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INOVAÇÃO NO ENSINO UNIVERSITÁRIO: PROPOSTAS E CENÁRIOS Daniele Simões Borges - FURG Gionara Tauchen FURG Resumo: A universidade, na contemporaneidade, é considerada uma das principais instituições que possui condições de promover o desenvolvimento científico, o progresso econômico, a justiça social, a sustentabilidade e a inovação. Ou seja, a universidade pode construir ambientes que favoreçam o desenvolvimento da cultura da criação e inovação. Por isso, este estudo objetiva compreender os processos de indução à inovação do ensino universitário, bem como as atividades didático-pedagógicas propostas nos Projetos de Ensino no campo das ciências naturais e exatas de uma universidade do sul do Rio Grande do Sul. A pesquisa é de natureza qualitativa e documental, realizada pro meio da Análise de Conteúdo. No estudo realizado foram destacados três grandes eixos de práticas de ensino inovadoras: atividades práticas, tecnologias e metodologias inovadoras. Palavras-chave: Universidade. Inovação. Educação. Considerações iniciais A inovação, na sociedade contemporânea, é um dos fatores associados ao desenvolvimento social e econômico das nações. Mota (2011, p. 82) destaca que o conceito de inovação, de modo geral, “é correlacionado com pesquisa e desenvolvimento (P&D), mas distinto e mais amplo, estando necessariamente associado à aplicação do conhecimento [...]”. Por isso, os estudos sobre inovação vinculam-se diretamente aos estudos sobre a produção e disseminação do conhecimento, cujo crescimento acelerado se expressa como um fenômeno tanto quantitativo e qualitativo: do conhecimento monodisciplinar ao conhecimento que é produzido em decorrência de problemas complexos e que, por isso, demandam a integração das diversas áreas do conhecimento. Neste contexto, é inegável o estreito vínculo entre a Educação Superior, mais especificamente entre a universidade, a produção do conhecimento e a inovação. Conforme Silva (2011, p. 193), “[...] a universidade é a única instituição que dispõe do parque de equipamentos e congrega a gama de competências necessárias [...]” que podem promover condições de possibilidade para o desenvolvimento científico, o progresso econômico, a justiça social, a sustentabilidade, a preservação do ambiente e a inovação. Ou seja, a universidade pode construir ambientes que favoreçam o desenvolvimento da cultura da criação e inovação. Papadopuoulos (2005, p. 21) também considera que a “expansão dos conhecimentos conduz inevitavelmente a níveis de especialização sempre mais elevados, o

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  • INOVAO NO ENSINO UNIVERSITRIO: PROPOSTAS E CENRIOS

    Daniele Simes Borges - FURG

    Gionara Tauchen FURG

    Resumo: A universidade, na contemporaneidade, considerada uma das principais instituies que possui

    condies de promover o desenvolvimento cientfico, o progresso econmico, a justia social, a sustentabilidade

    e a inovao. Ou seja, a universidade pode construir ambientes que favoream o desenvolvimento da cultura da

    criao e inovao. Por isso, este estudo objetiva compreender os processos de induo inovao do ensino

    universitrio, bem como as atividades didtico-pedaggicas propostas nos Projetos de Ensino no campo das

    cincias naturais e exatas de uma universidade do sul do Rio Grande do Sul. A pesquisa de natureza qualitativa

    e documental, realizada pro meio da Anlise de Contedo. No estudo realizado foram destacados trs grandes

    eixos de prticas de ensino inovadoras: atividades prticas, tecnologias e metodologias inovadoras.

    Palavras-chave: Universidade. Inovao. Educao.

    Consideraes iniciais

    A inovao, na sociedade contempornea, um dos fatores associados ao

    desenvolvimento social e econmico das naes. Mota (2011, p. 82) destaca que o conceito de

    inovao, de modo geral, correlacionado com pesquisa e desenvolvimento (P&D), mas

    distinto e mais amplo, estando necessariamente associado aplicao do conhecimento [...].

    Por isso, os estudos sobre inovao vinculam-se diretamente aos estudos sobre a produo e

    disseminao do conhecimento, cujo crescimento acelerado se expressa como um fenmeno

    tanto quantitativo e qualitativo: do conhecimento monodisciplinar ao conhecimento que

    produzido em decorrncia de problemas complexos e que, por isso, demandam a integrao

    das diversas reas do conhecimento.

    Neste contexto, inegvel o estreito vnculo entre a Educao Superior, mais

    especificamente entre a universidade, a produo do conhecimento e a inovao. Conforme

    Silva (2011, p. 193), [...] a universidade a nica instituio que dispe do parque de

    equipamentos e congrega a gama de competncias necessrias [...] que podem promover

    condies de possibilidade para o desenvolvimento cientfico, o progresso econmico, a

    justia social, a sustentabilidade, a preservao do ambiente e a inovao. Ou seja, a

    universidade pode construir ambientes que favoream o desenvolvimento da cultura da

    criao e inovao. Papadopuoulos (2005, p. 21) tambm considera que a expanso dos

    conhecimentos conduz inevitavelmente a nveis de especializao sempre mais elevados, o

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    que uma condio necessria para o progresso cientfico; sobre essa base que se organizam

    no ensino superior as atividades fundadas no conhecimento. Mas como promover a

    integrao dos novos conhecimentos?

    Embora a universidade constitua-se como condio de possibilidade, so inmeras as

    crticas ao carter conservador que a acompanha historicamente (MOTA, 2011; BERNHEIM

    e CHAU, 2008): rigidez curricular e disciplinar, falta de integrao entre os nveis e

    atividades universitrias, separao entre a produo e aplicao do conhecimento,

    conhecimento fragmentado, ensino restrito aos contedos conceituais disciplinares, entre

    outros. Por isso, a Declarao Mundial sobre Educao Superior no Sculo XXI (1998, p. 34)

    destaca que o as transformaes atuais buscam superar o conceito da educao como mera

    transmisso/acumulao de conhecimento e informao. Isso torna a crise da educao, em

    grande parte, uma crise do modelo pedaggico tradicional. E continua: a pergunta, ento,

    o que fazer com a prtica docente para criar condies que levem a uma aprendizagem efetiva

    por parte dos alunos.

    A Declarao, ao discorrer sobre as necessidades de inovao do ensino realizado

    nas instituies de Educao Superior, tece forte vinculao com as reformas curriculares, os

    novos mtodos pedaggicos e com considerao aos diferentes estilos de aprendizagem, s

    tomadas de iniciativas e a vinculao entre ensino e pesquisa.

    Lucarelli (2000, p.63), ao abordar a inovao no ensino considera que quando nos

    referimos inovao, fazemo-lo em associao a prticas de ensino que alterem, de algum

    modo, o sistema unidirecional de relaes que caracterizam o ensino tradicional. Em outras

    palavras, uma aula inovadora supe sempre [...] uma ruptura com o estilo didtico imposto

    pela epistemologia positivista, o qual comunica um conhecimento fechado, acabado,

    conducente a uma didtica da transmisso que, regida pela racionalidade tcnica, reduz o

    estudante a um sujeito destinado a receber passivamente esse conhecimento (idem, p. 63).

    Evidencia-se, cada vez mais, que a formao profissional, nas mais diversas reas,

    tem demandado uma diversificao dos percursos formativos, uma flexibilizao curricular,

    bem como a construo de competncias para mobilizar conhecimentos complexos e o agir na

    incerteza. Por isso, fundamental investigar os processos de inovao que ocorrem nas

    atividades de ensino universitrio, lembrando que a inovao pode ser gerada tambm pela

    permanncia, ou seja, um processo de renovao constante (inovao de sustentao). A outra

    forma de inovao a disruptiva (gera mudanas radicais no ambiente) (AUDY e

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    MOROSINI, 2007, p. 510). De qualquer maneira, fundamental [...] promover a

    participao dos quadros e das instituies em um processo permanente de diagnstico,

    comparao e anlise, e para estimular a experimentao e a inovao

    (PAPADOPUOULOS, 2005, p. 28).

    Com o objetivo de compreender as polticas educacionais e os processos de induo

    inovao do ensino universitrio, bem como as atividades didtico-pedaggicas estruturadas

    a partir destes processos, analisamos os Projetos de Ensino, inscritos em Edital especfico de

    uma universidade do sul do estado do Rio Grande do Sul no ano de 2011. O Edital tinha por

    objetivo promover a melhoria do desempenho acadmico do estudante por meio de aes

    especficas para qualificar o processo educativo no mbito das aes do Programa de Prticas

    Alternativas de Ensino PPAE, prevendo a concesso de bolsas a projetos que visassem

    prticas pedaggicas diferenciadas nos cursos de graduao, com vistas melhoria do

    desempenho acadmico dos estudantes matriculados em disciplinas com elevados ndices de

    reteno e evaso. Potencializava, portanto, o desenvolvimento de aes didtico-pedaggicas

    diferenciadas e estratgias inovadoras no mbito do ensino universitrio.

    Abordagem metodolgica

    Foram analisadas 163 propostas, sendo 84 submetidas a linha prticas inovadoras e

    63 na linha de combate a reteno, evaso e repetncia. 16 projetos no informaram a linha

    temtica. Das propostas submetidas, foram aceitas 136, sendo concedidas 152 bolsas de

    monitoria. No grfico abaixo, temos a representao das propostas apresentadas por rea do

    conhecimento:

    Grfico 1: reas do conhecimento

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Cinc

    ias Ex

    atas e

    da Te

    rra

    Cinc

    ias Bi

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    as

    Cinc

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    Lingu

    stica

    , Letr

    as e A

    rtes

    reas do conhecimento

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    [Digite texto]

    Cerca de 68% do total das propostas apresentadas foram nas reas de Cincias Exatas e

    da Terra, Cincias Biolgicas e Engenharias. Por isso, no presente estudo optou-se pela

    investigao destas reas que so mais vinculados ao ensino de cincias e matemtica. A

    pesquisa foi realizada por meio da Anlise de Contedo (FRANCO, 2008; BARDIN, 1977),

    estruturada a partir das seguintes etapas: pr-anlise; explorao do material e tratamento dos

    resultados.

    A pr-anlise consiste na organizao do esquema de investigao em um plano de

    anlise: a escolha dos documentos, a formulao das hipteses e a elaborao de indicadores

    que fundamentem a etapa da interpretao a partir da leitura flutuante dos documentos. A

    segunda fase, a explorao do material, consistiu na realizao de operaes de codificao,

    permitindo uma descrio das caractersticas do texto para proceder s unidades de anlise de

    registro e de contexto. A unidade de registro a menor parte do contedo, como a palavra ou

    o tema e a unidade de contexto, vincula-se a compreenso da unidade de registro, buscando a

    significao daquela. A partir desta anlise inicial, emergiram as categorias que expressam o

    conjunto de elementos constitutivos do estudo.

    Por fim, a terceira fase consistiu na anlise dos resultados considerados

    significativos, pois permitiram estabelecer quadros de resultados, diagramas, figuras e

    modelo, que condensam e pem em relevo as informaes fornecidas pela anlise (BARDIN,

    1977).

    Perspectivas de inovao

    Diante da inteno dos projetos percebemos, timidamente, que as experincias

    inovadoras j esto ocorrendo em aula. Isso quer dizer que pequenas rupturas j esto

    acontecendo, ou seja, professores esto reestruturando suas concepes epistemolgicas e

    investindo em diferentes meios de ensinar e aprender. Nesse sentido, Cunha et al (2001)

    afirma que [...] as inovaes que contribuem para melhoria do ensino e da aprendizagem na

    universidade podem dar-se em diferentes patamares e de variadas formas (p.35). Ou seja, o

    que pode se configurar como uma atividade inovadora no mbito da pesquisa no se estende,

    necessariamente, para as atividades de ensino.

    Observa-se que o conceito de inovao est em destaque nacional, sendo debatido

    nas instancias polticas, econmicas e na instituio universitria. No podemos negar que

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    esse termo obteve nfase, primeiramente, nos campos das cincias econmicas e empresariais

    (MOTA, 2011). Todavia, estendeu-se a educao, principalmente, a partir da Lei de Diretrizes

    e Bases da Educao Nacional - Lei n. 9.3934/96. A partir dos princpios e parmetros

    recomendados pela Lei, as instituies educativas obtiveram maiores possibilidades para

    sistematizar, investir e inovar suas propostas, pois de maneira implcita, colaborou para

    introduzir mudanas nas formar de ensinar, educar, avaliar, bem como de gesto, visando

    qualificar a ao educacional.

    No que tange o cenrio universitrio, acompanhamos polticas de incentivo e induo

    por meio de editais, como o que abrange os projetos analisados nesse texto, que tem induzido

    e avaliado os aspectos inovadores presentes nas propostas voltadas atividade de ensino. Ou

    seja, a inovao est em aparente papel, sendo reconhecida como vetor importante para o

    desenvolvimento econmico, social e educacional (MOTA, 2011).

    Sendo assim, nos assuntos educacionais cabe reconhecer que as prticas inovadoras

    esto se constituindo como alternativas para superar prticas influenciadas pela racionalidade

    dos modelos de ensinar e de aprender moldados pelo paradigma dominante (SANTOS, 1991).

    Dito isso, acordamos nesse estudo que as estruturas paradigmticas esto no cerne das

    experincias inovadoras (CUNHA, et al, 2001), pois a ruptura necessria prope a atitude

    epistemolgica que permite reconfigurar conhecimentos para alm das regularidades

    propostas pela modernidade (p. 37). Os dogmas da cincia moderna, que esto enraizados

    nas concepes, prticas e atitudes pedaggicas dos professores so um dos obstculos a

    serem rompidos. Por isso, a iniciao nas aplicaes pedaggicas de novas tecnologias da

    informao deveria, portanto, ser parte integrante de polticas de formao de professores

    (PAPADOPUOULOS, 2005, p. 21) incluindo, neste movimento, a participao dos sujeitos

    nos processos permanentes de estmulo a experimentao e a inovao.

    Posto isso, entendemos que a inovao est relacionada com o processo de ruptura

    com o paradigma dominante que faz ir alm da reproduo e avana ao contribuir para a

    construo de novos saberes. Desse modo, entende-se que a universidade [...] rica em

    espaos passveis de inovao, abrangendo desde experincias de gesto administrativa,

    incluindo a avaliao institucional, at propostas alternativas de ensino, pesquisa e extenso,

    passando pelas relaes e demandas da comunidade (CUNHA, et al, 2001, p. 44)

    Para Masetto (2003) a temtica inovao est latente nas conotaes sobre o ensino

    superior. O mesmo autor desenvolve interessantes reflexes sobre o conceito de inovao, ao

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    consider-la [...] como o conjunto de alteraes que afetam pontos-chave e eixos

    constitutivos da organizao do ensino universitrio provocadas por mudanas na sociedade

    ou por reflexes sobre concepes intrnsecas misso da Educao Superior (p. 197).

    Ainda segundo Masetto, a inovao acontece medida que as concepes antigas no

    sustentam as demandas da sociedade atual, levando a mudana, uma vez que,

    inovao e mudana andam juntas, mas s acontecem de fato quando as

    pessoas nelas envolvidas se abrem para aprender, para mudar, para adquirir

    novos conhecimentos, para alterar conceitos e idias trabalhadas, s vezes,

    durante muitos anos, para assumir novos comportamentos e atitudes no

    comuns at aquele momento, para repensar a cultura pessoal e organizacional

    vivida at aquele momento, para mudar suas prprias crenas e aderir a

    novas e fundamentais maneiras de pensar e de agir (p. 200;201)

    Ou seja, o inovar dispe compromisso para a prtica educativa transforma-se em

    pano de fundo para a construo de novos conhecimentos dinamizados, no pelo paradigma

    vigente, mas pela atividade docente vivenciada e repensada, sendo este um dos pilares do

    professor para a inovao. Nesse sentido, Cunha et al (2001) destaca que ainda so poucas as

    reflexes sobre ensinar e aprender, assim como sobre as experincias inovadoras nas

    instituies universitrias, porm, mesmo assim, existe na aula universitria muitas intenes

    de mudana.

    Miller (2005), ao analisar alguns exemplos de inovaes pedaggicas bem-sucedidas

    nas Antilhas, faz uma importante distino entre inovao e inveno. Para o autor, a

    inveno ao mesmo tempo original e universal, enquanto que a inovao relativa e

    contextual (p. 109). Ou seja, ao analisar as atividades inovadoras precisamos sempre nos

    referir aos contextos em que so gestadas e desenvolvidas, pois a inovao uma novidade

    em um contexto particular (idem). Por isso, Miller considera que o xito das inovaes deve

    ser avaliado sob dois critrios: 1) que a inovao tenha incidncia positiva em um grande

    nmero de sujeitos envolvidos e 2) que tenha sido institucionalizada no sistema educacional.

    Esse um dos desafios da inovao no cenrio educacional, uma vez que o

    paradigma dominante ainda regula as concepes e prticas, carecendo de processos de

    vigilncia epistemolgica e cuidado para que as atividades inovadoras no fiquem arraigadas

    ao mesmo, mas reinterpretem as verdades estabelecidas ao se encaminhar para um processo

    rupturas, ou seja,

    seria uma inovao que se estabelece como um processo descontnuo, de

    rompimento com os tradicionais paradigmas vigentes na educao, no

    ensino-aprendizagem-avaliao, ou na transio entre diferentes concepes

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    [Digite texto]

    paradigmticas, onde se observar uma re-configurao de saberes e, tambm,

    de poderes (LEITE, 2005, p. 121).

    A autora nos indica a complexidade em torno do conceito de inovao, pois a

    compreende em meio a um processo de transformao do sistema educativo e, por isso,

    recorremos s transies paradigmticas para justificar que o termo inovao no gestor de

    mudana na educao, mas produz de forma subjetiva diferentes modos de pensar, fazer e

    refazer a prtica educativa.

    Com base nas premissas levantadas sobre o conceito de inovao, partimos para as

    anlises e discusses sobre os projetos investigados. Destes, destacam-se trs grandes eixos de

    atividades inovadoras: atividades prticas, novas tecnologias1 e metodologias inovadoras. As

    atividades prticas referem-se s sadas de campo, laboratrios e atividades prticas em sala

    de aula, articuladas ao uso das novas tecnologias, conforme exemplificado pelo seguinte

    projeto:

    Com o crescente uso da tecnologia da informao para divulgar atividades de

    ensino, torna-se evidente a necessidade de uma atualizao nas atividades

    prticas em sala de aula. O uso de recursos didticos alternativos e

    inovadores, envolvendo prticas diferenciadas de ensino, propiciaro a

    execuo de experimentos prticos mais objetivos, permeando uma

    maior interao dos acadmicos com as disciplinas (Projeto B6, grifos

    nossos).

    Os professores desempenham papel fundamental no uso das novas tecnologias, pois

    estas dependem das suas concepes de ensino e aprendizagem, do seu conhecimento sobre as

    tecnologias da informao, dos recursos que possuem e das condies materiais e culturais da

    organizao institucional. Lepeltak e Verlinden (2005, p. 216) nos alertam que pode ocorrer,

    portanto, que os resultados muitas vezes decepcionantes de sua aplicao no sejam

    diretamente imputveis aos professores, mas que dependam tambm, em ampla medida, do

    contexto em que eles trabalham.

    Conforme destacado no Projeto B6, o uso das Tecnologias da Informao (TI) lana-

    se como uma das diferentes maneiras de favorecer, por meio das tecnologias, uma inovao

    no processo de ensinar e aprender. Nesse sentido, no utopia afirmar que a tecnologia est

    1 A expresso novas tecnologias, empregada neste estudo, segue a definio de Lepeltak e Verlinden (2005)

    que a utilizam para designar [...] diversas inovaes decorrentes da tecnologia da informao que apresentam um interesse pedaggico, em particular tudo o que est relacionado aos mtodos e aos recursos concebidos a

    partir do desenvolvimento e das aplicaes da (micro) eletrnica(p. 208), referindo-se, igualmente, aos conceitos de informtica, tecnologia da informao, automao e telemtica.

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    [Digite texto]

    arraigada s mudanas em sala de aula, favorecendo a adoo de ferramentas multimdia,

    lousa eletrnica, entre outros, diversificando tempos e espaos de aprendizagem. Contudo,

    preciso ter cuidado para no adentrar a linearidade reducionista do uso das novas tecnologias

    sem reflexo, participao, crtica e sinergia. Por isso, [...] ser necessrio capacitar os

    professores para a utilizao adequada e crtica das tecnologias de informao e de

    comunicao em sala de aula, o domnio das novas linguagens e a articulao dessas com as

    atividades de sua disciplina (FARIA, 2006, p.81).

    Desse modo, ao organizar as atividades de ensino, tendo em vista a promoo de

    uma aprendizagem significativa, integrando em aula o uso dos meios tcnicos de

    comunicao e de informtica, o professor estar propondo uma inovao em sua prtica pois,

    no universo de informaes, os alunos devero ser iniciados tambm na

    utilizao da tecnologia para resolver problemas concretos que ocorrem no

    cotidiano de suas vidas. A aprendizagem precisa ser significativa,

    desafiadora, problematizadora e instigante, a ponto de mobilizar o aluno e o

    grupo a buscar solues possveis para serem discutidas e concretizadas luz

    de referenciais tericos e prticos (BEHRENS, 2005, p. 77)

    Desse modo, ao redirecionar os planejamentos em virtude de uma aprendizagem que

    integre em aula o uso dos meios tcnicos de comunicao e de informtica, o professor poder

    promover uma inovao em sua prtica pois, a ao docente inovadora precisa contemplar a

    instrumentalizao dos diversos recursos disponveis, em especial os computadores e a rede

    de informao (BEHRENS, 2005, p. 77).

    Temos conhecimento de que a aula universitria, historicamente marcada por

    atitudes intencionais voltadas apenas para o ensino, tem gerando uma recursividade cientfica

    marcada por sucessiva reproduo. De fato, esse ciclo precisa ser quebrado. Cunha (2001,

    p.43) aponta que preciso entender a sala de aula como espao de reproduo e tambm de

    inovao pode contribuir para a construo de teorias pedaggicas alternativas, atravs das

    quais a prtica vivenciada torna-se a inspirao para a construo de novos conhecimentos.

    De acordo com Lvy (1996) a construo desse novo olhar a aula no ocorre

    bruscamente, uma vez que a universidade, bem como,

    a escola uma instituio que h cinco mil anos se baseia no falar/ditar do

    mestre, na escrita manuscrita do aluno e, h quatro sculos, em um uso

    moderado da impresso. Uma verdadeira integrao da informtica (como do

    audiovisual) supe portanto o abandono de um hbito antropolgico mais que

    milenar, o que no pode ser feito em alguns anos (p.5)

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    [Digite texto]

    Isso no quer dizer que quebrar o ciclo significa a excluso total dos mtodos

    tradicionais de ensino estruturados a partir do paradigma dominante, mas, a apropriao das

    possibilidades que existem na contemporaneidade e que rompem com a centralidade desse

    paradigma (SANTOS, 1999). Sendo assim, no o desenvolvimento da cincia e, por

    conseqncia, a tecnologia, que determina todas essas mudanas, mas sim todos os segmentos

    e aportes que as constituem. A ruptura ento est na adeso da ideia de tecnologia como

    possibilidade de mudana, mas sim na potencialidade que ela gera no fazer pedaggico do

    professor.

    Dessa maneira os tempos reais e virtuais esto em paralelo e, isso no quer dizer que

    o virtual est para substituir ou tornar obsoleto o real. Ao contrrio, a aposta est na promoo

    de meios pedaggicos que abarquem o real por meio da aprendizagem interativa: os jogos

    digitais, a informtica, os multimdias, entre outras ferramentas que contribuem para a

    realizao de uma aula com diferentes tempos, lugares e espaos. Logo, aproveitar os diversos

    recursos tecnolgicos disponveis na atualidade contribui para romper com um ambiente

    tradicional de ensino.

    Como exemplificado pelo Projeto G3, a organizao de um ambiente inovador pode

    incluir a [...] a utilizao da robtica educacional como fator motivador, integrando diversos

    conhecimentos necessrios formao dos alunos e possibilitando a aplicao prtica destes

    conhecimentos. Salientamos desse projeto, o fator motivacional relacionado com o uso da

    robtica educacional. Essa condio educativa estimula o aluno e o professor a explorarem

    variados exerccios concretos, oportunizando um ambiente criativo, no qual, por meio da

    simulao, o aluno acompanha suas observaes, constri e reconstri sua prtica, dinamiza

    hipteses, potencializando sua aprendizagem. Sendo assim, a robtica educacional se constitui

    como mais um recurso tecnolgico bastante interessante e rico no processo de ensino

    aprendizagem, ela contempla o desenvolvimento pleno do aluno, pois propicia uma atividade

    dinmica, permitindo a construo cultural e, enquanto cidado tornando-o autnomo,

    independente e responsvel (ZILLI, 2004, p.77).

    possvel afirmar que no apenas a robtica, mas todos os recursos tecnolgicos

    disponveis educao, representam [...] as consequncias que o incessante desenvolvimento

    destas aplicaes tecnolgicas e a generalizao de seu uso em todos os ambientes da vida

    cotidiana estavam tendo e iam ter na forma de conceber, criar, recuperar, transmitir, difundir,

    representar e aplicar o conhecimento (SANCHO, 2006, p. 16), pois este uma construo

  • 10

    [Digite texto]

    humana. Portanto, ao aprender estamos passando por um processo de construo do prprio

    conhecimento, sendo assim, percebemos que a tecnologia em sala de aula tem se configurado

    como mais uma rede de possibilidades para a construo deste.

    O uso das novas tecnologias, como componente de inovao do ensino, foi o mais

    contemplado por todos os projetos. Destacam-se o uso de blog, MSN, AVA, robtica,

    simuladores, vdeos, filmagens, figuras, moodle, modelagem, fruns, cinema e dirios.

    O uso das tecnologias digitais interessante se vislumbrarmos tal utilizao

    como uma possibilidade de romper barreiras e ultrapassar os limites das salas

    de aula j que o uso das tecnologias digitais como o computador ligado

    internet permite a interao simultnea [...] ou no simultnea, com

    ambientes virtuais de aprendizagem [...], seleo de informaes, resoluo

    de problemas cotidianos, compreenso do mundo e atuao na transformao

    do contexto (Projeto J6).

    Nesse sentido, Enricone (2006, p.22) afirma que somente uma boa tecnologia a

    que permite o crescimento pessoal a autoformao- alm de facilitar a aquisio de

    conhecimento. A boa tecnologia, enfatizada pela autora, vai ao encontro do movimento

    inovador, ou seja, o uso da tecnologia acoplado a atuao responsvel, esclarecida e qualifica

    do professor. Contudo, no significa, de imediato, a soluo dos problemas do ensino, mas

    propicia indicativos de mudana (SANCHO, 2006).

    Dentre os ambientes virtuais de aprendizagem, o mais destacado por todos os

    professores foi o Moodle, conforme expressa o seguinte projeto:

    A disciplina ser inserida na plataforma moodle buscando estabelecer um

    canal de comunicao rpida entre alunos, monitores e discente. Essa

    ferramenta uma prtica inovadora dentro da disciplina [...] pois sero

    realizados cursos, oficinas de preparao complementar para os alunos [...]

    seminrios online sobre obras cinematogrficas, composies musicais e

    imagens - elementos que utilizar-se-o da sensibilidade aliando a arte ao

    direito (Projeto J2).

    Dentre os materiais didticos tambm se destacam as [...]verses interativas, como

    questionrios on-line com feedback, atravs do moodle (Projeto E15), o [...]

    desenvolvimento de programas computacionais, usando aplicativos como MATLAB,

    OCTAVE, SCILAB, MAPLE e MAXIMA para simular o comportamento de sistemas

    mecnicos simples (Projeto F8) e o uso de mtodos diferenciados de ensino atravs da

    utilizao de ferramentas eletrnicas, a utilizao de aulas prticas, atendimento extraclasse

    at mesmo via web so importantssimas para o desenvolvimento do estudante (Projeto B4).

    Em relao s metodologias inovadoras, destacam-se os Projetos de Aprendizagem, a

    resoluo de problemas, a realizao de oficinas, o atendimento individualizado, a

  • 11

    [Digite texto]

    interdisciplinaridade, os trabalhos em grupo, a vinculao entre ensino, pesquisa e extenso,

    atividades extraclasse, avaliao diria, uso do moodle, aventuras na natureza, coleta e anlise

    de amostras, modelagem, a integrao terico-prtica e a interao entre os alunos dos

    diferentes nveis.

    Observa-se a saturao do modelo de ensino tradicional, que tem no professor seu

    principal agente, e um movimento de mudana na relao tridica da aula professor, alunos,

    contedos -, mais focado na interao e ao dos sujeitos. Por isso,

    como estratgia de ensino, so extremamente significativas as que estimulam

    a participao dos alunos em grupos, permitindo a troca de experincias e a

    livre expresso de sentimentos, assim como as que possibilitam

    oportunidades de capacitao prtica e o desenvolvimento de habilidades

    (Projeto L4).

    No Projeto L4, notamos a preocupao para que os alunos tambm aprendam em

    colaborao, uma vez que as estratgias de inovao esto pautadas pela busca da soluo dos

    problemas por meio de atividades prticas, que anunciam uma nova direo para o aprender e

    o ensinar em parceria. Isso tambm enfatizado no Projeto G3: Esta metodologia permite

    desenvolver trabalhos em grupo, a interao entre os estudantes, a busca da resoluo de problemas e

    aprimoramento dos conhecimentos por conta dos prprios alunos. A participao e a interao so

    fundamentais ao processo de aprendizagem, pois por meio destas que os sujeitos

    estabelecem contato com os objetos, produzindo o conhecimento. Da mesma forma, a

    socializao dos sentidos e a negociao dos significados. Os projetos tambm passam a

    apostar em diferentes mediaes pedaggicas, conforme ilustrado: esta metodologia permite

    desenvolver trabalhos em grupo, a interao entre os estudantes, a busca da resoluo de

    problemas e aprimoramento dos conhecimentos por conta dos prprios alunos (Projeto G3).

    O interessante nessa ideia a opo pela resoluo de problemas visando alcanar

    um resultado positivo na construo da aprendizagem do aluno. Nesse sentido, a resoluo de

    problemas no uma atividade simples, mas sim uma oportunidade de desenvolver o

    pensamento lgico dos alunos (DANTE, 2000). O autor ainda enfatiza que a estratgia de

    trabalhar os contedos especficos, via soluo de problemas, instiga o aluno, contribuindo

    para o desenvolvimento de uma metodologia motivadora, pois o aluno ao

    [...] buscar a soluo de um problema que os desafia mais dinmica e

    motivadora do que a que segue o clssico esquema de explicar e repetir. [...]

    Quanto mais difcil, maior a satisfao em resolv-lo. Um bom problema

    sucinta a curiosidade e desencadeia no aluno um comportamento de

    pesquisa, diminuindo sua passividade e conformismo (DANTE, 2000, p.

    12;13, grifos nossos).

  • 12

    [Digite texto]

    Notamos que os professores esto se interessando pelas novas possibilidades de

    ensino e isso impulsiona a criatividade, propiciando uma mudana duradoura nas mediaes

    pedaggicas. Quanto ao item criatividade, sobressa-se o seguinte Projeto H4: as prticas

    inovadoras que propomos aqui visam estabelecer uma interrelao da teoria com diferentes

    linguagens artsticas tais como: teatro, msica, cinema e, ainda, a pesquisa visual.

    Depreendemos desse projeto uma alterao nos mtodos, bem como na maneira de educar. A

    interrelao do conhecimento terico com diferentes linguagens no significa a diminuio do

    enfoque conceitual, mas, prepondera um projeto terico-prtico, no qual o trabalho em

    conjunto e a diversidade cultural aproximam os sujeitos e, tambm, balizam o confronto de

    opinies, de expresses, promovendo a construo do conhecimento.

    Sendo assim, no Projeto E2, o encaminhamento metodolgico segue pr-disposto as

    interlocues entre alunos-professores e a prtica compartilhada, uma vez que,

    a proposta que pretende ser desenvolvida est inserida dentro da perspectiva

    de prticas inovadoras, uma vez que possui como foco a formao crtica

    baseada em uma multiplicidade de olhares, possibilitando que os alunos

    atingidos possam entrar em contato com opinies variadas, construindo suas

    prprias concluses atravs de um ambiente que proporcione a fuga a vises

    lineares (Projeto E2).

    As alteraes provocadas pela inovao nesse projeto envolvem tanto aspectos

    curriculares, como a introduo de um ambiente pedaggico favorvel a interao entre

    disciplinas. O se observou que o Projeto E2 est baseado em outras formas para abordagem

    do contedo, ou seja, novas relaes com o conhecimento. Dessa mesma maneira, o Projeto

    D4 refora que (...) fortalecer a integrao curricular em seus diferentes aspectos,

    proporcionar novas prticas e experincias pedaggicas e intensificar o relacionamento

    professor/aluno, contribui com a inovao no ensino.

    Em continuidade esses esforos metodolgicos, visando o processo de articulao

    entre conhecimento conceitual ou cientfico com outras formas de ensinar, promove-se uma

    produo conjunta do professor e dos alunos, indicando novos trnsitos entre o saber

    cientfico e o senso comum, todos fortemente presentes no cenrio acadmico. Alm disso,

    destacamos em ambos os Projetos a ateno com a relao professor-aluno para que no

    proceda introspectivamente, mas, de maneira interpessoal favorecendo uma cooperao na

    forma de conduzir o ensino, favorecendo uma ao e reflexo educativa conjunta.

    De acordo com Faria (2006), a mediao pedaggica pode ser feita de diferentes

    maneiras. Percebemos que nenhum dos projetos descreveu qual a sua metodologia.

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    [Digite texto]

    Entretanto, salientou a colaborao e a mediao como princpios fundamentais s suas

    diferentes maneiras de mediar o processo de ensino-aprendizagem, exaltando, a valorizao

    da parceria e co-participao entre professores e alunos e entre os prprios alunos na

    dinamizao do processo de aprendizagem e de comunicao se justificam pela necessidade

    de gerar novas formas de trabalho pedaggico e aproveitamento das atividades escolares

    (MASETTO, 2003, p. 200).

    certo que a diversidade de elementos encontradas nos projetos sinalizam rupturas

    que so percebidas de diferentes maneiras em cada projeto. Entretanto, notvel que a

    tecnologia permeia a maioria das propostas. O que podemos dizer que existem experincias

    diferentes e, cada qual apresenta um carter inovador, sendo alguns inclinados mudana na

    aula, na gesto e organizao curricular, outros pautados na adoo das ferramentas

    tecnolgicas, bem como o anseio de modificar a prtica e mant-la atravs da mudana de

    concepo pedaggica. por isso o inovar um processo complexo que introduz a superao

    da ideia da racionalidade conteudista vinculada ao paradigma dominante do ensino.

    Consideraes finais

    Percebe-se que os aspectos inovadores esto atrelados s novas formas de trabalho

    pedaggico que vem sendo fomentadas pelas polticas educacionais e proferidas pelos

    projetos dentro da universidade. A tecnologia est presente em todos os eixos, constituindo-se

    como o principal elemento de inovao do ensino no campo das Cincias Exatas e da Terra,

    das Cincias Biolgicas e das Engenharias. No podemos desconsiderar a tecnologia e o uso

    do espao virtual na rotina profissional do professor e dos alunos, alis, isso no mais uma

    novidade ausente e sim um fato onipresente que nos transformou na sociedade da informao.

    Constatamos que a inovao torna-se particular, pois, conforme as anlises feitas,

    no seguem parmetros, modelos ou padres. No aspiram, portanto, a universalizao de

    uma forma de ensinar, pois so relativas e contextuais. Nos projetos analisados, temos como

    exemplo, os grupos de estudos como um aspecto inovador. Numa leitura simplista isso pode

    parecer comum, porm, para aquele profissional a introduo do grupo de estudos em sua

    rotina disciplinar j est rompendo com a ideia de aula centrada no professor e, por

    conseqncia, nas interaes produzidas no processo de ensino-aprendizagem, acentuando

    inovao no seu fazer educativo.

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    [Digite texto]

    Tambm podemos destacar as redes tecnolgicas que esto latentes na maioria das

    propostas, sendo consideradas como meios de inovao. Todavia, isso est relacionado com o

    ritmo acelerado em que o avano tecnolgico est adentrando a universidade e completando

    os currculos, ou seja, desafiando as instituies a se adaptarem e avanarem na proposio de

    diferentes propostas de ensino-aprendizagem.

    Contudo, Leite (2005) nos desafia com dois questionamentos referentes inovao

    no cenrio universitrio. Ser que universidade est preparada para as mudanas nas razes

    pedaggicas ou tem receios a mais mudanas? Ser que ela est disposta as inovaes na

    gesto acadmica, pedaggica e administrativa?

    Acreditamos que sim, afinal, imprescindvel que a universidade esteja preparada

    para a introduo de prticas inovadoras, promovendo profundas mudanas nas matrizes

    curriculares, na formao de professores, bem como de suas metodologias. Assim,

    finalizamos estes escritos certos de que ainda h outras discusses subjacentes aos aspectos

    inovadores destacados. Portanto, acreditamos que os resultados sinalizados podero contribuir

    para ampliar as discusses a respeito da inovao no ensino universitrio.

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