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R$ 9,90 QUASE TRAGÉDIA Danielle Winits, Thiago Fragoso e a queda de cinco metros de altura durante o musical Xanadu, no Rio O abalo da atriz, o estado do ator e as investigações sobre as causas do rompimento de quatro cabos de aço “Danielle gritava muito. Thiago ficou imóvel no chão”, conta Helena Sampaio, uma das vítimas do acidente PATRÍCIA PILLAR E CIRO GOMES: POR QUE ACABOU? CLAUDIA LEITTE, GRÁVIDA DE NOVO: “GUARDEI SEGREDO POR 10 DIAS” Danielle em cena: “Estou bem e torcendo pelo meu amado parceiro”, disse ela no Twitter 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 7 4 6 0 0 ISSN 1516 -8204 6/FEV/2012 ANO 13 N° 647

ISTOÉ Gente 647

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ISTOÉ Gente 647, Xanadu

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QUASE TRAGÉDIADanielle Winits, Thiago Fragoso e a queda de cinco metros de altura durante o musical Xanadu, no Rio

O abalo da atriz, o estado do ator e as investigações sobre as causas do rompimento de quatro cabos de aço“Danielle gritava muito. Thiago fi cou imóvel no chão”, conta Helena Sampaio, uma das vítimas do acidente

PATRÍCIA PILLAR E CIRO GOMES: POR QUE ACABOU?

CLAUDIA LEITTE, GRÁVIDA DE NOVO: “GUARDEI SEGREDO POR 10 DIAS”

Danielle em cena: “Estou bem e torcendo pelo meu amado parceiro”, disse ela no Twitter

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O misterioso rompimento de cabos de aço que suportariam até duas toneladas causa a queda, a cinco metros de altura, de

Danielle Winits e Thiago Fragoso durante o musical Xanadu, no Rio. O estado dos atores, a investigação da polícia e o relato

exclusivo da espectadora atingida por Thiago: “Foi tudo rápido. Senti uma forte dor”

POR AnA CorA LimACOm RePORtagem de GustAvo AutrAn e sâmiA mAzzuCCo (rJ), BrunA nArCizo e thAís BoteLho (sP)

• “As luzes do teatro estavam todas apaga-das, havia apenas um foco de luz sobre os dois atores, que estavam sobrevoando a pla-teia, suspensos por cabos de aço. Eu ouvi um estalo e eles desmoronaram do ponto mais alto – acho que estavam a mais ou me-nos uns cinco metros do chão. Foi tudo muito rápido. Senti uma forte dor na perna direita e minha amiga, ao meu lado, gritou dizendo que algo muito pesado caíra em seu pescoço. Quando olhei, era o Thiago (Fra-goso), caído imóvel no chão. E Danielle (Winits) gritando muito de dor.”

A cena de horror foi vivida e descrita por Helena Maria Sampaio Maciel, 73 anos, aposentada que estava sentada na poltrona G08 do Teatro Oi Casagrande, no Rio, por volta das 20h35 do sábado 28. Foi esse o exa-to momento e local do impacto dos corpos dos atores Thiago Fragoso e Danielle Winits, protagonistas do musical Xanadu, que des-pencaram após o cabo de aço que os segura-va no ar ter rompido de forma ainda miste-riosa (até a noite da segunda-feira 30). Sua amiga, Marina Beckman, também de 73, es-tava ao seu lado, no assento G10, à esquerda da plateia de 504 lugares.

Helena e Marina, com Flavia Florentina da Silva, outra espectadora, foram vítimas do acidente envolvendo os atores durante o espetáculo. Na cena, uma das mais român-ticas da montagem, o casal Sonny e Kira (Thiago e Danielle) voa apaixonado pelo

céu, ao som da canção “É Mágica”, versão em português da original “Blue Magic”. O saldo trágico do acidente foi a internação de emergência de ambos os atores. Thiago fra-turou cinco costelas e continuava internado no CTI da Casa de Saúde São José, no Humaitá. Segundo o boletim médico divul-gado no fim da tarde da segunda-feira, ele ainda poderia passar por uma cirurgia para alinhamento de uma vértebra.

Já o caso de Danielle foi menos traumáti-co, sobretudo porque ela caiu sobre o corpo de Thiago. A atriz sofreu um ferimento na boca, foi atendida primeiro no Hospital Miguel Couto – para onde todos os feridos foram levados na noite do sábado – e trans-ferida para a Clínica São Vicente, na Gávea, de onde recebeu alta na tarde da segunda-feira. O ator Marcos Pasquim, apontado como seu atual namorado, é quem foi buscá-la no hospital. Helena e Flavia foram libera-das no sábado mesmo (leia depoimento de Helena na íntegra na página 24). Marina, atingida na cabeça, permanecia internada no Hospital Norte D’Or com fratura na vérte-bra cervical.

• Amigos assustados• Tão logo a notícia se espalhou, no fim de semana, amigos e colegas de Thiago e Da-nielle foram em busca de notícias. Diego Senra, empresário do ator, esteve com ele desde os primeiros minutos após o acidente.

“Thiago passou por vários exames médicos e neurológicos e acabou sendo diagnosticado esse desalinhamento na coluna e por isso existe a possibilidade de um procedimento cirúrgico”, revelou. Diego ainda disse que Thiago pressentiu a queda ao ouvir um esta-lo no cabo de sustentação e mudou de posi-ção no ar para proteger Danielle na queda. A mulher de Thiago, a atriz Mariana Vaz, disse estar esperançosa. “A única coisa que posso dizer é que ele vai ficar bem. A gente sabe”, falou, confiante.

Já Pasquim relatou que Danielle tem esco-riações e hematomas pelo corpo, além de um corte na boca. “Soube do acidente porque me ligaram na hora e logo fui entender o que ti-nha acontecido”, contou ele, sem confirmar se tinha sido a atriz quem teria feito o telefo-nema. A amigos Danielle disse que sofreu um blecaute na memória: lembra-se apenas do barulho da queda e de acordar na sala de produção. A atriz estaria abalada triste e pela tragédia que poderia ter acontecido no tea-tro. Na tarde da segunda-feira, Danielle pos-tou em seu Twitter uma mensagem para tranquilizar os fãs. “Obrigada pelo imenso carinho!!! Eu estou bem e apenas torcendo pela rápida recuperação do meu amado par-ceiro @fragosothiago #forçathiago!”

Jonatas Faro, que estava escalado para viver Sonny e alegou motivos pessoais para declinar do convite de Falabella, comentou em poucas palavras o acidente envolvendo a mãe do seu

Thiago Fragoso, Danielle Winits e Sidney Magal no palco de Xanadu. Cantor foi quem organizou a evacuação do público após a quedaNoite de horror

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O misterioso rompimento de cabos de aço que suportariam até duas toneladas causa a queda, a cinco metros de altura, de

Danielle Winits e Thiago Fragoso durante o musical Xanadu, no Rio. O estado dos atores, a investigação da polícia e o relato

exclusivo da espectadora atingida por Thiago: “Foi tudo rápido. Senti uma forte dor”

POR AnA CorA LimACOm RePORtagem de GustAvo AutrAn e sâmiA mAzzuCCo (rJ), BrunA nArCizo e thAís BoteLho (sP)

• “As luzes do teatro estavam todas apaga-das, havia apenas um foco de luz sobre os dois atores, que estavam sobrevoando a pla-teia, suspensos por cabos de aço. Eu ouvi um estalo e eles desmoronaram do ponto mais alto – acho que estavam a mais ou me-nos uns cinco metros do chão. Foi tudo muito rápido. Senti uma forte dor na perna direita e minha amiga, ao meu lado, gritou dizendo que algo muito pesado caíra em seu pescoço. Quando olhei, era o Thiago (Fra-goso), caído imóvel no chão. E Danielle (Winits) gritando muito de dor.”

A cena de horror foi vivida e descrita por Helena Maria Sampaio Maciel, 73 anos, aposentada que estava sentada na poltrona G08 do Teatro Oi Casagrande, no Rio, por volta das 20h35 do sábado 28. Foi esse o exa-to momento e local do impacto dos corpos dos atores Thiago Fragoso e Danielle Winits, protagonistas do musical Xanadu, que des-pencaram após o cabo de aço que os segura-va no ar ter rompido de forma ainda miste-riosa (até a noite da segunda-feira 30). Sua amiga, Marina Beckman, também de 73, es-tava ao seu lado, no assento G10, à esquerda da plateia de 504 lugares.

Helena e Marina, com Flavia Florentina da Silva, outra espectadora, foram vítimas do acidente envolvendo os atores durante o espetáculo. Na cena, uma das mais român-ticas da montagem, o casal Sonny e Kira (Thiago e Danielle) voa apaixonado pelo

céu, ao som da canção “É Mágica”, versão em português da original “Blue Magic”. O saldo trágico do acidente foi a internação de emergência de ambos os atores. Thiago fra-turou cinco costelas e continuava internado no CTI da Casa de Saúde São José, no Humaitá. Segundo o boletim médico divul-gado no fim da tarde da segunda-feira, ele ainda poderia passar por uma cirurgia para alinhamento de uma vértebra.

Já o caso de Danielle foi menos traumáti-co, sobretudo porque ela caiu sobre o corpo de Thiago. A atriz sofreu um ferimento na boca, foi atendida primeiro no Hospital Miguel Couto – para onde todos os feridos foram levados na noite do sábado – e trans-ferida para a Clínica São Vicente, na Gávea, de onde recebeu alta na tarde da segunda-feira. O ator Marcos Pasquim, apontado como seu atual namorado, é quem foi buscá-la no hospital. Helena e Flavia foram libera-das no sábado mesmo (leia depoimento de Helena na íntegra na página 24). Marina, atingida na cabeça, permanecia internada no Hospital Norte D’Or com fratura na vérte-bra cervical.

• Amigos assustados• Tão logo a notícia se espalhou, no fim de semana, amigos e colegas de Thiago e Da-nielle foram em busca de notícias. Diego Senra, empresário do ator, esteve com ele desde os primeiros minutos após o acidente.

“Thiago passou por vários exames médicos e neurológicos e acabou sendo diagnosticado esse desalinhamento na coluna e por isso existe a possibilidade de um procedimento cirúrgico”, revelou. Diego ainda disse que Thiago pressentiu a queda ao ouvir um esta-lo no cabo de sustentação e mudou de posi-ção no ar para proteger Danielle na queda. A mulher de Thiago, a atriz Mariana Vaz, disse estar esperançosa. “A única coisa que posso dizer é que ele vai ficar bem. A gente sabe”, falou, confiante.

Já Pasquim relatou que Danielle tem esco-riações e hematomas pelo corpo, além de um corte na boca. “Soube do acidente porque me ligaram na hora e logo fui entender o que ti-nha acontecido”, contou ele, sem confirmar se tinha sido a atriz quem teria feito o telefo-nema. A amigos Danielle disse que sofreu um blecaute na memória: lembra-se apenas do barulho da queda e de acordar na sala de produção. A atriz estaria abalada triste e pela tragédia que poderia ter acontecido no tea-tro. Na tarde da segunda-feira, Danielle pos-tou em seu Twitter uma mensagem para tranquilizar os fãs. “Obrigada pelo imenso carinho!!! Eu estou bem e apenas torcendo pela rápida recuperação do meu amado par-ceiro @fragosothiago #forçathiago!”

Jonatas Faro, que estava escalado para viver Sonny e alegou motivos pessoais para declinar do convite de Falabella, comentou em poucas palavras o acidente envolvendo a mãe do seu

Thiago Fragoso, Danielle Winits e Sidney Magal no palco de Xanadu. Cantor foi quem organizou a evacuação do público após a quedaNoite de horror

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filho Guy, de 9 meses. “É uma coisa chata, mas acontece. As grandes produções estão sujeitas a isso”, disse à Gente. No fim da tarde da se-gunda-feira, o ator se manifestou no Twitter. “Feliz que a Dani já está em casa e bem. Agora é torcer pra que o Thiago se recupere rápido e volte logo para os palcos”, postou. Cássio Reis, primeiro marido da atriz e pai de Noah, de 4 anos, também usou sua página no micro-blog para prestar solideriedade aos atores. “Torcendo pela breve recuperação de Danielle e Thiago. Grande susto.” Noah e Guy ficaram com os pais. Ao mais velho, foi dito que a mãe havia se “machucado” mas que estava bem.

A produção da peça ainda não havia deci-dido pela suspensão temporária do musical, mas anunciou que Thiago será substituído por Danilo Timm, que atuou em Hair, de Charles Möeller e Cláudio Botelho. Por causa do acidente, Thiago também não vai mais entrar na novela da Globo A Vida da Gente, das 18h. Thiago, que iria interpretar o novo par romântico de Manuela, persona-gem de Marjorie Estiano, será substituído por Eriberto Leão. “O diretor me chamou e já comecei a gravar. Sou colega do Thiago, uma pessoa que adoro e espero que ele fique bom logo”, explicou Eriberto.

Sobre a cena em si e a continuidade dos atores, tudo só seria resolvido após uma reu-nião entre o diretor do espetáculo, Miguel Falabella, os produtores, patrocinadores e o elenco, na terça-feira 31. Miguel, que passou a tarde da segunda-feira 30 escrevendo capí-tulos da novela Aquele Beijo, conversou com

Danielle e Thiago na estreia para convidados do musical Xanadu, 13 dias antes do acidente

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G8 G10

LOCAL DA QUEDA

“O acidente foi às 20h35, no começo do espetáculo. As luzes do teatro estavam todas apagadas, havia apenas um foco de luz sobre os dois atores, que estavam sobrevoando a plateia, suspensos por cabos de aço. Ouvi um estalo e eles desmoronaram do ponto mais alto – mais ou menos a cinco metros do chão. Foi muito rápido. Quando olhei, vi o Thiago (Fragoso) imóvel no chão. E Danielle (Winits) gritando muito de dor. Houve tumulto e o Sidney Magal pediu para evacuarem o teatro para facilitar o trabalho dos bombeiros. Eles caíram mais em cima da minha amiga Marina (Beckman), que estava na poltrona G10, e de outra senhora que não conheço. Acho que uma parte do corpo do Thiago bateu na minha perna,

senti o impacto na hora. Minha amiga começou a gritar de dor, dizendo que algo bem pesado tinha caído sobre o pescoço dela, mas ela não sabia o que era. Rapidamente as luzes foram acesas. Com a força da queda, os dois foram parar nas poltronas da frente, que estavam vazias. O Thiago ficou bem quieto, até pensei que tivesse desmaiado. Pediram para ninguém dar água a ele, para não engasgar. A Dani ficou gritando no chão, mas se machucou menos e saiu do teatro andando. Minha amiga foi removida para o Hospital Miguel Couto com o Thiago. Eu fui de táxi para lá. Um clínico-geral tirou a minha pressão, que tinha chegado a 20. Depois fiz uma radiografia, enfaixaram a minha perna direita e fui liberada.”

Helena maria Sampaio maciel, 73 anos, espectadora

Susto na escuridãoDanielle suspensa em outra cena do musical

e a localização exata dos assentos atingidos

pelos atores (ao lado)

• “É uma coisa chata, mas acontece. as grandes produções estão sujeitas a isso” •Jonatas Faro, ator e ex-marido de Danielle Winits

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filho Guy, de 9 meses. “É uma coisa chata, mas acontece. As grandes produções estão sujeitas a isso”, disse à Gente. No fim da tarde da se-gunda-feira, o ator se manifestou no Twitter. “Feliz que a Dani já está em casa e bem. Agora é torcer pra que o Thiago se recupere rápido e volte logo para os palcos”, postou. Cássio Reis, primeiro marido da atriz e pai de Noah, de 4 anos, também usou sua página no micro-blog para prestar solideriedade aos atores. “Torcendo pela breve recuperação de Danielle e Thiago. Grande susto.” Noah e Guy ficaram com os pais. Ao mais velho, foi dito que a mãe havia se “machucado” mas que estava bem.

A produção da peça ainda não havia deci-dido pela suspensão temporária do musical, mas anunciou que Thiago será substituído por Danilo Timm, que atuou em Hair, de Charles Möeller e Cláudio Botelho. Por causa do acidente, Thiago também não vai mais entrar na novela da Globo A Vida da Gente, das 18h. Thiago, que iria interpretar o novo par romântico de Manuela, persona-gem de Marjorie Estiano, será substituído por Eriberto Leão. “O diretor me chamou e já comecei a gravar. Sou colega do Thiago, uma pessoa que adoro e espero que ele fique bom logo”, explicou Eriberto.

Sobre a cena em si e a continuidade dos atores, tudo só seria resolvido após uma reu-nião entre o diretor do espetáculo, Miguel Falabella, os produtores, patrocinadores e o elenco, na terça-feira 31. Miguel, que passou a tarde da segunda-feira 30 escrevendo capí-tulos da novela Aquele Beijo, conversou com

Danielle e Thiago na estreia para convidados do musical Xanadu, 13 dias antes do acidente

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LOCAL DA QUEDA

“O acidente foi às 20h35, no começo do espetáculo. As luzes do teatro estavam todas apagadas, havia apenas um foco de luz sobre os dois atores, que estavam sobrevoando a plateia, suspensos por cabos de aço. Ouvi um estalo e eles desmoronaram do ponto mais alto – mais ou menos a cinco metros do chão. Foi muito rápido. Quando olhei, vi o Thiago (Fragoso) imóvel no chão. E Danielle (Winits) gritando muito de dor. Houve tumulto e o Sidney Magal pediu para evacuarem o teatro para facilitar o trabalho dos bombeiros. Eles caíram mais em cima da minha amiga Marina (Beckman), que estava na poltrona G10, e de outra senhora que não conheço. Acho que uma parte do corpo do Thiago bateu na minha perna,

senti o impacto na hora. Minha amiga começou a gritar de dor, dizendo que algo bem pesado tinha caído sobre o pescoço dela, mas ela não sabia o que era. Rapidamente as luzes foram acesas. Com a força da queda, os dois foram parar nas poltronas da frente, que estavam vazias. O Thiago ficou bem quieto, até pensei que tivesse desmaiado. Pediram para ninguém dar água a ele, para não engasgar. A Dani ficou gritando no chão, mas se machucou menos e saiu do teatro andando. Minha amiga foi removida para o Hospital Miguel Couto com o Thiago. Eu fui de táxi para lá. Um clínico-geral tirou a minha pressão, que tinha chegado a 20. Depois fiz uma radiografia, enfaixaram a minha perna direita e fui liberada.”

Helena maria Sampaio maciel, 73 anos, espectadora

Susto na escuridãoDanielle suspensa em outra cena do musical

e a localização exata dos assentos atingidos

pelos atores (ao lado)

• “É uma coisa chata, mas acontece. as grandes produções estão sujeitas a isso” •Jonatas Faro, ator e ex-marido de Danielle Winits

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Gente no início da noite. “Descarto total-mente a possibilidade da peça não continuar. Infelizmente, não vamos mais poder contar com Thiago no resto da temporada no Rio. Quem sabe, ele não volta em São Paulo?”, adiantou Falabella, que também espera o re-torno o mais rápido possível de Danielle. “Ela está bem e, se não voltar neste fim de semana, no próximo ela vai estar no palco”, disse. Sobre a cena do voo, o diretor confir-mou que, por enquanto, será tirada do musi-cal. “Os atores estão preocupados, com medo, e o público pode até sair correndo, né? Vamos adaptar uma dança no palco, alguma coisa. Vou esperar o laudo, a perícia técnica para decidir se tiro ou não”, observou ele.

• Caso de polícia• O rompimento dos quatro cabos de aço, fabricados na Inglaterra e comprados nos EUA, ainda é um mistério. O equipamento, da empresa Set Cavalheiro FX, que presta serviços de cenografia para espetáculos tea-trais, estaria habilitado a suportar até duas toneladas. “Não tenho a menor ideia do que aconteceu. O sistema foi desenvolvido para uma carga muito superior à que foi utiliza-da”, contou o dono, Heitor Cavalheiro.

Em nota, o Conselho de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) disse que a empresa não tem registro na en-tidade nem engenheiro responsável. O vice-presidente do órgão, Jaques Sherique, fez uma vistoria no Teatro Oi Casagrande na segunda-feira e encontrou irregularidades no equipamento e no local. “Não havia o ‘cabo vida’, que impede a queda de quem está suspenso, um problema semelhante ao ocor-rido no espetáculo Homem-Aranha, em Nova York. Além disso, o teatro não tem um téc-nico responsável pela parte elétrica e mecâ-nica, o que pode acarretar riscos e acidentes”, declarou. A administração do teatro tem até dez dias para apresentar, no CREA-RJ, os responsáveis, sob pena de multa.

A polícia instaurou um inquérito de lesão corporal culposa, no 14º DP do Leblon. O equipamento e uma roldana foram levados para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O laudo ficará pronto em 30 dias. O delegado-assistente Thales Nogueira Braga não descarta nenhuma linha de investi-gação. “Não havia indícios de sabotagem, mas a Polícia Civil não descarta essa hipótese. Iremos apurar a existência de eventual falha humana ou técnica e os responsáveis serão de-vidamente indiciados.” •

Atriz deve voltar ao musical em fevereiro. Já o ator será susbtituído por Danilo Timm

Thiago nos bastidores do musical, dia 17: cinco costelas fraturadas e vértebra fora do lugar

Carro de Marcos Pasquim levando a atriz da Clínica São Vicente, na segunda-feira 30. Abaixo, Paulo Rocha visita Danielle

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• “ela está bem, e se

não voltar neste fim

de semana, no próximo

vai estar no palco” •

Miguel Falabella, diretor do musical

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Gente no início da noite. “Descarto total-mente a possibilidade da peça não continuar. Infelizmente, não vamos mais poder contar com Thiago no resto da temporada no Rio. Quem sabe, ele não volta em São Paulo?”, adiantou Falabella, que também espera o re-torno o mais rápido possível de Danielle. “Ela está bem e, se não voltar neste fim de semana, no próximo ela vai estar no palco”, disse. Sobre a cena do voo, o diretor confir-mou que, por enquanto, será tirada do musi-cal. “Os atores estão preocupados, com medo, e o público pode até sair correndo, né? Vamos adaptar uma dança no palco, alguma coisa. Vou esperar o laudo, a perícia técnica para decidir se tiro ou não”, observou ele.

• Caso de polícia• O rompimento dos quatro cabos de aço, fabricados na Inglaterra e comprados nos EUA, ainda é um mistério. O equipamento, da empresa Set Cavalheiro FX, que presta serviços de cenografia para espetáculos tea-trais, estaria habilitado a suportar até duas toneladas. “Não tenho a menor ideia do que aconteceu. O sistema foi desenvolvido para uma carga muito superior à que foi utiliza-da”, contou o dono, Heitor Cavalheiro.

Em nota, o Conselho de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) disse que a empresa não tem registro na en-tidade nem engenheiro responsável. O vice-presidente do órgão, Jaques Sherique, fez uma vistoria no Teatro Oi Casagrande na segunda-feira e encontrou irregularidades no equipamento e no local. “Não havia o ‘cabo vida’, que impede a queda de quem está suspenso, um problema semelhante ao ocor-rido no espetáculo Homem-Aranha, em Nova York. Além disso, o teatro não tem um téc-nico responsável pela parte elétrica e mecâ-nica, o que pode acarretar riscos e acidentes”, declarou. A administração do teatro tem até dez dias para apresentar, no CREA-RJ, os responsáveis, sob pena de multa.

A polícia instaurou um inquérito de lesão corporal culposa, no 14º DP do Leblon. O equipamento e uma roldana foram levados para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O laudo ficará pronto em 30 dias. O delegado-assistente Thales Nogueira Braga não descarta nenhuma linha de investi-gação. “Não havia indícios de sabotagem, mas a Polícia Civil não descarta essa hipótese. Iremos apurar a existência de eventual falha humana ou técnica e os responsáveis serão de-vidamente indiciados.” •

Atriz deve voltar ao musical em fevereiro. Já o ator será susbtituído por Danilo Timm

Thiago nos bastidores do musical, dia 17: cinco costelas fraturadas e vértebra fora do lugar

Carro de Marcos Pasquim levando a atriz da Clínica São Vicente, na segunda-feira 30. Abaixo, Paulo Rocha visita Danielle

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vai estar no palco” •

Miguel Falabella, diretor do musical

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Diversão & Arte

• Selton Mello diz que o projeto de Reis e Ratos foi “uma ação entre ami-gos”. E ele foi um dos responsáveis por reunir o elenco estelar do filme de Mauro Lima, com estreia marcada para 17 de fevereiro. “Aconteceu uma série de coincidências. Selton encontrou com Cauã (Reymond) no avião, indo para o Carnaval da Bahia, e o convi-dou. Eu fui almoçar e encontrei o Rodrigo (Santoro) na churrascaria, falei do projeto, ele leu, ficou balançado e o Selton deu um gás depois”, conta Mauro, que já tinha dirigido Selton em Meu Nome Não É Johnny.

Em nome da amizade, o grupo até aceitou trabalhar por cachês simbólicos e sem data certa para receber. Reis e Ratos começa com um atentado a bomba no coreto de uma cidade do interior do Rio. A cantora de boate vivi-da por Rafaela Mandelli é salva porque, minutos antes, ouviu no rádio o locutor (Cauã Reymond), em transe mediúnico, falar sobre um plano para matá-la.

A narrativa que transita entre o cômi-co e o delirante aborda o clima de conspiração que rondava o País às vés-peras do golpe militar de 1964. Tudo com pitadas de sátira ao star system hollywoodiano – a começar pelo pró-prio personagem de Selton, o agente da CIA Troy Somerset, que parece dublar a si mesmo.

Além do cinema, o ator de 39 anos revela que, depois de 13 anos longe das novelas, quase entrou no elenco da próxima trama das nove, escrita por João Emanuel Carneiro. E ainda recu-sou convite para participar do filme Star Trek 2, dirigido por J.J. Abrams: “Convidaram, só que não tinha um personagem. Perguntei: ‘O que vou fazer?’ Disseram: ‘Você vem e aqui a gente decide.” Pedi desculpa e respon-di que não trabalho assim.. Sabe lá onde iam me enfiar.”

• Seu personagem é um americano. Buscou inspiração em alguém?• Em um jeito dominante nos anos 50 do cinema americano. Todos tinham a testa franzida e atuavam fumando, como o Humphrey Bogart, o Robert Mitchum e o Gregory Peck. É uma brin-cadeira com aquele tipo de interpreta-ção. Além disso, eu estava mais a fim de fazer uma brincadeira com a dubla-gem do que um sotaque americano propriamente. Afinal, fui dublador pro-fissional toda a adolescência.

• Você convidou Cauã Reymond para atuar no filme. Já se conheciam?• Não pessoalmente, mas acompanhava seu trabalho. Via que era um ator inte-ressante começando a sacar que poderia alçar voos mais ousados no cinema.

• Incomodou-o receber só um cachê simbólico e sem data de pagamento? • Algum jornalista deu a melhor defini-ção: “Foi um cheque pré-datado”. Disseram: “Agora não tem nada, mas assim que captar vocês recebem.” Foi tranquilo (risos).

• Como foi o convite para atuar em Star Trek 2?• Convidaram, só que não tinha um personagem. Perguntei: “O que vou fazer?” Disseram: “Você vem e aqui a gente decide.” Pedi desculpa e respon-di que não trabalho assim.. Sabe lá onde iam me enfiar. Não sou um cara aventureiro. Não me senti à vontade.

• Você também já falou que não teria disponibilidade emocional para tantos testes em Hollywood. • Por isso que admiro o Santoro. O jeito que ele fez é o mais difícil. Ele fazia tes-tes, foi conquistando na unha. Não tenho vontade de parar tudo aqui. Seria bom se eu fizer alguma coisa aqui e, de repente, alguém assistir e falar: “Legal esse cara”. Com o Wagner (Moura) foi assim. Tropa de Elite passou no Festival de Sundance, um diretor viu o trabalho dele e o chamou. É um caminho mais a ver com o meu. O mundo está ficando menor, a Europa está falida e o Brasil é um potencial, está na moda. Acho que cada vez mais vai ter gente interessada em talentos brasileiros, filmes sendo rodados aqui e a gente de repente vai começar a fazer filmes americanos de forma mais natural.

‘‘Eu estava mais a fi m de fazer uma brincadeira com a dublagem do que um sotaque americano propriamente. Afi nal, fui dublador profi ssional toda a adolescência”

CINEMA • SELTON MELLOAVALIA: ★★★★★ INDISPENSÁVEL ★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM ★★ REGULAR ★ FRACO

SELTON CONTA QUE CONVIDOU

CAUÃ PARA O FILME PORQUE

ACOMPANHAVA SEU TRABALHO NO CINEMA

Ator fala sobre seu

personagem em Reis e Ratos,

do trabalho dos colegas de

elenco Rodrigo Santoro e Cauã

Reymond e do convite que

recusou para atuar em uma

superprodução americana

Samia MazzuccoSANTORO É O

MARGINAL RONY RATO E CAUÃ, UM MÉDIUM

“NÃO SOU UM CARA AVENTUREIRO”

cinema • gastronomia • livros • música • teatro • televisão

BONITÕES DE VISUAL ESTRANHO

Rodrigo Santoro fala sobre como foi aparecer feioso em Reis e Ratos e Cauã Reymond, que faz um médium de sexualidade indefi nida, diz que morre de medo do sobrenatural

• Quem espera ver o galã Rodrigo Santoro lindo de morrer, é bom se pre-parar. No papel de Rony Rato, um mar-ginal viciado em metanfetamina, ele aparece todo mal ajambrado, com a pele suja e machucada. “Achei ótimo, mas não ficava me olhando muito no espelho”, conta. Já Hervê Gianini, o radialista médium de sexualidade indefi-nida, vivido por Cauã Reymond, não chega aos pés da feiura do colega, mas exibe um bigode bem duvidoso. Diferentemente de seu personagem, Cauã diz que morre de medo do sobre-natural. “Uma vez, a Grazi estava dor-mindo e ouvi alguém puxando a cortina. Ela perguntou: ‘Você ouviu?’ A gente até rezou”, conta, aos risos, o futuro papai. Seu mais novo livro de cabeceira é o best-seller O Que Esperar Quando Você Está Esperando, sobre o que acontece com o corpo da mãe e o feto durante a gravidez. “Estou ansioso para ver a carinha do bebê”, conta.

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Diversão & Arte

• Selton Mello diz que o projeto de Reis e Ratos foi “uma ação entre ami-gos”. E ele foi um dos responsáveis por reunir o elenco estelar do filme de Mauro Lima, com estreia marcada para 17 de fevereiro. “Aconteceu uma série de coincidências. Selton encontrou com Cauã (Reymond) no avião, indo para o Carnaval da Bahia, e o convi-dou. Eu fui almoçar e encontrei o Rodrigo (Santoro) na churrascaria, falei do projeto, ele leu, ficou balançado e o Selton deu um gás depois”, conta Mauro, que já tinha dirigido Selton em Meu Nome Não É Johnny.

Em nome da amizade, o grupo até aceitou trabalhar por cachês simbólicos e sem data certa para receber. Reis e Ratos começa com um atentado a bomba no coreto de uma cidade do interior do Rio. A cantora de boate vivi-da por Rafaela Mandelli é salva porque, minutos antes, ouviu no rádio o locutor (Cauã Reymond), em transe mediúnico, falar sobre um plano para matá-la.

A narrativa que transita entre o cômi-co e o delirante aborda o clima de conspiração que rondava o País às vés-peras do golpe militar de 1964. Tudo com pitadas de sátira ao star system hollywoodiano – a começar pelo pró-prio personagem de Selton, o agente da CIA Troy Somerset, que parece dublar a si mesmo.

Além do cinema, o ator de 39 anos revela que, depois de 13 anos longe das novelas, quase entrou no elenco da próxima trama das nove, escrita por João Emanuel Carneiro. E ainda recu-sou convite para participar do filme Star Trek 2, dirigido por J.J. Abrams: “Convidaram, só que não tinha um personagem. Perguntei: ‘O que vou fazer?’ Disseram: ‘Você vem e aqui a gente decide.” Pedi desculpa e respon-di que não trabalho assim.. Sabe lá onde iam me enfiar.”

• Seu personagem é um americano. Buscou inspiração em alguém?• Em um jeito dominante nos anos 50 do cinema americano. Todos tinham a testa franzida e atuavam fumando, como o Humphrey Bogart, o Robert Mitchum e o Gregory Peck. É uma brin-cadeira com aquele tipo de interpreta-ção. Além disso, eu estava mais a fim de fazer uma brincadeira com a dubla-gem do que um sotaque americano propriamente. Afinal, fui dublador pro-fissional toda a adolescência.

• Você convidou Cauã Reymond para atuar no filme. Já se conheciam?• Não pessoalmente, mas acompanhava seu trabalho. Via que era um ator inte-ressante começando a sacar que poderia alçar voos mais ousados no cinema.

• Incomodou-o receber só um cachê simbólico e sem data de pagamento? • Algum jornalista deu a melhor defini-ção: “Foi um cheque pré-datado”. Disseram: “Agora não tem nada, mas assim que captar vocês recebem.” Foi tranquilo (risos).

• Como foi o convite para atuar em Star Trek 2?• Convidaram, só que não tinha um personagem. Perguntei: “O que vou fazer?” Disseram: “Você vem e aqui a gente decide.” Pedi desculpa e respon-di que não trabalho assim.. Sabe lá onde iam me enfiar. Não sou um cara aventureiro. Não me senti à vontade.

• Você também já falou que não teria disponibilidade emocional para tantos testes em Hollywood. • Por isso que admiro o Santoro. O jeito que ele fez é o mais difícil. Ele fazia tes-tes, foi conquistando na unha. Não tenho vontade de parar tudo aqui. Seria bom se eu fizer alguma coisa aqui e, de repente, alguém assistir e falar: “Legal esse cara”. Com o Wagner (Moura) foi assim. Tropa de Elite passou no Festival de Sundance, um diretor viu o trabalho dele e o chamou. É um caminho mais a ver com o meu. O mundo está ficando menor, a Europa está falida e o Brasil é um potencial, está na moda. Acho que cada vez mais vai ter gente interessada em talentos brasileiros, filmes sendo rodados aqui e a gente de repente vai começar a fazer filmes americanos de forma mais natural.

‘‘Eu estava mais a fi m de fazer uma brincadeira com a dublagem do que um sotaque americano propriamente. Afi nal, fui dublador profi ssional toda a adolescência”

CINEMA • SELTON MELLOAVALIA: ★★★★★ INDISPENSÁVEL ★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM ★★ REGULAR ★ FRACO

SELTON CONTA QUE CONVIDOU

CAUÃ PARA O FILME PORQUE

ACOMPANHAVA SEU TRABALHO NO CINEMA

Ator fala sobre seu

personagem em Reis e Ratos,

do trabalho dos colegas de

elenco Rodrigo Santoro e Cauã

Reymond e do convite que

recusou para atuar em uma

superprodução americana

Samia MazzuccoSANTORO É O

MARGINAL RONY RATO E CAUÃ, UM MÉDIUM

“NÃO SOU UM CARA AVENTUREIRO”

cinema • gastronomia • livros • música • teatro • televisão

BONITÕES DE VISUAL ESTRANHO

Rodrigo Santoro fala sobre como foi aparecer feioso em Reis e Ratos e Cauã Reymond, que faz um médium de sexualidade indefi nida, diz que morre de medo do sobrenatural

• Quem espera ver o galã Rodrigo Santoro lindo de morrer, é bom se pre-parar. No papel de Rony Rato, um mar-ginal viciado em metanfetamina, ele aparece todo mal ajambrado, com a pele suja e machucada. “Achei ótimo, mas não ficava me olhando muito no espelho”, conta. Já Hervê Gianini, o radialista médium de sexualidade indefi-nida, vivido por Cauã Reymond, não chega aos pés da feiura do colega, mas exibe um bigode bem duvidoso. Diferentemente de seu personagem, Cauã diz que morre de medo do sobre-natural. “Uma vez, a Grazi estava dor-mindo e ouvi alguém puxando a cortina. Ela perguntou: ‘Você ouviu?’ A gente até rezou”, conta, aos risos, o futuro papai. Seu mais novo livro de cabeceira é o best-seller O Que Esperar Quando Você Está Esperando, sobre o que acontece com o corpo da mãe e o feto durante a gravidez. “Estou ansioso para ver a carinha do bebê”, conta.

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Ensaio

Após pausa na carreira para cuidar da filha, Anne Marie, de 2 anos, Schynaider Garnero volta ao trabalho e protagoniza

um ensaio especial para Gente. Aos 23 anos, ela fala de maternidade e da decisão

de criar a filha com o empresário Mario Garnero fora do Brasil

texto Simone BlaneS

Fotos Sergio Caddah

styling alexandre SChnaBl

ConCeito BianCa Zaramella

Antes dos30 anos,

• A ausência das passarelas foi sentida. Bem no auge, há três anos, quando era admirada nos desfiles do São Paulo Fashion Week, a então top Schynaider era promessa de mais um nome a ser lançado no mercado interna-cional. Mas, quando tudo se encaminhava para isso, a própria modelo tomou sua deci-são mais corajosa. Entre o mundo fashion e priorizar sua vida familiar, ela preferiu a se-gunda opção. Casada com o empresário Ma-rio Garnero, Schynaider investiu na vida em casa e, sobretudo, na gravidez de sua primei-ra filha. Hoje, Anne Marie tem 2 anos, já co-meça a andar e a vida em família vai bem, obrigada, lá em Nova York. Foi quando Schy-naider, aos 23 anos, entendeu que era hora de voltar ao batente. “Mergulhei de verdade no universo do bebê: amamentei até os 9 meses, cuidei de tudo de perto. Só senti vontade de voltar a trabalhar quando a Anne começou a

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Túni

ca d

e te

cido

ada

mas

cado

Pat

acho

u“vou estarcom outro

no colo”filho

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Ensaio

Após pausa na carreira para cuidar da filha, Anne Marie, de 2 anos, Schynaider Garnero volta ao trabalho e protagoniza

um ensaio especial para Gente. Aos 23 anos, ela fala de maternidade e da decisão

de criar a filha com o empresário Mario Garnero fora do Brasil

texto Simone BlaneS

Fotos Sergio Caddah

styling alexandre SChnaBl

ConCeito BianCa Zaramella

Antes dos30 anos,

• A ausência das passarelas foi sentida. Bem no auge, há três anos, quando era admirada nos desfiles do São Paulo Fashion Week, a então top Schynaider era promessa de mais um nome a ser lançado no mercado interna-cional. Mas, quando tudo se encaminhava para isso, a própria modelo tomou sua deci-são mais corajosa. Entre o mundo fashion e priorizar sua vida familiar, ela preferiu a se-gunda opção. Casada com o empresário Ma-rio Garnero, Schynaider investiu na vida em casa e, sobretudo, na gravidez de sua primei-ra filha. Hoje, Anne Marie tem 2 anos, já co-meça a andar e a vida em família vai bem, obrigada, lá em Nova York. Foi quando Schy-naider, aos 23 anos, entendeu que era hora de voltar ao batente. “Mergulhei de verdade no universo do bebê: amamentei até os 9 meses, cuidei de tudo de perto. Só senti vontade de voltar a trabalhar quando a Anne começou a

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Ensaio

Vest

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com

pét

alas

Cav

endi

sh

“Tento sempre ficar o mínimo

possível fora de casa. Se

fico longe deles (a filha e o

marido) por muito tempo,

fico triste, apagada”

andar sozinha e a brincar com os amigui-nhos. Trabalhar me faz bem e o Mario sem-pre me apoiou a retornar”, diz. E foi com esse espírito que a modelo começou 2012.

Além deste ensaio especial para Gente, com looks metalizados que prometem ser tendência para o inverno – apontada nas se-manas de moda do Rio e de São Paulo em janeiro –, ela acaba de protagonizar um catá-logo para a marca Siberian, todo produzido no Chile. A viagem a trabalho, aliás, foi pen-sada com cuidado. Isso porque a modelo não quer perder o convívio com a sua turma. “Tento sempre ficar o mínimo possível fora de casa. Se estou longe deles por muito tem-po, fico triste, apagada. E procuro falar com eles todos os dias”, conta a modelo.

• Residência fixa• O assédio ao seu nome para mais trabalhos no Brasil, contudo, não a faz pensar em vol-tar a morar por aqui. Para ela, criar sua filha em Nova York tem vantagens que não dis-pensa. “Posso fazer tudo com ela. Por exem-plo, ela entra na escola às 9 horas da manhã e eu saio de casa às 8h55. E vamos andando. Depois podemos ir ao parque, ao supermer-cado, andando e sem medo de nada. É bem

Ensaio

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marido) por muito tempo,

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andar sozinha e a brincar com os amigui-nhos. Trabalhar me faz bem e o Mario sem-pre me apoiou a retornar”, diz. E foi com esse espírito que a modelo começou 2012.

Além deste ensaio especial para Gente, com looks metalizados que prometem ser tendência para o inverno – apontada nas se-manas de moda do Rio e de São Paulo em janeiro –, ela acaba de protagonizar um catá-logo para a marca Siberian, todo produzido no Chile. A viagem a trabalho, aliás, foi pen-sada com cuidado. Isso porque a modelo não quer perder o convívio com a sua turma. “Tento sempre ficar o mínimo possível fora de casa. Se estou longe deles por muito tem-po, fico triste, apagada. E procuro falar com eles todos os dias”, conta a modelo.

• Residência fixa• O assédio ao seu nome para mais trabalhos no Brasil, contudo, não a faz pensar em vol-tar a morar por aqui. Para ela, criar sua filha em Nova York tem vantagens que não dis-pensa. “Posso fazer tudo com ela. Por exem-plo, ela entra na escola às 9 horas da manhã e eu saio de casa às 8h55. E vamos andando. Depois podemos ir ao parque, ao supermer-cado, andando e sem medo de nada. É bem

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O Mario é um superpai. Ele fica

com ela (a filha Anne Marie), faz tudo, leva à escola, dá café da manhã,

brinca. Eles têm uma conexão

linda”

Vest

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rgan

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a co

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posi

ção

de c

olet

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spaç

o Fa

shio

n

Beleza • Krisna CarvalhoModelo • sChynaider Garnero (MeGa)assistentes de produção • luCas MaGno, TaMara laCerda, JessiCa MaGdalena e rebeCCa Koller barreToassistente de FotograFia • Gabriel ColomBeiratrataMento digital • oCTavio duarTe www.oCTavioduarTe.CoM

CONFIRA MAIS FOTOS EMWWW.ISTOEGENTE.COM.BR

Qui

mon

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o fu

rta-

cor

Pata

chou

diferente de São Paulo, onde ela acaba fican-do mais em casa porque tudo precisa de car-ro, horas de trânsito, além de não ter segu-rança”, compara. Outra vantagem é que Anne já é bilíngue, pois fala inglês na escola e português em casa, com os pais. “Temos uma babá, mas eu e meu marido fazemos tudo. O Mario é um superpai. Ele fica com ela, faz tudo, leva à escola, dá café da manhã, brinca. Eles têm uma conexão linda.” Se-gundo Schynaider, a menina é a cara do pai. “Mas tem o meu jeito. É delicada, gosta de se arrumar e faz pose para tirar fotos.” Se há chance de vir uma irmãzinha para Anne em breve? “Não, mas estamos pensando nisso, não queremos que ela seja filha única. Estou com 23 anos. Antes dos 30, vou estar com outro filho no colo.” •

Ensaio

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O Mario é um superpai. Ele fica

com ela (a filha Anne Marie), faz tudo, leva à escola, dá café da manhã,

brinca. Eles têm uma conexão

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diferente de São Paulo, onde ela acaba fican-do mais em casa porque tudo precisa de car-ro, horas de trânsito, além de não ter segu-rança”, compara. Outra vantagem é que Anne já é bilíngue, pois fala inglês na escola e português em casa, com os pais. “Temos uma babá, mas eu e meu marido fazemos tudo. O Mario é um superpai. Ele fica com ela, faz tudo, leva à escola, dá café da manhã, brinca. Eles têm uma conexão linda.” Se-gundo Schynaider, a menina é a cara do pai. “Mas tem o meu jeito. É delicada, gosta de se arrumar e faz pose para tirar fotos.” Se há chance de vir uma irmãzinha para Anne em breve? “Não, mas estamos pensando nisso, não queremos que ela seja filha única. Estou com 23 anos. Antes dos 30, vou estar com outro filho no colo.” •

Ensaio

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entrevista

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“Não ligo para picuinhas”Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, diz que as provocações entre carnavalescos fazem parte da festa, conta a história de vida que daria um samba enredo, da obsessão pelos Estados Unidos e do dia em que pediu demissão após 13 anos como comissário de bordo para começar a desenhar fantasiasPOR ANA CORA LIMA

FOTOS FELIPE VARANDA / AG. ISTOÉ

• A vida do carnavalesco Paulo Barros rende-ria um samba enredo do estilo épico, com um refrão celebrando um momento decisivo em que o personagem resolve seguir uma paixão e conquista o sucesso. Paulo, 49 anos, campeão do Carnaval carioca em 2010 com a Unidos da Tijuca, já cursou arquitetura, letras, foi co-missário de bordo e largou tudo para se tornar carnavalesco. Nascido em Nilópolis, ele co-meçou desenhando fantasias para pequenas escolas, como a Vizinha Faladeira e sofreu com a mudança do padrão de vida. Ele diz não ligar para previsões de futuro ou profecias, mas conta a história de um dia de 2003, em Angra dos Reis, quando um homem lhe disse: “Da-qui a um ano, sua vida vai mudar.” Semanas depois, Paulo era chamado para assumir o bar-racão da Unidos da Tijuca. No ano seguinte, o enredo O Sonho da Criação e a Criação do So-nho: A Arte da Ciência no Tempo do Impossível inovaria o desfi le carioca ao levar alegorias vi-vas para a avenida, com pessoas reproduzindo

a estrutura do DNA. “Apostei alto naquele Carnaval. Não fomos campeões, mas ganhei todos os prêmios e o respeito do público e da crítica”, conta Paulo. O primeiro sonho do carnavalesco passava bem distante da festa que representa a ale-gria nacional. Paulo queria viver nos Estados Unidos, estudou inglês, foi trabalhar como comissário de bordo. Depois de 13 anos, a paixão pelo Carnaval se manifestou e ele pe-diu demissão. Este ano, ele levará para a Sa-pucaí o enredo O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão, homenagem a Luiz Gonzaga. Em duas horas de entrevista, em sua sala no barracão da escola, Paulo fala sobre as intri-gas de bastidores, do que acha dos famosos desfi lando, de sua vida cheia de reviravoltas e conta outras histórias surpreendentes, como o gosto pela culinária que o levou a de-senhar a própria cozinha e a ser dono de um restaurante francês.

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entrevista

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“Não ligo para picuinhas”Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, diz que as provocações entre carnavalescos fazem parte da festa, conta a história de vida que daria um samba enredo, da obsessão pelos Estados Unidos e do dia em que pediu demissão após 13 anos como comissário de bordo para começar a desenhar fantasiasPOR ANA CORA LIMA

FOTOS FELIPE VARANDA / AG. ISTOÉ

• A vida do carnavalesco Paulo Barros rende-ria um samba enredo do estilo épico, com um refrão celebrando um momento decisivo em que o personagem resolve seguir uma paixão e conquista o sucesso. Paulo, 49 anos, campeão do Carnaval carioca em 2010 com a Unidos da Tijuca, já cursou arquitetura, letras, foi co-missário de bordo e largou tudo para se tornar carnavalesco. Nascido em Nilópolis, ele co-meçou desenhando fantasias para pequenas escolas, como a Vizinha Faladeira e sofreu com a mudança do padrão de vida. Ele diz não ligar para previsões de futuro ou profecias, mas conta a história de um dia de 2003, em Angra dos Reis, quando um homem lhe disse: “Da-qui a um ano, sua vida vai mudar.” Semanas depois, Paulo era chamado para assumir o bar-racão da Unidos da Tijuca. No ano seguinte, o enredo O Sonho da Criação e a Criação do So-nho: A Arte da Ciência no Tempo do Impossível inovaria o desfi le carioca ao levar alegorias vi-vas para a avenida, com pessoas reproduzindo

a estrutura do DNA. “Apostei alto naquele Carnaval. Não fomos campeões, mas ganhei todos os prêmios e o respeito do público e da crítica”, conta Paulo. O primeiro sonho do carnavalesco passava bem distante da festa que representa a ale-gria nacional. Paulo queria viver nos Estados Unidos, estudou inglês, foi trabalhar como comissário de bordo. Depois de 13 anos, a paixão pelo Carnaval se manifestou e ele pe-diu demissão. Este ano, ele levará para a Sa-pucaí o enredo O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão, homenagem a Luiz Gonzaga. Em duas horas de entrevista, em sua sala no barracão da escola, Paulo fala sobre as intri-gas de bastidores, do que acha dos famosos desfi lando, de sua vida cheia de reviravoltas e conta outras histórias surpreendentes, como o gosto pela culinária que o levou a de-senhar a própria cozinha e a ser dono de um restaurante francês.

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entrevista

• Desde criança frequentava o barracão da Beija-Flor. A vontade de ser carnavalesco vem dessa época?• Paulo Barros. Não. Eu era um folião de acompanhar os ensaios, os desfi les. Gostava de desenhar, mas era apaixonado pelos Esta-dos Unidos. Queria ser alguma coisa que me levasse à América. Fui fazer curso de inglês e lá conheci uma colega que era comissária de bordo, que viajava para lá toda hora. Coloquei na cabeça que iria trabalhar na aviação.

• E como aconteceu isso? • Prestei vestibular para arquitetura e passei, mas, quando estava no quarto período, sofri um acidente automobilístico. Um cara veio na contramão e acabou com o meu carro. Tive problemas no rosto e fi z várias operações. A recuperação foi difícil, mas fi quei bom e resol-vi largar tudo. Fiz outro vestibular, e, quando estava no terceiro período de letras, surgiu um concurso para chefe de tráfego na Varig. Pen-sei: “É agora ou nunca”. Entrei na Varig em abril de 1984. Passei 13 anos na empresa.

• Pediu demissão para ser carnavalesco?• Em 1997, eu não estava em agremiação algu-ma, mas pedi demissão. Entrei em depressão, meu padrão de vida caiu e tive de recorrer ao apoio moral e fi nanceiro dos meus pais. Procu-rei ajuda de um psicólogo, mas me dei alta e decidi reagir trabalhando. Até que, em 1999, comecei na Arranco do Engenho de Dentro e mais tarde fui carnavalesco da Vizinha Fala-deira e Paraíso do Tuiuti. Demorou cinco anos até eu chegar ao Grupo Especial, em 2004.

• Como é a rotina na reta fi nal do Carnaval?• Tenho dois endereços. Uma casa grande em Niterói e um apartamento no Rio, em Ipane-ma, onde estou morando desde novembro, porque só saio do barracão por volta das 22h. Acordo no máximo 8h, malho, vou ao banco ou ao supermercado. Por volta das 11h, chego ao barracão e fi co direto, todos os dias. Só às vezes tiro o domingo de folga. Uma semana antes do Carnaval, devo dormir no barracão.

• É muito exigente no trabalho?• Hoje me considero mais calmo, mas meu ní-vel de exigência não diminui. Sou perfeccionis-ta e tudo tem de sair da forma que imaginei.

• E guerra de vaidade no Carnaval, de disputa, competição...• (interrompendo) A competição é saudável. No ano passado, quando saiu o resultado da

‘‘Não me incomodo com

celebridades desfi lando,

desde que não atrapalhem o

andamento do projeto. (...)

Gratuitamente, não!’’

vitória da Beija-Flor, que homenageou Ro-berto Carlos, eu soltei aquela gracinha de que iria fazer um enredo sobre uma personalidade, porque parece que isso dá título. Então, disse que ia homenagear o Neguinho da Beija-Flor ou a Madonna. A gente brinca e as pessoas levam a sério. Acho que essa alegria e essa brincadeira são parte da festa, do Carnaval. Tenho um respeito enorme pelo diretor da Beija-Flor, o Laíla, que conheci quando eu era bem garoto. Respeito o trabalho dele e de to-dos. Essas picunhas... Nem ligo. Picunhas são boas para colorir, para dar um alfi netadinha.

• Fica muito tenso na hora do desfi le?• Eu não acompanho o desfi le. Fico na entrada da avenida querendo bater em todo mundo, querendo arrancar os pescoços (risos). Não vejo ninguém na frente. Aliás, é o único momento em que sinto que eu precisaria fazer uma tera-pia para entender o meu descontrole.

• Considera-se vaidoso?• Depois de certa idade, a gente passa a se cui-dar mais. Malho cinco vezes por semana. Cui-do do rosto, passo fi ltro solar, mas volta e meia esqueço. Com o cabelo a coisa é diferente. Te-nho um dermatologista, especialista em cabe-los. Passo produtos, tomo vitaminas e trouxe dos Estados Unidos um remédio que evita a queda dos fi os. Mas não tenho calvície.

• Pensa em ter fi lhos?• Nunca pensei. Mas eu tenho sete sobrinhos, que são os meus fi lhos. Sou um tio participa-tivo, carinhoso, dou bronca e quero saber de tudo. Recentemente, levei dois para os Esta-dos Unidos para conhecer a Disney.

• A Unidos da Tijuca é uma escola que quase não tem celebridades. Nos bastidores, dizem que você não gosta, é verdade?• Não me incomodo, desde que não atrapalhe o andamento do projeto. Se tenho um perso-nagem no enredo e preciso de um famoso para traduzir esse personagem, eu acho superváli-do. Gratuitamente, não!

• É verdade que você cozinha bem?• Eu adoro cozinhar. Tenho uma cozinha só para mim. Eu mesmo a desenhei e mandei fazer, com fogão industrial e forno à lenha. Tenho todos os tipos de panela, para feijoada, paella, risoto... Aprendi a cozinhar com a mi-nha mãe, mas nunca fi z curso. Cheguei a ter um restaurante de comida francesa no Rio entre 2000 e 2002. •

“Eu não acompanho o desfi le. Fico na entrada da avenida querendo bater em todo mundo, querendo arrancar os pescoços (risos)”

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entrevista

Paulo no barracão da Unidos da Tijuca, onde tem um escritório e trabalha diariamente, das 11h às 22h

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• Desde criança frequentava o barracão da Beija-Flor. A vontade de ser carnavalesco vem dessa época?• Paulo Barros. Não. Eu era um folião de acompanhar os ensaios, os desfi les. Gostava de desenhar, mas era apaixonado pelos Esta-dos Unidos. Queria ser alguma coisa que me levasse à América. Fui fazer curso de inglês e lá conheci uma colega que era comissária de bordo, que viajava para lá toda hora. Coloquei na cabeça que iria trabalhar na aviação.

• E como aconteceu isso? • Prestei vestibular para arquitetura e passei, mas, quando estava no quarto período, sofri um acidente automobilístico. Um cara veio na contramão e acabou com o meu carro. Tive problemas no rosto e fi z várias operações. A recuperação foi difícil, mas fi quei bom e resol-vi largar tudo. Fiz outro vestibular, e, quando estava no terceiro período de letras, surgiu um concurso para chefe de tráfego na Varig. Pen-sei: “É agora ou nunca”. Entrei na Varig em abril de 1984. Passei 13 anos na empresa.

• Pediu demissão para ser carnavalesco?• Em 1997, eu não estava em agremiação algu-ma, mas pedi demissão. Entrei em depressão, meu padrão de vida caiu e tive de recorrer ao apoio moral e fi nanceiro dos meus pais. Procu-rei ajuda de um psicólogo, mas me dei alta e decidi reagir trabalhando. Até que, em 1999, comecei na Arranco do Engenho de Dentro e mais tarde fui carnavalesco da Vizinha Fala-deira e Paraíso do Tuiuti. Demorou cinco anos até eu chegar ao Grupo Especial, em 2004.

• Como é a rotina na reta fi nal do Carnaval?• Tenho dois endereços. Uma casa grande em Niterói e um apartamento no Rio, em Ipane-ma, onde estou morando desde novembro, porque só saio do barracão por volta das 22h. Acordo no máximo 8h, malho, vou ao banco ou ao supermercado. Por volta das 11h, chego ao barracão e fi co direto, todos os dias. Só às vezes tiro o domingo de folga. Uma semana antes do Carnaval, devo dormir no barracão.

• É muito exigente no trabalho?• Hoje me considero mais calmo, mas meu ní-vel de exigência não diminui. Sou perfeccionis-ta e tudo tem de sair da forma que imaginei.

• E guerra de vaidade no Carnaval, de disputa, competição...• (interrompendo) A competição é saudável. No ano passado, quando saiu o resultado da

‘‘Não me incomodo com

celebridades desfi lando,

desde que não atrapalhem o

andamento do projeto. (...)

Gratuitamente, não!’’

vitória da Beija-Flor, que homenageou Ro-berto Carlos, eu soltei aquela gracinha de que iria fazer um enredo sobre uma personalidade, porque parece que isso dá título. Então, disse que ia homenagear o Neguinho da Beija-Flor ou a Madonna. A gente brinca e as pessoas levam a sério. Acho que essa alegria e essa brincadeira são parte da festa, do Carnaval. Tenho um respeito enorme pelo diretor da Beija-Flor, o Laíla, que conheci quando eu era bem garoto. Respeito o trabalho dele e de to-dos. Essas picunhas... Nem ligo. Picunhas são boas para colorir, para dar um alfi netadinha.

• Fica muito tenso na hora do desfi le?• Eu não acompanho o desfi le. Fico na entrada da avenida querendo bater em todo mundo, querendo arrancar os pescoços (risos). Não vejo ninguém na frente. Aliás, é o único momento em que sinto que eu precisaria fazer uma tera-pia para entender o meu descontrole.

• Considera-se vaidoso?• Depois de certa idade, a gente passa a se cui-dar mais. Malho cinco vezes por semana. Cui-do do rosto, passo fi ltro solar, mas volta e meia esqueço. Com o cabelo a coisa é diferente. Te-nho um dermatologista, especialista em cabe-los. Passo produtos, tomo vitaminas e trouxe dos Estados Unidos um remédio que evita a queda dos fi os. Mas não tenho calvície.

• Pensa em ter fi lhos?• Nunca pensei. Mas eu tenho sete sobrinhos, que são os meus fi lhos. Sou um tio participa-tivo, carinhoso, dou bronca e quero saber de tudo. Recentemente, levei dois para os Esta-dos Unidos para conhecer a Disney.

• A Unidos da Tijuca é uma escola que quase não tem celebridades. Nos bastidores, dizem que você não gosta, é verdade?• Não me incomodo, desde que não atrapalhe o andamento do projeto. Se tenho um perso-nagem no enredo e preciso de um famoso para traduzir esse personagem, eu acho superváli-do. Gratuitamente, não!

• É verdade que você cozinha bem?• Eu adoro cozinhar. Tenho uma cozinha só para mim. Eu mesmo a desenhei e mandei fazer, com fogão industrial e forno à lenha. Tenho todos os tipos de panela, para feijoada, paella, risoto... Aprendi a cozinhar com a mi-nha mãe, mas nunca fi z curso. Cheguei a ter um restaurante de comida francesa no Rio entre 2000 e 2002. •

“Eu não acompanho o desfi le. Fico na entrada da avenida querendo bater em todo mundo, querendo arrancar os pescoços (risos)”

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entrevista

Paulo no barracão da Unidos da Tijuca, onde tem um escritório e trabalha diariamente, das 11h às 22h

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14/01/2011 | 59

Estilo Casa

• Por Silviane Neno

“Sempre quis ter uma árvore na cozinha”, conta Guilherme. Ao lado, o quarto de hóspedes, com muita toy art e bonecos de Star Wars. Na fachada da casa, o letreiro em néon entrega o estilo do dono

Zelig mora aquiCriativo e impulsivo, o arquiteto paranaense Guilherme Torres faz de sua casa em São Paulo o seu maior laboratório de ideias.

Tudo ali pode mudar a qualquer momento, e ao sabor do espírito camaleônico do proprietário

Juliana FaddulFOTOS Marcelo Navarro/Ag. IstoÉ

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Estilo Casa

• Por Silviane Neno

“Sempre quis ter uma árvore na cozinha”, conta Guilherme. Ao lado, o quarto de hóspedes, com muita toy art e bonecos de Star Wars. Na fachada da casa, o letreiro em néon entrega o estilo do dono

Zelig mora aquiCriativo e impulsivo, o arquiteto paranaense Guilherme Torres faz de sua casa em São Paulo o seu maior laboratório de ideias.

Tudo ali pode mudar a qualquer momento, e ao sabor do espírito camaleônico do proprietário

Juliana FaddulFOTOS Marcelo Navarro/Ag. IstoÉ

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A mesa e o sofá são criações do arquiteto. O tapete Diesel veio da Itália. “Sempre que viajo é excesso de bagagem e confusão”, brinca. Abaixo, a coleção de robôs

POST-IT

Canto preferido

“Não tenho. Acho que quem tem um

cômodo favorito é porque não acertou

em alguma coisa”

Achado de décor

“Tudo aqui é um achado. Comprei todos

os objetos com o mesmo entusiasmo”

Na wish list“Gostaria de ter mais arte em casa.

Mas como vivemos num mundo pop,

ter um pôster dá o mesmo efeito”

6/2/2012 | 61

Estilo Casa

• Menino, em Londrina, no Paraná, onde nas-ceu, Guilherme Torres já andava para cima e para baixo sujo de tinta e com serrote na mão.

Vivia cismando em mudar a casa dos pais ou pelo menos o seu próprio quarto. “Eu ti-nha que ser arquiteto. Não tinha como fugir disso. A única coisa que pensei em ser, além disso, foi astronauta”, fala, enquanto mexe em seu boneco do filme Star Wars, sua ficção científica favorita.

Para um apreciador da literatura e das artes foi quase uma dádiva quando uma placa de aluga-se foi colocada no muro da casa onde funcionou o ateliê do escultor Victor Breche-ret (1894-1955), na João Moura, rua onde Guilherme sempre pensou em morar em São Paulo. “Estava aqui em frente quando apare-ceu uma placa. Quase não acreditei. Sou a pri-meira pessoa a morar aqui após a morte dele.”

Como o sobrado de 150m² tinha projeto dos anos 1950, Guilherme optou por uma reforma estrutural. As obras duraram um ano. Além da troca de fios e encanamento, ele decidiu também ampliar a cozinha. “Co-zinho quase diariamente para amigos e clien-tes. E, modéstia à parte sou muito bom”, manda o “chef ”. Para ganhar luz natural e dar amplitude ao ambiente, uma tela de madeira e um teto de policarbonato retrátil foram ins-

talados. O resultado estético também foi inte-ressante. Por ali, um carrinho de avião, desses usados pelos comissários para servir as refei-ções, faz as vezes de bar. É uma das raras peças que ele comprou pela internet.

“Vou comprando tudo o que acho legal ou que chama a minha atenção de alguma forma. Sempre compro sem saber onde colocar. Com-prar pela internet não tem nenhuma emoção”. Quando há um overbooking de objetos, ele re-corre a um galpão. O arquiteto diz que tem vontade de possuir mais obras de arte, mas não consegue. “Sempre acabo gastando o dinheiro com bugiganga.” Na coleção doméstica, desta-que para a obra de Pink Wainer, um backlight do quadro Las Meninas, de Velázquez, e o qua-dro com uma caveira de Rafael Quintino.

Impulsivo, o arquiteto já chegou a se desven-cilhar de tudo, chegando a deixar a casa inteira-mente vazia. Todavia, há três objetos que ele prometeu nunca se desfazer: um armário chi-nês, um lustre de cristal e a sua primeira cadeira de design “Certa vez doei tudo. Chamei um carro de mudança e mandei tudo para a casa da minha irmã, que tinha acabado de se mudar”, conta. Mas, na verdade, o espírito desprendido é só um estímulo para começar tudo de novo. “Já quero mudar a decoração do meu quarto.” Assim, bem camaleônico. •

A suíte foi pintada de pink recentemente. A bike virou objeto de cena. Ele nunca a usou. “Ela fica tão bonita aí”, conta

Ao lado, Guilherme brinca com o cão Bold. A banheira, conectada com o quarto, tem uma de suas peças preferidas. Acima, cabeças de bonecas da feira da Benedito Calixto

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A mesa e o sofá são criações do arquiteto. O tapete Diesel veio da Itália. “Sempre que viajo é excesso de bagagem e confusão”, brinca. Abaixo, a coleção de robôs

POST-IT

Canto preferido

“Não tenho. Acho que quem tem um

cômodo favorito é porque não acertou

em alguma coisa”

Achado de décor

“Tudo aqui é um achado. Comprei todos

os objetos com o mesmo entusiasmo”

Na wish list“Gostaria de ter mais arte em casa.

Mas como vivemos num mundo pop,

ter um pôster dá o mesmo efeito”

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Estilo Casa

• Menino, em Londrina, no Paraná, onde nas-ceu, Guilherme Torres já andava para cima e para baixo sujo de tinta e com serrote na mão.

Vivia cismando em mudar a casa dos pais ou pelo menos o seu próprio quarto. “Eu ti-nha que ser arquiteto. Não tinha como fugir disso. A única coisa que pensei em ser, além disso, foi astronauta”, fala, enquanto mexe em seu boneco do filme Star Wars, sua ficção científica favorita.

Para um apreciador da literatura e das artes foi quase uma dádiva quando uma placa de aluga-se foi colocada no muro da casa onde funcionou o ateliê do escultor Victor Breche-ret (1894-1955), na João Moura, rua onde Guilherme sempre pensou em morar em São Paulo. “Estava aqui em frente quando apare-ceu uma placa. Quase não acreditei. Sou a pri-meira pessoa a morar aqui após a morte dele.”

Como o sobrado de 150m² tinha projeto dos anos 1950, Guilherme optou por uma reforma estrutural. As obras duraram um ano. Além da troca de fios e encanamento, ele decidiu também ampliar a cozinha. “Co-zinho quase diariamente para amigos e clien-tes. E, modéstia à parte sou muito bom”, manda o “chef ”. Para ganhar luz natural e dar amplitude ao ambiente, uma tela de madeira e um teto de policarbonato retrátil foram ins-

talados. O resultado estético também foi inte-ressante. Por ali, um carrinho de avião, desses usados pelos comissários para servir as refei-ções, faz as vezes de bar. É uma das raras peças que ele comprou pela internet.

“Vou comprando tudo o que acho legal ou que chama a minha atenção de alguma forma. Sempre compro sem saber onde colocar. Com-prar pela internet não tem nenhuma emoção”. Quando há um overbooking de objetos, ele re-corre a um galpão. O arquiteto diz que tem vontade de possuir mais obras de arte, mas não consegue. “Sempre acabo gastando o dinheiro com bugiganga.” Na coleção doméstica, desta-que para a obra de Pink Wainer, um backlight do quadro Las Meninas, de Velázquez, e o qua-dro com uma caveira de Rafael Quintino.

Impulsivo, o arquiteto já chegou a se desven-cilhar de tudo, chegando a deixar a casa inteira-mente vazia. Todavia, há três objetos que ele prometeu nunca se desfazer: um armário chi-nês, um lustre de cristal e a sua primeira cadeira de design “Certa vez doei tudo. Chamei um carro de mudança e mandei tudo para a casa da minha irmã, que tinha acabado de se mudar”, conta. Mas, na verdade, o espírito desprendido é só um estímulo para começar tudo de novo. “Já quero mudar a decoração do meu quarto.” Assim, bem camaleônico. •

A suíte foi pintada de pink recentemente. A bike virou objeto de cena. Ele nunca a usou. “Ela fica tão bonita aí”, conta

Ao lado, Guilherme brinca com o cão Bold. A banheira, conectada com o quarto, tem uma de suas peças preferidas. Acima, cabeças de bonecas da feira da Benedito Calixto

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• Em breve, Carol Castro será vista montada em búfalos. Sua personagem na próxima novela das seis da Globo, Amor, Eterno Amor, será uma meiga artesã marajoara, expert em peças de couro, criada entre cavalos na Ilha de Marajó. Enquanto a novela de Elizabeth Jhin não está no ar, a Carol da vida real descansa sob o sol de Jurerê Internacional, na folga das gravações. A atriz já conhecia Florianópolis de passagem, onde esteve a trabalho, mas nunca havia aportado de Jurerê. Aprovou com louvor. “O lugar é incrível. Céu azul, água azul!”, disse ela. “Gosto de sentir o vento no rosto, de mergulhar. Acredito que o mar limpa as energias ruins e o sol nos fortalece.”

Em Florianópolis, não fi cou só no bronzeado. Assistiu ao show de Florence and the Machine, que viu pela segunda vez no Summer Soul Festival. E esticou até às 7h da manhã do domingo 29 nas “jam sessions” que rolaram com músicos do festival no Il Campanario Villaggio, onde

Carol de coração serenoEm Florianópolis, a atriz Carol Castro não fi cou só no bronzeado. Divertiu-se no Summer Soul Festival e contou ter um comportamento felino

ESPECIAL VERÃOJurerê InternacIonal

6/2/2012 | 85

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• Em breve, Carol Castro será vista montada em búfalos. Sua personagem na próxima novela das seis da Globo, Amor, Eterno Amor, será uma meiga artesã marajoara, expert em peças de couro, criada entre cavalos na Ilha de Marajó. Enquanto a novela de Elizabeth Jhin não está no ar, a Carol da vida real descansa sob o sol de Jurerê Internacional, na folga das gravações. A atriz já conhecia Florianópolis de passagem, onde esteve a trabalho, mas nunca havia aportado de Jurerê. Aprovou com louvor. “O lugar é incrível. Céu azul, água azul!”, disse ela. “Gosto de sentir o vento no rosto, de mergulhar. Acredito que o mar limpa as energias ruins e o sol nos fortalece.”

Em Florianópolis, não fi cou só no bronzeado. Assistiu ao show de Florence and the Machine, que viu pela segunda vez no Summer Soul Festival. E esticou até às 7h da manhã do domingo 29 nas “jam sessions” que rolaram com músicos do festival no Il Campanario Villaggio, onde

Carol de coração serenoEm Florianópolis, a atriz Carol Castro não fi cou só no bronzeado. Divertiu-se no Summer Soul Festival e contou ter um comportamento felino

ESPECIAL VERÃOJurerê InternacIonal

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Figu

rino

: Reg

ina

Salo

mão

, Bia

Zan

y, T

ufi D

uek,

Afg

han,

Bar

bara

Bel

a e

Bal

aco

6/2/2012 | 87

estava hospedada. À tarde, lagarteou na piscina e no fim do dia pôs os pés no mar de Jurerê Internacional. Carol vinha direto das gravações na Ilha de Marajó, onde o negócio era lundum e carimbó, ritmos regionais que a atriz está aprendendo a dançar. Lá, ela viu crianças brincando com búfalos como se fossem animais de estimação. Gostou tanto de andar a cavalo que quer praticar equitação e está aprendendo a costurar, já que interpretará uma artesã que faz peças de couro vegetal.

A atriz, 27 anos, é mesmo uma mulher de extremos. Foi também à Europa recentemente. Viajou sozinha para Londres, Berlim, Praga e Budapeste. Separada desde setembro do também ator Marco Bravo, Carol é breve em seus comentários a respeito da possibilidade de um novo relacionamento amoroso. “Não estou pensando nisso agora. Estou serena. Tranquila no meu cantinho.” O cantinho em questão é sua casa em São Conrado, na zona sul do Rio, onde vive com três cachorros e dois gatos. Lá, reúne os amigos para jantares, para ouvir música ou simplesmente para jogar conversa fora. “Sou uma pessoa tranquila, fácil de lidar. Vou me soltando aos poucos. Sou como os gatos: reservada e observadora”, diz ela, enquanto se estica numa espreguiçadeira, de frente para o mar. •

Acessório da atriz: óculos

Police. Carol, que montou em búfalos

para a novela, rodou por

Jurerê a bordo de um Renault

Fluence

ESPECIAL VERÃOJurerê InternacIonal

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Figu

rino

: Reg

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Salo

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y, T

ufi D

uek,

Afg

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Bel

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estava hospedada. À tarde, lagarteou na piscina e no fim do dia pôs os pés no mar de Jurerê Internacional. Carol vinha direto das gravações na Ilha de Marajó, onde o negócio era lundum e carimbó, ritmos regionais que a atriz está aprendendo a dançar. Lá, ela viu crianças brincando com búfalos como se fossem animais de estimação. Gostou tanto de andar a cavalo que quer praticar equitação e está aprendendo a costurar, já que interpretará uma artesã que faz peças de couro vegetal.

A atriz, 27 anos, é mesmo uma mulher de extremos. Foi também à Europa recentemente. Viajou sozinha para Londres, Berlim, Praga e Budapeste. Separada desde setembro do também ator Marco Bravo, Carol é breve em seus comentários a respeito da possibilidade de um novo relacionamento amoroso. “Não estou pensando nisso agora. Estou serena. Tranquila no meu cantinho.” O cantinho em questão é sua casa em São Conrado, na zona sul do Rio, onde vive com três cachorros e dois gatos. Lá, reúne os amigos para jantares, para ouvir música ou simplesmente para jogar conversa fora. “Sou uma pessoa tranquila, fácil de lidar. Vou me soltando aos poucos. Sou como os gatos: reservada e observadora”, diz ela, enquanto se estica numa espreguiçadeira, de frente para o mar. •

Acessório da atriz: óculos

Police. Carol, que montou em búfalos

para a novela, rodou por

Jurerê a bordo de um Renault

Fluence

ESPECIAL VERÃOJurerê InternacIonal

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Making of

6/2/2012 | 33

• Acostumado a ver circular pelos seus salões artistas internacionais, chefes de Estado, prin-cesas, reis e rainhas, o Copacabana Palace, no Rio, parou entre os dias 20 e 22 de janeiro para receber um outro tipo de “família real”. Por três dias seguidos, dez mulheres brasileiras que representam o que há de mais nobre na cultu-ra nacional estiveram pelos corredores de esti-lo art déco do hotel para protagonizar a nova campanha da Vivara. As atrizes Juliana Paes, Mariana Ximenes, Sheron Menezes, Betty Lago, Laura Neiva, a apresentadora Sabrina Sato, a cantora Pitty, as tops Carol Trentini e Alessandra Ambrósio e a socialite carioca Maria Frering foram as escaladas pelo diretor de arte Giovanni Bianco para posar diante das lentes da famosa e fashionista dupla de fotó-grafos Mert Alas e Marcus Pigott. Gente foi convidada para acompanhar com exclusivida-de estes bastidores tão preciosos de histórias quanto de joias que enfeitaram essas musas. Leia e delicie-se.

Juliana Paes posa para Gente no camarim da

sessão de fotos de Mert Alas e Marcus Pigott,

para Vivaraindas,poderosas eL

Gente acompanha com exclusividade os bastidores da campanha de joias que reuniu um time de musas de muitos quilates, como Juliana Paes, Sabrina Sato e Mariana XimenesPOR AnA CorA LimA e SâmiA mAzzuCCo (rJ)

fOtOS LuCiAnA izukA

preciosas

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Making of

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• Acostumado a ver circular pelos seus salões artistas internacionais, chefes de Estado, prin-cesas, reis e rainhas, o Copacabana Palace, no Rio, parou entre os dias 20 e 22 de janeiro para receber um outro tipo de “família real”. Por três dias seguidos, dez mulheres brasileiras que representam o que há de mais nobre na cultu-ra nacional estiveram pelos corredores de esti-lo art déco do hotel para protagonizar a nova campanha da Vivara. As atrizes Juliana Paes, Mariana Ximenes, Sheron Menezes, Betty Lago, Laura Neiva, a apresentadora Sabrina Sato, a cantora Pitty, as tops Carol Trentini e Alessandra Ambrósio e a socialite carioca Maria Frering foram as escaladas pelo diretor de arte Giovanni Bianco para posar diante das lentes da famosa e fashionista dupla de fotó-grafos Mert Alas e Marcus Pigott. Gente foi convidada para acompanhar com exclusivida-de estes bastidores tão preciosos de histórias quanto de joias que enfeitaram essas musas. Leia e delicie-se.

Juliana Paes posa para Gente no camarim da

sessão de fotos de Mert Alas e Marcus Pigott,

para Vivaraindas,poderosas eL

Gente acompanha com exclusividade os bastidores da campanha de joias que reuniu um time de musas de muitos quilates, como Juliana Paes, Sabrina Sato e Mariana XimenesPOR AnA CorA LimA e SâmiA mAzzuCCo (rJ)

fOtOS LuCiAnA izukA

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Making of

• Juliana Paes estava eufórica com a chance de fazer uma campanha de joias. “Acho que valoriza quem faz. Afi nal, quem não quer fi car luxuosa, glamourosa e linda?” A atriz estava feliz também porque levou seu fi lho, Pedro, de 1 ano, para um banho de cachoeira, na manhã da sexta-feira 20. “Foi uma delícia!”

• Sabrina Sato, sempre espirituosa, vivia um dilema no sábado 21. “Peguei um buquê em uma festa de bodas de ouro de uma tia-avó. O que será que isso signifi ca? Será que não caso mais?”, divertia-se ela. Logo ela, que disse nunca ter pego um buquê de noiva antes (reza a tradição que, quem consegue, é a próxima a casar). E seu namoro com o deputado federal Fábio Faria, vai acabar no altar? “Não tem a menor chance agora. Não dou conta nem de cuidar de mim, como é que vou cuidar de uma casa?”, disse a apresentadora do Pânico na TV!, que acaba de comprar um apartamento de três quartos no Leblon, zona sul do Rio.

Laura Neiva ajusta o brinco enquanto Sabrina Sato (ao lado) fi naliza o cabelo e a maquiagem com a stylist Renata Correia e o make-up artist Daniel Hernandez

Alessandra Ambrósio, grávida de 5 meses de seu segundo fi lho, no sábado 21. Abaixo, Carol Trentini, também no elenco de beldades da Vivara

O ouro de Alessandra• Meu primeiro brilhante foi... Um anel que minha mãe me deu aos 15 anos• Uma joia inesquecível... Uma pulseira que ganhei do meu noivo (Jamie Mazur) e que uso direto. Ela é bem delicada e toda de diamantes• Um sonho dourado... Conhecer o mundo, os países que ainda não conheci • O que vale ouro... Minha família• O diamante é o melhor amigo da mulher? Com certeza!

O brilho eterno de Sabrina• Meu primeiro brilhante foi... Um anel que minha mãe me deu quando eu tinha 5 anos. Usei-o por anos até perder um dia quando fui tomar banho de mar• Uma joia inesquecível... Ganho mais joias da minha mãe, mas adorei um que par de brincos que o Fábio (Faria) me deu• Um sonho dourado... Todos os meus sonhos são dourados (risos) • O que vale ouro... Minha família e meus amigos• O diamante é o melhor amigo da mulher? Claro! Super!

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Making of

• Juliana Paes estava eufórica com a chance de fazer uma campanha de joias. “Acho que valoriza quem faz. Afi nal, quem não quer fi car luxuosa, glamourosa e linda?” A atriz estava feliz também porque levou seu fi lho, Pedro, de 1 ano, para um banho de cachoeira, na manhã da sexta-feira 20. “Foi uma delícia!”

• Sabrina Sato, sempre espirituosa, vivia um dilema no sábado 21. “Peguei um buquê em uma festa de bodas de ouro de uma tia-avó. O que será que isso signifi ca? Será que não caso mais?”, divertia-se ela. Logo ela, que disse nunca ter pego um buquê de noiva antes (reza a tradição que, quem consegue, é a próxima a casar). E seu namoro com o deputado federal Fábio Faria, vai acabar no altar? “Não tem a menor chance agora. Não dou conta nem de cuidar de mim, como é que vou cuidar de uma casa?”, disse a apresentadora do Pânico na TV!, que acaba de comprar um apartamento de três quartos no Leblon, zona sul do Rio.

Laura Neiva ajusta o brinco enquanto Sabrina Sato (ao lado) fi naliza o cabelo e a maquiagem com a stylist Renata Correia e o make-up artist Daniel Hernandez

Alessandra Ambrósio, grávida de 5 meses de seu segundo fi lho, no sábado 21. Abaixo, Carol Trentini, também no elenco de beldades da Vivara

O ouro de Alessandra• Meu primeiro brilhante foi... Um anel que minha mãe me deu aos 15 anos• Uma joia inesquecível... Uma pulseira que ganhei do meu noivo (Jamie Mazur) e que uso direto. Ela é bem delicada e toda de diamantes• Um sonho dourado... Conhecer o mundo, os países que ainda não conheci • O que vale ouro... Minha família• O diamante é o melhor amigo da mulher? Com certeza!

O brilho eterno de Sabrina• Meu primeiro brilhante foi... Um anel que minha mãe me deu quando eu tinha 5 anos. Usei-o por anos até perder um dia quando fui tomar banho de mar• Uma joia inesquecível... Ganho mais joias da minha mãe, mas adorei um que par de brincos que o Fábio (Faria) me deu• Um sonho dourado... Todos os meus sonhos são dourados (risos) • O que vale ouro... Minha família e meus amigos• O diamante é o melhor amigo da mulher? Claro! Super!

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Making of

• Mariana Ximenes falava da Tanzânia e de que ela estava se transformando em “mor-ceguinho” Como? Explicando: a atriz esteve no exótico país africano para passar o Ré-veillon. “Não queria badalação: só fi car quie-ta e descansar”, afi rmou. Sobre ser um mor-cego, foi uma piada com a correria que tem sido a rotina entre o teatro – ela está em car-taz no Rio com a peça Os Altruístas – e as fi l-magens de Os Penetras, com o humorista Marcelo Adnet. Fora que ela “madrugou” para fotografar esta campanha. “Estou na base do isotônico e da água de coco, com peça até 22h e fi lmando à noite também, porque a história se passa em um Ano-Novo. Estou virando morceguinho! O problema é que não consigo dormir muito de dia”, lamentou.

• Sheron Menezzes era das mais anima-das com as fotos. “Só de fotografar com Mert Alas e Marcus Pigott você já sente o diferen-cial deste trabalho”, afi rmou. “Ela tem uma beleza muito particular e um dos rostos mais bonitos que já vi”, elogiou o diretor Bianco.

“Só de fotografar com o Mert

Alas e o Marcus Pigott

você já sente o diferencial deste

trabalho”Sheron Menezzes

Mariana Ximenes desfi la seus exuberantes 1,64 m e 49 quilos pelos corredores do Copa. Abaixo, a equipe e a atriz na varanda do hotel

Mariana e suas pérolas•Meu primeiro brilhante foi... Um anel de ouro e pérolas que ganhei da minha avó• Uma joia inesquecível... Outro anel, do meu atual namorado, Lucas Mello• Um sonho dourado... As que Audrey Hepburn usou no fi lme Bonequinha de Luxo. Eram lindas! • O que vale ouro... Minha saúde.• O diamante é o melhor amigo da mulher? Se não o melhor, um dos melhores (risos)

Acima, Mariana recompõe sua loirice platinada. À esq., Maria Frering mostra o porquê é vista como a mais bela fi lha da juventude dourada carioca

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Making of

• Mariana Ximenes falava da Tanzânia e de que ela estava se transformando em “mor-ceguinho” Como? Explicando: a atriz esteve no exótico país africano para passar o Ré-veillon. “Não queria badalação: só fi car quie-ta e descansar”, afi rmou. Sobre ser um mor-cego, foi uma piada com a correria que tem sido a rotina entre o teatro – ela está em car-taz no Rio com a peça Os Altruístas – e as fi l-magens de Os Penetras, com o humorista Marcelo Adnet. Fora que ela “madrugou” para fotografar esta campanha. “Estou na base do isotônico e da água de coco, com peça até 22h e fi lmando à noite também, porque a história se passa em um Ano-Novo. Estou virando morceguinho! O problema é que não consigo dormir muito de dia”, lamentou.

• Sheron Menezzes era das mais anima-das com as fotos. “Só de fotografar com Mert Alas e Marcus Pigott você já sente o diferen-cial deste trabalho”, afi rmou. “Ela tem uma beleza muito particular e um dos rostos mais bonitos que já vi”, elogiou o diretor Bianco.

“Só de fotografar com o Mert

Alas e o Marcus Pigott

você já sente o diferencial deste

trabalho”Sheron Menezzes

Mariana Ximenes desfi la seus exuberantes 1,64 m e 49 quilos pelos corredores do Copa. Abaixo, a equipe e a atriz na varanda do hotel

Mariana e suas pérolas•Meu primeiro brilhante foi... Um anel de ouro e pérolas que ganhei da minha avó• Uma joia inesquecível... Outro anel, do meu atual namorado, Lucas Mello• Um sonho dourado... As que Audrey Hepburn usou no fi lme Bonequinha de Luxo. Eram lindas! • O que vale ouro... Minha saúde.• O diamante é o melhor amigo da mulher? Se não o melhor, um dos melhores (risos)

Acima, Mariana recompõe sua loirice platinada. À esq., Maria Frering mostra o porquê é vista como a mais bela fi lha da juventude dourada carioca

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Lorem eget

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Making of

• Laura Neiva confidenciou que, aos 18 anos, pretende prestar vestibular para psicolo-gia neste ano. Motivo: seu interesse por serial killers. “Eu leio muito sobre o massacre na es-cola em Columbine (2007), vejo filmes sobre o assunto, acho intrigante.” Se não sente medo? “Não, só se dormir sozinha, no escuro”, brincou. Vai entender.

• A campanha plural da Vivara foi concebi-da a quatro mãos, entre a diretora de marke-ting da joalheria, Marina Kaufmann, e o dire-tor de arte Giovanni Bianco. “Somos uma marca democrática, que atende a um público com os mais diferentes perfis de mulheres. Buscamos celebridades que refletissem isso”, contou Marina. “Foi uma missão difícil depois de um caminho vitorioso da Vivara com a Gi-sele (Bündchen, a última garota-propaganda). Mas conseguimos reunir não só um grupo de mulheres que representassem esse glamour como trouxemos esses fotógrafos, o Mert e o Marcus, que são profissionais de primeiríssi-ma linha no mundo. Foi uma das coisas que me deixara mais feliz”, resumiu Bianco.•

Betty Lago e a cantora Pitty também vão brilhar na campanha. Abaixo, Sheron recebe instruções de Giovanni Bianco

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QUASE TRAGÉDIADanielle Winits, Thiago Fragoso e a queda de cinco metros de altura durante o musical Xanadu, no Rio

O abalo da atriz, o estado do ator e as investigações sobre as causas do rompimento de quatro cabos de aço“Danielle gritava muito. Thiago fi cou imóvel no chão”, conta Helena Sampaio, uma das vítimas do acidente

PATRÍCIA PILLAR E CIRO GOMES: POR QUE ACABOU?

CLAUDIA LEITTE, GRÁVIDA DE NOVO: “GUARDEI SEGREDO POR 10 DIAS”

Danielle em cena: “Estou bem e torcendo pelo meu amado parceiro”, disse ela no Twitter

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