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5. O Estado de Bem-estar social e os direitos civis, políticos e sociais. As crises do Estado de Bem-estar social. Evolução do estado de Bem-estar social no Brasil e a noção de cidadania regulada.

5. As crises do Estado contemporâneo. O Estado de Bem ... · b) prestações em valor uniforme, que corresponda ao suprimento das necessidades vitais; c) o financiamento da seguridade

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5. O Estado de Bem-estar social e os direitos civis, políticos e

sociais. As crises do Estado de Bem-estar social. Evolução do estado de Bem-estar social no Brasil e a noção de cidadania

regulada.

Etapas das Transformações do papel do Estado nassociedades contemporâneas e no Brasil.

Estado Liberal do século XVIII emergência dosdireitos civis: direito de ir e vir, liberdade de opiniãoe de manifestação (liberdade de imprensa),liberdades privadas (econômica e religiosa),igualdade formal perante a lei

Papel do Estado assegurar o direito depropriedade e o cumprimento dos contratos entreparticulares; manutenção da ordem pública; defesaexterna

Estado Democrático do século XIX ampliação dapólis crescente incorporação das massas noprocesso político cidadania política e início dacidadania social em alguns dos países centrais.

direito de participar da elaboração das leis, aindaque indiretamente

ampliação dos mecanismos de controle dasociedade sobre a administração pública

implantação da administração burocrática

Estado Intervencionista do século XXresposta àcrise econômica das décadas de 1920/30:

proteção e ampliação dos direitos sociais egarantia do pleno emprego

promoção do desenvolvimento econômico

expansão do aparelho do Estado

Três tipos:

a)Estado de Bem Estar Social

b)Estado Desenvolvimentista

c)Estado Socialista

a)Estado de Bem Estar Social ou Estado Providência (WelfareState)Expressa a concepção de uma economia cujas funçõesseriam distribuídas entre o mercado e o Estado.

forte consenso quanto ao modelo democrático, alto nível dedesenvolvimento econômico e tecnológico, países com posição dedestaque no sistema capitalista mundial;

incorporação dos direitos sociais ao sistema de cidadania:direito ao trabalho, direito aos cuidados de saúde, direito àeducação e direito à proteção contra a vulnerabilidade(assistência)

Na moderna concepção de Estado-providência, os mercadosdirigem as atividades específicas do dia-a-dia da vida econômica,enquanto que os governos regulamentam as condições sociais eproporcionam serviços que caracterizam uma rede de segurançasocial.

Origem do Estado Providência

Esta concepção surgiu na Europa no final do século XIX, como chanceler conservador Bismarck (Alemanha), que instituiu,de forma pragmática, a lei de acidentes de trabalho, oreconhecimento dos sindicatos, o seguro de doença,acidente ou invalidez.

Bismarck adotou tais medidas convencido de que só com aação do Estado na resolução destes problemas poderiafazer frente às ideias socialistas e à inquietação social. Aimplantação deste sistema de previdência social — oprimeiro da história contemporânea — lhe atraiu o apoio deamplos setores operários.

O modelo Bismarckiano foi um dos mais difundidos pelo mundo,constituiu a base da chamada Previdência Social e até hoje,norteia grande parte dos regimes previdenciários existentes,dentre eles o brasileiro.

Suas características são: (i) adoção de técnica semelhante à doseguro privado, (ii) filiação obrigatória, (iii) financiamento combase em contribuições dos trabalhadores, empregadores eEstado; (iv) proteção contra os riscos profissionais; (v) seguradoslimitados aos trabalhadores; e (vi) prestações de caráterindenizatório, substitutivas do salário, caracterizadas como direitosubjetivo público do segurado.

A ideia de racionalização da "política social", para obter aeficiência econômica, deu origem ao conceito de "políticassociais produtivas", que encontrou apoio nos movimentos detrabalhadores, durante a Grande Depressão dos anos 1930.

GUNNAR MYRDALOs mercados de trabalho e a organização daprodução poderiam ser racionalizados mediante a utilização deregulamentações sociais para obter um nível mais alto deprodutividade.

E também a esfera social deveria ser racionalizada através do usode políticas sociais, como políticas familiares, sempre em benefício demaior eficiência nacional.

MYRDAL Em 1932 defende a proposta de intervenção estatal naeconomia como um processo de racionalização da reprodução dapopulação e da esfera domicilar, baseadas na observação de que oscustos de reprodução e de criação de filhos estavam desigualmentedistribuídos entre as classes sociais (Myrdal, 1987).

GUNNAR MYRDAL (1898-1987,Suécia) Em 1932: asmodernas políticas sociais são totalmente diferentes dasantigas políticas de auxílio à pobreza, porque sãoinvestimentos e não custos.

Políticas sociais modernas seriam eficientes e produtivasdevido à sua ação profilática e preventiva, direcionada paraevitar o surgimento de bolsões de pobreza e a criar maioresriquezas.

Contra as propostas de "maior economia orçamentária"para sair da Depressão, Myrdal argumentava que as políticassociais não eram uma simples questão de redistribuição derenda, mas uma questão vital para o desenvolvimentoeconômico e tinham como objetivo principal o aumentodo PIB.

Em resposta à Grande Depressão, políticaseconômicas intervencionistas foram adotadas nos EUApor Roosevelt (com o New Deal) e por Hjalmar HoraceGreeley Schacht na Alemanha.

J.M. KEYNES (1886-1946, Inglaterra) teoriza sobre essaspropostas e afirma que o ciclo econômico não é auto-regulado, como pensavam os neoclássicos, uma vez que édeterminado pelo "espírito animal" dos empresários; eafirma que o sistema capitalista é incapaz de gerarempregos suficientes para absorver a mão de obra.Por isso é papel do Estado operar como agente decontrole da economia, com objetivo de conduzir a umsistema de pleno emprego. (Teoria geral do emprego, dojuro e da moeda,1936).A estratégia para vencer a crise econômica seria umaintervenção estatal que aumentasse a demanda efetivaatravés do aumento dos gastos públicos.

Keynes atribuiu ao Estado o direito e o dever deconceder benefícios sociais que garantissem àpopulação um padrão mínimo de vida como acriação do salário-mínimo, do salário-desemprego,da redução da jornada de trabalho, oferta deeducação e assistência médica gratuita.

IMPORTANTE: são objetivos essenciais do seupensamento a garantia do bom funcionamento domercado e a defesa dos direitos dos cidadãos nasaúde, educação e alimentação.Outro princípio fundamental é a igualdade deoportunidades. Ao longo do tempo deverão serimplementadas políticas públicas, aumentando oorçamento do Estado para essas áreas.

1942Sir WILLIAM H. BEVERIDGE(1879-1963, Inglaterra),formulou o Plano Beveridge, que reformou os mecanismosde proteção da população e estruturou o sistema daSeguridade Social na Inglaterra, de natureza universal,baseado na participação compulsória de toda a população.

Implantou um regime de repartição, onde ascontribuições sociais são direcionadas para um fundo único,do qual saem os recursos para a concessão de benefícios eprestação dos serviços. O funcionamento do sistema seoperacionaliza através de um pacto intergeracional, deforma que a classe trabalhadora e a sociedade de hojegarantem os recursos necessários para a concessão dosbenefícios atualmente pagos, sistemática que tende a seestender indefinidamente no tempo.

O modelo Beveridgeano priorizou três áreas de atuação: assistência (renda mínima aos necessitados), previdência (mecanismos reparadores para a classe trabalhadora no caso de necessidades sociais, e saúde para toda a população .

Seguridade Social imperativo de que seja garantida a todos os cidadãos a libertação das situações de necessidade, como condição indispensável para o efetivo gozo dos direitos civis e políticos.

O conceito da Seguridade Social vai além da preocupação com a renda e orienta-se por amplo conceito das necessidades humanas, apreciadas em virtude da evolução social. A ideia central deste modelo é a de solidariedade social, mediante um pacto entre gerações.

Princípios do Plano Beveridge:

a) proteção de toda a população da totalidade dos riscos sociais (proteção do berço ao túmulo);

b) prestações em valor uniforme, que corresponda ao suprimento das necessidades vitais;

c) o financiamento da seguridade social através de contribuições no que tange às prestações em geral, e impostos, no que diz respeito aos abonos de família e ao tratamento de saúde;

d) gestão confiada ao serviço público;

e) complemento das medidas por meio de política do pleno emprego, política sanitária e de saúde, com atendimento gratuito a toda a população.

TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (Viana)Variáveis: qualidade dos direitos sociais; grau em que o sistema

promove ou reproduz a estratificação social; forma de relacionamento entre o Estado, o mercado e as famílias.

TITMUS(1963) ESPING-ANDERSEN (1991)

Modelo residual Regime liberal

Características Seletividade para os

mais necessitados;

caráter de assistência

social; intervenção

limitada no tempo;

falha dos mecanismos

naturais (mercado e

família)

Requer comprovação de

pobreza; benefícios

reduzidos; estigma do

necessitado; sociedades de

burguesia forte e movimento

operário fraco.

Países EUA, Inglaterra EUA, Canadá, Australia,

Nova Zelândia.

TITMUS(1963) ESPING-ANDERSEN (1991)

Modelo meritocrático Regime conservador

Características Política social

complementar ao

mercado, atendimento

segmentado por

ocupações. Qualidade

e quantidade dos

serviços relacionada

com o desempenho no

mercado de trabalho.

Base contributiva

tripartite.

Estado substitui o mercado

como provedor de serviços

sociais. Direitos sociais

ligados à situação de

trabalho/ocupação. Benefícios

hierarquizados e

diferenciados refletindo

classe ou status. Países onde

Igreja ou Estado

predominaram na

transformação da sociedade.

Países Alemanha

BRASIL

Alemanha, França, Áustria,

Itália

BRASIL

TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL e o Padrão Brasileiro

TITMUS(1963) ESPING-ANDERSEN (1991)

Modelo Redistributivo Regime Social Democrata

Características Mercado incapaz de

solucionar a pobreza;

Estado produz e distribui

todos ou quase todos os

bens e serviços sociais;

Acesso a todos ou quase

todos os benefícios é

universal; prevalecem

sistemas públicos

gratuitos (espec.

educação e saúde)

Beneficios garantidos pelo Estado

como direitos sociais e ampliados

às novas classes

médias;princípios do

universalismo e

desmercantilização; promoção da

igualdade com alto custo e elevado

padrão de qualidade; países onde

predominaram as coalizões social-

democratas.

Países Escandinávia

(especialmente Suécia)

Escandinávia

TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL e o Padrão Brasileiro

FASES DA IMPLEMENTAÇÃO DO ESTADO PROVIDÊNCIA:

1. Experimentação: esta fase coincide com o alargamento do direito de voto e com o aparecimento da previdência social, impulsionada por Bismarck na Alemanha do pré I Guerra Mundial.

2. Consolidação: o Estado não poderia ficar indiferente à crise de 1929 e à Grande Depressão, e intervém através da criação de emprego, como se pode ver nas políticas de Roosevelt nos EUA. As economias periféricas começam a adotar o modelo nacional-desenvolvimentista.

3. Expansão: nos pós-II Guerra Mundial, já sob influência do Plano Beveridge e da exitosa experiência da Suécia o Welfare State se generaliza nas democracias capitalistas, especialmente com base no arranjo (neo)corporativo.

DEMOCRACIAS CONSOLIDADASPeríodo 1945-1970Ampliação dos benefícios sociais: trabalhadoresformais e informais como trabalhadores rurais,domésticos e donas de casa;Garantia de condições de sobrevivência aosindivíduos e as famílias com renda insuficiente;Cobertura especial para situações de maiorvulnerabilidade: famílias numerosas, mães solteiras,crianças em idade escolar, mulheres grávidas, parto,idosos, inválidos, etc.Universalização das políticas de atenção à saúde;Aposentadoria dissociada da idéia develhice/incapacitação, aproximando-se dos salários dostrabalhadores ativos;Incorporação das classes médias ao sistemaprevidenciário.

FATORES DE CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DE BEM ESTAR1Fatores materiais, políticos e econômicos: ritmo decrescimento constante e elevado; consenso quanto ás políticaskeynesianas; consenso em torno do crescimento e do plenoemprego como objetivos; generalização do paradigma fordista;crescimento da arrecadação, com ganhos fiscais crescentes.

2Convergência entre o desenvolvimento das políticas de bem-estar social e a estabilidade econômica internacional decorrentedos acordos de Bretton Woods.

3Clima de solidariedade interna decorrente do processo dereconstrução pós-guerra e da bipolarização externa.

4Expansão e fortalecimento da democracia partidária demassas, que levou ao aumento do peso eleitoral das camadastrabalhadoras e conquistou o apoio de outros segmentosinteressados nas questões do bem-estar.

TEORIAS EXPLICATIVAS DA EXPANSÃO DO WELFARESTATE

T.SKOCPOL & D.RUESCHEMEYER (1996)a dimensão políticae os arranjos neocorporativos nas sociedades centrais nopós-guerra favoreceram as políticas de concertação entre oEstado, o capital e o trabalho, que visavam a garantiremprego, salários e arrecadação compatíveis com as novasconcepções de cidadania e com a redistribuição da rendanecessária para manter o padrão de consumo do mercadointerno.

CLAUS OFFE os ganhos salariais indiretos providos pelaspolíticas de bem-estar promoviam o arrefecimento doconflito entre o capital e o trabalho, entre a acumulação e aredistribuição.

MARSHALL o desenvolvimento da democracia, do sufrágio e oempoderamento das organizações operárias desencadearam aconquista dos direitos sociais e abriram espaço ao estado de bem-estar.

HAROLD L. WILENSKY (1923-2011, EUA) o que viabilizou oEstado de bem-estar social foi o suporte teórico do keynesianismo(para expansão de gastos estatais visando o crescimentoeconômico e o aumento da demanda e do emprego) e aincorporação das massas ao mercado consumidor pelocrescimento da produção industrial e pela oferta de rendas extra-mercado.

JAMES O´CONNOR a expansão do welfare state está associadaaos imperativos de acumulação e legitimação do Estadocapitalista.

b) Estado Desenvolvimentista (ou Estado Produtor,Estado Regulador)

atua como principal agente promotor dodesenvolvimento econômico: funções:

Oferecer infra-estrutura

Oferecer financiamento (poupança pública)

Produzir bens e serviços destinados ao mercado nasáreas onde a iniciativa privada não atua ou não atendeàs demandas

Promover os setores considerados estratégicos

ocorre nos países periféricos do sistema capitalista,podendo apresentar regime democrático ou autoritário.

É o modelo mais comum na América Latina

A CRISE DO ESTADO CONTEMPORÂNEO

Pós-Guerra reorganização do capitalismo forteintervenção do Estado na economia e presençamarcante na oferta de serviços públicos.

1-Causas da crise do Estado

A Esgotamento do padrão de desenvolvimentoindustrial do pós-guerra, com o colapso do sistemamonetário internacional entre 1971 e 1973 devido àflutuação do dólar em relação ao ouro.

B Crise do petróleo dois choques do petróleoem 1973 e 1979 aumento da inflaçãointernacional, crise econômica e crise de arrecadação

CCrise fiscal do EstadoExcesso de demandas X baixa capacidade dearrecadação X baixa capacidade de gestão dosistema estatal

Incapacidade da autoridade pública enfrentar ascontradições entre o interesse de acumulação docapital e o interesse da força de trabalho

Ineficiência alocativa resultante de comportamentosrentistas (rent-seeking)

DCrise do Modo de intervenção do EstadoEstado Regulador/Produtor

Autonomia (frente aos bancos centrais) e agilidadedo capital especulativo

Perda de controle sobre a produção e distribuiçãode riquezasgrandes corporações financeirosinternacionais e agências multilaterais de crédito

Globalização perda do poder de controlar o fluxodo capital e de regulamentar o valor da mão de obrae o volume do emprego (instrumentos keynesianosnão mais funcionam).

Esgotamento do modelo de industrialização porsubstituição de importaçõesTerceira RevoluçãoIndustrial: aumentou a concentração da renda,fragilizou a capacidade do Estado de continuarprotegendo o mercado interno e enfraqueceu aposição dos países periféricos no mercadointernacional (perda das vantagens comparativas).

Direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. A emergência da questão social como campo de

intervenção do Estado no mundo e no Brasil

Cidadaniaproduto do contrato social código de direitos e deveres estabelecidos entre os membros de uma sociedade, formalizados e garantidos pelo Estado.

THOMAS H. MARSHALL (1893-1981, Inglaterra) cidadania é “um status concedido àqueles que são membros integrais de uma comunidade”, no qual “todos (...) são iguais com respeito aos direitos e obrigações” (Cidadania, Classe Social e Status, 1950).

Classes sociais expressam diferenças e desigualdades da sociedade moderna;

Cidadania expressa a igualdade fundamental de cada indivíduo decorrente da sua condição membro participante de uma sociedade política;

Cidadaniaprocesso de aquisição cumulativo implicando restrições ao Estado, e inclusão de camadas cada vez mais amplas.

ARGUMENTO

O mercado, ao mesmo tempo, depende e reforça os direitosindividuais, como os direitos de propriedade e o direito aotrabalho. Por isso, fornece uma base para a expansão de umacidadania civil que torna as pessoas iguais perante a lei,independentemente do seu status.

Por outro lado, o mercado gera disparidades de riqueza individual,destrói as solidariedades comunitárias tradicionais queantigamente mitigavam a miséria, e aumenta a insegurançaeconômica do indivíduo.

A cidadania civil viabiliza a negociação dos direitos políticos, cujoexercício irá viabilizar a conquista de direitos sociais.

MARSHALL a cidadania social constitui, então, um meiopoderoso e indispensável de alcançar a integração social diante dasdesigualdades criadas pelas economias de mercado.

MARSHALLPrimeira Fase: século XVII e XVIII, ainda Estado Absoluto

Historicamente primeiro foram conquistados os direitos civis referidos à vida privada e ao mercadoesfera de autonomia privada, resguardada da intervenção do Estado, habilitando os indivíduos a contratar e participar do mercado:

Direito à segurança e integridade pessoal. Liberdade pessoal(de ir e vir, de não ser preso arbitrariamente, de

acesso e tratamento igual pela justiça). Liberdade religiosa. Liberdade de manifestação oral e escritaimprensa. Liberdade econômica (de contratar, de iniciativa, de ter propriedade,

etc)

Eram direitos generalizados, sobretudo, direitos “negativos”, que protegiam o cidadão contra as arbitrariedades do Estado e de outras pessoas.

Segunda fase (século XVIII-XIX): corresponde à passagem para a concepção do Estado Democrático de Direitodemanda da burguesia de estabelecer limites ao Estado e influir nas decisões do governo:Direitos associação e reuniãoDireito de votar (representação)Direito de ser votado para ocupar cargos públicos no

governo e no Parlamento

Direitos políticos : facultam e delimitam o papel do cidadão na organização política da sua comunidade. Inicialmente eram restritos, mas se expandem: gradual

supressão dos critérios de voto censitário; expansão do sufrágio, reconhecimento e fortalecimento dos partidos políticos, primeiro de notáveis, depois partidos de massa, etc.

Terceira Fase (século XIX, estendendo-se pelo século XX)direitos sociaisBismarckraízes do sistema de previdência moderno1873Século XX: Estado Previdência/Providência/Bem-Estar socialDireito ao trabalhoDireito à educaçãoDireito à assistência socialvulnerabilidadeDireito à previdência

Direitos universais, conquistados mediante lutas políticas dos trabalhadores direitos ao acesso a um conjunto de bens e serviços considerados indispensáveis para a vida digna e para a convivência social.

MARSHALL Não associa cidadania com revoluções. A cidadania resulta de processos das instituições (mercado, parlamentos, etc.). Usa uma abordagem de médio alcance, com foco nas instituições. Sua concepção foi criticada por ignorar as dimensões

raciais, de gênero e de desenvolvimento.

CHARLES TILLY(1929-2008, EUA) A cidadania surge e se expande porque aumenta a escala e o custo das guerras e, portanto, a necessidade de mobilizar diretamente as populações para as batalhasrecebem algo em troca da sua cooperação e desenvolvem sentimento de “pertencimento” à comunidade política.

RALPH DAHRENDORF (1929-2009, Alemanha, Inglaterra)a importância da cidadania social está em sua capacidade de se ampliar e se redefinir à medida que os padrões da sociedade mudam.

Isso significa que embora seja possível definir, com pequena margem de discordância, um padrão geral de direitos políticos e civis, não existem padrões reconhecidos de cidadania social, no sentido de um corpo de direitos e obrigações, já que estes tendem a refletir os padrões de determinadas sociedades em determinados níveis de desenvolvimento.

FASES HISTÓRICAS DA EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL E DA FORMAÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (VIANA, 1998)PRIMEIRA FASE: SÉCULO XVII AO SÉCULO XIX

Cenário Derrocada do feudalismo, ascensão do capitalismo;

Cercamento dos campos e exploração mercantil das

atividades agrícolas Migração campo-cidade;

Produção de manufaturas tear mecânico gera

desemprego entre tecelões;

Riscos Mendicância, banditismo, indigência, degenerescência

Políticas Lei dos Pobres, 1601

Nova Lei dos Pobres de 1834 Caridade Compulsória,

1650-1850 (subsistência/renúncia civis)

Assistencialismo

Alvo Pobreza, políticas caritativas e assistenciais

FASES HISTÓRICAS DA EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL E DA FORMAÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL(VIANA, 1998)SEGUNDA FASE: SÉCULO XIX AO INÍCIO DO SÉCULO XX:

Cenário Industrialização, necessidade de mão de obra

qualificada, sindicalismo de massa, aumento dos

quadros médios

Riscos Não-assalariamento, absenteísmo, revolução

sindical, agitação popular, crescimento do

socialismo

Políticas Seguro Social

Legislação Trabalhista

Assistência previdenciária

Aposentadoria Básica

Alvo Trabalho, sistema meritocrático e contratual, seguro

social lastreado pelo Estrado

FASES HISTÓRICAS DA EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL E DA FORMAÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (VIANA, 1998)TERCEIRA FASE: SÉCULO XX: 1930 A 1980

Cenário Crise do mercado nos anos 1920/1930, Duas guerras

mundiais, revoluções socialistas (Rússia/URSS,

China), Guerra Fria, planejamento keynesiano,

neocorporativismo

Riscos Não integração econômica, ruptura política, alienação

social

Políticas Sistema público de saúde de cobertura universal,

produção estatal de bens e serviços sociais

Alvo Cidadania, universalidade da cobertura social,

seguridade social ampla

CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL

1-Direitos Civis: durante todo o período do Império 1822até 1888 havia distinção entre homens livres e escravos.

2-Direitos Políticos: durante o Império vigorava o votocensitário, ou seja, o direito de voto, entre os homenslivres, era restrito àqueles que tivesse renda suficiente.

Com a Proclamação da República, em 1889, aboliu-se ovoto censitário, mas o voto ainda não era direito de todos:Menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos,soldados rasos, indígenas e integrantes do clero estavamimpedidos de votar.

CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL

Em 1932, pelo Decreto 21076, foi concedido às mulherescasadas e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria,o exercício de um direito básico para o pleno exercício dacidadania. Em 1934, as restrições ao voto feminino forameliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedadedo voto fosse um dever masculino. Em 1946, aobrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.Foi apenas com a Constituição de 1934 que os membrosdas ordens religiosas passaram a votar no Brasil.Os mendigos só passaram a ter direito devoto em 1946.Os analfabetos só passaram a ter o direito de votar em1985, mas não têm o direito de ser votados.Os militares só passaram a ter direito de voto em 1988,mas até hoje os conscritos, ou seja, os jovens que estãoprestando o serviço militar obrigatório, não podem votar.

Constituição do Império (1824): garantia o direito aos socorros públicos no artigo 179, inciso XXXI, e, a educação primária gratuita no artigo 179, inciso XXXII. A assistência social era desenvolvida na sua grande parte por associações privadas, muitas ainda de cunho religioso, outras antecessoras dos sindicatos.Constituição Republicana (1891): os direitos sociais não foram reconhecidos pela Constituição Republicana, que declarava não ser dever do Estado garantir tanto a educação primária quanto a assistência social.

A República também se esquivou de regulamentar os direitos trabalhistas – que junto aos direitos previdenciários – são os mais importantes dos direitos sociais.

Constituição de 1934: Constitucionalizou os direitos sociais, especialmente na área do trabalho, estabelecendo um Título referente à ordem econômica e social (Titulo IV)Constituição de 1937: estabeleceu o sindicato único, o imposto sindical, criou a Justiça do Trabalho. Decreto-lei 5.452 em 1o. de maio de 1943 consolidou as Leis do TrabalhoProblema inversão na ordem proposta por Marshall: Os direitos sociais foram introduzidos em momento de supressão dos direitos políticos e, sobretudo, não em decorrência da luta política organizada dos movimentos sociais, mas como benesse ou graça da chefatura do Poder Executivo da República

J.M.Carvalho “cidadania em negativo” raramente houve mobilização pela cidadania políticao povo assistia bestializado os eventos da Independência, da República, etc Somente havia mobilização reacionária contra perda de privilégios ou mudança das tradições.

Constituição de 1946 preservou os direitos sociais da CF anterior e aperfeiçoou a Justiça do Trabalho que não teve alteração até a extinção dos juizes classistas na década de 1990;

Estatuto do Trabalhador Rural de 1963 que estendeu os direitos previdenciários, trabalhistas e de sindicalização aos trabalhadores rurais, com poucos efeitos.

Pós-64 direitos políticos e civis foram suprimidos, o provocando retrocesso em alguns direitos conquistados durante o interregno democrático (1945-64) –principalmente, os direitos políticos –, mas os governos militares continuaram a enfatizar os direitos sociais como o governo Vargas.

1966: criado o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) que substituiu a estabilidade garantida aos trabalhadores que completassem mais de dez anos de serviço. 1966 criado INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) unificou todo o sistema de IAPs.

1970-73 universalização da previdência com a criação do FUNRURAL (Fundo de Assistência Rural), o qual garantiu aos trabalhadores rurais o acesso à Previdência Social, e a incorporação das empregadas domésticas e dos trabalhadores autônomos.

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Estado precede a sociedade e a Nação

Arranjo politico patrimonialista e centralizador

manutenção dos poderes do antigo regime

Implantação do capitalismo “por cima”e “para

fora”

Ordem excludente: instituições escravocratas

modernização conservadora

Características do processo de formação do Estado

brasileiro

BRASIL pré-CF/88Modelo de modernização conservadora excludente e seletivo

“Cidadania regulada”a proteção social baseadanão em um código de valores ou no pertencimento político, mas em um sistema de estratificação ocupacional, definido por norma legal.

Ficavam excluídos os trabalhadores rurais, os desempregados, sub-empregados e todos que, por mais regulares e estáveis que fossem, não tinham suas ocupações regulamentadas pelo Estado.

Proteção social vista como privilégio e não como direitoumasérie de trabalhadores (todos os autônomos e, principalmente, as trabalhadoras domésticas) ficava à margem dos benefícios concedidos pelo sistema previdenciário da época.

Os direitos de cidadania não resultaram da luta política dos movimentos sociais organizados, nem de processos de negociação nos quais a sociedade era protagonista. Resultaram, antes, da “concessão”, da “benevolência” do Estado, especialmente da pessoa que era “chefe” do Poder Executivo e de seus órgãos. As duas principais características deste sistema são a hierarquia e o paternalismo.

Corporativismohierarquia é característica normal de todas as sociedades, correspondendo à força política e capacidade de organização distintas de diferentes setores sociais.

Paternalismoexpresso na imagem trabalhada de Getúlio Vargas como "pai dos pobres“o Estado teria a função de cuidar do bem estar da população que permanecia fora do sistema produtivo e da sociedade organizada, que era a mais necessitada, do modo como os pais cuidam dos filhos menores ou as famílias tratam os deficientes, incapazes e os velhos.

BRASIL pré-CF/88 Estado Interventor desde 1930. Inicialmente caracterizado como Estado Desenvolvimentista. Aos poucos implanta políticas de bem-estar social segundo o modelo bismarckiano. Aproxima-se do tipo meritocrático ou conservador na tipologia do Estado de Bem-Estar Social. Característica distintiva: cidadania regulada.

Pós-CF/88Marcos da Ruptura da Cidadania Regulada: Aposentadoria rural e Universalização da saúde

O MODELO DE PROTEÇÃO SOCIAL ADOTADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.

O sistema de Seguridade Social implementado pela CF-88, mantém elementos do modelo bismarckiano, até então preponderante, agregando características do modelo beveridgeano de Seguridade Social.

Amplia o horizonte de atuação do Estado visando a promoção do bem-estar e justiça sociais para toda a sociedade, através de um sistema de proteção nas áreas de saúde, assistência e previdência social, que juntos integram a chamada Seguridade Social.

O objetivo final da Seguridade Social é a dignidade humana, expressa em diversos preceitos constitucionais, iniciando-se pelo primado do trabalho.

O trabalho constitui um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º, inciso IV da CF), sendo ainda considerado um direito social (artigo 6º da CF) e a base da ordem social (artigo 193 da CF), cujos objetivos são o bem-estar e a justiça sociais.

Um dos subsistemas da Seguridade Social, a Previdência Social, gira em torno do trabalho, já que o objeto de proteção previdenciária é a perda da capacidade laboral que, potencialmente, leva o indivíduo à indigência e, por conseguinte, à indignidade humana”.

Ao lado do primado do trabalho, outros dois elementos que configuram o conceito de dignidade humana são o bem-estar e justiça sociais, que implicam a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem de todos, objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º CF).

O bem-estar social consiste na existência de um padrão material mínimo suficiente para garantir ao ser humano um desenvolvimento digno. Como finalidade da seguridade social, o bem-estar social pressupõe a proteção à saúde, resgate das situações de miséria e marginalização, e garantias de proteção em face da perda ou redução dos ganhos provenientes do trabalho.

1)Sobre as políticas sociais brasileiras, é INCORRETO afirmar:

a)A despeito do debate público contemporâneo enfatizar a necessidade de focalizar os gastos sociais nos segmentos mais pobres da população, é possível identificar historicamente uma longa tradição de focalização como elemento central do modelo de políticas sociais lançado por Vargas e identificado como corporativismo-societal;

b)No âmbito do modelo corporativista instaurado na década de 1930, os instrumentos de política social eram utilizados como moeda de troca para assegurar o apoio político de categorias específicas da força de trabalho, beneficiando, assim, prioritariamente os grupos sócio-econômicos com elevada capacidade de mobilização política;

c)A exigência de um contrato formal de trabalho funcionava, até muito recentemente, como um dos principais obstáculos ao acesso universal dos cidadãos brasileiros a importantes programas sociais, como a aposentadoria, o seguro desemprego e o sistema de pensões;

d)Entre os diferentes itens do orçamento social brasileiro, o gasto público com educação é um dos que apresentam maior regressividade. Os dados mostram que 90% do gasto com educação terciária ou superior beneficia pessoas situadas entre os 40% mais ricos da população;

e)O sistema de aposentadoria que atende os trabalhadores da iniciativa privada (INSS) atende mais de 18 milhões de pessoas e gera um déficit anual inferior a 2% do PIB, enquanto os sistemas que beneficiam os aposentados do setor público atendem, em conjunto, menos de um milhão de pessoas mas geram um déficit aproximado de 3,5% do PIB.

2) - Sobre a emergência da questão social como campo de intervenção do Estado e a constituição dos direitos civis, políticos e sociais como parte dos elementos constituintes da cidadania na sociedade ocidental moderna, é possível afirmar que:

a) a questão social desencadeou-se primeiramente nos países em desenvolvimento, onde a passagem da comunidade tradicional e da economia agrária para a sociedade economicamente organizada em torno da atividade industrial representou o fim de uma concepção orgânica do Estado e da sociedade.

b) a par dos direitos civis, os direitos políticos reforçam a separação entre as esferas do Estado e da sociedade, essencial para assegurar a legitimidade e para evitar crises de governabilidade nas democracias liberais.

c) o exercício dos direitos civis, políticos e sociais no Brasil obedece a um padrão de cidadania regulada, no qual o reconhecimento desses direitos se dá de cima para baixo e seletivamente, conforme critérios específicos, entre os quais os de renda e raça acabam reforçando a exclusão social.

d) a conquista dos direitos sociais implicou, nos países desenvolvidos, uma ruptura das linhas demarcatórias entre a sociedade e o Estado e impôs a este último o imperativo de regular e intermediar os conflitos entre o capital e o trabalho.

e) os limites da intervenção pública visando responder à questão social encontram-se no conflito de racionalidade entre duas funções do Estado contemporâneo: assegurar condições favoráveis à acumulação de capital e garantir condições para a coesão e o consenso social.

3) Marshall (1964) apresenta uma importante contribuição sobre as

causas históricas de desenvolvimento da sociedade que culminaram no

crescimento do Estado de Bem-estar. Na coluna A, à esquerda, encontra-

se a fase histórica e na coluna B, à direita, o tipo de luta social

predominante:

Solicita-se relacionar a coluna A com a coluna B e assinalar a opção que

indica as relações corretas.

a) AI–BII; AII-BI; AIII-BIII.

b) AI–BI; AII-BII; AIII-BIII.

c) AI–BI; AII-BIII; AIII-BII.

d) AI–BII; AII-BIII; AIII-BI.

e) AI–BIII; AII-BI; AIII-BII.

AI – primeira fase BI – Luta pela conquista dos direitos civis (liberdade

de expressão, por exemplo).

AII – segunda fase BII – Luta pela conquista dos direitos sociais (como

educação, por exemplo).

AIII – terceira fase BIII – conquista dos direitos políticos (voto, por exemplo).

4)Ao longo dos últimos anos cresceu, no Brasil e no mundo, a percepção

de que o crescimento econômico não conduz, por si só, à erradicação da

pobreza absoluta. Atingir esse objetivo exige a formulação de políticas

específicas, fundamentadas num conhecimento mais aprofundado do

problema. A literatura sobre o tema aponta alguns pontos de consenso.

Os enunciados a seguir referem-se à questão. Identifique os corretos.

1) O número de pessoas consideradas indigentes é maior que o de pessoas

que passam fome porque a indigência é calculada com base na renda e não na

alimentação consumida.

2) Considerando a renda per capita, pode-se dizer que a pobreza no Brasil é

fruto da má distribuição da renda.

3) A pobreza é essencialmente rural.

4) A pobreza absoluta está diretamente relacionada à baixa escolaridade.

Em relação aos enunciados acima, indique a opção correta.

a) Estão todos corretos.

b) Estão todos incorretos.

c) Estão corretos 1, 2 e 3.

d) Estão corretos 2, 3 e 4.

e) Estão corretos 1, 2 e 4.

5)As políticas sociais brasileiras têm sido objeto de uma ampla

discussão, tendo passado por diversas reformulações com o objetivo de

ampliar seu alcance e eficácia. Apesar disso, muitos problemas

permanecem a desafiar os responsáveis por sua formulação. Entre os

enunciados a seguir, indique aqueles que se referem a problemas

identificados em estudos recentes sobre o Brasil.

1-As ações de política social tem falhado sistematicamente em alcançar os

segmentos mais pobres da população.

2-Os recursos não são suficientes sequer para produzir os efeitos

esperados junto à população-alvo.

3-A coordenação entre os três níveis de governo não é adequada, fazendo

com que a repartição dos recursos entre estados e municípios não

corresponda à carência efetiva.

4-Não há padrão de qualidade dos benefícios ou serviços prestados.

a) estão todos corretos

b) estão todos incorretos

c) estão corretos 2, 3 e 4

d) estão corretos 3 e 4

e) estão corretos 1, 3 e 4

6)Os indicadores sociais brasileiros refletem alguns avanços significativos na ampliação dos serviços públicos e na qualidade de vida da população, fato reconhecido por organismos internacionais como Banco Mundial, Unicef e Unesco. Os mesmos indicadores, entretanto, mostram que persistem desafios importantes. Os enunciados a seguir se referem a esses desafios.

1-É preciso focalizar melhor os recursos disponíveis. 2-É preciso concentrar os esforços nos programas e ações mais eficazes em termos de redução das desigualdades, em particular da pobreza absoluta. 3-É preciso melhorar os procedimentos de cadastramento e fiscalização dos programas. 4-É preciso estimular a participação dos beneficiados pelos programas na execução e fiscalização dos mesmos como forma de aumentar a eficiência e promover o desenvolvimento da cidadania. 5-É preciso planejar a transição de medidas compensatórias de curto prazo para programas sustentáveis de inclusão social.

Em relação aos enunciados acima você diria que:

a) estão corretos 1, 2, 3 e 4b) estão corretos 1, 3 e 4c) estão corretos 1, 2, 4 e 5d) nenhum está corretoe) todos estão corretos

7)O processo de desenvolvimento social no Brasil, especialmente no período entre as décadas de 1930 e 1990, torna-se mais compreensível à luz do conceito de cidadania regulada, cujos principais elementos estão enunciados abaixo, EXCETO:

a)Trata-se de um conceito de cidadania fundado em um sistema de estratificação ocupacional, estabelecido por norma legal, definindo-se como cidadãos os que exerciam ocupações reconhecidas e definidas em lei.

b) A extensão da cidadania se fazia estritamente, primeiro, via regulamentação de novas profissões/ocupações; e, em seguida, pela ampliação do escopo dos direitos associados a estas.

c) O limite inferior desse sistema – o campesinato - era representado por uma massa de ocupações difusas do meio rural, impermeáveis à regulação, portanto, um conjunto de pré-cidadãos, sem o requisito fundamental de pertencimento cívico.

d) O limite superior do sistema – os proprietários em geral – também não tinha definição no sistema de estratificação ocupacional, sendo sua cidadania referida ao código de valores políticos e em direitos historicamente adquiridos pela burguesia.

e) Marcos relevantes do rompimento da cidadania regulada no Brasil são as políticas de previdência rural e a universalização do acesso à saúde, que desvincularam o exercício dos direitos do exercício de atividades ocupacionais.

GABARITO

1-A

2-A

3-C

4-D

5-D

6-E

7-D