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Introducao

Há quem pense que a vida é sempre igual: nascer, viver, morrer. Essas pessoas talvez não saibam que entre o nascimento e a morte nós passamos por vários ciclos, cada um com um movimento, características, desafios e impulsos, que nos colocam diretamente no fluxo de crescimento.

Neste livro eu quero ajudar você a aproveitar o máximo de cada fase da sua vida. Para isso, você saberá quais são as características do seu momento atual, os pontos fortes, os 2 principais desafios que podem te tirar da rota de sucesso, o grande aprendizado oculto e abordarei dicas práticas e objetivas para que você contorne os principais problemas emocionais.

Eu me dediquei para que, nas próximas páginas, você encontre informações que facilitem a sua trajetória de vida, sem perder o objetivo central, que é cumprir a sua missão individual e coletiva.

Viver cada momento como único faz toda a diferença em nossa vida. Saber o significado da nossa existência nos faz sentir a sacralidade dos acontecimentos, ampliando a nossa capacidade de expressão e atuação no AGORA.

Espero, do fundo do meu coração, que este livro contribua para a compreensão do que está vivendo e que lhe ajude a abstrair o melhor da sua fase de vida.

Abraços,

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Pergunta chave: Experimentei meus limites?

Busca chave: O que o mundo tem a me oferecer?

Características:

Para introduzir esta fase, vou fazer uma rápida alusão ao nascimento de um bebê.

O bebê está lá, dentro do útero materno, pronto para sair para o mundo. Até então, esteve completamente protegido pela mãe, sem contato nenhum com o externo.

De repente, logo quando vem ao mundo, chora. O choro é de medo, afinal, que mundo é esse?

E ele começa assim a sua grande vida.

Nesta fase dos 21 aos 28 anos, na maioria das vezes, o jovem acaba de sair da proteção quase que total dos pais: o conforto do lar, a comodidade, a rotina da escola, afazeres da educação e tudo o mais, e parte para o mundo real: cheio de competitividade, movimento, agilidade, perspicácia e impulsos externos.

Esse cenário assusta, não?

É assim que o jovem de 21 até os seus 25/26 anos vê a vida: uma grande selva e salve-se quem puder!

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Essa fase é transicional, de adaptação e apreensão [apreender – ele aprende com o mundo e faz algo com isso]. É aqui que se inicia a autoeducação e a autorreflexão.

Vamos lá, voltando ao nosso bebê. Ele usa toda a sua criatividade para descobrir o novo mundo. Assim é com o jovem nessa fase. Apesar das oscilações emocionais que são extremamente características, ele está imbuído da vitalidade infantil e da maioridade iniciática.

A força que este jovem tem de ação [o exemplo de um bandeirante cai bem aqui] é gigantesca, e a experimentação curiosa o leva a fazer de tudo um pouco, como uma abelha que suga o néctar de todas as flores e depois some na colmeia para a produção do mel. Assim o jovem vai para o mundo e, de forma latente e imperceptível, forma o líquido condutor da sua real personalidade...

Todos os impulsos externos são absorvidos nesta fase como em nenhuma outra. A pessoa age e reage ao externo, na busca de se provar enquanto indivíduo. Há uma briga entre quem sou e quem quero ser [ou aparentar para o mundo que sou]. Com isso, cria-se a persona: máscara social que o jovem reveste-se para enfrentar o mundo selvagem.

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Por vezes essa persona pode levar a rigidez: querem apresentar tanta segurança, que os engessam.

Por vezes podem se deixar envolver com drogas, por não terem a certeza de quem são, o que querem ou mesmo como agir.

É nesse momento que ocorre, muitas vezes, a cisão com os pais: querem a libertação dos padrões passados, para, então, encontrarem o seu caminho [passam-se por rebeldes já que não possuem a maturidade necessária para expor os seus paradigmas e nem força interna para tal]. Essa fase é voltada ao externo: o que vão pensar de mim e como passo a melhor imagem possível. Isso coloca a pessoa diretamente na mão dos eventos externos:

- Se o chefe os elogia, bingo! É hora de comemoração e o sol raiará mais potente amanhã.

- Se o chefe os critica, ixi... É motivo de tristeza profunda [há jovens que entram em depressão] e amanhã o dia nascerá cinzento e terá chuvas tórridas.

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Esse looping de emoções é mais do que normal nessa fase.

O que lhes traz mais segurança e sinaliza o caminho certo são os resultados que obtém de suas ações. É claro que esse é um sinalizador palpável em qualquer fase, mas nesta, como ainda são reféns do externo, é crucial para a autovalorização e autoconfiança.

Quando o jovem bate os 28 anos, entra no que chamo ‘a crise dos talentos’: o quanto conseguiu concretizar com os próprios recursos.

√ Tem emprego fixo?

√ Tem posição boa no trabalho?

√ Está sendo bem remunerado em comparação aos amigos?

√ Está em algum relacionamento?

Enfim, se alguma área não está 100% como planejou, a crise dos talentos toma conta do jovem e os questionamentos são inúmeros.

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Ponto Forte

Vitalidade | Força de Ação | Curiosidade | Exploração de Novas Possibilidades

2 Desafios Principais

Aprender com o looping das emoções

Sair da persona e entrar na expressão livre de si mesmo

O Grande Aprendizado

Eu construo a minha individualidade com humildade e predisposição em aprender.

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Dicas Práticas

√ Quando vier o impulso da resposta cortada a alguém, repita mentalmente:

EU NÃO SOU O ÚNICO E NÃO SEI DE TUDO.

Eu sei que as emoções vem como vulcão prestes a entrar em erupção. E sei também que você se sente o máximo, pois está nessa busca da individualidade. Mas vamos com calma, você só está começando.

√ Quando vier a tristeza pela crítica, repita mentalmente:

EU TENHO PERFEITA CAPACIDADE E A INTELIGÊNCIA DA VIDA IRÁ ME MOSTRAR.

É realmente duro receber críticas. A maturidade é desenvolvida com o tempo, mas em qualquer idade devemos saber que somos perfeitos do jeito que somos. Nem Jesus agradou a todos, imagine você. Críticas e elogios virão, e o quanto antes você encará-los como degraus de crescimento, mais logo alcançará a verdadeira liberdade.

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Dicas Práticas

√ Quando vier o impulso da comparação, repita mentalmente:

CADA UM É DE UM JEITO E NINGUÉM É MELHOR QUE NINGUÉM.

Se comparar é uma das coisas mais tolas que fazemos. O meu contexto de vida é diferente do seu, a comparação é sempre injusta.

√ Quando o que você fez não deu certo [ou seja, você acha que fracassou], repita mentalmente:

O FRACASSO É SOMENTE UM PONTO DE VISTA. A VIDA É MAIS AMPLA QUE ESSE FATO.

Fracasso e sucesso dependem do que você compreende por isto. Para você, sucesso pode ser conquistar a casa dos sonhos, para outra pessoa pode ser ir viajar para Paris. De qualquer forma, a única pessoa que julga os seus fracassos é você mesmo. É aqui que você se imbui de toda a sua capacidade de exploração e vai com garra em busca do novo. Reúna a sua vitalidade e criatividade e vá descortinar outras coisas. Tem muito o que ser aprendido aqui fora.

Pergunta chave: Como organizar minha vida?

Busca chave: O que eu tenho a oferecer é recebido pelo mundo?

Características:

Essa fase eu costumo chamar de Fase da Alma, duelo constante entre razão e sentimento. Já vou explicar melhor...

Estamos saindo da crise dos talentos, lá com os 28 anos. A sensação de ‘donos do mundo’ dá lugar ao vazio, angústia e insatisfação. É quando vem aquele baque da vida que avisa:

“Opa, vamos com calma, cidadão! Você não é tudo isso.”

Há uma briga entre juventude e maturidade, entre o impulso e a responsabilidade: daí que surge o vazio...

A fase anterior é caracterizada pela preparação e enfrentamento. Esta, pela atuação.

Estamos falando agora de homens e mulheres, de fato, com conteúdo intelectual, vivencial e experiencial de sobra para atuarem na vida com mais

firmeza.

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Aqui o foco é na realização, na concretude, na ‘mão na massa’. Assume-se muitas coisas, abraça-se tudo quanto pode e mais um pouco. A vitalidade atinge um dos maiores picos até então, mas não como nos 20 e poucos, onde era voltada para a descoberta, mas voltada para a conquista do seu espaço no mundo: casa, família, êxito profissional.

O externo não preocupa tanto, pois já está imbuído da potência e reconheceu o seu valor. Isso pode, inclusive, fazer com que a pessoa não aceite opiniões contrárias...

Sabe quando você tem certeza das coisas? Você não ouviu falar, mas viveu, então é certo. Essa certeza pode ser um tiro no pé, pois a pessoa se fecha na razão e não pondera com os sentimentos.

Daí advém a firmeza obscurecida pela autonomia racional extremista em detrimento da maleabilidade sentimental. A plenitude física e intelectual que se encontram ajudam nesse asfixiamento do sentimento. Isso transforma a pessoa nessa fase um tanto quanto ditatorial... Claro, isso se não for contrabalanceado com a tolerância, dedicação e respeito ao próximo. 14

O homem pode focar em demasia no trabalho e fica sem paciência para as conversas sobre a relação que a mulher traz.

A mulher pode se envolver de forma prioritária com a casa e os filhos, tornando-se a rainha do lar, governando seu próprio castelo [mesmo se a mulher trabalhar fora de casa].

Dentro deste exemplo, claramente se vê a ruptura do sentimento.

Em um nível mais crítico, há competitividade entre o casal, de forma reprimida, principalmente se um alcança um nível de estabilidade profissional mais elevado que outro [o que é comum acontecer].

Nesta fase desponta o discernimento certeiro: sabe-se priorizar, não perde-se tempo, foca em uma possibilidade e a segue. Todas as experiências desembocam em segurança e autoafirmação.

É a fase central da ordem e dos planos. Planeja-se muito [razão muito forte], pois se pensa com o intelecto e não com o sentimento o que propicia maior clareza dos fatos.

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O questionamento é: como o mundo está organizado e como eu posso organizar a minha vida?

Se você estiver com 33 anos, celebre! Esta é a idade crística, onde existe o impulso transformador: você está com a faca e o queijo na mão para o renascimento. É preciso uma análise sobre os valores construídos e a cartilha de

conduta. Se forem condizentes com o que acredita, analise de novo. Esta idade é marcada pela morte e renascimento no campo das convicções

e estruturas [geralmente este processo vem acoplado com muita dor, pois há rupturas: falência, divórcio, etc.]. Vasculhe, certamente encontrará atitudes, falas, valores profundos que querem ir embora para dar lugar a individualidade madura, voltada

a sua evolução e benefício do todo, não mais unicamente a serviço do ego mecânico.

Essa fase é como uma árvore frondosa. Raízes firmes, tronco grosso, estrutura sólida, vigor na fotossíntese das possibilidades para a colheita dos frutos que virão.

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Ponto Forte

Foco | Determinação | Vitalidade | Concretização Material

2 Desafios Principais

Integrar razão e sentimento

Desenvolver a compreensão e o respeito pelo caminho alheio

O Grande Aprendizado

Eu construo a estrutura da minha vida com flexibilidade.

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Dicas Práticas

√ Ao primeiro sinal de desentendimento com alguém, repita mentalmente:

ELE/ELA PODE TER UMA OPINIÃO CONTRÁRIA A MINHA. O QUE POSSO APRENDER COM ISSO?

Saia um pouco do autoritarismo. Pode ser difícil, pois afinal, você está sempre certo... [entenda a ironia, por favor]. Ninguém, ninguém mesmo, sabe tanto que não tenha mais o que aprender. Traga um pouco da máxima de Sócrates “Só sei que nada sei.” E a vida ficará bem mais divertida e leve.

√ Quando algo sair fora do seu script, repita mentalmente:

A VIDA É LEVE E FLEXÍVEL. DE ENGESSADAS JÁ BASTAM AS PAREDES DA MINHA CASA.

Não é verdade? É ótimo planejar e traçar metas. É ótimo ser objetivo e focado. Mas tudo isso em demasia, sem enxergar o outro [principalmente o parceiro/

parceira] é tirania! Diga não urgentemente a falta de flexibilização. Sua mulher reclama que você trabalha demais? Abra o seu coração e dê um

pouquinho de atenção... Seu marido trabalha demais e você se sente ‘deixada para lá’? Abra o seu coração e entenda que ele está na busca da estruturação sólida da vida. Esses são só exemplos.

A mensagem aqui é: intensidade com moderação. 18

Dicas Práticas

√ Se você estiver com 33 anos e a ruptura é nítida, repita mentalmente:

EU ACEITO A DOR COMO CAMINHO PARA O MEU RENASCIMENTO E ABSORVO O IMPULSO CRÍSTICO PARA A TRANSFORMAÇÃO LIBERTADORA.

Aqui muito provavelmente terá dor. Ela é inevitável. Nós, seres humanos, quebramos a casca do ego com dor, então deixe vir! Os galhos da sua árvore da vida já são grandes suficientes e aguentam um temporal. Quando passar, você verá o Sol que irá brilhar e caminhará feliz pela grama molhada, como um vencedor. Até as maças [se sua árvore for uma macieira] serão mais doces.

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Pergunta chave: Houve a coragem de fazer as mudanças?

Busca chave: O quanto eu sou flexível a este mundo?

Características:

O corpo é sábio. Ele denota com maestria as fases da nossa vida. Aqui o corpo começa a ser sentido, pois a vitalidade cai um tiquinho. Coisa pouca, nada drástico, mas a percepção de tempo e vitalidade é percebida com muito mais facilidade.

Essa é fase do movimento da consciência. A rigidez corporal dá lugar ao início da emancipação espiritual. Uma vez que já nos preparamos, já enfrentamos, já focamos, já estruturamos, o processo de vida nos conduz ao início da reflexão existencial.

Aqui vivenciamos dois pólos distintos: vitalidade física e consciência.

A onipotência das fases anteriores não faz mais jus. O externo dá lugar ao interno. O que pensam e o que falam já não tem tanta importância assim [ufa!].

O invólucro de defesa da persona que criamos lá atrás com os 20 e poucos anos é naturalmente aberto e descartado. 21

Bem aventurado quem consegue edificar-se com este movimento de mudança libertadora!

Caso contrário, a rigidez da fase anterior se incrementa, alimentando o bichinho da crítica...

√ Crítica ao marido/esposa...

√ Crítica aos filhos...

√ Crítica aos amigos...

√ Crítica ao trabalho...

√ Crítica a vida...

Não é nada fácil conviver com este juiz ambulante.

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Isso acontece quando não se consegue trazer para a própria vida a consciência adquirida e a transfere para fora. É como estar usando óculos [ou binóculos] que não perde um detalhezinho sequer do outro, mas sobre si mesmo... pffff, nada de nada.

A pessoa nessa fase tem uma clareza maior e consegue enxergar as situações de forma mais ampla, [principalmente a sua missão de vida] mas, por algum motivo, negligencia [consciente ou inconscientemente] o autoconhecimento e usa todo o potencial da verdade que se abre para ver as imperfeições alheias. Que pena! Este é um dos momentos mais incríveis no desenvolvimento humano: ego fora,

consciência dentro...

Pode haver aqui uma crise de autenticidade: o fato de abandonar o ego e não ter que viver sob nenhum papel [não vê mais sentido

nisso] pode ser estranho no começo...

A mulher, normalmente já está com os filhos mais crescidos e pode sentir a necessidade de novas aventuras, trabalhar fora, trocar de emprego, voltar a estudar, etc.

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O homem pode ir para um pólo bem oposto, e envolver-se com bebidas, mulheres e até gerar uma competição com os filhos [a mulher a mesma coisa]. Nada declarado, mas muito sentido...!

Aqui também há o início de certa liberdade espiritual: entra-se na importância da doação, fazer não só para si e para os seus, mas para todos. Quando isso acontece é hora de brindar! O movimento da consciência se abre para a vocação do serviço. É quando se ascende a própria luz.

Os 37 anos representam um ponto importante. Aqui é preciso que fique bem claro quais são as suas intenções perante os outros e quais são os seus limites. Aliás, colocar limites e reconhecer o seu ritmo de vida é fundamental. Feito isso, sua missão de vida clareará, sua intuição virá à tona mais fortemente e a convicção dos passos a serem realizados virá até você.

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Ponto Forte

Consciência Ampliada | Visão Aguçada | Fortalecimento do Interior

2 Desafios Principais

Aceitação do desgaste físico

Reconhecimento do ritmo adequado

O Grande Aprendizado

Eu aceito o vivido e estou aberto às reflexões.

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Dicas Práticas

√ Quando se perceber crítico demais, afirme mentalmente:

EU TENHO O MOVIMENTO DA CONSCIÊNCIA A MEU FAVOR. EU OLHO PARA MIM E O OUTRO OLHA PARA ELE.

Por detrás da crítica há a tentativa desesperada de fugir de si mesmo. Mesmo na crítica mais pequenininha e boba, você está pegando toda a nitidez de vida que adquiriu e usando-a do lado reverso. É como uma arma apontada para a sua cabeça. Você tem uma potência linda para desenvolver e vai ficar perdendo tempo olhando a vida alheia? Eles cuidam dos detalhes deles e você cuida dos detalhes da sua vida, combinado?

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Dicas Práticas

√ Quando se incomodar com a queda de energia ou falta de vitalidade, afirme mentalmente:

O MEU CORPO ME SINALIZA QUE O MOMENTO É OLHAR PARA MIM MESMO E NÃO PARA FORA.

É isso aí. O corpo fala. Se você está doente, é certo que você atraiu a sua doença com atitudes e comportamentos. Neste caso, a falta de rigidez do corpo lhe sinaliza a flexibilidade da alma. É hora de voltar a sua atenção a sua construção interior e fazer disso um objetivo e não uma fuga. Meditação e yoga são boas atividades.

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Dicas Práticas

√ Você se percebe na crise de autenticidade? Não está mais reconhecendo quem é ou quais são as suas potencialidades? Repita mentalmente:

O MEU MOMENTO É O DE LIBERDADE ESPIRITUAL. EU RESPEITO A MINHA ESSÊNCIA.

Você já tem vasto conhecimento de mundo e, certamente, com absoluta certeza, se desenvolveu. Pode ser difícil enxergar, mas tente contar a sua história na terceira pessoa. No meu caso seria: ‘A Maura tinha isso aos 20 anos e se desesperou com aquilo, mas em contrapartida aprendeu isso e mais isso.”. Conte a sua história inteira

para um amigo imaginário e anote em um caderno os aprendizados. Você verá que sabe muito e que se aprimorou em talentos. É só coloca-los em ação, junto a consciência adquirida e alçar voos de

felicidade.

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Pergunta chave: Consigo me expressar no mundo?

Busca chave: Qual é a minha verdade de alma?

Características:

Bom, aqui o declínio físico é inevitável. Mesmo querendo tapar os olhos, o cansaço será maior e a aparência física irá mudar.

Há os que se importam com isso e correm para as plásticas e academias na busca pelo resgate do corpo perfeito e há aqueles que não se abalam muito com isso. Mas a maioria pertence ao primeiro grupo...

Essa fase é como uma segunda adolescência. Não é raro a mulher querer engravidar, se envolver com homens mais novos e os homens comprarem o carro do ano. Esse comportamento anuncia a busca por uma identidade e negação do envelhecimento [fase crítica para as mulheres, que entram na menopausa, explicitando ainda mais o tempo passando].

A mulher dos 42 anos borbulha na questão da sexualidade. Já não há mais tabus e a alteração hormonal promove o aumento da libido. Olhando por este lado, uma mulher de 42 se afina muito bem com um homem mais jovem [sexualmente falando].

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Há confrontação tremenda com a nossa sombra: aquela parte difícil de enxergar e admitir, aquele ‘defeitinho’ que antes nem dávamos bola, mas que agora é latente e cresce exuberante, na tentativa [talvez frustrada] de se tornar perceptível.

Ocorre que aqui não há titubeios. O que é, é, e o que não é, terá que ser. Não tem mais a brincadeira de se autoconhecer naturalmente. Isso não será mais suave como nas outras fases. O autoconhecimento e a descoberta interior é crucial para a

aceitação da vida e desabrochar da beleza do ser.

A sombra desponta aqui e normalmente está camuflada na crítica ou irritação com o parceiro, com o chefe, com os filhos... E isso se torna

tão difícil de lidar pois está diretamente ligado aos aspectos pessoais não resolvidos. É como se, ao olhar para cada um deles, você visse a

si mesmo [como num espelho]. A irritação é sintomática. Se irritou com o outro? Se irritou consigo mesmo.

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Nesta fase começa um comichão interno pela descoberta do prazer. O que você faz que lhe propicia realmente diversão e alegria? Parece que a vida entra numa monotonia e o espírito urge por mudanças. Na verdade, sua alma, seu espírito, seu corpo, VOCÊ clama por mudanças e, de fato, pressente essa transformação.

Alguns vão lá, atrás das plásticas e ficam insanos na busca do corpo perfeito, como se isso fosse uma alforria de liberdade.

A má notícia é que, se você se enquadra neste cenário, sinto lhe dizer, mas você está tapando o sol com a peneira. É claro que, exercitar o corpo é algo que deve ser feito e que é preciso cuidar da aparência. Mas não no pólo negativo, onde isso vira obsessão.

A boa notícia é que você está lendo este livro agora e pode transformar essa realidade. 32

O interesse se voltará fatalmente a aproveitar a vida. A pessoa vai mais direto ao ponto, ao que realmenteinteressa, e não se importa exageradamente com as formalidades.

Esse momento se caracteriza pelas metas espirituais [leia-se espirituais pelas ações voltadas ao espírito, à benevolência] – elas são o desafio desta fase.

As questões normalmente giram em torno de:

√ Estou desenvolvendo alguma criatividade nova? Em que área?

√ Como está meu casamento? E meus relacionamentos?

√ Como está a minha relação com os meus filhos?

√ Estou procurando ou já encontrei um novo lazer para esta fase?

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Percebe que a mudança e reflexão andam de mãos dadas?

Pois é, meu amigo, essa é a fase social, onde tudo que foi angariado é ampliado e expresso livremente, pois se enxerga a vida como um grande panorama, sendo

possível a análise profunda sobre as relações de cada peça

do grande quebra-cabeça central: a própria vida.

Nesta fase há o risco de se agarrar ao que se tem,

desesperadamente. Isso ocorre pela insegurança... Há certo pavor em abrir mão de conceitos, valores e papéis. Quando a pessoa resiste a mudança latente, a vida inteligente

lhe traz dor. Normalmente é com muita dificuldade e

sofrimento que, de rígido e severo, o homem [ou a

mulher] germina a coragem e abre-se para a doação

e distribuição dos seus talentos, que dá acesso

livre ao portal reluzente e convidativo do altruísmo

transcendental da existência.

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Por fim, o ponto mais importante desta fase é a

sua relação com o mundo e com aquilo que

você considera ser a sua missão de vida. A

manifestação e execução dos seus talentos caem

muito bem aqui: compensam a perda da vitalidade

física, e dá respostas que encurtam a pergunta:

√ O que me dá prazer?

A sua vitalidade é reestabelecida na medida em

que você afina pensamentos, sentimentos e ações

altruístas [essa é uma dica poderosa...]. Quer ir

longe? Ajude, engaje-se no outro, use a visão

ampliada que adquiriu e vá a campo na transformação não só da própria vida,

mas na transformação alheia [atenção: não fique restrito somente aos seus].

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Ponto Forte

Doação | Altruísmo | Visão Ampla | Desenvolvimento da Consciência Elevada

2 Desafios Principais

Estabelecer metas espirituais

Integrar a sua sombra à sua personalidade, de forma harmoniosa

O Grande Aprendizado

Eu desenvolvo uma nova consciência de quem verdadeiramente sou, tenho a visão ampla e distribuo os meus frutos de forma altruísta.

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Dicas Práticas

√ Quando bater aquele medinho de envelhecer, repita mentalmente:

A MINHA FASE DE VIDA REÚNE TODOS OS MEUS APRENDIZADOS E VIVÊNCIAS, REVERBERANDO NATURALMENTE NA EXPRESSÃO DO MEU SER.

Eu concordo que ver o corpo envelhecendo pode não ser agradável. Mas isso nos remete a instabilidade dos momentos

e da vida. Vivenciar o envelhecimento do corpo é vivenciar na prática o desapego. Você pode pensar: “Ah, Maura, me

poupe, ninguém merece envelhecer!”. Eu te respondo: sim, nós merecemos. Estamos ainda tão aprisionados ao ego e a persona que

o envelhecimento vem como bálsamo divino para nos alertar que o mais importante não é a casca, mas a essência.

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Dicas Práticas

√ Se as relações estiverem desgastadas, principalmente com o cônjuge, repita mentalmente:

EU PROJETO NO OUTRO QUEM SOU. A MENSAGEM DE CRESCIMENTO É REVELADA A MIM NO TEMPO DEVIDO.

O cenário dos relacionamentos na sua vida é reflexo direto em quanto você está aceitando ou não a si mesmo. Se eles vão mal, alto lá! Volte o olhar para si e veja porquê exatamente aquilo te incomoda. Você verá que, surpreendentemente, de uma maneira ou de outra, você tem agido igual. Para ter essa sacada você precisa se distanciar da emoção: não aponte o dedo, simplesmente escreva os fatos que o aborrecem e reflita quando você agiu de forma parecida.

- Se você sente urgência em viver, repita mentalmente:

EU SOU UM SER COMPLETO E PERFEITO. TUDO O QUE A VIDA ME ENSINOU ATÉ AQUI FOI PRODUTIVO E ÚTIL AO MEU CRESCIMENTO INTERNO E EXTERNO. Você é perfeito. Agora pode bater aquela urgência de viver e ela é natural, afinal você está imbuído de toda a criatividade para o novo. Coloque-o em ação. Busque o hobby perfeito. Pode não ser tão fácil encontra-lo, mas você precisa sair do pensamento e entrar na ação...

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Pergunta chave: Como passar a experiência vivida?

Busca chave: O que eu deixo no mundo?

Características:

Entramos na fase da sabedoria!

Há uma metamorfose interessantíssima: toda a experiência de vida até então é reverberada e transmutada em sabedoria.

O desenrolar do novelo da vida propicia associações e insights como em nenhuma outra fase: a pessoa ganha a capacidade natural de observar os momentos vividos montando a biografia serena e fidedigna.

Aprende-se [finalmente] a se sintonizar com a voz interior fluidicamente. Tende-se a investigar solenemente o externo com a intenção de detectar o movimento interno necessário. Nesta fase desabrocha a consciência que transcende:

√ O que o mundo precisa de mim?

√ Como posso passar as minhas experiências? 40

O crivo afiado do “faço isso e aprimoro minha vida” dá espaço ao vasto e aconchegante “fiz e aprimoro a vida da humanidade”.

O equilíbrio entre o externo [o que o terreno fértil da Terra Universal me facultou] e o interno [o que absorvi a partir das experiências vividas] baila graciosamente, ditando um novo refrão que ecoa em cada célula da alma:

“Não importa o que eu quero realizar, mas o que os outros demandam de mim”

É uma fase expansiva: sai pela porta dos fundos a conquista unilateral egoística e descortina o portal do compartilhamento orgânico, espontâneo e instintivo.

Claro. Isso se você aproveitar este movimento espiritual. Caso contrário, teremos pais tiranos que não admitem que os filhos trilhem o seu próprio caminho, simplesmente porque não pode-se colocar a perder o que construíram. Homens e mulheres trabalhando muito mais do que podem [e é saudável nesta fase] na tentativa infrutífera de provar a si mesmo e aos outros que ainda tem o vigor dos 30 e poucos anos. 41

Pode-se sentir, nesta época, um vazio, que muitas vezes é preenchido pelo trabalho exacerbado. Imagine uma máquina que vai pifar, porque a demanda é tanta e é preciso tanta energia e rapidez, que não aguenta e pifa. É assim, na maioria dos casos, que as pessoas dessa idade atraem doenças: simplesmente por não respeitarem o próprio ritmo.

Desenvolver ritmo é fundamental e imprescindível. Reconhecer os limites é crucial. A capacidade intelectual está a mil por hora e a física a 500 por hora. É

um sinal, não é? Mais óbvio que isso só quando o copo transborda e molha tudo ao redor [ninguém quer pisar no molhado, então desacelere!].

Se você está doente, por favor, reorganize-se já! Coloque limites agora. Com certeza a doença que expressa seu corpo físico teve início

no não reconhecimento do meio termo. Cavalo desenfreado até combina com os 20... até os 30 anos, mas aqui não mais [não mais mesmo!].

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A mulher pode cair na vala de achar que nunca teve tempo para nada e que agora é tarde. Pode pensar que, como já fez muito pelos outros [é o que ela pensa...], deve agora ser servida. Cuidado, aqui há tendência de manifestar a vontade de aparecer como única boa mulher na face da Terra: “olhem para mim, aqui estou, já fiz isso e aquilo, agora, moralmente, é seu dever fazer isso e aquilo para mim e/ou comigo.”.

A tão conhecida vitimização pode entrar em cena, tanto nos homens quanto nas mulheres.

Nos relacionamentos amorosos, a força sexual ganha nova qualidade, levando o casal a desenvolver e aperfeiçoar novos valores e novos conceitos. A ação instintiva volta-se para o enlace da compreensão, reforçando a fidelidade, no nível íntimo do companheirismo.

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Como aqui o movimento espiritual é expansionista e propício para o desenvolvimento da sabedoria, quando atuamos no pólo positivo, nos tornamos:

√ Chefes bondosos, compreensíveis e desejosos de instruir os que estão começando.

√ Mães conselheiras, com o foco na orientação e não na educação enfática.

√ Amigos fiéis e devotos na dimensão projetável do eterno.

√ Pessoas solícitas, que buscam decifrar a necessidade dos demais e como ajuda-los.

√ Pessoas criativas e não impulsivas.

√ Pessoas que delegam, e com isso, bons líderes.

√ Líderes silenciosos: aumenta a inteligência do ‘ouvir mais’ e atém-se quando lhe perguntam algo.

Encerro as características com o decreto do "bom vivant desta fase:

“Minha vida é a minha filosofia“44

Ponto Forte

Sabedoria | Criatividade | Ponderamento | Expansão

2 Desafios Principais

Desenvolver o ritmo das atividades Encontrar o equilíbrio entre o interno e o externo

O Grande Aprendizado

Eu encontro a maneira sábia de passar meus conhecimentos e experiências a quem quer que necessite. Desenvolvo a escuta perfeita e presto atenção ao que me é perguntado.

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Dicas Práticas

√ Quando o vazio chegar e você se afundar no trabalho, repita mentalmente:

O RITMO QUE O MEU MOMENTO DE VIDA ME PEDE É TRANQUILO E SERENO E EU ME SINTONIZO COM A CADÊNCIA DO SERVIR.

Lembre-se que o foco aqui não é trabalhar para conquistar bens materiais ou status profissional, e sim para transmitir conhecimento e compartilhar o que aprendeu. O trabalho exerce nova função, de desenvolver e expandir suas qualidades adquiridas. Se entregar a excitação ilusória do ter, da conquista pela conquista, revela-se a fraqueza. A sua força é restabelecida através do reconhecimento do já feito. Nunca é pouco e nunca é muito. Sempre é o melhor que você pôde e pode hoje.

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Dicas Práticas

√ Quando sentir que nada tem a contribuir para o mundo, repita mentalmente:

EU SOU UM ESPÍRITO PERFEITO E TUDO ME FOI DADO DE FORMA GRACIOSA. EU ACESSO A MINHA TRAJETÓRIA E EXTRAIO O MELHOR DELA COM SABEDORIA.

Todos nós, sem exceção, temos o que contribuir para o mundo, independentemente da idade. Todos temos um PARA QUE. Este PARA QUE se metamorfoseia ao longo da vida, e nesta fase você consegue se conectar a isso pela análise da sua biografia. A dica aqui é se esforçar para perceber o “para quê”. O “porquê” te coloca no passado: porque fiz

isso? Porque aconteceu aquilo? – e o “para quê” no presente/futuro próximo. Primeiro, repita a afirmação acima 3 vezes,

respirando tranquilamente entre elas. Segundo, serene por alguns instantes, e perceba a primeira imagem e sensação acopladas. Ali estará o seu “para quê”.

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Dicas Práticas

√ Quando se ver apegado demais as coisas e/ou pessoas, repita mentalmente:

QUANTO MAIS DOU, MAIS TENHO. EU LIBERO TUDO E TODOS E ENTRO NO REGOJIZO DO SERVIR.

Quanto mais cedo você parar de cobrar dos outros, mais cedo terá mais dos outros. Um dos maiores enganos do ser humano é achar que prender é reter o poder. Quem prende, se prende. Quem doa, se liberta. Ao primeiro sinal do sentimento de necessidade mortal de algo ou alguém, lembre-se disso e aja de forma inteligente, com todo o embalo do movimento que está vivendo.

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Pergunta chave: Como se adaptar as mudanças frente as dificuldades físicas e/ou mentais?

Busca chave: Eu estou preparado para a transcendência? Qual a minha bagagem interna?

Características:

Entramos na sabedoria e gratidão, mas na expressão máxima do significado dessas duas palavras.

O corpo se suaviza, evidenciando e mostrando na prática o que é desapegar-se. Automaticamente a isso, o olhar volta-se para dentro, involuntariamente. Essa é uma fase de introspecção, uma fase mística e intuitiva.

O corpo se transforma numa gruta sagrada - pressagia a espiritualidade interior – sinalizando a força interior como invencível e a exterior como consequência das experiências. Há um chamado natural para o desenvolvimento das habilidades espirituais.

A experiência é fonte inesgotável de energia, mas a energia que emerge agora é sublime, não mais assaz, pois o portal de comunicação com o mundo externo fecha-se paulatinamente.

Como um eremita, parte-se na busca da essência através da autorreflexão, e com isso a intuição progride com a presença forte do amor, que embala a orquestra da alma. 50

Chamo de fase mística pois é uma época em que estamos propensos a entrar na nossa verdade espiritual, como gurus mesmo.

Apesar de ser comum a aposentadoria nesta faixa, quando sabemos onde canalizar a experiência adquirida, tomamos postos elevados considerados pelos mais jovens como oráculos [estou falando sério!]. Imagine um papa com 35 anos. Teria ele a receptividade interior necessária para dirigir com maestria, fraternidade e tamanho amor, conciliando o melhor de todos e de todas as situações? A idade chega. Sim, ela chega. Mas o bônus é maior que ônus físico, para aquele que souber o desentrave de si mesmo e a

mira exata de todo o seu potencial.

Os 56 anos traz uma forte e brusca mudança repleta – na maioria das vezes – de resistência. Muita coisa há de morrer para, então, renascer

no esplendor de uma fênix. Assim como abandonamos uma cidade que estamos habituados a viver e, no trem vislumbramos o que estamos deixando para trás, assim a pessoa dos 56 anos pegará sua mala de

experiências rumo à nova jornada de crescimento. Às vezes choramos olhando a cidade que estamos deixando para trás, assim, a dor pode chegar para quem passa por esta fase.

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Pode-se emergir a sensação de fracasso, como se tudo o que almejava não fora concluído e nada do que planejou saiu dentro dos conformes.

A parte profissional vira uma eminência parda e somos levados a deixar o trono para o outro, apoiando-o na sucessão [outra lição de desapego].

Este é o ingresso na vida madura. No trem, lembramos e analisamos tudo o que vivemos na cidade em que moramos, assim é com a pessoa de 56 anos. Se esta análise vier repleta de gratidão, voilá! As lágrimas que cairão serão bálsamos de enlevo a nova realidade. Mas se a análise vier repleta de amargura, culpa, frustrações, inicia-se um processo de envenenamento mortal.

É preciso sair da ilusão da vida, como se tivéssemos controle sobre tudo. Esta fase nos mostra justamente isso: o mundo ocorre com ou sem a nossa intervenção. Atingir essa consciência é prova de grande

sabedoria.

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São expressões comuns a essa fase:

√ Quanto tempo perdi!

√ Não há mais tempo...

√ O que vamos levar de tudo isso para além da morte?

Definitivamente é fase de reavaliação dos valores: como se construiu a história? Sob solo sólido, arenoso ou macio? De forma dura, flexível ou relaxada consigo mesmo? Há certo exame cármico aqui, como se os rumos da vida estivessem sob análise microscópica.

Pincelamos e colorimos o quadro de nossa biografia, de forma cromática: uma coisa de cada vez. E isso possibilita ainda descobrir: o que falta ser desenvolvido em mim?

Como um mosaico, caso a sua trajetória não esteja de seu agrado, algumas peças podem parecer imperfeitas e mal colocadas.

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É neste ponto que, ao invés de aproveitar o pôr do sol com o parceiro, atingi-lhe em cheio com censuras e desaprovações [até o jeito que ele/ela assoa o nariz, ronca ou come pode irritar]. Na escassez da harmonia, os costumes alheios condenam a paz, carreando o trilho desgovernado direto para o inferno!

Gozar do embalo da abnegação, fazendo emergir a renúncia leve e tranquila, nos coloca diretamente na ligação vida-coração: compartilhamos aquilo

que carregamos.

Vai de você escolher permanecer no dissabor - que amarga e mata aos poucos [inclusive atraindo doenças] – da incompreensão, ou se abrir ao júbilo da bagagem construída [tudo, afinal, é questão de posicionamento perante a vida!].

A idade dos 63 anos revela-se uma nova conjuntura.

Certa morosidade de pensamento e ação é extremamente natural. Ritmo na alimentação e horários mais rígidos são

hábitos que se tornam necessários para o bem-estar e devem ser considerados. 54

A sobrevivência financeira é logicamente importante. O interesse pelo jardim de casa pode ser restabelecido, ou mesmo a confecção de brinquedos e roupas para os netos. Aliás, tornar-se avô ou avó pode ser relativamente importante. Restaura-se uma nova função: quem não gosta de ouvir uma boa história do vovô ou da vovó?

Aqui as portas externas se fecham e os portais internos se abrem com cada vez mais força, conforme a idade avança. Quanto mais se valoriza a abertura interior, mais riqueza se obtém e arquiteta-se a fortaleza da alma. Quanto menos este crescimento místico interno é valorizado, a pessoa regressa ao desespero externo [totalmente inútil nesta fase] materialista. Mesquinhez e apego ás posses de forma exagerada sufocam.

Mas, também na proporção contrária, com o impulso místico, a criança lá de trás, o jovem, o adulto [e todas as fases metamorfoseadas] se reverbera em pura luz, que tange a representação da evolução humana às bases da compreensão de que o eterno reside no momento presente e o que se faz dele. 55

Ponto Forte

Usufruto | Abnegação | Iluminação

2 Desafios Principais

Perceber que o mundo gira sem a sua participação: - tornar-se eminência parda

Desenvolver o respeito e a tolerância

O Grande Aprendizado

Eu acesso a minha gruta sagrada para desvendar a minha realidade espiritual. Reconheço o caminho trilhado e volto-me ao interior como arquiteto da minha iluminação.

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Dicas Práticas

√ Quando o corpo estiver dando sinais de fraqueza, repita mentalmente:

MEU CORPO É MINHA GRUTA SAGRADA. É NELE QUE RESIDE A MAIOR LIÇÃO DA MINHA EXISTÊNCIA: NEM TUDO ESTÁ SOB MEU CONTROLE.

Essa é a fase da abnegação, lutar contra isso é atrair mais situações [e até doenças] que o forcem a perceber que o momento é de interiorização e

compreensão. É preciso cuidar do corpo, da saúde, e colocar ritmo.

√ Quando o outro lhe ceifar a paz interior, repita mentalmente:

O MAIOR EXEMPLO DE PAZ É A ORDEM DA VIDA E EU ME SINTONIZO À ORDENAÇÃO UNIVERSAL.

A chave desta fase reside na harmonia interior, e ela só é possível quando nos silenciamos e ouvimos a mensagem suave por detrás dos acontecimentos. É preciso exercitar com amor o ouvir puro e praticar o

auxílio, mas de forma responsiva. Faça mais quando solicitado e menos quando quer fazer. Perceba que, aqui, o outro representa o externo, e neste momento você vive o interno. Silencie o interno e veja o externo suavizar como águas mansas no oceano da vida.

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Dicas Práticas

√ Se estiver vivendo sob a amargura de escolhas erradas, repita mentalmente:

A BAGAGEM QUE CONSTRUÍ EM MINHA VIDA FORAM AS PEDRAS QUE ME ELEVARAM ÀS CONQUISTAS DE HOJE. EU ENXERGO AS DÁDIVAS DO PRESENTE.

Pare por um momento e pense em algo positivo que você tenha feito na vida. Há de existir uma coisa que seja que você considera positiva. Esse positivo só foi possível pois você teve todas as escolhas que fez e as atitudes que tomou. Achar que poderia ter feito diferente é a mesma coisa que achar que pode voltar no tempo com a consciência que tem hoje. Infelizmente [ou felizmente, pois a vida é sábia] isso não é possível. Nesta fase pulsa a abnegação e o usufruto. Esses são os seus pontos fortes. Abnegação: está ligada ao altruísmo e a renúncia. Mesmo as escolhas catastróficas que você viveu lhe renderam boas histórias e incalculáveis aprendizados a serem propagados com amor.

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Antes de encerrar este livro, gostaria de lhe dar 5 dicas que são imprescindíveis ao bom proveito de qualquer fase.

ConclusaoConclusao

O momento em que está vivendo contém tudo o que você precisa para o seu crescimento. O primeiro passo para ser grato é reconhecer a grandiosidade de cada detalhe. Por exemplo, um favor que você recebe ou um sorriso de alguém desconhecido. No pequeno reside o grande. A partir do reconhecimento percebemos que nada nos falta e que tudo nos é dado, segundo a nossa necessidade.

Não podemos nos comparar com ninguém. Cada um está vivendo uma fase e, mesmo que esteja na mesma fase que a sua, há experiências de vida completamente diferentes. Quando nos comparamos deixamos de perceber a beleza da diversidade e nos enclausuramos na nossa própria verdade. Comparar a sua vida com a vida do outro é ignorar a peculiaridade de cada um e reduzir todas as experiências em uma só.

Dica

Dica

Pratique a gratidão!

Elimine a comparação!2

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O ato de julgar cria cisão. Vou explicar melhor... lembra quando Jesus disse “Quem nunca errou que atire a primeira pedra.”? Pois bem, o julgamento nos coloca numa posição superior, como se nós nunca tivéssemos nos equivocado antes. Todos somos aprendizes do amor e estamos na escola da vida para nos desenvolvermos. Queira ou não, somos todos irmãos na mesma jornada. Quando julgo, me coloco acima, ou seja, me excluo do restante da humanidade. Por isso digo que quando julgamos criamos cisão. Uma sugestão aqui é que você pratique a virtude da compaixão: sinta a sua semelhança com o outro. Este é o primeiro passo para o amor.

Na tentativa de ajudar, muitas vezes, invadimos a liberdade do outro. A intenção pode até ser boa para você, mas a ação pode ser invasiva para o outro. É uma linha muito tênue que separa a ajuda da invasão. Por exemplo, quando seu amigo quer que você vá numa festa, pois crê que será bom para você até comercialmente, mas você não quer. A intenção do seu amigo é boa no ponto de vista dele, mas ele invade de forma tendenciosa a sua escolha. Acreditamos que o melhor para nós é o melhor para o outro. Que tal sair desta bondade revestida de controle egoísta? Para ajudar precisamos respeitar a vontade do outro e saber, exatamente, o que a pessoa quer e não o que queremos. Isso vale até para pessoas desanimadas, tristes e sem ânimo [quem que não quer ajudar nessas horas? Cuidado... pode não ser o ideal...].

Dica

Dica

Elimine o julgamento!

Reconheça o limite da sua ajuda.4

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Amar é compreender, aceitar e respeitar primeiramente a nós, para depois estender este amor ao outro. “Amai ao próximo como a ti mesmo.” – Jesus. Todos temos o nosso lado luz [qualidades] e o nosso lado sombra [qualidades a serem desenvolvidas]. Reconhecer estes dois lados em si, aceitando-os como partes integrantes da sua personalidade, possibilita com que você aceite a si mesmo. Perdoe os seus erros [aliás, agradeça-os – são eles que sinalizam os acertos]. A partir do amor próprio, amamos o outro na sua inteireza.

O nosso destino é traçado segundo as nossas escolhas. Há um movimento cósmico a nos impulsionar, porém, somos nós que decidimos prosseguir ou estagnar. Espero que você aproveite cada fase e viva intensamente o seu momento presente, afinal, é tudo o que temos!

Abraços,

“Viver não é um simples espaço entre o nascer e o morrer, é dinamizar a vida com atos de fraternidade.” – Guiomar Oliveira de Albanesi

Minha mãe tem uma frase mestra que representa bem o conteúdo deste livro:

Dica Pratique o amor próprio5

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BibliografiasBibliografiasBURKHARD, G. Tomar a vida nas próprias mãos. São Paulo: Antroposófica, 2000.

GLAS N. Os temperamentos: a face revela o homem - II. São Paulo: Antroposófica, 1995.(Original 1987)

BURKHARD, G. Assuma o comando do seu destino. São Paulo: Editora Gente, 2001.

LANZ R. Noções Básicas de antroposofia. São Paulo: Antroposófica, 2000.(Original 1997)

Maura de Albanesi

Conteudo Textual

Creditos´

Lara Carral

Producao

Rogério Faria

Criacao

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