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MAIO 2009 - 5ª edição - ANO III QUADRIMESTRAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA www.sintetel.org [email protected] Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo P P P P P P PR R R R R R R RE E E E EJ J J J J A A A A A AL L L L L L L P P P P P P P P P P PR R R R R R R R R R R R RE E E E E E E E E E E EJ J J J J J J J J J A A A A A A A A A A AL L L L L L L L L L L P P P P P Pr r r r ro o o o oj j j j j j j je e e e et t t t t t t to o o o o o d d d d d d d d de e e e e em m m mo o o oc c c cr r r ra a a at t t t t t ti i i i i iz z z za a a a a a Projeto democratiza a a a a a e e e e e e ed d d d d d d du u u uc c c ca a a aç ç ç ç ã ã ã ã ã ã ão o o o o o a educação G G G G G GR R R R R R R R R G G G G G G G G G G GR R R R R R R R R R R A A A A A A AM M M M M MÁ Á Á Á Á Á Á Á T T T T TI I I I I IC C C C C C CA A A A A A A A A A A A A A A A A A AM M M M M M M M M M MÁ Á Á Á Á Á Á Á Á Á Á T T T T T T T T T T TI I I I I I I I I I IC C C C C C C C C C CA A A A A A A A A A A R R R R R R R R R R R R R R R R S S S S S Sa a a ai i i i i i i ib b b b b b b ba a a a a a o o o o q q q q q q u u u ue e e e e e m m m m m mu u u ud d d d d d d da a a a a a c c c c co o o om m m m m m Saiba o que muda com o o o o o n n n n n no o o ov v v vo o o o o o a a a a a ac c c co o o or r r rd d d d d d d do o o o o o o o novo acordo D D D D D DI I I I IN N N N N N D D D D D D D D DI I I I I I I I IN N N N N N N N N N H H H H HE E E E EI I I IR R R R R R RO O O O O O O H H H H H H H H HE E E E E E E E EI I I I I I I I IR R R R R R R R R RO O O O O O O O O P P P P P P l l l l la a a an n n no o o o o o R R R R R R R Re e e e e ea a a al l l l l c c c c co o o om m m mp p p p p p l l l l l l l le e e e e et t t t t ta a a a a a Plano Real completa 1 1 1 1 1 15 5 5 5 5 5 a a a a a an n no o o os s s s s s 15 anos M M M M M M M M M E E E E E ED D D D D D DU U U U U U U M M M M M M M M ME E E E E E E E D D D D D D D D U U U U U U U U L L L L L L LA A A A A A A A A Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó ÓS S S S S S SS S S S S S E E E E E E E E EA A A A A A A A A L L L L L L L LA A A A A A A A A Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó ÓS S S S S S S S SS S S S S S S S SE E E E E E E E EA A A A A A A A A É É É É É É s s s s s s s s si i i i i i i im m m m m m mp p p p p p p l l l l l l l l le e e e e e es s s s s s s s s s s s s s s se e e e e e e er r r r r r r r r É simples ser u u u u u u u um m m m m m m d d d d d d d d d do o o o o oa a a a a ad d d d d d d do o o o o o or r r r r r r r um doador EM REVISTA Manutenção dos empregos, terceirização e qualidade de serviços são algumas das preocupações que o movimento sindical levanta sobre a fusão da Oi com a BrT

5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

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Linha Direta - Revista do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações no Estado de São Paulo – SINTETEL-SP

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Page 1: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

MAIO 2009 - 5ª edição - ANO III QUADRIMESTRAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA

[email protected]

Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo

PPPPPPPRRRRRRRREEEEEJJJJJJAAAAAALLLLLLLPPPPPPPPPPPRRRRRRRRRRRRREEEEEEEEEEEEJJJJJJJJJJJAAAAAAAAAAALLLLLLLLLLLPPPPPPrrrrrooooojjjjjjjjeeeeettttttttoooooo dddddddddeeeeeemmmmooooccccrrrraaaatttttttiiiiiizzzzaaaaaa Projeto democratiza

aaaaa eeeeeeedddddddduuuuccccaaaaççççççãããããããooooooa educação

GGGGGGRRRRRRRRRGGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRRAAAAAAAMMMMMMÁÁÁÁÁÁÁÁTTTTTIIIIIICCCCCCCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMMMMMMMMMMMÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁTTTTTTTTTTTIIIIIIIIIIICCCCCCCCCCCAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRSSSSSSaaaaiiiiiiiibbbbbbbbaaaaaa oooo qqqqqqquuuueeeeee mmmmmmuuuuddddddddaaaaaa cccccoooommmmmm Saiba o que muda com

ooooo nnnnnnoooovvvvoooooo aaaaaaccccoooorrrrddddddddoooooooo novo acordo

DDDDDDIIIIINNNNNNDDDDDDDDDIIIIIIIIINNNNNNNNNNHHHHHEEEEEIIIIRRRRRRROOOOOOOHHHHHHHHHEEEEEEEEEIIIIIIIIIRRRRRRRRRROOOOOOOOOPPPPPPPllllllaaaannnnoooooo RRRRRRRReeeeeeaaaalllll cccccoooommmmpppppppplllllllleeeeeettttttaaaaaaPlano Real completa

111111555555 aaaaaannnoooossssss15 anos

MMMMMMMMMMEEEEEEDDDDDDDUUUUUUUUMMMMMMMMMEEEEEEEEEDDDDDDDDDUUUUUUUULLLLLLLAAAAAAAAA ÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓSSSSSSSSSSSSSSEEEEEEEEEAAAAAAAAAALLLLLLLLAAAAAAAAA ÓÓÓÓÓÓÓÓÓSSSSSSSSSSSSSSSSSSEEEEEEEEEAAAAAAAAAÉÉÉÉÉÉ sssssssssiiiiiiiimmmmmmmpppppppppllllllllleeeeeeessssssss sssssssseeeeeeeerrrrrrrrrÉ simples ser

uuuuuuuummmmmmm ddddddddddooooooaaaaaaddddddddooooooorrrrrrrrum doador

EM REVISTA

Manutenção dos empregos,

terceirização e qualidade de

serviços são algumas das

preocupações que o movimento

sindical levanta sobre a fusão

da Oi com a BrT

Page 2: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

O Sintetel estima que, em 2009,

haverá um crescimento de 80%

na procura e oferta dos serviços

prestados pelo Centro. Para os in-

teressados, haverá novos cursos

e treinamentos, como o de IRLA e

Programa Motivacional de Auto-

Conhecimento.

Veja os demais serviços disponibilizados:

OVP - Orientação Vocacional e ProfissionalCurso de Liderança Transacional para ExecutivosCurso de Comunicação PersuasivaCurso de Rotina Administrativa

Informações e inscrições:

Rua Santa Isabel, 36Vila Buarque - São Paulo/SPPróximo ao Metrô República.

Tel.: (11) 3331-3110

Nos últimos dois anos, 6.960 pessoas procuraram os serviços do Centro de Formação, como cursos profissionalizantes e recolocação no mercado de trabalho. Por meio da parce-ria firmada com o Grupo Apse, 580 interessados conseguiram ocupar vagas no mercado de trabalho em um único mês.

Informáti-ca básica para porta-dores de deficiência física

Elevação da esco-laridade

para porta-dores de

deficiência física e visual

Turma do curso de teleaten-dimento

Page 3: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

LINHA DIRETA em revista 3

SUMÁRIO

EM REVISTAEM REVISTA

18

24

32

5

Editorias

4 Editorial

8 Aposentados

12 Subsedes

34 Notícias

36 Cidadania

38 Cultura

40 Música

41 Passatempo

Artigos

31 Transição com avançoJoão Guilherme Vargas Netto

42 Zanganor e o meio ambientePaulo Rodrigues

Entrevista - Toninho do Diap ..................................................... 5Jornalista fala sobre o cenário político para as eleições de 2010

Novas Tecnologias - Cinema em grandes proporções ........ 10O IMAX traz melhoras significativas para as telonas

Nova Gramá�ca - As mudanças da língua ........................ 15Brasil é o pioneiro na implementação das novas regras

Debate - Fórum Social Mundial ganha 9ª edição .................. 16Encontro busca alternativas ao atual modelo econômico

1º de Maio - Trabalhadores em festa .................................. 18Brasil tem a maior comemoração do mundo

Capa - Uma operadora 100% brasileira ................................ 20Nova empresa surge no campo das telecomunicações

Espaço Feminino - Dia Internacional da Mulher ................ 24Conheça os bastidores desse grandioso evento do Sintetel

Organização Sindical - Fenattel é sinônimo de pluralidade .. 26Federação amplia representatividade e traz unidade à classe

Economia - Plano Real completa 15 anos ........................... 28Especialistas comentam trajetória da moeda no Brasil

Saúde - Doação de Medula Óssea ......................................... 32Ser um doador é simples e ajuda a salvar vidas

Page 4: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

Chegamos à quinta edição da nossa revista. Para a felicidade dos asso-ciados, posso afirmar que se trata de mais um veículo de comunica-ção consolidado no Sintetel. A pu-blicação, que surgiu em 2006 com periodicidade semestral, traz em 2009 uma edição extra em virtude da nova freqüência quadrimestral. E as novidades não param por aí! A partir do ano que vem, objetiva-mos que Linha Direta em Revista seja trimestral.

Fechamos mais um acordo para as prestadoras, na verdade é uma con-venção coletiva, pois vale para todo Estado de São Paulo. Sabemos que os trabalhadores dessas empresas merecem mais respeito e melhores salários. Por isso, companheiros, vamos à luta. A divisão da categoria em torno da proposta nos mostra que iremos buscar o que merecemos. Podem ficar preparados, pois as batalhas virão e iremos lutar juntos como sempre fizemos.

Quero comentar dois assuntos que trataremos nas páginas a seguir e merecem relevante destaque.

O primeiro está estritamente ligado à categoria de telecomunicações. Surge um novo paradigma de organização dos trabalhadores com a refi-liação à Fenattel de dez sindicatos filiados à CUT. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações passa agora a congregar em suas bases sindicatos das três principais centrais sindicais: Força, CUT e UGT; e passa a representar cerca de 630 mil trabalhadores em todo o Brasil. Ou seja: mais de 90% da categoria profissional reunida em 19 sindicatos. Isso também significa mais força para reivindicar, lutar e melhorar as condições dos trabalhadores em todo o território nacional.

O segundo assunto que abordaremos diz respeito à aquisição da Brasil Telecom pela Oi. A nova empresa nasce com quase 56 milhões de clientes em 92% do território e já é chamada de supertele. Se por um lado vemos com bons olhos a criação de uma empresa 100% nacional, por outro temos a preocupação com a manutenção dos postos de trabalho e com a busca de alternativas para a realocação dos trabalhadores. Vamos fis-calizar, ficar de olho e trabalhar.

Boa leitura.

* Almir Munhoz é presidente do Sintetel.

4 LINHA DIRETA em revista

Fenattel, Oi e acordo das prestadoras

EDITORIAL

Almir Munhoz *

DIRETORIA DO SINTETEL

Presidente: Almir Munhoz

Vice-Presidente: José Carlos Guicho

Diretoria Executiva: Gilberto Rodrigues Dourado, Alcides Marin Salles, Elí-sio Rodrigues de Sousa, Mauro Cava de Britto e Joseval Barbosa da Silva.

Diretores Secretários: Cenise Monteiro de Moraes, Reynaldo Cardarelli Filho, José Clarismunde de Oliveira Aguiar, Eudes José Marques, Amândio

Bispo Cruz, Bráulio Moura da Silva e Germar Pereira da Silva.

Diretores Regionais: Jorge Luiz Xavier, Welton José de Araújo, José Ro-berto da Silva, Ismar José Antonio e Genivaldo Aparecido Barrichello.

Jurídico: Humberto Viviani [email protected]: Paulo Rodrigues [email protected]

Recursos Humanos: Sergio Roberto [email protected]

COORDENAÇÃO EDITORIALDiretor Responsável: Almir Munhoz

Jornalista Responsável: Marco Tirelli MTb 23.187Revisão Geral: Amanda Santoro MTb 53.062

Redação: Amanda Santoro, Emilio Franco Jr., Larissa Armani e Marco TirelliDiagramação: Gráfica Unisind Ltda. (www.unisind.com.br)

Fotos: J. Amaro Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto, Paulo Rodrigues e

Theodora VenckusImpressão: Gráfica Unisind Ltda. (www.unisind.com.br)

Distribuição: SintetelTiragem: 25.000 exemplares

Periodicidade: Quadrimestral

Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64

Vila Buarque | 01220-000 | São Paulo SP | 11 3351-8899

www.sintetel.org | [email protected]

SUBSEDESABC: (11) 4123-8975 [email protected]

Bauru: (14) 3231-1616 [email protected]: (19) 3236-1080 [email protected]: (16) 3610-3015 [email protected]

Santos: (13) 3225-2422 [email protected] Preto: (17) 3232-5560 [email protected]

V. Paraíba: (12) 3939-1620 [email protected]

O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos Trabalha-dores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sindical Internacional) e à Força Sindical. Os artigos publicados nesta revista expressam

exclusivamente a opinião de seus autores.

Cartas“Lendo a reportagem “Humanização no Atendimento” (pág. 22 da quarta edição de Linha Direta em Revista) relembrei uma história de meus tempos de telefonista, quando as empresas não tinham nenhum respeito na hora de atender-nos. O Sintetel está de parabéns, as revistas estão muito boas”.

Minerva Piovesan, associada aposentada do Sintetel.

Você também pode enviar as suas sugestões, opiniões e comentários para a redação de Linha Direta em Revista. Basta encaminhar um e-mail para [email protected], ligar para (11) 3351-8892 ou mandar uma carta para o seguinte endereço: R. Bento Freitas, 64 - V. Buarque, CEP: 01220-000, São Paulo - SP

Page 5: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

LINHA DIRETA em revista 5

Apesar de não possuir quadros para ganhar a presidência da República,

o PMDB, através de sua influência, é o f iel da balança. Participa

do Governo e indica cargos de relevante importância

Amanda Santoro e Marco Tirelli

Em tempos de corrida presidencial, a política brasileira começa a se pre-parar para receber um substituto à altura do Palácio do Planalto. Poucos dos possíveis presidenciáveis adotam o discurso aberto, mas os rumos tomados pelas principais tendências e partidos políticos revelam que a lar-gada já foi dada. Qual partido saiu na frente? O que acontecerá em 2010? Para esclarecer esses e alguns outros questionamentos, Linha Direta em Revista entrevistou Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e diretor de documentação do DIAP (Departamento Intersindical de Asses-soria Parlamentar).

Toninho, como é chamado no meio sindical, tem conhecimento de sobra para falar sobre o assunto. Aos 48 anos de idade, ele é coordenador e co-autor da famosa publicação “Os Cabeças do Congresso Nacional”, uma pesquisa sobre os 100 parlamentares mais in-fluentes no Poder Legislativo. Antônio também é professor dos cursos de “Asses-soria Parlamentar” e “Marketing Político” da Universidade de Brasília (UnB).

Veja abaixo os principais trechos da en-trevista concedida à nossa redação.

Linha Direta em Revista: Como fica a correlação de forças no Congresso após o PMDB assumir o Senado e a Câmara?

ENTREVISTA

Fotos: André Luis dos Santos

“O PMDB

prioriza e

potencializa os

dois primeiros

recursos de

poder: orçamen-

to e cargos”

Page 6: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

“O PSDB não

terá como fu-

gir das prévias,

sob pena de

grande cisão

no partido”

6 LINHA DIRETA em revista

Antônio Augusto de Queiroz: O PMDB, que já detinha as duas maiores bancadas do Congresso, ganhou um poder extraordinário com a presidência da Câmara e do Sena-do. Esse fato lhe dá uma condição privilegiada no relacionamento com o Governo Federal e, principal-mente, na aliança política com vis-tas à sucessão do Presidente Lula. O equilíbrio de forças existentes entre PT e PMDB no Congresso foi rom-pido em favor do PMDB, que passa a hegemonizar a definição da agenda legislativa. O primeiro teste entre os dois partidos foi a disputa pela presidência da Comissão de Infra-estrutura do Senado. O PT lançou sua ex-líder, a senadora Ideli Salvatti (PT/SC), enquanto o PMDB apoiou o ex-presidente Fernando Collor (PTB/AL), que venceu a disputa por 13 votos a 10. LDR: A postura do PMDB de aliar-se aos partidos que estão no Governo corrobora com as declara-ções do senador Jarbas Vasconcelos ? AAQ: O PMDB é um partido prag-mático. Sua vocação é o exercício do poder. O partido não dispõe de quadros para ganhar a presidência, mas participa do Governo, sempre indicando ministros, diretores e presi-dentes de empresas. O problema é que os governos, de modo geral, com-põem suas bases de apoio distribuin-do cargos, recursos do orçamento e negociando o conteúdo da política pública. O PMDB prioriza e poten-cializa os dois primeiros recursos de poder: orçamento e cargos.

O fato de aliar-se aos partidos gover-nistas não corrobora necessariamente com a tese de Jarbas Vasconcelos de que boa parte do partido quer ape-nas tirar proveito pessoal. Existem vá rias correntes no PMDB, mas a que rejeita uma relação em base fisiológi-ca é pequena. O grupo a que Jarbas

Vasconcelos pertence está completa-mente isolado, daí a justa indignação do senador.

LDR: Por que o comando do PMDB não fez uma defesa pública do partido?AAQ: Os grupos majoritários do partido estão no Governo e, para eles, seria um enorme desgaste de-bater publicamente as acusações do senador. Por isso optaram por des-considerar as declarações, que são feitas de forma genérica sem citar nomes. Segundo o presidente da Câmara e do partido, o deputado

Michel Temer, o fato de não especi-ficar situações incorre em um debate inútil. Sarney, presidente do Senado e também do PMDB, declarou que não responderia para não rebaixar o debate político. Ou seja, a direção do partido, em geral, e os senadores e deputados com posto de mando, em particular, atribuíram a manifes-tação do senador como uma espécie de desabafo.

LDR: O PSDB fará prévias para a escolha de um candidato à presidên-cia ou indicará um nome consen-

sual sem pesquisas de opinião? AAQ: O PSDB não terá como fugir das prévias sob pena de grande cisão no partido. A não-realização delas pode, inclusive, precipitar a saída de Aécio Neves do partido. O governa-dor de Minas Gerais até já convenceu o outro pré-candidato, o governador de São Paulo, José Serra, sobre a im-portância das prévias para a unifica-ção do partido na sucessão do presi-dente Lula. Aécio tem pressa – até para decidir o que fazer caso não seja o candidato. Já Serra, que está bem nas pesquisas, pretende retardar ao máximo a consulta, diante da impos-

sibilidade de suprimi-la da agenda. A candidatura de consenso, sem prévia, está fora do horizonte.

LDR: A realização de prévias no PSDB pode desgatar o partido?AAQ: Depende do modo como for organizada. De qualquer maneira, os dois grupos (serrista e aecista) estão em guerra. Se vencer Serra, ele terá que agradar muito Aécio e seu grupo para garantir o apoio do mineiro. Se vencer Aécio, Serra disputará a reeleição em São Paulo e apoiará Aé-cio sem reservas.

ENTREVISTA

Page 7: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

“A verdade“A verdade

é que aé que a

oposição oposição

no Brasil éno Brasil é

inexistente”inexistente”

LINHA DIRETA em revista 7

LDR: Existe a possibilidade de Aécio Neves deixar o PSDB para lançar-se à presidência pelo PMDB? AAQ: Acho muito difícil. O PMDB não sustenta candidatura presidencial de ninguém. Nem o Doutor Ulisses Guimarães resistiu às traições do par-tido. Aécio sabe disso e jamais entrará nessa aventura. Sua chance como can-didato fora do PSDB seria mais rea-lista no PSB. A população não sente saudades do PSDB nem está plena-mente satisfeita com o PT, existindo real espaço para a terceira via.

LDR: Por que o PMDB não emplaca uma candidatura própria à presidência? AAQ: Existem muitos PMDBs que disputam entre si: o PMDB ideológi-co; o PMDB fisiológico, o PMDB empresarial; os PMDBs regionais; o PMDB da Câmara; o PMDB do Senado.Ou seja, não existe unidade política. Mesmo quando havia verti-calização, o partido se dividia entre as candidaturas à presidência da Repúbli-ca, casos das eleições de 1998 e 2006. Nas duas vezes em que disputou a presidência com candidato próprio, o partido abandonou-os: Ulisses, em 1989, e Quércia, em 1994. Em 2002 lançou a então deputada Rita Camata (PMDB/ES) como vice de José Serra e parcela do partido apoiou Lula, do PT.

LDR: Abertamente, Dilma Rousseff é a candidata à presidência pelo PT. O partido, que optou pela abertura do nome muito antes que os demais pensassem em fazê-lo, tende a ganhar ou perder com esta estratégia?AAQ: Perde e ganha. Perde quando expõe muito cedo uma candidatura oficial, fato que poderá ofuscar o res-tante do mandato do presidente Lula, especialmente se a crise se aprofundar. Ganha ao tornar o nome conhecido e politizar o debate em torno da crise econômica, além de forçar os adver-sários a uma complexa tomada de decisão. Estrategicamente, o lança-

mento cedo foi acertado, tanto pela popularidade do presidente, quanto pela incerteza do resultado da crise.

LDR: Mas então como fica o cenário para a sucessão presidencial? Qual partido larga na frente?AAQ: A disputa, caso o bloquinho PSB/PCdoB não consiga uma boa aliança em torno do nome de Ciro Gomes (ou Aécio saia do PSDB e seja candidato por outro partido), tenderá a ser polarizada mais uma vez entre PT e PSDB. O PSDB, com unidade política, sairia na frente por contar com os dois principais colégios eleito-rais: São Paulo e Minas. LDR: No governo Lula houve um enfraquecimento do papel dos cha-mados partidos de oposição? AAQ: A verdade é que a oposição no Brasil é inexistente. Os tucanos têm uma agenda muito parecida com a do PT, tanto que optaram por acusar o Governo de incompetente e cor-rupto em lugar de propor um pro-grama alternativo. O DEM, apesar de ter eleito (com o apoio do PSDB) o prefeito de São Paulo, a maior ci-dade do País, passa por um processo de esvaziamento e depende, para sua sobrevivência política, da aliança com os tucanos. LDR: Como se comporta a bancada sindical no Congresso? AAQ: A bancada sindical atua de forma unitária e sua atuação, apesar da correlação de forças desfavorável no Congresso, impediu retroces-sos importantes, como o projeto de flexibilização, a Emenda 3 e a emenda Augusto Carvalho, que tornava facul-tativa a contribuição sindical. Entre as conquistas podemos mencionar o aumento da licença-maternidade, o aumento de folga dos empregados no comércio, os aumentos reais do salário mínimo, a correção da tabela do im-

posto de renda, entre outras. A ban-cada sindical possui nomes de grande peso. Na Câmara, além do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), o mais atuante deles, nós podemos men-cionar os deputados Roberto Santiago (PV/SP), Daniel Almeida (PCdoB/BA), Paulo Rocha (PT/PA), Magrão (PPS/SP) e Vicentinho (PT/SP). No Senado, os senadores Paulo Paim (PT/RS) e José Nery (Psol/PA).

LDR: Quais são os principais projetos que deverão ser votados em 2009?AAQ: A agenda do Congresso para 2009 é das mais ambiciosas, a começar pelas reformas política e tributária, dois temas que dificil-mente serão aprovados sem generosas regras de transição. No mundo do trabalho, com exceção do projeto de terceirização, dificilmente haverá mu-

danças significativas, como a redução da jornada. Até a questão das fontes de custeio das entidades sindicais de-pende do envio de projeto pelo Poder Executivo. Na área dos servidores públicos, deverá ser votada a Con-venção 151 da OIT, sobre negociação coletiva e o direito de greve.

A entrevista na íntegra pode ser lida no http://www.sintetel.org/2006/site/entrevistas.

ENTREVISTA

Page 8: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

Nos tempos de mensageiro do Hotel Esplanada e como empre-gado da an�ga CTB.

Com boa disposição,

Ângelo Forte é a história

viva e lúcida do Sindicato

8 LINHA DIRETA em revista

APOSENTADOS

Quase um século de histórias e aprendizado

Para quem vê a disposição e facilidade em relembrar fatos esquecidos há dé-cadas pela memória, fica difícil de acreditar, mas basta pedir-lhe o RG e lá constará: Ângelo Forte nasceu oficialmente em 1º de abril de 1917. A curiosidade fica por conta de suas duas comemorações de aniversários, já que a data em que foi registrado não é a mesma de seu nascimento, 13 de novembro de 1916.

Esse senhor que passou por duas guerras mundiais coleciona números impressionantes. Além dos 92 anos comemorados, o Sr. Forte, como sempre foi chamado pelos amigos e por aqueles não tão íntimos, exibe orgulhoso sua carteira de sócio do Sintetel; é o associado número 16, um dos mais antigos, e que ainda continua na ativa em uma pequena sala dentro do Centro de Convívio dos Aposentados.

Nascido no coração de São Paulo, no encontro das ruas Treze de Maio e Santo Antônio, na Bela Vista, Sr. Forte viu a cidade crescer. Porém, em 1924, a infância no grande centro foi inter-rompida por conta da Revolta Paulista de 1924 - que exigia a renúncia do en-tão presidente Artur Bernardes. Com a violência dos ataques e rebeliões que se instalaram na capital, a família decidiu refugiar-se no interior, parando primeiro em Bauru e depois em Botucatu.

Em 1929, após tempos de diversão e diversas cicatrizes adquiridas durante as brincadeiras com os dois irmãos, Ângelo retorna à sua cidade natal.

Então com 14 anos co-meça a trabalhar como mensageiro no Hotel Es-planada, um dos ícones em luxo e elegância da época. Do tempo em que vestia o uniforme do ho-tel, lembra-se de ter visto muita gente importante pelos corredores.

Como a maior parte dos rapazes da época, aos 20 anos ingressou no serviço militar, onde ficou menos de um ano para já sair empregado na antiga CTB (Cia. Telefônica Brasileira), através da in-tervenção de um tio de sua noiva. Foi a partir daí que toda sua carreira e envolvimento com o ramo de tele-comunicações começaram.

“No começo eu trabalhava aonde pre-cisassem de mim. Estava sempre nos escritórios, ia até os canteiros, não tinha problema algum em me en-volver com o que quer que fosse”. E é assim, sem nenhuma dificuldade,

que Ângelo Forte relembra fatos do cotidiano de trabalho, quando ia quase diariamente às estações para

avaliar e gerenciar o serviço dos colegas de empresa.

Ao falar de seu casamento, lembra com precisão o ano em que selou “seu primeiro e único matrimônio”: 1938. A tentativa de ter o primeiro filho veio no ano seguinte, porém o bebê adoeceu aos cinco meses e não sobreviveu.

O envolvimento com a área sindical começou em 1940, quando se filiou à organização que hoje em dia se trans-formou na ABET (Associação Be-neficente dos Empregados em Tele-comunicações). Essa filiação serviu também para que o senhor Forte fosse sindicalizado em 1942 a uma

Larissa Armani

Page 9: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

Sr. Forte, em destaque, com alguns companheiros da an-�ga CTB.

Em sen�do horário, Augusto Ro-sis, Germar Pereira da Silva, José Evanildo, Forte, Ba�s�nha e Ma-rina Mostacci em um momento de descontração da ASASETESP.

Comemorando os 92 anos com os amigos do Centro de Convívio

LINHA DIRETA em revista 9

APOSENTADOS

associação do ramo dos telefônicos, o embrião do que viria a formar o Sintetel, que em abril de 2009 com-pletou 67 anos de existência.

Junto com toda a demanda de tra-balho e atuação em outras enti-dades, Forte ganha em janeiro de 1941 outra grande responsa-bilidade em sua vida: cuidar do filho Luis.

A vida quase que totalmente dedi-cada e voltada ao trabalho pareceu ter um fim certo, quando em 1971 a CTB foi incorporada pela Telesp, empresa estatal do sistema Telebrás e Embratel que queria trazer para esta esfera todos os serviços públi-cos. Porém, Forte teve uma grande surpresa ao saber que poderia entrar com a aposentadoria em seu antigo cargo, para então ser contratado pela nova empresa de telecomuni-cações que havia sido criada.

O novo momento em muito se assemelhou com a rotina antiga. Além dos dois salários que pas-sou a receber, um como pen-sionista do INSS e outro como novo empregado da Telesp, nosso companheiro ajudou a construir a Associação dos Aposentados Complementados (ASASETESP) da antiga CTB, serviço pelo qual

até hoje é reconhecido e procura-do pelos antigos amigos.

Como personagem constante da evolução das telecomunicações e do que era o serviço no século XX, Ângelo lembra prontamente que prestou algum tempo de serviço na plataforma 30, dentro de seu novo emprego. “Era no Paraíso, onde hoje está um dosmaiores prédios da Telefônica”.

Apesar do serviço sério que desem-penhava, relembra uma pequena confusão que lhe fez perder a chance de ter um cargo mais ele-vado e com mais prestígio. Ga-nhou do presidente da empresa um carro para cumprir uma tarefa nada fácil: vigiar os companheiros que trabalhavam no turno da noite e acabavam, sem querer, pegando no sono. “Certa vez eu encontrei um amigo durante um cochilo, eu o acordei e pedi para que se con-centrasse no serviço, mas não fiz nenhum comentário a meus su-periores. Uma semana depois, o chefe pediu para que eu devolvesse o carro com o qual trabalhava, pois eu não servia para aquela vaga”.

Por conta desse e de outros acon-tecimentos, Forte afirma que o amparo do sindicato sempre foi muito importante para seu de-senvolvimento e o da Associação dos Aposentados, que chegou a ocupar salas oferecidas pelo Sin-tetel para o uso dos associados.

A devoção e empenho em tudo que faz também sempre se refletiram em sua vida pessoal e na relação familiar. Viúvo, avô de três adultos e com quatro bisnetos, Sr. Forte agradece a Deus todo o instante por poder contar com os parentes: “Todos são muito bons comigo, meu filho me

liga diariamente, tenho muito or-gulho dos meus netos e sou muito grato à Regiane, minha neta mais nova, que cuida de mim”.

Atualmente, concentrado em seu pequeno escritório dentro do Cen-tro de Convívio, nosso amigo con-tinua na ativa, e diz que não se ima-gina com outra vida: “o sindicato sempre me deu tudo que precisei, aqui tenho meus melhores amigos e meus melhores momentos, não há palavras para agradecer o quanto sempre fizeram por mim”.

A resposta para tanta dedicação e sensibilidade está no dia-a-dia de Sr. Forte, que por onde passa re-cebe o carinho e atenção daqueles que reconhecem sua personalidade serena e a importância de ter um pedaço da história viva, e bem vivi-da, da nossa instituição circulando pelos corredores.

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10 LINHA DIRETA em revista

O cinema como você nunca viu

Alta Definição

NOVAS TECNOLOGIAS

Emilio Franco Jr.

O filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe, muito aguardado pelos fãs da série, será lançado em IMAX. A estréia acontecerá no dia 15 de julho.

A tecnologia IMAX aumenta

em muito a qualidade de

som e imagem

O IMAX é uma das tecnologias mais fascinantes do cinema. Seu formato tem capacidade de pro-jetar imagens em tamanho muito maior e com definição bastante superior em comparação às salas com telas em tamanhos conven-cionais. A telona IMAX mede, normalmente, 16 metros de al-tura por 22 metros de largura, contra os 12 por 20 dos cine-mas comuns. Mesmo com essa grande diferença, ainda assim existem telas maiores, como é o caso da sala IMAX Dome (em que as poltronas são inclinadas) na Índia, em que a área da tela é de 1.180m2, e o IMAX Theatre de Sydney, na Austrália, com tela retangular de 1.051m2.

Essa experiência cinematográfica revolucionária era, até pouco tempo, exclusiva de outros paí-ses. Mas, para alegria dos cinéfi-los brasileiros, a tecnologia chega agora à cidade de São Paulo. No início do ano, o Espaço Uni-banco inaugurou a primeira sala IMAX do país, no Shop-

ping Bourbon Pompéia, com capacidade para 334 pessoas, tela de 14 metros de altura por 21 de largura, com um custo estimado de R$ 2,7 milhões. O espaço também é compatível com a tecnologia de projeção 3D. Já está programada a inau-guração da segunda sala IMAX brasileira, ainda em 2009, na cidade de Curitiba.

Uma das particularidades da tela IMAX é o fato de ela ser grande o suficiente para preencher todo o campo de visão, o que resulta em uma sensação de total imer-são no filme. No IMAX, a im-pressão, em muitos momentos, é de estar dentro da tela. “É a experiência do cinema na sua mais ampla realidade, a de trans-portar o espectador para dentro da história”, afirma o estudante

Lucas Rossi, de 20 anos, que já esteve em duas salas com a tecno-logia nos Estados Unidos e tam-bém na recém-inaugurada sala de São Paulo. “Um ponto negativo é

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LINHA DIRETA em revista 11

em relação à legenda, pois em uma tela con-vencional estamos acostumados com ela, mas, em IMAX, a legenda parece estranha nos minutos iniciais”, aponta o estudante. O maior problema da sala inaugurada na capital paulista é a disposição das cadeiras, que não têm quebra de altura e espaçamen-to suficiente para impedir que o espec-tador seja incomodado por quem senta nas fileiras à frente. Isso atrapalha um pouco a experiên-cia de se sentir parte do filme. “Em uma das salas em que estive nos EUA meus pés ficavam na altura das cabeças dos vizinhos de baixo o que resulta em uma experiência ainda mais impressionante. Além da tela gigante, não há nada em frente. Outra coisa que senti diferença foi em relação ao som: lá as caixas ficam no teto, não nas laterais. Ou seja, a sensação de estar no filme é quase absoluta”, conta Lucas.

Os projetores IMAX possuem uma tecno-logia chamada “Rolling Loop”, que garante um movimento sequencial de transição dos slides sem nenhuma trepidação, eliminan-do assim o contato do rolo com partes que causam desgaste ao filme. Também chama atenção, além da alta definição da imagem, a excelente qualidade de som. O sistema IMAX acaba com as pequenas variações no áudio e volume que podem ocorrer no ambiente. Junta-se a esse diferencial, o ri-goroso isolamento acústico e um sistema de som de 12 mil watts, o que gera efeitos sonoros de alta potência em todos os can-tos do ambiente.

A primeira sala IMAX surgiu há quarenta anos na América do Norte. Atualmente

existem por volta de 300 cinemas com essa tecno-logia no mundo, mais da metade

concentrados nos Estados Unidos e Canadá, países que curiosa-mente não possuem as salas com maior ta-manho de tela, que ficam na Índia e Austrália. O Brasil deve encerrar o ano com duas salas que disponibilizam a tecnologia, além disso, a modernização dos cinemas nacionais vem se acelerando, com ambientes mais confortáveis, projeções 3D e serviço VIP. Mesmo com a readequação no padrão de qualidade, o país está longe de resolver o problema do acesso a esse tipo de cultura, já que apenas 10% das cidades brasileiras possuem cinemas.

Deixando a realidade sofrível do acesso à cultura em segundo plano, pode-se afirmar que os cinemas IMAX propiciam uma ex-periência cinematográfica inigualável. Nos próximos anos, muitos brasileiros ainda terão a oportunidade de descobrir o que é o IMAX. Se a exibição em uma sala dessas já é incrível, a experiência pode ser ainda mais impressionante se o filme também for pro-duzido com a tecnologia. As salas IMAX conseguem projetar obras que não foram filmadas por esse padrão desde que adaptadas para essa finalidade, mas tem se tornado comum em filmes de grande apelo popular a gravação de pelo menos algumas cenas com a tecnologia, como é o caso dos filmes Batman – O Cavaleiro das Trevas e o ainda inédito Harry Potter e o Enigma do Príncipe.

PRODUÇÃO EM IMAXProduzir um filme em IMAX é muito mais complexo do que os filmes comuns. Não só a tela de projeção é imensa, mas a câmera necessária para captar imagens nessa tecno-

logia também é bem maior se comparada à original, com 109 kg, o que atrela seu uso à necessidade de suportes especiais e ajustes para movimentá-la. Uma câmara para filme convencional pesa 18 kg.

O tamanho de filme necessário para a câmera IMAX também difere do usual. A câmera suporta apenas um cilindro de três minutos que leva 20 minutos para ser re-carregado. Para que não haja distorção das imagens na tela gigante, as gravações são impressas em filmes de 70mm, enquanto os longa-metragens convencionais são impressos em 35mm. Nos projetos roda-dos de maneira comum gravam-se, sem problema, dez cenas por dia, enquanto em IMAX o número não passa de quatro cenas diárias. Por tudo isso, o custo de produção é enorme.

O detalhamento minucioso da imagem exige um esforço dobrado no processo de gravação para que tudo saia perfeito, já que cada cena precisa ser impressionante, pois o público consegue enxergar até as pequenas falhas. Imagens sem brilho, por exemplo, desperdiçam o efeito que o IMAX poderia causar. A preocupação com o som também é grande e exige um trabalho de limpeza para eliminação de ruídos e dos barulhos que a própria câmera produz. Em função do gigantismo da tela e detalhamento da imagem, os efeitos especiais computado-rizados precisam ser perfeitos, o que exige muito mais energia do computador.

Tanto trabalho e custo são recompensados pelo resultado final estonteante. A sensação é inigualável e torna o filme muito mais re-compensador, mesmo com o preço da en-trada um pouco superior ao já caro valor do mercado brasileiro. O IMAX Pompéia cobra R$30 o ingresso, mas para ir de vez em quan-do é um investimento que vale a pena.

O Brasil só conta

com uma sala

IMAX em seu

território: na

cidade de São

Paulo, na rede Es-

paço Unibanco do

Shopping Bourbon

Pompéia.

Outra sala está em

desenvolvimento

em Curitiba.

NOVAS TECNOLOGIAS

Os espectadores de salas IMAX têm a sensação de participarem do filme.

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12 LINHA DIRETA em revista

É nesta região de clima quente, composta por 96 municípios, que se localiza a regional do Sintetel sediada em São José do Rio Preto. Exclusivamente, o município classificou-se na pesquisa do IPRS no

mesmo grupo de localidades com bons níveis de riqueza, lon-gevidade e escolaridade.

A agropecuária é a principal atividade econômica local, com destaque para a criação do gado de corte e leiteiro. Avicultura e cultivos de cana-de-açúcar, laranja, café, algodão, milho e seringueiras também são fortes na região. Quanto à industria-lização, cerca de 50% do total é gerado pelo segmento de ali-mentos e bebidas. São também atividades relevantes a prepa-ração e confecção de artigos de couro; a fabricação de móveis, artefatos de borracha e de plástico; produtos de metal e jóias.

O comércio e serviços representam mais de 40% do valor adi-cionado da economia local.

A origem de g

A história da cidade tem início com o desbravamento e a ocu-pação do solo do sertão paulista em meados do século XIX. A partir de 1840, mineiros fixaram-se na região e deram início à exploração agrícola e à criação de animais domésticos.

Em 1852, Luiz Antônio da Silveira doou parte de suas terras ao seu santo protetor, São José, para que o patrimônio originasse uma vila. Em 19 de março daquele ano, dia que hoje se come-

Dados fazem parte da terceira edição do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), que foi divulgada pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo

São José do Rio Preto se destaca em longevidade e educação

Capital da Alta Araraquarense

SUBSEDES

Marco Tirelli

Foto: André Manhani

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Equipe Sintetel: As secretárias Andréa e Vanda, o advogado

Júnior, o assessor Osvaldo e o diretor regional Ismar.

Ismar visita call center da TEL para conversar com os trabalhadores.

Esclarecer as dúvidas do trabalhador faz parte do dia-a-dia.

O vereador Pedro Roberto Gomes (à direita), um velho aliado dos

trabalhadores, recebe o diretor do Sintetel em seu gabinete.

LINHA DIRETA em revista 13

mora a fundação da cidade, João Bernardino de Seixas Ribeiro, que já havia construído uma casa nas terras do patrimônio, li-derou os moradores da vizinhança para erguer um cruzeiro de madeira e edificar uma pequena capela.

Em 1894, São José do Rio Preto foi desmembrado de Jaboticabal e se transformou em município. Era um imenso território, limi-tado pelos rios Paraná, Grande, Tietê e Turvo, com mais de 26 mil km² de superfície.

A origem do nome do município vem da junção das nomencla-turas do padroeiro da cidade, São José, e do rio que corta o mu-nicípio, Rio Preto. A partir de 1906, a cidade teve seu nome re-duzido para Rio Preto. Somente em 1945, foi retomado o nome original de São José do Rio Preto.

Com a chegada da Estrada de Ferro Araraquarense (EFA), em 1912, a cidade assumiu uma importante posição de pólo comer-cial de concentração e distribuição de mercadorias produzidas no então conhecido “Sertão de Avanhandava”, como também de materiais vindos da capital. Por isso, São José do Rio Preto ficou conhecida nacionalmente como a Capital da Alta Araraquarense.

Tantos anos após sua fundação, a cidade está hoje entre as dez melhores localidades do Brasil em matéria de qualidade de vida, com infra-estrutura superior a várias capitais (99% da população recebe água tratada e energia elétrica, 98% tem acesso a rede de esgoto e 95% é alfabetizada).

Situada no centro de Rio Preto, a regional do Sintetel fica em um lugar de fácil acesso aos trabalhadores. O dia-a-dia da subsede transcorre com atendimento aos associados, distribuição de jornais e boletins, visitas aos trabalhadores na base e reunião com empresas para solucionar problemas. “Aqui o trabalho está bem dividido. O Osvaldo visita diariamente as bases e eu, quando não estou prestan-do atendimento na subsede, também estou lá na empresa ouvindo os trabalhadores”, conta Ismar José Antonio, diretor da regional. “O suporte fica por conta das secretárias Andréa e Vanda, que também cuidam do atendimento aos aposentados”, destaca.

SUBSEDES

Dados e características do município de São José do Rio PretoAniversário - 19 de marçoFundação - 1852Estado - São PauloMunicípios limítrofes - Ipiguá, Onda Verde, Guapiaçu, Ce-dral, Bady Bassitt e MirassolDistância até a capital - 450 quilômetrosÁrea - 434,10 km²População - 424.114 hab. est. 2007Densidade - 963,4 hab./km²Altitude - 489 metrosClima - tropical de altitude com inverno seco e chuvas de verãoFontes: Seade e Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto

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SUBSEDES

Elydio Pacco foi o primeiro representante sindical de São José

do Rio Preto, em 1956. Ele trabalhou durante 43 anos na em-

presa que foi seu primeiro e único emprego. “A empresa foi

minha vida, foi um tempo muito bom para todos nós”, conta.

14 LINHA DIRETA em revista

A subsede também tem uma Comissão de Conciliação Prévia (CCP). “Nosso advogado, o doutor Júnior, é também o conciliador na CCP. A coordenação cabe ao companheiro Osvaldo. Contamos com um excelente índice, pois 95% dos casos terminam em conciliação. Isso desafoga a Justiça do Trabalho, além de atender aos anseios do tra-balhador com maior rapidez”, destaca Ismar.

A eleição da nova chapa para conduzir o Sindicato nos próximos anos trouxe esperança para a região. “As perspectivas para o novo mandato são as melhores possíveis. O time que foi montado está bem mesclado com experiência e renovação. Sempre se aprende com os mais jovens e com os mais velhos. Dos mais velhos tiro a experiên-cia e, dos mais jovens, as idéias. Tenho certeza que faremos um ex-celente trabalho unidos com toda a família Sintetel”, conclui Ismar.

é o cartão de visita para quem chega pelo alto

O Parque da Represa (foto que abre esta matéria) é considerado o cartão-postal de São José do Rio Preto. Trata-se de um ambi-ente bonito, saudável e que proporciona uma melhor qualidade de vida à população.

O local também é a opção favorita para caminhadas, pois dispõe de uma pista de 2,7 mil metros de comprimento. Outra atração é a passarela de 220 metros, que une o bem-estar físico ao visual, e permite um contato direto com a natureza.

As dezenas de capivaras e pássaros, que fazem do Parque da Represa seu habitat, alegram a paisagem e atraem turistas. Na orla, existem restaurantes, lanchonetes e quiosques com diver-sos tipos de petiscos.

Outro motivo de orgulho da cidade é o estádio Teixeirão, cujo dono é o América Futebol Clube. Ele é o maior estádio do In-terior Paulista, o segundo do Estado de São Paulo e o sexto maior estádio particular do Brasil. Em pesquisas realizadas

pela Revista Placar, o Estádio Benedito Teixeira foi considerado o sexto melhor estádio em infra-estrutura do Brasil.

abriga pólo científico-culturalO CICC (Centro Integrado de Ciência e Cultura) nasceu a partir de uma parceria entre UNESP, Prefeitura e FAPERP (Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de São José do Rio Preto). Como o próprio nome diz, ele tem a finalidade de proporcionar à sociedade o acesso à ciência e à cultura. O CICC, localizado no Distrito Industrial, conta com uma área de 2.346 m2 na qual estão instalados um anfiteatro, cinco espa-ços científico-culturais, um planetário e dois observatórios.

Fontes: Prefeitura de São José do Rio Preto e Unesp

SUBESEDE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETOAtendimento: das 8h30 às 18h

Endereço: Rua Voluntários de São Paulo, 30663º andar – sala 407 – Centro

Telefones: (17) 3232-5560 e (17) 3234-5571E-mail: [email protected]

A regional abrange:• 96 municípios• 11 empresas

• 2.500 trabalhadores

Quem é o responsável pela subsede? Ismar José Antonio está casado há 35 anos, é pai de quatro filhos e avô de dois netos. Este corinthiano sempre bem humorado ingressou na categoria em 1970, na antiga Com-panhia Telefônica Rio Preto. Iniciou sua carreira na empresa como IRLA e, atualmente, ocupa o cargo de examinador de linhas na Telefônica. Em 1996 assumiu a diretoria regional de São José do Rio Preto no lugar de Sérgio Morello, que havia se desligado da empresa. Ismar comanda a subsede com o auxílio de quatro funcionários e oito representantes sindicais.

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NOVA GRAMÁTICA

À primeira vista pode parecer inviável e praticamente impossível aderir às novidades, mas o novo acordo ortográfico da língua portuguesa mostra que não é um quebra-cabeça tão complicado assim. Em vigor desde o dia 1º de janeiro, a nova regra tem por objetivos unificar os falantes da língua portuguesa, que hoje somam quase 230 milhões, além de tornar o português um idioma mais forte e solidificado.

Todos os países lusófonos, aqueles que têm como língua materna o português, terão até 2013 para adotar completamente os novos padrões. No caso do Brasil, o primeiro a implementar a nova escrita, as mudanças não são tão drásticas quanto se imagina; apenas 0,5% da nossa grafia sofreu alterações.

Para o professor Pasquale Cipro Neto, a decisão de implementar o acordo “foi precipitada e ainda está tudo muito confuso e atrapalhado”. Confusão que parece generalizada, já que em Portugal, por exemplo, ainda não há uma data limite para

ratificar o uso da nova escrita.

A realidade é que as mudanças serão sentidas no cotidiano, já que em um simples email, por exemplo, a palavra “idéia” deverá ser escrita sem acento agudo e “lingüiça”

não terá mais o trema (os dois pontinhos sobre o “u”). Já a bagagem cultural e as par-ticularidades do português brasileiro não serão perdidas. Língua é sinônimo de identidade,

e essa não falta ao nosso povo.

Para se adequar aos novos padrões e ajudar os leitores a absorverem as re-gras, o Sintetel usará a nova ortografia a partir do mês de agosto em todas as

suas publicações. Confira as principais alterações da ortografia:

O QUE MUDA?

Alfabeto - Será formado por 26 letras, com acréscimo do “k”, “w” e “y”.

Trema - Só será mantido em nomes estrangeiros, como “Müller”. No restante das palavras, ele não será mais necessário. Exemplos: Agüentar (Aguentar) e conseqüência (consequencia).

Acentuação – ditongos “ei” e “oi” - Estes ditongos abertos não serão mais acentuados em palavras paro-xítonas. Exemplos: Assembléia (assembleia), platéia (plateia) e idéia (ideia).

Acentuação – “i” e “u” formando hiato - Não se acentuarão mais "i" e "u" tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo. Exemplos: baiúca (baiuca) e boiúna (boiuna).

Hiato - Os hiatos "oo" e "ee" não serão mais acentuados, casos de enjôo (enjoo), vôo (voo) e perdôo (perdoo), por exemplo.

Palavras homônimas (grafia igual com som e sentido diferentes) - Não existirá mais o acento diferencial. Exemplos: pára (para), péla (pela) e pêlo (pelo).

Hífen – “r” e “s” - O hífen não será mais utilizado em prefixos terminados em vogal seguida de palavras iniciadas com "r" ou "s". Nesse caso, essas letras deverão ser duplicadas. Exemplos: Ante-sala (antessala), auto-retrato (autorretrato) e anti-social (antissocial).

Hífen – mesma vogal - Será utilizado quando o prefixo terminar com uma vogal e a segunda palavra começar com a mesma vogal. Exemplos: antiibérico (anti-ibérico) e antiinflamatório

(anti-inflamatório).

Hífen – vogais diferentes - Não será utilizado quando o prefixo terminar em vogal dife-rente da que inicia a segunda palavra. Exemplos: auto-afirmação (autoafirmação), auto-ajuda

(autoajuda), auto-aprendizagem (autoaprendizagem) e auto-escola (autoescola).

NOVA GRAMÁTICA

Larissa Armani

Nova ortografia surge como ferramenta para expandir e unificar o português

LINHA DIRETA em revista 15

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16 LINHA DIRETA em revista

DEBATE

Por um mundo menos capitalistaCríticos do neoliberalismo e organizações debatem alternativas para o mundo

Belém do Pará abrigou, entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro, milhares de pessoas dispostas a aprofundar seus co-nhecimentos por meio do debate democrático de novas idéias e perspectivas para o mundo globalizado. Isso porque a cidade foi palco da 9ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), evento dedicado a discussões sobre múltiplos assuntos e a troca de experiên-cia entre diversas organizações da sociedade civil.

Segundo estimativas dos orga-nizadores, o Fórum Social deste ano reuniu mais de 120 mil pessoas, incluindo autori-dades de países da América do Sul como o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Bolívia, Evo Morales; da Venezuela, Hugo Chávez; e do Para-guai, Fernando Lugo. Por se tratar de um evento dedicado

exclusivamente à discussão de problemas sociais e composto por grupos que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital, explica-se o fato de apenas presidentes de

esquerda - ao menos em teoria - terem comparecido à cidade de Belém. As autoridades ficaram concentradas em um centro de debates fechado para o grande público.

Em seu discurso, o presidente Lula falou sobre a atual crise econômica mundial. “A crise nasceu durante os anos 80 e 90 porque os países ricos defenderam a lógica de que o Estado não poderia interferir na economia e que o ‘deus

mercado’ ia desenvolver o país e fazer justiça social. Esse ‘deus mercado’ quebrou por falta de controle, por irresponsabili-dade”, comentou Lula antes de deixar seu recado final. “O

Emilio Franco Jr.

Sociedade

O FSM de Belém reuniu diversas autoridades. Na foto, o ex-governa-

dor do Maranhão Jackson Lago; os presidentes Evo Morales, Fernan-

do Lugo, Rafel Correa e Hugo Chávez; e o líder do MST João Pedro.

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O chanceler brasileiro Celso Amorim representou o Brasil no Fórum de Davos. Henrique Meirelles, presidente do Banco Cen-tral, também participou da comitiva.

Fábio Oliveira e Mauro Cava de Britto, diretores do Sintetel, participaram do núcleo sindicalista. Na foto, eles caminham ao lado do deputado federal e presidente da Força Sindical , Pau-lo Pereira da Silva; do presidente da UGT, Ricardo Patah; e do presidente da CUT, Artur Henrique.

LINHA DIRETA em revista 17

Estado deve ser o responsável por construir o país e não o mercado”, concluiu.

O movimento sindical compareceu em peso ao evento e também possuía um núcleo próprio de discussões. O Sin-tetel esteve representado por Mauro Cava de Britto e Fábio Oliveira, integrantes também de diretorias da Força Sindical.

Eles participaram dos debates realizados no núcleo sindicalista e marcaram presença na manifestação dos trabalhadores por um mundo mais igualitário.

A Prefeitura de Belém e o Governo do Estado fizeram um balanço animador do evento que, segundo a governadora Ana Júlia Carepa, trouxe reflexos positivos para a economia. A Região Metropolitana de Belém recebeu um incremento de R$ 40 milhões, sendo R$ 18 milhões em hospedagem, R$ 16 milhões em gastos com alimentação e R$ 6 milhões para o setor de transporte.

Para garantir a ampla divulgação de correntes de pensamentos destoantes, o Comitê Organizador do FSM propôs o estabe-lecimento de uma Carta de Princípios de maneira a garantir os encontros como um espaço permanente para a construção de alternativas aos princípios que permeiam a lógica atual de mercado no mundo.

Davos x FSM

O FSM foi idealizado como um contraponto ao Fórum de Davos, que reúne políticos e empresários para discutir os rumos da economia mundial. Durante anos, o evento suíço foi palco de discussões acaloradas dos defensores do atual modelo de organização comercial, ignorando as poucas vozes destoantes que apontavam riscos na auto-regulamentação do mercado. Desde 1971, Davos tem realizado um papel estra-tégico na formulação de políticas neoliberais pelo mundo. A fundação organizadora do evento é financiada por mais de mil empresas multinacionais.

Apesar de o presidente Lula comparecer ao “irmão pobre” do evento suíço, o Brasil, que se destaca economicamente no cenário mundial, enviou representantes também para Davos.

O chanceler brasileiro Celso Amorim e o presidente do Banco Central Henrique Meirelles participaram em nome do go-verno federal. A tônica dos debates de 2009 foi a crise finan-ceira que assola o mundo e formas de sair dela rapidamente com o menor número possível de cicatrizes.

RetrospectivaO Fórum Social Mundial nasceu em 2001 - trinta anos depois de Davos - como espaço para debates de idéias e formula-ção de propostas capazes de encontrar alternativas para um mundo gerido pelo dinheiro e pelo mercado com a mínima interferência estatal possível. A primeira edição foi realizada na cidade de Porto Alegre e contou com a participação de aproximadamente 20 mil pessoas de 117 países diferentes. A imprensa também esteve bastante presente com 1.870 creden-ciados. Nos dois anos seguintes, o FSM também foi realizado na capital do Rio Grande do Sul, atingindo a marca de 50 mil participantes em 2002 e 100 mil no ano seguinte.

Já em 2004, o Fórum Social Mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil com o intuito de consolidar sua internacionalização. O local escolhido foi Mumbai, na Índia, e reuniu cerca de 75 mil pessoas. Após a experiência por terras estrangeiras, o Fórum voltou ao seu berço, sendo mais uma vez sediado em Porto Alegre. Em 2006 optou-se por testar um novo formato e, assim, o evento foi realizado em três cidades de diferentes países: Bamako, em Mali; Caracas, na Venezu-ela; e Karachi, no Paquistão.

Com isso o evento conquistou o mundo e foi realizado na sequência em Nairóbi, no Quênia. Em 2008 não houve uma edição com sede fixa, apenas uma série de diretrizes emitidas pelo comitê que organiza o evento. Após a edição de Belém, o Fórum não deve ter sede específica no próximo ano. Já em 2011, os prováveis candidatos são os Estados Unidos, um país africano e outro do Oriente Médio.

DEBATE

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Da esquerda para a direita: o deputado federal Paulo

Pereira da Silva, o senador Eduardo Suplicy, e os deputa-

dos federais Aldo Rebelo e Ciro Gomes.

18 LINHA DIRETA em revista

Há alguns anos, a celebração do dia 1º de Maio era estritamente política

e reivindicatória. Hoje o evento traz grandes nomes da música e sorteio de

prêmios aos participantes. O trabalhador também merece!

1º de maio

Amanda Santoro

A dimensão dos números é uma das poucas ferramentas que nos per-mitem imaginar a grandiosidade das coisas. Neste ano a comemoração da Força Sindical ao Dia Mundial do Trabalho, realizada na zona norte de São Paulo, conseguiu reunir mais de 1 milhão de participantes. Mesmo se tratando da quarta maior cidade do mundo é possível ter uma breve idéia do que significa esta estrondo-sa marca. Se a reflexão afunilar, os números ficam ainda mais expressi-vos: 1 milhão de pessoas é o mesmo que a soma de todos os habitantes de Florianópolis e Cuiabá, respectivas capitais de Santa Catarina e Mato Grosso, que possuem 420 mil e 550 mil habitantes cada.

Um dos principais atrativos do evento foi o tradicional sorteio de prêmios, que nesta edição distribuiu

vinte carros Celta 0Km. No entanto, a premiação nem de longe é a meta pretendida pelos idealizadores da celebração. Para o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, outros pontos merecem a atenção e pressão das centrais sindicais perante a opi-nião pública. “A principal mensagem foi de emprego, emprego e emprego.

Vamos bater muito na questão da taxa de juros. As reduções recentes têm ajudado e geram reflexo posi-tivo. Mas precisamos de uma taxa de 7% ao ano”, afirmou.

Quanto à adoção do lema Toda Força Pelo Trabalho Decente, o pre-sidente do Sintetel Almir Munhoz foi incisivo: “muitas empresas têm

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O cantor Daniel foi uma das atrações

mais esperadas pelo público. Milhares de

pessoas cantaram em uníssono os princi-

pais sucessos de sua carreira.

Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego, também compareceu à comemoração.

Políticos e sindicalistas mostraram que, além de festiva, a data também estimula a cons-

cientização do público.

Junior Gouveia, trabalhador da Telemax,

se apresentou por volta das 8h no palco

da Força Sindical. O incentivo do Sinte-

tel deu forças para ele seguir na carreira

artística, apesar da dupla jornada.

LINHA DIRETA em revista 19

1º de maio

endurecido nas negociações por conta da crise econômica, que foi criada por elas próprias e não pe-los trabalhadores. Continuaremos firmes nas reivindicações necessárias a nossa categoria”.

Em ano de baixo crescimento eco-nômico, a crise também foi o assunto preferido pelos políticos presentes no 1º de Maio da Força Sindical. “To-dos vivem o mesmo desejo de que os efeitos da crise financeira passem o quanto antes, mas só com inves-timentos conseguiremos isso. São Paulo foi bastante afetada e desde o começo do ano estamos cautelo-

sos quanto ao orçamento. Tivemos que congelá-lo para que áreas sociais básicas, como saúde e educação, não fossem afetadas”, afirmou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

“A conseqüência mais séria da crise econômica é que o Brasil perde o pa-tamar de crescimento de 6% ao ano, que permite às pessoas não serem tro-cadas por máquinas e garante a ab-sorção de dois milhões de jovens no mercado de trabalho”, complemen-tou o deputado federal Ciro Gomes. “Isso se refletirá diretamente na taxa de desemprego, na redução da massa salarial na renda e na diminuição do crédito. No entanto, o Brasil possui ferramentas para minimizar estes efeitos”, finalizou.

A comemoração ao Dia do Tra-balho, que mesclou festividade e conscientização, contou com cerca de 30 shows de artistas renomados, além de sindicalistas responsáveis pelo conteúdo ideológico e reivindi-catório. “Somos protagonistas neste 1º de maio, pois o Sintetel ajudou a Força Sindical a criar o evento. Deve-mos nos orgulhar por conseguirmos proporcionar uma festa deste porte ao trabalhador paulistano”, afirmou

Mauro Cava de Britto, diretor social do Sindicato.

Um fato inusitado para o setor das telecomunicações foi a participação de Júnior Gouveia, trabalhador da Telemax, no palco da festa. Com um repertório pop romântico, o cantor se apresentou bem cedo, por volta das 8 da manhã. “O show foi maravilhoso e, cada vez mais, vejo que vale a pena investir na carreira de artista. Esta-mos gratos ao Sintetel pela oportuni-dade proporcionada”, declarou.

Pelo Estado de São PauloNão foi só a capital paulista que con-tou com eventos comemorativos à data. A Força Sindical descentralizou o evento e o interior também foi palco de diversos shows e discursos de cons-cientização política. As celebrações ocorreram em mais de 15 cidades, entre as quais se destacam Jundiaí e Embu Guaçu, que contaram com a participação dos diretores do Sintetel Marcos Milanez e Fábio Oliveira.

“A idéia de realizar o 1º de maio descen-tralizado cumpre o papel de abranger um número cada vez maior de trabalha-dores, pois nem todos podem vir a São Paulo. A nossa intenção é fazer com que o evento fique mais atrativo nessas ou-tras localidades, possibilitando que pas-semos nossa mensagem para mais pes-soas”, afirmou Fábio Oliveira.

Page 20: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

Oi e BrT terminaram 2008

com cerca de 55,9 milhões de

clientes

20 LINHA DIRETA em revista

CAPA

A empresa nasce da fusão da Brasil Telecom com a Oi e supera o desafio da implantação

Em janeiro de 2009 a Oi concluiu a aquisição do controle da Brasil Telecom (BrT) e, em função dis-so, desembolsou cerca de R$ 8 bilhões. Como parte da operação, a companhia também assumiu uma dívida de aproximadamente R$ 1 bilhão da Invitel, antiga detentora das ações de controle da BrT. Com a compra, a Oi adotou uma meta ambiciosa: ser a maior e a melhor empresa de serviços do Brasil.

A companhia assumiu a gestão da BrT e deu origem à plataforma brasileira de telecomunicações, com fortes perspectivas de crescimento e de

estrutura para competir de forma mais equilibra-

da com os grupos estrangeiros que

atuam no país. A aquisição deverá au-mentar a concorrência e beneficiar os consumi-

dores, possi-bilitando, en-

tre outros efeitos positivos, a redução

de tarifas e preços a mé-

dio prazo, a ampliação das opções de serviços e tam-bém a melhoria de qualidade.

Após ter adquirido o controle da Brasil Telecom, a Oi dará início aos procedimentos para

realizar a oferta pública de compra de ações (OPA) dos minoritários da Brasil Telecom Participações e da Brasil Telecom, conforme estabele-

cido em lei. Nos próximos dias, a com-panhia vai requerer à Comissão de Valores

Mobiliários (CVM) o registro das OPAs.

Em busca da solidificação no mercado

Lançado em outubro, o serviço de telefonia móvel da empresa em São Paulo terminou 2008 com 2 mi-lhões de clientes, marca recorde para uma operação com dois meses de vida. Em sua área original de atuação (Região I, formada por 16 estados das regiões Sudeste, Nordeste e Norte), a Oi consolidou sua liderança, com participação de mercado de 30,3% em dezembro (ante 26,9% do fim de 2007).

Após um ano de crescimento recorde e movimen-

Supertele

Emilio Franco Jr. e Marco Tirelli

Page 21: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

O objetivo é

chegar a 110 mi-lhões de clientes,

sendo 30 milhões no

exterior

LINHA DIRETA em revista 21

CAPA

tos estratégicos relevantes, como o lançamento do serviço de telefonia móvel em São Paulo, a aquisição da Amazônia Celular e a anuência prévia para a compra da Brasil Telecom, a Oi planeja repe-tir a estratégia na conquista de mercado e ampliação de serviços, com investimentos operacionais entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões em 2009. Os recursos, que representam a operação integrada da Oi com a BrT, serão destinados principalmente à expansão nacional dos serviços de banda larga, mobilidade e TV por assinatura, além da manutenção e me-lhoria de qualidade. O valor não inclui o montante desembolsado na aquisição da BrT, que é conta-bilizado separadamente.

Processo

de compra

começou em 2008

Foi um processo demorado. A compra da Brasil Telecom pela Oi começou a apare-cer no noticiário logo no começo do ano passado, quando ambas as empresas confirmaram ao minis-tro das Comunicações, Hélio Costa, a intenção de unirem suas operações. Para que isso fosse viável, era necessária uma série de medidas governamen-tais como a alteração do Plano Geral de Outorgas (PGO) que, até então, proibia a fusão de em-presas que atuassem em diferentes regiões do país como forma de inibir a concentração de mercado. As alterações no PGO foram enviadas pelo mi-nistro para a Anatel, que deveria analisar o docu-mento e decidir a aprovação das mudanças. Além disso, o negócio deveria ser avalizado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)

por causar possíveis danos à concorrência.

A discussão se alongou e três dias antes do venci-mento do prazo estabelecido no contrato de com-pra a Anatel aprovou o novo PGO. Mesmo com a demora, a análise ocorreu em tempo recorde em comparação com o usual em pedidos de anuência prévia. Por isso, o Ministério Público ainda analisa se a agência seguiu todas as etapas previstas para aprovar a operação entre as empresas. A Oi tinha pressa, pois caso não fossem aprovadas as novas re-gras teria que pagar R$ 490 milhões em multas para os acionistas da BrT.

Em meados de dezembro de 2008, quase oito meses após o anúncio da forma-

lização do acordo de compra entre as empresas, a Oi recebeu auto-rização definitiva para concluir a

transação. Ainda assim, o negócio precisava ser avaliado pelo CADE, pelo

Ministério Público e TCU (Tribunal de Contas da União). O valor total ficou em R$ 8,2 bilhões - sendo R$ 4,8 bilhões a serem pagos aos acionistas da BrT e R$ 3,5

bilhões oferecidos aos acionistas minoritários.

Logo no início de 2009, as empresas anunciaram a conclusão do processo de compra. Entretanto, o processo de integração entre Brasil Telecom e Oi pode durar mais um ano. Serão mantidos os inves-timentos de R$ 30 bilhões previstos para os próxi-mos cinco anos. O objetivo é chegar a 110 milhões de clientes, sendo 30 milhões no exterior – o foco são os países vizinhos e de língua portuguesa. Para esse ano, a intenção é somar 9 milhões de novos clientes à atual base da operadora, sendo 3 milhões só em São Paulo. Do total a ser investido, 60% serão nos setores de telefonia fixa e banda larga e 40% em telefonia móvel.

Page 22: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

A empresa se

comprometeu a manter o número

de postos de tra-balho por um

período de três anos

22 LINHA DIRETA em revista

Desde o dia 17 de maio, a nova companhia ado-tou oficialmente o nome Oi. O logotipo da Brasil Telecom irá desaparecer das lojas da operadora e das campanhas publicitárias, dando lugar ao logo de sua compradora.

Maior empresa brasileira de telecomunicações, a Oi é pioneira na prestação de serviços convergentes no país. Oferece transmissão de voz local e de longa distância, telefonia móvel, comunicação de dados, internet e entretenimento. Com a compra da Brasil Telecom, a companhia passa a atuar em todo o território nacional.

Juntas, Oi e BrT terminaram 2008 com cerca de 55,9 milhões de cli-entes, sendo 22 milhões em tele-fonia fixa, 30 milhões em telefonia móvel, 3,8 milhões em banda larga e 61 mil em TV por assinatura.

A nova empresa fechou o ano com saldo positivo de contratações; as 400 demissões de postos de gerên-cia realizadas em 2008 foram em função da dupli-cidade de cargos. Isso também ocorreu em 2009, quando a Oi demitiu 500 funcionários sob a mes-ma alegação. A empresa se comprometeu a manter o número de postos de trabalho por um período de três anos, até abril de 2011, o que a mantém como a maior empregadora privada do país, com

pouco mais de 105 mil postos de trabalho.

O presidente do Sintetel, Almir Munhoz, eviden-ciou a luta do sindicato quanto às demissões da Oi para readequação do quadro de funcionários após a aquisição da Brasil Telecom. Almir comparou as atuais negociações com aquelas acontecidas com a Telefônica na época da privatização. “Em São Pau-lo, na privatização, houve respeito ao sindicato. Eles cumpriram o plano que apresentaram. Já na compra da Brasil Telecom pela Oi não foi bem assim. Es-peramos ter a mesma condição de participar dessa discussão e vamos trabalhar para isso”, diz ele.

Perguntado se a empresa poderia estar des-respeitando o acordo com a Anatel e

com as centrais sindicais de manter o mesmo número de funcionários das duas empresas após a fusão,

Almir Munhoz afirmou que essas demissões representam um percentual

pequeno do número total de trabalhadores. “Adequações administrativas sempre existem nos escritórios”, completou.

Em sua opinião, mesmo que momenta-neamente a Oi possa ter menos funcionários do que o exigido pela Anatel, essa situação é tran-sitória, o que não deverá gerar punições pela agên-cia. A Oi informou que busca no mercado cerca de 200 profissionais.

O Sintetel também manifesta a sua preocu-pação com a qualidade de serviços prestados. Em matéria publicada no Portal Exame, um ponto que conta negativamente para a opera-dora é o alto índice de reclamações. Segundo a Anatel, a Oi/BrT liderou o ranking no úl-timo mês de março.

CAPA

Nova companhia adotou o nome Oi

Sintetel cobra

participação no

processo de unificação

Page 23: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

O movimento sindical tem se reunido com a direção da

Oi. Nas reuniões, os sindicatos de telecomunicações sem-

pre demonstram a preocupação pela manutenção dos

postos de trabalho e pela busca de alternativas de realo-

cação em outras funções e departamentos.

da da

m-

os

o-“Em São Paulo, na

privatização, houve respeito ao sindicato. Eles cumpriram o

plano que apresentaram. Já na com-pra da Brasil Telecom pela Oi não foi bem assim. Esperamos ter a mesma condição de partici-

par dessa discussão e va-mos trabalhar para isso”

– Almir Munhoz, Presidente do Sintetel

LINHA DIRETA em revista 23

CAPA

A direção da Oi, ao responder a consulta feita pelas lideranças sindicais sobre o modelo de gestão de terceiros que sairá do resultado da licitação em andamento, garante: “Não vamos optar pelo mes-mo modelo praticado na BrT”.

Além de assegurar respeito aos Acordos e Con-venções, a Oi aceitou o princípio defendido pelas lideranças sindicais da Fenattel (Federação Nacio-nal dos Trabalhadores em Telecomunicações). “As prestadoras de serviço deverão respeitar compro-missos, cláusulas sociais e pacotes de benefícios que garantam a isonomia entre empregados da mesma empresa”, afirma Gilberto Dourado, presi-dente da entidade. Para a empresa, os contratos em vigor e com vigência até 2010 serão cumpridos nos termos em que se encontram e serão adequa-

dos na sua renovação.

A empresa informou que ainda não há um resul-tado oficial para o processo de contratação das terceirizadas. Todas as informações envolvendo esta ou aquela empresa são apenas boatos, lobby, ou algo do tipo. A Oi se compromete a comunicar para as lideranças sindicais, em primeira mão, o resultado do processo de contratação, que deverá ter fornecedores diferenciados por região, produto ou serviço.

A Fenattel deixou claro princípios e parâmetros que defende para o tratamento deste tema vital para os trabalhadores. Confira alguns deles:

a) respeito aos ACTs e Convenções em vigor;

b) garantia da isonomia salarial por função e de benefícios;

c) garantia de representação sindical do pessoal das prestadoras pelos SINTTÉIS em todo país;

d) não demissão e recontratação do pessoal atual em caso de troca das empresas nas regiões.

Fenattel

pede garantias

aos trabalhadores

Page 24: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

A sindicalista norte-americana Joyce Robinson prestigiou a homenagem ao Dia Internacio-

nal da Mulher promovida pelo Sintetel em 2009

O Espaço Criança conta com moni-

tores, recreadores e brinquedos para

animar a garotada

Dra. Albertina Duarte, médica renomada

no ramo da ginecologia, já palestrou diver-

sas vezes no palco do evento

A apresentação do grupo teatral Mal Ama-

das ilustra o processo de atualização idea-

lizado pela Secretaria da Mulher

24 LINHA DIRETA em revista

ESPAÇO FEMININO

Linha Direta em Revista explica como o evento realizado pelo Sintetel

tornou-se o maior da categoria Amanda Santoro

Muito utilizado para designar situa-ções realizadas com êxito, o termo sucesso carrega consigo um conceito bastante vago e incalculável. Porém, ao se pensar na comemoração anual do Sintetel ao Dia Internacional da Mulher, não há palavra que melhor ilustre os ótimos resultados obtidos. Somente no ano de 2009 a celebra-ção acumulou dois índices impressio-nantes: foram contabilizados 1.100 participantes de diversas regiões do Estado de São Paulo e, por conta dis-so, 50 representantes da Secretaria da Mulher foram encarregadas de orga-nizá-los. Jogados aleatoriamente em relatórios e planilhas, estes números nada dizem, mas fazendo uma análise comparativa são capazes de mostrar

por que a Força Sindical credita ao evento o rótulo de “maior do ramo”.

Realizada há 21 anos pelo Sintetel, a festividade do Dia Internacional da Mulher dispensa explicações mais detalhadas graças à forte solidificação entre as trabalhadoras da categoria. Mesmo que a fórmula de sucesso já tenha sido descoberta, a organização do evento tem a preocupação cons-tante em transformá-lo e atualizá-lo de acordo com o seu público. Com esta idéia fixa, o Sintetel inaugurou neste ano um formato totalmente reformulado: trouxe apenas uma pa-lestra informativa com a Delegada Rosemary Corrêa. Em contrapartida, o grupo Mal Amadas apresentou sua

peça teatral sobre a Lei Maria da Pe-nha e conflitos femininos.

“Nós percebemos que duas palestras seguidas de certa forma cansavam as trabalhadoras. Para aparar estas arestas, resolvemos trabalhar com uma forma de conscientização mais dinâmica e interativa”, afirmou Ma-ria Edna Medeiros, coordenadora da Secretaria da Mulher do Sintetel.

A quantidade de elogios à edição de 2009 gratifica as organizadoras do evento, mas também traz implícita uma grande preocupação. “No pró-ximo ano o desafio será grande. Te-mos que pensar desde agora em algo que supere as expectativas do nosso

Nos bastidores doDia Internacional

da Mulher

Nos bastidores doDia Internacional

da Mulher

Page 25: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

ESPAÇO FEMININO

público”, revelou Cristiane do Nasci-mento, que no mês de agosto assume o cargo de diretora-secretária da en-tidade. José Carlos Guicho, vice-pre-sidente do Sintetel, ainda completa: “precisaremos procurar um local maior, pois o Palácio do Trabalhador ficou totalmente lotado”.

Com a palavra, as mulheres...

Para saber mais detalhes sobre o even-to, Linha Direta em Revista teve uma conversa rápida com Maria Edna Medeiros e Cristiane do Nascimento. As principais organizadoras da come-moração falam sobre perspectivas, desafios, erros e acertos. Confira:

Linha Direta em Revista: Quando começa a preparação do Dia Interna-cional da Mulher?

Cristiane do Nascimento: As idéias começam a ser desenhadas em no-vembro do ano anterior. Depois disso discutimos tudo em reuniões, inclu-sive com as diretoras liberadas, para haver a democratização do processo. Dois assuntos que nos preocupam bastante se referem ao local do evento e às palestrantes, que devem ser reser-vadas com antecedência.

Maria Edna Medeiros: O tema tam-bém deve ser pensado com calma e tempo, pois só assim podemos definir as estratégias que adotaremos.

LDR: Quais são os maiores entraves do processo?

Cristiane: A maior dificuldade é a questão financeira. Neste ano queríamos fazer uma decoração pro-fissional no palco, mas o orçamento ficou inviável. Temos que priorizar as nossas necessidades. Não fazemos um evento super grandioso, mas es-tamos inovando pouco a pouco, e é isso que importa.

Maria Edna: Nós sempre nos basea-mos no último orçamento. Não po-demos simplesmente duplicar os gas-tos na edição seguinte! Não há uma regra para isso, mas sim uma preo-cupação real em evitarmos custos desnecessários. Devemos trabalhar dentro da nossa realidade, focando sempre as reais necessidades do públi-co. Outra prática que adotamos é a de não pagar pelas palestrantes. Nomes conceituados já passaram pelas nos-sas comemorações, como a Dra. Al-bertina Duarte, a deputada federal Luiza Erundina, a ex-prefeita Marta Suplicy, a jornalista Eliane Catanhêde e a delegada Rose, mas a participação sempre acontece de forma voluntária. Todos já conhecem a grandiosidade do evento, e por isso não há a necessi-dade de pagarmos para que as pessoas se interessem em estar nele.

LDR: Quais foram os principais de-safios superados em 2009?

Maria Edna: Conseguimos trazer a sindicalista Joyce Robinson, re-presentante norte-americana da Uni Américas. Nunca havíamos contado com presenças internacionais, e essa conquista significou muito para nós.

Cristiane: Outro desafio que temos anualmente é aumentar o número de participantes. Para conseguirmos isso, bolamos em conjunto com o Departamento de Comunicação um plano de divulgação tripartite: foram contemplados trabalhadores, empre-sas e profissionais do ramo midiático.

LDR: Quais são os novos desafios para 2010?

Cristiane: Devemos procurar um local maior, pois o publico só au-menta e a divulgação continuará maciça. Também queremos trazer atrações que quebrem as expectati-vas dos participantes.

Maria Edna: Nossa equipe também deverá aumentar para conseguirmos dar conta de tudo. Em agosto tomo posse do meu primeiro mandato e, apesar de estar muito feliz, fico preo-cupada porque quero superar as ex-pectativas. Podem esperar: gastarei todos os meus neurônios nisso!

LDR: Quais foram os pontos positi-vos e negativos desta 21ª edição?

Cristiane: Sem sombra de dúvida o ponto alto da comemoração foi a inovação do formato.

Maria Edna: O negativo, por sua vez, refere-se ao Espaço Criança, que nos pegou desprevenidas. Esperáva-mos cerca de 80 crianças, mas apare-ceram 210. Foi algo inacreditável e que pediu medidas que não estavam programadas. Acima de tudo, tive-mos muito jogo de cintura.

LDR: Os homens podem participar do evento?

Cristiane: Podem e devem. Nós, da Secretaria da Mulher, somos favorá-veis à causa feminina. Lutamos pelos direitos das mulheres, mas somos avessas às questões que se focam em desmoralizar os homens. Temos que lutar junto com eles, estar lado a lado. A sociedade deve atuar de forma conjunta.

Maria Edna: As pessoas devem en-tender que não é uma questão do poder feminino, da mulher contra o homem, porque o mundo do tra-balho é feito por todos nós.

LINHA DIRETA em revista 25

Page 26: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

“Agora vamos remar para o mesmo lado em defesa dos trabalhadores em teleco-municações”, Gilberto Dourado, atual presidente da Fenattel

Osvaldo Rossato foi presidente da Fenattel durante dois mandatos. Dei-xou a presidência em 1997. Foi durante o seu mandato que o Sintetel filiou-se à Federação.

26 LINHA DIRETA em revista

ORGANIZAÇÃO SINDICAL

Unidade, democracia e pluralidade. Sustentada por esse tripé, a Federação amplia a repre-sentatividade e foca sua luta na defesa dos trabalhadores brasileiros em telecomunicações

Marco TirelliA Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações mostra que é capaz de atender às necessidades da categoria que passou por profundas transformações nos últimos dez anos. Para compreender melhor esta realidade é preciso retroceder no tempo. “O divisor de águas foi o pro-cesso de privatização ocorrido em 1998. Tudo começou a ser preparado um pouco antes e, através do Sintetel, concebemos um conjunto de mudanças para adequar a entidade à nova forma de organização do capital. Toda vez que este fenômeno ocorre, os trabalhadores se reorganizam”, explica José Luiz Passos Jorge, jornalista e assessor da Fenattel.

Quando houve a privatização, o sindicato de São Paulo adaptou seus estatutos para se tornar uma entidade da cadeia produ-tiva de Telecom. A luta passava a ser con-tra a precarização dos contratos por meio de terceirizadas, além de haver a nova necessidade de recepcionar os jovens que viriam a trabalhar com teleatendimento.

O perfil da categoria se altera

Atualmente a categoria é diferente daque-la que existia no período da ditadura mili-tar e da telefonia estatal. Naquela época o

setor era menor e a categoria muito atenta à questão da qualidade. Entretanto, era carente de investimentos, qualificação e tecnologia de ponta. O trabalhador da estatal era um cidadão na faixa dos 40 anos com escolaridade média (5% eram analfabetos e apenas 12% universitários). “O ambiente produtivo era familiar, com parentes exercendo funções juntos. Tra-balhar nas estatais da Telebrás era consti-tuir uma carreira. A pessoa era admitida e tinha um horizonte de 18 a 20 anos de profissão”, conta José Luiz.

Onze anos após a privatização, 53% da categoria têm idade média de 25 anos. Ou seja: são jovens universitários que pas-saram de um ambiente de trabalho estável para um instável.

Mudança de atuação começa a partir

de São Paulo

A Federação começou a redirecionar sua atuação a partir das mudanças paulistas. O Sintetel, ao identificar o processo de transformação, aceitou o desafio de orga-nizar novos trabalhadores com caracterís-ticas e motivações completamente dife-rentes dos antigos empregados da estatal. Muitos sindicatos ligados a outras orga-nizações, como a CUT, não compreen-deram a profundidade da transição e de-moraram a reagir. “Aquelas entidades não estabeleceram uma única negociação nos três anos posteriores à privatização. Em contrapartida, ainda no final de 1998, o sindicato de São Paulo já recepcionava uma reunião com a direção mundial da Telefônica”, destaca José Luiz.

Aquelas entidades – que ficaram envolvi-das no movimento de cercar a Bolsa de Valores, chutar os acionistas, e brigar contra o processo sem oferecer alternati-vas – assistiram à redução de suas bases. “A representatividade diminuiu porque o emprego se deslocou das operadoras para as prestadoras. Eles perderam bases,

dinheiro e a capacidade de dar resposta político-sindical aos milhares de trabalha-dores precarizados”, destaca José Luiz.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, o sindicato é atualmente sustentado por 3.700 aposentados. Isso porque os tra-balhadores da ativa estão dispersos, opri-midos e enfrentando sérias dificuldades.

Sindicalismo com propostas

Com a precarização decorrente da priva-tização, o sindicalismo da área de teleco-municação regrediu quase 50 anos. Vol-tou-se a lutar pelo respeito à jornada de trabalho, pelo pagamento de horas extras e pelo fornecimento de equipamentos de proteção. Por este motivo, havia a necessi-dade de uma entidade nacional forte que reunisse os sindicatos e suas diferenças regionais. “Enquanto em São Paulo se lutava por um piso de R$ 650 nas presta-doras de serviços, no Nordeste se pagava R$ 340”, analisa Gilberto Dourado, pre-sidente da Fenattel.

Ao se comparar o primeiro acordo co-letivo das prestadoras de serviço com as garantias fornecidas pelas atuais conven-ções, pode-se ver que ainda há distância

Page 27: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

AC

AM

RR AP

MT

MS

TO

GO

SP

PR

SC

RJ-NF

ES

CE

PE

O presidente do Sinttel-RJ, o companheiro Luiz

Antonio, oficializa sua adesão à Fenattel

“A unificação da categoria era um caminho natural a

ser seguido, pois a Fenattel é a única federação de fato

e de direito. Agora estamos juntos e mais fortes”

Almir Munhoz, atual presidente do Sintetel-SP, foi

presidente da Fenattel de 1998 a 2005.

LINHA DIRETA em revista 27

ORGANIZAÇÃO SINDICAL

SINDICATOS NO BRASIL

Um pouco de história

A Fenattel foi fundada em 7 de janeiro de 1958, data em que foi concedida sua carta sindical. Nesta época a instituição tinha sede no Rio de Janeiro e congre-gava todos os sindicatos em telecomunicações do Brasil, menos São Paulo, que era filiado à Fetcop - Federação dos Trabalhadores dos Cor-reios e Publicidade. “Em São Paulo existia a Fetcop – que também representava os trabalhadores dos Correios, Telégrafos, jornalistas, pu-blicitários e o pessoal das bancas de revistas”, conta Osvaldo Rossato, ex-presi-dente da Fenattel. “Existiam duas federações: a nacional, que ficava no Rio, e a es-tadual, aqui em São Paulo. Como atuávamos no ramo das telecomunicações, achei melhor sairmos da federação estadual para nos filiarmos à Fenattel. Era o caminho natural das coisas”, conclui.

em relação ao acordo da operadora-mãe (tomadora de serviço). No entanto, a questão da periculosidade, da assistência médica, do respeito às normas da CIPA, e uma série de questões sumariamente zera-das com a privatização, foram reconquis-tadas nos últimos 10 anos. “Os sindicatos da Fenattel, capitaneados por São Paulo, se mostraram mais competentes e eficientes na defesa e na promoção dos direitos trabalhis-tas”, completa Gilberto Dourado.

Fenattel consolida-se como única fe-

deração no Brasil

A Fenattel detém há mais de oito anos uma decisão transitada em julgado em última instância. Ela garante à entidade o título de única federação representativa dos tra-balhadores em telecomunicações no Brasil, não cabendo mais recurso.

A Federação nunca usou esta sentença judi-cial para coibir a diversidade de opiniões e métodos. Porém, quando sua representati-vidade foi equivocadamente questionada na Justiça, a Fenattel não só se defendeu como fez um pedido contraposto. Uma vez que já

existia uma decisão sobre o caso, o documento solicitava que a or-ganização reclamante fosse proi-bida de realizar atos sindicais. E foi exatamente isso que aconte-ceu em dezembro de 2008.

A partir de 2001, os sindicatos filiados à Fenattel, em especial o de São Paulo, iniciaram um pro-cesso de entendimento, troca de experiências e negociações unifi-cadas com os sindicatos filiados à CUT. A realidade das operado-ras e prestadoras de serviço pre-sentes em diferentes estados exi-giu a unidade pela base. Durante vários anos, as negociações unifi-cadas foram importantes para os trabalhadores, e o Sinttel-RJ as-

sumiu o desafio de trabalhar pela integração orgânica da categoria, ainda que isso viesse a se materializar na Federação. A decisão do Rio de Janeiro de aliar-se a São Paulo, em 2008, foi decisiva para a construção de um novo cenário sindical no setor.

A Fenattel fez um movimento transpa-rente e deixou claro que nunca foi filiada a qualquer central sindical. Ela é uma entidade da categoria dos trabalhadores em telecomu-nicações com caráter unitário, pluralista e classista. “Não condicionamos a entrada de um sindicato à entidade por estar vinculado ou não a um determinado modelo político, e foi assim que agrupamos sindicatos da Força, CUT e UGT. Conseguimos apresen-tar um programa de reivindicações unitário, em favor dos direitos dos trabalhadores, e respeitamos a autonomia de cada en-tidade”, complementa Gil-berto Dourado.

Os sindicatos cutis-tas ligados à Fenat-tel continuam ali- nhados à política

da central, sen-do este o último obstáculo trans-posto rumo ao pro-cesso de unificação. Hoje a federação abrange 92% da categoria, com 19 sindicatos que representam cerca de 630 mil trabalhadores em todo o Brasil.

Page 28: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

ano

28 LINHA DIRETA em revista

ECONOMIA

A moeda brasileira completa 15 anos e seu sucesso é praticamente uma unanimidade

Plano Real

Emilio Franco Jr. e Larissa Armani

Faz 15 anos que o brasileiro ganhou um companheiro inseparável: o Real. Em 1994, o então ministro da Fa-zenda Fernando Henrique Cardoso idealizou, com o apoio de sua equipe econômica (que mais tarde viria a compor seu governo), o Plano Real com o intuito de trazer estabilidade ao Brasil, expurgando de vez o mal da superinflação. Para traçar um panorama do Brasil depois da imple-mentação do novo plano econômico, a Fecomercio (Federação do Comér-cio do Estado de São Paulo) promoveu o debate intitulado “15 anos do Plano Real: antecedentes, resulta-dos e perspectivas”.

Diversos nomes de destaque comparece-ram à sede da entidade em São Paulo, inclu-indo o ex-presidente da República FHC.

Pedro Malan, ministro da Fazenda nos dois mandatos de FHC, expli-cou que o Brasil foi recordista mun-dial de inflação entre os anos 60 e 90, atingindo números absurdos como 1000% no final da década de 80 e 5000% pouco antes do lançamento do Plano Real. A idealização da nova moeda começou em maio de 1993, quando o então ministro de Relações

Exteriores FHC assumiu o ministé-rio da Fazenda a convite do presi-dente Itamar Franco, tornando-se assim a quarta pessoa a ocupar o cargo em menos de dois anos de mandato de Itamar.

A primeira medida, considerada pela equipe econômica da época como o embrião da nova moeda, foi o lan-çamento em 1º de julho de 1994 da chamada URV (Unidade Real de Valor). Esse mecanismo funcionava

como conversor dos valores da então moeda vigente, o Cruzeiro, em valores corrigidos para o Cruzeiro Real antes da emissão do novo papel moeda que,

quando oficialmente implementa-do, chamou-se apenas Real.

Existiram várias tentativas e desen-contros até o lançamento do Plano Real. O economista Paulo Rabello de Castro explica que o processo para es-tabilização econômica começou na década de 70, mas que as autoridades da época acreditavam que não era necessário estabilizar, pois a inflação, argumentavam, era benéfica. Busca-va-se um regime cambial (variação do dólar) menos ofensivo para os exportadores brasileiros. Com isso, demorou para se chegar a um con-

Page 29: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

A mesa de debate composta para o evento da Feco-

mercio contou com representantes de diversas insti-

tuições e os envolvidos com a criação do Plano Real

Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda do governo

FHC, discursa sobre os desafios e entraves na

época de implantação do Real

LINHA DIRETA em revista 29

senso sobre a taxa flutuante (sistema em que a moeda estrangeira pode se valorizar ou desvalorizar livre-mente). O embate sobre o sistema fiscal, o câmbio e a inflação eram os causadores das seguidas derrocadas dos sistemas monetários nacionais.

“O Plano Real foi iniciativa de Ita-mar Franco, que me deu suporte e apoio irrestri-to”, afirmou Fer-nando Henrique. De acordo com o ex-presidente, primeiro foi tra-çado um plano tradicional de a-ção imediata pa-ra controle dos gastos, com respeito aos contratos previamente estabelecidos e, poste-riormente, colocada em ação a idéia da nova moeda, tendo como inspiração o modelo anterior, mas com mudanças na maneira de implementá-la.

Para João Sayad, ministro do Plane-jamento entre 1985 e 1987, são dois os aspectos que diferenciam os planos Cruzado e Real. “A primei-ra diferença é a monetização, os juros nominais mais baixos, o que trouxe uma grande demanda por dinheiro. A outra diferença é a âncora (pro-teção), pois não existe moeda na-cional que não tenha um preço que segure os de-mais preços”. A âncora da época eram os salários, corrigidos pela inflação projetada e não pela real – muito superior ao que era estimado. Para Sayad, o grande problema do capitalismo é o confronto entre inflação e cresci-mento. Ele aponta como falha do Plano Real a valorização do câm-bio. Já a inflação, afirma ele, é um

problema de todas as economias, não apenas da brasileira.

O controle da inflação traz consigo um mal: a taxa de juros elevada como ferramenta para controlar os preços. Para Andrea Calabi, ex-presidente do Banco do Brasil, esse mecanismo se intensificou com o Plano Real. As taxas de juros no Brasil chega-

ram a bater na casa dos 20% e foram, durante muito tempo, as maiores do mun-do. Fernando Henrique afir-mou que a taxa de juros pode-ria ter sido mais

baixa em seu governo, mas que medidas como essa não são simples. Para ele, o atual governo também pode reduzir drasticamente as taxas. O problema é que não se sabe a qual patamar de risco o Banco Central (BC) pode expor a economia.

Gustavo Franco, presidente do Banco Central no governo FHC, acredita que o Real foi mais do que um plano de estabilização mone-tária. O Brasil tinha a pior infla-

ção mundial do pós-guerra (após 1945), muito parecida com a da Europa nos anos 20, e por isso, ele afirma que a equipe do Real fez história. “Nosso diagnós-tico no começo

era de que lidaríamos com uma crise estrutural complexa, entre economia de massa e moeda sadia”, afirma Gustavo. Na visão dele, o de-senvolvimento econômico precisa ser feito com uma moeda sadia. “O Brasil nunca viveu uma taxa de ju-ros abaixo de um dígito e isso deve acontecer agora, por conta da crise

ECONOMIA

Page 30: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

Fernando Henrique Cardoso, ex-Presidente da Repú-

blica, confirma a importância do plano econômico

na conjuntura sócio-econômica em que foi criado.

Ricardo Berzoini, presidente do PT e

deputado federal, admite a eficácia

do Real, mas aponta muitas falhas no

âmbito social do governo anterior

ECONOMIA

financeira mundial”. E ele emenda: “ficaríamos felizes de ver tudo o que planejamos ser cumprido, e pouco importa que tenha sido feito pelas mãos de outro governo”.

Apesar da controvérsia sobre a taxa de juros desde a criação da atual moe-da, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan disse que são 15 anos de au-tonomia, de expressivos ingressos de investimento com um bem sucedido regime de metas de inflação. “São heranças de avan-ços institucionais”, afirmou. Ainda na opinião de Ma-lan, o mundo viu recentemente o maior crescimen-to da economia global e o Brasil teve condições de mostrar que era possível uma tran-sição política, como aconteceu em 2002 (de FHC para Lula), de forma positiva, respeitando os compromis-sos básicos do governo anterior.

O ex-ministro da Fazenda continua seu panorama da economia pós-real ao argumentar que hoje existe mais con-fiança interna e externa no país. Foi assim que se alcançou o grau de in-vestimento e outras conquistas. “Nós estamos vivendo o fim do cenário de expansão econômica mundial. Ficou claro que vivemos em um mundo integrado, com economia globa-lizada”. Malan argu-menta que a resposta para essa crise não é o aumento do gasto público, mas o estímu-lo ao gasto privado. “A grande resposta do Brasil é procurar usar essa crise como opor-tunidade, incentivan-do o gasto privado em infraestrutura”. A

preservação do controle da inflação deve ser um compromisso do gover-no, pois isso é fundamental para as decisões de investimento. Trocar baixa inflação por crescimento e em-prego já se mostrou uma ilusão.

Apesar das semelhanças, para Ri-cardo Berzoini, ex-ministro do Tra-balho e Previdência do governo Lula e deputado federal por São Paulo, a administração praticada pelo atual presidente não pode ser comparada

em nada com a de seu antecessor. “A política econômica adotada por FHC foi equivocada em sua totalidade. A diferença é evi-dente. Hoje o Es-tado tem muito mais força, muito mais poder de atu-ação”. Berzoini

afirma ainda que o sistema de privatizações enfraqueceu drasti-camente o país, principalmente no quesito social.

“Ninguém comete erros sabendo que os está cometendo. Todo e qualquer governo constrói seus ga-nhos pela continuidade de acertos de governos que o antecederam”, afir-mou Pedro Malan em defesa de um possível conservadorismo da política

econômica nacional tanto no período FHC como no de Lula. So-bre a acusação con-tra o governo petista, Berzoini rebate e diz que cabe aos gestores a formação de diretrizes para o país, e não uma moeda ou um plano para determinar essas ações.

30 LINHA DIRETA em revista

Page 31: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

LINHA DIRETA em revista 31

EM PAUTA

Tenho dito e repetido que o movimento sindical brasileiro atraves-sa uma fase de transição com o fortalecimento das entidades dos trabalhadores, o reforço do papel das centrais e o proativismo do ministério do Trabalho e Emprego.

Algumas características dessa fase são marcantes: a unidade de ação e o agrupamento nas lutas de resistência contra a crise em busca de alternativas produtivistas e o crescimento orgânico de algumas das centrais, em disputas entre si, mas orientadas estra-tegicamente para objetivos comuns. Houve, por exemplo, várias comemorações do 1º de Maio das diferentes centrais em diversos lugares, mas em todas elas predominaram palavras de ordem e lemas muito semelhantes.

Em algumas situações, a própria unidade de ação já é superada pela busca da unidade orgânica que garante conquistas novas e avanços mais acelerados.

A Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomuni-cações) anunciou no dia 14 de abril a refiliação à entidade de dez sindicatos do setor ligados à CUT. A Fenattel, hoje com 19 sindi-catos, passa a representar cerca de 630 mil trabalhadores de todo o Brasil, mais de 90% da categoria (ligados à Força Sindical, à UGT, à CUT e independentes).

Com esse passo, os trabalhadores em telecomunicações assumem bandeiras de luta como a queda expressiva da taxa de juros e menores spreads bancários, a aprovação da convenção 158 da OIT (que proíbe demissões arbitrárias e imotivadas), a formalização de comissões setoriais para enfrentamento da crise e medidas que impulsionem a produção. Dirigem-se especialmente aos jovens nos muitos locais de trabalho de teleatendimento e reagem com força contra a precarização dos contratos de trabalho dos terceirizados e contra as demissões.

O adensamento orgânico da Fenattel, em cuja direção o Sintetel de São Paulo tem grande peso, é uma demonstração forte da tran-sição para melhor pela qual passa nosso movimento.

* João Guilherme Vargas Netto é assessor sindical do Sintetel e de outras entidades de trabalhadores.

João Guilherme*

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Campanha de doação realizada em março na Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo

32 LINHA DIRETA em revista

SAÚDE

Solidariedade

Conheça

melhor

como

funciona o

transplante

de medula

óssea

Emilio Franco Jr.

Já parou para pen-sar que você pode salvar uma vida?

Esse gesto de frater-nidade e amor ao

próximo não é exclu-sividade de médicos

e profissionais da saúde. Muitas pes-soas diagnosticadas com doenças como a leucemia (tipo de câncer sanguíneo) precisam da com-

paixão alheia para dar continuidade à vida, e qualquer um pode ajudar ao se inscrever para ser um doador de

medula óssea.

Muitos se assustam quando ouvem a pa-lavra doação. ‘Vou tirar minha medula e ficar sem? E se um dia eu precisar?’ Calma, não é nada disso. Ninguém vai tirar nada do que é seu, você não ficará debilitado, e nem há necessidade de passar por cirurgia. Quando você se inscreve para ser um doa-dor de medula óssea, seus dados ficam re-gistrados em um banco de dados chamado REDOME e, em caso de compatibilidade com algum paciente necessitado, você será convidado, nunca obrigado, a realizar o procedimento para coleta da medula.

É tudo muito simples. Basta comparecer ao hemocentro de sua cidade. Em São Paulo, por exemplo, o local para realizar a inscrição é a Santa Casa de Misericórdia. O primeiro procedimento é rápido. São coletados 5mL de sangue para análise. As características sanguíneas do voluntário são confrontadas com as de quem necessita de um trans-plante e, caso haja compatibilidade inicial, o doador será convidado para novos exames a fim de garantir a compatibilidade. Caso

o resultado positivo se confirme, um novo convite é feito ao doador, que a qualquer momento pode desistir do procedimento. Mas, imagine saber que alguém pode salvar a sua vida e desistiu de fazer isso? Deve ser muito triste, já que as chances de se encon-trar alguém com medula compatível são de 1 em 100 mil.

Para quem doa são retirados apenas 10% da medula, que volta ao estado normal em pouco tempo. Já para quem recebe, é uma nova vida. O procedimento para retirada da medula é muito mais simples do que parece. Existem duas opções. Na primeira, o doador toma, antes do procedimento, um remédio por cinco dias consecutivos para fazer as células da medula migrarem para a superfície do sangue. Depois disso, realiza-se um processo semelhante ao de doação de sangue e uma máquina especial fará a separação da medula.

O segundo método é realizado por meio de punção direta nos ossos da bacia (a medula é um líquido que fica dentro dos ossos, e os

Não fique de fora,seja um DOADOR.

Page 33: 5 - Surge a maior empresa brasileira de telecomunicações

Novos doadores em campanha para o Guto e para tantos outros

LINHA DIRETA em revista 33

SAÚDE

ossos da bacia são os maiores do corpo humano). Após tomar anestesia, local ou geral – conforme combinado com o médico –, são introduzidas três ou qua-tro agulhas que realizam o processo de coleta. O doador permanece em obser-vação por um dia, e depois já está libera-do para retomar suas atividades normal-mente. Os riscos de lesão para o doador são inexistentes.

Todas as despesas oriundas do procedi-mento são pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao doador cabe apenas disponibilizar seu tempo para salvar uma vida.

Campanhas de doação

A AMEO (Associação da Medula Ós-sea), organizadora de grandes cam-panhas de doação, é uma entidade composta por pacientes, familiares de pacientes, voluntários e profissionais da área de saúde com apoio técnico do Hemocentro da Santa Casa de Mise-ricórdia de São Paulo. Foi fundada em 2002, devido à dificuldade de pacientes e familiares para encontrar um doador de medula óssea compatível. No início, havia somente 12 mil doadores no Re-gistro Nacional, o que tornava pratica-mente nula a chance de encontrar al-guém. O banco de doadores conta hoje com quase 1 milhão de pessoas cadas-tradas, o que representa apenas 0,5% da população. Segundo a AMEO, a

quantidade de cadastrados não é satis-fatória e a chance de encontrar um doa-dor compatível é pequena. Atualmente, existem cerca de 1.600 pessoas à espera de um doador. No Japão, por exem-plo, 80% da população é cadastrada no Banco de Medula Óssea, o que fa-cilita o processo.

A primeira campanha de doação de 2009 foi realizada na Grande Loja Ma-çônica do Estado de São Paulo, por meio de iniciativa da Ordem Demo-lay do Estado, com o objetivo inicial de encontrar um doador compatível para o jovem de 18 anos Augusto Abou Jokh Gomes. A campanha conseguiu cadastrar 1.400 novos doadores. “Ver toda aquela multidão de doadores e voluntários foi extraordinário. Saber que todos estão ali para tentar te ajudar de alguma forma, traz a mim e a toda minha família e amigos um sentimento de eterna gratidão, além de esperança e garra para vencer esta fase que, apesar de não estar sendo fácil, não me der-rubará”, afirma Guto, como é cari-nhosamente conhecido o jovem.

À espera de um doador compatível é um momento de grande angústia. “A cada dia que passa e não recebemos a liga-ção nos comunicando que encontraram um doador para realizar o transplante ficamos mais inseguros, porque apesar de agora minha doença estar controlada, ela pode voltar a qualquer momento com conseqüências mais graves”, conta

Guto. O garoto revela como foi o mo-mento em que recebeu o diagnóstico da doença. “Fiquei surpreso com a notícia, tendo em vista que eu me sentia super bem, e só fui descobrir a gravidade da minha situação após um simples exame de rotina. Depois veio o susto, afinal sempre ouvi falar de leucemia e o que é mostrado nos meios de comunicação é trágico e nunca há um final feliz”.

Como ajudar?

Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com bom estado de saúde pode se inscrever no banco nacional de doa-dores de medula óssea, à exceção de quem já teve hepatite ou submeteu-se a tratamento quimioterápico. Depois de inscrito é simples: quando aparecer um paciente com a medula compatível com a sua, você será chamado; novos testes sanguíneos serão necessários para a confirmação da compatibilidade. Se a compatibilidade existir, você será con-sultado para optar pela doação.

Geralmente, ao ouvirem a frase “Trans-plante de Medula Óssea”, as pessoas acreditam se tratar de medula espinhal, coisa que não existe, pois a medula óssea é o conjunto de Células Mãe produtoras de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e da imunidade. A doação é feita sem cirurgia, sem cortes, sem riscos, como uma doação de sangue. O doador sai do hospital totalmente consciente e livre para suas atividades rotineiras, e esse gesto tão simples poderá salvar a vida de muitas pessoas. O jovem Guto deixa seu recado para quem pensa em se tornar um doador. “Essa é a atitude mais nobre que alguém pode ter. Sal-var uma vida, como a minha, por um simples gesto de amor ao ser humano”.

Se você pode ser um doador aproveite a oportunidade. No caso do Guto, ape-nas um no meio de tantos outros, a busca familiar não encontrou nenhum doador 100% compatível. No banco de dados nenhuma pessoa cadastrada apresentou compatibilidade. Os médi-cos do Guto estudam, atualmente, a idéia de que o doador seja um primo, mesmo que não apresente compatibili-dade total. Às vezes, pode caber a você salvar a vida de quem precisa.

Saiba mais sobre a AMEO, como ser um doador, e quais serão as próximas campanhas de doação pelo site www.ameo.org.br

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34 LINHA DIRETA em revista

NOTÍCIAS

Eleição do conselho Sistel

O Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal da Sistel passou por eleições no final de abril. A Chapa 1 foi eleita com um total de 4.409 votos, obtendo, assim, a aprovação de 56,61% dos votantes. Dentre os mais novos eleitos que irão defender os direitos dos aposentados e pensionistas está o diretor do Centro de Convívio dos Aposentados do Sintetel, Germar Pereira

da Silva, que ocupará uma das cadeiras no Conselho Fiscal.

Balanço das negociações salariais

Em 2008, de acordo com o DIEESE, 88% das 706 negociações salariais regis-tradas no Sistema de Acom-panhamento do Salário (SAS) repuseram a inflação do ano anterior à data-base.

Segundo o estudo, os meses de agosto e novembro foram os melhores para negociação. Os dados apontam que 98% dos salários reajustados conseguiram ficar acima do índice mínimo para reposição das perdas salariais.

Novas sindicalizações

O trabalho realizado pela subsede do ABC junto aos trabalha-dores de teleaten-dimento da região apresentou bons re-sultados. Mais de mil novos empregados do setor, em sua grande maioria jovens, associaram-se ao Sintetel desde dezembro de 2008. Os números são consequência do trabalho de divulgação realizado pela subsede do ABC dentro das empresas.

“Na política os homens só lembram

das mulheres na hora de preencher

cotas eleitorais. Precisamos tra-

balhar na sensibilização do eleito-

rado feminino para fazê-lo entender

a importância de votar em mulheres

para as casas legislativas”.

Delegada Rose, diretora do Conselho Estadu-

al da Condição Feminina

Acordo Coletivo das prestadoras é aprovado por pequena margem

O Sintetel, comprometido com a democracia e com a trans-parência, ouviu os trabalhadores nos locais de trabalho. As assembléias tiveram a participação de mais de 6 mil tra-balhadores que assinaram a lista de presença.

Diante do cenário de crise, prevaleceu a defesa do emprego e a manutenção de conquistas. A aprovação da Convenção Coletiva não encerra nossa luta! Vamos continuar a enfren-tar com firmeza os problemas em cada local de trabalho.

O próximo passo será montar as comissões para discutir a cláusula de assistência social e a unificação do PLR. Vamos trabalhar a unidade da categoria para buscar melhores re-sultados daqui para frente.

Confira o resultado final das assembléias:A Favor – 3.147Contra – 3.044Abstenções – 48

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Nova edição do Guia

de ConvêniosPensando na comodidade e me-lhor atendimento aos sócios, o Sintetel lançou a 5ª edição do Guia de Convênios. A publica-ção, que foi totalmente atua-lizada, mostra todas as parce-rias firmadas entre o Sindicato e academias, escolas, hotéis, cursos de línguas, consultórios médicos, etc. A distribuição já começou! Para garantir seu exemplar entre em contato com o Sintetel ou fale com o seu representante sindical.

LINHA DIRETA em revista 35

NOTÍCIAS

Sintetel conquista reivindicação

histórica

Depois de um longo tempo de reivindicação, o Sintetel con-quistou o PCS (Plano de Car-gos e Salários) para os companheiros da Atento Sera (LP / DDR / VOX FÁCIL / INTRAGOV / SAIDA NACIONAL). Após diversas reuniões, os trabalha-dores conseguiram uma reavaliação dos cargos, além de novos salários, que sofrerão nova alte-ração após as negociações da data-base. Para o diretor do Sintetel Fábio Oliveira “tratava-se de uma antiga reivindicação dos trabalhadores. O Sintetel encampou esta briga e obteve uma grande conquista. É importante ressaltar que conseguimos negociar um modelo de processo contínuo de PCS, ou seja, os trabalhadores dos demais setores do SERA poderão ser contempla-dos futuramente”.

Sindicalismo na América

Em março aconteceu em São Paulo a 10ª Reunião do Co-mitê Regional e Executivo da Uni-Américas. O evento, que reuniu sindicalistas de todo o continente americano, teve

como objetivo definir os próximos passos e ações que serão adota-dos pelas instituições sindicais. Almir Munhoz, presidente do Sinte-tel, participou do evento; ele discutiu temas importantíssimos para o rumo que vem tomando a área trabalhista, como a questão das terceirizações que afeta o campo das telecomunicações.

Programa de Debate Político-Sindical No mês de março, o Sintetel deu início ao Programa de Debate Político-Sindical para ali-nhamento da nova diretoria, que so-freu uma reno-vação de quase 60%. O seminário é ministrado pelo assessor da Fenattel, José Luiz Passos Jorge, que diag-nosticou a necessidade de os novos dirigentes sindicais estarem mais bem informados para defender os interesses de toda a categoria. As palestras são realizadas por região e os diretores debatem temas políticos, econômicos e como melhorar a atuação sindical dentro das empresas.

Seminário da OSLT“A participação na última palestra foi motivadora. Muitos companheiros estavam presentes, e todos participaram ativamente do debate e solução de dúvidas. Muitas questões sobre temas jurídicos, previdenciários e tra-balhistas puderam ser esclarecidas. Os assuntos foram tantos, que não houve tempo su-ficiente para elu-cidarmos todos os questiona-mentos. Por isso, alguns pontos vão ser aborda-dos no site do Sintetel”.

Elísio Rodrigues de Souza, diretor do Sintetel sobre a segunda parte dos seminários da OSLT de “Tire suas Dúvidas”. Para ter maior acesso ao conteúdo abordado, basta entrar no site do Sintetel: www.sintetel.org

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A primeira turma de alunos da Prejal iniciou dia 22 de abril. Outros três grupos serão formados no decorrer do segundo semestre de 2009.

36 LINHA DIRETA em revista

CIDADANIA

Amanda Santoro

O Sintetel, em parceria com a Fundação Telefônica, Atento e Instituto Apse,

investe em programa internacional para formação de jovens de baixa renda

A empregabilidade dos jovens ainda é uma das questões mais inquietantes para as entidades trabalhistas dispos-tas ao redor do mundo. De acordo com dados divulgados em outubro de 2008 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1986 a 2006 foram gerados 14,7 milhões de em-pregos formais no Brasil, mas apenas 7,8% deles foram ocupados por pes-soas com idade entre 16 e 24 anos. Com sustentação ideológica nestes números, a Prejal (Promoção do Em-prego de Jovens na América Latina) surge com o objetivo de atrair a aten-ção dos governantes latino-america-nos para a problemática. O Sintetel,

que participa da iniciativa em parceria com a Fundação Telefônica, com a Atento Brasil e com o Instituto Apse, apresenta à capital paulista a segunda etapa do projeto voltada para jovens de baixa renda que pretendem ingres-sar no mercado de teleatendimento. O diferencial do curso é que, após sua conclusão, os participantes já saem com empregos garantidos na área.

O que é Prejal?

Lançada oficialmente pela OIT em 2005, a Promoção do Emprego de Jovens na América Latina é uma fer-ramenta que visa sensibilizar e fomen-tar a inclusão do emprego juvenil nas políticas e programas públicos, co-

laborando na elaboração de eficientes planos de ação.

A estratégia do projeto é utilizar recur-sos públicos e privados para melhorar as oportunidades nacionais de criação de empregos, com participação direta de organizações internacionais, go-vernos, empresas privadas, sindicatos e organizações de empregadores. “O diferencial (do projeto) é a parceria da OIT com o setor privado, apoiando iniciativas de formação dos jovens nas próprias empresas para aumentar a sua empregabilidade”, afirma Karina An-drade, antiga coordenadora nacional da Prejal, em declaração oficial no site do Programa.

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Da esquerda para a direita: Sérgio Mindlin, presidente da Fundação Telefônica; Márcia Fontes, superinten-dente de RH da Atento; Almir Munhoz, presidente do Sintetel; e Joel Ricci, presidente do Instituto Apse, durante inauguração oficial do programa.

Gilberto Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, palestrou sobre a importância da comunicação em aula inaugural.

LINHA DIRETA em revista 37

CIDADANIA

Durante seus quatro anos de existên-cia, a Prejal tem atuado em oito países da América Latina: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Honduras, Mé-xico, Peru e República Dominicana. O financiamento do projeto provém do Governo espanhol e de um grupo de empresas oriundas do país, entre as quais se destaca a Fundação Telefônica.

Parceria brasileira

No dia 15 de abril, o Sintetel teve a honra de realizar em seu Centro de Formação Profissionalizante a inaugu-ração oficial da segunda etapa do pro-jeto. “A Prejal já nasce completa em sua concepção. Não adianta capacitar o jovem e jogá-lo sozinho no mercado de trabalho”, afirmou Almir Munhoz, presidente do Sindicato. “Por este motivo, o projeto conta com pessoas responsáveis pela capacitação técnica, pela ideologia e, principalmente, pela garantia do emprego”, finalizou.

No Brasil, a fase piloto foi realizada durante o segundo semestre do ano passado e teve a participação de 110 jovens. Para essa edição, são oferecidas 130 vagas que serão distribuídas em quatro turmas. Os participantes do projeto devem ter entre 17 e 24 anos, ter concluído ou cursar o ensino mé-dio (com previsão de término para o meio do ano) e morar na capital ou na Grande São Paulo.

O treinamento tem dois meses de duração, com aulas diárias das 8h às 12h ou das 13h às 17h. O conteúdo de ensino foi aprovado pela Atento Brasil, empresa do Grupo Telefônica com mais de 72 mil trabalhadores diretos no País. “A Atento é a maior empregadora privada do País. Aque-les que participarem do projeto terão a oportunidade de desenvolver uma carreira no setor de telesserviços, ou em qualquer outro, tendo o atendi-mento como porta de entrada”, decla-

rou Márcia Fontes, superintendente de RH da empresa.

As aulas de capacitação serão minis-tradas no Centro de Formação Profis-sionalizante Sintetel pelo Instituto Apse, organização sem fins lucrativos especializada na formação de jovens. “No final do curso os alunos receberão o perfil profissional, que será esclare-cido por especialistas”, afirmou Joel Ricci, presidente do Instituto Apse.

Além da qualificação para o teles-serviço, outro diferencial do programa é a ênfase na recuperação de conteúdos de português e matemática. “Cada vez mais o mercado de trabalho está em busca de pessoas que tenham estudado

e, principalmente, que tenham qualifi-cação técnica. Este curso pretende re-forçar os conhecimentos de matérias já aprendidas na escola, além de garantir conhecimento adicional para um tipo de serviço com demanda elevada no País”, afirmou Ségio Mindlin, presi-dente da Fundação Telefônica.

Um mundo de oportunidades

Estimativas publicadas pela OIT mostram a existência de 3,8 milhões de jovens brasileiros fora do merca-do de trabalho. Nessa faixa etária, a taxa de desemprego fica na casa dos 17,7%, o que representa um percen-tual três vezes maior do que na idade adulta (25 anos ou mais). Outro dado preocupante refere-se à informalidade: 10,3 milhões de jovens trabalhadores exercem ocupações precárias não re-gistradas. Na faixa dos 16 aos 24 anos, a informalidade alcança a marca dos 59%, contra 51% para os adultos.

Na contramão dos dados citados, o setor de contact center – que tem 75% dos trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos – cresce cada vez mais no Bra-sil e no mundo. O segmento é um dos únicos que ainda não foi afetado pela crise e, surpreendentemente, contrata pessoas para novos postos de trabalho. O resultado preliminar da pesquisa Global Call Center Industry Project, comandada no Brasil pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pela Associa-ção Brasileira de Telesserviços (ABT), segue a tendência. O estudo aponta que 64% dos telecentros brasileiros obtiveram resultados positivos nos úl-timos anos, o que permite um maior investimento na área com contratação de mão-de-obra.

“Hoje o Sintetel representa mais de 150 mil trabalhadores, sendo que, desse total, 120 mil trabalham na área de teleatendimento. Isso mostra como o segmento é importante para nós. A Prejal vai ao encontro das necessidades do País, que tem uma alta demanda na área e um número ainda maior de jo-vens que procuram uma chance de se enquadrar no mercado de trabalho”, finaliza o presidente do Sindicato, Almir Munhoz.

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38 LINHA DIRETA em revista

CULTURA

Panorama

Emilio Franco Jr. e Amanda Santoro

O cinema nacional começa a ser redescoberto pelo público, pela crítica e pelos próprios profissionais da área. O envolvimento com a sétima arte é cada vez maior e a organização industrial cinematográfica, a fim de aumentar sua produção, conta agora com mais verba e boas receitas de bilheterias. Com diversas obras estreladas por atores globais, os filmes chamam a atenção do público. Iniciativas como a da Academia Brasileira de Cinema, que criou o Grande Prêmio Brasil, colaboram para aumentar a visibilidade das produções. A premiação reúne os artistas em um grande jantar para escolher os melhores do ano, uma ótima oportunidade para os fãs desco-brirem filmes que não contam com grande apelo comercial.

Em 2009, a premiação coroou tanto longa-metragens menores - pouco vistos pelo público - como de maior apelo popular, caso de “Meu Nome Não é Johnny”, pro-tagonizado por Selton Mello, escolhido melhor ator do ano. O prêmio evidenciou a existência de grandes produções e coproduções nacionais que, muitas vezes, são mais prestigiadas no ex-terior do que no Brasil. “Ensaio Sobre a Ceguei-ra”, de Fernando Meirel-les, “Linha de Passe”, de Walter Salles e Daniela Thomas e “O Banheiro

Moinho da BahiaFoi em fevereiro de 2008 que a banda da atriz e cantora Emanuelle Araújo lançou seu primeiro álbum de trabalho. Intitulado “Hoje de Noite”, o disco traz 13 faixas com muita ginga, suingue e samba, apresentando composições de Dorival Caymmi, Ana Ca-rolina, Nando Reis e Carli-nhos Brown. Entre as músicas do trabalho, destaca-se o hit “Esnoba”, tema de Rakelli na novela Beleza Pura. O Moinho da Bahia, ou simplesmente “Moinho” – como ficou co-nhecido pelo público – conta ainda com a percussionista Lan Lan e com o violonista Toni Costa. Com naturalidade baiana, o trio começou a se apresentar na noite carioca, principalmente em barzinhos da Lapa, abandonando as mi-caretas a que Emanuelle estava acostumada nos seus tempos de Banda Eva. A partir daí, o trabalho da banda decolou: os músicos se apresentaram em diversas casas de shows e pro-gramas consagrados da tele-visão. Emamuelle ainda ganhou notoriedade com a interpre-tação da prostituta Manu na novela A Favorita, e a banda foi indicada à última edição do tro-féu Melhores do Ano da Rede Globo. Vale a pena conferir!

Dica de música

Recordes de bilheterias, premiações e festivais

alavancam a produção nacional. Veja ainda o

que rola no meio musical e na literatura

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LINHA DIRETA em revista 39

CULTURA

do Papa”, de César Charlone e Enrique Fernán-dez são prova disso. O grande vencedor da edição que coroa os melhores de 2008 é praticamente um desconhecido do grande público: “Estôma-go”, de Marcos Jorge.

A real importância dessa espécie de Oscar brasi-leiro é premiar com um olhar mais crítico os me-lhores filmes produzidos no país, além de divul-gar produções menos comerciais estimulando o interesse do público em acompanhá-las. Com o passar dos anos, começam a ser produzidos lon-gas nacionais em maior quantidade e de melhor qualidade e, assim, abre-se espaço também para franquias de sucesso que, sem nenhum compro-metimento artístico, têm a intenção apenas de levar divertimento ao público. Se por um lado

“Meu Nome Não é Johnny” levou mais de três milhões de pessoas aos cine-mas no ano passado, “Se Eu Fosse Você 2”, protagonizado por Tony Ramos e Glória Pires, atraiu mais de 6 milhões de espectadores em 2009, batendo os recordes de público e de arrecadação da ‘retomada do cinema nacional’ (como é conhecido o período posterior ao go-verno Collor).

Outro braço do cinema brasileiro, considerado por muitos como o melhor, são os documentários. Produzido em larga escala no país, o gênero ganha cada vez mais respeito da crítica especializada, atraindo, consequentemente, mais público. “O Mistério do Samba”, que aborda a velha-guarda da Portela, atingiu marca superior a 30 mil espectadores, sagrando-se o documentário mais visto no país. Dedicado exclusivamente ao gênero, o Festival É Tudo Verdade exibe gratuitamente os me-lhores longas documentais do mundo. Em março, aconteceu a edição de São Paulo e Rio de Janeiro, que consagrou “VJs de Mianmar – Notícias de um País Fechado” como o melhor internacional, e “Ci-dadão Boilesen” como o melhor brasi-leiro. O Festival volta a acontecer em agosto, com sessões sem custo algum.

Redescobrir a cinematografia nacional e a qualidade artística e de entretenimento de suas obras é uma ótima saída para as populares produções norte-americanas. O incentivo volta a aumentar, os filmes melhoram. Falta apenas o público se ren-der ao cinema brasileiro como forma de ajudá-lo a crescer ainda mais.

LEITE DERRAMADOComo já era de se esperar, o quarto romance de Chico Buarque chega com grande expectativa para o público e, principalmente, para a crítica. Após o sucesso alcançado por Budapeste (2003), o can-tor, compositor e autor ca-rioca firma-se como um dos principais mestres estilísticos da literatura brasileira con-temporânea. A obra narra a trajetória dos Assumpção, uma família de elite coman-dada por Eulálio Montenegro que, em seu leito de morte, recorda de forma não linear as últimas gerações da linha-gem. Leite Derramado é um romance fortemente mar-cado pela pesquisa histórica, e Chico utiliza este diferen-cial para contar os magní-ficos rumos adotados pelo nosso País nos últimos dois séculos. O pano de fundo, obviamente, fixa-se na saga de sucessão dos membros da família, que chegaram ao Bra-sil nos tempos da corte por-tuguesa e sempre ganharam a vida graças a trabalhos de procedência duvidosa. A crítica especializada afirma que esta última obra não con-segue rivalizar em inovações estilísticas com Budapeste, mas este também não é seu intuito. O romance vem para solidificar tudo o que o autor começou a construir lá atrás e, aí sim, o seu objetivo é al-cançado com maestria.

Dica de leitura

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Sr. Osvaldo, primeiro dj do país, e dj

Cidão; partes da história do movimento

O dj Lula revela que a paixão pelos discos

é antiga, e que os verdadeiros amantes não

abrem mão do produto

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MÚSICA

Bolachões ainda animam bailes pela cidade

Há cerca de nove anos, Marcio Peque-no, o DJ Lula Super Flash, visitava o Rio de Janeiro. Foi lá que conheceu um fã-clube de James Brown, responsável por organizar festas entre amigos que compartilhavam um mesmo gosto: a música negra.

Satisfeito com o que tinha visto, DJ Lula resolveu trazer a fórmula de su-cesso para a capital paulista. Estava criado o Projeto Vinil, uma compilação de amantes da música e fanáticos pelos antigos bolachões que embalavam as festas nos anos 70.

A trajetória do Projeto é o resumo, muito pequeno, da vida de milhares de pessoas que amaram a música integralmente, além de levar um pouco de diversão para o público da periferia há vinte anos. Para Marcio, a grande referência dos bailes organizados é homenagear e valorizar as pessoas que deram os primeiros pas-sos desse movimento. “O Projeto Vinil é totalmente gratuito, a idéia principal é trazer reconhecimento para as pessoas que fazem parte de um panorama mu-

sical quase esquecido pelo roteiro cul-tural”, afirma.

De lojistas de vinis ao público que sim-plesmente quer curtir uma boa noite de dança, a iniciativa é garantia de sucesso.“Nós lutamos muito, tiramos dinheiro do nosso bolso para pagar a divulgação, mas não tem preço ver aquelas pessoas tão especiais, aqueles pedacinhos da nossa história, receben-do a atenção de quem está lá”.

Realizados durante todas as terças-fei-ras do mês, os bailes já passaram por muitos endereços. “Como não cobramos ingresso, temos sempre que mudar de espaço”, afirma João Aparecido, o DJ Ci-dão. Atualmente as apresentações, que contam com dois convidados por noite, acontecem no Hotel Cambridge e mis-turam públicos extremamente variados.

Para honrar ainda mais o compromisso, os organizadores tiveram a idéia de em toda segunda semana do mês pedir para que os freqüentadores levassem um quilo de alimento não-perecível para ser doado a instituições que necessitam de ajuda. “Como tudo no baile, essa é uma possibilidade muito democrática, as pes-soas levam a comida se quiserem”.

Além da dificuldade financeira, que tanto Lula como Cidão insistem em afugentar para não atrapalhar os planos do Proje-to, outras pedras ficam no caminho dos empreendedores. “É muito difícil não ter um espaço próprio, só nosso”, aponta Lula, que já teve uma reunião na Câmara

Municipal de São Paulo para tentar an-gariar um cantinho para os músicos.

Outro ponto levantado é a falta de re-conhecimento desse tipo de iniciativa no roteiro cultural da cidade. “Nós tivemos a Virada Cultural agora, que foi um even-to enorme, e não chamaram sequer um de nossos djs, que ajudaram a construir esse tipo de evento na cidade”. Estilos como o samba rock, extremamente di-fundido no meio universitário, surgiram nas discotecas pelas mãos de homens como Osvaldo Pereira - o primeiro dis-quei-jóquei brasileiro - e que hoje sim-plesmente não são lembrados por seus grandes feitos pela música.

Quando perguntado sobre qual seria o grande combustível do projeto, a res-posta sai rápido: “nosso salário são os aplausos ao final de cada apresentação”. Com pretensões de trazer um tom mais profissional ao Projeto, que já influen-ciou outras seis idéias em São Paulo, o coro garante: “a música e o vinil nunca vão morrer para pessoas que, como nós, acreditam neles”.

Os já esquecidos LPs são realidade para um grupo de pessoas que investe na discotecagem tradicional Larissa Armani

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PASSATEMPO

Curiosidades

Orelhas e nariz nunca param de crescerIsso acontece porque o tecido carti-laginoso que forma nossas orelhas e nariz continua crescendo mesmo quando somos adultos. Por isso que idosos costumam ter essas partes maiores do que quando eram jovens.

Localizada no litoral de São Paulo, a cidade foi fundada em 1532, quando os portugueses começaram efetiva-mente a colonizar o nosso país.

São Vicente

é a cidade

mais antiga

do Brasil

A roupa das noivasA tradição de usar uma roupa especial no dia do casamento vem da Roma Antiga, já a es-colha da cor branca ficou famosa após o casamento da Rainha Vitória da Inglaterra com o príncipe Albert. O uso do véu é uma herança dos gregos, que queriam proteger suas noivas dos outros homens e do mau-olhado.

Fonte: www.terra.com.br/curiosidades

Soluções

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Zanganor e o meio ambienteEncontrar meu amigo Zanganor é certeza de novidade exem-plar. No decorrer desta se-mana, enquanto aproveitava minha hora de almoço para caminhar, esbarrei com ele degustando um salgadinho na porta de uma lanchonete da Aurora. Depois do abraço e das perguntas convencionais, convidei-o a sentar num banco do largo do Arouche para matar saudade e colocar a conversa em dia. Sua resposta me surpreendeu:

- Fica para outra hora, parceirinho. Minha “caranga” está estacionada na Santa Isabel e eu tenho que ficar de olho. Vem comigo apreciar o conversível!

Ingênuo, eu já o imaginava ocupando enfim um cargo es-tável e decente, e quis saber das novidades do seu novo trabalho.

- Agora estou no ramo da re-ciclagem de materiais fora de uso, estou ambientalista. Digo estou porque, sendo um profissional liberal, diver-sifico muito minhas ocupa-ções. Neste caso, há quem me chame depreciativamente de “Catador”; eu prefiro am-bientalista – me explicou apontando a “caranga” de pe-sados varais, cheia de sacos pretos e outra bugigangas –. Tração animal, parceirinho!

- É, meu caro – continuou – ainda compro um diploma por correspondência e me dedico à lingüística. Abomino as pala-vras pejorativas usadas para rotular ocupações de gente simples. Por exemplo: não

gosto de ser chamado de bis-cateiro, sou polivalente. Já fui agente de saúde (entrega-dor de água potável), publi-citário (homem-placa), lus-trador (engraxate), cambista (apontador de pule no jogo do bicho), e assim por diante.

Enquanto falava, tirou o calço da alta roda de madeira e se pendurou nos varais para levantar a caçamba.

Para não quebrar o clima alto-astral que o Zanganor sempre imprime à sua vida, corri à bomboneria em frente e comprei um gatorade. Brinquei:

- Toma lá, Zanga, bota um aditivo no combustível.

Bebendo uma boa golada, ele abriu um riso largo e engatou a primeira.

* Paulo Rodrigues é assessor do Sintetel e autor do livro À margem da Linha, que ganhou prêmio da APCA.

OLHO DA RUA

Paulo Rodrigues *

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Uma das principais metas do Departamento de Comu-nicação da entidade é a me-lhora constante do site. Quase dois anos após as primeiras mu-danças, o que se pode ver é uma ferramenta totalmente reformulada, que objetiva auxiliar a vida do tra-balhador. Conheça as mudanças já feitas e o que ainda vem por aí:

Destaque e entrevistas Dentro da seção “Notícias” foi inserido o tópico “Entrevistas”. Quem acessar o botão terá aces-so ao material completo coletado pela equipe de redação do Sintetel. Desde o final de março, o site também possui espaço para três notícias em destaque. Vale lembrar que as informações são in-seridas diariamente, não deixe de conferir!

Layout O design está em permanente mudança e o site já conta com um novo topo, mais limpo e despojado. Mas não é só isso: muitas novidades ainda estão por vir. Nos próximos meses os internautas poderão navegar em um ambiente totalmente reformulado. Está ansioso? Aguarde e dê a sua opinião!

Tire suas dúvidas O que é dissídio coletivo? Até quando o trabalhador pode apresentar o atestado médico? Qual é o percentual de adi-cional noturno? Para esclarecer esses e outros questiona-mentos, o Sintetel criou o botão “Tire suas dúvidas”. Lá, o internauta poderá esclarecer pontos conflituosos da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), além de eventuais questões complexas do cotidiano.

Vagas de Emprego Se você está descontente com o seu serviço ou procura uma nova chance de entrar no mercado de trabalho, essa é a sua oportunidade. Acesse nosso banco de oportunidades (Serviços – Vagas de Emprego) e boa sorte!

VídeotecaO nosso site tem espaço reservado para os vídeos de even-tos e reportagens realizadas pelo Departamento de Comuni-cação da entidade. Fique de olho e sugira pautas para nós!

Acesse agora mesmo: www.sintetel.org

Veja ainda: Arquivos de som Colônias de Férias Enquetes Guia de Convênios e muito mais!

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e lança selo especial comoprimeira de uma série deações comemorativasao longo de 2009

100 anosABET completa

Com os tons do ouro, a ABET – Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações

acaba de lançar o selo de 100 anos. A ação é o marco inicial para as comemorações de um século de

história da empresa.

A ABET traça sua história de compromisso com os seus associados, revertendo suas receitas em

benefícios prioritários para a área da saúde, a todos os empregados, ex-empregados, aposentados

e dirigentes das empresas de Telecomunicações no país. Ao longo do ano, eventos, campanhas e

atividades especiais para os associados também seguirão a mesma temática. A história da ABET

será resgatada por meio de fatos e personagens que fizeram e fazem a diferença para a associação

e que serão contados num livro, resgatando e ressaltando sua evolução nas áreas de Saúde,

Medicamentos, Telecomunicações e Tecnologia.

A ABET investe permanentemente em benefícios e na ampliação contínua de suas atividades

promovendo a milhares de pessoas uma melhor qualidade de vida.

ABET, 100 anos valorizando o ser humano.

www.abet.com.br/100anos

Solução em Gestão de Benefícios e Saúde.

Realização Apoio Especial

Apoio Institucional Apoio de Mídia Planejamento e organização