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Publicação de Distribuição Gratuita | N.º 51 2.º Trimestre de 2010 Aventura Solidária Vontade de partir, financiar e ajudar Haiti Seis meses de dedicação e empenho Entrevista Ana Martins

51 2.º Trimestre de 2010 - ami.org.pt · A aproximação ao outro é efectivamente o objectivo final e mergulha-nos em questões como a interdependência, a inter- ... em Israel,

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Aventura SolidáriaVontade de partir, financiar e ajudar

Haiti Seis meses de dedicação e empenho

EntrevistaAna Martins

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02 | Editorial

-palestiniano sem ter estado na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel, sem ter vivenciado a tragédia que aconteceu em Beirute Ocidental, na guerra do Líbano em 1982, sem ter pre-senciado o comportamento belicoso e extremamente peri-goso do Sr. Sharon, sem compreender os receios da popu-lação israelita que tem medo de vir a ser expulsa do Estado de Israel ou morrer despedaçada em atentados bombistas de ódio e revolta e sem compreender, por outro lado, a enorme tragédia do povo palestiniano que há mais de 50 anos vive no exílio, com grande parte desse povo encurralado em campos de refugiados em condições infra-humanas. Os israelitas terão que estender um ramo de oliveira aos seus irmãos palestinia-nos, e estes deverão cessar os mortíferos atentados.Como falar de África sem ter tido a possibilidade de percor-rer aquele continente, como já tive oportunidade de o fazer por mais de 40 países dos 53 que constituem o continente africano?Como falar da tragédia das cidades sul americanas superlota-das com todos os problemas decorrentes de uma urbanidade descontrolada e com uma periferia de favelas em crescimento perigosamente explosivo, sem ter visitado cidades tais como Rio de Janeiro, Lima, Quito, Caracas, La Paz, Tegucigalpa...?

Viajantes,A maior nação do mundo

Numa altura em que o desgaste de meses de trabalho deu lugar ao merecido descanso para muitos, escolho falar-vos dos viajantes, da riqueza cultural que se adquire com as viagens, da importância de conhecer o outro e de ter um espírito sem fronteiras.Falar dos viajantes é, sem dúvida falar da maior nação do mundo. A motivação do viajante pode ser diversa. No que me diz respeito, já que penso pertencer a essa nação do mundo que é constituída por pessoas abertas aos outros, e que por isso mesmo tentam estabelecer contactos com outras pessoas, a motivação que me levou até hoje a cerca de 160 países no mundo é sem dúvida a vontade de conhecer as realidades da vivência de outros povos e, na medida do possível, dar o meu contributo no sentido de minorar as carências e o sofrimento daqueles que enfrentam uma duríssima luta pela sobrevivência.Considero fundamental irmos ao encontro dos outros para depois podermos falar com conhecimento de causa de acon-tecimentos que marcam o andamento do mundo. É fundamen-tal viajar para se formar, para compreender, para entender o que realmente se passa nesta nave espacial que é a Terra e que nos leva a todos para um destino comum. Para mim, é esse conceito do viajante que me interessa, embora também, sem-pre que viajo, procuro beneficiar das belezas dos sítios que vou conhecendo. O essencial para mim é tentar ajudar o meu semelhante e compreender a evolução global da nossa huma-nidade e quais os grandes desafios que actualmente enfrenta.A aproximação ao outro é efectivamente o objectivo final e mergulha-nos em questões como a interdependência, a inter-culturalidade, a tolerância, a aceitação, a miscigenação e a ques-tão da globalização tão popular nos dias de hoje. Costumo dizer que para falar dos acontecimentos contemporâneos não basta ler os jornais e os livros. É fundamental, quanto a mim, termos tido a possibilidade de nos deslocarmos a essas regiões para podermos viver, testemunhar e compreender os enormes desafios que nelas se levantam. De facto, hoje, quando falo do drama humano vivido no Médio Oriente, penso ter o direito e o dever de me exprimir e de expressar a minha visão da tragé-dia humana que lá se vive na medida em que já estive no Egipto, no Líbano, na Palestina, em Israel, na Jordânia, no Iraque e no Irão. Não compreendo que se possa falar do conflito israelo-

Fernando de La Vieter Ribeiro NobrePresidente e Fundador da AMI

03 | Editorial

Como falar da Ásia, nomeadamente da Ásia Meridional sem ter estado no Bangladesh, na Índia ou no Paquistão, nomea-damente em Dakha, Bogra, Bombaim, Calcutá, Karachi, Faisa-labad…?Sou daqueles que acreditam que um outro mundo é possí-vel. Esse outro mundo mais humanizado, com mais ética, com mais regras, com mais tolerância e abertura, com mais aceita-ção é possível, mas só se os cidadãos assim o quiserem. Como viajante que sou, pugno efectivamente por uma nova visão do mundo e por uma nova mentalidade do ser humano. Sou daqueles que sonham com a existência de uma cidadania glo-bal, que abrangeria todos os habitantes da Terra e até, porque não, do Universo.

Como viajante considero-me um privilegiado por conhecer o que há de mais rico no nosso mundo: a diversidade cul-tural, etnográfica, folclórica, racial, ambiental. Espero que isso possa ser preservado para o futuro da história humana, apesar de estar consciente que há uma fortíssima tendência, negativa, porque redutora da riqueza do homem e do seu planeta, para a homogeneização de todas essas diferenças.

Resumindo, diria que ser viajante hoje é ter um espírito sem fronteiras, que muitos outros antes de nós já tiveram, mas ter nesse espírito o sentido da preocupação com o outro para ver como, em conjunto, poderemos fazer um mundo melhor. É evidente que hoje os desafios são extremos, estamos numa autêntica revolução mundial que está a questionar tudo, inclu-sive os nossos valores mais essenciais e compreendo que haja razões para às vezes nos sentirmos completamente desorien-tados, diria mesmo perdidos. Acredito como viajante que sou que há uma enorme esperança e que essa esperança nesse outro mundo possível reside na capacidade do ser humano se adaptar e corrigir comportamentos desviantes como aqueles que estão a ter lugar hoje, nomeadamente com a questão do terrorismo e dos fundamentalismos de todos os quadrantes.

Espero que todos os viajantes do mundo, aqueles que têm um espírito aberto e permeável a outras influências e culturas, se possam unir no sentido de constituirmos efectivamente a maior nação do mundo e que essa nação seja feita de tolerân-cia, de entendimento, de aceitação, de inclusão e porque não dizê-lo também, de amor e de paz.Viagens e turismo, sim! Mas solidários!

02 Editorial

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Sumário

06 Internacional

A AMI continua no Haiti

Seis meses de dedicação e empenho

04 Internacional

Aventura Solidária

Vontade de partir, financiar e ajudar

8 Internacional

Testemunho

Relatos da Guiné-Bissau

10 Entrevista

Entrevista a Ana Martins

"É difícil deixar de ser sem-abrigo"

12 Nacional

FEANTSA Mudar é possível

18 Breves

23 Informações

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4 | Internacional

O projecto de uma «Aventura Solidária» tem reunido cida-dãos das mais diversas profissões, idades e proveniências, permi-tindo-lhes conhecer o dia-a-dia das missões apoiadas pela AMI no Senegal, Guiné e Brasil. Passados três anos sobre a primeira Aventura Solidária no Senegal, mais de uma centena de partici-pantes já financiaram e construíram com entusiasmo escolas pri-márias, oficinas ambientais, centros de saúde e sociais, deixando uma marca positiva em países como o Senegal, Guiné-Bissau e mais recentemente, no Brasil. Estudantes, professores, engenheiros, reformados, gente diversa continua a fazer-se ao caminho, prota-gonizando uma experiência humana para muitos, inesquecível.A AMI inaugurou esta proposta de intervenção em 2007 no Senegal como forma de a sociedade civil se exprimir, actuar e erguer no terreno projectos solidários. O resultado tem sido entusiasmante para quem não resiste à vontade de partir e aju-dar. Nove dias de aventura e solidariedade não são uma vida, mas podem mudar muitas.A maioria dos participantes inscreve-se pelo desejo sincero de querer ajudar os outros, ver no terreno a acção da AMI e tam-bém verificar, in loco, onde é aplicado o financiamento.

Aventura Solidária:Vontade de partir, financiar e ajudar

Existem actualmente três países que acolhem a Aventura Solidária: Senegal, Guiné-Bissau e Brasil. Os valores de participa-ção variam de acordo com o local e missão específica a apoiar. Como exemplo podemos apontar a mais recente partida para o Senegal (4 a 12 de Junho último). A missão: construir o Centro de

5 | Internacional

Costura de Kaba/Réfane. O custo: 1890€ por aventureiro, dos quais 510€ destinados ao projecto, o restante vai para despesas logísti-cas (bilhete de avião, transportes, alimentação, alojamento, seguro de acidentes pessoais e de assis-

tência em viagem e todas as activi-dades culturais e lúdicas).

Motivada pelo voluntariado e pela cul-tura africana, Dinamene Oliveira, 23 anos,

enfermeira, decidiu participar na aventura solidá-ria no Senegal em Novembro de 2008. As expectativas foram lar-gamente ultrapassadas, confirma. Para além de assistir a um parto em condições que nunca antes tinha visto, fez novas amizades e até conheceu o amor da sua vida, um engenheiro que partici-pou na mesma Aventura Solidária e que agora é o seu namorado. "Foi totalmente inesperado. Não nos conhecíamos e fomos um pouco à última da hora", confessa. Nascida em Lubango, Angola, a enfermeira gostou tanto do grupo da Aventura Solidária que o convidou a conhecer a sua terra natal e a fazer voluntariado num orfanato em Angola. "Organizei a minha própria Aventura Solidária" diz, entre sorrisos.Ouviu falar da AMI ainda em Angola. Pisou pela primeira vez solo português com 18 anos para estudar. Procurou a fundação para fazer voluntariado internacional. "Como ainda não tinha o curso de enfermagem nem tempo disponível para passar dois ou três meses nas missões da AMI, convidaram-me para participar numa Aventura Solidária". Aceitou o desafio e ainda bem. Para além do namorado, ganhou amigos e uma experiência de enferma-gem singular. "Recordo em particular, um parto difícil a que assisti. Avaliei a dilatação e vi que tínhamos de actuar rapidamente. Foi complicado, pois tivemos mesmo de fazer várias manobras, mas no final tudo correu bem". A menina chama-se Leonor e nasceu sem problemas. Agora, gostaria de participar noutra aventura soli-dária: "provavelmente à Guiné no próximo ano", diz.A Guiné-Bissau é precisamente outro dos destinos possíveis. País de baptismo para a AMI, onde a ONG se estreou em mis-sões internacionais, corria o ano de 1987. Duas décadas antes, Edmundo Lopes cumpria serviço militar neste território afri-cano. Quando em Fevereiro do ano passado, no Encontro de Voluntários da AMI, no Porto, soube que a instituição iria orga-nizar a primeira Aventura Solidária na Guiné, conversou com a

mulher e não resistiu: inscreveu-se. Aos 68 anos, o ex-desenha-dor projectista reviveu algumas das paisagens da juventude e ajudou a reabilitar a Escola de Madina. "Foi uma viagem muito emocional", afirma, confessando ainda que irá reunir os antigos irmãos de armas para mostrar algumas das fotografias que tirou. Relativamente à escola que ajudou a erguer, "queria ter traba-lhado mais. Já estava tudo praticamente feito". A participação por aventureiro neste projecto foi de 2100 euros, 500 dos quais para o financiamento das obras da escola. Para alguns aventureiros, a experiência da missão é tão mar-cante que repetem. É o caso de Filomena Cardoso, professora do ensino secundário em Salvaterra de Magos, 39 anos. Depois do Senegal, participou na primeira aventura solidária no Brasil em Agosto do ano passado. Sendo já veterana nestas aventuras, a docente deixa algumas recomendações a quem deseja participar: "Qualquer aventureiro, à partida, deve estar bastante aberto e receptivo relativamente à comunidade local e ao país que vai visi-tar, uma vez que nos é proporcionado um contacto e um envol-vimento directo com essa população. Refiro-me essencialmente ao respeito pelas diferenças culturais. Por outro lado, umas das regras é seguirmos sempre as orientações do Chefe de Missão que, melhor do que ninguém, conhece o terreno". A 2ª Aventura Solidária no Brasil teve lugar entre 11 a 20 de Agosto para reabi-litar a Oficina de Educação Ambiental da Associação Comunitária de Milagres, no Nordeste brasileiro. Dos 2200€ por aventureiro, 500€ são destinados ao financiamento do projecto.

Próximas datas:

•Senegal:1a9deOut.

•Guiné-Bissau:5a13deNov.

•Brasil:27deNov.a6deDez.

Maisinformaçõesdisponíveisem: www.ami.org.pt (ajudaraAMI).

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Já passaram 6 meses sobre o terramoto ocorrido a 12 de Janeiro na capital do Haiti e a situação no terreno continua muito com-plicada. Para além do número trágico de mortos e feridos con-tabilizados e sobre os quais se centraram as atenções iniciais, sur-giram, numa fase imediatamente posterior, novas preocupações, sendo uma das principais a definição do destino de toda a popu-lação afectada pelo terramoto. A destruição maciça de grande parte das habitações levou a que mais de 2 milhões de pessoas (um quarto da população total do país) ficasse desprovido de abrigo seguro e de meios de subsistência.

A AMI continua no HaitiSeis meses de dedicaçãoe empenho

Os objectivos traçados pela Fundação AMI foram, desde o iní-cio, claros e dirigidos: avaliar com a maior rapidez possível a rea-lidade no terreno de modo a delinear um projecto de interven-ção articulado com as estratégias da comunidade internacional e das autoridades locais e permitir, simultaneamente, que a inter-venção se iniciasse com a maior celeridade possível através do envio urgente de recursos humanos e logísticos. Após a fase de primeira emergência, que teve uma duração de pouco mais de um mês, surgiu a fase de segunda emergência. Se na primeira, a ideia-chave era salvar vidas em perigo por influên-cia imediata e directa da catástrofe, nesta segunda fase, a preo-cupação central é estabilizar e conter os danos provocados pelo acontecimento.

A AMI é responsável pela sobrevivência de 10 mil pessoasFoi nesse contexto que a AMI estabeleceu com o Ministério da Administração Interna, através da Alta Autoridade para a Protecção Civil, um protocolo em que se comprometia a gerir o campo de deslocados (Parc Colofer), que a Missão do Governo Português montou no Haiti. Numa segunda fase, e já com o co-financiamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), a AMI passou a ocupar-se de mais dois campos: Henfrasa

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e Palais de l'Art, sendo o primeiro um campo instalado e os res-tantes espontâneos. No seu conjunto, os três campos localizados em Porto Príncipe alojam um total de 10.000 vítimas do terra-moto, forçadas à condição de deslocados internos.Neste seu papel de Organização Coordenadora de Campos de Desalojados, a AMI apoiou-se fundamentalmente em dois pila-res de acção. Por um lado, o trabalho directo com a população de deslocados. Por outro, procurar e assegurar a provisão de serviços dos vários sectores prioritários (saúde, água, alimenta-ção, saneamento, etc.) junto dos diferentes actores humanitários no terreno, colaborando activamente para isso com instituições como o Ministério do Interior do Haiti e diversas agências das Nações Unidas, como por exemplo, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH).

Para além desta intervenção, e ainda no âmbito do projecto de coordenação de campos de deslocados, a AMI conta com uma equipa de dois enfermeiros voluntários locais e onze activistas comunitários seleccionados entre a população de deslocados, para a realização de actividades de sensibilização para a correcta utilização e manutenção das estruturas criadas nos campos e que trazem entre vários benefícios, os indispensáveis ganhos em saúde. Até ao momento, já foram realizadas 15 sessões de sen-sibilização nos campos de deslocados, incidindo principalmente sobre os temas de higiene pessoal e comunitária e prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Mais de 3800 beneficiá- rios foram abrangidos por esta iniciativa. Segurança agrava-seSe até ao terramoto de 12 de Janeiro, a dura realidade no Haiti era desconhecida de muitos – é um dos mais pobres paí-ses do Hemisfério Ocidental, colocado em 149º no Índice de Desenvolvimento Humano onde são listados um total de 182 países –, actualmente muitos são os que despertaram para esta realidade, que se tornou entretanto, ainda mais preocupante.De referir as condições de vida precárias em que as equipas da AMI tiveram de operar nestes 6 meses, alojadas em tendas expostas à intempérie. Ultimamente reportam-nos os problemas de segurança crescentes, à medida que o tempo passa e a insta-bilidade social se agrava.A AMI vai, por isso, manter as suas intervenções com equipas expatriadas ao nível da clínica móvel e da gestão de campos, pelo menos até ao final de Janeiro 2011, altura em que será feita uma reavaliação das necessidades. Em paralelo, vai continuar a apostar e a aumentar o apoio às organizações locais, através do financiamento de projectos que nos venham a ser submetidos nos próximos anos. Estas várias intervenções no Haiti só têm sido possíveis graças ao generoso apoio da sociedade civil portuguesa, das empresas e de todos aqueles que se mobilizaram no sentido de apoiar as vítimas do sismo. Até final de Junho, a AMI angariou 1.165.693,61 €.Importantíssimo foi também o financiamento do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento para a missão de pri-meira emergência e o co-financiamento da OIM para a primeira fase de gestão de campos. A AMI tem já orçamentado para apli-car no Haiti em 2010, um montante de 800.000 €.

Assistência médica, prevenção e clínica móvelOutra área de intervenção prioritária para a AMI é a prestação de cuidados de saúde à população de deslocados. Desde o iní-cio da sua missão no Haiti, a AMI mantém em funcionamento uma clínica móvel com uma equipa de voluntários expatriados Médicos e Enfermeiros, bem como Enfermeiros locais, garantindo à população de deslocados e comunidades adjacentes aos cam-pos o acesso a cuidados de saúde.Até à data, mais de 1600 pessoas tiveram acesso a medicamen-tos e vacinas distribuídos pela AMI, tendo a equipa médica da AMI realizado mais de 3700 consultas e mais de meio milhar de actos de enfermagem.

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A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo. No Índice de Desenvolvimento Humano de 2009, ocupa a 173.ª posição num total de 182 países. Embora tenha, de facto, muitas carências, a Guiné-Bissau apresenta também algumas potenciali-dades. E é com base neste contexto que a AMI, há já uma década, tem vindo a desenvolver projectos na Região Sanitária de Bolama (RSB). O actual projecto engloba não só a área da saúde, mas também uma componente social extremamente importante.

Isolamento agrava saúdeUm dos problemas que frequentemente temos de enfrentar é a evacuação de doentes. Bolama é uma ilha, e como tal, estamos dependentes das marés (duas por dia), não conseguindo evacuar doentes a qualquer hora. Relembro uma situação que aconte-ceu há pouco tempo, uma criança com 2 meses necessitava de uma evacuação imediata para Bissau. No entanto como não havia maré àquela hora (21h00), a criança acabou por falecer.

TestemunhoRelatos da Guiné-Bissau

Outra das questões centra-se nos mitos existentes, não só rela-tivos à origem das doenças, que muitas vezes é associada a "mau olhado", mas também a práticas comuns, como as grávidas inge-rirem bebidas alcoólicas para "purificarem" o corpo.

texto e fotos: Inês Simões

Com a actividade da dinamização de hortas comunitárias, temos ainda implementado não só o consumo de novos produtos hortícolas, mas também o incentivo ao trabalho comunitário.

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Nutrição e produção económicaNo entanto, não são só situações a este nível que carecem de intervenção. A área da nutrição, na qual temos vindo a trabalhar, é fundamental. Felizmente, os resultados têm-se revelado positi-vos e animadores. A base fundamental da alimentação na Guiné é o arroz. É com este alimento que as comunidades confeccio-nam a única refeição diária.São conhecidos os problemas de uma única refeição diária e as implicações que têm a nível da saúde, em especial nas crian-ças e grávidas. Uma das sugestões que damos é que repartam a comida dessa refeição única por, pelo menos, mais duas e incluam nos intervalos algumas peças de fruta. A ideia que apanha muitos de surpresa, está a ser bem aceite e praticada.Com a actividade da dinamização de hortas comunitárias, temos ainda implementado não só o consumo de novos produtos hor-tícolas, mas também o incentivo ao trabalho comunitário. Não pretendemos apenas que a comunidade produza produtos hor-tícolas, mas também que os reconheça como importantes e os utilize na sua dieta alimentar quotidiana. Cito dois episódios rela-tados pela técnica de desenvolvimento da AMI, Diana Gautier :"Foi indescritível presenciar a curiosidade demonstrada pelas mulheres da horta em Ambancana, quando descobriram o que era a cenoura e as diferentes formas desta poder ser confec-cionada (…); outra situação foi quando as mulheres estavam na horta e retiram da terra, um nabo, perguntando-me o que era e como se podia comer". O trabalho comunitário é extremamente positivo na medida em que acaba por organizar acções entre as mulheres e também criar um espaço de troca de experiências."É um privilégio para mim poder estar aqui, trabalhar com esta equipa fantástica e principalmente com esta comunidade que tão bem nos recebe".

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10 | Entrevista

A AMI representa, a nível europeu, as organizações nacionais que lidam com o problema dos sem-abrigo. O seu porta-voz é Ana Martins, Directora do Departamento de Acção Social da AMI, que esteve recentemente no Parlamento Europeu a convite da FEANTSA (Federação Europeia das Associações Nacionais que Trabalham com os Sem-Abrigo) para o lançamento da campa-nha "Acabar com a situação dos Sem-Abrigo". A campanha esta-belece objectivos aos quais pretende vincular os Estados mem-bros, num ano designado de "Combate à Pobreza e à Exclusão Social". Foi neste promissor ponto de viragem, na abordagem política europeia da situação dos sem-abrigo, que encontrámos Ana Martins.

"É difícil deixar de ser sem-abrigo"Entrevista Ana Martins

Qual é a definição de um sem-abrigo?Cada Estado membro tem a sua, não há uniformidade nos con-ceitos e o grande inconveniente é não nos permitir cruzar núme-ros, ter indicadores comuns. Portugal é um dos primeiros países a ter uma estratégia nacional para os sem-abrigo que foi apro-vada pelo governo no ano passado. Na elaboração dessa estra-tégia foi decisivo estabelecer, entre os vários parceiros, um con-ceito de sem-abrigo. Não havia nada escrito, muito embora, na AMI trabalhássemos há quinze anos com o conceito europeu, que é o mais abrangente. Não foi fácil estabelecer um consenso institucional e as discussões foram morosas.

11 | Entrevista

Em que medida o conceito europeu é mais abrangente?A FEANTSA considera que sem-abrigo (homelessness) é qual-quer pessoa que não tenha um lar, ou seja, se viver numa bar-raca sem água, sem luz é um sem-abrigo. São também conside-radas sem-abrigo as mulheres vítimas de violência doméstica que vivam em casas especiais de apoio, ou mães e grávidas em casas de apoio social. E ainda, jovens que atingiram a idade de auto-nomia mas, por falta de alternativa, continuam a viver em casas sobrelotadas com pais e avós. Este é o conceito alargado euro-peu com que a AMI trabalha.

Qual é o alcance do conceito nacional?O conceito nacional adoptado pelo Ministério do Emprego e Segurança Social é mais restrito já que considera sem-abrigo apenas os que vivem na rua e em albergues.

Quais foram as consequências práticas da adopção de uma estratégia nacional para os sem-abrigo?A implementação da estratégia está a ser feita através de uma rede social onde todos os parceiros estão incluídos, o que é óptimo porque antes as instituições trabalhavam isoladamente. Criou-se também o gestor de caso, cada sem-abrigo tem um ges-tor que o acompanha em tudo. Há uma optimização dos técni-cos e do trabalho.

Ao abrigo desta estratégia a AMI recebe financiamento do Estado?Existe um montante aprovado mas ainda não abriram as can-didaturas.

O principal problema dos sem-abrigo é, como se sabe, a falta de uma casa. Já atribuíram alguma casa a um sem-abrigo?Várias, com a colaboração das Câmaras Municipais. Mas trabalha-mos sobretudo a nível da prevenção, junto de pessoas que estão na iminência de um despejo. Fazemos tudo para impedir que essas pessoas vão para a rua, pressionamos para que as Câmaras percebam que é urgente não colocar mais pessoas na rua.

Qual é o perfil do sem-abrigo em Portugal?Segundo um estudo realizado pela AMI entre 2003 e 2006, o sem-abrigo tipo é do género masculino, tem baixa escolaridade (1º ciclo e 2º ciclo), não possui formação profissional, tem entre 21 e 49 anos, é desempregado e solteiro. Segundo dizem, estão há menos de seis meses na rua, mas é preciso levar em conta que, com muita facilidade, perdem a noção do tempo. A maio-ria recebe RSI (Rendimento Social de Inserção), vive da mendi-cidade e, ao contrário do que se julga, não consome substân-cias aditivas.

“Segundo um estudo realizado pela AMI entre 2003 e 2006, o sem-abrigo tipo é do género masculino, tem baixa escolaridade (1º ciclo e 2º ciclo), não possui formação profissional, tem entre 21 e 49 anos, é desempregado e solteiro. Segundo dizem, estão há menos de seis meses na rua, mas é preciso levar em conta que, com muita facilidade, perdem a noção do tempo”.

De acordo com a sua experiência, a situação de sem-abrigo é transitória ou tendencialmente duradoura?De acordo com o conceito alargado, o ciclo é normalmente este: deixa a rua por um abrigo, deixa o abrigo por uma casa degra-dada. É difícil deixar de ser sem-abrigo! Trabalhar a situação de um sem-abrigo de rua, quando a pessoa já perdeu a auto-estima é muito complicado. Muitas vezes sai da rua e, passados uns meses, volta outra vez. É uma situação persistente porque é muito difí-cil quebrar o ciclo de reprodução da pobreza.

Não obstante, quais os poucos casos em que se trata de uma situação transitória?Nos casos em que há prevenção ou em que se actua muito rapi-damente, em que não há resiliência.

O que fazer e como classificar os que são sem-abrigo por opção de vida?Trabalho há 15 anos na AMI e nunca conheci um sem-abrigo por opção. Encontrei sim, sem-abrigo que se recusam a ir para abri-gos, preferem a rua por razões de privacidade, porque na rua encontram um espaço em que se sentem confortáveis, na sua intimidade em cima das suas mantas e dos cartões.

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A sessão de 14 de Abril do Parlamento Europeu, onde a AMI esteve presente, foi o palco do lançamento da campanha "É possível acabar com a situação de sem-abrigo!" promovida pela FEANTSA – Federação Europeia das Organizações Nacionais que trabalham com Sem Abrigo. Tendo como enquadramento o Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social, a cam-panha visa, sobretudo, o desenvolvimento de estratégias euro-peias integradas, tendo em vista os seguintes cinco objectivos:

Ninguém a dormir na rua. Ninguém deveria ver-se forçado a dormir nas ruas por falta de ser-viços de qualidade adaptados às suas neces-sidades e aspirações. Na Europa actual, é

inaceitável que haja pessoas que tenham que comprometer a sua segurança, saúde e digni-

dade, dormindo na rua.

Ninguém deverá permanecer em alojamento de emergência para além do tempo que for con-siderado "emergência". Os abrigos são con-cebidos como solução temporária para um fenómeno complexo. Não são criados como

soluções de longo prazo para pessoas em situa-ção de vulnerabilidade e não devem tornar-se subs-

titutos da verdadeira "habitação".

FEANTSAMudar é possível

Ninguém a viver em alojamento de tran-sição, para além do requerido para uma mudança de sucesso. Albergues para sem--abrigo, alojamento temporário e aloja-mento apoiado transitório, todos ofere-

cem passos intermediários em direcção à habitação permanente, e são desenhados para

curto/médio termo. Infelizmente, estas formas de alojamento podem tornar-se mais permanentes do que deveriam, o que leva a que haja pessoas que permanecem durante longos perío-

dos a viver em situações inapropriadas.

Ninguém a ter que abandonar instituições sem opções de habitação. Nenhum ser humano que esteja numa instituição – seja um hospital, lar ou prisão – deve sair sem ter

apoio suficiente e soluções de habitação ade-quadas. Jovens a sair de lares, pessoas doentes que

saem de hospitais e ex-reclusos estão frequentemente vulne-ráveis e devem ser ajudados, através de apoios e boas opor-tunidades de habitação, a evitar o ciclo que vai dos cuidados institucionais à situação de sem-abrigo e desta, de volta aos cui-

dados institucionais.

Nenhum(a) jovem a tornar-se sem-abrigo como consequência da sua transição para a vida independente. A transição para a vida independente é uma altura em que as pes-

soas se encontram vulneráveis a tornar-se sem-abrigo. Nenhum(a) jovem deverá correr o risco

de se tornar sem-abrigo por falta de opções de primeira habi-tação, de serviços ou de direito a benefícios durante a transi-ção para a vida independente. Pode ser feito mais para ajudar o(a)s jovens a viverem de forma independente e a acederem a opções de habitação adequadas.

O que é a FEANTSA? É a Federação Europeia das Organizações Nacionais que trabalham com Sem Abrigo e congrega mais de uma centena de organizações dos 25 países da União Europeia (EU) no combate a situações de pobreza e exclusão social.Mais informações em www.feantsa.org.

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Depois de ter criado o seu site nos idos anos 90, em Setembro do ano passado a AMI decidiu entrar nas redes sociais. Passado pouco mais de meio ano a página da AMI no Facebook já era a 6ª mais vista do universo das propostas "made in Portugal", reunindo mais de 100 mil fãs, enquanto o Twitter é seguido diariamente por cerca de 400 cibernautas. Um resultado que não só supera as expectativas mais optimistas como também abre e ocupa um espaço bastante interessante e activo de interacção com os amigos da fundação. No Facebook, a AMI obteve só no mês de Fevereiro, uma média de 1200 novos fãs por dia. Um número explicado, em parte, pela pronta acção da AMI no Haiti. Para além da penetração e impacto na web, as redes sociais são, actualmente, um meio eficaz não só de divulgar mais actividades da AMI em Portugal e no mundo, bem como enquanto plata-forma rápida, motivadora e interactiva para obter reacções sobre as mesmas actividades. Interessante é também a possibilidade de mobilização que o Facebook e o Twitter possibilitam. Hoje em dia, a AMI conse-gue convidar mais de 100 mil pessoas para um concerto, lança-mento de livro ou palestra através das redes sociais. Muito mais eficiente, económico e ecológico do que enviar convites por carta ou mesmo por e-mail.

Redes SociaisAMI entra na Rede

Para além das redes sociais, a AMI desenvolve igualmente um blog (http://ami.blogs.sapo.pt) que, alojado na plataforma do Sapo desde Setembro do ano passado, já recebeu perto de 30 mil visi-tas de 78 países. Para além de notas à imprensa, os internautas podem ainda encontrar no blog fotografias, reportagens vídeo e áudio sobre a acção da AMI em Portugal e nas missões inter-nacionais.Finalmente, a AMI marca presença no Youtube de duas formas: www.youtube.com/fundacaoami para divulgação das campanhas e em www.youtube.com/amiarte para as exposições da gale-ria AMIarte.

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a acção do homem. Infelizmente, a ferramenta estatística tem evidenciado o que durante muito tempo foi considerado uma suspeita séria por uns e um alarmismo infundado por outros, dando razão aos primeiros. Hoje, 90% das catástrofes humani-tárias estão relacionadas com o clima e, nas duas últimas déca-das, o número de catástrofes anuais duplicou. Os números são do Departamento de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO) e vêm clarificar a antiga discussão.Restam-nos agora poucos argumentos para acreditar que con-tinuaremos a assistir a acontecimentos de catástrofe humanitá-ria apenas pela televisão. É muito expectável que eles entrem pelas nossas vidas adentro num futuro próximo. E Portugal é, neste aspecto, particularmente vulnerável.Estamos hoje provavelmente a viver os últimos momentos em que podemos fazer a mudança de hábitos por altruísmo e soli-dariedade geográficos e inter-geracionais. Amanhã seremos for-çados a fazê-la para nosso próprio bem-estar e sobrevivência.

Hoje, a comunidade científica internacional é praticamente con-sensual na consideração de que a relação entre as alterações climáticas e a acção do homem existe e é forte. Ainda assim, a mobilização para a mudança de hábitos, necessária à inversão desta tendência continua, a ser difícil. Isto deve-se em grande medida ao desfasamento temporal e geográfico entre as causas e os efeitos. Ou seja, como justificar a necessidade de gerir mais eficazmente o consumo de energia nas nossas casas na eventu-alidade de conseguir evitar uma tempestade no Bangladesh den-tro de algumas décadas? Por mais válido que seja o argumento, perde-se no imediatismo veloz do nosso dia-a-dia.Foi por isso necessário chegar ao ponto em que as consequên-cias do que fizemos há algumas décadas começaram a emer-gir, e sobretudo a alastrar geograficamente, para que a preo-cupação se instalasse. A relação continua mesmo assim a ser difusa. Perante uma catástrofe humanitária desencadeada por um acontecimento climático extremo, dificilmente um inves-tigador isento arriscará garantir que a mesma teve por base

Ambiente: Alterações climáticas e catástrofes naturais: Uma relação difusa?

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Nunca sentiram a vontade de pegar na mochila e partir para qualquer sítio do mundo, onde tudo é diferente, tudo é aprendizagem?Esta fotografia, tirada na Guiné, na ilha de Bolama em Janeiro de 2010, fez-me reviver um fenómeno a que tinha assistido em 2002: a curiosidade que as crianças têm, em relação a nós, às nossas diferenças, à nossa cor da pele, a textura do cabelo, o cheiro e o medo que muitas vezes isso gera. Esta imagem, em termos de qualidade poderá não dizer muito, mas realmente tem uma história por trás. Vale a pena pelo momento que lhe deu origem. Esta fotografia foi tirada por Diana Gautier, uma voluntária da AMI em Bolama. É rara a pessoa que vá à Guiné e não tenha vontade de ficar por mais tempo, por-que realmente o que se vive lá é inexplicável e muito bom. Enquanto a Diana e eu esperávamos pelos médi-cos e enfermeiros que estavam a dar consulta decidi-mos brincar com as crianças. Reparámos que o olhar não era de felicidade mas sim de medo e curiosidade. Tornava-se quase impossível tocar nas crianças porque fugiam, choravam com expressões de pânico e deses-pero. Expressões chocantes para nós que nos querí-amos aproximar e não percebíamos o porquê disto tudo. Comecei então uma pequena brincadeira com um dos miúdos da aldeia. Consistia em esconder-me e depois correr atrás dele. Nunca vi uma criança cor-rer tão rápido, a gritar e quase a pedir que a salvassem.

Memória Fotográfica

Regresso à Guiné oito anos depois

Guiné

Voltei a esconder-me e a curiosidade do miúdo foi mais forte do que o medo, mas desta vez trouxe um amigo… e assim foi durante quase uma hora. No fim, como se vê na fotogra-fia, todos os miúdos da aldeia decidiram participar nesta troca do medo por gargalhadas embora sempre acompanhadas por algum receio. O que me tocou particularmente nesta fotogra-fia foi que, apesar de já ter estado na mesma situação há oito anos, percebi que era normal os miúdos reagirem deste modo porque, especialmente os mais pequenos, não têm grande contacto com brancos. Sentimo-nos diferentes, não só pela cor da pele mas também pela forma como encaramos a vida. Sem luz (quando não há gerador), com banhos de balde, num con-texto completamente diferente, a opção é realmente darmo--nos ao outro e permitirmos a partilha e a troca de vivências. A mala quando lá chegamos, embora cheia, está na realidade meio vazia, pois trazemos de volta uma bagagem feita de his-tórias, emoções, sorrisos, lágrimas e saudade.

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texto: Isabel Nobre | fotos: Diana Gautier

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Quadro de Honra

Cândida Pinto ganhou o 12.º Prémio AMI – Jornalismo Contra a IndiferençaA jornalista da SIC, Cândida Pinto, foi a vencedora da 12.ª edição do Prémio, com a reportagem "Eu e os Meus Irmãos". O traba-lho, com imagem de Jorge Pelicano e edição de Ricardo Tenreiro, aborda a problemática da SIDA em Moçambique através do dia-a-dia de crianças que perderam os pais devido a esta doença. Calcula-se que só neste país, existam cerca de 600 mil crianças órfãs, vítimas desta tragédia.Outros quatro trabalhos foram distinguidos com menções honrosas. Guilhermina Sousa, da TSF, pela peça "À Mesa com a Crise"; Micael Pereira, do Expresso, pelo conjunto de repor-tagens intitulado "Afeganistão – Uma Guerra Cada Vez mais Nossa"; Miriam Alves, da SIC, com o trabalho "A Palavra Autismo Não Quer Dizer Nada" e, finalmente, Rita Colaço, da Antena 1, com "Uganda – Os Três Mosqueteiros de Bulenga".O júri desta edição foi constituído pelos vencedores do ano passado, as jornalistas Ana Catarina Santos (TSF) e Maria Joana Ramalhão (RTP); o representante do Grupo BES (patrocina-dor), Dr. Augusto Athayde, o presidente da Fundação AMI e do Júri, Dr. Fernando Nobre e ainda uma Amiga da AMI, Sra. Maria Celeste Fonseca.

Fernando Nobre condecorado pelo SenegalO presidente e fundador da AMI, Fernando Nobre, recebeu em Junho, das mãos do Embaixador do Senegal em Portugal, Gene-ral Pathé Seck, as insígnias de Cavaleiro da Ordem Nacional do Leão. A atribuição desta condecoração surge como reco-nhecimento do trabalho humanitário que a AMI tem vindo a desenvolver no Senegal há 14 anos. Exemplo desse trabalho foi a inauguração, no passado dia 6 de Maio, do Centro de Saúde

de Katack, na província de Casamança. Orçamentada em 20 mil euros, a infra-estrutura situada perto da fronteira com a Gâmbia apoia mais de 13 mil pessoas. Desde 1996, a AMI tem vindo a desenvolver projectos de apoio à população senegalesa, nomeadamente centros de saúde, em parceria com a APRO-SOR (Association pour la Promotion Sociale en Milieu Rural et Urbain), à razão de 10 a 20 mil euros anuais. De registar ainda que em 2007 a AMI criou o projecto "Aventura Solidária" que consiste em levar até ao Senegal, entre outros países, voluntá-rios dispostos a conhecer a cultura local e contribuir para o seu desenvolvimento. Para além de colaborarem nos trabalhos de reabilitação identificados e desenvolvidos pelos locais, con-tribuem para o financiamento destes micro projectos, tendo já permitido, entre outros, a reabilitação da maternidade de Réo Mao, o apoio para a criação de uma tinturaria em Réfane e o apoio à escola de ensino médio de Réfane.De salientar ainda o projecto de recuperação da primeira capela construída por portugueses no séc. XV na Ilha de Gorée. Patri-mónio representativo da presença portuguesa no Senegal, o edi-fício, hoje Posto da Polícia, foi recuperado pela AMI em 2005.

O Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença destina-se a destacar os trabalhos jornalísticos que, pela sua excepcional qua-lidade, representem um testemunho e uma contribuição válida para que a indiferença não permita cobrir com um manto de silêncio situações intoleráveis, do ponto de vista humano, social, económico ou outro, em qualquer parte do mundo. O valor do prémio atribuído ao vencedor foi de 15 mil euros, montante oferecido pelo patrocinador. Todos os premiados receberam uma escultura da autoria do escultor João Cutileiro e um diploma alusivo ao galardão.

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Nacional

Disney faz voluntariado no Abrigo da GraçaNo mês de Julho, a The Walt Disney Company Portugal realizou uma actividade no jardim do Abrigo da Graça subordinada ao tema "Dia da Terra" que surgiu do compromisso da empresa, a nível mundial e a longo prazo, em proteger o ambiente.Uma equipa, com mais de uma dezena de colaboradores do escritório e da Disney Store, usou a sua magia, tornando o jar-dim mais colorido e perfumado. Limpou ervas, arrancou heras, colocou terra nova e plantou sardinheiras, hortênsias, lavanda, rosmaninho e tantas outras flores e trepadeiras. Regou, varreu a calçada e deixou montada uma mesa de jardim com chapéu-de-sol que convidará ao usufruto deste espaço, sempre que o tempo o permitir. Em Setembro, a empresa promete voltar para a segunda fase que implicará a pintura dos muros e canteiros. Aqui fica o exemplo de uma acção de voluntariado ambiental com benefícios sociais.

AMI entrega aos Bombeiros da Madeira 35 mil euros em materialO Presidente da AMI entregou material no valor de 35.000 euros aos Bombeiros Municipais do Funchal. Esta iniciativa vem no seguimento do apoio da AMI à situação de catástrofe na Madeira, que tanta devastação criou nesta ilha, no passado mês de Fevereiro.Este apoio da AMI às vítimas do temporal de Fevereiro, sucede à disponibilização de um fundo de 50 mil euros para primeiros trabalhos de auxílio às vítimas das chuvas torrenciais que atingi-ram a ilha e à realização de uma missão de emergência. A Porta Amiga do Funchal já havia na altura, prestado auxílio aos desa-lojados, com a entrega de roupa de cama e de banho, vestuá-rio, calçado, refeições quentes, alimentos básicos e apoio psico-lógico.A campanha de emergência lançada pela AMI visou a angariação de fundos para responder a esta crise, tendo conseguido reunir donativos no valor de 66.100,94€.Durante esta visita à Madeira, Fernando Nobre inaugurou tam-bém o núcleo da AMI no Funchal.

AMI alarga Campanha de Recolha de Óleos Alimentares Usados aos oleões municipaisDepois da adesão de cinco mil restaurantes, hotéis e cantinas espalhados por todo o país, permitindo recolher perto de 250 toneladas de óleos alimentares usados, a AMI alarga agora a sua Campanha de Recolha de Óleos aos oleões municipais de Sintra, Amadora e Cascais.Esta parceria, em que os referidos municípios disponibilizam os contentores de recolha e a empresa Biological responsabiliza-se por toda a logística do processo, tem como objectivo facilitar aos cidadãos a entrega de óleos alimentares à AMI, sendo esta já possível em Sintra e na Amadora. Em Cascais, a recolha terá início em Setembro.Este projecto ambiental da AMI permite evitar a contaminação das águas residuais quando o óleo é despejado na rede pública de esgotos ou deposição em aterro quando colocados nos con-tentores de resíduos comuns.Os óleos alimentares usados são transformados em biodiesel, fornecendo uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, e contribuindo ainda para reduzir as emissões de CO2. Ao con-trário do que por vezes acontece com o biodiesel de produ-ção agrícola, esta reutilização não implica a desflorestação nem a afectação de terrenos, nem concorre com o mercado da ali-mentação.A AMI dá ainda o seu contributo para favorecer a independência energética do país. Finalmente, e completando o ciclo de susten-tabilidade, a AMI aplica as receitas angariadas com a valorização dos óleos alimentares usados na sua acção humanitária global, para o desenvolvimento social e bem-estar das populações.

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Internacional

Cabo Verde – Missão cumpridaEm Agosto, uma equipa da sede da AMI, constituída pelo Presi-dente e pela Secretária-Geral, deslocou-se a Cabo Verde para reu-nir com os parceiros e actores humanitários internacionais a fim de realizar um balanço sobre a sua actuação ao longo dos já 22 anos de missões.Desde 1988, a presença da AMI passou por 6 das 9 ilhas habitadas que constituem o arquipélago de Cabo Verde, onde foram realiza-das diversas intervenções na área de saúde, tais como: assistência médica e de enfermagem, formação, educação para a saúde, far-mácia, ajuda humanitária de emergência, saúde oral e promoção da saúde escolar.Em 1999, um novo acordo com o Ministério da Saúde alargou a presença da AMI à ilha do Fogo, onde permanece até ao momento com uma missão de desenvolvimento virada para a formação em saúde pública, assistência de enfermagem e saúde escolar.Actualmente, decorre o projecto "Saúde na Nôs Comunidade", com o objectivo de contribuir para a melhoria do estado de saúde da população em geral e especificamente na comunidade escolar da Ilha do Fogo.Pela melhoria nos índices de saúde e pelo positivo percurso de desenvolvimento que o país tem realizado, a AMI está a ponderar alterar a sua estratégia de intervenção no País no final de 2010. No total, a AMI enviou para Cabo Verde, 199 expatriados.

ZimbabuéDepois da intervenção da Fundação AMI no terreno, na missão de emergência de apoio ao surto de cólera em 2008/2009, a AMI continua presente neste país, através de trabalho de coope-ração com as ONG’s locais. Iniciado em Maio deste ano, o finan-ciamento do projecto de apoio aos órfãos e crianças vulneráveis da Gokwe Diocese tem como principais objectivos aumentar o acesso à educação, nutrição, saúde, protecção de menores e apoio psicossocial a 3000 órfãos e crianças vulneráveis da Dio-cese de Gokwe.O financiamento da AMI para este projecto é de 30.000€ e terá a duração de 1 ano.

AMI promove formação em Ajuda ao Desenvolvimento

A 15 e 16 de Setembro de 2010, a Fundação AMI organiza o curso "Working With EuropeAid" – Gestão de ciclo de projecto em Desenvolvimento, destinado a 30 profissionais e voluntários da AMI e de outras ONG's portuguesas a actuar na área do Desen-volvimento.A formação abordará temas desde a concepção, monitoria e ava-liação de projectos de ajuda ao desenvolvimento à luz das regras da EuropeAid – o financiador europeu de maior destaque nesta área de intervenção.A acção, da responsabilidade da AMI, terá lugar em Lisboa e será desenvolvida em parceria com a ONG italiana Punto.Sud, especia-lizada em formação na área humanitária.

VI Acção de Formação a Voluntários InternacionaisA Ajuda Humanitária e Cooperação para o Desenvolvimento têm tido uma importância crescente no contexto internacio-nal, pelo papel que desempenham e pelos moldes que caracte-rizam as suas acções, com crescente preocupação de coordena-ção global e de aplicação de critérios de qualidade.Assim sendo, torna-se fulcral a preparação cada vez mais ade-quada e especializada dos profissionais que actuam nestas áreas. Sendo a AMI um actor importante neste contexto, esta tem sido uma preocupação que impera na sua actuação.Neste sentido, a AMI tem desenvolvido nos últimos anos Acções de Formação direccionadas aos seus Voluntários Internacionais (médicos, enfermeiros, nutricionistas e técnicos de desenvolvi-mento que já tenham realizado missões connosco ou preten-dam fazê-lo), com vista a fornecer-lhes instrumentos de grande utilidade quando partem para o terreno. A AMI irá realizar a VI Acção de Formação a Voluntários Interna-cionais nos dias 14 e 15 de Outubro e limitada a 20 participantes.As candidaturas deverão ser enviadas para o Departamento Internacional da AMI, até ao dia 24 de Setembro, sendo a lista final de formandos seleccionados divulgada no site da AMI, no dia 8 de Outubro de 2010. Mais informações disponíveis no site da AMI ou através do email [email protected].

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Mecenato

Carrinha de apoio a seniores patrocinada pela MinisomA AMI recebeu, das mãos do cantor Marco Paulo, uma nova car-rinha patrocinada pela empresa MiniSom.A nova carrinha vai servir essencialmente os serviços de acção social da AMI, sobretudo no apoio logístico aos Centros Porta Amiga da área da Grande Lisboa, que oferecem diversos apoios sociais a seniores e a toda a população carenciada da região.Recorde-se que, só no ano passado, a AMI apoiou directamente mais de 9 mil pessoas. Entre 2005 e 2009, os serviços sociais da AMI na área da Grande Lisboa conheceram um aumento de procura na ordem dos 32%.

Sopas Portuguesas oferece à AMI 1.000 sopas todos os meses, durante 1 Ano

A parceria entre a AMI e a Sopas Portuguesas está em vigor desde o início de Junho de 2010. A Empresa com-promete-se a doar 1.000 sopas por mês, durante 1 ano e a entregá-las directamente em 8 centros e abrigos da

AMI, em Portugal. Para o acondicionamento das sopas, a empresa Sopas Portuguesas, ofereceu ainda 8 frigoríficos

novos, um para cada equipamento social.

Infotecas FNAC/AMI nos centros Porta Amiga entregam diplomasA Fundação AMI, a FNAC, a Galileu, a HP e a Microsoft aliaram-se em 2007 num projecto de solidariedade e responsabilidade social denominado Infotecas Contra a Infoexclusão. Este projecto visava a abertura de Infotecas em Centros Porta Amiga. Desde então, foram inauguradas três: a primeira em Novembro de 2007 no Centro Porta Amiga de Vila Nova de Gaia, a segunda em Dezem-bro de 2008 no Centro Porta Amiga de Cascais e a terceira no mês de Novembro de 2009, no Centro Porta Amiga do Porto. No passado dia 16 de Julho foram entregues, na Infoteca de Cas-cais, os diplomas de formação em TIC da Galileu referentes ao pri-meiro semestre de 2010. Dos 29 formandos inscritos, 24 conse-guiram concluir o curso com sucesso, ganhando assim ferramentas e conhecimentos valiosos. No dia 30 de Julho foi a vez dos forman-dos das Infotecas de Gaia e Porto receberem os seus diplomas. Estas foram frequentadas por 49 e 51 pessoas, respectivamente. Desde o inicio do projecto, 329 pessoas tiveram oportunidade de frequentar um curso de formação em TIC. Os primeiros forman-dos da Infoteca de Cascais, inaugurada no final do ano passado, receberam em Junho os seus diplomas. Dos 29 formandos inscri-tos no primeiro semestre, 24 conseguiram concluir o curso com sucesso, ganhando assim ferramentas e conhecimentos valiosos no combate à exclusão social No final de Julho, foram também entre-gues os diplomas aos formandos das outras duas Infotecas FNAC AMI contra a infoexclusão (Gaia e Porto).

Estágios internacionais BES UP 2010Pelo quinto ano consecutivo, a iniciativa BES UP 2010, propor-cionou a integração nas missões internacionais da AMI a 8 estu-dantes de medicina e enfermagem. Do concurso, que fechou no final de Abril, foram seleccionados para 2 meses de está-gios: na Guiné-Bissau (Bianca Branco, Filipa Alves e Daniel Reis), São Tomé e Príncipe (Ana Tomé, Tâmara Andrade), Cabo Verde (Patrícia Moniz, Patrícia Brandão) e Haiti (Cristiano Figueiredo).

Boas práticas da Ibersol no combate à fome no mundoAs duas primeiras campanhas conjuntas Ibersol e AMI (em 2008 e 2009) foram um enorme êxito, permitindo financiar a ver-tente de nutrição da missão da AMI em São Tomé e Príncipe desde então.Da campanha desenvolvida ao nível mundial pela casa mãe YUM foram utilizados 500 mil dólares (20% desta verba provêem da campanha em Portugal, conseguidos graças à muito boa adesão da sociedade civil) para o projecto em São Tomé e Príncipe do Programa Alimentar Mundial, montante que permitiu alimentar 45 mil crianças em idade escolar num ano, neste país.A campanha de combate à fome prepara-se para arrancar nova-mente em Outubro de 2010, divulgando e angariando fundos para a missão de nutrição "De Mãos dadas para Caué" da AMI em São Tomé e Príncipe.A campanha encoraja os clientes a fazer uma doação mínima de 20 cêntimos.

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AGENDA AMI

Valor TotalValor UnidadeTamanho Quantidade

15 > 16 Set. Lisboa – Formação sobre gestão de ciclo de projectos com financiamentos EuropeAid. A for-mação será ministrada pela organização italiana Punto-Sud.14 > 15 Out. Lisboa – VI Acção de Formação a Voluntários Internacionais AMI.21 > 24 Out. Todo o País – Peditório Anual da AMI

Ajude a AMIA Loja AMI dispõe de outros artigos que podem ser visualizados no site da AMI em www.ami.org.ptAo comprar qualquer um dos artigos da nossa loja estará a contribuir para a realização dos nossos projectos e missões. Faça a sua escolha, preencha e envie-nos o cupão, junto com o cheque no valor total dos artigos acrescido de despesas de envio, conforme nota abaixo:

01 Moeda contra a indiferença5 €02 Agenda Escolar6 €03 Kit Salva-Livros6 €04 Trilogia Contra a Indiferença70 € (Gritos e Viagens, 20 € cada – Imagens, 30 €)

TarifárioFixo – Obj. à cobrançaAté 2 Kgde 2 até 5 Kgde 5 até 10 Kgde 10 a 20 Kgde 20 a 30 Kg

2,79 €7,55 €7,81 €8,25 €9,81 €

12,17 €

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Este número da AMI NotícIAs foi editado com o especial apoio da revista VIsÃo (Distribuição), LIsGRÁFIcA (Impressão e

Acabamento), coMPANHIA DAs coREs (Design), PRÉ&PREss (Fotolitos e Montagem), cEc (Embalagens) e ctt – correios de Portugal

e com o mecenato de

Autorizada a reprodução dos textos desde que citada a fonte.

AMI Fundação de Assistência Médica Internacional: Pátio Manuel Guerreiro, R. José do Patrocínio, 49 – Marvila / 1959-003 Lisboa

Ficha técnica Publicação trimestral

Director: Fernando Nobre; Directora Adjunta: Leonor Nobre; Redacção: Luísa Nemésio, Paulo cavaleiro, Anastácio Neto; Paginação: Inês Ferraz e Vanda Nascimento;

colaboram neste número: Isabel Nobre, Luís Lucas, Inês simões; Fotografias: Isabel Nobre, Laura Morais, teresa champalimaud. tiragem 120.000 exemplares

NACIONALcontacto: [email protected]

EquIPA DE RuA DE LIsboAFunção: Médico/a Psiquiatra para dar apoio aos técnicos da Equipa de RuaHorário: Dia e hora a combinar (de Segunda a Sexta-feira, das 9h às 18h)Periodicidade: Semanal

cENtRo PoRtA AMIGA DAs oLAIAs – LIsboAFunção: Médico/a estomatologista para dar consultas aos utentes no próprio consultórioHorário: Dia e hora a combinar (de Segunda a Sexta-feira)Periodicidade: Mensal

cENtRo PoRtA AMIGA DE ALMADAFunção: Médico/a para dar consultas de emergência aos utentesHorário: Dia e hora a combinar (de Segunda a Sexta-feira, das 14h às 17h)Periodicidade: Semanal

cENtRo PoRtA AMIGA Do PoRtoFunção: Médico/a Psiquiatra para acompanhamento de utentes e dinamização de sessões de informaçãoHorário: Dia e hora a combinar (de Segunda a Sexta-feira, das 10h às 19h)Periodicidade: Mensal

Voluntários Precisam-se

cENtRo PoRtA AMIGA DE VILA NoVA DE GAIA E EquIPA DE RuA Do PoRtoFunção: Médico/a para dar consultas de emergência aos utentesHorário: Dia e hora a combinar (de Segunda a Sexta-feira, das 9h30 às 12h30)Periodicidade: Semanal

INTERNACIONALcontacto: [email protected]

GuINÉ-bIssAuFunção: Técnico de desenvolvimentoData partida: Início de SetembroDuração: Entre 6 a 12 mesesRequisitos preferenciais:

• Formação na área de desenvolvimento;• Com conhecimentos na área do associativismo;• Experiência em técnicas de facilitação de grupos.

Obrigado por ajudar as equipas da AMI a prosseguirem o seu trabalho humanitário.Graças a si, os voluntários da AMI podem actuar em Portugal e nos países mais carenciados do Mundo!Porque muitos precisam de nós, nós precisamos muito de si!

Como colaborar com a AMI Deposite um donativo na conta da AMI do Banco Espírito Santo N.º de conta 015 27781 0009 | Envie o seu donativo em cheque nominal directamente para qualquer uma das direcções da AMI. | Faça o seu donativo em qualquer caixa multibanco. Escolha a opção “Pagamento de Serviços – Euros” e digite a Entidade 20909, seguido da Referência 909 909 909. Depois, basta escolher a importância com que quer contribuir. | Participe activamente como voluntário nos Centros Porta Amiga, na sede da AMI ou nas Delegações. | Se é profissional de saúde, inscreva-se como voluntário para partir em missão, contactando o Departamento Internacional da AMI. (e-mail: [email protected]) | Adira às Campanhas de Reciclagem (e-mail: [email protected]) | Faça reverter parte do seu IRS para a AMI | Participe na Avenura Solidária no Senegal, Brasil ou Guiné-Bissau (e-mail: [email protected]; Telf.: 218 362 100)

Como contactar a AMI E-mail: [email protected] | Internet: www.ami.org.pt

Sede Fundação AMI, Rua José do Patrocínio, 49 | 1959-003 Lisboa | Tel. 218 362 100 | Fax 218 362 199Delegações Norte Tel. 225 100 701 | Centro Tel. 239 842 705 | Madeira Tel. 291 201 090 | Açores – Terceira Tel. 295 215 077 | Açores – S. Miguel Tel. 296 305 716 | Austrália E-mail [email protected]

Centros Porta Amiga Lisboa – Olaias Tel. 218 498 019 | Lisboa – Chelas Tel. 218 591 348 | Porto Tel. 225 106 555 |Almada Tel. 212 942 323 | Cascais Tel. 214 862 434 |Funchal Tel. 291 201 090 | Coimbra Tel. 239 842 706 | Gaia Tel. 223 777 070 | Angra Tel. 295 218 547Abrigos Nocturnos Lisboa (em colaboração com a C. M. Lisboa) Tel. 218 152 630 | Porto Tel. 225 365 315

LEI DO MECENATO – ACTIVIDADES DE SUPERIOR INTERESSE SOCIAL Art.º 61, alineas b) e e) do N.º 3 e N.º 4 do Art.º 62 e Art.º 63 do Decreto-Lei 215/89 de 21 de Junho, renumerado e republicado como Anexo II ao Decreto-Lei 108/2008 de 26 de Junho).O seu donativo é totalmente dedutível nos impostos, majorado em 40%.

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Transferência bancária (ordem permanente): Eu, (nome do 1.º titular) ao abaixo assinado, autorizo o meu

banco a transferir da minha conta com o NIB para a conta da AMI do Banco Espírito Santo (BES) com o

NIB 000700150039372000265, a partir de / / , a quantia de €/ (por extenso),

com a periodicidade Mensal Trimestral Semestral Anual.

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Envie este cupão num envelope (não necessita selo) para: AMI – Remessa Livre 25049 – 1148 Lisboa Codex(*) Campos de Preenchimento Obrigatório para envio de reciboO seu donativo é dedutível nos impostos nos termos do Art. 61, alíneas b) e e) do Nº. 3 e Nº. 4 do Art. 62 e Art. 63 do Decreto-Lei 215/89 de 21 de Junho, renumerado e republicado como Anexo II ao Decreto- -Lei 108/2008 de 26 de Junho. O seu donativo é totalmente dedutível nos impostos, majorado a 40%. Os dados recolhidos são processados automaticamente pela AMI e destinam-se à gestão da base de dados e do seu donativo e ao envio de futura informação, sendo garantido o acesso aos dados e respectiva rectificação.

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