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    ALTERNATIVAS LOGSTICAS PARA O ESCOAMENTO DA SOJA:

    COMBINANDO MODAIS PARA MINIMIZAO DOS CUSTOS LOGSTICOS

    GERISVAL ALVES PESSOADBORA PAULA MASSOLI FIQUENE DA CUNHA

    LCIA RIOSSAMARIA UCHOA DE MENEZES PARENTE

    SRGIO MATOSRAIMUNDO PRICLES BARROS

    RESUMO

    O presente trabalho tem por objetivo apresentar e analisar alternativas de escoamento de gros

    de soja para exportao com o emprego do transporte multimodal, a partir das regies

    produtoras de Mato Grosso e Gois, baseando-se na reduo de custos internos de transporte.

    So analisadas duas alternativas multimodais, a hidroviria-rodoviria e a hidroviria-

    ferroviria, tendo como fator de deciso a alternativa que apresenta menores custos internos

    de transporte. Utilizamos para este estudo, dados quantitativos de custos por t/kmtransportado em cada modalidade, bem como os custos de operao e de perdas intermodais.

    Palavras-chave:Soja. Transporte multimodal. Logstica.

    1. INTRODUO

    A soja, apesar de conhecida e explorada no Oriente h mais de cinco mil anos (

    reconhecida como uma as mais antigas plantas cultivadas do Planeta), o Ocidente ignorou o

    seu cultivo at a segunda dcada do sculo XX, quando os Estados Unidos (EUA) iniciaram

    sua explorao comercial (primeiro como forrageira e, posteriormente, como gro). Em 1940,

    no auge do seu cultivo como forrageira, foram cultivados, nesse pas, cerca de dois milhes de

    hectares com tal propsito. A partir de 1941, a rea cultivada para gros superou a cultivada

    para forragem, cujo cultivo declinou rapidamente, at desaparecer em meados dos anos 60,

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    enquanto a rea cultivada para a produo de gros crescia de forma exponencial, no apenas

    nos EUA, como tambm no Brasil e na Argentina, principalmente.

    Nos anos 70, a produo de soja no Brasil tomou grandes propores e passou aser denominada como produo agroindustrial, pois envolvia caractersticas de uma indstria

    em seu aparato produtivo. Segundo dados do ministrio da agricultura em 1989 atingiu a

    produo de 24 milhes de toneladas, demonstrando o valor deste negcio para a balana

    comercial brasileira.Em 2003, o Brasil figura como o segundo produtor mundial, responsvel

    por 52, das 194 milhes de toneladas produzidas em nvel global ou 26,8% da safra mundial.

    Uma nova cadeia produtiva se instalou em torno da soja, gerando produtos como

    leo e farelo bruto e indstrias de refino do leo destinado ao consumo humano. A regio

    Centro-oeste se transformou rapidamente na principal regio produtora de soja do pas,

    superando os 10 milhes de toneladas anuais. A poltica de crdito para comercializao

    implementada pelo Governo, principalmente na dcada de 80, permitiu s empresas e aos

    agricultores arcarem com o custo de transio e adaptao a uma nova regio produtora. A

    figura 1 apresenta a evoluo da produo de soja no Brasil, onde destacamos o crescimento

    da produo de soja nos estados de Mato Grosso e Gois. Dados da companhia Nacional de

    Abastecimento (Conab) apontam a previso da produo de soja nos estados do Mato Grosso

    e Gois em 2005 na ordem de 17,4 milhes de toneladas e 7,2 milhes de toneladas

    respectivamente.

    Figura 1 Produo de Soja no Brasil Evoluo por EstadoFonte: Embrapa

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    Atualmente o Brasil passa por situao bastante promissora no que diz respeito a

    sua balana comercial. A soma das importaes e exportaes brasileiras ultrapassou os US$

    120 bilhes em 2003 (SECEX, 2003). Apesar das exportaes chegarem a US$ 73,1 bilhes

    neste mesmo ano, o Brasil est perdendo posies no ranking dos pases exportadores, pois

    em 1984 as exportaes brasileiras representavam 1,5% de todas as exportaes mundiais, em

    2003 passaram a representar 1,0%.

    Diversos fatores podem estar relacionados a esta perda de competitividade frente

    a outros pases, mas relevante ressaltar a questo da capacidade e custos logsticos

    brasileiros. No setor agrcola, alguns produtos so regidos por padres internacionais,

    classificando os mesmos como uma commodity e seguindo uma precificao ditada pelomercado, fazendo com que as empresas dependam de sua gesto de custos baixos para ganhar

    competitividade.

    O sucesso da agroindstria da soja no Centro-oeste do pas depende cada vez mais

    da soluo dos problemas causados pela reduo do investimento pblico em infra-estrutura

    rodo-ferroviria e porturia e por polticas pblicas voltadas a financiar o esforo para a

    reduo dos custos fora dos campos de produo. Formas alternativas de escoamento do

    produto, pelas regies Norte e Nordeste do pas, utilizando terminais multimodais quepermitam a integrao de hidrovias, ferrovias e rodovias.

    mister questionar at que ponto vivel a utilizao do escoamento da produo

    de soja do cerrado atravs das seguintes rotas/modais?

    1- Miracema do Norte (TO) Porto Franco (MA) / hidrovirio > Porto Franco

    (MA) So Lus, Porto de Ponta da Madeira/ferrovirio;

    2- Miracema do Norte (TO) Porto Franco (MA) / hidrovirio > Porto Franco

    (MA) Vila do Conde (PA) /rodovirio.

    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1. Contexto da soja no cerrado

    Depois do minrio, a soja e seus derivados so os produtos que mais geram

    volume (em toneladas) de exportao no Brasil (36 milhes de toneladas), o que requer uma

    estrutura logstica eficaz (CNT e COPPEAD, 2002). As exportaes de soja equivalem cerca

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    de um tero de toda exportao agrcola do Brasil e 11% de todo o valor exportado pelo pas,

    o que representou US$ 8,1 bilhes em 2003.

    Outro indicador alm da produo a produtividade do plantio que aumentou

    segundo dados da Conab. Em 2003, a produtividade do plantio mdia brasileira foi 2.818 kg

    de soja por hectare plantado, que h 10 anos atrs era em torno de 2.200 kg por hectare. No

    s a tecnologia foi melhorada, mas novas reas mais propcias ao plantio foram identificadas e

    utilizadas, como a regio do Cerrado brasileiro.

    Inicialmente explorado na regio Centro-Oeste e posteriormente nas regies Norte

    e Nordeste, o plantio na rea de Cerrado tem sido apontado como um dos mais promissores

    em produtividade por hectare e expanso da rea plantada, entretanto esta possibilidade de

    expanso refora ainda mais a necessidade de melhoria da estrutura logstica de escoamento,pois o crescimento est ocorrendo para o interior do pas, distante dos principais portos de

    escoamento e com estrutura rodo-ferroviria precria ou inexistente.

    Nesse contexto primordial que ocorra a busca por alternativas que facilitem o

    escoamento da produo do cerrado utilizando-se a multimodalidade como sada vivel para

    que isso ocorra. AEuropean Conference of Ministers of Transport(LINHARES, 2004) define

    a multimodalidade como sendo o movimento de uma unidade de carregamento que usa

    sucessivos e diferentes modais de transporte sem o manuseio dos bens contidos nesta unidadena mudana de um modal para o outro.

    O escoamento da soja ocorre principalmente pelos portos de Paranagu, Santos e

    Rio Grande, com destino principalmente China e Europa, mas mister enfatizar que a

    utilizao de outros terminais porturios torna-se vivel a partir da produo no Cerrado, a

    exemplo o porto de Itaqui em So Lus, escoaram apenas 0,6 MM toneladas por ano enquanto

    Paranagu, Santos e Rio Grande perfazem 22,3 MM toneladas ano, ou seja, um potencial

    significativo de crescimento em volume de escoamento (Antaq, 2002).

    Em ltima anlise, o futuro da soja brasileira depender da sua competitividade no

    mercado global, para o que precisar, alm do empenho do produtor, o apoio governamental,

    destacadamente na abertura e na integrao de novas e mais baratas vias de escoamento da

    produo. Iniciativas nesse sentido j esto sendo tomadas com a implementao dos

    Corredores de Exportao Noroeste, Centro-Norte, Cuiab-Santarm e Paran-Paraguai,

    integrando rodovias, ferrovias e hidrovias aos sistemas de transporte da produo agrcola

    nacional. Esse esforo do governo indispensvel para que o Pas possa reduzir a importncia

    desse item na composio dos custos totais da tonelada de produto brasileiro que chega aos

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    mercados internacionais. O custo mdio do transporte rodovirio muito mais alto que o

    ferrovirio e este mais alto que o hidrovirio. Apenas para ilustrar, 16% da soja americana

    transportada por rodovias, contra 67% da brasileira. Em contrapartida, 61% da soja americana

    viaja por hidrovias, contra 5% da brasileira.

    Mesmo assim, o Brasil no precisa ter medo de competir. J alcanou a

    produtividade americana e tem condies de alcan-los, tambm, na produo.

    2.2 Custos dos Modais

    As caractersticas da soja produzida no Brasil remetem a utilizao dos modais

    ferrovirio e hidrovirio, como os mais eficientes. Essas caractersticas: grandes volumes,

    longas distncias e valor agregado baixo exigem disponibilidade, regularidade e custos baixos

    no transporte a ser utilizado, entretanto a infra-estrutura ferroviria e hidroviria do pas no

    suficiente para escoar os gros. Essa insuficincia cria a necessidade de utilizao do modal

    rodovirio, que responsvel por transportar mais da metade da produo de soja brasileira.

    Com o crescimento da produo nas novas fronteiras agrcolas, dispostas no

    cerrado, interior do pas, e que j chega a ser maior do que a das regies tradicionais fica

    patente que est havendo um deslocamento dos capitais destinados ao cultivo da soja para o

    interior do pas, fazendo com que o fluxo de produtos entre as novas fronteiras e as

    plataformas exportadoras seja intensificado com a necessidade de um apoio de infra-estrutura

    para movimentao destes gros.

    Principalmente pela localizao do estado do Mato Grosso, observa-se que os

    custos de logstica referentes s despesas de transporte so extremamente elevados quando

    comparadas as dos Estados Unidos e Argentina, fazendo com que o produto perca sua

    competitividade a cada movimentao realizada. O modo rodovirio, tradicionalmenteempregado pela falta de outro modo de deslocamento mais eficiente para grandes distncias,

    faz com que os produtos mato-grossenses perca todo o ganho obtido no sistema produtivo,

    com a utilizao de tecnologia moderna e baixo custo da terra.

    Segundo Linhares (2002), apesar do modal rodovirio ter sido historicamente um

    agente de desenvolvimento do interior do pas, tambm um modal caro devido aos custos de

    manuteno das estradas e ao maior consumo de combustveis. (Tabelas 1 e 2).

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    Tabela 1. Custos de Manuteno de Estradas.

    OPERAO CUSTO (R$)Construo de pista simples 400.000 / kmRestaurao 150.000 / kmReconstruo 300.000 / kmConservao pista simples US$ 2500,00 / km / anoConservao pista dupla US$ 4500,00 / km / anoTapa buracos 25,00 / mFonte: MT/DNER Ministrio dos Transportes/ Departamento Nacional de Estradas deRodagem

    Tabela 2. Comparativo de Custos de Transporte (leo diesel).

    MODAL US$ / TONELADA TRANSPORTADARODOVIRIO 28,93MARTIMO 0,64HIDROVIRIO 0,45FERROVIRIO 0,79Fonte: LINHARES, 2004 (Adaptado de Rodrigues, 2001)

    importante compararmos que um caminho carrega cerca de 150 vezes menos

    soja do que uma composio ferroviria e cerca de 600 vezes menos do que um comboio de

    barcaas numa grande hidrovia como a do Rio Madeira (CEL / COPPEAD, 2002).

    O Brasil utiliza os modais aqui ressaltados, dispostos da seguinte forma: Hidrovia

    17%, Ferrovia 21% e Rodovia 54 % .Essa utilizao demonstra a deficincia da oferta

    dos modais martimo e ferrovirio como fator determinante para diminuio dos custos

    logsticos de escoamento da soja.

    Alm disso, existem os custos de sobre-estadia (demurrage) que so pagos pelas

    empresas quando h atrasos no embarque e desembarque nos portos. Em 2002, o valor de

    demurrage mdio era de US$ 12 mil/ dia, e em 2004 subiu para US$ 50 mil / dia (CEL/

    COPPEAD, 2005).

    2.3 O complexo soja

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    A falta de infra-estrutura de apoio ao deslocamento dos gros vai concentrar a

    movimentao pelo modo rodovirio, congestionando as estradas no perodo de colheita e de

    exportao. O problema do transporte das safras, portanto, deve ser entendido como um

    conjunto de ineficincias sistmicas que prejudica a competitividade dos produtos brasileiros,

    premissa esta que vem ganhando ampla aceitao.

    Para a elevao do diferencial competitivo em relao aos pases produtores, o

    Brasil possui vantagens comparativas extraordinrias na produo de gros e alimentos, que

    so permanentemente prejudicadas pelos elevados custos de logstica, considerando os

    estgios de manuseio, transporte e armazenagem dos produtos entre a fonte de matria-prima

    e o cliente final.Nesse processo de ganho de competitividade sistmica no Brasil, verificaram-se

    importantes transformaes, tanto dentro da porteira a exemplo de incorporao de novas

    reas de cerrado mais produtivas e inovaes tecnolgicas quanto fora dela, por exemplo,

    com o desenvolvimento de rotas alternativas de escoamento de gros para a safra produzida

    no interior do pas, possvel com a implementao das vias e de portos hidrovirios,

    construo de ferrovias, e recuperao e asfaltamento de estradas federais, que podero

    proporcionar destinar a safra do cerrado atravs de novos caminhos, desobstruindo os portos

    de Santos e Paranagu, condies estas que proporcionaro aumento da competitividade da

    soja.

    Assim, somente com investimentos em infra-estrutura de suporte operacional para

    a logstica dos gros, principalmente com uma formulao mais vivel de privatizao, por

    intermdio da alterao da forma de proporcionar a concesso dos sistemas de transporte

    (ferrovirio, hidrovirio e rodovirio), com incentivo instalao de unidades armazenadoras

    nas fazendas e com a implementao das vias e dos servios porturios nas hidrovias do

    interior do pas, ser afastado o perigo de um gargalo nos portos, principalmente, de

    Paranagu, promovendo maiores ganhos de competitividade agropecuria paranaense,

    goiana e mato-grossense, onde o complexo soja ser o grande beneficiado.

    3 REFERENCIAL PRTICO

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    Apresentamos um estudo de caso sobre infra-estrutura logstica que avalia a melhor

    alternativa para escoamento da produo de gros de soja dos estados do Mato Grosso e

    Gois, com emprego do transporte multimodal considerando como pontos de escoamentos os

    portos de Itaqui (MA) e Vila do Conde (PA), baseado no fator de custos internos de

    transporte.

    3.1 Caso em estudo

    a) Dados do caso:As exportaes brasileiras, a despeito do pequeno valor, em termos globais (menos de

    1% do comrcio mundial) tm proporcionado saldos positivos crescentes. Tais resultados vm

    contribuindo para a estabilidade econmica do Pas. Em 2004, o saldo da balana comercial

    foi de US$ 33, 69 bilhes, tenho sido exportadas mercadorias no valor US$ 96,48 bilhes.

    Dois produtos primrios, o complexo soja e o minrio de ferro, contriburam com US$ 14,84

    bilhes- 15,37% do total. O papel da soja foi expressivo, porque representou 10,44% do valor

    total exportado pelo Pas.

    Neste incio de 2005, o cenrio com relao soja pode ser sintetizado nos seguintes

    nmeros:

    - Produo da safra 2004/2005 (previso) 61,41 milhes de toneladas

    - Quantidade do complexo, exportada em 2004 35,84 milhes de toneladas

    - Cotao da soja Bolsa de Chicago e tendncia

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    em utilizar os portos fluviais e martimos das regies Norte/Nordeste como as portas de sada

    mais prximas, tanto das grandes regies produtoras como dos mercados importadores. Entre

    as diversas opes que so consideradas, identificam-se os portos de Itaqui (MA) e Vila do

    Conde (PA). Outras possibilidades so Itacoatiara (AM), j em operao, Santarm (PA) e

    Macap (AP). Em todas elas, o trao comum o emprego da multimodalidade como forma de

    reduzir, ao mximo, os custos de transporte e de transbordo.

    Com base nos dados, acima, e em outros que foram obtidos, consideramos os portos

    de Itaqui e de Vila do Conde como alternativas para o escoamento de gros, com o emprego

    do transporte multimodal a partir das regies produtoras de Mato Grosso e Gois. Como

    orientao, os anexos I e II apresentam os detalhes sobre as duas alternativas.

    Foram usados os dados quantitativos apresentados na tabela 3 abaixo:

    Tabela 3 Custos por tonelada / km transportado em US$

    Modalidade de Transporte CustoRodovirio 0,025Ferrovirio 0,017Aquavirio 0,012

    Custo por operao intermodal (US$/t) 3,00Custo perda operao intermodal (US$/t) 1,00

    Fonte: Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (2005)

    b) Anlise das alternativas

    Alternativa 7 (Anexo I)

    Considerando-se os custos para os transportes aquavirio e ferrovirio apresentados na

    tabela 3, as distncias apresentadas no anexo I e os dados do Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento MAPA, por meio da Conab para a previso da produo de grode soja nos estados do Mato Grosso e de Gois para 2005 de 17.39,14 mil toneladas 7.187,4

    mil toneladas, respectivamente, temos os valores apresentados na tabela 4:

    Tabela 4 Clculos da alternativa multimodal transporte aquavirio/ferrovirio

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    Pela tabela 4, o custo total da multimodalidade aquaviria/transporte ferrovirio da ordem

    de US$ 403.829.684

    Para os valores apresentados acima, foram consideradas:

    - Duas (2) operaes intermodais

    - Sete (7) tombos de carga de soja (perda de operao intermodal), admitindo-se que a

    produo acima prevista o volume que se encontra no silo de estocagem da fazenda

    produtora: 1) do silo para o caminho; 2) do caminho para o silo do porto fluvial de

    Miracema do Tocantins; 3) do silo do porto fluvial para a barcaa; 4) da barcaa para o silo do

    porto fluvial de Porto Franco/MA; 5) do silo para os vages do trem; 6) dos vages do trem

    para o silo do porto de Ponta da Madeira em So Lus (MA); 7) do silo do porto para o navio

    de exportao.

    O custo total para a alternativa 7 apresentado na tabela 4 de US$ 649.617.684,00 ou 26,43

    US$/t.

    Alternativa 8 (Anexo II)

    Considerando-se os custos para os transportes aquavirio e rodovirio apresentados na

    tabela 3, as distncias apresentadas no anexo II e os dados do Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento MAPA, por meio da Conab para a previso da produo de gro

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    de soja nos estados do Mato Grosso e de Gois para 2005 de 17.39,14 mil toneladas

    7.187,4 mil toneladas, respectivamente, temos os valores apresentados na tabela 5:

    Tabela 5 Clculos da alternativa multimodal transporte aquavirio/rodovirio

    Pela tabela 5, o custo total da multimodalidade aquaviria/transporte rodovirio da ordem deUS$ 535.572.052.

    Para os valores apresentados acima, foram consideradas:

    - Duas (2) operaes intermodais- Sete (7) tombos de carga de soja (perda de operao intermodal), admitindo-se que a

    produo acima prevista o volume que se encontra no silo de estocagem da fazenda

    produtora: 1) do silo para o caminho; 2) do caminho para o silo do porto fluvial de

    Miracema do Tocantins; 3) do silo do porto fluvial para a barcaa; 4) da barcaa para o silo do

    porto fluvial de Porto Franco/MA; 5) do silo para o caminho; 6) do caminho para o silo do

    Porto de Vila do Conde (PA); 7) do silo do porto para o navio de exportao.

    O custo total para a alternativa 7 apresentado na tabela 4 de US $ 781.360.052,00 ou 31,79

    US$/t

    b) Respostas s questes:

    (1) Qual a melhor soluo diante das alternativas oferecidas?

    Com relao s duas alternativas apresentadas, observa-se que ambas sugerem transportes

    intermodais: a alternativa 7 apresenta a combinao dos modais hidrovirio e ferrovirio, cujocusto final de transporte da t/km de US$ 26,43, enquanto que a alternativa 8 apresenta os

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    modais hidrovirio e rodovirio, com o custo final de transporte da t/km de US$ 31,79.

    Assim sendo, a alternativa 7 seria a mais adequada por apresentar menor custo de frete, o que

    possibilita os produtores de soja nos estados do Mato Grosso e Gois responderem de forma

    competitiva s demandas do mercado internacional.

    (2) Quais os argumentos, devidamente fundamentados, que justificam a alternativa

    escolhida?

    Deve-se considerar que, para o escoamento da produo de gros, os modais mais

    indicados so o ferrovirio e o hidrovirio, visto que o transporte rodovirio no o mais

    indicado devido s grandes distncias dos portos e s caractersticas do produto: cargasvolumosas e de baixo valor agregado.

    (3) Considerando-se que os portos mencionados podem operar com outros produtos,

    inclusive para redistribuio no mercado interno, qual o seu parecer, devidamente

    fundamentado, sobre o assunto?

    Deve-se estimular os sistemas de transportes martimos por cabotagem que poderia

    facilitar o escoamento dos gros de soja e o escoamento e a internalizao de outros produtos

    (p.ex.: carne, fertilizante, madeira, milho, etc.).

    (4) Que outras consideraes voc poderia acrescentar em funo do objetivo principal

    que a reduo dos custos do transporte interno?

    necessria a promoo de um programa completo para tornar a agroindstria brasileira

    mais competitiva, melhorando a infra-estrutura rodo-ferroviria e porturia, contemplando os

    seguintes pontos:

    - melhoria na capacidade de armazenamento nas fazendas, que reduziria as perdas na

    colheita;

    - criar malhas alternativas;

    - abrir estradas vicinais;

    - implantar uma rede de terminais intermodais, combinando principalmente ferrovias e

    navegao fluvial;

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    - construir redes de silos estratgicos, principalmente nos pontos de intermodalidades,

    pois geraria uma maior fle4xibilidade e minimizao da sazonal idade criando um fluxo

    contnuo na operao de transporte dos gros de soja;

    - realizar reorganizao porturia para reduo de custos operacionais.

    - incentivar a criao de indstrias de beneficiamento de soja prximas aos silos

    estratgicos para a criao de valor ao produto;

    Alm dos pontos acima, poderamos ter um maior incentivo do governo no que concerne

    compra dos equipamentos agrcolas e de insumos e utilizao da agricultura de preciso com

    a utilizao de tecnologia para distribuio racional de fertilizante no solo, que aumentaria a

    produtividade, otimizaria a utilizao do insumo e a homogeneizao da produo.

    4. CONSIDERAES FINAIS

    Para que a soja oriunda da regio do Mato Grosso e de Gois seja competitiva no mercado

    internacional, necessrio um investimento em novas rotas de escoamento da produo e uma

    progressiva reduo de carga tributria incidente sobre os insumos, principalmente os

    fertilizantes. Portanto, demanda em investimentos pblicos e privados em grandes sistemas de

    engenharia em todos os modais de transporte e nas redes de telecomunicaes. Estas aesconjuntas traro profundas transformaes na organizao e no uso do territrio nacional.

    necessria a criao de um programa estruturado para a substituio gradual do modal

    rodovirio muito utilizado na regio em estudo, pois este modal no o mais recomendado

    devido as grandes distncias dos portos e s caractersticas dos produtos transportados, ou

    seja, cargas volumosas de baixo valor agregado.

    Caso no se invista na infra-estrutura para a agroindstria brasileira, haver uma perda de

    competitividade internacional principalmente no segmento do complexo de soja gro-farelo-leo.

    ABSTRACT

    This study had at its objective to analyze alternatives of the soybean agro-business logistic in

    the states of Mato Grosso and Gois and find ways to reduce costs of internal transport. Two

    multimodal alternatives, the industrial waterway-highway and the industrial waterway-

    railroad transportation system are analyzed, using as factor to decision making the alternative

    that result the lower cost of transporting soybeans. We used for this study, quantitative data of

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    costs for ton/km transported in each modality, as well as the intermodal operation costs and

    their losses.

    Keywords: Soybean agribusiness. Multimodal transport. Soybean-logistics.

    REFERNCIAS

    DA SILVA, Renaud Barbosa. Fundamentos e desenvolvimento da logstica empresarial.FGV/RJ. Apostila do mestrado acadmico em gesto empresarial.

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    ANEXOS

    ANEXO I ALTERNATIVA 7

    ANEXO I ALTERNATIVA 7

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    ANEXO II ALTERNATIVA 8

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