6632565 O Caminho Do Visionario

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    O CAMINHO DO VISIONRIO

    Uma das primeiras coisas que os bebs fazem cantar para elesmesmos.

    As pessoas fazem isso espontaneamente um uso diferente da voz.Por msica no devemos limitar-nos ao conceito de letra e

    melodia, mas devemos entende-la como voz, enquanto voz, que a deusasnscrita VAK deusa da fala, da msica, da linguagem e dainteligncia.

    A voz, em si, uma manifestao de nosso eu interior.

    - Gary Snyder, The real work

    Direo: LesteElemento: FogoCriatura: Criaturas do deserto e Criaturas sem pernasRecurso Humano: VisesTipo de Meditao: CaminhandoEstilo de Vida: Correto posicionamentoCaminho Qudruplo: Dizer a verdadeBlsamo de Cura: Canto

    Instrumento: SinoEstao: Vero

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    DIZER A VERDADE, SEM CULPAR NEM JULGAR

    Quando seguimos o caminho do Visionrio somos capazes detornar a verdade visvel. Entre as sociedades indgenas os visionriospodem ser xams ou artesos; mas o que mais importante, esses

    grupos sociais encorajam todos os seus membros a dizer e expressar averdade.

    O princpio que guia o Visionrio dizer a verdade, sem acusarnem julgar. Quando expressamos o Visionrio interior, conhecemos ecompartilhamos nossos objetivos criativos e nossos sonhos de vida,agimos a partir de nosso eu autntico, somos sinceros e honramos asquatro maneiras de ver.

    Objetivos Criativos e Sonhos de Vida

    Todas as culturas respeitam a importncia da visionarizao eseu poder de magnetizar, ou dar abertura ao esprito criativo. Oarqutipo do Visionrio j se tornou conhecido de todos ns como algoque, em silncio, mas sem descanso, no nos deixa esquecer de nossosonho ou propsito de vida.

    Como j assinalamos no caminho do Guerreiro, muitas culturasnativas americanas cultivam a crena de que cada indivduo umremdio original, nico no planeta; portanto, importante trazer para aterra o esprito criativo, o sonho ou o propsito de vida de cada um. Aomisso impede que a sade alcance nossa vida familiar ouprofissional. Nossa misso dar plena expanso aos nossos dons,

    talentos e recursos, e enfrentar os testes e desafios. Gandhi reconheceuessa simples verdade quando afirmou: Minha vida minhamensagem..

    Se no s bom para ti mesmo, como poders ser bompara os outros?

    - Provrbio espanhol (Feldman, A workd treasure)

    Autenticidade

    Quando nos lembramos de quem somos, damos vazo nossaautenticidade. Muitas vezes, no entanto, somos forados, em tenraidade, a esconder nosso eu verdadeiro para sobreviver. A partir dedeterminado ponto, esse esconder-se torna-se desnecessrio, emboraachemos difcil quebrar o hbito. Diariamente fazemos novas opesapoiados no eu autntico ou no falso.

    Entre algumas culturas americanas, o termo Arco Sagrado sinnimo de autenticidade, ou de estar ligado prpria espiritualidade.Esses povos afirmam que, sempre que somos ns mesmos, estamos emnosso Arco Sagrado; e quando voltamos ao que somos, nos sentamos

    dentro de nosso Arco Sagrado.

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    Ed McGaa, Homem guia entre os ndios Sioux Oglala, nos falaem seu Rainbow tribesobre o poder da cerimnia e do retorno ao eu: OGrande Mistrio obviamente a Verdade. A proximidade que umapessoa pode atingir em relao Harmonia do Criador decidir oalcance de poder de uma cerimnia.

    A maioria das tradies espirituais se refere a dois padres quepodem nos arrancar de nosso Arco Sagrado, de nossa verdadeiranatureza. O psiquiatra Roger Walsh, em seu livro Staying alive,descreve-os como padres de negao e padres de indulgncia. Todoser humano, independentemente de seu condicionamento cultural efamiliar, em algum momento, passa por essa experincia.

    Expressamos negao em nossas vidas quanto evitamosdeterminadas pessoas ou problemas, e quando vemos as coisas apenascomo queremos que elas sejam, em vez de aceita-las como so. Sobcada padro de negao esconde-se o medo que temos de no sermoscapazes de lidar com os conflitos, e uma profunda e humananecessidade de manter paz, equilbrio e harmonia a todo custo. Nanegao profunda, abandonaremos a ns mesmos para mantermos apaz, em vez de manifestar diretamente nossos sentimentos.

    Expressamos indulgncia quando dramatizamos ou buscamossensacionalismo para nossas experincias. Quase sempre exageramosuma situao ou um problema para chamar ateno. Sob esse padroesconde-se uma grande necessidade de sermos aceitos e aprovados, que comandada tanto pelo medo de no ser visto como pelo medo de servisto. As pessoas que fazem cenas tm ataques de raiva ou aumentamdesproporcionalmente as coisas; na verdade, tm uma grande

    necessidade de serem aceitas. Porque sentem pavor de seu prpriosentimento de insegurana ou vulnerabilidade, utilizam-se do exagerocomo forma de escond-los.

    o Visionrio quem sabe dissolver as polaridades e paradoxosque se encontram nos padres de negao e indulgncia. O poeta persaRumi, que vivem no sculo XIII (na traduo de Barks de Open secret),descreve esse processo:

    Muito alm dos conceitos de malfazer e bem-fazerExiste um campo,L te encontrarei.

    Podemos liberar a criatividade que existe em cada um de ns, sedeixarmos de lado os conceitos de certo e errado. Quando nosencontramos aptos a responder sim pergunta: Minhaautovalorizao to forte quanto minha autocrtica?, estamostambm aptos para colocar nossa expresso criativa alm dos padresde negao ou indulgncia. Rumi sugere que o campo da criatividadeilimitada est sempre disponvel quando nos mantemos vinculados nossa autenticidade.

    ...Eu estava vendo, de uma maneira sagrada, os contornos

    de todas as coisas em esprito, e a forma de todas as formastal como devem viver, em conjunto, como um s ser. E vi

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    que o arco sagrado de meu povo era um dentre muitos, quecompunham um crculo, amplo como a luz do dia e dasestrelas, e no seu centro crescia uma rvore muito, muitoflorida, para abrigar todos os filhos de uma me e de umpai.

    - Alce Negro (Neihardt, Black elk speaks)

    Dizer a Verdade

    Porque os que no sabem chorar tambm no sabem sorrir.- Golda Meir (Van Ekeren, The speakers sourcebook)

    A forma que o Visionrio tem de conserver a autenticidade epermanecer dentro do Arco Sagrado dizer a verdade sem acusar nemjulgar. Dizer a verdade um valor universal que destri os padres de

    negao e indulgncia. Leslie Gray, que pertence linhagem dosOneida, Powattan e Seminole, e que une as disciplinas de Estudos deEtinas Nativas e psicologia afirma que, em certas culturas nativas, ofalar a verdade denominado falar com a lngua do esprito. WilliamSchultz, em The truth opinion, nos diz que a comunicao da verdadecontribui para o enriquecimento interpessoal. Para nos apresentarmosem plenitude, uns frente aos outros, e para chegar s relaeshumanas mais satisfatrias, devemos ser conscientes e honestos.

    Dizer a verdade, sem crticas ou julgamentos, a capacidade deexpressar as coisas como elas so. Os exemplos que se seguemmostram como podemos faze-lo sem abdicar de nossas idias ou

    sentimentos. Nenhuma sentena apresenta crtica ou julgamento, etodas refletem maneiras de se expressar com a lngua do esprito:

    Estou com cimes e com medo de perder voc.Estou me sentindo to crtico, to juiz, neste momento, que noconfio no que vou dizer.Estou desapontado com essa situao porque demais dela.Estou me sentindo inseguro neste momento, e preciso de seuapoio.Estou com tanta raiva e to irritado agora, que preciso de umtempo.No sei em que nossas posies se assemelham.Esse estilo de comunicao no funciona para mim".Estou bastante contente com este novo emprego, mas preciso demaior esclarecimento sobre essas tarefas.

    A comunicao que se faz marcar pela integridade sempre leva emconsiderao o tempo e o contexto antes de liberar o contedo. Muitasvezes sabemos exatamente o que queremos dizer, mas no levamos emconsiderao se o devido tempo ou o devido lugar para expressar ocontedo da comunicao. A comunicao direta declarar o que

    vemos, sem culpar nem julgar significa que devemos considerar o

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    alinhamento entre a escolha das palavras apropriadas, o tom da voz e apostura corporal.

    ...sede insacivel pela verdade que desejo para mim

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    - Miguel de Unamuno, Tragic sense of life.

    As Quatro Formas de Ver

    importante honrar as quatro formas de ver: intuio, percepo,

    discernimento e viso. Muitas culturas indgenas reconhecem que aintuio a fonte de cuja centelha se origina a viso exterior(percepo), interior (discernimento) e holstica (viso). Para essassociedades, a ateno que se d a essas formas de ver uma maneirade honrar o sagrado. Respeitamos nossos processos de visionarizaoquando damos voz ao que vemos ou sentimos. O arqutipo doVisionrio nos impele a trazer ao mundo nossa voz e nossa criatividade.

    O recurso humano da visionarizao (o arqutipo interior doVisionrio) abre o esprito criativo e impulsiona nossa voz e nossaautenticidade para o mundo. Em seu livro A coragem de criar, opsicanlista Rollo May confirma o que as tradies xamnicas vmpraticando h sculos: Se voc no d expresso s suas prpriasidias, se no d ouvidos a seu prprio ser, voc trai a si mesmo.

    O arqutipo do Visionrio a incansvel fora interior queconstantemente nos convida a ser quem somos requer a expresso daautenticidade, da viso e da criatividade. A escritora Gertruge Steinatingiu esse arqutipo quando, sobressaindo-se dentre os escritores desua poca, escreveu: Voc tem de saber o que quer atingir. Masquando souber, deixe-se possuir por esse conhecimento. E se eleparecer desvia-lo de seu rumo, no se detenha, porque l talvez sejaaonde, instintivamente, voc deseja estar. E se voc se detiver e tentar

    ficar sempre no mesmo lugar, voc ir murchar (Fritz, The path of leastresistance).

    O homem no um ser que tem a postura ereta, o homem um ser em processo de transformao. Quanto mais ele secapacita a si mesmo a vir a ser, mais ele d cumprimento sua verdadeira misso.

    - Rudolph Steiner (Van Ekeren, The speakers sourcebook)

    FERRAMENTAS DE PODER DO VISIONRIO

    As ferramentas de poder do Visionrio incluem: canto, trabalhocom sino, meditao, contemplao, prece e buscas para obter vises.

    Canto: Canes de Poder

    No canto porque sou feliz; sou feliz porque canto.- William James (Van Ekeren, The speakers sourcebook)

    Todas as culturas trazem sua voz ao mundo por meio do blsamode cura que o canto. Por meio da msica, do canto, e do contar

    histrias, as sociedades nativas praticam a permanncia dentro de seusArcos Sagrados. Algumas tradies afirmam que uma das formas de

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    manter-se ligado ao Grande Esprito cantar pela sua vida. Na fricadiz-se que se voc pode falar, voc pode cantar; se voc pode andar,voc pode danar. Os grupos sociais da Oceania acreditam que, se vocquiser saber como falar a verdade, deve comear a cantar. Essassociedades antigas de h muito entendem que cantar um recurso de

    cura.Entre as culturas indgenas existe a crena de que nossas

    canes favoritas so nossas canes de poder. Pense em suas msicasprediletas. Elas esto ligadas aos aspectos criativos de suapersonalidade mais ntima e revelam aspectos importantes de suaautenticidade. Acredita-se, tambm, que a msica mais poderosa aque voc cria com suas prprias palavras e com sua prpria melodia.Comece a criar seu prprio repertrio de canes de poder. Observecomo os temas de suas prprias canes expressam maior criatividaderevelam aquilo que tem sentido para voc.

    O trabalhar com a voz de qualquer maneira cantando,salmodiando, apenas produzindo sons, ou com induo voclica alimenta a essncia de quem voc realmente . Peggy Beck e AnnaWalters, em seu livro The Sacred, enfatizam a relao existente entremsica e esprito, fazendo-nos recordar a forma pela qual os povosnativos vem essa relao: Os povos (indgenas) igualam ou associammsica, linguagem e respirao dizendo que a vida humana estintimamente ligada respirao, a respirao ao canto, o canto precee a prece vida longa um dos grandes crculos da criao.

    A msica litrgica nos faz lembrar que os trs sons sagradosque

    se encontram em toda msica sacra esto diretamente relacionadoscom as trs foras universais da vida: dinamismo, magnetismo eintegrao. Esses trs sons sagrados so: I, O e A. O som I a formapela qual o ser humano comea a trabalhar com a fora vital dodinamismo; e o som O a forma pela qual o ser humano comea atrabalhar do magnetismo; e o som A a forma pela qual o ser humanocomea a trabalhar com a fora vital da integrao. Utilizamos odinamismo (I) para dar incio ou impulsionar experincias. a energiautilizada para a expanso e a criao. Utilizamos o magnetismo (O) paraa abertura, para o receber, e para aprofundar nossas experincias. Eutilizamos a integrao (A) para aplicar, sintetizar e consolidar aexperincia. Essas trs foras vitais so necessrias para a expressocriativa. Para comear qualquer projeto criativo, o aspecto dinmico denossa natureza precisa primeiro ger-lo nossa natureza magntica afora vital que atrair para ns novas oportunidades, que ointensificaro e o levaro adiante. a energia integrativa que sintetiza ed produo ao projeto criativo em si.

    O canto dos xams, os tons unssonos dos tibetanos, os exercciosde canto, dos cantores judeus, o canto gregoriano, so todos exemplosde tradies espirituais no trabalho com os trs sons sagrados, com afinalidade de realinhar as trs foras vitais. Antes, ainda, de sua fase

    oral, toda criana passa pela experincia desses sons como forma de

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    realinhar seus prprios padres energticos de dinamismo, magnetismoe integrao.

    Trabalho com Sino

    A alma sempre bela,O Universo est tediosamente em ordem,Tudo est em seu lugar; o que aconteceu est em seu lugar;o que est aguardando estar em seu lugar.- Walt Whitman, Complete poetry

    Na maioria das culturas, o instrumento musical igualado espiritualidade e tocado para reunir as pessoas o sino. Do ponto devista do arqutipo, ele serve como vibrao snica para nos chamar devolta lembrana de nosso propsito autntico, ou chamado.Transculturalmente, esse instrumento uma maneira de nos

    vincularmos aos nossos aspectos espirituais. Em algumas tradiesxamnicas, as pessoas prendem guizos aos pulsos e tornozelos comolembretes para o oferecimento de sonhos, vises e preces tribais MeTerra. Os sinos tibetanos, indianos e africanos, os gongos orientais e asorquestras de sinos so meios de reforar sonhos de vida, preces,visionarizao e inspiraes espirituais.

    Meditao, Prece e Contemplao

    Ajuda-nos a ser sempre os esperanosos jardineiros doesprito, que sabem que sem a escurido nada renasce,

    assim como sem a luz nada floresce.- May Sarton, Journal of a solitude

    Todas as culturas tm meios de alcanar os aspectossobrenaturais ou espirituais da natureza humana. Tradicionalmente,esses meios incluem a prece, a contemplao e as prticas demeditao. Estas so portas de entrada ou oportunidades de descobrir ede redescobrir aspectos de ns mesmos. A meditao poderia ser vistacomo uma entrada de trs portas: permite o acesso aos smbolos, slembranas e s associaes; funciona como uma ponte entre osmundos externo e interno e revela a criatura divina que somos. Nasculturas indgenas, as prticas de meditao so equiparadas ssesses jornada, por meio das quais os nativos honram o sagrado. sua maneira de atingir um estado naturalmente alterado de conscinciaou forma de meditao ou contemplao.

    Meditar Caminhando

    Por meio do meditar caminhando, nosso Visionrio interiorpermite nossa abertura criatividade. Na meditao caminhandoescolhemos conscientemente um problema sobre o qual nos

    concentraremos, permitimos que ele se desenvolva, e ento observamoso que nos revelado enquanto caminhamos.

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    Tal forma de meditao, por vezes, denominada meditao emmovimento. Seja caminhando, cozinhando, correndo ou nadando, nosencontramos num estado alterado de conscincia, ou meditativo.Quando nosso corpo est em movimento e receptivo, tornamo-nosveculos para a soluo criativa de problemas.

    A caminhada ou o movimento liberam nosso esprito criativo. importante prestar ateno em nossos processos ou na soluo criativade problemas que surgem quando estamos envolvidos nesse tipo demeditao. Algumas culturas indgenas costumam caminhar porgrandes distncias durante os ritos de iniciao como forma de obteracesso ao eu autntico. Essas caminhadas so conhecidas comocaminhar sobre uma questo entre os aborgenes australianos, e comoforma de obter vises entre os povos nativos norte-americanos. Seuobjetivo estimular recursos de criatividade para o desenvolvimento detcnicas e mtodos de sobrevivncia.

    O Poder da Prece

    Eu oro e canto. E, s vezes, minha prece meu canto.- Bobby McFerrin

    A prece pode ser o veculo para a visualizao criativa dasexperincias e obteno de seus resultados. O dr. Larry Dorsey, em seulivro Recovering the soul, afirma que a prece, h muito tempo, tem sidocontemplada pela maioria das tradies religiosas como possuidora degrande poder de cura, tendo longa e respeitvel histria na interveno

    das molstias. Diz ele que os pesquisadores da prece e os cientistasclnicos nos oferecem algumas das mais notveis evidncias de que amente, ainda que distante do local, pode atuar de forma decisiva sobrea matria formas essas que podem significar a diferena entre a vida ea morte para o enfermo. Nossos problemas em entender o papel daprece na sade advm, em larga medida, da maneira curiosa pela qual,em medicina, entendemos o conceito de perto e distante. Muitos povosindgenas reconhecem que, por meio da prece, dos sonhos e das vises,os indivduos podem atingir o corao e o esprito de outros sereshumanos, independentemente de tempo e distncias fsicos.

    Para o filsofo basco Miguel de Unamuno, a prece era o alimento

    que fazia cessar nosso anseio de divindade e de um relacionamentoaprazvel com a natureza humana. Em Tragic sense of life, eleeloquentemente descreve o que sucede quando nos conectamos nossaprpria divindade: Esse anseio, ou fome de divindade, gera esperana,a esperana gera a f, e f e esperana geram compaixo. Desse divinoanseio nasce nosso sentido de beleza, de finalidade e de bem.

    Na meditao damos ouvidos e seguimos a orientao que oferecida. A diferena entre meditao e prece melhor descrita poruma amiga de nove anos que diz: Prece quando voc fala com Deus, emeditao quando voc ouve o que Ele diz. Na maioria da sociedades,

    a prece uma forma de dilogo com o sagrado. May Sarton reproduz

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    essa definio em seu livro Journal of a solitude, ao citar as palavras deSimone Weil: Ateno absoluta Prece.

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    Transculturalmente, a ateno ao sagrado criou trs tipos deprece: a de pedir, a de venerar e a de agradecer. A prece dirigida, quasesempre denominada prece em petio, aquela que fazemos quandotemos um objetivo, imagem ou resultado especfico em mente. A preceno-dirigida, ao contrrio, envolve uma abordagem aberta, sem nenhum

    resultado em mente. Na prece no-dirigida, o indivduo no tenta dizerao universo o que ele deve fazer. Em termos ocidentais, a prece no-dirigida quase sempre termina com a frase: Seja feita sua vontade ouPara o bem maior de todos. Ambos os tipos aqui analisados podemenglobar preces de venerao e de agradecimento.

    Algumas culturas indgenas fazem uso de msicas repetitivaspara orar. Utilizam-se de preces diretas e indiretas, porque consideramsonhos, vises e intuies como revelaes ou preces que podem serusadas em favor de membros da famlia, amigos, coletas e da MeNatureza. A prece dirigida envolve inteno; a no-dirigida, confiana. Acombinao das duas nos permite obter o pleno acesso nossavisionarizao e vnculo nossa f e confiana no mistrio de quemsomos.

    O que real?, perguntou um dia o Coelho

    Em busca das Vises

    Muitas tradies xamnicas mantm a crena de que todos osmomentos de solido passados em meio natureza, com o propsito derefletir e receber orientao, despertam novamente nosso propsito de

    vida, lembrando-nos do remdio original que nos cabe oferecer a todasas criaturas e seres humanos. dada muita nfase demonstrao das maneiras pelas quais

    pode-se confiar nas vises e intuies de algum, especialmente quandose trata da buscadessas vises. Muitas culturas indgenas utilizam-sedessa busca um longo espao de tempo passado em meio natureza com o objetivo de rever, recuperar e recordar o sonho de vida ou espritocriativo de algum. As atuais excurses ecolgicas, do tipo mochila scostas, o camping, as caminhadas e os retiros solitrios em meio natureza utilizam-se dos princpios da busca de vises para a obtenode resultados similares.

    Na infncia passamos mais tempo fora do que dentro de casa.Adultos, temos a tendncia de fazer o contrrio. A criana queguardamos dentro de ns sabe instintivamente que a natureza exterior fonte de profunda reflexo e mestre de nossa natureza interior. Opsicanalista Carl Jung sofreu de profunda depresso na idade madura.Reconheceu que, para recuperar seu prprio ideal ou propsito de vida,necessitaria recuperar sua criana divina interior. Passou a refletirsobre sua infncia, lembrando-se de que sempre ficava perdido notempo quando construa castelos de areia com pedrinhas. J adulto,usou essa informao para sair da depresso, tomando-a como base

    para construir sua prpria casa, feita de pedras rebocadas com areia.

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    Como resultado dessa experincia, Jung descobriu que nossomito de vida, ou sonho, podem muito bem ser erigidos com base nessasatividades infantis para as quais ramos atrados, e s quais nosentregvamos sozinhos, durante horas. Muitas vezes, ele fazia seusclientes regredirem para a idade entre os quatro e doze anos, para que

    se recordassem dessas atividades solitrias, sem noo de tempo. Aoretomar essas lembranas e atividades, somos capazes de dar novonimo qualidade de nossas experincias de vida pelo fato de trazer devolta a criana divina e o ideal s nossas atividades de adultos.

    A RELAO DO VISIONRIO COM A NATUREZA

    Fala com a terra, e ela te responder.- J, 12:8

    Algumas sociedades indgenas usam a busca pelas vises como

    uma forma de revisar, sonhar de novo e rever a inteno da pessoa,bem como para avaliar se esta se encontra alinhada com o propsitocriativo. Os perodos de solido, particularmente aqueles que passamosem contato com a natureza, nos permitem renovar e regenerar nossaprpria natureza.

    Entre muitas tradies xamnicas, a direo Leste consideradaa moradia do sol nascente, do Grande Esprito, das criaturas do deserto,das serpentes, dos lagartos e das tartarugas. Na roda medicinal, essadireo aquela para a qual alguns povos nativos se voltam em buscado poder das vises, dos sonhos e da orientao espiritual. , tambm,

    com freqncia, associada ao vero; assim, ambas so vistas como localde abundncia, plenitude e prosperidade. O vero a estao em que anatureza atinge seu pice. As tradies oraculares de todas associedades so meios pelos quais os seres humanos so atrados pelorecurso da viso, que lhes d suporte para atingir a plenitude de suanatureza. Essa direo lembra-nos de ligar-nos ao mistrio de quemsomos, a dar vazo plenitude de nosso ideal de vida e a dar voz ao quevemos.

    COMO O VISIONRIO/ LDER LATENTE SE REVELA:OS ASPECTOS SOMBRA DO ARQUTIPO DO VISIONRIO,

    A CRIANA FERIDA DO LESTE

    O arqutipo do Visionrio, como vimos, fala a verdade. Temoscontato com seu lado sombra sempre que negamos nossa prpriaverdade, nossa autenticidade. Os trs maiores mecanismos deautonegao so: o sistema do falso eu, a abnegaoe aprojeo.

    No so necessrias muitas palavras para falar a verdade.- Chefe Joseph Nez Perce (Nerburn, Native American

    wisdom).

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    O SISTEMA DO FALSO EU

    Quando alimentamos o sistema do falso eu, em vez de afirmarnossa autenticidade, manifestamos o lado sombra do Visionrio. H um

    ditado latino americano (citado por Feldman, em A world treasure), quedescreve o perigo de nos agarrarmos ao falso eu: Quem tem rabo depalha no deve chegar perto do fogo. Alimentamos o falso eu edesenvolvemos nossos rabos de palha quando censuramos nossospensamentos, ensaiamos nossas emoes, representamos o queachamos que os outros querem ver, ou escondemos nossos verdadeiroseus. Sempre que fingimos, censuramos, representamos ou noscontemos, damos fora ao desenvolvimento desse sistema. Por meiodele, expandimos a arte da abnegao.

    Abnegao

    O aspecto mais sombra do arqutipo do Visionrio a abnegao.Os seres humanos de todas as partes do mundo renunciam a simesmos por cinco razes principais: pelo amor de algum; para obter aaceitao e aprovao de algum; para manter a paz; para manter oequilbrio; ou para permanecer em harmonia. Renunciar a ns mesmospelo amor de algum, fingir ser outra pessoa para obter amor, aceitaoou aprovao dessa pessoa so formas de abnegao. Outra maneira derenunciar a ns mesmos nesse caso para manter a paz, o equilbrio ea harmonia evitar questes difceis ou calar-se diante dessa

    dificuldade.Em algumas tradies xamnicas, diz-se que os que renunciam a

    si mesmos tm dificuldade em falar com a lngua do esprito e soconsiderados de corao fraco, em vez de corao forte. A crianaferida do Leste a criana dissimulada, manipuladora, enganosa, decorao fraco e que se transforma numa estrategista de objetivosocultos. Fraqueza de corao no ter coragem de ser o que realmentesomos. Sempre que isso acontece, caminhamos em direo abnegao.

    Se nos envolvemos continuamente com atitudes de abnegao,nosso eu autntico permanece na expectativa de ser chamado. Falandoa verdade podemos fazer com que esses padres se dissolvam,comeando a libertar-nos do falso eu e do lado sombra do arqutipo doVisionrio. Nossos relacionamentos nos auxiliam a distinguir ondesomos capazes de nos manter dentro de nosso Arco Sagrado e de nossaautenticidade, e onde mais alimentamos o falso eu, em vez de manternossa integridade.

    Projees: Espelhos Refletores

    Muitas culturas indgenas costumam costurar pequenos pedaos

    de espelhos ou vidro que brilham em suas roupas cerimoniais, ou,ento, colam-nos nas mscaras para nos fazer lembrar de que somos

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    espelhos uns dos outros. O tema do espelho, como metfora do reflexo, encontrado em todas as culturas. Para alguns povos indgenas,aqueles em quem nos espelhamos tornam-se nossos mestres, edemonstram-nos as formas pelas quais podemos atualizar nossaautenticidade, falando com a lngua do esprito.

    Essas sociedades acreditam que cada pessoa pode ser um espelhoclaro, um espelho esfumaado ou um espelho rachado. Os espelhosclaros so os indivduos que idealizamos ou que acreditamos que nosomos capazes de imitar. Os esfumaados so aqueles com os quaissentimos dificuldades e com os quais esperamos no parecer de modoalgum; e os espelhos rachados, so as pessoas que amamos eadmiramos, embora sua presena nos cause medo e constrangimento.

    O termo psicolgico para isso projeo. Sabemos que umaprojeo est atuando quando uma carga energtica se faz presente. Asprojees so percepes no-atualizadas de ns mesmos. So partesde nosso eu que esto se evidenciando, embora ainda no tenhamos oseu domnio. Achamos mais confortvel ter esses aspectos fora de nsdo que aceita-los como parte de quem somos. Quando manifestamos oarqutipo do Visionrio, colocamos em dia nossa autopercepo paraque ele possa refletir com nitidez a pessoa na qual nos transformamos.

    Algumas culturas indgenas reconhecem que o caminho doVisionrio uma forma de manter a ligao com o eu autntico erevelar aquelas partes de nossa natureza que ainda permanecem presasdos aspectos sombra desse arqutipo. O conceito sombra, de fato,significa qualquer parte de nosso eu, positiva ou desafiadora, ainda nointegrada ou aceita dentro de nossa natureza. Essa nossa parte sombra

    dominar ou persistir at ser integrada.

    Olhar num espelho;E ser um espelho,Encontro a mim mesmo.- Annimo

    Os Cinco Estgios da Projeo

    Em 1984, numa conferncia em So Francisco intitulada: O LadoEscuro, o poeta Robert Bly sintetizou os trabalhos das psicanalistas

    Maria von Franz, sobre projeo, e de Alice Miller sobre infncia, eapresentou os cinco estgios da projeo. Estas tanto podem serpositivas como desafiadoras. O aspecto positivo de toda projeo queela se constitui numa parte de ns que repudiamos, mas que nos familiar. Antes de retom-la plenamente necessitamos percorrer oscinco estgios da projeo:

    1. Olhamos nossa volta e encontramos a pessoa perfeita parapersonificar nossa projeo. Por exemplo, se no trabalhamosnossa liderana ou valorizamos nossa beleza, quase sempre

    idealizamos pessoas com grande capacidade de liderana ou

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    que vemos como belas. Se temos dificuldade em expressarnossa raiva, quase sempre temos dificuldades com pessoas

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    que o fazem. Isso se torna uma projeo desafiadora para ns.Nesse estgio, nunca vemos as pessoas como so; vemos apenaso que queremos que elas sejam para ns.

    2. A projeo comea a deslocar-se. Comeamos a ver que o

    indivduo pode ter alguma coisa diferente do que projetamos;no entanto, por meio de racionalizaes e desculpasreajustamos a projeo porque no queremos acreditar que ocontedo que havamos projetado faz parte de nossa prprianatureza. Por exemplo, o lder efetivo pode ter-se sado malnuma situao de liderana; no entanto, racionalizamos quetodo mundo pode ter um mau dia, ou que as pessoasenvolvidas, na verdade, mereceram o tratamento que tiveram.Ao pensarmos assim, a projeo, que havia comeado adeslocar-se, rapidamente posta de novo em seu lugar.

    3. A projeo se desprende totalmente. Nenhuma racionalizaopode ser feita. Somos forados a ver que a pessoa est aqumdo que havamos projetado. Nesse estgio reagimos comdesapontamento, raiva, crticas, julgamentos. Agora podemosescolher entre passar para o estgio quatro ou retomar aprojeo e procurar outra pessoa que possa encarn-la parans, em vez de esclarec-la. Quase sempre passamos anos nosestgios um, dois e trs. Encontramos pessoas diferentes paraincorporar a mesma projeo das partes de ns mesmos queno estamos dispostos a enxergar e atualizar. Por exemplo, seachamos que nossa raiva difcil de aceitar, mais fcil

    coloca-la fora de ns, julga-la ou evita-la quando a vemosexpressa por outra pessoa. Algumas sociedades indgenasveriam essa fase como a do espelho esfumaado.

    4. Reconhecimento. Compreendemos que tratava-se de umaprojeo e vemos que era um aspecto nosso. o estgio dopesar:pesar por essa parte perdida de ns mesmos, por tantotempo afastada; e pesar por reconhecermos que no vamos apessoa pelo que ela era, e agora reconhecemos o dano no-intencional que podemos ter causado no estgio trs.

    5. Compassividade e integrao da projeo. Neste estgio temosum sentimento de compassividade em relao a ns mesmos eem relao aos que passam pelos mesmos problemas.Incorporamos a qualidade que antes projetvamos sobreterceiros, em vez de continuar a projeta-la externamente.Movemo-nos em direo a um estado de objetividade e nomais carregamos nenhuma forma de peso pelo que antesprojetvamos. Quando as pessoas nos parecem espelhosrachados elas nos atraem, apesar de nos aproximarmos delascom cautela. O espelho rachado a combinao do espelho

    claro com o esfumaado. Os cinco estgios da projeoaplicam-se a ele da mesma forma.

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    Perspectivas Fixas/Pontos Cegos

    Quando perdemos nossa capacidade de brincar ou de manternosso senso de humor nossa prpria percepo como nico ponto devista existente. Em ambos os casos, quer se trate de nossos pontos

    cegos ou de nossas perspectivas fixas, perdemos a espontaneidade etornamo-nos demasiadamente identificados com nossa prpria maneirade ver as coisas.

    Confcio afirmou: Tem cuidado com o homem cuja barriga notreme quando ele ri; eis uma pessoa perigosa. Quando no estamosconectados com nossa prpria integridade, tornamo-nos perigosos. Oriso verdadeiro, no entanto, tem a capacidade de libertar-nos do sistemado falso eu. Conservar perspectivas fixas, pontos cegos e o alinhamentocom o protocolo social, mais do que com nossa integridade, so sinaisde que estamos envolvidos com o lado sombra do arqutipo doVisionrio.

    O humor, o riso e as brincadeiras so formas de nos abrirmos emrelao a pontos de vista alternativos. A afirmao de Ethel Barrymore(citada por Van Ekeren, em seu The speakers sourcebook) nos fazlembrar da mgica que criada toda vez que o riso se combina com aintegridade: Voc cresce no dia em que consegue rir seu primeiro risode verdade: quando ri de si mesmo. Ao mantermos nosso senso dehumor, nossa espontaneidade e nossa curiosidade infantil, tornamo-nos capazes de utilizar criativamente as quatro formas de ver.Confiamos implicitamente em nossa percepo, discernimento, sonhose vises. As opes e vises criativas que os outros nos apresentam

    principiam a inspirar e estimular nossa criatividade, quando no somospresas dos aspectos sombra deste arqutipo. Os indivduos criativos sopessoas abertas s mltiplas maneiras de ver; tm muita facilidade empermitir que as coisas sigam seu rumo ou de ir ao encontro de opesou perspectivas que ainda no haviam considerado.

    PROCESSOS E LEMBRETES:PRTICAS ESSENCIAIS PARAO DESENVOLVIMENTO DO VISIONRIO INTERIOR

    1. Dedique ao menos 15 minutos para meditar caminhando. Registresua experincia num dirio ou comece um novo, especialmentepara meditaes.

    Meditao CaminhandoAcesso ao Criador interior.Acesso Qualidade da Criao.

    PropsitoO propsito da meditao caminhando reverenciar o tempo

    sagrado. Tempo dedicado introspeco, contemplao e venerao dosagrado ou divino.Postura

    Caminhe em ritmo confortvel e de forma relaxada por, nomnimo, 15 minutos. Muitas outras atividades de movimento podem

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    ser, tambm, conscientemente utilizadas para a meditao, como:correr, nadar, danar, dirigir, cozinhar, passar aspirador. Em essncia,qualquer atividade fsica que voc escolher com o propsito de darouvidos a seus estados ou processos interiores pode ser consideradauma forma de meditar.

    ProcessosEsta postura favorece os aspectos de confiana e de abertura e

    estimula o inesperado, pois sua ateno est voltada para umaatividade de movimento. Durantes estas atividades, quase sempreaparecem, espontaneamente, a compreenso intuitiva e a soluocriativa. A meditao por meio do movimento ensina os seres humanosquo maravilhosos podem ser os acontecimentos quando confiamos edeixamos de controlar.

    2. Dedique alguns momentos para honrar seus sonhos registrando-osnum dirio. Os sonhos mais importantes a serem trabalhadosdurante o ano so os que voc mantm vivos na lembrana.

    3. Comprometa-se a praticar e dizer a verdade diariamente. Note comquem e em que situaes isso fcil e quando representa umdesafio.

    4. Dedique ao menos 15 minutos por dia para cantar, cantarolar oudizer um salmo. Comece a criar suas prprias msicas de poder.

    5. Determine uma poca em cada estao do ano para rever seusobjetivos e a maneira pela qual eles do suporte e continuidade aseu ideal de vida ou vises.

    6. Ao menos duas vezes por ano, passe um longo tempo sozinho, emcontato com a natureza, para rever, refletir e voltar a sonhar

    .7. Oferea conscientemente aos demais uma prece ou apoio no-

    verbal. Faa uso da visualizao criativa, afirmaes e lembretesvisuais para dar sustentao a seu prprio crescimento edesenvolvimento.

    8. Reserve um momento dirio de quietude para ouvir sua intuio. Aprofunda orientao espiritual interior encontra-se sempredisponvel e aguardando ser reconhecida e utilizada.

    9. Note e observe as fontes de inspirao em sua vida. Elas lherevelam o que importante para o eu autntico.

    Algum que lhe v e no ri bem alto,Que silencia ou explode em pedaos,

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    nada mais que o cimentoE pedra de sua prpria priso.

    - Jalal al-Din Rumi

    SUMRIO DO ARQUTIPO DO VISIONRIOO arqutipo do Visionrio pede-nos para dizer a verdade, sem

    acusar nem julgar. Expressamos o Visionrio: quando honramos asquatro formas de ver e o poder da prece; quando exprimimos o quevemos, interior e exteriormente; e quando fazemos vir tona nossoesprito criativo e nosso ideal de vida.

    Quatro Formas de Ver. Intuio. Percepo. Discernimento. Vises

    Quatro Tipos de Meditao(Formas de Atingir as Vises e o Esprito). Meditao por meio do caminhar ou do movimento. Meditao em p. Meditao em posio deitada. Meditao em posio sentada

    TRS FORAS VITAIS:DINAMISMO, MAGNETISMO E INTEGRAO

    Quatro Maneiras de Manter a Integridade. Dizer a verdade, sem acusar ou julgar. Libertao dos padres de comportamento de negao e indulgncia. Alinhamento entre palavra e ao. Honrar a si mesmo como se honra aos demais

    Cinco Causas Universais de Abnegao. Necessidade de Amor. Necessidade de receber aprovao e aceitao. Necessidade de manter a paz. Necessidade de harmonia a todo custo

    Questes

    Ningum pode faz-lo sentir-se inferior sem seuconsentimento.- Eleanor Roosevelt (Van Ekeren, The speakerssourcebook).

    Pense em suas respostas s questes que se seguem. Paradesenvolver o Visionrio interior, formule e responda diariamente squestes 1 e 2.

    1. Qual minha capacidade atual de dizer a verdade sem criticar nemjulgar?

    2. Em que situaes e com que me percebo alimentando meu falso eu?

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    3. Quais so as minhas cinco msicas prediletas? Que msicas dainfncia guardo comigo? Que msicas ensino aos outros? Quemsicas originais criei?

    4. Entre os quatro de doze anos, que atividades me prendiam durante

    horas, sem precisar de ningum mais a meu lado?

    5. Quando, em minha vida, dei vazo aos aspectos criativos de minhapersonalidade? Qual meu remdio natural (meus dons e talentos)nicos, inigualveis?

    6. O que me faz rir? Quo desenvolvido est meu senso de humor? Oque engraado para mim? Quais as formas de brincadeira queexistem em minha vida?

    7. Em que rumos espirituais, ideais e prticas encontro-me engajado?Se tivesse que escrever minha autobiografia espiritual, o que elaconteria? Qual foi minha primeira experincia mstica ou numinosa?

    8. Quais as formas de prece, meditao ou contemplao de que faouso para obter uma orientao espiritual? Para onde me volto embusca de orientao? Que prticas me fazem ligar-me minha vidainterior?

    9. Em que situaes ou junto a quem renuncio a mim mesmo? Quandome sinto capaz de manter minha integridade e autenticidade, e

    quando no sou capaz de faz-lo?

    10.De quais projees estou consciente? Quem so meus espelhosclaros, meus espelhos esfumaados e meus espelhos rachados?

    ...cada um de ns carregaEm seu peitoUma cano

    To velha queNo sabemos

    Se a aprendemos

    Em alguma noiteEntre murmrios e beijosDados

    Nossos lbiosNos surpreendemQuando entoam

    Esta msicaQue canta

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    E chora simultaneamente

    - Francisco X Alarcon, Body in flames