações geradoras de ocupação e renda, universalização do acesso aos serviços de coleta seletiva e qualificação como agentes ambientais (os antigos “garis”).
Atualmente, Canoas tem quatro associações/cooperativas que compõem/atuam como recicladores:
• Associação de Reciclagem de Lixo Amigas Solidárias (Arlas) – Obteve reconhecimento internacional por meio de intercâmbios com Canadá/EUA; maioria dos cooperados é de mulheres;
• Associação de Triagem e Reciclagem Mato Grande (Atremag) – originário de um grande grupo de mo-radores desempregados que se organizaram a partir do apoio institucional da Secretaria Municipal de Transportes;
• Coopmat: originou-se da Associação dos Carroceiros e Catadores de Material de Canoas (ACCMC). O nome deve-se ao grande número de carroças que eram utilizadas para transporte do bairro Matias Velho ao Centro;
• Renascer: grupo de pessoas que trabalhavam no aterro sanitário de Guajuviras, separando o lixo de forma individual, onde disputavam os resíduos recicláveis com animais em busca de matéria orgânica.
A cidade de Canoas está dividida em quatro quadrantes, de acordo com as áreas de atuação da Coleta Seletiva:
• Região Nordeste: Arlas
• Região Sudeste: Renascer
Saulo Felipe Basso
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• Região Sudoeste: Atremag
• Região Noroeste: Coopmat
Fica a cargo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, por intermédio do Departamento de Educação Ambiental, capacitar os futuros agentes ambientais. Para isso, foi firmado Convênio entre a Prefeitura e a Unilasalle, no qual a Universidade teria a atribuição de qualificar todos os agentes ambientais.
Além disso, foi criada uma identificação visual para aqueles estabelecimentos que apresentaram compro-vantes mensais de destinação adequada de resíduos – o selo Amigo dos Recicladores .
Para a implementação do projeto foi criado o Comitê Executivo de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Recicláveis, composto pelas seguintes entidades: SMMA, SMDE, SMSU, SMDS, Gabinete do Prefeito Uni-versidade e Representantes Legais das Associações/Cooperativas.
A mobilização social ficou a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que desenvolve um trabalho de divulgação entre a população de cada quadrante da cidade, articulando reuniões com os moradores, a sociedade civil organizada e o setor produtivo, visando o aumento dos percentuais dos resíduos recolhidos.
A operacionalização da Coleta Porta a Porta é feita por equipes formadas de cinco agentes trabalhando de-vidamente uniformizados e identificados, sendo dois de cada lado da via pública, e o quinto, o responsável pela disposição temporária dos resíduos coletados. Concluindo-se a coleta do setor (área), o caminhão fará o carregamento e o transporte junto com a equipe até a Unidade de Triagem.
A implantação da Nova Coleta Seletiva Compartilhada de Resíduos Recicláveis tem como ênfase o aumento do volume coletado e triado de resíduos recicláveis.
Para finalizar a apresentação da Coleta Seletiva no Município de Canoas, Basso concluiu que a implemen-tação do projeto inseriu no mercado de trabalho uma parcela da população até então excluída, aproximou a Universidade do Setor Público, além de ter diminuído consideravelmente os custos da administração municipal, prestando, ainda, um serviço de melhor qualidade na coleta de resíduos sólidos.
Saulo Basso também fez uma breve contextualização do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), que está sendo elaborado para vigência por prazo indeterminado, abrangendo todo o território do Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) anos, e tendo como conteúdo mínimo:
I - diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no Estado e seus impactos socio-econômicos e ambientais;
II - proposição de cenários;
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduose rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resí-duos sólidos;
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econô-mica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Estado, para a obtenção de seu aval ou para o acesso de recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos;
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IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões metropo-litanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito nacional;
XI - previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento territorial, especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento costeiro, de:
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de rejeitos;
b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem ob-jeto de recuperação ambiental;
XII - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social.
§ 1º Além do plano estadual de resíduos sólidos, os Estados poderão elaborar planos microrregio-nais de resíduos sólidos, bem como planos específicos direcionados às regiões metropolitanas ou às aglomerações urbanas.
§ 2º A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no § 1º, dar-se-ão obrigatoriamente com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta Lei.
§ 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, o plano microrregional de resíduos sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros tipos de resíduos.
E elencou as ações propostas para o Plano Estadual de Resíduos Sólidos:
• Implantação da coleta seletiva em todos os Municípios;
• Implantação de Unidades de Triagem em todos os Municípios, visando a recuperação de material para beneficiamento e a redução de volume de rejeitos para o aterro, com a consequente redução de trans-porte desses rejeitos;
• Implantação de Beneficiamento dos resíduos em alguns municípios previamente determinados, com base na necessidade de geração de emprego/renda;
• Incentivo para a implantação de indústrias que utilizam os resíduos beneficiados em seus processos produtivos, visando a sua instalação em municípios com necessidade de geração de emprego/renda;
• Contato com os Municípios que ainda dispõem seus resíduos em lixões para encerramento dessas árease o correto destino dos resíduos gerados;
• Encerramento e/ou readequação dos aterros controlados ainda em operação;
• Remediação das áreas a serem encerradas dos lixões e aterros controlados atualmente em operação;
• Remediação e/ou monitoramento das áreas já encerradas de disposição de resíduos;
• Controle e fiscalização dos aterros sanitários;
• Proposta de implantação de novos aterros sanitários (centrais) para sanar a falta de áreas de disposi-ção final em algumas regiões do Estado;
• Contato com os Municípios para cadastrar informações atualizadas em relação a coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos urbanos;
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• Contato com os Municípios para cadastrar todas as áreas impactadas pela disposição de resíduos só-lidos urbanos;
• Coleta de informações relacionadas a cooperativas de catadores, associações, entre outros, existentes no Estado;
• Coleta de informações sobre tecnologias existentes no Estado para coprocessamento dos resíduos em processos produtivos;
• Implantação da coleta seletiva por meio de capacitação dos Municípios, treinamento dos operadores e cadastramento de recebedores e pontos de coleta de material reciclável;
• Viabilidade de novas tecnologias de reaproveitamento dos resíduos gerados, visando destinar somente o rejeito para aterro sanitário.
• Contato com os Municípios para cadastrar informações atualizadas em relação ao número de unidades geradoras de resíduos de serviços de saúde no Estado;
• Coleta de informações referentes às quantidades de resíduos dos serviços de saúde gerados;
• Coleta de informações referentes à falta de tecnologia implantada no Estado para tratamento de algu-mas tipologias de resíduos dos serviços de saúde, como, por exemplo, medicamentos (Grupo B – Risco Químico) e resíduos líquidos;
• Coleta de informações relativas à geração de resíduos da construção civil no Estado;
• Coleta de informações relacionadas às áreas de disposição de resíduos da construção civil existentes no Estado, licenciadas e irregulares;
• Diagnóstico da deficiência de tecnologias para reaproveitamento desses resíduos no Estado;
• Diagnostico da necessidade de implantação de áreas para a disposição final desses resíduos no Estado.
Finalizando, o Diretor Saulo Basso demonstrou a Composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Rio Grande do Sul:
Outros
Matéria orgânica
Vidros
Plásticos
Papéis
Metais
17%
51%
14%
13%
3%
2%
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5.9 PALESTRA: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM MATO GROSSO, POR SOLANGE DE OLIVEIRA CRUZ
Solange de Oliveira Cruz é Coordena-dora de Gestão de Resíduos Sólidos da CGRS/Sema-MT, Bióloga, com Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade – UFMT. Especializações em: Perícia, Au-ditoria e Gestão Ambiental – Ipog//Oswaldo Cruz; Saúde Pública - FSC-SP; Entomolo-gia em Saúde Pública e Controle de vetores -OMS/OPAS/FNS-AM; Ciências Ambientais - Ferp-RJ; Biologia de Ambientes Inundáveis - Pantanal Mato-grossense UFMT; Docência Superior - IBMR-RJ; e Ecologia – CRBio-01.
Solange contextualizou Mato Grosso infor-mando que o Estado possui área de 901.420 km2, população de 2.800.000 habitantes, 141 municípios e densidade demográfica de 2,78 hab/km2. Mato Grosso possui três biomas: Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica.
A missão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente é garantir o uso ordenado dos recursos naturais, visando o desenvolvimento socioeconômico com qualidade ambiental. O grande desafio do processo de desenvolvimento é compatibilizar a necessidade de gerar riqueza econômica com preservação ambiental e equidade social. A Lei nº 214, de 23 de junho de 2005, criou a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, e o Decreto 6.721, de 31 de outubro de 2005, criou Coordenadoria de Gestão de Resíduos Sólidos.
Foi informado que, em recente levantamento realizado pela Coordenadoria de Gestão de Resíduos Sólidos, da Sema, foi obtido o seguinte quadro: 04 (quatro) municípios com licença de operação de aterro sanitário, ou seja, com autorização para operação conforme normas técnicas e sujeita a monitoramento periódico; 11 (onze) municípios com licença de instalação, ou seja, estão em estágio de implantação de aterro sanitário; e 13 (treze) municípios com licença prévia, ou seja, já com parecer favorável da Sema quanto à escolha da área. Segundo a palestrante, o Aterro Sanitário é considerado a forma adequada de disposição final do lixo pelo confinamento dos resíduos em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e ao meio ambiente. O Aterro sanitário é impermeabilizado e possui sistemas de drenagem de gases e tratamento de chorume.
Pelo levantamento realizado, foi constatado um quadro preocupante em relação à destinação dos resíduos sólidos no Estado, com apenas 28 municípios efetivamente tomando providências técnicas para destinação adequada dos seus resíduos.
Em Mato Grosso, a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos atua com programas municipais de coleta seletiva. Cuiabá possui a Cooperativa de Catadores de Lixo da Central de Triagem (que recicla aproximada-mente 20% dos materiais que são destinados ao aterro sanitário). Existem empresas de reciclagem/tria-gem/compostagem, incluindo os Postos e Centrais de Recebimento de embalagens de agrotóxicos tríplice lavadas – 90 (sendo 32 de reciclagem e comércio de sucatas). Além disso, o Estado conta com:
• 17 indústrias de reciclagem com processo de licenciamento/município;
• 15 comércios de sucatas com processo de licenciamento/município;
• 6 usinas de compostagem – resíduos industriais.
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Diante dessa nova realidade, a Sema tem se reestruturado e vem definindo fortes articulações com a sociedade, promovendo ações inovadoras de manejo e conservação dos ativos ambientais e revertendo índices históricos adversos.
A gestão de resíduos sólidos passou, efetivamente, a ser considerada como prioridade em nível de política pública, o que é comprovado pela criação de uma coordenadoria para tratar exclusivamente do assunto, assim como pelas diversas ações que estão sendo realizadas em parceria ou cooperação técnica. A Coor-denadoria de Gestão de Resíduos Sólidos da Sema tem como ações estratégicas:
• Estudo de Regionalização, Elaboração do Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e Implantação de um Consórcio Intermunicipal;
• Implantação da Central de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
• Implantação da Central de Atendimento a Acidentes Ambientais;
• Estímulo aos consórcios intermunicipais, como forma de viabilizar a implantação de aterros sanitários que venham a atender vários municípios de uma mesma região (Lei Federal nº 11.107); constituído por contrato cuja celebração dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções; elaboração de um PGRS conjunto, para realizar levantamento quantitativo e qualitativo do lixo, definir estratégia do pro-cesso de coleta, do sistema de tratamento e de destinação final;
• Licenciamento ambiental: aterros sanitários; usinas de triagem, reciclagem e compostagem; indústrias de reciclagem; cemitérios; autoclaves; incineradores; transportadoras de resíduos; coleta, tratamento e transporte de resíduos; centrais e postos de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos; pla-nos de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, industriais, agrícolas e de serviços de saúde;
• Instalação de comissões executivas nos Municípios para elaboração e implementação de Planos de gerenciamento de resíduos sólidos, envolvendo todos os segmentos do Município para discussão de coleta seletiva, tratamento e destinação final dos resíduos;
Solange Oliveira concluiu informando que, mesmo em um período relativamente curto de tempo, muitos desafios estão sendo superados, desde a questão cultural, que perpassa a valorização econômica do lixo, assim como as relações historicamente verticalizadas que eram impostas entre o Estado e os Municípios. No entanto, a palestrante acredita que, com a execução das ações propostas, associada à dedicação incan-sável da equipe técnica e ao compromisso e à sensibilidade deste governo com a gestão e o manejo susten-tável dos ativos e passivos ambientais, será possível, em médio prazo, reverter o quadro de inércia que até então prevalecia, passando-se a colher frutos em benefício da qualidade de vida do povo mato-grossense.
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5.10 DEBATE • Os processos para licenciamento ambiental seguem um extenso roteiro de etapas, e seria possível
desenvolver um protocolo simplificado para agilizar a implantação dos Postos de Entrega Voluntária, já que não são passíveis de licenciamento ambiental.
• Em relação à transferência da titularidade do bem devolvido, os pontos de entrega de Minas Gerais não têm tido dificuldades para receber material de todos os fornecedores. Após certo acúmulo, é acertado com os recicladores para o recebimento do material. No Rio Grande do Sul, o Estado fez uma campanha que captou acima de 300 toneladas de equipamentos, e não houve preocupação com a transferência de titularidade.
• Foi levantada a necessidade de avaliação da questão tributária para inserir o bem no patrimônio devolvido.
• No caso de descarte do celular, fica difícil para o consumidor saber como tratar os dados armazenados na memória. A responsabilidade das informações deve ser do reciclador.
• Indicadores de sustentabilidade devem ser apresentados para convencimento dos consumidores, e isso é papel da indústria.
• Foi esclarecido que o Ministério do Meio Ambiente está produzindo um manual para auxílio na elabo-ração de políticas e edital para auxílio aos Estados; estes devem ficar prontos no início de 2012. O MMA vai propor também cursos a distância;
• Foi esclarecido que a proposta do GTT - Eletroeletrônicos apresentada ainda está sendo discutida, e os conhecimentos estão sendo angariados, para, ao final, produzir o Edital com critérios favoráveis à equalização da logística reversa de equipamentos.
• O transporte de alguns resíduos, especialmente os eletroeletrônicos, demandará ajustes nas políticas fiscais e tributárias, pois estes serão transportados não descaracterizados, o que poderá ser interpre-tado como material de reúso, em que incidiria no ICMS. O licenciamento de transportes interestaduais perigosos não segue um processo unificado; ou seja, do ponto de coleta até a recicladora seria ne-cessário formalizar o processo de licenciamento em cada estado da Federação por onde os resíduos transitassem. É necessário um procedimento único com legislação nacional. Assim, é preciso haver um entendimento entre os Estados, para se unificar e simplificar esse processo. Atualmente, cada estado tem sua legislação. A proposta é que haja um sistema simplificado que dispense o licenciamento; mas os Estados podem ser restritivos.
• Obsolescência programada ocorre quando há indução de redução da vida útil de um determinado pro-duto para que este seja substituído em um período de tempo mais curto. Em outras palavras, o produto é criado para que seja “jogado fora”. Assim, há um grande volume de vendas sucessivas. Já o final de vida útil ocorre quando o produto pode ter seus componentes aproveitados total ou parcialmente, po-dendo ser reciclados, ou quando não tem mais condições de utilização.
• Foi aprovado um modelo de declaração para que os órgãos ambientais tenham acesso a todas as infor-mações. O importador declara a origem e a rota. Seria um sistema nacional. Foi discutido na câmara, reprovado no Conama e devolvido à Câmara. O processo terá de ser reaberto na Câmara.
• Os produtos que estão relacionados na Lei Federal nº 12.305/2010 como sendo obrigatórios para a rea-lização da logística reversa terão um plano de comunicação apropriado para orientação do consumidor. No entanto, é preciso um esforço maior para sensibilizar e conscientizar o consumidor. O Ministério do Meio Ambiente, no Departamento de Educação Ambiental, está trabalhando para elaborar um plano estratégico de comunicação e educação de resíduos. Em meados do ano que vem estará pronto. Nesse sentido, a plenária questionou se seria possível uma articulação com as Secretarias de Educação para que se formem futuros consumidores mais conscientes.
• O setor público é um grande consumidor de produtos, mas apenas as municipalidades das grandes cidades têm um movimento para melhorar a qualidade do seu descarte dando uma destinação correta aos resíduos.
• O Estado de Minas Gerais pretende sensibilizar os Municípios, a fim de que estes implantem a coleta seletiva com um programa em todos os 853 Municípios; e a integração é feita primeiramente com diag-
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nóstico, agentes municipais, intervenção com os catadores para discutir a integração, como convencê-los a sair do lixão, a se organizar em cooperativas, etc. Tudo isso está apoiado em um sistema de sen-sibilização que foi produzido. Existe uma proposta em nível estadual envolvendo um grande evento em Belo Horizonte e vários eventos regionais.
• O grupo ponderou que uma solução seria, no futuro, vender serviços, e não equipamentos. Ex.: vender o serviço de uso de um notebook. Quando terminar a vida útil do produto, a empresa o recolhe e o troca por outro mais atual – trabalhar com leasing para tudo.
• Sobre estudos para a tributação dos equipamentos que retornam para o mercado, foi informado que a Secretaria de estado do Meio Ambiente entende que é necessário unificar as leis regionalmente. Entretanto, para que se conheça a quantidade de material reciclado em algum produto, é necessário uma norma técnica que determine as devidas especificações. O Ministério não aceita pedido de isenção tributária sem embasamento legal; e essa é uma grande dificuldade.
• É preciso que haja consumidores para o reciclado. Houve sugestão para que uma das ações dos GTTs seja o fomento de pequenas indústrias, pois, quando atingirmos toda a meta proposta, o gargalo será o que fazer com o reciclado. O Ipea realizou estudo sobre o potencial de demanda do País para material reciclado. Existe uma concentração de empresas recicladoras na região Sudeste, particularmente no Estado de São Paulo,
• A formação de consórcios intermunicipais para implantação e gestão de aterros sanitários já é uma realidade consolidada. No entanto, com a nova política para gestão de resíduos sólidos, será necessário introduzir uma nova etapa no fluxo desses resíduos, que são os centros de triagem, os quais receberão o material do sistema de coleta seletiva.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E ENCERRAMENTO
Adriano Silva Pinto, representante da Secre-taria do Meio Ambiente do Tocantins colocou o Estado à disposição para sediar o próximo evento da CNC e trocar experiências sobre o tema da construção da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Wany Pasquarelli informou que a Assessoria de Representações da CNC está localizada em Brasília e coordena 11 eixos temáticos, dentre os quais o do Meio Ambiente. Para cumprir sua missão de assegurar melhores condições para o empresariado do comércio brasileiro, a Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) se faz representar em órgãos de jurisdição e consultivos, tanto públicos como privados, no Brasil e no restante do mundo.
Evandro Costa, Coordenador Técnico do pro-jeto, encerrou os trabalhos agradecendo ao grupo, aos palestrantes e aos Secretários, que contribuíram para o aprofundamento do assunto, e lembrando que a periodicidade de reuniões promove amplo debate sobre os temas e permite uma grande integração do comércio brasileiro.
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7. AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES
Os participantes foram convidados a refletir sobre os resultados da Terceira Reunião do GTT-MA, tendo como base três perguntas orientadoras:
• Quais aspectos foram positivos na reunião do GTT-MA?
• Em que aspectos avançamos para o cumprimento do objetivo do GTT?
• Quais aspectos devem ser melhorados nas próximas reuniões do GTT?
Vinte e seis participantes responderam às perguntas formuladas. A análise realizada permitiu concluir que o objetivo da terceira reunião foi alcançado e obtidos os seguintes resultados: maior confiança, por acreditarem que estão seguindo o caminho correto para a tomada de posições unificadas; segurança e motivação para atuação conjunta entre o Sistema CNC-SESC-SENAC e o Governo, no sentido da constru-ção de mecanismos de governança da Política Nacional de Resíduos Sólidos; clareza de que há um longo e complexo caminho a ser percorrido.
Para melhor compreensão da avaliação, as respostas obtidas estão a seguir descritas, com a frequência de suas ocorrências expressa entre parênteses.
Quais aspectos foram positivos na reunião do GTT-MA? • O local de realização (11);
• Estrutura/organização do evento (6);
• Logística perfeita (2);
• Acolhida elegante;
• Aprendizado;
• Material fornecido;
• Cumprimento do horário/pontualidade (2);
• Bom tempo para apresentação;
• Programação;
• O fato de estarmos juntos, trocando informações e provocando um diálogo transversal;
• Troca de experiências com outros estados (4);
• Oportuna troca de informações e experiências que fortalecerão o movimento em prol da gestão eficien-te dos resíduos;
• Oportunidade de conhecer novas experiências;
• Conteúdo/qualidade das exposições (2);
• Nível dos debates (4);
• Debates francos;
• Debate de ideias;
• As mesas-redondas dos debates;
• Alto nível dos palestrantes;
• Dados dos palestrantes que agregam valor ao nosso conhecimento;
• Conteúdo apresentado;
• Pontuação das dificuldades e formas de atenuá-las;
• As palestras foram bem direcionadas ao tema objeto do evento;
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• Abordagem clara dos temas propostos;
• Escolha dos temas das propostas;
• Coerência na escolha das palestras, o que permite percebermos avanços neste processo complexo;
• Enfoque objetivo dos aspectos diversos da coleta seletiva, expondo experiências de implantação em diversos estados e municípios;
• Esclarecimento de demandas;
• Esclarecimentos de situações ainda confusas;
• Melhoria do conhecimento acerca do assunto resíduos sólidos, para levar ao Estado do Tocantins;
• As discussões foram mais conclusivas;
• A integração do grupo foi maior (2);
• Atenção de todos;
• Desenvolvimento da metodologia e conclusão dos produtos discutidos.
• Apresentação dos Estados e projetos;
• A participação dos representantes estaduais de meio ambiente, principalmente aqueles que contribuíram;
• O envolvimento das Secretarias Estaduais ampliou os conhecimentos e procedimentos adotados nas diferentes regiões;
• Foram de suma importância as apresentações das experiências das Secretarias de Estado, de forma que só veio a contribuir para que possamos criar e implementar nossas políticas de resíduos sólidos;
• Discussão e os pontos de vista de todos os entes que integram a cadeia de logística reversa;
• Integração entre os setores público e privado;
• A presença de especialistas tanto do setor público como das empresas contribui imensamente para a compreensão do tema;
Avanços obtidos • Acrescentar a presença dos Estados trazendo suas experiências foi muito positivo. Precisamos avançar
nesse sentido para conhecermos e permitir as trocas, ficando o GTT-MA como um fórum importante para a visão do Brasil;
• Avançamos em todos os aspectos, considerando-se que conseguimos reunir vários setores técnicos para discutir e apresentar as nossas visões da PNRS;
• No amadurecimento das propostas;
• No compartilhamento dos saberes adquiridos por meio das práticas apresentadas;
• Ao expor aspectos legais ligados à descontaminação e à reciclagem, tivemos um panorama mais claro sobre a realidade nacional;
• As apresentações foram de ótima qualidade, esclarecedoras e nos incentivaram a buscar formas alter-nativas de enfrentar os obstáculos e dificuldades na implantação da PNRS, respeitando as diferenças regionais de nosso país;
• Avançamos na compreensão das experiências dos Estados no assunto resíduos sólidos. Vou levar as experiências dos Estados para a construção da política e do plano estadual de resíduos sólidos;
• Na escolha dos expositores, em que pese a ausência dos Secretários;
• Qualidade das ações desenvolvidas nos Estados expostas;
• No aprofundamento da visão do tema;
• As discussões abertas, as falas, a coleta seletiva em si de vários estados;
• Com relação às discussões mais participativas e conclusivas, o grupo interagiu melhor;
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• Mais trocas de experiências;
• Conhecer melhor as metas, diretrizes e objetivos da PNRS;
• Avançamos na aproximação com os Estados e ganhamos em conhecimento;
• GTT - Eletroeletrônicos;
• GTT - Óleos lubrificantes;
• Participação de todos;
• No aspecto da discussão e do aprofundamento da logística reversa, que, sem sombra de dúvida, tem que ser executada de forma integrada;
• As informações passadas na reunião foram fundamentais para que o Sistema CNC-SESC-SENAC possa alinhar seu discurso com os interesses do comércio;
• Ainda temos um longo caminho. Avançamos nos projetos importantes, como óleo;
• Avançamos no quesito do nível de instruções;
• Avante sempre. Estamos no caminho;
• A reunião com os demais foi bastante proveitosa e contribuiu na questão a que se propôs, agregando muitos conhecimentos;
• Aproximação com os poderes públicos e estaduais;
• Primeira vez que participo. Quebra de paradigmas combinando os setores diversos da sociedade;
• Estabelecer propostas com dez pontos;
• Na discussão das diversidades dos temas, os quais possibilitaram conhecer as problemáticas comuns e buscar construir soluções integradas;
• Apesar de haver discordâncias nos debates, avançamos na elaboração de propostas;
• Como o conhecimento da realidade dos órgãos públicos pode ser considerado nas diretrizes da CNC para participar da PNRS;
• Amadurecimento de ideias e troca de conhecimentos;
• Foram consolidados diversos pontos e esclarecidos outros que ajudarão o GTT-MA (nacional e estaduais).
Aspectos a serem melhorados nas próximas reuniões • Criar a possibilidade de um workshop, com os trabalhos divididos por temas;
• O modelo da reunião, com sua organização impecável, deve continuar;
• Devemos ter a participação de mais representantes da iniciativa privada (empresários). Existem muitos representantes do poder público e poucos da iniciativa privada;
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• Identificar as dificuldades apontadas, especialmente na região Norte;
• Acredito que deveríamos ter os encaminhamentos em face dos pontos de externalidades que foram relatados da PNRS;
• Discussão de modelos de logística reversa com vantagens e desvantagens na participação do comércio;
• Disponibilização das apresentações no dia do evento;
• Ao final do evento, deveria ser elaborado um documento;
• Maior diversidade nas representações dos participantes;
• Criar uma rede de comunicação – Facebook;
• Por ser um GTT-MA, nos próximos eventos poderíamos debater outros aspectos na diversidade de pro-blemas ligados ao meio ambiente;
• Criar uma pauta deliberativa para os componentes representantes do comércio;
• Foi perfeito em todos os aspectos;
• Acredito que o objetivo está sendo atingido;
• A fim de preservar ainda mais a entidade e os grupos, sempre enviar um relatório aos Presidentes das Federações;
• Envolvimento maior dos Secretários Estaduais e Municipais;
• Boa idéia ter sido feito no Pantanal. Deveria ser realizado em outros estados nos próximos;
• Não há aspectos a serem melhorados;
• Penso que a metodologia adotada está perfeita;
• Apresentar os avanços dos GTTs Embalagens;
• Nada a declarar. Vocês estão de parabéns pela pré-produção, pela produção e pela pós-produção das reuniões (o Relatório está maravilhoso);
• O local pode ser mais central;
• Mais tempo para discutir e debater os diferentes tipos de resíduos (saúde, construção civil, industriais, portos e aeroportos, entre outros);
• Que sejam expostos avanços nos Estados pelas Federações. Não vejo como difundir este tema nos Estados sem que estabeleçamos metas de seminários ou criação de GTTs meio ambiente regionais;
• Falar de maiores experiências nos Estados e Municípios, priorizar experiências com filmes, VTs, fotos contar detalhes;
• Nada a acrescentar;
• Nada a comentar e a considerar, haja visto o sucesso e o êxito de todas as reuniões;
• Aumentar o tempo das palestras, para melhorar a compreensão do assunto.
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No. PARTICIPANTES EMPRESA/ENTIDADE
1 ADRIANO SILVA PINTO SECRET. DE MEIO AMB. E DESENV. SUS-TENTÁVEL DO TOCANTINS
2 ANA CRISTINA RIBEIRO PEREIRA FECOMÉRCIO-AM
3 ANA PAULA SIQUEIRA CNC/DF
4 ANDRÉ LUIZ SARAIVA ABINEE
5 BERANGER ARAÚJO SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS DA PARAÍBA
6 BERNARDO SOUTO FECOMBUSTÍVEIS
7 DENISE BORGES CNC/DF
8 EDGLEY LUIS SANTOS FECOMÉRCIO-PB
9 EDSON CHAVES FILHO CNC/DF
10 EDUARDO LUIZ GABARDO MARTINS FECOMÉRCIO-PR
11 ELISE DALMASO MODERADORA DA 3ª REUNIÃO DO GTT
12 EVANDRO AMÉRICO COSTA CNC/RJ
13 FABIANA SILVA BARROS FECOMÉRCIO-AL
14 HELEN FERREIRA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE MT
15 IVÃ DE FRANÇA VILELA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE AL
16 JOÃO VIEIRA DE ALMEIDA NETO FECOMÉRCIO-MS
17 JOAREZ MIGUEL VENÇO FECOMÉRCIO-RS
18 JOSÉ ALMEIDA DE QUEIROZ FECOMÉRCIO-PE
19 JOSÉ CLÁUDIO JUNQUEIRA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE MG
20 JOSE DA SILVA CNC/DF
21 KÁTIA MARIA DE LUCENA FECOMÉRCIO-BA
22 LILIAN FERREIRA DOS SANTOS SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE MT
23 MARCIA BORGES DA SILVA FECOMÉRCIO-RJ/SIMERJ
ANEXO - RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES
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No. PARTICIPANTES EMPRESA/ENTIDADE
24 MARCIO MILAN ABRAS
25 MARCUS BARROS PINTO FECOMÉRCIO DE SÃO PAULO
26 MARIA DIAS CAVALCANTE SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO CE
27 MÁRIO HENRIQUES SALADINI SESC/DN
28 MIGUEL ANGELO DE SOUZA FECOMÉRCIO-AP
29 MIRTES BORALLI MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
30 NEWTON MARCELO N. DOS SANTOS SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO AP
31 NILMA TAQUES SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE MT
32 PATRÍCIA SCHERER FECOMÉRCIO-SC
33 PAULA RAMPONI RELATORA DA 3ª REUNIÃO DO GTT
34 PEDRO JAMIL NADAF CNC e FECOMÉRCIO-MT
35 RITA SIMONE BARBOSA LIBERATO FECOMÉRCIO-SE
36 SAULO FELIPE PASSO SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO RS
37 SERGIO BASTOS GUIMARÃES JUNIOR FECOMERCIO-RJ/SIMERJ
38 SOLANGE FÁTIMA DE OLIVEIRA CRUZ SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE MT
39 SUELY DE FÁTIMA MENEGON SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE MT
40 VALÉRIA MENDONÇA SENAC/DN
41 WALDECY FERREIRA FARIAS SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DE PE
42 WANDERLEY BAPTISTA CNI/DF
43 WANY LIETE PASQUARELLI CNC/DF
44 JOSÉ FERRER KALIX SEMA-MT
45 FÁBIO FRANCIS SAZUZA SEMA-MT
46 SEVERINO PAULO SEMA-MT
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