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236 5.5 A dotação de recursos naturais como fator explicativo dos diferenciais de produtividade e de estrutura produtiva Ao analisar o conjunto do G14, percebe-se que a dotação de recursos naturais não é inferior à do G10; pelo contrário, já que o G14 cobre a maior parte do Rio Grande do Sul, nessa condição, tem, em seu interior, inscrita uma grande diversidade de ambientes naturais, com características muito diferenciadas. Em termos gerais, entretanto, é possível distinguir algumas macrorregiões, abrangendo grupos de Coredes ou parte deles. Os Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste e Missões situam-se na região geomorfológica do Planalto das Missões, sendo que, nas áreas mais íngremes que drenam para os principais tributá- rios do rio Uruguai e nas margens deste, predomina o Planalto Dissecado do Rio Uruguai; nas morfologias onduladas a suave-onduladas dos topos dos terrenos, prevalece o Planalto de Santo Ângelo. No Corede Missões, por ser uma região de transição, o Planalto das Missões interpenetra e é interpenetrado pelo Planalto da Campanha. Todas essas regiões estão contidas no Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares. Nesse domínio, também estão situados os Coredes Fronteira Oeste e parte do Campanha, além dos Central, Jacuí Centro, Alto da Serra do Botucaraí e Nordeste, bem como parte do Centro-Sul. A diferença fundamental é que os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Nordeste se situam no Planalto das Araucárias, enquanto o Fronteira Oeste compreende terrenos do Planalto da Campanha e da Depressão Central Gaú- cha. O Corede Central, por ser muito grande, cobre áreas do Planalto das Missões, do Planalto das Araucárias e da Depressão Central Gaúcha, enquanto o Jacuí Centro conta com áreas do Planalto das Araucárias, em sua porção norte, da Depressão Central Gaúcha e, inclusive, do Planalto Sul-Rio-Grandense, ao sul. A maior parte do Corede Campanha está inclusa no Domínio Morfoestrutural dos Embasamentos em Estilos Complexos, da mesma forma que todas as terras altas dos Coredes Sul, Centro-Sul e Jacuí Centro (ao sul). Por sua parte, o Litoral e todas as terras baixas do Corede Sul estão compreendidos no Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares, ainda que as terras altas do Litoral correspondam ao Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares. Uma variedade tão grande de ambientes implica a convivência com diferentes tipos climáticos, mas que ficam confinados a grupos de regiões. Assim sendo, o Corede Nordeste caracteriza-se por um clima úmido, médio quanto ao grau de umidade e com temperaturas médias anuais inferiores a 16 0 C, principalmente nas suas partes mais altas. Nas partes do Planalto Dissecado do rio Uruguai, da mesma forma que nos Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial e Fronteira Noroeste, o clima é úmido, forte quanto ao grau de umidade e com temperaturas médias anuais superiores a 18 0 C. No Corede Missões, o clima é similar ao anterior, mas o grau de umidade é de médio a fraco, denotando um clima com maior grau de secura. No Corede Central, o clima úmido varia de médio a fraco quanto ao grau de umidade, mas apresenta temperaturas médias anuais entre 16 0 C e 18 0 C em todas as partes altas, enquanto, na Depressão Central, ele se caracteriza como subúmido a úmido, fraco quanto ao grau de umidade e com temperaturas médias anuais superiores a 18 0 C. É também subúmido a úmido o clima dos Coredes Fronteira Oeste, Campanha, Sul, Centro-Sul e Litoral, mostran- do um nível de precipitações pluviométricas menores, um grau de umidade médio e temperaturas médias anuais variando entre 16 0 C e 18 0 C nas partes altas e maiores que 18 0 C nos vales confinados e nas zonas litorâneas. Uma situação particular ocorre no Alto da Serra do Botucaraí, onde o clima é úmido, médio a forte quanto ao grau de umidade, mas conta com um dos raros núcleos de clima superúmido a úmido, em torno de Soledade e na direção de Barros Cassal, sendo que a temperatura média anual é inferior a 16 0 C, enquanto, no resto da região, ela oscila entre 16 0 C e 18 0 C. Aqui, não se pretende aprofundar as características climáticas das regiões, mas apenas dar uma idéia das variações, mesmo porque o que realmente interessa é ver a influência do clima na seleção de culturas temporárias e permanentes. Nesse sentido, o clima aparece como um fator de estímulo à produção ou como restrição à introdução de determinadas culturas. Assim sendo, interessa muito mais identificar as exigências climáticas das plantas que com- põem o conjunto das culturas temporárias e permanentes praticadas no Rio Grande do Sul e para as quais existem informações sobre os seus requerimentos climáticos.

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5.5 A dotação de recursos naturais como fator explicativo dos diferenciais de produtividade e de estrutura produtiva

Ao analisar o conjunto do G14, percebe-se que a dotação de recursos naturais não é inferior à do G10; pelocontrário, já que o G14 cobre a maior parte do Rio Grande do Sul, nessa condição, tem, em seu interior, inscrita umagrande diversidade de ambientes naturais, com características muito diferenciadas.

Em termos gerais, entretanto, é possível distinguir algumas macrorregiões, abrangendo grupos de Coredes ouparte deles.

Os Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste e Missões situam-se na regiãogeomorfológica do Planalto das Missões, sendo que, nas áreas mais íngremes que drenam para os principais tributá-rios do rio Uruguai e nas margens deste, predomina o Planalto Dissecado do Rio Uruguai; nas morfologias onduladas asuave-onduladas dos topos dos terrenos, prevalece o Planalto de Santo Ângelo. No Corede Missões, por ser uma regiãode transição, o Planalto das Missões interpenetra e é interpenetrado pelo Planalto da Campanha. Todas essas regiõesestão contidas no Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares. Nesse domínio, também estãosituados os Coredes Fronteira Oeste e parte do Campanha, além dos Central, Jacuí Centro, Alto da Serra do Botucaraíe Nordeste, bem como parte do Centro-Sul.

A diferença fundamental é que os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Nordeste se situam no Planalto dasAraucárias, enquanto o Fronteira Oeste compreende terrenos do Planalto da Campanha e da Depressão Central Gaú-cha. O Corede Central, por ser muito grande, cobre áreas do Planalto das Missões, do Planalto das Araucárias e daDepressão Central Gaúcha, enquanto o Jacuí Centro conta com áreas do Planalto das Araucárias, em sua porçãonorte, da Depressão Central Gaúcha e, inclusive, do Planalto Sul-Rio-Grandense, ao sul.

A maior parte do Corede Campanha está inclusa no Domínio Morfoestrutural dos Embasamentos em EstilosComplexos, da mesma forma que todas as terras altas dos Coredes Sul, Centro-Sul e Jacuí Centro (ao sul). Por suaparte, o Litoral e todas as terras baixas do Corede Sul estão compreendidos no Domínio Morfoestrutural dos DepósitosSedimentares, ainda que as terras altas do Litoral correspondam ao Domínio Morfoestrutural das Bacias e CoberturasSedimentares.

Uma variedade tão grande de ambientes implica a convivência com diferentes tipos climáticos, mas que ficamconfinados a grupos de regiões. Assim sendo, o Corede Nordeste caracteriza-se por um clima úmido, médio quanto aograu de umidade e com temperaturas médias anuais inferiores a 160C, principalmente nas suas partes mais altas. Naspartes do Planalto Dissecado do rio Uruguai, da mesma forma que nos Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, NoroesteColonial e Fronteira Noroeste, o clima é úmido, forte quanto ao grau de umidade e com temperaturas médias anuaissuperiores a 180C.

No Corede Missões, o clima é similar ao anterior, mas o grau de umidade é de médio a fraco, denotando um climacom maior grau de secura.

No Corede Central, o clima úmido varia de médio a fraco quanto ao grau de umidade, mas apresenta temperaturasmédias anuais entre 160C e 180C em todas as partes altas, enquanto, na Depressão Central, ele se caracteriza comosubúmido a úmido, fraco quanto ao grau de umidade e com temperaturas médias anuais superiores a 180C.

É também subúmido a úmido o clima dos Coredes Fronteira Oeste, Campanha, Sul, Centro-Sul e Litoral, mostran-do um nível de precipitações pluviométricas menores, um grau de umidade médio e temperaturas médias anuaisvariando entre 160C e 180C nas partes altas e maiores que 180C nos vales confinados e nas zonas litorâneas.

Uma situação particular ocorre no Alto da Serra do Botucaraí, onde o clima é úmido, médio a forte quanto ao graude umidade, mas conta com um dos raros núcleos de clima superúmido a úmido, em torno de Soledade e na direção deBarros Cassal, sendo que a temperatura média anual é inferior a 160C, enquanto, no resto da região, ela oscila entre160C e 180C.

Aqui, não se pretende aprofundar as características climáticas das regiões, mas apenas dar uma idéia dasvariações, mesmo porque o que realmente interessa é ver a influência do clima na seleção de culturas temporárias epermanentes. Nesse sentido, o clima aparece como um fator de estímulo à produção ou como restrição à introdução dedeterminadas culturas. Assim sendo, interessa muito mais identificar as exigências climáticas das plantas que com-põem o conjunto das culturas temporárias e permanentes praticadas no Rio Grande do Sul e para as quais existeminformações sobre os seus requerimentos climáticos.

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Figura 5.3

Domínios morfoestruturais do Rio Grande do Sul — 1986

FONTE: IBGE. Projeto Radam Brasil: levantamentos de recursos naturais (Folha SH-22 —FONTE: Porto Alegre e parte das Folhas SH-21 — Uruguaiana e SI-22 — Lagoa Mirim). RioFONTE: de Janeiro, v. 33, 1986.

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Figura 5.4

Regiões geomorfológicas do Rio Grande do Sul —1986

FONTE: IBGE. Projeto Radam Brasil: levantamento de recursos naturais (Folha SH-22 —FONTE: Porto Alegre e parte das Folhas SH-21 — Uruguaiana e SI-22 — Lagoa Mirim). RioFONT E: de Janeiro, v. 33, 1986.

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FONTE: IBGE. Projeto Radam Brasil: levantamento de recursos naturais (Folha SH-22 — Porto Alegre e parte das Folhas SH-21 — Uruguaiana e SI-22 — Lagoa Mirim). Rio de Janeiro, v. 33,1986.

Figura 5.5

Unidades geomorfológicas do Rio Grande do Sul — 1986

Legenda:

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Foram utilizados os zoneamentos agroclimáticos disponíveis para o Rio Grande do Sul e para as seguintesculturas temporárias e permanentes:

- temporárias - abacaxi, alfafa, alho e cebola, arroz, batatinha, cana-de-açúcar, feijão, fumo, mandioca, milho(foram consideradas quatro épocas de plantio de 10 de setembro a 10 de dezembro), forrageiras de clima tempe-rado e de clima tropical a subtropical, soja, sorgo e trigo;

- permanentes - cítricos, maciera, pessegueiro, videira americana e videira européia (embora essa distinção nãofique clara no material consultado).

Foram utilizadas as informações de várias fontes, consultadas na internet ou através de publicações especializadas,sendo que esses resultados não têm o mesmo grau de precisão que os zoneamentos do Rio Grande do Sul, porque,muitas vezes, são materiais com um caráter mais de divulgação do que científico. De qualquer maneira, permitemcompletar o quadro de possibilidades ou restrições para qualquer região, seja em culturas temporárias (amendoim,aveia, batata-doce, centeio, cevada, ervilha e melancia), seja em culturas permanentes (abacate, caqui, erva-mate,figo, goiaba, mamão, manga e noz). No caso da cevada, foi utilizado o zoneamento disponibilizado através da internetpela Embrapa. Em muitos casos, além dos critérios indicativos citados anteriormente, foram utilizadas interpolaçõespor semelhança das culturas, como é o caso de cevada e centeio ou do grupo das frutas que são similares (ameixa,pêssego e pêra por exemplo).

Manteve-se o mesmo critério dos zoneamentos agroclimáticos que serviram de base para esta análise, ou seja,em lugar de se fazer uma descrição detalhada de cada exigência climática e da forma como cada região se insere numazona climática, procurou-se identificar os requerimentos de cada cultura e selecionar as áreas que pudessem seridentificadas como zonas preferenciais, toleradas, marginais ou não recomendadas em cada região e, assim, evitarque se acumulassem dificuldades enormes para o bom entendimento do significado do clima como determinante ourestrição para a introdução de uma cultura em uma região. Parte-se, portanto, do conceito de que os zoneamentos

Variações mesoclimáticas no espaço climático regional do Rio Grande do Sul — 1986

Figura 5.6

FONTE: IBGE. Projeto Radam Brasil: levantamento de recursos naturais (Folha SH-22 — Porto Alegre e parte das Folhas SH-21 — Uruguaiana e SI-22 — Lagoa Mirim). Rio de Janeiro, v. 33, 1986.

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agroclimáticos existentes já fizeram o exame das variáveis climáticas e a harmonização delas com os requerimentosdos cultivos.

Tendo o clima como um dos padrões de restrição ou estímulo, em cada zona preferencial ou tolerada era necessá-rio, para estabelecer a influência dos recursos naturais na capacidade competitiva das regiões, identificar que solosestavam disponíveis. Para tanto, foram utilizados dois tipos de classificação de solos:

- a capacidade do uso dos solos derivada de trabalho realizado através de convênio entre o Ministério da Agricul-tura, o Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma Agrária, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do RioGrande do Sul e a Embrapa, por um lado, e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, daOrganização dos Estados Americanos (OEA);

- o mapa pedológico do Rio Grande do Sul revisado e atualizado pelo Departamento de Solos da Faculdade deAgronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e cuja publicação recebeu o apoio da Emater-RS.

A capacidade de uso dos solos está dividida em quatro categorias: a categoria A, que corresponde às classes I,II e III, que foram englobadas numa única; a categoria B, que compreende os vários tipos de solos da classe IV,subdividida em quatro subclasses, IVi, IVp, IVe e IVt; a categoria C, que corresponde aos solos das classes V, VI e VII,sendo que a classe VI foi subdividida nas subclasses VIpf, VIaf, VIt e VI; e, finalmente, a categoria D, que equivale àclasse VIII.

No caso do Rio Grande do Sul, não foram identificadas as classes I e II.A classe III é composta por terras cultiváveis, segura e continuadamente, com culturas anuais adaptadas, produ-

zindo colheitas médias a elevadas, desde que sejam empregadas uma ou mais práticas intensivas ou complexas demanejo como condição para a sua utilização. Apresentam variações segundo os fatores restritivos de uso, que sepodem relacionar:

a) com a declividade, que determina a exigência do emprego de medidas intensivas de controle da erosão;b) com a drenagem, que determina especial cuidado no controle da água;c) com a fertilidade, que implica a utilização de práticas intensivas no manejo, tais como o emprego de corretivos,

fertilizantes e de rotações de culturas.São terras moderadamente boas para cultivo, sendo as melhores para o desenvolvimento de cultivos de sequeiro

no Rio Grande do Sul.As áreas que compõem a subclasse IVi são planas ou quase planas, e nelas se encontram solos rasos sobre

subsolo de má permeabilidade, mas também se fazem presentes solos profundos. Essa unidade apresenta comoprincipal fator restritivo a suscetibilidade ao alagamento e/ou a presença de lençol freático excessivamente superficial.O excesso de água pode originar-se da sua situação à margem de cursos d’água, quando se verificam inundações deperiodicidade ou freqüência e duração variáveis. Pode, também, resultar de precipitações intensas, aliadas à topografiaplana e a características de solo e subsolo que dificultem uma drenagem adequada.

A subclasse IVp é constituída por terrenos com topografia plana a fortemente ondulada, com solos de profundida-de variável e cujo principal fator restritivo ao uso deriva da presença de pedras na porção superficial do solo, quersoltas, quer na forma de afloramentos de rocha. A intensidade da limitação, no primeiro caso, varia com o tamanho daspedras e com a proporção de solo coberto e, no segundo, com as áreas abrangidas pelos afloramentos e pela distânciaentre eles.

A subclasse IVe corresponde a terras em topografia plana a ondulada, com solos de profundidade variável e cujoprincipal fator restritivo ao uso está relacionado com a extrema suscetibilidade à erosão, tanto hídrica como eólica, emqualquer de suas formas (erosão laminar, em sulcos, em voçorocas).

As terras da subclasse IVt são representadas por solos profundos e que podem mesmo apresentar boas condi-ções no que se relaciona à fertilidade, à permeabilidade, à drenagem e à textura, mas que têm na topografia o principalfator restritivo de uso, que se caracteriza por declives sempre acentuados, tanto contínuos como descontínuos e deextensão variável.

A classe V identifica solos não cultiváveis com culturas anuais e que podem, com segurança, ser usados para aprodução de alguma espécie de vegetação, podendo ser especialmente adaptados para pastagens, sem restrições ounecessidade de aplicação de medidas especiais. São praticamente planos e não sujeitos à erosão, mas, devido aoencharcamento permanente ou freqüente e a prolongadas inundações, não são adaptáveis a cultivos anuais, mesmoque sejam realizadas obras especiais de drenagem ou de saneamento complexas e dispendiosas.

As terras da classe VI não são cultiváveis com culturas anuais, mas são adequadas para a produção de certasculturas permanentes (fruticultura, pastagens ou silvicultura), exigindo tratos que eliminem as restrições impostas porfatores limitativos ao uso, havendo a necessidade de um constante cuidado para controle da erosão.

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A subclasse VIpf apresenta como principal fator restritivo a pequena profundidade dos solos, situados sobrecamada de rocha intemperizada. A topografia, nessas áreas, varia de plana a suave-ondulada, podendo, em algunscasos, chegar a ondulada.

A subclasse VIaf tem na distribuição irregular e intensa de afloramentos de rocha o fator limitante ao uso, mesmoocorrendo solos com boa profundidade entremeados nos afloramentos. A topografia é ondulada a forte-ondulada.

A subclasse Vit caracteriza-se por uma topografia acidentada, em terreno montanhoso, com solos de profundidadevariada e pedregosidade intensa.

A subclasse VIa está composta por solos com textura extremamente arenosa, aliada à baixa fertilidade, o quedetermina uma alta suscetibilidade à erosão hídrica e eólica. Essas terras ocupam topografia plana a ondulada.

A subclasse VIm corresponde a uma unidade na qual as limitações não foram individualizadas.A classe VII compeende terras onde as restrições, além de tornarem inviável a realização de cultivos anuais, se

impõem severamente, até mesmo em relação a certas culturas permamentes, tidas como protetoras do solo (pasta-gem e silvicultura). São terras altamente suscetíveis à degradação pela erosão, exigindo sempre a adoção de uma ouvárias medidas de controle e de conservação da água. Seu uso afeta a conservação das áreas que lhe ficam a jusante,em caso de áreas escarpadas.

A classe VIII equivale a terras não utilizáveis para agricultura, pecuária ou silvicultura e nem para a produção dequalquer tipo de cultivo com significação econômica, devendo representar refúgios da flora e/ou da fauna, mas podemser utilizadas para recreação ou turismo. São áreas extremamente acidentadas, escarpadas, declivosas, pedregosas,arenosas, encharcadas, áridas ou erosíveis.

A análise da disponibilidade das diferentes classes de capacidade de uso dos solos é um elemento precioso paraidentificar dotações diferenciadas de recursos naturais em cada região, mas é insuficiente, porque, para uma mesmaclasse, podem existir padrões de solos com características morfológicas, texturais, físicas e químicas específicas eque os particularizam.

As classes VIII e VII são sempre associadas com neossolos, ou seja, solos novos, pouco profundos, com perfilimaturo ou incompleto, em geral rasos, apresentando no perfil uma seqüência de horizontes, que passa diretamente dohorizonte A para o C, ou para rocha alterada.

Nos Coredes Litoral e Sul, os neossolos das regiões costeiras são representados por Neossolos Quartzarênicos,nos quais o horizonte A está situado sobre sedimentos muito arenosos, em geral de dunas fósseis ou em movimento.Também se fazem presentes, na foz dos rios Camaquã e Piratini, mas também em cursos menores, os NeossolosFlúvicos, que se caracterizam pelo horizonte A estar assentado sobre sedimentos fluviais estratificados, o que tambémocorre em todas as regiões que margeiam os grandes rios do Rio Grande do Sul.

Os solos rasos das terras altas são do tipo Neossolos Litólicos, apresentando um horizonte A assentado sobre arocha parcialmente alterada (horizonte C) ou inalterada (R).

A classe VI também pode estar vinculada a neossolos, mas nada impede que ela seja localmente ou por exten-sões maiores associada a Alissolos, Argissolos, Cambissolos, Chernossolos, Latossolos, Luvissolos, Nitossolos eVertissolos, da mesma forma que esses solos podem estar relacionados às classes IV e III.

Particularmente a classe V equivale a Organossolos e a Gleissolos, enquanto a subclasse IVi é representada porGleissolos e Planossolos.

Ainda assim, os padrões de solos anteriormente citados representam uma ou várias unidades de mapeamento doLevantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul, cada uma dessas unidades representandocaracterísticas diversas.

Esta análise compreenderá, inicialmente, os condicionantes climáticos, para, logo em seguida, aprofundar-se emcondicionantes de solos, finalizando com o cruzamento necessário entre esses dois componentes.

5.5.1 Os condicionantes climáticosOs zoneamentos agroclimáticos são extraídos da publicação Macrozoneamento Agroecológico e Econômi-

co — Estado do Rio Grande do Sul — Volumes 1 e 2 – 1994, fruto do Convênio entre a Secretaria da Agricultura eAbastecimento do Estado e o Centro Nacional de Pesquisa do Trigo da Embrapa.

Esse zoneamento em dois volumes traz, no Volume 2, os mapas dos zoneamentos por culturas e, no Volume 1,os critérios que foram adotados. Na página 36 do Volume 1, há o item de Reavaliação da Aptidão Climática deAlgumas Culturas, com modificações profundas, que não foram vertidas para os mapas. Algumas dessas reavaliaçõesresultam da introdução de novas variedades, que apresentam um comportamento melhor em determinados ambientes,

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mas outras são improcedentes e vulnerabilizam o trabalho. Por exemplo, o zoneamento de videira européia que tinhasido apresentado com grande detalhe, foi alterado em função de uma mudança de critério sugerida pelo Instituto dePesquisas Agroeconômicas de Santa Catarina (Ipagro-SC). Ora, o zoneamento inicial já apresentava certa debilidadepor seu detalhamento excessivo, impossível de ser alcançado, já que não se dispõe de informações meteorológicasnuma malha tão densa a ponto de permitir isso. Por outro lado, a prática tem demonstrado que o critério do Ipagro-SCestá correto.

É inconsistente a afirmação de que as “[...] restrições de rendimento por deficiência hídrica são compensadaspela proximidade dos centros consumidores e pelos solos leves que ocorrem na região”, relativas à mandioca, porqueas condições de mercado não podem alterar as restrições climáticas ou de solo.

As áreas de pêssego, que foram incorporadas como preferenciais ou toleradas (não se podendo definir exatamen-te em que classe seria possível enquadrar qualquer região, já que, nesse item, os autores criam uma nova categoria,que não aparece em nenhuma outra parte do trabalho: “aptas para exploração comercial”), são tradicionais e importan-tes regiões de produção de pêssego de mesa, com rendimentos altos e qualidade excelente. Não é aceitável a justifi-cativa de que essas áreas passam a ser “aptas para exploração comercial”, porque esses pêssegos têm pequenaexigência de frio e porque não existe no Rio Grande do Sul região com zero hora de frio.

As modificações feitas para o trigo incorporam regiões tradicionais de produção, mas a justificativa apresentada éinaceitável: “[...] corresponde a áreas limítrofes às zonas preferenciais”, porque sempre existirão regiões limítrofes aregiões preferenciais (em última instância, isso significa que não haveria limite definidor de uma região preferencial,porque ela sempre seria limítrofe com outra, que passaria a ser preferencial).

Em alguns casos, onde as produtividades efetivas de algumas áreas eram superiores às da região benchmarkinge essa área tinha sido zoneada como inapta, não recomendada ou marginal, procedeu-se a uma revisão. A partir de umaanálise comparativa entre os parâmetros climáticos dessas áreas e das regiões de mais alta produtividade no Estadoe considerando também os critérios originais de classificação em preferencial, tolerada, marginal e não recomendada(ou inapta), foi procedida uma alteração da posição dessa região para uma nova categoria classificatória.

Nenhum cultivo temporário ou permanente considerado fica totalmente fora das regiões do G14 como preferenciale tolerado, ou seja, sempre existirá alguma área dentro do G14 que é preferencial ou tolerada para alguma cultura.Mesmo produtos que oferecem uma forte restrição, como abacaxi, banana e manga, entre os “tropicais”, ou como trigo,cevada e centeio, entre os “temperados”, são os que têm no G14 a sua maior área de incidência.

Então, não é a disponibilidade absoluta de recursos naturais que representa uma restrição intransponível, mas ainadequação desses recursos com a seleção de produtos e de padrões de produção feitas pelos agentes e que deter-mina o que efetivamente se produz e como se produz, embora se deva referir que a análise que segue mostrará que, emmuitas áreas, há uma adequação bastante acentuada. Ocorre, às vezes, uma inadequação das pautas de produtos àsescalas de produção disponíveis, frente à disponibilidade de solos, ou seja, a pauta de produtos de uma determinadaregião exige escalas de produção inexistente na maior parte da região, impedindo a adoção da tecnologia que resolveriaas restrições de clima. Também será demonstrado mais adiante que ocorrem restrições pelo tipo de relevo predominan-te e pelo tipo de solo que predomina.

São apresentados, a seguir, os zoneamentos e seus critérios para diferentes cultivos temporários e permanentes,exceto para o caso das videiras. Os critérios são apresentados antes ou imediatamente após a figura correspondente.

O zoneamento da alfafa mostra que toda a área do G14 ou é preferencial ou é tolerada para o seu cultivo, excetouma área situada ao sul do Corede Sul, que é considerada marginal.

O zoneamento agroclimático da cultura do arroz não é aqui apresentado, porque somente os Coredes Nordeste(tolerada) e Hortênsias (marginal) não são preferenciais em todo o Rio Grande do Sul.

No caso de alho e cebola, a distribuição é bastante diferenciada entre as regiões. Em parte do Corede Sul, em todoo Litoral e em pequena porção do Centro-Sul e do Campanha, ocorrem as áreas preferenciais, enquanto as áreastoleradas se concentram nos Coredes Centro-Sul, Jacuí Centro, Central e na maior parte do Missões e do FronteiraOeste.

No caso da batatinha, as áreas preferenciais do G14 situam-se na porção norte do Corede Campanha e do Sul, noAlto da Serra do Botucaraí e na metade oeste do Nordeste, para plantio em setembro. Complementarmente, são áreastoleradas para plantio em setembro a metade sul dos Coredes Central e Missões e a totalidade do Fronteira Oeste e doJacuí Centro. É tolerada para plantio em outubro a metade leste do Corede Nordeste, enquanto o Fronteira Oeste, oJacuí Centro e a metade sul dos Central e Missões, mais a porção norte do Campanha e do Sul, além da Alto da Serrado Botucaraí e metade oeste do Nordeste são toleradas para plantio em novembro. A metade leste do Corede Nordesteé tolerada para plantio em outubro.

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 5.1

Critérios para zoneamento climático da cultura da alfafa no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS ÍNDICE: (A - B) x C

Preferencial I > 120

Tolerada II > 100 a < 120

Marginal III < 100

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. NOTA: A = número de meses com temperatura média entre 130C e 230C;

B = número de meses com deficiência hídrica superior a 10mm; A - B = número de meses úteis ao crescimento efetivo; C = temperatura média durante os meses úteis.

Zoneamento agroclimático para a cultura da alfafa no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.7

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura de alho e cebola no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.8

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Quadro 5.2

Critérios para zoneamento climático das culturas do alho e da cebola no Rio Grande do Sul — 1994

TEMPERATURA NA PRIMAVERA CONDIÇÕES HÍDRICAS

(maturação, colheita e cura dos bulbos)

ZONAS Média de Outubro 0C Restrições

Deficiência Hídrica Anual (mm) Restrições

Preferencial I > 16,0 Sem > 100 Sem

Tolerada II > 16,0 Sem 0-100 Com

Marginais

III < 16,0 Com (1) > 100 Sem

IV < 16,0 Com (1) < 50 Com (2)

V > 16,0 Sem 0 Com (3)

Inapta VI < 16,0 Com (1) Excedente hídrico em verão muito grande

Com (4)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Deficiência hídrica. (2) Restrições sérias para a maturação, colheita e “cura” dos bulbos. (3) Pequenas restrições para “cura” dos bulbos. (4) A “cura” dos bulbos não é praticável em condições naturais.

Quadro 5.3

Critérios para zoneamento climático da cultura da batatinha no Rio Grande do Sul — 1994

TEMPERATURA PARA TUBERIZAÇÃO DEFICIÊNCIA HÍDRICA

EXCESSO HÍDRICO (maturação e colheita)

ZONAS ÉPOCA DE PLANTIO

Média das mínimas (oC) Restrições mm Restrições mm Restrições

Preferenciais I. III Setembro < 16,0 (em setembro) Sem 0 (agosto a novembro)

Sem 0 (dezembro a janeiro)

Sem

Tolerada I Fevereiro > 16,0 (1-2 meses) Com (1) 0 (durante o ciclo)

Sem > 0 (maio) Com (2)

Tolerada II Outubro e novembro

< 16,0 (qualquer mês) 0 (qualquer mês)

Sem > 0 (janeiro) Com (2)

Tolerada III Fevereiro > 16,0 (1-2 meses) Com (1) 0 (durante ciclo)

Sem > 0 (maio e junho)

Com (2)

Tolerada VIII Fevereiro e setembro

> 16,0 (1-2 meses) Com (1) 0 (durante ciclo)

Sem Maio e junho, plantio em fe-vereiro

Com (2)

Marginal IV Fevereiro e setembro

> 16,0 (1-2 meses) Com (1) 0 (durante o ciclo)

Sem Maio e junho, dezembro e janeiro

Com (2)

Inaptas V e VI Fevereiro e setembro

> 16,0

Com (1) > 0 durante o ciclo)

Com Colheita de junho e ja-neiro

Com (2)

Inapta VII Fevereiro e setembro

< 16,0

Sem 0 (durante o ciclo)

Sem > 0 (todo o ciclo)

Com (1)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Rendimento prejudicado. (2) Restrições na colheita.

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247

As áreas preferenciais para cana-de-açúcar estão concentradas no Litoral, no norte do Centro-Sul e do FronteiraOeste, nas zonas oeste do Missões e noroeste e norte do Fronteira Noroeste e do Noroeste Colonial, penetrando aolongo de uma estreita faixa que margeia o rio Uruguai pelos Coredes Médio Alto Uruguai e Norte. As áreas toleradasestão situadas nos Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste, Missões e Jacuí Centro,além da metade norte do Fronteira Oeste, da metade sul do Central e do oeste do Alto da Serra do Botucaraí.

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura da batatinha no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.9

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248

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.10

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249

No caso da cevada e do centeio, as áreas preferenciais no G14 estão concentradas nos Coredes Missões, metadeleste, Noroeste Colonial, terrenos de cotas mais altas, Médio Alto Uruguai, Norte, Nordeste, Alto da Serra do Botucaraí,parte nordeste do Central, centro e sul do Jacuí Centro, extremo sudoeste do Centro-Sul, terras altas do Sul, todo oCampanha e sul e leste do Fronteira Oeste.

No caso do feijão, com os novos critérios de zoneamento adotados, para semeaduras entre 15 de agosto e 15 desetembro, as áreas III, IV, VI e VII, que eram consideradas marginais, passaram para toleradas, junto com a área II.Deixou de existir a categoria inaptas, e as áreas V e VIII passaram para marginais.

As áreas preferenciais para feijão são, no G14, a parte noroeste do Corede Nordeste, a totalidade dos CoredesNorte e Médio Alto Uruguai, a maior parte do Noroeste Colonial, a metade norte-noroeste do Fronteira Noroeste, toda azona nordeste do Central e uma pequena faixa sul do Alto da Serra do Botucaraí. São toleradas as demais áreas doNordeste, do Noroeste Colonial, do Fronteira Oeste, do Central, do Alto Botucaraí e a totalidade do Jacuí Centro, doCentro-Sul e do Litoral, assim como a maior parte do Fronteira Oeste, exceto o seu extremo sudeste (Município deSantana do Livramento), a metade sul do Campanha e do Sul, embora a restrição seja basicamente por deficiênciahídrica na maior parte dessas regiões, o que pode ser sanado com irrigação, tanto é assim que praticamente todo oG14, com irrigação, passa a ser preferencial para a cultura, exceto a porção leste do Corede Nordeste.

Quadro 5.4

Critérios para zoneamento climático da cultura da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul — 1994

ÍNDICE (risco de danos por frio) (1)

ZONAS

TEMPERATURA MÉDIA

ANUAL (OC) Número de Geadas/Ano

Horas de Frio < 7,2 oC (maio-agosto)

Preferencial I ≥ 19 < 7 < 150

Preferencial II ≥ 19 > 7 a < 13 < 150

Tolerada III ≥ 18,5 a < 19 < 7 < 150

Tolerada IV ≥ 19 > 7 a < 13 > 150 a < 200

Preferencial V ≥ 19 < 7 < 150

Preferencial VI ≥ 19 > 7 a < 13 < 150

Tolerada VII ≥ 19 > 7 a < 13 > 150 a < 200

Tolerada VIII ≥ 19 < 7 > 150 a < 200

Tolerada IX (só álcool) ≥ 18,5 a < 20 ≥ 13 a < 16 ≥ 150 a < 200

Não recomendada X < 20 < 13 < 200

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) A média de < 150 horas de frio conjugada com menos de sete geadas anuais = risco negligenciável; a média de < 150 horas de frio conjugada com sete a 13 geadas anuais = risco de dano muito pequeno; a média de > 150 e < 200 horas de frio conjugada com menos de sete e/ou de sete a 13 geadas anuais = risco de dano pequeno ou tolerável respectivamente.

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250

Figura 5.11

Zoneamento para cevada, por épocas de plantio, no Rio Grande do Sul

FONTE: Embrapa — Cevada — Épocas de plantio.

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251

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura do feijão no Rio Grande do Sul — 1994Figura 5.12

Quadro 5.5 Critérios para zoneamento climático da cultura do feijão no Rio Grande do Sul — 1994

DEFICIÊNCIA HÍDRICA (durante o ciclo)

CONDIÇÕES TÉRMICAS (durante o ciclo)

EXCESSO DE UMIDADE (maturação e colheita)

ZONAS mm Restrições Temperatura (

0C) Restrições mm Restrições

Preferencial I 0 Sem > 23,9 (nenhum mês) Sem < 50 Sem

Tolerada II < 50 Com (1) > 23,9 (nenhum mês) Sem < 50 Sem

Marginais III e IV < 50 Com (1) > 23,9 (algum mês) Com (2) < 50 Sem

Marginal V > 50 Com (3) > 23,9 (nenhum mês) Sem < 50 Sem

Marginal VI < 50 Sem < 50 Sem < 50 Sem

Marginal VII 0 Sem > 23,9 (algum mês) Com (4) < 50 Sem

Inapta VIII 0 Sem > 23,9 (nenhum mês) Sem > 100 Com (5)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Raramente prejudicial. (2) Rendimento prejudicado. (3) Raramente necessita de irrigação. (4) Maturação e colheita prejudicadas. (5) Maturação e colheita seriamente prejudicadas.

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FONTE: RIO GRANDE DO SUL — Programa de Investimentos Integrados para o Setor Agropecuário — Porto Alegre — 1976.

Zoneamento agroclimático para a cultura do feijão, com e sem irrigação, no Rio Grande do Sul — 1976

Figura 5.13

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253

Em relação às forrageiras, percebe-se claramente que a separação das áreas preferenciais para forrageiras declima temperado ou tropical obedece a uma distribuição morfológica e geográfica:

- em todos os terrenos altos, predominam as forrageiras de clima temperado;- nas zonas baixas, sejam litorâneas, sejam nas zonas próximas aos rios principais, na costa do Uruguai, ou na

Depressão dos rios Jacuí e Ibicuí, predominam as forrageiras de clima tropical;- nas zonas mais ao norte, predominam as forrageiras de clima temperado;- nas áreas da Depressão Central, no Litoral e na região Sul do Rio Grande do Sul, predominam as forrageiras de

clima tropical.

Quadro 5.7

Critérios para zoneamento climático de forrageiras de clima temperado (pastagens de inverno) no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS NÚMERO DE MESES COM TEMPERATURA

MÉDIA ABAIXO DE 100C TEMPERATURA MÉDIA DO

MÊS MAIS QUENTE (0C)

Preferenciais III, IV, V, VII, IX, X e XI > 3 < 24

Toleradas II e VIII > 3 > 24

Marginais I e VI > 3 > 24

Inaptas > 2 -

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 5.6

Distribuição das zonas e áreas para a cultura de feijão, com e sem irrigação, no Rio Grande do Sul — 1976

SEM IRRIGAÇÃO COM IRRIGAÇÃO ZONAS

Zonas Área (km2) Zonas Área (km2)

Preferencial I 38.775 I, II, III, IV, V e VII 237.071

Tolerada (1) II 31.972 - -

Marginal (2) III,IV,V,VI e VII 189.553 VI 23.029

Inapta VIII 8.823 VIII 8.828

FONTE: RIO GRANDE DO SUL — Programa de Investimentos Integrados para o Setor Agropecuário — Porto Alegre — 1976. (1) Restrição por falta de água. (2) Restrição por excesso de água.

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254

Também a partir dos novos critérios adotados para zoneamento do fumo, a situação muda bastante, já que aszonas IV e parte da V passam a ser toleradas, ficando como marginal apenas parte da antiga área V. As áreas VI, VIIe VIII continuam sendo inaptas (não confundir essas designações com as classes de capacidade de uso dos solos).

As áreas preferenciais para o fumo, dentro do G14, compreendem pequenas manchas no sul do Alto da Serra doBotucaraí, no norte do Jacuí Centro e no leste do Central, mas também ocorrem áreas preferenciais na metade leste doCorede Médio Alto Uruguai, na maior parte do Noroeste Colonial, em todo o Fronteira Noroeste, no norte, nordeste eleste do Missões e em pequeno núcleo no extremo sul do Noroeste Colonial. As áreas toleradas predominam no Litoral,no Centro-Sul, no Sul — exceto os terrenos planos de cotas baixas —, na maior parte do Alto da Serra do Botucaraí, doJacuí Centro, do Central, na metade leste do Médio Alto Uruguai, no Corede Norte e no Nordeste.

Quadro 5.9

Critérios para zoneamento climático da cultura do fumo no Rio Grande do Sul — 1994

CONDIÇÕES TÉRMICAS (durante o ciclo) DEFICIÊNCIA HÍDRICA (durante o ciclo)

ZONAS Temperatura Média Nov./Dez.

(0C) Restrições Deficiência Hídrica Anual

(mm) Restrições

Preferencial I e II > 22 Sem 0 (nov./dez.) Sem

Tolerada III 20-22 Com (1) 0 (nov./dez.) Sem

Marginal IV > 20 Com (2) 0-25 (nov./dez.) Com (3)

Marginal V > 20 Com (2) 0-25 (nov./dez.) Com (3)

Inapta VI <20 Com (4) 0-25 (nov./dez.) Com (5)

Inapta VII <20 Com (4) 0 (nov./dez.) Com

Inapta VIII > 20 Com (2) > 25 Com (4)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Pequena deficiência térmica. (2) Restrição variável dentro da zona. (3) Pequena deficiência hídrica. (4) Grande deficiência hídrica. (5) Deficiência hídrica.

Quadro 5.8

Critérios para zoneamento climático de forrageiras de clima tropical e subtropical (pastagens de verão) no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS ESTAÇÃO DE CRESCIMENTO EFETIVO

TEMPERATURA MÉDIA DAS MÍNIMAS NA ESTAÇÃO DE

CRESCIMENTO (0C).

Preferenciais I e VI > 10 meses > 10

Toleradas II, III, VII e VIII 9 meses > 10

Marginais IV, IX e XI 7 a 8 meses 10

Inaptas V e X < 6 meses > 10

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

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255

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura de forrageiras no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.14

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Zoneamento agroclimático para a cultura do fumo no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.15

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

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257

Quadro 5.10

Critérios para zoneamento agroclimático da cultura da mandioca no Rio Grande do Sul — 1994

VERÃO INVERNO DEFICIÊNCIA HÍDRICA

ZONAS Tipo Restrições Tipo Restrições mm Restrições

Preferenciais I, II, III e IV

Quente

Sem

Quente (geadas raras e fracas)

Sem

0

Sem

Preferenciais V e VI

Quente

Sem

Quente (geadas raras e fracas)

Sem

< 50

Com (1)

Toleradas VII Quente Sem Frio (ocorrem geadas) Com (2) 0 Sem

Toleradas VIII e IX

Quente

Sem

Frio (ocorrem geadas)

Com (2)

< 50

Com (1)

Marginal X Quente Sem Frio (ocorrem geadas) Com (2) > 50 Com (3)

Inapta Pouco quente ou frio

Com (4) - - 0 Sem

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Pequenas deficiências hídricas. (2) Requer armazenamento das manivas no inverno. (3) Insuficiência hídrica. (4) Insufi-ciência térmica.

A mandioca desenvolve-se melhor em ambientes “tropicais”, ainda que tenha uma capacidade de adaptação muitoampla, mas a definição de suas áreas preferenciais e toleradas ficou perturbada com a introdução de critérios diferen-tes dos agroclimáticos. Dessa forma, áreas obviamente preferenciais, como a parte norte do Corede Centro-Sul e asregiões que margeiam o rio Uruguai, ficaram de fora da circunscrição das áreas preferenciais. Ainda assim, amplasáreas do G14 inscrevem-se entre as preferenciais para a mandioca, como é o caso do Litoral, do norte do Jacuí Centroe sudeste do Corede Central, do norte do Fronteira Oeste e da metade leste do Missões, bem como de todo o FronteiraNoroeste e do norte dos Coredes Noroeste Colonial e Médio Alto Uruguai. São áreas toleradas as terras de cotasintermediárias e planícies do Centro-Sul e do Sul; a maior parte do Corede Jacuí Centro e do Central (praticamentetoda), todo o Alto da Serra do Botucaraí e o Norte, a metade sul do Médio Alto Uruguai e a metade oeste do Nordeste.Também são tolerados a metade norte do Fronteira Oeste e do Campanha, a metade oeste do Missões, o sul doFronteira Noroeste e a maior parte do Noroeste Colonial.

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258

O milho, independentemente da época de plantio, é preferencial nas áreas noroeste e oeste do Corede Nordeste,na totalidade dos Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, Alto da Serra do Botucaraí, Litoral e Central; praticamente emtodo o Noroeste Colonial, o Fronteira Noroeste, o Missões e na metade norte do Fronteira Oeste, com exceção dosterrenos próximos ao rio Uruguai. Nos Coredes Sul, Campanha e no sul e sudeste do Fronteira Oeste concentram-se asáreas com maiores restrições por déficit hídrico.

Zoneamento agroclimático para a cultura da mandioca no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.16

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

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259

Figura 5.17

Zoneamento agroclimático para a cultura do milho, para plantio em agosto, no Rio Grande do Sul — 1994

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 5.11

Critérios para o zoneamento agroclimático da cultura do milho no Rio Grande do Sul — 1994

CLASSIFICAÇÃO ÍNDICE SOMA TÉRMICA (0C) (1)

CLASSIFICAÇÃO ÍNDICE DEFICIÊNCIA HÍDRICA (mm) (2)

Preferencial I 1 > 800 Preferencial I 1 0

Preferencial II 2 >700 a 800 Preferencial II 2 1 a 25

Tolerada 3 650 a 700 Tolerada 3 >25 a 50

Não recomendado 4 <650 Marginal e não recomendado 4 >50 a 70

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Período: semeadura ao espigamento (75%). (2) Mês do florescimento, mais mês anterior, mais mês posterior ao floresci-mento.

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260

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Figura 5.18

Zoneamento agroclimático para a cultura do milho, para plantio em setembro, no Rio Grande do Sul — 1994

A soja é predominante numa ampla área do G14, mas sempre na região do planalto, compreendendo a parte lestedo Corede Missões e do Central, a totalidade do Fronteira Noroeste, do Noroeste Colonial, do Médio Alto Uruguai e doAlto da Serra do Botucaraí, além das partes leste e nordeste do Corede Norte. É tolerada no Corede Nordeste, noLitoral, em parte do Norte, na parte oeste do Missões, praticamente em todo o Fronteira Oeste e no Jacuí Centro, nametade norte do Corede Sul e na maior parte do Centro-Sul.

O sorgo é preferencial em todas as regiões da famosa Metade Sul, compreendendo os Coredes Litoral, Centro--Sul, Sul, Campanha, Fronteira Oeste e Jacuí Centro, além da metade oeste do Central e do Missões. É tolerado paratodas as demais regiões do G14, ou seja, a metade leste dos Coredes Central e Missões, mais a totalidade dosFronteira Oeste, Noroeste Colonial, Médio Alto Uruguai, Norte, Nordeste e Alto da Serra do Botucaraí.

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura do milho, para plantio em outubro, no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.19

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático, para a cultura do milho, para plantio em novembro, no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.20

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263

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Figura 5.21

Zoneamento agroclimático para a cultura do milho, para plantio em dezembro, no Rio Grande do Sul — 1994

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Zoneamento agroclimático para a cultura do milho, com ou sem irrigação, no Rio Grande do Sul — 1976

Figura 5.22

FONTE: RIO GRANDE DO SUL — Programa de Investimentos Integrados para o Setor Agropecuário — Porto Alegre — 1976.

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Quadro 5.12

Distribuição das zonas e áreas cultivadas com milho, com ou sem irrigação, no Rio Grande do Sul — 1976

SEM IRRIGAÇÃO COM IRRIGAÇÃO ZONAS

Zonas Área (km2) Zonas Área (km2)

Preferencial I 63.109 I, III e V 204.009

Tolerada II,III e IV 107.527 II, IV e VI 56.091

Marginal V e VI 89.464 - -

Inapta VII 8.828 VII 8.828

FONTE: RIO GRANDE DO SUL — Programa de Investimentos Integrados para o Setor Agropecuário — Porto Alegre — 1976.

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Figura 5.23

Zoneamento agroclimático para a cultura da soja no Rio Grande do Sul — 1994

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266

O trigo apresenta uma situação de contraponto com a mandioca. As zonas quentes e baixas são marginais,inaptas ou não recomendadas para o seu cultivo, ou seja, o Litoral, a planície costeira interna e externa dos Coredes Sule Centro-Sul, além do vale do Jacuí, nessa região, e as zonas quentes do vale do rio Uruguai. São zonas preferenciaisas de clima “temperado”, ou seja, o Corede Campanha, a parte sudoeste do Sul, o Fronteira Oeste, o Missões, oNoroeste Colonial, o Central, o Médio Alto Uruguai, o Norte, o Nordeste e o Alto da Serra do Botucaraí, sempre em seusterrenos de cotas mais elevadas, sendo tolerada, nessas mesmas regiões, em áreas de cotas menores, especialmenteno Litoral, no Jacuí Centro, no Central, no Missões, no Fronteira Noroeste e na parte norte do Noroeste Colonial e MédioAlto Uruguai.

Entre as culturas permanentes, foram considerados os zoneamentos da banana, que pode ser relacionada comoutras frutas tropicais, como indicativo, na ausência de zoneamentos específicos, orientando o de outras frutas tropi-cais, como o abacate, a goiaba, o mamão e a manga; dos citrus, da macieira, do pêssego (que também serve deparâmetro para considerar que as áreas preferenciais e toleradas para pêssego poderão ser para pêra, caqui e figo); edas videiras. O marmelo e a noz foram considerados muito mais próximos de culturas temperadas, mas com boaadaptação em climas mais quentes, como a Depressão Central gaúcha, para o caso da noz, desde que utilizadastécnicas de irrigação.

A banana, como típico produto tropical, tem suas áreas preferenciais restritas ao Litoral, ao vale encaixado doJacuí, na porção sudeste do Corede Central e no norte do Jacuí Centro, bem como nos vales quentes do rio Uruguai,desde o Missões até o Médio Alto Uruguai, passando pelo Fronteira Noroeste e pelo Noroeste Colonial, parte norte eoeste de todos eles.

As áreas preferenciais para laranja e bergamota e toleradas para limões situam-se principalmente nos CoredesMédio Alto Uruguai, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste, Missões, Fronteira Oeste, Central, Jacuí Centro, Alto daSerra do Botucaraí, nos municípios que margeiam o rio Jacuí até Victor Graeff e no oeste do Litoral. As áreas toleradaspara laranja e preferenciais para tangerina e limão são as do Fronteira Oeste, sul do Campanha, sul e sudeste do Litoral,do Centro-Sul, do Central, do Médio Alto Uruguai e do Alto da Serra do Botucaraí.

Quadro 5.13

Critérios para zoneamento climático da cultura da soja no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS DEFICIÊNCIA

HÍDRICA (mm) RESTRIÇÕES POR

DEFICIÊNCIA HÍDRICA

SOMA TÉRMICA (fase crescimento)

> 150C

RESTRIÇÕES POR SOMA TÉRMICA NO

CRESCIMENTO

Preferencial I 0 Sem >1.200 Sem

Tolerada II 0 Sem 600-1.200 Com (1)

Tolerada III 1-100 Com (2) > 1.200 Sem

Tolerada IV -50 Com (3) 600-1.200 Com (1)

Marginal V > 100 Com (4) > 1.200 Sem

Marginal VI > 100 Com (4) 600-1.200 Com (1)

Inapta VII 0 Sem < 600 Restrições (5)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Estação de crescimento curta. (2) Necessita irrigação eventual (déficit até 100mm). (3) Necessita irrigação rara (déficit < 50mm). (4) Necessita irrigação freqüente. (5) Insuficiência térmica.

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267

FONTE: RIO GRANDE DO SUL — Programa de Investimentos Integrados para o Setor Agropecuá- rio — Porto Alegre — 1976.

Quadro 5.14

Distribuição das zonas e áreas cultivadas com soja, com ou sem irrigação, no Rio Grande do Sul — 1976

SEM IRRIGAÇÃO COM IRRIGAÇÃO ZONAS

Zonas Área (km2) Zonas Área (km2)

Preferencial I 61.797 I, III e V 199.186

Tolerada (1) II,III e IV 170.935 II, IV e VI 60.914

Marginal (1) V e VI 27.368 - -

Inapta VII 8.828 VII 8.828

FONTE: RIO GRANDE DO SUL — Programa de Investimentos Integrados para o Setor Agropecuário — Porto Alegre — 1976. (1) Restrição por falta de água.

Figura 5.24

Zoneamento agroclimático da cultura da soja, com ou sem irrigação, no Rio Grande do Sul — 1976

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268

Figura 5.25

Zoneamento agroclimático para a cultura do sorgo no Rio Grande do Sul — 1994

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 5.15

Critérios para zoneamento climático da cultura do sorgo no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS EXCEDENTE HÍDRICO NA MATURAÇÃO-MAIO (mm)

RESTRIÇÕES POR EXCEDENTE

HÍDRICO

SOMA TÉRMICA (fase de cresci- mento) > 150C

RESTRIÇÕES POR SOMA TÉRMICA NO

CRESCIMENTO

Preferencial I < 100 Sem > 600 Sem

Tolerada II > 100 Com (1) > 600 Sem

Inapta III > 100 Com (2) < 600 Com (3)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Eventuais problemas de apodrecimento e germinação das sementes antes da colheita: usar híbridos com sementes de alto conteúdo de tanino. (2) Problemas de apodrecimento e germinação das sementes antes da colheita. (3) Insuficiência térmica.

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 5.16

Critérios para zoneamento climático da cultura do trigo no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS UMIDADE

RELATIVA DO AR (%)

RESTRIÇÕES POR UMIDADE RELATIVA

DO AR

TEMPERATURA MÉDIA MÍNIMA DO MÊS MAIS

FRIO (0C) RESTRIÇÕES POR

FRIO

Preferenciais II, III e VII < 75 Com (1) < 8 Sem

Toleradas IV e VIII > 75 Com (2) < 8 Sem

Marginais I e V > 75 Com (2) > 8 Com (3)

Inapta VI > 75 Com (2) > 8 Com (4)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Menor problema de doenças. (2) Maior problema de doenças. (3) Invernos quentes. (4) Invernos quentes com noites frias.

Figura 5.26

Zoneamento agroclimático para a cultura do trigo no Rio Grande do Sul — 1994

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270

A macieira, em função da intensidade e do número de horas de frio que exige para um bom desempenho, temrestrições climáticas regionais muito fortes, o que determina que somente o Corede Nordeste, o Fronteira Oeste (restri-ta a uma pequena faixa em torno da Cidade de Quaraí) e o Sul, nas partes altas de Piratini, Pinheiro Machado eCanguçu, sejam preferenciais. As regiões com áreas consideradas toleradas para essa cultura são o Corede Norte(partes altas de sudeste e leste), o Nordeste (faixa de oeste, no limite com o Corede Norte), as partes altas do leste doCorede Centro-Sul, o Corede Sul, exceto as terras baixas, que seriam não recomendadas, e as partes altas, que sãopreferenciais e, os Coredes Campanha e Fronteira Oeste, numa faixa que contorna as áreas preferenciais de Quaraí.Também são preferenciais as terras altas do extremo noroeste do Litoral, nas cumeeiras da Encosta da Serra Geral,sendo que, em terrenos que compõem a encosta, mas em cotas mais altas que o ponto médio dela, ocorre uma faixade terrenos tolerados para a macieira.

O pêssego encontra no Corede Sul, no Campanha, no leste e no sul do Fronteira Oeste, no Alto da Serra doBotucaraí, no Norte, no Nordeste, no nordeste do Corede Central e na parte leste do Médio e Alto Uruguai as suas áreaspreferenciais, enquanto as áreas toleradas se distribuem por todas as demais regiões do G14, a saber: Litoral, JacuíCentro, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste, Missões e parte central e norte do Fronteira Oeste.

Quadro 5.17

Critérios para zoneamento climático da cultura da banana no Rio Grande do Sul — 1994

TEMPERATURA MÉDIA DE INVERNO

DEFICIÊNCIA HÍDRICA GEADAS

ZONAS 0C Restrições mm Restrições Freqüência Restrições

Preferenciais I, l I, III, IV e V > 15,5 Sem 0 Sem Raras e leves Sem

Inapta VI < 15,5 Com (1) Variável Freqüentes Com (2)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Insuficiência térmica. (2) Muito prejudiciais.

Quadro 5.18

Critérios para zoneamento climático da cultura de cítricos no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS CARACTERÍSTICAS SOMA TÉRMICA (0C) (1)

I, II Preferencial para laranja e bergamota e tolerada

para limões.

> 2.700

III Tolerada para laranja e preferencial para berga-

motas e limões.

> 2.000 a < 2.700

IV, V e VI Marginal para citrus. > 1.350 a < 2.000

VII Inapta para citrus. < 1.350

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Somatório anual das temperaturas médias acima de 12,80C.

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271

Figura 5.27

Zoneamento agroclimático para a cultura da bananeira no Rio Grande do Sul — 1994

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Figura 5.28

Zoneamento agroclimático para a cultura de cítricos no Rio Grande do Sul — 1994

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Quadro 5.19

Índices ecoclimáticos para o zoneamento da cultura da macieira no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS

CLASSIFICAÇÃO

HORAS DE FRIO (< 7,2 0C) (1)

tMi (0C) (2)

Tv (0C) (3)

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

(mm)

I Preferencial >500 a <600 >15 a <17 >18 a <21 >1.600 a <1.900

II Preferencial >400 a <500 >17 a <18 >20 a <21 >1.600 a <1.900

III Tolerada >300 a <400 >18 a <19 >20 a <21 >1.600 a <1.900

IV Tolerada (4) >500 a <600 >15 a <17 >18 a <21 1.900 a <2.400

V Tolerada >400 a <500 >17 a <18 >20 a <21 >1.900 a <2.400

VI Preferencial >400 a <500 >16,5 a <17 >21 a <22 >1.350 a <1.600

VII Tolerada >300 a <400 >16,5 a <17 >21 a <22 >1.350 a <1.600

VIII Tolerada >400 a <500 >17 a <18 >23 a <24,5 >1.350 a <1.600

IX Tolerada >300 a <400 >17 a <18 >22 a <23,5 >1.350 a <1.600

X Tolerada >500 a <600 >17,5 a <18 >24 a <25 1.350 a <1.600

XI Tolerada >400 a <500 >18 a <19 >24 a <25 >1.350 a <1.600

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Média das horas de frio abaixo de 7,20C acumuladas de maio a agosto. (2) Temperatura média das mínimas de inverno (junho, julho e agosto). (3) Temperatura média de verão (dezembro, janeiro e fevereiro). (4) Zonas classificadas como toleradas por apresentarem índice pluviométrico elevado, entre 1.900mm e 2.000mm.

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Zoneamento agroclimático para a cultura da macieira no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.29

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 5.20

Critérios para zoneamento climático da cultura do pessegueiro no Rio Grande do Sul — 1994

ZONAS CONDIÇÕES TÉRMICAS (0C) (1)

Preferenciais I e II > 100

Toleradas III e IV 0 a 100

Marginais V e VI 0

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. (1) Número de horas anuais com temperatura inferior a 7,20C.

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Figura 5.30

Zoneamento agroclimático para a cultura do pessegueiro no Rio Grande do Sul — 1994

A videira americana encontra os seus melhores ambientes, no G14, nos Coredes Sul, Campanha, Fronteira Oeste(partes leste e sul, incluindo Quaraí) e nas partes altas do Centro-Sul. As áreas toleradas principais estão localizadasno Alto da Serra do Botucaraí, em partes do Corede Central, no Fronteira Noroeste, no Noroeste Colonial, no Médio AltoUruguai, no Norte e na parte central do Fronteira Oeste, além da parte norte do Centro-Sul e nos terrenos de cotasintermediárias do Litoral, especialmente no Litoral Norte.

Com os novos critérios de zoneamento, as videiras européias ficaram concentradas nas partes altas do CoredeSul e do Centro-Sul, em todo o Campanha e no Fronteira Oeste, desde o leste para o oeste, até o limite do Barra doQuaraí, mas abrangendo, ao norte, o Município de Rosário do Sul. Também passaram a ser preferenciais todas as áreasdo Serra, no G10. Com as alterações citadas, as áreas toleradas ficaram prejudicadas em termos de expressão geográ-fica, mas situam-se, pelas exigências climáticas aceitas, nas partes central e leste do Fronteira Oeste, em grandeparte do Jacuí Centro e no sudeste do Central. Como áreas limítrofes do Serra, podem ser consideradas toleradas asáreas do Alto da Serra do Botucaraí, o Corede Nordeste e o Norte, em sua metade leste.

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FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

Zoneamento agroclimático para a cultura da videira americana no Rio Grande do Sul — 1994

Figura 5.31

Quadro 5.21

Critérios para zoneamento climático da videira americana no Rio Grande do Sul — 1994

CONDIÇÕES DE REPOUSO CONDIÇÕES DE MATURAÇÃO ZONAS

Horas de Frio Restrições Índice Heliopluviométrico Restrições

Preferencial I >100 Sem > 2,0 Sem (1)

Tolerada II >100 Sem 1,7-2,0 Com (2)

Marginal III >100 Sem < 1,7 Com (3)

Inapta IV <100 Com (4) 1,7-2,0 Com (2)

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

(1) Condições de maturação ótimas. (2) Condições de maturação boas. (3) Condições de maturação más. (4) Não atinge o número mínimo (100 horas de frio para repouso).

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Quadro 5.22

Critérios para zoneamento climático da videira européia no Rio Grande do Sul — 1994

a) segundo a Embrapa

ÍNDICE HIDROTÉRMICO HORAS DE FRIO SOMA TÉRMICA EFETIVA ZONAS TIPOS DE

UVA Unidades Restrições Número Restrições Graus-dia Restrições

Preferencial I Vinho < 50 Sem > 500 Sem < 2.300 Sem

Preferencial II Mesa < 50 Sem > 500 Sem > 2.300 Sem

Tolerada II Vinho < 50 Sem > 500 Sem > 2.300 Com (1)

Tolerada III e IV Vinho < 50 Sem 400-500 Com (2) < 2.300 Sem

Tolerada V, VI e VII

Vinho 50-70 Com (3) > 500 Sem < 2.300 Sem

Tolerada I Mesa < 50 Sem > 500 Sem < 2.300 Com (4)

Marginais VIII, IX, X, XI e XII

Vinho 50-70 Com (3) 400-500 Com (2) < 2.300 Sem

Marginais V, VI e VII

Mesa 50-70 Com (3) > 500 Sem < 2.300 Com (4)

Marginais II e IV Mesa < 50 Sem 400-500 Com (2) < 2.300 Com (4)

Inaptas XIII, XIV e XV

- > 70 Com (3) < 400 Com (2) < 2.300 Com (4)

Inaptas XVI - > 70 Com (3) < 400 Com (2) < 2.300 Com (4)

b) segundo o Ipagro-SC

ÍNDICE HIDROTÉRMICO HORAS DE FRIO SOMA TÉRMICA EFETIVA ZONAS TIPOS DE

UVA Unidades Restrições Número Restrições Graus-dia Restrições

Preferenciais I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIV, XV

Vinho/ /mesa

< 100 Sem > 500 Sem < 2.300 Sem

Inapta: XIII XVI Vinho/ /mesa

> 100 Com < 400 Com > 2.300 Sem

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul. NOTA: Segundo observação dos autores, não incorporado aqui e nem nos mapas, o índice hidrotérmico adotado pelo Ipagro--SC para separar as regiões aptas das inaptas foi igual ou maior que 100 (inaptas) e não 70, como aqui. Ao ser adotado esse índice para o Rio Grande do Sul, somente seriam inaptas as regiões classificadas como XIII e XVI. (1) Soma térmica muito elevada. (2) Repouso hibernal deficiente. (3) Umidade excessiva, maior incidência de doenças. (4) Deficiência térmica.

Para se ter uma visão de conjunto, foi construído um quadro que identifica a posição de cada região, em termos desua qualificação, em preferencial, tolerada, marginal, inapta ou não recomendada em relação a cada cultura. A posiçãodas regiões em relação a cada cultura acaba por identificar o grau de disseminação ou de concentração espacial queestá reservado a essas culturas, porque a freqüência de sua inserção nas regiões é o fato determinante de suaspotencialidades de distribuição regional. O Quadro 5.23 resume as posições do zoneamento agroclimático descritoanteriormente para cada produto e para o conjunto das regiões inscritas no G14, demonstrando que, para o conjuntodesse grupo de regiões, não existem restrições climáticas para a diversificação de culturas, mesmo porque o G14 émaior do que muitos países de outras regiões do mundo, apresentando uma diversidade extraordinária de ambientesnaturais, relacionados a morfologias muito ricas, climas diferenciados, solos de todos os tipos e cobertura vegetalvariada na sua origem.

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Quadro 5.23

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas temporárias no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Abacaxi Extremo leste do Corede Central, região que margeia o rio Uruguai no Fronteira Noroeste, no Noroeste Colonial e no Médio Alto Uruguai; Litoral, ao norte de Capivari.

Central, exceto leste; Fronteira Noroeste, exceto norte; Litoral, ao sul de Capivari; Sul; Centro-Sul; Campanha; Fronteira Oeste; Jacuí Centro; Missões; Alto da Serra do Botucaraí; Norte; Nordeste.

Alfafa Nordeste, Norte, Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial; Fronteira Noroeste; Missões, Fronteira Oeste, exceto Santana do Livramento e sudoeste de Rosário do Sul; Alto da Serra do Botucaraí; parte norte do Campanha e a região da bacia do rio Jacuí no Centro-Sul.

Campanha, exceto parte norte; Centro-Sul, exceto região da bacia do rio Jacuí; Litoral e Sul, exceto área que drena para a bacia da lagoa Mirim.

Sul, área que drena para a bacia da Lagoa Mirim.

Alho e cebola

Metade sul e planície costeira interna e externa do Corede Sul, exceto Chuí, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande; sul do Campanha, exceto Dom Pedrito.

Fronteira Oeste, Jacuí Centro; metade oeste e extremo sudeste do Central; Missões, exceto um terço da área a leste; Centro-Sul e Litoral; Dom Pedrito, no Campanha.

Metade norte do Sul e planícies de Rio Grande para o sul; metade leste do Central; Missões, um terço a leste; Al-to da Serra do Bo-tucaraí, Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; Norte e Nordeste.

Amendoim Vales interiores do Litoral; norte do Jacuí Centro; vale do Jacuí, no Centro-Sul; extremo sul e sudoeste do Alto da Serra do Botucaraí.

Noroeste Colonial; Missões; Fronteira Noroeste; Central; oeste e norte do Alto da Serra do Botucaraí.

Médio Alto Uruguai; terras altas e sudeste do Alto da Serra do Botucaraí.

Sul, Norte, Nordeste, Litoral, exceto vales interiores; Jacuí Centro, exceto o seu norte; Fronteira Oeste; Jacuí Centro, exceto vale do Jacuí; Campanha.

Arroz Todas as regiões, exceto extremo nordeste do Corede Norte e o Nordeste.

Extremo nordeste do Corede Norte e todo o Nordeste.

Aveia Fronteira Oeste, no sul e no leste (de Santana do Livramento a Santa Margarida do Sul); Missões, só extremo leste; Noroeste Colonial, exceto norte; Médio Alto Uruguai, exceto extremo norte; Norte; Nordeste; Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Sul, exceto planície costeira interna e externa; Centro-Sul, nas terras altas de oeste; leste do Central; Jacuí Centro.

Fronteira Oeste, exceto sul e leste; Missões, exceto extremo leste; Fronteira Noroeste; norte do Noroeste Colonial; extremo norte do Médio Alto Uruguai; Sul, na planície costeira; Centro--Sul, exceto terras altas de oeste; Central, exceto leste; Litoral.

(continua)

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Quadro 5.23

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas temporárias no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURA PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Batata- -doce

Alto da Serra do Botucaraí, exceto terras altas e sudeste; Central, parte leste; Centro-Sul, no vale do Jacuí; Fronteira Oeste; toda a região, exceto leste e Quaraí; Jacuí Centro; Litoral, nos vales interiores; Missões, nas áreas de cotas baixas, próximas dos rios.

Central, nas demais áreas; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste, em São Gabriel, Santa Margarida do Sul e Quaraí; Missões, nas áreas de cotas intermediárias; Noroeste Colonial.

Sudeste e terras altas do Alto da Serra do Botuca-raí; Médio Alto Uruguai; Missões, nos terrenos sua-ve-ondulados dos altos topográficos; Norte.

Campanha; Centro- -Sul, exceto vale do Jacuí; Litoral, exceto vales interiores; Nor-deste; Sul.

Batatinha para plantio em setem-bro

Metade norte dos Coredes Campanha e Sul, terras altas; Alto da Serra do Botucaraí e sudeste da Noroeste Colonial; metade oeste do Nordeste.

Fronteira Oeste, Jacuí Centro, metade sul dos Missões; praticamente 65% do Central, exceto partes norte e nordeste.

Noroeste Colo-nial, exceto parte sudeste; Frontei-ra Noroeste e metade norte do Missões.

Metade sul do Campa-nha e Sul; Médio Alto Uruguai, Norte e meta-de leste da Nordeste; norte e nordeste do Central.

Batatinha para plantio em outubro

Metade leste do Corede Nordeste.

Batatinha para plantio em novem-bro

Metade norte dos Coredes Cam-panha e Sul, terras altas; Alto da Serra do Botucaraí e sudeste do Noroeste Colonial; metade oeste do Nordeste; Fronteira Oeste, Jacuí Centro, metade sul do Missões; praticamente 65% do Central, exceto partes norte e nordeste.

Noroeste Colo-nial, exceto parte sudeste; Frontei-ra Noroeste e metade norte do Missões.

Metade sul do Campa-nha e Sul; Médio Alto Uruguai, Norte e meta-de leste do Nordeste; norte e nordeste do Central.

Cana-de- -açúcar

Extremo noroeste do Fronteira Oeste; metade oeste do Missões, Fronteira Noroeste; extremo norte do Noroeste Colonial e Médio Alto Uruguai; Litoral e extremo norte do Centro- -Sul.

Fronteira Oeste, exceto extremo noroeste e sul; metade leste do Missões; Médio Alto Uruguai, exceto extremo norte; Centro-Sul, exceto extremo norte; sudoeste do Alto da Serra do Botucaraí; região ao norte de Pelotas, no Sul; extremo norte do Campanha; metade sul do Central; Noroeste Colonial, exceto extremos sul e norte; Corede Norte, exceto partes altas.

Nordeste, Alto da Serra do Botucaraí, exceto seu extremo sudoeste; Sul, exceto região ao norte de Pelotas; Campanha, exceto extremo norte; sul do Corede Fron-teira Oeste; metade norte do Central, ex-tremo sul do Noroeste Colonial; partes altas do Corede Norte.

Centeio e cevada

Fronteira Oeste, sul e leste (de Santana do Livramento a Santa Margarida do Sul); Missões, só extremo leste; Noroeste Colonial, exceto norte; Médio Alto Uruguai, exceto extremo norte; Norte; Nordeste; Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Sul, exceto planície costeira interna e externa; Centro- -Sul, terras altas de oeste; leste do Central; Jacuí Centro.

Fronteira Oeste, exce-to sul e leste; Missões, exceto extremo leste; Fronteira Noroeste; norte da Noroeste Co-lonial; extremo norte da Médio Alto Uruguai; Sul, planície costeira; Centro-Sul, exceto ter-ras altas de oeste; Central, exceto leste; Litoral.

(continua)

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Quadro 5.23

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas temporárias no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURA PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Ervilha Alto da Serra do Botucaraí; Frontei-ra Oeste (Rosário do Sul), Sul, nas terras altas.

Campanha; Fron-teira Oeste, exce-to Rosário; Jacuí Centro; Nordeste; Noroeste Colo-nial; Norte.

Central; Centro-Sul; Fron-teira Noroeste; Litoral; Médio Alto Uruguai; Mis-sões; Sul, exceto terras altas.

Feijão Parte noroeste do Corede Nordeste; todo o Norte e o Médio Alto Uruguai; No-roeste Colonial, exceto ex-tremo sul e extremo norte; nordeste do Central; extre-mo sul do Alto da Serra do Botucaraí.

Nordeste, exceto parte noroeste; extremos sul e norte do Noroeste Colonial; Central, exceto parte nor-deste; Alto da Serra do Botucaraí, exceto extremo sul; Campanha e Sul, exceto metade sul; Fronteira Oeste, exceto extremo sudeste; Fronteira Noroeste; Centro-Sul; Li-toral.

Metade sul do Campanha e do Sul e extremo su-deste do Frontei-ra Oeste.

Forrageira de clima temperado (1)

Nordeste; Norte; Alto da Serra do Botucaraí; metade sul do Médio Alto Uruguai; metade sul do Noroeste Colonial; norte e nordeste do Central; extremo sudes-te da Fronteira Oeste; Jacuí Centro; Campanha; Sul; metade sul do Centro-Sul.

Oeste; parte central e leste do Fronteira Oeste; Central, exceto norte e nordeste; metade leste do Missões e do Fronteira Noroeste; parte central do Noroeste Colonial.

Norte do Fronteira Oeste; metade oeste do Missões e do Fronteira No-roeste; extremo norte do Noroeste Colonial; Litoral; vale do Jacuí, no Centro-Sul.

Forrageira de clima tropical e subtropi- cal (2)

Metade norte do Médio Alto Uruguai; extremo norte do Noroeste Colonial; noroeste e oeste do Fronteira No-roeste; metade oeste do Missões; Litoral e metade norte do Centro-Sul; extre-mo leste do Central; norte do Fronteira Oeste.

Fronteira Oeste, exceto norte e sudeste; metade sul do Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; sul e leste do Fronteira Noroeste; metade leste do Missões; metade sul do Centro- -Sul; Central, exceto extremo leste; Fronteira Oeste, exceto norte e sudeste; Jacuí Centro; oeste do Alto da Serra do Botucaraí, de Mormaço a Jacuizinho; Norte.

Fronteira Oeste, sudeste; Campa-nha; metade leste do Corede Sul; Al-to da Serra do Bo-tucaraí, exceto oeste.

Metade oeste do Core-de Sul; metade leste do Nordeste.

Fumo Extremo sul do Alto da Serra do Botucaraí; extremo sudes-te do Central; norte do Jacuí Centro; norte e leste do Mis-sões; Fronteira Noroeste; No-roeste Colonial, exceto extre-mo sul e leste; metade oeste do Médio Alto Uruguai.

Alto da Serra do Botucaraí, exceto extremo sul; Central, exceto extremo sudoeste; Jacuí Centro, exceto norte; Missões, exceto norte e leste; sul e leste do Noroeste Colonial; metade leste do Médio Alto Uruguai; Norte; Nordeste, exceto extremo sudeste; Jacuí Centro; Fronteira Oeste, exceto parte sudeste.

Campanha; metade oeste e área litorânea externa do Sul; Litoral de Capivari para o sul; sudeste do Fronteira Oeste.

Mandioca Extremo norte do Fronteira Oeste; terço oeste do Missões; Fronteira Noroeste; norte do Noroeste Colonial e do Médio Alto Uruguai; extremo sudeste do Central; norte do Jacuí Centro; extremo sudoeste do Alto da Serra do Botucaraí; terrenos de cotas intermediárias no Litoral.

Fronteira Oeste, exceto extremo norte e Municípios de Santana do Livramento e Rosário do Sul; parte central e leste do Missões; Noroeste Colonial e Médio Alto Uruguai, exceto norte; Central exceto extremo sudeste; Jacuí Centro, exceto norte; Alto da Serra do Botucaraí, exceto extremo sudoeste; Litoral, exceto terrenos de cotas intermediárias, várzeas e zonas de dunas; Norte; metade oeste do Nordeste.

Santana do Livra-mento e Rosário do Sul; sul do Cam-panha; sudoeste do Corede Sul e zonas de várzeas e de dunas.

Metade leste do Nordeste.

(continua)

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Quadro 5.23

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas temporárias no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURA PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Melancia e melão

Terras altas do Corede Sul; Noroeste Colonial, parte norte; Missões, áreas próximas dos vales dos rios; Médio Alto Uruguai, áreas próximas ao rio Uruguai ou em cotas intermediárias; Litoral, menos as áreas de várzea ou costeiras; Jacuí Centro; Fronteira Oeste, no norte; Fronteira Noroeste; Centro-Sul, no vale do Jacuí; Central, na Quarta Colônia; Campanha, em Bagé, da cidade para o sul; Dom Pedrito, exceto terras altas; Alto da Serra do Botucaraí, áreas de sudoeste.

Norte; Noroeste Colonial, exceto parte norte; Nordeste, exceto terras altas; Missões, terrenos nos divisores de água; Médio Alto Uruguai, exceto áreas próximas do rio Uruguai ou em cotas intermediárias; Litoral, várzeas e áreas costeiras; Fronteira Oeste, áreas da depressão central e vale do Ibicuí; Central, exceto Quarta Colônia; Campanha, região carbonífera; Alto da Serra do Botucaraí, vale do Jacuí de Espumoso para o norte.

Terras altas do Campanha; Alto da Serra do Botuca-raí, terras altas de Soledade, Barros Cassal e Fontoura Xavier.

Áreas baixas e várzeas do Corede Sul; Nordes-te, terras altas; Fronteira Oeste, terras altas; Centro-Sul, exceto vale do Jacuí.

Milho, semeadura em 10 de setembro

Corede Sul, planície costeira externa e interna, exceto extremo sul de Santa Vitória do Palmar e Chuí; Centro- -Sul, exceto extremo norte; Metade norte do Campanha; Jacuí Centro, exceto parte central; Central; Alto da Serra do Botucaraí; Nordeste, exceto parte leste; Litoral; Norte; Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; Fronteira Noroeste, exceto noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, exceto oeste e sul.

Parte central do Jacuí Centro; norte do Noroeste Colonial; oeste e noroeste do Fronteira Noroeste; oeste do Missões; oeste e sul do Fronteira Oeste.

Sul, Santa Vitória do Palmar e Chuí; extremo norte do Centro-Sul; Fron-teira Oeste, faixa no limite leste com Campanha e por-ção leste.

Sul, terras altas de Pira-tini e Pinheiro Machado; Campanha, oeste e sul; leste do Nordeste.

Milho, semeadura em 10 de ou-tubro e 10 de novembro

Região Sul, exceto terras al-tas de Herval, Pedras Altas, Canguçu, Piratini e Pinheiro Machado; Campanha, exce-to sudoeste e sul; Litoral; Nordeste, exceto porção les-te; Norte; Médio Alto Uru-guai; Centro-Sul, exceto ex-tremo norte. Jacuí Centro, exceto parte central; Central; Alto da Ser-ra do Botucaraí; Norte; Me-dio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; Fronteira Noroeste, exceto noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fron-teira Oeste, na divisa com o Central.

Sul, terras altas de Herval, Pedras Altas, Canguçu, Piratini e Pinheiro Machado; extremo norte do Centro- -Sul; extremo norte do Noroeste Colonial; Fronteira Noroeste, nas partes noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, no oeste e na parte central.

Fronteira Oeste, no noroeste, no sul e no leste.

Leste do Nordeste; su-doeste e sul do Campa-nha; Litoral, ao sul de Mostardas; parte central do Jacuí Centro; Mis-sões, no extremo oeste; Noroeste; Fronteira Oes-te, no sudeste.

(continua)

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Quadro 5.23

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas temporárias no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURA PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Milho, se-meadura em 10 de dezembro

Corede Sul; Campanha, exceto oeste e sul; Litoral, ao norte de Pinhal e Osório; Nordeste, exceto porção leste; Norte; Médio Alto Uruguai; Centro-Sul, exceto extremo norte; Jacuí Centro, exceto parte central; Central; Alto da Serra do Botucaraí; Norte; Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; Fronteira Noroeste, exceto noroeste e oeste; Missões, exceto oeste.

Litoral, na região de Capivari; extremo norte do Centro-Sul; extremo norte do Noroeste Colonial; Fronteira Noroeste, nas partes noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, no oeste e na parte central;

Leste do Corede Nordeste; oeste e sul do Campanha; Litoral, ao sul de Mostardas; parte central do Jacuí Centro; Missões, no extremo oeste; Noroeste; Fronteira Oeste, no noroeste, no sul, no sudeste e no leste.

Soja Terço leste do Corede Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; norte e nordeste do Norte; Alto da Serra do Botucaraí; e metade leste do Central.

Partes central e oeste do Corede Missões; centro, sul, leste e nordeste do Norte; Nordeste; metade oeste do Central; Fronteira Oeste; Campanha, exceto sul; partes altas de Canguçu, Piratini e Pinheiro Machado, mais planície costeira interna, ao norte de Pelotas; Centro-Sul; e Jacuí Centro.

Sul do Campa-nha; planície costeira externa e áreas que dre-nam para a la-goa Mirim, no Corede Sul.

Sorgo Litoral, Centro-Sul; Sul; Campanha; Fronteira Oeste; metade oeste do Missões e do Central e Jacuí Centro.

Nordeste; Norte; Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial; Fronteira Noroes-te; Alto da Serra do Botucaraí; meta-de leste do Missões e do Central.

Trigo e linho

Sudoeste e oeste do Corede Sul; Campanha, exceto extremo norte; Fronteira Oeste, Missões, Central, exceto sudeste; extremo oeste do Jacuí Centro; Alto da Serra do Botucaraí; Fronteira Noroeste, exceto extremo norte e noroeste; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; metade sul do Médio Alto Uruguai; Norte; e Nordeste, exceto sudeste.

Norte das terras altas do Corede Sul; extremo norte do Campanha; sudeste do Central; Jacuí Centro, exceto extremo oeste; sudeste do Nordeste; metade oeste do Centro- -Sul.

Extremo norte do Noroeste Colo-nial; metade nor-te do Médio Alto Uruguai; e norte e noroeste do Fronteira No-roeste.

Terrenos baixos do Corede Sul; Litoral; e metade leste do Centro-Sul.

FONTE: GOVERNO DO ESTADO. Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico do Estado do Rio Grande do Sul. v. 1 e 2, Porto Alegre, 1994. <www.criareplanta.com.br>. <www.cnpa.embrapa.br>. <www.cca.ufsc.br>. <www.epdra.rcts.pt/pv>. <www.cnph.embrapa.br>. <www.emapa.org.br>. <www.cnpt.embrapa.br>. <www.geocities.com>.

(1) São consideradas forrageiras de clima temperado as seguintes: aveia, azevém, centeio, cornichão, festuca, Phalaris, serradela, trevo branco, trevo visiculosum, trevo subterrâneo, trevo vermelho e trigo. (2) São consideradas forrageiras de clima tropical ou subtropical as seguintes: capim Rhodes, centrosema, Desmodium intortum, feijão miúdo, Latononis, missioneira, pangola, Panicum maximum, pensacola, Phaseolus atropurpureus, Paspalum dilatatum, setária, soja perene, sorgo e milhetos.

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Figura 5.32

Zoneamento agroclimático para a cultura da videira européia no Rio Grande do Sul — 1994

FONTE: SAA-Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico — Estado do Rio Grande do Sul.

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Quadro 5.24

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Abacate Alto da Serra do Botucaraí, vale do Jacuí, de Espumoso para o sul; Central, na Quarta Colônia; Centro-Sul, Vale do Jacuí; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste, na parte norte; Jacuí Centro, exceto terrenos altos do sul; Litoral, de Osório para o norte; Médio Alto Uruguai, nos municípios do norte; Missões, terrenos da costa dos rios Uruguai, e Ijuí; extremo norte do Noroeste Colonial.

Alto da Serra do Botu-caraí, vale do Jacuí, de Espumoso para o norte; Central, exceto Quarta Colônia; Fronteira Oes-te, áreas planas ou sua-ve-onduladas da De-pressão; Missões, terre-nos em cotas interme-diárias; noroeste do Co-rede Nordeste; Noroes-te Colonial, exceto ex-tremo norte e extremo sul; Norte; e vales inte-riores do Corede Sul.

Alto da Serra do Bo-tucaraí, terras altas; Campanha; Fron-teira Oeste, em ter-renos elevados; Centro-Sul, terrenos altos do sul; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Nordeste, exceto seu noroes-te; Noroeste colo-nial, exceto norte, na costa do Jacuí.

Jacuí Centro, exceto vale do Jacuí; Litoral, balneários e várzeas; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Sul, exceto vales interiores.

Banana Litoral, desde Osório para o norte; extremo norte do Corede Jacuí Centro e leste do Central; áreas margeando o rio Uruguai nos Co-redes Missões, Fronteira Noroes-te, Noroeste Colonial (extremo norte) e Médio Alto Uruguai (me-tade norte).

Norte, áreas baixas da costa do rio Uruguai.

Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Centro-Sul; Fronteira Oeste; Litoral, desde Osório para o sul, Jacuí Centro, exceto extremo norte; oeste do Central; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial e Médio Alto Uruguai, exceto as áreas ao norte, que drenam para o rio Uruguai; Nordeste; Sul; Norte, exceto áreas que drenam para o rio Uruguai.

Caqui Alto da Serra do Botucaraí; Centro-Sul, Vale do Jacuí; Jacuí Centro, em terrenos altos do sul; Litoral, vales interiores em cotas intermediárias e altas; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Noroeste Colonial, extemo sul.

Campanha; Central, na Quarta Colônia; Fron-teira Noroeste; Fronteira Oeste; Médio Alto Uru-guai, municípios do les-te; Missões, terrenos em cotas intermediárias; Nordeste; Noroeste Co-lonial, exceto extremo sul, Norte, Sul, terras altas de Pinheiro Ma-chado, Canguçu, Santa-na da Boa Vista e Pira-tini.

Central, exceto Quarta Colônia; Médio Alto Uru-guai, exceto nos municípios do les-te; Missões, em terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí.

Centro-Sul, exceto Vale do Jacuí; Jacuí Centro, em terrenos altos do sul; e Litoral, exceto vales interiores.

Erva-mate Alto da Serra do Botucaraí, terras altas; Litoral, terras altas do planalto; Médio Alto Uruguai; Nordeste; e Norte.

Alto da Serra do Botu-caraí, exceto terras al-tas; Fronteira Noroeste, somente em Boa Vista do Buricá; e Noroeste Colonial, exceto parte norte.

Missões, norte do Noroeste Colonial.

Campanha; Sul; Central; Centro-Sul; Fronteira Noroeste, exceto Boa Vista do Buricá; Fronteira Oeste; Jacuí Centro; e Litoral, exceto terras altas do planalto.

(continua)

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Quadro 5.24

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Figo Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Central, nas terras altas do planalto; Fronteira Oeste, no Vale do Quaraí e parte leste; Jacuí Centro, nos terrenos altos do sul; Litoral, nos vales interiores em cotas intermediárias e altas; Médio Alto Uruguai, nos municípios do leste; Missões, nos grandes municípios do leste e do sul; Nordeste; Noroeste Colonial, no extremo sul; e Norte.

Centro-Sul, no Vale do Jacuí; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste, no Vale do Uruguai, exceto São Borja; Médio Alto Uruguai, exceto nos municípios do leste; Missões, em terre-nos em cotas interme-diárias; Noroeste Colonial, exceto extremo sul, e terras altas do Sul.

Missões, terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí.

Centro-Sul, exceto vale do Jacuí. Fronteira Oeste, em São Borja; Jacuí Centro, em terrenos altos do sul; Litoral, exceto vales interiores; e Sul, exceto terras altas.

Goiaba Central, na Quarta Colônia; Cen-tro-Sul, Vale do Jacuí; Fronteira Noroeste, em terrenos próximos às drenagens; Fronteira Oeste, no norte da região; Jacuí Centro, ex-ceto em terrenos altos do sul; Li-toral, nos vales interiores; Médio Alto Uruguai, nos municípios do norte; Missões, em terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí; extremo norte do Noroeste Colo-nial.

Centro-Sul, exceto Vale do Jacuí; Fronteira No-roeste, terrenos em cotas intermediárias; Médio Alto Uruguai, exceto nos mu-nicípios do norte; Mis-sões, terrenos em cotas intermediárias; noroeste do Corede Nordeste; e Norte, em áreas ao norte.

Central, exceto na Quarta Colônia; Fronteira Oeste, ex-ceto no norte da região; Missões, nos grandes municípios do leste e do sul; Nordeste, exceto na parte noroeste; No-roeste exceto na parte norte.

Alto da Serra do Botucaraí; Campa-nha; Centro-Sul, exceto no Vale do Jacuí; Jacuí Centro, nos terrenos altos do sul; Litoral, exceto nos vales inte-riores; Norte, exceto nas áreas ao norte, que drenam para o rio Uruguai; e no Sul.

Laranja Fronteira Oeste, exceto norte e oeste; sul do Cam-panha e do Corede Sul, exceto planície costeira; metade sul do Jacuí Cen-tro e extremo norte do Campanha; Centro-Sul, exceto parte norte; No-roeste Colonial, ao sul; metade leste do Médio Alto Uruguai; Alto da Ser-ra do Botucaraí, exceto área entre Mormaço e Ja-cuizinho; extremo oeste e sudoeste do Corede Norte; norte do Corede Sul; e Jacuí Centro, na parte sul.

Norte, exceto no extremo oeste e no sudoeste; Nordeste, parte central do Corede Sul, metade norte do Campanha, exceto no extremo norte, oeste do Centro-Sul, Sul, na planície costeira externa; e Nordeste.

Litoral e Sul, na planície costeira,

Limão e tangerina

Fronteira Oeste, exceto norte e oeste; sul do Campanha e do Corede Sul exceto planície costeira; metade sul do Jacuí Centro e extremo norte do Campanha; Centro-Sul, exceto parte norte; Noroeste Colonial, ao sul; metade leste do Médio Alto Uruguai; Alto da Serra do Botucaraí, exceto área entre Mormaço e Jacuizinho; extremo oeste e sudoeste do Corede Norte; e norte do Corede Sul.

Norte, exceto ex-tremo oeste e su-doeste; Nordeste; parte central do Co-rede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo nor-te; oeste do Centro- -Sul; Sul, na planície costeira externa; e Nordeste.

Litoral e Sul, na planície costeira.

(continua)

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Quadro 5.24

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Laranja e tangerina

Alto da Serra do Botucaraí, na parte oeste, entre Mormaço e Jacuizinho; metade norte do Jacuí Centro; sudeste e leste do Central; extremo norte do Campanha e do Centro-Sul; extremo oeste do Lito-ral; norte e oeste do Fronteira Oes-te; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; e metade oeste do Médio Alto Uruguai.

Metade sul do Corede Jacuí Centro.

Norte, exceto extre-mo oeste e sudoeste; Nordeste; parte cen-tral do Corede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo norte; oeste do Centro-Sul, Sul, na planície costeira externa; e Nordeste.

Litoral, na planície costeira.

Limão Alto da Serra do Botucaraí na parte oeste, entre Mor-maço e Jacuizinho; meta-de norte do Jacuí Centro; sudeste e leste do Cen-tral; extremo norte do Campanha e do Centro- -Sul; extremo oeste do Li-toral; norte e oeste do Fronteira Oeste; Missões, Fronteira Noroeste; No-roeste Colonial; e metade oeste do Médio Alto Uru-guai.

Norte, exceto extre-mo oeste e sudoeste; Nordeste; parte cen-tral do Corede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo norte; oeste do Centro-Sul; Sul, na planície costeira externa; Jacuí Cen-tro, na metade sul; e Nordeste.

Litoral, na planície costeira.

Maçã Terras altas de Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista, Piratini e Canguçu, no Corede Sul; Fronteira Oeste, em torno da Cidade de Quaraí; extremo norte do Litoral; e Nordeste, nas partes altas.

Sudeste do Corede Norte; partes altas do Alto da Serra do Botucaraí; Sul, exceto nas terras altas e nas terras baixas das pla-nícies costeiras; Fronteira Oeste, no anel de contor-no das áreas preferenciais de Quaraí; Campanha, exceto extremo norte; ter-ras altas do sudoeste e oeste do Corede Centro- -Sul; meia encosta do Li-toral; oeste e sudeste do Nordeste, limite com Norte e Produção, Norte, nas terras altas, na parte cen-tral.

Central, Sul, nas planícies cos-teiras interna e externa; Fronteira Oeste, exceto nas áreas em torno de Quaraí; extremo norte do Cam-panha; Centro-Sul, exceto sudoes-te e oeste; Norte, exceto sudeste; Alto da Serra do Botucaraí, exceto nas terras altas de Ibirapuitã até Barros Cassal e Fontoura Xavier; extremo norte do Campanha; Mis-sões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; Li-toral; Jacuí Centro; extremo no-roeste, costa do Uruguai, no Nor-deste; Norte, exceto terras altas da parte central.

(continua)

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Quadro 5.24

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Mamão Central, na Quarta Colônia; Fron-teira Noroeste, em terrenos próxi-mos às drenagens; Fronteira Oeste, no norte da região; Jacuí Centro, em áreas ao norte; Lito-ral, nos vales interiores; Médio Alto Uruguai, nos municípios do norte; Missões, em terrenos bai-xos da costa dos rios Uruguai e Ijuí; extremo norte do Noroeste Colonial; e Norte, nas terras que drenam para o rio Uruguai.

Centro-Sul, Vale do Ja-cuí; noroeste da região Nordeste; Noroeste Co-lonial, exceto parte norte.

Fronteira Noroeste, em terrenos em co-tas intermediárias e altas; Médio Alto Uruguai, exceto mu-nicípios do norte; Missões, nos gran-des municípios do leste e do sul; Mis-sões, nos terrenos em cotas interme-diárias; Nordeste, exceto no noroeste; Noroeste Colonial, exceto na parte norte; Norte, exceto nas terras que dre-nam para o rio Uru-guai.

Alto da Serra do Botucaraí; Cam-panha; Central, exceto na Quarta Colônia; Centro-Sul, exceto no Vale do Jacuí; Fronteira Oeste, exceto no norte da região; Jacuí Centro, exceto nas áreas ao norte; Litoral, exceto nos vales interiores e Sul.

Manga Central, na Quarta Colônia; Fron-teira Noroeste, nos terrenos pró-ximos às drenagens; Fronteira Oeste, ao norte da região; Jacuí Centro, nas áreas ao norte; Lito-ral, nos vales interiores; Médio Alto Uruguai, nos municípios do norte; Missões, nos terrenos bai-xos da costa dos rios Uruguai e Ijuí; extremo norte do Corede No-roeste Colonial; Norte, nas terras que drenam para o rio Uruguai.

Centro-Sul, Vale do Ja-cuí, noroeste do Corede Nordeste.

Fronteira Noroeste, nos terrenos em co-tas intermediárias e altas, Médio Alto Uruguai, exceto mu-nicípios do norte, Missões, nos gran-des municípios do leste e do sul, Mis-sões, nos terrenos em cotas interme-diárias; Nordeste, exceto no noroeste; Noroeste Colonial, exceto na parte norte; e Norte, exce-to nas terras ao norte.

Alto da Serra do Botucaraí, Campa-nha, Central, exceto na Quarta Co-lônia, Centro-Sul, exceto no Vale do Jacuí, Fronteira Oeste, exceto no nor-te da região, Jacuí Centro, exceto nas áreas ao norte, Litoral, exceto nos vales interiores; e Sul.

Marmelo Alto da Serra do Botucaraí; Cen-tral, nas terras altas do planalto; Centro-Sul, nas terras altas do sudoeste; Jacuí Centro, nas áreas altas do sul; Missões, em terrenos de cotas intermediárias; Sul, exceto nas terras baixas das planícies costeiras interna e ex-terna.

Campanha; Central, ex-ceto nas terras altas do planalto; Litoral; Médio Alto Uruguai, nos muni-cípios do leste, Missões, em cotas altas; Fronteira Oeste, em Itacurubi; Nor-deste, nas partes altas; Noroeste Colonial, exce-to na parte norte; e Nor-te.

Jacuí Centro, ex-ceto nas áreas altas do sul; Médio Alto Uruguai, exceto nos municípios do leste; Fronteira Noroeste; leste e sudeste do Nordeste, limite com Norte e Produção.

Centro-Sul, nas terras altas de su-doeste; Fronteira Oeste, exceto em Itacurubi; extremo noroeste e costa do Uruguai, no Nordeste; extremo norte do Noroeste Colonial; Sul, nas planícies costeiras interna e externa.

Noz Central, em Santa Maria, Cacequi e São Francisco de Assis; Centro-Sul, no Vale do Jacuí; Jacuí Centro, exceto nas áreas altas do sul; Sul, nas áreas do leste, em cotas intermediárias e no sul, fronteira com Uruguai.

Campanha; Central, ex-ceto em Santa Maria, Ca-cequi e São Francisco de Assis; Médio Alto Uru-guai; nos municípios do leste.

Alto da Serra do Bo-tucaraí; Médio Alto Uruguai, exceto nos municípios do leste; Fronteira Noroeste; Missões; Nordeste; e Noroeste Colonial, exceto no norte.

Centro-Sul, exceto Vale do Jacuí; Fronteira Oeste; Jacuí Centro, nas áreas altas do sul; Litoral; norte do Noroeste Colonial; Norte, Sul, nas áreas baixas das planícies costeiras interna e externa e nas áreas altas da porção central e norte.

(continua)

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Quadro 5.24

Inserção das regiões no zoneamento agroclimático das diferentes culturas permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Pêra Sul, Campanha, Fronteira Oeste, no sul, no sudeste e no leste; Alto da Serra do Botucaraí; Norte, Nordeste, exceto no extremo sudeste; extremo leste do Médio Alto Uruguai; norte e nordeste do Central; metade sul do Centro- -Sul; e extremo sul do Noroeste Colonial.

Extremo sudeste do Nor-deste; partes central e norte do Fronteira Oeste; Central, exceto norte e nordeste; metade norte do Centro-Sul; Médio Alto Uruguai, exceto o extremo leste; Litoral; Jacuí Centro; Missões; Fronteira No-roeste; e Noroeste Colo-nial, exceto extremo sul.

Pêssego Sul, Campanha, Fronteira Oeste, no sul, no sudeste e no leste; Alto da Serra do Botucaraí; Norte, Nor-deste, exceto no extremo sudeste; extremo leste do Médio Alto Uru-guai; norte e nordeste do Central; metade sul do Centro-Sul; extremo sul do Noroeste Colonial.

Extremo sudeste do Nor-deste; partes central e norte do Fronteira Oeste; Central, exceto no norte e no nordeste; metade norte do Centro-Sul; Médio Alto Uruguai, exceto no extre-mo leste; Litoral, nas áreas costeiras; Jacuí Centro; Missões; Fronteira No-roeste e Noroeste Colo-nial, exceto no extremo sul.

Uvas americanas (ex.: Isabel e Niágara)

Sul, exceto nas planícies costeiras interna e externa; metade sul do Centro-Sul; Campanha; Fronteira Oeste, no sul e no leste; nordeste do Central; Alto da Serra do Botucaraí, exceto na parte oeste; extremo sul do Noroeste Colonial; Norte, nas terras ao norte, a noroeste e a oeste.

Metade norte do Centro- -Sul; Fronteira Oeste, na parte central; parte oeste do Alto da Serra do Botu-caraí; Central, exceto na parte nordeste; leste do Médio Alto Uruguai; Nor-te, a sul e leste; Nordeste, exceto no leste e no sudeste; Jacuí Centro.

Litoral; planície costeira do Sul; Fronteira Oeste, do Ibicuí para o norte; Missões; Fronteira Noroes-te; Noroeste Colonial, exceto no extremo sul; oeste do Médio Alto Uruguai; e leste e sudeste da Nordeste.

Uva européia

Terrenos altos dos Coredes Sul e Centro-Sul; Campanha e sul do Fronteira Oeste; leste do Alto da Serra do Botucaraí.

Partes altas do Alto da Serra do Botucaraí; nor-deste e sul do Jacuí Cen-tro; e leste da Fronteira Oeste.

Central e Jacuí Centro, exceto no sul.

Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; Norte; Litoral; terras baixas do Centro-Sul e do Sul; oeste e norte do Fronteira Oeste; Nordeste; e Norte.

FONTE: GOVERNO DO ESTADO. Embrapa: Macrozoneamento Agroecológico e Econômico do Estado do Rio Grande do Sul. v. 1 e 2. Porto Alegre, 1994. <www.seagri.ba.gov.br>. <www.cnpf.embrapa.br>. <www.bibvirt.futuro.usp.br>. <www.infoagro.com>. <www.todafruta.com.br>. <www.geocities.com>. EMBRAPA; SEBRAE; BANRISUL. A Competitividade da Vitivinicultura Brasileira. Porto Alegre, 1995. MEDEIROS, C. A. B.; RASEIRA, M. C. B. A cultura do pessegueiro. Embrapa Clima Temperado, Brasília,1998. EMBRAPA CLIMA TEMPERADO — Pêssego — Manual do Produtor, Pelotas, 1998.

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A posição de cada região em relação ao conjunto das culturas demonstra as restrições climáticas para que elapossa promover a diversificação, mas, por outro lado, justifica a sua especialização, ou aponta as potencialidades queela possui por apresentar baixas restrições à introdução de uma ampla pauta de produtos.

No G14, como conjunto, nenhuma cultura temporária e permanente apresenta restrições universais. Sempre exis-te alguma região ou área dentro de uma região que é preferencial ou tolerada para uma determinada cultura ou para umgrande conjunto delas. Entretanto, em determinadas regiões, as restrições são mais fortes que em outras para culturasque apresentam exigências climáticas similares, sendo que essas regiões são preferenciais para aquelas culturas queapresentam características em contraponto com outras. Como já se afirmou anteriormente, existem regiões que sãomais adequadas para a produção de culturas “temperadas”, enquanto outras o são para culturas “tropicais”. Por outrolado, em qualquer região existem terrenos baixos e mais quentes e áreas altas e mais frias, o que neutraliza a possívelespecialização que a sua posição geográfica poderia indicar. Somente culturas muito exigentes em frio ou calor é queficam restritas a áreas determinadas.

No caso do Rio Grande do Sul, somente duas culturas temporárias não apresentam áreas com restrições climáti-cas dentro do G14 (o arroz e o sorgo), da mesma forma que apenas duas permanentes (pêra e pêssego).

Existem culturas que são exigentes em frio e se comportam bem com alta umidade, mas é o frio de uma certaregião que determina a sua condição de preferencial ou tolerada, no sentido positivo, ou marginal e não recomendadapara o cultivo, como restrição. Esse é o caso da erva-mate e da maçã, nas áreas preferenciais e toleradas das terrasaltas da macrorregião Norte, especialmente dos Coredes Alto da Serra do Botucaraí, Nordeste e Norte e, secundaria-mente, do Médio Alto Uruguai e do Noroeste Colonial.

Outras culturas são medianamente exigentes em frio e se comportam bem em climas secos, como é o caso doalho e da cebola, da batata-doce e do trigo entre as temporárias e da noz e da uva entre as permanentes; enquantooutras são exigentes em frio, mas exigentes em umidade, como é o caso da aveia, do centeio e da cevada, do feijão,das forrageiras de clima temperado e da soja. Outras tantas são relativamente indiferentes ao grau de umidade, para ocaso do Rio Grande do Sul, como a alfafa — embora a restrição principal, nesse caso, seja a acidez dos solos — oabacate, o caqui, os cítricos, o figo, a goiaba (mais propensa a produzir bem em climas relativamente secos e quentes),o marmelo, a pêra e o pêssego.

Algumas culturas comportam-se melhor na ausência de frio, embora essa restrição não seja totalmente impeditiva.Em geral, não são muito exigentes em umidade, desde que esta atinja os níveis mínimos, como é o caso das forrageirasde clima tropical, do fumo, da mandioca, da melancia, do melão (todos bem adaptados em climas secos, emboratambém se desenvolvam em ambientes relativamente úmidos), entre as temporárias. Também se enquadram nessegrupo o abacaxi, o amendoim, a batatinha e a ervilha, que exigem ambientes um pouco mais secos que as anteriormen-te citadas.

Dentre as permanentes, salientam-se a manga, o mamão e a banana, que sofrem restrições maiores pelo lado datemperatura, porque todas evoluem bem em climas relativamente secos, embora não apresentem dificuldades quandoexiste uma estação seca num ambiente anual também com períodos mais úmidos.

O Quadro 5.25 reflete essa situação pelo lado negativo, ou seja, das regiões que apresentam restrições aodesenvolvimento de determinadas culturas temporárias e permanentes, confirmando as afirmações anteriores.

As regiões que mostram restrições para a produção de abacaxi (Sul, Centro-Sul, Campanha, Missões, Alto daSerra do Botucaraí, Norte e Nordeste e parte das regiões Central, Fronteira Oeste, Jacuí Centro e Fronteira Noroeste)são as mesmas que encontram limitações para a produção de amendoim, batata-doce, cana-de-açúcar, forrageiras declima tropical, abacate, banana, goiaba, mamão e manga.

Por outro lado, as regiões que apresentam limitações, impedindo que sejam alcançados altos rendimentos emaveia (Fronteira Oeste, exceto sul e leste; Missões, exceto extremo leste; Fronteira Noroeste; norte da Noroeste Colo-nial; extremo norte da Médio Alto Uruguai; Sul, planície costeira; Centro-Sul, exceto terras altas de oeste; Central,exceto leste; e Litoral), são as mesmas que apresentam restrições para a produção de centeio, cevada, forrageiras declima temperado, trigo, linho, erva-mate, figo, maçã e marmelo.

Algumas culturas apresentam dificuldades em alcançar ou manter altas produtividades físicas por níveis reduzi-dos de umidade no ambiente, situação algumas vezes agravada pela baixa temperatura, ou em função exclusivamentedesse parâmetro, como é o caso do feijão, do milho e da soja, coincidindo as suas áreas marginais e não recomendadas(Sul, zona costeira interna e externa, terras altas de Piratini, Santana da Boa Vista e Pinheiro Machado; Campanha;extremo norte da Centro-Sul; Fronteira Oeste, faixa no limite leste com Campanha e porção leste; leste da Nordeste; eLitoral, zona costeira).

De qualquer maneira, são inúmeras as possibilidades de diversificação no interior do G14 e de cada um de seusCoredes, como pode ser observado no Quadro 5.26.

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Quadro 5.25

Culturas com sérias restrições nos Coredes do Rio Grande do Sul — 1994

a) culturas temporárias

CULTURAS MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Abacaxi Central, exceto leste; Fronteira Noroeste, exceto norte; Litoral, ao sul de Capivari; Sul, Centro-Sul, Campanha, Fronteira Oeste, Jacuí Centro; Missões; Alto da Serra do Botucaraí; Norte; Nordeste.

Alfafa Sul, área que drena para a bacia da lagoa Mirim.

Alho e cebola Metade norte do Sul e planícies de Rio Grande para o sul; metade leste do Central; Missões, terço leste; Alto da Serra do Boturacaraí; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; Norte e Nordeste.

Amendoim Médio Alto Uruguai; terras altas e sudeste do Alto da Serra do Botucaraí.

Sul, Norte, Nordeste, Litoral, exceto vales interiores; Jacuí Centro, exceto o seu norte; Fronteira Oeste; Jacuí Centro, exceto vale do Jacuí; Campanha.

Aveia Fronteira Oeste, exceto sul e leste; Missões, exceto extremo leste; Fronteira Noroeste; norte do Noroeste Colonial; extremo norte do Médio Alto Uruguai; Sul, planície costeira; Centro-Sul, exceto terras altas de oeste; Central, exceto leste; Litoral.

Batata-doce Sudeste e terras altas do Alto da Serra do Botucaraí; Médio Alto Uruguai; Missões, terrenos suave-ondulados dos altos topográficos; Norte.

Campanha; Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Litoral, exceto vales interiores; Nordeste; Sul.

Batatinha para plantio em setembro

Noroeste Colonial, exceto parte sudeste; Fronteira Noroeste e metade norte do Missões.

Metade sul do Campanha e Sul; Médio Alto Uruguai, Norte e metade leste da Nordeste; norte e nordeste do Central.

Batatinha para plantio em outubro

Todo o G14, exceto a metade leste da Nordeste.

Batatinha para plantio em novembro

Noroeste Colonial, exceto parte sudeste; Fronteira Noroeste e metade norte do Missões.

Metade sul do Campanha e Sul; Médio Alto Uruguai, Norte e metade leste da Nordeste; norte e nordeste do Central.

Cana-de-açúcar Nordeste, Alto da Serra do Botucaraí, exceto seu extremo sudoeste; Sul, exceto região ao norte de Pelotas; Campanha, exceto extremo norte; sul da região Fronteira Oeste; metade norte da Central; extremo sul do Noroeste Colonial, partes altas do Corede Norte.

Centeio e cevada

Fronteira Oeste, exceto sul e leste; Missões, exceto extremo leste; Fronteira Noroeste; norte do Noroeste Colonial; extremo norte do Médio Alto Uruguai; Sul, planície costeira; Centro-Sul, exceto terras altas de oeste; Central, exceto leste; Litoral.

Ervilha Campanha, Fronteira Oeste, exceto Rosa-rio; Jacuí Centro; Nordeste; Noroeste Colonial; Norte.

Central; Centro-Sul, Fronteira Noroeste; Litoral; Médio Alto Uruguai; Missões; Sul, exceto terras altas.

Feijão Metade sul do Campanha e do Sul e extremo sudeste do Fronteira Oeste.

Forrageira de clima temperado (1)

Norte do Fronteira Oeste; metade oeste do Missões e do Fronteira Noroeste; extremo norte do Noroeste Colonial; Litoral; vale do Jacuí, no Centro-Sul.

(continua)

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Quadro 5.25

Culturas com sérias restrições nos Coredes do Rio Grande do Sul — 1994

a) culturas temporárias

CULTURAS MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Forrageira de clima tropical e subtropical (2)

Fronteira Oeste, no sudeste; Campanha; metade leste do Corede Sul; Alto da Serra do Botucaraí, exceto oeste.

Metade oeste do Corede Sul; metade leste do Nordeste.

Fumo Campanha; metade oeste e área litorânea externa do Sul; Litoral, de Capivari para o sul; sudeste do Fronteira Oeste.

Mandioca Santana do Livramento e Rosário do Sul; sul do Campanha; sudoeste do Sul e zonas de várzeas e de dunas.

Metade leste do Nordeste.

Melancia e melão

Terras altas do Campanha; Alto da Serra do Botucaraí, nas terras altas de Soledade, Barros Cassal e Fontoura Xavier.

Áreas baixas e várzeas do Corede Sul; Nordeste, terras altas; Fronteira Oeste, terras altas; Centro-Sul, exceto vale do Jacuí.

Milho, semeadura em 10 de setembro

Sul, em Santa Vitória do Palmar e Chuí; extremo norte do Centro-Sul; Fronteira Oeste, faixa no limite leste com Campanha e porção leste.

Sul, terras altas de Piratini e Pinheiro Machado, Campanha, oeste e sul; leste do Nordeste.

Milho, semeadura em 10 de outubro e 10 de novembro

Fronteira Oeste, noroeste, sul, e leste. Leste do Nordeste; sudoeste e sul do Campanha; Litoral, ao sul de Mostardas; parte central do Jacuí Centro; Missões, no extremo oeste; Noroeste Colonial; Fronteira Oeste, no sudeste.

Milho, semeadura em 10 de dezembro

Leste do Nordeste; oeste e sul do Campanha; Litoral, ao sul de Mostardas, parte central do Jacuí Centro; Missões, no extremo oeste; Noroeste Colonial; Fronteira Oeste, noroeste, sul, sudeste e leste.

Soja Sul do Campanha; planície costeira externa e áreas que drenam para a lagoa Mirim, no Corede Sul.

Trigo e linho

Extremo norte do Noroeste Colonial; metade norte do Médio Alto Uruguai; norte e noroeste do Fronteira Noroeste.

Terrenos baixos do Corede Sul; Litoral; metade leste do Centro- -Sul

b) culturas permanentes

CULTURAS MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Abacate Alto da Serra do Botucaraí, terras altas; Campanha; Fronteira Oeste, terrenos elevados; Centro-Sul; terrenos altos do sul; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Nordeste, exceto seu noroeste; Noroeste colonial, exceto norte, na costa do Jacuí.

Jacuí Centro, exceto Vale do Jacuí; Litoral, balneários e várzeas; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Sul, exceto vales interiores.

Banana Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Centro-Sul; Fronteira Oeste; Litoral, desde Osório para o sul; Jacuí Centro, exceto extremo norte; oeste do Central; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai, exceto as áreas ao norte, que drenam para o rio Uruguai; Nordeste; Sul; Norte, exceto áreas que drenam para o rio Uruguai.

(continua)

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Quadro 5.25

Culturas com sérias restrições nos Coredes do Rio Grande do Sul — 1994

b) culturas permanentes

CULTURAS MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Caqui Central, exceto na Quarta Colônia; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do leste; Missões, terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí.

Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Jacuí Centro, terrenos altos do sul; Litoral, exceto vales interiores.

Erva-mate Missões; norte do Noroeste Colonial. Campanha; Sul; Central; Centro-Sul; Fronteira Noroeste, exceto em Boa Vista do Buricá; Fronteira Oeste; Jacuí Centro; Litoral, exceto terras altas do planalto.

Figo Missões, terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí.

Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Fronteira Oeste, em São Borja; Jacuí Centro, em terrenos altos do sul; Litoral, exceto vales interiores; Sul, exceto terras altas.

Goiaba Central, exceto na Quarta Colônia; Fronteira Oeste, exceto norte da região; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Nordeste, exceto parte noroeste; Noroeste, exceto parte norte.

Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Jacuí Centro, terrenos altos do sul; Litoral, exceto vales interiores; Norte, exceto áreas ao norte que drenam para o rio Uruguai; Sul.

Laranja Norte, exceto extremo oeste e sudoeste; Nordeste; parte central do Corede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo norte; oeste do Centro-Sul; Sul, na planície costeira externa; Nordeste.

Litoral e Sul, planície costeira.

Limão e tangerina Norte, exceto extremo oeste e sudoeste; Nordeste; parte central do Corede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo norte; oeste do Centro-Sul; Sul, na planície costeira externa; Nordeste.

Litoral e Sul, planície costeira.

Laranja e tangerina

Norte, exceto extremo oeste e sudoeste; Nordeste; parte central do Corede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo norte; oeste do Centro-Sul; Sul, na planície costeira externa; Nordeste.

Litoral, planície costeira.

Limão Norte, exceto extremo oeste e sudoeste; Nordeste; parte central do Corede Sul; metade norte do Campanha, exceto extremo norte; oeste do Centro-Sul; Sul, na planície costeira externa; Jacuí Centro, na metade sul; Nordeste.

Litoral, planície costeira.

Maçã Central; Sul, planícies costeiras interna e externa; Fronteira Oeste, exceto áreas em torno de Quaraí; extremo norte do Campanha; Centro-Sul, exceto sudoeste e oeste; Norte, exceto sudeste; Alto da Serra do Botucaraí, exceto terras altas de Ibirapuitã até Barros Cassal e Fontoura Xavier; extremo norte do Campanha; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; Litoral; Jacuí Centro; extremo noroeste, costa do Uruguai, no Nordeste; Norte, exceto terras altas da parte central.

(continua)

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Para cada cultura temporária e permanente, existe mais de uma opção regional de desenvolvimento em condiçõespreferenciais e toleradas, o que demonstra o alto potencial do G14 em aumentar o seu produto agropecuário, através dadiversificação, principalmente aumentando a participação das culturas permanentes.

Como contraponto ao que foi descrito no Quadro 5.25, pode-se afirmar que as regiões que apresentam um altopotencial em abacaxi também apresentam esse potencial, com maior ou menor intensidade, em amendoim, cana-de--açúcar, forrageiras de clima tropical, mandioca, melancia, melão, entre as temporárias, sendo possível designar queessas áreas levariam vantagens, em relação às demais do G14, na produção de abacate, banana, goiaba, mamão emanga, ainda que algumas dessas regiões tenham algum tipo adicional de restrição. Da mesma forma, as culturas declima “temperado” concentram-se naquelas regiões de temperaturas mais baixas, seja por posição geográfica, seja pelaaltitude de seus terrenos. Dessa maneira, existe certa coincidência entre as regiões prioritárias e toleradas para cultu-ras “temperadas”, como aveia, centeio, cevada, trigo e linho, entre as temporárias mais típicas, e erva-mate e maçã,entre as permanentes.

Quadro 5.25

Culturas com sérias restrições nos Coredes do Rio Grande do Sul — 1994

b) culturas permanentes

CULTURAS MARGINAL NÃO RECOMENDADA

Mamão Fronteira Noroeste, terrenos em cotas intermediárias e altas; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Missões, terrenos em cotas intermediárias; Nordeste Colonial, exceto noroeste; Noroeste Colonial, exceto parte norte; Norte, exceto terras que drenam para o rio Uruguai.

Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Central, exceto Quarta Colônia; Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Fronteira Oeste, exceto norte da região; Jacuí Centro, exceto áreas ao norte; Litoral, exceto vales interiores; Sul.

Manga Fronteira Noroeste, terrenos em cotas intermediárias e altas; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Missões, terrenos em cotas intermediárias; Nordeste, exceto noroeste; Noroeste Colonial, exceto parte norte; Norte, exceto terras ao norte.

Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Central, exceto Quarta Colônia; Centro-Sul, exceto Vale do Jacuí; Fronteira Oeste, exceto norte da região; Jacuí Centro, exceto áreas ao norte; Litoral, exceto vales interiores; Sul.

Marmelo Jacuí Centro, exceto áreas altas do sul; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do leste; Fronteira Noroeste; leste e sudeste do Nordeste, limite com Norte e Produção.

Centro-Sul, terras altas de sudoeste; Fronteira Oeste, exceto Itacurubi; extremo noroeste, costa do Uruguai, no Nordeste; extremo norte do Noroeste Colonial; Sul, planícies costeiras interna e externa.

Noz Alto da Serra do Botucaraí; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do leste; Fronteira Noroeste; Missões; Nordeste; Noroeste Colonial, exceto norte.

Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Fronteira Oeste; Jacuí Centro, áreas altas do sul; Litoral; norte da Noroeste Colonial; Norte; Sul, áreas baixas das planícies costeiras interna e externa e áreas altas da porção central e norte.

Uvas americanas (por exemplo, Isa-bel e Niágara)

Litoral; planície costeira do Sul; Fronteira Oeste, do Ibicuí para norte; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial, exceto extremo sul; oeste do Médio Alto Uruguai; leste e sudeste do Nordeste.

Uva européia Central; Jacuí Centro, exceto sul. Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; Médio Alto Uruguai; Norte; Litoral; terras baixas do Centro-Sul e Sul; oeste e norte do Fronteira Oeste; Nordeste; Norte.

FONTE: Quadros 5.23 e 5.24. (1) São consideradas como forrageiras de clima temperado as seguintes: aveia, azevém, centeio, cornichão, festuca, Phalaris, serradela, trevo branco, trevo visiculosum, trevo subterrâneo, trevo vermelho e trigo. (2) São consideradas como forrageiras de clima tropical ou subtropical as seguintes: capim Rhodes, centrosema, Desmodium intortum, feijão miúdo, Latononis, missioneira, pangola, Panicum maximum, pensacola, Phaseolus atropurpureus, Paspalum dilatatum, setária, soja perene, sorgo e milhetos.

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Quadro 5.26

Coredes cujos territórios são considerados tolerados ou preferenciais para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

a) culturas temporárias

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA

Abacaxi Extremo leste do Corede Central; região que margeia o rio Uruguai no Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; e Médio Alto Uruguai; Litoral, ao norte de Capivari.

Alfafa Nordeste; Norte; Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial; Fronteira Noroeste; Missões; Fronteira Oeste, exceto Santana do Livramento e sudoeste de Rosário do Sul; Alto da Serra do Botucaraí; parte norte do Campanha; e a região da bacia do rio Jacuí, no Centro-Sul.

Campanha, exceto parte norte; Centro-Sul, exceto região da bacia do rio Jacuí; Litoral; e Sul, exceto área que drena para a bacia da lagoa Mirim.

Alho e cebola

Metade sul e planície costeira interna e externa do Corede Sul, exceto Chuí, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande; sul do Campanha, exceto Dom Pedrito.

Fronteira Oeste; Jacuí Centro; metade oeste e extremo sudeste do Central; Missões, exceto um terço da área a leste; Centro-Sul; Litoral, Dom Pedrito no Campanha.

Amendoim Vales interiores do Litoral; norte do Jacuí Centro; vale do Jacuí no Centro-Sul; extremo sul e sudoeste do Alto da Serra do Botucaraí.

Noroeste Colonial; Missões; Fronteira Noroeste; Central; oeste e norte do Alto da Serra do Botucaraí.

Arroz G14, exceto extremo nordeste do Corede Norte e Corede Nordeste.

Extremo nordeste do Corede Norte e todo o Nordeste.

Aveia Fronteira Oeste, sul e leste (de Santana do Livramento a Santa Margarida do Sul); Missões, só extremo leste; Noroeste Colonial, exceto norte; Médio Alto Uruguai, exceto extremo norte; Norte; Nordeste; Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Sul, exceto planícies costeiras interna e externa; Centro-Sul, terras altas de oeste; leste do Central; Jacuí Centro.

Batata-doce Alto da Serra do Botucaraí, exceto terras altas e sudeste; Central, parte leste; Centro-Sul, vale do Jacuí; Fronteira Oeste, toda região exceto leste e Quaraí; Jacuí Centro; Litoral, vales interiores; Missões, áreas de cotas baixas próximas dos rios.

Central, demais áreas; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste, São Gabriel, Santa Margarida do Sul e Quaraí; Missões, áreas de cotas intermediárias; Noroeste Colonial.

Batatinha para plantio em setembro

Metade norte dos Coredes Campanha e Sul, terras altas; Alto da Serra do Botucaraí; sudeste do Noroeste Colonial; metade oeste do Nordeste.

Fronteira Oeste; Jacuí Centro; metade sul do Missões; praticamente 65% do Central, exceto partes norte e nordeste.

Batatinha para plantio em outubro

Metade leste do Corede Nordeste.

Batatinha para plantio em novembro

Metade norte dos Coredes Campanha e Sul, terras altas; Alto da Serra do Botucaraí; sudeste do Noroeste Colonial; metade oeste do Nordeste; Fronteira Oeste; Jacuí Centro; metade sul do Missões; praticamente 65% do Central, exceto partes norte e nordeste.

Cana-de- -açúcar

Extremo noroeste do Fronteira Oeste; metade oeste do Missões, Fronteira Noroeste; extremo norte do Noroeste Colonial e do Médio Alto Uruguai; Litoral e extremo norte do Centro-Sul.

Fronteira Oeste, exceto extremo noroeste e sul; metade leste do Missões; Médio Alto Uruguai, exceto extremo norte; Centro-Sul, exceto extremo norte; sudoeste do Alto da Serra do Botucaraí; região ao norte de Pelotas no Sul; extremo norte da Campanha; metade sul do Central; Noroeste Colonial, exceto extremos sul e norte; Corede Norte, exceto partes altas.

(continua)

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Quadro 5.26

Coredes cujos territórios são considerados tolerados ou preferenciais para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

a) culturas temporárias

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA

Centeio e cevada

Fronteira Oeste, sul e leste (de Santana do Livramento a Santa Margarida do Sul); Missões, só extremo leste; Noroeste Colonial, exceto norte; Médio Alto Uruguai, exceto extremo norte; Norte; Nordeste; Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Sul, exceto planícies costeiras interna e externa; Centro-Sul, terras altas de oeste; leste do Central; Jacuí Centro.

Ervilha Alto da Serra do Botucaraí, Fronteira Oeste (Rosário do Sul); Sul, nas terras altas.

Feijão Parte noroeste do Corede Nordeste; toda o Norte e o Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo sul e extremo norte; nordeste do Central; extremo sul do Alto da Serra do Botucaraí.

Nordeste, exceto parte noroeste; extremos sul e norte do Noroeste Colonial; Central, exceto parte nordeste; Alto da Serra do Botucaraí, exceto extremo sul; Campanha e Sul, exceto metade sul; Fronteira Oeste, exceto extremo sudeste; Fronteira Noroeste; Centro-Sul e Litoral.

Forrageira de clima temperado (1)

Nordeste, Norte, Alto da Serra do Botucaraí, metade sul do Médio Alto Uruguai; metade sul do Noroeste Colonial; norte e nordeste do Central; extremo sudeste do Fronteira Oeste; Jacuí Centro; Campanha; Sul; metade sul do Centro-Sul.

Oeste, parte central e leste do Fronteira Oeste; Central, exceto norte e nordeste; metade leste do Missões e do Fronteira Noroeste; parte central do Noroeste Colonial.

Forrageira de clima tropical e subtropical (2)

Metade norte do Médio Alto Uruguai; extremo norte do Noroeste Colonial; noroeste e oeste do Fronteira Noroeste; metade oeste do Missões; Litoral e metade norte do Centro-Sul; extremo leste do Central; norte do Fronteira Oeste.

Fronteira Oeste, exceto norte e sudeste; metade sul do Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; sul e leste do Fronteira Noroeste; metade leste do Missões; metade sul do Centro-Sul; Central, exceto extremo leste; Fronteira Oeste, exceto norte e sudeste; Jacuí Centro; oeste do Alto da Serra do Botucaraí, de Mormaço a Jacuizinho; Norte.

Fumo Extremo sul do Alto da Serra do Botucaraí; extremo sudeste do Central; norte do Jacuí Centro; norte e leste do Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial, exceto extremo sul e leste; metade oeste do Médio Alto Uruguai.

Alto da Serra do Botucaraí, exceto extremo sul; Central, exceto extremo sudoeste; Jacuí Centro, exceto norte; Missões, exceto norte e leste; sul e leste do Noroeste Colonial; metade leste do Médio Alto Uruguai; Norte, Nordeste, exceto extremo sudeste; Jacuí Centro; Fronteira Oeste, exceto parte do sudeste.

Mandioca Extremo norte do Fronteira Oeste; terço oeste do Missões; Fronteira Noroeste; norte do Noroeste Colonial e do Médio Alto Uruguai; extremo sudeste do Central; Norte do Jacuí Centro; extremo sudoeste do Alto da Serra do Botucaraí; terrenos de cotas intermediárias no Litoral.

Fronteira Oeste, exceto extremo norte e Municípios de Santana do Livramento e Rosário do Sul; parte central e leste do Missões; Noroeste Colonial e Médio Alto Uruguai, exceto norte; Central, exceto extremo sudeste; Jacuí Centro, exceto norte; Alto da Serra do Botucaraí, exceto extremo sudoeste; Litoral, exceto terrenos de cotas intermediárias, várzeas e zonas de dunas; Norte e metade oeste do Nordeste.

Melancia e melão

Terras altas do Corede Sul; Noroeste Colonial, parte norte; Missões, áreas próximas dos vales dos rios; Médio Alto Uruguai, áreas próximas ao rio Uruguai ou em cotas intermediárias; Litoral, menos as áreas de várzea ou costeiras; Jacuí Centro; Fronteira Oeste, norte; Fronteira Noroeste; Centro-Sul, vale do Jacuí; Central, na Quarta Colônia; Campanha, Bagé, da cidade para o sul, Dom Pedrito, exceto terras altas; Alto da Serra do Botucaraí, áreas de sudoeste.

Norte; Noroeste Colonial, exceto parte norte; Nordeste, exceto terras altas: Missões, terrenos nos divisores de água; Médio Alto Uruguai, exceto áreas próximas do rio Uruguai ou em cotas intermediárias; Litoral, várzeas e áreas costeiras; Fronteira Oeste, áreas da depressão central e vale do Ibicuí; Central, exceto Quarta Colônia; Campanha, região carbo-nífera; Alto da Serra do Botucaraí, vale do Jacuí, de Espumoso para o norte.

(continua)

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Quadro 5.26

Coredes cujos territórios são considerados tolerados ou preferenciais para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

a) culturas temporárias

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA

Milho: semeadura em 10 de setembro

Região Sul, planície costeira externa e interna, exceto extremo sul de Santa Vitória do Palmar e Chuí; Centro-Sul, exceto extremo norte; metade norte do Campanha; Jacuí Centro, exceto parte central; Central; Alto da Serra do Botucaraí; Nordeste, exceto parte leste; Litoral; Norte; Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; Fronteira Noroeste, exceto noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, exceto oeste e sul.

Parte central do Jacuí Centro; norte do Noroeste Colonial; oeste e noroeste do Fronteira Noroeste; oeste do Missões; oeste e sul do Fronteira Oeste.

Milho: semeadura em 10 de outubro e 10 de novembro

Corede Sul, exceto terras altas de Herval, Pedras Altas, Canguçu, Piratini e Pinheiro Machado; Campanha, exceto sudoeste e sul; Litoral; Nordeste, exceto porção leste; Norte; Médio Alto Uruguai; Centro-Sul, exceto extremo norte; Jacuí Centro, exceto parte central; Central; Alto da Serra do Botucaraí; Norte; Médio Alto Uruguai; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; Fronteira Noroeste, exceto noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, na divisa com o Central.

Sul, terras altas de Herval, Pedras Altas, Canguçu, Piratini e Pinheiro Machado; extremo norte do Centro-Sul; extremo norte da Noroeste Colonial; Fronteira Noroeste, partes noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, oeste e parte central.

Milho: semeadura em 10 de dezembro

Região Sul; Campanha, exceto oeste e sul; Litoral, ao norte de Pinhal e Osório; Nordeste, exceto porção leste; Norte; Médio Alto Uruguai; Centro-Sul, exceto extremo norte; Jacuí Centro, exceto parte central; Central; Alto da Serra do Botucaraí; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; Fronteira Noroeste, exceto noroeste e oeste; Missões, exceto oeste.

Litoral, região de Capivari; extremo norte do Centro-Sul; extremo norte do Noroeste Colonial; Fronteira Noroeste, partes noroeste e oeste; Missões, exceto oeste; Fronteira Oeste, oeste e parte central.

Soja Terço leste do Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial, Médio Alto Uruguai; norte e nordeste do Corede Norte; Alto da Serra do Botucaraí, metade leste do Central.

Parte central e oeste do Missões; centro, sul, leste e nordeste do Norte; Nordeste; metade oeste do Central; Fronteira Oeste; Campanha, exceto o sul; partes altas de Canguçu, Piratini e Pinheiro Machado, mais planície costeira interna, ao norte de Pelotas; Centro-Sul; Jacuí Centro.

Sorgo Litoral; Centro-Sul; Sul; Campanha; Fronteira Oeste; metade oeste do Missões e do Central; Jacuí Centro.

Nordeste, Norte, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste; Alto da Serra do Botucaraí; metade leste do Missões e do Central.

Trigo e linho

Sudoeste e oeste do Corede Sul; Campanha, exceto extremo norte; Fronteira Oeste, Missões, Central, exceto sudeste; extremo oeste do Jacuí Centro; Alto da Serra do Botucaraí; Fronteira Noroeste, exceto extremo norte e noroeste; Noroeste Colonial, exceto extremo norte; metade sul do Médio Alto Uruguai; Norte; Nordeste, exceto sudeste.

Norte das terras altas do Corede Sul; extremo norte do Campanha; sudeste do Central; Jacuí Centro, exceto extremo oeste; sudeste do Nordeste; metade oeste do Centro-Sul.

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Quadro 5.26

Coredes cujos territórios são considerados tolerados ou preferenciais para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

b) culturas permanentes

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA

Abacate Alto da Serra do Botucaraí, vale do Jacuí, de Espumoso para o sul; Central, na Quarta Colônia; Centro-Sul; vale do Jacuí; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste, parte norte; Jacuí Centro, exceto terrenos altos do sul; Litoral, de Osório para o norte; Médio Alto Uruguai, municípios do norte; Missões, terrenos da costa dos rios Uruguai e Ijuí; extremo norte do Noroeste Colonial.

Alto da Serra do Botucaraí, vale do Jacuí, de Espumoso para o norte; Central, exceto Quarta Colônia; Fronteira Oeste, áreas planas ou suave-onduladas da Depressão; Missões, terrenos em cotas intermediárias; noroeste do Corede Nordeste; Noroeste Colonial, exceto extremo norte e extremo sul; Norte; vales interiores do Corede Sul.

Banana Litoral, desde Osório para o norte; extremo norte do Corede Jacuí Centro; leste do Corede Central; áreas margeando o rio Uruguai no Corede Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial (extremo norte); Médio Alto Uruguai (metade norte).

Norte, áreas baixas da costa do rio Uruguai.

Caqui Alto da Serra do Botucaraí; Centro-Sul, vale do Jacuí; Jacuí Centro, terrenos altos do sul; Litoral, vales interiores, em cotas intermediárias e altas; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Noroeste Colonial, extremo sul.

Campanha; Central; na Quarta Colônia; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste; Médio Alto Uruguai, municípios do leste; Missões, terrenos em cotas intermediárias; Nordeste; Noroeste Colonial, exceto extremo sul, Norte; Sul, terras altas de Pinheiro Machado, Canguçu, Piratini e Santana da Boa Vista.

Erva-mate Alto da Serra do Botucaraí, terras altas; Litoral, terras altas do planalto; Médio Alto Uruguai; Nordeste; Norte.

Alto da Serra do Botucaraí, exceto terras altas; Fronteira Noroeste, somente Boa Vista do Buricá; Noroeste Colonial, exceto parte norte.

Figo Alto da Serra do Botucaraí; Campanha; Central, terras altas do planalto; Fronteira Oeste, vale do Quaraí e parte leste; Jacuí Centro, terrenos altos do sul; Litoral, vales interiores em cotas intermediárias e altas; Médio Alto Uruguai, municípios do leste; Missões, grandes municípios do leste e do sul; Nordeste; Noroeste Colonial, extremo sul; Norte.

Centro-Sul, exceto vale do Jacuí; Fronteira Noroeste; Fronteira Oeste, vale do Uruguai, exceto São Borja; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do leste; Missões, terrenos em cotas intermediárias; Noroeste Colonial, exceto extremo sul; terras altas da Sul.

Goiaba Central, na Quarta Colônia; Centro-Sul, vale do Jacuí; Fronteira Noroeste, terrenos próximos às drenagens; Fronteira Oeste, norte; Jacuí Centro, exceto terrenos altos do sul; Litoral, vales interiores; Médio Alto Uruguai, municípios do norte; Missões, terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí; extremo norte do Noroeste Colonial.

Centro-Sul, vale do Jacuí; Fronteira Noroeste, terrenos em cotas intermediárias; Médio Alto Uruguai, exceto municípios do norte; Missões, terrenos em cotas intermediárias; noroeste do Corede Nordeste; Norte, áreas ao norte.

Laranja Fronteira Oeste, exceto norte e oeste; sul do Campanha e do Corede Sul, exceto planície costeira; metade sul do Jacuí Centro e extremo norte do Campanha; Centro-Sul, exceto parte norte; Noroeste Colonial, ao sul; metade leste do Médio Alto Uruguai; Alto da Serra do Botucaraí, exceto área entre Mormaço e Jacuizinho; extremo oeste e sudoeste do Corede Norte; norte do Corede Sul.

(continua)

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Quadro 5.26

Coredes cujos territórios são considerados tolerados ou preferenciais para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

b) culturas permanentes

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA

Limão e tangerina

Fronteira Oeste, exceto norte e oeste; sul do Campanha e do Sul, exceto planície costeira; metade sul do Jacuí Centro e extremo norte do Campanha; Centro-Sul, exceto parte norte; Noroeste Colonial, ao sul; metade leste do Médio Alto Uruguai; Alto da Serra do Botucaraí, exceto área entre Mormaço e Jacuizinho; extremo oeste e sudoeste do Corede Norte; norte do Sul.

Laranja e Tangerina

Alto da Serra do Botucaraí, na parte oeste, entre Mormaço e Jacuizinho; metade norte do Jacuí Centro; sudeste e leste do Central; extremo norte do Campanha e do Centro-Sul; extremo oeste do Litoral; norte e oeste do Fronteira Oeste; Missões, Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; metade oeste do Médio Alto Uruguai.

Metade sul do Jacuí Centro.

Limão Alto da Serra do Botucaraí, na parte oeste, entre Mormaço e Jacuizinho; metade norte do Jacuí Centro; sudeste e leste do Central; extremo norte do Campanha e do Centro-Sul; extremo oeste do Litoral; norte e oeste do Fronteira Oeste; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial; metade oeste do Médio Alto Uruguai.

Maçã Terras altas de Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista, Piratini e Canguçu, no Corede Sul; Fronteira Oeste, em torno da Cidade de Quaraí; extremo norte do Litoral; Nordeste, partes altas.

Sudeste do Corede Norte; partes altas do Alto da Serra do Botucaraí; Sul, exceto terras altas e terras baixas das planícies costeiras; Fronteira Oeste, anel de contorno das áreas preferenciais de Quaraí; Campanha, exceto extremo norte; terras altas do sudoeste e do oeste do Corede Centro- -Sul; meia encosta do Litoral; oeste e sudeste do Nordeste, limite com Norte e Produção; Norte, terras altas na parte central.

Mamão Central, na Quarta Colônia; Fronteira Noroeste, terrenos próximos às drenagens; Fronteira Oeste, ao norte; Jacuí Centro, áreas ao norte; Litoral, vales interiores; Médio Alto Uruguai, municípios do norte; extremo norte do Noroeste Colonial; Norte, terras que drenam para o rio Uruguai.

Centro-Sul, vale do Jacuí; noroeste do Corede Nordeste; Noroeste Colonial, exceto parte norte.

Manga Central, na Quarta Colônia; Fronteira Noroeste, terrenos próximos às drenagens; Fronteira Oeste, norte da região; Jacuí Centro, áreas ao norte; Litoral, vales interiores; Médio Alto Uruguai, municípios do norte; Missões, terrenos baixos da costa dos rios Uruguai e Ijuí; extremo norte do Noroeste Colonial; Norte, terras que drenam para o rio Uruguai.

Centro-Sul, vale do Jacuí; noroeste do Corede Nordeste; Noroeste Colonial, exceto parte norte.

Marmelo Alto da Serra do Botucaraí; Central, terras altas do Planalto; Centro-Sul, terras altas de sudoeste; Jacuí Centro, áreas altas do sul; Missões, terrenos de cotas intermediárias; Sul, exceto terras baixas das planícies costeiras interna e externa.

Campanha; Central, exceto terras altas do planalto; Litoral; Médio Alto Uruguai, municípios do leste; Missões, em cotas altas; Fronteira Oeste, Itacurubi; Nordeste, partes altas; Noroeste Colonial, exceto parte norte; Norte.

(continua)

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Quadro 5.26

Coredes cujos territórios são considerados tolerados ou preferenciais para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes no Rio Grande do Sul — 1994

b) culturas permanentes

CULTURAS PREFERENCIAL TOLERADA

Noz Central, Santa Maria, Cacequi e São Francisco de Assis; Centro-Sul, vale do Jacuí; Jacuí Centro, exceto áreas altas do sul; Sul, áreas de leste, em cotas intermediárias e no sul, fronteira com o Uruguai.

Campanha; Central, exceto Santa Maria, Cacequi e São Francisco de Assis; Médio Alto Uruguai, municípios do leste.

Pêra Sul; Campanha; Fronteira Oeste, sul, sudeste e leste; Alto da Serra do Botucaraí; Norte, Nordeste, exceto extremo sudeste, extremo leste da Médio Alto Uruguai; norte e nordeste da Central; metade sul do Centro-Sul; extremo sul do Noroeste Colonial.

Extremo sudeste do Nordeste; parte central e norte do Fronteira Oeste; Central, exceto norte e nordeste; metade norte do Centro-Sul; Médio Alto Uruguai, exceto extremo leste; Litoral; Jacuí Centro; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial, exceto extremo sul.

Pêssego Sul; Campanha; Fronteira Oeste, sul, sudeste e leste; Alto da Serra do Botucaraí; Norte, Nordeste, exceto extremo sudeste, extremo leste do Médio Alto Uruguai; norte e nordeste do Central; metade sul do Centro-Sul; extremo sul do Noroeste Colonial.

Extremo sudeste do Nordeste; partes central e norte do Fronteira Oeste; Central, exceto norte e nordeste; metade norte do Centro-Sul; Médio Alto Uruguai, exceto extremo leste; Litoral, áreas costeiras; Jacuí Centro; Missões; Fronteira Noroeste; Noroeste Colonial, exceto extremo sul.

Uvas americanas (por exemplo, Isabel e Niágara)

Sul, exceto planície costeira interna e externa; metade sul do Centro-Sul; Campanha; Fronteira Oeste, sul e leste; nordeste do Central; Alto da Serra do Botucaraí, exceto parte oeste; extremo sul do Noroeste Colonial; Norte, terras ao norte, noroeste e oeste.

Metade norte do Centro-Sul; Fronteira Oeste, parte central; parte oeste do Alto da Serra do Botucaraí; Cental, exceto parte nordeste; leste do Médio Alto Uruguai; Norte, ao sul e a leste; Nordeste, exceto leste e sudeste; Jacuí Centro.

Uva européia Terrenos altos dos Coredes Sul e Centro-Sul; Campanha e sul do Fronteira Oeste; leste do Alto da Serra do Botucaraí.

Partes altas do Alto da Serra do Botucaraí; nordeste e sul do Jacuí Centro; leste do Fronteira Oeste.

FONTE: Quadros 5.51 e 5.52. (1) São consideradas como forrageiras de clima temperado as seguintes: aveia, azevém, centeio, cornichão, festuca, Phalaris, serradela, trevo branco, trevo visiculosum, trevo subterrâneo, trevo vermelho e trigo. (2) São consideradas como forrageiras de clima tropical ou subtropical as seguintes: capim Rhodes, centrosema, Desmodium intortum, feijão miúdo, Latononis, missioneira, pangola, Panicum maximum, pensacola, Phaseolus atropurpureus, Paspalum dilatatum, setária, soja perene, sorgo e milhetos.

O Quadro 5.26 resume as diferentes situações em termos de culturas preferenciais e toleradas em diferentesregiões, indicando, inclusive, as sub-regiões que apresentam uma situação particularmente diferenciada.

Além disso, foi organizado um quadro que define com clareza quais as culturas preferenciais e toleradas em cadaregião, para completar a informação espacial sobre a maneira como se caracteriza a distribuição das culturas no G14.Dessa forma, é possível analisar, de forma interdigital, as regiões que se caracterizam como preferenciais ou toleradaspara uma ou múltiplas culturas, ao mesmo tempo em que se definem as inúmeras culturas que são preferenciais outoleradas dentro de uma mesma região. Esse procedimento permite não só ver a potencialidade espacial de cadacultura, como também a posição competitiva de cada região, em busca de diferentes mercados.

O Quadro 5.26 mostra que existem culturas que têm poucas opções regionais, como é o caso do abacaxi, doamendoim e da batatinha para plantio em outubro, entre as temporárias, e de erva-mate e videira “européia”, entre aspermanentes, mas, mesmo assim, com exceção da batatinha e somente para o plantio em outubro, as áreas totaisdisponíveis são enormes e distribuem-se em várias regiões. Não há, portanto, nenhuma restrição climática para que oG14 possa promover uma ampla diversificação de culturas, modificando a sua pauta de produtos, especialmenteatravés da incorporação de culturas permanentes de alto rendimento.

O Quadro 5.27 demonstra claramente que, qualquer que seja a região selecionada, ela apresenta inúmeras alter-nativas de produção agrícola, permitindo compor uma pauta extremamente diversificada. Para tanto, seria necessárioque as regiões evitassem selecionar a mesma pauta, tendo em vista que alguns ramos de produção são praticamenteuniversais no G14, como é o caso dos cítricos. Por outro lado, as culturas “tropicais” ficaram restritas a algumas regiõesou sub-regiões, que estão representadas pelo Litoral e por seus vales protegidos, a planície do rio Jacuí e seustributários, especialmente os da margem esquerda, e pelos vales quentes do rio Uruguai e seus tributários, desde oCorede Norte para oeste e sudoeste.

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Quadro 5.27

Culturas temporárias e permanentes, preferenciais ou toleradas, por Coredes do Rio Grande do Sul

PREFERENCIAL TOLERADA COREDES

Culturas Temporárias Culturas Permanentes Culturas Temporárias Culturas Permanentes

Alto da Serra do Botucaraí

Alfafa e amendoim no ex-tremo sul e sudeste; arroz; aveia; batata-doce, exceto terras altas e sudeste; bata-tinha, em setembro; cevada e centeio; feijão, no sul; for-rageiras de clima tempera-do (1); fumo, no extremo sul; mandioca, no extremo sudoeste; melancia e me-lão, áreas de sudoeste e oeste; milho, para setem-bro, milho, para outubro, novembro e dezembro, soja, trigo e linho.

Abacate, de Espumoso para o sul; caqui; erva-mate, ter-ras altas; figo; limão e tan-gerina, exceto área entre Mormaço e Jacuizinho; la-ranja e tangerina, oeste, entre Mormaço e Jacuizi-nho; marmelo, pêra e pes-sego, videira americana, ex-ceto no limite oeste; videira européia, no leste.

Amendoim, no norte e no oeste; batatinha, em novembro; cana-de-açú- car no sudoeste; ervilha; feijão, exceto sul; forra-geiras de clima tropical (2); oeste, de Mormaço a Jacuizinho; fumo, ex-ceto extremo sul; man-dioca, exceto extremo sudoeste; sorgo.

Abacate, de Espumoso para o norte; erva-mate, exceto terras altas; laranja, exceto áreas de oeste, entre Mormaço e Jacuizi-nho; limão, entre Mormaço e Ja-cuizinho; maçã, nas partes altas; videira americana, na parte oeste; videira européia nas terras altas.

Campanha Alfafa, no norte; alho e ce-bola no sul, exceto em Dom Pedrito; arroz; aveia; bata-tinha (norte, em setembro); cevada e centeio; forragei-ras de clima temperado (1); mandioca no extremo su-deste; melancia e melão, de Bagé para o sul e em Dom Pedrito, exceto terras altas; milho, metade norte, para setembro; milho para outu-bro e novembro, exceto su-doeste e sul; milho para de-zembro, exceto oeste e sul; sorgo; trigo e linho, exceto extremo norte.

Figo, limão e tangerina, no sul e no extremo norte; laranja e tangerina, no extremo norte; pêra e pêssego; videira americana e européia.

Alfafa, exceto no norte; alho e cebola em Dom Pedrito; batatinha, norte em novembro; cana-de- -açúcar no extremo norte; feijão, exceto no sul; soja, exceto no sul; trigo e linho, extremo norte.

Caqui, laranja, no sul e extremo norte; limão, no extremo norte; maçã, exceto extremo norte; noz.

Central Abacaxi, no extremo leste; arroz e aveia, no leste; ba-tata-doce, parte leste; ceva-da e centeio, leste, nas ter-ras altas; feijão, no nordes-te; forrageiras de clima tem-perado (1), no norte e nor-deste; forrageiras de clima tropical (2), no leste; fumo, no extremo sudeste; melan-cia e melão, na Quarta Co-lônia; milho, para outubro, novembro e dezembro; soja, na metade leste; sorgo, na metade oeste; trigo e linho, exceto no sudeste.

Abacate, banana, goiaba, mamão e manga, na Quarta Colônia; figo, nas terras altas do Planalto; laranja e tange-rina, no leste; marmelo, nas terras altas do Planalto; noz, entre Santa Maria e Cacequi; pêra e pêssego, no norte e no nordeste; videira america-na, no nordeste.

Alho e cebola, oeste e sudeste; amendoim e batata-doce, exceto les-te; batatinha, exceto norte e nordeste, para setembro e novembro; cana-de-açúcar, na me-tade sul; feijão, exceto no nordeste; forrageiras de clima temperado (1), exceto no norte e no nordeste; forrageiras de clima tropical (2), exceto no leste; fumo, exceto extremo sudeste; man-dioca, exceto no extre-mo sudeste; soja, na metade oeste; sorgo, na metade leste; trigo e linho, no sudeste.

Abacate, exceto na Quarta Colônia; caqui, no leste; limão no sudeste e no leste; marmelo, exceto terras altas do Planalto; noz, exceto área entre Santa Maria e Cacequi; pêra e pêssego, exceto no norte e no nordeste; videira americana, exceto no nordeste.

(continua)

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Quadro 5.27

Culturas temporárias e permanentes, preferenciais ou toleradas, por Coredes do Rio Grande do Sul

PREFERENCIAL TOLERADA COREDES

Culturas Temporárias Culturas Permanentes Culturas Temporárias Culturas Permanentes

Centro-Sul Alfafa e amendoim, no vale do Jacuí; arroz, aveia, terras altas de oeste; batata-doce, no vale do Jacuí; cana-de- -açúcar, no norte, vale do Jacuí; cevada e centeio, nas terras altas do oeste; forra-geiras de clima temperado (1) na metade sul; forra-geiras de clima tropical (2), na metade norte; melancia e melão, no vale do Jacuí; milho, exceto norte, para se-tembro; milho, para outubro, novembro e dezembro, ex-ceto norte; sorgo.

Abacate, caqui, goiaba e noz, vale do Jacuí; limão e tangerina, exceto no norte; laranja e tangerina, no extremo norte; marmelo, exceto terras altas do sudoeste; pêra e pêssego, na metade sul, exceto várzeas; videira americana, na metade sul; videira européia, nas terras altas.

Alfafa, exceto vale do Jacuí; alho e cebola, cana-de-açúcar, exceto norte, no vale do Jacuí; feijão, forrageiras de cli-ma tropical (2), na meta-de sul; milho para outu-bro, novembro e dezem-bro, no extremo norte; soja, trigo e linho, meta-de oeste.

Figo, exceto no vale do Jacuí; goiaba, exceto no vale do Jacuí e terrenos altos; laranja, exceto no norte; limão, no extremo norte; maçã, nas terras altas de oeste e sudoeste; mamão e manga, no vale do Jacuí; pêra, pêssego e videira americana, na metade norte.

Fronteira Oeste

Alfafa, exceto sul e sudeste; arroz e aveia, no sul, no su-deste e no leste; batata-do- ce, exceto no leste e em Quaraí; cana-de-açúcar, no extremo noroeste; cevada e centeio, no sul e no leste; forrageiras de clima tempe-rado (1), no extremo sudes-te; forrageiras de clima tro-pical (2), no norte; mandio-ca, no extremo norte; melan-cia e melão, no norte; milho para setembro, exceto no oeste e no sul; milho para outubro e novembro, no li-mite com o Central; sorgo, trigo; e linho.

Abacate, goiaba, mamão e manga, no norte; figo, no vale do Quaraí parte leste; limão e tangerina, exceto norte e oeste; laranja e tangerina, no norte e no oeste; maçã, em torno de Quaraí; pêra e pêssego, no sul, no sudeste e no leste; videira americana e européia, no sul e no centro- -sul.

Alfafa, no sul e no su-deste; alho, cebola e batata-doce, no leste e em Quaraí; batatinha, em setembro e novem-bro; cana-de-açúcar, ex-ceto no nordeste e no sul; ervilha, em Rosário do Sul; feijão, exceto no sudeste; forrageiras de clima temperado (1), no oeste, parte central e su-deste; forrageiras de clima tropical (2), exceto no norte e no sudeste; soja; fumo, exceto no su-deste; mandioca, exceto no extremo norte e no sudeste; milho para se-tembro, no oeste e no sul; milho para outubro, novembro e dezembro, no oeste e na parte cen-tral; soja.

Abacate, em terras suave-ondu- ladas a onduladas; caqui, figo no vale do rio Uruguai, exceto no norte; laranja, exceto no norte e no oeste, limão, no norte e no oeste; maçã, contornando as áreas preferenciais de Quaraí; pêra e pêssego, nas partes cen-tral e norte; videira americana, na parte central; videira européia, no leste.

Fronteira Noroeste

Abacaxi, no norte; arroz, cana-de-açúcar, forrageiras de clima tropical (2), no noroeste e no oeste; fumo, mandioca, melancia e melão, no norte e parte central; milho para setem-bro, outubro, novembro e dezembro, exceto no no-roeste e no oeste; soja, trigo e linho, exceto no extremo norte e no noroeste.

Abacate, banana, goiaba, mamão e manga, no noroeste e no oeste, nos vales; laranja e tangerina.

Amendoim, batata-doce, feijão, forrageiras de cli-ma temperado (1), na metade leste; forrageiras de clima tropical (2), no sul e no leste; milho, no oeste e no noroeste, pa-ra setembro, outubro, novembro e dezembro; sorgo.

Caqui; erva-mate em Boa Vista do Buricá; figo e goiaba, em terrenos de cotas intermediárias e altas; limão; pêra e pêssego.

(continua)

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Quadro 5.27

Culturas temporárias e permanentes, preferenciais ou toleradas, por Coredes do Rio Grande do Sul

PREFERENCIAL TOLERADA COREDES

Culturas Temporárias Culturas Permanentes Culturas Temporárias Culturas Permanentes

Jacuí Centro Amendoim, no norte; arroz; aveia; batata-doce; cevada e centeio; forrageiras de clima temperado (1); fumo, no nor-te; mandioca, no norte; me-lancia, melão e milho, exceto na parte central, para setem-bro, milho, para outubro, no-vembro e dezembro, exceto na parte central; sorgo; trigo e linho, no extremo oeste.

Abacate, exceto terrenos altos do sul; banana, mamão e manga, no extremo norte; figo e goiaba, exceto terrenos altos do sul; figo e caqui, nos terrenos altos do sul; limão e tangerina, na metade sul, exceto nas várzeas; laranja e tangerina, na metade norte; marmelo, nas áreas altas do sul; noz, exceto nas áreas altas do sul.

Alho, cebola e batatinha, em setembro e novem-bro; forrageiras de clima tropical (2), exceto no norte; fumo e mandioca, exceto no norte; milho, na parte central, para setem-bro; soja, trigo e linho, exceto no extremo oeste.

Laranja, na metade sul, exceto nas várzeas; laranja, no sul;

Laranja e tangerina, na metade sul; limão, na metade norte; pêra e pêssego; videira americana; videira européia, no nordeste e no sul.

Litoral Abacaxi, no norte de Capiva-ri; amendoim, nos vales inte-riores; arroz; batata-doce, nos vales interiores; cana-de--açúcar; forrageiras de clima tropical (2); mandioca, em cotas intermediárias, entre a planície e o topo do planalto; melancia e melão, exceto nas várzeas e nas terras al-tas; milho, para setembro; milho, para outubro e novem-bro; milho para dezembro, ao norte de Pinhal e Osório; sorgo.

Abacate, de Osório para o norte; banana, de Osório para o norte; caqui e figo, nos vales protegidos e em cotas inter-mediárias e altas; erva-mate, no topo do planalto; goiaba, mamão e manga, nos vales protegidos e nas cotas baixas; laranja e tangerina, no oeste (Barrocadas); maçã, nas cotas altas do planalto.

Alho, cebola; feijão; man-dioca, exceto cotas inter-mediárias, dunas e vár-zeas; milho, para dezem-bro, região de Capivari.

Limão, no oeste (Barrocadas); maçã, na meia encosta dos vales protegidos; pêra e pês-sego, no litoral norte.

Médio Alto Uruguai

Abacaxi, no norte; alfafa; ar-roz; aveia, exceto no norte; cana-de-açúcar, no norte; ce-vada e centeio, exceto no norte; feijão, forrageiras de clima temperado (1), na me-tade sul; forrageiras de clima tropical (2), na metade norte; fumo, na metade oeste; man-dioca, na metade norte; me-lancia e melão, no norte e nas terras de cotas interme-diárias; milho para setembro; milho para outubro, novem-bro e dezembro; soja, trigo e linho, na metade sul.

Abacate, na parte norte que drena para o rio Uruguai; ba-nana, goiaba, mamão e man-ga, na metade norte; erva- -mate e figo, nos municípios do leste; limão e tangerina, na metade leste; laranja e tan-gerina, na metade oeste; pêra e pêssego, no leste.

Cana-de-açúcar, exceto no norte; forrageiras de clima tropical (2), na me-tade sul; fumo, na meta-de leste; mandioca, ex-ceto no norte; sorgo.

Caqui, áreas do leste; figo, parte central e no oeste; goia-ba, na metade sul; laranja, na metade leste; limão, na meta-de oeste; noz, nos municípios do leste; pêra, pêssego e vi-deira americana, exceto no leste.

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Quadro 5.27

Culturas temporárias e permanentes, preferenciais ou toleradas, por Coredes do Rio Grande do Sul

PREFERENCIAL TOLERADA COREDES

Culturas Temporárias Culturas Permanentes Culturas Temporárias Culturas Permanentes

Missões Alfafa, arroz e aveia, no ex-tremo leste; batata-doce, nas cotas baixas; cana-de-açú-car, na metade oeste; cevada e centeio, no leste; forragei-ras de clima tropical (2), na metade oeste; fumo, no norte e no leste; mandioca, terço oeste; melancia e melão, nas terras baixas; milho para se-tembro e novembro, exceto no oeste; soja, no terço leste; sorgo, na metade oeste; trigo e linho.

Abacate, banana, goiaba, mamão e manga, nos vales quentes do Rio Uruguai e seus tributários; caqui e figo, nos grandes municípios do leste e do sul; laranja, tangerina e marmelo, em terrenos de cotas intermediárias.

Alho e cebola, exceto no leste; amendoim; batata- -doce, em cotas interme-diárias; batatinha, na me-tade sul, para setembro e novembro; cana-de-açú-car, na metade leste; for-rageiras de clima tempe-rado (1), na metade leste; forrageiras de clima tro-pical (2), na metade leste; fumo, exceto no norte e no leste; mandioca, parte central e leste; milho para setembro, no oeste; milho para outubro, novembro e dezembro, exceto no oes-te; soja, parte central e no oeste; sorgo, na metade leste.

Abacate e caqui, figo e goiaba, em terrenos em cotas intermediárias; limão; pêra e pêssego.

Nordeste Alfafa; aveia; batatinha, na metade oeste, para setembro; cevada, centeio; feijão, no noroeste; forrageiras de clima temperado (1); milho, exceto no leste, para setembro; milho para outubro, novembro e dezembro, exceto no leste; trigo e linho, exceto no sudeste.

Erva mate, figo e maçã em todas as cotas altas; pêra e pêssego, exceto no extremo sudeste.

Batatinha, na metade les-te (plantio em outubro) e na metade oeste (plantio em novembro); feijão, ex-ceto no noroeste; fumo, exceto no extremo sudes-te; mandioca, na metade oeste; soja, sorgo, trigo e linho, no sudeste.

Abacate e goiaba, na região noroeste; caqui e maçã, no oeste e no sudeste, limite com os Coredes Norte e Produção; mamão e manga, no noroeste, próximo ao rio Uruguai; pêra e pêssego, no sudeste; videira americana, exceto no leste e no sudeste.

Noroeste Colonial

Abacaxi, no norte; alfafa, arroz e aveia, exceto no nor-te; batatinha, no sudeste, pa-ra setembro; cana-de-açúcar no norte; cevada e centeio, exceto no norte; feijão, exceto no extremo norte e no sul; forrageiras de clima tempe-rado (1), na metade sul; for-rageiras de clima tropical (2), no norte; fumo, exceto no ex-tremo sul e no leste; mandio-ca, no norte; melancia e me-lão, no norte; milho para se-tembro, outubro, novembro e dezembro, exceto no extremo norte; soja, trigo e linho, ex-ceto no extremo norte.

Abacate, banana, goiaba, mamão e manga, na parte norte; caqui e figo, no extremo sul; limão e tangerina, no sul; laranja e tangerina; pêra, pêssego e videira americana, no extremo sul.

Amendoim; batata-doce; batatinha, no sudeste; cana-de-açúcar, exceto no extremo norte e no sul; feijão, nos extremos sul e norte; forrageiras de clima temperado (1), na parte central; forrageiras de clima tropical (2), exceto no norte; fumo, no sul e no leste; mandioca, exce-to no norte; milho, na par-te norte, para setembro; milho para outubro, no-vembro e dezembro e sorgo, nos vales inte-riores do Coredes Sul.

Abacate, exceto no extremo norte e no sul.

Caqui e figo, exceto no extremo sul; erva mate, exceto no extremo norte; laranja, no sul; limão, mamão e manga, exceto na parte norte; pêra e pêssego, exceto no extremo sul.

(continua)

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Quadro 5.27

Culturas temporárias e permanentes, preferenciais ou toleradas, por Coredes do Rio Grande do Sul

PREFERENCIAL TOLERADA COREDES

Culturas Temporárias Culturas Permanentes Culturas Temporárias Culturas Permanentes

Norte Alfafa e arroz, exceto no extremo nordeste; aveia, cevada, centeio, feijão, forrageiras de clima temperado (1), milho para setembro, milho para outubro, novembro e dezembro e soja, no norte e no nordeste da região; trigo e linho.

Erva-mate, figo, limão e tangerina, no extremo oeste e no sudoeste; mamão e manga, no norte, em áreas próximas ao rio Uruguai; pêra, pêssego e videira americana, ao norte, noroeste e oeste.

Cana-de-açúcar, exceto nas terras altas; forragei-ras de clima tropical (2), fumo; mandioca; soja, no centro, no sul, no leste e no nordeste; sorgo.

Abacate, banana e goiaba, nos vales do rio Uruguai e tributários; caqui; laranja, no oeste e no sudoeste; maçã, nas áreas de sudeste; maçã, nas partes altas da região central; videira ame-ricana, ao sul e a leste.

Sul Alho e cebola, exceto no ex-tremo sul e nas terras altas do norte; arroz; aveia, exce-to nas várzeas; batatinha, nas terras altas, em setem-bro; cevada e centeio, exce-to nas várzeas; forrageiras de clima temperado (1); me-lancia e melão, nas terras altas; milho, na planície cos-teira interna e externa, exce-to no extremo sul desta, pa-ra setembro; milho para ou-tubro e novembro, exceto nas terras altas do sul; mi-lho, para dezembro; sorgo; trigo e linho, no sudoeste e no oeste.

Limão e tangerina, no sul, exceto na planície costeira; limão e tangerina, no norte; maçã, nas terras altas de Pinheiro Machado, Canguçu, Piratini e Santana da Boa Vista; marmelo, exceto nas terras baixas da planície cos-teira; noz, nas áreas do leste, em cotas intermediárias, e no sul, na fronteira com o Uru-guai; pêra e pêssego; videira americana, exceto na planície costeira interna e externa; videira européia, nas terras altas.

Alfafa, exceto na bacia da lagoa Mirim; batati-nha, nas terras altas, em novembro; cana-de-açú- car, ao norte de Pelo-tas; ervilha, nas terras altas; feijão, exceto no sul; milho para outubro e novembro, nas terras altas; soja, nas partes altas mais planície cos-teira interna, ao norte de Pelotas; trigo e linho, nas terras altas do norte.

Abacate, nos vales protegidos de Pinheiro Machado, Canguçu e Piratini; caqui e figo, nas terras altas de Pinheiro Machado, Piratini, Canguçu e Santana da Boa Vista; laranja, na metade sul, exceto na planície costeira; laranja, no norte; maçã em cotas intermediárias.

FONTE: Quadros 5.23 e 5.24. (1) São consideradas como forrageiras de clima temperado as seguintes: aveia, azevém, centeio, cornichão, festuca, Phalaris, serradela, trevo branco, trevo visiculosum, trevo subterrâneo, trevo vermelho e trigo. (2) São consideradas como forrageiras de clima tropical ou sub- tropical as seguintes: capim Rhodes, centrosema, Desmodium intortum, feijão miúdo, Latononis, missioneira, pangola, Panicum maximum, pensacola, Phaseolus atropurpureus, Paspalum dilatatum, setária, soja perene, sorgo e milhetos.

As regiões mais altas e mais frias, como o Corede Nordeste, as partes altas do Norte e o Alto da Serra doBotucaraí, mostram grande aptidão para culturas “temperadas”, que também se adaptam bem em climas mais secosdos altos topográficos dos Coredes Sul, Campanha, Fronteira Oeste e Missões.

É interessante observar-se que todas as regiões apresentam terras altas, mais frias, e terras que margeiam riosde menor ou maior envergadura e que apresentam vales protegidos dos ventos frios e, conseqüentemente, com climasmais quentes. Às vezes, as terras altas são mais restritas, como no Litoral, no Centro-Sul, no Jacuí Centro e noFronteira Noroeste; mesmo assim, representam centenas de quilômetros quadrados. Em outros casos, os vales encai-xados e quentes são mais limitados em extensão, como no Corede Nordeste, diminuindo as possibilidades de introdu-ção de culturas “tropicais”, mas sem estabelecer um impedimento na diversificação, porque se ampliam as possibilida-des das culturas “temporárias”.

Do ponto de vista do potencial produtivo e não considerando as condições de mercado, constata-se que as regiõesmuito grandes e que apresentam terrenos mais heterogêneos, com zonas de planícies costeiras ou aluvionares, coxilhasonduladas de contorno e cerros mais pronunciados, até terrenos que poderiam ser classificados como montanhosos,são as que oferecem as maiores diversidades climáticas, permitindo, em princípio, a implantação de uma pauta maisampla de culturas temporárias e permanentes, como é o caso dos Coredes Central, Centro-Sul, Sul, Campanha,Fronteira Oeste, Missões e Noroeste Colonial. Estes, pela sua dimensão absoluta, podem abrigar uma agriculturaeficiente e diversificada, em função, também, das suas disponibilidades de solos, o que não significa que outrasregiões não possam usufruir de uma dotação de solos absoluta ou relativamente privilegiada.

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Existem duas maneiras de se considerar a questão da disponibilidade de solos. Uma estabelece um critérionormativo rígido e faz uma leitura limitada das classes de capacidade de uso dos solos e mesmo das classes e dasunidades de mapeamento, do ponto de vista pedológico. Nesse caso, a capacidade de uso é determinante do tipo deutilização do solo, e existe uma relação entre o ideal e o real, que acaba por determinar a “adequação de uso”, segundoum conceito altamente tecnocrático, já que não entram considerações de rendimentos econômicos nesse processo.Assim, os solos da classe III são apropriados para culturas anuais; os solos IVi são indicados para culturas irrigadaspor inundação; os solos IV e VI não devem ser utilizados em culturas anuais, a não ser com práticas intensivas deconservação dos solos; enquanto os solos VI e VII devem ser destinados exclusivamente a culturas permanentes epara a silvicultura, com sérias limitações; os solos VIII devem ser destinados à preservação das condições ambientais,da flora e da fauna, permitindo somente atividades vinculadas ao lazer.

Como alternativa a esse raciocínio, existe a proposta de Hugh Hammond Bennet, criador do Soil ConservationService dos Estados Unidos, que sugere que os solos de mais alto grau de qualificação, ou seja, aqueles que nãooferecem nenhuma restrição ao seu uso, podem ser utilizados em qualquer atividade. Nesse sentido, é emblemáticoque o condado com o maior rendimento por hectare em culturas de sequeiro dos Estados Unidos, Frysville, na Pensilvânia,tenha uma atividade de silvicultura justamente desenvolvida por Norton Fry, descendente direto do fundador do conda-do. A Frysville Farms produz brotos e mudas de um híbrido com grande volume de massa verde, embora a classe desolos fosse ótima para a agricultura de grãos. Na visão de Norton Fry, nenhum produto daria uma renda tão alta comoa obtida pela venda de brotos dos inúmeros tipos de Hybrid Poplar, uma árvore. Nessa visão, os solos das classes I, IIe III seriam “adequados “ para produzir qualquer coisa, sendo que a maior rentabilidade impõe o critério seletivo. Essamaneira de encarar os fatos certamente pode ferir aqueles profissionais que pretendem “racionalizar” o uso dos recur-sos naturais, esquecendo que a maior racionalização advém do uso que gera um maior produto por hectare, semdegradação ambiental.

Também é emblemática a utilização dos solos da planície costeira externa do Rio Grande do Sul, tanto no CoredeLitoral, como no Sul, quando o florestamento foi feito sobre dunas atuais estabilizadas, ou dunas fósseis, emborarecentes, com extraordinário sucesso. A tecnologia para esse tipo de florestamento foi inventada pelos florestadores,enriquecendo e diversificando o ambiente, o que seria impossível com as normas vigentes atualmente, porque essasáreas estariam enquadradas em áreas de preservação permanente, sem nenhum tipo de utilização econômica.

Num estado com dimensões extraordinariamente grandes como o Rio Grande do Sul, maior do que inúmerospaíses da Europa, ocupando o G14 a maior parte de seu território, é indispensável que os conceitos se flexibilizem,para uma utilização racional dos recursos naturais, sendo racional aquilo que combine a ausência de degradaçãoambiental com a geração do maior produto possível por hectare.

Outro aspecto que deve ser considerado é o da escala de mapas e cartogramas que disponibilizam a informaçãobásica. São escalas que mascaram nuanças locais e que, portanto, só permitem sugestões de política espacial deprodução, mas que não podem ser utilizadas como regras impeditivas aos empreendedores que ousarem produzir o queaparentemente é contra-indicado. Nesse sentido, devem ser feitas distinções bem claras entre aqueles produtos queexigem áreas mais extensas, para obterem rendimentos econômicos, ou seja, que tenham maior dependência deescalas grandes, como a soja ou a pecuária extensiva, daquelas produções que podem alcançar altas produções eretornos econômicos em superfícies físicas menores, como a fruticultura de mesa, a floricultura, a horticultura ou, atémesmo, a produção industrial de suínos e aves, que independem de áreas agrícolas.

Ainda assim, a análise dos solos é um indicativo forte de que uma pauta de produtos é possível de ser adotada poruma região, para alcançar altos rendimentos econômicos. Não se trata, portanto, de uma limitação absoluta, mesmoporque o maior produto agrícola por hectare, do Rio Grande do Sul, provém de uma região que tem, aparentemente, umabaixa dotação de recursos naturais, que é justamente a Serra. Entretanto essa região soube superar as suas limita-ções, construindo uma estrutura produtiva que associa pequenas propriedades rurais com altas escalas de produção,ao se direcionar para a vitivinicultura, a fruticultura, a horticultura e a floricultura, além de uma bem estruturada produ-ção pecuária leiteira, de avicultura e de suinocultura, verticalmente integradas.

No G14, podem ser caracterizados grupos de regiões, em função de suas situações ecológicas, de tal forma queé possível admitir como radicalmente diferente a situação de regiões no norte do Estado das litorâneas, ou do sul e dosudoeste.

O Corede Nordeste possui uma alta incidência de solos VII e VI, especialmente nas áreas que drenam diretamentepara o rio Uruguai e no limite com o Corede Norte. Essas classes estão representadas pedologicamente por NeossolosLitólicos, alternados com solos mais profundos, de diferentes classes, com predomínio de Chernossolos, em geralrelacionados com a Associação Ciríaco-Charrua. Na medida em que as áreas mais íngremes vão sendo ultrapassadase se sobe em direção aos Campos de Cima da Serra, percorrendo a região de oeste para leste e de norte para sul, os

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solos vão passando, gradativamente, para classes IV e III. Continuam a ocorrer solos da classe VI, mas que caemnessa classificação muito mais pela pequena profundidade dos perfis do que por problemas de topografia agressiva.Nas áreas mais altas, predominam os Latossolos, relacionáveis às unidades Erechim, Vacaria e Durox.

Nos Coredes Norte, Médio Alto Uruguai, Noroeste Colonial e Fronteira Noroeste, as áreas de declives maisacentuados estão classificadas como classes VII e VI de capacidade de uso dos solos, sendo que é maior a incidênciada classe VII nas duas primeiras regiões, e é menor nas outras, onde predomina a classe VI. De qualquer maneira, asunidades pedológicas predominantes nos terrenos de topografia mais agressiva são as que compõem a AssociaçãoCiríaco-Charrua já citada. Os solos das terras menos íngremes, característicos das classes IV e III, são representadospor uma seqüência de Latossolos e Argissolos, que progridem da unidade Erechim para a unidade Santo Ângelo,passando pela unidade Passo Fundo. Numa relação unidirecional de usos homogêneos e preferenciando a produção degrãos de sequeiro, é melhor dotada a região que tenha maior participação de solos Santo Ângelo, o que é o caso doNoroeste Colonial.

As regiões de transição ambiental, mas especialmente morfológica, que são representadas pelo Corede Missõese pela parte norte do Fronteira Oeste, já não apresentam solos de capacidade de uso relacionados à classe VII, porqueas limitações principais derivam da profundidade dos perfis e da alta incidência de afloramentos de rocha. Os solos queapresentam as maiores limitações são os das classe VI e IV, aos quais se vinculam Neossolos e Vertissolos, enquantoos de melhor qualificação (classe III) são representados por Latossolos e Nitossolos (principalmente da unidade SãoBorja).

Na medida em que se transita para o sul e o leste, a partir das margens do rio Uruguai, as situações vão mudandoprogressivamente.

Para o sul e o sudeste, alcança-se a Fronteira Oeste, onde os solos com maiores limitações são rasos, da classeVI e relacionados ao tipo Pedregal, por exemplo, ou sujeitos à inundação periódica, do tipo IVi e limitados a umautilização em culturas irrigadas por inundação, sendo representados por Gleissolos, do tipo Banhado, ou Planossolos,do tipo Vacacaí, embora outras unidades também se façam presentes.

Os solos da classe III transitam de perfis como os Argissolos da unidade São Pedro para Latossolos da unidadeCruz Alta, passando para várias unidades diferentes e que serão relacionadas no quadro da disponibilidade de solos,sendo necessário salientar a maior importância relativa dos Luvissolos da unidade Virgínia, pela sua expressão regio-nal.

Os Coredes Fronteira Oeste, Campanha, a parte sul do Central e o Jacuí Centro representam as áreas do grandedomínio das várzeas fluviais do Rio Grande do Sul, onde se concentram os solos IVi e especialmente aqueles que per-tencem à unidade Vacacaí, que representa, no Estado, as melhores condições para a produção agrícola em várzeas.

As terras altas do Fronteira Oeste apresentam limitações diferentes daquelas que lhe são similares no Campanhae no Sul. São solos desenvolvidos a partir de “basaltos”, o que significa, hipoteticamente, apresentar perfis de solosrasos até profundos. No Fronteira Oeste, predominam solos rasos, mas com manchas de solos profundos, às vezesrelacionados com ocorrências esparsas de solos arenosos derivados de arenitos, como no caso das áreas próximas aoCerro do Jarau.

Nos Coredes Campanha e Sul, os solos rasos são Neossolos Litólicos, nas partes altas, relacionados a proces-sos geológicos erosivos, enquanto os Neossolos de várzeas são determinados por processos de pulsação do nível domar nos últimos períodos geológicos.

As regiões intermediárias, como os Coredes Centro-Sul, Jacuí Centro, Central e, até mesmo, o Alto da Serra doBotucaraí, como regiões de transição, apresentam ambientes múltiplos como resultado da morfologia, da litologia, e doclima.

O Centro-Sul é uma região que compreende áreas do vale do rio Jacuí, mas também avança sobre as maioresaltitudes da Serra do Sudeste, sem deixar de invadir as margens da Lagoa dos Patos.

O Corede Jacuí Centro vai ao topo do Planalto, ao mesmo tempo em que convive com ambientes quentes eúmidos do vale do Jacuí.

O Central promove o encontro do centro de pesquisa agronômica do trigo com as várzeas do Jacuí e do Ibicuí: adesertificação, em áreas de baixa densidade de produção por hectare, com a sojicultura racional e de alta produtivida-de, ambas dinâmicas, mas em diferentes sub-regiões, uma amarrada ao atraso nos sistemas produtivos e, por isso, àdegradação, a outra inerente ao progresso da produção voltada ao mercado em condições altamente competitivas.

No Alto da Serra do Botucaraí, também existem ambientes diferenciados convivendo. Por um lado, as áreas desolos rasos da zona de transição para o baixo vale do Forqueta e do Fão, representado pelos terrenos íngremes daparte sul da região, onde predominam solos da classe VII e VI, representados pela Associação Ciríaco-Charrua, mas

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também existem solos rasos no topo do planalto, pertencentes à classe VI e que podem ser designados como Asso-ciação Júlio de Castilhos-Guassupi.

As situações possíveis de combinações são múltiplas, e a oferta de solos é elástica, frente à atual capacidade deprodução dos agentes existentes no momento, que não utilizam minimanente o potencial de recursos naturais que lhesé disponibilizado, porque, historicamente, o que produziam gerava receitas altas e que estavam de acordo com ospadrões de demanda da sociedade brasileira.

As adaptações produtivas, visando a um novo padrão de consumo, são lentas e difíceis de serem executadas,principalmente quando os padrões de riqueza do passado cristalizaram procedimentos bem-sucedidos e que não darãoos mesmos resultados no futuro, embora tenham mantido altos níveis de renda, com lucros reduzidos.

Mesmo nas regiões litorâneas e nos vales interiores, é soberana a presença de recursos naturais diversificados,embora limitados para a produção de alguns grãos que exigem grandes extensões ou solos especiais; é tambémlimitada a oferta de solos para competir em condições mais agudas, quando comparados com os solos de várzeasaluvionares, que não apresentam perigos tão evidentes de salinização.

Para dar uma visão de conjunto, foi construído o Quadro 5.28 que mostra a relação que existe entre as classes decapacidade de uso dos solo e a classe e a unidade de mapeamento do ponto de vista pedológico.

A Figura 5.33 expressa, de forma esquemática, a distribuição dos solos segundo a capacidade de uso dosmesmos, tendo sido salientado o limite do G14, com as 14 regiões individualizadas.

As classes VII, VI e IV estão, normalmente, associadas a solos pouco desenvolvidos, rasos, com pequenaintensidade de pedogênese e, conseqüentemente, “jovens”.

O termo neossolo lembra solos novos, pouco desenvolvidos. Os Neossolos são solos rasos ou profundos,apresentando, no perfil, uma seqüência de horizontes AR, ou A-C-R, ou O-R, ou H-C. São solos de formação muitorecente e encontrados nas mais diversas condições de relevo e drenagem.

Nos Coredes Fronteira Noroeste, Médio Alto Uruguai, Nordeste, Noroeste Colonial e Norte, somente ocorrem osNeossolos Litólicos, que apresentam um horizonte A ou O, assentado sobre a rocha parcialmente alterada (horizonteC), ou sobre a rocha inalterada (camada R), e são eutróficos, quando a saturação de bases é alta (> 50%), como nasunidades Charrua e Pedregal. São chernozêmicos, quando caracterizados por um horizonte A chernozêmico, que repre-senta um ambiente de baixa lixiviação, baixa acidez e boa fertilidade química, com alta saturação por bases (V > 65%,com predomínio de cálcio) e razoável teor de matéria orgânica, condicionando uma boa estruturação e cores escuras.Já no Corede Alto da Serra do Botucaraí, além dos solos Charrua, são identificados os solos da unidade Guassupi,distróficos, por apresentarem uma saturação por bases baixa (< 50%), e típicos (Pedregal também), por representaremo conceito central de sua respectiva classe.

No Fronteira Oeste, ocorrem principalmente os Neossolos Litólicos, que apresentam um horizonte A ou O, assen-tado sobre a rocha parcialmente alterada (horizonte C), ou sobre a rocha inalterada (camada R), distróficos, quando asaturação por bases é baixa (< 50%), como nas unidades Guaritas e Pinheiro Machado, e eutróficos, quando a satura-ção de bases é alta (> 50%), como nas unidades Ibaré e Pedregal. São típicos, por representarem o conceito central desua respectiva classe, ou chernossólicos, por apresentarem características intermediárias com a classe dos Chernossolos.Freqüentemente, associados a esses Neossolos, são encontrados Vertissolos Ebânicos órticos típicos — VEo2 — daunidade Escobar e Argissolos Vermelho-Amarelo alumínicos típicos — PVAa3 — Júlio de Castilhos, este especifica-mente associado aos solos Guassupi.

No Fronteira Oeste, no Sul e no Litoral, também ocorrem Neossolos Quartzarênicos, nos quais o horizonte A estáassentado sobre sedimentos inconsolidados (fluviais ou eólicos) muito arenosos (de textura areia ou areia franca, comteor de argila menor ou igual a 15%).

O horizonte A é mineral, situado na superfície, apresentando concentração de matéria orgânica decomposta,incorporada por atividade biológica, intimamente misturada com a fração mineral. Tem, comumente, uma coloraçãomais escura do que os horizontes subjacentes, mas, quando cultivado, geralmente apresenta uma descoloração naporção revolvida pelos implementos, porque perde rapidamente a matéria orgânica por lixiviação. O horizonte C émineral, situado abaixo do horizonte B, ou abaixo do A, quando o B está ausente, sendo constituído por rocha alterada,pouco afetada por processos pedogênicos. Em geral, representa o material de origem do solo. R é uma camada mineralde material consolidado e constitui o substrato rochoso, podendo ser contínuo ou fendilhado. O é um horizonte oucamada orgânica superficial, constituído de restos orgânicos pouco ou não decompostos, formado em ambiente bemdrenado ou ocasionalmente saturado com água.

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Quadro 5.28

Disponibilidade de solos por Corede, segundo a capacidade de uso e as classes e unidades de mapeamento, no Rio Grande do Sul — 2002

COREDES CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS CLASSES DE SOLOS E UNIDADES DE MAPEAMENTO

Alto da Serra do Botucaraí

Solos III dominando em toda a porção oeste, norte e noroeste, em terrenos lindeiros ao rio Jacuí, mais áreas centrais da região; cotas intermediárias e altas transitam para IVpt e VIaf, com manchas de VII no extremo sudeste; prevalecem solos VIaf nos altos topográficos e VIaf e VII na transição para os vales do Rio Pardo, para o rio Fão e para o rio Forqueta, em seus cursos médios e inferiores.

Solos LVd3 — Latossolo Vermelho aluminoférrico típico —Passo Fundo — e LVaf — Latossolo Vermelho alumino- férrico típico — Erechim —; associação RLd3 — Neossolo Litólico distrófico típico — Guassupi e PVAa3 — Argissolo Vermelho-Amarelo alumínico típico — Júlio de Cas- tilhos — ; associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernos-sólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco — ; PVAa1 — Argissolo Vermelho-Amarelo alumínico alissólico — Oásis.

Campanha

Extremo norte e nordeste, limite com Jacuí Centro e Sul, grande incidência de classe VII; manchas de III e IVpt; na porção central, predominam solos VIm; na porção sul, IVe e III. Grande presença de solos hidromórficos de várzeas do tipo IVi. Nos terrenos altos, IVt.

RLd2 — AR — Neossolo Litólico distrófico típico — Guaritas, com afloramentos de rocha — ; RLe3 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Ibaré — ; RLe2 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Lavras — ; RLd4 — Neossolo Litólico distrófico típico — Pinheiro Machado — ; PVae1 — AR — Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico abrúptico — Carajá, com afloramentos de rocha — ; PVd7 — Argissolo Vermelho distrófico típico — São Jerônimo, na transição entre PVd7 e PVae1, ao sul; TCo — Luvissolo Crômico órtico típico — Cambaí — ; PVae2 — Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico abrúptico — Caldeirão — ; PVd3 — Argissolo Vermelho distrófico latossólico — Alto das Canas — ; LVd1 — Latossolo Vermelho distrófico argissólico — Cerrito — e SXe1 — Planossolo Háplico eutrófico típico — São Gabriel — ; SGe1 — Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico — Vacacaí — ; MEo — Chernossolo Ebânico eutrófico típico - Seival, a sudeste — ; TPo2 — Luvissolo Hipocrômico órtico típico — Piraí — ; PVe — Argissolo Vermelho eutrófico latossólico — Santa Tecla — ; VEo2 — Vertissolo Ebânico órtico típico — Escobar — ; RLe4 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Pedregal — ; SXe2 — Planossolo Háplico eutrófico vértico — Bagé — ; MTo2 — Chernossolo Argilúvico órtico vértico — Ponche Verde — ; APt3 — Alis-solo Hipocrômico argilúvico abrúptico — Tala — ; e, no divisor de águas com o Piraí-Rio Negro, PVe — Santa Tecla, no sudeste, VEo1 — Vertissolo Ebânico órtico chernossólico — Aceguá — ; RQ2 — Neossolo Quartzarênico — Ibicuí — no extremo sul, nas várzeas do Jaguarão Chico; GXe — Gleissolo Háplico eutrófico vértico — Banhado, nas várzeas maiores, exceto rio Santa Maria.

Central

No extremo leste e em todo o norte e noroeste: VII, com pequenas manchas de VIaf e IVpt; IVi nas várzeas e de III nos subdivisores de água; os dois últimos dominantes. Extremo sudeste: VII, IVpt e VIaf; Viaf, nos limites leste e nordeste; topo do Planalto: III; Vipf; Vipf, em todo o norte e noroeste; VIa no oeste.

Associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernos-sólico — Charrua e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco — ; transição para o topo do Planalto, PVAa1 — Argissolo Vermelho-Amarelo alumínico alissóli-co — Oásis (III, IVpt) — ; várzeas ocupam uma área muito expressiva, SGE1 — Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico — Vacacaí — ; subdivisores de água, PVd2 — Argissolo Vermelho distrófico arênico — São Pedro. Sudeste, leste, nordeste, RLd3 — Neossolo Litólico distrófico típico - Guassupi — ; topo do Planalto, predomina PVAa3 — Argissolo Vermelho-Amarelo alumínico típico — Júlio de Castilhos, com áreas importantes de LVd2 — Latossolo Vermelho distrófico típico — Cruz Alta. Norte e nordeste, PVad6 — Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico típico Tupanciretã — nos subdivisores de água; Norte, LVdf2 — Latossolo Vermelho distroférrico latossólico — Santo Ângelo — ; APt2 — Alissolo Hipocrômico argilúvico típico — Santa Maria, ao sul.

(continua)

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Quadro 5.28

Disponibilidade de solos por Corede, segundo a capacidade de uso e as classes e unidades de mapeamento, no Rio Grande do Sul — 2002

COREDES CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS CLASSES DE SOLOS E UNIDADES DE MAPEAMENTO

Centro-Sul

RLd4 — Neossolo Litólico distrófico típico — Pinheiro Machado, freqüentemente com AR — afloramentos de rocha —; PVAd4 — Argissolo Vermelho Amarelo distró-fico típico — Camaquã — ; SGe1 — Planossolo Hidromór-fico eutrófico arênico — Vacacaí, nas várzeas dos rios — ; SGe3 — Planossolo Hidromórfico eutrófico solódico — Pelotas — ; na Planície Costeira Interior, presença de GMe1 — Gleissolo Melânico eutrófico típico — Colégio — RQ1 — Neossolo Quartzarênico — Dunas — e RU — Neossolo Flúvico — Guaíba, na margem da Lagoa; TCo — Luvissolo Crômico órtico típico — Cambaí — ; no vale do Jacuí e áreas que drenam para ele, PVd5 — Argissolo Vermelho distrófico latossólico — Rio Pardo — ; PVd3 — Argissolo Vermelho distrófico latossólico — Alto das Canas, na porção mais ao norte; PVd7 — Argissolo Vermelho distrófico típico — São Jerônimo — ; RLe3 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Ibaré — ; nas várzeas, SGe1 — Vacacaí; no extremo noroeste, TPo2 — Luvissolo Hipocrômico órtico típico — Piraí.

Fronteira Noroeste

VIt nas áreas que margeiam o rio Uruguai, em Dr. Maurício Cardoso, Alecrim, Porto Vera Cruz e Porto Lucena. IVpt no entorno do rio Buricá, Santa Rosa, Santo Cristo, Amandaú e Comandaí, curso inferior de todos eles; divisor de águas: III.

Associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernos-sólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico fér-rico típico — Ciríaco — , com ocorrência isolada de RLe1 — Charrua, associado aos solos III, LVdf2 — Latossolo Vermelho distroférrico latossólico — Santo Ângelo.

Jacuí Centro

Solos VIm e VII na divisa com Caçapava do Sul; III nas coxilhas suave-onduladas a onduladas no entorno das várzeas; IVi nas várzeas. Parte central da região com IVpt e VII, e IVpt no norte; suaviza a topografia, passa a IVpt e III.

RLe3 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Ibaré — ; RLd2 — Neossolo Litólico distrófico típico — Guaritas — ; PVae2 — Argissolo Vermelho Amarelo eutrófico abrúpti-co — Caldeirão — ; PVd3 — Argissolo Vermelho distrófico latossólico — Alto das Canas — ; LVd1 — Latossolo Vermelho distrófico argilúvico — Cerrito — ; PVd5 — Argissolo Vermelho distrófico latossólico — Rio Pardo — ; PVd2 — Argissolo Vermelho distrófico arênico — São Pedro — ; SXe1 — Planossolo Háplico eutrófico típico — São Gabriel e nas várzeas — ; SGe1 — Planossolo Hidro-mórfico eutrófico arênico — Vacacaí, nos divisores de água e no entorno do Botucaraí, pela margem esquerda do Jacuí — ; PVd5 — Rio Pardo e MTo1 — Chernossolo Ar-gilúvico órtico saprolítico — Venda Grande — , com inclusões de TPo2 — Luvissolo Hipocrômico órtico típico — Piraí; sudoeste e sul, nos divisores de água, ACt — Alissolos Crômicos argilúvicos típicos — Ramos — e APt2 — Alissolo Hipocrômico argilúvico típico — Santa Maria, no entorno das várzeas; no extremo sudeste, no entorno do cruzamento da BR — 290 com a 392 — , MEo — Chernossolo Ebânico eutrófico típico — Seival. Nas partes altas do norte, associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco. Em direção ao sul, em terrenos altos, também ocorre RLd4 — Neossolo Litólico distrófico típico — Pinheiro Machado — e TCo — Luvissolos crômicos órticos típicos — Cambaí — ; mais PVae1 — Argissolo Vermelho Amarelo eutrófico abrúptico — Carajá.

(continua)

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Disponibilidade de solos por Corede, segundo a capacidade de uso e as classes e unidades de mapeamento, no Rio Grande do Sul — 2002

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Litoral

Solos VIII e VII são dominantes na Escarpa da Serra Geral e nas dunas litorâneas. Meia encosta com VIa, VIpf e VIpt, que transitam para Ivpt, quando o substrato é basáltico, e IVe em áreas arenosas. Os solos mais desenvolvidos e profundos em terrenos topograficamente suavizados caracterizam a classe III. As várzeas são IVi, mas existem manchas de V nos bordos das lagoas.

CHa1 — Cambissolo Húmico órtico típico — Bom Jesus — no limite e oeste com Santa Catarina; associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — , com MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco — em toda a Encosta da Serra Geral; vales com MXo1 — Cher-nossolos Háplicos órticos típicos — Vila — e zonas planas com GMe1 — Gleissolo Melânico eutrófico típico — Colégio, na área de influência da Lagoa do Forno; na linha de costa, RQ1 — Neossolo Quartzarênico — Dunas — ; PVd1 — Argissolo Vermelho distrófico arênico — Bom Retiro, ao norte da lagoa Itapeva e oeste da Cidade de Torres; RQo — Neossolo Quartzarênico órtico típico — Osório — , nas margens da lagoa Itapeva; RQg1 — . Neossolo Quartzarênico hidromórfico típico — Curumin — ; GMe2 — Gleissolo Melanico eutrófico típico — Itapeva — entre as lagoas Itapeva e dos Quadros; várzeas fluviais com SGe1 — Planossolos Hidromórfico eutrófico arênico da unidade Vacacaí — ; PVd6 — Argissolo Vermelho distrófico típico da unidade Pituva — , em cotas intermediárias; RU — Quartzarênico flúvico da unidade Guaíba — , em torno da lagoa do Casamento; no limite da Coxilha das Lombas, PVad1 — Argissolo Vermelho Amarelo arênico da unidade Itapoá — , terrenos minimamente salientes, em desníveis positivos de poucos metros, com PVad3 — Argissolo Vermelho Amarelo típico da unidade Tuiá.

Médio Alto Uruguai

Nos terrenos mais íngremes, que drenam para o rio Uruguai e seus tributários: VII e VIt; quando os terrenos suavizam, passam a IVt e IVpt e, nos altos topográficos ao sul e sudoeste, III.

Predomina a associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco — ; ocorrência de LVaf — Latossolo Vermelho aluminoférrico típico — Erechim associado a solos III.

Missões

VIpf nas áreas próximas aos rios Uruguai e Piratinim, ao longo da Serra do Espinilho e margeando o rio Ijuí, com forte incidência de IVpt, nas margens do Ijuí; no noroeste, VIpt; III totalmente dominante nas cotas mais elevadas; no vale do Icamaquã, IVi e V; áreas de sul e sudeste, intercalação de III e VIpf.

No extremo oeste, associação RLe4 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Pedregal — e VEo2 — Vertissolo Ebânico órtico típico — Escobar — e afloramentos de rocha. Nos divisores de água do rio Uruguai e seus tributários, NVdf2 — Nitossolo Vermelho distrófico latossólico — São Borja — , LVdf2 — Latossolo Vermelho distroférrico latossólico — Santo Ângelo — ; várzeas dos rios, GXe — Gleissolo Háplico eutrófico vértico — Banhado. Na maior parte dos terrenos que drenam para o rio Uruguai, RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — ou associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco. A leste e sudeste, LVd2 — Latossolo Vermelho distrófico típico — Cruz Alta. Parte central da região com associação NVdf2 — Nitossolo Vermelho distrófico latossólico — São Borja — e TCp — Luvissolo Crômico pálico abrúptico — Virgínia.

Nordeste

VII no noroeste da região, passando a VIt e IVpt, ao longo das margens do rio Uruguai e nos vales encaixados dos tributários. Nas partes altas, III; nas áreas a leste, VIt e III, intercalados com predomínio de III.

Associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernos-sólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco — nas classes VII e VIt; solos VIt e IVpt na transição para o Planalto, mais III — LVaf — Latossolo Vermelho aluminoférrico típico — Erechim, que é dominante no Planalto a oeste, enquanto, no sudoeste, prevalece o solo NVdf1 — Nitossolo Vermelho distroférrico latos-sólico — Estação. No limite leste da região, LBa1 — Latossolo Bruno alumínio câmbico — Vacaria; no planalto, também ocorrem as unidades LVd3 — Latossolo Vermelho distrófico típico — Passo Fundo — e LVdf1 — Latossolo Vermelho distroférrico típico — Durox, ao sul.

(continua)

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Disponibilidade de solos por Corede, segundo a capacidade de uso e as classes e unidades de mapeamento, no Rio Grande do Sul — 2002

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Noroeste Colonial

VII e VIt nos terrenos mais íngremes que margeiam os principais rios que cortam a região. Manchas esparsas de IVpt e predomínio absoluto de III nos altos topográficos do Planalto. Nas áreas de sudeste e leste, limite com a região da Produção, os solos III são intercalados com IVpt, com grande incidência. Mais ao sul e a sudoeste, intercalações de III com VIpf e VIaf.

Associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco. Nos divisores de água do topo do Planalto, ocorrência, no nordeste, de LVaf — Latossolo Vermelho aluminoférrico típico — Erechim, mas a maior parte dos latossolos é representada pela unidade LVdf2 — Latossolo Vermelho distroférrico latossólico — Santo Ângelo, que é um dos melhores solos do Planalto. Também ocorre outro solo altamente qualificado, que é o LVd3 — Latossolo Vermelho distrófico típico — Passo Fundo. No sudeste, ocorre LVd2 — Latossolo Vermelho distrófico típico — Cruz Alta. No extremo sul (em Jóia), há grande ocorrência da associação RLe4 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Pedregal — com VEo2 — Vertissolo Ebânico órtico típico — Escobar — e AR — afloramentos de rochas — com núcleo central de LVdf2 — Latossolo Vermelho distroférrico latossólico — Santo Ângelo. A nordeste da cidade, associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco. Nos limites sul e sudeste, ocorrência de LVd2 — Latossolo Vermelho distrófico típico — Cruz Alta — e PVAd6 — Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico típico — Tupanciretã — , principalmente na divisa com Boa Vista do Cadeado e Tupanciretã. No extremo sudeste, mancha isolada de RLd3 — Neossolo Litólico distrófico típico — Guassupi. Dois terços do Município de Jóia são de LVdf2 — Latossolo Vermelho distroférrico latossólico — Santo Ângelo.

Norte

Nas áreas íngremes, compreendendo os municípios que limitam ao norte com o rio Uruguai, predomínio total de solos VIt e VII, com manchas de IVpt. Nas áreas centrais da região, os solos VIt, dominantes, evoluem para IVpt, quando a topografia se suaviza, terminando em III nos altos topográficos. Nas áreas que margeiam a barragem do Passo Fundo, no limite sul, com o Corede Produção, e no leste que transita para o Nordeste, predomínio dos solos III, com intercalações ou associações laterais com IVpt e VIt.

Áreas íngremes dominadas pela associação RLe1 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Charrua — e MTf — Chernossolo Argilúvico férrico típico — Ciríaco; em algumas áreas, ocorrência isolada de Charrua. Nos altos topográficos vinculados aos solos III, predomina a unidade LVaf — Latossolo Vermelho aluminoférrico típi- co — Erechim — , que também se desenvolve sobre IVpt e VIt. No sul, no limite com a região da Produção, ocorre o solo NVdf1 — Nitossolo Vermelho distroférrico latossóli-co — Estação — ; no noroeste, em Faxinalzinho e Erval Grande, grande incidência de LBa2 — Latossolo Bruno alumínico típico — Erval Grande.

(continua)

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Disponibilidade de solos por Corede, segundo a capacidade de uso e as classes e unidades de mapeamento, no Rio Grande do Sul — 2002

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Sul

Absoluto predomínio de solos VIm em todos os terrenos altos da região, mas, no extremo norte, ocorre grande mancha de VII. Quando o relevo suaviza, passa a IVe no extremo sudoeste da região e a IVpt nas demais áreas. Também ocorre IVe nas zonas de transição para a planície costeira interna, em cotas intermediáiras; nos subdivisores de água, em coxilhas suave-onduladas a onduladas, predomina a classe III. As planícies costeiras interna e externa caracterizam-se por extensas várzeas com classe IVi de capacidade de uso, embora apareçam manchas de V no banhado do Taim, ao longo do Canal de São Gonçalo, no banhado del Rey, nas margens das lagoas e nos cursos inferiores dos rios Camaquã e Piratini.

RLd4 — Neossolo Litólico distrófico típico — Pinheiro Machado — ; RLe2 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Ibaré — ; AR — afloramentos de rocha — ; TPo — Luvissolo Hipocrômico órtico típico — Bexigoso — ; TPo2 — Luvissolo Hipocrômico órtico típico — Piraí; PVAd4 — Argissolo Vermelho Amarelo eutrófico abrúptico — Camaquã — ; SGe3 — Planossolo Hidromórfico eutrófico solódico — Pelotas — , nas várzeas, junto com MTk — Chernossolo Argilúvico carbonático típico — Formiga — ; RQg2 — Neossolo Quartzarênico hidromórfico típico — Lagoa — , principalmente nas margens da Mirim; nos terrenos elevados, principalmente na porção central da região, predominam os solos da unidade PVAd5 — Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico típico — Matarazzo — , nos terrenos ondulados; e RQ2 — Neossolo Quartzarênico — Ibicuí — , nas margens do Arroio Chasqueiro, curso inferior. Na margem esquerda do São Gonçalo, OJS — Organossolo Tiomórfico sáprico salino — Taim — e SNo2 — Planossolo Nátrico órtico típico — Mangueira. RQ1 — Neossolo Quartzarênico — Dunas — , na costa, intercalados com faixas alongadas de sul para norte de PVAd3 — Argissolo Vermelho Amarelo distrófico típico — Tuia — , nos terrenos um pouco mais salientes, porque, em cotas intermediárias entre esses e as várzeas, ocorre RQg1 — Neossolo Quartzarênico hidromórfico típico — Curumin; nas várzeas do Camaquã, mas na planície costeira interna, ocorre o solo GXe — Gleissolo Hálico eutrófico vértico — Banhado — ; nas margens da lagoa dos Patos e na confluência do rio Camaquã, ocorre um solo pouco desenvolvido, caracterizado como RU — Neossolo Flúvico — Guaíba, enquanto, em outros terrenos baixos, mas na planície costeira externa, aparece o GMe2 — Gleissolos Melânico eutrófico típico — Itapeva. Nas várzeas fluviais, predomina o SGe1 — Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico — Vacacaí. No extremo oeste, próximo ao limite com o Corede Campanha, ocorre o VEo1 — Vertissolos Ebânico órtico chernossólico — Aceguá. As terras altas do norte e noroeste apresentam uma seqüência distinta de solos rasos ou profundos e que se caracterizam como TCo — Luvissolo Crômico órtico típico — Cambaí — ; RLe2 — Neossolo Litólico eutrófico chernossólico — Lavras — ; RLe3 — Neossolo Litólico eutrófico típico — Ibaré — ; AR — afloramentos de rocha — ; PVAe2 — Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico abrúptico — Caldeirão — , com a unidade Vacacaí prevalecendo nas várzeas, ainda que restritas em sua expressão geográfica, nessa porção do Corede Sul.

NOTA: Todas as descrições de perfis de solos — unidades de mapeamento — são extraídas do trabalho: M.A. — D.N.P.A. — Divisão de Pesquisa Pedológica. Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado do Rio Grande do Sul. Recife, 1973. Enquanto todas as descrições de classes pedológicas foram retiradas da publicação STRECK, Edemar V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2002. As classes de capacidade de uso foram obtidas a partir da publicação M.A.-INCRA. Levantamento e avaliação de recursos naturais, sócio-econômicos e institucionais do Rio Grande do Sul. v.1 Brasília: 1973. (Mapas anexos).

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Figura 5.33

Capacidade de uso dos solos, com destaque para os Coredes do G14, no Rio Grande do Sul — 1973

FONTE: Convênio INCRA — IICA-Ministério da Agricultura — Secretaria da Agricultura e Abastecimento do RS.

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Figura 5.34

Solos do Rio Grande do Sul — 2002

FONTE: STRECK, Edemar V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2002.

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Os Neossolos Litólicos, devido à sua pequena espessura e por ocorrerem em regiões de relevo plano até forte--ondulado e montanhoso, em geral com pedregosidade e afloramentos de rochas, e por terem baixa tolerância de perdasde solo por erosão hídrica, apresentam fortes restrições para culturas anuais. Entretanto os perfis com seqüência dehorizontes A-C, com contato sobre rocha decomposta e declividade < 15%, podem ser cultivados mediante práticasintensivas de conservação, com mínima mobilização do solo, como, por exemplo, utilizando cordão em contorno,cobertura permanente do solo e plantio direto. Essa é a situação da maior parte dos solos litólicos da região, embora,nas margens das principais drenagens, ocorram declives mais acentuados. Áreas com declividade entre 15% e 30%devem ser utilizadas com reflorestamento ou com fruticultura, intercaladas com plantas de cobertura e recuperadorasde solo. Áreas com declive superior a 30% devem ser mantidas com cobertura vegetal natural, constituindo áreas depreservação permanente.

Os Neossolos Litólicos rasos e com seqüência de horizontes A-R têm baixa capacidade de infiltração earmazenamento de água no solo e alta suscetibilidade à erosão hídrica, impossibilitando o seu uso com culturasanuais.

O preparo convencional e a erosão proporcionam afloramentos de pedras e matacões, dificultando o uso posteriorcom pastagens. Locais de pastagem com lotação excessiva de animais por unidade de área sofrem redução da cober-tura vegetal do solo, favorecendo a erosão hídrica.

No Corede Alto da Serra do Botucaraí, existe um franco predomínio de Neossolos Litólicos, rasos, em terrenosrelativamente planos ou ondulados, sendo representados pela unidade Guassupi sempre em associação com a unidadeJúlio de Castilhos (Argissolos Vermelho-Amarelos), na parte central ou no extremo sudoeste da região.

Os neossolos, quando mais profundos, representados pela unidade Charrua, estão associados com a unidadeErechim, na mesma feição topográfica e no extremo norte.

Nos terrenos íngremes, os neossolos estão sempre representados pela unidade Charrua em associação com aunidade Ciríaco (Chernossolo Argilúvico).

Nos terrenos forte-ondulados a ondulados, em cotas intermediárias, mas ainda relacionados com as classes VI eIV de capacidade de uso, ocorrem os Argissolos Vermelho-Amarelos alumínicos alissólicos da unidade Oásis.

Nas demais regiões, onde se faz presente somente a unidade Charrua em representação de Neossolos, ela estásempre associada com a unidade Ciríaco, embora também apareça de forma isolada.

Os solos do planalto são, em geral, latossolos que variam dos Latossolos Brunos alumínicos câmbicos da unida-de Vacaria até os Latossolos Vermelhos distróficos típicos da unidade Cruz Alta.

No Corede Nordeste, além da associação Ciríaco-Charrua, que domina nos terrenos íngremes, fazem-se presen-tes os Latossolos Brunos alumínicos câmbicos da unidade Vacaria; no limite leste da região, os Latossolos Vermelhosdistróficos típicos da unidade Passo Fundo; no sudoeste, em direção ao Corede Produção, os Latossolos Vermelhosdistroférricos típicos da unidade Durox; a sul e sudeste, os Latossolos Vermelhos aluminoférricos da unidade Erechim,nas áreas que se aproximam do Corede Norte. Em transição morfológica difusa para o Corede Produção, tambémocorrem Nitossolos Vermelhos distroférricos latossólicos da unidade Estação.

No Corede Norte, fazem-se presentes praticamente as mesmas unidades, mas, em lugar da unidade Vacaria,aparece o Latossolo Bruno alumínico típico da unidade Erval Grande, dominante no município homônimo. Não se fazempresentes as unidades Passo Fundo e Durox, além da Vacaria.

No Médio Alto Uruguai, como nos outros, os terrenos íngremes estão cobertos por solos da associação Ciría-co-Charrua, enquanto o topo do Planalto é dominado por solos Erechim.

O Noroeste Colonial, por ser uma região muito grande e alongada na direção norte-sul, incorpora solos rasos, quesão mais típicos do Corede Fronteira Oeste. Assim, além da associação Ciríaco-Charrua e Júlio de Castilhos-Guassupi,nas quais os solos Charrua e Guassupi representam os neossolos, também se fazem presentes a associação Pedre-gal-Escobar e afloramentos de rocha, com a unidade Pedregal representando os solos rasos.

Entre os solos profundos, além dos citados anteriormente (Erechim e Passo Fundo), aparecem grandes exten-sões do excelente solo Santo Ângelo, acompanhados pelas unidades Cruz Alta e Tupanciretã.

No Fronteira Noroeste, mais uma vez a associação Ciríaco-Charrua cobre os terrenos das áreas mais íngremes,enquanto o Planalto fica sendo dominado pela unidade Santo Ângelo.

A partir do Corede Missões, há uma mudança significativa dos padrões de solos, como se verá mais adiante,representando uma região de transição para o Fronteira Oeste, que, por sua vez, se distribui por ambientes muitodiversificados, tendo em vista a sua grande dimensão.

As áreas dos Coredes Central, Jacuí Centro e Centro-Sul são de transição entre o Planalto de Santo Ângelo e aDepressão Central, por um lado, e entre esta e o Planalto Sul-Rio-Grandense, por outro, quando muda radicalmente o

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substrato sobre o qual são desenvolvidos os solos, criando um séqüito completamente diferente e aproximando-seprogressivamente dos solos que são encontrados no Campanha e no Sul.

Concentrando-se nas regiões do planalto, são apresentadas, a seguir, as descrições dos perfis de solos quecompõem as unidades já referidas.

Os solos Guassupi — RLd3 — são Neossolos Litólicos eutróficos típicos, pouco desenvolvidos, e argila deatividade baixa (não hidromórficos), de textura média, desenvolvidos em relevo forte-ondulado a suave-ondulado, apartir de “basaltos”.

Esses solos apresentam a seqüência de horizontes A/R e as características morfológicas que seguem:- horizonte A, com espessura em torno de 20cm, bruno-avermelhado escuro, com textura franco-siltosa e estrutura

granular moderadamente desenvolvida, é poroso, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, a transi-ção para o R é abrupta;

- horizonte R, constituído de basalto muito pouco intemperizado.A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases, as bases permutáveis e o conteúdo de potássio

apresentam valores altos, enquanto os teores de fósforo disponível são baixos. O conteúdo em matéria orgânica émédio. São solos fortemente ácidos.

Na sua área de ocorrência, o relevo dos solos é ondulado, com declives em torno de 10% e situam-se em altitudesvariáveis, desde 400m a 900m.

Suas principais limitações dizem respeito à profundidade dos perfis de solos e à presença de pedras e/ouafloramentos de rocha em alguns locais. O melhoramento das pastagens, com introdução de leguminosas de inverno,constitui prática bastante recomendável, tendo em vista as boas propriedades químicas desses solos. O uso empastagens é o mais adequado, mas não se pode descartar a silvicultura em perfis mais profundos.

A vegetação predominante é a de campo formado por gramíneas do tipo grama forquilha (Paspalum notatum) einfestados por carqueja (Baccharis trimera) e guabiroba (Campomenasia sp). Na área, ainda ocorrem matas baixas,formadas por aroeira (Schinus sp), espinilhos (Acacia sp), algumas Mirtáceas e arbustos de várias espécies.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média variando de 17,10C a 17,90C eprecipitação de 1.558mm a 1.767mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 169mm em 24 horas e geadas de abril anovembro. Períodos com 100mm de déficit de umidade são verificados cinco vezes a cada 10 anos, sendo que osperíodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e fevereiro.

Os solos Charrua, Neossolos Litólicos eutróficos chernossólicos — RLe1 —, são pouco desenvolvidos, rasos(20cm a 40cm), moderadamente drenados, desenvolvidos a partir de rochas basálticas.

A seqüência de horizontes é A e R, com as características morfológicas que seguem:- horizonte A, de espessura variável entre 20cm e 40cm, de coloração bruno-avermelhada escura, com textura

fraca, podendo variar de franco-arenoso a franco-siltoso, apresenta grande incidência de cascalhos, calhaus epedras no interior e na superfície do solo, a estrutura é granular, fracamente desenvolvida, é poroso, friável,ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

- a camada R é constituída pelas várias litologias, que foram classificadas como “basaltos”.Tanto a capacidade de permuta de cátions, como a saturação de bases e as bases permutáveis apresentam

valores altos, com o cálcio sendo a base dominante, com valores acima de 80%, o que determina que o potássiotambém seja alto, da mesma forma que a matéria orgânica, que é de teores médios a altos, embora o teor de fósforoseja muito baixo, como em todos os solos com essas características. São solos ligeiramente ácidos, e o alumíniotrocável é alto.

São solos férteis, sem restrições quanto à falta de água, porosos e permeáveis, embora apresentem fortesrestrições ao uso de implementos agrícolas, pela sua condição topográfica e pedregosidade. São excelentes paraculturas permanentes e para a silvicultura e podem manter uma agricultura familiar de alto rendimento por séculos.

Situam-se em relevo forte-ondulado a montanhoso, com declives maiores do que 15%, indo até 40% ou mais, e,quando compondo os tálus laterais de vales, podem apresentar faces muito íngremes. Podem ser encontrados, emfunção do nível do derrame basáltico e das diferentes incisões da drenagem, em cotas que variam de 100m a 1.500m.

São utilizados secularmente para a implantação de todo o tipo de agricultura, desde as anuais até as permanen-tes, e para a silvicultura, sendo que, tradicionalmente, 49% de suas áreas têm sido utilizadas com culturas anuais, sempráticas conservacionistas, e têm mantido um rendimento razoável a bom.

A vegetação natural é a mata subtropical de altitude e a Mata Atlântica, substituída por vegetação arbustiva.A maior parte da sua região de ocorrência encontra-se sob a influência do clima Cfa de Koeppen, com valores

climáticos muito variáveis, pela amplitude geográfica de sua ocorrência, mas não ultrapassam o limite de 170C a 190C,com uma precipitação pluviométrica de 1.650mm a 1.950mm, apresentando, na média, déficits de unidade de 100mm

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uma vez a cada 10 anos, o que não é a situação da região, que apresenta déficits com intensidade maior, ainda que nãodefinidos estatisticamente.

Os solos Pedregal — RLe4 —, Neossolos Litólicos eutróficos típicos, são solos pouco desenvolvidos e argila deatividade alta (não hidromórficos), de textura média, desenvolvidos em relevo suave-ondulado a forte-ondulado.

Os solos Pedregal aparecem associados a Vertissolos, sendo a vegetação característica de Savana. Apresentamhorizonte A Chernozêmico de textura média, usualmente cascalhenta, ocorrendo áreas em que são pedregosos. Aprincipal utilização desses solos é com pastagens naturais, em nível de grandes propriedades rurais.

Esses solos apresentam a seqüência de horizontes que segue:- horizonte A, com espessura em torno de 20cm, bruno-avermelhado escuro no matiz 5 YR 2/2, úmido, com textura

argila e estrutura fraca e moderada a pequena granular e fraca, muito pequena, subangular, friável, ligeiramenteplástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte R, rocha pouco intemperizada.Suas principais limitações dizem respeito à profundidade dos perfis de solos e à presença de pedras e/ou

afloramentos de rocha em alguns locais. O melhoramento das pastagens, com introdução de leguminosas de inverno,constitui prática bastante recomendável, tendo em vista as boas propriedades químicas desses solos. O uso empastagens é o mais adequado, mas não se pode descartar a silvicultura e a fruticultura em perfis mais profundos.

A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases, as bases permutáveis e o conteúdo de matériaorgânica apresentam valores altos, enquanto os teores de fósforo disponível e de alumínio trocável apresentam valoresbaixos.

A vegetação predominante é a de campo formado por gramíneas dos gêneros Paspalum, Axonopus, Brisa eAndropogon, ocorrendo também leguminosas, dentre elas, o trevo, além de Oxalis. Em determinadas áreas, observa-sea ocorrência de parques de espinilho.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média de 200C e precipitação pluviométricade 1.600mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 165mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos com100mm de déficit de umidade são verificados oito vezes a cada 10 anos, e com déficit de 300mm, uma vez, sendo queos períodos secos são mais freqüentes entres os meses de novembro e março.

Os Neossolos Litólicos da Fronteira Oeste estão situados, em geral, em terrenos elevados, correlacionáveis àsclasses VII e VIm de capacidade de uso.

A unidade de solos Guaritas — RLd2 —, Neossolos Litólicos distróficos típicos, é composta por solos litólicoseutróficos, textura arenosa, em relevo forte-ondulado, tendo como substrato principal arenitos e granitos decompostos.Não constituem unidade de mapeamento simples, ocorrendo associados a afloramentos de rocha formando a Associa-ção Guaritas-Afloramentos de Rocha.

Os solos definidos como Guaritas são rasos, de coloração bruno-acinzentada escura, arenosos e bem drenados.São solos ácidos, com saturação de bases média e pobres em nutrientes disponíveis. Apresentam seqüência dehorizonte A/R ou A/C, com as características morfológicas que seguem:

- horizonte A, relativamente profundo, podendo alcançar aproximadamente 40cm, de coloração bruno-acinzentadaescura e textura franco-arenosa, a transição para o horizonte inferior é abrupta e ondulada;

- horizonte R ou C, constituído por arenito em maior ou menor grau de intemperização.A capacidade de permuta de cátions é média, bem como a saturação de bases, sendo também solos pobres em

matéria orgânica, não alcançando 2%. O fósforo disponível e o alumínio trocável mostram teores baixos.Essa unidade de solo ocorre associada a afloramentos de rocha, que são encontrados em cotas entre 150m e

400m.Ocupam relevo forte-ondulado e, em algumas áreas, montanhoso. A maior parte dos declives situa-se em torno de

15%. Os vales são encaixados, com pendentes em centenas de metros.A vegetação natural na área da unidade é a de campo com mata arbustiva.O campo é de regular qualidade e constituído, principalmente, por gramíneas do gênero Paspalum e infestados por

maria-mole (Senecio brasiliensis) e carquejas (Baccharis sp.). A mata arbustiva é a característica da Serra do Sudeste(Planalto Sul Rio-Grandense), constituída, principalmente, por Mirtáceas, formando alguns capões, ou em exemplaresisolados, constituindo verdadeiros parques.

O tipo fundamental de clima é o Cfb 1 de Koeppen. A temperatura média anual é de 16,80C. A precipitação médiaanual é de l.665mm, podendo ocorrer chuvas de 119mm em 24 horas e geadas de abril a novembro.

A unidade de mapeamento Pinheiro Machado — RLd4 —, Neossolos Litólicos distróficos típicos, é constituída,predominantemente, por solos litólicos distróficos, bem drenados, de coloração escura, apresentando textura média,com percentagens elevadas das frações mais grosseiras (areia grossa e cascalhos), sendo derivados de granitos. Uma

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característica morfológica bastante importante, que torna esses solos facilmente identificáveis no campo, é a presençade línguas ou bolsas, que penetram no horizonte C, e são constituídos de material semelhante ao do A (transiçãoirregular). Geralmente, são solos ácidos, com saturação e soma de bases média e praticamente livres de acideznociva, sendo bem providos de matéria orgânica.

Apresentam seqüência de horizontes A/C, com as características morfológicas que seguem:- horizonte A, de espessura variável (em torno de 50cm); preto; franco-argilo-arenoso; estrutura maciça, quebran-

do-se em blocos subangulares; firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, a transição para o C éabrupta e irregular;

- horizonte C, representado pelo granito em elevado grau de intemperização, de coloração vermelho-clara e inten-samente mosqueado, a textura é franca.

A capacidade de permuta de cátions é de alta a média, e o valor de saturação de bases é médio. São médios osteores de matéria orgânica, em torno de 4% no horizonte A. Os teores de fósforo disponível ainda podem ser conside-rados baixos. Esses solos são praticamente livres de alumínio trocável nos primeiros 50cm de profundidade.

As principais variações desses solos dizem respeito ao horizonte A, que pode apresentar cores mais claras,textura mais pesada (argila) e ser praticamente isento de cascalhos.

Os solos dessa unidade foram mapeados em duas fases de relevo:- ondulado, com declives em torno de 8%, e pendentes em centenas de metros;- forte-ondulado, formado por um conjunto de elevações grandes, com declives em torno de 15%, formando entre

si vales em V.A vegetação, nesses solos, é característica da Serra do Sudeste (Planalto Sul-Rio-Grandense), formada pela

mata subtropical arbustiva, com varias espécies, especialmente de Mirtáceas, e pelo campo.A maior parte da área dessa unidade ocorre nos tipos de clima fundamentais Cfa 1 e Cfa 2 de Koeppen. A

temperatura média anual varia de 16,30C a 17,70C. A precipitação pluviométrica média anual varia de 1.364mm a1.665mm. Podem ocorrer chuvas de 15 mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit deumidade maior que 100mm ocorrem sete vezes a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre osmeses de novembro a abril.

A fertilidade natural é moderada, sendo solos ácidos, mas com baixos teores de alumínio trocável e relativamentebem providos de matéria orgânica. Apresentam suscetibilidade à erosão, especialmente nos solos onde o relevo é forte--ondulado. São solos rasos e pedregosos. A mecanização é um pouco mais fácil nas áreas de relevo ondulado.

Esses solos são bastante utilizados para pastagens. Entretanto são encontradas algumas áreas de colônias,onde predomina a pequena propriedade e onde são cultivadas a maioria das culturas regionais, como milho, feijão, soja,sorgo, mandioca, cebola, etc.

A principal limitação à utilização agrícola desses solos é devido à sua pouca profundidade, à pedregosidade etambém ao relevo (nas áreas de relevo forte-ondulado). A mecanização é, portanto, bastante difícil na maior parte daárea, sendo possível utilizar somente tipos leves de maquinaria agrícola.

Nessas condições, são mais recomendáveis para a utilização em pastagens que podem ser melhoradas com aintrodução de espécies, especialmente as de crescimento hibernal, sem destruição da vegetação natural existente.São também solos com boas condições para a utilização com culturas perenes, principalmente fruticultura e refloresta-mento.

Os solos Ibaré — RLe3 —, Neossolos Litólicos eutróficos típicos, são litólicos eutróficos, desenvolvidos emrelevo ondulado e forte-ondulado, a partir de substrato xistos e outras metamórficas, com mais de 15cm de espessura,bem drenados e com textura média. São de coloração escura, com saturação de base alta e com argila de atividadealta. Apresentam a seqüência de horizontes A e C, com as características morfológicas que seguem:

- horizonte A, com espessura de 15cm a 40cm, de coloração bruno-escura a bruno-acinzentada escura, a texturaé franca, e a estrutura é em blocos subangulares, fracamente desenvolvida, é poroso e friável, a transição, emgeral, é abrupta e irregular;

- horizonte C, formado por xistos e outras rochas metamórficas parcialmente intemperizadas.A capacidade de permuta de cátions e a saturação de bases são altas, mas os teores de matéria orgânica são de

baixos a médios. Os teores de fósforo disponível são baixos e apresentam problemas de alumínio trocável, sendo solosfortemente ácidos.

Esses solos são encontrados entre 150m e 300m de altitude e ocorrem em duas fases de relevo:- ondulado, quando formado por um conjunto de elevações em dezenas de metros com declives, variando de 5%

a 8% (na fase ondulada, a vegetação natural dominante é o campo misto); e

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- forte-ondulado, formado por um conjunto de grandes elevações, com declives superiores a 16%. Na fase forte--ondulada, os campos são freqüentemente interrompidos pela mata subtropical arbustiva, característica da Serrado Sudeste (Planalto Sul-Rio-Grandense).

Quanto aos graus de limitação ao uso agrícola, salienta-se que a fertilidade natural é moderada, necessitando decalagem e adubação corretiva para fósforo e potássio. São moderadamente suscetíveis à erosão na fase ondulada derelevo e fortemente suscetíveis na fase forte-ondulada. São solos com problemas de água durante o verão. A irrigaçãoé conveniente em anos de chuvas normais. São solos rasos, ocorrendo em relevo ondulado, com elevações curtas(dezenas de metros) e declividade acima de 6%, apresentando fortes restrições ao uso de implementos agrícolas nosmétodos tradicionais. A maior parte da área é utilizada com vegetação natural como pastagem.

Esses solos têm como limitações o impedimento ao uso de implementos agrícolas, devido à profundidade, e asuscetibilidade à erosão, devido ao relevo e à falta de fertilidade natural. A fertilidade e o risco de erosão podem sermelhorados, mas o uso de implementos agrícolas será sempre limitante.

O mais adequado para esses solos é que sejam mantidos com pastagens melhoradas e efetuado o reflorestamen-to, quando conveniente.

O tipo fundamental dominante de clima é o Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anual varia de 16,30C a 16,80C.A precipitação média anual varia de 1.388mm a 1.665mm. Podem ocorrer chuvas de 151mm em 24 horas e geadas deabril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados sete vezes a cada 10 anos.Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e março.

Em depósitos de calha, no rio Ibicuí, são encontrados os Neossolos Quartzarênicos, que encontram ali o seuperfil tipo.

Os solos Ibicuí — RQ2 — são Neossolos Quartzarênicos, muito arenosos e pobres, apresentando uma seqüên-cia de horizontes A e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A, com aproximadamente 70cm de espessura, de coloração bruno-amarelada clara e textura areia,sem estrutura (grãos simples e sem agregação), e a transição para o C é clara e plana;

- horizonte C, observado até 180cm de profundidade de textura areia.São solos muito pobres em nutrientes, correspondendo a depósitos laterais de planícies de inundação, com

capacidade de permuta de cátions, saturação de bases, bases permutáveis, matéria orgânica, fósforo disponível ealumínio trocável com valores muito baixos, porque se trata, fundamentalmente, de uma jazida de areia aluvionar.

Ocupam relevo plano, com declividades menores do que 2%, e são utilizados somente para cultivos de arroz,quando o lençol freático está mais próximo da superfície, embora essa utilização seja desaconselhada pela fragilidadedesses solos.

Na medida em que os terrenos se suavizam, vai-se passando, gradativamente, das classes IVpt e IVe para aclasse III, associadas a inúmeros tipos de solos. Assim, no Fronteira Oeste, os solos dessas classes são melhorqualificados, pela diversidade de unidades que estão vinculadas a elas.

Entre os que apresentam uma gama maior de possibilidades de uso estão os Latossolos (Cruz Alta), os NitossolosLatossólicos (São Borja), os Argissolos Arênicos (São Pedro) e os Luvissolos Crômicos (Virgínia), já descritos, e aindaos Argissolos Latossólicos (Alto das Canas) e Arênicos (Santa Clara).

Todos os demais exigem práticas especiais, porque seus conteúdos de argila são altos, e, freqüentemente, essasargilas são expansíveis. Nesse conjunto de solos vinculados à classe III, podem ser citados os Luvissolos Hipocrômicos(Piraí), os Alissolos Argilúvicos (Santa Maria e Livramento), os Chernossolos Argilúvicos (Venda Grande e PoncheVerde), os Ebânicos Vérticos (Uruguaiana) e os Plnossolos Háplicos da unidade São Gabriel.

Os Argissolos Alumínicos da unidade Júlio de Castilhos, às vezes associados com solos VIpt ou IVpt, aparecemem coxilhas suave-onduladas relacionadas com a classe III. Suas limitações devem-se à excessiva acidez e à poucaprofundidade do perfil, porque geralmente formam a Associação Júlio de Castilhos—Guassupi.

O termo argissolo deriva da presença de um horizonte subsuperficial mais argiloso no perfil. Os Argissolos sãosolos geralmente profundos a muito profundos e bem drenados, apresentando um perfil com uma seqüência de horizon-tes A-Bt-C ou A-E-Bt-C, onde o horizonte Bt é do tipo B textural, contendo argila com baixa CTC (T < 27cmolc/kg).Portanto, são solos que apresentam tipicamente um perfil com um gradiente textural, onde o horizonte B sempre é maisargiloso em comparação aos horizontes A ou A+E, apresentando também cerosidade nos agregados estruturais. É ohorizonte diagnóstico dos Argissolos, podendo ocorrer também nos Luvissolos. Os Argissolos são Vermelhos ou Ver-melho-Amarelos em função da cor do horizonte B. São distróficos, quando a saturação de bases é < 50%; eutróficos,quando é > 50%; e alumínicos (Al trocável > 4cmolc/kg e saturação por alumínio > 50%). Os Argissolos que apresentamsimultaneamente mudança textural abrupta e horizontes A ou A + E de textura arenosa são distinguidos em arênicos,quando o horizonte B inicia entre 50cm e 100cm de profundidade. Por sua vez, aqueles que têm mudança textural

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abrupta, mas não textura arenosa nos horizontes A ou A + E, constituem os abrúpticos; e os que apresentam, além dohorizonte B textural, algumas feições de horizonte B latossólico são considerados como intermediários para a classedos Latossolos, sendo denominados latossólicos. São típicos, quando representam o conceito central de sua classe(Júlio de Castilhos e Tupanciretã), ou alissólicos (Oásis), quando apresentam características intermediárias para aclasse dos Alissolos, com argila de atividade >18cmolc/kg no horizonte B textural.

Esses solos são originados nas mais variadas litologias. Nas regiões da metade norte do Rio Grande do Sul e noPlanalto de Uruguaiana, eles foram desenvolvidos sobre basaltos e rochas associadas. No Planalto Sul-Rio-Grandense,eles foram formados a partir de múltiplos tipos de formações geológicas, desde as pré-cambrianas até as mais recen-tes. O horizonte E é mineral, com cores mais claras, devido à perda de argila, de óxidos de ferro ou de matéria orgânica,que foram transferidos para o horizonte B por eluviação, ou destruídos; em conseqüência, apresenta uma maior concen-tração residual de areia, constituída, principalmente, de quartzo. Quando está presente no perfil do solo, geralmenteocorre abaixo do horizonte A ou O. Anteriormente, esse horizonte era designado pelo símbolo A2.

Os Argissolos podem apresentar limitações químicas devido à forte acidez e à alta saturação por alumínio(alumínicos). Nos alumínicos, a toxidez por alumínio em profundidade é de difícil correção. Podem apresentar fortelimitação por declividade acentuada (Oásis). Podem apresentar limitações físicas devido à textura, determinandosuscetibilidade à erosão hídrica, como na unidade Tupanciretã. Os Argissolos podem apresentar limitações químicas,devido à baixa fertilidade natural (distróficos), com limitações físicas pela textura e pela espessura da camada arenosacom mudança abrupta, determinando susceptibilidade à erosão hídrica. Nos Argissolos com horizonte B textural, apermeabilidade é relativamente pequena. Conseqüentemente, a saturação é alcançada tanto mais rapidamente quantomenor for a espessura dos horizontes A + E, dando início ao escorrimento superficial. Assim, em condições de mesmadeclividade, quanto mais próximo à superfície for o início do horizonte B textural, mais rapidamente se evidencia aerosão, menor será a tolerância de perdas de solo e maiores serão as exigências de práticas conservacionistas.

Devido à acidez e à baixa fertilidade natural, os Argissolos exigem investimentos em corretivos e fertilizantes,para alcançar rendimentos satisfatórios, seja em campo nativo, seja na lavoura. No inverno, recomenda-se que o cultivoseja intercalado com plantas protetoras e recuperadoras do solo, como, por exemplo, a aveia, o nabo forrageiro e aervilhaca, e que, no verão, seja intercalado ou consorciado com crotalária, feijão de porco, mucuna e outras, em rotaçãocom pastagens. Em fruticultura, também se recomenda a intercalação com essas plantas protetoras e recuperadorasde solo.

De um modo geral, pode-se definir o horizonte B textural segundo as seguintes características básicas:- a fração argila é superior a 15%;- o horizonte B deve ter, pelo menos, 1/10 da espessura de soma dos horizontes superiores ou mais que 15cm, se

a soma dos horizontes A e B for superior a 150cm;- a relação textural B/A é maior que 1,2, se o horizonte superficial tiver mais que 15cm e menos que 40% de argila

total, possuindo mais que 40%, o horizonte B deve conter, ao menos, 8% de argila;- os solos com argila de atividade alta, de uma maneira geral, apresentam valores de argila natural superiores a

5%;- a estrutura tem a tendência a ser em blocos angulares a subangulares, moderada a fortemente desenvolvida;- a cerosidade ou película de material coloidal que envolve os agregados é sempre observada;- de uma maneira geral, apresentam nítido contraste entre os horizontes A, B e C.Por sua vez, os solos com horizonte B textural, hidromórficos, ou não, foram subdivididos em:- B textural, com argila de atividade baixa (a capacidade de permuta de cátions é baixa, com menos de 24mg/100g

de argila, após a correção para carbono); e- B textural, com argila de atividade alta (a capacidade de permuta de cátions é alta, com mais de 24mg/100g de

argila após a correção para carbono).Por sua vez, os solos com horizonte B textural, hidromórficos, ou não, foram subdivididos em:- B textural, com argila de atividade baixa (a capacidade de permuta de cátions é baixa, com menos de 24mg/100g

de argila, após a correção para carbono); e- B textural, com argila de atividade alta (a capacidade de permuta de cátions é alta, com mais de 24mg/100g de

argila após a correção para carbono).Dentre os primeiros, citam-se os solos Júlio de Castilhos, Oásis e Tupanciretã, além de outros solos com horizon-

te B textural e que ocorrem no Corede Fronteira Oeste, como PVd2 (São Pedro), NVdf2 (São Borja), PVd3 (Alto dasCanas) e PVad2 (Santa Clara), caracterizando-se como não hidromórficos, e APt1 (Livramento), entre os hidromórficos;enquanto, entre solos com argila de atividade alta, podem ser citados o TCo (Cambaí) e o MTo1 (Venda Grande), entreos não hidromórficos, e SGe1 (Vacacaí), SXe1 (São Gabriel), SXe2 (Bagé), MTo2 (Ponche Verde), APt2 (Santa Maria),

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MEk (Uruguaiana), TCp (Virgínia), TPo2 (Piraí) e FTe (Durasnal), entre os hidromórficos. São Argissolos, Nitossolos,Planossolos e Luvissolos.

A unidade de mapeamento Júlio de Castilhos é constituída, na maior parte da área, por Argissolos Vermelho--Amarelos alumínicos típicos — PVAa3 —, de profundidade média (em torno de 150cm), de coloração avermelhada,argilosos, bem drenados e desenvolvidos a partir de rochas basálticas.

Apresentam um horizonte B textural, com características bem pronunciadas.A seqüência de horizontes é A, B e C, com nítido contraste entre si e com as características morfológicas

apresentadas a seguir:- horizonte A, proeminente, espesso (35cm a 50cm), geralmente subdividido em A1 e A3, a coloração, normalmen-

te, é bruno-escura, e a textura é franco-argilosa e argila, a estrutura é de fraca a moderada granular, ou em blocossubangulares, em geral esse horizonte, em cortes de estradas, apresenta-se esbranquiçado e endurecido, comuma intensa atividade biológica, principalmente de térmitas, a transição para o B é clara e plana;

- horizonte B, textural, espesso (mais de 100cm), subdividido em B2 e B3, de coloração vermelho-escura a bruno--avermelhada escura, a textura é argila pesada a argila, a estrutura é moderada a fortemente desenvolvida (natransição para o C) em blocos subangulares, apresentando cerosidade abundante entre os agregados, e transicionade forma abrupta e ondulada para o horizonte C;

- horizonte C, abaixo de 150cm, espesso (em torno de 150cm), constituído pelo material de horizonte profunda-mente intemperizado (rochas basálticas), podem ocorrer bolsas de tamanho variável, com material semelhanteao horizonte superior.

A unidade apresenta um relevo geral ondulado, formado por coxilhas, com pendentes em dezenas e centenas demetros e declives que variam de 5% a 10%, em altitudes de 200m na região, embora sua altitude típica seja de 400ma 700m no Rio Grande do Sul.

Nas áreas próximas aos cursos d’água, o relevo é mais dobrado, situando-se aí os solos mais rasos e osafloramentos de rocha.

Esses solos são fortemente ácidos, apresentando também problemas de alumínio trocável. Mesmo assim, sãocultivados principalmente com trigo, soja e milho, embora a maior parte suporte campos nativos, para pastagem naturalde bovinos.

As deficiências de fertilidade natural, nesses solos, podem ser corrigidas através de calagem maciça (mais de 5t//ha) e adubação corretiva para fósforo, além da adubação de manutenção.

Um bom manejo dos solos, com identificação exata das partes cultiváveis, permite o uso de implementos agríco-las e evita erosão. As pastagens naturais podem ser melhoradas, e pastagens cultivadas e reflorestamento são acon-selhados.

A vegetação natural dominante é a de campo misto, constituído, principalmente, por Paspalum notatum (gramaforquilha) e por outras espécies de gramíneas, com pouca incidência de leguminosas. São infestados por Aristidapallens (barba-de-bode) e, em menor escala, por Baccharis sp (Vassouras), andropogoneas e mirtáceas de pequenoporte. Ocorrem matas-galerias e manchas de mato nas áreas altas.

O tipo fundamental de clima é o Cfa de Koeppen. A temperatura média anual varia de 17,10C a 17,90C. A precipi-tação média anual fica entre 1.558mm a 1.767mm. Pode ocorrer precipitação de 169mm em 24 horas. Há geadas deabril a novembro. Nessa região, os períodos secos apresentam déficit de umidade de 100mm uma vez a cada dois anos.Períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e fevereiro.

A unidade de mapeamento Oásis — PVAa1 — é Argissolo Vermelho-Amarelo alumínico alissólico, de profundida-de média (em torno de 130cm), de coloração bruno-avermelhada escura, argiloso, mas com altos teores da fração siltee desenvolvido a partir de rochas basálticas.

Apresenta um horizonte B textural, com características bem pronunciadas.A seqüência de horizontes é A, B e C, com nítido contraste entre si e com as características morfológicas que

seguem:- horizonte A proeminente, espesso (40cm a 50cm), bruno-escuro a bruno-avermelhado escuro; a textura é franco

siltosa a argila siltosa, a estrutura é moderada granular ou em blocos subangulares, em geral encontra-se endu-recido, devido à presença de térmitas, é friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, e a transição parao B é gradual e plana;

- horizonte B textural, medianamente espesso (ao redor de 60cm), bruno-avermelhado escuro, a textura é argilapesada, a estrutura é moderadamente desenvolvida em blocos subangulares, apresentando cerosidade abun-dante entre os agregados, é duro, firme, plástico e pegajoso, transiciona de forma abrupta e irregular para ohorizonte C;

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- horizonte C, constituído pelo material de horizonte profundamente intemperizado (rochas basálticas), com eleva-do teor da fração granulométrica silte.

A unidade apresenta um relevo geral ondulado a forte-ondulado, com pendentes em dezenas e centenas demetros e declives que variam de 8% a 15%, em altitudes de 400m a 700m.

Nas áreas próximas aos cursos d’água, o relevo é mais dobrado, situando-se aí solos mais rasos e afloramentosde rocha.

Esses solos são ácidos, apresentando também problemas de alumínio trocável. Mesmo assim, são cultivadosprincipalmente com trigo, soja e milho, embora a maior parte suporte campos nativos, para pastagem natural debovinos.

A capacidade de permuta de cátions é de media a alta, mas a saturação de bases apresenta valores de médios abaixos, bem como as bases permutáveis e o conteúdo de matéria orgânica, sendo menor ainda o teor de fósforodisponível.

As deficiências de fertilidade natural, nesses solos, podem ser corrigidas através de calagem maciça (mais de 5t//ha) e adubação corretiva para fósforo, além da adubação de manutenção.

Um bom manejo dos solos, com identificação exata das partes cultiváveis, permite o uso de implementos agríco-las e evita erosão. As pastagens naturais podem ser melhoradas, e pastagens cultivadas e reflorestamento são acon-selhados.

A vegetação natural dominante é a floresta subtropical mista com Araucária angustifólia, sendo que a vegetaçãosecundária é dominada por samambaias (Pteridium mspp).

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anual é de 17,10C. A precipitação médiaanual fica compreendida entre 1.767mm e 2.034mm. Podem ocorrer precipitação de 169mm em 24 horas e geadas demarço a novembro. É freqüente a formação de nevoeiros em grande parte do ano.

Os solos Tupanciretã — PVAd6 —, Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, são profundos (mais de 170cm),bem drenados, friáveis, de coloração bruno-amarelada a vermelho-amarelada, arenosos, apresentando um horizonte Btextural moderadamente desenvolvido.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A, espesso (90cm), subdividido em A1 e A3, de coloração bruno-amarelada a bruno-escura; textura

areia franca a franco-arenosa e estrutura granular ou em blocos subangulares fracamente desenvolvida, associa-da com grãos simples, é poroso, macio, friável, não plástico a ligeiramente plástico e não pegajoso, e a transiçãoé gradual e plana para o B;

- horizonte B textural, espesso (mais de 100cm), de coloração vermelho-amarelada, textura franco-argilo-arenosae estrutura em blocos subangulares moderadamente desenvolvida, é poroso, macio, friável, ligeiramente plásticoe ligeiramente pegajoso;

- horizonte C profundo (mais de 200cm), formado por arenito bastante decomposto.Quimicamente, são solos ácidos, tendo baixa capacidade de permuta de cátions e saturação de bases, sendo

igualmente pobres em nutrientes disponíveis e matéria orgânica. O teor de fósforo disponível é também baixo. Apresen-tam inclusões de solos hidromórficos em “anfiteatros”, nas partes mais baixas das coxilhas.

Os graus de limitações ao uso agrícola desses solos são: fortes, quanto à fertilidade natural, por serem arenosos,muito pobres e com pequena reserva de nutrientes; moderados, quanto à suscetibilidade à erosão, pela textura super-ficial arenosa, moderados, pela falta de água devido à sua baixa capacidade de retenção de umidade; nulos, pela faltade ar; e ligeiros para o uso de implementos agrícolas somente nas áreas de ocorrência dos hidromórficos associados.

Os solos bem drenados, uma vez corrigidas as deficiências que apresentam, podem ser cultivados, fazendo-serestrições às culturas de verão (milho e soja), pela baixa retenção de umidade. Por outro lado, são ideais para odesenvolvimento de agricultura irrigada. Devem ser promovidas a adubação e a correção maciça, bem como a aduba-ção verde, para elevar a capacidade de retenção de umidade e de cátions.

Predomina, nessa unidade, um relevo suavemente ondulado, formado por elevações longas, com declives médiosda ordem de 3% a 6% e que deixam, entre si, depressões abertas, amplas e planas e que são bastante freqüentes,sobre as quais se desenvolve intenso hidromorfismo. Ocorrem em altitudes em torno de 500m.

A vegetação natural é a de campo grosso, não se observando matas, nem matas ciliares contínuas.Nas áreas bem drenadas, a cobertura vegetal do solo é pequena (menos de 50%) e formada predominantemente

pelo Paspalum notatum (grama forquilha), com bastante pilosidade, que deve ser uma defesa contra a capacidade deperda de umidade. Como invasores, ocorrem a Aristida pallens (barba-de-bode) e a Baccharis sp (carquejas).

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Nas depressões, a cobertura vegetal é mais intensa, com menos pilosidade e com gramíneas diferentes daspartes secas.

O tipo fundamental de clima é o Cfa de Koeppen, com temperaturas médias anuais de 17,10C e uma precipitaçãode 1.767mm. Podem ocorrer chuvas de 169mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficitde umidade maior que 100mm ocorrem cinco vezes a cada 10 anos, sendo mais freqüentes entre os meses denovembro a fevereiro.

A unidade de mapeamento São Pedro — PVd2 —, Argissolo Vermelho distrófico arênico, é um podzólico verme-lho-amarelo, de textura média, com relevo ondulado, derivado de arenito. É um solo com horizonte B textural, nãohidromórfico. Apresenta solos profundos, avermelhados, textura superficial arenosa, friáveis e bem drenados. Sãoácidos, com saturação de bases de baixa a média e pobres em matéria orgânica e na maioria dos nutrientes.

Apresenta seqüência de horizontes A, B e C bem diferenciados, com as características morfológicas que se-guem:

- horizonte A profundo, normalmente bruno-avermelhado escuro ou bruno-escuro; textura franco-argilo-arenosa efranco-arenosa; estrutura fracamente desenvolvida em blocos subangulares; friáveis, não plástico a ligeiramenteplástico e não pegajoso a ligeiramente pegajoso, e a transição para o horizonte B é gradual e plana;

- horizonte B profundo, com cores avermelhadas; textura argilo-arenosa a franco-argilo-arenosa; estrutura fraca oumais raramente moderada em blocos subangulares, é friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte C, formado pelo arenito já bastante decomposto, apresentando textura argilo-arenosa ou mais leve, decoloração variável.

São desenvolvidos sobre a formação Rosário do Sul e sobre o fácies siltoso da formação Botucatu; o relevopredominante é o ondulado, formado por elevações arredondadas, com declives em torno de 8% a 10%, com pendentesem centenas de metros.

A altitude média em que são encontrados se situa ao redor de mais de 80m.São solos bastante suscetíveis à erosão, devido à textura e ao relevo em que ocorrem; são arenosos, pobres em

matéria orgânica e em nutrientes disponíveis. Apresentam limitação moderada à falta de água, porque possuem baixacapacidade de retenção. A irrigação, mesmo em áreas de chuvas normais, é julgada conveniente. São solos bemdrenados, porosos e profundos.

São poucos os impedimentos à mecanização, mas são muito susceptíveis à erosão, têm baixa capacidade deretenção de umidade, e a fertilidade natural é muito baixa.

A utilização desses solos com culturas perenes ou com pastagens cultivadas é bastante recomendável. Tambémsão solos excelentes para culturas temporárias, desde que em sistemas de plantio direto e com irrigação por aspersão.Na maior parte da área, estão sendo utilizados com pecuária em pastagens naturais.

A vegetação dominante é a de campo grosso, apresentando pequena cobertura, sendo formado, predominante-mente, por Paspalum notatum e por outras gramíneas secundárias, com infestação de barba-de-bode (Aristida pallens)e de outras espécies de invasoras.

Nas áreas onde ocorre essa unidade de mapeamento, o tipo fundamental de clima é o Cfa de Koeppen. A tempe-ratura média anual fica entre 19,20C e 17,90C. A precipitação pluviométrica média anual pode variar entre 1.404mm e1.769mm. As precipitações normais mensais são bem distribuídas.

O solo Alto das Canas — PVd3 —, Argissolo Vermelho distrófico latossólico, é laterítico bruno-avermelhadoeutrófico, com textura argilosa, relevo ondulado, desenvolvido a partir de argilitos. A unidade de mapeamento Alto dasCanas inclui solos profundos, podzolizados, bem drenados, avermelhados, textura franca no A e argilosa no B, sendodesenvolvidos a partir de argilitos e siltitos.

Quimicamente, são solos moderadamente ácidos, com saturação de bases média, e relativamente pobres emnutrientes, principalmente com fósforo.

Esses solos apresentam perfis bem desenvolvidos, formados por A, B e C, sendo que A + B atinge 200cm deespessura.

Apresentam as seguintes características morfológicas:- horizonte A proeminente, espesso (mais de 45cm), de coloração bruno-avermelhado escura, a textura é franca,

e a estrutura é granular, fracamente desenvolvida, é poroso, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajo-so, e a transição para o B é gradual e clara;

- horizonte B profundo (150cm ou mais), de coloração vermelho-escura, e a textura é argilosa, a estrutura émoderada, em blocos subangulares, com alguma cerosidade entre os blocos, é poroso, friável, ligeiramenteplástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte C, representado pelo material original em elevado grau de intemperização.

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O relevo geral predominante na área é o ondulado, com pendentes em centenas de metros e declives médios de8%. A altitude média está entre 100m e 180m.

A vegetação dominante é o campo misto, formado principalmente por Paspalum notatum (grama forquilha), Axonopussp e com alguma incidência de Desmodeum e Phaseolus. Entre as invasoras, aparecem a Baccharis sr (carqueja), aerva-lanceta (Solidago microglossa) e outras espécies cespitosas.

A limitação ao uso agrícola quanto à fertilidade natural é moderada, principalmente devido aos baixos teores defósforo e potássio. São suscetíveis à erosão em voçoroca, exigindo irrigação no verão. Apresentam características derelevo, profundidade e propriedades físicas favoráveis ao desenvolvimento agrícola, embora necessitando de correçãoda acidez e de adubação mineral, principalmente a fosfatada. Em cultivos racionais, requerem práticas de controle daerosão, sendo que, nessas condições, permitem o desenvolvimento de cultivos anuais.

Na sua região de ocorrência, predomina o tipo fundamental de clima Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anualvaria de 18,70C a 19,20C. A precipitação média anual varia de 1.594mm a 1.648mm. Podem ocorrer chuvas torrenciaisde 159mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maiores que 100mmocorrem sete vezes a cada 10 anos, e maior que 300mm, uma vez a cada 10 anos. Os períodos secos são maisfreqüentes entre os meses de novembro e março.

A unidade de mapeamento Santa Clara — PVad2 — está representada por Argissolos Vermelho-Amarelos distróficosarênicos, com solos de textura média, podzolizados, profundos e bem drenados, com os perfis representativos daunidade apresentando seqüência de horizontes A, B e C, com as características morfológicas apresentadas a seguir:

- horizonte A espesso (ao redor de 80cm), em geral dividido em A1, A2 e A3. O A1 é bruno a bruno-acinzentadoescuro, textura franco-arenosa, estrutura granular fracamente desenvolvida, podendo apresentar-se ligeiramentecimentado, o A2, com 20cm a 30cm de espessura, é bruno-pálido, franco-arenoso, mostrando-se ligeiramentecimentado, o A3 é bruno-amarelado, franco-arenoso, a estrutura é em blocos subangulares fracamente desenvol-vida, todo o horizonte A é poroso, friável, não plástico e não pegajoso e transita de forma brupto ou clara para ohorizonte B, em alguns perfis ocorrem muitos cascalhos abaixo do A1;

- horizonte B pouco espesso (50cm a 70cm), de coloração vermelho-amarelada, apresentando-se ligeiramentemosqueado, principalmente na parte inferior, a textura é franco-argilo-arenosa a franco-argilosa, com menos de35% de argila, a estrutura é em blocos subangulares, fracamente desenvolvida, apresentando cerosidade fracae pouca entre os agregados, é poroso, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte C, formado por mistura de litologias formadoras do solo, pouco consolidadas.Tanto a capacidade de permuta de cátions como a saturação de bases, as bases permutáveis, a matéria orgânica,

o fósforo disponível e o conteúdo em potássio são baixos, mas são solos livres de alumínio trocável, livres de acideznociva, embora fortemente ácidos.

Ocorrem a 150m de altitude e ocupam um relevo ondulado, formado por elevações de topos arredondados, comdeclives médios de 6% em centenas de metros.

São solos muito sujeitos à erosão e com fortes limitações, pela fertilidade natural baixa, mas são solos porosose arenosos, sem deficiência de aeração, porém com pequena capacidade de retenção da umidade, sendo a irrigaçãoindispensável, mesmo em anos de chuvas normais. O uso de implementos agrícolas só fica limitado nas variaçõeslaterais que apresentem afloramentos de rocha, perfis pouco profundos ou hidromorfismo.

As limitações ao uso agrícola podem ser controladas através da aplicação de calagem, adubação corretiva e demanutenção, além de serem adotadas práticas de manejo e de conservação dos solos que permitem a incorporação dematéria orgânica para elevar a capacidade de troca de cátions e a retenção da umidade, podendo, então, serem utiliza-dos em culturas anuais, embora o uso mais indicado seja em culturas permanentes, silvicultura ou pastagens.

A vegetação natural é de campo grosso, com poucas espécies de gramíneas e de leguminosas, apresentandopequena cobertura vegetal (ao redor de 60%), além de estarem geralmente infestados de barba-de-bode (Aristidapllesn) e alecrim do campo (Vernonia sp).

O tipo fundamental de clima é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média de 18,70C e precipitação pluviométricade 1.648mm. Podem ocorrer chuvas de 141mm em 24 horas e geadas de abril a novembro.

O termo chernossolo lembra solos escuros, com alta fertilidade química. Os Chernossolos são rasos a profun-dos, apresentando, no perfil, uma seqüência de horizontes A-B-C. Esses solos se caracterizam por apresentar razoá-veis teores de material orgânico, o que confere cores escuras ao horizonte superficial, que é do tipo A chernozêmico, oque representa um ambiente de baixa lixiviação, baixa acidez e boa fertilidade química, com alta saturação por bases(V > 65%, com predomínio de cálcio) e razoável teor de matéria orgânica, condicionando uma boa estruturação e coresescuras.

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Os Chernossolos Argilúvicos, que ocorrem no Planalto Basáltico, são representados pela unidade Ciríaco, apre-sentando um horizonte B textural. Os Chernossolos da unidade Ciríaco são férricos, por terem um teor em ferro maiorque 18%, e típicos, porque representam o conceito central de sua respectiva classe. Apresentam dificuldades para amecanização (de fato tratorização de grande porte), exigindo práticas conservacionistas intensivas. Oferecem condi-ções para o uso com culturas anuais, fruticultura e reflorestamento.

No Corede Fronteira Oeste, ocorrem os Chernossolos Argilúvicos, que têm horizonte B textural ou B nítico, e osEbânicos, quando apresentam predomínio de cores escuras no perfil. Os Chernossolos das unidades Ponche Verde eVenda Grande são órticos, por terem um teor em ferro menor que 18%, enquanto a unidade Uruguaiana é carbonática,pela presença de carbonatos de cálcio. A unidade Venda Grande é saprolítica, porque tem o horizonte C dentro de100cm da superfície do solo, enquanto as demais são vérticas, porque têm horizonte vértico dentro de 120cm dasuperfície do solo e apresentam fendas visíveis e superfícies de fricção, slickensides, no horizonte B ou C.

Os Chernossolos Ebânicos carbonáticos vérticos (Mek-Unidade Uruguaiana) ocupam áreas extensas e planasintensamente cultivadas com arroz. A presença de argilas expansivas (esmectitas) torna-os duros, quando secos, eplásticos e pegajosos, quando úmidos, dificultando o uso e o manejo em sistemas de culturas de sequeiro anuais. Emperíodos chuvosos, devido à baixa condutividade hidráulica, tornam-se saturados de água, inviabilizando o preparo e asemeadura, especialmente de culturas de inverno. Em períodos secos, com semeadura concluída, se advirem diaschuvosos, a germinação das sementes e o desenvolvimento inicial das plantas ficam prejudicados pela aeração defici-ente. Quando secos, são extremamente duros, dificultando a ação dos equipamentos e impedindo a germinação dassementes. Apresentam sérias dificuldades de trabalho, se a umidade ótima não for preservada. Entretanto apresentamelevada aptidão para a orizicultura, devendo-se evitar o tráfego excessivo das máquinas, pelo risco de degradaçãodesses solos. Até mesmo uma lotação excessiva de animais pode causar a degradação acelerada.

Os Chernossolos Argilúvicos órticos vérticos da unidade Ponche Verde (MTo2) ocorrem em relevo de suave--ondulado a ondulado, apresentando argilas expansivas na sua constituição, oferecendo, por isso, restrições para usocom culturas anuais, apresentando aptidão para pastagens, embora também possam receber culturas anuais, quandoa umidade ótima for mantida. São solos difíceis de trabalhar.

Os solos Venda Grande são totalmente restritos a pequenas ocorrências.Os solos Ciríaco — MTf —, Chernossolo Argilúvico férrico típico, não constituem uma unidade de mapeamento

simples, estando sempre associados com os solos Charrua, formando a associação Ciríaco-Charrua. São medianamenteprofundos (80cm a 130cm) e desenvolvidos a partir de basaltos.

Apresentam horizontes A e B bem desenvolvidos, e a seqüência de horizontes é A, B e C, com as característicasmorfológicas que seguem:

- horizonte A proeminente, espesso (47cm a 55cm), de coloração bruno-avermelhada escura, a textura é franco--argilo-siltosa, e a estrutura é granular de fraca a moderadamente desenvolvida, é poroso, macio, friável, plásticoe ligeiramente pegajoso, pode ser subdividido em A1 e A3, com transição gradual e clara para o B, entre o A e oB ocorrem linhas de pedras com diâmetros de 1cm a 10cm;

- horizonte B textural, pouco espesso (30cm a 60cm), de coloração vermelho-escura, a textura é argila a argilapesada, e a estrutura é fortemente desenvolvida em blocos subangulares, apresentando cerosidade forte eabundante entre os agregados, é poroso, duro, firme, plástico e pegajoso;

- horizonte C, composto por material (basalto) intemperizado, apresentando grande número de pedras de váriostamanhos.

Tanto a capacidade de permuta de cátions como a saturação de bases e as bases permutáveis apresentamvalores altos, tendo, inclusive, altos teores relativos de cálcio, potássio e matéria orgânica, mas são pobres em fósforodisponível. De qualquer modo, constituem um dos solos com maiores nutrientes. São solos ligeiramente ácidos e nãopossuem alumínio trocável no horizonte A, embora cresça a quantidade de alumínio trocável nos horizontes B e C, oque desaconselha qualquer técnica que implique o revolvimento profundo. São originários de rochas básicas a ácidas,desde basaltos até riolitos e riodacitos, ocupando um relevo de forte-ondulado a montanhoso, formado por um conjuntode grandes elevações e vales em V, fortemente dissecados pelos rios, sendo que estão sempre associados aos solosCharrua, que normalmente ocupam as partes mais íngremes do terreno, enquanto os Ciríaco se situam nas áreasmenos acidentadas. Estão localizados em altitudes que variam de 200m a 1.000m.

Suas limitações para o uso decorrem do baixo conteúdo em fósforo, da declividade acentuada, o que os coloca emposição de alta suscetibilidade à erosão hídrica, podendo, também, apresentar problemas de falta de água no verão, oque exige irrigação, mesmo com chuvas normais. São solos bem drenados, mas com restrições ao uso de implementosagrícolas pesados, embora tenham sustentado a agricultura familiar de todo o Planalto Basáltico do Rio Grande do Sul,ainda que os solos Ciríaco permitam mecanização e exploração mais intensa. Num cultivo racional, necessitam de

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práticas conservacionistas intensivas e complexas, aconselhando-se o desenvolvimento de culturas temporárias deciclo longo, como, por exemplo, a cana-de-açúcar e a mandioca, ou culturas permanentes e silvicultura.

A associação Ciríaco-Charrua ocorre numa seqüência topográfica que forma “degraus” resultantes das “corridas”alternadas de lavas basálticas, ou como decorrência do perfil estrutural de um mesmo perfil. Esses degraus se repeteme representam a seqüência alternada de perfis íngremes, de montante (com predominância dos solos Charrua), comzonas mais suaves (com predomínio de solos Ciríaco), seguidas por novos perfis íngremes. A parte do “piso” do degrauinicia-se por uma área relativamente plana (às vezes, com uma depressão côncava), que continua por um perfil suave-mente convexo, que vai ficando cada vez mais agudo em sua declividade, até atingir uma nova ruptura íngreme, ao péda qual o sistema se repete. Então, ao longo desses degraus, se desenvolve uma agricultura familiar altamente produ-tiva e que se faz presente no Corede Alto da Serra do Botucaraí, desde o início de sua colonização. Portanto, aexploração desses solos com bons rendimentos já dura praticamente um século. Outro aspecto interessante dessaassociação de solos é que, por ser um perfil raso, com muita pedregosidade, mas assentado nessa seqüência de“degraus”, ela recebe, em cada degrau, a contribuição dos nutrientes que são lixiviados das rochas de montante e quese distribuem no perfil de solo, mantendo uma fertilidade e uma capacidade de produção alta, coisa que não ocorre emoutros litossolos do Rio Grande do Sul, onde os Neossolos estão assentados sobre as rochas em cotas dominantes.

A vegetação originária é a de mata subtropical de altitude, com grande número e densidade de espécies, que deulugar a uma intensa exploração madeireira no início da ocupação dos terrenos, não só para limpá-los para a atividadeagrícola, mas como forma organizada de exploração e industrialização da madeira. Ainda se mantêm alguns poucosremanescentes nos locais mais íngremes e de predomínio dos solos Charrua.

Essa unidade de solos ocorre por uma grande extensão do Rio Grande do Sul, e, por isso, estão presentes doistipos de clima, Cfa 2 e Cfa1 de Koeppen, embora, na área específica, predomine o Cfa 2. A temperatura média anualvaria de 190C a 19,60C, e a precipitação pluviométrica anual fica entre 1.651mm e 1.976mm. Podem ocorrer chuvastorrenciais de 137mm em 24 horas e geadas de abril a outubro. Períodos secos com déficit de umidade maior que100mm podem ocorrer três vezes a cada 10 anos, nos meses de novembro, dezembro e fevereiro.

Os solos Ponche Verde — MTo2 —, Chernossolos Argilúvicos órticos vérticos, são caracteristicamente brunizéns,hidromórficos, vérticos, de textura argilosa, relevo ondulado e substrato siltito.

Pertencem ao subgrupo de solos com horizonte B textural, hidromórficos, com as seguintes características: Btextural, com argila de atividade alta (a capacidade de permuta de cátions é alta, com mais de 24 mÉ/100g de argila,após a correção para carbono).

Essa unidade de mapeamento é constituída, em sua maior parte, por solos medianamente profundos, com coresbruno-escuras, argilosos, pouco porosos e imperfeitamente drenados, predominando argilas do tipo 2:1, sendo muitoplásticos e muito pegajosos, quando molhados.

Quimicamente, são solos bem providos de nutrientes, com exceção do fósforo disponível, com soma e saturaçãode base alta.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A, pouco profundo, de coloração bruno-acinzentada muito escura, a textura é argila siltosa, e a estru-

tura é de moderada a forte-granular; plástico e pegajoso, com transição gradual e plana;- horizonte B, com aproximadamente 60cm de espessura, de coloração bruna muito escura a acinzentada muito

escura, a textura é argila siltosa e argila pesada (no horizonte B2 de máxima acumulação), a estrutura é emblocos subangulares, moderada ou fortemente desenvolvida, com slickensides e cerosidade forte, é muito plás-tico e muito pegajoso, com transição clara e ondulada para o C;

- horizonte C, de coloração cinzenta, é representado pelo material de origem (siltitos), com maior ou menor grau deintemperismo.

A capacidade de permuta de cátions é alta e aumenta com o aprofundamento do perfil. A saturação de bases é de66% no horizonte A, aumentando gradativamente, à medida que o perfil se aprofunda, até 100% no último horizonte. Asoma das bases permutáveis apresenta valores altos, que aumentam ainda mais com o aprofundamento do perfil. Sãomédios os teores de matéria orgânica, e são baixos os de fósforo disponível.

Podem apresentar problemas de toxidez, pelo alumínio trocável, que é elevado nos horizontes superficiais. Sãosolos fortemente ácidos no horizonte A e neutros nos horizontes inferiores.

Ocupam relevo suave-ondulado, com declives de 5% e pendentes longas em milhares de metros.A fertilidade natural é de ligeira a moderada, devido, quase exclusivamente, aos baixos teores de fósforo disponí-

vel. São solos com problemas de falta de água no verão, sendo a irrigação indispensável.São solos imperfeitamente drenados e pouco porosos, o que impõe restrições físicas ao uso mais intensivo em

agricultura, por serem difíceis de trabalhar.

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A vegetação natural predominante é a de campo, com pastagens de boa qualidade e cobertura vegetal excelente,com grande número de espécies de gramíneas e leguminosas. Algumas áreas são infestadas pela chirca (Eupatoriumsp). São utilizados com pastagens em pecuária extensiva, embora existam algumas plantações de trigo, milho e sorgo.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 2 de Koeppen, com uma temperatura média de 18,20C e uma precipitaçãomédia anual de 1.376mm. Podem ocorrer chuvas de 110mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secoscom déficit de 100mm são verificados sete vezes a cada 10 anos, e maiores que 300mm, uma vez a cada 10 anos.

A unidade Venda Grande — MTo1 —, Chernossolo Argilúvico órtico saprolítico, é constituída por solos brunizemmedianamente profundos, moderadamente drenados, com cores escuras nos horizontes superficiais e bruno-amarela-das nos mais profundos, com textura média, friáveis e desenvolvidos a partir de siltitos e arenitos finos a médios.Quimicamente, são solos ácidos, com saturação e soma de bases altas e pobres em matéria orgânica.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A, com aproximadamente 30cm de espessura, cinzento muito escuro, franco-arenoso, estrutura em

blocos subangulares fracamente desenvolvida, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, e a transi-ção para o horizonte B é clara e plana;

- horizonte B estreito, de coloração bruno-amarelada e intensamente mosqueada, franco-arenoso, estrutura emblocos subangulares moderadamente desenvolvida, cerosidade forte e abundante, friável, ligeiramente plásticoe ligeiramente pegajoso, e a transição é gradual para o C;

- horizonte C profundo, bruno-amarelado, intensamente mosqueado, franco-arenoso, estrutura moderadamentedesenvolvida em blocos angulares, cerosidade forte e abundante, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pe-gajoso, o horizonte C2 é formado por siltitos muito pouco decompostos, constituindo, praticamente, um horizon-te R.

Tanto a capacidade de permuta de cátions como a saturação de bases e as bases permutáveis apresentamvalores altos (são altos os teores de cálcio), mas os teores de matéria orgânica e de potássio trocável são baixos.

O horizonte superficial é praticamente livre de alumínio trocável, embora os horizontes subsuperficiais apresen-tem teores elevados, o que sugere não utilizar subsoladores e intensificar a prática do plantio direto com irrigação, jáque são solos com pH ácido.

Esses solos são encontrados em relevo ondulado, formado por elevações pequenas e arredondadas (meia laranja)com pendentes curtas de dezenas de metros, com um declive médio de 8% e altitudes variáveis entre 80m e 200m.

Apresentam limitações ao uso moderadas, pela fertilidade natural (saturação e soma de bases altas e baixosteores de potássio e fósforo). São sujeitos a voçorocas (devido muito mais ao tipo de material de origem do que aprocessos pedogênicos), mas são moderadamente drenados, exigindo irrigação mesmo em anos normais. Oferecemrestrições ao uso de implementos agrícolas, a menos que sejam adotadas práticas de conservação dos solos.

Seu uso potencial indica que podem ser cultivados com a maioria das culturas anuais, indicadas pelo zoneamentoagroclimático, embora sejam mais recomendadas as culturas perenes e a silvicultura, desde que, em qualquer circuns-tância, sejam adotadas práticas de conservação dos solos.

A vegetação natural é a de mata subtropical arbustiva, com várias espécies, como angico (Piptademia rígida),açoita-cavalo (Luchea divaricata), ipê (Tecomia ipê) e mirtáceas.

O tipo fundamental Cfa 2 de Koeppen é dominante, com temperatura média anual de 18,70C a 19,60C e precipita-ção média anual de 1.594mm a 1.699mm. Podem ocorrer chuvas de 164mm em 24 horas e geadas de abril a novembro.Períodos secos com deficiência de umidade de 100mm podem ocorrer sete vezes a cada 10 anos, e maiores do que300mm, uma vez a cada 10 anos, sendo mais freqüentes de novembro a abril.

Os solos Uruguaiana são Chernossolos Ebânicos carbonáticos vérticos MEk brunizéns hidromórficos, cálcicos,com textura argilosa, relevo plano, desenvolvidos sobre “basaltos”. A unidade de mapeamento Uruguaiana é constituídapor solos medianamente profundos (um metro aproximadamente), apresentando cores escuras, com tonalidades bru-nas e acinzentadas.

São argilosos, imperfeitamente drenados, muito plásticos e muito pegajosos, com saturação de bases e capaci-dade de permuta de cátions altas. É característica desses solos apresentarem horizonte de acumulação de carbonatode cálcio na parte inferior do B e na superior do C.

A seqüência de horizontes é A, B e C, com transição clara e com as seguintes características:- horizonte A, em torno de 30cm, com cores brunas e cinzentas muito escuras; a textura varia de franco a franco-

-siltosa, e a estrutura é granular ou em blocos subangulares, moderada ou fracamente desenvolvida;- horizonte B, representado por um B2 de máxima acumulação de argila, cinzento a bruno-escuro; a estrutura é

moderada ou fortemente desenvolvida em blocos subangulares, apresentando slickensides;

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- horizonte C argiloso, com cores bastante variáveis, normalmente mosqueado, é argiloso, com estrutura modera-da a fortemente desenvolvida em blocos angulares, devido à intersecção dos slickensides.Os teores de matéria orgânica são médios, sendo em torno de 2,5% a 3,5%, e os valores de fósforo disponível

são muito baixos. Esses solos não apresentam problemas de alumínio trocável e são moderadamente ácidos no A (pH5,5 a 5,9) a neutros e moderadamente alcalinos no B e no C.

Análises mineralógicas na fração argila grossa e argila fina demonstram que, nesses solos, predominam argilasmontmorillonitas e interestratificadas, sendo que, no horizonte A, também se observam argilas 1:1.

Os solos dessa unidade de mapeamento ocupam relevo plano e suave-ondulado, com declives em torno de 3%.São utilizados quase exclusivamente em pastagens nativas, suportando, junto com a unidade Escobar, os melho-

res campos do Corede Campanha. Nos últimos anos, vêm sendo ocupados com orizicultura, com rendimentos muitoaltos.

As maiores limitações que esses solos apresentam ao desenvolvimento agrícola são devidas à má drenagem e àbaixa permeabilidade, mas não possuem limitações quanto à erosão e à mecanização, em conseqüência de seu relevoplano.

Do estudo das características químicas, constata-se que são solos bem providos de bases, não apresentandoproblemas de toxidez de alumínio. A maior limitação quanto a nutrientes diz respeito ao fósforo e ao potássio, que sãomuito baixos.

Predominam, nesses solos, os campos (campos finos) com pastagens naturais de boa qualidade e coberturavegetal excelente. Diferentes espécies compõem o tapete, predominando entre as gramíneas o Paspalum notatum e oAxonopus sp, com maior ou menor incidência de capim caninha (Andropogon lateralis), de acordo com o manejo dasdiferentes pastagens. Entre as leguminosas, são encontradas representantes do gênero Trifolium.

O clima é do tipo Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anual é de 19,60C, e a precipitação pluviométrica médiaanual é de 1.356mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 165mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Tambémpodem ocorrer períodos secos com déficits maiores que 100mm seis vezes a cada nove anos, e maiores que 300mm,duas vezes a cada oito anos.

Na medida em que os terrenos começam a suavizar a sua declividade, numa morfologia suave-ondulada queavança em direção às várzeas do rio Jacuí e nos terrenos planos do topo do Planalto, com solos profundos, passa apredominar a classe III. Essa classe oferece a melhor condição para a produção de grãos, tubérculos, raízes e toda agama de produtos agrícolas, sejam temporários, sejam permanentes. A classe III já pertence à Categoria A de capaci-dade de uso e constitui terras cultiváveis segura e continuadamente com culturas anuais adaptadas, produzindo colhei-tas médias a altas, com obrigatoriedade de emprego de práticas intensivas ou complexas de manejo como condiçãopara essa utilização.

Ainda assim, são terras moderadamente boas para cultivo, segundo os padrões internacionais, mas constituemas melhores terras de cultivo de sequeiro ou para irrigação do Rio Grande do Sul.

Relacionados a essa classe, aparecem os Latossolos Vermelhos ou Brunos.O termo latossolo lembra solos profundos e homogêneos, altamente intemperizados. São solos bem drenados,

normalmente profundos ou muito profundos, apresentando, no perfil, uma seqüência de horizontes A-Bw-C, onde ohorizonte Bw é do tipo B latossólico. É um horizonte sem gradiente textural em relação ao horizonte A, bem drenado,com estrutura em blocos de fraca a moderada ou microgranular forte, argila de baixa atividade (< 17 cmolc/kg de argila),baixo teor de minerais intemperizáveis (< 4%) e de fragmentos de rochas (< 5%), com textura franco-arenosa ou maisargilosa. É o horizonte diagnóstico dos Latossolos. Esses solos têm pouco incremento de argila com a profundidade eapresentam transição difusa ou gradual entre os horizontes, por isso, mostram um perfil muito homogêneo, em que édifícil diferenciar os horizontes. Têm predomínio de caulinita e óxido de ferro, o que lhes confere uma baixa CTC(atividade da argila < 17cmolc/kg), acentuada acidez e uma baixa reserva de nutrientes e toxidez por alumínio para asplantas. Os Latossolos foram diferenciados em Brunos (caso da unidade Vacaria e Erval Grande), ou Vermelhos (casodas unidades Erechim, Durox, Passo Fundo, Santo Ângelo e Cruz Alta), conforme a cor predominante no horizonte B.Os Latossolos Brunos são alumínicos, quando apresentam atividade da argila alta (Al ≥ 4 cmolc/kg de argila) e satura-ção por Al ≥ 50%, e são câmbicos, quando apresentam características intermediárias para a classe dos Cambissolos,que são solos em processo de transformação, razão pela qual têm características insuficientes para serem enquadra-dos em outras classes mais desenvolvidas, apresentando fragmentos de rocha no perfil, o que atesta o baixo grau dealteração do material original. Os Latossolos Vermelhos, quando têm caráter alumínico (Al ≥ 4 cmolc/kg e saturação porAl ≥ 50%) e elevado teor de ferro (≥ 18%), são aluminoférricos (Erechim), sendo típicos, por representarem o conceitocentral de sua respectiva classe. Os Latossolos Vermelhos, com baixa saturação de bases (< 50%) e elevado teor de

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ferro (≥ 18%), são distroférricos (Durox), sendo também típicos. Além disso, os Latossolos Vermelhos, que apresentambaixa saturação de bases (< 50%), podem ser classificados como distróficos (Passo Fundo), ainda que típicos.

Diante das suas propriedades físicas (profundos, bem drenados, muito porosos, friáveis, bem estruturados) econdições de relevo suave-ondulado, os Latossolos possuem boa aptidão agrícola, desde que corrigida a baixa fertili-dade química. Os Latossolos podem ser utilizados com culturas de inverno e de verão, exigindo práticas conservacionistasadequadas, como plantio direto, intercalado com plantas recuperadoras, como aveia, ervilhaca e nabo forrageiro, comterraceamento e canais escoadouros protegidos. Nos Latossolos Vermelhos aluminoférricos e nos Latossolos Brunosalumínicos, as maiores limitações referem-se aos elevados teores de alumínio trocável ao longo do perfil, os quais sãotóxicos para culturas com sistema radicular profundo, como, por exemplo, fruticultura. Para tanto, é necessário corrigira acidez em profundidade superior a 40cm antes da implantação do pomar.

Os solos Erechim — LVaf —, Latossolo Vermelho aluminoférrico típico, são solos com horizonte B latossólico decoloração vermelho-escura, com textura argila pesada (mais de 60% de argila), friáveis, com estrutura maciça poucocoerente e transição difusa entre os horizontes, que mostram uma seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintescaracterísticas morfológicas:

- horizonte A espesso (50cm), subdividido em A1 e A3, a coloração é bruno-avermelhada escura, a textura é argilapesada com estrutura pequena e média granular, é ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico e ligeiramentepegajoso;

- horizonte B espesso (mais de 100cm), subdividido em B1, B21, B22 e B3, de coloração vermelho-escura evermelho-amarelo, a textura é argila pesada, com estrutura de fraca a moderada, em blocos subangulares,apresentando, na maioria das vezes, o aspecto de maciça pouco coerente, a consistência é dura, quando seco,sendo friável, quando úmido, e ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, quando molhado;

- horizonte C nem sempre observável pela profundidade do perfil, mas é constituído de rocha intemperizada decoloração ocre, dentre outras.

A capacidade de permuta de cátions é alta, mas os teores em matéria orgânica são médios, sendo solos ácidos,com elevados teores de alumínio trocável. A saturação de bases, as bases permutáveis e o fósforo disponível apresen-tam valores baixos.

Lateralmente, estão associados com solos das unidades Passo Fundo e Charrua, todos eles derivados de “basaltos”,ocupando o topo de um relevo ondulado, formado por elevações curtas, em dezenas de metros, e declives de 5% a15%, em altitudes médias de 400m a 800m.

Apresentam fortes limitações, por fertilidade natural, sendo solos muito ácidos e pobres em nutrientes, comelevados teores de alumínio trocável e baixos teores de fósforo e potássio, exigindo fortes adubações de correção comcalcário, fósforo e potássio. São solos suscetíveis à erosão hídrica, mas esta pode ser facilmente controlável. Por outrolado, são bem drenados, profundos, não oferecendo limitações ao uso de implementos agrícolas.

São cultivados com rendimentos bons em comparação com a média do Planalto Basáltico, sendo plantados comos mais variados cultivos.

Apresentam boas condições para o desenvolvimento de uma agricultura racional, podendo atingir altos rendimen-tos físicos por hectare, desde que corrigidos os problemas de fertilidade natural, através de uma calagem maciça (10toneladas de calcário), além da correção de fósforo e potássio e de feita a conservação do solo por meio de terraços.Esses solos podem ser cultivados com trigo, milho, feijão e soja, dando bons rendimentos.

A vegetação natural é a mata subtropical de altitude, com araucárias e erva-mate. Na zona fria de clima Cfb, hápredominância do pinheiro e, na zona de clima Cfa, além do pinheiro, ocorre a erva-mate. Onde as matas foramsubstituídas pelos campos, predominam gramíneas do tipo Paspalum notatum, Axonopus, Piptochaetium eAndropogoneas, tendo como invasoras a barba-de-bode (Aristida pallens) e as samambaias.

Na parte leste, ocorre o clima Cfb1 e, na parte oeste, o Cfa de Koeppen. O primeiro é mais frio, com média anualde 16,50C; o outro tem média de 17,50C, com uma precipitação pluviométrica variando de 1.750mm a 1.800mm nos doiscasos, com chuvas bem distribuídas, sem problemas de secas prolongadas, em condições normais. Podem ocorrerchuvas torrenciais de 170mm em 24 horas.

Os solos Passo Fundo — LVd3 —, Latossolo Vermelho distrófico típico, são solos com horizonte B latossólico —podendo ocorrer uma ligeira podzolização —, profundos, apresentando seqüência de horizontes A, B e C, com asseguintes características morfológicas:

- horizonte A espesso (mais de 60cm), de coloração bruno-avermelhada escura, a textura é argila-arenosa ou maispesada, e a estrutura é fraca, muito pequena, granular e grãos simples, é macio, friável, ligeiramente plástico eligeiramente pegajoso, é subdividido em A1 e A3;

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- horizonte B muito espesso (mais de 200cm), de coloração vermelho-escura, a textura é argila pesada (mais de60% de argila), a estrutura é maciça porosa, pouco coerente, a consistência é macia, quando seco, friável,quando úmido; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, quando molhado;

- horizonte C muito profundo, é formado por rocha intemperizada.A capacidade de permuta de cátions é alta, e o teor em matéria orgânica é médio. A saturação de bases, as bases

permutáveis e o fósforo disponível apresentam valores baixos.Lateralmente, estão associados com solos da unidade Estação e com a associação Ciríaco-Charrua, todos eles

derivados de “basaltos”, ocupando o topo de um relevo suave-ondulado, mas formado por elevações em centenas demetros e declives de 5%, em altitudes médias de 460m a 700m. São típicos das áreas aplainadas do Planalto, semgrandes incisões da drenagem.

Apresentam limitações por fertilidade natural, sendo solos ácidos, pobres em reservas de nutrientes e com proble-mas de alumínio trocável, além de serem erosíveis, mas nos mesmos padrões dos demais solos do Planalto Basáltico.Por outro lado, são bem drenados e porosos, profundos, não oferecendo limitações ao uso de implementos agrícolas.

Corrigidos os problemas de fertilidade natural, através de uma calagem maciça, além da correção de fósforo epotássio, e feita a conservação do solo por meio de plantio direto e terraceamento, esses solos podem ser cultivadoscom culturas anuais tradicionais, com altos rendimentos, representando uma das melhores unidades entre todos oslatossolos, principalmente com soja, milho e trigo.

A vegetação natural é o campo constituído por Paspalum notatum e Aristida pallens, com matas de galeria, comalgumas ocorrências de matonetes, com araucárias nas coxilhas.

O clima dominante é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média anual inferior a 180C, e a precipitação normalanual é de 1.750mm. Pode ocorrer uma precipitação de 140mm em 24 horas, e há perigo de geadas até nos meses desetembro e outubro.

Os solos Vacaria — LBa1 —, Latossolo Bruno alumínico câmbrico, são solos com horizonte B latossólico,medianamente profundos, muito ácidos, com elevado teor de alumínio trocável, pequena soma de bases permutáveise muito baixa saturação de bases, apresentando seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes característicasmorfológicas:

- horizonte A espesso (37cm a 60cm), subdividido em A1 e A3, de coloração bruno-amarelada a bruno-escura, atextura é argila pesada, e a estrutura granular, moderadamente desenvolvida, é poroso, plástico e ligeiramentepegajoso;

- horizonte B latossólico desenvolvido (em torno de 100cm), subdividido em B1, B2, B3, de coloração bruno-fortea vermelho-amarelada, a textura é argila pesada (mais de 70% de argila) e argila (ao redor de 50% de argila) noB3, a estrutura pode ser pequena, blocos subangulares ou granulares, com aspecto de maciça pouco coerenteprincipalmente no horizonte B3, é poroso, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte C, ocorre abaixo de 150cm de profundidade, sendo formado por basalto intemperizado, apresentandoalto teor de silte.

Apresentam perfis muito desenvolvidos.A capacidade de permuta de cátions e o teor em matéria orgânica são médios. A saturação de bases, as bases

permutáveis e o fósforo disponível apresentam valores baixos.Lateralmente, estão associados com solos das unidades Erechim, Durox e com a associação Ciríaco-Charrua,

todos eles derivados de “basaltos”, ocupando o topo de um relevo suave-ondulado, formado por elevações em centenasde metros e declives de 5%, em altitudes médias de 800m a 1.000m.

Apresentam fortes limitações de fertilidade natural, sendo solos muito ácidos e extremamente pobres, com umasaturação de bases muito baixa e com uma reserva muito reduzida de nutrientes, além de terem elevados teores dealumínio trocável. São solos suscetíveis à erosão hídrica, mas nos mesmos padrões dos demais solos do PlanaltoBasáltico. Por outro lado, são bem drenados, profundos, não oferecendo limitações ao uso de implementos agrícolas, anão ser quando os terrenos são mais declivosos.

Foram sempre cultivados com trigo, embora o aproveitamento histórico tenha sido com pastagens.Corrigidos os problemas de fertilidade natural, através de uma calagem maciça (oito toneladas de calcário), além

da correção de fósforo e potássio e feita a conservação do solo por meio de terraços, esses solos podem ser cultivadoscom trigo ou com fruticultura de clima temperado, embora se desaconselhe o cultivo com soja, devido às geadastardias que ocorrem na região, impossibilitando o plantio nos meses de setembro a novembro e, conseqüentemente,correndo o risco de geadas na época do enchimento do grão e da colheita. Variedades de ciclo curto e mais resistentesao frio podem superar essas dificuldades.

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A vegetação natural é o campo de altitude, formado por andropogôneas, ocorrendo, ainda, Axonopus sulfutus eargentinum, Trifolium riograndensis e Baccharis, com grande incidência esparsa de samambaias (Pteridium sp). Hámatas em galerias e, em alguns lugares, caponetes, relacionados a matas de araucárias.

O clima dominante é o Cfb 1 de Koeppen, com temperatura média anual inferior a 170C, e a precipitação normalanual é maior do que 1.800mm. Pode ocorrer uma precipitação de 130mm em 24 horas, e há perigo de geadas de marçoaté novembro ou dezembro e de nevadas durante o inverno.

Os solos Durox — LVdf1 —, Latossolo Vermelho distroférrico típico, são solos com horizonte B latossólico,profundos, ácidos, com elevado teor de alumínio trocável, baixa saturação de bases, apresentando seqüência dehorizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A espesso (mais de 40cm), de coloração bruno-avermelhada escura, a textura é argila pesada (mais de60% de argila), a estrutura granular é de fraca a moderadamente desenvolvida, é poroso, sendo muito duro,quando seco, e firme, quando úmido;

- horizonte B espesso (150cm), de coloração vermelho-escura ou vermelha, a textura é argila pesada (mais de70% de argila), e a estrutura em blocos subangulares é de fraca a moderadamente desenvolvida, possuindocerosidade fraca e pouca entre os agregados, é poroso, de consistência dura, quando seco, firme e friável,quando úmido, e ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, quando molhado;

- horizonte C formado por basalto decomposto, pouco intemperizado.A capacidade de permuta de cátions e o teor em matéria orgânica são altos. A saturação de bases, as bases

permutáveis e o fósforo disponível apresentam valores baixos.Lateralmente, estão associados com solos das unidades Erechim, Vacaria e com a associação Ciríaco-Charrua,

todos eles derivados de “basaltos”, ocupando o topo de um relevo suave-ondulado, mas formado por elevações emcentenas de metros e declives de 5%, em altitudes médias de 700m a 900m. Podem ocorrer em áreas dissecadas e emaltitudes menores.

Apresentam fortes limitações por fertilidade natural, sendo solos ácidos, com problemas de alumínio trocável emanganês, com uma soma de bases baixa em relação à capacidade de troca de cátions (provavelmente associada àalta acidez). São solos suscetíveis à erosão hídrica, mas nos mesmos padrões dos demais solos do Planalto Basáltico.Por outro lado, são bem drenados, profundos, não oferecendo limitações ao uso de implementos agrícolas, a não serquando os terrenos são mais declivosos.

Foram sempre cultivados com trigo, milho e outras culturas, embora também tenham servido de base para umapecuária extensiva tradicional.

Corrigidos os problemas de fertilidade natural, através de uma calagem maciça (cinco toneladas de calcário), alémda correção de fósforo e potássio, e feita a conservação do solo por meio de terraços, esses solos podem ser cultiva-dos com culturas anuais tradicionais, sendo aconselhado o seu uso para fruticultura de clima temperado, em especiala produção de maçã, figo, pêra e pêssego. Nos terrenos mais agressivos, aconselha-se a silvicultura e algumas cultu-ras permanentes, que exigem menos tratos culturais, como a erva-mate.

A vegetação natural é o campo de altitude, ocorrendo junto com matas de araucárias, sendo que as matasaparecem tanto nos altos topográficos como na meia encosta, ou mesmo como ciliares.

O clima indicado é o Cfb 1g’ de Koeppen, com temperatura média anual de 160C, e a precipitação pluviométricanormal anual é de 1.700mm a 1.800mm. Pode ocorrer uma precipitação de 130mm em 24 horas, e há perigo de geadasaté outubro ou novembro e de nevadas curtas durante o inverno.

Os solos Erval Grande — LBa2 —, Latossolo Bruno alumínico típico, são solos com horizonte B latossólico,profundos, muito ácidos, com elevado teor de alumínio trocável, pequena soma de bases permutáveis e muito baixasaturação de bases, apresentando seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A espesso (60cm), subdividido em A1 e A3, de coloração bruno-avermelhada escura, estrutura granulare friável;

- horizonte B em torno de 100cm, subdividido em B1, B2, B3, de coloração bruno-avermelhada escura e vermelho--amarelo, a textura é argila pesada;

- horizonte C, constituído de rocha intemperizada, de coloração amarelo-esbranquiçada ou de outras cores.Apresentam perfis muito desenvolvidos.A capacidade de permuta de cátions e o teor em matéria orgânica são muito elevados, sendo um dos solos mais

ácidos, com elevados teores de alumínio trocável. A saturação de bases, as bases permutáveis e o fósforo disponívelapresentam valores médios a baixos.

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Lateralmente, estão associados com solos da unidade Erechim e com a associação Ciríaco-Charrua, todos elesderivados de “basaltos”, ocupando o topo de um relevo ondulado, formado por elevações curtas em dezenas de metrose declives de 7% a 10%, em altitudes médias de 700m e menos.

Apresentam fortes limitações por fertilidade natural, sendo solos muito ácidos e extremamente pobres, com umasaturação de bases muito baixa e com uma reserva muito reduzida de nutrientes, além de terem elevados teores dealumínio trocável. São solos suscetíveis à erosão hídrica, mas nos mesmos padrões dos demais solos do PlanaltoBasáltico. Por outro lado, são bem drenados, profundos, não oferecendo limitações ao uso de implementos agrícolas, anão ser quando os terrenos são mais declivosos.

São solos cultivados em mais de 70% de sua superfície, com rendimentos decrescentes ao longo dos anos,inclusive em culturas menos exigentes, como a mandioca. Onde ainda há alguma mata original, ela está empobrecidaem termos de essências florestais.

Corrigidos os problemas de fertilidade natural, através de uma calagem maciça (10 toneladas de calcário), além dacorreção de fósforo e potássio e feita a conservação do solo por meio de terraços, esses solos podem ser cultivadoscom trigo, milho, feijão e soja, dando bons rendimentos. Nas áreas mais declivosas, deve ser promovido o refloresta-mento.

A vegetação natural é a mata subtropical de altitude com araucárias e erva-mate.O clima indicado é o Cfa de Koeppen, mas existem indicadores de que deve prevalecer o tipo Cfb1. A temperatura

média anual da região é de 18,50C, e a precipitação pluviométrica normal anual é maior do que 1.800mm.Os solos Santo Ângelo — LVDf2 —, Latossolo Vermelho distroférrico típico, são os que apresentam o maior grau

de latolização e os que mais se aproximam dos Latossolos Roxos descritos no levantamento de solos do Estado deSão Paulo. São solos profundos (a espessura pode atingir 400cm), bem drenados, friáveis, de coloração vermelho--escura e desenvolvidos a partir de rochas eruptivas básicas.

Os perfis são muito homogêneos, não apresentando grandes diferenciações entre os horizontes. A seqüência dehorizontes é A, B e C, compreendendo, normalmente, A1, A3, B1, B2, B3, e C. As transições são difusas, compequenas variações das características morfológicas desde A1 até B3, conforme se apresenta a seguir:

- o horizonte A é espesso (40cm a 45cm), de coloração bruno-avermelhada escura, argila pesada (mais de 60% deargila), estrutura fracamente desenvolvida em blocos subangulares, poroso, friável, ligeiramente plástico e ligei-ramente pegajoso, em geral dividido em A1 ou Ap e A3;

- o horizonte B é muito espesso (mais de 200cm), de coloração vermelho-escura, argila pesada (mais de 70% deargila), estrutura fraca em blocos subangulares, poroso, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, emgeral dividido em B1, B2, B3; no horizonte B3, a estrutura, em geral, é maciça, porosa, pouco coerente, sendomuito friável;

- o horizonte C, a mais de 250cm de profundidade, é composto por basalto intemperizado, com elevados teores demateriais na partícula silte.

A capacidade de permuta de cátions é de média a alta, e a saturação de bases é baixa. O cálcio representa 50%das bases permutais, que, no conjunto, apresentam valores baixos. O magnésio representa 25%, e o potássio pode tervalores altos no A e baixos no B, sendo baixos os teores de matéria orgânica em todo o perfil. São solos pobres emfósforo disponível.

São solos moderadamente ácidos, não apresentando grandes variações ao longo do perfil, e o alumínio trocávelestá presente em valores baixos. Os teores de manganês são considerados relativamente tóxicos para culturas comoa soja, pelo menos ao final da década de 60 do século XX, e para as variedades existentes então.

As limitações ao uso devem-se à fertilidade, que sugere uma limitação moderada, que também o é em termos desuscetibilidade à erosão, podendo formar voçorocas profundas. São solos que podem apresentar déficits de umidadedurante o verão, mas não possuem limitações quanto ao uso de implementos agrícolas.

Apresentam ótimas condições para o desenvolvimento de uma agricultura racional, sendo os solos do PlanaltoBasáltico mais indicados para o uso em culturas anuais, como trigo, soja, feijão, milho e linho, assim como outras.

Devem ser utilizadas práticas de conservação do solo, como terraceamento e plantio direto, e necessitam decorreção através de calagens pesadas, mas na base de duas toneladas por hectare, além de fortes adubações corre-tivas para fósforo. A maior parte desses solos é usada em agricultura anual.

A vegetação natural predominante é representada pelos campos antrópicos, formados por Paspalum notatum eAristida pallens. A cobertura vegetal é inferior a 60%. Ocorrem matas ciliares e outras na porção norte, além de capõesisolados com timbó (Ateléia glazioviana).

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O clima é o Cfa 1g de Koeppen, com temperaturas médias ao redor de 19,50C e com precipitações pluviométricasde 1.859mm. Sofre ondas de frio, existindo o perigo de geadas nos meses de setembro e outubro e precipitaçãotorrencial de mais de 140mm em 24 horas.

A unidade Cruz Alta é constituída por Latossolos Vermelhos distróficos típicos (LVd2), com horizonte B Latossólico(não hidromórficos); são do tipo latossolo vermelho-escuro distrófico, com textura média, relevo ondulado e desenvolvi-dos sobre arenitos. São suscetíveis à erosão e devem ser utilizados com extremo cuidado.

Os solos Cruz Alta apresentam uma seqüência de horizontes com as seguintes características principais:- horizonte A1, com uma profundidade de 13cm, bruno-avermelhado escuro, franco-argilo-arenoso, textura fraca

pequena e média granular e grãos simples, pouco poroso, macio, friável, ligeiramente plástico e ligeiramentepegajoso, e a transição é difusa e plana para o suborizonte inferior;

- horizontes A31 e A32, de 13cm a 55cm, bruno-avermelhados escuros, franco-argilo-arenosos, estrutura fracamédia granular e fraca média em blocos subangulares; pouco porosos, macios, friáveis, ligeiramente plásticos eligeiramente pegajosos, transição difusa e plana;

- horizonte B1, de 55cm a 100cm, é bruno-avermelhado escuro; franco-argilo-arenoso, estrutura maciça poucocoerente, que se desfaz em fraca pequena granular, pouco poroso, macio, friável, ligeiramente plástico e ligeira-mente pegajoso, transição gradual e plana;

- horizonte B2, de 100cm a mais de 300cm, é vermelho-escuro, franco-argilo-arenoso, estrutura maciça poucocoerente, que se desfaz em fraca pequena granular, pouco poroso, macio, friável, ligeiramente plástico e ligeira-mente pegajoso.

A capacidade de permuta de cátions é média, mas a saturação de bases, as bases permutáveis, o conteúdo emmatéria orgânica, o teor de potássio e o fósforo disponível apresentam valores baixos, sendo solos fortemente ácidos.

O relevo é ondulado, com declives entre 8% e 10% e pendentes em centenas de metros, em altitudes entre 200me 500m.

Pequena porcentagem da área é utilizada na produção de grãos (10%). O restante é usado como campo naturalpara pastagem.

Esses solos, por serem muito sensíveis à erosão, exigem sistemas de terraceamento bem controlados e práticasque revolvam pouco o solo, como o plantio direto. A forte limitação pela fertilidade natural pode ser controlada atravésde uma adubação corretiva para fósforo e potássio e calagem moderada, além da adubação de manutenção exigidapara cada cultura, recomendando-se, também, a adubação verde, para incorporar matéria orgânica, elevando a capaci-dade de retenção de cátions.

Uma vez corrigidas as deficiências, podem ser cultivados com a maioria das culturas, inclusive as de sistemaradicular profundo.

São fortemente recomendados para fruticultura e silvicultura, ainda que a proteção do solo continue a ser neces-sária.

A vegetação natural é a de campo formado por Paspalum notatum, apresentando cobertura vegetal pouco superiora 50%, o que determina uma lotação muito baixa e recomenda uma mudança do tipo de uso do solo. Toda a coberturarasteira é pilosa, indicando deficiência de água, o que é natural pelo tipo de textura e profundidade do perfil. A principalinvasora é a barba-de-bode (Aristida pallens), existindo matas ciliares ao longo dos cursos d’água.

O clima dominante é o Cfa 1 de Koeppen, com uma temperatura média de 180C e uma precipitação normal de1.700mm, mostrando deficiência de umidade no verão. Podem ocorrer precipitações maiores que 150mm em 24 horase déficits de umidade maiores que 100 uma vez a cada dois anos. As geadas estendem-se até meados de outubro.

Quando transitam das classes III para os Neossolos Litólicos do Planalto Sul-Rio-Grandense, os solos da classeIVpt fazem-se representar pelos Luvissolos Crômicos órticos típicos — Tco —, da unidade Cambaí; quando associa-dos aos Neossolos Litólicos desenvolvidos sobre basaltos, da unidade Pedregal, a classe IVe é representada pelosArgissolos Vermelhos distróficos arênicos — PVd2 — da unidade São Pedro. Na margem direita do rio Ibirapuitã, aclasse IVe, ou IVpt, está vinculada à associação NVdf2, Nitossolos Vermelhos distróficos latossólicos da unidade SãoBorja; TCp, Luvissolos Crômicos pálicos abrúpticos da unidade Virginia; e Neossolos litólicos eutróficos típicos daunidade Pedregal. Já na margem direita do rio Ibicuí, quando em transição para as subclasses VIa ou VIpf, que sevinculam com os Neossolos Litólicos eutróficos típicos da unidade Guassupi, as subclasses IVe e IVpt fazem-serepresentar pelos Latossolos Vermelhos distróficos típicos da unidade Cruz Alta e pelos Argissolos Vermelho-Amarelosalumínicos típicos da unidade Júlio de Castilhos (PVAa3).

O termo nitossolo lembra agregados nítidos e brilhantes no horizonte B. São solos profundos, apresentando, noperfil, uma seqüência de horizontes A-B-C, onde o horizonte B é do tipo B nítico, que é um horizonte com baixogradiente textural em relação ao horizonte A, apresentando estrutura bem-desenvolvida, com agregados brilhantes pela

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cerosidade. Esses solos têm uma aparência muito similar à dos Latossolos, uma vez que possuem pouco incrementode argila com profundidade e transição difusa ou gradual entre os horizontes; por isso, mostram um perfil muito homo-gêneo, em que é difícil distinguir os horizontes. O que distingue os Nitossolos é o horizonte B, com uma estrutura maisdesenvolvida (na forma de blocos angulares e/ou subangulares), com revestimento brilhante (cerosidade), que é carac-terístico do horizonte B nítico. Os Nitossolos são, em geral, solos ácidos, com CTC baixa (argila de atividade baixa),pelo fato de apresentarem predomínio de caulinita e óxido de ferro na sua constituição.

Os Nitossolos Vermelhos distroférricos latossólicos da unidade Estação apresentam baixa saturação por bases(< 50%), altos teores de ferro (15% a 36%) e horizonte B latossólico vermelho, abaixo do horizonte B nítico.

Em função de suas propriedades físicas (profundos, bem drenados, muito porosos, friáveis, bem-estruturados) econdições de relevo, possuem boa aptidão agrícola, desde que corrigida a fertilidade química. Podem ser utilizadoscom culturas de inverno e de verão, exigindo práticas conservacionistas, como os Latossolos, sendo necessária aintercalação ou o consorciamento com plantas recuperadoras de solos.

No Corede Missões, são encontrados os Nitossolos Vermelhos distróficos latossólicos da Unidade São Borja.Os solos Estação — NVdf1 —, Nitossolo Vermelho distroférrico latossólico, são solos com horizonte B textural,

não hidromórficos, de coloração vermelho-escura, argilosos, desenvolvidos sobre “basaltos” e mostram uma seqüênciade horizontes A, B e C bem diferenciada, com as características morfológicas:

- horizonte A proeminente, subdividido em A1 e A3, espesso (25cm a 40cm), de coloração bruno-avermelhadaescura, a textura é argilosa (com menos de 60% de argila), e a estrutura é de fraca a moderada, sendo granularno A1 e em blocos subangulares no A3, é poroso, duro, quando seco, friável, quando úmido, plástico e pegajoso,quando molhado, e a transição do A para o B é gradual ou clara;

- horizonte B espesso (mais de 150cm), subdividido em B21, B22 e B3, de coloração vermelho-escura, a textura éargila pesada (mais de 70% de argila), com estrutura moderada a fortemente desenvolvida em blocos subangulares,e apresenta cerosidade moderada entre os agregados;

- horizonte C muito profundo (mais de 200cm) e formado por basalto intemperizado.A capacidade de permuta de cátions e o valor das bases permutáveis são altos, com teores elevados de potássio

e matéria orgânica no A, mas os teores de fósforo disponível são baixos. São baixos os teores de alumínio trocável,embora sejam elevados os teores de manganês, implicando acidez elevada. As argilas são dominantemente do tipocaulinita.

Lateralmente, estão associados com solos das unidades Ciríaco-Charrua e Erechim, todos eles derivados de“basaltos”, ocupando o topo de um relevo ondulado, formado por elevações curtas em dezenas de metros e declives de8% a 10%, em altitudes médias de 200m a 700m.

Apresentam limitações moderadas por fertilidade natural, sendo solos medianamente férteis, embora não pos-suam grandes reservas minerais. São ácidos e pobres em fósforo trocável. São solos moderadamente suscetíveis àerosão hídrica, mas esta pode ser facilmente controlável. Por outro lado, são bem drenados, profundos, não oferecendolimitações ao uso de implementos agrícolas.

São cultivados com rendimentos bons em comparação com a média do Planalto Basáltico, sendo plantados comos mais variados cultivos.

Apresentam boas condições para o desenvolvimento de uma agricultura racional, podendo atingir altos rendimen-tos físicos por hectare.

Corrigidos os problemas de fertilidade natural, através de uma calagem maciça (cinco toneladas de calcário), alémda correção de fósforo, e feita a conservação do solo, esses solos podem ser cultivados com os mais variados tipos deculturas de sequeiro, dando bons rendimentos. Nas partes mais declivosas, deverá ser dada uma utilização comcultivos permanentes ou reflorestamento.

A vegetação natural é a mata subtropical de altitude, com araucárias e erva-mate. Encontram-se áreas comcampo modificado pelo uso agrícola. Essa unidade ocorre no tipo climático Cfa 1 de Koeppen, com uma temperaturamédia anual de 17,40C e uma precipitação pluviométrica acima de 1.700mm, com chuvas bem distribuídas, semproblemas de secas prolongadas, em condições normais. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 170mm em 24 horas.Apresenta perigo de geadas até o mês de outubro.

A unidade São Borja é constituída por Nitossolos Vermelhos distróficos latossólicos (NVdf2), com horizonte Btextural e argila de atividade baixa (não hidromórficos).

A unidade de mapeamento São Borja inclui solos profundos, bem drenados, vermelhos, argilosos e friáveis emtoda a extensão do perfil. Esses solos apresentam perfis bem desenvolvidos, formados por A, B e C, sendo que A+Bvaria de 170cm a 200cm de espessura. Embora haja uma pequena podzolização, não há uma grande diferenciaçãoentre os horizontes A e B, sendo a transição gradual ou difusa entre eles.

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Apresentam as seguintes características morfológicas:- o horizonte A é mais espesso que 40cm, de coloração bruno-avermelhada escura e textura argilosa (em torno de

50% de argila), a estrutura é fracamente desenvolvida em blocos subangulares, é poroso, friável, ligeiramenteplástico e ligeiramente pegajoso, transição gradual e plana para o B;

- o horizonte B é mais espesso que 120cm, de coloração vermelho-escura e textura argilosa (mais que 75% deargila), a estrutura é moderadamente desenvolvida em blocos subangulares, apresenta cerosidade moderada,envolvendo os agregados, e nesse horizonte, ocorrem concreções de ferro e manganês, tipo “chumbo de canga”;

- o horizonte C, é formado pelo material de origem em elevado grau de intemperização, sendo profundo e espesso,de coloração variegada do cinza ao vermelho, em geral é argiloso, mas apresentando teores elevados da fraçãosilte.

O relevo geral predominante na área é o suave-ondulado, formado por elevações arredondadas, com declividademédia de 4% a 8%. A altitude média está em torno de 120m.

A limitação ao uso agrícola quanto à fertilidade natural é de ligeira a moderada, principalmente devido aos baixosteores de fósforo disponível.

Embora necessitando adubação e correção para produzirem boas colheitas, esses solos apresentam condiçõessatisfatórias de fertilidade natural e as melhores condições para cultivos anuais com mecanização, sendo que aspráticas usuais de conservação controlam a sua erosão potencial.

A vegetação dominante é o campo misto, formado principalmente por Paspalum notatum (grama forquilha), Axonopussp, Piptochaetium sp. São infestados pela Aristida palles (barba-de-bode) e Elimorus candidus (capim-limão).

Na sua região de ocorrência, predomina o tipo fundamental de clima Cfa 12 de Koeppen. A temperatura médiaanual varia de 19,6ºC a 20,0ºC. A precipitação pluviométrica média é de 1.700mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de133mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade de 10mm a 100mm ocorremoito vezes a cada 10 anos, e maiores que 100mm, uma vez a cada 10 anos.

O termo vertissolo lembra solos que modificam suas características físicas por expansão e contração. São solosimperfeitamente ou mal drenados, encontrados em áreas planas a suave-onduladas. Apresentam perfis pouco profun-dos, com seqüência de horizontes A-Cv ou A-Biv-Cv, de cores escuras (caráter ebânico) ou cinzentas, com horizontevértico e pequena variação de textura ao longo do perfil. A estrutura é granular porosa no A e em blocos angulares noB ou no C. Esses solos contêm argilominerais expansivos (esmectitas) em quantidade suficiente para produzir mudan-ças significativas de volume com a variação do teor de umidade: expandem, quando úmidos, e contraem, quandosecos, produzindo fendas profundas. Essa movimentação da massa do solo é evidenciada pela presença de superfí-cies de fricção (slickensides). São extremamente duros, quando secos, e muito plásticos e pegajosos, quando úmidos.São solos de elevada fertilidade natural, com pH ligeiramente ácido, alta soma e saturação por bases e elevada CTC.

No Corede Noroeste Colonial, foram identificados Vertissolos Ebânicos órticos típicos (VEo 2), Escobar.Devido à presença de argilas expansivas (esmectitas), os Vertissolos tornam-se duros, quando secos, e plásticos

e pegajosos, quando úmidos, dificultando o uso e o manejo em sistemas de culturas de sequeiro anuais. Os VertissolosEbânicos órticos típicos (unidade Escobar), em períodos chuvosos, devido à baixa condutividade hidráulica, tornam-sesaturados de água. Nessa condição, o preparo e a semeadura ficam inviabilizados. Em períodos mais secos, com se-meadura concluída, se advirem dias chuvosos, a germinação das culturas ou de pastagens e o desenvolvimento inicialdas plantas poderão ser prejudicados, com risco de perda da área cultivada. Por outro lado, a coincidência da época depreparo e semeadura com períodos secos pode inviabilizar a implantação das culturas ou de pastagens, devido àexcessiva dureza desses solos quando secos, o que impede a ação dos equipamentos de preparo, bem como devidoà deficiência de água para a germinação e o crescimento das plantas. Esses solos são próprios para arroz irrigado,entretanto oferecem riscos de degradação, por tráfego excessivo de máquinas, e suscetibilidade à erosão, pela facilida-de de dispersão das argilas e pela ocorrência associada com Neossolos Litólicos. São próprios para pastagem natural,porém a lotação excessiva de animais, principalmente na ovinocultura, pode causar a sua degradação acelerada.

Os solos Escobar são Vertissolos Ebânicos órticos típicos (VEo2), pouco desenvolvidos com argila de atividadealta (hidromórficos), desenvolvidos em relevo plano.

A unidade de mapeamento Escobar é constituída por solos pouco profundos, imperfeitamente drenados, pretos,argilosos, muito plásticos e muito pegajosos, desenvolvidos a partir de basaltos. Na massa do solo, predominam argilo--minerais do tipo 2:1, com capacidade grande de contração e expansão. Durante a estação seca, a retração dosmateriais provoca o aparecimento de fendas no solo; com o reumedecimento, esses solos voltam a expandir-se,originando, como conseqüência, o desenvolvimento, no seu interior, de estrutura em blocos angulares bem desenvolvi-dos e slickensides e, na superfície, microrrelevo denominado “gilgai”.

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Apresentam seqüência de horizontes A, A/C e C ou Cca, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A, apresenta espessura variável (média de 35cm), de coloração cinzenta muito escura a preta, a

textura é franco-argilosa, e a estrutura é granular ou em blocos subangulares, é firme, muito plástico e muitopegajoso; a transição para o horizonte inferior é clara e plana;

- horizonte A/C, de espessura bastante variável (10cm até 60cm), de coloração cinzenta muito escura, apresen-tando mosqueados, é argiloso, e a estrutura prismática apresenta slickensides, é firme, muito plástico e muitopegajoso, e a transição para o C é clara e ondulada;

- horizonte C, representado pelo basalto, bastante ou pouco intemperizado, apresenta concreções calcíticas, emgrande parte dos perfis, de tamanho e forma variáveis.

A capacidade de permuta de cátions é alta, como também a saturação de bases. Os teores de cálcio são eleva-dos. Os teores de potássio são de médios a baixos. Apresentam valores médios de matéria orgânica no horizontesuperficial, em torno de 3,2%, e também são médios os teores de fósforo disponível, 8ppm.

São solos moderadamente ácidos, com o pH da água variando de 5,4 a 6,4 no horizonte superficial e de neutro aalcalino no C (7,2 a 8,4).

Os solos dessa unidade ocupam relevo plano a suave-ondulado, com declives variando até 5%. Situam-se nasterras aluviais, ao longo dos cursos d’água. Ocorrem em altitudes em torno ou menores que 100m.

Mesmo situados em relevo suave-ondulado, são muito suscetíveis à erosão, observando-se grande número devoçorocas. Embora sejam solos com boa capacidade de retenção de umidade, ocorrem em áreas que apresentamdéficit de umidade durante o verão, sendo a irrigação indispensável.

São utilizados para pastagens, e algumas áreas mais planas, mal drenadas, que ocorrem ao longo dos cursosd’água, são utilizadas para a cultura do arroz.

As maiores limitações ao desenvolvimento agrícola desses solos prendem-se à drenagem e às más característi-cas físicas que apresentam.

Devido à sua argila expansiva (montmorillonita), são muito difíceis de serem trabalhados. Formam torrões, quandosecos, ou aderem aos implementos agrícolas, quando molhados. Necessitam de um ótimo de umidade para seremtrabalhados. São solos, de um modo geral, férteis, necessitando, entretanto, como a grande maioria dos solos doEstado, de adubação fosfatada. Recomenda-se que sejam utilizados para pastagens, que são de boa qualidade e comexcelente cobertura. Esses campos poderão ser melhorados, principalmente pela introdução de novas espécies degramíneas e leguminosas. As áreas mais planas podem ser utilizadas com a cultura do arroz, em rotação com pasta-gens. Sob controle de umidade, permitem altos rendimentos na produção de outros grãos, desde que sob irrigação.

A vegetação natural é de campos finos, sendo formada, principalmente, pelas seguintes espécies: Paspalumnotatum, Axonopus compresus, Andropogon lateralis e Trifolium polimorfum.

Na região, predomina o tipo fundamental de clima Cfa de Koeppen, com uma temperatura média anual de 19,6oC.A precipitação média anual é de 1.356mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 165mm em 24 horas e geadas de abrila novembro. Podem ocorrer períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm seis vezes a cada oito anos, emaiores que 300mm, duas vezes a cada oito anos.

O Corede Missões é tipicamente uma região de transição, seja numa concepção que privilegia os aspectosmorfológicos, seja em outras que considerem mais as características dos solos. Possui uma incidência pronunciada daassociação Ciríaco-Charrua, dominante nas áreas mais agressivas de outras regiões que se situam mais ao norte e anordeste, mas também tem uma grande presença da associação Pedregal, Escobar e afloramentos de rocha, que édominante no Fronteira Oeste. Ainda conta com a presença de Latossolos profundos das unidades Santo Ângelo e CruzAlta, mas já aparecem os Nitossolos da unidade São Borja e os Luvissolos da unidade Virgínia. As várzeas, em lugarda unidade Vacacaí, apresentam a unidade Banhado.

O termo luvissolo significa acumulação subsuperficial de argila. Os Luvissolos são geralmente solos poucoprofundos, bem a imperfeitamente drenados, apresentando, no perfil, uma seqüência de horizontes A-B-C, onde ohorizonte B pode ser do tipo B textural. Esses solos têm alta CTC (atividade da argila > 27cmolc/kg) e alta saturação porbases (> 50%).

Nos Coredes Missões e Fronteira Oeste, ocorrem os Luvissolos Crômicos, que apresentam cores mais vivas nohorizonte B, enquanto os Hipocrômicos têm cores mais cinzentas ou escuras nesse horizonte. São pálicos, quandoapresentam espessura dos horizontes A + B > 80cm, e abrúpticos, por apresentarem mudança textural abrupta, en-quanto os demais são típicos, por representarem as características centrais da unidade.

Os Luvissolos têm boa fertilidade natural, mas carência de fósforo. Os Luvissolos Crômicos pálicos abrúpticos(unidade Virgínia) ocorrem em relevo plano a suave-ondulado, apresentando aptidão para culturas de verão; entretanto,

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devido ao caráter abrúptico, apresentam alta retenção de umidade nos períodos chuvosos, o que restringe o seu usopara culturas de inverno. Aparecem sempre associados com os Nitossolos Vermelhos da unidade São Borja.

Os Luvissolos Crômicos órticos típicos (unidade Cambaí) ocorrem em relevo ondulado, são pouco profundos e atérasos, comumente associados com afloramentos de rochas e Neossolos Litólicos. Esses solos apresentam aptidãoregular para culturas anuais, devido às limitações quanto ao armazenamento de água para as plantas e ao uso deimplementos agrícolas; exigem práticas conservacionistas intensivas, como, por exemplo, o terraceamento em desní-vel e cobertura vegetal viva ou morta permanente. Os Luvissolos Hipocrômicos órticos típicos (unidade Piraí) ocorremem relevo ondulado e, por apresentarem argilas expansivas (esmectita) na sua constituição, têm alta suscetibilidade àerosão e baixa condutitividade hidráulica, dificultando o manejo e exigindo práticas conservacionistas intensivas.

Os solos Virgínia — (TCp) — são Luvissolos Crômicos pálicos abrúpticos, brunizens hidromórficos, com texturaargilosa, desenvolvidos sobre relevo suave-ondulado, tendo como substrato “basaltos”.

A unidade de mapeamento Virgínia é constituída por solos medianamente profundos, bruno-amarelados, imperfei-tamente drenados e com o horizonte B textural, além de saturação de bases alta.

Esses solos apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características:- horizonte A espesso (em torno de 40cm), de coloração bruno-escura a bruno-acinzentada escura no matiz 10 YR,

a textura varia de franco-argilosa a franco-siltosa, a estrutura é granular ou em blocos subangulares, de fraca amoderadamente desenvolvida, a transição para o B é clara ou gradual;

- horizonte B bem desenvolvido, com espessura que varia de 60cm a 120cm, de coloração bruno-amareladaescura a bruno-escura no matiz 10 YR, a textura é argilosa, e a estrutura é de forte a moderada em blocosangulares, formada pela intersecção dos slickensides, que é comum nesses horizontes, a cerosidade é semprepresente, e, em alguns perfis, observa-se a presença de carbonato de cálcio em concreções, normalmente émuito plástico e muito pegajoso;

- horizonte C gleizado, de coloração cinzenta e mosqueada de coloração preta, a textura é argilosa, e a estruturaé em blocos angulares, formada pela interseção dos slickensides, sendo comum o desenvolvimento de concreçõesde ferro e manganês.

A capacidade de permuta de cátions e a saturação de bases são altas. Os teores de matéria orgânica são médiosna maioria dos perfis, variando de 2,5% a 4,0%, mas são baixos os teores de fósforo disponível.

Os solos Virgínia, embora possam ser considerados como não apresentando toxidez de alumínio, necessitam decalagens leves, pois a maioria dos perfis tem de 0,8m a 1,6mE/100g de solo, sendo solos fortemente ácidos no A (pH5,0) e neutros a moderadamente alcalinos no B e no C.

Devido aos baixos teores de fósforo e potássio, a maioria dos perfis necessita de calagens leves, em torno de 1a 2 t/ha.

A maioria da área apresenta relevo plano, não tendo problemas sérios de erosão, quando cultivados. No relevosuave-ondulado, necessitam de práticas de conservação. Embora sejam solos argilosos com alta capacidade de reten-ção de água, ocorrem em áreas onde, nos meses de verão, há deficiência de água, necessitando de irrigação mesmoem anos normais.

As maiores limitações que esses solos apresentam ao desenvolvimento agrícola estão ligadas à drenagem e àfertilidade. Durante o verão, quando ocorre normalmente o período seco, esses solos podem ser cultivados com sorgo,que é uma cultura bastante resistente. Sendo solos argilosos, retêm a umidade, dando condições ao desenvolvimentodessa cultura. As culturas de inverno, como o trigo, são desaconselhadas, pelos complexos sistemas de drenagem queteriam que ser implantados.

Esses solos são utilizados em pastagens; mais raramente, são arados para o cultivo de milho, sorgo e soja.Ultimamente, começam a ser invadidos pelas culturas de arroz irrigado, principalmente nos Municípios de Uruguaiana,Itaqui, Maçambará e São Borja.

Predominam, nessa unidade, os campos com boa cobertura vegetal e com pastagens de boa qualidade (camposfinos). Nesses campos, há dominância de Axonopus sp, ocorrendo também, com grande freqüência, o capim caninha(Andropogon lateralis), a grama forquilha (Paspalum notatum) e o capim touceira (Sporobolus poiretii).

O tipo fundamental de clima predominante é o Cfa de Koeppen. A temperatura média anual varia de 19,6ºC a20,0ºC. Sobre esses solos, podem ocorrer chuvas torrenciais de 165 mm em 24 horas e geadas desde abril a novembro.Também podem ocorrer períodos secos maiores que 100mm oito vezes a cada 10 anos, e maiores que 300mm, umavez a cada 20 anos. Durante o inverno, quando a precipitação normalmente é elevada, os solos ficam saturados durantelongo período, necessitando de drenagem superficial para serem cultivados.

Os solos Cambaí — TCo — são Luvissolos Crômicos órticos típicos rasos, com textura argilosa, desenvolvidosem relevo ondulado, a partir de xistos, granitos e gnaisses. São solos bem drenados, que apresentam um horizonte A

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proeminente, bruno-acinzentado muito escuro, franco, que passa abruptamente para um B textural de coloração bruno--avermelhada e vermelho-amarelada, argiloso e com características bem desenvolvidas.

São solos ligeiramente ácidos, com saturação e soma de bases alta e relativamente bem providos de nutrientesdisponíveis, com exceção do fósforo, que é baixo.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A espesso (cerca de 50cm), de coloração bruno-acinzentada muito escura, a textura é franca, e a

estrutura é fracamente desenvolvida granular ou em blocos subangulares, é friável, ligeiramente plástico e ligei-ramente pegajoso, com transição abrupta e plana;

- horizonte B relativamente estreito, representado por um B2 e, em alguns perfis mais desenvolvidos, apresentan-do um B3 na transição para o C, a coloração é bruno-avermelhada a vermelho-amarelada, é argiloso, comestrutura moderadamente desenvolvida em blocos subangulares, com cerosidade forte e abundante entre osagregados, é firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, a transição para o C é gradual e ondulada;

- horizonte C, situado a aproximadamente 80cm de profundidade, guardando a estrutura do material originário eapresentando coloração bruno-amarelada.Os teores de matéria orgânica desses solos são médios no horizonte superficial. São solos moderadamente

ácidos, com o pH da água de 5,5 a 6,0. São encontrados ocupando relevo ondulado, com pendentes em centenas demetros e declives ao redor de 8%. Junto aos cursos d’água, o relevo é mais movimentado, predominando aí solos maisrasos e afloramentos de rochas. Situam-se numa altitude de 120m a 250m.

Quanto ao grau de limitação para o uso agrícola, apresentam-se como solos ligeiramente ácidos, sem problemasde acidez nociva, e são bem providos de nutrientes disponíveis, com exceção do fósforo. Ocorrem em relevo ondulado,sendo suscetíveis à erosão. Há deficiência de água durante os períodos secos. Em anos de chuvas normais, a irrigaçãoé conveniente ou indispensável. São solos bem drenados, praticamente sem problemas de falta de ar.

São solos bastante cultivados em regime de pequena propriedade, sendo as principais culturas feijão, trigo emilho. Algumas áreas são utilizadas exclusivamente com pastagens.

São solos com boas condições para a produção de culturas anuais ou perenes, devido, principalmente, à fertili-dade natural, que é relativamente alta.

A mecanização, em alguns locais, é difícil, devido, especialmente, aos afloramentos de rochas e aos solos maisrasos associados. Entretanto, na área da unidade, podem ser selecionadas manchas grandes, onde a mecanizaçãopode ser feita sem qualquer impedimento. A conservação do solo deve ser feita através de práticas intensivas decontrole da erosão.

Quando corrigidas as deficiências, podem ser cultivados, com ótimos rendimentos, com a maioria das culturasregionais, como trigo, milho, feijão e soja. Esses solos, não sendo adubados, suportam boas colheitas por longos anos.

A pastagem natural é de boa qualidade, com regular incidência de leguminosas. Para melhores rendimentos,pode ser feita a subdivisão, com manejo de produção hibernal, sem a destruição da vegetação natural.

A vegetação dominante, nessa unidade de mapeamento, é a de campos finos. Normalmente, apresentam cober-tura acima de 80%, composta por Paspalum notatum e por outras gramíneas, bem como incidência de leguminosas dogenero Trifolium e Desmodium. As invasoras dominantes pertencem ao gênero Baccharis e Veronia. A vegetaçãoarbustiva somente é encontrada nas margens de rios e arroios, formando matas em galeria.

O tipo fundamental dominante de clima é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anual é de 18,70C. Aprecipitação média anual é de 1.684mm, podendo ocorrer chuvas torrenciais de 141mm em 24 horas e geadas de abrila novembro.

Os solos Piraí — TPo2 —, Luvissolo Hipocrômico órtico típico, são caracteristicamente brunizéns hidromórficos,com textura argilosa, relevo ondulado e substrato siltito.

Essa unidade de mapeamento é constituída, em sua maior parte, por solos medianamente profundos, moderada-mente drenados, bastante influenciados pelas condições de umidade, evidenciada pelas cores cinzentas e mosqueadosabundantes ao longo do perfil. O horizonte A é franco, e o B é argiloso a franco-siltoso na transição para o C, apresen-tando teores elevados da fração silte, que aumenta com a profundidade. A fração argilosa é constituída predominante-mente por argilas expansivas do tipo 2:1. Quimicamente, são solos ácidos e com alumínio trocável alto nos horizontessuperficiais, com soma e saturação de bases altas e bem providos de nutrientes disponíveis, com exceção do fósforo.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A proeminente, de coloração bruna muito escura, a textura é franca, e a estrutura granular é fracamente

desenvolvida, é friável, plástico e ligeiramente pegajoso; a transição para o horizonte inferior é de clara e plana;- horizonte B estreito (40cm), subdividido em B2 e B3 bruno-acinzentado escuro, e o B3 com uma gama de cores

cinzas, onde é difícil distinguir a cor do fundo; o B2 é argiloso, aumentando gradativamente, com a profundidade,

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o teor de silte, sendo o B3 franco-siltoso, a estrutura é de moderada a fraca, em blocos subangulares, é friável afirme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; a transição para o C é abrupta e ondulada;

- horizonte C bastante espesso, formado por siltitos em maior (C1) ou menor grau de intemperização, com corescinzas e avermelhadas e textura franco-siltosa.

São solos formados a partir de siltitos de coloração cinzenta ou avermelhada nos sedimentos decompostos.Esses sedimentos contêm leitos calcários, freqüentemente silicificados. São pertencentes às formações Estrada Nova,Irati e Rio do Rasto.

O relevo geral, nessa unidade de mapeamento, é ondulado, formado por um conjunto de elevações pequenas,arredondadas, com declives em torno de 8% e pendentes curtos em dezenas de metros. Ocorrem em altitudes que vãode 100m a 160m.

São solos bem providos de nutrientes disponíveis, com exceção do fósforo, e com problemas de acidez nociva,mas com fertilidade relativamente alta. Embora ocorrendo em relevo ondulado, são suscetíveis à erosão, verificadapelas voçorocas, encontradas em grande parte da área da unidade.

São solos moderadamente drenados, com problemas de falta d’água durante o verão. Em anos de chuvas nor-mais, a irrigação é indispensável. São pouco porosos, com horizontes argilosos, que contêm água em excesso, princi-palmente durante as épocas chuvosas.

Devido ao relevo, à ocorrência de voçorocas e ao tipo de argila, apresentam dificuldades para o uso. Atualmente,são somente utilizados com pastagem natural, ainda que possam ser cultivados com bons rendimentos. Embora sendorelativamente férteis, quando cultivados, necessitam de práticas conservacionistas.

A mecanização também apresenta sérios impedimentos, devido ao relevo e às voçorocas existentes e tambémao tipo de argila expansiva dominante na massa do solo, que retém água em demasia nas épocas muito úmidas,especialmente no inverno, tornando os solos difíceis de trabalhar, principalmente após as chuvas. Uma boa drenagemem plantio direto torna esses solos perfeitamente utilizáveis para culturas anuais.

A pastagem natural é de boa qualidade, com incidência de Andropogôneas e com cobertura de 70% a 80%.Apresentam pouca freqüência de leguminosas.

Nesses solos, podem ser recomendados cultivos forrageiros, com cuidados especiais para o controle da erosão,ou melhoramento das pastagens, através de manejo adequado (subdivisão e ordenação da lotação), adubação e intro-dução de gramíneas de produção hibernal.

A vegetação natural é a de campos finos, formados por várias espécies de gramíneas, leguminosas e verbenáceas.Há freqüência de Andropogôneas e de Chirca (Eupatonum sp).

O tipo fundamental dominante na área é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anual é de 18,2oC. A precipita-ção pluviométrica média anual é de 1.376mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 110mm em 24 horas e geadas deabril a novembro. Podem também ocorrer períodos secos maiores que 100mm sete vezes a cada 10 anos, e maioresque 300mm, uma vez a cada 10 anos.

Os Gleissolos são pouco profundos, muito mal drenados, de cor acinzentada ou preta, apresentando, no perfil,uma seqüência de horizontes A-Cg, ou A-Bg-Cg ou H-Cg, onde os horizontes Bg e Cg são tipo glei. Os Gleissolos comhorizonte superficial (A ou H), com menor espessura e teor de material orgânico, foram classificados como GleissolosHáplicos, enquanto os Gleissolos com horizonte superficial (A ou H) têm espessura inferior a 40cm, mas são maisespessos que os Háplicos, e seus teores de matéria orgânica são menores que 20% em massa. São eutróficos, porquea saturação de bases é igual ou maior que 50%; vérticos, por apresentarem horizonte com características similares aosVertissolos, que são solos imperfeitamente ou mal drenados, encontrados em áreas planas a suave-onduladas. OsGleissolos são solos aptos para o cultivo de arroz irrigado e, quando drenados e sistematizados, permitem o seu usocom culturas anuais, como milho, feijão e pastagens. Nos Gleiossolos de textura média, a drenagem pode ser feita emcanais com taludes inclinados, para evitar o solapamento das paredes. Devido à baixa condutividade hidráulica nosGleissolos mais argilosos, o uso de culturas de sequeiro exige uma sistematização do terreno, para possilitar a drena-gem superficial, mas, como são solos rasos, essa sistematização poderá destruir o perfil do solo e degradá-lo maisrapidamente. Os Gleissolos Háplicos encontrados no Corede Sul são correlacionáveis à unidade de mapeamentoBanhado, enquanto o Melânico é representado pela unidade Itapeva.

A unidade de mapeamento Banhado — GXe — corresponde a Gleissolos Háplicos eutróficos vérticos, queocorrem nas várzeas como um solo pouco desenvolvido, com argila de atividade alta (hidromórfico), glei húmico eutrófico,textura argilosa, em relevo plano, desenvolvidos sobre sedimentos aluvionares finos.

Predominam, na unidade Banhado, solos escuros, gleizados, argilosos, mas com elevados teores de fração silte,mal drenados, pouco porosos, firmes, muito plásticos e muito pegajosos, situados em relevo plano.

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São solos bastante influenciados pelas condições de umidade, podendo permanecer com água na superfíciedurante alguma parte do ano.

Quimicamente, são muito ácidos, bem providos de nutrientes, com exceção do fósforo assimilável, e com valoreselevados de capacidade de permuta de cátions, saturação de bases e bases permutáveis.

Apresentam como principais características morfológicas:- horizonte A pouco espesso (15cm), cinzento-escuro no matiz 10YR, argilo-siltoso e com estrutura fracamente

desenvolvida, firme, plástico e pegajoso, a transição para o Cg é clara;- horizonte C cinzento-escuro e cinzento no matiz 10 YR, argiloso, com estrutura maciça, que se quebra em blocos

subangulares, cerosidade forte e abundante, além de slickensides.São encontrados ocupando relevo plano. Situam-se em áreas baixas ou nas várzeas, ao longo de rios e arroios.Apresentam problemas de toxidez de alumínio. São baixos os teores de fósforo e são médios os de potássio.São solos mal drenados e que se encontram saturados de água durante quase todo o ano. Ao serem cultivados,

necessitam de drenagem. Como ocorrem em regiões que apresentam déficit de umidade durante o verão, a irrigação éindispensável.

São utilizados, principalmente, para pastagens e para a cultura do arroz, que, nesses solos, alcança elevadasproduções.

As condições de drenagem e as más propriedades físicas são as maiores limitações à utilização agrícola dessessolos.

A vegetação dominante é a de gramíneas, infestadas pelo caraguatá e pela maria-mole. Em grande parte da área,desenvolve-se vegetação higrófila, característica de banhados, como aguapés e ciperáceas.

A maior área dessa unidade ocorre em clima Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anual é ao redor de 20,00C.A precipitação média anual é ao redor de 1.700mm. Podem ocorrer chuvas de 133mm em 24 horas e geadas de abril anovembro. Na região, são freqüentes períodos secos, com déficit de umidade entre 10mm e 100mm. Os períodos secossão verificados oito vezes a cada 10 anos, ocorrendo entre os meses de novembro e março, em condições normais.

O termo alissolo deriva da presença de elevados teores de alumínio trocável no perfil. Os Alissolos são solosmedianamente profundos a profundos, apresentando um perfil com uma seqüência de horizontes A-B-C, onde o hori-zonte B é do tipo B textural; a condição de drenagem varia desde imperfeitamente drenado a bem drenado, dependendoda posição que esses solos ocupam na paisagem.

Os Alissolos, conforme o próprio nome indica, são solos com elevada acidez na maior parte do perfil, o que sedeve aos altos teores de Al trocável ( (≥ 4 cmolc/kg) e à alta saturação por Al (≥ 50%), associada a uma baixa saturaçãopor bases (< 50%) e argilas de CTC média a alta (T ≥ 20cmolc /kg). Esse conjunto de atributos estabelece uma condiçãode baixa fertilidade química e elevada toxidez por alumínio para as culturas.

No Corede Fronteira Oeste, em função da coloração escura ou acinzentada do horizonte B, os Alissolos foramidentificados como Alissolos Hipocrômicos. As cores que são mais vivas identificam os Crômicos. Quando, além dohorizonte B textural, contam com a presença de argila iluvial (argila removida dos horizontes superficiais para oshorizontes inferiores, onde é depositada compactamente), são designados de argilúvicos; são abrúpticos (unidadeLivramento), porque apresentam uma mudança textural brusca, ou típicos (Santa Maria), porque representam o concei-to central da classe.

Os Alissolos apresentam severas limitações químicas, devido ao elevado teor de alumínio trocável, além debaixas reservas em nutrientes para as plantas. Elevados teores de alumínio trocável, ao longo do perfil, são tóxicospara culturas anuais e para frutíferas com sistema radicular profundo. Os níveis de toxidez são variáveis entre culturase variedades. A correção do alumínio, no caso do plantio direto sobre campo nativo, pode ser realizada com a aplicaçãodo corretivo na superfície do solo sem incorporação. Em áreas degradadas, recomenda-se que o corretivo seja incorpo-rado antes da adoção do sistema de plantio direto. Na implantação de pomares, recomenda-se a correção de toda aárea, até a profundidade de 30cm a 40cm, e não somente na cova. As limitações físicas estão relacionadas à drenagemimperfeita, à mudança textural abrupta e à suscetibilidade à erosão. Os problemas de drenagem são mais acentuados,quando há mudança textural abrupta ou contato lítico pouco profundo no perfil, resultando em encharcamento do solo,em período de chuva prolongada, com possível necessidade de drenagem superficial. Os Alissolos Hipocrômicosargilúvicos abrúpticos são originados de siltitos e arenitos argilosos, podendo ser utilizados em culturas anuais eperenes, após a drenagem dos terrenos, enquanto os típicos são originados dos argilitos, siltitos e folhelhos do GrupoPassa Dois.

Os solos Santa Maria — Apt2 — são Alissolos Hipocrômicos argilúvicos típicos, de textura média, desenvolvidossobre substrato de siltitos e arenitos, em relevo suave-ondulado. São constituídos predominantemente por solosmedianamente profundos (em torno de 1m), com cores bruno-acinzentadas no A e bruno-amareladas no B, com textura

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média, friáveis e imperfeitamente drenados. São solos ácidos e com saturação de bases baixa nos horizontes maissuperficiais, aumentando esses valores à medida que o perfil se aprofunda.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A profundo (em torno de 40cm), de coloração bruna muito escura a bruno-acinzentada escura, a textura

é franco-arenosa, e a estrutura granular é fracamente desenvolvida; é friável, ligeiramente plástico e ligeiramentepegajoso, a transição é de difusa e plana;

- horizonte B, representado por um B2 relativamente estreito, de coloração amarelada. A textura é franco-siltosa,e a estrutura em blocos subangulares e angulares é fracamente desenvolvida; a transição para o C é clara eplana; é comum esse horizonte apresentar mosqueado;

- horizonte C espesso, representado pelo material de origem em vários estágios de pedogênese, e é comumesses solos apresentarem horizontes A/B de transição.

A capacidade de permuta de cátions é alta e apresentam teores baixos de fósforo disponível. Apresentam valoresmédios de matéria orgânica no horizonte superficial, ao redor de 3%.

Esses solos são originados a partir, principalmente, de siltitos e também de arenitos finos da formação Rosáriodo Sul, mas também de siltitos e de lamitos da Série Passa Dois.

O relevo dessa unidade de mapeamento é o suave-ondulado, com declives em torno ou menores que 5% ependentes em centenas de metros. Ocorrem numa altitude que varia de 100m a 200m, mas localmente podem ocorrerem altitudes menores.

Esses solos são muito utilizados para pastagens. Em algumas áreas, são encontradas lavouras com culturas deverão, principalmente as de soja e milho.

As principais limitações ao desenvolvimento agrícola, nesses solos, dizem respeito à fertilidade natural, que ébaixa, à suscetibilidade à erosão e à má drenagem, além de ao forte déficit de umidade no verão. A má drenagem impõelimitações bastante fortes à sua utilização agrícola com culturas de inverno.

São, portanto, solos mais apropriados para pastagens. Entretanto os últimos resultados experimentais vêmdemonstrando que também são bastante recomendáveis para culturas de verão, onde podem ser alcançados rendimen-tos elevados, desde que superada a restrição de falta de umidade, através da irrigação. Então, poderão ser cultivadoso milho, a soja, o sorgo e outras culturas de verão.

Num cultivo racional, além da irrigação, para que possam ser alcançadas boas produções, necessita-se aduba-ção completa e de correção, além de práticas de controle da erosão.

Os campos ainda podem ser melhorados através de limpeza, adubação e introdução de espécies, além de ummanejo adequado das pastagens. São boas as condições para estabelecimento de pastagens cultivadas.

A vegetação típica desses solos é a de campo, onde predominam as seguintes espécies: grama forquilha(Paspalum notatum), capim treme-treme (Briza minor) e pega-pega (Desmodium sp). Nas partes onde a influência daágua é maior, há bastante ocorrência de capim caninha (Andropogon lateralis). A principal invasora é o Alecrim-do--campo (Vernonia brevifolia), sendo pouca a ocorrência de barba-de-bode (Aristida pallens).

Na região, predomina o clima Cfa de Koeppen. A temperatura média anual varia de 17,9ºC a 19,2ºC. A precipita-ção pluviométrica média anual varia de 1.404mm a 1.716mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 182mm em 24 horase geadas de abril a novembro. Períodos secos maiores que 100mm podem ocorrer cinco vezes a cada oito anos e sãomais freqüentes entre os meses de novembro e janeiro.

Os solos Livramento — Apt1 — são Alissolos Hipocrômicos argilúvicos abrúpticos, de textura argilosa, relevoondulado e substrato arenito. São constituídos por solos profundos, arenosos, friáveis, podzolizados, moderada eimperfeitamente drenados e com início de gleização nos horizontes mais profundos. São ácidos, com pH ligeiramenteinferior a 5,0, pobres em nutrientes, com soma e saturação de bases baixa, sem problemas de acidez de alumínio noshorizontes superficiais; nos horizontes mais profundos, esses valores são altos.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas principais:- horizonte A profundo, com aproximadamente 60cm de espessura, de textura areia-franca nas camadas superfi-

ciais, tornando-se mais pesadas no limite com o B, a estrutura é granular, ou em blocos subangulares, fracamen-te desenvolvida, e a transição para o B é clara e plana;

- horizonte B, de coloração bruno-amarelada a acinzentada, o horizonte é todo mosqueado de vermelho, a texturaé argila a franco-argilo-arenosa a argilo-arenosa, a estrutura é em blocos subangulares fracamente desenvolvida,e a transição para o C é gradual ou plana;

- horizonte C de coloração cinzenta, mosqueado-amarelo-brunado e vermelha, e a textura é franco-argilo-arenosa.Predomina, na área da unidade, relevo suave-ondulado, com as elevações com declives curtos de 3% a 8% e

pendentes em dezenas de metros. Estão situados em altitudes de aproximadamente 200m.

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São solos ácidos, com soma e saturação de bases baixa, e desprovidos de nutrientes para as plantas.São solos suscetíveis à erosão e que retêm bastante água, mas, quando são originados de fácies mais arenosos,

da formação Rosário do Sul ou dos Arenitos Botucatu, geram solos mais arenosos e mais próximos dos Latossolos daunidade Cruz Alta ou dos Argissolos da unidade São Pedro, o que é o caso da área do distrito de Madureira para o sul,em Santana do Livramento, embora essa distinção não tenha sido feita no Mapa de Solos do Rio Grande do Sul.

Não apresentam restrições ao uso de implementos agrícolas e nem ao cultivo com culturas anuais, desde que asrestrições de drenagem sejam superadas.

A vegetação natural é predominantemente a de campos mistos, formados por várias espécies de gramíneas eleguminosas.

O tipo fundamental de clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anual é de 18,2ºC, e aprecipitação pluviométrica média anual é de 1.376mm. Podem ocorrer chuvas de 110mm em 24 horas e geadas de abrila novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados sete vezes a cada 10 anos, emaior que 300mm, uma vez a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro emarço.

O termo planossolo lembra áreas planas. Os Planossolos são solos imperfeitamente ou mal drenados, encontra-dos em áreas de várzea, com relevo plano a suave-ondulado. Apresentam perfis com seqüência de horizontesA-E-Bt-C, com o horizonte A geralmente de cor escura e o horizonte E de cor clara (tipo E álbico), ambos de texturamais arenosa, com mudança súbita para o horizonte Bt (que é do tipo B plânico), bem mais argiloso, de cor cinzenta,com ou sem mosqueados vermelhos e/ou amarelos. Essa mudança abrupta de textura dos horizontes mais superficiais(A + E) para o horizonte Bt define uma mudança textural abrupta, pela qual se distinguem os Planossolos dos Gleissolos.Quando o solo está seco, o horizonte Bt destaca-se pela estrutura prismática, colunar ou em blocos, contrastando coma estrutura menos desenvolvida dos horizontes superficiais. Alguns Planossolos apresentam horizontes subsuperficiaiscimentados (Btm, Cm), caracterizando um duripã.

No Corede Fronteira Oeste, foram identicados Planossolos Háplicos eutróficos, típicos (SXe1) da unidade SãoGabriel, em terrenos suave-ondulados a ondulados, e os Planossolos Hidromórficos eutróficos arênicos (SGe1), aquidefinidos como unidade Vacacaí, que são dominantes nas várzeas da bacia dos rios Santa Maria e Jaguarão.

Os Planossolos da unidade Vacacaí são, geralmente, aptos para o cultivo de arroz irrigado e, com sistemas dedrenagem eficientes, também podem ser cultivados com milho, soja e pastagens.

O fundo dos canais deve coincidir com o horizonte B, mais argiloso, para evitar o solapamento das paredes.Os Planossolos Háplicos eutróficos típicos são assim caracterizados por não possuírem o caráter solódico (pre-

sença de sódio), e, também, o seu horizonte glei não coincide com o B plânico. São eutróficos, porque a saturação porbases é alta (≥ 50%).

Os solos São Gabriel — SXe1 — são Planossolos Háplicos eutróficos típicos, com textura argilosa, relevosuave-ondulado e substrato siltitos.

Pertencem ao subgrupo de solos com horizonte B textural, hidromórficos, com as seguintes características:- B textural, com argila de atividade alta (a capacidade de permuta de cátions é alta, com mais de 24mÉ/100g de

argila, após a correção para carbono).Predominam, nessa unidade de mapeamento, solos medianamente profundos, imperfeitamente drenados, com

cores bruno e acinzentadas nos horizontes superficiais e amareladas nos mais profundos. Normalmente, são solos queapresentam teores elevados da fração silte, mas também com regulares proporções de argilas expansivas, daí suaplasticidade e pegajosidade.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas principais:- horizonte A delgado (em torno de 20cm), de coloração bruno a bruno-escura, textura franco-siltosa a franco-

-argilo-siltosa, estrutura granular fracamente desenvolvida, friável, ligeiramente plástico e pegajoso, com transi-ção clara e plana a ondulada para o horizonte B;

- horizonte B, subdividido em B2 e B3, sendo o primeiro bruno-acinzentado escuro a bruno-escuro, e o segundo,variegado, com domínio de cores amareladas a acinzentadas, o B2 é de máxima acumulação de argila (texturaargila siltosa), e o B3 é franco-argilo-siltoso, a estrutura é de moderada a forte, em blocos subangulares (angula-res na transição para o C), cerosidade forte e abundante, muito firme, muito plástico e muito pegajoso, comtransição gradual e plana para o C;

- horizonte C profundo, constituído por folhelhos argilosos e siltosos, bastante decompostos, de coloração amare-lada, e é comum a presença de slickensides.

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São solos formados a partir de folhelhos argilosos e siltosos.Predomina, na área da unidade, relevo suave-ondulado, apresentando as elevações declives médios de 3% a 5%

e pendentes em centenas de metros. Entre as elevações, situam-se pequenas depressões, onde são encontrados ossolos hidromórficos. Estão situados em altitudes compreendidas entre 80m e 200m.

São solos relativamente bem supridos de nutrientes disponíveis. O fósforo assimilável é baixo, e a fertilidade émoderada. São suscetíveis à erosão, com voçorocas, que podem ser observadas em algumas áreas. São solos queretêm bastante água. Entretanto a irrigação é conveniente devido à ocorrência de períodos secos, sendo imperfeita-mente drenados, pesados e pouco porosos. Devido às más condições físicas, tornam-se plásticos e pegajosos, quan-do molhados, e duros e ressequidos, quando secos, sendo difíceis de trabalhar.

Essa unidade de mapeamento é utilizada quase exclusivamente para pastagens. Mais raramente, são encontra-das lavouras de milho, soja e mesmo de trigo. Algumas áreas mais planas são utilizadas com a cultura do arroz.

Como na maioria dos solos onde predominam argilas expansivas, as condições de drenagem e as más proprieda-des físicas são as maiores limitações à utilização agrícola. Normalmente, são solos com boa fertilidade natural, apre-sentando, entretanto, teores baixos de fósforo disponível. Quando cultivados, requerem, além da adubação, especial-mente a fosfatada, práticas normais de conservação do solo e da água, pois são solos muito suscetíveis à erosão emvoçoroca. Conforme foi visto, são solos difíceis de trabalhar, tornando-se plásticos e pegajosos quando molhados. Emépocas chuvosas, a mecanização torna-se difícil, atrasando ou mesmo, em casos extremos, impedindo o plantio,principalmente, das culturas de inverno. São, portanto, solos mais próprios para pastagens, podendo, entretanto, sercultivados satisfatoriamente com culturas de verão, como milho, soja e sorgo, com bons resultados.

Nesses solos, os cultivos forrageiros prosperam bem, especialmente os de utilização hibernal, devendo-se tomarcuidados especiais no controle à erosão, na adubação e no manejo, que deve ser conservacionista, especialmente emépocas chuvosas. O melhoramento dos campos, através da limpeza, da subdivisão com manejo controlado e daintrodução de espécies de crescimento hibernal, é prática bastante recomendável.

A vegetação natural é predominantemente a de campos finos, com boa cobertura e com grande número deespécies de gramíneas e leguminosas. As áreas mais influenciadas pela umidade são dominadas pelo capim caninha(Andropogon lateralis). A vegetação alta é representada por capões isolados de cina-cina (Parkinsonia aculeata) eespinilhos (Fagara praecox).

O tipo fundamental de clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média varia de 18,2ºC a 18,7ºC. Aprecipitação pluviométrica média anual varia de 1.376mm a 1.648mm. Podem ocorrer chuvas de 141mm em 24 horas egeadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados sete vezes acada 10 anos, e maior que 300mm, uma vez a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os mesesde novembro e abril.

Nas várzeas dessa região, são encontrados os solos IVi, cuja restrição deriva de sua suscetibilidade às inunda-ções periódicas e ao excesso de umidade no perfil, mas é diferente a situação dos IVi das bacias dos rios Vacacaí,Ibicuí e Quaraí — nos quais essa classe está representada pela unidade Vacacaí —, dos IVi das bacias que drenamdiretamente para o rio Uruguai, situadas ao norte do Ibicuí, que são correlacionados com a unidade Banhado, ou mesmoa situação de ocorrência localizada na unidade Durasnal, nas margens do rio Uruguai, entre São Borja e Itaqui. Osprimeiros são Planossolos Hidromórficos arênicos, os segundos são Gleissolos Háplicos vérticos, e os terceiros sãoPlintossolos Argilúvicos abrúpticos.

Os Planossolos Hidromórficos eutróficos arênicos da unidade Vacacaí têm alta saturação por bases (≥50%), oque os caracteriza como eutróficos, e são arênicos, porque os horizontes A ou A+E, de textura arenosa, apresentamespessuras de 50cm a 100cm, até o início do B. São os Planossolos de melhores características para a produção dearroz e também os que apresentam as melhores condições para a introdução de outros cultivos irrigáveis, principalmen-te grãos, como sorgo, milho e soja, sempre que sejam adotadas medidas de drenagem associadas, para evitar oencharcamento, durante o verão, provocado por chuvas torrenciais. Com água abundante a partir do rio Uruguai, queestá com a sua vazão regularizada, em parte, pelas hidroelétricas de montante e mais outras possibilidades de acumu-lação que o sistema hidrográfico oferece, sem contar com o Aqüífero Guarani, oferecem condições muito propíciaspara uma ampla diversificação de culturas, principalmente em verões menos chuvosos.

Os solos Vacacaí — SGe1 —, Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico, dominam as várzeas ao sul do rio Ibicuíe correspondem a Planossolos com textura média, desenvolvidos em relevo plano, sobre sedimentos aluviais recentes.Predominam solos mal e imperfeitamente drenados, bastante influenciados pela presença da água, condicionada pelorelevo, o que ocasiona fenômenos de redução, com o desenvolvimento no perfil de cores cinzentas, características dagleização. Além dessas cores, apresentam mosqueados de várias tonalidades, principalmente nos horizontes inferio-res, onde a presença da água é mais marcante.

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Apresentam as seguintes características bem evidentes:- presença de horizonte glei;- transição abrupta entre os horizontes A e B;- presença de horizontes A2, mais leve, de eluviação máxima;- horizonte B, textura média a argilosa, com estrutura prismática fortemente desenvolvida e cerosidade.A seqüência de horizontes é A, B e C, com as seguintes características morfológicas principais:- horizonte A apresentando um horizonte superficial bruno muito escuro ou cinzento no matiz 10YR, franco, com

estrutura fracamente desenvolvida em blocos subangulares ou granular, e um A2 mais claro, bruno-acinzentadoou cinzento no matiz 10YR (com menores teores de argila), fraca a média, blocos subangulares, podendo serfracamente cimentado, a transição para o B é abrupta;

- horizonte B, geralmente, com cores bruno-acinzentadas no matiz 10YR, franco- arenoso a argiloso, com estrutu-ra prismática fortemente desenvolvida e cerosidade forte e abundante;

- horizonte C cinzento-brunado claro no matiz 2.5Y.A capacidade de permuta de cátions é de média a alta, e a saturação de bases é baixa. São solos que apresentam

teores médios de matéria orgânica, e o fósforo disponível é de baixo teor. São fortemente ácidos, com pH em torno de5,0. Nos horizontes B e C, o pH é moderadamente ácido a neutro.

A vegetação predominante é a de campo, muitas vezes modificada, pois a maioria desses solos é intensamentecultivada com arroz ou utilizada para pastoreio. Junto aos cursos d’água, ocorrem matas de galeria, e, nos locais ondeas condições são favoráveis, há desenvolvimento de vegetação hidrófila: aguapés e ciperáceas.

São solos ácidos, com saturação e soma de bases baixa e pobre na maioria dos nutrientes, mas não apresentamoutra limitação que não seja a inundação periódica e o encharcamento.

O tipo fundamental de clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média anual varia de 18,20C a 19,60C.A precipitação pluviométrica média anual varia de 1.322mm a 1.769mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 182mmem 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maiores que 100mm são verificadossete vezes a cada 10 anos, e maior que 300mm, uma vez a cada 10 anos.

O termo plintossolo lembra a ocorrência de plintita (segregações de ferro). Os Plintossolos são solos de drena-gem moderada a imperfeita, apresentando seqüência de horizontes A-Bf-C, quando o horizonte B é plíntico identificadopela coloração variegada ou mosqueada, que reflete a condição de drenagem. Quando o horizonte plíntico coincide como B textural, são considerados Argilúvicos; são eutróficos, porque a saturação por bases é alta (V ≥ 50%), e abrúpticos,porque a mudança textural é abrupta.

A drenagem de moderada a imperfeita é limitação para o seu uso, principalmente porque ocorre oscilação do lençolfreático. Em períodos chuvosos, principalmente no inverno, há elevação do lençol freático, saturando o solo e impedindoo seu uso com culturas anuais e pastagens cultivadas. Durante o verão, o aprofundamento do lençol freático permiteque sejam usados com culturas anuais, mas a drenagem desses solos pode levar ao endurecimento irreversível deplintita (petroplintita), diminuindo a profundidade efetiva deles e impedindo o desenvolvimento do sistema radicular dasculturas. Além disso, são normalmente ácidos e com baixa saturação de base, necessitando a aplicação de corretivose adubos.

Os solos Durasnal — FTe — são Plintossolos Argilúvicos eutróficos abrúpticos, que apresentam mosqueadosabundantes e de várias tonalidades, evidenciando a influência da água em sua formação e em seu desenvolvimento.Ocorrem cascalhos, formados por concreções de ferro e manganês, algumas vezes com grandes concentrações.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A estreito (cerca de 10cm), cinzento-escuro e textura franco-siltosa, com estrutura granular fracamente

desenvolvida, é friável, não plástico e não pegajoso, a transição para o B é clara e plana;- horizonte B cinzento, franco-argiloso e argiloso, apresentando estrutura em blocos subangulares fracamente

desenvolvida, é firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;- horizonte Ccn, constituído por uma camada de concreções de ferro e manganês.A capacidade de permuta de cátions é alta, mas a saturação de bases, as bases permutáveis e os teores de

potássio e fósforo disponíveis apresentam valores baixos.São solos ácidos e com teores elevados de alumínio trocável.Sua utilização mais recomendável é com pastagens, podendo receber arroz, quando planos, mas com rendimen-

tos relativamente baixos.A vegetação dominante é a de campo limpo, com capim caninha (Andropogon lateralis), e a vegetação alta é

representada pelas matas ciliares ao longo dos rios.

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O clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média anual de 200C e precipitação pluviométrica de1.659mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 133mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos comdéficit maior do que 100mm podem ocorrer oito vezes a cada 10 anos, e maior do que 300mm, uma vez, sendo maisfreqüentes entre novembro e março.

O Corede Fronteira Oeste é dominado pelo Planalto de Uruguaiana, mas penetra no Planalto de Santo Ângelo aonorte e no Planalto Sul-Rio-Grandense a leste.

Entre esses planaltos, está confinada a grande Depressão Rio Ibicuí. A gama de solos que se faz presente éenorme, com inúmeros representantes (classes de solos) para cada uma de suas ordens.

Só a ordem dos Neossolos tem, pelo menos, seis classes representadas na região, desde a unidade Guassupi,desenvolvida sobre basaltos, até a unidade Guaritas, desenvolvida sobre rochas “graníticas e xistosas” do Escudo Sul--Rio-Grandense, além de apresentar a seção tipo da unidade Ibicuí, que é um Neossolo Quartzarênico, representadopor depósitos atuais de calha no leito do rio.

Os solos rasos fazem-se presentes no extremo leste da região, em terras altas, onde não é possível desenvolveruma agricultura intensiva e mecanizada, mas, sim, promover tanto a silvicultura como a fruticultura.

Do rio Ibirapuitã e da Serra do Caverá para leste, os processos pedogenéticos foram intensos, formando solosprofundos, mas os sedimentos sotopostos condicionaram a qualidade dos solos de tal modo que os perfis mais argilo-sos das unidades Piraí, São Gabriel, Santa Maria, Venda Grande e Ponche Verde limitam as possibilidades de diversi-ficação, porque exigem condições otimizadas de exploração e impõem restrições para a implantação de pomares.Entretanto, como as suas extensões são extraordinárias, é possível encontrar núcleos com fácies sedimentares degranulometria mais grosseira, que dariam origem a solos mais permeáveis e porosos. A unidade Livramento, em seuperfil clássico, impõe as mesmas limitações, só que sua área de ocorrência está muito exagerada, pois a faixa deterrenos em cotas intermediárias, em toda a área de fronteira com o Uruguai, está caracterizada como muito arenosa,o que amplia as possibilidades nessa enorme faixa. Já os Latossolos e os Argissolos arênicos abrem perspectivasamplas de diversificação, principalmente na linha da fruticultura e da silvicultura, mantendo uma cobertura permanentedos solos, podendo ser desenvolvidos projetos agro-silvo-pastoris para respeitar, em parte, a tradição regional. Algunsdesses solos comportam a implantação de uma agricultura intensiva com irrigação. Além disso, estão, nessa área, osmelhores solos de várzeas do Rio Grande do Sul, permitindo uma ampla diversificação, desde que haja uma ofertaelástica de água.

As áreas a oeste do rio Ibirapuitã estão dominadas pelos solos rasos da unidade Pedregal, que apresentam sériasrestrições à implantação de lavouras. Suas possibilidades mais evidentes são a de melhoria de pastagens, para aprodução de uma pecuária apoiada em raças européias, com forte diferenciação e de qualidade de produto final, umaintensa recuperação da ovinocultura e a introdução de fruticultura e de silvicultura localizadas.

Nas proximidades de Uruguaiana para o sul, cobrindo todo o território de Barra do Quaraí e o extremo sul deUruguaiana, os sistemas produtivos estão perfeitamente coerentes com a dotação de solos, que são argilosos, masférteis.

Do rio Ibicuí para o norte, a presença marcante de solos Virginia limita as possibilidades de diversificação, suge-rindo que a opção que eles adotaram em termos do binômio arroz-pecuária deve ser aprofundada. As alternativas dediversificação apóiam-se nos solos das unidades São Borja e Cruz Alta, mas, em relação a estes últimos, deverão sertomados todos os cuidados possíveis, para evitar a sua degradação e a formação de campos de areia, como já seconhecem os de São Francisco de Assis e Alegrete (arenização ou “desertificação”). O solo São Borja é um forte aliadopara ampliar as possibilidades de produção, desde que seja feita uma agricultura irrigada e tecnificada, sem descartaro desenvolvimento de culturas permanentes e da silvicultura em terrenos de declives mais acentuados.

Em suma, não há nenhuma restrição insanável para o desenvolvimento de uma atividade agropecuária de granderentabilidade, tendo em vista a disponibilidade dos solos, que serão a seguir caracterizados.

O Corede Fronteira Oeste transita, por um lado, para o Corede Central, a oeste, que possui áreas no Planalto dasMissões e na Escarpa da Serra Geral, mas também tem uma ampla representação na Depressão Central gaúcha,enquanto, nas direções sul e sudeste, ele se limita com o Corede Campanha. É verdade, também, que, em seu extremoleste, ele encontra os municípios mais meridionais e ocidentais do Jacuí Centro.

O Corede Central também tem terrenos íngremes na Escarpa da Serra Geral, os quais se caracterizam como asclasses VII, VIaf e VIpft de capacidade de uso dos solos. Essas áreas têm, na unidade Charrua, o representante dossolos rasos, sempre em associação com a unidade Ciríaco. Na medida em que se sobe para o Planalto, os solos rasospassam a ser representados pela unidade Guassupi, em associação com a unidade Júlio de Castilhos, antes deencontrar os declives mais acentuados da Escarpa. Nas cotas intermediárias, relacionados com as classes IVpt decapacidade de uso, ocorrem os Argissolos Vermelho-Amarelos alumínicos alissólicos da unidade Oásis. Ainda no

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Planalto, nas partes centrais e nos limites com os Coredes Produção e Alto Jacuí, predomina a classe III de capacida-de de uso dos solos, aqui representada por Latossolos Vermelhos muito profundos, das unidades Cruz Alta e SantoÂngelo, mas também por Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos típicos, da unidade Tupanciretã.

No Corede Central, muda completamente o padrão de solos. Os divisores de água estão dominados pelos ArgissolosVermelhos distróficos arênicos da unidade São Pedro, relacionados com as classes III e IVe de capacidade de uso, emfunção de sua textura ser menos ou mais arenosa. Os divisores mais deprimidos são representados pelos AlissolosHipocrômicos argilúvicos típicos da unidade Santa Maria. As várzeas contam com os seus melhores solos aluvionares,representando a classe IVi de capacidade de uso, e a unidade Vacacaí — SGe1 — Planossolos Hidromórficos eutróficosarênicos.

Todos esses solos do Corede Central já foram descritos anteriormente.O Corede Jacuí Centro, em seu extremo norte, enfrenta uma morfologia agressiva, com escarpas íngremes,

definidoras das classes VII, VIpf e VIaf de capacidade de uso dos solos, relacionadas com a associação Ciría-co–Charrua, já descrita.

Em sua porção meridional e nas maiores elevações, também ocorrem solos das classe VII e VIm, vinculados comsolos rasos, sejam Neossolos Litólicos eutróficos (Ibaré), sejam distróficos (Guaritas e Pinheiro Machado), também jádescritos.

Em terrenos menos agressivos topograficamente (classes IVpt e até III) e com perfis de solos melhor desenvol-vidos, mas ainda no Planalto Sul-Rio-Grandense, ocorrem os Argissolos Vermelhos, da unidade Alto das Canas, e osChernossolos Argilúvicos, da unidade Venda Grande, com inclusões de Luvissolos Hipocrômicos, da unidade Piraí.Também ocorrem os Luvissolos crômicos da unidade Cambaí, sendo que todas essas unidades já foram descritas.

Dada a diversidade de litologias que originam os solos do Planalto Sul-Rio-Grandense, aparecem unidades quenão foram identificadas nas regiões anteriormente descritas, relacionadas com as classes VIm, IVpt e III de capacida-de de uso, em função de suas variações laterais em tipos de relevo. Dentre os diferentes tipos de solos, podem sercitados os Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficos abrúpticos da unidade Caldeirão, os Argissolos Vermelhos distróficoslatossólicos, da unidade Rio Pardo, os Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficos abrúpticos, da unidade Carajá, osChernossolos Ebânicos eutróficos típicos, da unidade Seival, e os Latossolos Vermelhos distróficos argilúvicos, daunidade Cerrito.

Todos esses solos ocorrem nas áreas de cotas altas, nas porções sul, sudeste e sudoeste do Jacuí Centro.Nas áreas de relevo deprimido dos rios Jacuí e Vacacaí, ocorrem os Argissolos Vermelho distróficos arênicos, da

unidade São Pedro, nos divisores de água mais salientes, enquanto a unidade Santa Maria (Alissolo Hipocrômicoargilúvico típico) caracteriza os divisores rebaixados, onde também ocorrem os Alissolos Crômicos argilúvicos típicosda unidade Ramos. Em terrenos quase planos, margeando as grandes planícies aluvionares, ocorrem os PlanossolosHáplicos eutróficos típicos da unidade São Gabriel. As planícies aluvionares são privilegiadas pela presença dosPlanossolos Hidromórficos eutróficos arênicos da unidade Vacacaí. Todos esses solos já foram descritos anteriormen-te, com exceção da unidade Ramos.

A unidade Caldeirão — PVae2 — corresponde a Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficos abrúpticos, que apre-sentam seqüência de horizontes A, B e C bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas principais:

- horizonte A profundo (50cm), subdividido em A11, A12 e A3, de coloração bruno a bruno-escura e bruno-amare-lado escura no A12, a textura é franco-arenosa a franco-argilo-arenosa, e a estrutura é fracamente desenvolvida,granular ou em blocos subangulares, todo o horizonte é friável, e a transição para o B é abrupta e ondulada;

- horizonte B, representado por suborizontes B21 e B22; é um horizonte bruno-avermelhado e vermelho-amarelado,respectivamente, de textura franco-argilo- arenosa a argilosa, estrutura moderada a fortemente desenvolvida emblocos subangulares, é firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso no B21, e a transição para o C éabrupta e ondulada;

- horizonte C, formado por rochas metamorfizadas em decomposição, de coloração bruno-avermelhado escura.Quimicamente, são solos ácidos nos horizontes superficiais, com saturação de base média, e neutros no B, com

saturação alta. A capacidade de permuta de cátions é média, mas as bases permutáveis apresentam valores elevados,embora os teores de potássio sejam médios. Tanto os teores de matéria orgânica como os de fósforo disponíveis sãobaixos.

O relevo predominante nessa unidade é ondulado, com declives próximos a 8%, não havendo hidromorfismo naspartes baixas, entre as elevações. Junto aos cursos d’água, o relevo torna-se mais movimentado, predominando aí ossolos rasos e os afloramentos de rocha.

A maior parte desses solos é utilizada para pastagens naturais, e as culturas anuais restringem-se a pequenaslavouras de milho e de trigo.

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As frutíferas cultivadas nessa unidade são de “fundo de quintal” e restringem-se a algumas rosáceas (pêssego eameixa) e a alguns citrus.

Os solos dessa unidade de mapeamento são profundos, com boas propriedades físicas, ocorrendo em relevoondulado. As principais limitações dizem respeito à fertilidade natural e aos afloramentos de rocha e solos rasos, queocorrem associados. A pastagem nativa é de boa qualidade e pode ser melhorada através de manejo, adubação e comintrodução de novas espécies. A pastagem cultivada desenvolve-se muito bem nesses solos.

As culturas anuais podem ser feitas sem maiores restrições, necessitando de adubação e correções moderadas,para que possam produzir boas colheitas. As práticas conservacionistas também se fazem necessárias.

Oferecem boas condições para a introdução de frutíferas, principalmente onde o relevo facilita a mecanização.A vegetação dominante é a de campo, com pastagens de boa qualidade. Esses campos são infestados por

carqueja e caraguatá. A vegetação alta é representada por matas em galeria na orla dos cursos d’água.O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com uma temperatura média anual de 16,80C e uma precipita-

ção pluviométrica média anual de 1.665mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 119mm em 24 horas e geadas de abrila novembro.

Os solos Rio Pardo — PVd5 —, Argissolo Vermelho distrófico latossólico, são profundos, de coloração avermelhadaem toda a extensão do perfil, argilosos, bem drenados e derivados de siltitos finos da formação Rosário do Sul, fáciesRio Pardo e de outras formações, como Estrada Nova e Rio do Rasto.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com pequena diferenciação entre si e com as seguintes caracte-rísticas morfológicas principais:

- horizonte A profundo (aproximadamente 70cm), bruno-avermelhado escuro, textura franco-argilo-arenosa, estru-tura fracamente desenvolvida em blocos subangulares, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, e atransição para o B é gradual e plana;

- horizonte B vermelho, argiloso, podendo ser mais leve na transição para o C (B3), estrutura fracamente desenvol-vida em blocos subangulares, friável, ligeiramente pegajoso, e a transição para o C é gradual e plana;

- horizonte C vermelho, franco-argilo-arenoso, e, à medida que se aprofunda o perfil, o material de origem torna-semenos intemperizado e de coloração rósea.

A saturação de bases, as bases permutáveis e o fósforo disponível apresentam valores baixos, e é média acapacidade de permuta de cátions. São solos pobres em matéria orgânica e podem apresentar toxidez devido aoalumínio trocável, sendo fortemente ácidos.

Ocupam um relevo suave-ondulado a ondulado, com declives em torno de 8% e altitude em torno de 100m.Apresentam limitações ao uso, pela fertilidade natural, que é baixa; sendo fortemente ácidos, com saturação de

bases baixa e relativamente pobres em nutrientes, com teores de alumínio trocável já ponderáveis. Não têm problemasde falta de água, mas, em condições de estiagens prolongadas, podem formar duripãs, mesmo sendo profundos e bemdrenados, já que possuem argilas do tipo montmorillonita. Embora sejam solos muito suscetíveis à erosão linear,formando voçorocas, não apresentam limitações ao uso de implementos agrícolas. A formação de voçorocas nessessolos tem muito mais a ver com as pulsações do lençol freático do que com alguma fragilidade superficial, pois é essapulsação que provoca o solapamento de base, criando vazios no horizonte C, sendo que, no contato deste com ossedimentos originais, percola a água subsuperficial.

A vegetação natural é a de campo, com pastagens de qualidade regular, invadidas principalmente por barba-de--bode (Aristida pallens). A vegetação alta é representada pelas matas de galeria.

O tipo de clima fundamental Cfa 2 de Koeppen é dominante, com temperatura média anual de 19,20C, e a precipi-tação pluviométrica média anual é de 1.594mm. Podem ocorrer chuvas de 159mm em 24 horas e geadas de abril aoutubro. Períodos secos com deficiência de umidade de 100mm podem ocorrer sete vezes a cada 10 anos, e maior doque 300mm, uma vez a cada 10 anos, sendo mais freqüentes de novembro a março.

A unidade de mapeamento Carajá — PVae1 — corresponde a solos Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficosabrúpticos, medianamente profundos (em torno de 1m), com cores bruno-acinzentadas e bruno-avermelhadas, franco--arenosos no horizonte A e argilosos no B, podzolizados e moderadamente drenados.

Apresentam seqüencia de horizontes A, B e C bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A proeminente, profundo (cerca de 50cm), escuro (bruno-escuro a bruno muito escuro), franco-arenoso,

com estrutura fracamente desenvolvida granular e em blocos subangulares, um horizonte A2 com as mesmascaracterísticas do A11 e do A12, acima situados, apenas mais claro (bruno) e com maior concentração decascalhos;

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- horizonte B relativamente estreito, com características bem definidas, coloração bruno-avermelhada, argiloso,com estrutura fortemente desenvolvida em blocos subangulares, cerosidade forte e abundante, firme, plástico epegajoso, e a transição é clara para o C;

- horizonte C, situado a aproximadamente 1m de profundidade, constituído por arenito parcialmente decomposto,de coloração bruno-avermelhada.

A capacidade de permuta de cátions é de média a alta, mas a saturação de bases apresenta valores baixos amédios, enquanto são baixos os valores de bases permutáveis e de fósforo disponível. Os teores de matéria orgânicasão médios, mas apresentam problemas com alumínio trocável, sendo fortemente ácidos.

O relevo é formado por um conjunto de coxilhas alongadas, com o topo achatado, com relevo suave-ondulado aondulado e com vales abertos.

São solos pobres em nutrientes, apresentando uma moderada limitação ao uso pela fertilidade natural, mas éligeira a suscetibilidade à erosão e à falta de ar, não tendo problemas de falta de água no perfil, desde que não ocorramestiagens prolongadas. Apresentam restrições moderadas ao uso de implementos agrícolas, porque, às vezes, estãoassociados a afloramentos de rocha.

Embora possam ser encontradas lavouras de milho, soja ou trigo, esses solos são utilizados, basicamente, parapastoreio em pastagem nativa. No entanto, podem ser utilizados na produção da maioria das culturas anuais, necessi-tando, para produzir boas colheitas, de correção de acidez e adubações fosfatadas e potássicas, além de adubação demanutenção para as culturas.

Predominam, nessa unidade, os campos de boa qualidade, com dominância de Paspalum e Axonopus. A vegeta-ção alta é representada pela mata em galeria e capões isolados de aroeira branca e de outras espécies característicasda região, chamando atenção a taleira.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média anual de 16,80C e precipitaçãopluviométrica de 1.665mm. Pode ocorrer chuva torrencial de 119mm em 24 horas e geadas de abril a novembro.Períodos secos com déficit de 100mm podem ocorrer sete vezes a cada 10 anos, principalmente de novembro amarço.

Os solos Seival — MEo — são Chernossolos Ebânicos eutróficos típicos, rasos, moderadamente drenados,escuros, argilosos, com argilas expansivas.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A estreito (cerca de 30cm), de coloração bruno muito escura e textura argilosa, a estrutura é granular,

moderadamente desenvolvida, é friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, e a transição para o B égradual e plana;

- horizonte B (subdividido em B21 e B22) de máxima concentração de argila, bruno-acinzentado muito escuro epreto, com mosqueados de várias tonalidades, a textura é argila pesada, e a estrutura é de moderada a forte, emblocos subangulares, com cerosidade forte e abundante, apresentando slickensides, é friável e firme, plástico epegajoso, e a transição para o C é clara e ondulada;

- horizonte C bruno-amarelado, argiloso (material de origem em elevado grau de intemperização).A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases e as bases permutáveis apresentam valores altos, os

teores de matéria orgânica são médios, enquanto os valores de fósforo disponível e potássio são baixos, não apresen-tando alumínio trocável, com acidez moderada.

Ocorrem em relevo ondulado, com declives de 5% a 8%, em altitudes em torno de 200m.São solos moderadamente ácidos, com saturação de bases alta, mas pobres em fósforo e potássio, com restri-

ções ao uso por essas condições, mesmo que sejam moderadamente ácidos. Mostram suscetibilidade moderada àerosão e ligeira à moderada falta de ar, embora só necessitem de água em anos secos. Apresentam alguns impedimen-tos ao uso de implementos agrícolas, devido às suas propriedades físicas, determinadas, em grande parte, pela argilaexpansível que está presente.

Com práticas especiais, podem ser cultivadas com culturas anuais, necessitando adubação maciça, principal-mente a fosfatada.

Embora os campos naturais sejam sujos, a pastagem é de boa qualidade, podendo ser melhorada pela limpeza epela introdução de novas espécies. Ocorre, também, a mata arbustiva, formada por Mirtáceas, em capões ou vegeta-ção de parque. Em locais restritos, aparece mata arbórea.

O clima fundamental é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média variando de 16,80C a 18,70C e com umaprecipitação pluviométrica média anual de 1.648mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 141mm em 24 horas egeadas de abril a novembro.

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O solo Cerrito — LVd1 —, Latossolo Vermelho distrófico argissólico, é profundo, de coloração avermelhada, detextura média no horizonte A e argilosa no horizonte B, e é bem drenado. Quimicamente, são solos ácidos, comsaturação de bases baixa e pobres em nutrientes e matéria orgânica.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com pouca diferenciação entre A e B e com as seguintes caracte-rísticas morfológicas:

- horizonte A profundo, subdividido em A1 e A3, bruno-avermelhado e bruno-avermelhado escuro, franco arenosoa franco e estrutura em blocos subangulares fracamente desenvolvida; é friável, com transição difusa para o B;

- horizonte B de coloração bruno-avermelhada e bruno-avermelhada escura, franco-argilo-arenoso a argiloso eestrutura fracamente desenvolvida em blocos subangulares, é friável, com transição abrupta e irregular para o C;

- horizonte C, formado por arenitos de coloração escura, pouco intemperizados.A capacidade de permuta de cátions é média, mas é baixa a saturação de bases, com reduzida proporção de

bases permutáveis. Os teores de potássio e de matéria orgânica são baixos, da mesma forma que são muito baixos osteores de fósforo disponível. São fortemente ácidos e podem apresentar problemas de toxidez pelo alumínio.

Ocorrem em relevo ondulado a forte-ondulado, ocupando a parte superior das elevações, apresentando limitaçãode moderada a forte pela baixa fertilidade, mas têm menor suscetibilidade à erosão do que a sua textura sugere, nãoapresentando problemas sérios de falta de água. São profundos, porosos e bem drenados, não oferecendo restriçõesfortes à mecanização, mas, como sempre aparecem associados a afloramentos de rocha, podem apresentar localmen-te sérias restrições ao uso de implementos agrícolas. De qualquer modo, são solos com boas propriedades físicas,podendo superar as restrições da fertilidade natural, suscetibilidade à erosão e impedimento de uso de implementosagrícolas com um manejo planejado, com adubação corretiva para fósforo e potássio e com adubação de manutençãoassociados a práticas de conservação dos solos, podendo ser utilizados com bons rendimentos para culturas anuais eperenes.

A vegetação predominante é a de campos mistos, formados por várias espécies de gramíneas, mas infestado porguabiroba-de-campo (Campomanesia sp), caraguatá (Erygium sp), maria-mole (Senoceio sp) e carqueja (Baccharis sp).

O clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen, com uma temperatura média anual de 18,70C e uma precipitação médiaanual de 1.648mm. Podem ocorrer precipitações pluviométricas de 141mm em 24 horas.

Os solos Ramos — ACt —, Alissolos Crômicos argilúvicos típicos, são solos profundos, moderadamente drena-dos, com cores bruno-escuras e bruno-amareladas, textura média, relevo ondulado, substrato de siltitos. Normalmente,são solos ácidos, com saturação de bases baixa e pobres em nutrientes e matéria orgânica.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas principais:- horizonte A profundo (aproximadamente 60cm), bruno-acinzentado muito escuro a bruno-escuro, a textura éfranco-argilo-arenosa, e a estrutura é maciça, fraca, que se desfaz em pequenos blocos subangulares, é poroso,friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, a transição é clara e plana para o horizonte B;

- horizonte B subdividido em B2 e B3, sendo o primeiro bruno-amarelado escuro, com mosqueados de várias coresno B2 e B3, é franco-argiloso, e a estrutura é fracamente desenvolvida em blocos subangulares, é friável,ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, apresenta concreções tipo chumbo de caça, que vão aumentando,à medida que o perfil se aprofunda, sendo escassas no B1, muitas no B2 e constituindo camada concrecionáriano B3, e a transição é clara e plana para o C;

- horizonte C vermelho e bruno, com cores intermediárias, é argiloso, com estrutura fortemente desenvolvida emblocos subangulares, e a cerosidade é de forte a comum.

São solos formados a partir de siltitos, arenitos finos e lamitos das formações Rosário do Sul, Estrada Nova, Iratie Rio do Rasto.

Predomina, na área da unidade, relevo ondulado, apresentando as elevações declives médios de 8% e pendentesem centenas de metros. Entre as elevações, situam-se pequenas depressões, onde são encontrados os soloshidromórficos, que ocupam 25% da área. Estão situados em altitudes em torno de 100m.

São solos muito pobres em nutrientes disponíveis, ácidos, com saturação de bases baixa e pobres em matériaorgânica. A capacidade de permuta de cátions é elevada, devendo responder bem à adubação. Necessitam calagemmaciça e adubação de correção para fósforo e potássio. São solos suscetíveis à erosão, com voçorocas, que podemser observadas em algumas áreas, tendo problemas de falta de água durante o verão, sendo a irrigação indispensávelnesse período. Apresentam restrições ao uso de implementos agrícolas, principalmente devido aos solos hidromórficosassociados, mas, fazendo cultivos de contorno, essa restrição desaparece, porque o hidromorfismo só ocorre na partemais baixa dos “anfiteatros”. Quando cultivados, necessitam de práticas intensivas de conservação do solo e da água,pois são solos suscetíveis à erosão.

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Essa unidade de mapeamento é utilizada quase exclusivamente para pastagens. Mais raramente, são encontra-das lavouras de milho, de soja e mesmo de trigo.

A vegetação natural é representada por campos mistos de regular qualidade, com bastante capim caninha(Andropogon lateralis), evidenciando o hidromorfismo desses solos. São solos pouco infestados por guabiroba-de--campo e alecrim-do-campo.

O tipo fundamental de clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média é de 19,2oC. A precipitaçãopluviométrica média anual é de 1.594mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 159mm em 24 horas e geadas de abrila novembro. Períodos secos com déficit de umidade de 100mm são verificados sete vezes a cada 10 anos, e maior que300mm, uma vez a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e março.

No Corede Campanha, existem duas regiões geomorfológicas bem características e que são representadas peloPlanalto Sul-Rio-Grandense — onde se localizam as drenagens de inúmeros rios e arroios que formam as bacias dosrios Santa Maria, Vacacaí, Jacuí, Camaquã e Negro — e pela Depressão Central Gaúcha, onde só são encontrados ossedimentos das formações gonduânicas ou aluviais recentes. Os municípios situados ao norte e a noroeste estãoinseridos principalmente no Planalto, nos quais prevalecem as classes VII e VIm de capacidade de uso, enquanto osmunicípios do sudeste e do sul estão limitados à Depressão, embora parte de suas águas drenem para o rio Jaguarão.Neles, predominam as classes IVpt, IVe, III e IVi de capacidade de uso. Por outro lado, os demais municípios dividemos seus territórios entre os dois compartimentos morfológicos citados. Essas situações bem distintas limitam oufavorecem as oportunidades para a gama de produtos que poderiam ser explorados na região, dependendo da dotaçãode recursos naturais. Indicam, também, diferenciações marcantes, já que todas as áreas do Planalto tendem a apre-sentar uma predominância de solos rasos, enquanto as áreas sob o domínio da Depressão tendem a mostrar solosmais profundos e com melhores possibilidades de utilização agrícola.

Em todo o Corede Campanha, existe uma grande incidência de solos das classes VII e VIm de capacidade de usodos solos. Essas classes implicam uma certa restrição de uso, porque, mesmo para a silvicultura, elas não permitema formação de grandes maciços contínuos. A classe VII pertence à Categoria C e compreende terras onde as restri-ções, além de tornarem inviável a realização de cultivos anuais, se impõem severamente até mesmo em relação acertas culturas permanentes, tidas como protetoras do solo (pastagem e silvicultura). São terras altamente suscetíveisde degradação pela erosão. Sua utilização correta exige sempre a adoção de uma ou de várias medidas de controle daerosão e conservação da água. Seu uso afeta a conservação das áreas que lhe ficam a jusante, em caso de áreasescarpadas. Entretanto a dimensão absoluta dessas áreas é de tal envergadura que as associações com perfis maisprofundos e em condições topográficas mais favoráveis e que constituem a menor parte desses solos são suficientespara desenvolver qualquer projeto. A experiência recente com fruticultura, viticultura e silvicultura é sobejamente conhe-cida e comprova que existem manchas de solos profundos entremeadas com solos rasos e que permitem a incorpora-ção de novas pautas de produção.

A classe VI apresenta níveis intensos de restrição ao uso, que se manifestam sob a forma de pequena profundi-dade dos perfis que a constituem (VIpf), sendo solos rasos ou assentados diretamente sobre as rochas, com poucoscentímetros de espessura, ou pela ocorrência de intensos afloramentos de rocha, com os quais está geralmenteassociado (VIaf), sendo sua área de ocorrência relacionada com os terrenos planos e ondulados dos altos topográficos,ou mesmo com os terrenos ondulados a forte-ondulados de algumas escarpas — intercalados com perfis de diferentesprofundidades — ou, ainda, pela incidência de topografia acidentada (VIt). Os solos dessa subclasse caracterizam-sepor apresentarem profundidade variada e pedregosidade intensa. Na área em questão, os solos VI não foram individua-lizados quanto ao tipo de restrição, ficando englobados na categoria VIm. Tanto os solos da classe VII como os daclasse VIm estão relacionados a Neossolos Litólicos distróficos típicos — RLd2 — Guaritas, com ou sem afloramentosde rochas; a Neossolos Litólicos eutróficos típicos — RLe3 — Ibaré; a Neossolos Litólicos eutrófico chernossólicos —RLe2 — Lavras; a Neossolos Litólicos distróficos típicos — RLd4 — Pinheiro Machado; e a Neossolos Litólicos eutróficostípicos — RLe4 — Pedregal, em associação com a unidade Escobar. Com exceção da unidade Lavras, todas as demaisjá foram descritas.

A bacia do rio Camaquã, no Corede Campanha, como característica geral, apresenta maiores limitações ao usodos solos, já que nela predominam os solos VII e VIm, especialmente este último. As manchas de solos IVe, IVpt e IIIsão suficientes, entretanto, para promover qualquer diversificação.

A bacia do rio Negro tem, no divisor de água ao norte, uma faixa de ocorrência de solos da classe VIm decapacidade de uso, mas predominam os solos da classe III, embora, na região de exploração do carvão, sejam os solosIVe que dominam. As várzeas são ricas em IVi, ainda que não exista uma acumulação de água em reservatóriossuficiente para promover toda a potencialidade desse tipo de solos.

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Por outro lado, as áreas que drenam para a bacia do Rio Santa Maria têm, nas partes altas do divisor de águascom a bacia do Rio Negro, a maior parte dos solos da classe VIm, enquanto, nas cotas intermediárias, predominam ossolos III. As várzeas de grandes dimensões e muito ricas em solos (IVi e pertencentes à unidade Vacacaí) permitem odesenvolvimento de uma forte integração entre a orizicultura e a pecuária de corte, através da formação de pastagensna resteva do arroz.

As classes VIm e IVpt, além de algumas manchas de classe III, estão representadas pelos Argissolos Verme-lho-Amarelos das unidades Carajás e Caldeirão; pelos Argissolos Vermelhos das unidades São Jerônimo, Alto dasCanas e Santa Tecla; pelos Luvissolos Crômicos da unidade Cambaí; pelos Latossolos Vermelhos da unidade Cerrito;pelos Chernossolos Ebânicos da unidade Seival; pelos Chernossolos Argilúvicos da unidade Ponche Verde; pelosLuvissolos Hipocrômicos da unidade Piraí; pelos Alissolos Hipocrômicos da unidade Tala; e pelos Vertissolos Ebânicosda unidade Aceguá. De todos esses solos, não foram descritas ainda as unidades São Jerônimo, Santa Tecla e Tala.

Os terrenos deprimidos dos solos V e IVi permitiram o desenvolvimento de Planossolos Háplicos das unidadesSão Gabriel e Bagé, ou Hidromórficos da unidade Vacacaí, mas também aparecem nas várzeas (exceto na bacia do rioSanta Maria) os Gleissolos Háplicos da unidade Banhado. Aqui, serão caracterizados os solos das unidades Aceguá eBagé, já que as demais foram descritas anteriormente.

No extremo sul, nas várzeas do Jaguarão Chico, formaram-se depósitos inconsolidados, que foram reconheci-dos como Neossolos Quartzarênicos da unidade Ibicuí.

Os solos Lavras — RLe2 — são Neossolos Litólicos eutróficos chernossólicos, que apresentam a seqüência dehorizontes A/C ou A/R, de acordo com o maior ou menor grau de intemperização da rocha subjacente e com asseguintes características morfológicas principais:

- horizonte A pouco profundo (aproximadamente 30cm), bruno-acinzentado muito escuro, com textura franco--argilosa, com cascalhos e estrutura granular fracamente desenvolvida, friável, plástico e pegajoso, com transi-ção abrupta e ondulada para o horizonte inferior;

- horizonte R, representado pelo material de origem (rocha viva sã) ou já parcialmente intemperizado (horizonte C).A capacidade de permuta de cátions, as bases permutáveis e a saturação de bases, assim como o teor de matéria

orgânica e de fósforo disponível, apresentam valores altos, o que caracteriza a boa fertilidade desses solos, sendomoderadamente ácidos, praticamente livres de acidez nociva e bem providos de nutrientes.

Apresentam impedimentos ao uso devido à pouca profundidade do solo, aos afloramentos de rocha e, principal-mente, ao relevo forte. Dessa forma, são aconselhados aqueles aproveitamentos que não impliquem grandes movi-mentações dos solos, como são as pastagens naturais e as melhoradas, a silvicultura e a fruticultura.

Os campos nativos são de boa qualidade, com predomínio de Paspalum entre as gramíneas e com presença dealgumas leguminosas. São infestados por aroeira-do-campo (Schinus sp), maria-mole (Senecio brasiliensis) e vassou-ras (Baccharis sp), em menor escala. A mata arbustiva ocorre em capões ou como exemplares isolados de molho(Schinus polygamus) e pitangueira (Stenocalyx sp). Também é encontrada a taleira (Celtis tala), árvore de maior porte,que serve de abrigo para o gado.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média anual de 16,80C a 17,70C e precipitaçãopluviométrica de 1.441mm a 1.665mm. Podem ocorrer chuvas de 166mm em 24 horas e geadas de abril a novembro.

Os solos São Jerônimo — PVd7 —, Argissolos Vermelhos distróficos típicos, são lateríticos bruno-avermelhadosdistróficos, têm textura argilosa, relevo ondulado e são desenvolvidos a partir de granitos. A unidade de mapeamentoSão Jerônimo inclui solos profundos, bem drenados, avermelhados, franco-argilosos a argilosos, com cascalhos eporosos.

Esses solos apresentam perfis bem desenvolvidos, formados por horizontes A, B e C, sendo que A+B ultrapassa200cm de espessura. São solos fortemente ácidos, com saturação e soma de bases baixa e com teores baixos dematéria orgânica, apresentando as seguintes características morfológicas:

- horizonte A relativamente profundo (em torno de 40cm), de coloração bruno-avermelhada escura e textura fran-co-argilosa a argilosa, com cascalhos, a estrutura é granular ou em blocos subangulares, moderadamente desen-volvida, e a transição é difusa e plana para o B;

- horizonte B profundo (200cm ou mais), subdividido em B21, B22, B23 e B3, de coloração bruno-avermelhadaescura e vermelha, a textura é argila, com cascalhos, e a estrutura é em blocos subangulares e angulares,moderadamente desenvolvida, apresentando cerosidade; o B3 apresenta estrutura granular, com aspecto demaciça-porosa;

- horizonte C representado pelo material de origem parcialmente decomposto, de coloração amarelada.

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O relevo geral predominante na área é o ondulado, com pendentes em centenas de metros. Entre as elevações,normalmente, ocorrem áreas com hidromorfismo, ocupando pequenas depressões abaciadas do terreno. A altitudemédia está entre 100m e 250m.

A vegetação dominante é o campo misto, formado principalmente por Paspalum notatum (grama forquilha), Axonopussp e Piptochaetium sp. São bastante infestados pela Aristida pallens (barba-de-bode).

A limitação ao uso agrícola, quanto à fertilidade natural, é de moderada a forte, principalmente devido aos baixosteores de fósforo disponível e por serem solos fortemente ácidos. Apresentam características de relevo, profundidadee propriedades físicas favoráveis ao desenvolvimento agrícola, embora necessitando de calagem maciça para a corre-ção da acidez, além de adubação mineral, principalmente a fosfatada. Em cultivos racionais, requerem práticas decontrole da erosão, sendo que, nessas condições, permitem o desenvolvimento de cultivos anuais.

Na sua região de ocorrência, predomina o tipo fundamental dos climas Cfa 1 e Cfa 2 de Koeppen. A temperaturamédia anual varia de 16,80C a 19,40C. A precipitação pluviométrica média anual é de 1.690mm. Podem ocorrer chuvastorrenciais de 126mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que100mm ocorrem sete vezes a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro emarço.

Os solos Santa Tecla — PVe —, Argissolos Vermelhos eutróficos latossólicos, são podzolizados, apresentandoperfis bem desenvolvidos, formados por horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A profundo (em torno de 70cm), de coloração bruno-avermelhada escura e textura franco-arenosa, comteores elevados de areia (75% no Ap), a estrutura é granular, fracamente desenvolvida, é friável em todo ohorizonte, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, a transição é gradual e plana para o B;

- horizonte B bem desenvolvido, espesso, representado por um B2 de coloração vermelha escura a bruno--avermelhada-escura, textura argilosa a argilo-arenosa, a estrutura é fraca a moderadamente desenvolvida, emblocos subangulares; o B2 é subdividido em B21, B22, B23, sendo a máxima concentração de argila no B22;

- horizonte C representado pelo material de origem parcialmente decomposto.A capacidade de permuta de cátions, a saturação de base e as bases permutáveis apresentam valores médios a

altos. São pobres em matéria orgânica e em fósforo disponível, apresentando alumínio trocável em quantidades mode-radas.

O relevo geral predominante na área é o ondulado a suave-ondulado, com pendentes em centenas de metros edeclives de 3% a 6%.

A vegetação dominante é o campo misto, com gramíneas cespitosas, Andropogoneas, principalmente.São utilizados para pastagens e, mais raramente, na produção de grãos.Devido ao seu caráter arenoso, recomenda-se o uso para pastagens em rotação com agricultura, preferencialmen-

te nas áreas de solos mais pesados e melhores quimicamente. Necessitam de correção e de adubação maciça. Aconservação dos solos faz-se necessária. São muito indicados para fruticultura e silvicultura no seu fácies maisarenoso.

Na sua região de ocorrência, predomina o tipo fundamental de clima Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anualé de 17,70C, e a precipitação pluviométrica média anual é de 1.414mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 166mm em24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm ocorrem seis vezesa cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e abril.

Os solos Tala — APt3 —, Alissolos Hipocrômicos argilúvicos abrúpticos, são profundos, imperfeitamente drena-dos, com cores brunas e acinzentadas, arenosos, porosos e apresentam sequência de horizontes A, B e C, com asseguintes características morfológicas principais:

- horizonte A espesso (aproximadamente 85cm), bruno-acinzentado escuro a bruno escuro, a textura é franco--arenosa, a estrutura é maciça e se desfaz em fraca a média, em blocos subangulares, é poroso, friável, nãoplástico e não pegajoso, e a transição é clara para o horizonte B;

- horizonte B, de coloração bruno-acinzentada e com mosqueado grande e distinto, de coloração vermelha, atextura varia de franco-argilo-arenosa a argilo-arenosa, e a estrutura é moderadamente desenvolvida em blocossubangulares, é ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, e a transição para o C é gradual;

- horizonte C, de coloração cinzenta, textura franco-argilo-arenosa e estrutura moderadamente desenvolvida emblocos subangulares.

A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases, as bases permutáveis e os teores de cálcio, magnésio,fósforo e potássio apresentam valores baixos, o que identifica uma baixa fertilidade natural.

São encontrados em relevo suave-ondulado, com declives médios de 5% a 8%, em altitudes de 100m a 150m.

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As restrições para culturas anuais ou perenes ocorrem devido à má drenagem dos solos, mas não apresentamproblemas para a mecanização.

Podem ser cultivados com culturas de verão, necessitando de adubação e de correção da acidez para melhorar ascondições de fertilidade natural, que são baixas. Requerem práticas de conservação dos solos, por serem sensíveis àerosão, devido à sua textura, ainda que ocorrendo em terrenos suave-ondulados.

A vegetação natural é constituída por campos mistos, formados por várias espécies de gramíneas e leguminosas.São infestados pela carqueja (Baccharis sp).

O tipo fundamental de clima dominante é o Cfa 2 de Koeppen. A temperatura média é de 18,20C. A precipitaçãopluviométrica média anual é de 1.376mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 110mm em 24 horas e geadas de abrila novembro. Períodos secos com déficit de umidade de 100mm são verificados sete vezes a cada 10 anos. Os períodossecos são mais freqüentes entre os meses de novembro e março.

Os Vertissolos Ebânicos órticos chemossólicos (unidade Aceguá) apresentam problemas em relação ao manejo.A ocorrência em relevo suave-ondulado a ondulado favorece a drenagem superficial, o que possibilita seu uso compastagem cultivada, alternada com culturas anuais de sequeiro (milho e sorgo). O uso contínuo com culturas de verãoem plantio direto é possível, desde que sejam utilizadas plantas de cobertura no inverno, sem pastoreio, para evitar oadensamento do solo.

Os solos Aceguá — VEo1 — são Vertissolos Ebânicos órticos chernossólicos, com as seguintes característicasmorfológicas:

- horizonte A pouco profundo (25cm aproximadamente), com coloração preta, argiloso, estrutura granular modera-damente desenvolvida no A11 e maciça, quebrando-se em prismas pequenos no A12, todo o horizonte é firme,muito plástico e muito pegajoso, a transição para um horizonte A/C situado abaixo é de difusa a plana;

- horizonte A/C cinzento, muito escuro, a textura é argilo-siltosa, a estrutura é maciça, quebrando-se em prismasmédios, apresentando slickensides, muito plástico e muito pegajoso, a transição para o C é clara e ondulada;

- horizonte C bruno muito claro, acinzentado, textura argilo-siltosa, com estrutura maciça, quebrando-se em blocosangulares e subangulares, muito plástico e muito pegajoso.

A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases, as bases permutáveis e os teores de matéria orgânicaapresentam valores altos, mas não há problemas de alumínio trocável e nem de pH baixo.

São desenvolvidos sobre sedimentos da Série Passa Dois, especialmente sobre a formação Irati, ocorrendo emterrenos ondulados a suave-ondulados, em cotas que não ultrapassam os 180m.

Apresentam boas condições de fertilidade, necessitando de adubação fosfatada para produzirem boas colheitas.Suas limitações principais provêm das más condições físicas, já que são muito pegajosos, quando molhados, ecompactos e fendilhados nas estações secas, o que os torna difíceis de trabalhar. Em caso de condições climáticasadversas, o tempo de preparo da terra é muito curto, pois esses solos necessitam de um ponto ótimo de umidade paraserem trabalhados, exigindo, também, práticas intensivas de conservação dos solos, em especial de controle daerosão.

São normalmente utilizados como pastagem nativa, mas também podem ser cultivados com trigo e, mais rara-mente, com milho. A vegetação predominante é a de campos, com pastagens de regular qualidade, sendo bastanteinfestados com chirca (Eupatorium sp).

O clima fundamental é o Cfa 1 de Koeppen, com temperaturas médias de 17,70C e chuvas de 1.414mm. Podemocorrer chuvas de 166mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que100mm ocorrem, em média, sete vezes a cada 10 anos, sendo mais freqüentes entre os meses de novembro e maio.

Os solos Bagé — SXe2 — são Planossolos Háplicos eutróficos vérticos, com textura argilosa, relevo suave--ondulado e substrato de siltitos. São negros, imperfeitamente drenados, com nítido contraste entre os horizontes.Predominam, na massa do solo, argilo-minerais do tipo 2:1, sendo solos difíceis de trabalhar. São ligeiramente ácidosa neutros, com saturação de bases alta e sem problemas de acidez de alumínio.

Apresentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas principais:- horizonte A, com aproximadamente 25cm de espessura, de coloração bruno-avermelhada-escura, a textura é

franca, a estrutura é maciça e se desfaz em fraca, granular e grãos simples, é friável, plástico e ligeiramentepegajoso, a transição é abrupta e plana;

- horizonte B, com aproximadamente 15cm de espessura, de coloração cinzenta muito escura e com mosqueadoe, devido à oxidação provocada pelo ar que entra pelos canais das raízes, é argiloso. Na porção inferior do B, aestrutura é em blocos angulares, formada pela interseção dos slickensides, é muito plástico e muito pegajoso,com transição gradual e plana para o C;

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- horizonte C de coloração cinzenta escura e textura franco-siltosa, com grande quantidade de slickensides, que,ao interceptarem o horizonte, provocam estrutura angular, em que os agregados apresentam aspecto de cunha,é muito plástico e pegajoso;

- horizonte R, representado pelos siltitos e argilitos ligeiramente decompostos, apresentando textura franco-argilo-sa.

São solos formados a partir de folhelhos argilosos e siltosos.Predomina, na área da unidade, relevo suave-ondulado, apresentando as elevações declives médios de 3% a 5%

e pendentes em milhares de metros. Estão situados em altitudes compreendidas entre 100m e 200m.São solos relativamente bem supridos de nutrientes disponíveis. O fósforo assimilável é baixo, e a fertilidade é

moderada. São solos suscetíveis à erosão, com voçorocas, que podem ser observadas em algumas áreas. São solosque retêm bastante água. Entretanto a irrigação é conveniente, devido à ocorrência de períodos secos, sendo imperfei-tamente drenados, pesados e pouco porosos. Em virtude das más condições físicas, tornam-se plásticos e pegajosos,quando molhados, e duros e ressequidos, quando secos, sendo difíceis de trabalhar.

Essa unidade de mapeamento é utilizada quase exclusivamente para pastagens. Mais raramente, são encontra-das lavouras de trigo ou de milho.

Como na maioria dos solos onde predominam argilas expansivas, as condições de drenagem e as más proprieda-des físicas são as maiores limitações à utilização agrícola. Normalmente, são solos com boa fertilidade natural, apre-sentando, entretanto, teores baixos de fósforo disponível. Quando cultivados, requerem, além da adubação, especial-mente a fosfatada, práticas normais de conservação do solo e da água, pois são solos muito suscetíveis à erosão emvoçoroca. Conforme foi visto, são solos difíceis de trabalhar, tornando-se plásticos e pegajosos, quando molhados. Emépocas chuvosas, a mecanização torna-se difícil, atrasando, ou mesmo, em casos extremos, impedindo o plantio,principalmente das culturas de inverno. São, portanto, solos mais próprios para pastagens, podendo, entretanto, seremcultivados satisfatoriamente com culturas de verão, como milho, soja e sorgo, com bons resultados. O melhoramentodos campos, através da limpeza, da subdivisão com manejo controlado e da introdução de espécies de crescimentohibernal, é prática bastante recomendável.

A vegetação natural é predominantemente a de campos finos, com pastagens de boa qualidade e coberturavegetal excelente, com grande número de espécies de gramíneas e de leguminosas. Algumas áreas são infestadaspela chirca (Eupatorium sp), que é a principal invasora nesses solos.

O tipo fundamental de clima dominante é o Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anual é de 17,70C. A precipi-tação média anual é de 1.414mm. Podem ocorrer chuvas de 166mm em 24 horas e geadas de abril a novembro.Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados sete vezes a cada 10 anos, e precipitaçõespluviométricas maiores que 300mm, uma vez a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os mesesde novembro e maio.

O Corede Campanha situa-se justamente entre o Fronteira Oeste e o Sul, representando situações similares àsdessas regiões em seus limites. No caso do Corede Sul, entretanto, as semelhanças com o Campanha se restrinjem àsterras altas das bacias dos rios Jaguarão, Piratini e Camaquã.

O Corede Sul apresenta três ambientes bem distintos:- as terras altas que compõem os divisores de água, as nascentes e os cursos superiores dos principais rios daregião, a saber, o Jaguarão, o Piratini e o Camaquã;

- a Planície Costeira interna, confinada entre os terrenos ondulados de oeste e noroeste, e as lagoas dos Patos eMirim;

- a Planície Costeira externa, confinada entre as lagoas e o oceano.Como uma área de transição, aparece o cordão de terrenos em cotas intermediárias, que vai do sudoeste, nas

margens do rio Jaguarão, até o nordeste, quando alcança o vale do rio Camaquã, nos limites da região.Às terras altas equivalem o domínio dos solos VII e VIm de capacidade de uso e a maior incidência de solos rasos,

representados pelos Neossolos Litólicos das unidades Pinheiro Machado, Lavras e Ibaré. Essa sub-região é também aárea principal de ocorrência dos solos IVpt e IVe, quando a morfologia fica menos agressiva, ou em ausência dos solosrasos dos altos topográficos. A essas classes estão relacionados os Luvissolos Hipocrômicos das unidades Bexigosoe Piraí, os Argissolos Vermelho-Amarelos das unidades Camaquã, Matarazzo e Caldeirão. Essas mesmas unidadesocupam as áreas de solos da classe III, assim como os Vertissolos Ebânicos da unidade Aceguá e os LuvissolosCrômicos da unidade Cambaí.

Na Planície Costeira interna, os solos relacionados com a classe IVi são os Planossolos Hidromórficos da unida-de Pelotas, enquanto os Chernossolos argilúvicos estão mais próximos da classe V. A unidade Pelotas distribui-se emáreas mais próximas das coxilhas de contorno suave, e a unidade Formiga concentra-se nas margens da lagoa Mirim.

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Essa situação se repete na Planície Costeira externa, sendo que a unidade Pelotas foi desenvolvida sobre opequeno ressalto topográfico no qual foi assentada a BR-471, de Taim para o sul, enquanto a unidade Formiga ocupaáreas deprimidas, próximas às Lagoas Mirim e Mangueira. Os depósitos inconsolidados de toda a volta da lagoa Mirimcompõem os Neossolos Quartzarênicos da unidade Lagoa, correlacionáveis à classe VIII de capacidade de uso.

Ainda na Planície Costeira interna, são registrados dois tipos de Neossolos: os Quartzarênicos da unidade Ibicuí,no curso inferior do arroio Chasqueiro, relacionado à classe V de capacidade de uso; e os Flúvicos da unidade Guaíba,em áreas deprimidas da lagoa dos Patos e na confluência do rio Camaquã.

Os solos Pelotas, que são dominantes em toda a Planície Costeira interna, de Pelotas para o norte, são limitadosa oeste pelos terrenos ondulados a suave-ondulados, nos quais predomina a unidade Camaquã, a partir da qual osaclives aumentam, e a transição é abrupta para cotas mais elevadas e solos mais rasos.

Na Planície Costeira externa, de Rio Grande para o sul, predominam os solos das classes VIII, relacionados comas dunas litorâneas e com depósitos inconsolidados nas margens das lagoas, correspondendo à unidade Dunas, mastambém solos hidromórficos, de diferentes graus de desenvolvimento do perfil. Nesse grande grupo, enquadram-se osorganossolos Tiomorifocos, da unidade Taim; os Planossolos Nátricos, da unidade Mangueira; e os Gleissolos Háplicos,da unidade Banhado. Nas várzeas do rio Camaquã, ocorre o Planossolo Hidromórfico da unidade Vacacaí.

Na Planície Costeira externa, fora os Neossolos Quartzarênicos das linhas de dunas atuais ou remobilizadas,ocorrem Neossolos Quartzarênicos hidromórficos próximo às lagoas e Gleissolos Melânicos da unidade Itapeva sem-pre em terrenos baixos e inundáveis. Nas pequenas saliências, representadas por cordões litorâneos antigos, construídosnos processos de transgressões e regressões marinhas, foram desenvolvidos Argissolos Vermelho-Amarelos da unida-de Tuiá.

A unidade Matarazzo — PVad5 — é composta por Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos típicos, que apre-sentam seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A, subdividido em A1 e A3, espesso (30cm-50cm), de coloração bruno-escura a bruno-acinzentadamuito escura, a textura é franco-arenosa e franco-argilo-arenosa respectivamente, a estrutura é fracamentedesenvolvida em blocos subangulares, e a transição é difusa ou gradual para o B;

- horizonte B (80cm-100cm de espessura), bruno a bruno-amarelado na parte superior e vermelho-amarelado nainferior, a textura é argila, apresentando grãos de quartzo, a estrutura é moderadamente desenvolvida em blocossubangulares, e a transição é clara e plana para o C;

- horizonte C, aproximadamente a 120cm de profundidade, vermelho ou bruno -amarelado, com abundante mosqueadovermelho, é franco-argilo-arenoso a argiloso.

São solos ácidos, com saturação, capacidade de permuta de cátions e soma de bases de média a alta, queaumentam à medida que o perfil se aprofunda, e com teores baixos de alumínio trocável na camada superficial. Osteores de matéria orgânica são de médios a altos, e o fósforo disponível apresenta valores baixos.

São formados a partir de granitos e migmatitos, em relevo ondulado, com declividade média de 8%, mas, emalguns lugares, os declives são bem irregulares. Situam-se em altitudes variáveis a partir de 80m.

As limitações desses solos ao uso agrícola derivam da fertilidade natural moderada, principalmente pelas defi-ciências em fósforo disponível, do relevo onde ocorrem, tornando-os suscetíveis à erosão, mas, por outro lado, nãoapresentam problemas de falta de água e de ar no perfil, podendo ser mecanizados, pois são profundos, e utilizadoscom culturas anuais, necessitando de adubação, principalmente correção para fósforo, sendo muito bons para a fruticul-tura. A pastagem é densa, mas geralmente grosseira, com tufos de grama alta, dando ao campo um aspecto de sujo,embora sejam muito pouco infestados.

A vegetação é de campo modificado pelo uso agrícola, composto de gramíneas oxalidáceas, de rosetas (Soliv sp)e de pega-pega (Desmodium sp) e são infestados pelos gravatás (Eryngium sp) e pela guabiroba do campo (Mirtusmucronata).

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com uma temperatura média anual de 17,40C e uma precipita-ção pluviométrica média anual de 1.364mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 141mm em 24 horas e geadas de abrila novembro.

Os solos Camaquã — PVad4 — são Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficos abrúpticos, profundos, podzolizados,com horizonte A proeminente, bruno-escuro e franco-arenoso e B bruno-avermelhado a vermelho-amarelado, argiloso.São solos bem drenados, derivados de granitos. Ao longo do perfil, observa-se a presença de grãos de quartzo notamanho da fração cascalho. Apresentam a seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes característicasmorfológicas:

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- horizonte A profundo (40cm aproximadamente), de coloração bruno a bruno-escura, a textura é franca a franco--arenosa, e a estrutura é fracamente desenvolvida em blocos subangulares, ou granular (na camada mais super-ficial), e a transição para o B é clara e plana;

- horizonte B, subdividido em B1, B21, B22 e B3, sendo o horizonte B1 um horizonte de transição, bruno-avermelhadoe franco-argiloso, o restante do perfil é vermelho-amarelado, sendo o B2 de máxima concentração de argila, e oB3 argilo-arenoso, a estrutura em todo o horizonte é de fraca a moderada, em blocos subangulares, friável afirme, plástico e pegajoso, a cerosidade é forte e pouca;

- horizonte C, espesso, representado pelo granito bastante decomposto, mosqueados em várias tonalidades, comfundo vermelho.

A capacidade de permuta de cátions e a saturação de bases são baixas e pobres em matéria orgânica (menos de2%, desde o horizonte superficial). Os teores de fósforo disponível são baixos e apresentam problemas de alumíniotrocável, sendo solos fortemente ácidos.

Esses solos são encontrados entre 100m e 300m de altitude e ocorrem em duas fases de relevo:- ondulado, quando formado por coxilhas convexas, em declives curtos, que formam entre si vales abertos, que

são ocupados por solos hidromórficos, e com declive médio de 8% (nessa fase, a vegetação natural dominanteé a de campo infestado por Baccharis sp e Aristida pallens, cobertura com campo da ordem de 60%, predomi-nando as gramíneas do gênero Paspalum, acompanhado por Axonopus e Briza); e

- forte-ondulado, formado por coxilhas longas, com pendentes em centenas de metros, com declividade variandode 10% a 15%, os campos são freqüentemente interrompidos pela mata subtropical arbustiva, característica daSerra do Sudeste (Planalto Sul-Rio-Grandense).

O tipo de clima fundamental dominante é o Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anual varia de 18,00C a 19,30C.A precipitação pluviométrica média anual varia de 1.322mm a 1.284mm. Podem ocorrer chuvas de 148mm em 24

horas e geadas de maio a setembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados seisvezes a cada 10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e março.

Quanto aos graus de limitação ao uso agrícola, salienta-se que a fertilidade natural é fraca, necessitando decalagem e adubação corretiva para fósforo e potássio. São moderadamente suscetíveis à erosão na fase ondulada derelevo e mais suscetíveis na fase forte-ondulada. São solos com problemas menores de água durante o verão. Airrigação é conveniente em anos de chuvas normais. São solos que ocorrem em relevo ondulado a forte-ondulado,implicando restrições ao uso de implementos agrícolas neste último caso.

A maior parte da área é utilizada como área de pastejo em campo nativo, mas também suporta uma agricultura demilho, batatinha, fumo e outras culturas.

Esses solos podem ser cultivados com a maioria das culturas regionais tradicionais, necessitando, para alcançarboas produções, fertilização e correção da acidez, para melhorar as condições de fertilidade natural, que são baixas.Também requerem práticas de conservação do solo e da água.

As pastagens cultivadas, bem como a fruticultura são bastante viáveis nesses solos, e mesmo uma agriculturafamiliar bem orientada pode produzir rendimentos altos, como a experiência histórica tem demonstrado.

No relevo forte-ondulado, existem restrições à mecanização, e são áreas de pequenas propriedades, o que sugerea possibilidade de desenvolver as culturas permanentes e os cultivos temporários de baixo revolvimento do solo e decunho conservacionista, por reterem o solo e a água, como são as forrageiras, especialmente indicadas para áreas deprodução de leite. Mesmo nas áreas de maior declividade, o uso em culturas permanentes e em silvicultura é indicado.

Os solos Bexigoso — TPo — , Luvissolos Hipocrômicos órticos típicos, são rasos, de coloração bruno-avermelhadaescura no horizonte A e bruno-escura no horizonte B. Normalmente, o A apresenta textura superficial mais leve (franco--arenosa a franco-argilo-arenosa), transacionada claramente para um horizonte B2, de máxima concentração de argilae com características bem desenvolvidas. São solos bem drenados e formados a partir de granitos e gnaisses. Apre-sentam línguas ou bolsas que penetram no horizonte C, constituídas de material semelhante ao do B (transição irregu-lar).

Quimicamente, são solos ácidos, com saturação de bases de média a alta, sem problemas de alumínio trocávelnos horizontes superficiais e relativamente pobres em nutrientes disponíveis. Apresentam seqüência de horizontes A,B, C, bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A pouco espesso (30cm-35cm), bruno-avermelhado-escuro, de textura franco-arenosa a franco-argilo--arenosa, a estrutura é granular ou em blocos subangulares, fracamente desenvolvida, friável, ligeiramente plásti-co e ligeiramente pegajoso, com transição clara e plana;

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- horizonte B estreito, representado por um B2, ou em perfis mais desenvolvidos, podendo apresentar um B3, acoloração é bruno-escura e a textura é argilosa, é firme, plástico e pegajoso, a estrutura é em blocos subangulares,moderada a fortemente desenvolvida e a transição para o C é abrupta e irregular;

- horizonte C, representado pelos granitos ou gnaisses, bastante decompostos, com várias colorações.Apresentam valores médios e altos, acima de 10,0mE/100g solo, de capacidade de permuta de cátions no hori-

zonte superficial, aumentando bastante com a profundidade, e os valores de matéria orgânica são de baixos a médios,com grande deficiência em fósforo. São solos ácidos, com pH da água em torno de 5,0.

O relevo é ondulado, com declives médios entre 5% e 8%. Normalmente, é formado por coxilhas, com pendentescurtas, em dezenas de metros; áreas de relevo mais dobrado, próximas aos cursos d’água, são ocupadas por solosmais rasos. Encontram-se em altitudes que vão de 200m a 400m.

São solos ácidos, com baixos teores de fósforo disponível, como a maior parte dos solos do Estado. Ocorrem emrelevo ondulado, sendo suscetíveis à erosão em voçorocas, que são freqüentes na área. Pode ocorrer ligeira faltad’água durante a estação seca. Em anos de chuvas normais, é conveniente a irrigação. Podem apresentar ligeirosproblemas de falta de ar, pelo excesso d’água, principalmente após as chuvas.

A quase-totalidade da área é utilizada com pastagens e, mais raramente, com culturas anuais, como trigo e milho,embora sejam solos com boas características para produção de culturas anuais, desde que corrigidas suas deficiên-cias, principalmente de fertilidade. Sua limitação mais séria diz respeito ao uso de implementos agrícolas, que édificultado, em alguns locais, pelos afloramentos de rochas e solos mais rasos associados. Num cultivo racional, deveser feito controle da erosão, através de práticas conservacionistas, bem como correção de acidez, através da calageme adubação maciça, principalmente fosfatada. Em determinados casos, podem ser feitas pastagens cultivadas emrotação com agricultura.

A vegetação é representada por campos naturais de boa qualidade, limpos e com vegetação baixa. A ocorrênciade leguminosas é freqüente. A vegetação alta é representada pelas matas em galeria, ao longo de rios e arroios.

O tipo fundamental de clima predominante é o Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anual varia de 16,60C al7,70C. A precipitação pluviométrica média anual varia de 1.414mm a 1.665mm. Pode ocorrer chuva torrencial de166mm em 24 horas e geada de abril a novembro. Em parte da área da unidade de mapeamento, podem ocorrerperíodos secos, com déficits maiores que 100mm sete vezes a cada 10 anos, e maiores que 300mm, uma vez a cada10 anos. Os períodos secos são mais freqüentes nos meses de novembro a maio.

A unidade Dunas — RQ1 — pertence aos Neossolos Quartzarênicos, típicos de extensos campos de dunaslitorâneas ou línguas de areias, compridas e lineares, não tendo nenhuma utilização agrícola e não constituindo pro-priamente um perfil de solos, por se tratarem de dunas vivas, em permanente mutação e deslocamento. As espéciesvegetais encontradas são arenícolas e rastejantes, ocupando principalmente as posições protegidas do vento, ecorrespondem às seguintes espécies: Cotula coronopifolia, Alternanthera sp, Heliotropium curassivicum, Panicum reptans,Solamum gisymbrifolium, Hyptis sp.

Os solos Curumin — RQg1 — são Neossolos Quartzarênicos hidromórficos típicos, profundos e que apresentama seqüência de horizontes A/C, bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A estreito (20cm), preto, com mosqueados claros devido aos grãos de areia lavada, a textura é areiafranca, a estrutura tem aspecto de maciço-porosa, que se quebra em fraca, blocos subangulares, é friável,ligeiramente plástico e pegajoso, e a transição é abrupta e ondulada para o C;

- horizonte C, bruno-amarelado a bruno-amarelado escuro, com textura areia.São solos fortemente ácidos, com soma e saturação de bases, assim como teores de fósforo baixos, embora os

de matéria orgânica no horizonte A sejam altos.Ocupam um relevo plano, logo acima da linha de praia, em altitudes entre 5m e 10m. São solos muito pobres em

nutrientes, com soma e saturação de bases baixa. Mesmo ocorrendo em terrenos baixos, são suscetíveis à erosãoeólica, podendo, também, ser ocupados pelo avanço das dunas. De qualquer forma, podem ser utilizados com pasta-gens e silvicultura.

A vegetação natural é composta por espécies rasteiras de leguminosas e verbenáceas.O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média de 16,50C a 18,00C e com uma

precipitação pluviométrica média anual de 1.186mm a 1.423mm. Podem ocorrer chuvas de 272mm em 24 horas egeadas, de abril a novembro, na região, e, de maio a setembro, em Tavares e mais para o norte.

Os solos Lagoa — RQg2 — são Neossolos Quartzarênicos hidromórficos, pobremente drenados, com corescaracterísticas de um glei nas camadas subsuperficiais e, normalmente, escuros e ricos em húmus na camada super-ficial, constituindo, freqüentemente, amplos depósitos de turfa, que apresentam a seguinte seqüência de horizontes:

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- horizonte A (10cm-40cm de profundidade), bruno-acinzentado muito escuro a cinzento-escuro, a textura é areiafranca muito fina a franco-arenosa, a estrutura é fracamente desenvolvida em blocos subangulares e grãossimples, e a transição para o horizonte inferiormente situado é clara ou abrupta;

- horizonte B com espessura muito variável, bruno-acinzentado muito escuro na parte superior e cinzento-escurona inferior, a textura é um pouco mais pesada que a camada superior (franco-arenosa muito fina), a estrutura émédia a forte-prismática, firme, quando úmido, e duro e extremamente duro, quando seco, pela presença demontmorrillonita associada à matéria orgânica;

- horizonte C, cinzento claro ou cinzento-oliváceo claro, com mosqueados bruno-amarelados e bruno-oliváceos, atextura varia, com areia franca predominando e com interrupções de camadas argilosas e franco-argilosas con-solidadas.

A capacidade de permuta de cátions e as bases permutáveis apresentam valores baixos, mas a saturação debases é de média a alta. Os valores de magnésio são mais elevados que os de cálcio. São bem providos de potássio,mas, no horizonte B, os teores de sódio são superiores a 15%.

São encontrados em terrenos baixos, nas margens da lagoa Mirim.São solos pobremente drenados, encontrados em terrenos baixos, sujeitos à inundação, mas as pastagens, no

verão, são densas e de boa palatabilidade, porém, no fim do verão, a salinização aumenta, podendo formar crostasbrancas na superfície, e as pastagens lignificam e secam. Necessitam de drenagem e de lavagem dos sais para quepossam ser melhor utilizados com pastagens, embora até o cultivo do arroz tenha sido tentado em alguns lugares.

A vegetação é de campo, com pastagens de verão, onde aparece a grama forquilha (Paspalum sp), grama pé-de--galinha (Eleusina sp) e cabelo-de-porco (Juncus sp), mas, nas áreas mais baixas, aparecem espécies semi-aquáticas,como Solanum glabrum, Eryngium decaisnianum, ciperáceas e outras.

O clima fundamental é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média anual de 16,50C a 17,40C, e a precipitaçãopluviométrica média anual é de 1.186mm a 1.364mm. Podem ocorrer chuvas de 272mm em 24 horas e geadas de abrila novembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados cinco vezes a cada 10 anos, emaior que 300mm, uma vez. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e abril.

Os solos Tuiá — PVad3 — são Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos típicos, que apresentam as seguintescaracterísticas morfológicas principais:

- horizonte A profundo (cerca de 100cm), subdividido em A1, A21 e A22, bruno-escuro no horizonte superficial ebruno no A2, textura areia, sem estrutura, em grãos simples, não plástico e não pegajoso, com transição para oB abrupta e plana;

- horizonte B profundo, subdividido em B1t, B2t e B3t (horizontes de acumulação de argila iluvial), vermelho--amarelado, sendo bruno-avermelhado no B2, franco-argilo-arenoso, com estrutura bem desenvolvida em blocossubangulares, muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, com transição difusa e plana para o C;

- horizonte C vermelho-amarelado, com abundante mosqueado e com textura franco-arenosa.Quimicamente, são solos moderadamente ácidos no A e ácidos no B, com soma de bases baixa e pobres em

matéria orgânica e fósforo disponível. São solos derivados de sedimentos arenosos costeiros, com altos teores demagnésio. São encontrados em coxilhas lineares, lombadas costeiras, representando um pequeno ressalto alongadoentre terrenos deprimidos e hidromórficos, não ultrapassando 15m de altitude.

São utilizados em pastagem, que, normalmente, é muito rala e de baixa palatabilidade. São cultivados comhorticultura e suportam uma intensa atividade de silvicultura.

São solos extremamente arenosos e, por isso, muito pobres em matéria orgânica e em elementos nutritivos paraas plantas, mas as demais condições são boas, prestando-se muito bem para atividades mecanizadas. São muitoaconselhados para horticultura, fruticultura e silvicultura.

A vegetação natural é de campo ralo, com pastagens de gramíneas e leguminosas, infestado pelo falso mio-mioe com cactáceas e arbustos esparsos. Entre as leguminosas, encontra-se o gênero Stilosantis e, entre as gramíneas,o gênero Aristida.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média anual de 180C e precipitação pluviométricade 1.252mm. As chuvas são mais freqüentes durante o outono e o inverno. Podem ocorrer chuvas torrenciais superioresa 136mm em 24 horas e geadas durante o outono e o inverno. Nessa região, verificam-se períodos secos, com 100mmde déficit de umidade, sete vezes a cada 10 anos.

Logo a seguir, é possível verificar que também têm uma presença expressiva os solos da classe V, com fortesrestrições, devido ao encharcamento permanente ou a inundações periódicas, como é o caso das planícies de inunda-ção do curso inferior do rio Jaguarão, de toda a margem oeste da lagoa Mirim, de toda a planície de inundação quemargeia o Canal do São Gonçalo, especialmente na sua margem direita (leste), aonde se registra um dos melhores

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exemplos de anastomosamento fluvial do Rio Grande do Sul; de toda a ilha da Torotama, no Município de Rio Grande;de toda a região do Banhado do Taim; das áreas em torno da lagoa do Pacheco e da lagoa da Silveira, a noroeste deCurral Alto; bem como das nascentes do arroio Chuí, no Município de Santa Vitória do Palmar. Também se incluemnessa classe as margens da lagoa do Peixe, em Tavares, e áreas em torno da lagoa Bojuru, entre a Ponta do Bojuru, aBarra Falsa e a BR–101. Algumas dessas áreas foram drenadas para o plantio do arroz, mas têm oferecido problemasde circulação de águas e de saturação em sais para os produtores, reduzindo os rendimentos. Os solos da classe Vestão incluídos na Categoria C de capacidade de uso e caracterizam-se por serem terras não cultiváveis com culturasanuais e que podem, com segurança, ser usadas para pastagens sem restrições ou necessidade de aplicação demedidas especiais. São solos praticamente planos e não sujeitos à erosão, mas, devido ao encharcamento permanenteou a freqüentes e prolongadas inundações, não são adaptáveis a cultivos anuais. Requerem, para a sua recuperaçãocom vistas a uso agrícola intensivo, a realização de obras especiais de drenagem ou de saneamento de enormecomplexidade e custo. Ainda assim, isso tem sido feito, principalmente nos Neossolos Flúvicos da unidade Guaíba, namargem direita do rio Camaquã e nas margens da lagoa dos Patos, principalmente no Município de São José do Norte.Também se vinculam à classe V os Organossolos Tiomórficos sápricos salinos da unidade Taim; os NeossolosQuartzarênicos hidromórficos típicos, das unidades Curumin, principalmente em Tavares, e Lagoa, em São José doNorte, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar e em ambas as margens do Canal de São Gonçalo; os Gleissolos Melânicoseutróficos típicos, da unidade Itapeva; e os Planossolos Nátricos órticos típicos, da unidade Mangueira.

Os Neossolos flúvicos estão assentados sobre sedimentos fluviais atuais e têm uma saturação permanente deumidade no horizonte C, com exceção de anos extraordinariamente secos, nos quais o nível das águas superficiaisbaixa tanto que deprime o leçol freático, liberando a aeração desses horizontes. De qualquer maneira, a quase-perma-nente situação de umidade alta do perfil faz com que se concentre uma quantidade alta de óxidos de ferro ou manganêsno horizonte C, que podem ser tóxicos às plantas, quando são usados equipamentos que revolvem profundamente ossolos, principalmente nos Municípios de Tavares e São José do Norte.

A unidade de mapeamento Guaíba consiste de depósitos fluviais recentes, estratificados e que sofrem,freqüentemente, acréscimos por ocasião das inundações, de modo que, até o momento, não houve possibilidade dedesenvolvimento de perfis pedogenéticos, embora certas camadas possam apresentar mosqueado (muito mais devidoàs flutuações do nível de água, com seqüências de oxidações e reduções dos materiais constituintes desses perfis).

Esses terrenos aluviais estão presentes nas margens da lagoa dos Patos e no delta do rio Camaquã. Variamamplamente em textura e, de uma maneira geral, predominam condições de má drenagem.

Nas margens da lagoa dos Patos, encontram-se materiais com textura desde areia quartzosa, de granulaçãomédia a fina até argila, bem como depósitos de sedimentos orgânicos e mesmo turfeiras. No Corede Centro-Sul, noesporão conhecido como Pontal de Tapes, ocorrem formações de areia quartzosa, que se dispõem como línguas dedunas de areia.

O delta do rio Camaquã, em virtude de esse rio cortar o Escudo Sul-Rio-Grandense e transportar materiais dediferentes origens, apresenta maior complexidade de sedimentos, predominando areias quartzosas e arcósicas, alémde cascalhos.

A grande variação de composição dos sedimentos constituintes dos diversos depósitos resulta em situaçõesnutricionais distintas, ocorrendo, pois, condições eutróficas e distróficas de solos, sem que seja possível separá-las.

Esses solos praticamente não são utilizados, e a sua exploração envolveria sistemas sofisticados de drenagem,nivelamento e proteção contra inundações.

A vegetação flutuante e da beira d’água é constituída por aguapés (Eicchornia crassipis) e azurea, gramíneas eciperáceas altas, gravatás palustres e salgueiros isolados, enquanto a vegetação dos prados úmidos tem dominânciade gramíneas baixas e grande incidência de maricás (Mimosa bimacronata).

O tipo de clima fundamental é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média de 19,30C e precipitação pluviométricade 1.322mm. Podem ocorrer chuvas de 145mm em 24 horas e geadas de maio a setembro. Períodos secos com déficitde umidade maior que 100mm são verificados seis vezes a cada 10 anos, e maior que 300mm, uma vez. Os períodossecos são mais freqüentes entre os meses de novembro e março.

Os Organossolos são solos formados por material orgânico (MO) em grau variável de decomposição, acumuladoem ambientes muito mal drenados. Os Organossolos são identificados pela presença de horizontes H hísticos (espes-sura > 40cm e teor de MO > 20%, em massa). No caso da unidade Taim, trata-se de um Organossolo Tiomórfico, porquetem horizonte sulfúrico ou materiais sulfídricos.

Os Organossolos, quando drenados e cultivados, estão sujeitos a mudanças nas suas características, sendoproporcional ao teor de matéria orgânica: quanto maior, maior a subsidência com a retirada da água, podendo provocarcompactações irreversíveis e um incremento da atividade biológica que leva à decomposição da matéria orgânica,

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provocando o desaparecimento do Organossolo drenado e cultivado. No caso dos Tiomórficos, a presença de sulfetospode ser altamente tóxica para as plantas. As medidas de correção de acidez e aumento da fertilidade, através decorretivos e fertilizantes, aceleram a biodegradação da massa orgânica e a degradação do solo, diminuindo drastica-mente a sua vida útil.

Quando as espessuras são menores (espessura < 40cm e teor de MO < 20%, em massa), o solo é classificadocomo Gleissolo Melânico.

Os solos Taim — OJs — são Organossolos Tiomórficos sápricos salinos, que não chegam a constituir umaunidade simples, ocorrendo sempre associados aos solos Lagoa e Mangueira, mas, de modo geral, apresentam aseguinte seqüência de camadas, que representam praticamente uma turfeira:

- camada de aproximadamente 30cm, bruno-escura peat, com o carbono variando de 18% a 40%;- camada de 20cm a 50cm, de cor preta, a textura é franco-argilosa, argila siltosa e argila, com teores elevados dehúmus e não bem consolidada, sendo que essa camada pode ser salina (acima de 8,5 mmhos) e, algumasvezes, com restos vegetais pouco decompostos;

- subsolo que consiste de material mineral de coloração cinzento-olivácea, cinzento-esverdeada, cinzenta e cin-zenta-clara, a textura varia de franco-arenosa a franco-argilosa, freqüentemente com transição abrupta, devido àestratificação dos sedimentos.

São solos desaconselhados para qualquer aproveitamento agrícola, já que, ao serem drenados, diminuem consi-deravelmente de espessura, porque há combustão da matéria orgânica, correndo o risco de fortes expansões emsaturações de água prolongadas, em períodos de cheias, como já ocorreu com a ruptura do dique do Taim. Com aoxidação dos sulfatos, tornam-se extremamemte ácidos.

A vegetação é higrófila, formando relva densa e alta, consistindo de Zizaniopis bonairensis, com ciperáceas altascomo o junco, grama flutuante (Luziola lejocarpa) e aguapés.

O tipo fundamental de clima é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média entre 16,50C e 17,40C e uma precipi-tação pluviométrica de 1.186mm a 1.364mm. Podem ocorrer chuvas de 272mm em 24 horas e geadas de abril anovembro. Períodos secos com déficit de umidade maior que 100mm são verificados cinco vezes a cada 10 anos, emaior que 300mm, uma vez. Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e abril.

A unidade de mapeamento Itapeva — GMe2 — corresponde a Gleissolos Melânicos eutróficos típicos, queocorrem nas várzeas, como um solo pouco desenvolvido, com argila de atividade alta (hidromórfico), glei húmicoeutrófico, textura argilosa, em relevo plano, desenvolvidos sobre sedimentos aluvionares finos, derivados de sedimen-tos costeiros recentes.

Quimicamente, são ácidos no horizonte superficial e neutros nos demais, com soma e saturação de baseselevadas e livres de alumínio trocável.

Apresentam seqüência de horizontes A, Cg, bem diferenciados, que assentam sobre uma camada de areia, comas seguintes características morfológicas principais:

- horizonte A, subdividido em A11 e A12, pouco espesso (38cm), preto, argiloso e com estrutura prismáticafortemente desenvolvida, muito firme, plástico e pegajoso, e a transição para o Cg é abrupta e plana;

- horizonte Cg, bruno-acinzentado, textura argilosa e apresentando estrutura moderadamente desenvolvida, emblocos angulares e subangulares, cerosidade fraca e comum, firme, muito plástico e muito pegajoso, transicionaabruptamente para uma camada II de areia branca.

São solos que apresentam valores elevados de matéria orgânica, capacidade de permuta de cátions, saturação debases e bases permutáveis, mas o teor de fósforo disponível é baixo, e, surpreendentemente, são solos livres dealumínio trocável, embora sejam ácidos.

Então, são solos com fertilidade natural alta, apenas com deficiência em fósforo disponível, mas, sendo altamen-te plásticos e pegajosos e com má drenagem, apresentam limitações ao uso, porém, em orizicultura, apresentam bonsresultados.

Quando drenados convenientemente e em perfis de solos mais profundos, respondem bem com culturas anuais,normalmente de sequeiro, como o milho ou a olericultura.

A vegetação é dominada por espécies rasteiras, como a Lycopodium inundatum, renúnculos, verbenáceas eleguminosas e gramíneas rastejantes. Existem núcleos muito pequenos de mata arbustiva e exemplares de corticeira(Erythrina cristagali).

O clima fundamental é o Cfa 1 de Koeppen, com uma temperatura média de 17,90C e precipitação pluviométrica de1.423mm ano. Podem ocorrer chuvas de 214mm em 24 horas e geadas de maio a setembro. Períodos secos com déficitde umidade maior que 100mm são verificados quatro vezes a cada 10 anos, concentrados entre novembro e março.

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Os solos Mangueira — SNo2 — são Planossolos Nátricos órticos típicos, que não chegam a constituir umaunidade de mapeamento simples, estando sempre associados aos solos Taim e Lagoa. Apresentam seqüência dehorizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A ao redor de 20cm de espessura, de coloração cinzenta, muito escura, a textura varia de franca aargilo-siltosa, a estrutura é em blocos subangulares, fortemente desenvolvida, em geral é dividido em A1 e A3,com transição clara para o B;

- horizonte B ao redor de 70cm de espessura, em geral dividido em B21, B22 e B23, de coloração preta na partesuperior (B21) e cinzenta-olivácea a cinzenta-escura na parte inferior do horizonte, a textura varia de argilo-siltosa a argila, a estrutura é fortemente desenvolvida, apresentando cerosidade forte e presença de slickensidesna parte inferior do horizonte, e a transição é abrupta para o C;

- horizonte C, de coloração cinzenta-brunada clara e de textura areia.Tanto a capacidade de permuta de cátions como a saturação de bases e as bases permutáveis apresentam

valores altos, assim como os teores de cálcio, magnésio, potássio, sódio, fósforo disponível e matéria orgânica, e nãoapresentam alumínio trocável, embora sejam moderadamente ácidos.

Esses solos, ainda que tenham um horizonte superficial bem provido de nutrientes disponíveis, também contamcom teores de sódio elevados, mesmo a 20cm de profundidade. A utilização mais conveniente é com pastagens e,quando utilizados com culturas anuais, necessitam de drenagem e de irrigação controlada.

A vegetação natural é o campo misto, com incidência de trevos e kikuio.O clima predominante é o Cfa 1 de Koeppen, com temperatura média de 16,50C a 17,40C e precipitação pluviométrica

de 1.186mm a 1.364mm. Podem ocorrer chuvas de 272mm em 24 horas e geadas de abril a novembro. Períodos secoscom déficit de umidade maior que 100mm são verificados cinco vezes a cada 10 anos, e maior que 300mm, uma vez.Os períodos secos são mais freqüentes entre os meses de novembro e abril.

Os solos da unidade de mapeamento Pelotas — SGe3 — são Planossolos Hidromórficos eutróficos solódicos,com horizonte B textural e argila de atividade alta (hidromórficos, nos quais a capacidade de permuta de cátions é alta,com mais de 24mE/100g de argila após a correção para carbono), apresentando as seguintes característica básicas:

- a fração argila é superior a 15%;- o horizonte B deve ter, pelo menos, 1/10 de espessura da soma dos horizontes superiores, ou mais que 15cm,se a soma dos horizontes A e B for superior a 150cm;

- a relação textural B/A é maior que 1,2, se o horizonte superficial tiver mais que 15cm e menos que 40% de argilatotal, se possuir mais que 40%, o horizonte B deve conter, ao menos, 8% de argila;

- os solos com argila de atividade alta, de maneira geral, apresentam valores de argila natural superiores a 5%;- a estrutura tem tendência a ser blocos angulares a subangulares, de moderada a fortemente desenvolvida;- a cerosidade ou película de material coloidal que envolve os agregados é sempre observada.De modo geral, apresentam nítido contraste entre os horizontes A, B e C. Característica marcante desses solos é

a presença de um horizonte lixiviado, que transiciona abruptamente para um horizonte argílico, com sensíveis varia-ções de cor, textura e consistência.

Apresentam as seguintes características morfológicas principais:- horizonte A, normalmente representado por A1 ou Ap, de coloração cinzenta-escura ou bruno-acinzentada escu-ra, franco-arenoso e por um A2 de textura mais leve, bruno-acinzentado, a estrutura é maciça ou fracamentedesenvolvida, em blocos subangulares, ou granular, a transição é abrupta ou plana para o B;

- horizonte B textural, com teores mais elevados de argila (claypan), com cores cinzentas (glei), com mosqueadosde várias tonalidades, como conseqüência da oscilação do lençol freático e de diferentes concentrações de ferro,normalmente, a estrutura é prismática, fortemente desenvolvida e se quebra em blocos angulares, e a cerosidadeé forte e abundante;

- horizonte C também com cores acinzentadas, franco-arenoso ou franco-argilo-arenoso.A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases, as bases permutáveis, o fósforo disponível e os

teores de potássio apresentam valores de baixos a médios, mas também são baixos os teores de alumínio nocivo,embora sejam solos ácidos.

São utilizados com cultura de arroz e soja em rotação com pastagens, e sua principal limitação é a má drenagem,conseqüência de um horizonte B impermeável, sendo de manejo difícil, devido ao excesso de umidade e à presença deargilas expansíveis e contráteis, como a montmorillonita. O seu alto conteúdo em sódio pode dificultar as culturas maissensíveis, tendo, inclusive, reduzida a área de soja cultivada nesses solos por esse problema. A produção de arroz epastagens cultivadas na resteva não apresentam dificuldades.

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A vegetação está representada por campos modificados pelo uso agrícola intenso. Normalmente, são de qualida-de regular e, em alguns lugares, bastante pobres.

A grama forquilha (Paspalum sp) e a grama tapete (Axonopus sp) são dominantes e vêm acompanhadas pelagrama pé-de-galinha (Eleisine sp), cabelo-de-porco (Juncus bufonius) e macega (Andropogon sp). Em lugares mais bemdrenados, encontra-se a carqueja (Baccharis sp).

O clima fundamental é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média variando de 17,40C a 18,00C, e a precipitaçãopluviométrica é de 1.186mm a 1.364mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 272mm em 24 horas e geadas de abril anovembro. Os períodos secos com déficit de mais de 100mm podem ocorrer sete vezes a cada 10 anos, e maior que300mm, uma vez, normalmente entre os meses de novembro e abril.

Os solos Formiga — MTk — são Chernossolos Argilúvicos carbonáticos típicos, que apresentam a seguinteseqüência de horizontes e de características:

- horizonte A com 20cm a 40cm de espessura, de coloração bruno-acinzentada muito escura e com textura francaa franca-arenosa, a estrutura é granular, ou em blocos, fracamente desenvolvida, tendendo a maciça, e a transi-ção é gradual e plana para o B;

- horizonte B (mais ou menos 70cm de espessura), de coloração cinzenta muito escura na parte superior, commosqueado bruno-acinzentado muito escuro, a textura é de franco-argilo-arenosa a franco argilosa, e a estruturaé forte, prismática ou em blocos subangulares, com cerosidade forte e abundante, é duro ou extremamente duro,quando seco, pegajoso e muito plástico, quando molhado, com uma transição gradual para o C;

- horizonte C gleizado, de textura franco-argilosa ou franco-argilo-arenosa, com abundante mosqueado bruno--acinzentado e grande número de concreções de carbonato de cálcio e poucas de manganês.

A capacidade de permuta de cátions, saturação de bases, as bases permutáveis e os teores de matéria orgânicaapresentam-se com valores de médios a altos. São baixos os teores de fósforo e potássio disponíveis e de alumíniotrocável em solos moderadamente ácidos.

São solos que apresentam boas condições químicas, com limitações no que diz respeito ao potássio e ao fósforo,cujos teores são baixos, mas apresentam más condições físicas, sendo plásticos e pegajosos, quando molhados,exigindo drenagem eficiente para serem usados. São muito indicados para o cultivo do arroz e de pastagens na resteva,sendo que as pastagens nativas apresentam boa cobertura de gramíneas e de leguminosas.

Ocupam relevo plano e em baixas altitudes, com uma vegetação predominante de campo, onde se salienta agrama forquilha (Paspalum sp) e o capim caninha (Andropogon sp), mas as partes mais baixas, mais pobrementedrenadas, são cobertas por vegetação higrófila, com boa população de aguapés (Eichchornia crassipes).

O tipo fundamental de clima é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média que oscila entre 17,40C e 18,00C eprecipitação pluviométrica de 1.186mm a 1.364mm. Podem ocorrer chuvas torrenciais de 272mm em 24 horas, geadasde abril a novembro e períodos secos com déficit superior a 100mm sete vezes a cada 10 anos, e maior que 300mm,uma vez, principalmente de novembro a março.

O limite norte do Corede Sul está dado pelo Centro-Sul, que fica confinado pelo rio Camaquã ao sul, pelo rio Jacuíao norte, pela lagoa dos Patos a leste e pelos contrafortes do Planalto Sul-Rio-Grandense a oeste.

As suas terras mais elevadas já não apresentam limitações tão fortes ao uso, já que não ocorrem solos da classeVII (que só aparecem relacionados com dunas litorâneas da lagoa dos Patos). Os solos com maiores restrições são osda classe VIm, mas a intensidade de sua ocorrência é menor do que no Corede Sul. A eles estão vinculadas asocorrências dos Neossolos Litólicos das unidades Pinheiro Machado e Ibaré, já descritas.

Nas cotas intermediárias, predominam os solos das classes IVe e III, às quais se relacionam os ArgissolosVermelho-Amarelos da unidade Camaquã, os Argissolos Vermelhos das unidades Alto das Canas, São Jerônimo e RioPardo e os Luvissolos Crômicos da unidade Cambaí e Hipocrômicos da unidade Piraí.

Na margem da lagoa dos Patos e na confluência do rio Camaquã, em presença de solos classe VIII e V, respecti-vamente, registram-se manchas de Neossolos Quartzarênicos da unidade Dunas e Neossolos Flúvicos da unidadeGuaíba, ambos com sérias restrições a qualquer tipo de utilização produtiva.

Na maior parte da Planície Costeira interna, entre a lagoa dos Patos e o bordo do Planalto Sul-Rio-Grandense,predominam os Planossolos Hidromórficos da unidade Pelotas, com manchas de Gleiossolos Melânicos da unidadeColégio, justamente no banhado do Colégio, área sob influência do sistema do Arroio Duro. Nas várzeas dos riosCamaquã e Jacuí e de seus tributários pela margem esquerda e direita, respectivamente, ocorrem PlanossolosHidromórficos da unidade Vacacaí.

Desse conjunto de solos, só falta caracterizar claramente a unidade Colégio.Os solos Colégio — GMe1 —, Gleissolos Melânicos eutróficos típicos, são do tipo glei húmico eutrófico, textura

média, relevo plano, substrato de sedimentos recentes. Essa unidade é constituída, predominantemente, por solos

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hidromórficos, sob grande influência do lençol freático condicionado principalmente pelo relevo. A influência do lençolfreático reflete-se no perfil pela acumulação de matéria orgânica no horizonte superficial e pela presença de coresacinzentadas nos horizontes mais profundos, que indicam processos de redução característicos da gleização.

A ausência de cores vivas nos horizontes mais profundos evidencia a formação desses solos em condições deumidade permanente, com pouca ou quase nenhuma oscilação do lençol freático.

Quimicamente, são solos fortemente ácidos (4,5 a 5,0), com soma e saturação de bases alta, com teores muitoelevados de matéria orgânica e praticamente livres de alumínio trocável.

Apresentam seqüência de horizontes A e Cg, com as seguintes características morfológicas:- horizonte A espesso (70cm), de coloração preta, argiloso, com estrutura granular francamente desenvolvida,muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, quando drenado, desenvolve estrutura prismática, atransição para o C é clara e irregular;

- horizonte C gleizado, de coloração cinzenta muito escura, a textura é franco-argilo-arenosa, é maciço e fende-seem prismas, quando drenado.

A capacidade de permuta de cátions é alta, principalmente no horizonte A.Os valores de saturação de bases são de médios a altos, aumentando gradativamente com a profundidade.A vegetação original, nesses solos, é a de banhado, com forte ação antrópica.O clima fundamental dominante é o Cfa 1 de Koeppen. A temperatura média anual é de 180C. A precipitação plu-

viométrica média anual é de 1.284mm, podendo ocorrer chuvas de 124mm em 24 horas e geadas de maio a setembro.Finalmente, ao norte da Planície Costeira externa do Corede Sul, encontra-se o Corede Litoral, limitado ao sul por

aquela região, a leste pelo Oceano Atlântico, a oeste pela lagoa dos Patos e pelo divisor de águas da bacia do rioGravataí e ao norte pelos contrafortes da Escarpa da Serra Geral.

Os solos das classes VIII e VII têm presença marcante nesse Corede, pela existência de uma morfologia muitoagressiva e íngreme no limite norte e pelos extensos campos de dunas vivas e fósseis do Litoral.

Ainda na região da Escarpa da Serra Geral, ocorrem solos com fortes limitações, pela profundidade de seu perfil,pela intensidade da pedregosidade ou pela existência de inúmeros afloramentos de rocha, que estão representadospelas classes VIpf, VIpt e VIa.

Na medida em que a morfologia se suaviza e os aclives se tornam menos pronunciados, aparecem as classesIVpt, quando o substrato é basáltico, e IVe, quando a origem dos solos são os arenitos do Aqüífero Guarani ou dunasfósseis, formadas em períodos pretéritos, através de transgressões e regressões marinhas e que não se confundemcom as formações mais recentes, mesmo que estabilizadas, porque o conteúdo em argilas é maior.

No topo do Planalto, predominam os Cambissolos Húmicos da unidade Bom Jesus, mas, nas zonas escarpadas,ocorre a associação Ciríaco-Charrua, já amplamente caracterizada.

Quando se alcança a zona de transição entre a Escarpa e a Planície, as áreas vão passando gradativamente dasclasses IVpt e IVe para as classes III, em ambientes suave-ondulados, e IVi nas várzeas. Algumas manchas deocorrência da classe V estão dispersas em vários lugares do Litoral, mas com pequena expressão espacial.

Nas cotas baixas dos vales protegidos dos rios Maquiné e Três Forquilhas, principalmente, ocorrem os ChernossolosHáplicos da unidade Vila, enquanto os terrenos suave-ondulados do nordeste da região caracterizam a classe III e osArgissolos Vermelhos da unidade Bom Retiro. Ainda em cotas intermediárias e relacionadas com as classes III e IVptou Ive, ocorrem Argissolos Vermelhos da unidade Pituva, enquanto, na Coxilha das Lombas, ou Barrocadas, predomi-nam os Argissolos Vermelho-Amarelos da unidade Itapoã.

Na zona costeira propriamente dita, ocorrem Gleissolos Melânicos da unidade Colégio, em torno da lagoa doForno, relacionados à classe V de capacidade de uso, enquanto, mais ao sul, prevalecem os Neossolos Quartzarênicoshidromórficos da unidade Curumin e os Gleissolos Melânicos da unidade Itapeva, entre a lagoa homônima e a lagoa dosQuadros. Envolvendo a lagoa do Casamento e também pertencendo à classe V de capacidade de uso, ocorrem ossolos Quartzarênicos Flúvicos da unidade Guaíba.

O Litoral propriamente dito é o ambiente de dominância total dos Neossolos Quartzarêncios da unidade Dunas,enquanto as pequenas elevações, centralizadas e mais ou menos eqüidistantes entre o mar e a lagoa, desde Capivaripara o sul, caracterizam as principais áreas de ocorrência dos Argissolos Vermelho-Amarelos da unidade Tuiá.

Completando o quadro de solos do Litoral, identifica-se um Neossolo Quartzarênico, da unidade Osório, que sedesenvolve sobre dunas estabilizadas ou fósseis, que contornam a lagoa Itapeva, e a presença marcante dos PlanossolosHidromórficos, da unidade Vacacaí, nas pequenas várzeas dos rios e arroios da região.

Esse é o Corede que apresenta a menor dotação absoluta e relativa de solos em todo o G14, enfrentando aindafortes limitações para o uso dos solos da associação Ciríaco-Charrua, que são os mais férteis do Litoral, porquecoincidem com a Floresta Atlântica, sobre a qual imperam regramentos muito firmes, evitando um uso intensivo.

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Ainda assim, as imensas várzeas, a disponibilidade absoluta de água das lagoas e a oferta de solos soltos efacilmente trabalháveis para a implantação de fruticultura são indicadores de que as potencialidades ainda não foramesgotadas.

Os solos Bom Jesus — CHa1 — são Cambissolos Húmicos alumínicos típicos, que apresentam uma seqüênciade horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A espesso, com predomínio de cores bruno muito escuras e bruno escuras, estrutura fraca a modera-damente desenvolvida, em blocos subangulares (granular no horizonte mais superficial), friável, ligeiramenteplástico e ligeiramente pegajoso, sendo plástico e pegajoso nas partes mais profundas do A, que apresenta umatransição difusa e plana para o B;

- horizonte B incipiente, com presença de fragmentos de rochas, profundo (até 240cm), bruno forte a bruno-aver-melhado, argiloso, a estrutura é em blocos subangulares, de fraca a moderadamente desenvolvida, a cerosidadeé fraca e pouca, friável, plástico e pegajoso, e a transição é gradual e plana para o C;

- horizonte C, representado pela rocha em decomposição, de coloração cinzenta.A capacidade de permuta de cátions, os teores de matéria orgânica e de alumínio trocável são altos, mas a

saturação de bases, as bases permutáveis, os teores de potássio, cálcio e fósforo são baixos.A principal limitação ao uso desses solos está relacionada à fertilidade natural, que é baixa, sendo pobres em

nutrientes disponíveis e também com acidez e teores de alumínio trocável bastante elevados.Sua utilização para a produção de grãos exigiria a aplicação de quantidades elevadas de corretivos, mais de 10t/

/ha de calcário, e práticas conservacionistas intensivas. São recomendados para a produção de frutas de clima tempe-rado, que exigem um número expressivo de horas de frio, como a maçã.

A vegetação é constituída pelos campos de altitude, com 60% a 70% de cobertura, e representada por Axonopussulfutus, Piptochaetium sp e Andropogoneas, com incidência de Trifolium sp e tendo como principal invasora a samam-baia (Pteridium sp). Aqui ocorrem os mapas de Araucárias, que identificam morfologicamente a região do topo doPlanalto.

O clima fundamental é o Cfb 1 de Koeppen, com temperatura média anual de 14,40C e precipitação de 2.468mm.É a região mais afetada por nevoeiros, e podem ocorrer chuvas torrenciais de 205mm em 24 horas e geadas de marçoa dezembro, embora numa área muito restrita do Litoral.

Os Chernossolos Háplicos órticos típicos (unidade Vila) situam-se em relevo plano, apresentando drenagemimperfeita, e são próprios para arroz irrigado, exigindo práticas de drenagem mais eficientes, quando utilizados emculturas anuais de sequeiro. Na região, essa unidade tem problemas de definição, porque se encontra em vales encai-xados com dinâmicas agressivas das águas superficiais, que apresentam crescidas violentas de verão. Existe, certa-mente, um problema de identidade cartográfica entre a capacidade de uso dos solos e o mapeamento pedológico,exatamente numa região em que o condicionamento morfológico muda rapidamente. A unidade Vila, de qualquer manei-ra, não está vinculada às classes anteriormente citadas, já que as suas características têm a ver com a classe IVi,que, na escala que foi utilizada, não foi individualizada.

Os solos Vila — MXo1 — são Chernossolos Háplicos órticos típicos, que apresentam uma seqüência de horizon-tes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A espesso (em torno de 60cm), subdividido em A1 e A3, com predomínio de cores bruno-escuras abruno-acinzentadas, a textura varia de franco-arenosa a franco-argilo-siltosa, e a estrutura é granular, fracamentedesenvolvida, ou em blocos subangulares, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, apresentandouma transição difusa e plana para o B;

- horizonte B, subdividido em B1 e B2, profundo, bruno-escuro a bruno-avermelhado escuro, a textura é franco--argilosa a argilo-siltosa, a estrutura é fraca a moderadamente desenvolvida, granular e em blocos subangulares,cerosidade forte, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte C, representado por rocha intemperizada.A capacidade de permuta de cátions, os teores de matéria orgânica, a saturação de bases, as bases permutáveis

e os teores de potássio, cálcio e fósforo apresentam valores de médios a altos.São solos intensamente utilizados com culturas anuais, dentre as quais a alfafa, o milho, o feijão, a soja, o fumo

e a olericultura, uma vez que possuem ótimas condições para a produção desse tipo de cultura, devido ao relevo planoe às boas propriedades físicas, além da fertilidade natural alta.

A vegetação natural é o mapa de galeria, já totalmente modificada pelo uso agrícola intenso.O clima fundamental é o Cfa 2 de Koeppen, com temperatura média anual de 19,60C e precipitação pluviométrica

de 1.576mm. Pode haver chuvas torrenciais de 164mm em 24 horas e geadas de abril a outubro. Períodos secos com

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déficit de umidade maior do que 100mm podem acontecer seis vezes a cada 10 anos, sendo mais freqüentes denovembro a fevereiro.

Ocorrem Argissolo Vermelhos-Amarelos distróficos arênicos da unidade Bom Retiro, de acordo com a cor quepredomina no horizonte B textural. São distróficos, porque a saturação por bases é < 50%, em função das característi-cas químicas. São arênicos, porque representam, simultaneamente, mudança textural abrupta e horizontes A ou A + Ede textura arenosa, quando o horizonte B inicia entre 50cm e 100cm de profundidade, que é também a característica daunidade Itapoã. Os da unidade Pituva são típicos, porque representam o padrão médio do perfil, sendo também típicosos da unidade Tuia, que ocorrem principalmente ao sul de Balneário Pinhal, sendo os solos agrícolas dominantes dePalmares do Sul e Mostardas.

Os Argissolos podem apresentar limitações químicas, em razão da baixa fertilidade natural (distróficos), comlimitações físicas devido à textura e à espessura da camada arenosa, com mudança abrupta, determinando suscetibilidadeà erosão hídrica. Nos Argissolos com textura arenosa, nos horizontes superficiais, e com mudança abrupta, há umarápida infiltração da água, enquanto, no horizonte B textural, a permeabilidade é menor. Conseqüentemente, a saturaçãoé alcançada tanto mais rapidamente quanto menor for a espessura dos horizontes A + E, dando início ao escorrimentosuperficial. Assim, em condições de mesma declividade, quanto mais próximo à superfície for o início do horizonte Btextural, mais rapidamente se evidencia a erosão, menor será a tolerância de perdas de solo, e maiores serão asexigências de práticas conservacionistas. Dessa forma, nos solos da classe VI, os cuidados deverão ser maiores doque na classe IV, embora esta não dispense as medidas conservacionistas.

Devido à acidez e à baixa fertilidade natural, os Argissolos exigem investimentos em corretivos e fertilizantes,para alcançar rendimentos satisfatórios, seja em campo nativo, seja na lavoura. No inverno, recomenda-se que o cultivoseja intercalado com plantas protetoras e recuperadoras do solo, como, por exemplo, a aveia, o nabo forrageiro e aervilhaca, e, no verão, que seja intercalado ou consorciado com crotalária, feijão-de-porco, mucuna e outras, em rotaçãocom pastagens. Também na fruticultura recomenda-se a intercalação com essas plantas protetoras e recuperadoras desolo.

Os solos da classe III ainda se fazem presentes na face central da região da Barrocada, cuja feição regional éconhecida como a Coxilha das Lombas, nesse caso, envoltos, tanto para o leste como para oeste, por solos da classeIVe, ambas as classes representadas pelos Argissolos Vermelhos distróficos arênicos da unidade Bom Retiro no seuextremo nordeste, próximo à lagoa dos Barros, mas com predomínio, em toda a extensão maior da Coxilha das Lom-bas, dos Argissolos Vermellho-Amarelos distróficos arênicos da unidade Itapoã.

Os Argissolos Vermelhos distróficos arênicos que ocorrem ao longo da Coxilha das Lombas, principalmente naparte noroeste do Município Capivari do Sul, têm uma importância particular, porque oferecem uma oportunidade única,nessa região, para a produção de mandioca, melancia e melão, por exemplo, mas também de frutíferas que exijamsolos soltos e de fácil penetração para as raízes.

Os solos Bom Retiro — PVd1 — são Argissolos Vermelhos distróficos arênicos que apresentam elevado grau depodzolização e seqüência de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A espesso (em torno de 65cm), com a presença de um horizonte A2, com predomínio de cores bruno--escuras a bruno-amareladas escuras, a textura é areia franca, a estrutura é maciça, ou fracamente desenvolvi-da, ou em blocos subangulares, poroso, muito friável, não plástico e não pegajoso, apresentando uma transiçãoclara ou abrupta para o B;

- horizonte B de coloração vermelho-escura, textura argilo-arenosa ou argilosa, estrutura fortemente desenvolvidaem blocos subangulares e angulares, firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;

- horizonte C, formado por rocha intemperizada, de várias colorações (em geral arenito),A capacidade de permuta de cátions, os teores de matéria orgânica, a saturação de bases, as bases permutáveis

e os teores de potássio, cálcio e fósforo apresentam valores baixos.São solos intensamente utilizados com silvicultura (acácia negra e eucalipto) e também com citricultura. Dentre as

culturas anuais, destacam-se o milho, a melancia, a abóbora e a mandioca.As principais limitações desses solos estão relacionadas com a baixa fertilidade natural e com a pequena capa-

cidade de retenção da umidade, em conseqüência da textura, que é muito arenosa.Necessitam adubação corretiva e de manutenção, bem como incorporação de matéria orgânica para melhorar as

condições físico-químicas dos mesmos.Embora a melhor utilização seja com fruticultura e silvicultura, são solos que responderiam bem a uma agricultura

anual com irrigação por aspersão, transformando-se, assim, em solos de alto potencial.A vegetação natural é a de campo grosso, formado por gramíneas, especialmente Paspalum notatum, com cober-

tura de 60% e infestação com barba-de-bode (Aristida pallens) e alecrim-do-campo (Vernonia sp).

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O clima fundamental é o Cfa de Koeppen, com temperatura média anual de 19,60C e precipitação pluviométrica de1.537mm a 1.699mm. Pode haver chuvas torrenciais de 164mm em 24 horas e geadas de abril a outubro. Períodossecos com déficit de umidade maior do que 100mm podem ocorrer sete vezes a cada 10 anos, e maior do que 300mm,uma vez, sendo mais freqüentes de novembro a março.

O solo Pituva — PVd6 — é um Argissolo Vermelho distrófico típico, com textura argilosa, relevo forte-ondulado,desenvolvido a partir de rochas básicas. Essa unidade de mapeamento conta com solos medianamente profundos(com menos de 100mm de espessura), bem drenados, vermelhos, argilosos, friáveis e apresentando um horizonte Btextural bem desenvolvido.

Quimicamente, são solos ácidos, com saturação de bases alta, com elevado teor de alumínio trocável em todo operfil, com exceção do horizonte A, onde é praticamente nulo.

Esses solos apresentam perfis bem desenvolvidos, formados por A, B e C, com as seguintes característicasmorfológicas:

- horizonte A estreito (15cm), de coloração bruno muito escura, textura franco-argilosa, estrutura fraca, emblocos subangulares, é poroso, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso, e a transição para o B égradual e plana;

- horizonte B textural, com 60cm de espessura, coloração vermelha escura, textura argila, estrutura moderada-mente desenvolvida em blocos angulares e subangulares, apresentando cerosidade fraca entre os agregados, éfriável, plástico e pegajoso, e a transição para o C é abrupta e ondulada;

- horizonte C espesso, formado por basalto intemperizado, apresentando textura argilosa, mas com alto teor desilte.

São encontrados em relevo ondulado a forte-ondulado, formado por elevações curtas, com declives de 8% a 15%,podendo ocorrer relevo mais acentuado.

A limitação desses solos ao uso agrícola quanto à fertilidade natural é de moderada a forte, por serem ácidos ecom baixos teores de nutrientes e matéria orgânica. São suscetíveis à erosão. A irrigação é aconselhável para culturasde verão. Apresentam características de relevo, profundidade e propriedades físicas desfavoráveis ao desenvolvimentoagrícola, inclusive pela intensa presença de afloramentos de rocha associados.

A vegetação dominante é a mata subtropical alta.Nas áreas onde ocorrem esses solos, predomina o tipo fundamental de clima Cfa 2 de Koeppen. A temperatura

média anual é de 19,90C, e a precipitação pluviométrica média anual é de 1.384mm. Podem ocorrer chuvas torrenciaisde 142mm em 24 horas e geadas de abril a setembro. São freqüentes os nevoeiros.

Os solos Itapoã — Pvad1 — são Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos arênicos que apresentam uma se-qüência de horizontes A, B e C bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas:

- horizonte A muito espesso (cerca de170cm), subdividido em A1, A21 e A22, de coloração bruno-clara-acinzentadae bruno-amarelada, com textura areia, sem estrutura e compactado no A22, com transição abrupta e plana parao B;

- horizonte bem espesso, bruno-avermelhado, com estrutura fracamente desenvolvida em blocos subangulares,apresentando cerosidade fraca e pouca, a textura é franco-argilo-arenosa, muito poroso, friável, muito plástico epegajoso;

- horizonte C, representado pelos sedimentos arenosos.São encontrados em relevo ondulado a suave-ondulado, com coxilhas convexas baixas.A capacidade de permuta de cátions, a saturação de bases, as bases permutáveis, o teor de matéria orgânica, e

os teores de fósforo disponíveis e de alumínio trocável apresentam valores baixos.A limitação ao uso agrícola quanto à fertilidade natural é forte, por terem baixos teores de nutrientes e matéria

orgânica. São suscetíveis à erosão. A irrigação é aconselhável para culturas de verão. No entanto, são excelentes solospara fruticultura e silvicultura e mesmo para culturas anuais, com irrigação por aspersão.

A vegetação natural é a de campo nativo pobre, com baixa cobertura e com alguns capões de mata subtropicalarbustiva, formada principalmente por mirtáceas.

Nas áreas onde ocorrem esses solos, predomina o tipo fundamental de clima Cfa 2 de Koeppen. A temperaturamédia anual é de 19,30C, e a precipitação pluviométrica média anual é de 1.322mm. Podem ocorrer chuvas torrenciaisde 145mm em 24 horas e geadas de maio a setembro. Períodos secos com déficit de umidade maior do que 100mmocorrem nos meses de novembro a março e podem incidir sete vezes a cada 10 anos, e maior do que 300mm, uma vez.