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Bragança Paulista Sexta 13 Julho 2012 Nº 648 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

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Edição 13.07.2012

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta13 Julho 2012

Nº 648 - ano [email protected]

11 4032-3919

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Creio ser interessante abordar o tema que envolve o político e a fé religiosa. De início faço

alguns esclarecimentos. Entendo por político, nestas linhas, a pessoa que se candidata aos diferentes cargos dos poderes executivo e legislativo. Não falo aqui do político como um qualificativo a que ninguém pode renunciar. Afinal não se desconhece que a política é a arte de buscar a convivência entre os indivíduos e que se deve desdobrar para que o bem comum seja a norma que conduza o comportamento social. A fé religiosa a que me refiro é a pertença a uma determinada comunidade, igreja, centro, terreiro, etc. Grupos que confessam crença em Deus (qualquer que seja o nome que lhe deem), que tem seus rituais. Aquilo, enfim, que no senso comum se entende como fiel e participante num determinado modo de expressão de relação com o transcendente. Não entro aqui nas situações particulares daqueles que ou não tem fé religiosa ou não pertencem a nenhum grupo de-

nominacional. Descarto, também, basear meu arrazoado a partir da necessidade da fé religiosa como analogia a ser relacionada com a necessária fé humana (que rege as relações entre as pessoas). Ninguém pode descartar a fé humana. Sem ela a vida seria impossível. A desconfiança de tudo e de todos tornaria a vida um inferno. A experiência comum mostra que o dia a dia é feito de relações de confiança (fé humana). Baste lembrar as relações familiares, de trabalho, de comércio, de ensino, etc. Feita esta introdução ponho em pauta a presença dos políticos em seus grupos religiosos. Conhecemos o fenômeno da presença mais visível dos políticos em celebrações religiosas em tempos de campanha eleitoral. Não nos é estranha essa presença que não se coaduna com a normalidade daqueles que são os deveres rotinei-ros dos que se confessam membros de uma determinada opção de fé. Baste recordar algo muito comum: numa festa religiosa, em tempos de eleição, surgem candidatos de todos

os lados que, normalmente, não são vistos em tempos sem eleição. Isso não passa despercebido nem ao povo mais simples e se concretiza na frase “Essa gente só aparece aqui e se lembra da gente em tempo de eleição”. Certamente é um jeito de tentar angariar algum voto. Meu interesse é analisar a dificuldade de unir a prática política à pertença religiosa e a expressão publica da fé. Noto que os políticos protestantes parecem muito mais comprometidos com suas igrejas, no dia a dia, que os políticos católicos. O comprometi-mento a que me interessa referir não é o favorecimento a esta ou àquela igreja. Isso poderia ser antidemocrá-tico. Refiro-me à participação ativa na comunidade religiosa. Ao menos naqueles que são os deveres comuns de todo cristão católico. Quantos políticos católicos conhecemos que participam normalmente da missa aos domingos? Quando no exercício de suas funções, quantos são os que se mantêm fiéis a isso? Quantas vezes os interesses político-partidários se

sobrepõem aos deveres para com Deus e para com a comunidade? Por que há tanta dificuldade em organizar a vida de tal forma que a fé religiosa, pessoal e comunitária, possa iluminar as ações? Quando da realização de alguma festividade de maior alcance a presença se faz. Por que não na caminhada rotineira? Não estou fazendo juízo de valor sobre o relacionamento pessoal e íntimo dos políticos. Falo do simples ato de ser parte de uma determinada comunidade. Muitos dos políticos, se não a maioria, se declara membro de alguma comunidade. Por que a presença não é comum? Por que se torna maior quando das eleições? Não há dúvida que a tentação do oportunismo é forte! Não nego a necessidade e o direito dos políticos visitarem todos os grupos religiosos para fazerem conhecer suas intenções e se apresentarem como candidatos. O triste é ver participação em atos religiosos destacados da afirmação de pertença a uma igreja. Abordo este assunto não para dizer que

quem é habitual em sua igreja seja

o melhor candidato. Deveria ser

assim, mas não é. O que me inte-

ressa é só despertar a abordagem

do desafio que se deve enfrentar.

Gostaria de afirmar que é possível

fazer política sem deixar de lado

os valores da prática da fé. Ilumi-

nados pela Palavra de Deus e pela

vida em comunidade os políticos

estariam muito mais imunes aos

desafios que o exercício do poder

trás. Quem sabe conseguiríamos

quebrar a mentalidade de que “a

política é coisa suja e que a pessoa

bem intencionada que entra

nela se suja também”.

Mons. Giovanni Barrese

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Carlos Henrique Picarelli(MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

O político e a fé religiosa

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Individualismo e apego às coisas materiais. Práticas comuns ao ser humano do século XXI. De acordo

com os preceitos budistas, o homem é livre para fazer as próprias escolhas. Mas é preciso que assuma a responsabilidade por cada uma delas e verifique se suas decisões não irão prejudicar ninguém. Para o Monge Enjo, que coordena o Tempo Zen Budista Taikanji, em Pedra Bela, “as pessoas de bem precisam se unir para as coisas boas, não importa qual religião sigam”. Ele explica que o budismo não é dogmático, ou seja, não se apresenta como verdade absoluta. “É uma forma de ver o mundo e que procura ajudar o ser humano em seu caminho”, fala. “Buda aceitou todos os seres como iguais, animais, insetos”, explica . “O ser humano acha que a natureza está aqui para servi-lo”, diz. “Os problemas ambientais vêm dessa postura”, analisa. “As coisas que acontecem hoje em dia são reflexos da sociedade, dos valores que as estão norteando”, fala, se referindo ao individualismo já citado. A conversa do Monge com o Jornal do Meio teve como assunto principal a segunda visita da Monja Coen à cidade, na próxima segunda, dia 16 de julho. Primaz Fundadora da Comu-nidade Zen Budista de São Paulo, Monja Coen ficou conhecida por participar de palestras, encontros educacionais inter--religiosos e por promover a Caminha Zen em parques públicos. Foi, ainda, a primeira mulher e a primeira monja de descendência não-japonesa a assumir a Presidência da Federação das Seitas Bu-distas do Brasil. Ela voltará à Bragança para nova palestra e para a realização da primeira Caminhada Zen por aqui. Além disso, realizará em conjunto com o Monge Enjo, logo após a caminhada, um ritual de purificação no Lago do Orfeu, no Jar-dim Europa, local onde o corpo da jovem Renata da Silva Monteiro, de 15 anos, foi encontrado dentro de uma mala, no dia

24 de maio. “Escolhemos este local para a caminhada e a cerimônia em razão do que houve. Faremos também uma dedicatória à vítima”, explica o Monge.

Caminhada ZenMonge Enjo explica que a Caminhada Zen é uma prática comum do budismo. Trata-se de uma forma de meditação. “A meditação tem a intenção de treinar a mente para o presente, focar, a fim de compreendê-la e observá-la”, explica. “A meditação sentada se chama Zazen. É difícil, precisa de décadas de prática”, fala. “A Caminhada é uma forma de manter a meditação em movimento. Quantos mais sentidos estiverem envol-vidos, mas difícil se torna”, conta. Monja

Coen explica, em seu site, que teve a ideia de promover a Caminhada Zen em São Paulo porque “não adianta ter-mos só um templo fechado em que o acesso é limitado a

poucos. A cidade está estressada, há muita violência. Uma das maneiras de batalhar pela não-violência é fazendo o voto de não-violência”. “Isso só é possível quando entramos em contato com a essência do nosso ser. Isso é meditação. Mas as pessoas acham muito incômodo ficarem sentadas durante a meditação”. Monja Coen também explica o que é Zen: “Zen é estar ligado no momento, na sua vida. É pé no chão e não voando nas nuvens”, fala. “Tem que estar por inteiro no que está acontecendo, pois esse momento traz em si todo o passado e futuro”, diz. “Mas com a ansiedade e o estresse, só pensamos lá atrás ou lá adiante”, analisa. Monge Enjo explica que a Caminha Zen funciona, ainda, como uma forma de perceber o que está à volta. “A Caminhada é feita em silêncio, para aguçar os sentidos e contemplar o entorno de onde estivermos”, fala. “É uma maneira de prestar atenção no momento, na caminhada, em quem está ao seu lado. É um momento de concentração”, completa. “O Zen enfatiza o agora. Não é possível mudar o passado e nem conhecer

o futuro. O que de fato existe é o agora. O Zen ajuda a focar no momento presente”, completa. “Somos responsáveis por tudo, inclusive por nossa inércia. É preciso pensar no próximo, não ficar alheio ao que está a nossa volta”, enfatiza. “As pessoas que vivem próximas ao Lago do Orfeu pediram que realizássemos uma Cerimônia de Purifica-ção ali, estão todos muito impressionados com o que aconteceu, não conseguem mais ir até o local”, conta. A Cerimônia tem a intenção de tirar a energia negativa que se impregnou ali, explica o Monge.

Como se tornar MongeUma das curiosidades mais comuns em relação ao Budismo, de acordo com o que a própria Monja Coen conta em seu site, diz respeito a como se tornar monge ou monja. Ela explica que no Brasil não existe um mosteiro onde a pessoa possa receber treinamento. Existem alguns na Europa e nos Estados Unidos. A sugestão que ela dá a quem tem interesse em se aprofundar é programar-se para o zazen, a meditação. Outra dica é que os interessados participem de retiros Zen Budistas para conhecer e ficarem conhecidos. Há muitos retiros pelo Brasil. A ordenação monástica acontece depois de cerca de três anos de prática assí-dua com o mesmo mestre e de acordo com as orientações do mestre. Foi assim com o Monge Enjo. Ele formou-se me Engenharia Agronômica em 1986 e, após vários anos trabalhando com projetos agroflorestais na Amazônia e agroecológicos em São Paulo, decidiu torna-se Monge. Foi ordenado pela Monja Coen, sua mestra, em 1995, no Templo Busshinji, em São Paulo. Em 1998 foi admitido como primeiro monge estrangeiro para treinamento tradicional no rigoroso mosteiro sede da escola Soto Zen em Sojiji, Japão. Desde 2002 vive entre o Templo Taikanji, em Pedra Bela, onde regularmente promove retiros para a prá-tica de Zazen e Yoga, e Bragança Paulista, onde orienta grupos de meditação e atua como paisagista. Para saber mais acesse: www.monjacoen.com.br e www.zengarden.com.br

colaboração sHeL aLMeiDa

A Caminhada é uma forma de manter a meditação em movimento.

Quantos mais sentidos estiverem envolvidos, mas difícil se torna

Monge Enjo

Monja Coen ficou conhecida por participar de palestras, encontros educacionais inter-religiosos e por promover a Caminha Zen em parques públicos

Monge Enjo foi ordenado em 1995 pela Monja Coen. “O Zen enfatiza o agora. Não é possível mudar o passado e nem conhecer o futuro”

Foto:divulgação

Eventos:A Caminha Zen e a palestra com a Monja Coen acontecerão na próxima segunda, dia 16 de julho. A Caminhada será realizada no Lago do Orfeu, Jardim Europa, às 16h. O ponto de partida será a represa do lago. Após o retorno será montado um altar para a Cerimônia de Purificação. O evento é livre e a única recomendação é a de manter-se em silêncio. A Palestra “A visão da vida e da morte segundo o Zen” será realizada às 20h no Espaço Unimed, na Rua Eunice Ferraz Fernandes, 151, Jardim do Lago. As vagas são limitadas e os convites poderão ser comprados antecipadamente no Espaço Saqqara (2277- 4088), no Restaurante Haw-Lai (4034-0434) e no consultório da Dra. Nathalia Freire (4032-7313).

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O nome parece até uma provocação: Método Fácil de Parar de Fumar. Desde março, uma franquia brasileira

dos seminários Easyway, criados pelo inglês Allen Carr (1933-2006), está operando em São Paulo (www.easywaysp.com.br). Presente em mais de 50 países, o empreen-dimento se baseia em palestras em grupo ou individuais e promete, em seis horas, fazer os clientes fumarem o último cigarro sem sofrer com a abstinência. Se a pessoa não conseguir parar, tem direito a mais dois encontros em até três meses, tudo incluído no pacote (que custa cerca de R$ 500). Se mesmo assim não der certo, o dinheiro é devolvido. É o que afirma Lilian Brunstein, 45, arquiteta que ministra os seminários em São Paulo. “Os fumantes têm pavor de parar porque a propaganda e a lavagem cerebral dizem que vai ser difícil. Ninguém diz que pode ser fácil.” A reportagem foi convidada a participar de um seminário do Easyway contratado para uma rede de academias de ginástica, em São Paulo. O dono do negócio, François Engelmajer, 45, conheceu o método nos EUA e baixou em seu computador um vídeo comprado no site inter-nacional do Easyway. Ele fumou por mais de 30 anos e parou após assistir à apresentação pelo computador. “Fumei o último cigarro e não quis mais saber disso.” Decidiu dividir a descoberta. O grupo com cerca de 15 fumantes se reuniu em uma sala da academia, em Moema, na semana passada. Lilian deu início aos trabalhos lembrando a história do criador do método, Allen Carr, que fumava entre 60 e cem cigarros por dia. Em seu livro “The Easy Way to Stop Smoking” (esgotado no Brasil), Carr afirmava que seu sangue era até amarronzado pela falta de oxigenação. Depois de mais de 30 anos lutando contra o vício, Carr, que morreu de câncer de pulmão, dizia que havia parado sem sofrimento ao desvendar os mecanismos da dependência física e psicológica. O princípio básico do “tratamento” é: a síndrome de abstinência de nicotina não é tão ruim, mas se torna um tormento porque a pessoa acredita que vai ser difícil. A ideia é desconstruir as associações que os fumantes fazem com o ato de fumar: o cigarro relaxa, ajuda na concentração, faz companhia. O discurso tenta substituir essas ideias pelo “simples” fato de que as pessoas fumam porque são dependentes. Nas seis horas do encontro, há pausas para

fumar. Na primeira, todos “pularam” da cadeira imediatamente. Nas outras, algumas pessoas nem chegaram a sair. Na última, muitos estavam convencidos de que iriam parar. Os participantes foram convidados a jogar os cigarros fora e viver como não fumantes. A cardiologista Jaqueline Issa, responsável pelo programa de tabagismo do Incor (Instituto do Coração do HC de São Paulo), vê esse tipo de programa com desconfiança. “Essas coisas alternativas me preocupam porque afastam as pessoas da abordagem médica”, afirma ela. Issa diz que a síndrome de abstinência é uma doença que precisa de tratamento. Para fumantes com níveis altos de dependência, é preciso usar remédios. “Privá-los de um tratamento adequado é uma prática antiética.” Para ela, o acompanha-mento médico e psicológico e a prescrição de drogas como vareniclina (Champix) ou a reposição de nicotina (patch ou chicletes) são a melhor forma de evitar o sofrimento da abstinência. “Quando passam pela abstinência sem assis-tência e falham, muitos fumantes ficam tão traumatizados que não tentam mais parar.” Ela lembra, no entanto, que há vários níveis de dependência. A abordagem motivacional pode funcionar nos casos menos graves. “Tudo que incentive a parar é bom, mas não se pode esperar efeito milagroso.” Fumante pode procurar serviço gratuito Programas gratuitos, mantidos pelo poder público e por universidades, oferecem atendimento multidisciplinar ao fumante. Em São Paulo, no PrevFumo, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o taba-gista é avaliado por médicos, fisioterapeutas e psicólogos. Os remédios são gratuitos, mas, de acordo com a Unifesp, o ambulatório está sem medicações no momento. O telefone para agendar consultas é (11) 5904-8046, de seg. a sex., das 8h às 16h. No Hospital das Clínicas, o Centro de Promoção da Saúde oferece atendimento gratuito e tem espera de dois meses para o agendamento da palestra inicial. O fumante passa por consultas individuais e pode receber remédios e participar de grupos de apoio. O agendamento é na r. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 155, prédio dos ambulatórios, 4º andar, bloco 6. No Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas), o fumante passa

por sessões semanais em grupo e pode receber remédios e orientação nutricional. Informações no tel. (11) 3329-4455. Mais opções no link act br.org.br/tabagismo/tra tamento-locais.asp. “Meu maior medo era sofrer e estou subindo pelas paredes” A coragem e o otimismo de Mauro Clozel Ferreira, 58, eram nítidos logo após o semi-nário a que ele assistiu para parar de fumar, na quinta-feira da semana passada. “A palestra desconstrói tudo o que a gente acha sobre a síndrome de abstinência. Não vou sofrer amanhã.” Mas o sentimento não era o mesmo na terça-feira seguinte, quarto dia sem cigarros depois de 40 anos tragando todos os dias. “Estou sentindo justamente o que não queria sentir: a boca salgada, a saliva grossa, uma ansiedade. Como é que [dizem que] não se sente nada? Estou quase subindo pelas paredes!” A história de Ferreira com o cigarro come-çou aos 16 anos, ainda na escola. “Quando passava o ônibus das meninas em frente à escola, a gente pegava o cigarro, para fingir era homem, independente. Na TV, no cine-ma, mostravam que era bonito fumar, assim

como fazem hoje com a cerveja.” Esta não é a primeira vez que ele tenta pa-rar. Ferreira fez tentativas anteriores com remédios, acupuntura e até hipnose. “Usei também umas ampolas para fazer gargarejo. Se depois você fumava, a boca ficava amar-ga, horrível, mas eu fazia o maior esforço para fumar.” Para o administrador, que foi de dois maços por dia para zero cigarro sem nenhuma “escala”, a diferença agora é que ele sabe exatamente por que está sofrendo. “Mas saber por que um braço dói não faz doer menos.” Motivos para abandonar o vício ele já tinha, mesmo antes de participar do seminário do Método Fácil. “Não quero ficar doente por causa do cigarro e já me enchi de fumar. Sempre prezei muito pela minha liberdade e sinto que sou escravo do cigarro. Não tem mais prazer, é obrigação, ‘tenho que fumar’. É isso que machuca.” Depois de uma semana sem cigarros, o paulistano está disposto a perseverar. “Não contei para ninguém que parei, para não ter cobrança, para não ficarem perguntando se sinto falta. Mas a verdade é que me cansei de fumar.”

por DÉBora MisMeTTi /foLHapress

saúde

Parar de fumarFranquia internacional de seminários antitabaco chega ao país prometendo o fim do vício sem o sofrimento

da síndrome de abstinência; tratamento deve ser individualizado, dizem especialistas

Foto: ilustração

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por DeBoraH MarTin saLaroLi

Do grão ao pão...delícias 1001

Pão francês, de queijo, de forma, sovado, de banha, são tantos...Comprar pão na padaria tem seu valor,

mas nada se compara a um pão sovado em casa, ao perfume dele assando e às alegrias por saber o que se está comendo.

Pão Trançado RecheadoEstar com fome e não saber o que fazer para comer??? Pois é, aconteceu em casa... Peguei uma receita de pão já publicada no meu blog e dei uma repaginada.Acompanhe aí!Misturei nesta ordem:2 tabletes (30g) de fermento biológico fresco1 colher (sopa) de açúcar2 colheres (sopa) de margarina1 copo (200ml) de água morna1 colher (chá) de sal500g de farinha de trigoAgreguei todos os ingredientes da massa até que ela se soltasse das mãos.Deixei descansar coberta por um plástico por 15 minutos.Depois desse tempo, abri com um rolo de macarrão, cobri toda a superfície com requeijão cremoso, linguiça em rodelas e salsinha picada.Enrolei como um rocambole.Cortei ao meio no sentido do comprimento em duas tiras.Enrolei as tiras, deixando o lado co-m o recheio para cima.Coloquei todo o pão numa assadeira untada com óleo. Esperei crescer um pouco e levei ao forno 180C até que assasse bem (uns 25 min.).*No meu blog há todas fotos, caso você queira visualizar cada passo desta receita.

Pão de Coalhada FrescaFácil, rápido e super leve. Com o liquidificador tudo se agiliza...1 tablete (15g) de fermento biológico fresco1 colher (sopa) de açúcar½ xícara (chá) de leite morno400 ml de coalhada fresca (pode ser de potinho)½ xícara (chá) de óleo1 ovo½ colher (sopa) de sal½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado500g de farinha de trigo1 colher (sopa) de queijo parmesão raladoBata no liquidificador o fermento, o açúcar, o leite, a coalhada, o óleo, o ovo, o queijo, e o sal.Despeje tudo numa tigela grande e adicione a farinha de trigo aos poucos até ficar uma massa consistente e homogênea.Coloque na forma untada com margarina e polvilhada com farinha de rosca.Deixe crescer em lugar aquecido por cerca de 1 hora.

Polvilhe com queijo parmesão e farinha de rosca.Asse em forno médio (200°C), preaquecido, por aproximadamente 30 minutos.Espere amornar e desenforme.

Pão Australiano (Aussie Bread)Quando preparo a tradicional costela do Outback, acompanho com purê de batata e ‘pão aussie’, o pão preto meio adocicado.Esse cardápio ficaria um absurdo no restaurante ($$$$$), então trouxe essas delícias para minha cozinha e depois para a mesa.Como dinheiro não cai do céu (infelizmente), economizar tem sido a palavra!

1 ¼ xícara de água morna2 colheres (sopa) de margarina½ xícara de melado (não tinha em casa então substitui por mel)1 ¾ xícara de farinha de trigo1 xícara de farinha de trigo integral1 xícara de farinha de centeio2 colheres (sopa) de chocolate em pó3 colheres (sopa) de açúcar mascavo1 colher (chá) de sal4 tabletes de fermento biológico fresco (60g)Fubá para polvilharComo preparei?Em uma tigela grande, coloquei o fermento com o açúcar mascavo e misturei até formar uma pasta bem líquida. Então, coloquei os ingredientes líquidos e as farinhas, mistur-ando sempre.Sovei bem a massa (se necessário, coloque um pouquinho a mais de farinha de trigo) e deixei descansar por 10 minutos. Depois sovei novamente e modelei 6 pãezinhos de cerca de 12cm de comprimento e 5cm de largura. Polvilhei a superfície da pia com fubá.Umedeci as mãos com água, passei-as levemente sobre os pãezinhos e passei-os no fubá.Coloquei-os em uma assadeira, envolvi num saco plástico para que crescessem.Após 20 minutos, levei os pãezinhos crescidos ao forno 180ºC e assei por 30 minutos, ou até dourar.Tirei do forno e deixei-os esfriar por 15 minutos.Servi com manteiga amolecida. (margarina ‘não vale’)

Até a próxima!

DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas.Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected]

...o pão de cada dia

Fotos: delícias 1001

pao aussie

pao trancado

Pao de Coalhada Fresca

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“Eu não queria fazer uma pesquisa

sociológica -nem se pode fazê-la

com um indivíduo só. Queria

acompanhar o Ronald num mergulho

existencial pelo percurso dele.”

Assim Luiz Eduardo Soares explica como

abordou a história narrada em “Tudo ou

Nada”: mais como escritor do que como

antropólogo.

“Há elementos de crítica, mas o corpo da

narrativa é a descrição, o relato de uma

experiência humana.”

No livro, ele detalha -sem parecer um

tratado sociológico- as diferenças cultu-

rais entre a maconha e a cocaína, entre o

tráfico internacional e o carioca, entre as

cadeias inglesas e as brasileiras.

Uma de suas intenções, diz, foi “redefinir

a relação do leitor com o que é a prisão”.

“A privação de liberdade envolve um

sofrimento muito grande, e é preciso

conhecer isso com mais empatia, não é

uma questão de estudo, é uma questão

de vivência emocional”, diz Soares.

“É preciso que a gente se desloque para

essa posição de quem está preso para que

tenhamos uma dimensão da crueldade

envolvida nisso. É o que eu tento fazer

no livro.”

Soares também reafirma sua posição

contrária ao encarceramento quando o

crime não envolve violência, como no

caso de Ronald.

“Aqueles que não perpetraram violência,

se associaram a ela direta ou indireta-

mente, mas são avessos a qualquer prá-

tica violenta, esses podem assumir suas

responsabilidades e pagar suas dívidas

com a sociedade de maneira muito mais

produtiva e proveitosa para todos.”

Isso não significa, é claro, que compactue

com os erros de Ronald. Ao contrário,

preocupa-se em não eximi-lo de suas

responsabilidades.

No fim do livro, escreve sobre o tráfico:

“Abomino a glamorização desse crime

perigoso e brutal, movido pelos piores

impulsos e que copia o que há de pior em

nossa sociedade: ganância individualista

sem limites, exploração do trabalho alheio,

busca do lucro fácil e imediato a qualquer

custo humano”. (Marco aurélio canônico)

Tudo ou nada

Autor Luiz Eduardo Soares

Editora Nova Fronteira

Quanto R$ 35 (359 págs.)

por MarCo aUrÉLio /foLHapress

sistema prisional Livro faz crítica ao

antenado

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Quase inteligentes por paULa LeiTe/foLHapress

Celulares ‘quase inteligentes’ ganham espaço

informática & tecnologia

Telefones híbridos, que mesclam funções de smart--phones com o preço e a simplicidade de modelos mais básicos, começam a aparecer no mercado.

Fabricantes já começaram a abrir os olhos para a nova catego-ria: a Motorola lançou, no fim de abril, o MotoGO. Chamado de “web-phone”, ele tem programas pré-instalados, custa R$ 330 e não possui loja de aplicativos. A Nokia tem o Asha 303, que sai por R$ 399. A Mozilla Foundation, empresa criadora do popular navegador Firefox, anunciou para 2013 um sistema operacional para dispositivos móveis, em HTML5, que possibilitará a criação de apps baseados na web. Com o sistema, celulares mais baratos poderão ter algumas funções semelhantes às dos smartphones. (AO) BlackBerry muda para tentar atrair público jovem Novos modelos são básicos e voltados a quem quer o primeiro smartphone Aparelhos Curve não têm tela sensível ao toque; sistema de troca de mensagens é o principal atrativo A BlackBerry lança em junho no Brasil os modelos Curve 9320 e Curve 9220, em um movimento para tentar atrair um público mais jovem. Essa nova estratégia da empresa, cujos aparelhos sempre es-tiveram associados ao mundo corporativo, se reflete também na nova campanha publicitária da marca. Com o slogan “For fun. For work. For everything” (“Para diversão. Para trabalho. Para tudo”), as peças trazem rostos conhecidos da TV, como a apresentadora Sabrina Sato. Ainda sem preços definidos no Brasil -os valores devem ser anunciados pelas operadoras-, os modelos são básicos e voltados a consumidores que buscam o primeiro smartphone. A RIM, canadense que fabrica os BlackBerry, conta com a força de seu BlackBerry Messenger para tornar os telefones atraentes. Quem compra um aparelho da empresa geralmente assina um plano de dados específico, que permite o uso ilimitado do BBM. Nos novos telefones, é possível atualizar e trocar mensagens via Facebook e Twitter de dentro do BBM, ou seja, sem custo adicional. O aplicativo reúne todas as atualizações e mensagens recebidas de diferentes redes sociais em um só local.

Os dois celulares têm teclado QWERTY e recursos básicos de smartphones, como Wi-Fi e câmera. Só o 9320 conta com 3G e GPS. A tela dos celulares é pequena e não é sensível ao toque. E a oferta na loja de aplicativos da BlackBerry ainda perde em muito para a das lojas da Apple e do Android. Por isso, os novos BlackBerry devem ser uma opção só para quem não puder investir em um modelo mais sofisticado com Android ou em um iPhone -e isso se o preço realmente for baixo. Além disso, a RIM já anunciou que vai lançar no final deste ano seu novo sistema operacional, o BlackBerry 10 -então muitos usuários fiéis da marca devem optar por esperar por esses modelos.

Foco nos emergentes A RIM lançará os novos modelos de Curve no restante da América Latina também em junho. A marca é forte em alguns países da região, como na Colômbia, onde vende sete de cada dez smartphones, segundo a empresa. Perdendo espaço na América do Norte e na Europa, a empresa parece estar focando em mercados emergentes onde é forte -os dois novos modelos também foram lançados em países como a Indonésia e a Índia. “Nós percebemos algo há alguns anos: eventualmente não haverá mais pessoas no mundo a quem vender o primeiro celular. Agora as pessoas estão trocando seus celulares por smartphones”, afirma Rick Costanzo, vice-presidente da RIM para a América Latina. “O que os usuários que compram smar-tphones pela primeira vez mais querem é trocar mensagens, e nisso somos fortes.” No Brasil, porém, a situação é diferente: a RIM tem cerca de 7% do mercado de smartphones, segundo dados da consultoria IDC referentes ao primeiro trimestre de 2012. A jornalista PAULA LEITE viajou a convite da RIM. Os novos modelos da BlackBerry Curve 9320 BlackBerry 7.1 TELA 2,44 polegadas; resolução de 320 x 240 TAMANHO 109 x 60 x 12,7 mm; 103 g

TEMPO DE BATERIA 7 horas de conversa; 28 horas escutando música com fones; 18 dias em espera CÂMERA 3,2 MP com flash, gravação de vídeo, zoom digital 4x e estabilização de imagem CONECTIVIDADE Wi-Fi 802.11 b/g/n; Bluetooth OUTROS GPS, rádio FM, teclado QWERTY, entrada para cartões microSD Curve 9220 BlackBerry 7.1 TELA 2,44 polegadas; resolução de 320 x 240 TAMANHO 109 x 60 x 12,7 mm; 102 g TEMPO DE BATERIA 7 horas de conversa; 30 horas escutando música com fones; 18 dias em espera .CÂMERA 2 MP com foco fixo, gravação de vídeo e zoom digital 5x CONECTIVIDADE Wi-Fi 802.11 b/g/n; Bluetooth.Outros fea-tures Rádio FM, teclado QWERTY, entrada para cartões microSD de até 32 Gbytes

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Pesquisar no Google, mandar um torpedo pelo celular, atualizar o Twitter e postar fotos no Facebook são algumas atividades que crianças

e adolescentes são capazes de executar todas praticamente ao mesmo tempo. Até aí, nada de surpreendente, afinal estamos falando dos nativos da “geração digital” para quem o e-mail já é uma antiguidade. Mas nem mesmo esses seres multitarefa passam incólumes por tanta conectividade e tanta informação. O impacto dessa avalanche se reflete não apenas em aumento de riscos para a segu-rança dos jovens, temidos pelos pais, como também pode afetar seu desenvolvimento social e psicológico. Ao lado de ameaças que são velhas conhe-cidas, como pedofilia e obesidade, surgem outras: ciberbullying, “sexting” , “grooming” e tecnoestresse (veja à pág. 7 o significado das expressões). O tal do tecnoestresse é causado pelo uso excessivo da tecnologia e provoca dificuldade de concentração e ansiedade. O jovem tecno-estressado também pode tornar-se agressivo ao ficar longe do computador. Segundo o neurologista pediátrico Eduardo Jorge, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisas já associam overdose de tecnologia com problemas neurológicos e psiquiátricos. “Estão aumentando os casos de doenças relacionadas ao isolamento. A depressão é a que mais cresce.” O neurologista também diz que há uma incidência maior do transtorno de deficit de atenção entre adolescentes aficionados por computador. “Não é fácil de diagnosticar. Os pais não acham que o filho tem dificuldade de concentração porque ele fica parado no computador.” Outro risco é a enxaqueca. “Essas novas te-las de LED são um espetáculo, mas têm um brilho e uma luminosidade que fazem com que aumentem tanto o número de crises de enxaqueca como a intensidade delas”, alerta.

Impacto social Para o pediatra americano Michael Rich, pro-fessor da Universidade Harvard, o impacto das mídias digitais tem efeitos de ordem física e social. “Do ponto de vista da saúde, o principal risco é o da obesidade; do social, o fato é que, quanto mais conectados, mais isolados os jovens ficam no sentido das relações pessoais. É comum ver casais de mãos dadas e falando ao celular com outras pessoas.” Opinião parecida tem o psicólogo Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria da USP. Segundo ele, a tecnologia invadiu tanto o cotidiano que as pessoas se perdem no seu uso. “É mais preocupante em crianças e adolescentes, porque nessa faixa etária o cérebro ainda não atingiu sua maturidade, não exerce plenamente a função de controle de impulsos”, diz. A internet arrebata ainda mais dependentes quando se torna móvel: estatísticas inter-nacionais apontam que 20% da população mundial de usuários de smartphones não consegue exercer um uso equilibrado da internet, de acordo com Nabuco. Mas é claro que nem tudo são pedras no mundo virtual, como explica Eduardo Jorge. “Pesquisas também mostram que crianças usuárias de tecnologias da informação são mais ágeis, mais inventivas e têm uma capacidade maior de raciocínio em alguns

testes de QI. A tecnologia não é um bicho de sete cabeças do qual elas tenham que ficar afastadas”, afirma. “Devem ser estimuladas a fazer bom uso, com limites.” Rich considera que os próprios pais são os principais responsáveis por este quadro “cibercaótico”. Segundo ele, por falta de intimidade com as novas mídias, os adul-tos deixam de preparar as crianças para o mundo virtual. “Muitas vezes, eles apenas dão o laptop e pensam que, desde que os filhos estejam no quarto, não vão se meter em confusão, o que é um erro”, afirma. “Os adultos precisam se tornar aprendizes dos jovens na parte técnica para que possam ser seus professores na parte humana.” Pais off-line Segurança dos jovens na rede depende do controle de adultos Ninguém ousa negar que a tecnologia abriu portas, expandiu horizontes intelectuais e proporcionou oportunidades antes impos-síveis para crianças e jovens. “Quando usada corretamente, a internet educa pessoas em locais isolados, promove a comunicação ao redor do mundo, cria novos mercados e aumenta a conscientização dos jovens sobre questões globais, forçando-os a considerar problemas maiores do que os seus próprios”, enumera Cajetan Luna, diretor do Center for Health Justice de Los Angeles. Outro ponto positivo das novas tecnologias é o fato de serem um elemento agregador entre os jovens. Para Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor da Safernet (organização que protege e promove os direitos humanos na rede), a internet também ajuda o adolescente a descobrir sua sexualidade. “Temos que evitar o pânico e não julgar se agora é pior ou melhor do que antes. A questão é que hoje é diferente. Precisamos entender essa mudança e pesar os prós e contras que toda inovação tem”, pondera. Segundo Nejm, o grande problema é que os adultos não fazem a mediação do acesso das crianças à internet, definida por ele como “uma praça pública frequentada por 2 bilhões de pessoas, onde há todo tipo de gente e de conteúdo, dos melhores aos mais perigosos”. O psicólogo defende que é preciso ensinar aos jovens que o acesso à rede exige cida-dania, cuidado, ética e responsabilidade. Para Luna, o envolvimento dos pais tem que ser feito de forma aberta e honesta. “A solução não é censurar ou proibir, nunca funciona, mas explicar as coisas para que os jovens possam reconhecer o que é bom e o que não é.” Para Tito de Morais, que apresenta o programa “Miúdos Seguros na NET”, em Portugal, a chave é acompanhar. “Temos a obrigação de ser pais on-line e off-line, e isso implica usar as tecnologias com eles desde pequenos, preparando-os para irem ganhando autonomia.” Na opinião de Morais, a segurança dos jo-vens na rede deve incluir quatro abordagens diferentes: regulamentares, educacionais, parentais e tecnológicas. “Se abordarmos só de uma forma, pode ter certeza que alguma coisa vai falhar.” Em casa, para garantir que crianças e adoles-centes usufruam do que as mídias digitais oferecem com segurança, ele recomenda que elas sejam usadas em um espaço comum que permita a integração da família.

comportamento

por anneTTe sCHWarTsMan /foLHapress

Tecnoestresse Foto: Karime Xavier/ Folhapress

O hábito de ficar sempre conectado expõe adolescentes a um excesso de estímulos que pode interferir no desenvolvimento mental e social

Estudantes do Colégio Pentágono/ - Lucas Vito Esparre Fernandes –- Maria Luiza Mendonça Silva – 8 anos (esquerda) - Alice Maturano de Mello Castanho – 8 anos

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Foi com muita alegria que fotografei o casamento desse lindo casal: Michelle e Ítalo. Foi uma noite muito especial porque testemunhei todo o carinho e amor que um tem polo outro. Outro motivo é que Ítalo é neto da Dna. Terezinha, pessoa que tenho uma admiração muito grande e um carinho especial. O making of da Michelle aconteceu no Art’n Noivas onde o Lulu, com toda sua competência, caprichou no visual da noiva. A cerimônia e a recepção aconteceram no lindo Espaço Lelo’s que esta-va impecavelmente decorado. A cerimônia religiosa foi presidida pelo Pastor Jessé da Igreja Batista que, como sempre, fez uma linda oratória com muito carinho para o casal. As músicas também foram uma atração à parte. A banda da Igreja executou lindamente a trilha da cerimônia com muita competência deixando todos os presentes emocionados. Lindo demais!

Após os cumprimentos dos pais e padrinhos o pastor Jessé anunciou o mais novo casal para a comunidade da Igreja e foram ovacionados. Saíram pelo corredor com muita alegria e descontração. Na sequencia demos uma voltinha pela cidade e aproveitamos para tirar mais algu-mas fotos. Depois, de volta para o salão, foi exibido um lindo clipe do ensaio pré-wedding do casal que adentraram sob aplausos de todos os presentes. A festa foi maravilhosa com muitos amigos e familiares. Todos felizes pelo Grande dia deste lindo casal. Mais uma noite ines-quecível pra mim.

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Em geral, motocicleta tem a imagem ligada à esportividade, à aventura e ao espírito de liberdade. Pouco

é exaltada como solução de mobilidade urbana – talvez por ser muito óbvio. Pelas dimensões das cidades brasileiras, esta capa-cidade de “desentupir” as ruas sofre algumas limitações. É difícil convencer um sujeito a deixar seu sedã luxuoso na garagem para ir e voltar do trabalho pendurado em uma moto de baixa cilindrada. É desconfortável, barulhenta e não dá status. Motos grandes, que oferecem conforto e prestígio, perdem em agilidade no trânsito. Em muitos países, a solução tem sido as scooters. São pequenas, confortáveis e costumam contar com práticos porta-objetos. Na Europa, por exemplo, elas respondem por mais de 50% das vendas de veículos de duas rodas. No Brasil, têm ape-nas 2% do mercado e são vistas quase como brinquedos – possivelmente por não serem muito indicadas para trajetos mais longos. Com essa equação, a Honda resolveu apostar na NC 700X como instrumento para juntar o conforto e a praticidade de uma scooter com o fôlego e o status de uma moto de maior cilindrada.O modelo foi apresentado no Salão de Milão, no final do ano passado, e a Honda logo identificou nela um grande potencial para o mercado brasileiro. A ideia é que ela seja uma alternativa mais elegante e social para uma função que hoje vem sendo exercida por motocicletas on/off road. Caso de Honda XL 700X Transalp, Kawasaki Versys 650 e Suzuki DL650 – além de monocilíndricas, bem mais “rascantes”, como Yamaha XT 660 e BMW G650. Na NC 700X a urbanidade é ressaltada em diversos detalhes, que dão até um verniz de luxo ao modelo: escapamento cromado baixo, rodas de liga leve, lanterna traseira projetada e suspensões mais curtas, como de uma esportiva, e o corpo sinuoso

e elegante, sem a brutalidade típica das big trails. Mas há um recurso, próprio de scoo-ters, que realmente diferencia a NC 700X: o porta-capacete em um compartimento à frente do piloto, onde normalmente ficaria o tanque de combustível.Para abrir este espaço, a arquitetura do modelo tem uma lógica pouco comum – na linha da própria Honda, apenas a Goldwing segue o mesmo conceito. O tanque de combustível, de 14,1 litros, foi deslocado para baixo do banco – o bocal fica sob o banco do carona. Isso ajuda a rebaixar o centro de gravidade do modelo, objetivo reforçado pela posição do bloco do motor, inclinado para a frente em 62º. O propulsor tem dois cilindros paralelos com defasagem de 270º entre os pistões – as explosões são em sequência imediata. Essa configuração proporciona subidas de giros ágeis como de um monocilíndrico com a suavidade de um bicilíndrico – inclusive pelo eixo contra-rotante , que reduz ainda mais as vibrações. Ele tem comando simples no cabeçote e refrigeração líquida. O resultado é 52,5 cv de potência a 6.250 giros e 6,4 kgfm de torque a 4.750 rpm.Com a NC 700X, a marca garante estar inau-gurando um “novo segmento” no mercado, o de crossover. De fato, o novo modelo tem algumas peculiaridades que ajudam a dife-renciar o modelo. Por definição, crossover mistura características de vários tipos de veículo. De um lado, isso amplia o espectro de consumidores. De outro, aumenta o número de rivais. A nova moto da Honda vai encarar tanto big trails quanto esportivas carenadas. O preço a coloca bem posicionada em relação aos segmentos onde estão as nacionais CB 600 F Hornet e a própria Transalp, que cus-tam entre R$ 30 mil e R$ 33 mil. A NC 700 X começa em R$ 27.490 e vai a R$ 29.990 com ABS. A Honda projeta que vai emplacar, em média, 300 unidades/mês. Mais do que a

Hornet e a Transalp têm conseguido.

Primeiras impressõesManaus/AM – A NC 700X impressiona bem. As linhas fluidas dão elegância ao mo-delo. O bom porte não a torna desajeitada. Ao contrário, é equilibrada e leve mesmo quando parada. O assento tem altura para o solo de apenas 83 cm e recebe muito bem o piloto. Tudo isso junto pode promover o modelo entre as mulheres. E nisso vai ajudar o comportamento suave do motor – o som é parecido com o de um monocilíndrico, mas com baixa vibração. A invenção de um porta--capacete no lugar onde ficaria o tanque de combustível – cabe um capacete tamanho 60 fechado – também vai ser altamente sedutor para o público feminino. Sem falar nos discos de freio em forma de pétala.Tudo na NC 700X parece buscar a simpli-cidade. A abertura do porta-capacete e do banco traseiro, que dá acesso ao tanque de combustível, é feita com a chave de ignição em uma segunda fechadura, à frente do pi-loto. Todos os comandos estão nos lugares tradicionais e são de fácil alcance. O painel em LCD traz velocímetro, identificação da marcha em uso, hora e outros dados do computador de bordo no formato digital. Já conta-giros e marcador de combustível são analógicos, em forma de barras. Acima dos instrumentos, uma fila de luzes-espia fornecem os alertas sobre as condições de funcionamento. Todo o conjunto é compacto e bem-resolvido.Em movimento, a NC 700X confirma todas boas impressões iniciais. Ela é maleável, confortável, fácil de controlar e tem um comportamento muito dócil. As acelerações são suaves e progressivas. As vibrações são sutis e não incomodam. O limite de giros, abaixo de 7 mil rotações, lembra que o modelo não é pensado para proporcionar

grandes emoções. Embora a suspensão até se disponha a encarar uma condução um pouco mais esportiva. Ela se mostrou bem firme nas curvas e nas frenagens, quando o ABS combinado ajuda muito. Ao mesmo tempo, absorveu bem as irregularidades do piso. A boa altura do guidão e o fato de não ser muito larga certamente vão facilitar a vida de quem encara as horas de rush e as filas de automóveis nas ruas.

Ficha técnicaMotor: Gasolina, quatro tempos, 669 cm³, dois cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote e injeção eletrônica .Câmbio: Manual de seis marchas com trans-missão por corrente.Potência máxima: 52,5 cv a 6.250 rpm.Torque máximo: 6,4 kgm a 4.750 rpmDiâmetro e curso: 73 mm X 80 mm.Taxa de compressão: 10,7:1Suspensão: Garfo telescópico de 41 mm com 153,3 mm de curso. Traseira do tipo monochoque com amortecedor a gás, com 150 mm de curso.Pneus: 120/70 R17 na frente e 160/60 R17 atrás.Freios: Disco simples de 320 mm em forma de pétala, pinça com pistão duplo na frente e disco simples de 240 mm em forma de pétala, pinça com pistão simples na traseira.Dimensões: 2,21 metros de comprimento total, 0,83 m de largura, 1,28 m de altura, 1,54 m de distância entre-eixos e 0,83 m de altura do assento.Peso: 202 kg.Tanque do combustível: 14,1 litros.Produção: Manaus, Brasil.Lançamento mundial: 2011.Lançamento no Brasil: 2012Preço: R$ 27.490 e R$ 29.990 na versão C-ABS.

por eDUarDo roCHa/\aUTo press

Fotos: eduardo rocha/carta Z Notícias

veículos

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por aUGUsTo paLaDino/aUTopress

Notíciasautomotivas

Chamada urgente – A General Motors convocou

um recall em todas as unidades do Cruze vendidas

nos Estados Unidos desde seu lançamento em

2010. São 475.418 carros chamados para a substituição de

uma chapa protetora da parte de baixo do motor, que pode

acumular óleo e gerar incêndios. Destes, 249 ainda terão

as soldas de fixação do tanque de combustível reforçadas.

Segundo a GM brasileira, apenas as unidades fabricadas

nos Estados Unidos foram afetadas pelo problema.

Domínio do conforto – A BMW jogou uma pá de cal

nos planos de futuros M5 e M6 com câmbio manual.

Segundo a marca, a demanda por esse tipo de sistema

é muito pequena nos dois modelos – apenas 15% –, já

que boa parte dos proprietários de carros desse porte e

preço exigem câmbio automático. O M3, no entanto, deve

continuar a oferecer o câmbio manual.

Emissões reduzidas – A Peugeot enfim mostrou a linha

2013 do furgão Boxer, agora em conformidade com as leis

antipoluição Proconve P7/Euro 5. A mudança foi restrita

ao motor, que ganhou novo catalisador e o sistema EGR

de recirculação dos gases de escapamento, além de um

filtro de partículas. Os 127 cv do motor diesel de 2.3 litros

HDi foram mantidos, mas o torque passou a 32,6 kgfm

a 1.800 rpm – antes eram 30,6 kgfm. Além do motor,

suspensão e freios ganharam nova calibração.

Caiu na rede – O consumidor brasileiro realmente

incorporou a internet às suas compras. Uma pesquisa

realizada pela agência Oh Panel!, em parceria com o site

de compras online Mercado Livre, apontou que 95% dos

compradores de automóveis pesquisaram informações

sobre os modelos desejados na internet antes de concluir

a compra. Os resultados fazem parte de um levantamento

realizado no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México,

Venezuela, Uruguai, Peru e Equador. Em países como

China, França, Alemanha e Estados Unidos, o percentual

chega a 94%.

Cruzando oceanos – Para tentar fugir da crise europeia, a

Volvo está em busca de parceiros para construir uma nova

fábrica nos Estados Unidos. O movimento também faz

parte do plano de crescimento da marca – orçado em US$

11 bilhões a serem investidos nos próximos anos –, que

pretende vender 800 mil carros anuais até 2020, quase o

dobro do valor vendido em 2011. Além dos Estados Uni-

dos, a Volvo deverá começar a produzir na China em 2013.

Casamento em crise – Ao que tudo indica, a parceria entre

a PSA Peugeot Citroën e a GM pode começar a estremecer

as relações entre o grupo francês e a BMW. A marca alemã

demonstrou preocupação com a estabilidade financeira

da PSA e já estuda comprar a participação de Peugeot na

joint-venture. O cenário é diferente do divulgado em maio,

quando a BMW afirmou que a aliança com a GM

não afetaria os trabalhos conjuntos com a PSA.

veículos

Maquiagem rápida Ainda com cerca de dois anos para a chegada da próxima

geração, o Suzuki Jimny ganhou uma leve reestili-zação na Europa. O jipinho recebeu novos faróis, para--choque dianteiro e grade para se manter atualizado. As unidades vendidas no Velho Continente são produzidas na Espanha e equipadas com o mesmo motor 1.3 de 84 cv e tração integral do carro vendido por aqui – que vem do Japão. Por aqui, o Jimny pode ganhar cidadania brasileira ainda em 2012, e passar a ser produzido em Catalão, Goiás, nas instalações do grupo Souza Ramos. É a mesma empresa respon-sável pela montagem dos Mitsubishi nacionais – a picape L200 Triton e os utilitários esportivos Pajero Dakar e TR4

por aUGUsTo paLaDino /aUTopress

Foto: divulgação

Suzuki Jimny

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A nova geração do Palio não foi só uma reformulação mecânica. Claro que a plataforma é nova e motor e transmissão são modernos, mas foi bem mais que

isso. Principalmente por causa da presença do Uno na gama da Fiat. O compacto assumiu o papel de carro-chefe da marca italiana, o que provocou uma ligeira mudança na proposta do Palio. Agora, ele assume um cargo mais requintado. Não chega ao padrão mais elevado do Punto, mas é um passo além em relação aos modelos de entrada. A versão Essence é a que melhor expressa essa evolução. Traz motor 1.6, opção de transmissão automatizada e itens de série antes praticamente impensáveis no degrau inferior do mercado de carros brasileiro.É o caso por exemplo de airbag duplo e ABS, dis-poníveis de fábrica, assim como ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico. Mesmo com o aumento do recheio e melhoria da mecânica em geral, a Fiat praticamente manteve o preço em relação à geração anterior. Hoje, o Palio Essence custa R$ 36.590, já com o desconto do IPI. Em janeiro de 2011, a mesma configuração valia R$ 36.860 e não tinha nem os equipamentos de segurança nem o ar-condicionado de série. A comparação fica ainda mais discrepante quando se leva em conta o preço dos carros completos. Com o câmbio Dualogic, rodas de liga leve, air-bags laterais, volante multifuncional e sistema de entretenimento, o modelo vai a R$ 44.377. Antes, a etiqueta apontava salgados R$ 50.511. E o carro vinha com menos equipamentos.O motor continua o mesmo. É o 1.6 16V e-TorQ capaz de render 117 cv a 5.500 rpm e 16,8 kgfm de torque a 4.500 giros. A transmissão pode ser manual de cinco velocidades ou a automatizada Dualogic. Esta, por sinal, deve ser trocada pela nova e mais avançada Dualogic Plus em pouco tempo. Quando esta foi lançada no Bravo, na primeira quinzena de junho, a Fiat ainda não confirmava a sua expansão para o resto da linha. Entretanto, o sedã Linea e o monovolume Idea já receberam a atualização.O que não deve mudar tão cedo é o visual. Lan-çado há pouco mais de seis meses, a segunda geração do Palio trouxe um estilo muito mais moderno e atual, que até tenta mostrar uma certa maturidade. Ele não traz o ar despojado do Uno, mas é bem feito e harmonioso. Com rivais cada vez mais diversificados – com direito à ofensiva japonesa de Nissan March e Toyota Etios –, é uma arma das mais importantes.

Ponto a pontoDesempenho – O motor 1.6 16V cai bem em um compacto como o Palio. A combinação de pouco mais de mil kg e quase 17 kgfm de torque deixa o hatch bem esperto no trânsito urbano. Mesmo assim, a impressão é que o carro pode-ria ser mais ágil. Em baixos giros, o propulsor parece ser “preguiçoso” e demora a acordar. Só depois das 2.500 rotações o desempenho fica mais interessante. O câmbio Dualogic, apesar dos evidentes avanços desde o seu lançamento, continua indeciso. Ao menos, a Fiat oferece as borboletas atrás do volante como um opcional. Elas ajudam o motorista a extrair o máximo do conjunto. Nota 7.Estabilidade – A nova plataforma do Palio, “herdada” do Uno, fornece rigidez e estabilidade suficiente para um carro com seus tamanho e proposta. A suspensão nesta configuração Essence não é tão dura como na Sporting, mas mesmo assim dá boa capacidade ao hatch. Até ocorre certa rolagem da carroceria, mas tudo controlado e com alguma segurança. Não chega a ser um compacto invocado, que incite a uma direção arrojada, mas ao menos não compromete a dirigibilidade. Nota 7.Interatividade – Usar o Palio é algo simples. Ajustar o banco e o volante – que só conta com regulagem de altura – não tem mistérios. A po-sição de dirigir é agradável, ligeiramente elevada. O volante conta com botões que comandam o rádio, embora o controle do cruise control seja feito com uma pequena alavanca instalada na coluna. As borboletas atrás do volante facilitam a convivência com o câmbio Dualogic. Nota 7.Consumo – O InMetro não fez medições para o Palio Essence, mas o computador de bordo marcou média de 7,5 km/l com etanol. Nota 6.Tecnologia – O Palio usa uma plataforma moderna, vinda do Uno, lançado em 2010. Esta configuração Essence traz um motor de concepção relativamente moderna e uma lista de equipamentos de série recheada, com airbag duplo, ABS, ar-condicionado e direção hidráulica. Os opcionais adicionam outros itens úteis, como rádio com Bluetooth e as borboletas atrás do volante para trocas manuais. Nota 8.Conforto – A renovação do Palio trouxe um carro mais estável em termos dinâmicos, mas com uma suspensão que continua beneficiando o conforto. Ela é bem calibrada e permite que se passe algumas horas dentro do carro sem maio-res prejuúizos. O isolamento acústico não é dos

melhores, mas está dentro do esperado. Nota 7.Habitabilidade – O Palio é um compacto e não tem como fugir muito disso. Há espaço suficiente para quatro pessoas andarem sem muito aperto. Uma quinta, sofre bastante. A Fiat prezou pela beleza na cabine e, por isso, não há tanto espaço para guardar objetos de uso rápido. Até existe um compartimento na parte superior do painel, mas sem muita profundidade e com acesso difícil. O porta-malas perdeu 10 litros em relação à geração anterior, e agora tem 280 litros. Nota 6.Acabamento – Em termos visuais, o interior do Palio agrada bastante. O desenho é bonito e inspirado. Na escolha de materiais, no entanto, não parece que a Fiat teve o mesmo cuidado. Os plásticos são rígidos – como é esperado – e os encaixes são pouco precisos. Além disso, existem algumas rebarbas aparentes e algumas arestas são afiadas e podem machucar. O Uno, um carro menor, é mais caprichado. Nota 6.Design – Foi um dos pontos que o Palio mais evoluiu em relação ao anterior. A Fiat optou por um desenho moderno, que valoriza a grade dianteira herdada do 500 e as belas lanternas suspensas na traseira. Apesar de ser uma versão mais equipada, a Essence não adiciona quase nada em termos estéticos. Apenas algumas adesivos decorativos espalhados discretamente pela car-roceria. Mesmo assim, o design agrada. Nota 8.Custo/beneficio – A versão Essence 1.6 do Palio é uma das que traz melhor relação custo/bene-fício. O conjunto mecânico agrada, com motor eficiente, transmissão cada vez mais evoluída e comportamento dinâmico de qualidade. A lista de equipamentos de série ajuda, com direito a ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, airbag duplo e ABS. Com câmbio manual, ele sai por R$ 35.590 e o Dualogic adiciona R$ 2.350 à conta. Quando equipado ao máximo, com rodas de liga leve, rádio e até airbags laterais, o Palio Essence Dualogic sobe a interessantes R$ 44.377. O principal concorrente é o eterno rival Volkswagen Gol, que, com alguns equipamentos a menos, vale R$ 43.487. Nota 8.Total – O Fiat Palio Essence Dualogic somou 70 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigirPor trás dos panosO papel da versão Essence na linha do Palio é dar uma opção a mais para quem quer um compacto potente, com motor 1.6, mas quer ficar longe

da suspensão dura e dos apliques estéticos de gosto duvidoso do Sporting. Para isso, o carro quase não é “enfeitado”. É preciso um olho atento para diferenciá-lo da versão Attractive 1.4. Por dentro acontece algo parecido. Não há nada que dê distinção para a Essence no acabamento. Isso significa que o desenho bonito do painel continua lá, assim como as peças plásticas de baixa qualidade e os encaixes imprecisos. Ainda há falta de porta-objetos.O espaço é de um compacto. Quatro pessoas até podem viajar, mas uma quinta sofre com o aperto. Na frente, ao menos, os bancos têm espuma com densidade correta, o que permite dirigir durante algumas horas sem muitos sinais de cansaço. A falta de qualidade de acabamento também aparece no isolamento acústico. Ape-sar de ser algo esperado para um compacto, o barulho do motor em rotações elevadas chega a incomodar. A suspensão é bem calibrada e consegue absorver boa parte dos impactos. Entre-tanto, diferentemente da antiga geração do Palio, não deixa o carro inseguro em termos dinâmicos. Como o acerto é mais voltado para o conforto, a carroceria tende a rolar nas curvas, mas nada que comprometa a segurança. O chassi mantém a rigidez torcional e deixa o motorista sempre com o controle do carro nas mãos.O motor 1.6 16V se encaixa bem no Palio. O pouco peso – pouco mais de mil kg – ajuda na conta. Acima dos 3 mil giros há força suficiente e o carro acelera com vigor. Já em regimes baixos e médios falta torque ao propulsor. Assim, é preciso calcular com precisão ultrapassagens, por exem-plo, e as reduções de marcha são mais que necessárias. O câmbio Dualogic, por sinal, continua com alguns trancos e hesitações nas trocas. Como opcional, a Fiat oferece volante multifuncional com as sempre úteis borboletas. Mesmo assim, ele erra muito em manobras de baixa velocidade. Além de o carro não mover automaticamente ao se tirar o pé do freio – prática comum aos automáticos –, ao tentar engatar a ré, por exemplo, muitas vezes o sistema não entende o pedido. Aí aparece um irritante aviso no painel pedindo para refazer a ação.Momentos que podem fazer qualquer um se arrepender de não ter ficado com o velho e eficiente câmbio manual.

por roDriGo MaCHaDo\aUTo press

Fotos: pedro paulo Figueiredo/carta Z Notícias

veículos

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Sexta 13 • Julho • 2012 Jornal do Meio 648 19veículos

Carga chique A Mini confirmou a produção do conceito Clubvan,

apresentado no último Salão de Genebra. O carro deverá chegar ao mercado europeu antes do fim de 2012 com motores de 1.6 litro com 98 cv e 122 cv, quando movido a gaso-lina, e 112 cv na versão diesel. Os propulsores mais fortes oferecidos no Clubman – do qual o Clubvan é derivado – não estarão disponíveis. O volume de carga passa aos 920 litros, contra 260 do porta-malas do Clubman, e a área possui seis pontos de fixação e tomadas 12 v. O visual permanece o mesmo, já que apenas as janelas tra-seiras foram substituídas por painéis de chapa

por aUGUsTo paLaDino/aUTopress

Foto: divulgação

Mini Clubvan

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