20
Bragança Paulista Sexta 6 Julho 2012 Nº 647 - ano X [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

647

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição 06.07.2012

Citation preview

Page 1: 647

B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta6 Julho 2012

Nº 647 - ano [email protected]

11 4032-3919

jorn

al

do

me

io

Page 2: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 6472

No dia 30 de junho os parti-dos políticos sacramentaram seus candidatos aos cargos

de vereador e de prefeito municipal. Precedida de negociações, boatos, fofocas, vai-não vai, a data limite levou a todos para a definição daqueles que se apresentarão para serem votados. Em fins de maio a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fez publicar uma mensagem a respeito das eleições do próximo mês de outubro. Seu desejo é iluminar e ajudar aos cristãos de fé católica - e a todas as pessoas que comungam os mesmos valores - a exercerem seu sagrado direito-dever de votar de maneira livre e consciente. Lem-brando a palavra do Papa Bento XVI, na encíclica “Deus Caritas est” a mensagem diz: “A sociedade justa, sonhada por todos, deve ser realizada pela política” e que “a Igreja não pode nem deve ficar à margem da luta pela justiça”. Para o cristão, participar do processo politico-eleitoral, impulsionado

pela fé, é tornar presente a ação de Deus que aponta o caminho e inspira os que se comprometem com a construção da justiça e da paz. Lembra a mensagem que as eleições municipais tem caracterís-tica própria em relação às outras eleições. Há uma participação maior dos eleitores porque os candidatos são mais visíveis e mais próximos. Votar bem é grave porque um mau voto de consequências desastrosas. As eleições são um momento im-portante para investir nos valores da cidadania. São momento de ver de perto o perfil dos candidatos, seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Lembrando o Papa Paulo VI, na encíclica “Octogesima advenies”, a mensagem lembra que “a política é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros”. A realidade destes últimos tempos tem colocado a política partidária no mais baixo

grau de estima pública. Chega-se ao ponto de dizer que a política não interessa (negando o principio fundamental que regula a arte da convivência). Claro que o que não interessa é a política partidária tal qual a vemos ser notícia: corrupção, conchavos, rasteiras, perseguições, compadrios, currais e cabrestos. Tenho sempre afirmado que os cristãos tem dever gravíssimo de testemunhar seu empenho para que aqueles que se apresentam aos diferentes cargos possam sentir-se acompanhados pelo eleitorado, sendo auxiliados a ver prioridades, a realiza-las e sejam questionados quando os interesses deixam de ser comuns para serem particu-larizados. Candidatos e eleitores cristãos não podem separar a sua expressão de fé e o contexto do exercício dos votos e das atribui-ções dos cargos públicos. Deve ficar claro aqui, e pretendo voltar ao assunto, que se exclui qualquer ação dos ministros ordenados da Igreja (diáconos, padres, bispos)

que se fixe em partidos políticos. Não lhes é permitida participação direta nas disputas partidárias. A não ser com o afastamento dos encargos eclesiais. Não se exclui, todavia, a reflexão, o debate, a conversa sobre a realidade que está em jogo e os critérios para que se possam atingir as metas e quem deva trabalhar mais de perto para construí-las. Superar os ditos “não vale a pena”, “ninguém presta”, “se for bom e entrar, se estraga tam-bém”, “todos roubam” me parece o primeiro desafio a ser vencido. Por mais que a realidade possa ser desanimadora alguém será eleito. Daí não ser possível a desistência de votar. Somente exercendo o voto se tem moral para cobrar. A omissão torna responsável pelo mal que possa advir. Há que se ter clareza que o sistema democrático, na sua imperfeição, é o que de melhor se criou para atender ao leque das opiniões. Do debate das ideias se deve chegar ao compromisso da unidade. Não

é um caminho fácil. Mesmo por-

que cada qual deseja a sardinha

assada a seu modo. Mas é preciso

ter claro que outros caminhos

não contemplam o conjunto tão

diversificado que constrói nossas

cidades. E, normalmente, haverá

sempre alguém que ficara fora da

repartição dos bens gerados pela ação

política. Isso é injusto e aprofunda

o abismo das diferenças de quem

deve ser sempre igual diante dos

valores das legislações humanas e,

principalmente, diante da mente

divina que criou o ser humano e

o predestinou a ser filho no

Filho (Efésios 1,3-14).

Mons. Giovanni Barrese

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Carlos Henrique Picarelli(MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

Foi dada a largada!

Page 3: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 3

Ela andou de bicicleta até os cem anos, caminhou sozinha até os 115 e fumou até os 117. Costumava comer 1 kg de

chocolate por semana e bebeu um copo de vinho por dia até sua morte, aos 122 anos. A longevidade de pessoas como a francesa Jeanne Calment (1875-1997), a que mais tempo viveu, tem sido estudada por grupos internacionais e foi discutida durante o Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, que terminou ante-ontem no Rio. Genes? Dieta? Exercícios? Atitudes positivas? Vida social? A ciência já sabe que a genética responde por até 30% da longevidade. O resto está associado a estilo de vida e fatores socioambientais, muitos dos quais passíveis de mudanças e adaptações. Os pesquisadores entendem que a longevidade extrema, acima de 110 anos, é para poucos. Há 70 supercentenários no mundo (65 mulheres e cinco homens). Outros 400 alegam essa condição, mas não têm documentos que a comprovem. Só no Brasil, já são quase 24 mil centenários, segundo o IBGE. Bahia (3.525), São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597) são os Estados com a maior concentração.

Preparo Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), um projeto reúne 245 idosos acima de 80 anos, sem queixas específicas, e os prepara para a che-gada ao centenário. Ali, fazem exames, adequam medicações e recebem orientações sobre sono, memória, dieta e atividade física. “Muitos dos nossos pacientes serão centenários a partir deste ano. Estamos avaliando o quanto é possível manter a sobrevida sem incapacida-de física, mental, emocional e social”, afirma a médica Maysa Seabra Cendoroglo, professora de geriatria e gerontologia da Unifesp. E é possível viver muito e chegar ao fim com independência? “A busca por essa resposta vem sendo motivo de muitos estudos. As propostas apontam para a necessidade de se manter uma boa dieta, uma atividade física permanente e prolongada e um estímulo cognitivo”, explica a médica. Mas isso adianta mesmo para quem não tenha “bons” genes? “Sim. Pode ser que você não chegue aos cem anos, mas vai chegar aos 80, aos 90, ativo, independente. O que importa é fazer o máximo que eu posso até o finzinho.”

Também é possível ser feliz aos cem anos, mes-mo com doenças e após a perda de filhos, diz a psicóloga alemã Dagmara Wosniak, que fez um estudo com 56 centenários de Heidelberg. Quase metade deles vivia em instituições e 82% dependiam do auxílio de enfermeiras. A extroversão, a cognição e uma rede social preservada (família e/ou amigos) foram os fatores mais associados à felicidade nessa fase da vida, segundo ela. “O otimismo aumenta a vontade de viver.”

Políticas O aumento da longevidade também tem levado os especialistas da área a propor abordagens diferentes para cada grupo etário de idosos. “Um idoso de 65 anos não é o mesmo de um com 80, que não é o mesmo de um de cem. Hoje colocamos tudo no mesmo saco”, diz o médico Alexandre Kalache, que já dirigiu o programa de envelhecimento da OMS (Or-ganização Mundial da Saúde). Para ele, o Brasil vai mal na execução de po-líticas que possibilitem um envelhecimento saudável, seja na prevenção de doenças que incapacitam o idoso seja em instrumentos que o protejam e que garantam seus direitos. Resultados preliminares do estudo Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), desenvolvido pela USP, já refletem um cenário nada cor-de- rosa. O trabalho monitora como os idosos de São Paulo estão envelhecendo. Três grupos acima de 60 anos vêm sendo acompanhados. Um grupo começou a ser seguido em 2000, outro em 2006 e o último, há dois anos. Segundo a médica Maria Lúcia Lebrão, profes-sora da Faculdade de Saúde Pública da USP, os “novos” idosos parecem estar mais doentes, com menos mobilidade, por exemplo. “A previsão é que as novas gerações de idosos sejam menos saudáveis. Temos ao nosso favor as novas tecnologias. Mas será que elas trazem mais qualidade de vida?” Okinawa Japão Por lá, há 34 centenários por 100 mil habitantes (a média dos países desenvolvidos é de 19 a 20 por 100 mil). Os moradores de Okinawa têm proteção genética, seguem dieta hipocalórica (rica em verduras, frutas e fibras) e não fumam

Curiosidade Param de comer quando estão 80% satisfeitos Povoado de Vilcabamba Equador Não há estudos que comprovem isso, mas no livro “Eterna Juventud - Vivir 120 Años” (editora Planeta), o médico e escritor argentino Ricardo Coler relata que os centenários dessa localidade fumam, bebem álcool, comem muito sal, tomam muito café e até usam drogas. Ainda assim, muitos viveriam até os 110 ou 120 anos Curiosidade Os centenários dizem que têm vida sexual ativa Adventistas dessa região estão entre os campeões da longevidade na América do Norte Não bebem, não fumam e não comem carne de porco. Também desestimulam o consumo de outras carnes, alimentos muito gordurosos, bebidas com cafeína, condimentos e temperos considerados “estimulantes” Curiosidade Guardam o descanso no sábado, dia em que socializam com outros membros da igreja Região da Sardenha Itália São 24 centenários por 100 mil habitantes (três vezes mais do que a média europeia) Além da dieta mediterrânea e do consumo de vinho, a longevidade é associada à deficiência de uma enzima (glicose-6-fosfato desidrogenase), que também teria criado um mecanismo de defesa contra a malária Curiosidade Uma saudação sarda é “A kent’annos” (“Que você viva cem anos”) “Centenários são pessoas moderadas”, diz pesquisador Há quase 20 anos estudando os centenários, Thomas Perls, professor da Universidade de Boston, pesquisa agora um grupo ainda mais seleto: os supercentenários, que passaram dos 110 anos. Segundo Perls, a resposta para a longevidade extrema está nos genes. Mas ele aposta que mesmo os que não tenham uma boa herança genética poderão viver mais se cultivarem hábitos saudáveis. Um dos autores do best-seller “Living at 100”, Perls costuma dizer que estará muito satisfeito se viver bem até os 95. O médico falou à Folha na última terça, no Rio, onde participou de um

congresso de geriatria. (CC) Repórter -Ainda é muito difícil se tornar um centenário? Thomas Perls - Tem se tornado cada vez mais fácil. Quando comecei a estudar os centenários, em 1994, havia 1 em 10 mil na população dos EUA. Hoje, há 1 em 5.000. Conseguimos melhorar as condições de saúde e curar muitos que antes morriam de doenças infecciosas, por exemplo. As pessoas estão controlando mais doenças como diabetes e hipertensão e estão parando de fumar. Isso tudo tem impacto na longevidade. É possível chegar bem aos cem, mesmo com doenças? Por muito tempo, as pessoas pensavam que, para chegar aos cem, você tinha que evitar doenças relacionadas à idade. Mas não é verdade. O mais importante é evitar as disfunções. Mais de 90% dos centenários que estudamos eram funcionalmente independentes [andavam, comiam e tomavam banho sozinhos] aos 90, mesmo tendo doenças relacionadas ao envelhe-cimento [como câncer, osteoporose, diabetes]. Mesmo pessoas que não tenham “bons” genes para a longevidade podem viver mais se tiverem bons hábitos. Qual o perfil dos centenários? A maioria, 85%, é mulher. São pessoas que nunca fizeram coisas ao extremo, são moderadas. Não beberam muito, não fumaram, não são obesos. São muito sociáveis, gostam de estar vivos. O sr. tem estudado agora os supercentená-rios. Qual é o segredo deles? A longevidade dessas pessoas tem um forte componente genético. Elas representam a melhor chance para estudarmos os genes protetores e os seus mecanismos bioquímicos e, quem sabe, desenvolver medicamentos que ajudem pessoas que não têm os mesmos genes. Mas é só genética? Para essas pessoas com longevidade extrema, sim. Os genes respondem por 60% a 70% da longevidade. Qual foi a pessoa mais longeva que o sr. estudou? Uma senhora de 119 anos, a segunda pessoa que mais viveu no mundo. Morreu em 1997. Cinco anos antes, era muito independente. Em geral, os supercentenários seguem bem até os 109 anos. Aí começam a decair.

por saBine riGHeTTi/folHapress

saúde

cem anos fórmula para chegar bem aos

Brasil tem quase 24 mil centenários e, no mundo, são 70 com mais de 110 anos; desafio é manter a independência

Page 4: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 6474

Começar – e manter - um relacio-

namento pela internet não é fácil,

mas é possível. Normalmente a

aproximação começa em salas de bate-papo

ou em sites especializados em namoros

virtuais. Os frequentadores são pessoas à

procura de relacionamentos e /ou compa-

nhia que se permitem experimentar uma

nova maneira de conhecer alguém. Outra

maneira de se começar um relacionamento

virtual é através da ajuda de amigos em

comum, via facebook, msn ou qualquer

outro canal em que se possa conhecer um

pouco mais da pessoa com que pretende

uma aproximação. Em qualquer uma das

formas, o mais comum é que as pessoas

morem próximas, para facilitar no futuro

a aproximação física. O relacionamento

começa na internet, mas a ideia é que, de-

pois de um período, passe a ser “cara a cara”.

Foi mais ou menos assim com Yuri Mayal

e Carolina Leme Tardelli. No caso deles, o

inusitado foi a maneira como começaram a

se relacionar e a distância territorial em que

estavam. Enquanto Yuri mantinha um blog

sobre literatura onde postava os contos que

ele mesmo escrevia, lá em Recife, enquanto

Carolina era sua leitora assídua, aqui em

Bragança. Os primeiros contatos foram por

meio dos comentários que Carolina deixava

no blog, os quais Yuri passou a responder.

Aos poucos os comentários – e as respostas

– passaram a ser mais frequentes. Até que,

um ano depois, Yuri decidiu pedir o msn da

moça, e as conversas passaram a ser diárias.

Namoro à distânciaYuri conta que no começo ele achou que

Carolina era uma senhora, pois a data de

nascimento que ela tinha colocado no perfil

que utilizava no blog era 1924. “E eu acredi-

tei”, ele ri. As conversas que mantinham até

o momento sempre estavam relacionadas

à literatura e aos contos de Yuri e tinham

frequência de um mês entre o comentário

dela e a resposta dele. Com a aproximação

via msn (bate-papo em que as pessoas se

cadastram através do email uma da outra) e a

descoberta de que além do mesmo interesse

eles tinham também a mesma faixa etária,

a relação começou a fluir mais rapidamen-

te. De acordo com o casal, o tempo entre

o primeiro contato via blog, em 2009, e o

primeiro encontro “cara-a-cara”, em 2010,

foi de pouco mais de um ano. Depois de um

mês de conversar diárias, o relacionamento,

que começou como uma amizade, tinha tudo

para se tornar namoro. Faltava apenas que

o casal conseguisse se

encontrar pessoalmente,

o que aconteceu em 23 de

dezembro de 2010, quando

Yuri veio até Bragança. “A

gente só não conseguiu se

encontrar antes por causa

de dinheiro”, conta Carolina. Dois dias depois

do primeiro encontro, o casal oficializou o

relacionamento com uma aliança comprada

em uma feirinha de artesanato. “Naquele

momento foi apenas para simbolizar”, fala

Yuri. Logo depois eles começaram a usar

uma aliança de compromisso oficial, de

prata, que eles fazem questão de mostrar.

“Os nomes estão gravados do lado de fora

da aliança”, revela Carolina, indicando que

o objeto é especial. Entre as vindas de Yuri

para Bragança e as idas de Carolina à Recife,

o casal se encontrou pessoalmente quatro

vezes, até tomarem juntos a decisão que

definiria o futuro do relacionamento. Em

janeiro de 2012 Yuri deixou tudo em Recife

e veio, com o apoio da família, definitiva-

mente para Bragança. “A decisão foi tomada

em conjunto: ela pediu e eu vim”, brinca o

rapaz. Dois fatores foram determinantes

para o casal optar por Bragança e não Re-

cife: a violência da capital pernambucana

e o andamento do curso universitário de

Carolina. “Perto de Recife, a violência de

Bragança é quase inexistente”, analisa Yuri.

“Além disso, o clima aqui é melhor, a cidade

é mais calma. A única coisa que eu sinto

falta é de cinema”, comenta.

Mudança de vidaYuri conta que para que pudesse se mudar

para Bragança, foi preciso uma reserva fi-

nanceira. “Eu sempre mantive esse costume,

de guardar. Quando ela me pediu para que

viesse, pude fazer por causa disso”, explica.

“ Minha mãe deu total

apoio, inclusive financeiro.

Disse pra eu vir que ela

me ajudaria enquanto

fosse necessário”, con-

ta. “Se não tivéssemos

tomado essa decisão

nos arrependeríamos”, completa Carolina.

“Quando a vida nos dá oportunidades a gente

não pode deixar passar”, reflete Yuri. Para

eles, o relacionamento e, principalmente,

a vinda de Yuri para cá deu certo porque,

além da amizade que os une, os dois tinham

certeza do que queriam. “Nós nos damos

muito bem. Ela é minha melhor amiga e eu

sou o melhor amigo dela”, fala Yuri. Caro-

lina concorda com o namorado. “Nós dois

sempre tivéssemos muita certeza de que

queríamos estar juntos. A decisão precisa

ser conjunta e muito bem pensada”. Yuri

sabe que a mudança na vida dele foi um

pouco mais radical do que a de Carolina,

mas sabe também que tomou a decisão

certa. “Estávamos programando para eu

vir pra cá em novembro deste ano, mas não

aguentávamos mais esperar”, conta. “Manter

um namoro à distância é tão difícil quanto a

decisão de largar tudo”, explica. “A gente se

via a cada quatro ou cinco meses. Passava a

madrugada no telefone. Sabíamos que uma

hora um dos dois teria que se mudar”, fala

Yuri. “Mas a paciência é muito importante”,

ressalta. “Claro que dá vontade de fazer tudo

rápido, mas tem que ter paciência”, afirma.

“Se eu tivesse largado a faculdade, poderia

ter me arrependido”, comenta Carolina. “O

que aconteceu entre a gente foi raro”, ana-

lisa. O casal pretende noivar no começo do

próximo ano e se casar entre 2014 e 2016,

o momento atual é de planejar a vida para

que tudo aconteça da melhor forma possível.

“Uma coisa que aprendemos, foi dar valor

ao tempo. Aproveitar bem cada dia e fazer

as coisas com calma, ponderar”, fala Yuri.

O casal dá dicas importantíssimas para

quem, como eles, vier a se relacionar via

internet. “Antes de tudo, os dois tem que

ter muita certeza do que querem, um não

pode ir pela cabeça do outro. Precisam

também que ter muita paciência, dar tempo

ao tempo e ter sinceridade total, não ter

segredo um para o outro”, explica. “Pela

internet é muito mais fácil de acontecer

algum mal entendido, por isso é preciso ser

sincero, discutir tudo muito bem”, completa

Carolina. “E saber lidar com o ciúmes”, fala

Yuri. “Pela internet eu o conheci muito

melhor do que muita gente que eu conheci

pessoalmente. A sinceridade depende de

cada um, não do meio em que a gente

conversa”, reflete Carolina.

colaboração sHel alMeiDa

Manter um namoro à distância é tão difícil quanto

a decisão de largar tudo

Yuri

O relacionamento de Yuri e Carolina começou pela internet em 2009. Casal pretende se casar em 2014 “Paciência, confiança e sintonia foram fundamentais para que o relacionamento desse certo”

Fotos: arquivo pessoal

Textos de YuriQuem tiver curiosidade para conhecer os contos de Yuri que atraíram a atenção de Carolina, acesse: www.recantodasletras.

com.br - Buscar pelo autor Yuri Mayal

Page 5: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 5

Page 6: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 6476

por DeBoraH MarTin salaroli

Crianças (de férias) na cozinha

delícias 1001

Que tal entreter as crianças, nestas férias, em atividades divertidas? Cozinhar é, na maioria dos casos,

uma ótima sugestão para que elas des-cansem da escola e ainda aprendam a se virar na hora da fome.Reunir um grupinho ao redor do fogão com o acompanhamento de um adulto é uma ótima saída. Afinal, lutar contra a TV e o computador é, sim, algo possível. Por quê não?

Pipoca coloridaPra acompanhar um filminho na tv, num dia de chuva, num fim-de-semana, férias ou na hora que quiser (‘oras bolas’, também sou filha de Deus e não fico sem minha parte-criança.) Afinal, comer pipoca colorida é tudo!Coloco numa panela grande ou numa pipoqueira:1 xícara (café) de óleo1 xícara (café) de açúcar1 xícara (café) de água1 xícara (café) de pipoca5 ou 7 gotas de corante (de boa qualidade pra não ficar com aquele gosto amargo na boca que ninguém merece!)Ligo o fogo e mexo bem até a pipoca começar a estourar. Tampo e diminuo o fogo para o mínimo.Chacoalho a panela de vez em quando e, quando para de estourar, desligo. Espero esfriar um pouco antes de servir, afinal está quente pra dedéu!.Bom demais!

Pão de queijo giganteTudo muito simples...Sabor incrível, se parece com aquele pão de queijo da lanchonete ou da padaria.Bem puxa-puxa, queijo quente e crocante por fora.Mas G.I.G.A.N.T.E!!!!Vamos começar? Bater no liquidificador:1 ovo2 xícaras de polvilho doce1 xícara de leite½ xícara de óleo1 colher de margarina½ xícara de parmezão ralado1 colher (chá) de sal1 colher (sobremesa) de fermento em póUntar muito bem uma forma (com buraco) com margarina.Jogar a mistura dentro e levar ao forno pré-aquecido 180º C por 30 min, ou até dourar.Comer imediatamente com requeijão, manteiga ou geléia, fique à vontade! Bom apetite!

Batata assada (a famosa ‘baked potato’)

Cozinhar com os filhos é um hábito delicioso.Tente uma lição de casa diferente: está aqui uma receita fácil de fazer e gostosa de compartilhar.Separei 1 batata para cada pessoa de casa, lavei bem a casca com uma escovinha, furei com um garfo por toda a extensão e cozinhei no microondas numa travessa aberta por 10 minutos na potência alta. Lembre-se de virar as batatas na metade do tempo programado. Se seu forno for menos potente e se for preciso, deixe mais 1 ou 2 minutos. Abri cada batata com uma faca, apertei no sentido contrário para que abrisse bem, passei manteiga e coloquei uma super colher de strogonoff. Mas poderia ser recheada com queijos, champignon, milho, bacon frito, frango refogado, enfim, o que tiver na geladeira!

BrownieTraga suas crianças para aprenderem a transformar ingredientes em comida, isso ensina algumas valiosas lições como paciência, precisão, cuidado... Além de ser uma grande oportunidade ótima para passar alguns bons momentos juntos.Comece untando uma assadeira média (nº 03) e polvilhando com farinha de trigo. Reserve.Mexa numa tigela:4 ovos inteiros2 copos de açúcar1 ½ copo de farinha de trigo1 copo de óleo1 pitada de sal10 colheres de (sopa) de chocolate em pó (ou achocolatado)1 colher (café) de baunilhaNão precisa de batedeira, use uma colher grande ou um fouet para misturar bem.Coloque a massa na assadeira e leve ao forno (pré-aquecido) a 180ºC por 20 minutos.Sirva quente com sorvete, se desejar.

Até a próxima!

DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas.Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected]

Dicas especiais para tirar a galera da frente da tv

Fotos: delícias 1001

pipoca doce

Pão de queijo gigante

Page 7: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 7

por GusTavo anTônio De Moraes MonTaGnana/GaBriela De Moraes MonTaGnana

Condutas Vedadas Dentre as condutas vedadas aos agentes públicos, está a nomeação, contratação ou qualquer forma de admissão ou demissão sem justa causa do servidor público; supressão ou readaptação de

vantagens do mesmo; colocação de obstáculo ou impe-dimento de seu exercício funcional; de ofício, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos 3 (três meses) que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito. Quanto a esta vedação há que se fazer algumas ob-servações: não existem óbices à nomeação de pessoas para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais ou conselhos de contas e dos órgãos da Presidência da República durante o período eleitoral, o mesmo não se diga a nomeação de pessoas para os car-gos do Poder Legislativo ou mesmo do Poder Executivo (salvo no caso de órgãos da Presidência da República).É válido ainda destacar que a nomeação de servidores públicos aprovados em concursos que tenham sido ho-mologados até três meses antes das eleições, em qualquer esfera do Poder. Da mesma forma, é lícita a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança, ainda que no âmbito dos poderes executivo ou legislativo.Permitida está, também, a nomeação ou contratação necessária a instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, desde que com a prévia e expressa autorização do chefe do Poder Executivo. A Lei prevê um rol de condutas vedadas aos agentes públicos nos três meses anteriores ao pleito:a)Realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexis-

tente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública;Esta vedação não se aplica ao repasse de recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado; bem como àqueles destinados a atender situações de emergência. b)Com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publici-dade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;Segundo entendimento do TSE, no trimestre anterior ao pleito é vedada, em obras públicas, a manutenção de placas que possuam expressões ou símbolos identifica-dores da administração de candidato a cargo eletivo, independentemente do momento do início da veiculação ou da autorização para esta, bastando que a veiculação da publicidade se dê há menos de três meses antes do pleito para que configure-se como conduta vedada.c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a cri-tério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;Esta, como a vedação citada anteriormente, se aplicam apenas aos agentes públicos das esferas administrativas, cujos cargos estejam em disputa nas eleições.A Lei das Eleições veda, também, a realização, em ano de eleição, no periodo compreendido entre primeiro de janeiro e três meses antes do pleito, de despesas com publicidade dos órgãos públicos ou das respectivas en-

tidades da administração indireta, que excedam a média do gastos nos três ultimos anos que antecedem ao pleito ou do último ano, imediatamente anterior à eleição.E ainda, a realização, na circunscrição do pleito, de re-visão geral da remuneração dos servidores públicos que execeda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do periodo de convenções partidárias.A consequência, prevista em lei, para o agente publico que pratica uma das condutas vedadas é a cassação do registro ou do diploma, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta vedada e da imposição de multa, no valor de cinco a cem mil UFIR.Por fim, importante se faz destacar outras condutas consideradas vedadas, as quais, não obstante, frequen-temente são praticadas no ano eleitoral, quais sejam: a contratação de shows artísticos, pagos com recursos públicos, para animar inaugurações realizadas nos três meses anteriores ao pleito; participar, qualquer candi-dato, seja aos cargo do executivo ou do legislativo, de inauguração de obras públicas no periodo eleitoral, sob pena de ter o registro ou mesmo o diploma, cassados.A legislação procurou combater de forma eficaz o abuso do poder político, punindo o candidato que praticou as condutas vedadas durante o período eleitoral com a cassação do diploma, o que corresponde a perda do cargo, caso tenha sido eleito e o processo instaurado para averiguação da conduta, terminado somente depois do resultado do peito.Até a próxima!

Gabriela de Moraes MontagnanaGustavo Antonio de Moraes MontagnanaAdvogado

seus direitos e dever

Page 8: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 6478

crimes virtuais por luCas saMpaio/folHapress

Caso Carolina Dieckmann acelera discussão entre governo e oposição

informática & tecnologia

O vazamento das fotos da atriz Caro-lina Dieckmann na internet teve um efeito inesperado: ajudou a destravar a discussão sobre a regulamentação da

lei cibernética no Brasil, que estava emperrada no Congresso há mais de 12 anos. Um acordo político possibilitou que o projeto de lei que tipifica crimes virtuais (PL 2.793/11) fosse votado na última terça na Câmara dos Deputados, com a contrapartida de ser aprovado o PL 84/99, conhecido como “Lei Azeredo”, na comissão de Tecnologia -faltarão as comissões de Constituição e Justiça e de Segurança Pública. Ficou acordado que o projeto relatado pelo deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) será aprovado na próxima reunião da comissão -o que deve acontecer nesta quarta- sem seus pontos mais polêmicos. O projeto chegou a ser rotulado de “AI-5 Digital” por ativistas defensores da liberdade na rede. Dos 22 arti-gos aprovados no Senado em 2008, restarão apenas cinco. Em seguida, será a vez do Marco Civil da Internet, que está em consulta pública. A proposta, do deputado Paulo Teixeira (PT--SP), que nem sequer estava na pauta e que ainda passava por ajustes, foi incluída para votação pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), e aprovada. “Nós estávamos costurando um aperfeiço-amento, mas não deu tempo”, diz Teixeira. “As pequenas correções podem ser feitas no Senado. Não vejo nenhum prejuízo.” Para ele, é preciso corrigir o tempo de duração das penas. Teixeira diz que não foi atropelado pelo caso da atriz. “O projeto foi amplamente discutido no governo. O caso da Carolina, que acon-teceu depois, repercutiu e contribuiu para a aprovação.” Após ser alterado e aprovado no Senado, o PL volta à Câmara para análise das alterações. Se aprovadas na Câmara, o projeto de lei segue para sanção presidencial e passa a valer após 120 dias de sua publicação no diário oficial. Para o relator do PL 84/99, Eduardo Azeredo, a proposta do seu colega foi aprovada por questões políticas. “Foi usada a força do governo para a aprovação”, diz Azeredo. “Nós já vínhamos conversando para chegar a um consenso. Vamos fazer uma aprovação múltipla.” Ele diz não se sentir traído. “Meu objetivo é que o Brasil tenha uma lei de crimes cibernéticos. Estou safisfeito.” “Só estamos esperando a aprovação do Marco Civil”, diz Teixeira. “Os três vão ser aprovados

em conjunto.” Lei pode criminalizar inocentes se apro-vada, dizem especialistas A redação do PL 2.793/11, aprovado na Câmara na última terça (15), pode punir de maneira injusta pessoas que trabalham com segurança digital, dizem especialistas. Por julgar criminosos não só o autor de in-vasões mas também quem cria o programa usado para realizá-las, o artigo 2º do projeto pode prejudicar, por exemplo, quem produz os chamados “exploit kits” -ferramentas que demonstram a vulnerabilidade de um sistema a fim de aprimorar sua segurança. Pablo Ximenes, pesquisador de segurança da informação da Uece (Universidade Estadual do Ceará), diz que o PL pode lhe trazer problemas. “Metade do que eu faço profissionalmente se tornaria crime. Essa criminalização pode atrasar a tecnologia brasileira em um campo extremamente estratégico, que é a segurança da informação”, diz Ximenes, que foi premiado duas vezes pelo Google por demonstrar falhas no Gmail. Ximenes propôs alterações no PL ao deputado João Arruda (PMDB-PR), um dos relatores, que diz, “a princípio”, ser a favor da mudança -que ocorreria no Senado. Sérgio Amadeu da Silveira, pesquisador de cibercultura na UFABC (Universidade Fede-ral do ABC), também faz ressalva. “Uma lei de tipificação penal [como a proposta] tem que definir ações de grande perigo para a sociedade. Ela não pode fazer criminalizações generalizadas.”

Lacuna preenchida A especialista em direito digital Patricia Peck diz que o PL preenche uma lacuna na lei brasileira. “Ela é essencial, porque no direito penal não se pode fazer analogias. Até agora não tínhamos nenhum crime virtual definido.” Peck diz que, se aprovada, a lei complemen-ta o chamado Marco Civil da Internet (PL 2.126/2011), atual bandeira de ativistas da liberdade na web. O Marco Civil, que está em discussão na Câmara, trata dos principais direitos e dos deveres de usuários na internet. Atualmente, ele passa por audiências públicas. Alterações podem ser propostas no site da Câmara (is.gd/wikilegis). (LS E YG)

Análise Aprovação mostra consenso na urgência de conter delito on-line Falar em pressa ou creditar só ao furto das

fotos de Carolina Dieckmann a aprovação do projeto 2.793 e o acordo para aprovar o desidratado projeto 84 é exagero. Os dois movimentos refletem o crescente consenso de que não é mais possível adiar a criação de normas legais para conter crimes cometidos por meio da internet. Entre os vários sinais da urgência da nova legislação, a fabricante de software de se-gurança Symantec destacou, no relatório anual de ameaças à internet divulgado no início deste mês, que “a atividade maliciosa originada de computadores no Brasil levou o país ao primeiro lugar na América Latina em 2011 e ao quarto em nível mundial”. O próprio Congresso já vinha atropelando a discussão dos projetos específicos. Dois anos atrás, por exemplo, aprovou como crime no Código Penal a pedofilia na internet. Mas agora, no episódio envolvendo a atriz de televisão, ainda sem a tipificação prevista no projeto 2.793, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro precisou apelar para a equiparação do crime a furto de imagem. A origem do projeto 84 é de mais de uma década atrás. E o 2.793 surgiu um ano atrás, quando parlamentares como Luiza Erundina (PSB), que resistiam ao projeto anterior, muito abrangente na definição do que é crime na internet, se convenceram de que era preciso apresentar uma alternativa no

âmbito do direito penal, não só civil. Até o general José Carlos dos Santos, do (CDCiber (Centro de Defesa Cibernética) do Ministério da Defesa, que vai monitorar digitalmente a Rio+20 daqui a um mês sem ter um arcabouço legal em que se basear, não escondeu em entrevista recente sua expec-tativa por um desfecho para a discussão que paralisa a ação do Estado. Repete-se agora, com a aceitação de um acordo pelo petista Paulo Teixeira e pelo tu-cano Eduardo Azeredo, o que se viu no ano passado na aprovação do projeto 116, que tramitou por uma década em meio a pressões de todos os lados, até alcançar uma redação que agradasse do ex-ministro José Dirceu à Rede Globo, passando pelas teles. A exemplo do que aconteceu então, quando o acordo desagradou atores de menor influência, como a Band, também agora se levantam vozes contrariadas. Parte delas poderá ser atendida nos próximos passos dos projetos no Congresso, inclusive do Marco Civil da Internet, mas parte já ficou para trás, por se opor por princípio à criminalização de ações on-line. Mais do que apressada, na verdade, o risco maior agora é que a legislação já nasça ultrapassada, sem responder aos novos campos, como a computação em nuvem.

ilustração: Folhapress

Page 9: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 9

Evandro Affonso Ferreira abandonou seu dicionário de palavras. O escritor mineiro de 67 anos, 49 deles vividos em

São Paulo, cultivou por anos um léxico particular, termos muito sonoros mas pouco usados, embora todos existentes. Chegou a juntar 3.000. “Virou obsessão, eu estava ficando refém daquilo”, justifica. O novo romance do autor, “O Mendigo que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam” (Record), reflete essa pequena reviravolta. Se antes a mania aparecia já nos títulos das obras (“Araã”, “Grogotó”, “Erefuê” etc), agora seu texto é menos submisso ao estilismo. Não que a prosa de “O Mendigo...” seja simples -continua difícil e vigorosa-, mas é menos empolada que nos primeiro livros. O escritor afirma que desde seu trabalho anterior, “Minha Mãe se Matou sem Dizer Adeus”, preocupa-se menos com a forma e está mais emotivo, mais voltado ao que está a sua volta, “a solidão, a loucura, a tristeza”. “A velhice e a proximidade da morte trouxeram uma preo-cupação com a decrepitude humana. Antes me preocupava com a vida das palavras, hoje me preocupo com a morte do homem.” “O Mendigo...” narra a história de um sujeito inominado que vai morar na rua ao ser largado pela mulher. Ela deixou-lhe só um bilhete: “ACABOU-SE; ADEUS”.

Enquanto espera a volta da amada (e o espera todo dia), o indigente-narrador, que está há dez anos na sarjeta, é como um cronista da ruína. Descreve este submundo miserável tão visível hoje em qualquer metrópole do país. Homem culto antes de tombar, o mendigo, como revela o título, é um admirador do humanista holandês do século 16 Erasmo de Roterdã. Ferreira diz que teve a ideia para o livro quando, numa caminhada de dez quadras pelo centro de São Paulo, contou 95 mendigos. O autor consegue uma proeza: retratar o cotidiano dos esfarrapados com realismo e poesia, mas sem ser piegas nem grotesco. Exemplo: “Veja: um dos três maltrapilhos alcoólatras caiu de bruços. A-hã: testa toda ensanguentada. [...] Mulher--molusco -lançando mão da praticidade implacável femi-nina- tomou de um deles a garrafa virando ato contínuo o gargalo sobre a testa do pobre-diabo. Sim: antisséptico inebriante. [...] Enfermeira agindo de improviso no front. Resumo da ópera-bufa: os três soldados alcoólatras ficaram sem munição.” O autor admite que, mesmo amenizando o experimenta-lismo, permanece um escritor difícil. “Gosto do som das palavras, não vou fugir disso. Nunca vou ser best-seller. Minha literatura é complicada.” Além do estilo, os hábitos de Ferreira contribuem para sua

certa obscuridade. É recluso, não participa de festivais, não integra coletâneas (“Prefiro errar sozinho”). Dedica-se a ler e escrever, o que soa esquisito num tempo em que escritores se confundem com artistas. Talvez por isso seja tão festejado pela crítica e por seus pares. Teve como padrinho José Paulo Paes. Foi definido por Millôr Fernandes como “vivificador das palavras”. Ferreira é autodidata, só fez o antigo primário. Foi bancário e publicitário. Teve um infarto aos 45. Montou e vendeu dois sebos lendários, o Sagarana e o Avalovara. É leitor de Bruno Schulz, Broch, Musil e Samuel Rawet. De perto, é amável e um gozador nato, que pontua a con-versa com tiradas farsescas. “Minas para mim é só um retrato na parede -e não dói nada”, parodia Drummond. Outra: “Odeio o Lobo Antunes, porque uma página dele é melhor que minha obra toda. Ele me faz crer que não sou bom escritor, mas eu quero me iludir, então o odeio.” Ou: “Minha situação é complicada: não gosto da vida, mas tenho medo da morte”.

O mendigo que sabia de cor os adágios de erasmo de rotterdam Autor Evandro Affonso Ferreira Editora Record Quanto R$ 29,90 (128 págs.)

por faBio viCTor/folHapress

com a palavra Autor suaviza obsessão

Novo romance de Evandro Affonso Ferreira reflete preocu-pação menor com a forma para focar mais a alma humana

antenado

Page 10: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 64710

Page 11: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 11

Foi com muita alegria que fotografei o primeiro aniversário do Bernardo.

Esse lindo garotinho é filho do meu amigo e Irmão Carlos Augusto (Caco)

e Adriana. Uma família que registro desde a formação: o casamento, a

produção gestante e agora, o aniversário do Bernardo.

Foi uma tarde muito agradável no salão de festas da chácara do Tio

Nicola. A decoração estava linda. O tema foi “a fazendinha” e foi toda

feita pela mamãe Adriana. Muitos detalhes todos personalizados com

o tema da festa e muitas lembrancinhas com doces caseiros e outras

guloseimas. Havia uma árvore com o nome do Bernardo onde cada letra

era almofadada e em cores diferentes. Um capricho!

O salão de festas ficou lotando com tantos amigos e familiares do casal.

Os avós não se aguentavam! Sem contar que o aniversariante é muito

simpático. Passeou pelo colo de muita gente! Enfim, mais um dia muito

bacana que guardo com muito carinho.

Page 12: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 64712

Page 13: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 13

ve

ícu

los

2ºCaderno

Page 14: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 64714

As grandes fabricantes de automó-veis parecem não ter mais saída. O investimento em tecnologias

“verdes”, com o uso de combustíveis re-nováveis ou propulsão elétrica, se tornou mandatório na atual conjuntura mundial. Diante desse cenário, a Renault despontou com dois modelos absolutamente diferentes, o Fluence Z.E. e o Twizy. O primeiro é nada mais que uma versão elétrica do sedã já co-nhecido por aqui e na Europa. O segundo, no entanto, propõe um novo conceito de mobilidade urbana, ao se despir de luxos e tamanho, apostando na simplicidade má-xima para eficiência no transporte pessoal diário. Com eles, a Renault espera atingir a ambiciosa meta de ser a líder mundial na comercialização de veículos com emissão zero de poluentes. Aproveitando o embalo da Rio +20, a Conferência das Nações Uni-das sobre Desenvolvimento Sustentável, a marca trouxe algumas unidades dos dois carros para exibição durante o evento na capital fluminense.O Fluence Z.E. mantém praticamente inalterado o visual das versões com motor a combustão. Isso deixa clara a intenção da Renault – que vê o elétrico apenas como mais uma versão da gama Fluence – de fazer um carro que se diferencie o mínimo possível. Nivelada com as versões topo do sedã na Europa, o Z.E. recebe os ocupantes com o mesmo pacote de equipamentos de um modelo tradicional. Estão lá ar-condicionado digital, sistema de som com GPS integrado e tela de 6 polegadas e até controlador de velocidade de cruzeiro. Ele usa um motor elétrico síncrono, cuja rotação do eixo principal é determinada pela frequência de alimentação de energia. Ele é capaz de gerar 95 cv e bons 23 kgfm de torque enviados instantâneamente às rodas dianteiras. As baterias – que pesam 280 kg

– são alojadas atrás do banco traseiro e em parte do porta-malas, o que obrigou a um aumento de 13 cm no comprimento total do carro, para não sacrificar muito o espaço interno. A autonomia chega a 180 km. Na França, ele custa 25.900 euros – cerca de R$ 66 mil. Um Fluence topo de linha sai a cerca de 2 mil euros – R$ 5 mil – a menos por lá.Já o Twizy é radicalmente diferente de qualquer outro elétrico vendido no mundo. O ar de carro-conceito – as linhas permane-ceram quase inalteradas desde os primeiros desenhos – dá ao carrinho uma simpatia rara. Ele carrega apenas dois ocupantes, sentados em fila. Vendido em duas versões na Europa, as unidades em exposição no Brasil eram da mais potente, com motor elétrico de 17 cv. A outra, chamada Twizy 45 – em alusão à sua velocidade máxima, de 45 km/h – tem apenas 5 cv de potência. A variante mais forte chega aos 80 km/h e a autonomia é de 100 km nos dois modelos.No entanto, desempenho certamente não é a preocupação da Renault com o carrinho. Ele foi pensado para transitar pelo tráfego congestionado das grandes cidades europeias de maneira silenciosa e eficiente. À frente do motorista, apenas o volante, dois botões que comandam a transmissão – de apenas uma marcha à frente e uma a ré –, alavancas de seta e limpador de para-brisa e um pequeno painel com velocímetro e indicador de carga da bateria. A simplicidade extrema combina bem com o visual diferente e, principalmente, com a proposta do Twizy. É certo que não é barato – a variante mais simples custa 6.990 euros, aproximadamente R$ 18 mil –, preço relativamente alto para o que é pouco mais que um quadriciclo elétrico coberto, mas ele definitivamente tem tudo para fazer a cabeça e a consciência de um europeu cada vez mais preocupado com o meio ambiente.

Primeiras impressõesRenault Fluence Z.E.Silêncio inocenteRio de Janeiro/RJ – A preocupação da Renault em fazer o Fluence Z.E. o mais próximo possível de seu similar com motor convencional fica bem óbvia no interior. Painel, bancos e comandos são idênticos aos do Fluence a gasolina, assim como o sistema de som – que no modelo europeu é controlado por práticos botões no console central em vez do complicado controle remoto do carro vendido no Brasil. Até mesmo a chave é convencional – não é nem o conhecido cartão. O carro manteve os bons predicados e oferece conforto e espaço para os ocupantes.Rodando nas avenidas da Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, o comportamento é realmente muito semelhante ao do Fluence com motor a combustível fóssil. No entanto, o silêncio a bordo destaca-se já que, além de o motor não emitir qualquer ruído, o isola-mento acústico foi melhorado. De resto, o comportamento é correto, com acelerações decididas graças ao motor elétrico. Os 95 cv produzidos pelo propulsor dão um de-sempenho aceitável, nada arrebatador, mas como potência e torque – de 23 kgfm – são instantâneos, as respostas são muito boas, mesmo com cifras modestas.Os 13 cm adicionados ao balanço traseiro pouco se fazem sentir ao volante e chegam a ser difíceis de serem percebidos visual-mente. O aumento de tamanho deu ao Fluence um ar mais longilíneo, ajudado pela menor altura da carroceria em relação ao solo. O carro manteve o bom acerto e, mesmo com as alterações necessárias para acomodar o trem de força elétrico, o conjunto se mostra plenamente capaz de lidar com o dia a dia do trânsito urbano de qualquer grande cidade do mundo.

Cadeira elétricaRenault TwizyRio de Janeiro/RJ – Dirigir o Twizy é bem diferente. As dimensões bem enxutas e a total integração com o exterior – não há portas, no máximo uma proteção lateral vendida como opcional na Europa – fazem dele quase uma scooter de quatro rodas. Apesar de volante e comandos até serem parecidos com os de carros de passeio, pi-lotar o carrinho com tanto espaço aberto ao redor dá uma sensação confortável apenas para motociclistas. O motor elétrico de 17 cv é mais do que suficiente para empurrar o Twizy com dis-posição. As acelerações são fortes e o rodar é surpreendentemente seguro, mesmo a altura sendo a maior de suas dimensões. O pacote de baterias instalado sob a fila de bancos faz o centro de gravidade ser baixo e deslocado para trás, o que dá bastante estabilidade. A direção tem relação direta e não tem qualquer assistência, o que acentua a sensação de simplicidade. Só quem não deve se divertir tanto é o ocupante do banco traseiro. Apesar de até contar com algum espaço para a cabe-ça, as pernas ficam relativamente esticadas e necessariamente colocadas ao redor do banco da frente, como um garupa de moto em relação ao piloto.Certamente, ele não foi feito para “freeways”, nem para as vias expressas que cortam as principais cidades brasileiras, mas no con-texto europeu, de trânsito truncado e ruas estreitas, fica mais fácil prever uma vida com o Twizy. Ao volante, é visível a despreten-são do modelo. Não há ar-condicionado – sequer ventilação –, ou sistema de som. No entanto, tais equipamentos parecem não fazer a menor falta, já que o carrinho propõe uma nova maneira de se deslocar. Eficiência e praticidade realmente são a palavra de ordem.

por iGor MaCário/auTo press

Fotos: igor Macário/carta Z Notícias

veículos

Renault fluence elétrico e twizy foram exibido na rio +20

Page 15: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 15

Page 16: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 64716

por auGusTo palaDino/auTopress

Notíciasautomotiva

Apresentação antecipada – A Kia até mostrou as fotos e primeiras informações do face-lift do utili-tário Sorento, mas o lançamento oficial do modelo

ainda vai demorar. A apresentação para o público acontece só em setembro, durante o Salão de Paris. A exibição do SUV no Salão de São Paulo, no fim de outubro, também é esperada. As vendas por aqui devem começar apenas no primeiro trimestre do ano que vem. E, para tanta espera, não são tantas novidades assim. O Sorento ganhou novos conjuntos óticos, com leds na traseira, novos para-choques e rodas de 19 polegadas redesenhadas. O “Q” da questão – A Audi enfim mostrou o SQ5, a versão mais apimentada de seu SUV médio. O modelo foi flagrado em testes dinâmicos na Europa desde 2011, mas só agora chegou ao mercado. Ele é o primeiro utilitário realmente esportivo da marca, além de também ser o primeiro Audi S com motor diesel. Trata-se de um V6 biturbo de 312 cv e fortes 66,2 kgfm. O poderoso trem de força é suficiente para levar o SQ5 de zero a 100 km/h em apenas 5 segundos e à velocidade máxima de 250 km/h limitada eletronicamente.Já acabou – Nem bem foi anunciada e a fábrica conjunta da PSA e GM no Brasil já foi abortada. A unidade, que serviria para a produção de dois veículos de cada marca, receberia investimento de R$ 2,6 bilhões. Os governos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que disputavam para receber a fábrica, já foram avisados e as equipes responsáveis já foram desfeitas. Um dos motivos para a suspensão da proposta é a crise econômica europeia. As duas empresas preferem esperar para ver o que acontece no cenário mundial antes de se comprometer com um investimento alto.Chamada total – A Citroën convocou os modelos C4 e C4 Pallas para um recall no Brasil, para verificar itens de vedação

do compartimento do motor. Segundo a fabricante, alguns componentes que evitam a infiltração de água no motor po-dem não estar vedando completamente. Um vazamento no bloco poderia causar pane elétrica e até princípio de incêndio em casos mais graves. A inspeção deverá ser feita nos C4 fabricados entre julho de 2008 e dezembro de 2011. Os C4 Pallas sob risco são os fabricados entre dezembro de 2006 e dezembro de 2011. Ou seja, em todos os C4 já vendidos no Brasil até o ano passado.Aviso a todos – O Toyota Etios só estreia no Brasil no segundo semestre deste ano, mas a fabricante japonesa já começou a sondar potenciais clientes para o compacto. A ação é parte da estratégia de pré-lançamento do novo modelo, apresentado previamente no início deste mês. A empresa criou um hotsite do carro e as 133 revendas no país já contam com um espaço exclusivo e um showroom interativo do Etios. O carro terá versões hatch e sedã, sendo o mais acessível da marca no Brasil.Para os apressados – O Salão do Automóvel de São Paulo só acontece no fim de outubro, mas os ingressos já estão à venda. As entradas para 27ª edição do evento, que acon-tece na capital paulista entre os dias 24 de outubro e 4 de novembro, têm várias opções de preços. O ingresso para o dia de abertura custa R$ 40. Já para os demais, o preço é de R$ 50. Quem quiser visitar o evento nos finais de semana vai pagar R$ 70. Quem é fã do evento, pode comprar dois ingressos, duas camisas e um catálogo oficial por R$ 150. Todas as opções possuem meia entrada. O Salão do Automó-vel será realizando no mesmo local de edições anteriores, o Centro de Exposições do Anhembi, no bairro de Santana. A tendência desta edição é a forte presença de veículos mais ecologicamente corretos.

veículos

Sem alarde A Citroën não fez

muito barulho,

mas começou a

vender o C3 Picasso e o

Aircross com mudanças

importantes. A marca fran-

cesa revelou em algumas

peças publicitárias e em

campanhas em seu site

oficial que os dois passam

a receber o novo motor

EC5 1.6 de 16 válvulas

e 122 cv, que não usa o

“tanquinho” para parti-

da a frio. O propulsor

é o mesmo do Peugeot

308. Os equipamentos,

no entanto, não foram

alterados. Já a gama de

versões passa a ter quatro

opções: GLX e Exclusive,

cada uma com as opções

de câmbio manual ou

automático.

por auGusTo palaDino /auTopress

Foto: divulgação

Citroën Aircross

Page 17: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 17

Respeite a sinalização de trânsito.

Foto

s m

eram

ente

ilus

trativ

as.

Le Mans Bragança Paulista | Av. José Gomes da Rocha Leal, 1.910 | 11 4892-6000

É SÓ NA LE MANS.

TAXA 0% A.M. EM ATÉ 36X

R$ 34.990À VISTA A PARTIR DE

C3 GLX 1.4 FLEXCOMPLETÍSSIMO

AR-CONDICIONADO, DIREÇÃO ELÉTRICA E CONJUNTO ELÉTRICO

48X DE R$399ENTRADA +BANCOS DE

COURO, RODAS DE LIGA E CD MP3

GRÁTIS:BANCOSDE COUROE CD MP3

GRÁTIS:

R$ 42.990C3 PICASSO 1.6 16V FLEXCOMPLETÍSSIMO

AR-CONDICIONADO, DIREÇÃO HIDRÁULICA E CONJUNTO ELÉTRICO

À VISTA A PARTIR DE

36X DE R$492ENTRADA +

R$ 49.990À VISTA A PARTIR DEC4 HATCH 1.6

FLEX 2013COMPLETÍSSIMO

AIRBAG DUPLO, FREIOS ABS, RODAS DE LIGA LEVE 16” E CD MP3

36X DE R$572ENTRADA +

36X DE R$554ENTRADA +

R$ 48.990À VISTA A PARTIR DEAIRCROSS GLX

1.6 16V FLEXCOMPLETÍSSIMO

AR-CONDICIONADO, DIREÇÃO HIDRÁULICA, RODAS DE LIGA LEVE, FARÓIS DE NEBLINA E CD MP3

Veículos em conformidade com o PROCONVE. C3 GLX 1.4 Flex 12/12 anunciado à vista a partir de R$ 34.990,00 ou através do plano de fi nanciamento com entrada de R$ 19.769,00 e saldo restante em 48 vezes de R$ 399,00. Valor total fi nanciado R$ 38.921,00. Grátis Banco de Couro 100% ecológico, Rodas de Liga Leve e CD MP3. C3 Picasso GL 1.6 16V Flex 11/12 anunciado à vista a partir de R$ 42.990,00. Veículo anunciado com taxa de 0% a.m. válida somente com 60% de entrada e saldo restante em 36 vezes de R$ 492,00. Valor total fi nanciado R$ 43.506,00. Grátis Banco de Couro e CD MP3. C4 Hatch 1.6 16V Flex 12/13 anunciado à vista a partir de R$ 49.990,00. Veículo anunciado com taxa de 0% a.m. válida somente com 60% de entrada e saldo restante 36 vezes de R$ 572,00. Valor total fi nanciado R$ 50.586,00. Aircross GLX 1.6 16V Flex 11/12 anunciado à vista a partir de R$ 48.990,00. Veículo anunciado com taxa de 0% a.m. válida somente com 60% de entrada e saldo restante em 36 vezes de R$ 554,00. Valor total fi nanciado R$ 49.338,00. Frete e pintura metálica no valor de R$ 990,00 à vista cada, não inclusos nos valores à vista dos veículos anunciados e em suas respectivas parcelas. Taxas e promoções acima anunciadas válidas a partir do dia 03/07/2012 enquanto durarem os estoques, sendo o estoque atual de 05 unidades por veículo anunciado. Todos os fi nanciamentos acima anunciados são através de CDC pelo agente fi nanceiro Le Mans. IOF e TC não inclusos nos fi nanciamentos acima anunciados e suas respectivas parcelas. TC à vista no valor de R$ 999,00. Crédito sujeito à aprovação. Reservamo-nos o direito de corrigir possíveis erros de digitação. Imagens meramente ilustrativas. Ofertas válidas até 06/07/2012. Se beber não dirija.

Page 18: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 64718

O aumento do poder aquisitivo do brasileiro e novas oportunidades de crédito movimentaram a economia

nos últimos anos. Um dos sinais da prospe-ridade é o aumento na frota de motos, que cresceu 27% em quatro anos, de acordo com o Denatran – Departamento Nacional de Trânsito. Tal crescimento, porém, veio acompanhado de um dado nada agradável: a quantidade de mortes em acidentes de trânsito com motociclistas foi 21% maior de 2008 para 2011, segundo o Ministério da Saúde. E, nos últimos 15 anos, o salto é de ater-rorizantes 800%. Pela primeira vez na história, o número de vítimas fatais sobre duas rodas superou o de pedestres e de ocupantes de carros ou ônibus no trânsito, com 5,7 contra 5,1 e 5,4 mortes, respec-tivamente, a cada 100 mil habitantes, em 2011. São mais de 12 mil mortes por ano, o que eleva os motociclistas brasileiros aos que mais morrem no mundo, perdendo proporcionalmente apenas para o Paraguai. No Brasil, moto rima com morte.No entanto, para o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motos, a Abraciclo, José Eduardo Gon-çalves, vendas e mortes não podem ser relacionadas. Ele considera a qualidade dos condutores mais determinante que a quantidade. “A maneira de conduzir é que pode tornar o motociclista mais vulnerável ou não”, diz.Mesmo com dados alarmantes, o Brasil não tem sequer um único estudo detalhado sobre o comportamento das motocicletas nas vias. Por enquanto, o maior gasto do país é para remediar. Os custos do Sistema Único de Saúde – SUS – com acidentes de moto subiram em 113% desde 2008, chegaram aos R$ 96 milhões anuais, ante os R$ 45 milhões daquele ano. Na lógica fria dos números, a matemática torna-se sinistra. Se as motos já passaram das 18 milhões de unidades, de acordo com a Abraciclo, as habilitações não che-gam a 10% deste número. São 1.470.600 habilitados na cateroria “A”, segundo o Denatran. Para André Horta, analista técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária - Cesvi -, a dificuldade maior é encontrar as causas. Segundo o analista, deve-se isolar as metrópoles do interior, devido às peculiaridades de cada região. André aponta, no entanto, o pro-blema na formação dos motociclistas. “O candidato é praticamente adestrado para passar no exame”, afirma.Segundo a Associação Brasileira de Mo-tociclistas, a Abram, mais da metade das

ocorrências envolvem novos condutores. “O recém-habilitado causa mais acidentes que o motoboy, que está nas ruas o dia inteiro e conhece as peculiaridades das vias”, diz o presidente da instituição, Lucas Pimen-tel. Em São Paulo, os motoboys morrem menos do que se costuma imaginar: são apenas 8% dos casos fatais. Na verdade, a maior incidência de mortes se concentra nas cidades nordestinas. A campeã é – percentualmente – Barbalha, no Ceará, que teve 18 mortes para cada um de seus 55.323 habitantes, em 2011.Apesar de também reconhecer o treinamento precário, o presidente da Federação Nacio-nal das Autoescolas, Magnelson Carlos de Souza credita os números a outro fator. “A maioria dos acidentes está ligada ao compor-tamento do condutor. Quando ocorre por falha humana, há três causas: negligência, imprudência e imperícia. No caso das motos, as duas primeiras são as mais recorrentes”, diz o presidente da entidade.Na capital paulista, cidade com a maior frota brasileira – 1,22 milhão de motocicletas na região metropolitana –, as internações anuais de vítimas de acidentes de moto subiram de 13 mil em 2008 para 19 mil em 2011. O Hospital das Clínicas criou um programa de redução de acidentes, chamado de “HC em Movimento”. Uma das coordenadoras do projeto, a Dra. Júlia Greve identifica outro agravante. “A circulação e a velocidade nos corredores também estão relacionadas com o aumento de acidentes e mortes, principalmente em vias expressas”, diz a doutora.Alguns estados norte-americanos proíbem a utilização dos corredores. E lá a mortalidade corresponde a cerca de 30% da brasileira, com o dobro da frota do Brasil. No entanto, Lucas Pimentel não considera esse o ponto crucial. “É mais seguro transitar ao lado dos carros do que atrás, onde o motoci-clista não tem campo de visão e qualquer obstáculo pode causar um acidente ainda mais grave”, afirma. Devido à demora na implantação de programas de reeducação, Júlia Greve defende que ações imediatas sejam exe-cutadas. “Separar as motos dos veículos de grande porte, deslocando-as para vias de menor tráfego, pode ajudar”, afirma a médica. Pimentel discorda. “A moto deve ter legislação específica, mas separar não é a solução e pode fazer o motorista ver o motociclista como um rival, um intruso”, argumenta. Sem políticas de Estado para reduzir os acidentes e repensar o uso da motocicleta no Brasil, a discussão promete continuar. As mortes também.

por MiCHael fiGuereDo/auTo press

Fotos:FabiaNo costa /arquivo bjd

veículos

Page 19: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 647 19veículos

Ninja verde A onda de veículos

ecológicos che-

gou até as motos

esportivas. A Kawasaki

começa a montar na sua

fábrica em Manaus a no-

va Ninja 650, modelo de

média cilindrada da sua

gama de esportivas. E, na

linha 2013, ela traz até

um sistema que ajuda o

piloto a conduzir de modo

mais econômico. Um sinal

aparece no painel toda vez

que o condutor usa a moto

de maneira a economizar

mais combustível. O motor

bicilíndrico foi atualizado

e agora passa a render 72

cv e 6,5 kgfm de torque.

A nova Ninja 650 parte

de R$ 27.990 e atinge R$

29.990 quando equipada

com os freios ABS

por auGusTo palaDino/auTopress

Foto: divulgação

Kawasaki Ninja 650

Page 20: 647

Sexta 6 • Julho • 2012 Jornal do Meio 64720