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A6 Campo Grande-MS | Sexta-feira, 26 de junho de 2020 CIDADES Áreas de risco 62 mortos Região de fronteira Transporte coletivo Fim de semana ameno Decreto vai orientar as 79 cidades sobre enfrentamento ao vírus Plano para conter COVID deve endurecer medidas em municípios Em junho, MS teve mais de 40 mortes por coronavírus PF encontra até granada em operação contra facção Moradores do bairro Marcos Roberto reclamam do número reduzido de veículos Frente fria provoca chuva tímida na Capital Amanda Amorim Medidas mais rígidas em regiões com alto índice de contágio do novo corona- vírus: esta é a nova estra- tégia do governo do Estado para conter a disseminação do vírus. No decreto que deve ser publicado hoje (26), os dados citam o fechamento do comércio e restrição de algumas atividades para que a economia e a saúde andem em conjunto. Mas essas me- didas não devem atingir Mato Grosso do Sul como um todo, já que as regiões que apresentam o vírus sob controle podem passar por flexibilizações. O anúncio do novo plano de combate foi realizado pelo governador Reinaldo Azambuja, ontem (25), durante transmissão on-line. A produção do plano de combate contou com a par- ticipação da OPAS (Orga- nização Pan-Americana da Saúde) e da SES (Secre- taria de Estado de Saúde), e o plano terá como função orientar os 79 municípios. “Vamos publicar um de- creto que norteia as ações de saúde e questões eco- nômicas, dá para trabalhar conjuntamente. Nós vamos nortear os locais em que Rafaela Alves O transporte coletivo também sofreu diversas al- terações diante da pandemia da COVID-19, tendo, inclusive, as atividades suspensas por 15 dias, entre os dias 20 de março e 5 de abril. Muitas linhas também tiveram mu- dança no itinerário e essas alterações não estão agra- dando aos usuários, como é o caso dos moradores da região do Marcos Roberto e da Vila Nhanhá. Isso porque a linha 121 (Marcos Roberto/Terminal Bandeirantes) deixou de ir até o centro da cidade e de circular, justamente, dentro do próprio bairro que dá o nome à linha, o Marcos Roberto. De acordo com a vice- -presidente da Vila Nhanhá, Rose Pereira, no local moram muitas diaristas que estão tendo de usar aplicativos de locomoção para conseguir tra- balhar. “Pelo que andei con- versando, estão pagando para trabalhar. Tem uma [mora- dora] mesmo que me disse que paga R$ 40 para atender uma de suas clientes. É um absurdo o que fizeram com a gente e, o pior, sem avisar. Ninguém nem sabe mais o horário que passa, qual o itinerário, sabemos que agora ele vai para o terminal Bandeirantes, não vai mais até o centro da cidade e dentro do bairro Marcos Roberto”, revelou. Outra moradora que re- clamou das alterações é a Lin- dinalva Cardoso, de 41 anos. O filho ficou horas no ponto aguardando e nada do ônibus. “Meu filho ficou das 7h às 9h no ponto e nada do ônibus, ele até perdeu o curso”, assegurou. A diarista Cristina Maria, 55 anos, não tem problemas só com a linha 121 (Marcos Ro- berto). “Às segundas-feiras faço duas diárias no Tira- dentes, uma na Avenida Mar- quês de Lavradio e outra na Rua Rogério Cavalari, e como dá uma boa distância, eu uti- lizo do transporte público. A linha 102 (Guaicurus/Hércules Maymone), no entanto, desde o início da pandemia ela parou de rodar depois das 8h30 e só retorna às 15h”, afirmou. A situação dos ônibus deve continuar assim por tempo in- Dayane Medina A estação mais gelada do ano tem sua primeira frente fria no Estado e a previsão é de que tenha queda de tem- peratura nos próximos dias. Há possibilidades de chuva em alguns municípios de Mato Grosso do Sul, mas a umidade relativa do ar deve perma- necer baixa. Com a chegada da frente fria, veio a chuva, quebrando o período de 23 dias de estiagem em Campo Grande. Porém, as pancadas de ontem (25) foram isoladas. Segundo a previsão do Cemtec-MS (Centro de Mo- nitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), a atuação de uma massa de ar frio é esperada de hoje a do- mingo (28), provocando queda de temperatura. A umidade relativa do ar ficará ainda com variação estimada entre 30% e 95%. As temperaturas caem e chegam a 11°C no sul do Estado. Hoje (26), em Campo Grande, a temperatura varia entre 19°C e 26°C com pan- cadas de chuva e trovoadas iso- ladas. Amanhã (27), a Capital terá uma manhã fresca com pancadas de chuva isolada; a mínima será de 14°C e a má- xima não vai passar dos 22°C. Domingo (28) os termômetros voltam a registrar aumento na temperatura e já não chove mais. A mínima será de 16°C e a máxima de 26°C. Mariana Moreira Mato Grosso do Sul re- gistrou 322 novos casos de COVID-19 em 24 horas. Con- forme o boletim epidemioló- gico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), as novas confirmações elevaram para 6.523 casos em todo o Estado. Ontem (25) foram registradas 62 mortes pela doença em MS, 41 em junho, e 22 apenas nesta semana. Dos 6.523 casos confirmados, 3.109 estão em isolamento domiciliar, 3.191 estão sem sintomas e são con- siderados recuperados. Cerca de 166 pacientes estão internados, sendo 109 em hospitais públicos e 57 em hospitais privados. A taxa de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), com casos suspeitos e confirmados, chegou a 36%. Quando se- paradas por macrorregiões, as taxas são ainda maiores: Campo Grande possui 73% de ocupação dos leitos de UTI; Dourados (55%); Três Lagoas (49%), e Corumbá (75%). Três pacientes internados são pro- cedentes de fora do Estado. Campo Grande foi o mu- nicípio que mais registrou novos casos da doença, com 108 confirmações. A Capital possui 1.554 casos confir- mados. Dourados perma- nece como o epicentro da doença no Estado, com mais 97 confirmações, somando 2.247 casos. O número de municípios com registros da COVID-19 representa 82% de todo o Estado: das 79 cidades, 65 possuem casos confirmados da doença. Infectada por COVID em hospital Um dos casos que cha- maram a atenção foi a morte por COVID-19 de uma pessoa de 32 anos, em Dourados, muni- cípio distante 228 quilômetros de Campo Grande. A vítima estava internada no Hospital da Vida e contraiu o COVID-19 enquanto se recuperava de um acidente de trânsito. A informação foi confirmada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) de que a infecção ocorreu intra-hospitalar. Ela estava internada desde o dia 14 de junho com trau- matismo cranioencefálico provocado pelo acidente e foi diagnosticada com o vírus no dia 18 de junho. Conforme a secretaria estadual, a mulher não tinha comorbidades rela- tadas. (Colaborou RA) Rafael Ribeiro Além das 14 granadas en- contradas por agentes da Po- lícia Federal durante a Ope- ração Exílio, desencadeada na manhã de ontem (25) em Mato Grosso do Sul, di- nheiro, armamento pesado e maconha foram apreendidos pelas equipes durante cumpri- mento de mandados de busca e apreensão. Um foragido da Justiça foi encontrado e cap- turado durante a ação. Os números fazem parte do ba- lanço parcial divulgado ainda na quinta-feira. De acordo com a PF, nos locais onde os policiais cum- priram as ordens judiciais ocorreram apreensões de quatro fuzis, duas pistolas Glock, R$ 50 mil em espécie, além de 250 quilos de ma- conha e sete veículos de luxo. A Operação Exílio, como foi batizada, visa desarticular a atuação do PCC na fronteira com o Paraguai. A quadrilha investigada é liderada por in- divíduos foragidos do sistema prisional paulista, os quais seriam vinculados ao grupo criminoso que vieram se es- conder na região. Eles, segundo a polícia, seriam responsáveis por co- mandar ações de interesse do PCC em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, ocupando imóveis de alto valor agregado e transitando em veículos de luxo, adqui- ridos com valores oriundos da prática de atividades cri- minosas. São cumpridos 10 mandados de busca e apre- ensão expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Porã, em endereços localizados em Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A operação foi deno- minada “Exílio” em razão da descoberta de que indivíduos foragidos e vinculados ao PCC teriam buscado abrigo na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, se passando por empresários mediante uso de documentos falsos e reali- zando atividades delituosas. temos uma contaminação maior, a restrição muitas vezes de algumas atividades, sem pa- ralisação, que podem conjunta- mente trabalhar, preservando a saúde e preservando a atividade econômica”, frisou Reinaldo. As medidas tomadas no início da pandemia levaram o Estado a registrar, até o momento, o menor número de contaminações e mortes do país em relação aos outros es- tados da Federação. MS possui uma das maiores liberdades nas atividades econômicas ainda. “Isso mostra que dá para nós continuarmos tra- balhando cientificamente res- peitando os profissionais de saúde e encaminhando essas questões [econômicas]”, rei- terou o governador. Epicentro me MS Dourados é o município com o maior número de casos e mortes do Estado, porém, além do fato de o vírus se transmitir muito rápido, a irresponsabili- dade da população pode estar influenciando no alto índice registrado. Até ontem (25), o município tinha mais de 2,2 mil casos e 17 mortes. Para o representante do sindicato de enfermagem do município, Sandro Menezes Avalos, as novas medidas ana- lisadas pelo governo do Estado podem conscientizar a popu- lação em relação ao vírus, isso porque mesmo aqueles casos sob suspeita não cumprem o isolamento. “Eu faço o acom- panhamento desses casos aqui [em Dourados], e, aqueles que apresentam suspeita do vírus precisam ficar em isolamento, mas não é isso que vem ocor- rendo. As pessoas seguem sua vida, trabalhando, circulando pela cidade e só param quando vem a confirmação”, revelou. Portanto, medidas mais rígidas podem ajudar a colocar fim nos casos de irresponsabilidade. “Acaba sendo preciso que se tome medidas mais drásticas, com restrição do comércio e impedir a população de ir e vir, pois os casos têm crescido e o número de internações, aumen- tando, os leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] já estão muito ocupados”, pontuou. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Dourados, mas até o fechamento desta edição não foi atendida. Edemir Rodrigues determinado, já que uma ordem de serviço emitida pela Agetran (Agência Municipal de Trans- porte e Trânsito) autoriza o número de veículos que circula hoje na cidade, em função da pandemia. Segundo o diretor- -presidente, Janine Bruno, desde o início da pandemia os ônibus foram reduzidos. A medida se deu porque, em um primeiro momento, em março, o transporte foi paralisado após decreto municipal. Posterior- mente, voltou a rodar apenas para profissionais de saúde. Com as flexibilizações em abril, o número vem subindo grada- tivamente, mas não chegou ao que era antes da pandemia. Bruno destacou que antes eram cerca de 497 veículos rodando, mas, atualmente, rodam cerca de 68% da frota em função da queda de usuá- rios. Assim, a Agetran emitiu uma ordem de serviço com o número de veículos que devem circular. “É de acordo com a demanda. O número de passa- geiros caiu muito, hoje, temos cerca de 35%.” No entanto, Janine garantiu que o número de veículos aumenta conforme a demanda. “Se tiver aumento no número de passageiros, a gente vai aumentar os ônibus, mas hoje, já se opera com uma capacidade muito alta. Temos entre 34% e 35% de passa- geiros e estamos utilizando 68% da frota”, afirmou. Nilson Figueiredo PF/Divulgação

62 mortos Áreas de risco Em junho, MS teve mais …2020/06/26  · Cemtec-MS (Centro de Mo-nitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), a atuação de uma massa de ar frio

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Page 1: 62 mortos Áreas de risco Em junho, MS teve mais …2020/06/26  · Cemtec-MS (Centro de Mo-nitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), a atuação de uma massa de ar frio

A6 Campo Grande-MS | Sexta-feira, 26 de junho de 2020 cidadES

Áreas de risco62 mortos

Região de fronteira

Transporte coletivo

Fim de semana ameno

Decreto vai orientar as 79 cidades sobre enfrentamento ao vírus

Plano para conter COVID deve endurecer medidas em municípios

Em junho, MS teve mais de 40 mortes por coronavírus

PF encontra até granada em operação contra facção

Moradores do bairro Marcos Roberto reclamam do número reduzido de veículos

Frente fria provoca chuva tímida na Capital

Amanda Amorim

Medidas mais rígidas em regiões com alto índice de contágio do novo corona-vírus: esta é a nova estra-tégia do governo do Estado para conter a disseminação do vírus. No decreto que deve ser publicado hoje (26), os dados citam o fechamento do comércio e restrição de algumas atividades para que a economia e a saúde andem em conjunto. Mas essas me-didas não devem atingir Mato Grosso do Sul como um todo, já que as regiões que apresentam o vírus sob controle podem passar por flexibilizações. O anúncio do novo plano de combate foi realizado pelo governador Reinaldo Azambuja, ontem (25), durante transmissão on-line.

A produção do plano de combate contou com a par-ticipação da OPAS (Orga-nização Pan-Americana da Saúde) e da SES (Secre-taria de Estado de Saúde), e o plano terá como função orientar os 79 municípios. “Vamos publicar um de-creto que norteia as ações de saúde e questões eco-nômicas, dá para trabalhar conjuntamente. Nós vamos nortear os locais em que

Rafaela Alves

O transporte coletivo também sofreu diversas al-terações diante da pandemia da COVID-19, tendo, inclusive, as atividades suspensas por 15 dias, entre os dias 20 de março e 5 de abril. Muitas linhas também tiveram mu-dança no itinerário e essas alterações não estão agra-dando aos usuários, como é o caso dos moradores da região do Marcos Roberto e da Vila Nhanhá. Isso porque a linha 121 (Marcos Roberto/Terminal Bandeirantes) deixou de ir até o centro da cidade e de circular, justamente, dentro do próprio bairro que dá o nome à linha, o Marcos Roberto.

De acordo com a vice--presidente da Vila Nhanhá, Rose Pereira, no local moram muitas diaristas que estão tendo de usar aplicativos de locomoção para conseguir tra-balhar. “Pelo que andei con-versando, estão pagando para trabalhar. Tem uma [mora-dora] mesmo que me disse que paga R$ 40 para atender uma de suas clientes. É um absurdo

o que fizeram com a gente e, o pior, sem avisar. Ninguém nem sabe mais o horário que passa, qual o itinerário, sabemos que agora ele vai para o terminal Bandeirantes, não vai mais até o centro da cidade e dentro do bairro Marcos Roberto”, revelou.

Outra moradora que re-clamou das alterações é a Lin-dinalva Cardoso, de 41 anos. O filho ficou horas no ponto aguardando e nada do ônibus. “Meu filho ficou das 7h às 9h no ponto e nada do ônibus, ele até perdeu o curso”, assegurou. A diarista Cristina Maria, 55 anos, não tem problemas só com a linha 121 (Marcos Ro-berto). “Às segundas-feiras faço duas diárias no Tira-dentes, uma na Avenida Mar-quês de Lavradio e outra na Rua Rogério Cavalari, e como dá uma boa distância, eu uti-lizo do transporte público. A linha 102 (Guaicurus/Hércules Maymone), no entanto, desde o início da pandemia ela parou de rodar depois das 8h30 e só retorna às 15h”, afirmou.

A situação dos ônibus deve continuar assim por tempo in-

Dayane Medina

A estação mais gelada do ano tem sua primeira frente fria no Estado e a previsão é de que tenha queda de tem-peratura nos próximos dias. Há possibilidades de chuva em alguns municípios de Mato Grosso do Sul, mas a umidade relativa do ar deve perma-

necer baixa. Com a chegada da frente fria, veio a chuva, quebrando o período de 23 dias de estiagem em Campo Grande. Porém, as pancadas de ontem (25) foram isoladas.

Segundo a previsão do Cemtec-MS (Centro de Mo-nitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), a atuação de uma massa de ar

frio é esperada de hoje a do-mingo (28), provocando queda de temperatura. A umidade relativa do ar ficará ainda com variação estimada entre 30% e 95%. As temperaturas caem e chegam a 11°C no sul do Estado.

Hoje (26), em Campo Grande, a temperatura varia entre 19°C e 26°C com pan-

cadas de chuva e trovoadas iso-ladas. Amanhã (27), a Capital terá uma manhã fresca com pancadas de chuva isolada; a mínima será de 14°C e a má-xima não vai passar dos 22°C. Domingo (28) os termômetros voltam a registrar aumento na temperatura e já não chove mais. A mínima será de 16°C e a máxima de 26°C.

Mariana Moreira

Mato Grosso do Sul re-gistrou 322 novos casos de COVID-19 em 24 horas. Con-forme o boletim epidemioló-gico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), as novas confirmações elevaram para 6.523 casos em todo o Estado. Ontem (25) foram registradas 62 mortes pela doença em MS, 41 em junho, e 22 apenas nesta semana. Dos 6.523 casos confirmados, 3.109 estão em isolamento domiciliar, 3.191 estão sem sintomas e são con-siderados recuperados.

Cerca de 166 pacientes estão internados, sendo 109 em hospitais públicos e 57 em hospitais privados. A taxa de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), com casos suspeitos e confirmados, chegou a 36%. Quando se-paradas por macrorregiões, as taxas são ainda maiores: Campo Grande possui 73% de ocupação dos leitos de UTI; Dourados (55%); Três Lagoas (49%), e Corumbá (75%). Três pacientes internados são pro-cedentes de fora do Estado.

Campo Grande foi o mu-nicípio que mais registrou novos casos da doença, com

108 confirmações. A Capital possui 1.554 casos confir-mados. Dourados perma-nece como o epicentro da doença no Estado, com mais 97 confirmações, somando 2.247 casos. O número de municípios com registros da COVID-19 representa 82% de todo o Estado: das 79 cidades, 65 possuem casos confirmados da doença.

Infectada por COVID em hospitalUm dos casos que cha-

maram a atenção foi a morte por COVID-19 de uma pessoa de 32 anos, em Dourados, muni-cípio distante 228 quilômetros de Campo Grande. A vítima estava internada no Hospital da Vida e contraiu o COVID-19 enquanto se recuperava de um acidente de trânsito. A informação foi confirmada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) de que a infecção ocorreu intra-hospitalar.

Ela estava internada desde o dia 14 de junho com trau-matismo cranioencefálico provocado pelo acidente e foi diagnosticada com o vírus no dia 18 de junho. Conforme a secretaria estadual, a mulher não tinha comorbidades rela-tadas. (Colaborou RA)

Rafael Ribeiro

Além das 14 granadas en-contradas por agentes da Po-lícia Federal durante a Ope-ração Exílio, desencadeada na manhã de ontem (25) em Mato Grosso do Sul, di-nheiro, armamento pesado e maconha foram apreendidos pelas equipes durante cumpri-mento de mandados de busca e apreensão. Um foragido da Justiça foi encontrado e cap-turado durante a ação. Os números fazem parte do ba-lanço parcial divulgado ainda na quinta-feira.

De acordo com a PF, nos locais onde os policiais cum-priram as ordens judiciais ocorreram apreensões de quatro fuzis, duas pistolas Glock, R$ 50 mil em espécie, além de 250 quilos de ma-conha e sete veículos de luxo. A Operação Exílio, como foi batizada, visa desarticular a atuação do PCC na fronteira com o Paraguai. A quadrilha investigada é liderada por in-

divíduos foragidos do sistema prisional paulista, os quais seriam vinculados ao grupo criminoso que vieram se es-conder na região.

Eles, segundo a polícia, seriam responsáveis por co-mandar ações de interesse do PCC em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, ocupando imóveis de alto valor agregado e transitando em veículos de luxo, adqui-ridos com valores oriundos da prática de atividades cri-minosas. São cumpridos 10 mandados de busca e apre-ensão expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Porã, em endereços localizados em Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A operação foi deno-minada “Exílio” em razão da descoberta de que indivíduos foragidos e vinculados ao PCC teriam buscado abrigo na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, se passando por empresários mediante uso de documentos falsos e reali-zando atividades delituosas.

temos uma contaminação maior, a restrição muitas vezes de algumas atividades, sem pa-ralisação, que podem conjunta-mente trabalhar, preservando a saúde e preservando a atividade econômica”, frisou Reinaldo.

As medidas tomadas no início da pandemia levaram o Estado a registrar, até o momento, o menor número de contaminações e mortes do país em relação aos outros es-tados da Federação. MS possui uma das maiores liberdades nas atividades econômicas ainda. “Isso mostra que dá para nós continuarmos tra-balhando cientificamente res-peitando os profissionais de saúde e encaminhando essas questões [econômicas]”, rei-terou o governador.

Epicentro me MS Dourados é o município com

o maior número de casos e mortes do Estado, porém, além do fato de o vírus se transmitir muito rápido, a irresponsabili-dade da população pode estar influenciando no alto índice registrado. Até ontem (25), o município tinha mais de 2,2 mil casos e 17 mortes.

Para o representante do sindicato de enfermagem do município, Sandro Menezes Avalos, as novas medidas ana-lisadas pelo governo do Estado podem conscientizar a popu-lação em relação ao vírus, isso porque mesmo aqueles casos sob suspeita não cumprem o isolamento. “Eu faço o acom-panhamento desses casos aqui [em Dourados], e, aqueles que

apresentam suspeita do vírus precisam ficar em isolamento, mas não é isso que vem ocor-rendo. As pessoas seguem sua vida, trabalhando, circulando pela cidade e só param quando vem a confirmação”, revelou. Portanto, medidas mais rígidas podem ajudar a colocar fim nos casos de irresponsabilidade. “Acaba sendo preciso que se tome medidas mais drásticas, com restrição do comércio e impedir a população de ir e vir, pois os casos têm crescido e o número de internações, aumen-tando, os leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] já estão muito ocupados”, pontuou.

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Dourados, mas até o fechamento desta edição não foi atendida.

Edemir Rodrigues

determinado, já que uma ordem de serviço emitida pela Agetran (Agência Municipal de Trans-porte e Trânsito) autoriza o número de veículos que circula hoje na cidade, em função da pandemia. Segundo o diretor--presidente, Janine Bruno, desde o início da pandemia os ônibus foram reduzidos. A medida se deu porque, em um primeiro momento, em março, o transporte foi paralisado após decreto municipal. Posterior-mente, voltou a rodar apenas para profissionais de saúde. Com as flexibilizações em abril, o número vem subindo grada-tivamente, mas não chegou ao que era antes da pandemia.

Bruno destacou que antes

eram cerca de 497 veículos rodando, mas, atualmente, rodam cerca de 68% da frota em função da queda de usuá-rios. Assim, a Agetran emitiu uma ordem de serviço com o número de veículos que devem circular. “É de acordo com a demanda. O número de passa-geiros caiu muito, hoje, temos cerca de 35%.” No entanto, Janine garantiu que o número de veículos aumenta conforme a demanda. “Se tiver aumento no número de passageiros, a gente vai aumentar os ônibus, mas hoje, já se opera com uma capacidade muito alta. Temos entre 34% e 35% de passa-geiros e estamos utilizando 68% da frota”, afirmou.

Nilson Figueiredo

PF/Divulgação