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5 Medidas de ganho em fibras dopadas Neste capítulo serão ilustrados vários conjuntos de medidas feitas para caracterizar as fibras dopadas estudadas anteriormente. Diferentes configurações e esquemas de bombeamentos foram usados de forma a tentar explorar várias características das fibras dopadas, e possibilitar um entendimento do dispositivo para que possa ser utilizado em sistemas ópticos. O capítulo é dividido em duas seções, a primeira apresenta as medidas de ganho distribuído em fibras dopadas com érbio. Nesta seção, duas sub-seções são apresentadas, a primeira apresenta medidas na banda C, e a segunda mostra as medidas na banda L. A segunda seção apresenta as medidas de ganho distribuído em fibras dopadas com túlio. Estas medidas foram de grande importância porque a fibra dopada com túlio é muito cara, sendo imprescindível uma caracterização não destrutiva. 5.1. Medidas em fibras dopadas com Érbio A partir do sistema OFDR sintonizável em funcionamento, foram criadas várias situações de caracterização de ganho para as diversas fibras dopadas com érbio do laboratório. Nestas próximas secções, serão mostradas medidas de ganho distribuído de sistemas simples ou com configurações complexas a fim de estudar o comportamento do ganho da fibra, além do comportamento do ganho em função da temperatura, e na presença de sinais saturantes. A primeira seção ilustra medidas na banda C, que é a banda em que as fibras de érbio apresentam maior ganho. A seguir, medidas são feitas na banda L, na tentativa de melhor entender o comportamento da EDF operando fora de suas especificações naturais.

5 Medidas de ganho em fibras dopadas - DBD PUC RIO · ... foi utilizado um esquema de montagem mostrado na Figura ... ou não de um espelho no braço do oscilador ... está na Figura

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5 Medidas de ganho em fibras dopadas

Neste capítulo serão ilustrados vários conjuntos de medidas feitas para

caracterizar as fibras dopadas já estudadas anteriormente. Diferentes

configurações e esquemas de bombeamentos foram usados de forma a tentar

explorar várias características das fibras dopadas, e possibilitar um entendimento

do dispositivo para que possa ser utilizado em sistemas ópticos.

O capítulo é dividido em duas seções, a primeira apresenta as medidas de

ganho distribuído em fibras dopadas com érbio. Nesta seção, duas sub-seções são

apresentadas, a primeira apresenta medidas na banda C, e a segunda mostra as

medidas na banda L.

A segunda seção apresenta as medidas de ganho distribuído em fibras

dopadas com túlio. Estas medidas foram de grande importância porque a fibra

dopada com túlio é muito cara, sendo imprescindível uma caracterização não

destrutiva.

5.1. Medidas em fibras dopadas com Érbio

A partir do sistema OFDR sintonizável em funcionamento, foram criadas

várias situações de caracterização de ganho para as diversas fibras dopadas com

érbio do laboratório. Nestas próximas secções, serão mostradas medidas de ganho

distribuído de sistemas simples ou com configurações complexas a fim de estudar

o comportamento do ganho da fibra, além do comportamento do ganho em função

da temperatura, e na presença de sinais saturantes. A primeira seção ilustra

medidas na banda C, que é a banda em que as fibras de érbio apresentam maior

ganho. A seguir, medidas são feitas na banda L, na tentativa de melhor entender o

comportamento da EDF operando fora de suas especificações naturais.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 58

5.1.1. Medidas em Banda C

Num primeiro momento, foi utilizado um esquema de montagem mostrado

na Figura 23, para aquisição de dados aqui chamados de curvas. Uma família de

curvas forma uma medida que caracteriza uma fibra. Para cada curva tem-se uma

potência de bombeio aplicada. Assim, desenhando cada curva uma em cima da

outra se tem a medida do ganho versus comprimento da fibra, para diferentes

potências de bombeio aplicadas. A Figura 24 ilustra uma medida tirada do

analisador de sinal FFT. Depois, na Figura 26, a mesma medida processada de

modo que as informações importantes sejam devidamente mostradas.

0 20000 40000 60000 80000 100000

-120

-100

-80

-60

-40

-20

Aumento do bombeio

Fim da EDF

Curvasem bombeio

inicio da EDF

Fibra SM

WDM

OFDR com sinal de prova 1557 nm sinal = -15 dBm

Freqüência [Hz]

Sin

al d

e R

etro

-esp

alha

do [d

BV

]

Eco do sinal

Batimento Sinal - sinal

Figura 24: Medida de ganho distribuído vista no analisador de sinais FFT

Podemos observar nesta medida a presença dos dispositivos a fibra no braço

de teste, como um pico indicando a presença do WDM e um sinal constante

indicando um pedaço de fibra comum antes da fibra dopada. Observamos ainda

que as curvas em que a potência de bombeio é maior, apresentam informações

“tipo ganho” para baixas freqüências, onde deveria ter apenas a informação da

fibra comum, e este comportamento também aparece para freqüências altas; vale

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Medidas de ganho em fibras dopadas 59

ressaltar, observando na Figura 24, que estes picos de informação crescem mais

rápido com o aumento da potência de bombeio que o próprio sinal de

espalhamento. Isto indica que esta curva é gerada pelo batimento de um sinal

diferente do sinal de ganho.

Pode-se afirmar que o efeito que ocorre no início do gráfico, para baixas

freqüências, é o batimento de dois sinais pertencentes ao sistema, provavelmente

batimento sinal - sinal, porém sem a presença do sinal refletido do oscilador local,

indispensável para a análise do sistema OFDR. Esta conclusão é tirada

observando o gráfico da Figura 25. Nela são mostradas duas curvas, a diferença

entre elas é apenas a presença ou não de um espelho no braço do oscilador local.

0 20 40 60 80 100

-100

-90

-80

-70

-60

-50

Batimento Sinal - Referência (LO)sem espelho no oscilador local

Aumento do sinal devido à reflectividade do espelho

Batimento Sinal - Referência (LO)com espelho no oscilador local

BatimentoSinal - Sinal

Freqüência [kHz]

Sin

al R

etro

-esp

alha

do [d

BV

]

Figura 25: Efeito do espelho colocado no braço do oscilador local do interferômetro

Podemos observar que o uso do espelho aumenta o efeito de reflexão do

oscilador local, fazendo com que o sinal retro-espalhado aumente em

aproximadamente 12 dB, sendo esta a refletividade do espelho no sistema. Porém,

para o sinal no início do gráfico, a presença do espelho não afeta este sinal, isso

quer dizer que este comportamento de sinal retro-espalhado não tem a informação

do oscilador local. Ou seja, provavelmente é resultado batimento de quaisquer

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Medidas de ganho em fibras dopadas 60

outros sinais dentro da fibra. Já os picos no final do gráfico se comportam como

um eco, ou um batimento de um sinal qualquer com o sinal vindo do oscilador

local.

A Figura 26 é o resultado do gráfico de ganho distribuído da curva,

mostrada na Figura 24, onde partes da medida que não interessam para a análise

são cortados, resultando no gráfico de ganho distribuído na fibra. Os eixos x e y

são devidamente normalizados e modificados para mostrar o ganho, em dB e o

comprimento ao longo da fibra em metros.

0 10 20 30 40 50-10

0

10

20

30

40

P. de sinal = -15 dBmOFDR com sinal de prova em 1557 nm

Comprimento [m]

Gan

ho [d

B]

sem bombeio

Diferentes potências de bombeio

Figura 26: Medida de ganho distribuído após normalizado, calculado ganho e

desprezado sinais irrelevantes.

Observamos que a curva sem bombeio decai rapidamente devido à absorção

do sinal de prova do OFDR pela fibra dopada. Quando o bombeio aumenta, o

sinal atinge um comprimento maior na fibra. A última curva mostra a saturação do

ganho da fibra com o aumento da potência de bombeio, ou seja, a potência de

bombeio aumenta sem grandes variações na curva de ganho. Nota-se que a fibra é

mais longa que o máximo comprimento mostrado nesta curva (50 m), com isso

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Medidas de ganho em fibras dopadas 61

pode-se ilustrar o poder da técnica ao analisar o comportamento do ganho de sinal

dentro da fibra sem precisar cortá-la.

Qualquer outro trabalho experimental de caracterização de amplificador a

fibra dopada utiliza um pedaço de fibra fixo e a medida de ganho é feita

observando a potência de sinal que sai desta fibra e calculando o ganho. Fora

simulações computacionais, não há como saber se o pedaço de fibra utilizado é o

comprimento ideal para as medidas realizadas, é por isso que esta técnica é tão

poderosa.

A partir daí, diferentes medidas foram feitas com diferentes fibras. Um

primeiro exemplo seriam medidas cobrindo todo o espectro da banda C. Com esta

medida em mãos, tentar encontrar um comprimento para a fabricação do

amplificador. A Figura 27 ilustra uma medida em uma fibra de 30 m de

comprimento, com 4 comprimentos de onda na banda C (1530 a 1560 nm) e duas

possíveis escolhas para o corte da fibra, em 10 e 20 m.

0 10 20 300

5

10

15

20

25

301560 nm

1550 nm

1540 nm

PS = -20 dBm

PP = +10 dBm

1530 nm

Comprimento [m]

Gan

ho [d

B]

Figura 27: Medidas de ganho distribuído na banda C

A Tabela 1 mostra os valores de ganho para os diferentes comprimentos de

onda nos dois comprimentos de fibra escolhidos. Podemos perceber, tanto pela

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Medidas de ganho em fibras dopadas 62

Figura 27 quanto pela Tabela 1 que a escolha de 10 m apresentaria uma grande

variação entre o maior e o menor valor de ganho – cerca de 8 dB. Utilizando 20

m, esta diferença cairia para 4 dB, mesmo que utilizando este comprimento de

fibra, não apresente o ganho máximo em alguns comprimentos de onda. Para

decidir qual a melhor opção é preciso analisar qual a finalidade do amplificador,

se um ganho espectralmente plano é importante ou não, e utilizar os valores

corretos de potência de sinal e de bombeio, porque as características das curvas e

os ganhos são diferentes para cada combinação de potência de bombeio e também

de sinal.

10 m 20 m

1530 27,4 dB 25,0 dB

1540 20,6 dB 22,1 dB

1550 22,2 dB 26,1 dB

1560 19,5 dB 24,8 dB

Tabela 1: Valores de ganho para 10 e 20 m para a fibra da Figura 27

Com o exemplo da medida anterior, percebe-se a praticidade de uma medida

de ganho distribuído, pois se pode escolher o comprimento ótimo para fabricar um

amplificador apenas aplicando a potência de sinal e de bombeio desejados e

observando o ponto de máximo ganho. Porém, surge a seguinte dúvida: como a

curva de ganho pode ser diferente para fibras com tamanhos diferentes, devido à

quantidade de sinais gerados no processo de amplificação, talvez não seja correto

escolher um comprimento ótimo para uma fibra através da técnica de OFDR e

depois cortá-la, pois uma fibra maior apresenta mais sinais de ASE que também

influem no processo de amplificação, e após cortada a curva de ganho poderia se

modificar.

A resposta para esta dúvida está na Figura 28, que mostra uma escolha de

comprimento para a fibra. A medida da esquerda mostra as curvas de ganho para

diferentes potências de bombeio aplicadas, em um sinal de 1550 nm. A medida da

direita mostra, uma vez escolhidos a potência de bombeio e o comprimento para

se cortar a fibra (neste exemplo 6,5 m), uma medida com a fibra no novo

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Medidas de ganho em fibras dopadas 63

comprimento. As medidas foram colocadas na mesma escala para facilitar a

análise.

Esta análise foi importante, porque observamos que a curva de ganho

distribuído foi exatamente igual para a fibra em dois tamanhos diferentes.

Concluímos que esta técnica pode ser usada para se determinar o comprimento da

fibra sem acarretar em muitos erros na medida. O comprimento a mais de fibra,

que acarreta em mais sinal de ASE não interfere muito na medida de ganho.

0 5 10 15 20

0

10

20

30

Ip = 200 mA

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]0 5 10 15 20

0

10

20

30

Ip = 200 mA

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Bombeio em 980 nm Potência de entrada: - 15 dBm

Figura 28: Medida de ganho distribuído ilustrando a escolha do comprimento ótimo da

fibra.

Outro tipo de caracterização a ser feita na banda C é a diferença das medidas

de ganho em pequenos e grandes sinais. As medidas de pequenos sinais são mais

difíceis de efetuar, pois pequenos sinais apresentam mais ASE, e com isso mais

interações indesejadas na curva de OFDR, algumas vezes encobrindo o sinal

desejado, e ainda saturando o fotodetector, mesmo com o uso dos filtros. Porém

foi necessário comparar o comportamento do ganho nestes dois esquemas. A

Figura 29 mostra medidas em pequenos sinais, gráfico da esquerda, e grandes

sinais, gráfico da direita, para 1550 nm com 3 potências de bombeio diferentes.

Primeiro, pode-se observar em ambos os gráficos que a fibra satura, pois a

potência de bombeio praticamente dobra e o ganho não aumenta muito. É uma

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Medidas de ganho em fibras dopadas 64

saturação causada pelo bombeio, ou seja, a quantidade máxima de bombeio que

pode ser absorvida pela fibra já foi utilizada. Também observamos que para

pequenos sinais o ganho é praticamente 10 dB acima do ganho de grandes sinais.

Neste caso a fibra também está saturada, mas agora é o sinal que está saturando a

fibra, ou seja, uma alta potência de sinal faz com que este sinal seja absorvido pela

fibra dopada, ao invés de ocorrer emissão estimulada, diminuindo assim o ganho.

0 10 20 30 40 500

5

10

15

20

25

30

Ip = 290 mA

Ip = 150 mA

Ps= -20 dBm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Ip = 60 mA

0 10 20 30 40 500

5

10

15

20

25

30

Ip = 290 mA

Ip = 150 mA

Ip = 60 mA

λ = 1550 nmP

s= 0 dBm

Banda C

Comprimento [m]

Figura 29: Medidas de pequenos (-20 dBm) e grandes sinais (0 dBm) para 1550 nm, com

diferentes potências de bombeio aplicadas.

A Figura 30 apresenta medidas com a mesma fibra mostrada na Figura 29,

porém apenas para um valor de potência de bombeio e para diferentes

comprimentos de onda. A principal observação nesta figura é o comportamento

diferente das curvas de pequenos e grandes sinais. Para pequenos sinais, observa-

se que o máximo valor de ganho é bem diferente para cada curva, descrevendo o

comportamento de ganho como visto na Figura 9 para uma total inversão de

população. Já para grandes sinais, esta diferença desaparece, todos os

comprimentos de onda apresentaram aproximadamente o mesmo valor de ganho

para um certo comprimento de fibra.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 65

Portanto fica aqui uma observação importante. Não só a potência do

bombeio é importante para a escolha do comprimento ótimo da fibra e fabricação

do amplificador. A potência do sinal é igualmente importante fazendo com que

não apenas o valor do ganho modifique, e sim o comportamento do ganho

distribuído.

0 10 20 30 4025

30 1560 nm

1550 nm1540 nm

1530 nm

Comprimento [m]

Gan

ho [d

B]

0 10 20 30 40 500

5

10

15

20

25

30

35

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]0 10 20 30 40 50

0

5

10

15

20

25

30

35

1560 nm

1530 nm

Banda C

Ps= 0 dBm

Pp= +20 dBm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Ps= -20 dBm

Pp= +20 dBm

Figura 30: Medidas de pequenos (-20 dBm) e grandes sinais (0 dBm) para sinais na

banda C, com potência de bombeio de +20 dBm.

Se o comportamento do ganho de sinal quando a fibra está, de alguma

forma, saturada é importante, imaginemos agora, o que ocorre com o

comportamento do ganho distribuído de um sinal na presença de outros sinais

saturantes: Dois tipos diferentes de medidas foram feitos, primeiro, o sinal do

OFDR de um único comprimento de onda observado na presença de sinais

saturantes de comprimentos de onda diferentes, e segundo, o sinal do OFDR em

diferentes comprimentos de onda observados na presença de um único sinal

saturante. O efeito é o mesmo, mas a maneira de observar é diferente. A Figura 31

é um exemplo de medida para o primeiro caso. O sinal de OFDR em 1557 nm, e o

que acontece com este sinal na presença de sinais saturantes de 1529,5 nm; 1544,6

nm; 1552,4 nm e 1556,6 nm.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 66

0 10 20 30-100

-90

-80

-70

-60

-50

-40

Inicio da fibra1556.6 nm

1552.4 nm

1544.6 nm

1529.5 nm

IPump=200 mAPSat=-10 dBm

Ganho não saturado

Comprimento [m]

Sin

al R

etro

-esp

alha

do [d

BV

]

Figura 31: Medida de OFDR em 1557 nm, na presença de sinais saturantes de diferentes

comprimentos de onda.

A primeira observação é: quanto mais afastado, em comprimento de onda, é

o sinal saturante do sinal de OFDR menor é o efeito causado. Portanto, a

saturação é mais forte para sinais saturantes com comprimentos de onda mais

próximos ao sinal OFDR. Para esclarecer melhor, uma medida mais completa foi

feita, e é mostrada na Figura 32. Nela, estão presentes sinais saturantes com

comprimentos de onda menores e maiores que o comprimento de onda do sinal de

OFDR. Para os dois casos são observados efeitos semelhantes, porém, sinais

saturantes com comprimentos de onda maiores que o sinal de OFDR fazem com

que o ganho simplesmente diminua, em relação ao sinal não saturado. Já quando

os comprimentos de onda são menores, o ganho de sinal tem uma inclinação

diferente e vai mais longe na fibra, ou seja, é como se o sinal saturante, a partir de

um determinado ponto, se tornasse bombeio para este sinal. Os sinais saturantes

da Figura 31 tinham potência de – 10 dBm, e da Figura 32, 0 dBm. Apesar dos

valores de potência serem muito altos, comparados com valores de sinais que

possivelmente trafegam na fibra, eles facilitam a ilustração da mudança do

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Medidas de ganho em fibras dopadas 67

comportamento do ganho com a presença de outros sinais, como normalmente

ocorre em sistemas de comunicação.

0 20 40 60 80

-90

-80

-70

-60

-50

-40

-30

λS=1570 nmλS=1540 nm

EDF

Ganho não saturado λ = 1557 nm

Comprimento [m]

Sin

al R

etro

-esp

alha

do [d

BV

] λS=1530 nm

λS=1550 nm

λS=1560 nm

λS=1580 nm

Figura 32: Medidas de OFDR em 1557 nm na presença de sinais saturantes. Os sinais

saturantes utilizados tinham comprimento de onda entre 1530 e 1580 nm com intervalo

de 10 nm entre cada um.

A Figura 33 mostra o segundo tipo de medidas com sinais saturantes. Este

caso é um exemplo de sinal na banda C modificado com a presença de um sinal

saturante. O gráfico mais a esquerda mostra medidas na banda C com a presença

do sinal saturante a 1565 nm. A presença deste sinal apenas fez com que o ganho

de todas as curvas caísse drasticamente devido ao efeito da saturação. A medida

ao centro é particularmente interessante pois nela podemos observar o efeito

mostrado na Figura 32. A presença do sinal saturante promove diferenças nas

características da curva de ganho quando o comprimento de onda do sinal OFDR

é maior que o do sinal saturante, observamos que o sinal vai mais longe na fibra, e

quando o comprimento de onda do sinal OFDR é menor, ocorre apenas a

diminuição do valor do ganho devido a saturação.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 68

O gráfico mais à direita foi feito com o sinal saturante a 1530 nm. Neste

comprimento de onda os efeitos da saturação não foram observados com tanta

clareza. Apesar da potência do sinal saturante ser a mesma que os outros, o ganho

sofreu pouca atenuação devido à presença deste sinal, exceto para sinais mais

próximos a ele, como é o caso de 1530 e 1540 nm. O efeito de bombeamento

também não foi observado, talvez devido à característica de intensa emissão neste

comprimento de onda. Este é o pico de emissão para érbio, e portanto, o efeito que

ele faria de bombeamento não é observado com tanta clareza. Com isso

concluímos que um estudo do comportamento do ganho dos sinais na presença de

outros sinais na fibra é muito importante. Na hora de projetar o amplificador a

quantidade de sinais que trafegam na fibra ao mesmo tempo é um parâmetro a ser

levado em consideração por causa da interferência dos sinais devido a possíveis

processos de absorção e emissão que causam mudanças nas curvas de ganho.

0 25 50

Gan

ho [d

B]

Sinal saturante 1547 nm

0 25 500

5

10

15

20

25

30

Comprimento [m]

Sinal saturante 1565 nm

Sinais nãosaturados

Sinaissaturados

0 25 50

Sinal saturante 1530 nm

Figura 33: Medidas de OFDR em 1530, 1540, 1550 e 1560 nm, saturados e não

saturados. Gráfico 1 com a presença de um sinal saturante (-10 dBm) de 1565 nm; para

o Gráfico 2 o sinal é de 1547 nm; e para o gráfico 3, 1530 nm.

Outra análise interessante é o comportamento do ganho das fibras com a

variação da temperatura. Alguns trabalhos enfatizando este efeito foram

realizados, porém somente com simulação computacional, ou medidas de ganho

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Medidas de ganho em fibras dopadas 69

numa fibra com comprimento fixo [37-53], e nunca com medidas de ganho

distribuído.

Para efetuar a medida, a fibra dopada foi colocada dentro de uma câmara

que permite variar a temperatura interna entre –30 e +90 ºC. A pequena

modificação no sistema para efetuar esta medida está ilustrada na Figura 34, onde

pode ser observado o esquema de OFDR mostrado anteriormente, agora com a

fibra sob a influência da temperatura.

Laser (sinal de OFDR)

FFT

Gerador de função

T rigger

Detector

OL I nterferômetro de Michelson

Filtro

Fibra dopada

Bombeio

Camara térmica

I solador

Figura 34: Esquema do OFDR com a fibra dentro de uma câmara térmica para efetuar

medidas de ganho em função da temperatura.

As figuras abaixo ilustram o ganho distribuído versus a variação da

temperatura para uma fibra dopada com érbio existente no laboratório, para

diferentes potências de bombeio aplicadas. Foram feitas medidas com diferentes

fibras dopadas, e cada uma apresentou uma taxa de variação diferente do ganho

com a temperatura, mas em todos os casos, a variação de ganho para fibras

bombeadas com 1480 nm é maior que utilizando 980 nm como bombeio. Estes

resultados estão de acordo com [51, 52]. Lembremos que os processos envolvidos

são diferentes para bombeio de 980 nm, que utiliza o modelo de três níveis, e

1480 nm que utiliza dois níveis. De acordo com [52], este comportamento pode

ser explicado porque existe um valor finito para a secção de choque de emissão

para o comprimento de onda de bombeio de 1480nm, e este valor é bastante

sensível a temperatura.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 70

0 10 20 300

5

10

15

20

25

30λS

= 1540 nmλP

= 980 nm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]0 10 20 30

0

5

10

15

20

25

30

(b)(a)

PP= 104 mW

PP= 46 mW

PP= 18 mW

Temperatura do forno

-5 oC

10 oC

25 oC

45 oC

65 oC

λS = 1560 nm

λP = 980 nm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Figura 35: Medidas de variação do ganho com a temperatura para bombeio de 980 nm e

sinal em (a) 1540 nm (b) 1560 nm. As potências de bombeio indicadas são as mesmas

para ambos os gráficos

0 10 20 300

5

10

15

20

25

30

65 0C

-5 0C

(b)(a)

Temperatura do forno

-5 oC

10 oC

25 oC

45 oC

65 oC

λS = 1540 nm

λP = 1480 nm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]0 10 20 30

0

5

10

15

20

25

30

65 0C

-5 0C

PP= 73.8 mW

PP= 22.5 mW

PP= 12 mW

λS = 1560 nm

λP = 1480 nm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Figura 36: Medidas de variação do ganho com a temperatura para bombeio de 1480nm e

sinal em (a) 1540 nm (b) 1560 nm. As potências de bombeio indicadas são as mesmas

para ambos os gráficos

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Medidas de ganho em fibras dopadas 71

A Figura 35 mostra as curvas de ganho distribuído para uma determinada

fibra, que apresentou a maior variação com a temperatura. A variação do ganho é

mostrada em função da temperatura para bombeio de 980 nm e sinal em 1540 e

1560 nm. Observa-se que a variação para diferentes temperaturas não é

significativa, sendo calculada para aproximadamente -0,018 dB/oC para 1540 nm

e -0,014 dB/oC para 1560 nm. A Figura 36 ilustra a mesma medida porém para

bombeamento de 1480 nm. Agora a variação do ganho foi um pouco maior, sendo

-0,04 dB/oC para 1540 nm e -0,03 dB/oC para 1560 nm.

Uma observação deve ser feita, pois em [52] o autor sugere que o

comprimento ótimo seria diferente, dependendo da temperatura ambiente do

amplificador. Porém, para todas as fibras medidas em laboratório, a variação do

ganho foi muito pequena, e cada fibra apresentava uma característica diferente,

com variação de ganho para mais ou para menos, porém, apesar disso, mudou em

apenas poucos centímetros a escolha do comprimento ótimo para temperaturas

extremas. Deve-se, portanto, conhecer a fibra a ser utilizada, pois talvez algumas

fibras no mercado tenham um comportamento diferente.

5.1.2. Medidas em Banda L

Para efetuar medidas na banda L, utilizamos também fibras dopadas a érbio,

porém estas fibras estão operando fora do ponto ideal de ganho, portanto alguns

recursos foram utilizados para promover um aumento do ganho. As referências de

amplificadores na banda L [5-13] sempre usam longas fibras, e diferentes

esquemas de bombeamento e injeção de um sinal semente (seed) para aumentar e

planificar o ganho.

As próximas figuras ilustram medidas de ganho para banda C e banda L

juntas, Figura 37 e Figura 38, para duas fibras diferentes. Cada medida foi feita

com as mesmas potências de sinal e de bombeio, cobrindo todo o espectro entre

1530 e 1610 nm, a cada 10 nm. A observação mais evidente é que o ganho é

muito maior na banda C que na banda L, e também que o comprimento ótimo da

fibra na banda C é muito menor que o comprimento ótimo da fibra na banda L,

além disso, a banda L não apresentou um comprimento ótimo que satisfaça uma

boa relação de ganho plano e alto ganho, como na banda C.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 72

0 10 20 30 40 50 600

5

10

15

20

25

30

1530 nm1540 nm1550 nm1560 nm

Banda C

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

0 10 20 30 40 50 600

5

10

15

20

25

30

1570 nm1580 nm1590 nm1600 nm1610 nmPs= -20 dBm

Pp= +20 dBm

Banda L

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Figura 37: Medidas nas bandas C e L para bombeio 980 nm, utilizando fibra fabricada

para operar na banda C.

0 20 40 60 800

5

10

15

20

25

30

1530 nm1540 nm1550 nm1560 nm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Banda C

PS= -20 dBmPP= +20 dBm

0 20 40 60 800

5

10

15

20

25

30

1570 nm1580 nm1590 nm1600 nm1610 nm

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

Banda L

Figura 38: Medidas nas bandas C e L para bombeio 980 nm, utilizando fibra fabricada

para operar na banda L.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 73

A fibra usada na Figura 38 foi fabricada para utilização na banda L. Por isso

ela apresenta maior ganho na banda L e menor diferença entre os valores de ganho

entre banda C e banda L. A maioria das medidas deste trabalho, realizadas em

banda L, foram feitas com esta fibra, por apresentar melhores ganhos e também

por ser uma fibra comercial para banda L.

Ainda para ilustrar as diferenças entre as duas bandas, a Figura 39 e a Figura

40 mostram medidas para diferentes potências de entrada (-20, -10, e 0 dBm) para

banda C e L em uma mesma fibra, bombeada com 980 nm. Podemos observar que

o efeito de saturação do sinal devido a um sinal de entrada maior é menos sentida

na banda L que na banda C. Este fato é claramente observado comparando as

medidas da esquerda e do centro de ambos os gráficos.

0 25 50

Banda C

PS= -10 dBm

Comprimento [m]0 25 50

0

5

10

15

20

25

30

PS= -20 dBm

Gan

ho [d

B]

0 25 50

Bombeio 980 nmPP = +20 dBm

PS= 0 dBm

Figura 39: Medidas na banda C, com comprimentos de onda de 1530, 1540, 1550 e

1560 nm, para diferentes potências sinal de entrada.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 74

0 25 50 75

Banda L

PS= -10 dBm

Comprimento [m]0 25 50 75

0

5

10

15

20

25

30

PS= -20 dBm

Gan

ho [d

B]

0 25 50 75

Bombeio 980 nmPP = +20 dBm

PS= 0 dBm

Figura 40: Medidas na banda L, com comprimentos de onda de 1570, 1580, 1590, 1600

e 1610 nm, para diferentes potências sinal de entrada.

As medidas na banda C para todos os comprimentos de onda apresentam

uma queda de aproximadamente 5 dB no ganho, porém as medidas na banda L

apresentam uma menor variação, e para maiores comprimentos de onda esta

diferença vai caindo, sendo quase desprezível para 1610 nm. Comparando os

gráficos da esquerda com o da direita, observamos que os sinais na banda C

apresentam uma queda no ganho de aproximadamente 10 dB, e medidas na banda

L apresentam uma queda no ganho de aproximadamente 5 dB. Talvez fosse

necessário efetuar medidas com potência de sinal ainda maior, mas seria inviável,

pois o laser de OFDR não responde para potências maiores, e também porque

sistemas para amplificação geralmente não usam sinais maiores que estes.

Em diversas referências, [5-7], o recurso de injeção de um sinal, para

auxiliar o bombeio é utilizado para aumento de ganho, seja devido a um sinal seed

[8] ou um reaproveitamento da ASE que sai da fibra dopada [9, 10]. Para isso

pequenas modificações no sistema OFDR mostrado na Figura 23 foram feitas para

possibilitar este estudo. Primeiramente, na Figura 41 é mostrado o esquema que

ilustra a injeção de um sinal seed na fibra dopada. Este sinal é geralmente um

sinal na banda C e para os experimentos foram usados 1530, 1540 e 1550 nm. A

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Medidas de ganho em fibras dopadas 75

Figura 42, mostra a modificação para aproveitamento da ASE, onde foi colocada

uma rede de Bragg para refletir o sinal ASE que retorna para o início da fibra.

Medidas foram feitas usando uma rede de Bragg construída para refletir apenas

um comprimento de onda, daí escolhemos os mesmos comprimentos de onda

usados para o experimento com seed, ou ainda uma rede de Bragg construída para

refletir toda a banda C, ou seja, a ASE que retorna em todos os comprimentos de

onda entre 1530 e 1560 nm é refletida por esta rede, chamada rede Broadband.

Em seguida, foram feitas medidas para todas as configurações, e uma comparação

para uma melhor escolha do comprimento da fibra para todas as configurações foi

realizada.

Laser (sinal de OFDR)

FFT

Gerador de função

T rigger

Detector

OL I nterferômetro de Michelson

Filtro

Fibra dopada

Bombeio

Seed

I solador

WDM

Acoplador

Figura 41: Esquema OFDR para medidas inserindo um sinal seed na fibra dopada.

Laser (sinal de OFDR)

FFT

Gerador de função

T rigger

Detector

OL I nterferômetro de Michelson

Filtro

Fibra dopada

Bombeio

Rede de Bragg

I solador

WDM

Figura 42: Esquema OFDR para medidas refletindo a ASE de volta para a fibra dopada,

através de uma rede de Bragg.

A partir deste ponto, várias curvas foram geradas de diferentes

configurações, com e sem seed, com e sem reflexão de ASE, para todos os 5

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Medidas de ganho em fibras dopadas 76

comprimentos de onda estudados na banda L. As figuras mostradas a seguir são

algumas curvas de comparação e ilustração.

A Figura 43 mostra o aumento de ganho para curvas em 1600 nm, quando o

sinal seed é utilizado em comparação ao sinal simples. Observa-se também que

entre as curvas com seed, a que dá o maior aumento de ganho é 1550 nm, e o

menor é 1530 nm. Este comportamento foi observado para todas as medidas em

todos os comprimentos de onda na banda L com estas potências de bombeio e

sinal. Este efeito é semelhante ao que foi observado na saturação da banda C

(Figura 31 e Figura 32). Porém na banda C, a presença de outro sinal reduzia o

ganho, enquanto que, na banda L, este sinal serve de auxílio ao bombeamento do

sinal desejado, fazendo com que se precise de uma fibra mais longa, porém com

um aumento de ganho de sinal.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

5

10

15

20

25

sem seed seed 1530 nm

seed 1540 nm

seed 1550 nm

P. de Signal = -20 dBmP. de Bombeio = +20 dBmP. de Seed = 0 dBm

Gan

ho e

m 1

600

nm [d

B]

Comprimento [m]

Figura 43: Medida para ganho em 1600 nm, com e sem seed de 1530, 1540 e 1550 nm.

A Figura 44 ilustra a comparação do uso de seed com a reflexão da ASE

através de rede de Bragg para uma rede simples do mesmo comprimento de onda

do seed, ou para uma rede broadband. Neste caso é mostrada a medida em 1590

nm, e para o sinal de seed em 1540 nm.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 77

O que essa figura deve ilustrar é que o sinal seed é mais eficiente para

aumentar o ganho que o uso de uma rede de Bragg do mesmo comprimento de

onda. Isso foi observado para todos os comprimentos de onda da banda L. Porém

não deve ser descartado o uso da rede simples para reflexão [54-56], que aumenta

bastante o ganho e é mais simples e barato que o uso de uma fonte laser. Já para o

uso de rede de Bragg broadband, pode-se afirmar pelas medidas obtidas que esse

método aumenta o ganho no geral, porém, para algumas medidas, o ganho gerado

com o uso da rede broadband foi menor que para seed 1550 nm. Na Figura 44

também é ilustrada a característica da rede de Bragg utilizada.

0 10 20 30 40 50 60 70 800

5

10

15

20

25

Broadband

seed 1540 nm

Bragg 1540 nm

Sem seed

Gan

ho e

m 1

590

nm [d

B]

Comprimento [m]

1500 1520 1540 1560 1580

1

10

100

Ref

lect

ivid

ade

[%]

Rede Broadband

Comprimento de onda [nm]

Figura 44: Medidas de ganho em 1590 nm para sinal sem seed, sinal com seed 1540

nm, uso de rede de Bragg que reflete 1540 nm e rede de Bragg broadband, com

ilustração da sua curva de refletividade.

A medida mostrada na Figura 45 é uma ilustração da diferença de

comportamento entre os ganhos de comprimentos de onda diferentes, e também

da eficiência do uso da rede de Bragg broadband para aumento do ganho. As

medidas foram realizadas em 1580 e 1600 nm onde a diferença de ganho é

enorme mesmo sem nenhum recurso. Porém com o uso da rede broadband as

curvas praticamente se encontram num valor de ganho bem mais alto.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 78

A rede de Bragg broadband aumentou o ganho em quase todos os

comprimentos de onda na banda L, menos em 1570 nm. Porém o uso da rede, faz

com que a ASE que sairia pela entrada da fibra retorne, e faz com que a curva de

ganho se desloque, promovendo ganho em comprimentos maiores da fibra.

0 10 20 30 40 50 60 700

5

10

15

20

25

1600 nm sem seed e seed broad band

1580 nm sem seed e seed broad band

Sinal -20 dBmBombeio +20 dBm

Comprimento [m]

Gan

ho [d

B]

Figura 45: Medidas de ganho distribuído para 1580 e 1600 nm, para sinais com

bombeamento simples e para uso de rede broadband.

O próximo gráfico, mostrado na Figura 46 ilustra uma medida para todos os

comprimentos na banda L, para uma das configurações estudadas, neste caso para

medidas utilizando a rede de Bragg broadband. A figura mostra o comportamento

dos sinais e a escolha do comprimento ótimo da fibra.

A Figura 47 mostra uma comparação entre as principais medidas (e neste

caso não são colocadas as medidas com rede de Bragg refletindo apenas um

comprimento de onda), mostrando uma escolha de comprimento ótimo, de forma

que o ganho fique espectralmente plano.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 79

0 10 20 30 40 50 60 70 800

5

10

15

20

25

Sinal = -20 dBmBombeio = +20 dBm

Escolha do comp.ótimo da fibraL= 52 m

1610 nm

1570 nm Seed Broadband

Comprimento [m]

Gan

ho [d

B]

Figura 46: Medidas de ganho para banda L utilizando fibra de Bragg broadband.

1570 1580 1590 1600 1610

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28 Sinal = -20 dBmBombeio = +20 dBm

sem seed (45 m) broadband (52 m) seed 1530 (45 m) seed 1540 (50 m) seed 1550 (55 m)

Gan

ho [d

B]

Comprimento de Onda [nm]

Figura 47: Comparação entre as medidas em banda L para as diferentes configurações

de sistemas.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 80

Neste caso a escolha do comprimento compromete o mais alto valor de

ganho em função da planicidade do ganho. No exemplo mostrado, a configuração

utilizando rede broadband apresentou ganho plano em quase toda banda L

(aproximadamente 2 dB), ilustrando assim uma excelente escolha para um

amplificador utilizando a mesma fibra e as mesmas potências usadas no teste.

Em [54] o uso de uma rede de Bragg broadband não foi tão eficiente quanto

o uso de uma rede de Bragg de um único comprimento de onda (1553 nm). Porém

vale relembrar que no experimento em questão, além de ter sido utilizada uma

outra fibra, o ganho não foi medido através de ganho distribuído, e sim

observando o sinal no final de uma fibra de tamanho fixo. Neste caso, não se tem

garantia de que este comprimento é ótimo para o experimento, ou se o uso da rede

broadband pode ser mais eficiente se outro comprimento de fibra for utilizado.

No experimento feito com rede de Bragg broadband, apesar do sistema ter

apresentado um resultado excelente, a rede de Bragg tem uma perda de inserção

de aproximadamente 5 dBm para sinais na banda L. Estas perdas foram

compensadas de forma que no experimento, a mesma potência de entrada fosse

observada para todas as diferentes configurações estudadas. Porém, isto tornou

inviável a utilização do sistema broadband, sendo necessária uma rede com baixa

perda de inserção.

Outro experimento na banda L foi tentar aumentar o ganho utilizando duplo

bombeamento. Neste caso de duplo bombeamento, a análise utilizando ganho

distribuído através de técnica de reflectometria é muito difícil. É preciso utilizar

uma fibra curta o suficiente para ver o efeito do bombeio contra-propagante, além

disso, o bombeio contra-propagante, deve ser devidamente isolado, e cuidados

devem ser tomados para que o sinal de bombeio contra-propagante que

eventualmente atravesse a fibra sem ser utilizado não danifique o laser de

bombeio co-propagante, o laser de sinal e o detector. Como num sistema de

reflectometria, é muito difícil usar os WDM com isoladores, pois após passar

pelos isoladores, o sinal refletido não consegue voltar sem perder bastante

intensidade. O uso de duplo bombeio é mais simples se as duas fontes de bombeio

forem diferentes, como 980 nm e 1480 nm, pois bombeios de mesmo

comprimento de onda podem passar facilmente pelo WDM sem isolação, entrando

diretamente na direção do outro bombeio, podendo danificar o laser.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 81

A Figura 48 ilustra o sistema usado para medidas em banda L para duplo

bombeio. Neste caso, o bombeio co-propagante é 980 nm e o bombeio contra-

propagante é 1480 nm. Um isolador na saída do bombeio de 1480 nm, além de um

WDM sem isolação (1480/1590 nm) foi utilizado para eliminar uma reflexão do

sinal retro-espalhado.

Laser (sinal de OFDR)

FFT

Gerador de função

T rigger

Detector

OL I nterferômetro de Michelson

Filtro

OSA

Fibra dopada

Bombeio Forward

Bombeio Backward

Figura 48: Esquema OFDR para medidas em banda L utilizando duplo bombeamento.

As figuras seguintes mostram medidas de duplo bombeio para dois

diferentes comprimentos de fibra para a banda L. A Figura 49 mostra uma medida

em uma fibra de 80 m. O ganho distribuído devido ao bombeio co-propagante

aparece no início da fibra. A partir de 40 m, esse bombeio não é suficiente e o

sinal passa a ser absorvido pela fibra, ou seja, a curva de ganho cai, então a

medida começa a apresentar uma extrapolação para ganho distribuído, entre 40 e

60 m de comprimento, porque o sistema não foi capaz de reproduzir estes pontos

por apresentar uma alta saturação do detector, que faz com que o nível de

sensibilidade do aparelho se sobreponha à medida. Porém, após 60 m, o sinal sai

do nível de ruído do equipamento devido ao efeito da alta potência de bombeio

contra-propagante. Pode-se observar que a fibra é muito longa para todos os

comprimentos de onda na banda L, pois o ganho devido ao bombeio co-

propagante chega a um máximo e cai, vai sendo absorvido pela fibra, chegando

próximo de ganho zero. De acordo com a extrapolação são mais de 20 m de fibra

em que o sinal foi absorvido e o bombeio contra-propagante não conseguiu

chegar, depois são aproximadamente mais 20 metros em que o bombeio contra-

propagante ilumina a fibra.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 82

0 20 40 60 80 1000

5

10

15

20

EDFA Banda LDuplo bombeio

1570 nm 1580 nm 1590 nm 1600 nm 1610 nm

Comprimento [m]

Ga

nh

o [

dB

]

Bombeio co-propagante

bombeio contra-propagante

Figura 49: Medidas de ganho distribuído em banda L para duplo bombeio em 80 m de

fibra dopada

0 20 40 600

5

10

15

20

EDFA Banda LDuplo bombeio

1570 nm 1580 nm 1590 nm 1600 nm 1610 nm

Comprimento [m]

Ga

nho

[dB

]

Bombeio co-propagante

Bombeiocontra-propagante

Figura 50: Medidas de ganho distribuído em banda L para duplo bombeio em 50 m de

fibra dopada.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 83

Seria ideal uma medida com um comprimento de fibra menor, e isso é

ilustrado na Figura 50, que se trata da mesma fibra, porém com comprimento

menor, 50 m. Neste caso, a fibra ainda é aparentemente longa para o sinal de 1570

nm porém curta para 1610 nm, e o bombeio contra-propagante também não foi tão

eficiente quanto na medida anterior, ou seja, ele promoveu um ganho menor que

na fibra maior, isso porque ele encontrou em alguns metros a fibra iluminada pelo

bombeio co-propagante, fazendo com que a fibra ficasse transparente para o efeito

do bombeio.

Observando com mais atenção os sinais de comprimentos de onda mais

extremos, temos então, na Figura 51 as curvas de ganho distribuído para 1570 e

1610 nm, para os dois comprimentos de fibra utilizados.

0 20 40 60 800

5

10

15

20

Gan

ho [d

B]

Comprimento [m]

1570 nm

1610 nm

EDFA Banda LDuplo bombeio

Figura 51: Medidas de ganho distribuído em 1570 e 1610 nm para duplo bombeio em 50

e 80 m de fibra dopada.

Observa-se, como citado anteriormente, que a fibra ainda é longa para o

sinal de 1570 nm, porém curta para 1610 nm. Na curva de 1610 nm, numa

distância de 30 m a partir do início da fibra o ganho, que para a outra curva era

somente devido ao bombeio co-propagante, agora foi depletado pela presença do

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Medidas de ganho em fibras dopadas 84

bombeio contra-propagante. Na medida de 1570 nm porém, vemos que, apesar da

proximidade, o bombeio contra-propagante aparentemente não afetou o ganho no

início da fibra gerado pelo bombeio co-propagante.

Todos os resultados foram confirmados em medida simples de ganho

usando o OSA, onde foram medidos o sinal de entrada e o sinal de saída, e

calculado o ganho. A Tabela 2 mostra os valores de ganho medidos no final da

fibra nas duas técnicas, as medidas de ganho distribuído através da técnica de

OFDR no final da curva se ajustaram perfeitamente aos medidos com o auxílio do

OSA, mostrando que os resultados são realmente coerentes e verdadeiros.

OFDR 80 m OSA 80 m OFDR 50 m OSA 50 m

1570 nm 23,1 dB 23,9 dB 20,8 dB 20,6 dB

1580 nm 22,0 dB 22,6 dB 19,9 dB 19,5 dB

1590 nm 21,1 dB 21,9 dB 18,7 dB 18,7 dB

1600 nm 20,2 dB 21,1 dB 17,7 dB 17,4 dB

1610 nm 17,8 dB 18,5 dB 13,7 dB 13,1 dB

Tabela 2: Valores de ganho para as técnicas de OFDR e utilizando o OSA para medidas

de duplo bombeio em banda L para 50 e 80 m de fibras dopadas.

Chegamos à conclusão que, talvez exista um comprimento de fibra ideal

entre estes dois comprimentos mostrados no experimento, porém esta medida,

neste caso, é destrutiva, precisando que sejam feitos sucessivos cortes e análises a

fim de procurar o comprimento ideal de fibra para esta configuração, devido as

características da fibra de érbio. Duas conclusões podem ser tiradas destas

medidas: primeira, o uso de duplo bombeio realmente aumenta bastante o ganho

do sistema; e a segunda, que esta técnica também é eficiente para medidas de

ganho distribuído em duplo bombeio, sendo ineficiente para prever o

comprimento ótimo, mas reproduzindo bem o comportamento do ganho ao longo

da fibra.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 85

5.2. Medidas em fibras dopadas com Túlio – Banda S

Como discutido anteriormente, o método é bastante importante para

caracterizações de fibras dopadas, porém fibras de sílica dopadas com érbio já são

amplamente usadas, tendo vários softwares de simulação a disposição, porém,

fibras diferentes, como a fibra ZBLAN dopada com túlio, além de ter poucos

recursos de caracterização, é uma fibra extremamente cara, tornando-se inviável a

caracterização por método de cutback.

As medidas de OFDR na banda S foram executadas com um sistema

conforme a Figura 23. Foi montado um esquema com um laser sintonizável na

banda S com largura de linha de 100 kHz, um filtro semelhante ao mostrado na

Figura 22, porém com as redes de Bragg para 1460, 1470, 1480, 1490 e 1500 nm.

O processo é o mesmo, portanto os tipos de medidas são os mesmos. Entretanto,

fazer medidas com estas fibras foi especialmente difícil, porque as fibras não são

de sílica. O material do qual a fibra é feita, ZBLAN é extremamente frágil, e a

fibra quebra muito facilmente. Por isso, a emenda ZBLAN – sílica não é

acessível, as emendas são feitas por encomenda e fechadas em uma caixa, para

facilitar o manuseio e evitar perdas. A parte acessível é apenas as saídas com

fibras de sílica para que as emendas sejam feitas com o resto do sistema. Estas

emendas internas causavam uma reflexão enorme e de difícil controle.

A Figura 52 mostra a primeira caracterização com medidas de ganho

distribuído em fibras dopadas com túlio. Esta fibra tem comprimento de 15m. A

primeira grande reflexão vem de uma saída do WDM aberta, que serve como

porta de controle, e que acarretava num ponto alto de reflexão. A segunda reflexão

é a emenda ZBLAN – sílica, e logo depois observa-se o comportamento de ganho

da fibra. A fibra foi bombeada em 1050 nm (co-propagante) a uma potência de

25,5 dBm, e o sinal foi 1480 nm a uma potência de -2 dBm.

Para esta primeira medida, podemos observar através da diferença entre os

picos da emenda da saída, que o ganho dessa fibra para este comprimento é 24 dB,

e novamente o ganho é lido diretamente da medida subtraindo o valor de máximo

ganho pelo valor sem ganho e dividindo por dois.

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Medidas de ganho em fibras dopadas 86

0 10 20 30 40 -100

-90

-80

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0 Medida em fibra dopada

com Túlio

Aumento do bombeio

Emenda de saída

Emenda de entrada

Comprimento [m]

Sin

al R

etro

-esp

alha

do [d

BV

]

Figura 52: Caracterização de ganho distribuído em 15 m de fibra ZBLAN dopada com

túlio.

-20 -10 0 10 20 30 40 50-90-80-70-60-50-40-30-20

B A

PA=1/2[(7.4-4.1)/2]=0.8 dB

7.4 dB4.2 dB

Sin

al R

etro

-esp

alha

do [d

BV

]

Comprimento [m]

-80

-70

-60

-50

-40

-30

A BPB=1/2[(8.3-4.2)/2]=1 dB

8.3 dB4.1 dB

Figura 53: Medidas de perdas nas emendas ZBLAN-sílica usando a técnica de OFDR.

A primeira grande diferença entre as curvas de ganho da fibra dopada com

érbio e com túlio é que para o túlio, o sinal não é absorvido pela fibra, fato

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Medidas de ganho em fibras dopadas 87

percebido pela curva de bombeio zero. A maneira com que o ganho cresce

também é diferente, para cada bombeio, tem-se uma curva de inclinação diferente.

Isto é devido ao processo de amplificação, pois o bombeio precisa tirar população

do nível fundamental e depois de um nível intermediário, nível 2, até um outro

nível intermediário, nível 3, e a amplificação ocorre entre estes níveis 2 e 3.

Utilizando a técnica de OFDR, pode-se ainda caracterizar as perdas nas

emendas nas extremidades da fibra, observadas na Figura 52, fazendo uma

caracterização não destrutiva, apenas através de medidas sem bombeio, nas duas

direções, medidas estas mostradas na Figura 53. As perdas medidas para as

emendas A e B são respectivamente 0,8 e 1 dB.

A seguir, foi aberta a caixa da emenda ZBLAN-sílica para abrir a emenda de

saída de uma outra amostra de TDF, que estava danificada, para tentar fazer a

medida sem a interferência da reflexão da emenda de saída. O resultado é

mostrado na Figura 54.

0 10 20 30 40 -100

-90

-80

-70

-60

-50

-40

Aumento da potência bombeio

Emenda de entrada

Final da fibra

Comprimento [m]

Sin

al R

etro

-esp

alha

do [d

BV

]

Figura 54: Caracterização de ganho distribuído em 9,8 m de fibra ZBLAN dopada com

túlio.

O ganho da fibra da na Figura 54 foi de 11 dB, e está de acordo com outros

métodos de medida de ganho usados no laboratório. Pela medida, observa-se que

a fibra provavelmente está longe de seu comprimento ótimo para esta potência de

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Medidas de ganho em fibras dopadas 88

bombeio, e também não apresenta indícios de saturação de ganho pela potência de

bombeio.

Com o uso dessa técnica, o custo para se trabalhar em laboratório com essa

fibra diminui bastante, pois uma fibra maior pode ser analisada para determinadas

potências de sinal e de bombeio, e depois ela é cortada para que se construa o

amplificador.

Além de comprimento ótimo da fibra, também se procura diferentes tipos de

bombeamento visando um aumento de ganho e melhor desempenho do

amplificador, assim como na fibra dopada com érbio. Alguns trabalhos vem sendo

desenvolvidos neste sentido, como em [48, 49, 57]. A técnica de OFDR vem

sendo amplamente usada para que a tecnologia se desenvolva.

A Figura 55 ilustra uma medida de duplo bombeio com esquema de

bombeamento proposto pelo grupo de óptica do departamento de Física da UFPE

[48, 57]. Neste exemplo é usada uma fibra dopada de 18 m de comprimento. O

sinal é 1 mW de 1480 nm e os bombeamentos são: co-propagante de 1050 nm

com potência 80 m W e contra-propagante de 800 nm com potência de 45 mW.

0

5

10

15 Duplo bombeio

1050 nm

800 nm

Gan

ho (

dB)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 180

5

10

Ganho(1050 + 800) - Ganho (1050)

Comprimento [m]

Figura 55: Medida de duplo bombeio em fibra dopada com túlio.

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Analisando rapidamente esta medida, ela mostra dois gráficos. O gráfico de

cima mostra uma medida de ganho com bombeamento simples (apenas co-

propagante) e duplo. O gráfico de baixo apresenta apenas o comportamento do

bombeio contra-propagante.

Como já foi observado, o sinal não é absorvido pela fibra, não existe o

problema encontrado para caracterizar duplo bombeamento em EDFA, ou seja,

uma fibra com comprimento maior que o necessário, quando caracterizada através

da técnica de OFDR, ilustra perfeitamente os comportamentos dos bombeios. Por

exemplo, com o bombeamento co-propagante o ganho distribuído na Figura 55

cresce lentamente com uma inclinação muito pequena, e no final da fibra

apresenta sinal com ganho constante, quer dizer, a fibra é muito longa para este

bombeio. Porém, observando o efeito do bombeamento contra-propagante do

gráfico de baixo (Figura 55), em apenas 6 m de fibra ele adiciona aumento do

ganho, e em apenas 2 m, ele realmente atua aumentando o ganho. Este efeito

sugere que uma fibra menor poderia ser usada, ou ainda que os dois bombeios

fossem co-propagantes [57], lembrando que a eficiência do bombeamento de 800

nm só é alta devido a presença do outro bombeamento.

Portanto, esta técnica utilizada para caracterização de dispositivos a fibra,

apresenta-se pela primeira vez de forma mais abrangente, através de um sistema

que pode promover a caracterização de ganho em fibras dopadas por diferentes

materiais e operando em diferentes comprimentos de onda, possibilitando medidas

em diferentes configurações. Portanto, o avanço do estudo do amplificador a fibra

dopada com túlio, e o uso desta técnica para caracterização do ganho para este

comprimento de onda são de grande importância, visto que, diferentemente do

EDFA, que é amplamente utilizado em sistemas, o TDFA ainda está em fase de

desenvolvimento.

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