66112735 Apostila COMPLETA Sistematica Vegetal

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  • BOTNICA AGRCOLAProf. Dra. Adriana Graciela Desir Zecca

    INTRODUO BOTNICA SISTEMTICA

    Pelo menos 10 milhes de tipos de organismos vivos compartilham nossa biosfera. Ns, seres humanos diferimos destes outros organismos tanto no grau de nossa curiosidade como em nosso poder de falar. Como conseqncia destas duas caractersticas, temos h muito tempo buscado inquirir sobre outras criaturas, bem como trocar informaes. Para se fazer isto, foi necessrio dar nomes aos organismos. Aos organismos mais conhecidos foram dados nomes vulgares, mas mesmo para os mais simples dos propsitos, tais nomes podem ser inadequados. Algumas vezes os nomes so vagos, particularmente quando trocamos informaes com pessoas de outras partes do mundo. Quando diferentes lnguas esto envolvidas, os problemas se tornam complexos.

    Por estas razes, os bilogos designam os organismos com nomes em Latim, que so oficialmente reconhecidos por organizaes internacionais de botnicos, bacteriologistas e zologos.

    Estes nomes formais em Latim originaram-se de sistemas informais de nomear plantas. A diferentes tipos de organismos tm sido dado h muito tempo nomes correspondentes a categorias tais como carvalhos, rosas ou dentes-de-leo. Na poca medieval, quando o interesse na comunicao de informaes sobre organismos estava crescendo, o Latim era a lngua da cincia. Por esta razo os nomes para estes tipos de organismos foram padronizados e amplamente disseminados em livros impressos com o recm inventado tipo mvel. Os nomes eram freqentemente aqueles que os romanos usavam; em outros casos, eram inventados novos nomes ou os nomes eram colocados na forma latinizada. Estes tipos acabaram por serem chamados de gneros, e membros individuais destes gneros, tais como carvalhos-vermelhos ou carvalho-salgueiro, eram chamados de espcies.

    No inicio, as espcies eram identificadas por frases descritivas em Latim consistindo em uma ou mais palavras; estas frases eram chamadas polinmios. A primeira palavra do polinmio era o nome do gnero ao qual a planta pertencia. Assim, todos os carvalhos eram identificados por polinmios que comeavam com palavra Quercus, e todas as rosas com polinmios que se iniciavam com a palavra Rosa. Os antigos nomes latinos para estas plantas continuaram a ser utilizados para designar os gneros.

    A Sistemtica Vegetal desempenha um papel de importncia capital em favor de cincias que lidam com as plantas; determinando os nomes com que so conhecidas internacionalmente milhares de espcies vegetais, estudando sua distribuio, indicando suas propriedades, acertando as relaes existentes entre os grupos taxonmicos e outros pontos de interesse, sua influencia manifesta-se em todos os domnios da Botnica. Pode-se afirmar, que sem uma acurada e segura identificao das espcies, a Fitogeografia no

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  • poderia conduzir trabalhos relativos origem e interdependncia das floras, do mesmo modo sucedendo com a Ecologia, nos estudos de relacionamento das plantas com o meio. Do mesmo modo, os farmacologistas, nos seus estudos sobre a presena nas plantas de substncias com propriedades medicinais, no podem negligenciar quanto identificao fidedigna das espcies. Enfim, todos aqueles que direta ou indiretamente, tm suas atividades relacionadas com o estudo das plantas, recorrem ao taxonomista para obter determinaes corretas.

    No conceito antigo, Sistemtica era uma cincia que se restringia ao estudo de fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em um herbrio, baseando-se no estudo morfolgico desses espcimes. A sistemtica moderna, tanto estuda o comportamento da planta na natureza, como se fundamenta na morfologia e na estrutura dos vegetais, seus caracteres genticos, sua ecologia, distribuio geogrfica, estudo dos seus antepassados, etc..., para compreender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus de parentesco existentes entre os diversos grupos de plantas. Baseia-se na hiptese de que existem relaes genticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem de outros existentes ou j extintos, atravs de sucessivas geraes, encontrando-se elas, hoje em dia, mais aperfeioadas.

    TAXONOMIA OU SISTEMTICA VEGETAL a parte da Botnica que tem por finalidade agrupar as plantas dentro de um sistema, levando em considerao suas caractersticas morfolgicas e externas, suas relaes genticas e suas afinidades.

    IDENTIFICAO a determinao de qualquer material botnico, como idntico ou semelhante a outro j conhecido. Pode ser feita com o auxilio da literatura ou pela comparao com outro de identidade conhecida e em qualquer hierarquia (famlia, gnero, espcie, subespcie, etc.). Tratando-se de material novo para a Sistemtica, por conseguinte ainda no designado cientificamente, deve receber denominao prpria e ser objeto de descrio, publicao em rgo especializado, observando-se o que preceitua o Cdigo Internacional de Nomenclatura Botnica.

    Classificao a ordenao das plantas em categorias hierrquicas, segundo as afinidades naturais ou graus de parentesco e de acordo com um sistema de classificao. Cada espcie classificada como membro de um gnero, cada gnero pertence a uma famlia, as famlias esto subordinadas a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma diviso.

    Nomenclatura est relacionada com o emprego correto dos nomes das plantas e compreende um conjunto de princpios, regras e recomendaes aprovados em congressos internacionais de Botnica e publicados num texto oficial. A Botnica necessita de um sistema preciso e simples de nomenclatura para ser usado pelos botnicos em todos os pases, que lide por um lado com os termos que denotam nvel dos grupos ou unidades taxonmicas e por outro com os nomes cientficos que so aplicados as grupos taxonmicos individuais de plantas.

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  • HISTRICO A Botnica to antiga como a prpria humanidade, se bem que no como uma

    cincia sistematizada, mas antes em forma de observaes acumuladas sobre aparncia de certas plantas, e efeitos que exercem sobre o organismo, seja do Homem ou do animal. Conforme se iam acumulando conhecimentos empricos surgia a necessidade de p-los em alguma ordem e leg-los s geraes futuras, assim surgiram as primeiras anotaes, sobre vegetais, que encontramos nos escritos da antiguidade.

    Minuciosas descries de plantas e suas virtudes so encontradas nos livros dos templos egpcios. No Talmude hebraico existe uma extensa diviso dedicada ao estudo das plantas, suas propriedades, uso e cultura.

    Nas primeiras pocas da historia europia foram os gregos, a deixarem anotadas as observaes que podem ser consideradas como inicio da cincia. Foram tambm os gregos que fizeram a primeira tentativa de sistematizar o material emprico acumulado, baseando-se nos caracteres que mais saltam vista. Assim, o primeiro sistema que conhecemos, criado por Aristteles e Teofrasto (384-284 a.C.) dividia o reino vegetal em rvores, arbustos e ervas, distinguindo formas caduciflias e sempreverdes. Esta classificao ficou em uso durante a maior parte da Idade Mdia. Em contato com a cincia oriental durante a invaso rabe, do sculo IX a XII, os europeus adquiriram conhecimentos sobre plantas, na poca desconhecidas. Foram tambm enriquecidas as colees j existentes na Europa. Mais uma onda de material completamente novo invadiu a Europa em conseqncia das grandes descobertas. Do sculo XV em diante, a necessidade de pr alguma ordem no material acumulado, tornou-se inadivel.

    As primeiras tentativas realizaram-se no sentido de criao dos chamados Livros de ervas, Hervanrios, listas e descries das plantas, na maioria feitas pelos monges ou mdicos, organizados principalmente, para preservao de conhecimentos sobre plantas medicinais (Perodo descritivo). A mesma finalidade perseguem tambm os hortos de ervas, onde se plantava e preservava vivo, na maioria plantas medicinais, aromticas ou txicas. Aumentando cada vez mais o fluxo de espcies vindas do estrangeiro, esses hortos transformaram-se em colees de plantas vivas de todas as espcies; mais tarde foram denominados Jardins Botnicos. Os mais antigos foram organizados na Itlia, em 1309 em Salerno.

    A descoberta da imprensa e da xilografia facilitou a divulgao de Livros de ervas e permitiu a comparao de plantas localizadas em diversos lugares freqentemente distantes. Assim, tornou-se indispensvel a criao de sistemas de identificao que podiam ser compreendidos em varias naes e lnguas diferentes.

    Na base dos sistemas de Aristteles, Teofrasto, Plnio e Dioscrides, inicia-se a criao de numerosos sistemas novos, alguns bastante lgicos e adaptados s exigncias da poca, uns, porm, mais confusos que os antigos.

    Esses sistemas destinavam-se ao reconhecimento da planta e foram baseados na morfologia externa, anotao sucinta de caracteres, permitindo a comparao de material localizado em diversas e distantes colees (Perodo de sistematizao). Tinham fundamentao morfolgica, recebendo, porem, ainda a influencia das premissas filosficas relativas ao principio de imutabilidade das espcies.

    O primeiro desses sistemas exposto em definies claras, exatas e lgicas, criado por Andra Caesalpino (Piza, 1519-1603), foi baseado na estrutura de frutos e sementes. Esteve em uso por um sculo, at o aparecimento do sistema tambm artificial, porm mais completo e prtico, do professor Karl Von Line, da Sucia (1707-1775).

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  • O sistema lineano baseado na morfologia da flor, principalmente na estrutura e nmero de estames e pistilos. Lineu dividiu o reino vegetal em Criptgamas plantas com processos sexuados encobertos e Fanergamas plantas com processos sexuados visveis. Esta diviso, com certas modificaes usada at hoje. O maior mrito de Lineu foi o de pr em ordem enorme quantidade de material coletado por ele mesmo e outros botnicos e zologos e de idealizar e empregar com sucesso uma nomenclatura e uma terminologia breve, clara e lgica, que at hoje est em vigor. Foi o primeiro que deu a noo de espcie e gnero como base para a nomenclatura binria.

    Lineu estabeleceu classes e ordens de plantas. As classes em nmero de 24 se fundamentavam em caracteres apresentados pelo aparelho reprodutor. Nas plantas com flores, que abrangiam 23 classes, levou em considerao o sexo, o nmero de estames, a relao entre suas partes, etc. A classe XXIV trata das Criptogmas. As ordens, conforme as classes a que pertenciam, eram denominadas segundo critrios relacionados com o nmero de ovrios (existindo s um ovrio, passou a considerar o nmero de estiletes ou de estigmas), com o nmero de estames e com a natureza do fruto.

    Com o incremento dos conhecimentos sobre a flora mundial veio a verificao da existncia de maiores afinidades naturais entre plantas do que as indicadas pelo sistema sexual de Lineu. Os novos sistemas organizam plantas em grupos afins, pela existncia de caracteres morfolgicos e anatmicos comuns. Em rigor, no poderiam ser naturais por no se compatibilizarem com a idia da evoluo, o que s ocorreu com os atuais sistemas filogenticos, tambm chamados naturais modernos.

    Dos muitos sistemas que se seguiram, mais um que merece ser mencionado o de Antoine Jussieu (1748-1836, Paris). Tambm artificial, porm baseado num maior conjunto de caracteres morfolgicos. Este sistema tenta agrupar os organismos numa seqncia partindo dos mais primitivos e simples aos mais complexos morfologicamente. Esta disposio aproxima-se aos princpios de sistemas naturais ou filogenticos.

    Uma inovao feliz de Jussieu foi empregar na definio das classes de fanergamas o nmero de cotildones: Monocotiledneas: plantas com uma folha germinal e Dicotiledneas: plantas com duas folhas germinais.

    Por mais que Jussieu e contemporneos, instintivamente se aproximavam idia de um sistema natural ou evolutivo, no podiam formul-lo antes de formulada a prpria teoria da evoluo.

    A vitria final das idias evolucionistas coube Charles Darwin (1809-1882) com a publicao do seu famoso trabalho sobre a origem das espcies.

    A teoria de descendncia e de desenvolvimento evolutivo de formas mais complexas e perfeitas a partir de formas mais antigas e primitivas fornecem um slido alicerce em que poderia ser construdo um verdadeiro sistema filogentico, isto , seqncia de organismos pela afinidade de origem, sua sucesso e como nos parece, a marcha do processo evolutivo a partir de organismo unicelular at o mais perfeito.

    A maioria dos sistemas desta poca (Sistemas filogenticos) fundamentam-se nas teorias de Darwin. Merecem ser destacados o Sistema de Engler e mais recentemente o Sistema de Arthur Cronquist.

    Adolf Engler (1844-1930) elaborou, num guia de plantas do Jardim Botnico de Breslan, um esquema de classificao que foi usado durante muito tempo como um dos melhores sistemas de classificao, publicado pela primeira vez na obra Engler & Plantl (1887-1899). Ainda que no seja filogentico em exato sentido, representa um esforo em

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  • divisar um esquema que tenha a utilidade e a praticabilidade de um sistema natural, firmado sobre relaes de forma e compatvel com os princpios da evoluo.

    Foram considerados caracteres essenciais e secundrios, sem deixar de ser reconhecido que, muitas vezes, tais caracteres no apresentavam valor absoluto. Foi admitido que no desenvolvimento diverso das flores, dos frutos e das sementes, existe, at certo grau, uma progresso que corresponde ao desenvolvimento filogentico.

    Em 1964, foram propostas modificaes na seqncia e na posio de diversos grupos, luz de novos conhecimentos derivados da anatomia, da qumica, da embriologia e de outros campos da cincia.

    SISTEMA DE A. ENGLER (Edio de 1936)

    Divises

    I. SchyzophytaII. MyxomycetesIII. FlagelataeIV. Dinoflagellatae? SilicoflagellataeV. HeterocontaeVI. BacillariophytaVII. ConjugataeVIII. ChlorophyceaeIX. CharophytaX. PhaeophyceaeXI. RhodophyceaeXII. EumycetesXIII. Archegonitae Subdiviso 1a Bryophyta Subdiviso 2a PteridophytaXIV. Embryophyta Syphonogama

    Subdiviso 1a Gymnospermae Subdiviso 2a Angiospermae Classe 1a Monocotyledoneae Classe 2a Dicotyledoneae

    Arthur Cronquist (Estados Unidos), ocupou-se da sistemtica das Angiospermas. Apresentou uma verso do seu sistema em 1968, depois em 1981, com alteraes em 1988. Foi o maior responsvel pela nova classificao das Angiospermas. O Sistema de Cronquist dividido em duas classes amplas, mono e dicotiledneas. As ordens relacionadas esto colocadas em subclasses. O sistema, como descrito em 1981, tem 321 famlias e 64 ordens.

    SISTEMA DE CRONQUIST (1981)

    DIVISO MAGNOLIOPHYTA (Antophyta, Angiospermae)A. CLASSE MAGNOLIOPSIDA (Magniolatae, Dicotyledoneae)

    Subclasse I. MagnoliidaeOrdem 1. Magnoliales 8. Annonaceae Famlia. 1. Winteraceae 9. Myristicaceae

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  • 2. Degeneriaceae 10. Canellaceae 3. Himantandraceae Ordem 2. Laurales 4. Magnoliaceae Famlia. 1. Amborellaceae 5. Lactoridaceae 2. Trimeniaceae 6. Austrobaileyaceae 3. Monimiaceae 7. Eupomatiaceae 4. Gomortegaceae 5. Calycanthaceae 4. Cabombaceae 6. Idiospermaceae 5. Ceratophyllaceae 7. Lauraceae Ordem 7. Ranunculales 8. Hernandiaceae Famlia. 1. Ranunculaceae Ordem 3. Piperales 2. Circaeasteraceae Famlia. 1. Chlorantaceae 3. Berberidaceae 2. Saururaceae 4. Sargentodoxaceae 3.Piperaceae 5. LardizabalaceaeOrdem 4. Aristolochiales 6. Menispermaceae Famlia. 1. Aristolochiaceae 7. CoriariaceaeOrdem 5. Illiaceales 8. Sabiaceae Famlia. 1. Illiciaceae Ordem 8. Papaverales 2. Schisandraceae Famlia. 1. Papaveraceae Ordem 6. Nymphaeales 2. Fumariaceaeaceae Famlia. 1. Nelumbonaceae 2. Nymphaeaceae 3. Barclayaceae

    Subclasse II. HamamelidaeOrdem 1. Trochodendrales 3. Cannabaceae Famlia. 1. Tetracentraceae 4. Moraceae 2. Trochodendraceae 5. CecropiaceaeOrdem 2. Hamamelidales 6. Urticaceae Famlia. 1. Cercidiphyllaceae Ordem 7. Leitneriales 2. Eupteliaceae Famlia. 1. Leitneriaceae 3. Platanaceae Ordem 8. Juglandales 4. Hamamelidaceae Famlia. 1. Rhoipteleaceae 5. Myrothamnaceae 2. JuglandaceaeOrdem 3. Daphniphyllales Ordem 9. Myricales Famlia. 1. Daphniphyllaceae Famlia. 1. Myricaceae Ordem 4. Didymelales Ordem 10. Fagales Famlia. 1. Didymelaceae Famlia. 1. Balanopaceae Ordem 5. Eucommiales 2. Fagaceae Famlia. 1. Eucommiaceae 3. BetulaceaeOrdem 6. Urticales Ordem 11. Casuarinales Famlia. 1. Barbeyaceae Famlia. 1. Casuarinaceae 2. Ulmaceae

    Subclasse III. CaryophyllidaeOrdem 1. Caryophyllales 9. Portulacaceae

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  • Famlia. 1. Phytolaccaceae 10. Basellaceae 2. Achatocarpaceae 11. Molluginaceae 3. Nyctaginaceae 12. Caryophyllaceae 4. Aizoaceae Ordem 2. Polygonales 5. Didiereaceae Famlia. 1. Polygonaceae 6. Cactaceae Ordem 3. Plumbaginales 7. Chenopodiaceae Famlia. 1. Plumbaginaceae 8. Amaranthaceae

    Subclasse IV. DilleniidaeOrdem 1. Dilleniales 12. Dioncophyllaceae Famlia. 1. Dilleniaceae 13. Ancistrocladaceae 2. Paeoniaceae 14. TurneraceaeOrdem 3. Theales 15. Melesherbiaceae Famlia. 1. Ochnaceae 16. Passifloraceae 2. Sphaerosepalaceae 17. Achariaceae 3. Sarcolaenaceae 18. Caricaceae 4. Dipterocarpaceae 19. Fouquieriaceae 5. Caryocaraceae 20. Hoplestigmataceae 6. Theaceae 21. Cucurbitaceae 7. Actinidaceae 22. Datiscaceae 8. Scytopetalaceae 23. Begoniaceae 9. Pentaphylacaceae 24. Loasaceae 10. Tetrameristaceae Ordem 7. Salicales 11. Pellicieraceae Famlia. 1. Salicaceae 12. Oncothecaceae Ordem 8. Capparales 13. Marcgraviaceae Famlia. 1. Tovariaceae 14. Quiinaceae 2. Capparaceae 15. Elatinaceae 3. Brassicaceae 16. Paracryphiaceae 4. Moringaceae 17. Medusagynaceae 5. Resedaceae 18. Clusiaceae Ordem 9. BatalesOrdem 3. Malvales Famlia. 1. Gyrostemonaceae Famlia. 1. Elaeocarpaceae 2. Bataceae 2. Tiliaceae Ordem 10. Ericales 3. Sterculiaceae Famlia. 1. Cyrillaceae 4. Bombacaceae 2. Clethraceae 5. Malvaceae 3. GrubbiaceaeOrdem 4. Lecythidales 4. Empetraceae Famlia. 1. Lecythidaceae 5. EpacridaceaeOrdem 5. Nepenthales 6. Eriaceae Famlia. 1. Sarraceniaceae 7. Pyrolaceae 2. Nepenthaceae 8. Monotropaceae 3. Droseraceae Ordem 11. DiapensialesOrdem 6. Violales Famlia. 1. Diapensiaceae Famlia. 1. Flacourticeae Ordem 12. Ebenales

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  • 2. Peridiscaceae Famlia. 1. Sapotaceae 3. Bixaceae 2. Ebenaceae 4. Cistaceae 3. Styracaceae 5. Huaceae 4. Lissocarpaceae 6. Lacistemataceae 5. Symplocaceae 7. Scyphostegiaceae Ordem 13. Primulales 8. Stachyuraceae Famlia. 1. Theophrastaceae 9. Violaceae 2. Myrsinaceae 10. Tamaricaceae 3. Primulaceae 11. Frankeniaceae

    Subclasse V. RosidaeOrdem 1. Rosales 9. Eremolepidaceae Famlia. 1. Brunelliaceae 10. Balanophoraceae 2. Connaraceae Ordem 10. Rafflesiales 3. Eucryphiaceae Famlia. 1. Hydnoraceae 4. Cunoniaceae 2. Mitrastemonaceae 5. Daviddoniaceae 3. Rafflesiaceae 6. Dialypetalanthaceae Ordem 11. Celastrales 7. Pittosporaceae Famlia. 1. Geissolomataceae 8. Byblidaceae 2. Celastraceae 9. Hydrangeaceae 3. Hippocrateaceae 10. Columelliaceae 4. Stackhousiaceae 11. Grossulariaceae 5. Salvadoraceae 12. Greyiaceae 6. Aquifoliaceae 13. Bruniaceae 7. Icacinaceae 14. Anisophylleaceae 8. Aextoxicaceae 15. Alseuosmiaceae 9. Cardiopteridaceae 16. Crassulaceae 10. Corynocarpaceae 17. Cephalotaceae 11. Dichapetalaceae 18. Saxifragaceae Ordem 12. Euphorbiales 19. Rosaceae Famlia. 1. Buxaceae 20. Neuradaceae 2. Simmondsiaceae 21. Crossosomataceae 3. Pandaceae 22. Chrysobalanaceae 4. Euphorbiaceae 23. Surianaceae Ordem 13. Rhamnales 24. Rhabdodendraceae Famlia. 1. RhamnaceaeOrdem 2. Fabales 2. Leeaceae Famlia. 1. Mimosaceae 3. Vitaceae 2. Caesalpinaceae Ordem 14. Linales 3. Fabaceae Famlia. 1. ErythroxylaceaeOrdem 3. Proteales 2. Humiriaceae Famlia. 1. Eleagnaceae 3. Ixonanthaceae 2. Proteaceae 4. HugoniaceaeOrdem 4. Podostemales 5. Lineaceae Famlia. 1. Podostemaceae Ordem 15. Polygonales

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  • Ordem 5. Haloragales Famlia. 1. Malpighiaceae Famlia. 1. Haloragaceae 2. Vochysiaceae 2. Gunneraceae 3. TrigoniaceaeOrdem 6. Myrtales 4. Tremandraceae Famlia. 1. Sonneratiaceae 5. Polygonaceae 2. Lythraceae 6. Xanthophyllaceae 3. Penaeaceae 7. Krameriaceae 4. Crypteroniaceae Ordem 16. Sapindales 5. Thymelaeaceae Famlia. 1. Staphyleaceae 6. Trapaceae 2. Melianthaceae 7. Myrtaceae 3. Bretschneideraceae 8. Punicaceae 4. Akaniaceae 9. Onagraceae 5. Sapindaceae 10. Oliniaceae 6. Hippocastanaceae 11. Melastomataceae 7. Aceraceae 12. Crombetaceae 8. BurseraceaeOrdem 7. Rhizophales 9. Anacardiaceae Famlia. 1. Rhizopharaceae 10. JulianiaceaeOrdem 8. Cornales 11. Simaroubaceae Famlia. 1. Alangiaceae 12. Oneoraceae 2. Nyssaceae 13. Meliaceae 3. Cornaceae 14. Rutaceae 4. Garryaceae 15. ZygophyllaceaeOrdem 9. Santalales Ordem 17. Geraniales Famlia. 1. Medusandraceae Famlia. 1. Oxalidaceae 2. Dipentodontaceae 2. Geraniaceae 3. Olacaceae 3. Limnathaceae 4. Opiliaceae 4. Tropaeolaceae 5. Santalaceae 5. Balsaminaceae 6. Misodendraceae Ordem 18. Apiales (Araliales) 7. Loranthaceae Famlia. 1. Araliaceae 8. Viscaceae 2. Apiaceae

    Subclasse VI. AsteridaeOrdem 1. Gentiales 4. Globulariaceae Famlia. 1. Loganiaceae 5. Myoporaceae 2. Gentianaceae 6. Orobanchaceae 3. Saccifoliaceae 7. Gesneriaceae 4. Apocynaceae 8. Acanthaceae 5. Asclepiadaceae 9. PedaliaceaeOrdem 2. Solanales (Polemoniales) 10. Bignoniaceae Famlia. 1. Duckeodendraceae 11. Mendonciaceae 2. Nolanaceae 12. Lentibulariaceae 3. Solanaceae Ordem 7. Campanulales 4. Convolvulaceae Famlia. 1. Pentaphragmataceae 5. Cuscutaceae 2. Sphenocleaceae

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  • 6. Menyanthaceae 3. Campanulaceae 7. Retziaceae 4. Stylidiaceae 8. Polemoniaceae 5. Donatiaceae 9. Hydrophyllaceae 6. BrunoniaceaeOrdem 3. Lamiales 7. Goodeniaceae Famlia. 1. Lenndaceae Ordem 8. Rubiales 2. Boraginaceae Famlia. 1. Rubiaceae 3. Verbenaceae 2. Theligonaceae 4. Lamiaceae Ordem 9. DipsacalesOrdem 4. Callitrichales Famlia. 1. Caprifoliaceae Famlia. 1. Hippuridaceae 2. Adoxaceae 2. Callitrichaceae 3. Valerianaceae 3. Hydrostachyaceae 4. DipsacaceaeOrdem 5. Plantaginales Ordem 10. Calycerales Famlia. 1. Plantaginaceae Famlia. 1. CalyceraceaeOrdem 6. Scrophulariales Ordem 11. Asterales Famlia. 1. Buddlejaceae Famlia. 1. Asteraceae 2. Oleaceae 3. Scrophulariaceae

    B. CLASSE LILIOPSIDA (Liliatae, Monocotyledoneae)

    Subclasse I. AlismatidaeOrdem 1. Alismatales 4. Potamogetonaceae Famlia. 1. Butomaceae 5. Ruppiaceae 2. Limnocharitaceae 6. Najadaceae 3. Alismataceae 7. ZannichelliaceaeOrdem 2. Hydrocharitales 8 . Posidoniaceae Famlia. 1. Hydrochritaceae 9. CymodoceaceaeOrdem 3. Najadales 10. Zosteraceae Famlia. 1. Aponogetonaceae Ordem 4. Triuridales 2. Scheuchzeriaceae Famlia. 1. Petrosaviaceae 3. Juncaginaceae 2. Triuridaceae

    Subclasse II. ArecidaeOrdem 1. Aracales Famlia. 1. Pandanaceae Famlia. 1. Aracaceae Ordem 4. AralesOrdem 2. Cyclantales Famlia. 1. Araceae Famlia. 1. Cyclanthaceae 2. LemnaceaeOrdem 3. Pandanales

    Subclasse III. CommelinidaeOrdem 1. Commelinales Ordem 4. Juncales Famlia. 1. Rpateaceae Famlia. 1. Juncaceae 2. Xyridaceae 2. Thurniaceae 3. Mayacaceae Ordem 5. Cyperales

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  • 4. Commelinaceae Famlia. 1. Cyperaceae Ordem 2. Eriocaulales 2. Poaceae Famlia. 1. Eriocaulaceae Ordem 6. HydatellalesOrdem 3. Restionales Famlia. 1. Hydatellaceae Famlia. 1. Flagellariaceae Ordem7. Typhales 2. Joinvilleaceae Famlia. 1. Sparganiaceae 3. Restionaceae 2. Typhaceae 4. Centrolepidaceae

    Subclasse IV. ZingiberidaeOrdem 1. Bromeliales 4. Lowiaceae Famlia. 1. Bromeliaceae 5. ZingiberaceaeOrdem 2. Zingiberales 6. Costaceae Famlia. 1. Strelitziaceae 7. Cannaceae 2. Heliconiaceae 8. Marantaceae 3. Musaceae

    Subclasse V. LiliidaeOrdem 1. Liliales 11. Hanguanaceae Famlia. 1. Philydraceae 12. Taccaceae 2. Pontederiaceae 13. Stemonaceae 3. Haemodoraceae 14. Smilacaceae 4. Cyanastraceae 15. Dioscoreaceae 5. Liliaceae Ordem 2. Orchidales 6. Iridaceae Famlia. 1. Geosiridaceae 7. Velloziaceae 2. Burmanniaceae 8. Aloeaceae 3. Corsiaceae 9. Agavaceae 4. Orchidaceae 10. Xanthorrhoeaceae

    Em relao s Angiospermas, modernamente, anlises cladsticas baseadas na morfologia, rRNA, rbcL e seqncias nucleotdicas de atpB no confirmam a tradicional diviso das angiospermas em monocotiledneas e dicotiledneas; as monocotiledneas constituem um grupo monofiltico, ou seja, possuem um ancestral comum, enquanto que as dicotiledneas formam um complexo parafiltico. Entretanto, um grande nmero de espcies consideradas dicotiledoneas constituem um bem suportado clado-tricolpadas (que apresentam gro de plen tricolpados) ou eudicotiledneas. Assim, temos hoje, nas angiospermas o grupo das monocotiledneas, o grupo das tricolpadas (eudicotiledneas) e resta um grupo ainda carente de relacionamento filogentico, denominado basal que inclue Nymphaeales, Ceratophyllales, Piperales e Aristolochiales (paleoervas ou no monocotiledneas) e Magnoliales, Laurales e Illiciales (complexo Magnoliides).

    Sistema de Engler Sistema de Cronquist

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  • Angiospermae MagnoliophytaDicotyledoneae MagnoliopsidaMonocotyledoneae Liliopsida

    UNIDADES SISTEMATICAS OU CATEGORIAS TAXONOMICASDe acordo com o conceito de que existem relaes entre as plantas, elas devem ser

    enquadradas em categorias que indiquem suas presumveis afinidades sistemticas. Cada categoria taxonmica representa um grupo de plantas, e h categorias maiores e menores de classificao. As categorias taxonmicas representam nveis hierrquicos, segundo critrios adotados nos diversos sistemas de classificao, os txons so os termos aplicados aos agrupamentos considerados includos nessas categorias:

    CATEGORIA TXONDiviso Magnoliophyta, BriophytaOrdem Malvales, RosalesFamlia Araceae, Rutaceae

    As regras Internacionais de Nomenclatura estabelecem que uma categoria de plantas

    pode se subdividir em categorias intermediarias e de hierarquia mais baixa, acrescentando-se ao seu nome o prefixo sub.

    Consideradas as categorias principais pode-se ter a seguinte gradao:

    Reino Diviso Subdiviso Classe- Subclasse Ordem Subordem Famlia Subfamlia Tribo Subtribo Gnero Subgnero Seo Subseo Srie Subsrie - Espcie Subespcie Variedade Subvariedade Forma Subforma.

    Os nomes aplicados a todas as categorias taxonmicas so latinos e recebem, em geral, nomes com terminaes prprias, relacionadas categoria a que pertencem. Resultam, nestes casos, nomes que tm o mesmo radical da palavra com que designado um gnero. Exemplo: Magnlia (gnero), Magnoliaceae (famlia), Magnoliales (ordem), Magnoliopsida (classe) e, Magnoliophyta (diviso).

    As terminaes prprias dos nomes de grupos taxonmicos, correspondentes s categorias acima de gnero so:

    Diviso phytaSubdiviso phytinaClasse opsidaSubclasse idaeOrdem alesSubordem inaeFamlia aceaeSubfamlia oideaeTribo eaeSubtribo inieae

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  • Tendo em vista sistemas de classificao diferentes, observa-se que os nomes aplicados a grupos taxonmicos correspondentes a determinadas categorias podem manter-se iguais ou no, inclusive, casos em que ao mesmo nome so atribudos nveis hierrquicos variados, conforme a conceituao dos autores:

    Sistemas Diviso Subdiviso Classe SubclasseBentham & Hooker

    Phanerogamae Angiospermae Dicotyledoneae Polypetala

    Engler EmbryophytaSiphonogama

    Angiospermae Dicotyledoneae Archyclamideae

    Cronquist Magnoliophyta(Angiospermae)

    - Magnoliopsida(Magnoliatae)

    Magnoliidae

    1. Diviso : a categoria que fica logo abaixo do Reino, formada por um conjunto de classes. Em regra, so tomados para sua constituio caracteres gerais relacionados com estruturas reprodutivas, morfolgicas ou anatmicas.

    2. Classe : categoria hierarquicamente inferior Diviso, constituda por um conjunto de Ordens.

    3. Ordem : formada por um conjunto de famlias, estabelecida com base em particularidades mais definidas (caracteres filogenticos).

    4. Famlia : constituda por mais de um gnero. Sua descrio feita de modo a contemplar caractersticas dos gneros quase sempre numerosos. Quando se est interessado em identificar um material botnico desconhecido, comumente procura-se, em primeiro lugar, conhecer a famlia a que pertence. A partir da, com ou sem uso de chaves, chega-se aos grupos subordinados.O nome da Famlia formado pelo radical do nome de um de seus gneros, acrescido da terminao aeae.

    5. Gnero : categoria formada pela reunio de espcies semelhantes, cujo relacionamento no se baseia somente em caracteres morfolgicos, mas tambm em particularidades de outra natureza, como a origem, as migraes, o comportamento gentico, fisiolgico e ecolgico.

    6. Espcie : at meados do sculo XVII, a designao de uma planta era freqentemente polinomial, isto , formada por varias palavras que eram uma descrio da espcie. medida que crescia o nmero de espcies conhecidas, evidenciava-se a impraticabilidade desse procedimento. O sistema binomial passou a ser adotado a partir de Lineu (1753), da por diante se tornou normativa a nomenclatura binria. Usa-se sp. ou spp. para espcie ou espcies respectivamente.

    6.1. Nomenclatura binria : segundo o sistema de nomenclatura binria, universalmente adotado, as plantas so cientificamente designadas por um conjunto de duas palavras latinas ou latinizadas, correspondentes ao nome genrico e ao epteto especifico (exemplo: Croton sonderianus). A primeira palavra (nome genrico) indica o gnero a que pertence a espcie e a segunda (epteto especifico) permite designar espcies diferentes dentro de um mesmo gnero.

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  • Para distinguir as espcies com exatido, torna-se necessrio que em todo o Reino Vegetal s haja um nome de gnero vlido e que em determinado gnero no se repita o mesmo epteto especifico.

    6.2. Categorias infraespecficas : no Cdigo de Nomenclatura Botnica, so previstas as seguintes categorias taxonmicas: subespcie, variedade, subvariedade, forma e subforma. Subespcie, variedade e subvariedade so abreviadas para subsp., var. e subvar.

    Citao dos nomes dos autoresOs nomes das plantas devem ser escritos seguidos dos nomes dos autores:

    Mimosa platycarpa DuckeCassia catrtica var. tenuicaulis Irwin

    Quando os autores so botnicos bastante conhecidos, podem ser escritos abreviadamente: Tricogonia Endl. (Endlicher).

    s vezes, so usadas abreviaes extremas como L. para Lineu, M. para Martius, etc. as quais so inteligveis por representarem nomes consagrados.

    Casos especiais Plantas cultivadasAs plantas cultivadas se desenvolvem como populaes artificiais, mantidas

    e propagadas pelo homem. Por esta razo, a hierarquia botnica de categorias infraespecificas baseia-se na categoria Cultivar, sendo s vezes chamadas erroneamente de variedades.

    Uma cultivar um conjunto de plantas cultivadas o qual se distingue claramente por uma serie de caracteres, os quais se mantm nos descendentes, quando estes se reproduzem tanto sexuada como assexuadamente. Algumas cultivares tm-se originado naturalmente, mas a maioria criada por cultivo. O nome da cultivar se escreve com inicial maisculo e precedido pela abreviao cv., ou colocando-o entre aspas. Por exemplo: Phaseolus vulgaris L.cv. Carioca. O nome da cultivar deve ser imaginrio, em lnguas modernas (no se usa o latim).

    As Fanergamas (plantas com rgos de reproduo visveis) ou Espermatfitas (plantas cuja reproduo se realiza atravs da semente) ou Embrifita Sifongamas (plantas que como resultado da fecundao formam um embrio e apresentam tubo polnico), compreendem dois grupos de plantas, que so as Pinophyta (Gimnospermae) e as Magnoliophyta (Angiospermae).

    Uma das mais importantes inovaes que apareceram durante a evoluo das plantas vasculares foi a semente. As sementes parecem ser um dos fatores responsveis pela dominao das espermatfitas na flora atual. A razo simples, a semente tem capacidade de sobrevivncia.

    Todas as plantas com sementes possuem macrofilos e incluem cinco Divises com representantes atuais: Cycadophyta, Ginkgophyta, Coniferophyta, Gnetophyta (Gimnospermas) e, Anthophyta (Angiospermas).

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  • GIMNOSPERMAS

    A palavra Gimnosperma, oriunda do grego, significa semente (sperma) nua (gymnos). A etimologia indica que os componentes desta Subdiviso carecem de frutos verdadeiros, apresentando sementes provenientes de vulos nus, dispostos na superfcie do macrosporfilo. A palavra foi cunhada por Teofrasto, discpulo de Aristteles no ano 300 a.C.

    As gimnospermas, pouco numerosas no contexto da flora atual, renem apenas 675 espcies, arranjadas em 63 gneros. Correspondem a um grupo de plantas que surgiu provavelmente no perodo Devodiano da era Paleozica, h cerca de 400 milhes de anos. Com o aparecimento das angiospermas no perodo Jurssico (cerca de 160 milhes de anos), o conjunto das gimnospermas entrou em rpido declnio mantendo, contudo, uma grande importncia na composio florestal das regies temperadas e frias do mundo.

    Como grupo de plantas produtoras de madeira, as gimnospermas cumprem um papel insubstituvel.

    As espcies de gimnospermas so em geral gregrias, compondo florestas relativamente homogneas. A vasta regio das florestas boreais euro-siberianas, inclui algumas espcies de Pinus, Larix e Picea. S as florestas de lario (Larix sp.) cobrem cerca de 2,5 milhes de Km2 na Sibria. Mesmo em pases tropicais como o Brasil, pode ser observada esta tendncia gregria. O gregarismo das gimnospermas vincula-se polinizao anemfila, caracterstica do grupo, que pressupe e requer um adensamento de indivduos, para haver uma adequada fertilizao.

    As gimnospermas tambm se notabilizam pelo crescimento monopodial. A dominncia permanente do meristema apical do tronco sobre s demais, acaba por produzir uma forma arbrea vantajosa, composta de um longo fuste retilneo, e ramos relativamente delgados.

    Sob o ponto de vista tecnolgico, as gimnospermas constituem o grupo das chamadas madeiras macias ou madeiras de fibras longas, Softwood em ingls. O termo madeira de fibra longa explica-se pela predominncia no lenho das gimnospermas de um nico tipo celular: o traqueide longitudinal (conduo e sustentao mecnica). Os gneros Ephedra, Gnetum e Welwitschia constituem uma exceo dentro das gimnospermas por apresentar vasos verdadeiros e fibras na estrutura bsica do xilema, assemelhando-se s angiospermas.

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  • GIMNOSPERMASCLASSE ORDEM Famlia Gnero - espcieCycadophyta Cycadales Zamiaceae Dioon spp.

    Encephalartos spp.Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. brogniarti *

    Cycadaceae Cycas revoluta *, C. circinalis, C. mediaGinkgophyta Ginkgoales Ginkgoaceae Ginkgo biloba *Coniferophyta Coniferales Pinaceae Abies alba *, A. balsamea

    Larix decidua, L.laricina*Picea abies *Cedros atlntica *, C. deodora *, C. libanii *Pinus canariensis, P.echinata, P.elliottii *, P.taeda *, P.patula

    Cupressaceae Chamaesyparis lawsoniana, Chamaesyparis pisifera *, Cupressus arizonica, C. funebris *, C. lusitanica *, C. macrocarpa*, C. sempervirens *, Thuja occidentalis, Thuja orientalis *, Junniperus communis

    Taxodiaceae Cryptomeria japonica , Cunninghamia lanceolata *, Metasequoia glyptostroboides *, Sequia sempervirens*, Sequoiadendron giganteum, Taxodium disticum*,

    Podocarpaceae Podocarpus lambertii *, P. selowiiCephalotaxaceae Cephalartus harringtoniaAraucariaceae Agathis robusta, A. angustiflia *, A. araucana, A.

    bidwilii*, A. columnaris*, A.heterophyllaTaxophyta Taxales Taxaceae Taxus baccataChlamydospermae Gnetales Ephedraceae Ephedra tweeieana

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  • Verifica-se uma ntida preponderncia das conferas (Classe Coniferophyta Ordem Coniferales) sobre os demais txons gimnosprmicos, a qual se manifesta tanto no nmero de espcies como na amplitude da distribuio geogrfica e na importncia econmica.

    No se pode esquecer, que gimnospermas e conferas no so termos equivalentes e que o ultimo, apenas parte do primeiro. Os Ginkgo, Taxus e Ephedra, por exemplo, no so conferas, apesar de verdadeiras gimnospermas.

    As gimnospermas so pouco numerosas na flora brasileira, incluindo apenas os gneros Araucaria, Podocarpus, Zamia, Gnetum e Ephedra. Destes, somente os dois primeiros incluem espcies arbreas. Os demais carecem de interesse econmico atual e no produzem madeira utilizvel, tendo os indivduos adultos uma estrutura caulinar pouco lenhosa (Zamia) ou do tipo cip (Gnetum e Ephedra).

    O gnero Zamia possui de seis a oito espcies amaznicas. O gnero Gnetum tambm inclui diversas espcies hileianas, conhecidas localmente como tos e utilizadas em trabalhos de cestaria. Ephedra tweediana, a nica espcie sul-rio-grandense do gnero, tambm arbusto trepador, pouco conhecido e se interesse na atualidade. Os gneros Araucria e Podocarpus possuem espcies nativas valiosas pela produo de madeira.

    Apesar de reduzido o nmero de espcies de gimnospermas na flora brasileira, o grupo assume grande importncia, devido s numerosas espcies introduzidas para fins ornamentais ou madeireiros. O catlogo das gimnospermas cultivadas depende da regio focada. As espcies mais comuns no sul do Brasil so originarias dos Estados Unidos (Pinus elliottii, Pinus taeda) e Europa (P. silvestris, P.pinaster e P.pinea), ao passo que no centro e norte do pas so cultivadas espcies de carter mais tropical, provenientes de Amrica Central (Pinus caribeana, P.oocarpa) ou Sudeste Asitico (P.merkusii, P.kesiya).

    I. CLASSE CYCADOPHYTA CYCADATAEOs representantes includos nesta classe tm folhas inteiras ou mais ou menos

    penadas, grandes, em geral pecioladas. vulos produzidos em megasporfilos, em geral modificados.

    Ordem Cycadales:So plantas caulescentes ou acaules, com folhas grandes, penadas, dispostas em

    espiral. As folhas nascem enroladas e em geral so produzidas em grupos numerosos, periodicamente; so longamente persistentes e ao carem deixam os restos do pecolo revestindo o caule. Este pode ter a forma de estipe ou ento se apresentar algumas vezes bifurcado, sempre com o ponto vegetativo coroado por um tufo de folhas. Nos gneros acaules, as folhas nascem diretamente de uma poro subterrnea, globoide. As plantas so de sexo separado.

    1. Famlia Zamiaceae

    As flores masculinas e femininas esto reunidas em densos estrbilos e ocupam uma posio lateral na coroa de folhas. So cultivadas como ornamentais. Destacam-se Dioon (originrio do Mxico), Encephalartos (originrio da frica) e Zamia (com espcies no Brasil, Bolvia, Porto Rico e Estados Unidos).

    Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. Brongniarti: as trs espcies so espontneas no Brasil, na Bacia Amaznica at os Andes Bolivianos.

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  • 2. Famlia Cycadaceae

    Flores masculinas em enormes estrbilos laterais. Flores femininas terminais, no estrobiliformes, so livres, dispostas no centro da coroa das folhas assimiladoras.

    Cycas revoluta: o tronco alcana 5-8m de altura, sustenta uma coroa de folhas; o comprimento das folhas varia entre 1,5 e 2m. Fololos rgidos, retos, lanceolados, com margem revoluta. O parnquima da medula do tronco fornece matria prima para preparao de sagu. Por isto e por ser altamente ornamental cultivada em larga escala nos pases de clima tropical e subtropical. Espcie diica, originria da Ilha de Java. No Sul o Brasil conhecida como sagu-de-jardim ou palma-de-ramos.

    As folhas so verde-escuras na face superior e verde-claras na inferior, apresentam uma nica nervura longitudinal.

    Os estrbilos masculinos so oblongos (30 a 40mm) e compostos por escamas planas de cor castanha. Os indivduos cultivados, em geral femininos, apresentam cone terminal no estrobiliforme reunindo folhas carpelares aveludado-ocrceas. Os vulos, em nmero de 2 a 8, dispem-se na parte inferior e lateral das folhas carpelares.

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  • I. CLASSE GINKGOPHYTA

    Ordem Ginkgoales:

    1. Famlia GinkgoaceaeRestringe-se atualmente a um nico gnero e espcie Ginkgo biloba -, tida como um

    verdadeiro fssil vivo por seus caracteres morfolgicos e anatmicos. O nome genrico vem do japons gin-kyo, que significa fruto-de-prata.

    A famlia teve uma distribuio muito ampla no passado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, registra-se a presena de Ginkgoites antartica no afloramento Passo das Tropas, da Formao Santa Maria.

    Ginkgo biloba L. Sinonmia: Salisburia adiantifolia Smith. Originrio do Leste da sia cultivado como

    curiosidade cientifica e para fins ornamentais em muitos pases. A espcie nunca foi encontrada em forma silvestre e sobreviveu at hoje por serem as rvores reverenciadas por monges budistas na China e Japo. No sculo XVIII foi introduzida na Europa, sendo desde ento muito admirada no mundo ocidental e amplamente difundida. arvore de grande porte, diica, caduciflia e de ramificao simpodial. Alcana 30m de altura, constituindo-se de um ou vrios troncos e copa geralmente estreita, de forma piramidal. A casca varia de

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  • castanho-acinzentada a castanho-escura, mostrando fissuras profundas e entrelaadas em indivduos adultos.

    As folhas, simples, pecioladas e reunidas em fascculos, esto dispostas em curtos raminhos laterais. O limbo varia de 3 a 8 cm de comprimento e tem forma de leque, inteiro, lobulado ou dentado na parte superior, e com nervao dicotmica muito caracterstica. A forma e disposio das nervuras lembram certas pteridfitas, sugerindo a especulao sobre a origem das gimnospermas a partir deste grupo de plantas.

    As flores masculinas, reunidas em estrbilos cilndricos, de cor amarela, dispostos sobre curtos brotos, compem-se de muitos estames, com anteras bitecas divergentes. A polinizao anemfila.

    A estrutura feminina reduz-se a dois ou trs vulos, sustentados por um longo pednculo comum. Quando desenvolvida, tem o aspecto de uma falsa drupa de cor amarela e odor desagradvel, medindo de 1,5 a 2,5 cm de comprimento. A semente, comestvel quando tostada, tem forma oval.

    A maioria dos indivduos cultivados no Rio Grande do Sul do sexo feminino. So arvores muito ornamentais, destacando-se pela colorao amarela das folhas no outono.

    Pode ser considerada como a mais primitiva das espcies arbreas existentes.A estrutura anatmica do tronco de Ginkgo biloba semelhante das Coniferophyta,

    que so de evoluo superior. A medula fracamente desenvolvida. Da medula para a periferia acha-se o xilema secundrio, composto de traquedes e contendo estreitos raios medulares. A camada cambial acrescenta cada ano novos cilindros de xilema secundrio.

    As rvores de Ginkgo biloba podem alcanar at 4m de circunferncia. Esta espcie considerada um fssil vivo, pois o nico sobrevivente de um numeroso

    grupo. Mesmo este sobrevivente est desaparecendo sem que se saibam as causas.

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  • FECUNDAO: nas Cycadaceas e Ginkgoceas, a fecundao intermediria entre as samambaias e outras plantas sem frutos, os anterozides nadam. Os gametfitos masculinos so haustoriais, absorvendo nutrientes do vulo enquanto crescem. O tubo polnico no penetra no arquegnio, se rompe na vizinhana e libera anterozides multiflagelados. Os anterozides nadam para o arquegnio e um deles fecunda a oosfera.

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  • III. CLASSE CONIFEROPHYTA Plantas com folhas geralmente pequenas, ssseis, inteiras, de orma aciculada,

    lanceolada ou escamiforme. rgos de reproduo reunidos em cones (estrbilos), freqentemente

    acompanhados de escamas estreis. Tem o maior nmero de representantes vivos, com cerca de 600 espcies, distribudas principalmente no Hemisfrio Norte, tanto nas plancies como nas montanhas, formando em algumas regies, matas extensas, compostas de uma s ou poucas espcies. No Hemisfrio Sul ocorrem com freqncia nas zonas temperadas, formando matas nas plancies. Nas zonas tropicais adaptam-se ao ambiente de altitudes maiores, ocorrendo nas plancies, com maior freqncia os grupos termfilos.

    A maioria so plantas arborescentes com ramificao monopodial.

    Ordem Coniferales:

    Famlias: Pinaceae, Cupressaceae, Taxodiaceae, Podocarpaceae, Araucariaceae.

    1. Famlia Pinaceae Plantas arbreas de grande porte. Tem grande importncia econmica, pois so

    fornecedoras de madeira, matria prima para produo de papel, resinas e vrios outros produtos.

    As folhas so persistentes, com exceo de Larix, que so caducas. Os estrbilos so unissexuados e a maioria dos gneros monico-diclinos. Os estrbilos masculinos so menores, quando novos de cor amarelada ou avermelhada; os femininos so de tamanho maior, verdes quando jovens e de cor marrom aps a maturao. a maior famlia de Gimnospermas vivas, com centro de disperso no Hemisfrio Norte. Pertencem a ela os gneros: Abies, Cedrus, Larix, Picea e Pinus.

    Gnero Abies Mill., com cerca de 40 espcies, conhecidas popularmente como

    abetos, caracteriza-se pela presena de cones eretos e folhas solitrias, providas de duas faixas estomticas esbranquiadas na face inferior. Das vrias espcies europias de interesse florestal, destaca-se Abies alba Mill., produtora de madeira valiosa para confeco de tampos de instrumentos musicais e, Abies balsamea (L.) Mill., originria da Amrica do Norte, a fonte do blsamo-do-Canad, utilizado em microscopia.

    Gnero Larix Mill., rene cerca de 10 espcies caduciflias, raramente encontradas no Brasil, mas de grande importncia florestal em seus pases de origem. Com cinco ou mais folhas lineares curtas por fascculo, e cones eretos de maturao anual, os larios apresentam algumas espcies que merecem destaque. Larix decidua Mill., originaria da Europa Central, a arvore produtora da terebentina-veneziana. Larix laricina (DuRoi) K. Kock, uma das mais importantes rvores do Canad.

    Gnero Picea A. Dietrich, compreende cerca de 40 espcies de interesse madeireiro e ornamental. As rvores apresentam folhas solitrias de seco quadrada e cones pendentes. Picea abies (L.) Karsten uma das mais importantes essncias florestais da

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  • Europa Central, sendo ainda tradicionalmente utilizada como rvore de natal em sua regio de origem.

    Gnero Cedrus Link compreende apenas quatro espcies, originrias da regio do Mediterrneo e Himalaia. rvores ornamentais e de aspecto majestoso pela copa ampla e longos ramos horizontais, apresentam folhas persistentes em seco geralmente triangular, que se renem em fascculos com mais de cinco acculas, concentradas na extremidade de curtos raminhos laterais. Os cones, eretos, levam de 2 a 3 anos para amadurecerem. Ao contrario das demais conferas, os cedros florescem em outono. So de relativa freqncia em praas e jardins no Sul do Brasil.

    Cedrus atlantica (Endl.) Carr.Sinonmia: Cedrus africana Gordon ex Knight; Pinus atlantica Endl.; Abies

    atlantica Lindley & Gordon. rvore de grande porte (40m), originaria da frica. So muito caractersticas a copa

    cnico-irregular organizada em camadas, a ramificao horizontal, a folhagem verde-azulada e a posio ereta dos brotos terminais. A casca, lisa e castanho-acinzentada, torna-se escura e sulcada ao envelhecer, desprendendo-se em lminas. O crescimento lento, ultrapassam os 500 anos de idade.

    As folhas, de 1 a 3cm de comprimento, apresentam seco quadrada e se agrupam em fascculos de 40 a 70 acculas, dispostas na extremidade de curtos raminhos laterais, semelhana de um pincel.

    Os estrbilos masculinos, de cor amarela e com 2 a 5cm de comprimento, so cilndricos, estreitos e ligeiramente curvos em direo ao pice. Os cones femininos, cilndrico-oblongos e de cor marrom clara, medem cerca de 6 cm de comprimento e 4 cm de dimetro. As escamas muito largas tm o pice achatado ou ligeiramente fendido, e as sementes, resinosas, so providas de asa bem desenvolvida (2cm).

    As rvores, muito ornamentais pela forma e tonalidade da copa, requerem espaos abertos, sendo indicadas para parques e praas pblicas. A propagao fcil via sementes. Preferem solos permeveis, arenosos ou pedregosos. Resiste bem a geadas e poluio ambiental.

    A madeira durvel e de boa qualidade para carpintaria, moveis de jardim e revestimentos.

    Cedrus deodora (Roxb.) Loud.Sinonmia: Cedrus indica Chambray; Cedrus libani var. deodora Hook; Abies

    deodora Lindley; Larix deodora K.Koch; Pinus deodora Roxb.rvore de grande porte, copa piramidal e longos ramos horizontais. O pice do

    tronco e as extremidades dos ramos so pendentes.A casca, acinzentada e lisa em plantas jovens, quando velha forma escamas de cor

    escura, com 5 a 25cm de comprimento.As folhas so aciculares, verde-escuras e um pouco mais longas do que na espcie

    atlantica. Os estrbilos masculinos, de cor amarela, medem entre 2,5 e 5 cm de comprimento, os femininos, eretos, marrom-avermelhados e ssseis, variam de 7 a 12 cm de comprimento e tm forma ovide.

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  • Espcie de crescimento rpido, requer solos profundos, frteis e arejados, as rvores so parcialmente caducas em invernos muito frios.

    originrio do Himalaia e largamente cultivado em todo o mundo para fins ornamentais. Produz madeira aromtica moderadamente dura e muito resistente intemprie, prestando-se para a construo civil, telhas, dormentes, mveis e trabalhos de carpintaria.

    Cedrus libani (Loud.) A. Rich.Sinonmia: Cedrus libanensis Juss. ex Mirbel; Cedrus libanitica Trew ex Pilger;Cedrus cedrus Hunt; Cedrus patula K.Koch; Pinus cedrus L.; Larix cedrus Mill.;

    Larix patula Salib.; Abies cedrus Poiret.rvores de grande porte (at 40m), apresentam tronco geralmente bifurcado,

    folhagem verde-escura e casca acinzentada. Os indivduos velhos caracterizam-se pela forma aplanada do pice da copa e a disposio em camadas das robustas ramificaes.

    Distingue-se da espcie do Himalaia pelos ramos com extremidades eretas, no pendentes.

    A casca, castanho escura, densamente fissurada e as acculas, muito curtas (2 a 3cm), aparecem reunidas em fascculos, na extremidade de curtos braquiblastos.

    Os estrbilos masculinos so oblongos, de 2,5 a 4 cm de comprimento. Os cones femininos, eretos e dispostos em ramos de cor castanha, mostram uma forma ovide-oblonga, com 9 a 14 cm de comprimento. As sementes so aladas, irregularmente triangulares e membranceas.

    Originaria das montanhas do Lbano. A espcie se propaga com facilidade atravs de sementes, que conservam o poder germinativo por at 2 anos. Prefere terrenos permeveis, pedregosos ou arenosos, desde que a umidade seja suficiente. Resiste bem a geadas. Possui crescimento lento, alcana cerca de 1.000 anos. Apresenta madeira leve, amarelada, muito cheirosa e de grande durabilidade natural.

    Gnero Pinus L. os pinheiros incluem as gimnospermas mais comuns, eles dominam em amplas extenses da Amrica do Norte e Eursia e so amplamente cultivados mesmo no Hemisfrio Sul.

    H cerca de 90 espcies de pinheiros, todas caracterizadas pela filotaxia das folhas, que nica entre todas as conferas atuais. As folhas dos pinheiros so aciculares. Nas plntulas, elas tm arranjos espiralados e nascem solitrias sobre os caules. Aps um ou dois anos de crescimento, o pinheiro comea a produzir suas folhas em grupos ou fascculos, cada um dos grupos de pinheiros contendo um nmero especifico de folhas aciculadas e longas, de uma a cinco dependendo da espcie.

    A identificao das espcies de Pinus baseia-se principalmente em caracteres das folhas, cones e sementes.

    O gnero Pinus L., de fcil cultivo em povoamentos homogneos, so plantas largamente utilizadas em reflorestamento, inclusive no Brasil. Sua importncia florestal extraordinria, devido qualidade da madeira, valorizada para fins construtivos e mobilirios, tambm para produo de celulose e resina.

    As espcies de Pinus que se destacaram, inicialmente, na silvicultura brasileira, foram Pinus elliottii e Pinus taeda, introduzidos dos Estados Unidos, visto que as atividades com florestas plantadas eram restritas s regies Sul e Sudeste. A partir dos anos

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  • 60, iniciaram-se experimentaes com espcies tropicais como P.caribeana, P.oocarpa, P.patula, entre outros, possibilitando a expanso da cultura de Pinus em todo o Brasil, usando-se a espcie adequada para cada regio ecolgica.

    Pinus canariensis SmithOriginrio das Ilhas Canrias. As rvores com at 30m de altura, formam uma copa

    estreita e curtos ramos laterais. A casca, espessa e gretada, compe grandes placas irregulares castanho-avermelhadas.

    As acculas, longas (20-25cm), pendentes e dispostas em verticilos de 3, possuem cor verde-clara, bordos finamente serrilhados, seco triangular e apresentam dois canais resinferos em cada lado do feixe libero-lenhoso.

    Os cones femininos so pendentes, com pednculos curtos e providos de apfise escura e obtusa. Medem de 12 a 20 cm de comprimento por 5 a 7 cm de dimetro. As sementes tm cerca de 12 mm de comprimento e exibem asa lateral bem desenvolvida (cerca de 2 cm), membrancea e estriada.

    A espcie bastante sensvel ao frio e exigente em luz (helifila), produz madeira de boa qualidade, pesada, durvel e com alto teor de resina, sendo indicada para dormentes, carpintaria e construo em geral. O cerne cor castanho-avermelhado e o alburno amarelo.

    Pinus echinata Mill.As rvores caracterizam-se pelo porte grande (24-31m), fuste reto, pode alcanar

    120 a 180 cm de dimetro, casca espessa e avermelhada, dividida em placas de forma irregular.

    As folhas, encontradas geralmente em pares, s vezes em fascculos de 3, so curtas (7 a 12 cm), possuem cinco canais resinferos no mesfilo e dois feixes vasculares internamente endoderme. Cor verde-azulada e seco semicircular.

    Os cones femininos, oblongos, escuros e reunidos geralmente aos pares ou em grupos, so pequenos (4 a 6 cm), ssseis ou em curtos pednculos. As escamas delgadas terminam em um curto espinho. As sementes, com formato triangular, possuem asa avermelhada de 3,5 cm de comprimento.

    Originrio do Leste dos Estados Unidos. Fornece madeira pesada, resistente e moderadamente resinosa.

    Pinus pinea L.Nativa do sul da Europa e cultivada no Rio Grande do Sul, principalmente como

    ornamental, esta espcie de pinheiro apresenta rvores que alcanam de 25 a 30 m de altura, produzindo uma copa ampla, muito ramificada e semi-esfrica (forma de sombrinha). Este aspecto, de expressivo efeito plstico, reduz o valor da espcie para fins madeireiros, devido produo de troncos grossos, relativamente curtos e retorcidos. , contudo indicada para o cultivo em faixas litorneas por aliar rusticidade e beleza, qualidades importantes para o reflorestamento de dunas martimas e arborizao de balnerios. Na Amrica do Sul bastante cultivada no litoral uruguaio.

    Apresenta casca acinzentada-escura, com fissuras profundas e raminhos marrom-claros.

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  • As acculas, em nmero de 2 por fascculo, so rgidas e de cor verde-clara, tendo margem serrilhada e comprimento varivel entre 10 e 20 cm. Possuem seco semi-circular.

    Os cones femininos maduros, com formato arredondado, medem de 8 a 15 cm de comprimento por 7 a 10 cm de dimetro. A cor oscila do castanho-claro ao castanho-avermelhado.

    As sementes so grandes (at 2 cm) e comestveis, pteras ou providas de asas rudimentares. So muito ricas em leos, constituindo alimento bastante apreciado na regio de origem e utilizadas em numerosos pratos da cozinha italiana.

    A madeira contm pouca resina, dureza baixa a mdia, resistncia mecnica mediana e baixa retratibilidade, sendo indicada para postes, estacas, esteios de minas, estruturas, soalhos, parquetes, janelas, mobilirio macio e embalagens.

    Pinus elliottii Engelm Pinheiro-americanoOriginrio do Sudeste dos Estados Unidos, este pinheiro cresce em terras de baixa

    altitude (at 150 m). Em razo do excelente crescimento em zonas de clima subtropical mido, largamente cultivado no sul do Brasil.

    As rvores alcanam de 25 a 30 m de altura com 60 a 90 cm de D.A.P. A casca, acinzentada e sulcada em indivduos jovens, modificam-se apresentando placas espessas (2 a 4 cm), marrons-avermelhadas em exemplares adultos.

    As folhas, reunidas em fascculos de 2 a 3 acculas, so longas (12 a 30 cm), flexveis, cor verde-brilhante e com margem finamente serrilhada. Possuem 2 a 10 canais resinferos, situados internamente no mesfilo, e bainha persistente.

    Produzidos no inicio da primavera, os estrbilos masculinos concentram-se nas extremidades dos brotos jovens; os cones femininos, pedunculados, tm forma ovide, ligeiramente, curva e assimtrica. As sementes possuem asas oblquas de 2 a 3 cm de comprimento.

    Espcie helifila, de rpido crescimento. Assemelha-se a Pinus taeda, diferindo em alguns aspectos importantes. As acculas de P. elliottii, mais longas e de cor verde mais clara, tm seco semicircular, ocasionalmente triangular; os cones so nitidamente pedunculados e castanho-avermelhados. Em P.taeda, as acculas, normalmente mais curtas, mostram um tom mais escuro e seco sempre triangular; os cones so sub-ssseis e de cor acinzentada.

    A madeira usada para construes leves e pesadas, confeco de embarcaes e caixas, para poste requer tratamento preservativo. As fibras so longas e adequadas para fabricar papel. Produz bastante resina.

    A planta tem baixa exigncia nutricional o que permite seu plantio em ambientes com condies adversas, como regies ridas, frias, topos de montanhas e solos com baixa fertilidade. Em 8 anos j est pronto para o corte.

    P. elliottii um simbionte obrigatrio de um basidiomiceto que forma micorrizas. Essa micorriza tem maior chance de se estabelecer em solos cidos. A associao entre o fungo e as razes facilita o estabelecimento deste Pinus em solos pobres.

    Foi introduzido em So Paulo em 1948 por interesse florestal. a principalmente espcie plantada para fins comerciais no sul do Brasil. Suas principais finalidades so madeira (mveis, celulose, laminao, compensados, etc.), celulose de fibra longa e resina.

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  • Impactos ecolgicos: na regio da Estepe, representa a total substituio da vegetao original, pois essas espcies so helifilas. J em ambientes florestais, tendem a permanecer algumas espcies do sub-bosque. Os povoamentos de Pinus spp.tendem a ser monoespecficos impedindo a instalao de outras formas de vegetao. Aumentam a acidez do solo. Transformao de ecossistemas abertos (campos, restingas, etc.) em ecossistemas fechados (florestal) com perda de biodiversidade por sombreamento, o que leva exposio do solo e eroso, e assoreamento de cursos de gua, com impactos sobre a fauna aqutica. A deposio de serrapilheira de lenta decomposio dificulta a germinao de espcies nativas.

    Preveno: espcies anemocricas so muito difceis de controlar aps o estabelecimento, pois o vento pode propagar suas sementes por centenas de metros, o melhor no plantar a espcie, mas caso isto ocorra, deve-se plantar uma linha de rvores quebra-vento ao redor do talho.

    O fomento ao uso da espcie no pas carece de medidas adequadas de controle da disperso das plntulas. O uso da espcie deve ser destinado exclusivamente para produo comercial, cessando o uso ornamental, de paisagismo rodovirio ou de sombreamento.

    Pinus taeda L. Pinheiro-americanoOriundo das plancies do Golfo de Mxico e Costa Atlntica do sudeste dos Estados

    Unidos. Embora coincidente com a rea original do P. elliottii, apresenta distribuio mais ampla.

    a espcie madeireira mais importante dos Estados Unidos. No Brasil, cultivado principalmente nas terras mais altas da Serra Gacha, Planalto Catarinense e Paran, com aproximadamente 1 milho de hectares.

    As rvores alcanam 20m de altura e 100cm de D.A.P., com copa densa, ramos acinzentados e casca gretada.

    Folhas aciculares, verde-escuras, reunidas em grupos de 3 por fascculo e medem 15 a 20 cm de comprimento.

    Cones masculinos cilndricos e amarelados. Os cones femininos ovado-oblongos, com 6 a 12 cm de comprimento, so ssseis ou sub-ssseis, muito persistentes e com escamas espinhosas. As sementes so pequenas (5mm) com asas de at 25 mm.

    A espcie asemelha-se a P. elliottii, diferindo em vrios aspectos de fcil reconhecimento:

    P. taeda P. elliottiiAcculas *mais curtas e mais escuras,

    seco transversal triangular

    *sempre 3

    *mais longas, verde mais clara, seco semi-circular, s vezes triangular*3 ou s vezes 2

    Cones *praticamente ssseis, cor acinzentada

    *pedunculados, tendem ao castanho-avermelhado

    A madeira usada para construo, mveis e caixotaria. Fibras longas adequadas para fabricao de papel. Produz bastante resina.

    Prefere locais com precipitao entre 900 e 2.200 mm, com perodos de seca de at 2 meses, com temperatura mnima de 4C e mxima de 25C. solos de textura leve a pesada, geralmente cidos, suporta curtos perodos de alagamento.

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  • Espcie helifila, de rpido crescimento e alta competitividade. Invasora nos mesmos ecossistemas que P. elliottii.

    Pinus patula Cham.et Schlecht.Originrio da regio montanhosa do Mxico Central, em regies com altitude entre

    1.500 a 3.100m, apresenta o melhor desenvolvimento em solos midos e bem drenados, em locais com precipitao mdia anual entre 1.000 e 1.500 mm.

    uma espcie facilmente identificada pelas acculas verde-plidas, finas e pendentes, acculas longas (20 a 30 cm), bordes finamente serrilhados, reunidos em fascculos de 3, bainha persistente.

    Casca grossa, acinzentada e fissurada na base, e casca fina marrom-avermelhada e desprendendo-se em escamas na parte superior.

    Os cones femininos so ssseis, extremamente persistentes, medem de 7 a 10 cm de comprimento e dispem-se em grupos de 3 a 6.

    A espcie foi introduzida com muito sucesso em numerosos pases tropicais e subtropicais. Sua madeira tem grande utilidade para processamento mecnico e na fabricao de papel.

    Na Serra da Mantiqueira, no Sudeste de Minas Gerais e no Nordeste de So Paulo, bem como no Oeste de Santa Catarina e Serra do Rio Grande do Sul, esta espcie apresenta produtividade de madeira mais alta do que P. taeda.

    2. Famlia Taxodiaceae

    Cerca de 15 espcies pertencentes a 10 gneros. Tiveram no passado geolgico grande importncia na composio das florestas do Hemisfrio Norte, apresentando na atualidade uma distribuio nitidamente retidual.

    So rvores monicas, de grande porte, e folhas escamiformes ou aciculares.Os estrbilos femininos, em geral terminais e solitrios, compem-se de numerosas

    escamas persistentes e brcteas. As sementes, de pequeno tamanho, tm asa circundante reduzida.

    As principais taxodiceas cultivadas no Brasil so:

    Cryptomeria japonica (L.f.) D.Don. cedro-japonsrvore de grande porte, de forma colunar ou piramidal. Folhas aciculares, de

    filotaxia espiralada, medem de 10 a 15 mm de comprimento, com ponta aguda e arqueada em direo ao ramo.

    Os estrbilos masculinos so ovides, reunidos nas extremidades dos raminhos, cerca de 10 mm de comprimento. Os cones femininos so globosos, de maturao anual, medem de 10 a 25 mm, as escamas tm 4 a 5 dentes na margem superior e um mcron curvo.

    A espcie chega a ocupar 30% da rea florestal do Japo. Foi introduzida no Brasil para fins ornamentais e produo de celulose. Em So Paulo o crescimento satisfatrio, de 0,5 a 1,5 m/ano.

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  • Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hook. pinheiro-chinsInadequadamente conhecido como pinheiro-alemo. A rea natural de ocorrncia

    compreende a China Central e Meridional, Taiwan, Vietnam e Laos, onde cresce em altitudes de 500 a 1.800m. Fora desta rea original, plantada em vrios pases de clima subtropical, tropical e temperado, incluindo o Brasil.

    A rvore apresenta tronco retilneo, copa piramidal e ramificao irregular, tende a formar verticilos com a idade. Alcana 25 a 30 m de altura e 200 cm de D.A.P. A casca espessa, cor castanha, com fissuras longitudinais.

    Folhas lanceoladas, de 2 a 5 cm de comprimento, dispostas em raminhos segundo dois planos divergentes. Colorao verde-escura na face superior e duas faixas estomticas esbranquiadas na face inferior.

    Cones masculinos dispostos em fascculos na extremidade dos ramos do ano. Cones femininos terminais, ovides e ssseis; medem cerca de 2 cm de comprimento, compostos de numerosas escamas coriceas, imbricadas e providas de dentes.

    A espcie pouco competitiva, resiste mal presso exercida por espcies sombreadoras. A regenerao natural ocorre apenas em povoamentos adultos e ralos.

    Apresenta intensa rebrota a partir de gemas dormentes, esta propriedade assegura uma brotao de cepo, o que a torna uma das poucas conferas possveis de serem manejadas por talhadia.

    A madeira muito leve e uniforme, bastante durvel, resistindo intemprie e insetos; empregada para construo em geral, miolo de compensados, caixotaria, revestimentos internos, palitos de fsforo, industria de celulose.

    Metasequoia glyptostroboides Hu et Chengrvore de at 45m de altura, com ramificao ascendente e copa longa, caduciflia.Folhas opostas, lineares, achatadas, retas, medem 1 a 3 cm de comprimento por

    2mm de largura. No outono, antes de cair adquirem colorao de amarelo-claro a marrom-avermelhado.

    Cones femininos com longo pednculo, globosos ou fusiformes, medem at 2,5cm de comprimento.

    A espcie considerada um fssil-vivo por ser a nica remanescente de um gnero que teve larga distribuio na era Terciria. Por sua raridade, cultivada como ornamental ou curiosidade cientifica. A utilizao da madeira desconhecida. Podemos encontr-la em Canela, RS.

    Sequoia sempervirens (D.Don.) Endl.rvore de grande porte, copa piramidal, com folhagem persistente e casca espessa,

    marrom-avermelhada. o redwood dos Estados Unidos, a espcie arbrea de maior porte em todo o mundo, com alguns exemplares gigantes com mais de 100m de altura.

    Folhas lineares ou lanceoladas, de at 2,5cm de comprimento; cor verde-escura e duas faixas estomticas mais claras na face inferior, organizadas em planos divergentes, nos dois lados dos raminhos.

    Estrbilos masculinos solitrios, em disposio lateral ou terminal, medem 7mm. Os cones femininos tm consistncia lenhosa, so ovides, medem de 1,5 a 2,5cm de comprimento, com maturao anual; sementes achatadas, com asa lateral estreita.

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  • Espcie originria de uma faixa costeira estreita dos Estados Unidos que vai do Sul do Oregon at o Centro da Califrnia, regio de clima muito mido.

    Merece maior difuso no Rio Grande do Sul, na Serra demonstrou excelente crescimento.

    A madeira muito resistente decomposio e ao ataque de insetos; muito forte indicada para obras ao ar livre ou para interiores.

    Sequoiadendron giganteum (Lindl.) Bucholz.rvore de grande porte, copa piramidal e folhagem persistente. Originria da Serra

    Nevada, na Califrnia, conhecida como big tree ou sequoia gigante, famosa por sua extraordinria longevidade (alguns possuem ao redor de 4.500 anos).

    A casca muito grossa (at 60 cm), macia, avermelhada, com profundas fissuras.Folhas escamiformes ou sub-aciculares, com 11 mm de comprimento; cor verde-

    azulada, dispostas espiraladamente em raminhos.Estrbilos masculinos terminais, solitrios e ssseis. Cones femininos de forma

    ovide e maturao bianual.A espcie distingue-se pelo tronco mais robusto que a Sequia sempervirens,

    produzindo maior volume de madeira. O famoso General Sherman, no Parque Nacional das Sequias (Califrnia), ultrapassa os 9 m de D.A.P. e o peso do seu tronco foi estimado em 1.400 tn.

    A altura dos maiores indivduos inferior Sequia sempervirens, alcanando no mximo 80 a 90 m.

    Taxodium distichum (L.) Rich. cipreste-calvo ou cipreste-dos-pntanosrvore de grande porte, copa cnica e folhagem caduciflia. Casca espessa (at 6

    cm), cor marrom-avermelada. Folhas lineares, dispostas em dois planos divergentes nos raminhos, cor verde-

    claras, de at 2cm de comprimento.Originaria das plancies costeiras do sudeste dos Estados Unidos, encontra-se

    principalmente no Delta do Mississipi e na Florida, onde cresce em altitudes de at 30m. Nos solos pantanosos desenvolve razes respiratrias ou pneumatforos.

    Fcil propagao por sementes ou estacas, em substrato muito mido.Espcie de crescimento lento; madeira com alta durabilidade natural. uma espcie de alto potencial para a silvicultura brasileira, tendo em vista sua

    preferncia por reas alagadias, ecologicamente incompatveis com a maioria das espcies florestais nativas e comumente deixadas sem utilizao.

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  • 3. Famlia Cupressaceae

    Arbustos ou arvores, muito ramificados. Folhas geralmente escamiformes, pequenas, imbricadas.

    Estrbilos masculinos pequenos, terminais, dispostos nas curtas ramificaes. Estrbilos femininos com poucos pares de macrosporfilos.

    A famlia est dividida em trs subfamlias, segundo caractersticas dos estrbilos femininos:

    3.1. Subfamlia CupressoideaeEstrbilos lignificados. Os macrosporfilos ao amadurecer afastam-se longe uns dos

    outros. Plantas monicas. Cones femininos de maturao bianual (Cupressus). Cones femininos de maturao anual (Chamaesyparis).

    Chamaesyparis lawsoniana (A. Murr.) Parl.rvore de grande porte (at 60m), copa piramidal; raminhos planos dispostos

    horizontalmente. Folhas escamiformes.Estrbilos masculinos terminais, avermelhados quando maduros. Cones femininos

    globosos, castanho-claros, com 10 mm de dimetro; possuem 8 escamas, com mcron agudo.

    A madeira de excelente qualidade para todos os usos e duradoura em contato com o solo.

    Chamaesyparis pisifera (Sieb. et Zucc.) Endl.Freqente em parques e jardins no Sul do Brasil. Copa Piramidal, raminhos

    comprimidos, dispostos em forma horizontal.Folhas escamiformes, acuminadas, de pice recurvado, com bordas inteiras e faixas

    esbranquiadas na parte inferior.Cones globosos, de maturao anual, 7mm de dimetro, com 10 a 12 escamas

    rugosas, providas de pequeno mcron dorsal. Sementes aladas.

    Cupressus arizonica Greenervore de madeira e ornamental, de crescimento rpido. Tronco reto e copa

    piramidal.Folhas escamiformes, agudas, imbricadas, verde-azuladas e com finos dentes nas

    margens.Cones femininos esfricos (2 a 3 cm), de cor verde-azulada, 6 a 8 escamas.Espcie rstica, aceita qualquer condio de solo, mesmo terrenos superficiais,

    calcrios ou secos. Resistente a baixas temperaturas, indicado para quebra-ventos.

    Cupressus funebris Endl.rvore ornamental, de porte mdio a grande (25 m). Distingue-se facilmente dos

    outros ciprestes por ter raminhos pendentes e ramificados num mesmo plano.Folhas escamiformes, verde-claras, agudas e livres no pice.Cones femininos castanho-escuros, pequenos, globosos, 7 mm de dimetro.O porte pequeno limita o interesse para a silvicultura, seu cultivo valorizado em

    cemitrios. No Sul do Brasil conhecido como cipreste-choro.

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  • Cupressus lusitanica Mill.A rvore alcana at 30 m de altura, ampla copa piramidal, ramos horizontais que se

    curvam para baixo nas extremidades.Folhagem verde-clara e casca marrom. Folhas escamiformes, ovadas, de 1 mm.Cones femininos globosos, medem de 10 a 15 mm de dimetro e renem 6 a 8

    escamas peltadas, providas de robusta apfise dorsal. Tm colorao cinza-azulada quando jovens, que desaparece na maturao.

    Espcie muito difundida no Brasil como ornamental, isoladamente, em cercas-vivas e quebra-ventos. Tambm desperta grande interesse para produo de madeira e celulose.

    Cupressus macrocarpa Hartw.rvore de grande porte, com tronco curto e grande copa piramidal. No Rio Grande

    do Sul conhecido como cipreste-de-Monterrey ou cipreste-lamberciana.As folhas verde-escuras, escamiformes e obtusas, dispostas em mais de um plano

    nos raminhos terminais, medem 1mm de comprimento e exalam odor resinoso caracterstico quando esmagadas.

    Cones femininos castanho-claros, sub-globosos, com 8 a 14 escamas, 2 a 2,5 cm de dimetro.

    A planta prefere solos frteis, profundos, no compactados. Ressente-se com o frio e exige umidade atmosfrica elevada. Tambm suporta secas prolongadas e podas freqentes. Indicada para quebra-ventos.

    Cupressus sempervirens L.rvore de grande porte, at 30 m de altura. Distingue-se com facilidade por ter copa

    colunar e pice agudo, folhagem verde-escura, os cones com tamanho nitidamente maiores que os outros.

    Folhas escamiformes, obtusas, 1mm, dispostas em diversos planos nos raminhos terminais.

    Os cones masculinos so solitrios, amarelados, terminais, de at 8mm de comprimento. Os cones femininos so acinzentados, medem 3 a 4 cm de dimetro e tm 8 a 14 escamas.

    Conhecido popularmente como cipreste-italiano. rstico e de rpido crescimento inicial.

    3.2. Subfamlia ThujoideaeEstrbilos lignificados. Os macrosporfilos ao amadurecer se curvam para os lados.

    Thuja occidentalis L.rvore de porte mdia (at 20 m de altura e 90 cm de dimetro). No Brasil o seu

    cultivo ornamental. Existem vrias variedades.Copa cnica, estreita. Folhas escamiformes, muito aproximadas em arranjo oposto-

    cruzado nos raminhos horizontais.Cones masculinos globosos, pequenos, terminais, amarelos, constitudos por 3 pares

    de folhas polnicas. Cones femininos oblongos, cor marrom-clara, at 10 mm de dimetro; 8 a 10 escamas delgadas e lisas, com um pequeno mcron espinhoso.

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  • Thuja orientalis L.Conhecida como tuia ou rvore da vida. Possui grande valor ornamental, sendo

    cultivada em jardins, cemitrios e parques no Rio Grande do Sul. Adapta-se formao de cercas-vivas.

    Alcana uma altura mxima de 20 a 30 m, copa piramidal.Folhas escamiformes, imbricadas, com disposio oposta-cruzada, estando os

    raminhos organizados em planos mais ou menos verticais.Cones masculinos terminais, amarelos, com diversas folhas polnicas peltadas, e

    arranjo oposto. Cones femininos ovides, de at 15 mm, pendentes, de cor verde-azulada quando jovens e castanho-avermelhada quando maduros, tm escamas lenhosas com mcron recurvo.

    3.3. Subfamlia JuniperoideaeEstrbilos femininos carnosos. Cerca de 70 espcies desde o rtico at os

    subtrpicos.

    Junniperus communis L.Arbusto ou pequena rvore (at 12m). Conhecido como zimbro em Portugal,

    conhecido por ser matria prima para fabricao de gim.Planta de forma piramidal. Folhas aciculares de 12 a 15 mm de comprimento, verde-

    escuras, com uma faixa esbranquiada na face superior, dispostas em verticilos trmeros. Os cones femininos (glbulas) so carnosos, ovides (6mm) de cor preto-azulada. A

    maturao lenta, ocorre no outono do segundo ou terceiro ano.

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  • 4. Famlia Podocarpaceae

    Abrange sete gneros e 150 espcies distribudas nas regies tropicais, subtropicais e temperadas do mundo. famlia mais numerosa de conferas do Hemisfrio Sul; com espcies monicas e diicas.

    Os amentilhos masculinos compem-se de muitas folhas polnicas bitecas, enquanto que as flores femininas aparecem em geral solitrias e reduzidas a um nico vulo. As sementes esto presas a um receptculo carnoso, chamado epimcio.

    Na flora brasileira destacam-se Podocarpus lambertii e Podocarpus sellowii, por ocorrerem no Sul do pas (nativas).

    Podocarpus lambertii Klotz. Pinheiro-bravorvore de porte mdia (15m de altura), que ocorre desde Minas Gerais at o Rio

    Grande do Sul.Os indivduos jovens apresentam tronco reto, crescimento monopodial e copa

    cnica, na fase adulta verifica-se uma tendncia tortuosidade, inclinao e ramificao do tronco, bem como formao de copa arredondada.

    Folhas simples, lineares, verde-escuras brilhantes na face superior e opacas na inferior, medem 7cm de comprimento; so glabras, uninervadas e de margem inteira.

    Estrbilos masculinos com 8 a 12 mm de comprimento, reunidos em grupos de 3 a 6, no pice de um delgado pednculo axilar, com 5 a 10 mm de comprimento.

    A estrutura reprodutiva feminina axilar, solitria e sustentada por um curto pednculo (15mm). A semente, subglobosa, mede cerca de 5mm de dimetro.

    Conhecida como pinheiro-bravo ou pinheirinho, tem ampla distribuio geogrfica no Rio Grande do Sul. Participa da composio da Floresta Ombrfila Mista e de outras formaes no Estado, sendo particularmente abundante no municpio de Encruzilhada do Sul (Parque Estadual do Podocarpus).

    Em todas as reas de ocorrncia prefere encostas de morros, ravinas e outros stios midos.

    A madeira leve, macia, branco-amarelada, fcil de ser trabalhada, presta-se para construo civil, mveis, caixotaria, embalagens para alimentos, lpis e palitos de fsforo.

    Como o receptculo carnoso que aparece associado semente utilizado por pssaros, a disperso favorecida.

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  • Podocarpus sellowii Klotz. Distingue-se da espcie anterior por suas folhas lanceoladas maiores, de at 10cm

    de comprimento por 15mm de largura, e pela ausncia de um pednculo comum aos grupos de estrbilos masculinos.

    Ocupa uma rea mais tropical que a anterior, incluindo a Floresta Amaznica, o Brasil Central e a Serra do Mar.

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  • 5. Famlia CephalotaxaceaeCompreende atualmente um nico gnero e seis espcies originarias do Leste da

    sia.O gnero agrupa espcies diico-dclinas, com flores masculinas reunidas em

    amentilhos globosos e com numerosos estames rodeados por brcteas em sua base.Os estrbilos femininos compreendem vrias escamas bi-ovuladas, das quais

    normalmente se desenvolve apenas um vulo, produzindo uma semente carnosa e drupcea.A espcie mais conhecida no Rio Grande do Sul :

    Cephalotaxus harringtonia (Forbes) K.Koch. rvore pequena ou em forma de arbusto. No Rio Grande do Sul cultivada como

    ornamental.Copa pequena, estendida horizontalmente. Folhas lineares, verde-escuras na face

    superior e com numerosas faixas estomticas esbranquiadas na face inferior, medem 5cm de comprimento.

    Estrbilos masculinos globosos, pequenos (10mm), renem brcteas escamiformes em sua base e 2 a 5 flores, compostas por estames.

    A semente, carnosa, verde-escura, situa-se na extremidade de um curto pednculo e mede cerca de 15 mm.

    6. Famlia AraucariaceaeCompreende dois gneros e cerca de 32 espcies, originarias da Oceania e Amrica

    do Sul. Algumas tm grande interesse madeireiro e outras so ornamentais.As folhas podem ser escamiformes (Araucaria heterophylla), lanceoladas (A.

    angustifolia), ou ovado-elpticas (Agathis robusta), com disposio espiralada.Algumas so monicas e outras diicas. Os amentilhos renem numerosas escamas

    imbricadas, dispostas em espiral, com seis ou mais sacos polnicos. Os cones femininos, grandes quando maduros (pinhas), produzem uma semente por escama.

    Agathis robusta (C.Moore) F.M.Bailey KauriOriginria da Austrlia e da Nova Guin. Os adultos alcanam 45m de altura e

    300cm de D.A.P., com ramos delgados inseridos perpendicularmente.Casca cor canela caracterstica, desprende-se em lminas. Folhas juvenis ovado-elpticas, sub-ssseis, geralmente opostas. Folhas adultas

    elpticas com 5 a 11cm de comprimento e 1,5 a 3cm de largura. No so pontiagudas nem dispostas imbricadamente.

    Estrbilos masculinos cilndricos, castanho-ferrugneos, com 5 a 10cm de comprimento. Cones femininos globosos, de 8 a 13cm de comprimento por 6 a 12cm de largura. Sementes livres, no soldadas s escamas.

    Conhecida no Rio Grande do Sul como kauri ou kauri australiano. muito valorizada na sua regio de origem, produzindo aps 50 ou 60 anos madeira de alta qualidade, indicada para usos interiores, mveis, embarcaes, instrumentos de desenho ou msica e industria de compensados.

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  • Araucaria angustifolia (Bert.) O.Ktze.nico representante na flora brasileira, conhecida como pinheiro-brasileiro ou

    pinheiro-do-Paran. uma rvore diica, de copa caliciforme em indivduos adultos, ramos organizados

    em verticilos. Toda a rvore tem a forma de uma gigantesca umbela.Folhas lanceoladas, ssseis e pungentes, de tamanho varivel entre 2 a 6 cm de

    comprimento por 4 a 10 mm de largura.

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  • Casca espessa, acinzentada, spera e profundamente fendilhada, descama-se em placas retangulares.

    Estrbilos masculinos com formato cilndrico, de 10 a 17cm de comprimento por 3 a 4cm de dimetro, dispostos solitariamente ou aos pares nos brotos terminais. Cones femininos globosos de 10 a 12 cm (pinhas), tm perodo de maturao entre 20 a 22 meses.

    As sementes so intimamente soldadas s escamas, de cor castanho-avermelhado, medem de 3 a 8cm de comprimento por 1 a 2cm de dimetro. Sua produo concentra-se nos meses de abril a julho, perdendo rapidamente o poder germinativo (15 a 20 dias).

    A madeira indicada para tabuados, compensados, caixotaria, palitos, instrumentos musicais, carpintaria e marcenaria.

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  • Araucaria araucana (Mol.)K.Koch.rvore de grande porte (at 50m), originaria do Sul do Chile e da Provncia de

    Neuqun, onde forma povoamentos densos e puros. Conhecido como pehun.Tronco reto, de at 150cm de dimetro, com casca muito espessa e rugosa de cor

    castanho-acinzentada-escura. Copa piramidal quando jovem, passa a caliciforme quando adulta.

    Folhas ovado-lanceoladas. Largas (15 a 25mm) e muito imbricadas, no que se distingue facilmente da espcie brasileira.

    Cones masculinos terminais e cilndricos, permanecem na planta por muitos meses. Cones femininos com at 20 cm de dimetro e suas escamas tm um longo apndice. Sementes grandes (2x4cm) de cor castanha, comestveis.

    Para um bom desenvolvimento, exige uma micorriza especfica, o que dificulta seu estabel