4ºENCONTRO REDECOR O Montado de Sobro e a Fileira da … · Caracterização e monitorização das comunidades de vertebrados e invertebrados terrestres e aquáticos de ecossistemas

4ºENCONTRO REDECOR – O Montado de Sobro e a Fileira da Cortiça em Portugal e Espanha 26 /11 /2014

Ricardo Paiva, Nuno Onofre, Inês Portugal, Joana Godinho (INIAV)

Caça

Apicultura

Cogumelos

Plantas aromáticas, medicinais e comestíveis

Pesca e

Piscicultura

Turismo e Lazer

MONTADO

4º ENCONTRO REDECOR – O Montado de Sobro e a Fileira da

Cortiça em Portugal e Espanha

Fauna Selvagem

Frutos silvestres

Paisagem

Produtos não lenhosos do montado de sobro





Objetivos/Linhas de investigação Gestão integrada de espaços agroflorestais para a conservação e promoção da biodiversidade (fauna selvagem aquática e terrestre) e dos serviços dos ecossistemas; Valorização económica, ambiental e societal de recursos florestais não lenhosos; Estudo de indicadores de qualidade ambiental com vista à avaliação prospetiva de impactes nos ecossistemas; Caracterização e monitorização das comunidades de vertebrados e invertebrados terrestres e aquáticos de ecossistemas agroflorestais; Apoio à gestão e fomento da caça, pesca em águas interiores e produção de mel; Ações de formação, assessoria e prestação de serviços, no âmbito da gestão e conservação dos recursos selvagens e seus habitats, e da biodiversidade. Produção de conhecimento com vista à inovação e diversificação na produção e oferta de bens e serviços dos ecossistemas.



A Caça

Alternativa económica, social e ecológica à agricultura; Recurso renovável com condições de internacionalização e potencialmente geradora de riqueza; Calcula-se que a caça tenha hoje um valor na ordem dos 400 a 500 milhões de euros/ano e que, se vier a ser bem gerida, possa a curto/médio prazo duplicar este valor; Quando comparada com a Espanha a caça em Portugal está bastante subaproveitada. O valor da caça em Espanha é de 6.000 milhões de euros/ano.

Apenas se bem gerida, a caça poderá representar uma mais valia ecológica, económica e social



Com a evolução das sociedades, a caça será no futuro uma importante ferramenta na gestão das populações animais e dos ecossistemas.

A natureza não se domina mas pode ser gerida sustentavelmente.

Como pautar a convivência Homem/Animal?



MINIMIZAÇÃO de PREJUÍZOS AGRÍCOLAS

Suplementação

Culturas para a caça

Instalação de vedações

Cercas elétricas

Canhões de ar comprimido

Repulsivos

Batidas com cães

Caça seletiva

Aumento do número de predadores

Fonte: Plaisirs de la chasse nº 13



PROTEÇÃO DE CULTURAS





Aumento do contacto entre fauna silvestre e animais domésticos com riscos para a saúde pública Prejuízos agrícolas e pecuários Fraca qualidade dos troféus de caça Erosão e perda de qualidade do ecossistema Redução do risco de incêndio



Necessidade de gerir as populações animais

Redução de efetivos

O abate/retirada de animais deve ter em conta a pirâmide da estrutura etária das populações;

Deve equilibrar-se a relação macho/fêmea (50%);

Eliminar prioritariamente animais com defeito ou as fêmeas sem crias.

A caça representa uma ferramenta essencial à gestão sustentável das espécies e dos habitats



A sustentabilidade da fauna selvagem e da biodiversidade em Portugal é resultado da sustentabilidade dos montados.

A sustentabilidade dos montados de sobro depende primariamente da sustentabilidade do consumo internacional da rolha de cortiça.

“Cortiça - bom para as pessoas, bom para a fauna selvagem” (The Royal Society for the Protection of Birds, UK)



Fauna selvagem

Mais de 130 espécies de aves, mamíferos, anfíbios e répteis;

Mais de 70 espécies de aves nidificantes (~ 45% das espécies nidificantes terrestres de Portugal);

Perto de 10.000.000 de aves nidificantes;

Cerca de 35 espécies de mamíferos (~ 50% das spp. [não marinhas]);

Cerca de 20 espécies de répteis (> 70% das spp. [não marinhas]);

Algumas dezenas de espécies com estatuto de ameaça no Livro Vermelho

Nos 737.000 ha de montados de sobreiro vivem:



Fauna selvagem de montados com seara ou forragem

A árvore dominante (sobreiro) é nativa; A estrutura dos povoamentos é do tipo “jardinado” e o

arvoredo mantêm-se por largas dezenas de anos; As podas aceleram a constituição de numerosas cavidades

nas árvores;

Razões para a diversidade faunística dos montados:



Fauna selvagem de montados com pastagem

Diferentes densidades de arvoredo (20, 40 ou > 100/ha); Diferentes sob-cobertos (pastagem, forragens ou matos, …); Diferentes dimensões (de poucos a milhares de ha

contínuos); Diferentes estruturas de mosaicos com outros habitats ou

ocupações do solo.

Razões para a diversidade faunística dos montados:



Fauna selvagem de montados com matos

A sustentabilidade da fauna selvagem e da biodiversidade dos montados só é conseguida: Se o montado, enquanto ecossistema viável e sustentado,

se mantem; Se os consumos internacionais de rolha e outras aplicações

inovadoras da cortiça se mantêm; Se boas práticas de exploração e gestão são seguidas.





Pesca em águas interiores

A pesca é tradicionalmente um fator de fixação das populações em Portugal e no mundo; muitas comunidades têm nela a sua principal atividade e um importante meio de subsistência.

João Pita

Francisco Morais

www.visitalentejo.pt



Consumo de pescado em Portugal e no Mundo

O consumo de peixe faz parte das tradições culturais dos portugueses constituindo fonte de proteína importante nas populações desfavorecidas do interior.

Os Portugueses são os 2ºs maiores consumidores de pescado do mundo com 56,7kg/ano/pes. [1º - islandeses (90.4 kg/ano/pes., 2010) e 3º - japoneses (54,5 kg/ano/pes., 2009)] (EC, 2014).

O desenvolvimento da pesca associada às águas interiores no montado contribui para o abastecimento do mercado nacional, atualmente deficitário em cerca de 60% .



No montado, o ordenamento piscícola e conservação das massas de água promovem a biodiversidade, para além do lazer, e do equilíbrio da paisagem e do ecossistema.

“A elevada biodiversidade característica do montado resulta não só da riqueza de espécies encontradas na matriz sobreiro, mas também da inclusão de manchas de habitat ricas em recursos, tais como as áreas ripárias, os olivais e os pomares” (Rosalino et al., 2009)

A pesca é também importante como atividade de recreio: em Portugal, e em 2009, foram vendidas 219.000 licenças de pesca desportiva de águas interiores.

Francisco Morais

Alberto Nunes

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Relevância das abelhas para o montado

Em Portugal (GPP, 2013)

17.000 apicultores (2% profissionais)

657 000 colónias

10.000t de mel

49 milhões de euros VPB (cresceu no ultimo triénio 44%).

Alentejo e Algarve

2500 apicultores (10% profissionais)

170 000 colónias (35%)

50% da produção nacional de mel

20 milhões de euros (VBP)



As abelhas (Apoidea) assumem maior importância como agentes de polinização.

O serviço de polinização contribui para mais de um terço da produção vegetal mundial e 75% da produção alimentar.

O serviço de polinização é relevante para a conservação e diversidade da vegetação espontânea.



Biliões de colónias de abelhas têm desaparecido na Europa e América do Norte.

Atualmente o serviço de polinização está em risco:

- Alterações nos habitats dos polinizadores selvagens; - Intensificação da agricultura; - Efeitos negativos devido à intensidade do uso de produtos químicos na agricultura causando elevada mortalidade de abelhas selvagens e abelhas domésticas.

No passado a polinização foi assegurada pela natureza, sem custos explicitados.



As abelhas são também importantes pelos seus produtos: mel, pólen, própolis, cera , geleia real, apitoxina entre outros.

Alguns méis monoflorais são específicos do montado: - mel de rosmaninho (Lavandula luisieri) - o mais valorizado; - mel de soagem (Echium plantagineum); - Produção de mel em modo de produção biológico.



O serviço de polinização estende-se muito para além das áreas florestais, podendo o raio de ação das abelhas de uma colónia ser superior a 12 km.

O montado é um ecossistema de elevado valor apícola, fornecedor de recursos para as abelhas.

Os montados devem ser avaliados e valorizados pelo serviço de polinização e pelos produtos apícolas associados, mel, pólen e própolis.



Linhas de ação

Monitorização polínica de apiários no montado ao longo do tempo com recolha de cargas polínicas.

Compreensão e registo de estratégias de recoleção ao longo do ano.

Valor apícola do montado em diferentes sistemas de exploração silvopastoril.

Valor do serviço de polinização associado ao montado.

Medidas de gestão sustentável para a apicultura no montado.

As abelhas como indicadores de qualidade ambiental dos montados.



Muito obrigado

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